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Mancais de Rolamentos El Maq PDF
Mancais de Rolamentos El Maq PDF
Mancais de Rolamentos:
Usa-se o termo mancal de rolamento ou simplesmente rolamento para descrever um tipo de mancal
em que a carga principal é transferida por meio de elementos em contato por rolamento em vez de
deslizamento. Num mancal de rolamento o atrito estático é aproximadamente o dobro do atrito
dinâmico, mas ainda é desprezível em relação ao atrito estático de um mancal de deslizamento. A carga,
a velocidade e a viscosidade do lubrificante afetam sensivelmente as características de atrito de um
mancal de rolamento. A designação “antifricção”, que vez por outra aparece para indicar um mancal de
rolamento, é incorreta e não deve ser usada.
Do ponto de vista do projeto, os mancais de rolamentos diferem, em diversos pontos, dos projetos
mecânicos comuns. O especialista no projeto de mancais de rolamento defronta-se com o problema de
projetar elementos que formarão o mancal de rolamento; estes elementos devem ser projetados para
ocuparem espaços cujas dimensões são especificadas; devem ser projetados para receber uma carga com
determinadas características; e, finalmente, devem ser projetados para terem uma vida satisfatória
quando utilizados sob as condições especificadas. Portanto, os especialistas devem considerar assuntos
tais como: resistência à fadiga, atrito, calor, resistência à corrosão, problemas cinemáticos, propriedades
dos materiais, lubrificação, tolerâncias de usinagem, uso e custo. Considerando todos esses fatores, os
especialistas em mancais chegam a um compromisso que, segundo eles, é uma boa solução para o
problema apresentado.
Os mancais de rolamentos são fabricados para suportarem cargas radiais, cargas axiais, ou uma
combinação das duas. A figura Nº01 apresenta a nomenclatura de um mancal de rolamento de esferas,
bem como suas quatro partes principais, o anel externo, o anel interno, as esferas ou elementos rolantes e
o porta-esferas ou separador. Para diminuir o custo, às vezes, omite-se o porta-esferas, que tem a
importante função de separar os elementos de forma a não haver atrito entre as esferas.
(Fig.: Nº01)
Esferas:
Possui um batente unilateral no anel exterior e, assim, montado aos pares, suporta cargas radiais e
axiais e classifica-se na série que suporta cargas combinadas (radial e axial). Na figura Nº04.a, temos a
disposição “X”de ação bilateral no anel interno ou seja, segura nos dois sentidos. Na figura Nº04.b,
temos a disposição “O” de ação bilateral no anel externo ou seja, segura nos dois sentidos.
Obs.: O ângulo de contato pode variar.
É indicado para cargas axiais em um único sentido, devendo ser montado aos pares quando houver
cargas axiais nos dois sentidos. Esse tipo de rolamento é desmontável e não aceita carga radial. É
constituído por um porta-esferas central e dois discos opostos, é desmontável e, por isso, os discos são
montados separadamente, facilitando os ajustes.
Obs.: “dg”; é maior do que “dw” para que o eixo em rotação montado sobre “dw” não esbarre no anel
fixo na caixa.
(Fig.: Nº05)
Rolamentos de Rolos:
Usados em conjuntos maiores (porque ao contrário das esferas que se apóiam em um único ponto, os
rolos apóiam-se em uma superfície), onde aparecem grandes cargas. Tipos de rolos: (a) esféricos; (b)
cilíndricos; (c) agulhas; (d) cônicos.
(Fig.: Nº06)
Os rolos são guiados por rebordos (flanges) em um dos anéis, sendo que o outro anel geralmente não
tem rebordo.
Tal dispositivo permite que o eixo se desloque axialmente em relação à caixa dentro de certos
limites, em caso de dilatação térmica (mesmo que não se deixe folga na tampa de encosto).
As séries NUP, NJ, HJ desse rolamento aceitam cargas radiais e axiais, porque possuem rebordos
nos dois anéis, portanto essas séries estão dentro daqueles tipos de rolamento que aceitam cargas
combinadas.As demais séries desse tipo de rolamento somente aceitam cargas radiais. De um modo
geral os rolamentos de rolos são empregados onde haja elevadas cargas radiais e possibilidades de
choques (sobrecargas), sendo classificados como rolamentos radiais.
(Fig.: Nº07)
(Fig.: Nº08)
Rolamentos de Agulhas:
(Fig.: Nº09)
Materiais empregados nos Rolamentos:
Quanto ao acabamento, as superfícies externas são retificadas, sendo que os elementos rolantes e as
pistas recebem um acabamento mais fino através de polimentos.
Na montagem ou desmontagem de rolamentos ou de outras peças, deve-se tomar cuidado para que
os elementos rolantes não recebam golpes. Na montagem é prático bater com um martelo sobre uma
caneca somente no anel interno. Na desmontagem verificar o estado do rolamento, pois, a cavitação
(descascamento da pista) prematura indica uma sobrecarga, e o descascamento unilateral da pista indica
uma montagem defeituosa ou deformação do eixo por flexão ou dilatação térmica não prevista.
Lubrificação:
Os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas com sufixos “2RS” são autolubrificados
(blindados) e autovedados e não precisam ser lubrificados. Porém, é usual rechear de graxa esses
rolamentos na hora da montagem.
Os rolamentos rígidos de uma carreira de esferas com sufixos “2Z” são autolubrificados
(blindados), porém sua lubrificação é deficiente, e necessitam de uma quantidade suficiente de graxa na
hora da montagem.
Os tipos que não forem autolubrificados (blindados) deverão receber lubrificantes, especialmente a
graxa, própria para rolamentos na montagem.
De um modo geral, prefere-se lubrificação à graxa, principalmente nas máquinas pequenas
(aparelhos domésticos), em veículos, etc. Antes de ser fechado com a tampa, o mancal deve receber uma
determinada quantidade de graxa de rolamentos, suficiente para toda a vida do mesmo. Não se prevê
uma lubrificação posterior.
Quando o rolamento tiver que ser protegido com a graxa, e ao mesmo tempo contra a penetração de
poeira, dever-se-á enchê-lo completamente de graxa. Devem empregar-se apenas graxas prescritas para
rolamentos. As graxas de máquinas são impróprias e conduzem a danos dos rolamentos.
Em mancais onde a temperatura atinge 70°C ou mais, todos os rolamentos, inclusive os blindados,
deverão ser lubrificados a óleo por anéis de lubrificação.
É prático colocar no eixo, perto do rolamento, um anel diâmetro externo, considerando que fique
uma parte dentro do óleo de tal forma, que em giro nebulize o rolamento. Se, nessas condições, os
rolamentos não forem lubrificados, terão as suas vidas diminuídas por crescimento da fadiga do
material.
A lubrificação a óleo é aconselhável nos casos em que outros elementos também lubrifiquem com
óleo, por exemplo, mancal de bronze, engrenagens de redutores, normalmente em temperatura de
funcionamento de 70°C, em rotação muito alta.
Por outro lado, o produto “d⋅n” maior que 400.000mm/min é motivo fundamental para a lubrificação
a óleo, onde “d” representa o diâmetro do eixo e “n” a velocidade angular em “rpm”.
Numeração dos Rolamentos:
Identificação:
Exemplo:
Escolha do Rolamento:
Variáveis:
♦ rotação;
♦ tempo de duração;
♦ temperatura de trabalho.
Principais Dimensões:
Os catálogos nos dão algumas medidas do rolamento, visando o projeto de peças ligadas ao mancal.
Assim, ressaltos ou rebaixos de encostos, assento do anel interno no eixo, furo da caixa para o anel
externo, raios de arredondamento de eixo ficam perfeitamente definidos pelo catálogo de fabricantes. O
catálogo nos fornece as seguintes dimensões:
D: diâmetro externo;
d: diâmetro interno;
B: largura do rolamento;
r: raio de arredondamento do rolamento;
rg: raio de arredondamento do eixo.
(Fig.: Nº10)
Obs.: para que o rolamento seja montado corretamente (apoiado no batente do eixo) é necessário que:
rg < r ⇒ essa exigência deve ser respeitada.
fL
C= ⋅ P (Eq.: Nº01)
fn
Onde:
- Cálculo de fn e fL:
100 Lh
fn = 3 e fL = 3 (Eq.: Nº02)
3⋅n 500
É a carga que equivale à combinação das cargas axial e radial no rolamento, sendo dada por:
P = x ⋅ Fr + y ⋅ Fa (Eq.: Nº03)
Onde:
Quando:
Fa = 0 ⇒ x = 1 ⇒ P = Fr (Eq.: Nº04)
Fr = 0 ⇒ y = 1 ⇒ P = Fa (Eq.: Nº05)
Fa ≠ 0 ⇒ y = 1 ⇒ P = Fr (Eq.: Nº06)
Dimensionamento a Carga Estática:
Quando o rolamento tiver a função de suportar cargas estando parado ou oscilando lentamente
(n < 10rpm), para se evitar problemas de deformação permanente das pistas e dos elementos rolantes,
faz-se o dimensionamento através da capacidade de carga estática (Co).
É a carga que aplicada ao rolamento, provoca uma deformação entre as pistas e os elementos
rolantes, expressa por:
Co = Ko ⋅ Po (Eq.: Nº07)
Onde:
Fa
P = Fr + 0 ,55 ⋅ Fa para ≤ 1,14 (Eq.: Nº08)
Fr
Fa
P = 0 ,57 ⋅ Fr + 0 ,93 ⋅ Fa para ≥ 1,14 (Eq.: Nº09)
Fr
Para que sua durabilidade seja aumentada, os rolamentos precisam ser lubrificados. Em baixa
temperatura, é preferível lubrificação a graxa própria para rolamento.
Rolamentos blindados trabalhando em altas temperaturas também precisam ser lubrificados a óleo
para serem refrigerados.
A durabilidade de um rolamento de esferas varia inversamente ao cubo da carga aplicada e
inversamente também ao cubo da velocidade de rotação, em condições normais de limpeza e
lubrificação.
A durabilidade dos rolamentos de esferas, com probabilidade de 10% de falhas, por lote, em um
milhão de rotações pode ser calculada por:
C
K= ⋅ fn (Eq.: Nº12)
P
Para a segurança, da manutenção preventiva, evitar a escolha de rolamentos, cuja vida ultrapassa
20.000 horas de funcionamento.
10
Fa
≤ 0 ,8 ⇒ Po = Fr (Eq.: Nº14)
Fr
Fa
> 0 ,8 ⇒ Po = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa (Eq.: Nº15)
Fr
Co = Ko ⋅ Po , ko: tabela
A relação Fa/Co é quem define a folga normal do rolamento (e), o coeficiente axial (y) e a equação que
deve ser utilizada para determinar a carga dinâmica equivalente (P).
Tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL):
Aplicação fL
Veículos motorizados
Motocicletas 1,4 a 1,9
Automóveis pequenos 1,6 a 2,1
Automóveis grandes 1,7 a 2,2
Caminhões leves 1,7 a 2,2
Caminhões pesados 2,0 a 2,6
Ônibus 2,0 a 2,6
Tratores 1,6 a 2,2
Tratores de esteiras 2,1 a 2,7
Motores elétricos
Motores para aparelhos eletrodomésticos 1,5 a 2,0
Motores pequenos de série 2,5 a 3,5
Motores médios de série 3,0 a 4,0
Motores grandes 3,5 a 4,5
Motores de tração 3,0 a 4,0
Veículos ferroviários
Mancais de eixo para:
-vagonetes 3,0 a 4,0
-bondes 4,5 a 5,5
-vagões para passageiros 4,0 a 5,0
-vagões para cargas 3,5 a 4,0
-vagões basculantes 3,5 a 4,0
-automotrizes 4,0 a 5,0
-locomotivas ( mancal externo ) 4,0 a 5,5
-locomotivas ( mancal interno ) 4,5 a 5,5
Caixas de transmissão 3,5 a 4,5
Laminadores
Pescoços de cilindros 2,0 a 2,5
Engrenagens de laminadores 3,0 a 5,0
Construção naval
Rolamentos de empuxo 2,9 a 3,6
Rolamentos para o eixo propulsor 6,0 ( devido às exigências de construção )
Grandes engrenagens de navio 2,6 a 4,0
Construção mecânica geral
Engrenagens universais pequenas 2,5 a 3,5
Engrenagens universais médias 3,0 a 4,0
Ventiladores pequenos 2,5 a 3,5
Ventiladores médios 3,0 a 4,5
Ventiladores grandes 4,5 a 5,5
Bombas centrífugas 2,5 a 4,5
Centrífugas 3,0 a 4,0
Polias para cabos transportadores 4,5 a 5,0
Rolos de correias transportadores 3,0 a 4,5
Tambores de correias transportadores 4,5 a 5,5
Escavadeira com rodas de pás 6,0 ( devido às exigências de construção )
Roda de pás e captador 6,0 ( devido às exigências de construção )
Britadores 3,0 a 3,5
Moinhos de batedores 3,5 a 4,5
Moinhos britadores tubulares 6,0 ( devido às exigências de construção )
Peneiras vibratórias 2,5 a 2,8
Cilindros vibratórios, grandes excitadores excêntricos
Vibradores 1,0 a 1,5
Prensas e briquetes 4,5 a 5,0
Misturadores grandes 3,5 a 4,0
Rolos para fornos giratórios 4,5 a 5,0
Volantes 3,4 a 4,0
Máquinas impressoras 4,0 a 4,5
Máquinas para fabricação de papel
-parte úmida 5,0 a 6,0
-parte seca 5,0 a 6,0
-refinador 4,5 a 5,0
-calandra 4,0 a 4,5
Máquinas para fundição centrífuga 3,4 a 4,0
Máquinas têxteis 3,6 a 4,7
Máquinas operatrizes
Tornos, fresadoras, furadeiras 2,7 a 4,5
Retificadoras, microretificadoras, politrizes 2,7 a 4,5
Máquinas para trabalhar madeira
Fusos fresadoras e cortadoras 3,0 a 4,0
Engenhos de serras 2,8 a 3,3
Máquinas para trabalhar madeira e materiais sintéticos 3,0 a 4,0
Tabela de fatores de rotações fn para rolamentos de esferas:
100
fn = 3
3⋅n
C Lh
⋅ fn = 3
P 500
C C
Horas ( Lh ) K= ⋅ fn Horas ( Lh ) K= ⋅ fn
P P
100 0,585 3000 1,817
105 0,594 3100 1,837
110 0,604 3200 1,857
115 0,613 3300 1,876
120 0,621 3400 1,894
125 0,630 3500 1,913
130 0,638 3600 1,931
135 0,646 3700 1,949
140 0,654 3800 1,966
145 0,662 3900 1,983
150 0,669 4000 2,000
155 0,677 4100 2,016
C C
Horas ( Lh ) K= ⋅ fn Horas ( Lh ) K= ⋅ fn
P P
160 0,684 4200 2,033
165 0,691 4300 2,049
170 0,698 4400 2,064
175 0,705 4500 2,080
180 0,711 4600 2,095
185 0,718 4700 2,110
190 0,724 4800 2,125
195 0,731 4900 2,140
200 0,737 5000 2,154
210 0,749 5200 2,183
220 0,760 5400 2,210
230 0,772 5600 2,237
240 0,783 5800 2,264
250 0,794 6000 2,289
260 0,804 6200 2,314
270 0,814 6400 2,339
280 0,824 6600 2,363
290 0,834 6800 2,387
300 0,843 7000 2,410
310 0,853 7200 2,433
320 0,832 7400 2,455
330 0,871 7600 2,477
340 0,879 7800 2,499
350 0,888 8000 2,520
360 0,896 8200 2,541
370 0,904 8400 2,561
380 0,912 8600 2,581
390 0,920 8800 2,601
400 0,928 9000 2,603
410 0,936 9200 2,640
420 0,943 9400 2,659
430 0,951 9600 2,678
440 0,958 9800 2,696
450 0,965 10000 2,714
460 0,972 10500 2,759
470 0,979 11000 2,802
480 0,986 11500 2,844
490 0,993 12000 2,884
500 1,000 12500 2,924
520 1,013 13000 2,962
540 1,026 13500 3,000
560 1,038 14000 3,036
580 1,051 14500 3,072
600 1,063 15000 3,107
620 1,074 15500 3,141
640 1,086 16000 3,175
660 1,097 16500 3,207
680 1,108 17000 3,240
700 1,119 17500 3,271
720 1,129 18000 3,302
740 1,140 18500 3,332
760 1,150 19000 3,362
780 1,160 20000 3,420
800 1,170 21000 3,476
820 1,179 22000 3,530
840 1,189 23000 3,583
860 1,198 24000 3,634
880 1,207 25000 3,684
900 1,216 26000 3,732
920 1,225 27000 3,780
940 1,234 28000 3,826
960 1,243 29000 3,871
980 1,251 30000 3,915
1000 1,260 31000 3,958
1050 1,281 32000 4,000
1100 1,300 33000 4,041
1150 1,320 34000 4,082
1200 1,339 35000 4,121
1250 1,357 36000 4,160
1300 1,375 37000 4,198
C C
Horas ( Lh ) K= ⋅ fn Horas ( Lh ) K= ⋅ fn
P P
1350 1,392 38000 4,236
1400 1,409 39000 4,273
1450 1,426 40000 4,309
1500 1,442 41000 4,344
1550 1,458 42000 4,379
1600 1,474 43000 4,414
1650 1,489 44000 4,448
1700 1,504 45000 4,481
1750 1,518 46000 4,514
1800 1,533 47000 4,547
1850 1,547 48000 4,579
1900 1,560 49000 4,610
1950 1,574 50000 4,641
2000 1,587 55000 4,791
2100 1,613 60000 4,932
2200 1,639 65000 5,066
2300 1,663 70000 5,192
2400 1,687 75000 5,313
2500 1,710 80000 5,429
2600 1,732 85000 5,540
2700 1,754 90000 5,646
2800 1,776 95000 5,749
2900 1,797 100000 5,848
fn
e y
Co
0,025 0,22 2,0
0,04 0,24 1,8
0,07 0,27 1,6
0,13 0,31 1,4
0,25 0,37 1,2
0,5 0,44 1,0
Fa
P = Fr ⇒ para ≤ e ( quando Fa = 0 )
Fr
Fa
P = 0 ,56 ⋅ Fr + y ⋅ Fa ⇒ para > e ( quando age força axial Fa )
Fr
Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 0 ,8
Fr
Fa
P = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa ⇒ para > 0 ,8
Fr
Tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de rolamento de contato angular
de uma carreira de esfera (não separáveis) – série 73B:
Fa
P = 0 ,35 ⋅ Fr + 0 ,57 ⋅ Fa ⇒ para > 1,14
Fr
Fa
P = 0 ,5 ⋅ Fr + 0 ,26 ⋅ Fa ⇒ para > 1,9
Fr
Tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de rolamento fixo de uma
carreira de esfera (série 63):
fn
e Y
Co
0,025 0,22 2,0
0,04 0,24 1,8
0,07 0,27 1,6
0,13 0,31 1,4
0,25 0,37 1,2
0,5 0,44 1,0
Carga Dinâmica Equivalente
Fa
P = Fr ⇒ para ≤ e ( quando Fa = 0 )
Fr
Fa
P = 0 ,56 ⋅ Fr + y ⋅ Fa ⇒ para > e ( quando age força axial Fa )
Fr
Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 0 ,8
Fr
Fa
P = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa ⇒ para > 0 ,8
Fr
O eixo, geralmente, requer dois rolamentos para sua estabilidade e seu posicionamento radial e axial.
Assim sendo, os recursos para conseguir a estabilidade e posicionamento deverão ser adotados.
(Fig.: Nº11)
Normalmente, um dos rolamentos ( posicionador ou fixo ) é utilizado para fixar o eixo axialmente,
enquanto o outro ( não posicionador ou livre ) fica livre para se movimentar axialmente. A rigidez axial
é necessária nos dois sentidos, isto é, o rolamento posicionador deverá ser fixo axialmente no eixo e
carcaça para limitar o movimento lateral.
(Fig.: Nº12)
O rolamento livre deverá ser livre somente num dos anéis, interno ou externo, para compensar os
deslocamentos axiais oriundos da expansão térmica do eixo.
Os ajustes dos rolamentos e de peças normalizadas estão relacionados com a intercambialidade das
peças. Obedecem a Norma Internacional “ISO” e facilitam a produção em série.
A finalidade dos ajustes visa obter rigidez do conjunto, montagem e desmontagem facilitadas e
permitir que o eixo possa expandir axialmente pela dilatação térmica, sem que ocorra emperramento do
conjunto. A escolha dos ajustes é feita dentro da norma “ISO” e por um único critério.
O critério usual leva em consideração o comportamento de carga sobre o mancal de rolamento.
Assim sendo, a carga poderá ser fixa ou rotativa em ralação a um dos anéis do rolamento. Uma carga é
dita fixa quando seu ponto de aplicação sobre o referido anel é constante. Na prática, a carga é analisada
em relação aos dois anéis, ou seja, é dita rotativa em relação ao anel que gira e fixa em relação ao anel
que permanece parado.
(Fig.: Nº13)
Fixação do Rolamento:
Anel Interno:
(Fig.: Nº14)
b) Anel Elástico:
(Fig.: Nº15)
Anel Externo:
(Fig.: Nº16)
Exercícios Resolvidos
1º) O eixo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos (ECDR) representado na figura está apoiado
nos mancais “A” e “B”. A engrenagem recebe uma força de 800kgf na linha de pressão a 20° com a
horizontal. São dados: n = 400rpm (rotação do eixo); dA = 50mm (diâmetro do eixo na região do
rolamento); dB = 25mm (diâmetro do eixo no assento do rolamento); o eixo deverá ser apoiado por
rolamento rígido de uma carreira de esfera, com probabilidade de 10% de falha. Assim sendo, pede-se
para selecionar os rolamentos.
Solução:
Ft Ft
cos α = , cos 20° = ⇒ Ft = 800 ⋅ cos 20° ⇒ Ft = 752 kgf
F 800
Plano Vertical:
∑M A =0 (+ )↵
Fr ⋅ a
Fr ⋅ a − RB ⋅ (a + b ) = 0 , RB =
(a + b )
274 ⋅ 300
RB = ⇒ RB = 55 kgf
1500
∑M B =0 (+ )↵
Fr ⋅ b
RA ⋅ (a + b ) − Fr ⋅ b = 0 , RA =
(a + b )
274 ⋅ 1200
RA = ⇒ RA = 219 kgf
1500
Plano Horizontal:
∑M A =0 (+ )↵
Ft ⋅ a 752 ⋅ 300
Ft ⋅ a − HB ⋅ (a + b ) = 0 , HB = , HB = ⇒ HB = 150 kgf
(a + b ) 1500
∑M B =0 (+ )↵
Ft ⋅ b 752 ⋅ 1200
HA ⋅ (a + b ) − Ft ⋅ b = 0 , HA = , HA = ⇒ HA = 602 kgf
(a + b ) 1500
Mancal A:
P = FrA = 641kgf
Na tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL), temos que, fL = 3 (construção mecânica
geral).
Na tabela de fatores de rotações fn para rolamentos de esferas, temos que, fn = 0,437 equivalente a
rotação n = 400rpm.
fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 641 ⇒ C = 4400 kgf
fn 0 ,437
Para C = 4400kgf e dA = 50mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 63), encontramos o rolamento FAG 6310 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 4800kgf .
Cdinâmica 4800
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,437 ⇒ K ≅ 3 ,27
P 641
Na tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL), temos que, fL = 3 (construção mecânica
geral).
Na tabela de fatores de rotações fn para rolamentos de esferas, temos que, fn = 0,437 equivalente a
rotação n = 400rpm.
fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 160 ⇒ C = 1098 kgf
fn 0 ,437
Para C = 1098kgf e dB = 25mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 63), encontramos o rolamento FAG 6205 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 1120kgf .
Cdinâmica 1120
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,437 ⇒ K ≅ 3 ,06
P 160
- Montagem:
Um dos mancais deve ser posicionador (fixo). Assim sendo, escolheremos o mancal “A”, como fixo
por estar mais próximo do esforço.
Mancal A:
Ajuste com interferência (forçado) no anel externo e ajuste com interferência no anel interno. Além
disso, a tampa do mancal deverá ser encostada na face do anel externo.
Mancal B:
Montagem livre, ajuste folgado no anel externo e ajuste com interferência no anel interno. Além
disso, deverá deixar uma folga axial entre a face do anel externo e a tampa do mancal.
2º) Determinar um par de rolamentos para o eixo II da transmissão representada na figura. As
engrenagens são cilíndricas de dentes helicoidais (ECDH), com z1 = 26 dentes, z2 = 53 dentes, z3 = 21
dentes e z4 = 49 dentes. O motor que aciona a transmissão tem potência Pot. = 14,71kW e rotação
n = 1800 rpm. Desprezar as perdas. São dados: Mt2 = 1622kgfcm; Ft2 = 144kgf, Fr2 = 52kgf;
Fa2 = 52kgf; Ft3 = 363kgf; Fr3 = 132kgf; Fa3 = 132kgf. O diâmetro do eixo é d = 45mm, material SAE
1045, σfadm. = 500kgf/cm2 e τadm. = 400kgf/cm2, com probabilidade de 10% de falhas.
Solução:
Esse tipo de montagem implica que, para os esforços, tem os sentidos como indicados na figura
acima, conforme inclinação da hélice das engrenagens. O mancal “A” será escolhido, como livre.
Plano Vertical:
∑M B =0 (+ )↵
Fr2 ⋅ ( b + c ) + Fr3 ⋅ b
Fr2 ⋅ ( b + c ) + Fr3 ⋅ b - RA ⋅ (a + b + c ) = 0 , RA =
(a + b + c )
52 ⋅ ( 120 + 400 )
RA = ⇒ RA ≅ 69 kgf
620
RA ≅ 69 kgf
∑F V =0 (+ ) ↑
RB = 52 + 132 − 69
RB ≅ 115 kgf
Plano Horizontal:
∑M B =0 (+ )↵
Ft2 ⋅ ( b + c ) + Ft3 ⋅ b
Ft2 ⋅ ( b + c ) + Ft3 ⋅ b − HA ⋅ (a + b + c ) = 0 , HA =
(a + b + c )
144 ⋅ ( 120 + 400 ) + 363 ⋅ 120
HA = ⇒ HA ≅ 191kgf
620
∑F V =0 (+ ) ↑
Mancal A:
Neste mancal, estamos considerando como sendo livre, ou seja, sem esforço axial, logo FaA = 0.
P = FrA = 203kgf
n1 ⋅ z 1
n 1 ⋅ z1 = n 2 ⋅ z 2 , n 2 =
z2
1800 ⋅ 26
n2 =
53
n2 ≅ 883 rpm
100
fn = 3
3⋅n
100
fn = 3 , fn ≅ 0 ,335
3 ⋅ 883
- Estimativa de fL:
Na tabela de fator de forças dinâmicas para rolamentos (fL), temos que: 2,5 < fL < 3,5 (construção
mecânica geral).
fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 203 ⇒ C ≅ 1818 kgf
fn 0 ,335
Para C = 1818kgf e d = 45mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 62), encontramos o rolamento FAG 6209 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 2550kgf .
Cdinâmica 2550
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,335 ⇒ K = 4 ,21
P 203
Conclusão: O fator K é igual à fL; pois K = 4,21 está fora do limite máximo tabelado (2,5 < fL< 3,5),
além disso a vida útil passou de 20.000 horas, sendo assim o rolamento está super dimensionado (gastos
desnecessários) e deve ser recalculado.
- Abaixar fL;
- Abaixar a rotação;
Porém todas vão de encontro ao diâmetro do eixo que foi calculado à flexo-torção, portanto, a
melhor solução é reduzi-lo.
Nos assentos de rolamentos a flexão é sempre desprezível e nesses pontos o diâmetro pode ser
calculado somente à torção:
16 ⋅ Mt 16 ⋅ 1622
dA = 3 , dA = 3
π ⋅ τadm . 3 ,14 ⋅ 400
dA ≅ 27 mm
Adotado dA = 35mm.
Para C = 1818kgf e d = 35mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 62), encontramos o rolamento FAG 6207 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 2000kgf .
- Cálculo da vida útil:
Cdinâmica 2550
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,335 ⇒ K ≅ 3 ,3
P 203
Conclusão: O fator K = 3, está dentro do limite máximo tabelado (2,5 < fL< 3,5), sendo assim o
rolamento está bem dimensionado.
Mancal B:
Fa 184
= ≅ 0 ,55
Fr 336
Fa
P = Fr ⇒ para ≤ 0 ,8
Fr
Fa
P = 0 ,6 ⋅ Fr + 0 ,5 ⋅ Fa ⇒ para > 0 ,8
Fr
Então:
C o = K o ⋅ Po
Na tabela de exigência de suavidade de giro, e adotando-se como sendo normal, ko = 1,2, logo:
Fa
- Cálculo de :
C0
Fa 184
= = 0 ,456
C 0 403
Na tabela de fatores de rolamentos, temos que:
fn
e y
Co
0,25 0,37 1,2
0,456 e y
0,5 0,44 1,0
Para e, temos:
Para y, temos:
Fa
= 0 ,55 ⇒ 0 ,55 > 0 ,428 , então:
Fr
Fa
P = 0 ,56 ⋅ Fr + y ⋅ Fa ⇒ para > e ( quando age força axial Fa )
Fr
fL 3
C= ⋅P , C = ⋅ 378 ,4 ⇒ C ≅ 3389 kgf
fn 0 ,335
Adotado dB = 40mm.
Para C = 3389kgf e d = 40mm, temos que na tabela de medidas, capacidades de carga e fatores de
rolamento fixo de uma carreira de esfera (série 63), encontramos o rolamento FAG 6308 – 2RS, cuja
capacidade de carga é: Cdinâmica = 3350kgf .
Cdinâmica 3350
K= ⋅ fn , K = ⋅ 0 ,335 ⇒ K ≅ 2 ,965
P 378 ,4
Na tabela de duração de funcionamento até a fadiga para rolamentos de esferas Lh = 13000horas de
funcionamento.
Podemos ainda, calcular por:
Lh = 13043 horas
- Montagem:
Mancal A:
Montagem livre, ajuste folgado no anel externo e ajuste com interferência no anel interno. Além
disso, deverá deixar uma folga axial entre a face do anel externo e a tampa do mancal.
Mancal B:
Ajuste com interferência nos anéis, externo e interno. Além disso, a tampa do mancal deverá ser
encostada na face do anel externo.
Exercícios Propostos
1º) O eixo de uma engrenagem cilíndrica de dentes retos (ECDR) representado na figura está apoiado
nos mancais “A” e “B”. A engrenagem recebe uma força de 1000kgf na linha de pressão a 35° com a
horizontal. São dados: n = 560rpm (rotação do eixo); dA = 58mm (diâmetro do eixo na região do
rolamento); dB = 30mm (diâmetro do eixo no assento do rolamento); o eixo deverá ser apoiado por
rolamento rígido de uma carreira de esfera, com probabilidade de 10% de falha. Assim sendo, pede-se
para selecionar os rolamentos.