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Os Dez Mandamentos e a Kabbalah

Quando vemos os crentes declamando os dez mandamentos ou escutamos uma explicação


literal, tudo parece não fazer muito sentido… a menos que entendamos estas dez “regras”
como um guia para algo imaterial, relacionado com a nossa Essência e não com o nosso
mundo físico. Muitos acham que estas regras foram criadas como guias morais ou ditatoriais,
como parte de leis para doutrinar as pessoas, e não deixam de ter um pouco de razão (em uma
escala muito menor e simplória da compreensão do que são estes “Mandamentos”).

Entenda que, simbolicamente, são necessários 49 dias de Preparação para somente depois
Moisés receber as tábuas dos Dez Mandamentos. Isso quer dizer que quando alguém faz estes
exercícios de autoconhecimento (Sefirat ha Omer), ele está preparado para compreender um
pouco mais esta dimensão muito maior e mais espiritual da Kabbalah, muito longe da doutrina
Católica.

OBS: Este é um post mais avançado e não acredito que todos vocês vão entender tudo o que
está abaixo. Recomendo salvar e ler este post de tempos em tempos, conforme vocês forem
se aprofundando nos estudos herméticos.

Os Dez Mandamentos
1 – Kether – “Amar a Deus sobre todas as coisas” não trata de gostar do velhinho barbudo,
mas de conectar-se ao Universo e trabalhar a Essência para se tornar o próprio Universo.
2 – Hochma – “Não terá outros deuses além dele” é levado ao pé da letra por crentes e ateus,
mas não fala realmente sobre estátuas ou fazer oferendas para outras supostas divindades.
Hochma lida com Multiversos e Todas as realidades da manifestação. Ao descer na Árvore da
Vida, a Consciência passa a estar atrelada a uma realidade, definida em conjunto por Binah,
portanto, não pode perder-se em outras realidades (Imagens).
3 – Binah – “Não usar seu Santo Nome em vão; o Eterno não deixará impune aquele que tomar
seu nome em vão” lida com os limites do Abismo e do perigo de tomar Daath por Kether. Não
é uma blasfêmia contra um ser pessoal, mas sim perdermos nossa própria Essência
maculando-a ou desperdiçando-a.
4 – Chesed – “Guardarás os Dias de Descanso” – Da mesma forma que os Sete Dias da Criação
sao símbólicos, a idéia de um “dia de descanso” também o é. Representa o descanso em
Valhalla, os banquetes em Olimpo, o momento do Rei sentar em seu trono e contemplar
aquilo que foi executado pela Essência. Perceba que todos os Quatros nos Arcanos menores do
Tarot lidam com afastamento, descanso, trégua e recuperação das forças para continuar o
trajeto. Chesed é a pausa antes do Abismo.
5 – Geburah – “Honrar Pai e Mãe” – não se trata dos pais biológicos ou físicos, mas sim da
Esfera que lida com as Egrégoras e com a Verdadeira Vontade. Geburah é a Esfera que lida
com o Rigor; o Pai (energia) e a mãe (forma) que compõem cada essência encarnada no
Planeta. Sem honrar os Planos Energéticos das quais cada um veio, a pessoa se perderá e não
saberá quem é ou o que veio fazer no mundo (tal qual o exemplo dos pais fisicos).
6 – Tiferet – “Não matarás”. Não tem nada a ver com dar tiros ou facadas em pessoas. Não
matarás implica em não matar a sua Essência, transformando-a no Ego ou na vontade dos
outros.
7 – Netzach – “Não cometerás adultério” também não lida com conjunções carnais, mas no
âmbito da Essência, diz para não trairmos nossos sentimentos e emoções.
8 – Hod – “Não Furtarás”, da mesma maneira, lida com nossas criações mentais. Um dos
atributos associados a esta Esfera é o do roubo e furto. Diversos deuses da esfera Mercuriana
estavam associados à ladrões e trapaceiros ou tricksters. O Furto diz respeito às idéias e
criações da Essência. Um conselho para não apropriar-se das idéias e pensamentos dos outros
como se fossem as suas.
9 – Yesod – “Não levantarás falso testemunho” lida com o processo final de visualização da
realidade. Note que o nono mandamento lida com a descrição da realidade (mentira,
descrições falsas) enquanto o décimo Mandamento lida com objetos reais (Malkuth). É um
aviso sobre não cair em criações astrais falsas ou perder-se em falsidades ou devaneios.
10 – Malkuth – “Não cobiçarás os objetos do próximo” faz referência ao mundo material,
avisando que cada manifestação em Malkuth é única e que as pessoas não devem pegar as
vidas dos outros, mas terem a sua própria construção da realidade. O Próximo é o Próximo e
Você é você! Viva a sua própria essência.

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