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MAKOM - Centro de Atividades Judaicas
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2009
ISBN 978-85-85583-98-5
Printed in Brazil
7
Índice
Introdução .................................................................. 9
1. Qual é o propósito da vida? ................................... 15
2. Amor e unidade ..................................................... 25
3. Amor e Criação ..................................................... 43
4. Crescimento pessoal .............................................. 59
5. Destino e escolha .................................................. 77
6. Alma ..................................................................... 87
7. Eu, eu mesmo e Hashem ...................................... 103
8. Da crise à paz ...................................................... 121
9. A próxima dimensão ........................................... 133
10. Livre, leve e solto .............................................. 143
11. Força pessoal ..................................................... 155
12. Linha direta ...................................................... 167
Conclusão ............................................................... 177
Agradecimentos ....................................................... 181
9
Introdução
David Aaron
Instituto Isralight
Misgav Ladach, 25
Cidade Velha, Jerusalém
islight@netvision.net.il
Aos meus queridos pais Joe e Luba,
que me deram confiança e espaço para que
eu buscasse minha verdadeira identidade.
D. A.
15
tem sido tão maltratada ao longo da história, que parece não “caber”
naquela vivência.
A mesma coisa acontece quando ando por um bosque, e os raios
do sol nascente “se afinam” para passar por entre os galhos e as folhas
das copas das árvores. Vejo a luz iluminando as gotas brilhantes de
orvalho, ouço os pássaros e sinto a necessidade de corresponder a
esse magnífico presente da natureza. Quero proteger aquilo que é
tão frágil e tão precioso; sinto-me comovido e digo: “O que posso
fazer, Deus?”
Mas, novamente, hesito. Nesse contexto, a palavra “Deus” parece
até um tanto simplória. A presença que acabei de sentir merece muito
mais. A presença que acabei de sentir é maior do que aquela palavra,
maior do que qualquer palavra que eu conheço; e ainda assim, quero
expressá-la de alguma forma, descrevê-la de algum modo.
O famoso filósofo Georg Hegel disse uma vez que “a tarefa da
filosofia é descrever aquilo que é”. Quando trato desse assunto em
meus seminários no Instituto Isralight, às vezes peço aos participantes
para fecharem os olhos. Depois, entrego a cada pessoa um objeto
desconhecido e peço o descrevam. O objetivo desse exercício é
experimentar a diferença entre “aquilo que é” – nesse caso, o objeto –
e a nossa descrição dele. Quando você segura um objeto, sabe que esse
objeto é, mas não sabe o que é. Tudo que você pode fazer é descrever
o que sente nas mãos da melhor maneira possível.
A procura pela verdade é a tentativa de encontrar as melhores
palavras para descrever a nossa experiência daquilo que “é”. Quando
abraço o meu filho ou quando me sinto abraçado pelo sol, sei o que
sei por meio daquelas experiências, e as experiências vão além das
palavras. Por isso, digo que não acredito em Deus. Deus é apenas uma
palavra. Acredito no que “é”. Acredito na realidade que vivencio.
Por isso, considero a noção de “Deus” dada pela Torá muito
mais satisfatória. Geralmente, a palavra em hebraico na Torá que
se refere a “Deus” é o tetragrama impronunciável Y / H / V / H
18 Luz Infinita
Deus tirano
Por isso é tão importante saber, à medida que você vive, se está
consertando ou destruindo. Você está colando seu pedaço nos outros
pedaços quebrados ou está se quebrando (e quebrando também o
mundo) ainda mais?
Naturalmente, contei essa história de forma bastante simples.
Mais adiante vou comentá-la e também relatar suas ideias místicas
com relação à nossa vida cotidiana. Mas agora quero enfatizar o
seguinte: o Infinito-Criador nunca abandonou os recipientes. Embora
a luz tenha sido retirada do centro, do vácuo onde os recipientes
haviam sido criados, ela continuou, paradoxalmente, a encher esse
centro. Isso retrata o que é conhecido como os aspectos imanente e
transcendente da Luz Infinita – a Luz Infinita está dentro de nós e
nos cerca, ao mesmo tempo.
O conceito místico da Luz Infinita do Infinito-Criador é,
como foi dito anteriormente, outra expressão de Y / H / V / H – a
realidade suprema, a origem de toda a existência que foi, é e será. Isso
nos faz voltar ao problema inicial. Como podemos comunicar essa
experiência incrível e mística por meio da palavra “Deus”, carregada
de tantos mitos e preconceitos? Ainda assim, logo que se denomine
uma nova palavra, um novo nome, para um conceito tão esplêndido,
corre-se o risco de reduzi-lo ao nosso tamanho. Qualquer palavra – e
seu uso exagerado certamente transformaria a experiência de Deus
em algo trivial – nos tranca num ponto de vista que pode se tornar
substituto de um encontro direto e cheio de vida.
Então, ao longo da nossa jornada, quando me referir a Y / H / V
/ H, – a Origem da Existência, o Infinito-Criador – para não causar
mais confusão, usarei a palavra em hebraico Hashem, que significa,
literalmente, “O Nome”. Hashem não é masculino nem feminino,
não é uma pessoa e não se parece com uma pessoa. Hashem não é
equivalente a nenhum ser humano, portanto não deve ser solidificado
numa imagem.
Mas, ainda assim, queremos encontrar alguma relação entre
22 Luz Infinita
Amor e Unidade
que criou o homem à Sua imagem...” Por que dizer essa bênção
numa cerimônia de casamento? Não seria mais apropriada para o
nascimento de uma criança? A resposta é não: a imagem de Hashem
é refletida com mais exatidão por meio da união de um homem a
uma mulher.
Esse conceito é muito importante. Uma pessoa sozinha não
reflete a imagem de Hashem; uma pessoa unida a outra, reflete. A luz
de Hashem, como vimos na imagem cabalística da Criação, é uma
unidade que inclui diversidades. Então, não há unidade que reflita a
imagem de Hashem até que o indivíduo crie um espaço para incluir
outro e permita que “esse outro” faça o mesmo.
Mas criar esse tipo de unidade não é simples. É preciso haver
amor verdadeiro. E o amor verdadeiro também não é simples; mas é
possível, apesar de, geralmente, tropeçarmos e cairmos – caímos de
amores e deixamos de amar – tentando aprender a amar.
A companhia ideal
Perdidamente apaixonado