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Mancais de Rolamentos

Mancais de Rolamentos:

Usa-se o termo mancal de rolamento ou simplesmente rolamento para descrever um tipo de mancal
em que a carga principal é transferida por meio de elementos em contato por rolamento em vez de
deslizamento. Num mancal de rolamento o atrito estático é aproximadamente o dobro do atrito
dinâmico, mas ainda é desprezível em relação ao atrito estático de um mancal de deslizamento. A carga,
a velocidade e a viscosidade do lubrificante afetam sensivelmente as características de atrito de um
mancal de rolamento. A designação “antifricção”, que vez por outra aparece para indicar um mancal de
rolamento, é incorreta e não deve ser usada.
Do ponto de vista do projeto, os mancais de rolamentos diferem, em diversos pontos, dos projetos
mecânicos comuns. O especialista no projeto de mancais de rolamento defronta-se com o problema de
projetar elementos que formarão o mancal de rolamento; estes elementos devem ser projetados para
ocuparem espaços cujas dimensões são especificadas; devem ser projetados para receber uma carga com
determinadas características; e, finalmente, devem ser projetados para terem uma vida satisfatória
quando utilizados sob as condições especificadas. Portanto, os especialistas devem considerar assuntos
tais como: resistência à fadiga, atrito, calor, resistência à corrosão, problemas cinemáticos, propriedades
dos materiais, lubrificação, tolerâncias de usinagem, uso e custo. Considerando todos esses fatores, os
especialistas em mancais chegam a um compromisso que, segundo eles, é uma boa solução para o
problema apresentado.

Tipos de Mancais de Rolamentos:

Os mancais de rolamentos são fabricados para suportarem cargas radiais, cargas axiais, ou uma
combinação das duas. A figura Nº01 apresenta a nomenclatura de um mancal de rolamento de esferas,
bem como suas quatro partes principais, o anel externo, o anel interno, as esferas ou elementos rolantes e
o porta-esferas ou separador. Para diminuir o custo, às vezes, omite-se o porta-esferas, que tem a
importante função de separar os elementos de forma a não haver atrito entre as esferas.

(Fig.: Nº01)
Esferas:

Rolamento Rígido de uma Carreira de Esferas:

Esse tipo de rolamento é chamado rígido porque não permite mobilidade


angular, ou seja, um anel não pode movimentar em ralação ao outro
(não pode ser desmontado, separando os anéis). Assim sendo, deve ser
usado onde há coaxialidade entre os mancais (apoios), em caixas de
velocidades de máquinas pequenas e médias ou em situações em
que a velocidade angular (rpm) é elevada e o rolamento esteja sujeito a
cargas “radiais e axiais” médias e pequenas, portanto esse tipo de rolamento
aceita cargas combinadas (radial e axial), sendo classificado como rolamento
radial.
(Fig.: Nº02)
Rolamento Autocompensador de Esferas:

É chamado de autocompensador porque permite mobilidade


angular. No anel interno, apresenta dois canais de rolamento e a
superfície interna do canal externo é arredondada (esférica).
Devido a isto as esferas e o anel interno podem se deslocar
do centro em relação ao anel externo. As esferas tomam,
automaticamente, uma trajetória do rolamento (forma esférica)
no anel externo, de modo a compensar qualquer desalinhamento
entre o eixo e o centro da caixa do mancal. Esses rolamentos são,
portanto, de alinhamento automático. Esse tipo de rolamento
suporta cargas radiais e axiais, e assim, está entre aqueles que
aceitam cargas combinadas (radial e axial). Permite também
uma mobilidade angular em torno de +2,5°, que pode corrigir
os defeitos dos eixos. (Fig.: Nº03)

Rolamento de Esferas de Contato Angular:

Possui um batente unilateral no anel exterior e, assim, montado aos pares, suporta cargas radiais e
axiais e classifica-se na série que suporta cargas combinadas (radial e axial). Na figura Nº04.a, temos a
disposição “X”de ação bilateral no anel interno ou seja, segura nos dois sentidos. Na figura Nº04.b,
temos a disposição “O” de ação bilateral no anel externo ou seja, segura nos dois sentidos.
Obs.: O ângulo de contato pode variar.

(Fig.: Nº04.a) (Fig.: Nº04.b) (Fig.: Nº04.c)


Rolamento Axial de Esferas de Escora Simples:

É indicado para cargas axiais em um único sentido, devendo ser montado aos pares quando houver
cargas axiais nos dois sentidos. Esse tipo de rolamento é desmontável e não aceita carga radial. É
constituído por um porta-esferas central e dois discos opostos, é desmontável e, por isso, os discos são
montados separadamente, facilitando os ajustes.
Obs.: “dg”; é maior do que “dw” para que o eixo em rotação montado sobre “dw” não esbarre no anel
fixo na caixa.

(Fig.: Nº05)

Rolamentos de Rolos:

Usados em conjuntos maiores (porque ao contrário das esferas que se apóiam em um único ponto, os
rolos apóiam-se em uma superfície), onde aparecem grandes cargas. Tipos de rolos: (a) esféricos; (b)
cilíndricos; (c) agulhas; (d) cônicos.

(Fig.: Nº06)

Rolamentos de Rolos Cilíndricos:

Os rolos são guiados por rebordos (flanges) em um dos anéis, sendo que o outro anel geralmente não
tem rebordo.
Tal dispositivo permite que o eixo se desloque axialmente em relação à caixa dentro de certos
limites, em caso de dilatação térmica (mesmo que não se deixe folga na tampa de encosto).
As séries NUP, NJ, HJ desse rolamento aceitam cargas radiais e axiais, porque possuem rebordos
nos dois anéis, portanto essas séries estão dentro daqueles tipos de rolamento que aceitam cargas
combinadas.As demais séries desse tipo de rolamento somente aceitam cargas radiais. De um modo
geral os rolamentos de rolos são empregados onde haja elevadas cargas radiais e possibilidades de
choques (sobrecargas), sendo classificados como rolamentos radiais.
(Fig.: Nº07)

Rolamentos de Rolos Cônicos:

Os rolos cônicos são dispostos obliquamente, e portanto, também as superfícies de rolamentos de


anéis, externo e interno.

Resulta que esse rolamento torna-se especialmente


apropriado para receber ao mesmo tempo cargas radiais e
axiais elevadas.

Devido as suas características próprias, o rolamento,


sujeito a reações (axiais nos dois sentidos), deve ser
compensado pela montagem de outro rolamento para fim de
suportar esforços axiais em sentido contrário. Por esta razão
os rolamentos cônicos são montados aos pares e contrapostos.

(Fig.: Nº08)

Rolamentos de Agulhas:

Nos rolamentos de agulhas, empregam-se como corpos


rotativos, agulhas compridas e cilíndricas.

Várias agulhas então colocadas na superfície de rolamento


contribuem para a ação de suporte da carga.

Esses rolamentos são os que necessitam de menor espaço


circular para a montagem por serem de diâmetros externos
pequenos. São indicados especialmente para cargas bruscas
em baixa rotação, no entanto, apresentam maior atrito e não
permitem cargas axiais.

(Fig.: Nº09)
Materiais empregados nos Rolamentos:

a) Anéis e Elementos Rolantes:


Aço-Liga ao cromo da série SAE 501....,511......,521...., com tratamento térmico.
b) Porta-Rolos ou Gaiolas:
♦ Chapa de aço prensada não temperada;
♦ Chapa de latão prensada;
♦ Bronze fundido;
♦ Nylon;
♦ Teflon,etc.

Quanto ao acabamento, as superfícies externas são retificadas, sendo que os elementos rolantes e as
pistas recebem um acabamento mais fino através de polimentos.

Avaria nos Mancais de Rolamentos:

Na montagem ou desmontagem de rolamentos ou de outras peças, deve-se tomar cuidado para que
os elementos rolantes não recebam golpes. Na montagem é prático bater com um martelo sobre uma
caneca somente no anel interno. Na desmontagem verificar o estado do rolamento, pois, a cavitação
(descascamento da pista) prematura indica uma sobrecarga, e o descascamento unilateral da pista indica
uma montagem defeituosa ou deformação do eixo por flexão ou dilatação térmica não prevista.

Lubrificação:

Os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas com sufixos “2RS” são autolubrificados
(blindados) e autovedados e não precisam ser lubrificados. Porém, é usual rechear de graxa esses
rolamentos na hora da montagem.
Os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas com sufixos “2Z” são autolubrificados
(blindados), porém sua lubrificação é deficiente, e necessitam de uma quantidade suficiente de graxa na
hora da montagem.
Os tipos que não forem autolubrificados (blindados) deverão receber lubrificantes, especialmente a
graxa, própria para rolamentos na montagem.
De um modo geral, prefere-se lubrificação à graxa, principalmente nas máquinas pequenas
(aparelhos domésticos), em veículos, etc. Antes de ser fechado com a tampa, o mancal deve receber uma
determinada quantidade de graxa de rolamentos, suficiente para toda a vida do mesmo. Não se prevê
uma lubrificação posterior.
Quando o rolamento tiver que ser protegido com a graxa, e ao mesmo tempo contra a penetração de
poeira, dever-se-á enchê-lo completamente de graxa. Devem empregar-se apenas graxas prescritas para
rolamentos. As graxas de máquinas são impróprias e conduzem a danos dos rolamentos.
Em mancais onde a temperatura atinge 70°C ou mais, todos os rolamentos, inclusive os blindados,
deverão ser lubrificados a óleo por anéis de lubrificação.
É prático colocar no eixo, perto do rolamento, um anel diâmetro externo, considerando que fique
uma parte dentro do óleo de tal forma, que em giro nebulize o rolamento. Se, nessas condições, os
rolamentos não forem lubrificados, terão as suas vidas diminuídas por crescimento da fadiga do
material.
A lubrificação a óleo é aconselhável nos casos em que outros elementos também lubrifiquem com
óleo, por exemplo, mancal de bronze, engrenagens de redutores, normalmente em temperatura de
funcionamento de 70°C, em rotação muito alta.
Por outro lado, o produto “d⋅n” maior que 400.000mm/min é motivo fundamental para a lubrificação
a óleo, onde “d” representa o diâmetro do eixo e “n” a velocidade angular em “rpm”.
Numeração dos Rolamentos:

Os números dos rolamentos são normalizados internacionalmente.


O mesmo código de numeração é usado por todos os fabricantes para designar o mesmo tipo de
rolamento.

Identificação:

O primeiro algarismo do número de um rolamento refere-se ao tipo. O segundo algarismo refere-se


ao diâmetro externo e a largura, com proporções crescentes, isto é, 62 tem diâmetro externo e largura
menor que “63” e assim por diante.
Os dois últimos algarismos definem o diâmetro interno do rolamento.

A relação é dada na tabela abaixo:

final “d” final x 5 “d”


00 10 04 x 5 20
01 12 05 x 5 25
02 15 até até
03 17 20 x 5 100

Exemplo:

FAG 6204 onde: FAG: nome do fabricante;


6xxx: rolamento fixo de esferas;
x2xx: D = 47mm e B = 14mm;
xx04: d = 20mm.

SKF 6304 onde: SKF: nome do fabricante;


6xxx: rolamento fixo de esferas;
x3xx: D = 52mm e B = 15mm;
xx04: d = 20mm.

Escolha do Rolamento:

Variáveis:

♦ rotação;

♦ tempo de duração;

♦ cargas aplicadas (Fr e Fa);

♦ temperatura de trabalho.
Principais Dimensões:

Os catálogos nos dão algumas medidas do rolamento, visando o projeto de peças ligadas ao mancal.
Assim, ressaltos ou rebaixos de encostos, assento do anel interno no eixo, furo da caixa para o anel
externo, raios de arredondamento de eixo ficam perfeitamente definidos pelo catálogo de fabricantes. O
catálogo nos fornece as seguintes dimensões:

D: diâmetro externo;
d: diâmetro interno;
B: largura do rolamento;
r: raio de arredondamento do rolamento;
rg: raio de arredondamento do eixo.

(Fig.: Nº10)

Obs.: para que o rolamento seja montado corretamente (apoiado no batente do eixo) é necessário que:
rg < r ⇒ essa exigência deve ser respeitada.

Determinação das Dimensões de um Rolamento:

Ao determinar as dimensões adequadas de um rolamento, deve-se distinguir, em primeiro lugar, se a


sua função será suportar cargas estando em rotação, ou estando parado, ou ainda efetuando somente
pequenos movimentos de oscilação. No primeiro caso, a condição de serviço é definida como sendo de
“carga dinâmica”, e nos outros dois, de “carga estática”.
Em caso de carga dinâmica, o cálculo da duração de serviço do rolamento é baseado no término de
sua “vida útil”, causado por fadiga do material. A fadiga é um processo inevitável, o qual, após
determinado período de tempo – que da magnitude da carga e do número de rotações, apresenta-se no
rolamento em forma de descascamento das pistas.
Em caso de carga estática, por outro lado, o cálculo considera deformações permanentes que possam
ocorrer nas pistas e nos corpos rolantes dos rolamentos em estado parado. Esse cálculo deve basear-se
no fato de que a possível deformação permanente do corpo rolante, sobre o qual incide a maior carga,
não deve vir a prejudicar o funcionamento do rolamento.
Os rolamentos que são expostos por maior espaço de tempo a temperaturas de serviço acima de
120°, deverão ser submetidos a um tratamento térmico de estabilização de medidas. Desse tratamento
térmico resulta uma diminuição da dureza e da capacidade de carga. A capacidade de carga reduzida de
um rolamento submetido a tratamento térmico é obtida multiplicando-se a capacidade de carga indicada
nas tabelas, pelo fator de dureza fm. O fator de dureza fm depende da temperatura de serviço a que será
exposto o rolamento.
Dimensionamento a Carga Dinâmica:

A capacidade dos rolamentos em suportar cargas dinâmicas está indicada em tabelas.


Essa capacidade representa a carga sob a qual 90% de um lote de rolamentos atingem um milhão de
rotações, sem apresentar sinais de fadiga por pressões dinâmicas repetitivas.
Para escolher um rolamento em rotação, com n ≥ 10rpm, calcula-se primeiramente a capacidade de
carga dinâmica, através de equação:

fL
C= ⋅ P (Eq.: Nº01)
fn

Onde:

C: capacidade de carga dinâmica [kgf];


fL: fator de forças dinâmicas (tabelado ou calculado);
fn: fator de número de rotação (tabelado ou calculado);
P: carga dinâmica equivalente;
n: rotação do eixo em rpm;
Lh: vida do rolamento em horas de funcionamento.

- Cálculo de fn e fL:

100 Lh
fn = 3 e fL = 3 (Eq.: Nº02)
3⋅n 500

Carga Dinâmica Equivalente (P):

É a carga que equivale à combinação das cargas axial e radial no rolamento, sendo dada por:

P = x ⋅ Fr + y ⋅ Fa (Eq.: Nº03)

Onde:

P: carga dinâmica equivalente [kgf];


x: fator radial (tabelado para cada tipo de rolamento);
Fr: força radial resultante, agente no mancal [kgf];
y: fator axial;
Fa: força axial [kgf].

Obs.: Quando houver “Fa”, considerá-la em apenas um mancal (mancal posicionado).

Quando:

Fa = 0 ⇒ x = 1 ⇒ P = Fr (Eq.: Nº04)

Fr = 0 ⇒ y = 1 ⇒ P = Fa (Eq.: Nº05)

Fa ≠ 0 ⇒ y = 1 ⇒ P = Fr (Eq.: Nº06)
Dimensionamento a Carga Estática:

Quando o rolamento tiver a função de suportar cargas estando parado ou oscilando lentamente
(n < 10rpm), para se evitar problemas de deformação permanente das pistas e dos elementos rolantes,
faz-se o dimensionamento através da capacidade de carga estática (Co).

Capacidade de Carga Estática (Co):

É a carga que aplicada ao rolamento, provoca uma deformação entre as pistas e os elementos
rolantes, expressa por:

Co = Ko ⋅ Po (Eq.: Nº07)

Onde:

ko: coeficiente de segurança;


Po: carga estática equivalente;
Co: capacidade de carga estática.

Exigência de Suavidade de Giro ko


Mínimo 0,7 a 1,0
Normal 1,0 a 1,5
Elevada 1,5 a 2,5

Rolamentos montados aos pares dispostos em “O” ou “X”:

Fa
P = Fr + 0 ,55 ⋅ Fa para ≤ 1,14 (Eq.: Nº08)
Fr

Fa
P = 0 ,57 ⋅ Fr + 0 ,93 ⋅ Fa para ≥ 1,14 (Eq.: Nº09)
Fr

Vida Útil dos Rolamentos:

Para que sua durabilidade seja aumentada, os rolamentos precisam ser lubrificados. Em baixa
temperatura, é preferível lubrificação a graxa própria para rolamento.
Rolamentos blindados trabalhando em altas temperaturas também precisam ser lubrificados a óleo
para serem refrigerados.
A durabilidade de um rolamento de esferas varia inversamente ao cubo da carga aplicada e
inversamente também ao cubo da velocidade de rotação, em condições normais de limpeza e
lubrificação.
A durabilidade dos rolamentos de esferas, com probabilidade de 10% de falhas, por lote, em um
milhão de rotações pode ser calculada por:

Lh = ( fL )3 ⋅ 500 (Eq.: Nº10)

Se tivermos probabilidade de 5% de falhas, então:

Lh = 0 ,62 ⋅ ( fL )3 ⋅ 500 (Eq.: Nº11)


Esses valores encontram-se na tabela DIN 622, através da expressão:

C
K= ⋅ fn (Eq.: Nº12)
P

Para a segurança, da manutenção preventiva, evitar a escolha de rolamentos, cuja vida ultrapassa
20.000 horas de funcionamento.

Para rolamentos de rolos:

10

Lh = ( fL ) ⋅ 500 (Eq.: Nº13)


3

- Roteiro para cálculo:

Quando houver “Fa” (Mancal posicionador), calcula-se:

Carga estática equivalente (Po), através da relação:

Fa
≤ 0 ,8 ⇒ Po = Fr (Eq.: Nº14)
Fr

Fa
> 0 ,8 ⇒ Po = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa (Eq.: Nº15)
Fr

Capacidade de carga estática (Co):

Co = Ko ⋅ Po , ko: tabela

A relação Fa/Co é quem define a folga normal do rolamento (e), o coeficiente axial (y) e a equação que
deve ser utilizada para determinar a carga dinâmica equivalente (P).
Tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL):
Aplicação fL
Veículos motorizados
Motocicletas 1,4 a 1,9
Automóveis pequenos 1,6 a 2,1
Automóveis grandes 1,7 a 2,2
Caminhões leves 1,7 a 2,2
Caminhões pesados 2,0 a 2,6
Ônibus 2,0 a 2,6
Tratores 1,6 a 2,2
Tratores de esteiras 2,1 a 2,7
Motores elétricos
Motores para aparelhos eletrodomésticos 1,5 a 2,0
Motores pequenos de série 2,5 a 3,5
Motores médios de série 3,0 a 4,0
Motores grandes 3,5 a 4,5
Motores de tração 3,0 a 4,0
Veículos ferroviários
Mancais de eixo para:
-vagonetes 3,0 a 4,0
-bondes 4,5 a 5,5
-vagões para passageiros 4,0 a 5,0
-vagões para cargas 3,5 a 4,0
-vagões basculantes 3,5 a 4,0
-automotrizes 4,0 a 5,0
-locomotivas ( mancal externo ) 4,0 a 5,5
-locomotivas ( mancal interno ) 4,5 a 5,5
Caixas de transmissão 3,5 a 4,5
Laminadores
Pescoços de cilindros 2,0 a 2,5
Engrenagens de laminadores 3,0 a 5,0
Construção naval
Rolamentos de empuxo 2,9 a 3,6
Rolamentos para o eixo propulsor 6,0 ( devido às exigências de construção )
Grandes engrenagens de navio 2,6 a 4,0
Construção mecânica geral
Engrenagens universais pequenas 2,5 a 3,5
Engrenagens universais médias 3,0 a 4,0
Ventiladores pequenos 2,5 a 3,5
Ventiladores médios 3,0 a 4,5
Ventiladores grandes 4,5 a 5,5
Bombas centrífugas 2,5 a 4,5
Centrífugas 3,0 a 4,0
Polias para cabos transportadores 4,5 a 5,0
Rolos de correias transportadores 3,0 a 4,5
Tambores de correias transportadores 4,5 a 5,5
Escavadeira com rodas de pás 6,0 ( devido às exigências de construção )
Roda de pás e captador 6,0 ( devido às exigências de construção )
Britadores 3,0 a 3,5
Moinhos de batedores 3,5 a 4,5
Moinhos britadores tubulares 6,0 ( devido às exigências de construção )
Peneiras vibratórias 2,5 a 2,8
Cilindros vibratórios, grandes excitadores excêntricos
Vibradores 1,0 a 1,5
Prensas e briquetes 4,5 a 5,0
Misturadores grandes 3,5 a 4,0
Rolos para fornos giratórios 4,5 a 5,0
Volantes 3,4 a 4,0
Máquinas impressoras 4,0 a 4,5
Máquinas para fabricação de papel
-parte úmida 5,0 a 6,0
-parte seca 5,0 a 6,0
-refinador 4,5 a 5,0
-calandra 4,0 a 4,5
Máquinas para fundição centrífuga 3,4 a 4,0
Máquinas têxteis 3,6 a 4,7
Máquinas operatrizes
Tornos, fresadoras, furadeiras 2,7 a 4,5
Retificadoras, microretificadoras, politrizes 2,7 a 4,5
Máquinas para trabalhar madeira
Fusos fresadoras e cortadoras 3,0 a 4,0
Engenhos de serras 2,8 a 3,3
Máquinas para trabalhar madeira e materiais sintéticos 3,0 a 4,0
Tabela de fatores de rotações fn para rolamentos de esferas:

100
fn = 3
3⋅n

n ( rpm ) fn n ( rpm ) fn n ( rpm ) fn


10 1,494 250 0,511 4000 0,203
11 1,447 260 0,504 4100 0,201
12 1,405 270 0,498 4200 0,199
13 1,369 280 0,492 4300 0,198
14 1,336 290 0,487 4400 0,196
15 1,305 300 0,481 4500 0,195
16 1,277 310 0,476 4600 0,193
17 1,252 320 0,471 4700 0,192
18 1,228 330 0,466 4800 0,191
19 1,206 340 0,461 4900 0,190
20 1,186 350 0,457 5000 0,188
21 1,166 360 0,453 5200 0,186
22 1,148 370 0,448 5400 0,183
23 1,132 380 0,444 5600 0,181
24 1,116 390 0,441 5800 0,179
25 1,100 400 0,437 6000 0,177
26 1,086 410 0,433 6200 0,175
27 1,073 420 0,430 6400 0,173
28 1,060 430 0,426 6600 0,172
29 1,048 440 0,423 6800 0,170
30 1,036 450 0,420 7000 0,168
31 1,025 460 0,417 7200 0,167
32 1,014 470 0,414 7400 0,165
33 1,003 480 0,411 7600 0,164
34 0,994 490 0,408 7800 0,162
35 0,984 500 0,406 8000 0,161
36 0,975 520 0,400 8200 0,160
37 0,976 540 0,395 8400 0,158
38 0,958 560 0,390 8600 0,157
39 0,949 580 0,386 8800 0,156
40 0,941 600 0,382 9000 0,155
41 0,933 620 0,378 9200 0,154
42 0,926 640 0,374 9400 0,153
43 0,919 660 0,370 9600 0,152
44 0,912 680 0,366 9800 0,150
45 0,905 700 0,363 10000 0,149
46 0,898 720 0,359 15000 0,147
47 0,892 740 0,356 11000 0,145
48 0,885 760 0,353 11500 0,143
49 0,880 780 0,350 12000 0,141
50 0,874 800 0,347 12500 0,139
52 0,863 820 0,344 13000 0,137
54 0,851 840 0,341 13500 0,135
56 0,841 860 0,339 14000 0,134
58 0,831 880 0,336 14500 0,132
60 0,822 900 0,333 15000 0,131
62 0,813 920 0,331 15500 0,129
64 0,805 940 0,329 16000 0,128
66 0,797 960 0,326 16500 0,126
68 0,788 980 0,324 17000 0,125
70 0,781 1000 0,322 17500 0,124
72 0,774 1050 0,317 18000 0,123
74 0,767 1100 0,312 18500 0,122
n ( rpm ) fn n ( rpm ) fn n ( rpm ) fn
76 0,760 1150 0,307 19000 0,121
78 0,753 1200 0,303 19500 0,120
80 0,747 1250 0,299 20000 0,119
82 0,741 1300 0,295 21000 0,117
84 0,735 1350 0,291 22000 0,115
86 0,729 1400 0,288 23000 0,113
88 0,724 1450 0,284 24000 0,112
90 0,718 1500 0,281 25000 0,110
92 0,713 1550 0,278 26000 0,109
94 0,708 1600 0,275 27000 0,107
96 0,703 1650 0,272 28000 0,106
98 0,698 1700 0,270 29000 0,105
100 0,693 1750 0,267 30000 0,104
105 0,682 1800 0,265
110 0,672 1850 0,262
115 0,662 1900 0,260
120 0,652 1950 0,258
125 0,644 2000 0,255
130 0,635 2100 0,251
135 0,627 2200 0,247
140 0,620 2300 0,244
145 0,613 2400 0,240
150 0,606 2500 0,237
155 0,599 2600 0,234
160 0,593 2700 0,231
165 0,586 2800 0,228
170 0,581 2900 0,226
175 0,575 3000 0,223
180 0,570 3100 0,221
185 0,565 3200 0,218
190 0,560 3300 0,216
195 0,555 3400 0,214
200 0,550 3500 0,212
210 0,541 3600 0,210
220 0,533 3700 0,208
230 0,525 3800 0,206
240 0,518 3900 0,205

Tabela de duração de funcionamento até a fadiga para rolamentos de esferas


(em horas):

C Lh
⋅ fn = 3
P 500

C C
Horas ( Lh ) K= ⋅ fn Horas ( Lh ) K= ⋅ fn
P P
100 0,585 3000 1,817
105 0,594 3100 1,837
110 0,604 3200 1,857
115 0,613 3300 1,876
120 0,621 3400 1,894
125 0,630 3500 1,913
130 0,638 3600 1,931
135 0,646 3700 1,949
140 0,654 3800 1,966
145 0,662 3900 1,983
150 0,669 4000 2,000
155 0,677 4100 2,016
C C
Horas ( Lh ) K= ⋅ fn Horas ( Lh ) K= ⋅ fn
P P
160 0,684 4200 2,033
165 0,691 4300 2,049
170 0,698 4400 2,064
175 0,705 4500 2,080
180 0,711 4600 2,095
185 0,718 4700 2,110
190 0,724 4800 2,125
195 0,731 4900 2,140
200 0,737 5000 2,154
210 0,749 5200 2,183
220 0,760 5400 2,210
230 0,772 5600 2,237
240 0,783 5800 2,264
250 0,794 6000 2,289
260 0,804 6200 2,314
270 0,814 6400 2,339
280 0,824 6600 2,363
290 0,834 6800 2,387
300 0,843 7000 2,410
310 0,853 7200 2,433
320 0,832 7400 2,455
330 0,871 7600 2,477
340 0,879 7800 2,499
350 0,888 8000 2,520
360 0,896 8200 2,541
370 0,904 8400 2,561
380 0,912 8600 2,581
390 0,920 8800 2,601
400 0,928 9000 2,603
410 0,936 9200 2,640
420 0,943 9400 2,659
430 0,951 9600 2,678
440 0,958 9800 2,696
450 0,965 10000 2,714
460 0,972 10500 2,759
470 0,979 11000 2,802
480 0,986 11500 2,844
490 0,993 12000 2,884
500 1,000 12500 2,924
520 1,013 13000 2,962
540 1,026 13500 3,000
560 1,038 14000 3,036
580 1,051 14500 3,072
600 1,063 15000 3,107
620 1,074 15500 3,141
640 1,086 16000 3,175
660 1,097 16500 3,207
680 1,108 17000 3,240
700 1,119 17500 3,271
720 1,129 18000 3,302
740 1,140 18500 3,332
760 1,150 19000 3,362
780 1,160 20000 3,420
800 1,170 21000 3,476
820 1,179 22000 3,530
840 1,189 23000 3,583
860 1,198 24000 3,634
880 1,207 25000 3,684
900 1,216 26000 3,732
920 1,225 27000 3,780
940 1,234 28000 3,826
960 1,243 29000 3,871
980 1,251 30000 3,915
1000 1,260 31000 3,958
1050 1,281 32000 4,000
1100 1,300 33000 4,041
1150 1,320 34000 4,082
1200 1,339 35000 4,121
1250 1,357 36000 4,160
1300 1,375 37000 4,198
C C
Horas ( Lh ) K= ⋅ fn Horas ( Lh ) K= ⋅ fn
P P
1350 1,392 38000 4,236
1400 1,409 39000 4,273
1450 1,426 40000 4,309
1500 1,442 41000 4,344
1550 1,458 42000 4,379
1600 1,474 43000 4,414
1650 1,489 44000 4,448
1700 1,504 45000 4,481
1750 1,518 46000 4,514
1800 1,533 47000 4,547
1850 1,547 48000 4,579
1900 1,560 49000 4,610
1950 1,574 50000 4,641
2000 1,587 55000 4,791
2100 1,613 60000 4,932
2200 1,639 65000 5,066
2300 1,663 70000 5,192
2400 1,687 75000 5,313
2500 1,710 80000 5,429
2600 1,732 85000 5,540
2700 1,754 90000 5,646
2800 1,776 95000 5,749
2900 1,797 100000 5,848

Tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de rolamento fixo de uma


carreira de esfera (série 62):

Execução normal Execução Z Execução 2Z Execução RS Execução 2RS

Designação Execução Medidas Capacidade de carga


Normal, Z, 2Z, RS, 2RS d D B r Dinâmica C [ kg ] Estática Co [ kg ]
6200 10 30 9 1 465 270
6201 12 32 10 1 540 315
6202 15 35 11 1 610 360
6203 17 40 12 1 750 455
6204 20 47 14 1,5 1000 630
6205 25 52 15 1,5 1120 720
6206 30 62 16 1,5 1530 1020
6207 35 72 17 2 2000 1400
6208 40 80 18 2 2280 1600
6209 45 85 19 2 2550 1800
6210 50 90 20 2 2850 2120
6211 55 100 21 2,5 3400 2550
6212 60 110 22 2,5 4150 3150
Designação Execução Medidas Capacidade de carga
Normal, Z, 2Z, RS, 2RS d D B r Dinâmica C [ kg ] Estática Co [ kg ]
6213 65 120 23 2,5 4650 3600
6214 70 125 24 2,5 4900 3800
6215 75 130 25 2,5 5200 4150
6216 80 140 26 3 5700 4550
6217 85 150 28 3 6550 5400
6218 90 160 30 3 7200 6100
6219 95 170 32 3,5 8500 7100
6220 100 180 34 3,5 9650 8000
6221 105 190 36 3,5 10400 9150
6222 110 200 38 3,5 11200 10200
6224 120 215 40 3,5 11400 10400
6226 130 230 40 4 13200 12700
6228 140 250 42 4 14000 14000
6230 150 270 45 4 13700 14000
6232 160 290 48 4 15600 16600
6234 170 310 52 5 16600 18300
6236 180 320 62 5 17600 20000
6238 190 340 66 5 18600 21600
6240 200 360 68 5 21200 25500

fn
e y
Co
0,025 0,22 2,0
0,04 0,24 1,8
0,07 0,27 1,6
0,13 0,31 1,4
0,25 0,37 1,2
0,5 0,44 1,0

Carga Dinâmica Equivalente

Fa
P = Fr ⇒ para ≤ e ( quando Fa = 0 )
Fr

Fa
P = 0 ,56 ⋅ Fr + y ⋅ Fa ⇒ para > e ( quando age força axial Fa )
Fr

Carga Estática Equivalente

Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 0 ,8
Fr

Fa
P = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa ⇒ para > 0 ,8
Fr
Tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de rolamento de contato angular
de uma carreira de esfera (não separáveis) – série 73B:

Ângulo de contato: α = 40º

Designação Execução Medidas Capacidade de carga


Normal, Z, 2Z, RS, 2RS d D B r r1 a Dinâmica C [ kg ] Estática Co [ kg ]
7300B 10 35 11 1 0,5 15 670 375
7301B 12 37 12 1,5 0,8 16 830 490
7302B 15 42 13 1,5 0,8 18 1020 620
7303B 17 47 14 1,5 0,8 20 1250 780
7304B 20 52 15 2 1 23 1500 965
7305B 25 62 17 2 1 27 2040 1370
7306B 30 72 19 2 1 31 2550 1800
7307B 35 80 21 2,5 1,2 35 3100 2200
7308B 40 90 23 2,5 1,2 39 3900 2850
7309B 45 100 25 2,5 1,2 43 4650 3550
7310B 50 110 27 3 1,5 47 5500 4250
7311B 55 120 29 3 1,5 51 6200 4900
7312B 60 130 31 3,5 2 55 7100 5700
7313B 65 140 33 3,5 2 60 8000 6550
7314B 70 150 35 3,5 2 64 9000 7350
7315B 75 160 37 3,5 2 68 10000 8650
7316B 80 170 39 3,5 2 72 11000 10000
7317B 85 180 41 4 2 76 11800 11000
7318B 90 190 43 4 2 80 12700 12200
7319B 95 200 45 4 2 84 13400 13200
7320B 100 215 47 4 2 90 15300 15600
7321B 105 225 49 4 2 94 16300 17600
7322B 110 240 50 4 2 98 17600 19600

Carga Dinâmica Equivalente


Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 1,14
Fr

Fa
P = 0 ,35 ⋅ Fr + 0 ,57 ⋅ Fa ⇒ para > 1,14
Fr

Carga Estática Equivalente


Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 1,9
Fr

Fa
P = 0 ,5 ⋅ Fr + 0 ,26 ⋅ Fa ⇒ para > 1,9
Fr
Tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de rolamento fixo de uma
carreira de esfera (série 63):

Execução normal Execução Z Execução 2Z Execução RS Execução 2RS

Designação Execução Medidas Capacidade de carga


Normal, Z, 2Z, RS, 2RS d D B r Dinâmica C [ kg ] Estática Co [ kg ]
6300 10 35 11 1 640 380
6301 12 37 12 1,5 765 475
6302 15 42 13 1,5 880 550
6303 17 47 14 1,5 1060 670
6304 20 52 15 2 1340 880
6305 25 62 17 2 1760 1160
6306 30 72 19 2 2280 1560
6307 35 80 21 2,5 2600 1830
6308 40 90 23 2,5 3350 2400
6309 45 100 25 2,5 4150 3050
6310 50 110 27 3 4800 3650
6311 55 120 29 3 6000 4550
6312 60 130 31 3,5 6400 4900
6313 65 140 33 3,5 7200 5700
6314 70 150 35 3,5 8150 6400
6315 75 160 37 3,5 8800 7350
6316 80 170 39 3,5 9650 8150
6317 85 180 41 4 9800 8500
6318 90 190 43 4 10600 9150
6319 95 200 45 4 11200 10200
6320 100 205 47 4 12900 12200
6321 105 225 49 4 13700 13400
6322 110 240 50 4 15000 15000
6324 120 260 55 4 16600 17600
6326 130 280 58 5 18000 19600
6328 140 300 62 5 20000 22800
6330 150 320 65 5 22400 27000

fn
e Y
Co
0,025 0,22 2,0
0,04 0,24 1,8
0,07 0,27 1,6
0,13 0,31 1,4
0,25 0,37 1,2
0,5 0,44 1,0
Carga Dinâmica Equivalente

Fa
P = Fr ⇒ para ≤ e ( quando Fa = 0 )
Fr

Fa
P = 0 ,56 ⋅ Fr + y ⋅ Fa ⇒ para > e ( quando age força axial Fa )
Fr

Carga Estática Equivalente

Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 0 ,8
Fr

Fa
P = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa ⇒ para > 0 ,8
Fr

Aplicação dos Rolamentos:

O eixo, geralmente, requer dois rolamentos para sua estabilidade e seu posicionamento radial e axial.
Assim sendo, os recursos para conseguir a estabilidade e posicionamento deverão ser adotados.

(Fig.: Nº11)

Normalmente, um dos rolamentos ( posicionador ou fixo ) é utilizado para fixar o eixo axialmente,
enquanto o outro ( não posicionador ou livre ) fica livre para se movimentar axialmente. A rigidez axial
é necessária nos dois sentidos, isto é, o rolamento posicionador deverá ser fixo axialmente no eixo e
carcaça para limitar o movimento lateral.

(Fig.: Nº12)
O rolamento livre deverá ser livre somente num dos anéis, interno ou externo, para compensar os
deslocamentos axiais oriundos da expansão térmica do eixo.

(Fig.: Nº13.a-livre no anel interno) (Fig.: Nº13.b-livre no anel externo)

Ajustes dos Rolamentos:

Os ajustes dos rolamentos e de peças normalizadas estão relacionados com a intercambialidade das
peças. Obedecem a Norma Internacional “ISO” e facilitam a produção em série.
A finalidade dos ajustes visa obter rigidez do conjunto, montagem e desmontagem facilitadas e
permitir que o eixo possa expandir axialmente pela dilatação térmica, sem que ocorra emperramento do
conjunto. A escolha dos ajustes é feita dentro da norma “ISO” e por um único critério.
O critério usual leva em consideração o comportamento de carga sobre o mancal de rolamento.
Assim sendo, a carga poderá ser fixa ou rotativa em ralação a um dos anéis do rolamento. Uma carga é
dita fixa quando seu ponto de aplicação sobre o referido anel é constante. Na prática, a carga é analisada
em relação aos dois anéis, ou seja, é dita rotativa em relação ao anel que gira e fixa em relação ao anel
que permanece parado.

Exemplo de Ajuste de Rolamento:

Eixo de um cubo de roda:

Veja que a roda gira e o eixo permanece em repouso (Q: carga em


kgf, n: rotação em rpm). Nessas condições, a carga é fixa sobre o
anel interno, e, rotativa sobre o anel externo.

Carga sobre o anel Ajuste do anel com o seu assento


Fixa É admissível o ajuste deslizante.
Rotativa É obrigatório o ajuste com interferência.

(Fig.: Nº13)
Fixação do Rolamento:

Anel Interno:

a) Porca e arruela de segurança:

(Fig.: Nº14)

b) Anel Elástico:

(Fig.: Nº15)

Anel Externo:

a) Tampa para fixação:

(Fig.: Nº16)
Exercícios Resolvidos
1º) O eixo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos (ECDR) representado na figura está apoiado
nos mancais “A” e “B”. A engrenagem recebe uma força de 800kgf na linha de pressão a 20° com a
horizontal. São dados: n = 400rpm (rotação do eixo); dA = 50mm (diâmetro do eixo na região do
rolamento); dB = 25mm (diâmetro do eixo no assento do rolamento); o eixo deverá ser apoiado por
rolamento rígido de uma carreira de esfera, com probabilidade de 10% de falha. Assim sendo, pede-se
para selecionar os rolamentos.

Solução:

- Cálculo das reações de apoio:

Ft Ft
cos α = , cos 20° = ⇒ Ft = 800 ⋅ cos 20° ⇒ Ft = 752 kgf
F 800

Fr = Ft ⋅ tan α , Fr = 752 ⋅ tan 20° ⇒ Fr = 274 kgf

Plano Vertical:

∑M A =0 (+ )↵

Fr ⋅ a
Fr ⋅ a − RB ⋅ (a + b ) = 0 , RB =
(a + b )
274 ⋅ 300
RB = ⇒ RB = 55 kgf
1500

∑M B =0 (+ )↵

Fr ⋅ b
RA ⋅ (a + b ) − Fr ⋅ b = 0 , RA =
(a + b )
274 ⋅ 1200
RA = ⇒ RA = 219 kgf
1500
Plano Horizontal:

∑M A =0 (+ )↵

Ft ⋅ a 752 ⋅ 300
Ft ⋅ a − HB ⋅ (a + b ) = 0 , HB = , HB = ⇒ HB = 150 kgf
(a + b ) 1500

∑M B =0 (+ )↵

Ft ⋅ b 752 ⋅ 1200
HA ⋅ (a + b ) − Ft ⋅ b = 0 , HA = , HA = ⇒ HA = 602 kgf
(a + b ) 1500

- Cálculo das forças resultantes nos rolamentos:

FrA = RA 2 + HA 2 , FrA = (219) 2 + ( 602 ) 2 ⇒ FrA ≅ 641kgf

FrB = RB 2 + HB 2 , FrB = (55) 2 + ( 150 ) 2 ⇒ FrB ≅ 160 kgf

Mancal A:

Neste caso não temos esforço axial (ECDR), logo Fa = 0.

P = FrA = 641kgf

- Cálculo da capacidade de carga:

Na tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL), temos que, fL = 3 (construção mecânica
geral).

Na tabela de fatores de rotações fn para rolamentos de esferas, temos que, fn = 0,437 equivalente a
rotação n = 400rpm.

fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 641 ⇒ C = 4400 kgf
fn 0 ,437

Para C = 4400kgf e dA = 50mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 63), encontramos o rolamento FAG 6310 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 4800kgf .

- Cálculo da vida útil:

Cdinâmica 4800
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,437 ⇒ K ≅ 3 ,27
P 641

Na tabela de duração de funcionamento até a fadiga para rolamentos de esferas Lh = 17500horas de


funcionamento.
Mancal B:

Neste caso não temos esforço axial (ECDR), logo Fa = 0.

P = FrB = 160 kgf

- Cálculo da capacidade de carga:

Na tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL), temos que, fL = 3 (construção mecânica
geral).

Na tabela de fatores de rotações fn para rolamentos de esferas, temos que, fn = 0,437 equivalente a
rotação n = 400rpm.

fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 160 ⇒ C = 1098 kgf
fn 0 ,437

Para C = 1098kgf e dB = 25mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 63), encontramos o rolamento FAG 6205 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 1120kgf .

- Cálculo da vida útil:

Cdinâmica 1120
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,437 ⇒ K ≅ 3 ,06
P 160

Na tabela de duração de funcionamento até a fadiga para rolamentos de esferas Lh = 14330horas de


funcionamento.

- Montagem:

Um dos mancais deve ser posicionador (fixo). Assim sendo, escolheremos o mancal “A”, como fixo
por estar mais próximo do esforço.

Mancal A:

Ajuste com interferência (forçado) no anel externo e ajuste com interferência no anel interno. Além
disso, a tampa do mancal deverá ser encostada na face do anel externo.

Mancal B:

Montagem livre, ajuste folgado no anel externo e ajuste com interferência no anel interno. Além
disso, deverá deixar uma folga axial entre a face do anel externo e a tampa do mancal.
2º) Determinar um par de rolamentos para o eixo II da transmissão representada na figura. As
engrenagens são cilíndricas de dentes helicoidais (ECDH), com z1 = 26 dentes, z2 = 53 dentes, z3 = 21
dentes e z4 = 49 dentes. O motor que aciona a transmissão tem potência Pot. = 14,71kW e rotação
n = 1800 rpm. Desprezar as perdas. São dados: Mt2 = 1622kgfcm; Ft2 = 144kgf, Fr2 = 52kgf;
Fa2 = 52kgf; Ft3 = 363kgf; Fr3 = 132kgf; Fa3 = 132kgf. O diâmetro do eixo é d = 45mm, material SAE
1045, σfadm. = 500kgf/cm2 e τadm. = 400kgf/cm2, com probabilidade de 10% de falhas.

Solução:

- Sentido dos esforços:

Esse tipo de montagem implica que, para os esforços, tem os sentidos como indicados na figura
acima, conforme inclinação da hélice das engrenagens. O mancal “A” será escolhido, como livre.

- Cálculo das reações de apoio:

Plano Vertical:

∑M B =0 (+ )↵

Fr2 ⋅ ( b + c ) + Fr3 ⋅ b
Fr2 ⋅ ( b + c ) + Fr3 ⋅ b - RA ⋅ (a + b + c ) = 0 , RA =
(a + b + c )
52 ⋅ ( 120 + 400 )
RA = ⇒ RA ≅ 69 kgf
620

RA ≅ 69 kgf

∑F V =0 (+ ) ↑

- RA + Fr2 + Fr3 − RB = 0 , RB = Fr2 + Fr3 − RA

RB = 52 + 132 − 69

RB ≅ 115 kgf
Plano Horizontal:

∑M B =0 (+ )↵

Ft2 ⋅ ( b + c ) + Ft3 ⋅ b
Ft2 ⋅ ( b + c ) + Ft3 ⋅ b − HA ⋅ (a + b + c ) = 0 , HA =
(a + b + c )
144 ⋅ ( 120 + 400 ) + 363 ⋅ 120
HA = ⇒ HA ≅ 191kgf
620

∑F V =0 (+ ) ↑

- HA + Ft2 + Ft3 − HB = 0 , HB = Ft2 + Ft3 - HA

HB = 144 + 363 − 191 ⇒ HB ≅ 316 kgf

- Cálculo das forças resultantes nos rolamentos:

FrA = RA 2 + HA 2 , FrA = (69) 2 + ( 191 ) 2 ⇒ FrA ≅ 203kgf

FrB = RB 2 + HB 2 , FrB = (115) 2 + ( 316 ) 2 ⇒ FrB ≅ 336 kgf

Mancal A:

Neste mancal, estamos considerando como sendo livre, ou seja, sem esforço axial, logo FaA = 0.

P = FrA = 203kgf

- Cálculo da rotação n2:

n1 ⋅ z 1
n 1 ⋅ z1 = n 2 ⋅ z 2 , n 2 =
z2

1800 ⋅ 26
n2 =
53

n2 ≅ 883 rpm

- Cálculo do fator fn:

100
fn = 3
3⋅n

100
fn = 3 , fn ≅ 0 ,335
3 ⋅ 883
- Estimativa de fL:

Na tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL), temos que: 2,5 < fL < 3,5 (construção
mecânica geral).

- Cálculo da capacidade de carga:

fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 203 ⇒ C ≅ 1818 kgf
fn 0 ,335

Para C = 1818kgf e d = 45mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 62), encontramos o rolamento FAG 6209 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 2550kgf .

- Cálculo da vida útil:

Cdinâmica 2550
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,335 ⇒ K = 4 ,21
P 203

Na tabela de duração de funcionamento até a fadiga para rolamentos de esferas Lh = 37250horas de


funcionamento.

Conclusão: O fator K é igual à fL; pois K = 4,21 está fora do limite máximo tabelado (2,5 < fL< 3,5),
além disso a vida útil passou de 20.000 horas, sendo assim o rolamento está super dimensionado (gastos
desnecessários) e deve ser recalculado.

Solução para melhoria:

- Abaixar fL;

- Abaixar a rotação;

Porém todas vão de encontro ao diâmetro do eixo que foi calculado à flexo-torção, portanto, a
melhor solução é reduzi-lo.
Nos assentos de rolamentos a flexão é sempre desprezível e nesses pontos o diâmetro pode ser
calculado somente à torção:

16 ⋅ Mt 16 ⋅ 1622
dA = 3 , dA = 3
π ⋅ τadm . 3 ,14 ⋅ 400

dA ≅ 27 mm

Adotado dA = 35mm.

Para C = 1818kgf e d = 35mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 62), encontramos o rolamento FAG 6207 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 2000kgf .
- Cálculo da vida útil:

Cdinâmica 2550
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,335 ⇒ K ≅ 3 ,3
P 203

Na tabela de duração de funcionamento até a fadiga para rolamentos de esferas Lh = 18000horas de


funcionamento.

Conclusão: O fator K = 3, está dentro do limite máximo tabelado (2,5 < fL< 3,5), sendo assim o
rolamento está bem dimensionado.

Mancal B:

- Força axial resultante:

FaB = Fa2 + Fa3 , FaB = 52 + 132 , FaB = 184 kgf

- Cálculo da carga estática equivalente (Po):

Fa 184
= ≅ 0 ,55
Fr 336

Para carga estática equivalente:

Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 0 ,8
Fr

Fa
P = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa ⇒ para > 0 ,8
Fr

Então:

0 ,55 < 0 ,8 ⇒ Po = Fr ⇒ Po = 336 kgf

- Cálculo da capacidade de carga estática (Co):

C o = K o ⋅ Po

Na tabela de exigência de suavidade de giro, e adotando-se como sendo normal, ko = 1,2, logo:

Co = 1,2 ⋅ 336 ⇒ Co = 4 ,3kgf

Fa
- Cálculo de :
C0

Fa 184
= = 0 ,456
C 0 403
Na tabela de fatores de rolamentos, temos que:

fn
e y
Co
0,25 0,37 1,2
0,456 e y
0,5 0,44 1,0

Para e, temos:

0 ,5 − 0 ,25 0 ,456 − 0 ,25


= ⇒ e ≅ 0 ,428
0 ,44 − 0 ,37 e − 0 ,37

Para y, temos:

0 ,44 − 0 ,37 0 ,428 − 0 ,37


= ⇒ y = 1,034
1 − 1,2 y − 1,2

Fa
= 0 ,55 ⇒ 0 ,55 > 0 ,428 , então:
Fr

Carga Dinâmica Equivalente

Fa
P = 0 ,56 ⋅ Fr + y ⋅ Fa ⇒ para > e ( quando age força axial Fa )
Fr

P = 0 ,56 ⋅ 336 + 1,034 ⋅ 184 ⇒ P ≅ 378 ,4 kgf

- Cálculo da capacidade de carga dinâmica (C):

fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 378 ,4 ⇒ C ≅ 3389 kgf
fn 0 ,335

O diâmetro do assento calculado à torção é igual a: d ≥ 27mm

Adotado dB = 40mm.

Para C = 3389kgf e d = 40mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 63), encontramos o rolamento FAG 6308 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 3350kgf .

- Cálculo da vida útil:

Cdinâmica 3350
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,335 ⇒ K ≅ 2 ,965
P 378 ,4
Na tabela de duração de funcionamento até a fadiga para rolamentos de esferas Lh = 13000horas de
funcionamento.
Podemos ainda, calcular por:

Lh = ( K )3 ⋅ 500 , Lh = ( 2 ,965 )3 ⋅ 500

Lh = 13043 horas

Conclusão: Rolamento bem dimensionado.

- Montagem:

Mancal A:

Montagem livre, ajuste folgado no anel externo e ajuste com interferência no anel interno. Além
disso, deverá deixar uma folga axial entre a face do anel externo e a tampa do mancal.

Mancal B:

Ajuste com interferência nos anéis, externo e interno. Além disso, a tampa do mancal deverá ser
encostada na face do anel externo.
Exercícios Propostos
1º) O eixo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos (ECDR) representado na figura está apoiado
nos mancais “A” e “B”. A engrenagem recebe uma força de 1000kgf na linha de pressão a 35° com a
horizontal. São dados: n = 560rpm (rotação do eixo); dA = 58mm (diâmetro do eixo na região do
rolamento); dB = 30mm (diâmetro do eixo no assento do rolamento); o eixo deverá ser apoiado por
rolamento rígido de uma carreira de esfera, com probabilidade de 10% de falha. Assim sendo, pede-se
para selecionar os rolamentos.

2º) Determinar um par de rolamentos para o eixo I da transmissão representada na figura. As


engrenagens são cilíndricas de dentes helicoidais (ECDH), com z1 = 27dentes, z2 = 63dentes, O motor
que aciona a transmissão tem potência Pot. = 10cv e rotação n = 1200rpm. Desprezar as perdas.
Considerar: a temperatura doa mancais será de 60°C e deverão ser lubrificados a óleo, por anéis de
lubrificação e o mancal “B” posicionador. São dados: Ft1 = 138kgf, Fr1 = 50kgf; Fa1 = 50kgf; material do
eixo SAE 4340L, diâmetro deixo = 25mm, τadm. = 600kgf/cm2, com probabilidade de 10% de falhas.

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