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Setoriais de
Inovação
Indústria Naval
AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
Projeto:
Estudo sobre como as empresas brasileiras nos diferentes setores industriais
acumulam conhecimento para realizar inovação tecnológica
Relatório Setorial:
1. APRESENTAÇÃO 2
2. A PRODUÇÃO INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA NAVAL 4
2.1 PRINCIPAIS PRODUTORES MUNDIAIS 8
2.1.1 CORÉIA DO SUL 11
2.1.2 JAPÃO 14
2.1.3 CHINA 18
2.1.4 OUTROS PAÍSES 22
2.1.5 TECNOLOGIA E PRODUTIVIDADE 24
3. AS CARACTERÍSTICAS DA CADEIA PRODUTIVA E DAS FIRMAS NA INDÚSTRIA
NAVAL NO BRASIL 27
3.1 CADEIA PRODUTIVA DO SETOR NAVAL NO BRASIL 27
3.2 CARACTERÍSTICAS DAS FIRMAS DA INDÚSTRIA NAVAL BRASILEIRA 32
3.3 DEMANDA DE NAVIOS NO BRASIL: PEDIDOS EM ABERTO 38
3.4 CAPACIDADE DE OFERTA DAS FIRMAS BRASILEIRAS 42
3.4.1 ESTALEIROS NO BRASIL 42
3.4.2 NAVIPEÇAS NO BRASIL 48
4. FIRMAS COM POTENCIALIDADES PARA REERGUER O SETOR DE NAVIPEÇAS NO
BRASIL 58
5. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA PARA O SETOR NAVAL BRASILEIRO 63
6. CONCLUSÕES 66
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 69
8. ANEXOS 72
1
1. APRESENTAÇÃO
A quarta seção faz um esforço inédito para mapear firmas que poderiam
reconstruir o setor de navipeças no Brasil. Para escrever esta seção utilizamos
o argumento de Favarin et. all. (2008). Segundo estes autores, a experiência
em engenharia das firmas da metal-mecânica poderia ser utilizada para
reconstruir o setor fornecedor de peças para navios no Brasil. Neste trabalho,
identificamos todos os setores fornecedores de peças para navios, não apenas
o setor de metal-mecânica, e trabalhamos com as informações de empresas
2
para identificar as firmas com potencial para reconstrução do setor naval.
Foram identificadas 228 empresas líderes na indústria brasileira com estas
potencialidades. Destas empresas, 148 seriam empresas de capital nacional e
80 seriam de capital estrangeiro. Os gastos em pesquisa e desenvolvimento
como proporção do faturamento destas firmas é de 0,61%, sendo que este
indicador é maior nas estrangeiras, 0,82%, e menor nas nacionais, 0,37%. Os
gastos em P&D como proporção do faturamento destas firmas são superiores a
1% nos setores de fabricação de tintas (248), máquinas e equipamentos (292),
motores elétricos (311), equipamentos de distribuição de energia (312) e
fabricação de equipamentos para automação industrial (333). As empresas
líderes nestes setores ocupam 286 mestres e doutores em P&D sendo a sua
grande maioria, 224, estão ocupados nas empresas multinacionais.
3
2. A PRODUÇÃO INTERNACIONAL DA INDÚSTRIA NAVAL
1
Para uma visão retrospectiva mais completa, bem como informações mais detalhadas sobre
as indústrias e políticas de outros países, há uma série de referências disponíveis: SILVA
(2007), BOTELHO (2007) e NOBREGA (2008), ABDI/CGEE (2008).
2
Além da construção para a navegação mercante, há também um mercado para a construção
militar. A avaliação da construção naval militar será realizada no relatório da indústria de
defesa.
4
demanda de navios. O que surpreende é a velocidade de reação dos preços
dos navios logo no início da crise financeira internacional de 2008.
Gráfico 2.1
Clarkson Newbuiding Price Index – base semanal
Tabela 2.1
Clarkson Newbuilding Price Trend
5
prazo de entrega depende do tipo de navio, que de forma geral, no caso de
transporte de carga, pode ser classificados como navios de transporte a granel
(líquido ou sólido) e de carga em geral.3
Figura 2.1
Ciclo Marítimo Simplificado
3
As embarcações podem ser classificadas conforme o uso. O Lloyd’ Register Fairplay utiliza as
seguintes categorias: Tanker (LNG, LPG, Químico, Petróleo, Outros), Bulk (Bulker, General
Cargo, Other Dry), Contêiner (Contêiner, Veículos, Roro), Passageiros (Ferry, Cruise, Iates),
Miscelânea (Offshore, Serviço, Pesca, Miscelânea).
6
A escala de produção, a atuação no mercado global e as novas tecnologias de
produção para indústria naval são barreiras à entrada de grandes proporções
no mercado da produção naval. A existência de mão de obra barata pode
impulsionar o início do processo de produção naval de um país, mas este fator
rapidamente perde importância diante das inovações neste setor e da
necessidade de garantir escala de produção ao longo do tempo.
7
Tabela 2.2
Produção Mundial de Embarcações (2007)
País Número de Produção em %
embarcações milhões de GT
Coreia do Sul 425 20,20 35,68
Japão 539 17,31 30,58
China 643 10,41 18,39
Alemanha 69 1,34 2,36
Itália 25 0,70 1,23
Dinamarca 4 0,85 1,50
Croácia 25 0,69 1,21
Taiwan 16 0,66 1,16
Polônia 44 0,56 0,98
Turquia 109 0,53 0,93
Romênia 43 0,43 0,75
Filipinas 10 0,36 0,63
Resto do mundo 737 2,4 4,24
Total 2.689 56,6
Fonte: World Shipbuilding Statistics, Lloyd’s Register Fairplay, Dez. 2007.
4
Para detalhes do cálculo do CGT, vide OCDE (2007).
8
Tabela 2.3
Pedidos em Abertos de Embarcações (Dezembro 2007)
País Número de Produção em % GT Milhões de
embarcações milhões de GT CGT
Coreia do Sul 2.242 126,53 38,37 63,39
China 3.139 97,76 29,65 50,22
Japão 1.495 63,81 19,35 30,71
Filipinas 116 5,16 1,56 2,49
Alemanha 203 4,17 1,26 3,78
Vietnã 206 3,20 0,97 2,14
Romênia 146 3,04 0,92 2,12
Taiwan 67 2,83 0,86 1,68
Índia 246 2,61 0,79 2,03
Itália 118 2,57 0,78 2,95
Turquia 337 2,35 0,71 0,34
Polônia 122 2,03 0,61 1,67
Croácia 69 1,99 0,60 1,2
Dinamarca 22 1,46 0,44 0,66
Resto do 1.527 10,19 3,09 10,32
mundo
Total 10.055 329,70 177,70
Fonte: World Shipbuilding Statistics, Lloyd’s Register Fairplay, Dez. 2007.
Tabela 2.4
Pedidos Recebidos, Entregas e Pedidos em Aberto por País (2008)
Pedidos recebidos Entregas Pedidos em aberto – Dez. 2008
País Nº Milhões Market Cresc. Nº Milhões Market Cresc. Nº Milhões Market Cresc.
navios CGT Share Anual navios CGT Share Anual navios CGT Share Anual
(%) % (%) % (%) %
Coréia 625 17,5 41,0 -47,0 489 14,9 36,8 23,9 2.338 67,7 35,8 2,5
do Sul
Japão 279 4,9 11,5 -53,4 477 9,6 23,9 8,5 1.429 29,7 15,7 -14,3
China 821 14,9 35,1 -54,2 605 8,2 20,4 30,3 3.577 60,8 32,1 10,2
Outros 446 5,2 12,4 -60,4 765 7,7 19,0 1,1 2.406 31,0 16,4 -9,1
Global 2.171 42,6 100 -52,4 2.336 40,5 100 16,2 9.750 189,2 100 -0,4
Nota: Market share e Crescimento com base no CGT.
Fonte: Clarkson, Woori I&S Research Center
Na segunda metade dos anos 2000, uma das grandes demandas do setor
naval no mundo tem sido a produção voltada para a exploração de petróleo em
alto mar (off-shore). A demanda acentuou-se com a elevação dos preços do
petróleo e a exploração de petróleo em águas profundas. Apesar da queda dos
preços do petróleo por conta da crise internacional, as expectativas de
demanda futura ainda permanecem positivas. Para o Brasil este é um mercado
especialmente relevante tendo em vista as demandas da Petrobrás e a
exploração de petróleo no pré-sal.
9
A inserção competitiva da indústria naval brasileira depende do aproveitamento
das janelas de oportunidades que são abertas na produção voltadas para a
indústria de petróleo. A produção com preços competitivos, qualidade e prazo
de entrega depende de políticas governamentais de financiamento, a qual o
governo brasileiro tem instrumentos para fazer, e da capacidade de reconstruir
a indústria naval brasileira com maior dinamismo tecnológico e investimento em
conhecimento. A experiência internacional neste caso é importante, por isso
este trabalho procurou relatar as experiências de diversos países focando na
questão de como estes países acumularam conhecimento para gerar
inovações e competir no mercado internacional
Serra (apud SILVA, 2007, p. 78) defende que a história da moderna construção
naval sulcoreana pode ser dividida em três períodos: iniciação (anos 1970),
desenvolvimento e capacitação (anos 1980), e grande expansão (anos 1990).
Os chaebol foram determinantes no desenvolvimento das indústrias pesada e
química e da industrialização do país. As principais empresas de transporte
pertenciam a conglomerados que também possuíam estaleiros, o que criou um
mercado cativo para a produção nacional. Isso foi incentivado com políticas de
compras de navios coreanos por armadores daquele país. À semelhança do
que observaremos no caso chinês, no sistema Keihek Zoseon – lançado em
1975 - predominava o princípio de que a carga do comércio coreano deveria
ser transportada em navio coreano, construído em estaleiro coreano. Este
princípio também ajudou a desenvolver a indústria de navipeças do país.
10
Entretanto, é importante ressaltar que o mercado externo sempre foi um
objetivo do setor, e a indústria de CN sul coreana buscou atender exigências e
requisitos de eficiência internacionais.
Em 1976, foi criada a Korean Maritime and Port Administration. Cerca de 70%
dos recursos que financiaram a rápida expansão do período eram provenientes
do Fundo Nacional de Investimento – governamental -, e o restante era
complementado pelo Banco de Desenvolvimento da Coréia. Além disso, os
produtores gozavam também de subsídios e incentivos fiscais. Atualmente,
grande parcela do financiamento à construção naval é feita pelo Korea
Eximbank, por meio de um programa denominado Export Loan.
11
A Coreia do Sul atualmente tem os 5 maiores estaleiros do mundo, em termos
de pedidos em aberto. Hyunday Heavy Industries (HHI) tem um backlog de
18,84 milhões de CGT, Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME) de
11,01 milhões de CGT, Samsung Heavy Industries (SHI) de 10,42 milhões de
CGT, STX Shipbuilding de 7,21 milhões de CGT, e Hyunday Mipo Dockyard,
subsidiária da HHI, de 6,02 milhões de CGT5. A empresa Hyunday controla
dois dos mais renomados institutos de pesquisa aplicada: A Samsung possui o
Daeduk R&D Research Center.
5
Fonte: Asia Pulse, 4 Fev. 2009.
12
Quadro 2.1
Áreas de Atuação e Outras Informações dos 5 Maiores Construtores
Navais Mundiais
Conglomerado Áreas de atuação Faturamento e estratégias de P&D
Hyunday CN, plantas Receita em 2008: US$14,5 bilhões.
industriais, sistemas Institutos de pesquisa e design: Hyunday
eletro-eletrônicos, Maritime Research Institute, Hyunday
pesquisa e Industrial Research Institute, Techno
desenvolvimento, Design Institute
offshore,
equipamentos,
equipamentos de
construção.
Daewoo CN Receita em 2008: US$ 7,3 bilhões.
Áreas de P&D: tecnologia de solda
desenvolvimento e teste de materiais,
mensuração, sistemas, meio ambiente,
estrutura, hidrodinâmica, vibração e ruído,
sistemas de produção, robótica de
automação, equipamentos marítimos,
produtos futuros, negócios futuros.
Samsung CN, construção, Receita em 2008: US$ 7,7 bilhões.
negócios digitais, Institutos de pesquisa: SHI Research
desenvolvimento de Institute
tecnologia
STX CN Áreas de P&D: análise estrutural, análise
de vibração, análise de fatiga
2.1.3. JAPÃO
13
dos serviços de transporte marítimo baratos, e, por conseqüência, também os
preços da construção naval no mercado internacional (GEIPOT, 1999).
14
atualmente a maior parte do financiamento à CN são feitos pelo Maritime Credit
Corporation (MCC), que é capitalizada pelo governo.
15
Quadro 2.2
Áreas de Atuação e Outras Informações dos Principais Construtores
Navais Japoneses
Conglomerado Áreas de atuação Faturamento e estratégias de P&D
Mitsubishi CN, plantas industriais, sistemas Receita em 2008: US$ 37,5 bilhões.
eletro-eletrônicos, pesquisa e Institutos de pesquisa e design: vide
desenvolvimento, offshore, Quadro 3
equipamentos, equipamentos de
construção.
Ishikawajima CN, espacial, turbinas de jatos, Receita em 2008: US$ 15,8 bilhões.
energia, armazenagem, Institutos de pesquisa: Ishikawajima
ambiental, equipamentos Inspection & Instrumentation Co. e
logísticos, sistemas de Technical Research & Development
distribuição, pontes e estruturas Institute.
metálicas, equipamentos de
construção, equipamentos
industriais, máquinas e
equipamentos, equipamentos
para uso civil, sistemas de
tráfego e estacionamento,
tecnologia de segurança
Sumitomo Heavy CN. Afiliada a grupo que atua Ênfase em P&D: mecatrônica e
Industries Marine & em: equipamentos médicos, tecnologias de sistemas, com
Engineering software, equipamentos ganhos em áreas como aparelhos de
industriais, sistemas de meio controle de precisão e componentes
ambiente e energia, chave.
semicondutores, infraestrutura,
sistemas de laser,
equipamentos logísticos.
Hitachi CN, estruturas metálicas e O Technical Research Institute é um
equipamentos de construção, departamento do Business & Product
equipamentos de Devolpment Center, que responde
processamento, sistemas de ao presidente.
prevenção de acidentes
marítimos, sistemas ambientais
e plantas industriais,
equipamentos de precisão.
Mitsui CN, reciclagem ambiental,Institutos de pesquisa: Tamano
infraestrutura, sistemasTechnology Center, Chiba Tecnology
avançados, TI, plantas
Center, CAE Center, Akishima
industriais, sistemas logísticos, Research Center, Tsukuba Research
sistemas de energia. Center.
Kawasaki Áreas de P&D: estruturas; materiais,
elementos mecânicos; dinâmica dos
fluidos; combustão e transferência de
calor; química, meio ambiente e
energia; aplicações de fótons e laser;
eletricidade e eletrônica;
mensuração; controle; informação;
mecanismos e mecatrônica;
produção; sistemas de produção
NKK CN, metalurgia, TI, energia, Institutos de pesquisa: Applied
meio ambiente, plantas Technology Research Center,
industriais, sistemas. Materials and Processing Research
Center, Engineering Research
Center
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados dos sites das empresas e informações de receita
da Woori I&S.
16
A Mitsubishi Heavy Industries (MHI) compõe um grupo que atua em diversas
áreas: energia, construção de aeronaves, espacial, transportes, equipamentos
logísticos, meio ambiente, automotivo, equipamento industrial, infraestrutura,
ar-condicionados e defesa. O Quadro 2.3, a seguir, dá uma dimensão da
estrutura de P&D do conglomerado.
Quadro 2.3
Principais Competências das Unidades de P&D da MHI
Advanced Nagasaki Takasago Hiroshima Yokohama Nagoya
Technology Research & Research & Research & Research & Research &
Research Development Development Development Development Development
Center Center Center Center Center Center
Gas Turbine
Combined
Steel Making
Cycle Power
Machinery Air
Generation
Technologies Conditioning
System Environment(Waste
Chemical Machinery
Nuclear Incineration and
Ship & Ocean Technologies Compressor
Power Ash Melting)
Technologies Steel & Transport
Generation Environment(Waste
Power System Structures & Refrigeration
System Water, Exhaust
Technologies Civil Unit
Express Gas, and
Internal Engineering Plastics
Highway Recycling)
Combustion Technologies Machinery &
New Information Steel
Engine & Traffic & Food
elemental System Structure(Traffic
Hydraulic Transfer Processing
transformation Air Infrastructure)
Equipment Technologies Machinery
Conditioner / Steel
Technologies Paper Micro
Refrigerator Structure(Energy
Turbomachinery Making & Electronics,
Products Infrastructure)
& Cryogenic Converting Control &
Non- Power
System Technologies Power
destructive Systems(Boilers,
Technologies Printing Electronics
Inspection Turbines, and
Technologies Ergonomics,
Technology Diesel Plants)
Wind Force Industrial
Robot
Machinery Design
Technology
Technologies
Plant Control
Technology
Fonte: Site da empresa.
2.1.4. CHINA6
6
A principal fonte de informações para esta subseção é OCDE (2008).
17
significativos investimentos em P&D estão levando a uma crescente
sofisticação dos tipos de navios sendo construídos, inclusive very large crude
carriers (VLCCs), carregadores de gás liquefeito natural e navios contêiner de
alta velocidade. O país possui a 4ª maior marinha mercante de longo curso do
mundo.
18
estão sendo feitos em componentes, feitos por firmas como Warsila, ABB e
Caterpillar. Em 2005, 220 milhões de dólares foram investidos por estrangeiros
no setor de CN.
7
OCDE (2008), apresenta uma relação dos principais estaleiros do país, inclusive por regiões
geográficas.
19
Changjian National Shipping Corp. (CNSC) é uma das principais firmas de
navegação da China. CNSC e suas subsidiárias possuem 4 grandes estaleiros
e cerca de 20 pequenos.
20
A firma Lloyd’s Register Maritime Instititute atualmente conta com 11 escritórios
na China, e investiu milhões de yuans no desenvolvimento de cursos de
treinamento e infraestrutura na China. O centro de Shanghai foi desenvolvido
para um centro de treinamento e de pesquisa e desenvolvimento para atender
as necessidades de estaleiros, armadores e experts. De acordo com a OCDE
(2008a), esses esforços aumentaram a competitividade de design e P&D
chinesa em navios como tankers, bulk carriers e porta contêineres.
21
Quadro 2.4
Características Principais de Outros Países Produtores
País Principais Características
Estados Unidos Política de marinha mercante e construção naval predominantemente
orientadas pelo Estado. Forte tradição de protecionismo e
intervencionismo. 6 grandes estaleiros. Custos de produção elevados,
sólida base tecnológica para o desenvolvimento de projetos e processos.
Construção naval mercante pouco relevante internacionalmente. A
produção dos estaleiros está baseada na demanda de navios militares e a
frota de cabotagem protegida pelo Jonas Act.8
Vietnã Ambição governamental de tornar o país um dos principais participantes
mundiais, com prioridade para o desenvolvimento de parques industriais e
zonas de processamento para exportação. Objetivo de atrair
empreendimentos especializados no setor marítimo, inclusive produção de
componentes e materiais. Investimentos estrangeiros dos EUA, Japão e
Coreia do Sul, inclusive da Hyunday e Mitsubishi.
Disponibilidade de vasto contingente de mão de obra alfabetizado e de
baixo custo. Cerca de 60 empreendimentos de construção e reparo, a
maior parte de propriedade da Vinashin Business Group, agência estatal.
Atualmente, o conteúdo nacional na CN é da ordem de 30-35%9, mas há
uma meta de 60-70% de nacionalização. Fortes investimentos, inclusive
estrangeiros, em metalurgia.
The Shipbuilding Science and Technology Institute (SSTI), subsidiária da
Vinashin e estabelecida em 1959, conta com 250 arquitetos e engenheiros
navais, com política de treinamento no Japão e Coreia do Sul.
Relacionamento próximo com instituições estrangeiras como Hitachi
Zosen (Japão), Carl Bro (Dinamarca), Kitada Ship Design Co. (Japão),
CTO (Polônia), American Bureau of Shipping, e Poland’s Ship Design and
Research Center. Vinashin assinou contratos de transferência de
tecnologia com estaleiros poloneses, no valor de US$ 200 milhões. O
objetivo da SSTI é produzir de modo autônomo seus próprios designs de
embarcações entre 170 e 200 mil dwt até 2010. Os planos futuros incluem
a educação de 1500 estudantes por ano.
O Vietnan Maritime University (VIMARU) desenvolveu rapidamente e
estabeleceu o Research Center of Ship Technology Application.
Noruega Líder em embarcações de apoio offshore, detendo cerca de 25% do
mercado, seguido da China, com 17%. Investe em uma trajetória
tecnológica ascendente
Cingapura Forte no reparo naval, devido em parte à posição geográfica privilegiada.
Descoberta de petróleo no Mar da China estabeleceu no país um grande
polo petroquímico, o que direcionou o foco para o mercado offshore.
Estratégia de nicho (não atua com embarcações de grande porte).
Postura proativa e não protecionista do governo: flexibilização de mão de
obra, incentivos fiscais para investidores estrangeiros, desburocratização
dos processos de abertura de empresas, linhas especiais de crédito para
áreas de interesse, foco na produtividade da indústria. O país tornou-se
centro de distribuição de navipeças de todo mundo. JV entre governo e
Ishikawajima Harima Heavy Industries criou o Grupo Jurong.
Alemanha Política de subsídios dos anos 80 substituída por políticas de incentivos
fiscais (modelo Kommandistgesellschaft ou KG). Um dos principais
produtores europeus.
Itália Líder mundial na construção de ferries e navios de cruzeiro. O principal
grupo é o Fincantieri.
Fonte: Elaboração própria a partir de informações de Silva (2007), OCDE (2008b), CEGN
(2006 e 2008).
8
Ver no Anexo quadros A_2 e A_3 sobre políticas dos Estados Unidos para o Setor naval.
9
A importação anual de equipamentos mecânicos é da ordem de US$ 7 bilhões, provenientes
da Alemanha, Japão, China e Coreia do Sul.
22
2.2. TECNOLOGIA E PRODUTIVIDADE
23
Figura 2.2
Performance Competitiva Internacional
24
Os estaleiros mais avançados exploram a padronização de grandes blocos e
módulos de grande porte de máquinas e instalações. O processo de produção
nos estaleiros que se aproximam da quinta geração é baseado na
padronização em larga escala de componentes. Esse modelo é mais exigente
no que diz respeito aos requisitos para a engenharia e para a qualificação dos
recursos humanos. Finalmente, ressalta-se nos estudos realizados pela
COPPE, que as atividades de projeto enfatizam fortemente a produção e a
padronização de componentes intermediários desde os estágios iniciais. O
projeto, o planejamento e a engenharia da construção são integrados. Os
sistemas operacionais e os sistemas de informação integram plenamente as
atividades de projeto, produção, administração e comercial. Um sistema que
adota a TG ou células de manufatura tem como característica um trabalho
multifuncional. O perfil do trabalhador em um estaleiro de quarta ou quinta
geração é significativamente mais complexo que o de gerações anteriores. No
Japão, por exemplo, os operários com responsabilidade na produção têm ao
menos 12 anos de formação escolar e três anos de treinamento na empresa.
25
3. AS CARACTERÍSTICAS DA CADEIA PRODUTIVA E DAS FIRMAS NA
INDÚSTRIA NAVAL NO BRASIL
26
3)Demais setores de Outros Equipamentos de Transportes. O foco de análise é
o segundo, denominado de “Naval”. A matriz construída permite avaliar a
inserção do setor Naval na estrutura produtiva brasileira, a partir de indicadores
de composição das vendas, das inter-relações setoriais na cadeia produtiva e
com as demais cadeias produtivas.
27
Tabela 3.1
Distribuição da Demanda do Setor Naval, por categoria da demanda final
e intermediária (Valor E % Da Demanda Total, 2005)
R$ milhões % total
Exportações 207 7.3
Consumo das Famílias 51 1.8
FBCF 1.438 50.7
Outras Demandas -28 -1.0
Demanda Final 1.667 58.8
Demanda Intermediária 1.167 41.2
Demanda Total 2.834 100.0
Fonte: Elaboração própria a partir da MIP, RAIS e PIA 2005.
Figura 3.1
Cadeia Produtiva Do Setor Naval, em milhões de Reais (2005)
Formação Bruta
de Capital Fixo Exportação
Aço e Derivados
175
207
Plásticos
121 938
Transporte e
433 Armazenagem
Produtos de Metal
119 Naval
Tintas
114
Instrumentos e sist. 67
Automação
A Figura 3.1 apresenta a cadeia produtiva do setor. Para se ter uma análise
mais completa, a cadeia foi expandida com a representação da demanda para
Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e Exportações.
Um grupo de 4 setores representa 80% dos insumos domésticos da cadeia
Naval: “Fabricação de aço e derivados”, Plásticos”, “Produtos de metal” e
“Tintas, vernizes, esmaltes e lacas”. Como ressaltado anteriormente, as vendas
28
para FBCF são as mais importantes no setor. As únicas vendas intemediárias
significativas referem-se a serviços de reparação para o setor de “Petróleo e
Gás” e “Transporte e Armazenagem”. Vale lembrar que a compra de navios
pelas empresas é contabilizada como investimento, e portanto está incluída na
FBCF.
Tabela 3.2
Multiplicador Simples de Produção (2005)
Multiplicador Simples de Produção Participação no mult. (%)
Direto Indireto
Total (A+B) Direto (A) Indireto (B) (A/Total) (B/Total)
1.94 1.01 0.92 52.3 47.7
Fonte: Elaboração própria a partir da MIP 2005.
29
economia 20,37 empregos por 1 milhão de reais de produção, com uma
proporção de efeito indireto de cerca de 65%. Assim, embora os efeitos sobre a
produção tendam a se concentrar no próprio setor (Tabela 2) os efeitos
multiplicadores sobre o emprego são mais dispersos.
Tabela 3.3
Multiplicador Simples de Emprego (ocupações/R$ milhões , 2005)
Multiplicador Simples de Emprego Participação no mult. (%)
Direto Indireto
Total (A+B) Direto (A) Indireto (B)
(A/Total) (B/Total)
Tabela 3.4
Estrutura do Emprego no Setor Naval (2005)
Nível de Educação
Todos Superior Médio Inferior
Pessoal Ocupado 20583 1256 7421 11906
Distribuição do
100 6,10 36,05 57,84
Emprego (%)
Coeficiente de
emprego 7,11 0,43 2,56 4,11
(Pessoal/VBP)
Fonte: Elaboração própria a partir da MIP, RAIS e PIA 2005.
30
Os multiplicadores de emprego foram calculados a partir do modelo de insumo-
produto para cada nível educacional e para seus efeitos diretos e indiretos. Os
resultados da Tabela 3.5 indicam que 51% do efeito multiplicador de emprego
do setor naval repercutem no nível de educação inferior, seguido do efeito
multiplicador no nível médio (41%) e no nível superior (8%). A decomposição
de cada multiplicador de emprego (Tabela 9) indica a maior participação dos
efeitos indiretos, especialmente no efeito sobre o emprego superior e médio.
Como esperado, é na geração de emprego de nível educacional mais baixo
que a geração direta de emprego pelo setor Naval é mais importante.
Tabela 3.5
Multiplicador Simples de Emprego para Setor Naval
(ocupações/R$ milhões , 2005)
Multiplicador Simples de Emprego Participação no mult. (%)
Direto Indireto
Total (A+B) Direto (A) Indireto (B) (A/Total) (B/Total)
Superior 1,72 (8%) 0,44 1,28 25,51 74,49
Médio 8,37 (41%) 2,60 5,77 31,04 68,96
Inferior 10,28 (51%) 4,17 6,11 40,53 59,47
Fonte: Elaboração própria a partir da MIP, RAIS e PIA 2005.
31
Tabela 3.6
Evolução do Número de Empresas e Empregados no Setor Naval
Brasileiro
1996 2000 2006
Porte Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de Nº de
empresas empregados empresas empregados empresas empregados
1a9 325 1.055 288 888 280 881
10 a 49 73 1.509 70 1.465 130 3.224
50 a 99 18 1.304 15 1.021 39 2.682
100 a 249 12 1.804 10 1.370 29 4.291
250 a 499 1 482 3 1.145 17 5.514
500 ou mais 4 6.852 0 — 46 91.498
Todos 433 13.007 386 5.889 541 108.090
Fonte: RAIS.
32
Tabela 3.7
Participação do Capital Estrangeiro na Indústria Naval Brasileira
Tipo de empresa
Indicador
Seguidoras Frágeis Emergentes Total
Nº de firmas 21 83 5 109
Nacionais 14 81 5 100
Estrangeiras 7 2 — 9
Faturamento (R$ milhões) 1.059 1.444 26 2.530
Nacionais (%) 12% 57% 100% 39%
Estrangeiras (%) 88% 43% 0% 61%
Salário médio 1.808 1.244 1.131 1.374
Produtividade média 54.780 38.571 4.049 41.564
Fonte: PIA, PINTEC, RAIS e SECEX.
Tabela 3.8
Inovação nas Firmas no Setor Naval Brasileiro
Tipo de empresa
Indicador
Seguidoras Frágeis Emergentes Total
Nº de empresas 21 83 5 109
8 10 5 23
Nº de inovadoras
38% 12% 100% 21%
0 5 5 10
de produto
0% 6% 100% 9%
0 3 0 3
de produto novo para o mercado
0% 4% 0% 3%
8 10 2 20
de processo
38% 12% 44% 18%
5 0 0 5
de processo novo para o mercado
24% 0% 0% 5%
Fonte: PIA, PINTEC, RAIS e SECEX.
33
novas no processo produtivo ou métodos novos de oferta de serviços ou
manuseio e entrega dos produtos. Neste sentido, a introdução dos processos
tecnologicamente novos não pode utilizar os processos previamente existentes,
ou então aumentar a eficiência da produção e da entrega de produtos já
existentes.
34
Tabela 3.11 mostra que não há um padrão definido de busca de informações
para inovação e que pudesse indicar qualquer ação virtuosa na busca de
informação para inovação.
Tabela 3.9
Esforços Inovativos nas Firmas do Setor Naval Brasileiro
Tipo de empresa
Indicador
Seguidoras Frágeis Emergentes Total
Tabela 3.10
Gastos em Atividades de Inovação nas Firmas no Setor Naval Brasileira,
em milhões de reais
Tipo de empresa
Indicador
Seguidoras Frágeis Emergentes Total
1,42 8,35 1,57 11,34
Gastos em atividades inovativas
100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
0,24 0,30 0,67 1,21
Gastos em P&D interno
16,9% 3,6% 42,7% 10,7%
0,00 0,00 0,00 0,00
Gastos em P&D externo
0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
0,00 0,00 0,00 0,00
Aquisição de outros conhecimentos
0,0% 0,0% 0,0% 0,0%
Aquisição de máquinas e 0,08 4,82 0,00 4,90
equipamentos 5,6% 57,7% 0,0% 43,2%
0,03 0,72 0,18 0,93
Treinamentos
2,1% 8,6% 11,5% 8,2%
0,39 0,00 0,57 0,96
Gasto em introdução das inovações
27,5% 0,0% 36,3% 8,5%
0,68 2,51 0,15 3,34
Projeto industrial
47,9% 30,1% 9,6% 29,5%
Fonte: PIA, PINTEC, RAIS e SECEX.
35
Tabela 3.11
Fontes de Informação para Inovação
Tipo de empresa
Fonte de informação
Seguidoras Frágeis Emergentes Total
Fontes internas à empresa
2 0 5 7
Departamento de P&D
25% 0% 100% 30%
2 7 5 14
Outros
25% 70% 100% 61%
Fontes externas à empresa
0 2 2 4
Clientes e consumidores
0% 20% 40% 17%
3 5 0 8
Fornecedores
38% 50% 0% 35%
0 3 2 5
Concorrentes
0% 30% 40% 22%
0 0 0 0
Outra empresa do grupo
0% 0% 0% 0%
0 1 0 1
Instituições de teste
0% 10% 0% 4%
0 0 0 0
Aquisição de licença
0% 0% 0% 0%
0 2 0 2
Centro de capacitação
0% 20% 0% 9%
0 2 0 2
Empresa de consultoria
0% 20% 0% 9%
2 2 0 4
Universidade
25% 20% 0% 17%
8 10 5 23
Total de empresas inovadoras
100% 100% 100% 100%
Fonte: PIA, PINTEC, RAIS e SECEX.
36
mostraram que os países líderes neste segmento estruturaram centros de
pesquisa com capacidade para liderar a produção naval no mundo. Para
entender a dinâmica da produção naval no Brasil é necessário, entretanto,
aprofundar a análise da atuação dos estaleiros e das navipeças no Brasil.
37
frota, o que garantiu a ocupação de vários estaleiros e a criação de novos
empregos especializados (SINAVAL, 2008). Atualmente, o país já representa
14% do total mundial da construção de navios de apoio marítimo para serviços
offshore.
38
Proposta técnica ainda em análise: Lote 4 – cinco navios de produtos (três
claros e dois escuros): concorrem os estaleiros Rio Nave (RJ) e Mauá (RJ)
No lado da demanda também cabe ressaltar que a Marinha do Brasil planeja
construir, em estaleiros privados nacionais, 32 navios-patrulha até 2016, um
investimento estimado em quase R$ 3 bilhões.
39
Quadro 3.1
Carteira de Encomendas dos Estaleiros (2008)
Estaleiro Cliente Encomendas
Brasfels, em Petrobras Plataforma P-56
consórcio com
a Technip
EISA PDVSA 10 navios petroleiros
Log-In 5 porta-contêineres
Laurin 2 navios graneleiros
UP-Offshore 1 PSV
Transpetro 4 navios petroleiros (em definição)
Mauá Transpetro 4 navios petroleiros (produtos)
STX DOF / Norskan 1 navio tipo AH5 (navio de manuseio de âncora)
DOF / Norskan 2 AH12 (navios de manuseio de
Aliança CBO 8 navios PSV multifuncionais
CBO 20 navios PSV
Wilson, Sons Wilson, Sons 8 navios PSV
Wilson, Sons 5 navios AHTS
Atlântico Sul Trasnpetro 10 navios petroleiros Suezmax
Transpetro 5 navios petroleiros Aframax
Noroil 2 navios VLCC
Petrobras Casco da P-55
Inace DSND Consub 4 navios de apoio marítimo
Marimar 5 navios de apoio marítimo
Maré Alta 4 navios de apoio tipo PSV
Maré Alta 2 navios de apoio tipo UT
Marinha do Brasil 2 navios patrulha
Rio Grande Petrobras 8 plataformas
Quip Petrobras FPSO P-53
Petrobras P-55 (instalações)
TWB Áquila Pesca 2 navios atuneiros
Detroit Smit Rebras 2 rebocadores de apoio portuário
Smit Rebras 6 rebocadores de apoio portuário/marítimo
Starnav 2 rebocadores de apoio portuário/marítimo
Tranship 1 rebocador de apoio portuário/marítimo
Vale 1 rebocador de apoio portuário/marítimo
Camorim 4 rebocadores de apoio portuário/marítimo
Alunorte/Vale 1 catamarã de passageiros
Starnav 4 rebocadores de apoio portuário/marítimo
Rebras 18 rebocadores de apoio portuário
Vale 11 rebocadores
Itajaí Transpetro 3 navios gazeiros
Navship Bram Offshore 5 navios PSV
Bram Offshore 3 navios AHTS
Edison Chouest 10 navios de apoio marítimo
Rio Maguari Navegação Rio 3 navios graneleiros de 5,8 mil TPB
Grande
MMX Empurradores e barcaças para transporte de minério
ERIN MMX Empurradores e barcaças para transporte de minério
Fonte: SINAVAL (2008).
40
3.4. CAPACIDADE DE OFERTA DAS FIRMAS BRASILEIRAS
Brasfels: Estabelecido desde 2000 como uma parceria entre o grupo Keppel
Fels, de Cingapura, e o grupo Pem Setal, brasileiro. Localiza-se em área de
360 mil m2, em Angra dos Reis, RJ, na área do antigo estaleiro Verolme. O
estaleiro SRD Offshore, que atua em reparo naval, com instalações de 85 mil
41
m2, em Angra dos Reis, também faz parte do grupo. O estaleiro vem
desenvolvendo fortemente a vocação de construtor de plataformas offshore e
embarcações de apoio. O relatório prevê dificuldades do estaleiro em atuar
competitivamente na construção de navios no cenário de continuar com os dois
segmentos de atuação (navios e offshore). Construiu a plataforma P-52, em
consórcio com a Technip. Entregou a plataforma P-51 (primeira plataforma
semi-submersível construída no país) em outubro de 2008, também em
parceria com a Technip. A plataforma P-56 foi contratada pela Petrobras em
2008, para o mesmo consórcio.
42
Estaleiro STX Brazil Offshore (ex- Aker Promar): Possui instalações de 120
mil m2 de área alugada ao Mac Laren, na Ilha da Conceição, Niterói, RJ.
Capital sulcoreano, que, no fim de 2008, adquiriu o controle do grupo a Aker
Yards, da Noruega. Os principais produtos entregues nos últimos anos foram
embarcações Platform Supply Vessel (PSV), de médio porte, mas com alto
nível de sofisticação nos sistemas utilizados, nos equipamentos e no
acabamento requerido. A avaliação da COPPE (2006) é que se trata de um
especialista em embarcações de apoio marítimo, e, devido à propriedade de
capital norueguês, tem mantido produção contínua e consistente, se
aproximando do padrão mundial na construção desse tipo de embarcação, ou
de outras assemelhadas. Trata-se de um estaleiro com grande potencial
competitivo para a construção de embarcações de apoio marítimo e com
condições de receber encomendas para exportação. Também é capaz de
construir embarcações pesqueiras de grande porte, caso haja demanda.
COPPE (2006) estima que a capacidade de produção anual pode alcançar
quatro embarcações de apoio marítimo por ano.
10
Segundo matéria da revista Exame, disponível no site da Mac Laren
http://www.maclaren.com.br/noticias2.asp?codigo=27, em 2012 a Mac Laren recuperará a área
43
nacional, da família Mac Laren, que iniciou suas atividades em 1938, e passou
por sérias dificuldades na década de 1990, inclusive com pedido de concordata.
Receitas de 2008 estimadas em US$ 500 milhões. Atualmente, a firma está
dedicada à CN (em aço e fibra de vidro), construção offshore e onshore
(módulos de compressão e de geração), reparo naval e manutenção de
unidades offshore. O estaleiro possui um layout compacto e bem organizado
para a construção de embarcações de médio porte e nível tecnológico
compatível com o perfil da produção. Entre seus clientes destacam-se:
Astromarítima Navegação; Delba Marítima Navegação; Setal Construções;
Rolls Royce; Petrobras; CBO; Docenave; MBR; Wilson, Sons; Marinha do
Brasil, Armada Chilena, Empresa de Navegação da Amazônia, Cia. Docas do
Rio de Janeiro. A plataforma PRA-1, projetada para receber e escoar a
produção de óleo das plataformas P-51, P-52, P-53 e P-55, construída pela
Technint, Odebrecht/UTC, teve seu módulo de geração fabricado pela Rolls
Royce no Mac Laren.
alugada ao Aker Pomar (atual STX), onde pretende construir um dique seco, para atender a
demanda por sondas e navios-petroleiros da Petrobras.
44
UTC: Localizada em Niterói, atua com módulos de plataformas como a P-53.
45
Detroit Brasil: Subsidiária do grupo Detroit Chile. Está localizado em área de
aproximadamente 62 mil m2, em Itajaí, SC. Segundo avaliação da COPPE
(2006), tem infra-estrutura organizada e adequada para a construção de
rebocadores portuários e embarcações pesqueiras.
TWB: Estaleiro com 90 mil m2, em Navegantes, SC. Atua com embarcações de
pequeno porte.
Itajaí: Empresa do grupo Metalnave, e ocupa área de 168 mil m2 em Itajaí, SC.
Segundo COPPE (2006), o estaleiro estava dedicado à construção de
embarcações especiais, como navios gaseiro/químico, para armador do
mesmo grupo. Recentemente, ganhos contratos para a Transpetro.
46
ERIN: Fundado em 1971, com sede em Manaus-AM, fabrica embarcações em
aço, alumínio e executa obras de calderaria e estruturas para setor industrial.
Área total de 60 mil m2.
Na segunda metade dos anos 2000 a demanda do setor naval abriu novas
perspectivas para as empresas que fornecem peças para os navios, as
chamadas navipeças. Conforme demonstrado acima a maior parte da demanda
de navios é proveniente das encomendas vinculadas ao setor de petróleo
(Petrobras e Transpetro). No entanto, não é tarefa trivial aproveitar as
oportunidades que estão sendo geradas. A produção de navios no Brasil pode
ser realizada importando-se partes peças e componentes em pacotes
tecnológicos provenientes do exterior. A opção pela criação de vantagens
competitivas pode também ser uma estratégia mais virtuosa para a inserção
internacional da indústria brasileira.
47
e pintura representam 79% das horas gastas na construção de um navio
petroleiro. Um dos ativos mais importantes de um estaleiro é o seu dique
(carreira ou flutuante) e os processos e equipamentos envolvidos na
construção dos blocos. Estes processos envolvem basicamente o trabalho com
o aço e são os seguintes: desempeno e estreitamento; marcação e corte;
conformação; soldagem e proteção. No entanto, a atuação das empresas de
construção naval se aproxima muito aos do padrão de atuação dos EPCistas e
das empresas de projetos navais.
48
introduzidas para concentrar o fornecimento em um número menor de
sistemistas e evitar muitas interfaces entre diversas empresas. O módulo ou
sistema é portanto fornecido e instalado por uma só empresa que se
responsabiliza pelo funcionamento completo do produto que está sendo
entregue.
49
Há, portanto, uma tendência à sobrecapacidade instalada na indústria naval
que é resultante dos ciclos econômicos mundiais e acentuada ainda mais por
conta de políticas públicas que são implementadas em diversos estados
nacionais e justificadas sob os mais variados argumentos: soberania nacional ,
defesa, balança comercial, geração de emprego e renda etc.
50
normas equipamentos e know-how norueguês, tornando o setor naval brasileiro
dependente deste padrão. Segundo os autores, não há perspectivas de
emparelhamento para o Brasil, pois, neste tipo de acordo, a indústria brasileira
teria se colocado em uma posição eternamente atrasada tecnologicamente. A
importação de pacotes tecnológicos não cria inteligência na indústria e
determina um padrão tecnológico dependente do país líder e a mercê das suas
conveniências.
51
De forma geral observa-se que nos segmentos de maior diferenciação de
produto a oferta de peças para a construção de navios no Brasil é dominado
por multinacionais ou então a necessidade de suprimento é proveniente do
exterior. Este é o caso dos segmentos de propulsão e governo das
embarcações. A produção de motores, eixos, hélices, leme e comando são
limitados no Brasil por conta da escala de produção. As possibilidades de
produção local podem ser pequenas. Este é o caso de produtores como a
MAN-Diesel e a Rolls-Royce fornecem todo o sistema de propulsão, desde a
concepção, projeto, planejamento, englobando motores principais, grupos
diesel geradores, e pacote de propulsão com eixo e hélice. Neste segmento
destaca-se a produção de motores da estatal na área nuclear a Nuclep.
52
menos diferenciados ou commodities. Na produção de material elétrico e
hidráulico como cabo, conexos, tubos, conectores, nos segmentos de pouca
diferenciação destaca-se a WEG, produtora de motores elétricos, a
Technomaster que produz equipamentos na área de conversão de energia. A
Ficap que fabrica fios esmaltados, cabos elétricos, cabos de telecomunicação
etc. No segmento de juntas metálicas a empresa Blag produz juntas de
expansão metálica e em borracha. Nos segmentos de commodities várias
siderúrgicas atuam na produção sob encomenda de peças fundidas de aço
como a VDL-Siderurgia. Na produção de aços planos, a Usiminas.
De forma geral as entrevista não tiveram o objetivo de fazer uma lista exaustiva
das firmas fornecedoras de navipeças da indústria naval no Brasil. No entanto
é possível verificar alguns sinais importantes. A escala de produção é um
importante determinante da competitividade mesmo nos segmentos de menor
diferenciação de produto. As firmas diversificam sua produção baseado no
centro de suas competências, ou seja, com a mesma base tecnológica
fornecem solução para diversos segmentos industriais e não apenas para o
setor naval. Esta é uma característica especialmente relevante para a
estratégia de crescimento das firmas no longo prazo e também uma forma de
contornar os problemas de ciclos estruturais da indústria naval. As firmas de
capital nacional são competitivas nos segmentos de menor diferenciação de
produto e nas commodities enquanto que as firmas multinacionais produzem
bens de maior valor agregado e com maior diferenciação de produto onde a
inovação tecnológica é o padrão de competição.
53
No segundo grupo de navipeças estão os sistemistas e as firmas que
produzem máquinas e equipamentos para o setor naval. Neste segmento a
concorrência é oligopolista, as tecnologias são proprietárias e a necessidade
de redes para prover assistência técnica no mundo inteiro é uma barreira à
entrada especialmente relevante. Os preços são administrados e a oferta
mundial é relativamente rígida no curto prazo. O exemplo típico deste mercado
é de produção de motor dois tempos para navios que são produzidos por duas
multinacionais a MAN-Diesel e a Wartsila.
No setor naval o investimento direto estrangeiro (IDE) das navipeças tem sido
um dos mecanismos principais no processo de internacionalização das
atividades produtivas. O IDE também tem desempenhado papel relevante na
internacionalização das atividades tecnológicas. No caso de segmentos da
indústria naval como o de motores e propulsão, o esforço inovador das
empresas são extremamente concentradas nos países desenvolvidos como a
Noruega por exemplo. De Negri (2006) mostra que esta é uma das razões
pelas quais a importação de tecnologias dos países centrais pode ser um
mecanismo importante de desenvolvimento tecnológico dos demais países.
Segundo Dunning (1994), no final dos anos 80, mais de 80% dos gastos
mundiais em P&D estavam concentrados em cinco países desenvolvidos. Além
da concentração geográfica, as atividades inovadoras estão também muito
concentradas em um pequeno número de grandes corporações. As
capacitações tecnológicas das ETNs são uma das vantagens específicas que
possibilitam a essas empresas superar os custos e os riscos de competir em
outros países e mesmo desafiar consolidados produtores domésticos com uma
entrada por meio da criação de nova capacidade produtiva (Hymer, 1976).
Essas características, mais uma vez, ressaltam a importância dessas
corporações e conseqüentemente, do IDE, como canais preferenciais de
transferência de tecnologia para os países em desenvolvimento. Este é o
exemplo da indústria naval no Brasil, particularmente do setor de navipeças.
Segundo De Negri (2006), a propensão da firma a internalizar a produção das
novas tecnologias no seu próprio país seria maior do que no caso de produtos
54
ou tecnologias maduras. 11 Assim, o desenvolvimento tecnológico se daria no
mercado de origem, de onde a firma começaria a exportar o novo produto. Com
o amadurecimento da tecnologia, o próximo passo na internacionalização da
empresa seria a produção daquele bem em outros países. Segundo essa visão,
as atividades de P&D nos países receptores do IDE estariam restritas a
adaptações de produtos – para atender às especificidades da demanda – e de
processos produtivos – em virtude das diferenças nos fatores produtivos dos
países. No entanto, o ciclo do produto tem se tornado altamente comprimido,
com empresas engajadas em projetos de inovação quase simultânea nos seus
principais mercados. Desse modo, as firmas estariam agora acessando
vantagens tecnológicas nas mais diferentes localizações, movimento facilitado
pelas tecnologias da informação que reduzem os custos de coordenação das
atividades inovadoras. Cantwell (1995), por exemplo, encontra evidências de
um movimento de globalização da atividade inovadora entre as ETNs. Para ele,
hoje essas empresas procuram explorar as vantagens tecnológicas dos
diversos países, tornando suas atividades inovadoras cada vez mais
internacionalizadas.
11
Vernon, R. (1995)
55
estrangeiras são menos propensas e realizam menores investimentos em
pesquisa do que as domésticas.12
De Negri (2006) argumenta também que existem diferença entre países latino-
americanos na atração de investimento em P&D. No Brasil, as filiais de
multinacionais investem mais em pesquisa – como proporção do faturamento –
do que as filiais argentinas e mexicanas. Mais uma vez, essa diferença
permanece significativa mesmo quando comparamos empresas estrangeiras
similares nos mesmos setores de atividade. Esses fatos sugerem, segundo a
autora, a existência de uma relação positiva entre o esforço tecnológico
empreendido pela economia doméstica e aquele realizado pelas transnacionais
instaladas nesses países. Pode-se postular várias hipóteses para explicar essa
correlação positiva. Podem existir efeitos de transbordamento derivados da
atuação das multinacionais ou, ao contrário, o próprio investimento em P&D
das empresas domésticas pode ser um fator adicional a atrair o investimento
estrangeiro em pesquisa. Também podemos argumentar que as mesmas
variáveis exógenas afetam tanto a propensão de empresas domésticas quanto
das empresas estrangeiras a investir em P&D nos países analisados. Nesse
sentido, argumentamos que além do tamanho da subsidiária e do seu setor de
atuação, algumas características locacionais dos países podem contribuir para
explicar a maior ou menor propensão das multinacionais a realizar
investimentos em pesquisa nos países receptores.
12
Ver Araújo (2005)
56
4. FIRMAS COM POTENCIALIDADES PARA REERGUER O SETOR DE
NAVIPEÇAS NO BRASIL
Quadro 4.4
Competências da Metal Mecânica no Brasil e Necessidade para Navipeças
Petal-mecânica possui? Importância para
navipeças
Fundição muito muito alta
Usinagem muito Muito alta
Precisão muito alta
Montagem muito alta
Conformação muito média
Soldagem muito média
Pintura muito média
Corte muito baixa
Comando muito média
Confecção de circuitos elétricos terceirizada baixa
Montagens elétricas muito média
Fonte: Favarin et.all. (2008).
57
O trabalho de Favarin et.all. (2008) utiliza dados setoriais para identificar as
competências da indústria metal-mecânica no Brasil. É possível, no entanto,
aprofundar a análise feita pelos autores a partir de informações sobre as
empresas. Quantas empresas são líderes e buscam acumular conhecimento
novo capaz de reerguer a indústria naval em bases mais competitivas? Dentre
as mais de 1000 empresas fornecedoras para o setor naval, segundo
informações da ABIMAQ, quantas já fazem um esforço inovativo capaz
produzir de forma competitiva par ao setor naval?
Quadro 4.2
Mapeamento das CNAES que Fornecem Peças para o Setor Naval
Cadeia produtiva
Componentes chaves Setores identificados como
Grupo naval segundo
segundo Favarin Navipeças em Oliveira
CNAE Matriz Insumo
et.al. (2008) (2007)
Produto
248 Tintas
252 Plástico
271 Aço e Derivados
272 Aço e Derivados
273 Aço e Derivados
274 Aço e Derivados
281 Produtos de Metal
282 Caldeira a óleo Produtos de Metal
289 Âncoras e Hélices Produtos de metal
Bombas, compressores,
Motor principal,
291 motores a gás e Diesel, Motores e Bombas
bombas, compressores
turbinas
292 Guindaste de carga Guindastes e guinchos Guindastes e outros
Geradores e motores Painéis elétricos; grupo
311
elétricos geradores
Subestação de
312 Transformadores
transformação
Sistemas de
332 Instrumentação
automação
Sistemas de Instrumentos e Sist.
333 Instrumentação
automação Automação
Fonte: Elaboração própria a partir de Favarin et. all. (2008) e Oliveira (2007).
58
Para mapear os grupos CNAEs que seriam fornecedores de Navipeças, optou-
se por escolher três trabalhos. O primeiro mapeamento veio dos setores da
metal-mecânica que foi identificado em Favarin et. all. (2008). O segundo foi o
trabalho de Oliveira (2007) realizado para a indústria de petróleo e gás, mas
que contém um mapeamento do que é considerado navipeças. O terceiro foi a
análise da matriz insumo-produto realizado neste trabalho. A comparação
destes três estudos está no Quadro 4.2.
59
setor ocupam 286 mestres e doutores em P&D sendo a sua grande, 224, estão
ocupados nas empresas multinacionais.
60
Tabela 4.1
Empresas Líderes nas Indústrias que Fornecem Peças para o Setor Naval
(2005)
Empresas Líderes na Indústria
Grupo CNAE Total Nacionais Estrangeiros
Número de Firmas 18 8 10
Faturamento (MI R$) 4.749,71 1.127,46 3.622,25
Fabricação de tintas, vernizes, Gasto em P&D (MI
esmaltes, lacas e produtos R$) 56,15 29,28 26,87
afins (248) Doutores/Mestres
P&D 34 4 30
Exportações (MI US$) 126,74 14,86 111,88
Número de Firmas 49 33 17
Faturamento (MI R$) 6.401,49 3.719,96 2.681,53
Gasto em P&D (MI
Fabricação de produtos de
R$) 44,47 18,90 25,57
plástico (252)
Doutores/Mestres
P&D 17 10 7
Exportações (MI US$) 225,31 74,29 151,02
Número de Firmas 3 3 0
Faturamento (MI R$) 2.474,05 2.474,05 0,00
Gasto em P&D (MI
Siderúrgicas integradas (271) R$) 2,85 2,85 0,00
Doutores/Mestres
P&D 3 3 0
Exportações (MI US$) 763,60 763,60 0,00
Número de Firmas 10 6 4
Faturamento (MI R$) 29.586,91 15.788,00 13.798,91
Fabricação de produtos
Gasto em P&D (MI
siderúrgicos - exclusive em
R$) 66,80 26,11 40,70
siderúrgicas integradas
Doutores/Mestres
(272)
P&D 70 19 51
Exportações (MI US$) 3.460,98 2.566,34 894,64
Número de Firmas 10 8 2
Faturamento (MI R$) 2.876,58 815,37 2.061,21
Fabricação de tubos - exclusive Gasto em P&D (MI
em siderúrgicas integradas R$) 8,21 1,21 7,00
(273) Doutores/Mestres
P&D 8 3 5
Exportações (MI US$) 160,64 47,04 113,60
Número de Firmas 7 4 3
Faturamento (MI R$) 8.792,59 5.445,01 3.347,57
Metalurgia de metais não- Gasto em P&D (MI
ferrosos R$) 18,68 7,93 10,75
(274) Doutores/Mestres
P&D 7 1 6
Exportações (MI US$) 1.317,19 886,47 430,72
Número de Firmas 9 9 0
Fabricação de estruturas Faturamento (MI R$) 697,19 697,19 0,00
metálicas e obras de caldeiraria Gasto em P&D (MI
pesada e de tanques, caldeiras R$) 0,20 0,20 0,00
e reservatórios metálicos Doutores/Mestres
(281-282) P&D 2 2 0
Exportações (MI US$) 21,59 21,59 0,00
61
Número de Firmas 19 14 5
Faturamento (MI R$) 2.280,53 1.077,67 1.202,87
Fabricação de produtos Gasto em P&D (MI
diversos de metal R$) 20,27 5,64 14,63
(289) Doutores/Mestres
P&D 2 1 1
Exportações (MI US$) 95,56 72,51 23,05
Número de Firmas 33 16 16
Faturamento (MI R$) 7.003,29 628,81 6.374,49
Fabricação de motores,
Gasto em P&D (MI
bombas, compressores e
R$) 43,47 2,75 40,73
equipamentos de transmissão
Doutores/Mestres
(291)
P&D 62 8 54
Exportações (MI US$) 776,10 36,28 739,82
Número de Firmas 30 18 12
Faturamento (MI R$) 921,99 469,13 452,86
Fabricação de máquinas e Gasto em P&D (MI
equipamentos de uso geral R$) 9,92 5,29 4,62
(292) Doutores/Mestres
P&D 26 2 24
Exportações (MI US$) 28,31 19,76 8,55
Número de Firmas 17 14 3
Faturamento (MI R$) 1.459,73 865,18 594,55
Fabricação de geradores,
Gasto em P&D (MI
transformadores e motores
R$) 16,83 14,46 2,37
elétricos
Doutores/Mestres
(311)
P&D 4 2 2
Exportações (MI US$) 98,31 46,16 52,14
Número de Firmas 8 3 4
Faturamento (MI R$) 4.377,68 127,86 4.249,82
Fabricação de equipamentos
Gasto em P&D (MI
para distribuição e controle de
R$) 144,41 1,95 142,46
energia elétrica
Doutores/Mestres
(312)
P&D 45 1 44
Exportações (MI US$) 171,73 2,05 169,68
Número de Firmas 10 7 4
Fabricação de aparelhos e
Faturamento (MI R$) 627,98 308,40 319,58
instrumentos de medida, teste
Gasto em P&D (MI
e controle - exclusive
R$) 3,09 1,92 1,17
equipamentos controle de
Doutores/Mestres
processos industriais
P&D 0 0 0
(332)
Exportações (MI US$) 23,19 4,88 18,32
Número de Firmas 4 4 0
Fabricação de máquinas,
Faturamento (MI R$) 82,83 82,83 0,00
aparelhos e sistemas
Gasto em P&D (MI
eletrônicos dedicados a
R$) 4,76 4,76 0,00
automação industrial e controle
Doutores/Mestres
do processo produtivo
P&D 6 6 0
(333)
Exportações (MI US$) 0,13 0,13 0,00
Fonte: Elaboração própria a partir da PINTEC, PIA e SECEX.
62
5. INSTRUMENTOS DE POLÍTICA PARA O SETOR NAVAL BRASILEIRO
63
dependem de financiamentos. Ferraz et al. (2002) criticam o fato de que os
incentivos para o uso do FMM não estão associados a requisitos de eficiência.
O segundo aspecto que merece destaque na questão das políticas é a
proteção ao mercado de transporte marítimo de cargas na cabotagem, na
navegação fluvial, bem como a navegação de apoio marítimo e portuário,
restrita aos navios brasileiros. Um benefício da proteção diz respeito à
expansão do limite de afretamento de embarcações estrangeiras para
empresas que constroem navios no Brasil.
64
suprimento. Além dessas, serão contratadas 18 embarcações voltadas para
operações de recolhimento de óleo exigidas pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para cobertura das
áreas de exploração e produção de petróleo e gás natural.
13
No que diz respeito a políticas industriais praticadas no exterior, um estudo de caso
interessante é o norte-americano. Nos Estados Unidos, a CN é estratégica em função não só
da navegação mercante, mas principalmente devido à produção de embarcações militares. Em
2004, o governo norteamericano contratou a First Marine International para desenvolver um
benchmarking junto a estaleiros estrangeiros, e avaliar a situação e deficiências da indústria
estadunidense. Parte dos resultados está publicada no relatório Global Shipbuilding Industrial
Base Benchmarking Study, de maio de 2005. Para o First Marine International, existe uma
relação direta entre a adoção best practices e o aumento da produtividade: Com base em uma
metodologia do First Marine International – mencionada anteriormente no texto – os estaleiros
são classificados em 5 níveis, sendo 1 o menos sofisticado tecnologicamente, e 5
representando o estado da arte. Não obstante a sofisticação em alguns processos específicos,
na média os estaleiros norte americanos encontravam-se em situação inferior aos principais
players mundiais. O mercado dos EUA é particular, visto que o Departamento de Defesa
estabelece contratos que garantem o custo mais uma margem para os estaleiros. Logo, os
incentivos para a redução de custos é reduzida. Entre os principais vilões para a elevação de
custos estão: começar uma construção com design imaturo, atrasos nos cronogramas de
entrega de materiais e outros, mão de obra inexperiente, e quedas na produtividade
decorrentes da construção de novas instalações e introdução de novas séries de embarcações.
Com base nos resultados do projeto, o Vice Secretário de Defesa (Política Industrial - Deputy
Under Secretary of Defense (Industrial Policy) – ODUSP(IP), no original) propôs o Shipbuilding
Industrial Base Investment Fund (SIBIF) com o objetivo de financiar uma série de melhorias na
CN (ver Quadro A_2)
65
6. CONCLUSÕES
66
retomada da indústria naval no Brasil não tem sido acompanhada pela
melhoria dos indicadores de esforço tecnológico das firmas. Isso parece
indicar que o desenvolvimento deste setor no Brasil tem sido feito sem
uma estratégia voltada para a criação de competência capaz de colocar
o Brasil de forma competitiva no mercado internacional.
3- A indústria brasileira possui competências acumuladas capaz de
reerguer de forma competitiva a produção naval no Brasil associada à
produção de petróleo e gás offshore. As competências da indústria no
Brasil estão associadas às capacitações disponíveis na engenharia que
estão presentes em diversas firmas de capital nacional e estrangeiras da
indústria brasileira. Para que estas competências sejam aproveitadas é
necessário que a política industrial de exploração das reservas
petrolíferas do pré-sal atenha-se, no setor naval, para questões como:
a. Há uma fragilidade especialmente relevante nos mecanismos de
financiamento as atividades de P&D e a articulação universidade
empresa. Todos os países que se tornaram líderes na produção
naval possuem centros de pesquisa e laboratórios especialmente
montados para atender a produção naval.
b. Nas primeiras etapas da produção industrial naval as firmas
brasileiras têm forte dependência da importação de partes peças
e componentes dentro dos pacotes tecnológicos vindos do
exterior. Compras de pacotes tecnológicos têm que vir
associados à transferência de tecnologia e capacitação de
empresas brasileiras (inclusive a formação de joint ventures).
Este círculo de dependência pode ser quebrado somente com a
capacitação tecnológica das firmas e criação de capacidade na
engenharia local. Do ponto de vista da engenharia, há firmas com
características para desenvolvimento local de capacitações e a
PETROBRAS pode ter um papel relevante na construção destas
capacitações, inclusive utilizando suas capacitações em
engenharia.
c. A escala de produção e a desarticulação da rede de fornecedores
sempre serão os grandes desafios da produção naval no Brasil. O
custo de entrada associado a desenvolvimento, realização de
67
ensaios e certificação também são especialmente relevantes. A
produção nacional de navipeças depende da elaboração de
projetos de navios e condições de fornecimento no mercado
nacional com garantia de volume de compras.
68
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
69
FIRST MARINE INTERNATIONAL. Findings for the global shipbuilding
industrial base benchmarking study. August 2005.
FERRAZ, J. C. et al. Estudos da competitividade de cadeias integradas no
Brasil: impactos das zonas de livre comércio. Cadeia: Indústria Naval.
Campinas: 2002.
70
PINTO, M. M. O. et al. Avaliação do desempenho financeiro dos estaleiros
mundiais a partir de diferentes estratégias produtivas. 2007.
Disponível em
<http://www.gestaonaval.org.br/arquivos/documentos/Ind%20Naval%20-
%20Din%C3%A2mica/CEGN%20-
%20Avalia%C3%A7%C3%A3o%20do%20desempenho%20financeiro%20
dos%20estaleiros%20mundiais%20a%20partir%20de%20diferentes%20e
strat%C3%A9gias%20produtivas.pdf>. Acesso em 6 fev. 2009.
71
8. ANEXOS
Tabela A_1
Balança Comercial do Setor Naval Brasileiro
Ano Valor exportado Valor importado Saldo
Tabela A_2
Países de Destino das Exportações Brasileiras
2000 2007
Valor Valor
Destino Valor Destino Valor
percentual percentual
Paises baixos
Estados unidos 2.374.905 27,9% 556.170.549 76,9%
(holanda)
Bangladesh 2.023.173 23,8% Cingapura 99.201.080 13,7%
Bahamas 1.871.120 22,0% Estados unidos 51.479.718 7,1%
Malta 1.500.000 17,6% Reino unido 2.709.027 0,4%
Reino unido 300.000 3,5% Liberia 2.300.000 0,3%
Angola 173.823 2,0% Colombia 2.118.375 0,3%
Argentina 73.495 0,9% Angola 1.897.469 0,3%
Uruguai 53.091 0,6% Noruega 1.860.511 0,3%
Paraguai 32.152 0,4% Romenia 1.730.896 0,2%
Grecia 20.000 0,2% Jordania 705.234 0,1%
Demais países 77.375 0,9% Demais países 3.471.009 0,5%
72
Tabela A_3
Países de Origem das Importações Brasileiras do Setor Naval
2000 2007
Valor Valor
Origem Valor Origem Valor
percentual percentual
Estados unidos 5.634.563 40,3% Estados unidos 14.168.735 26,8%
Reino unido 2.757.416 19,7% Italia 13.841.958 26,2%
Canada 1.690.539 12,1% Canada 10.987.320 20,8%
Dinamarca 1.251.365 9,0% Paises baixos 4.341.339 8,2%
Japao 1.125.759 8,1% Reino unido 2.601.146 4,9%
Italia 634.595 4,5% Noruega 1.980.848 3,8%
Franca 321.884 2,3% Japao 1.134.325 2,1%
Alemanha 161.843 1,2% Franca 832.369 1,6%
China 122.271 0,9% China 698.318 1,3%
Noruega 85.887 0,6% Argentina 546.226 1,0%
Demais países 178.617 1,3% Demais países 1.645.401 3,1%
Tabela A_4
Principais Produtos Exportados
Ano NCM Descrição Valor
73
89069000 outros embarcacoes 24.492.997
outs.embarcacoes p/transp.mercadorias ou
89019000 7.018.436
pessoas/mercad
outs.barcos/embarcacoes de
89039900 4.679.200
recreio/esporte,incl.canoas
89039200 barcos a motor,exc.com motor fora-de-borda 3.861.481
89039100 barcos a vela,mesmo c/motor auxiliar 680.896
Tabela A_5
Principais Produtos Importados
Ano NCM Descrição Valor
74
Tabela A_6
Características das Firmas no Setor Naval Brasileiro
Tipo de empresa
Indicador
Seguidoras Frágeis Emergentes Total
Nº de empresas 21 83 5 109
Quadro A_1
Exemplos de Navipeças Brasileiras
Empresa Característica
Avac Empresa Multinacional, sede US, produtora de Bombas de vácuo,
Manômetros de Vácuo, Sistemas de alto vácuo, Bombas de
Difusão , Bombas Turbo molecular, Bombas de anel Liquido,
Detectores de Vazamento, Sistemas de Tanque a vácuo,
Sopradores , Câmera de vácuo. A empresa foi fundada em 1969
na Califórnia para atender as necessidades de equipamento de
alto vácuo da indústria local.
Brodene Dahl Empresa Multinacional, parte do Grupo Dahal, com sede na
Dinamarca, onde é líder na produção de tubulações, equipamento
de ventilação e de equipamento para produção de petróleo. A
empresa fornece equipamentos para toda a indústria com ênfase
na petroleira.
BSBA Empresa brasileira, produtora de vários tipos de compressores
(refrigerado a ar, sobre reservatório, isento de óleo e de secadores
para absorção). Produção destinada uso industrial em vários
setores.
Cummins Empresa multinacional com sede nos Estados Unidos produtora
de motores a diesel, geradores e componentes para segmentos
da indústrias automotiva, naval, mineração e agricultura. A
empresa foi criada em 1919, em Indiana (EUA) para produzir de
75
motores estacionários para utilização em agricultura. Durante a II
Guerra Mundial, quando a Cummins Engine Co. passou a fornecer
motores para o exército norte-americano na Europa, seus motores
ganharam espaço no mercado internacional. A Cummins é
considerada a maior fabricante independente de motores a diesel
mundial com 80 fábricas de motores, geradores e componentes e
5 mil pontos de serviços em 197 países.
PWR Empresa brasileira com participação de capital estrangeiro, que
produz equipamentos como válvulas, bombas centrifugas e
caldearia pesada para Indústria de Petróleo Gás Mineração e e
diversas outros setores da indústria de transformação. A PWR
MISSION inicia-se em 1959, com a fundação da Usinape-
Usinagens de Precisão S/A. e em seguida associa-se á empresa
Mission Manufacturing, de Houston / Texas. Em 1972, a Mission
foi incorporada ao grupo internacional TRW, fabricante de
equipamentos de avançada tecnologia nas áreas espacial,
automotiva e industrial, mudando sua razão social para TRW
MISSION. Em 1987, a "Sanson" adquiriu o controle da TRW
MISSION no Brasil, assumindo a tecnologia e a fabricação de
todos os seus produtos utilizados em pesquisa, perfuração,
produção de petróleo e gás. No Brasil a empresa tem a razão
social de PWR MISSION Industria Mecânica Ltda.
Rolls Royce Empresa Multinacional, parte do Grupo Rolls-Royce Group plc
Marine com sede na Noruega, desenvolve e fabrica motores de aviões
comerciais, militares motores aeronáuticos; marinho sistemas de
propulsão e sistemas de energia para a indústria offshore de
petróleo e gás e de centrais elétrica. A empresa atende
particularmente segmentos de ponta da Indústria Naval, Defesa
civil, Aeroespacial e os Mercados de Energia.
Sperre Marine Empresa Multinacional com sede na Suíça que produz
Motores Diesel, Turbo Compressores, Bombas, Purificadores de
Óleo Mineral, Geradores de água doce e fornece componentes
para Indústria naval. O grupo Sperre atua em quatro áreas de
negócio: compressores, trocadores de calor de casco e tubo,
fundição e cilindros de pressão. A Sperre Industry é o maior
fabricante mundial de compressores de ar de partida para uso
naval. Hoje, um em cada cinco navios nos oceanos do mundo
possui compressores de ar de partida da Sperre. A Sperre oferece
também uma grande gama de trocadores de calor. A Sperre
Støperi é um dos líderes em fundição na Escandinávia,
fornecendo carcaças de ferro . A empresa fornece cilindros de
pressão e outras estruturas soldadas, dentro e fora do grupo
Sperre para a Europa e Oriente Médio.
Stemac Empresa Brasileira especializada em Sistemas Geradores de
Energia tais como; Geradores da Diesel, Geradores a Gás
Natural, Carenados e Selenciados, Sistemas de Controle de
Força. Atende um mercado diversificado desde hospitais,
76
condomínios, construção civil á empresas de telecomunicação,
entre outros. A empresa foi fundada em 28 de dezembro de 1951,
sob a denominação de Sociedade Técnica de Máquinas e
Acessórios LTDA, a STEMAC iniciou suas atividades
comercializando acessórios e peças para automóveis importados
e pequenos motores a gasolina.
Thecnomaster Empresa Brasileira que produz equipamentos eletrônicos na área
de conversão de energia. Entre os principais produtos estão
Acumuladores (Baterias ) Carregadores, Luminárias e Inversores.
A empresa fornece equipamentos tanto para Indústria Naval como
para habitações.
Tranter Empresa Multinacional, especializada na produção de placas de
troca de calor para uma variedade de segmentos industriais e de
comercio. No Brasil a empresa tem expandido sua atuação no
segmento sucro alcoleiro e atividades off-shore.
Tubexpress Empresa Nacional de distribuição de tubos para a indústria de
transformação.
Aalborg Empresa Multinacional com sede na Dinamarca, que produz
caldeiras de vapor; Caldeiras de água quente; Caldeiras de fluído
térmico; Caldeiras aquatubulares; Recuperação de calor;
Economizadores; Acessórios para caldeiras;
Tridente Empresa Brasileira que produz variedade de Bombas (centrífugas,
carga, de controle de carga, de carga para navios químicos, de
poço profundo, de Incêndio, de combate a incêndio), Geradores,
Sistemas de Gás, Sistemas de geração de água para setores
Navais Off shore e Industriais. Além disso, a empresa fornece
serviços de Engenharia e Consultoria. A Tridente foi a primeira
empresa a fabricar no Brasil, Sistemas de Tratamento de Esgotos
Sanitários e Separadores de água e óleo para navios e
Plataformas de Petróleo.
Ficap Empresa Brasileira que fabrica fios esmaltados, cabos elétricos
para baixa, média e alta tensão, cabos de controle, de
instrumentação e para telecomunicações. A empresa atua nos
mercados de operadoras de telefonia, concessionárias de energia,
geração, transmissão e distribuição, na construção civil, indústria
naval, química, petroquímica, mineração entre outros.
Deconav Empresa Brasileira especializada em fabricação de móveis e
montagens dos serviços de arquitetura para acomodações de
navios e plataformas.
Akzo Nobel Multinacional holandesa, considerada a maior na área de pintura e
revestimento. È uma das grandes produtoras de produtos da
indústria química que atende diversas indústrias.
Balg Empresa brasileira fabricante de juntas expansão metálicas, em
borracha, não-metálicas, do tipo Dresser; tubos flexíveis em aço
inox e latão; projetos e aplicações especiais. Além disso, a
empresa atua na recuperação de juntas de expansão avariadas e
dá técnica, instalação e manutenção B-FLEX. A Balg tem na sua
77
carteira de clientes nos mais diversos segmentos como: Usinas
geradoras de energia elétrica; Indústria de papel e celulose;
Indústria química e petroquímica; Estações de tratamento de
efluentes; Indústria naval e offshore, ventilação e ar condicionado.
Fundada em 1978, a Balg do Brasil Industrial Ltda é uma empresa
de capital 100% nacional e é considerada fabricantes de juntas de
expansão do mercado brasileiro. A Balg desenvolve soluções para
os vários segmentos de mercado como o siderúrgico, naval, papel
e celulose, petroquímico, de refrigeração e outros.
Dinatécnica Empresa multinacional brasileira que produz juntas de expansão;
tubos flexíveis; suportes de mola; acoplamentos; revestimentos
em PTFE; vedações. Atende principalmente nas áreas de
petroquímica, química, papel & celulose, siderúrgica, geração de
energia, ar condicionado e ventilação, alimentícia e sucro-
alcooleira. Possui fábricas em São Paulo (Brasil) e Buenos Aires
(Argentina). A Dinatecnica conta com uma participação acionária
da 'BOA BKT GmbH' (Alemanha), que por sua vez é proprietária
da Tubest (França), SFZ (França), BOA (Suíça) e American Boa
(USA), todos fabricantes de juntas de expansão metálicas, foles e
tubos flexíveis
Techlabor/TTS Empresa multinacional brasileira com a presença de capital
estrangeiro. Atua nas áreas de projeto, desenvolvimento e a
fabricação de equipamentos para as áreas naval, petrolífera e
industrial; engenharia (engenharia mecânica, gerenciamento de
projetos, especificação de sistemas); controle da qualidade;
produção (oficina de aço, fabricação mecânica, usinagem e
caldeiraria, montagem de campo, oficina elétrica). A Techlabor
firmou parceria empresarial com as empresas - norueguesas TTS
Marine Cranes e TTS Kocks, ambas do grupo TTS Marine ASA,
visando a fabricação no Brasil de guindastes para aplicações
navais e offshore.
VDL Siderurgia Empresa brasileira do setor de Siderurgia. Atua na produção e
comercialização, sob encomenda, de peças fundidas em aço
carbono, aço ligado, aço manganês e ferro ligado em bruto ou
usinadas. A VDL Siderurgia fabrica ferro-gusa nodular cinzento e
aciaria, material ferroviário, componentes mecânicos, peças de
desgaste para britadores mandíbulas e mantos, equipamentos de
penetração no solo para aplicação em carregadeiras,
escavadeiras, tratores, revestimentos e martelos para moinhos,
chapas de desgaste e diversas peças sob encomenda.
Dânica Empresa multinacional brasileira que atua na produção de
Termoindústria termoisolantes. Fornece para indústrias que demandam câmaras
frigoríficas, supermercados, construção civil, naval, offshore. A
Dânica é uma companhia européia e latino-americana. Sua
estrutura está localizada em três regiões globais: Europa, América
do Norte, América Central e América do Sul.
WEG Empresa multinacional brasileira que produz motores elétricos.
78
Fornece para vários setores industriais que demandam motores
elétricos. Líder do mercado de motores elétricos na América
Latina e figurando entre os cinco maiores fabricantes do mundo, a
WEG exporta para mais de 100 países e conta com filiais e
assistência técnica nos cinco continentes.
Usiminas Empresa brasileira produtora de aço. Fornece para todas as
indústrias que demandam aço.
Arcelor Brasil Multinacional produtora de aço. Fornece para todas as indústrias
que demandam aço. Uma das principais siderúrgicas da América
Latina.
Macnor A Macnor é uma empresa de comércio e serviços, que possui em
sua linha de representação de equipamentos noruegueses,
sistemas de propulsão, de ar condicionado, guindastes e
incineradores.
MAN-Diesel Empresa multinacional européia (Alemanha) que atua na
produção de motores de ciclo diesel de grande porte para os
setores marítimo, offshore e de energia elétrica. Atua na indústria
naval, lidera hoje o mercado nos quesitos de maior quantidade e
diversidade de modelos, atendendo à faixa de potência de 500 a
97 mil kW – o maior motor Diesel já projetado no mundo. A
subsidiária MAN Diesel Brasil, chegou ao Brasil em 1978,
responde pela venda e marketing dos produtos de sua matriz no
Brasil e Cone Sul. A empresa presta serviços de assistência
técnica e manutenção para clientes domésticos e/ou estacionados
nesses países.
Wartsila Empresa multinacional finlandesa que produz motores e prestação
de serviços para navios e usinas termeléricas para indústria naval.
A atuação no país se dá por meio de três áreas de negócio: Power
Plants, Ship Power e Services. Em Power Plants, a Wärtsilä é líder
na implantação de usinas termelétricas, oferecendo soluções
flexíveis de energia em diversos campos. Em Ship Power, a
empresa oferece soluções para necessidades de energia e
propulsão marítima, assumindo a responsabilidade desde a
concepção, durante toda a vida útil da embarcação. Em Services,
a Wärtsilä realiza serviços em motores próprios ou de outros
fabricantes, sistemas de energia, termelétricas ou serviços
marítimos em portos-chave.
Nuclep Empresa estatal brasileira que atua no setor de bens de capital
sob encomenda, preferencialmente na área de calderaria pesada;
Produz motores para navios, área nuclear e não nuclear, offshore.
Criada em 1975.
Enquip Empresa brasileira que fabricação de guinchos hidráulicos,
elétricos e pneumáticos para indústria petrolífera (Equipamentos
offshore) e indústria naval. Fundada há 24 anos é líder nacional
em desenvolvimento e fabricação de guinchos hidráulicos,
elétricos e pneumáticos
Gher Grupo de Pesquisa da University of Liège , Bélgica, sobre
79
GeoHydrodynamics and Environment Research- Geodinâmica e
pesquisa ambiental. O grupo vem realizando estudos sobre os
temas acima em várias localidade tais como: Mar do Norte, Mar
Negro, Mar de Aral, Sul da China, Golfo Pérsico e Mediterrâneo.
A empresa desenvolveu o modelos Mediterraneos de
Hydrodinamica nos Projetos EROS 2000 e Euromodel, e a base
de dados oceanográfica e Instrumentos de analises com os
Projetos Europeus, MERMAIDS, MODB e MEDAR.
80
Quadro A_2
Investimentos propostos no SIBIF
PROPOSED SIBIF INVESTIMENTS
Thrust Area Project Area Description Investment
Est. (million
US$)
Design for Production 21,4
Improve the Naval Ship Design Process 8,0
Design, Elevate Production Engineering 8,0
Engineering and Enable Enterprise Interoperability of 20,0
Production Design/Production Data
Engineering Format Outfit Production Information 1,0
Improve Dimensional and Quality Control Tools and 2,0
Shipyard Remedies
Practives
Eliminate No-Value-Added Production Activity 8,0
Expand the Use of Module Building (Outfitting 5,0
Production Packages)
Processes Balance the Use of Technology in Shipyards 2,0
Develop and Implement Advanced Material Handling 10,0
Develop Production Process Standards 2,0
Improve Shipyard Planning and Scheduling Systems 5,0
Consolidate/Streamline Production Management 5,0
Organization and
Information Systems
Operating Systems
Optimize Manpower and Work Organization 3,0
Improve Production Control Processes 5,0
Apply Lean/Six Sigma Tools to Streamline 6,0
Outsourcing and
81