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MÉTODOS E TÉCNICAS
PARA COACHING
2
3 UNIDADE 1 – Introdução
5 UNIDADE 2 – Perguntas Eficazes - Iniciando
5 2.1 Os elementos consciência e responsabilidade
SUMÁRIO
11 3.2 Metas para quê?
19 4.3 Finalizando
48 REFERÊNCIAS
3
UNIDADE 1 – Introdução
Método, segundo Ferreira (2004), pode como foco de ação: informações, ferra-
ser o caminho pelo qual se atinge um obje- mentas, desenvolvimento de habilidades,
tivo ou programa que regula previamente orientação e avaliação. Ele começa com
uma série de operações que se devem re- uma fase de sensibilização, seguida de ca-
alizar, apontando erros evitáveis, em vista pacitação, consolidação e conclusão. De-
de um resultado determinado. senvolve-se a partir da elaboração de um
plano de ação que contempla as principais
Técnica é o procedimento ou o conjunto
metas de crescimento do participante
de procedimentos que tem como objetivo
para atingir seus objetivos profissionais e
obter um determinado resultado, seja no
pessoais.
campo da Ciência, da Tecnologia, das Artes
ou em outra atividade (FERREIRA, 2004). Seminários com grupo, sessões de
atendimento individual, leituras e exercí-
No ser humano, a técnica surge de
cios, canal aberto, reuniões de feedback e
sua relação com o meio e se caracteriza
acompanhamento fazem parte da meto-
por ser consciente, reflexiva, inventiva e
dologia do Coaching.
fundamentalmente individual. O indiví-
duo a aprende e a faz progredir. Só o ser Um modelo de Coaching é um processo
humano é capaz de construir, com a ima- que permite ao Coach estruturar a inte-
ginação, algo que logo pode concretizar ração com o seu Coachee, para este man-
na realidade. Em termos de Tecnologia, a ter o foco nos seus objetivos e decisões.
técnica responde ao interesse e à vonta- A criação de uma agenda de tarefas fa-
de do homem de transformar seu ambien- cilita o cumprimento de todos os pontos
te, buscando novas e melhores formas de necessários para conseguir chegar aos
satisfazer suas necessidades ou desejos. resultados pretendidos. Existem mais de
20 modelos/processos diferentes para
Paladini (2012) nos lembra que as fer-
estruturar uma sessão de Coaching.
ramentas, por si só, não geram melhorias
e nem implantam alterações. O que elas Para usar um determinado modelo com
fazem, na verdade, é orientar a ação do uma pessoa, é necessário perceber quais
usuário. Elas geram dispositivos simples os resultados que essa pessoa pretende e
de avaliação de ações desenvolvidas, pos- qual o modelo que mais se adequa.
sibilitando ao usuário conhecer, passo a
Segundo estudos de Ferreira (2013),
passo, como ocorrem as mudanças nas
para um resultado eficaz, por vezes temos
operações de processo.
de aplicar vários modelos de Coaching.
Nos interessa nesse módulo refletir Durante o processo de resolução de um
e estudar métodos e técnicas para Coa- problema ou situação podem existir abor-
ching! dagens diferentes e para isso podemos
ter de mudar de processo para chegarmos
O Coaching, atividade que se desenvol-
eficazmente aos resultados pretendidos
ve ao longo de um tempo desejável, tem
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Nosso objetivo nessa unidade é mos- Consciência é saber o que está acon-
trar a importância das perguntas no pro- tecendo à sua volta.
cesso de Coaching, mas não qualquer tipo
Autoconsciência é saber o que você
de pergunta e sim perguntas que sejam
está sentindo.
eficazes, que nos levem a um resultado
que nos satisfaça. Esse raciocínio passa Consciência é feedback do meio am-
necessariamente por entendermos o lu- biente, do seu corpo, de suas ações, do
gar e importância dos elementos consci- equipamento que você está usando, em
ência e responsabilidade. oposição ao feedback de outras pessoas.
este e não o Coach e segundo porque se sentir ou de ter uma consciência precisa a
o Coach conduz a direção das perguntas, respeito. É mais provável que nesse “pon-
ele vai enfraquecer a responsabilidade do to cego” esteja um desconforto velado ou
orientando. erro no movimento. À medida que o Coach
busca mais e mais consciência nessa área,
Se não é permitido aos orientandos
a sensação é restaurada e a correção
explorar caminhos nos quais têm interes-
ocorre naturalmente sem recorrer a ensi-
se, é provável que a fascinação persista e
namentos técnicos por parte do Coach. As
cause distorções ou diferenças no próprio
propriedades curativas da consciência são
trabalho, em vez de apenas na sessão de
enormes!
Coaching. Uma vez tendo explorado seus
interesses, eles estarão bem mais pre- Por fim, temos as perguntas conduto-
sentes e concentrados no que quer que ras, recurso de muitos Coaches fracos,
surja como o melhor caminho. Paradoxal- indicam que o Coach não acredita no que
mente, isso também pode ser válido para está tentando fazer. Isso será rapidamen-
o Coach focalizar em algum aspecto que o te reconhecido pelo orientando, e a con-
orientando parece evitar. fiança e o valor da sessão de Coaching se-
rão reduzidos. É melhor para o Coach dizer
Então, a fim de não prejudicar a con-
a quem orienta que ele tem uma sugestão
fiança e a responsabilidade da pessoa
do que tentar manipulá-lo nessa direção.
orientada, a dica é a seguinte: o caminho
As perguntas que implicam crítica tam-
de exploração é mais bem introduzido por
bém devem ser evitadas, como em “Por
uma afirmação seguida de uma pergunta:
que ‘diabos’ você fez isso”?
“Eu reparei que você não mencionou ... Há
alguma razão especial para isso”? Assim como as perguntas são impor-
tantes igualmente são as respostas! Ve-
Os pontos cegos! Esses não podem ser
jamos:
esquecidos de modo algum!
do está falando, este vai se dar conta de de uma antiga linha de pensamento, uma
que aquele não está ouvindo realmente. É voz mais animada vai indicar o surgimento
muito melhor ouvir a pessoa e fazer uma de novas ideias. A escolha lexical do orien-
pausa, se for necessário, enquanto a per- tando pode ser bastante reveladora: uma
gunta seguinte vem à mente. predominância de termos negativos, uma
mudança para uma linguagem formal ou
A maioria das pessoas não é boa em es-
infantil, tudo isso tem significados vela-
cutar os outros. Na escola nos dizem para
dos que podem ajudar ao Coach a enten-
escutar, mas não nos treinam ou orientam
der e, consequentemente, facilitar.
para isso.
A linguagem corporal também deve ser
Essa é uma habilidade que requer con-
observada para além da escuta com o ob-
centração e prática. Ainda que pareça
jetivo de escolher a próxima pergunta. Já
estranho, umas poucas pessoas têm di-
sabemos que a postura indica uma condi-
ficuldade em escutar o noticiário ou uma
ção do Coachee e precisamos agora inter-
boa estação de rádio. O interesse prende
pretar essa postura, por exemplo:
a atenção; talvez precisemos aprender a
nos interessarmos pelos outros. Quan- incerteza ou ansiedade nas respos-
do nós realmente escutamos alguém, ou tas podem ser reveladas pela sua mão co-
quando alguém realmente nos escuta, é brindo parcialmente a boca enquanto fala;
muito bom. Quando escutamos, estamos
braços cruzados na altura do peito
realmente ouvindo? Quando olhamos,
frequentemente indicam resistência ou
estamos realmente vendo? Enganamos
insubordinação; e,
a nós mesmos e àqueles a quem orienta-
mos se não os ouvimos e vemos verdadei- uma postura corporal aberta sugere
ramente, e com isso quero dizer manter receptividade e flexibilidade.
contato visual com eles. A obsessão por
Mais uma vez vale a preciosa dica de
nossos próprios pensamentos e opiniões
Whitmore (2010): se as palavras dizem
e a compulsão por falar, particularmente
uma coisa e o corpo parece estar dizendo
se estamos desempenhando um papel
outra, o corpo está mais propenso a indi-
de aconselhamento, são fortes. Diz-se
car os sentimentos verdadeiros.
que já que nos foram dados dois ouvidos
e uma boca, deveríamos escutar duas ve-
zes mais do que falar. Talvez a coisa mais 2.4 Perguntas úteis
difícil que um Coach precisa aprender seja Existem perguntas que são mais úteis
a calar a boca! ao Coaching do que imaginamos. Elas de-
vem ser sempre autênticas. Vejamos al-
Essa fala de Whitmore (2010) parece guns exemplos:
grosseira, mas é verdade. A escuta em
grande parte das situações é tão ou mais “O que mais?”, usada no final da maio-
importante do que a fala, tanto que o tom ria das respostas fará surgir algo mais.
de voz da pessoa orientada vai indicar Silêncio total, enquanto se permite que
qualquer emoção e deve ser escutado. Um o Coach pense, frequentemente também
tom monocórdio pode indicar repetição evoca algo mais.
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deve ser feito, QUANDO, por QUEM. 1º. Especificidade significa exatamen-
te ser bem definida.
Essa sequência pressupõe que é de-
sejável se passar pelos quatro estágios, 2º. Mensurabilidade é tornar sua meta
o que geralmente acontece ao se tentar quantificável, palpável.
lidar com um novo e difícil assunto pela
3º. Exequibilidade nada mais é do que
primeira vez. Todavia, o Coaching será fre-
ter uma meta alcançável, possível, viável.
quentemente usado para se avançar em
uma tarefa ou processo que já tenha sido 4º. Relevância é tornar a meta signifi-
discutido ou que já esteja acontecendo. cativa, desafiadora.
Nestes casos, o Coaching pode começar e
5º. O tempo, talvez a variável mais im-
terminar em qualquer estágio.
portante... é preciso estipular o tempo
para realizar algo.
3.2 Metas para quê?
Invariavelmente iniciamos uma reunião Perguntas como:
de Coaching determinando uma meta para
O que você espera obter dessa reu-
ela. Se o orientando buscou uma reunião,
nião?
claramente é ele que precisa definir o que
quer obter dela. Mesmo que tenha sido o Eu tenho meia hora para isso, onde
Coach ou o gerente que tenha solicitado a você espera ter chegado até lá?
reunião para resolver uma questão espe-
Qual seria o ponto mais útil para você
cífica que ele nomeia, o orientando ainda
obter nessa reunião?
pode ser perguntado se há algo que ele
queira da reunião. Iriam evocar respostas do tipo:
GOAL (metas): o primeiro passo do Um resumo do que eu posso desen-
trabalho é estabelecer uma meta, um volver no mês.
objetivo a ser alcançado. Consiste essen-
cialmente em responder à questão: “o Uma ideia clara e um comprometi-
que você quer?” Pode parecer algo muito mento com os próximos passos de minha
simples, mas é muito comum que o clien- ação.
te tenha metas muito genéricas, do tipo Uma decisão sobre que lado seguir.
“quero ser feliz” ou “quero resolver meus
problemas”, e que encontre grande difi- Uma compreensão de quais são as
culdade quando tentamos detalhar seus principais questões.
objetivos. Para isso são empregadas algu- Um orçamento de acordo para o tra-
mas ferramentas como a “Roda da Vida”. balho.
Meta pode ser entendida como a uni- Existem metas finais e metas de per-
dade básica de um projeto de vida, um ob- formance, as quais precisamos saber dis-
jetivo a ser atingido. Uma meta pode ser tinguir.
representada por cinco variáveis: especi-
ficidade, mensurabilidade, exequibilida- Uma meta final: tornar-se o líder do
de, relevância e tempo: mercado, ser nomeado diretor de vendas,
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cesso de imersão dentro de si que o clien- sido aumentá-la. Eles podem considerar
te vai realizar durante as sessões (CAM- ou não a sua posição irreal e desencora-
POS, 2014). jante, mas certamente estarão motivados
por sua falta de escolha. É claro, o patrão
3.3 Objetivos de quem? tem mais uma opção se ele estiver certo
O valor da escolha e da responsabilida- do que quer, e isso é começar com objetivo
de em termos de automotivação nunca da equipe e orientá-los adiante, exploran-
deve ser subestimado. Por exemplo, se do e ajudando-os a romper suas barreiras
uma equipe de vendas surge com um obje- para alcançar mais. Eles então assumem
tivo que é inferior ao que o patrão almeja, a responsabilidade para o objetivo final
ele deveria analisar as consequências com acordado (WHITMORE, 2010).
muito cuidado antes de passar por cima do Para dar suporte a uma meta final, que
deles e impor seu objetivo. Ele pode fazer não está sob o seu controle, fazendo uso
melhor engolindo seu orgulho e aceitando de uma meta de performance que está, as
o que a equipe estipulou. Insistir na sua vi- metas precisam ser mais que inteligente,
são pode causar a queda da performance precisam ser puras e claras, conforme o
da equipe, mesmo que seu objetivo tenha quadro a seguir:
CHALLENGING (desafiado-
SPEClFlC (específicas). ras).
POSITIVELY (estabelecidas
MEASURABLE (mensurá- LEGAL (legais).
positivamente).
veis). ENVIRONMENTALLY SOUND
UNDERSTOOD (compreen-
AGREED (acordadas). (sintonizadas com o am-
didas).
REAUSTlC (realistas). biente).
RELEVANT (relevantes).
TIME PHASED (planejadas APPROPRIATE (apropria-
ETHICAL (éticas)
por tempo). das).
RECORDED (escritas).
acesso consciente. Cada um de nós traz mente treinado em Coaching ou for co-
consigo, algumas vezes desde a infância, varde, é melhor ficar fora disso! Se você
crenças e opiniões existentes há muito suspeitar que um problema de relaciona-
tempo que irão colorir nossa percepção mento na equipe tem origem profunda,
e nossos relacionamentos com os outros. então é melhor trazer um profissional com
Se falharmos em reconhecer a sua exis- as habilidades necessárias. Uma distinção
tência e não compensarmos seus efeitos, entre Coaching e aconselhamento é que
nossa percepção de realidade será distor- o primeiro é basicamente proativo e o se-
cida para eles. gundo é geralmente reativo. Outra distin-
ção é que o Coaching muitas vezes aborda
A maioria dos pensamentos carrega
questões diretamente relacionadas ao
uma emoção consigo; todas as emoções
local de trabalho, porém as habilidades do
são refletidas no corpo; sensações corpo-
aconselhamento são necessárias, caso a
rais frequentemente despertam pensa-
questão ainda ocorra ou tenha origem na
mentos.
infância.
O que se segue, portanto, é que pre-
É nessa fase da realidade do Coaching
ocupações, bloqueios e inibições podem
que as perguntas devem ser iniciadas na
ser abordados pela mente, pelo corpo ou
maioria das vezes por palavras interroga-
pelas emoções, e o esclarecimento de um
tivas como O QUÊ, QUANDO, ONDE, QUEM
tende a libertar os outros, embora isso não
e QUANTO. COMO e POR QUE devem ser
aconteça sempre. O estresse persistente,
usadas apenas algumas vezes ou quando
por exemplo, pode ser reduzido identifi-
nenhuma outra for suficiente.
cando as tensões do corpo; evocando a
consciência dos sentimentos que abas- Essas duas palavras requerem análise
tecem o trabalho excessivo; descobrindo e opinião, bem como aptidão, visto que as
atitudes mentais como perfeccionismo. interrogativas buscam fatos. Na fase da
Pode ser necessário trabalhar em todos os realidade do Coaching, os fatos são im-
três separadamente e nesse ponto talvez portantes e, assim como na investigação
seja importante limitar a profundidade! policial, a análise diante de todos os fatos
pode, em teoria, levar a uma formação
É hora de uma palavra de cautela. Um
de teoria e coleta de dados parciais mais
Coach pode ficar ciente ao investigar mais
tarde. Os Coaches precisarão estar espe-
a fundo do que o previsto os impulsos e
cialmente alertas, de ouvidos atentos e
motivos ocultos de um orientando. Essa
observando para pescarem todas as dicas
é a natureza do Coaching: ele trata da
que indiquem a direção que as perguntas
causa, não meramente do sintoma. O Co-
devem tomar. Deve ser ressaltado aqui
aching pode exigir mais do que esconder
que é a consciência do Coachee que está
as falhas interpessoais no escritório com
sendo elevada. O Coach muitas vezes não
diretivas, mas ele também pode ser mais
precisa saber toda a história de uma situ-
recompensador em termos de resultados.
ação, mas precisa estar meramente certo
Vale a recomendação de Whitmore de que o orientando sabe. Isso, portanto,
(2010, p. 73): se você não for adequada- não consome tanto tempo quanto consu-
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miria se o Coach precisasse ter todos os sintam seguros o bastante para expres-
fatos em ordem para fornecer a melhor sarem seus pensamentos e ideias sem ini-
resposta. bição ou medo de julgamento do Coach ou
de outros. Todas as contribuições, ainda
Uma pergunta de realidade que várias
que aparentemente bobas, precisam ser
vezes fracassa na tentativa de contribuir
anotadas, geralmente pelo Coach, para
com valor é: “Que atitudes você tomou em
o caso de elas conterem um embrião de
relação a isso até agora?”, seguida por:
ideia que possa se encher de significação
“Quais foram os resultados dessa ação?”
à luz de sugestões posteriores.
Isso serve para enfatizar o valor da ação
e a diferença entre agir e pensar sobre Um dos fatores que mais restringem
os problemas. Muitas vezes as pessoas a geração de soluções criativas para os
pensam nos problemas muito tempo, mas negócios e outras áreas são as assun-
apenas quando são perguntadas o que fi- ções implícitas que carregamos, das quais
zeram em relação a eles é que percebem muitas vezes mal temos consciência. Por
que nunca tomaram nenhuma atitude. exemplo:
isso não pode ser feito;
4.2 As escolhas e a classifi-
cação das opções isso não pode ser feito dessa manei-
ra;
O propósito do estágio das opções não
é encontrar a resposta “certa”, mas criar e eles nunca concordariam com isso;
listar o maior número possível de cursos
é limitado para custar tanto;
de ação. A quantidade de opções é mais
importante nesse estágio do que a quali- não podemos gastar tempo;
dade e a adequação de cada um. O proces-
os concorrentes devem ter pensado
so estimulador do cérebro de reunir todas
nisso.
as opções é tão válido quanto a própria
lista de opções, porque mantém a essên- Há muitas outras. Observe que to-
cia criativa fluindo. É dessa ampla base das contêm uma negativa ou recusa.
de possibilidades criativas que passos de Um bom Coach convidaria seus orien-
uma ação específica serão selecionados. tandos a se perguntarem “E se...”. Por
Se preferências, censura, sarcasmo, obs- exemplo:
táculos ou a necessidade de completude
são expressos durante o processo de co- E se você tivesse um orçamento sufi-
leta, potencialmente, contribuições de cientemente grande?
valor serão perdidas e as escolhas serão
E se você tivesse uma equipe maior?
limitadas.
E se você soubesse a resposta? Qual
O Coach fará tudo que puder para ar-
seria?
rancar essas opções do orientando ou da
equipe que ele esteja orientando/geren- E se o obstáculo não existisse? O que
ciando. Para isso, ele precisa criar uma você faria?
atmosfera em que os participantes se
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Através desse processo, que tempora- mentos sem diminuir o senso de respon-
riamente acompanha a censura da mente sabilidade do orientando? Simplesmente
racional, mais ideias criativas são libera- dizendo: “Eu tenho algumas opções pos-
das e talvez se descubra que o obstáculo síveis. Você gostaria de conhecê-las”?
é menos intransponível do que sempre Poucos orientandos dirão não, mas eles
parecera. podem pedir ao Coach que espere até que
eles concluam uma corrente de pensa-
Talvez outro membro da equipe conhe-
mento. A quaisquer sugestões dadas pelo
ça um desvio para esse obstáculo em par-
Coach deve ser atribuída a mesma impor-
ticular, de modo que o impossível torna-se
tância conferida a todas as outras opções.
possível pela combinação das contribui-
ções de mais de uma pessoa.
4.3 Finalizando
Devemos classificar as opções que po- Chega um momento em que precisamos
dem ser em função do custo-benefício, converter uma discussão em decisão, não
dos ensinamentos do Coach, do mapea- é verdade? Para isso acontecer construí-
mento de opções. mos um plano de ação que satisfaça pelo
menos um requisito, no entanto, usando a
Uma vez gerada uma lista abrangen-
gama mais abrangente de elementos pos-
te, a fase vai do Coaching pode ser uma
sível.
simples questão de selecionar o melhor
do grupo. Entretanto, em assuntos mais O conjunto, a seguir, de perguntas do
complexos, como há tantos no ramo dos tipo VAI é aplicável à maioria das situações
negócios, pode ser necessário reexaminar de Coaching. É claro que o Coach irá acres-
a lista observando os custos e benefícios centar subconjuntos de perguntas para
de cada um dos cursos de ação. Isso deve esclarecer cada um desses pontos, mas as
mais uma vez ser feito pelo Coaching, e perguntas principais formam um esquele-
é aí que alguma combinação de duas ou to eficaz para essa fase.
mais ideias podem surgir como o melhor.
As demandas de uma autocracia ge-
Em relação às opções de ensina- rencial são frequentemente conseguidas
mentos do Coach, pensem nos se- com resignação silenciosa, resistência
guintes questionamentos: ou ressentimento, não importa o quanto
estes últimos são expressados com diplo-
O que faz o Coach se ele tem um deter-
macia (WHITMORE, 2010, p. 87).
minado conhecimento, habilidade ou ex-
periência quanto ao assunto em questão Um Coach, por outro lado, pode trazer
e o orientando não diz ao Coach qual é a um surpreendente grau de firmeza para
solução óbvia? essa fase de questionamento sem causar
quaisquer sentimentos ruins, visto que
Em que estágio o Coach deve oferecer
não está impondo sua própria vontade,
sua sabedoria? Certamente quando ele
mas ativando a da pessoa a quem orienta.
reconhece que o orientando esgotou suas
Esta sempre mantém seu poder de esco-
possibilidades.
lha e responsabilidade, mesmo que sua
Mas como ele pode passar seus ensina- decisão seja a de não agir; consequente-
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desculpa para não completar a ação. Isso levará adiante as ações combinadas?
pode ser prevenido através do processo Isso não é uma classificação da certeza do
de Coaching. resultado verdadeiro. É uma classificação
da intenção do orientando em realizar sua
Quem precisa saber? Muito fre-
parte do trabalho. A finalização da tarefa
quentemente, no ramo dos negócios,
pode depender da concordância ou das
muda-se de planos e as pessoas que de-
ações de outros, e isso não pode ser clas-
veriam saber imediatamente só tomam
sificado.
conhecimento disso depois e por via indi-
reta, o que é muito ruim para o relaciona- O que impede a obtenção do grau
mento da equipe. O Coach precisa cumprir 10? Se você se classificou abaixo de 8,
as expectativas de que todas as pessoas como pode reduzir o tamanho da tarefa
apropriadas sejam informadas e de que ou alongar o cronograma de tal modo que
um plano é feito por elas para ser trans- lhe permita elevar a classificação para 8
mitido. ou um grau acima disso? Se a sua classifi-
cação ainda está abaixo de 8, risque esse
De que apoio você precisa? Isso
passo da ação, porque você provavelmen-
possivelmente está relacionado à per-
te não irá realizá-lo.
gunta anterior, mas o apoio pode vir de
diversas formas. Pode significar um acor- Segundo Whitmore (2010), isso não é
do para agregar pessoas, habilidades ou o mesmo que sabotar a finalização, como
recursos externos, ou pode ser simples, pode parecer, mas sua experiência diz que
como comunicar sua intenção a colegas aqueles que atingem uma classificação
e pedir a eles que o lembrem desta ou menor do que 8 raramente seguem adian-
o mantenham no foco. Com frequência, te. Contudo, uma vez tendo que admitir o
apenas compartilhar com outras pessoas insucesso, o orientando pode de repente
sua ação pretendida tem o efeito de ga- encontrar a motivação necessária.
rantir a sua realização.
A maioria de nós está familiarizada com
Como e quando você vai conse- os itens recorrentes em nossas listas de
guir esse apoio? Não é nada bom querer serviço, seja no trabalho, seja no que diz
apoio, mas não seguir os passos necessá- respeito aos serviços domésticos pecu-
rios para consegui-lo. Aqui o Coach preci- liares. Nossa lista se torna tão amassada
sa insistir até que as ações do orientando e rabiscada que, no final, acabamos re-
sejam claras e certas. escrevendo-a, e aqueles mesmos itens
seguem sendo copiados repetidamente.
Que outros pontos você está consi-
Com o tempo, começamos a nos sentir
derando? Esta é uma pergunta multiuso,
apropriadamente culpados, mas ainda as-
de modo que o orientando não pode re-
sim nada acontece. “Como é que eu nunca
clamar que o Coach omitiu alguma coisa. É
acabo isso?”, resmungamos para nós mes-
responsabilidade do Coachee garantir que
mos. Nossa lista de serviços incompletos é
nada fique de fora.
a prova de nosso insucesso. Bem, por que
Em uma escala de 1 a 10, qual é o se sentir mal por isso? Se você não vai fa-
grau de certeza que você tem de que zer uma coisa, tire-a de sua lista. E se você
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Aqui não existe resposta certa e cada 2º. Para a primeira área escolhida
pessoa distribui a sua atenção entre as faça as nove perguntas a seguir:
áreas de acordo com os interesses. As
1) Quão satisfeito me sinto em relação a
oito áreas são complementares, e cada
esta área?
uma oferece um tipo de reconhecimento,
e uma não pode suprir a outra. Aprenda a 2) O que é mais importante para mim
diversificar sua atenção e interesses para nesta área?
rentabilizar os ganhos. Ao avaliar como se
sente em relação a cada área será mais fá- 3) O que eu faço e quero preservar? O
cil perceber o que traz equilíbrio ou a falta que eu faço e quero eliminar?
dele (analisaremos detalhes em outra di- 4) Qual tem sido a minha dedicação para
nâmica adiante). E a partir desta consta- esta área?
tação, planeje mudanças que tragam re-
sultados imediatos. 5) O que eu não faço e gostaria de fa-
zer?
Olhar para as oito áreas nos questio-
nando como estamos conduzindo nossa 6) O que eu ganho se fizer o que desejo?
vida pode ser uma forma rápida de fazer 7) O que eu terei de abrir mão para fazer
uma análise profunda. A boa notícia é que o que desejo?
pequenos ajustes podem trazer grandes
benefícios. Lovisaro (2011) sugere que 8) O que eu posso começar a fazer para
você escreva suas respostas e evite ela- me sentir melhor em relação a esta área?
borá-las, registre o primeiro pensamento 9) Quando pretendo começar?
que lhe ocorrer como resposta.
3º. Repita as perguntas de 1 até 9
Instruções para trabalhar as oito para todas as áreas.
áreas:
4º. Defina uma meta para cada área.
1º. Pergunte-se: Por qual área quero
começar? 5º. Ao final, olhe para a folha preen-
chida e para as metas declaradas por
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área e pergunte-se: Por onde eu quero te acostumado não irá negar que sente
começar? aquele “friozinho” no estômago antes de
ficar diante de uma plateia.
Avalie o tipo de meta que você costuma
declarar, principalmente porque algumas É inegável a sensação de desconforto
metas são inspiradoras e atraentes, en- quando estamos totalmente expostos,
quanto outras estão repletas de obriga- sendo o centro das atenções, ainda mais
ção, e alcançá-las costuma ser pesaroso. se tivermos um holofote nos iluminando
Uma meta pode ser simples ou complexa, em um palco. E nem precisa ser um palco
grande ou pequena. Para qualquer tipo, para nos causar este desconforto, pode
vale perceber se existe conflito interno ser até numa reunião de negócios ou mes-
de interesse antes de iniciar a conquista. mo numa ocasião social, quando estamos
Considere se o que você deseja ameaça o cercados de familiares ou amigos.
que quer preservar.
Quem é que já não foi exposto numa
Ponderando as perdas e os ganhos, situação destas? Imagine você na sua
terá mais clareza para decidir o que quer. própria festa de aniversário ou numa co-
Inconscientemente, podemos sabotar o memoração por uma promoção e, de re-
alcance de uma meta por medo de per- pente, seus amigos começam com aque-
der algo tão importante quanto ela. Uma le corinho famigerado, o tal do “Discurso!
mulher que deseja engravidar e ser pro- Discurso! Discurso!”. Você já vai sentindo
movida simultaneamente pode gerar um aquele frio no estômago, aquele arrepio
conflito interno de interesses e sentir-se na espinha, a boca seca, o rosto vai fican-
confusa. do todo vermelho. É quase inevitável que
você sinta esse desconforto pelo menos
As metas podem ser de processo ou
uma vez na vida.
de resultado: para alcançar uma meta de
resultado pode ser necessário alcançar Só existe um jeito de você enfrentar
várias submetas (etapas) de processo. este medo, que é ter a real consciência do
Por isso, desfrutar a cada etapa o momen- seu limite e a partir deste ponto, através
to presente deveria ser tão importante de muita disciplina e determinação, você
quanto o alcance da meta em si. ir se desafiando aos poucos para vencer
este medo, através do controle de suas
5.2 Coaching de comunica- emoções.
Nas sessões de Coaching de Comunica- Ele faz uma autoanálise de seus ges-
ção, o Coach utiliza vários recursos para tos, eliminando tudo aquilo que julga ser
promover o aprimoramento da comuni- repetitivo e desnecessário numa apre-
cação do seu cliente. Um dos recursos é sentação. Para o Coach de comunicação,
fazer com que o cliente tome consciência é importante frisar que, recursos de gra-
do seu espaço corporal, ou seja, o espaço vação de som e vídeo são importantes
que o seu corpo ocupa. Inicialmente, isso ferramentas para este processo. O clien-
é feito com ensaios mentais. O cliente é te, quando vê sua performance em vídeo,
influenciado, por exemplo, a se imaginar tem melhores parâmetros para avaliar sua
jogando tênis, surfando, se alongando condição de comunicação.
ou empinando pipa, entre outros temas.
E a partir destas gravações de perfor-
A partir deste ensaio mental, é sugerido
mance que o cliente vai modelando novos
que o cliente se movimente de acordo
recursos e extraindo aquilo que não ser-
com as imagens da sua mente, projetando
ve mais para sua apresentação. Também
o ensaio mental no seu corpo físico.
começa a perceber se está precisando ser
O objetivo destes exercícios práticos é mais criativo e onde poderá flexibilizar a
fazer o cliente adquirir uma maior cons- comunicação pela improvisação.
ciência do espaço corporal que utiliza e
Ter a capacidade de influenciar pessoas
também flexibilizar seus movimentos cor-
é, atualmente, uma das peças principais
porais, sentindo-se assim mais relaxado e
para o sucesso pessoal e profissional. E
à vontade.
isso só é possível com o aprimoramento
Incentivar novas possibilidades como, da comunicação assertiva e da autocon-
por exemplo, falar de forma diferente é fiança (DE PAULA, 2011).
também uma maneira de quebrar para-
O grande comunicador é aquele que
digmas no processo de comunicação do
consegue se autoavaliar constantemen-
cliente. É importante que o Coach incen-
te e se adaptar rapidamente a qualquer
tive-o a criar novas intenções para sua
ambiente, identificando qual é o melhor
comunicação, percebendo e modelando
estilo para passar a mensagem ao seu re-
desempenhos de outros comunicadores.
ceptor e, desta forma, obter resultados
Neste momento, poderão ser analisados
superiores pela sua comunicação. Em ou-
vídeos que mostrem a performance de
tras palavras, saber como transferir infor-
outros comunicadores, para que o cliente
mações gerando empatia no público e ca-
modele comportamentos.
tivando sua atenção para obter o melhor
O objetivo principal é adquirir o senso resultado de comunicação.
de autenticidade na sua comunicação, uti-
Para conseguir uma mudança efetiva,
lizando a naturalidade do seu estilo pes-
há a necessidade da troca de feedbacks
soal. O cliente que passa por um processo
constantes entre Coach e coachee. Tam-
de Coaching de Comunicação começa a ter
bém há a necessidade do cliente escolher
um contato direto com sua expressão cor-
algumas pessoas para acompanhar o pro-
poral, verbal e vocal.
cesso e observar os resultados.
29
Como o próprio nome sugere, essa teo- organização da história consciente e in-
ria estuda os múltiplos focos do funciona- consciente em nossa memória.
mento da mente e do desenvolvimento da
O intuito desse estudo é conduzir o ser
personalidade, o processamento de ideias
humano a utilizar recursos intelectuais e
e pensamentos (MARQUES, 2014).
emocionais, a fim de ampliar a sabedoria,
É uma teoria original, mas abrangente, o pensar, a solidariedade, entre outras
pois envolve os pontos fundamentais das habilidades, através de um processo de
principais teorias psicológicas da atuali- análise de suas experiências e situações
dade, sobretudo, a Psicologia Positiva ou do dia a dia.
Psicologia da Felicidade.
A teoria do funcionamento da mente
A maioria das teorias usou o pensamen- visa promover o pensamento humano,
to pronto para produzir conhecimento so- expandindo seu senso crítico e racional,
bre a personalidade humana, enquanto a através de um processo de interioriza-
teoria de Inteligência Multifocal investiga ção. É baseado na filosofia, na psicologia
como se constroem os próprios pensa- existencial e na psicanálise arquetípica,
mentos. Por isso, é uma teoria universal e levando o homem a ser produtor de suas
pode ser usada para fundamentar pesqui- próprias ideias e pensamentos (MAR-
sas em diversas áreas do saber. QUES, 2014).
Segundo Vítor (2011), embora seja uma Passamos todos os dias por experiên-
teoria estudada por vários cientistas em cias positivas e outras não. A inteligência
diversos países e inserida na grade curri- multifocal busca resgatar a autoestima,
cular de cursos de Psicologia, Psiquiatria e trabalhando de forma positiva nas frus-
áreas afins em universidades de todos os trações e nos auxiliando a nos proteger
continentes, ela foi desenvolvida pelo psi- das emoções negativas.
quiatra, cientista e pesquisador brasileiro
Segundo Vítor (2011), as pessoas são
Augusto Jorge Cury.
treinadas para dirigir um carro, uma em-
Após mais de vinte anos de pesquisas presa, uma comunidade, uma cidade, um
e exaustivos testes com resultados sig- estado, um país, uma nação. Mas não são
nificativos em seus pacientes, Cury vem treinadas para governar seus próprios
popularizando o conhecimento e demo- pensamentos. Não aprenderam as técni-
cratizando a ciência por meios de livros. cas, não desenvolveram as habilidades e
Atualmente, ele figura entre os autores não possuem as ferramentas necessárias
que mais publicam e vendem livros sobre para administrar as emoções. Por isso, a
o assunto, no Brasil e no exterior. grande maioria foi e ainda está sendo pre-
parada para atuar somente na plateia, e
Segundo Marques (2014), ela tem como
não para ser líder de seu mundo psíquico.
objetivo explicar como se constrói os pen-
samentos, investigando quatro processos Os pensamentos os dominam e as emo-
da mente humana, sendo eles: a constru- ções os controlam. As ciências e os sis-
ção de pensamentos, a transformação da temas e, sobretudo, o sistema educacio-
energia psíquica, a formação do “eu” e a nal, preparam as pessoas para explorar o
31
mundo externo, mas não o território de o perturba, cada angústia, humor triste,
seu próprio ser. medos, insegurança, etc. E, por fim, não
peça compaixão para os pensamentos ne-
Há pessoas que sofrem muito com
fastos.
ideias obsessivas. São escravas de ideias
fixas. Quem produz os pensamentos que Esse sentimento pode gerar o “coitadis-
detestamos? Claro que são os fenômenos mo” (estado ou condição de ter compaixão
inconscientes! Eles comandam o palco de de si mesmo) ou a “vitimização” (estado de
nossa mente. se considerar vítima das circunstâncias).
Vítimas vivem uma vida baseada no medo,
Não há meio termo, ou você governa
antecipando problemas e preocupações
seus pensamentos ou eles o dominam, en-
que possivelmente não ocorrerão e que
tão a sugestão é praticar as técnicas abai-
servem apenas para deixá-la na “inércia”,
xo sugeridas, as quais alimentam nossa
longe de atingir suas metas, alcançar seus
capacidade de gerenciar os pensamentos
objetivos e realizar seus sonhos. Pelo con-
e emoções para sermos líderes no palco
trário, reinvente-se, exorcize os pensa-
de nossa mente. Vamos expor duas delas
mentos ruins e com fé, força e convicção,
que alicerçam e englobam as demais.
determine ser alegre, tranquilo, sereno,
1ª) Reeditar a memória a viver uma vida baseada no amor. A con-
quistar tudo o que quiser ter. A amar, fazer
Reeditar a memória é um dos processos
acontecer. A ser tudo o que puder, ou seja,
de transformação da personalidade estu-
líder de si mesmo.
dados pela teoria da Inteligência Multifo-
cal. Segundo essa teoria, a memória hu- 2ª) Janelas paralelas da memória
mana é indelével, só podemos reeditá-la
Construir janelas paralelas é criar na
ou reescrevê-la. Reeditar ou reescrever
memória janelas saudáveis e que têm in-
a memória não é apagar os pensamentos
terconexão com as janelas doentias do in-
doentios, mas inserir novas experiências.
consciente. As janelas paralelas abrem-se
É construir segurança onde existe o imediatamente quando as janelas doen-
medo, lucidez onde existe estupidez, tias são abertas, fortalecendo a liderança
tranquilidade onde existe excesso de do “eu”.
ansiedade. É possível reeditá-la usando
Criar janelas paralelas pode acontecer
a técnica do DCD (duvidar, criticar, deter-
pela técnica da mesa-redonda do “eu”.
minar). A prática dessa técnica estimula o
“eu” a gerenciar os pensamentos e a ree- A prática dessa técnica cria janelas pa-
ditar a memória. ralelas em pessoas que desejam superar
transtornos psíquicos ou que queiram de-
Não seja prisioneiro de seus pensa-
senvolver seu potencial intelectual e ex-
mentos doentios. Duvide de tudo que eles
pandir sua qualidade de vida.
produzem e que faz você ficar deprimido,
ansioso, sem motivação, com a autoes- Na verdade, essa técnica é uma mescla
tima em baixa. Critique seriamente cada de várias outras técnicas, tais como DCD,
pensamento negativo, cada ideia tola que distração saudável por meio da ruminação
32
tuação. Trata-se de um enfoque prático, Veja abaixo palavras que em sua grafia
de fácil compreensão e aplicação (VÍTOR, têm letras do mesmo grupo do nosso jogo
2011). de palavras, e oportunamente, fazem parte
do implemento ou mesmo dos objetivos per-
O autor frisa que as técnicas, dicas e
seguidos pelo SER humano ao longo de sua
ferramentas descritas acima funcionam
vida:
em qualquer área de sua vida. Elas contri-
buem para que você seja tudo aquilo que
puder ser, mesmo quando se esquecer agilidade, amizade, ansiedade, as-
disso. sertividade, beldade, bondade, ca-
ridade, credibilidade, criatividade,
Por tudo isso e muito mais, o Coaching crueldade, cumplicidade, dificuldade,
Multifocal apresenta-se como um pro- dignidade, feminilidade, fertilidade,
cesso completo para desenvolvimento da graciosidade, honestidade, humildade,
gestão do comportamento organizacional idade, identidade, idoneidade, igual-
e plena utilização do potencial humano. dade, lealdade, legitimidade, liberda-
Um processo eficazmente flexível para de, magnanimidade, masculinidade,
ser operacionalizado tanto em pessoas fí- maturidade, necessidade, personali-
sicas quanto jurídicas (VÍTOR, 2011). dade, piedade, privacidade, qualidade,
responsabilidade, sanidade, saudade,
5.4 O modelo cíclico DADE e sensibilidade, sensitividade, sobrieda-
o método Ciclo Team Power ® de, sociabilidade, tranquilidade, vaida-
De acordo com o modelo cíclico proposto de, variedade, verdade.
por Oliveira (2013), através do jogo de pa- FELICIDADE
lavras DADE1 , a intenção é levar o Coachee
em uma espiral cíclica de mudança mediante
1- DIRECIONAR – Confirmar direção, sinalizar. Certificar cami-
desenvolvimento, que tem foco na melhoria nho ou rumo. Orientar. Centralizar ou canalizar a atenção para
contínua, como extensão e seguindo os mol- algo ou alguém, concentrar
AVANÇAR – Caminhar para frente. Adiantar-se, progredir. Inves-
des do PDCA 2 (agir, planejar, fazer e checar), tir com ímpeto. Fazer sacada ou saliência. Fazer ir para frente.
Prosseguir, continuar uma obra. Fazer sair do alinhamento.
em que um ponto de ação leva a outro, inter- Praticar, executar, investir. Expor, proferir.
DESENVOLVER – Fazer crescer; aumentar, expor minuciosamen-
ligado um complexo processo, sejam eles de te; explanar. Economia: fazer progredir um país, uma região,
competência ou comportamentais. etc., em todos os setores de atividades. Crescer, progredir.
EXECUTAR – Realizar, levar a efeito, pôr em prática. Cumprir.
2 - Ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Shewhart ou
O DADE estabelece uma espécie de sin- Ciclo de Deming, é uma ferramenta de gestão muito utilizada
cronicidade tipo a defendida por Jung, base- pelas empresas do mundo todo. Este sistema foi concebido por
Walter A. Shewhart e amplamente divulgado por Willian E. De-
ada em acontecimentos que se relacionam ming e, assim como a filosofia Kaizen, tem como foco principal
a melhoria contínua.
não por relação causal e sim por relação de Seu objetivo principal é tornar os processos da gestão de uma
significado. Desta forma, torna-se necessá- empresa mais ágeis, claros e objetivos. Pode ser utilizado em
qualquer tipo de empresa, como forma de alcançar um nível de
ria a condução do indivíduo no caminho por gestão melhor a cada dia, atingindo ótimos resultados dentro
do sistema de gestão do negócio.
ele estabelecido em progressão, mediante a O Ciclo PDCA tem como estágio inicial o planejamento da ação,
em seguida tudo o que foi planejado é executado, gerando,
interpretação das atitudes que o farão obter posteriormente, a necessidade de checagem constante destas
seus resultados, para as metas preestabele- ações implementadas. Com base nesta análise e comparação
das ações com aquilo que foi planejado, o gestor começa então
cidas. a implantar medidas para correção das falhas que surgiram no
processo ou produto (PERIARD, 2011).
34
O método ciclo Team Power®, modelo no de ação, visando provocar mudanças sig-
de aprendizagem e mudança desenvolvi- nificativas durante o ciclo do Coaching. Você
do por Robert Dilts, com base no trabalho é capaz de perceber o mundo à sua volta?;
de Gregory Bateson, denominado Níveis
gustação – o porquê fazer vem através
Neurológicos, é a base para realizar com
dos questionamentos, em que se trabalha
eficácia comprovada processos de Coa-
na implementação do plano de ação. Signi-
ching com PNL.
fica execução, com um loco especial para as
Com base no modelo DADE, o método estratégias e os recursos necessários para
Ciclo Team Power, é determinado por no- que o planejado aconteça. Você consegue
minar uma fase relacionando-a com os sentir o gosto da vida? Você sente o gosto do
cinco sentidos humanos e mais a intuição. amor? Você sente as pessoas?;
Uma fase leva para o nível ao ser alinhado
olfativa – o quem estará presente em
com propósitos e perguntas afirmativas,
todos os questionamentos representa o
diretamente à fase seguinte tornando-
faro. Trabalhe na superação de possíveis
-se obrigatório o alinhamento, através
oposições e impeditivos, inclusive no senti-
da passagem por todas as fases (níveis),
do de “reprogramar” crenças e suposições
concluindo, assim, o objetivo determina-
limitantes, comportamentos indesejáveis
do pelo processo de Coaching, objeto do
e estratégias não eficazes. Movimento de
contrato entre Coach e Coachee (OLIVEI-
transformação, onde serão revisadas as ex-
RA, 2013).
pectativas, diante da sua real identidade,
Ciclo team power: suas crenças focando a inteligência emocio-
nal, para descartar comportamentos desne-
visão – todas as perguntas base para cessários. Quem é você? Alguém... Quem tão
o ciclo são efetivadas a partir do direciona-
os outros? Eles têm...;
mento de espaço do Coachee; está vinculada
a avaliação com foco no ambiente e desem- intuição – através dos questionamen-
penho. Como você vê o mundo hoje? Como tos de quem mais, trabalhe para concluir e
você vê o mundo perfeito? Como você vê o tornar seguras as aprendizagens adquiridas,
aqui e o agora?; visando seguir sempre em frente, com au-
tonomia. Neste ângulo do ciclo a premiação
audição – deste modo, todas as afirma- oferecida ao Coachee é a contemplação dos
tivas da fase, são ligadas ao comportamento
resultados obtidos por ele próprio. Objetiva
visto de fora, incluindo o pensamento sistê-
alinhar os níveis neurológicos trabalhados
mico e fronteiras de pensamento. Corres-
durante todo o ciclo. Qual a sua intuição so-
ponde a fase de fundamentação. Você ouve
bre você? Qual sua projeção para os outros?
o que te dizem? Você ouve palavras positi-
Qual sua projeção para a vida? (OLIVEIRA,
vas? Você ouve as intenções?;
2013, p. 151).
toque – todos os questionamentos gi- Todo Coaching é de desenvolvimento de
ram em torno de “como fazer”, consiste na
novas competências comportamentais e
formulação de prioridades, para o ciclo em
pessoais. Trata da promoção do potencial das
curso, baseada no trabalho de construção.
pessoas, do aumento de suas possibilidades
Os mark’s serão mensuráveis e com um pla-
35
O que vai acontecer se continuar assim? Qual é o passo mais fácil, mais viável,
mais acessível que posso dar hoje ou esta
Onde mexer para ter efeito cascata?
semana em direção daquilo que quero?
O que teria que mudar nas minhas atitu-
Qual área da roda da vida de vocês que
des e meus comportamentos para saber que
está precisando de atenção?
Fonte: Adaptado de O’Connor e Seymour (1995, p. 32 apud MELO et al., 2012, p. 7).
38
tivos, mesmo que as culturas sejam total- e Coaching ao longo da própria vivência na
mente distintas. A administração superior Indonésia (país caracterizado por gran-
precisa usar as ferramentas do Coaching de multiculturalidade), de 2000 a 2003,
Transcultural para criar um movimento Lombardo (2012) desenvolveu uma nova
que favoreça a integração alinhada de to- metodologia: o Coaching Transcultural,
das as partes deste todo (CASTRO, 2013). que facilita interações harmoniosas e pro-
dutivas entre indivíduos, grupos, comuni-
Uma iniciativa de Coaching Transcul-
dades ou organizações de duas ou mais
tural, com certeza, apoiará o processo de
culturas distintas.
mudança organizacional necessário, ex-
pandido a visão executiva que favoreça o Os encontros de Coaching Transcultural
desenvolvimento e o aprimoramento das devem favorecer um processo constru-
competências individuais, facilitando a tivo para o desenvolvimento das compe-
instalação da maturidade necessária para tências necessárias ao Coachee, visando
lidar com a diversidade, superar polariza- prepará-lo para vivenciar o novo em sua
ções emocionais e ampliar as capacitações vida.
transculturais, contribuindo para a cons-
Cada conversa e interação com o Coa-
trução de “pontes de aprendizado”, que
ch ajudará o Coachee a prevenir as poten-
irão aproximar todas as culturas organiza-
ciais adversidades, a liberar seu pensa-
cionais envolvidas. Por isso, devemos ter
mento criativo, a gerar aprendizado e se
um item na agenda de planejamento de
corresponsabilizar na construção de uma
integração dos negócios, promover ações
interação produtiva com pessoas de outra
que busquem alinhar todos em direção ao
cultura.
norte único desejado.
Além disso, o Coach auxilia no “apren-
O Coaching oferece para indivíduos e
dizado inconsciente”, pois desperta nos
organizações metodologias, ferramentas
indivíduos ou grupos atendidos algumas
e abordagens que promovem o desenvol-
indagações e questionamentos espon-
vimento de planos e estratégias volta-
tâneos que os levam a buscar uma maior
das para o alcance de metas previamente
abertura e predisposição às novidades
identificadas. O Coach, profissional que
apresentadas por indivíduos e grupos
estuda e aplica o Coaching, auxilia pro-
representantes de outras culturas. Mu-
cessos de mudança por meio de técnicas
dando percepções equivocadas e desen-
e conversas transformadoras que esti-
volvendo a própria tolerância, o Coachee
mulam o desenvolvimento individual ou
passará pelas etapas sucessivas de ad-
organizacional. A crescente populariza-
missão, respeito e valorização de diferen-
ção do Coaching abriu novos campos e ho-
ças culturais.
rizontes para sua aplicação, entretanto,
até poucos anos atrás, ainda não existiam Assim, as habilidades para desenhar
metodologias e programas de Coaching seu futuro serão desenvolvidas e suas
especificamente focados em contextos incertezas, paulatinamente, confronta-
multiculturais. das, a fim de fortalecer o Coachee para
que consiga vivenciar situações menos
Por isso, a partir de estudos de cultura
42
ordenadas, talvez mais caóticas e impre- bem como para a otimização do desempe-
visíveis, mas não necessariamente nega- nho. Cresce a cada dia o número de estu-
tivas. Com o acompanhamento paciente, dos científicos assegurando a eficácia do
não invasivo e não impositivo do Coach, tratamento e manutenção dos resultados
o Coachee identifica seu papel no cenário obtidos (TESSARO, 2008).
atual e busca inserir-se no cenário deseja-
Com o EMDR, ativamos várias áreas ce-
do, construído por ele mesmo; ao mesmo
rebrais através da estimulação sensorial
tempo, o Coach procura auxiliar o Coachee
bilateral. Um processo simples que pro-
a desenvolver uma estrutura de apoio
move a dessensibilização daquilo que nos
para os demais colegas ou membros da
incomoda colocando-nos em um estado
família que vivenciam um processo seme-
mais adaptativo e saudável no qual razão,
lhante, ora em conversas individuais com
emoção e ação estão mais alinhadas. O
o Coachee, ora em conversas conjuntas
cérebro é acessado pela EMDR da mesma
com outros colegas ou familiares, tendo
maneira que ele recebe as informações
em vista o fato de que estão todos vincu-
do ambiente: visão, audição, tato, olfato e
lados a um projeto comum, que diz respei-
paladar.
to ao presente e ao futuro de uma organi-
zação ou de uma família. O EMDR é aplicado em etapas, sendo o
básico composto de perguntas que ativam
É um processo interessante de apren-
diferentes regiões cerebrais de ambos os
dizagem que estimula uma atitude cos-
hemisférios. Estimulações sensoriais bi-
mopolita, não apenas tolerante, mas livre
laterais que promovem o fluxo de energia
de qualquer julgamento onde cabe ques-
entre diferentes regiões cerebrais de am-
tionar expectativas para prevenir con-
bos os hemisférios, integrando as infor-
trariedades, visualizando alternativas e
mações e transformando-as.
soluções viáveis para que seja construída
a confiança necessária para atingir metas Em todo o processo, o paciente man-
(LOMBARDO, 2012). tém-se consciente. Estar acordado é fun-
damental, assim o cérebro entende que
5.7 Dessensibilização e Re- está no presente e que o que está ocor-
rendo lá dentro são só lembranças. É o
processamento por Movi- que chamamos de atenção dual. Inicial-
mentos Oculares (EMDR) mente eram usados apenas os movimen-
O EMDR, originalmente Eye Movement tos oculares (lembre: no sonho os olhos se
Desensitization and Reprocessing é uma movem quando dormimos) depois perce-
abordagem que ativa mecanismos de cura beu-se que sons e toques bilateralizados
e criatividade do nosso cérebro. tinham o mesmo efeito.
ção pode avaliar o seu modelo de gestão e atingir seus objetivos é criando uma es-
verificar se todos os pontos-chave estão tratégia. Essa estratégia tem que estar
trabalhando de forma alinhada e integra- alinhada com a sua missão e visão de fu-
da. O BSC ajuda a avaliar se os caminhos turo. Na vida pessoal não é diferente. Para
tomados estão situados com os objetivos atingir um objetivo, deve-se primeiro es-
pretendidos (NÓBREGA, 2011). crever uma missão e também visão.
Sua visão funciona como uma bússola Uma ferramenta simples, porém muito
ética, que fornece significado à sua vida. eficaz no mundo dos negócios, é a matriz
Ela deve resultar na atuação com propósi- SWOT (strengths, weaknesses, opportu-
to e a empreender esforços para concreti- nities e threats; ou seja, pontos fortes,
zá-la. Ela provê direção aos seus esforços. pontos fracos, oportunidades e amea-
ças). A matriz SWOT traça uma análise
A missão e visão pessoais têm relação
da situação atual do negócio, e pode ser
com suas necessidades e razões internas,
usada também para desenhar o seu esta-
bem como com seu autoconhecimento,
do inicial. Esta análise é uma ferramenta
imaginação e consciência. Elas devem ser
extremamente útil e deve ser utilizada
ambiciosas e inspiradoras, refletir sobre
continuamente com o objetivo de clarear
sua vida e empreendimentos, porque mis-
o caminho a ser seguido e o que deve ser
são e visão sem energia para atuar não fa-
feito. A estratégia SWOT resume-se em
zem qualquer sentido (NÓBREGA, 2011).
eliminar os pontos fracos em áreas onde
c) Objetivos pessoais: existem riscos e fortalecer os pontos for-
tes em áreas onde se identificam oportu-
Os objetivos pessoais decorrem dos
nidades.
FCSs e resultam também de uma análise
particular dos pontos fortes e fracos. Os Baseado nessa proposta, podemos co-
objetivos devem ser afirmados de manei- meçar a definir as iniciativas de melhoria
ra clara, concisa, específica, orientada a que serão necessárias para atingir as me-
resultados, desafiadora, porém realista, tas, ou seja, vamos determinar quais se-
relevante e efetiva no tocante aos custos. rão as estratégias utilizadas para atender
Os indicadores e metas de desempenhos aos objetivos definidos na missão e visão
relacionados tornam o processo mensurá- pessoal.
46
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