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Tony Evans de Volta Ao Primeiro Amor PDF
Tony Evans de Volta Ao Primeiro Amor PDF
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TonuEvans
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♦ Relacionam ento enfraquecido com Deus
4 Desilusão com a igreja
4 P rática cristã fora dos padrões bíblicos
4 Vida espiritual sem desenvolvimento
VlOa
P razer, e m o ç ã o
e c o n h e c im e n to
ISBN 85-7367-118-1
Filiada à
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Impresso no Brasil
Dedico este livro a Lois, meu primeiro amor na terra,
que com sua fidelidade, paciência, graciosidade, apoio e amor leal tem sido o
alicerce da minha vida e do meu ministério.
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SUMARIO
Uma palavra Inicial 7
Prefácio 9
Agradecimentos 13
Epílogo 269
UMA PALAVRA INICIAL
L Lmagine o Senhor Jesus Cristo em sua casa, sentado à mesa com você. O
que você acha que Ele lhe diria?
Creio que uma das coisas que iria me perguntar seria: “você me ama?”
Esta é a pergunta que Cristo ressurreto fez a Simão Pedro três vezes, no café da
manhã à beira do lago Qoão 21:15-17). Pedro havia negado a Jesus no processo
de sua crucificação e ele precisava ser restaurado.
Jesus completou a restauração trazendo Simão de volta ao que realmente
era importante: o seu amor por Ele. O Salvador não ficou satisfeito até que se
convencesse totalmente do amor de Pedro por Ele. Somente depois disso Jesus
liberou Pedro para “apascentar as ovelhas”.
A lição contida nessa maravilhosa passagem é que a devoção precede o
dever. Muitas vezes trocamos a ordem das coisas.
Se a maioria de nós estivesse no lugar de Jesus na beira do lago, faríamos
perguntas bem diferentes a Simão Pedro. Provavelmente perguntaríamos se ele
havia-se arrependido por ter negado a Jesus e se havia confessado seus pecados.
Ou poderíamos começar perguntando a Pedro se ele ainda levava a sério a
idéia de ser discípulo e se, mesmo depois de tudo, ele ainda queria ser um membro
da equipe. As pessoas mais preocupadas com a devoção teriam perguntado sobre
a sua vida pessoal, se ele estava orando e lendo a Bíblia diariamente.
Já as pessoas preocupadas com o serviço iam querer saber quais eram os
seus dons espirituais e se ele estava em comunhão com o ministério no qual
exercitava esses dons.
No entanto, Jesus não perguntou nenhuma dessas coisas a Pedro. Será
que o Senhor não se preocupava com a condição espiritual e o futuro do
ministério de Pedro? E claro que se preocupava, mas Ele sabia que se o serviço
de Pedro não fosse motivado por um intenso amor, acabaria sendo apenas a
prática sem a paixão.
Isto também acontece conosco. Nosso amor por Jesus é tão fundamental
que Ele mesmo o chamou, em Apocalipse 2:4, de nosso “primeiro amor”. Nesse
texto encontra-se a primeira mensagem às sete igrejas. Jesus fala à igreja de Éfeso
que a pureza doutrinária e o trabalho duro não podiam compensar o que eles
tinham deixado para trás: seu primeiro amor por Ele.
Tony Evans chama nossa atenção para o fato de que Jesus Cristo leva este
assunto tão a sério que, se não o amarmos em primeiro lugar, nada mais que
façamos para Ele terá importância. E por isso que apreciei tanto De Volta ao
Primeiro Amor e estou feliz ao recomendá-lo a você.
O autor nos prestou um grande serviço ao enfocar a necessidade absolut
de mantermos nosso amor por Cristo como a paixão central de nosso coração.
Qualquer cristão dedicado sabe como é fácil envolver-se fazendo as coisas para
Cristo e acabar se esquecendo de cultivar um relacionamento de amor com Ele.
De maneira algumas vezes provocante, o autor nos ajuda a corrigir este
desequilíbrio. Ele começa nos mostrando como nos desligamos do caminho certo
e abandonamos nosso primeiro amor. Depois ele oferece alguns princípios bíblicos
práticos para nos fazer retornar à estrada certa. '
Esta obra é estimulante e desafiadora, vai direto ao centro do problema e
fala conosco em uma linguagem que podemos entender e aplicar. De Volta ao
Primeiro Amor é bem-vindo e necessário para a igreja. Minha oração é que Deus
venha abençoar o seu coração por intermédio das verdades encontradas neste
livro.
Charles Stanley
Atíanta, Geórgia
Estados Unidos da América
PREFACIO
1 ara os jogadores profissionais de basquetebol, o rebote é uma espécie d
arte. Alguns jogadores são extremamente valorizados apenas por sua habilidade
em apanhar rebotes.
Por que o rebote é considerado um fundamento tão importante no
basquetebol? Porque os jogadores perdem centenas de arremessos! A bola não
cai sempre na cesta. As vezes ela bate no aro ou explode na tabela. Os vencedores
são aqueles que apanham o rebote e fazem outro arremesso.
Esse princípio também é válido na vida cristã. Todos nós fazemos maus
arremessos. Sabemos onde a cesta está e temos a bola, mas, por algum motivo, as
duas não se encontram sempre. O que me preocupa não é tanto o arremesso
perdido, mas o rebote. Ou seja, o que você faz para ganhar impulsão e voltar ao
jogo.
Se você permitiu que alguma coisa substituísse o seu primeiro amor por
Jesus Cristo, certamente desperdiçou um arremesso. Contudo, o jogo ainda não
acabou. Você pode (e deve!) apanhar o rebote, retomar aquele primeiro amor
por Jesus e tornar-se um vencedor no jogo da vida. Isso é o que o Senhor deseja
que você faça.
Jesus disse que o maior mandamento é: “Amarás o Senhor teu Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mateus
22:37). O amor a Deus sempre esteve em primeiro lugar na lista de prioridades
de Jesus. Deus não quer somente nosso trabalho, Ele quer a nossa devoção.
Se existia alguma dúvida sobre isso, ela foi dissipada por Jesus ao dizer
estas palavras à igreja de Éfeso:
Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua perseverança, e que não
podes suportar os maus, e que puseste à prova os que se dizem apóstolos
e não 0 são, e os achaste menth-osos. Tens perseverança, e por causa do
meu nome sofreste, e não desfaleceste. Tenho, porém, contra tique deixaste
0 teu primeiro amor. Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te, e pratica
as primeiras obras. Se não te arrependeres, brevemente virei a ti, e
removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te arrependeres
(Apocalipse 2:2-5).
Que passagem fantástica! Quando Jesus olhou para a igreja de Éfeso, viu
muitas coisas boas. Encontrou boas obras, o empenho e a continuidade do
trabalho. Os efésios não eram preguiçosos. Eles eram diligentes nas coisas de
Deus e sofi-eram perseguições e dificuldades por amor ao nome de Cristo.
Ao olhar para aquelas pessoas, Jesus também viu equilíbrio doutrinário.
Aqueles crentes não “engoliam” os falsos mestres, pois conheciam bem as
Escrituras. A verdade era importante para eles. Qualquer líder gostaria de
pastorear um grupo como esse.
Só havia uma área na qual os crentes de Éfeso tropeçavam. O dever, que
é o resultado da devoção, tomou o lugar da própria devoção. Os crentes de
Efeso haviam abandonado o seu “primeiro amor” por Cristo. Eles eram eficientes
nas suas vidas cristãs, mas eram frios nessa “eficiência”. O calor e a animação de
seu amor por Deus ficaram em algum lugar do passado.
Bem, você pode dizer, “três itens corretos em quatro não é tão mau assim”.
Eles tinham boas obras, serviam a Deus com perseverança e eram teologicamente
corretos. Apenas precisavam preocupar-se um pouco mais com o problema do amor.
Foi isto que Jesus Cristo falou? Não! Ele disse: “se o seu amor por mim não
for aquilo que tem de ser, não importa o restante das coisas que vocês façam. Se
vocês não voltarem ao primeiro amor que tinham por mim no princípio, eu
removerei o candeeiro de sua igreja de seu lugar!”.
Deus nunca desejou que o nosso dever tomasse o lugar da nossa devoção.
Isso torna a questão de nosso primeiro amor tão importante que vale a pena
estudar esse assunto. Quis fazê-lo a partir dos títulos das duas partes do livro, que
nos levarão de onde estamos para onde queremos ir.
Como somos pecadores — ainda que redimidos — e vivemos num mundo
decaído e sem redenção, infelizmente existem muitas coisas ao nosso redor, e
até mesmo dentro de nós, que podem provocar o desvio de nossa atenção de
Cristo, fazendo-nos perder o nosso “primeiro amor”. Enfrentamos inimigos
terríveis: o mundo, que de acordo com João inclui a antiga serpente, o diabo
(1 João 2:16; 1 Pedro 5:8).
Na primeira parte deste livro vamos falar sobre as coisas que podem desviar
a prioridade de nosso amor a Cristo e as conseqüências de nos mantermos nessa
condição. Jesus faz uma advertência tão dura à igreja de Éfeso que temos de
perceber o que estamos colocando em risco se não recolocarmos Deus no lugar
adequado em nossas vidas.
A segunda parte do livro é, sem dúvida, a melhor. Nela discorreremos
sobre como reconquistar o primeiro amor. O esboço desta parte saiu do texto de
Apocalipse 2:5, no qual Jesus diz à igreja para lembrar-se, arrepender-se e praticar
as primeiras obras. Esta parte do livro está repleta de aplicações, mas em todos os
capítulos estarei dando a você sugestões de como colocar as verdades que estamos
aprendendo em prática. Vamos começar?
AGRADECIMENTOS
C ^u ero agradecer em especial ao meu amigo Philip Rawley por sua
excelente ajuda na editoração e na preparação destes manuscritos. Também
gostaria de agradecer a Greg Thornton, Cheryl Dunlop e toda a equipe da
Moody Press pelo seu contínuo compromisso de integridade bíblica e excelência
técnica.
PRIMEIRA PARTE
ABANDONANDO 0
SEU PRIMEIRO AMOR
CAPITULO
1
0 CANCER DA
CARNALIDADE
UM CRISTÃO DE VERDADE
Primeiro vamos definir o que é um cristão carnal e um cristão de verdade.
Quando eu digo cristão camal, é exatamente isso o que quero dizer. Não estou
falando sobre aqueles que não vieram a Cristo. Você não pode abandonar o seu
primeiro amor por Jesus se nunca se relacionou verdadeiramente com Ele.
Portanto, quando falo sobre um cristão carnal, tenho em mente um crente
nascido de novo.
Você sabe que é possível estar no caminho para o céu e, ainda assim, ter
pouca utilidade para Deus aqui na terra? E possível receber ao Senhor Jesus
como Salvador e, ao mesmo tempo, se recusar a se submeter ao seu senhorio.
Este é o retrato de um cristão carnal: alguém que está indo para o céu, mas que
tem sua vida de fé aqui na terra comprometida.
Muitas pessoas pensam que são cristãos carnais quando, na realidade, nem
crentes são. Muitos pensam que são desviados, mas nunca estiveram realmente
no caminho! Se você nunca confiou no Senhor Jesus Cristo como único e
suficiente Salvador, então precisa nascer de novo (João 3:1-7). Você precisa
arrepender-se de seus pecados e confiar o seu destino nas mãos de Jesus, que
morreu na cruz pelos nossos pecados. A carnalidade não é um de seus problemas,
se você não é crente.
Algumas vezes olhamos para alguém que diz ter nascido de novo, mas que
está vivendo em pecado. E fácil dizer que ele nunca foi um cristão, mas é possível
que ele seja um cristão de verdade que se tomou momo e falhou em sua fé.
Isso acontece porque os cristãos têm um relacionamento dual com Deus.
Assim como existe a possibilidade de se estar legalmente casado sem desfrutar das
relações íntimas do casamento, é também possível estar casado com Cristo sem
desfrutar da comunhão que deve ser parte de nosso relacionamento com Ele.
Uma pessoa pode ser cristã e camal ao mesmo tempo. Isto está claro na
primeira carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 3. Ele diz no versículo 1: “Eu,
irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a camais, como a
meninos em Cristo”.
Observe que Paulo falou a estas pessoas como irmãos, como estando
“em Cristo”. Os irmãos são parte da família de Deus. Se você está em Cristo, é
um cristão. Nesse capítulo, o apóstolo vai corrigir seus leitores porque mesmo
sendo eles irmãos (parte da família) e permanecendo em Cristo (cristãos de
verdade), estão falhando espiritualmente.
Paulo abre sua carta para essa igreja, constituída em grande parte de cristãos
camais, dizendo: “A igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em
Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo o lugar invocam
o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Coríntios 1:2).
As pessoas da Igreja de Corinto eram separadas para cumprir os propósitos de
Deus. Eram salvas, santificadas e membros da família de Deus. Mesmo assim
eram camais, vivendo como se Cristo não fosse o alvo de seu amor, muito menos
do seu primeiro amor.
Existem muitas ilustrações na Bíblia de pessoas que se comprometeram
com Deus e terminaram terrivelmente fracassadas. Por exemplo, Saul, o primeiro
rei de Israel. Ele era o regente ungido por Deus, escolhido para liderar Israel
(1 Samuel 10:1). Mesmo assim tornou-se rebelde contra Deus, acabou fazendo
uso da bruxaria e, finalmente, cometeu suicídio.
O sucessor de Saul, Davi, viveu num estado de carnalidade não somente
quando adulterou com Bate-Seba, mas também quando cometeu assassinato e
tentou encobrir tudo, até que o profeta Natã o confrontou (2 Samuel 11-12).
O filho de Davi, Salomão, foi um grande rei. Os primeiros dez capítulos
de 1 Reis nos dizem o quão dedicado ele era. Quando teve a oportunidade de
pedir a Deus qualquer coisa que seu coração desejasse, Salomão orou: “não me
dê riquezas, me dê sabedoria” (1 Reis 3:12-15). Existem poucas orações na Bíblia
tão grandiosas como a oração que Salomão fez quando dedicou o templo
(1 Reis 8:22-53).
Ele era um homem comprometido; no entanto, a Bíblia diz em 1 Reis 11:1
que “o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras”. Uma declaração bem
modesta para quem acabou tendo 700 mulheres e 300 concubinas! Estas mulheres
“ lhe perverteram o coração para seguir a outros deuses, e o seu coração não era
completamente leal para com o Senhor seu Deus” (v. 4). Se essa não for uma
descrição clara do abandono do primeiro amor, não sei qual outra poderia ser.
Não é de admirar que, quando Salomão escreveu o livro de Eclesiastes,
seu tema fosse o vazio da vida. Quando deixou o seu primeiro amor e entrou
numa vida de carnalidade, Salomão só poderia falar sobre a falta de significado
da vida fora de um relacionamento dinâmico com Deus, porque ele havia-se
tornado um crente carnal.
A lista de pessoas que deixaram seu primeiro amor na Bíblia é grande. Em
1 Coríntios, lemos sobre um homem que estava vivendo num relacionamento
incestuoso com sua madrasta. Embora Paulo tivesse pronunciado um julgamento
severo sobre este homem, expulsando-o da igreja, ele deve ter sido apenas um
crente que necessitava de disciplina severa para vir a arrepender-se e experimentar
a restauração (1 Coríntios 5:1-5).
O que quero dizer é que ter sido salvo há dez anos não garante sua
espiritualidade hoje. Deus lhe deu vida nova, mas você deve viver uma nova
vida. E possível ter sido um campeão em sua vida espiritual ontem e ser um
derrotado hoje. Ainda que vivamos numa caminhada dinâmica com Deus no
dia-a-dia, é possível que sejamos reprovados.
UM CRISTÃO ESTAGNADO
Também quero que saiba que um cristão carnal é um cristão estagnado.
Veja 1 Coríntios 3:2: “Com leite vos criei, e não com alimento sólido, pois
ainda não estáveis prontos para isso. Com efeito, ainda agora não estais prontos”.
Um cristão carnal é alguém que foi salvo por algum tempo, mesmo assim
não demonstra um crescimento espiritual. Uma das coisas que me alarma é o
2i)
número de cristãos que vem à igreja semana após semana, mês após mês, ano
após ano, mas não experimentam nenhum progresso espiritual.
Eles ainda estão envolvidos com os mesmos velhos pecados e continuam
agindo da mesma forma antiga. Recusam-se a pensar biblicamente e a se
relacionar com Deus como Ele quer. Sentam-se nos mesmos bancos todos os
domingos. Mas não conseguem superar coisas do passado.
Crentes á-bê-cê
Paulo diz que a principal característica do crente carnal é a dificuldade
em ingerir alimento espiritual sólido. Em outras palavras, não são capazes de se
aprofundarem nas coisas de Deus. Eles são o que eu chamo de crentes á-bê-cê.
Muitos de nós se sentiriam insultados se alguém lhes desse um livro que
começasse com: “A de avião. Avião é um meio de transporte”. E na página seguinte
lesse: “B de banana. Banana é bom”. Depois, “C de casa”. E assim por diante.
Você diria:
— Já fiz o jardim de infância e passei desta fase.
Você aprendeu o alfabeto quando era pequeno. Você aprendeu essas coisas
e cresceu. Mas conhecemos pessoas que não gastaram o seu tempo no
aprendizado, pois, por alguma razão, abandonaram a escola. Hoje, mesmo sendo
adultas, tudo o que sabem é que avião começa com a letra a.
O meio pelo qual desenvolvemos nossa habilidade de leitura é a prática.
Não basta querer ler, ter esperança ou orar para receber o dom da leitura. Se
você quiser aprender a ler, precisa praticar. Assim, se quiser tornar-se um cristão
espiritual, o qual tem o seu primeiro amor como prioridade, deve fazer as coisas
necessárias para crescer espiritualmente. Você não pode continuar estagnado.
Crentes parados
Recentemente estava com um grupo de amigos em Lagos, na Nigéria,
quando o táxi parou. Não saímos do lugar. Era a minha primeira noite naquele
país e eu tive de sair do carro e empurrá-lo.
Depois de algum tempo descobrimos que o indicador de combustível estava
quebrado e não sinalizou que a gasolina havia acabado. O motorista estava
levando-nos para um lugar sem ter gasolina no tanque. Logo conseguimos um
pouco de combustível e o carro seguiu viagem, após ter sido devidamente
abastecido.
No carro estavam dois homens e duas mulheres de Deus, mas, mesmo
assim, ele não podia ir a lugar nenhum, porque era necessário que houvesse
gasolina no tanque. Não importava o que fizéssemos, a única coisa que resolveria
nosso problema era gasolina. Nada mais servia.
Muitos de nós queremos dar tudo para Deus e nos esquecemos de que
temos de dar para Ele o que é realmente necessário. Queremos dar para Deus
um pouco disso e daquilo, mas nossos motores espirituais não vão pegar porque
não estamos dando para Deus o que é necessário: uma vida compromissada,
usando todo o nosso tempo para as coisas do Espírito.
Infelizmente minha experiência com táxis nigerianos não parou por aí.
Estávamos prestes a entrar na auto-estrada, quando o táxi parou novamente.
Saímos do carro e o empurramos até um posto de gasolina, onde ele parou de
vez. Em minha primeira noite na Nigéria, precisei pegar carona com meus
amigos.
Por causa do táxi parado, não pudemos chegar ao nosso destino em
tempo hábil. Estávamos presos.
Muitas vezes os cristãos são camais porque estão parados. Eles não podem
seguir em frente, não importa o quanto pisem no acelerador, pois caíram no
buraco. Estão nessa situação por escolha própria, porque se recusam a deixar o
leite para se alimentar com comida sólida.
Eles ainda medem o sucesso de suas vidas espirituais pelo entretenimento
que têm na igreja e não pelo ensino que recebem. Precisam sentir-se bem, mesmo
que não estejam aprendendo nada. Querem que alguém lhes dê a Palavra na
boca, pois não conseguem usar os talheres sozinhos.
E compreensível que um bebê não se alimente sozinho, mas, ao atingir
determinada fase, já consegue comer sem a ajuda de ninguém. Os cristãos de
Corinto não conseguiam alimentar-se sozinhos. Como as pessoas descritas em
Hebreus 5:11, eles se tomaram “negligentes para ouvir”.
Os cristãos carnais recusaram-se a aprender e aplicar a verdade de Deus.
Esta atitude paralisa por completo o desenvolvimento espiritual. Isso sugere uma
terceira característica da camalidade.
A pessoa natural
A pessoa natural é o primeiro tipo descrito em 1 Coríntios 2:14: “Ora, o
homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, pois lhe parecem
loucura, e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.
Certa vez conversando com um irmão, ele me disse: “E, eu sou um homem
natural”.
Isso para ele podia parecer bom, mas, de acordo com a Bíblia, não é algo
que possa ser motivo de orgulho. Um homem natural é o mesmo que um não-
cristão, um descrente. Um cristão deve ser sobrenatural. Um não-cristão faz as
coisas naturalmente. Sua mentalidade é de que qualquer coisa é aceitável
simplesmente pelo fato de que todo o mundo a pratica, porque é “natural”.
Note as duas principais marcas registradas das pessoas naturais. A primeira
é que não recebem bem as coisas espirituais. Elas não querem ter um compromisso
com as coisas do Espírito, nem que as verdades de Deus controlem suas vidas.
A segunda marca dos homens e mulheres naturais é que as coisas espirituais
lhes parecem tolices. Eles não recebem bem as coisas de Deus, pois não sabem o
que fazer com elas. Não sabem como aplicar as coisas do Espírito em suas vidas.
Sendo assim, assuntos como “morte” e “vida eterna” não são muito
importantes para as pessoas naturais. Elas falam sobre todas as coisas, menos as
do Espírito. O homem natural pode entender de ciência, matemática e outras
coisas, mas não pode entender e apreciar a realidade espiritual.
Ele é como o homem que assistia à TV na casa de um amigo quando
começou um filme muito interessante. A televisão de seu amigo era pequena,
então ele disse a si mesmo: “Vou assistir esse filme lá em casa, na TV de tela
grande que acabei de comprar”.
Então ele vai para casa, liga seu telão, mas não consegue achar o filme
que queria ver. Ele muda de canal, a imagem da televisão é perfeita, o som é
estéreo, mas não encontra o filme desejado.
Você provavelmente já sabe o que aconteceu. Este homem não tinha
televisão a cabo. Na TV a cabo as pessoas têm a possibilidade de receber o sinal
de canais que normalmente não estão disponíveis na TV aberta. O homem
tinha uma televisão maior e melhor, mas ele não podia receber o sinal daquele
filme porque ele não era assinante de TV a cabo.
O não-crente não pode conectar-se com as coisas de Deus, não
importando a sofisticação de seu equipamento ou quanto prestígio possua. Ele
não tem acesso a Deus. Muitos não-crentes têm muito para mostrar ao mundo
das coisas do mundo, mas não conseguem receber o sinal das coisas espirituais
porque não estão conectados a Deus.
A pessoa espiritual
O segundo tipo de pessoa que Paulo descreve está nos versículos 15 e 16
de 1 Coríntios 2: “Mas o que é espiritual discerne bem a tudo, e ele de ninguém
é discernido. Pois quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir?
Mas nós temos a mente de Cristo” .
Note a referência sobre a mente. A pessoa espiritual é um cristão maduro
que pensa como Cristo pensa. A mente é a chave porque ela é o canal por meio
do qual você coleta os dados que regem sua ação.
Todas as suas ações acontecem porque o seu cérebro diz que você deve
proceder de determinada maneira. Sem o seu cérebro, nada funciona. Ele é o
canal que controla suas funções motoras, sua fala e todas as outras funções de
seu corpo. Quando o seu cérebro pára, as outras partes do seu organismo por si
só não podem funcionar.
O cérebro é para o corpo o mesmo que a mente é para a alma. Assim,
Paulo está dizendo que uma pessoa espiritual aprendeu a pensar os pensamentos
de Deus. Ela alcançou um ponto onde conscientemente, mesmo que não seja
sempre perfeita, analisa, avalia e examina a vida sob a perspectiva de Deus.
Agora deixe-me fazer uma pergunta. Nas suas decisões, planejamentos e
orientações de vida, você regularmente faz a pergunta: “O que Deus pensa
disso?”. Se você não se pergunta isso, é porque ainda não se tornou uma pessoa
espiritual. Uma pessoa espiritual pensa como Cristo.
Uma das marcas da pessoa espiritual é a sua percepção das coisas espirituais.
A pessoa espiritual é capaz de conectar as decisões presentes com as conseqüências
futuras, porque ela é madura. As pessoas imaturas não fazem esta conexão. Elas
somente vivem o momento.
Meus filhos, especialmente os mais novos, não falam sobre a salvação.
Eles nunca tocaram neste assunto. Mas eles sempre falam sobre compras. Eu
dou um pouco de dinheiro para eles e imediatamente o dinheiro desaparece.
Isso acontece porque o nível de maturidade deles não permite que consigam ver
as coisas a longo prazo.
A maturidade, por outro lado, diz que eu devo olhar para o futuro, em vez
de olhar apenas para o momento. A pessoa espiritual analisa as coisas sob a
perspectiva divina, não somente conforme as circunstâncias imediatas. Ela tem
a habilidade de discernir os fatos. Ela possui o ponto de vista de Deus.
Meninos em Cristo
O terceiro tipo de pessoa que Paulo descreve está no primeiro versícul
do capítulo 3 de 1 Coríntios:
Eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais,
como a meninos em Cristo.
A pessoa camal
Agora estamos voltando para o ponto em que começamos. Fizemos a
volta completa porque o quarto tipo de pessoa é o cristão carnal descrito em
1 Coríntios 3:3: “ainda sois carnais”.
A palavra ainda é a chave para compreendermos o texto. Houve muito
tempo para o crescimento espiritual, mas os cristãos carnais ainda estavam
vivendo em seus hábitos antigos. Eles escorregavam muito, caindo em seus
caminhos carnais. Eles não eram tão diferentes das pessoas do mundo.
Você provavelmente mudou bastante quando foi salvo. Depois dessa
mudança inicial, entretanto, é fácil ficar estagnado e depois começar a retroceder.
Se você não tomar cuidado, começará a fazer as mesmas coisas que havia deixado
de fazer quando recebeu a salvação.
Quando isto acontece, você coloca uma fachada espiritual para que,
quando lhe olharem, as pessoas pensem que você mudou. Mas se elas morassem
na sua casa, saberiam que a sua mudança não foi verdadeira! Você se veste
como um santo. Usa um perfume santo. Tem um sorriso santo. Nada disso,
contudo, pode esconder o fato de que o seu desenvolvimento espiritual está
estagnado.
No caso dos crentes em Corinto, Paulo os conhecia há vários anos. Agora
ele estava escrevendo para dizer: “Meus amigos, vocês já têm vários anos de
idade e nem estão andando. Ainda usam fraldas. Vocês não fizeram nenhum
progresso. Vocês praticam os exercícios espirituais, mas ainda estão só
engatinhando”.
2(1
Um dos ministros da igreja da qual eu sou pastor em Dallas chama-se dr.
Sonny Acho. Ele é da Nigéria. Quando conversa, confunde o inglês com a sua
Kngua nativa. Muitas vezes não sei o que está querendo falar para mim. Isso me
preocupa. Ele pode estar fomentando uma revolução na igreja e eu não estou
sabendo de nada!
O dr. Acho se expressa bem em inglês comigo mas, quando fala em
nigeriano, sei que está falando alguma coisa que não quer que eu saiba. Eu
sempre falo para ele: “Por favor, fale inglês quando estiver perto de mim”.
A mesma coisa acontece com um cristão carnal. Ele fala o “cristianês”,
mas vive em outro dialeto. Ele diz “louvado seja Deus, aleluia e amém” com seus
lábios, mas fala um idioma bem diferente com a sua vida.
Dos quatro tipos de pessoas descritas por Paulo em 1 Coríntios 2-3, o cristão
camal é o único que não está agindo da forma devida. Você não pode esperar que
o homem natural aja de uma forma que não é natural. Você não pode culpar uma
criança por ser imatura, nem culpar o cristão espiritual que se está desenvolvendo
espiritualmente. O homem carnal, porém, é um problema porque ele teve o
tempo necessário para crescer, mas teve o seu crescimento estagnado.
UM CRISTÃO REBELDE
Isto nos traz ao nosso ponto final: o cristão carnal é um cristão rebelde.
Paulo diz em 1 Coríntios 3:4: “Pois dizendo um: Eu sou de Paulo, e outro: Eu de
Apoio, não sois carnais?”.
Você já disse alguma vez que “errar é humano”? Isso é desculpa de não-
crente. Este é o diálogo das pessoas que andam segundo o caminho dos homens.
Alguma vez você já disse “mas todo mundo faz isso”? Este é mais um exemplo de
pessoas que andam segundo os homens.
Paulo fala à igreja em Corinto: “Vocês estão agindo igual a todo mundo, da
mesma maneira que os não-crentes que estão ao seu redor. Vocês não estão agindo
como o novo homem e a nova mulher que foram criados para ser. Vocês estão
fazendo as coisas que os não-crentes fazem”.
Brincando no barro
Se você vê uma criança brincando no barro, não liga para isso porque as
crianças normalmente brincam com barro. Elas tentam comer a lama e rolam
no barro. A lama é um brinquedo para elas.
No entanto, se vê um homem de 21 anos de idade brincando na terra,
rolando nela e tentando comer barro, você tem um grande problema em suas
mãos. Mas o tempo é a única diferença entre a criança e o homem. Uma pessoa
com 21 anos de idade deve saber que a lama não é um brinquedo.
Existem cristãos que foram salvos há muito tempo e ainda estão brincando
com a lama espiritual e se divertindo com ela. Nós poderíamos entender caso
eles fossem recém-convertidos, que não soubessem que a sujeira não é algo para
se brincar.
Os cristãos não podem ser expostos à verdade de Deus semana após semana
e não identificar a lama quando eles a vêem. Deus não está somente tentando
manter-nos longe da sujeira. Ele quer mostrar-nos algo muito melhor, para que
nunca mais tenhamos vontade de brincar na lama novamente.
A lama que o mundo oferece pode parecer boa para um cristão que deixou
o seu primeiro amor e necessita voltar a ele. O meu desafio desde o início é que
você faça uma avaliação de sua vida e determine a sua condição atual: se você é
natural, ou seja, não é salvo; se é espiritual e sempre olha as coisas do ponto de
vista de Deus; se é recém-convertido, um bebê em Cristo ou se é camal, que não
está vivendo como a nova pessoa que você é em Jesus.
Se você descobriu que a carnalidade é a categoria na qual se encaixa,
quero encorajá-lo a voltar ao seu primeiro amor, Jesus Cristo, ainda hoje.
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
^ ^p esar da segunda parte deste livro ser baseada em aplicações práticas, quero
dar-lhe algumas idéias a cada passo do caminho para ajudá-lo a reconquistar o seu
primeiro amor e manter Cristo no centro de seu coração. Aqui estão algumas idéias de
como você pode começar:
1. Se você está lendo este capítulo e ainda não experimentou a salvação, deve
pensar a respeito de sua vida eterna. Simplesmente reconheça que você é um
pecador (veja Romanos 3:9,10,23). Creia emJesus Cristo, o filho de Deus que
morreu para pagar pelos seus pecados na cruz e ressuscitou dos mortos para
salvá-lo (Romanos 5:8; 10:13). O livro de João 1:12 diz: “Mas a todos os que
0 receberam, àqueles que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus”. Você pode conhecer a alegria do perdão e da vida eterna.
2. Talvez você tenha de admitir que, usando a ilustração citada, você virou na
esquina errada e deixou o seu primeiro amor para trás. O importante agora é
que reconheça o que aconteceu e volte ao caminho certo. Diga para Deus o que
está acontecendo. Peça a Ele para perdoá-lo e colocá-lo de volta no caminho do
crescimento espiritual. Ele está ansioso por fazer isso, como o pai que esperava
na estrada pelo retomo de seu filho (veja Lucas 15).
3. Uma vez que o caminho da camalidade está marcado por uma série de
escolhas e decisões, talvez você deva fazer escolhas melhores. Lembre-se de que
uma das marcas que acompanham as pessoas espiritualmente maduras é que
elas vêem as conseqüências de suas decisões a longo prazo, sem imediatismos, e
agem de acordo com elas. Você está para tomar uma decisão que necessita de
mais oração e reflexão I Se for possível, adie esta decisão até que possa dizer que
Deus a aprova! Converse com o seu pastor ou com um cristão maduro, que
poderão ajudá-lo a obter uma perspectiva melhor sobre o assunto.
4. A vida cristã é uma vida sobrenatural. Desta forma, quando os outros nos
olham, devem ver algo que não pode ser simplesmente explicado em termos
naturais: nosso amor, nossa paz, nossa alegria, nossa generosidade etc. Pergunte
a si mesmo: Existe alguma coisa na minha vida que não possa ser explicada
exceto pelo poder do Espírito Santo que está trabalhando em mimJ
CAPITULO
2
SUFOCANDO A
PALAVRA
A PARÁBOLA DO SEMEADOR
Jesus contou uma história sobre um fazendeiro que saiu para semear (v.
5). Este semeador não tinha toda a tecnologia que existe nas fazendas de hoje.
Hoje temos fertilizantes, pesticidas e até computadores para controlar a produção
de cereais. Sempre fico impressionado quando estou num avião e vejo aquelas
fazendas modernas. É impressionante como a plantação é perfeita e as linhas
divisórias de um cultivo para o outro são tão retas.
Nos dias de Jesus a semeadura era feita manualmente. O fazendeiro
colocava suas sementes numa bolsa e a pendurava no pescoço de um burro. Ele
levava o burro para a área em que ia plantar, enfiava a mão na bolsa cheia de
sementes e as lançava na terra.
As sementes caíam por todas as partes. A idéia era saturar a terra com
sementes para que o semeador tivesse pelo menos algumas sementes fecundadas.
Este é basicamente o quadro que Jesus está tentando pintar na mente das pessoas.
Ele disse que o semeador saiu para semear as suas sementes, as quais caíram em
quatro tipos de solos diferentes.
Os solos
Uma parte das sementes caiu ao lado da estrada, onde “foi pisada, e as
aves do céu a comeram” (v. 5). A semente nem conseguiu germinar. Ela caiu
dentre os dedos do semeador. Ele pisou nela e ela ficou presa em sua sandália.
Quando ele andou um pouco mais, a semente caiu de suas sandálias. Os pássaros
a viram, e a comeram.
Outras sementes caíram em solo rochoso (v. 6). Este solo era raso, cheio
de pedras e rochas. Como resultado, a semente cresceu, mas acabou secando
porque não havia umidade. Ela não conseguiu aprofundar suas raízes para sugar
a umidade do solo a fim de desenvolver-se. O solo não podia sustentar a vida
daquela semente.
Jesus continuou: “outra caiu entre espinhos e, crescendo com ela os
espinhos, a sufocaram” (v. 7). Evidentemente os espinhos cresceram mais rápido
e eram mais fortes que a planta, e havia tantos espinhos que sufocaram a planta
até que ela morresse.
Finalmente Jesus disse que “outra caiu em boa terra e, nascida, produziu
fruto, a cento por um” (v. 8). Este solo tinha o equilíbrio correto. Ele era rico
em nutrientes e produziu o resultado desejado.
Jesus terminou a parábola com o seguinte desafio; “quem tem ouvidos
para ouvir, ouça” (v. 8).
O Senhor sabe que temos dois ouvidos, mas também sabe que é possível
tê-los e, ainda assim, não conseguir ouvir. O que Ele está dizendo é: “Preste
bem atenção!”. Quando um professor diz isso numa sala de aula, você sabe
exatamente o que ele está querendo dizer. Ele está alertando: “E melhor você
ter certeza de que está entendendo o que acabei de explicar, porque terá de
responder isso na próxima prova”.
A questão
Qual a melhor coisa a fazer se você não entendeu o que o professor acabou
de explicar? Você deve levantar a mão e pedir para ele explicar novamente. Foi
o que os discípulos fizeram no v. 9: “Os seus discípulos perguntaram o que ele
queria dizer com essa parábola”.
Em outras palavras, eles estavam dizendo: “Jesus, não entendemos o que
você está falando. Um semeador saiu para semear. Entendemos isso, mas qual a
lição para nós?”. Jesus fez uma declaração espetacular antes de explicar o
significado da parábola:
Ele lhes disse: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus, mas
aos outros fala-se por parábolas, para que, vendo, não vejam e, ouvindo,
não entendam (v. 10).
A DinCULDADE EM RESPONDER
Jesus começou a responder aos seus discípulos explicando a parábola:
Esta é a parábola: A semente é a palavra de Deus. Os que estão à beira do
caminho são os que ouvem; depois vem o diabo, e tira-lhes do coração a
palavra, para que não se salvem, crendo (w. 11,12).
Jesus disse que a primeira resposta à Palavra é ilustrada pela semente que
caiu na beira da estrada. Ela nunca se enraizou no coração do indivíduo. Ela
somente estava lá, jogada no caminho. O diabo, representado pelo pássaro que
a tomou, veio e retirou a palavra do coração do indivíduo. Essa pessoa não pode
deixar o seu primeiro amor por Cristo porque, na verdade, nunca o amou.
Um firme alicerce
Um crescimento permanente vem somente da aplicação da Palavra de
Deus. Você não pode, contudo, aplicar aquilo que não conhece. Por isso Jesus
nos disse: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Lucas 8:8). A semente da
Palavra de Deus está sendo espalhada, mas nem todos a recebem da mesma
forma. Algumas pessoas a ignoram e pisam nela. Outros a recebem e deixam
que ela cresça até certo ponto. Mas logo vêm os problemas e elas caem, porque
as raízes não são profundas.
Você deve aprofundar-se antes que sobrevenham as tribulações. Quando
os problemas chegam, já é tarde para aprofundar as raízes. Se você quer ser
capaz de enfrentar as dificuldades da vida, deve primeiramente construir um
alicerce forte. Se você é um novo cristão, a coisa mais importante que tem a
fazer é conhecer as normas básicas da vida espiritual. Se você conhece o básico,
já pode construir um alicerce forte e crescer.
Os alicerces não são bonitos. Qual foi a última vez em que você saiu em
busca de alicerces? Você não sai por aí procurando um alicerce, você procura a
casa pronta. Seu desejo é o de ver a casa, as janelas, o tamanho, o acabamento
e os quartos.
Tudo isso não vale nada se o alicerce for feito sobre a areia. Uma casa,
assim como você, precisa possuir uma base sólida. Você pode construir o que
quiser sobre uma base firme. Os cristãos que são feitos de solo rochoso necessitam
de raízes profundas e de um alicerce forte.
Sufocando a si mesmo
Alguns cristãos não sabem administrar as suas prioridades. A vida espiritual
deles está sempre embaraçada com coisas estranhas a ela.
Jesus está falando que o que pode sufocar um cristão são os cuidados,
riquezas e deleites da vida. Você sabia que, quando permite que as riquezas,
diversões e preocupações tomem-se o centro de sua vida, está cometendo suicídio
espiritual? Jesus disse que isso “sufoca você”!
Se você já foi asfixiado antes, sabe que não é nada divertido. Você não
pode respirar. Se você ficar sem ar por muito tempo, vai acabar morrendo porque
o oxigênio necessário para manter sua vida foi cortado.
Isso é muito sério. Quando você permite que os cuidados e preocupações
desta vida sejam uma prioridade acima das coisas do reino de Deus, a Bíblia diz
que você está colocando uma corda no pescoço e pode ficar sem ar até a morte.
Muitos cristãos estão cortando o seu esôfago espiritual. A vida deles está
tão repleta de prioridades erradas que o fluir do poder e da orientação de Deus
está sendo cortado. Muitos crentes estão sendo asfixiados espiritualmente. Eles
dizem: “Não consigo respirar; sou um miserável e vivo constantemente deprimido;
não consigo ter alegria na minha vida!”. Isto ocorre porque todas as vezes que
Deus tenta enviar algum ar fresco espiritual, o ar fica preso porque o crente está
muito enraizado nas coisas deste mundo. Suas preocupações são o dinheiro e os
prazeres. Como resultado disso, a bênção de Deus também é sufocada.
Não me entenda mal. Não existe nada errado em se fazer economia ou
em progredir profissionalmente. Estas preocupações são legítimas. Não há nada
de mal em tentar ser bem-sucedido. Jesus não está condenando todas as coisas
que fazem nossa vida mais agradável.
O problema é que nós podemos ficar sufocados por essas preocupações.
Isto acontece quando elas se tomam tão dominantes que nos agarram pelo
pescoço e cortam o ar, tirando o nosso fôlego espiritual.
Os cuidados da vida
Embora estejamos vivendo nesta vida. Deus não quer que sejamos
escravos dela. A Bíblia diz que nós devemos estar no mundo, mas não ser deste
mundo.
Esta distinção é fundamental. Você vai viver, em média, cerca de setenta
anos. Durante este período, irá participar das rotinas diárias da vida. Mas você
não deve ser deste mundo durante esses setenta anos. Ou seja, você não pode
permitir que o mundo dirija a sua vida e determine os seus objetivos. Você não
foi criado para ser guiado pelas coisas que controlam este mundo.
Muitos de nós cristãos, estamos dedicando tanto tempo a ser Joões e Josés
que não temos tempo para ser como Cristo. Perdemos tanto tempo procurando
atender às expectativas dos outros que não chegamos nem perto de ser o que
Deus quer que sejamos.
Se você não tomar cuidado, poderá passar sua vida inteira tentando
agradar aos outros. Então Jesus irá encontrá-lo no reino e dirá: “como é que
você fez isso comigo? Eu o amei, dei minha vida por você, e me certifiquei de
que tivesse todas as coisas necessárias. Porém você nunca fez minha vontade
porque somente se preocupou em agradar aos outros”. Isto é o que significa “ser
deste mundo”.
Este ponto é crucial em relação ao nosso amor por Cristo. Ouvi alguém
dizer que o amor se soletra assim: T-E-M-P-O. Creio que isto seja verdade. Um
homem não pode dizer a uma mulher que a ama e não passar tempo com ela,
não descobrir as coisas que ela gosta, sobre o que ela pensa e como ele pode ir ao
encontro de suas necessidades e satisfazer os seus desejos.
Não é de admirar que a Bíblia chame de adultério o fato de um crente
apaixonar-se pelo mundo. Jesus Cristo deve ser o primeiro amor em nossos
corações. A vida cristã é um caso amoroso com Jesus.
Jesus disse em Mateus 6:33: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e
todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Freqüentemente queremos inverter este
quadro: “Mas buscai primeiro estas coisas, e o reino de Deus vos será acrescentado”!
Todas as vezes que você escolhe colocar as questões desta vida à frente
das perspectivas do reino, toda vez que o governo deste mundo (a palavra grega
para reino significa regime ou autoridade) toma-se mais importante do que a
autoridade do reino de Deus, você está sufocando sua vida espiritual.
Como é que você sabe que está ficando asfixiado? Você diz: “Estou
preocupado com o meu bem-estar econômico. Eu quero poder dar uma casa e
uma educação digna para a minha família e meus filhos. Como saberei se estou
indo longe demais?”
Deixe-me sugerir algumas diretrizes bíblicas. Em 1 Timóteo 6:6, Paulo diz:
“E grande fonte de lucro a piedade com o contentamento”.
Praticando a piedade
Existem dois testes importantes neste versículo. O primeiro é: você está
tendo de comprometer a Palavra de Deus para alcançar seus objetivos? Se você
precisa desobedecer à Bíblia para conseguir realizar os seus desejos, se está tendo
de praticar uma ética questionável e abdicar de seus valores morais para conseguir
as coisas que quer e se está precisando fazer coisas que envergonham a Deus e à
sua Palavra, não está sendo cristão e não está praticando a piedade.
Se você não está sendo santo e praticando a piedade, não está servindo
ao reino. Se você não está servindo ao reino, então Deus está contra você e
você está morrendo sufocado. O primeiro teste é este: você está comprometendo
a sua vida espiritual para alcançar determinados objetivos?
Experimentando o contentamento
O segundo teste de Paulo é este: você está contente onde está, mesmo
que onde esteja não seja onde gostaria de estar? Você pode querer sempre fazer
o seu melhor e possuir grandes alvos. Não há nada de errado nisso. Porém um
compromisso com o Senhor significa que a sua alegria como filho de Deus, a sua
paz de coração e mente e a sua felicidade estão intactas, não importando as
circunstâncias em que você se encontre. Isto significa que você está em paz por
dentro, enquanto espera que Deus faça a mudança no mundo exterior.
Alguns de nós estamos frustrados, irritados e chateados por causa de coisas
que não são como gostaríamos que fossem. Esta é a reação de um crente que se
esqueceu que tem um Pai no céu que conhece todas as nossas necessidades e
que prometeu satisfazer todas elas. Um cristão que está fora de contato com a
Palavra se esquece de que nada pode tirar a vontade de Deus de sua vida.
Uma pessoa que está verdadeiramente contente pode dirigir um Audi
A4. Ouvi alguém dizer: “Eu também estaria contente se tivesse um A 4”. Mas se
esta pessoa perder o Audi e tiver de dirigir um Fusca, para ela vai estar tudo
bem, porque em todos os casos ela ainda possui um meio de transporte.
Uma pessoa contente com o que tem pode ter uma casa grande. Mas se
ela perde o seu trabalho e tem de se mudar para um apartamento pequeno, ela
suporta bem isso, porque ainda tem um teto para morar.
Alguém que possui o contentamento de Deus pode agradecer a Ele pelo
filé mignon ou por um simples ovo frito, porque ela tem alguma coisa para comer
e sabe que foi Deus quem supriu suas necessidades.
Eu poderia multiplicar estes exemplos, mas você já captou a idéia. Uma
vez que entenda que está sendo alimentado, vestido, alojado e protegido pela
graça divina, pode estar contente porque sabe que Deus foi ao encontro de suas
necessidades. Ele tem sido fiel.
Um cristão espiritual tem esta atitude porque está sob a direção de Deus.
Ele quer sempre fazer o melhor. Ele não permite que a sua vida seja destruída
pelas circunstâncias deste mundo. Você não pode escapar das palavras de Paulo.
Ele disse que Deus nos dá contentamento mesmo quando as circunstâncias não
nos agradam.
Cuidados
A primeira é o cuidado ou as preocupações deste mundo. Você sabia que a
preocupação é um pecado? Nenhum cristão deve dizer: “Todo mundo se preocupa”.
Esta declaração é irrelevante, porque nem todas as pessoas são cristãs e
nem todos os cristãos são espirituais. Paulo diz em Filipenses 4:6: “Não andeis
ansiosos por coisa alguma”. Não se preocupe e nunca permita que nada domine
a sua mente de maneira tal que você já não consiga mais controlar-se.
Você diz: “Não posso controlar o que está controlando a minha mente”.
Claro que pode, porque Filipenses 4:6 continua dizendo: “ ...mas em tudo, pela
oração e pela súplica, com ações de graças, sejam as vossas petições conhecidas
diante de Deus”. E o versículo 7 adiciona esta promessa: “e a paz de Deus, que
excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes
em Cristo Jesus”.
A palavra guardar significa “vigiar, colocar uma proteção ao redor de sua
mente”, para que quando a preocupação ou algum outro problema aparecer, os
soldados que montam a guarda em sua mente possam removê-la. Se você orar,
em vez de se preocupar, Deus montará um escudo ao redor de sua mente.
A idéia é que toda vez que você começa a se preocupar, você deixa de
orar, porque não pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Você pode orar ou
se preocupar, mas não pode orar e se preocupar. Deus quer que você ataque a
preocupação com a oração da fé.
Não estou falando sobre preocupações legítimas. Falo de situações que o
acabam imobilizando, quando você se preocupa. Jesus diz que a preocupação
vai estrangular o seu crescimento.
Riquezas
A segunda coisa que Jesus menciona são as riquezas. Quando seu amor
pelo dinheiro — não é o fato de ter dinheiro em si — suplanta o seu amor por
Deus, você está-se afogando em sua carteira.
Como é que você sabe que ama o dinheiro mais do que ama a Deus?
Quando você precisa escolher entre o dinheiro e Deus, quem ganha? Jesus disse
que você sabe o que ama observando os seus investimentos (Mateus 6:19-21).
Quais são os seus investimentos espirituais? O que você dá ao reino de Deus
e quais são as coisas que compra para si mesmo? Quanto dinheiro você está disposto
a perder para não comprometer os seus valores espirituais? Este é o xis da questão.
Quando devemos recusar o ganho financeiro? Quando um negócio
prejudica a reputação do reino. Podemos dizer qual é a qualidade do nosso
verdadeiro primeiro amor pela análise das decisões financeiras que tomamos no
nosso dia-a-dia.
Certas pessoas gostam de fazer alguma coisa para Deus uma vez ao ano.
Penso nas pessoas que somente vêm à igreja nos dias de festa. Na minha igreja,
em Dallas, precisamos realizar três cultos na manhã do domingo de Páscoa para
atender as pessoas que só vêm à igreja em ocasiões festivas. A multidão vem e se
sente muito orgulhosa porque esteve na igreja num dia especial e se abriram
para Deus. Mas, pelo resto do ano, a maioria das pessoas passa todo o tempo
asfixiadas pelas preocupações da vida.
Prazeres
Jesus disse que o prazer tem a capacidade de sufocar o relacionamento
com a sua Palavra. Não preciso dizer a vocês que a cultura do final do século XX
é direcionada para o prazer. Temos a televisão e o videocassete. Não queremos
perder ou renunciar a nenhum dos prazeres da vida.
Se nos cansarmos de assistir à televisão, podemos ir ao cinema. A busca
pelo prazer é hoje um tipo de loucura que aflige a nossa sociedade. Buscamos o
prazer, com muito prazer!
Todas as vezes que uma pessoa vai contra essa cultura, alguém sempre
discorda dizendo que existem coisas que são prazeres legítimos, como desfrutar
das artes ou do entretenimento em geral. Não discuto estas coisas porque isso
não me preocupa tanto.
Mas se você está assistindo tanto à televisão que não consegue abrir a
Bíblia e se colocar de joelhos para orar, se você está tendo tanta diversão com
seus amigos que não consegue falar sobre assuntos espirituais, se você faz piada
com tudo, mas nunca fala de Cristo, e se a Bíblia e as coisas de Cristo deixam
você envergonhado em seu convívio social, há alguma coisa errada com seu
tipo de diversão.
O advento da tecnologia e coisas como a “realidade virtual” e outros
prazeres que a tecnologia traz faz com que a diversão se torne mais sofisticada e
disponível. Temo que a tendência da cultura moderna de buscar insanamente
o prazer se torne pior a cada dia. Manter o nosso primeiro amor por Cristo
intacto no meio deste bombardeio de prazer impingido pela cultura atual será
um grande desafio, mas nós seremos vencedores com a força que Ele nos dá.
O BOM SOLO
Você não fica contente por Jesus ter mais uma classe de pessoas e mais um
tipo de solo a respeito dos quais falar? Leia Lucas 8:15: “A que caiu em boa terra
são os que, ouvindo a palavra, a retêm num coração honesto e bom, e dão fruto
com perseverança”.
Estes são os cristãos que dão frutos abundantes e permanentes. A
característica do firuto sempre reflete o caráter da árvore.
Quando você está-se relacionando apropriadamente com a Palavra de
Deus e o seu amor por Cristo está no lugar devido, você vai agir, falar e pensar
como Cristo, pois Ele é a videira à qual estamos ligados Ooão 15:1-5). Você vai
ser um espelho de seu caráter.
Sabemos também que os frutos existem para beneficiar outras pessoas.
Uma árvore nunca se alimenta de seus próprios frutos. Você nunca viu uma
laranjeira chupando laranjas. As laranjas não são produzidas para o benefício
próprio da laranjeira.
Uma forma pela qual você pode avaliar seu crescimento espiritual é se
outras pessoas querem dar uma mordida na sua vida. As pessoas dizem: “Quero
ser como você... como pode me ajudar a ser um crente como você é?”. Em
Mateus 13:8 Jesus diz que o fruto dos cristãos iria multiplicar-se trinta, sessenta
e até cem vezes mais. Isto significa que o beneficio que você trará para outras
pessoas será permanente e constante.
Este é o resultado de um relacionamento fiel com a Palavra de Deus, o
qual permite que a sua Palavra seja aperfeiçoada em nossas vidas. Os crentes
que se desviaram e deixaram o seu primeiro amor por Cristo somente produzem
frutos que crescem e logo caem, sem nunca amadurecer.
Você se pergunta: “Como eu posso me tornar um solo bom para cultivo?”
A resposta é: “Aplicando o que você aprendeu na Palavra de Deus”. Somente a
aplicação da Bíblia em nossa vida fará com que ela frutifique.
Certo dia um homem estava conversando com um anjo. O anjo perguntou
àquele homem:
— O que posso fazer por você?
O homem respondeu:
— Mostre-me quais serão as cotações da bolsa de valores para o próximo
ano para que eu possa saber onde investir e ficar rico.
O anjo estalou os dedos e apareceu uma cópia de um jomal com a data do
ano seguinte com as maiores altas do ano. O homem observou as cotações e
gritou:
— Vou ficar rico!
Mas, no meio de toda a sua alegria, uma expressão de terror tomou conta
de seu rosto e as lágrimas começaram a cair em sua face quando ele viu a sua foto
e leu a manchete:
— Morre, aos 35 anos, o maior fenômeno das bolsas!
Nossa vida e seus benefícios têm seus limites. Aprendemos com Jesus a
viver hoje à luz da eternidade. Qual será a sua resposta à Palavra de Deus?
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
2. Olhe a Bíblia como se ela fosse uma carta de amor de Deus para você. E ela
é exatamente isso! Antes que comece a ler, peça ao Serúor que abra o seu
coração e ajude-o a aplicar aquilo que leu.
3. Seja honesto para admitir que os cuidados, riquezas e prazeres estão sufocando
0 seu desejo de obedecer à Palavra de Deus. Tente passar mais tempo lendo a
Bíblia e menos tempo lendo seu jornal, assistindo à televisão, olhando para seu
extrato bancário ou se divertindo com o que gosta de fazer. Este exercício trará
um benefício duph: você provavelmente vai passar mais tempo com a Palavra
de Deus do que passaria normalmente e também vai reconhecer que estava
investindo mais tempo do que devia nos cuidados, riquezas e prazeres desta
vida, podendo então fazer os ajustes necessários.
4. Se você realmente desejar ser o melhor solo, como aquele que Jesus descreveu,
diga isso para Ele em oração. Anote em sua Bíblia o dia em que você se
comprometeu a arar o solo de seu coração, arrancar os espinhos e lidar com os
elementos que sufocam a sua vida espiritual. Olhe sempre para esta página, na
busca de alcançar este objetivo.
CAPITULO
3
RETROCEDENDO
. N ada pode fazer com que você deixe mais rapidamente o seu amor por
Jesus do que retroceder em sua vida cristã. Isto acontece porque a vida com
Cristo deve ser marcada por constantes avanços. Quando nossas vidas são
marcadas por persistentes regressões espirituais, deixamos de ter intimidade com
o Senhor. Esta perda de intimidade é conhecida como desvio.
Todas as vezes que vê um cristão com um estilo de vida pecaminoso, quando
observa um cristão perdendo o sentido de sua vida e falhando em sua fé (como
Himeneu e Alexandre, veja 1 Timóteo 1:19,20), você sabe que isso não aconteceu
da noite para o dia. Havia um desvio predominante nas atitudes dessa pessoa.
Você já ignorou um sinal de alerta enquanto dirigia, indo em firente? Você
estava com pressa e não quis acreditar no que estava escrito na placa. No fundo,
sabia que estava fazendo a coisa errada, mas, de alguma forma, você não parou
nem diminuiu a velocidade. O cristão que ignora os sinais e continua indo em
frente está pedindo para que aconteça um desastre.
Gostaria de examinar determinados sinais de alerta que se encontram na
estrada para a regressão espiritual. Cada um é mais sério do que o anterior.
Sabemos, contudo, que sinais de alerta não ajudam em nada, a não ser que você
os leia e obedeça ao que está escrito neles. Se isso não acontecer você vai acabar
caindo no buraco ou despencando num abismo. Vamos utilizar o livro de Hebreus
como fonte bíblica e guia para esta parte de nosso estudo. Os crentes para quem
o autor de Hebreus escreve estavam “desviados” do caminho. Eles precisavam
de uma sinalização.
O SINAL DA NEGLIGÊNCLV
O primeiro sinal de alerta que vejo na estrada da regressão espiritual se
encontra em Hebreus 2:2,3:
Pois se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda violação e
desobediência recebeu justa retribuição, como escaparemos nós, se
negligenciarmos tão grande salvação?
Os cristãos que estão regredindo espiritualmente são caracterizados pela
negligência nos assuntos espirituais. O autor de Hebreus estava escrevendo para
um grupo de judeus cristãos que estava indo para trás em sua fé. O autor levanta
esta questão fundamental: “como escaparemos nós, se não atentarmos para uma
tão grande salvação?”.
A desobediência passiva
Negligência simplesmente denota falta de interesse. Não significa que você
esteja fazendo tudo errado, mas, sim, que está fazendo poucas coisas certas. Na
desobediência passiva, você está prejudicando sua vida porque não está fazendo
as coisas necessárias para avançar em sua caminhada espiritual.
Se você é um estudante, não é necessário xingar o professor ou fazer
bagunça na sala de aula para ser reprovado. Tudo o que deve fazer para ser
reprovado é simplesmente não estudar. Isso é chamado de reprovação passiva.
Se as suas notas não forem boas o suficiente, você será reprovado, mesmo que
tenha sido bonzinho durante o ano.
Quando você vê um casamento acabando em divórcio, não quer dizer
que um dos cônjuges cometeu adultério. Talvez o marido fique grudado na
televisão todo o tempo. O namoro acabou, os elogios cessaram e ele já não se
lembra do aniversário da mulher. Por outro lado, ela desiste de lutar e pára de se
preocupar com a casa. Esta atitude passiva abre as portas para a falha e o erro.
Algumas pessoas estão com a saúde prejudicada não por terem feito coisas
destrutivas para seus corpos. Elas apenas negligenciaram a manutenção de seus
corpos e perderam a saúde.
Corações duros
Todos nós já encontramos pessoas com coração duro. Temos hoje um
mundo cheio de pessoas com corações empedernidos. Quando noto a maneira
como as pessoas falam com as outras ou quando as vejo dizendo “não estou nem
aí”, constato que vivemos num mundo onde poucos têm sensibilidade. O coração
das pessoas ficou calejado.
Como é que você fica com o coração duro? De acordo com o escritor de
Hebreus, entramos nessa situação quando nos expomos ao que ele chama de
“engano do pecado”. Mas isso não é desculpa, porque no versículo 12 ele alerta
contra o desenvolvimento de um coração descrente em nós.
Um coração descrente é um coração mau, porque duvida das coisas de
Deus e isso abre a porta para o inimigo. Em vez de nos voltarmos para Deus,
começamos a nos voltar contra Ele.
No versículo 8 o autor diz: “Não endureçais os vossos corações, como no
dia da tentação no deserto”. Ele está dizendo: “Se você quiser compreender o
que quero dizer, simplesmente olhe para Israel no deserto”. Durante os anos em
que vagaram no deserto, os israelitas provocaram a Deus repetitivamente devido
à sua descrença.
Existe alguém que o provoca, alguém que intencionalmente faz coisas
que sabe que vão irritar você? Isso é o que Israel fez com Deus no deserto. Eles
provocaram a Deus de todas as formas.
Deus fazia com que a rocha desse água e eles se preocupavam sobre quando
teriam água novamente. Ele os alimentava com “comida” dos céus e eles já
perguntavam de onde viria a próxima refeição.
A maior provocação aconteceu quando eles estavam para entrar na terra
que Deus iria dar para eles. Eles olharam ao seu redor e disseram: “Não podemos
entrar”. Eles provocaram a Deus e neste processo fizeram com que os seus corações
se endurecessem.
Os truques do pecado
O coração dos israelitas estava duro por causa do pecado. O pecado é
perigoso porque ele faz com que você comece a parar de acreditar em Deus e dê
crédito às artimanhas de Satanás. Uma das razões de muitos atravessarem períodos
difíceis é que pararam de crer em Deus e começaram a acreditar no pecado.
Conheço alguns jovens que estão na cadeia porque pararam de acreditar
em seu pai e sua mãe e começaram a acreditar em seus amigos. Se tivessem
escutado seus pais, agora eles estariam bem e... livres!
Deus está dizendo para nós: “Se você ouvisse somente a minha voz e
parasse de escutar o pecado, o seu coração não seria duro e a sua vida não estaria
sem destino”.
Como é que você sabe que está sendo enganado pelo que o autor de
Hebreus chama de “engano do pecado” e que está tornando-se espiritualmente
insensível? A resposta é simples: se o seu pecado o está incomodando cada vez
menos. Se hoje você pode dormir fazendo coisas que o deixariam doente há um
ano, é um sinal de que seu coração está endurecendo.
Quando o mal não o sensibiliza mais, não o aborrece e não o comove,
quando você se acostuma com o mal e já não sente o coração doer por causa
dele, alguma coisa está errada.
Você pode até dizer:
— Ah, isso não é tão grave.
O pecado, entretanto, trabalha como um pica-pau. As bicadas individuais
podem não parecer tão danosas, mas, quando o trabalho acaba, você tem um
buraco na árvore. Deus quer que você e eu lutemos contra o engano do pecado.
O pecado não comunica a você o que pretende fazer em sua vida, nem
mostra o mapa do lugar onde você vai parar. O pecado sempre dá uma
gratificação a curto prazo, para o destruir num período maior. Porém você não
consegue enxergar o objetivo final do pecado. Tudo o que você consegue ver é
o prazer imediato.
O pecado sempre faz com que agora você diga “ah!”. Mais tarde, todavia,
você acabará falando “aü”.
O que Deus quer que você diga quando peca agora é “aü”, para que depois
possa dizer “ah!”. O Pai não deseja que você seja enganado pelo pecado. Ele
não quer que você seja ludibriado e que tome o caminho errado. Muitos cristãos
estão sendo enganados. Eles começam sua vida cristã pensando de uma forma.
Não demora muito e estão assistindo a coisas na televisão que não deveriam
assistir e freqüentando lugares onde não deveriam estar.
Não estou falando do destino eterno de uma pessoa. Se você confiou em
Jesus Cristo como seu salvador, este assunto foi resolvido para sempre. O assunto
em discussão aqui é a sua eficiência como crente e o seu testemunho.
Os seus pais e avós provavelmente lhe disseram quando você estava
crescendo: “O pecado tem sempre suas conseqüências”. O pecado é como um
bumerangue, que sempre volta para você. Quanto mais espiritual você for, mais
sensível torna-se ao pecado. Quando você peca, dói. O pecado faz com que seu
coração sofra.
O ar numa sala é aparentemente puro até que o sol brilhe pela janela. Aí
você vê as partículas de poeira flutuando. Se a luz de Cristo não está brilhando
em sua vida, você pensa que está vivendo em uma sala sem poeira. Você não
percebe o pó que está ao seu redor. Entretanto, se a luz de Cristo brilha em sua
vida, você se torna bastante sensível à poeira do pecado.
O SINAL DA RECUSA
Um cristão que deixou seu primeiro amor por Cristo e está regredindo
espiritualmente pode tomar-se não somente negligente e insensível para com
as coisas de Deus mas também pode recusar a dieta espiritual que é necessária
para o crescimento. Este é o terceiro sinal de alerta que vemos no livro de Hebreus.
Lembro que o autor está falando para crentes, uma vez que em Hebreus 5:12
ele faz uma comparação entre os bebês espirituais e as pessoas espiritualmente maduras.
Esta declaração seria irrelevante se ele estivesse escrevendo para não-crentes.
Precisamos começar no versículo 11 para alcançar o contexto do que o
escritor está dizendo aos hebreus:
A esse respeito temos muito que dizer, mas de difícil interpretação, porque
vos tomastes tardios em ouvir. Com efeito, devendo já ser mestres, por
causa do tempo decorrido, ainda necessitais de que se vo5 tome a ensinar os
princípios elementares dos oráculos de Deus, e vos haveis feito tais que
r^ecessitais de leite, e não de alimento sólido (Hebreus 5:11-12).
O autor mencionou uma pessoa maravilhosa e misteriosa chamada
Melquisedeque, que precedia o sacerdócio de Arão e que é um tipo do sacerdócio
de Cristo. O autor tinha muito mais a dizer sobre Melquisedeque, que não tinha
nem princípio de dias nem fim de vida (Hebreus 7:3), mas os hebreus não estavam
prontos para isso.
Em outras palavras, ele queria levar os seus leitores às coisas de Deus com
maior profundidade. Ele desejava explicar o real tamanho da “tão grande”
salvação deles.
Tardios em ouvir
O autor reconhece que está escrevendo para uma geração de crianças.
Eles não entendiam o que ele queria falar. Por quê? Porque eles ainda não haviam
crescido. Eles se recusavam a crescer. Eles estavam literalmente recusando a
salvação que tinham.
Esses cristãos hebreus estavam dizendo: “Não precisamos saber essas coisas.
Não precisamos entender isso. Não precisamos estudar esse assunto”. Eles se
haviam tornado rebeldes contra Deus por vontade própria.
A coisa funciona assim mesmo. Você começa negligenciando as coisas de
Deus e, eventualmente, se torna insensível, chegando a um ponto onde não
quer saber o que deveria saber. Este padrão se torna um movimento natural e
progressivo, neste caso resultando em regressão da sua vida espiritual.
O autor diz em Hebreus 5:11 que o que ele tem a falar é difícil de ser
explicado, mas não porque ele não possa tornar o assunto compreensível. Os
seus leitores, contudo, tomaram-se “tardios em ouvir”. Note que ele não disse
“vocês são tardios em ouvir”, mas, sim, “vocês se tomaram tardios em ouvir”.
Em outras palavras, os hebreus regrediram espiritualmente. Houve uma
época em que estavam progredindo, mas agora eles necessitavam retomar ao
caminho correto. O autor diz que eles se tornaram como mulas, que é o
significado da palavra grega traduzida por “tardio”. O sentido da palavra é “com
dificuldade de percepção”, neste exemplo, causado por relaxamento moral.
As mulas não são o melhor exemplo de grandes pensadores. Elas não são
inteligentes. São os animais mais limitados da linhagem dos cavalos. Elas são boas
para carga, mas a maioria de nós não escolheria uma mula para transportar pessoas.
A Bíblia diz que os cristãos se tornaram como mulas em seus pensamentos.
Eles podem chegar ao ponto de ser de pouquíssimo valor no reino de Deus, não
porque Deus os fez assim, mas porque eles se tornaram limitados.
Como um cristão se torna tardio em ouvir? De acordo com o versículo 12,
trata-se de uma escolha pessoal. No caso de Hebreus, o autor diz: “Vocês se
tomaram tão imaturos espiritualmente que não posso alimentá-los com a ‘came’
de Melquisedeque. Devo começar dando-lhes leite”.
Quando os adultos só podem tomar leite é porque têm algum tipo de
úlcera. Posso afirmar que se todo sermão que você ouve precisa fazê-lo gritar
de emoção, você é um cristão doente. Se todas as vezes que ouve um
ensinamento da Palavra de Deus você necessita sentir alguma coisa, você tem
um problema.
Alguns sermões devem fazê-lo chorar. Outros devem fazer você sentir culpa
ou se envergonhar de algo que deve ser acertado em sua vida. Coisas assim
acontecem quando você está comendo a came da Palavra de Deus. Muitos cristãos
estão satisfeitos com o leite porque é o único alimento que provaram até hoje.
Um teste simples
Você se pergunta: “Como posso saber se estou tomando leite ou comendo
came? Como posso saber se estou progredindo ou regredindo?”. Um teste simples
é perguntar a si mesmo se o seu entendimento da fé cristã ainda tem Jesus Cristo
como o seu primeiro amor. Em outras palavras, você está-se alimentando e digerindo
o material sólido da Palavra de Deus, ou você só consegue digerir leite?
No versículo 12 o autor fala a seus leitores que, pelo tempo que conheciam
o evangelho, eles já deviam estar ensinando a outras pessoas as profundas
verdades das Escrituras, em vez de ainda aprenderem o á-bê-cê espiritual. Ele
disse isso por pelo menos duas razões.
A primeira é o tempo. E obvio que os hebreus já eram cristãos por tempo
suficiente para serem maduros. Eles já poderiam ter alcançado a idade espiritual
para comer comida sólida.
Porém, o passar do tempo, por si só, não é suficiente. A segunda razão
se encontra no versículo 14: “Mas o alimento sólido é para os adultos, para
aqueles que, pela prática, têm as faculdades exercitadas para discernir tanto o
bem como o mal”. Os hebreus tiveram bastante tempo de ir para a academia
exercitar-se. Eles tiveram bastante tempo para suar no desenvolvimento das
coisas espirituais.
E necessário que haja um esforço para levar em frente o crescimento
espiritual tanto em conhecimento como em percepção. E necessário que haja
uma prática consistente e disciplinada, assim como é necessário que se exercite
e pratique qualquer habilidade que se queira desenvolver. Essas pessoas já
poderiam ser maduras o suficiente para ensinar a verdade espiritual aos outros
porque já deveriam estar acostumadas há muito tempo a se alimentarem e
digerirem a Palavra de Deus.
Voltemos ao teste. Se você pode abrir a sua Bíblia e explicar a verdade de
Deus para outra pessoa, certamente é um cristão acostumado à carne espiritual.
Se você pode levar alguém a conhecer a Jesus com a sua Bíblia aberta no livro
de Romanos, é cristão acostumado com a dieta da Palavra de Deus.
Mas se você, como marido, não pode explicar à sua mulher as dúvidas que
ela tem sobre a Bíblia; se você, como pai, não pode responder às perguntas dos
seus filhos; se tudo o que você pode dizer é “pergunte ao seu professor da escola
dominical” ou “como é que eu vou saber isso? Eu não fiz seminário!”, essas atitudes
indicam que você é um cristão que só pode tolerar uma dieta láctea.
Esse é o teste. Se você não pode ajudar ninguém mais a compreender a
Palavra de Deus, você é um “santo de meia tigela”. Você só vai sobreviver à
medida que continuar ingerindo íeite.
Ou se usa ou se perde
Os cristãos que, de vontade própria, se recusam a se aprofundar nas coisas
de Deus não usam a Palavra porque não a conhecem. Como diz um velho
ditado americano: “Ou se usa ou se perde”.
Se você ouvir a Palavra de Deus, mas nunca praticá-la, mais cedo ou mais
tarde vai esquecer o que aprendeu. Você vai ouvir uma passagem e vai pensar
que nunca a estudou. Você vai ficar curioso se já aprendeu algo sobre aquele
texto antes, mas já esqueceu tudo sobre ele.
Por outro lado, o que você usa, você não perde. A idéia de “sair do leite”
para começar a “comer alimento sólido” e aprender aquilo que você precisa
aprender é usar o que aprende, para que você não esqueça os ensinamentos.
O problema com os hebreus é que eles fizeram uma escolha diferente.
Certa ocasião, um homem sentado a meu lado num avião me disse:
— Cara, essas mulheres me perseguem. Não consigo me controlar. So
casado, mas não estou certo de que Deus queira que o homem tenha só uma
mulher. Isso não é natural. E algo complicado pra mim.
Nem é preciso dizer que ele sentou no lugar errado, porque descobriu que
se tratava de uma escolha que estava fazendo e pela qual era responsável.
Você pode mudar suas escolhas, mas, na verdade, até que decida mudá-
las, elas serão as mesmas. Ninguém pode escolher por você. Progredir ou regredir
na vida espiritual é uma opção exclusivamente sua.
O SINAL DO ABANDONO
Para entender melhor um dos sinais de alerta na estrada de regressão espiritual
e mais um dos sinais da perda do primeiro amor, vamos ler Hebreus 10:23-25:
Guardemos firme a confissão da nossa esperança, pois fiel é aquele que
fez a promessa. Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos
ao amor e às boas obras. Não deixando de congregar-nos, como é costume
de alguns, mas admoestemo-nos uns aos outros, e tanto mais quanto
vedes que se vai aproximando aquele dia.
Estes avisos são para os cristãos, pois os não-crentes não precisam
permanecer fiéis a nada. Você não diz para os não-crentes que continuem a se
congregar, porque eles não têm nenhuma razão para isso.
A bênção do corpo
Creio que você sabe como é entrar pelas portas da igreja com o espírito
dilacerado, com tudo em sua vida não dando certo e ver Deus sarando suas
feridas, enquanto a congregação canta e lembra: “Deus cuidará de ti”. As vezes
o sermão é exatamente o que você precisa ouvir naquele momento, ou um
irmão sorri para você e coloca também um sorriso em sua face.
Não é de admirar que a Palavra de Deus diga: “Não deixem a congregação”.
Um culto é mais do que uma mera reunião. Ele serve para estimular uns aos
outros a amar e a fazer boas coisas. E um momento de relacionamento interpessoal,
quando vidas são tocadas. Um fogo não dura muito se você só tem um pedaço
de madeira queimando.
Deus o salvou para que você fosse parte de seu corpo. Assim como o dedo
não pode funcionar sem a mão, a mão não pode funcionar sem o pulso, o pulso
não pode funcionar sem o braço, o braço não pode funcionar sem o ombro e o
ombro não pode funcionar sem o corpo, você não pode ser o que Deus quer que
seja, se estiver sozinho.
Muitos cristãos tomaram o caminho errado porque estão na estrada
sozinhos. Quando você conhece um irmão ou irmã que não vem mais à igreja e
não existe uma justificativa plausível, pode crer que alguma coisa está errada.
Você precisa dizer-lhes algo, ir atrás deles e estimulá-los a se juntarem ao corpo
de Cristo.
O SINAL DA REJEIÇÃO
Um cristão que fica por muito tempo na estrada errada, ignorando os sinais
de alerta, vai acabar se desviando. Ele vai acabar caindo da fé, negando Cristo e,
finalmente, cometendo os mesmos tipos de pecados cometidos por um não-crente.
Pode um cristão regredir tanto assim? Pode um crente tornar-se tão mau?
Com toda certeza! Cabe a Deus julgar o filho rebelde. Ele certamente irá intervir
numa situação assim, pois não vai ignorar o desvio de um de seus filhos. O preço
cobrado é enorme: todos os tipos de sofrimentos e problemas e finalmente a
morte, se a pessoa avançar muito na estrada errada.
Além do ponto
Quando um crente negligencia a vida com Deus, pode obter ajuda.
Quando ele se mostra insensível, ainda assim pode ser ajudado. Um crente que
deliberadamente se recusa a crescer pode ter uma mudança de coração, largar o
leite e ansiar por comer carne. Mesmo quando um irmão ou uma irmã sai da
comunhão da igreja, eles ainda podem ser restaurados.
Porém, quando um indivíduo chega à rejeição, aí já é muito tarde. Não
estou dizendo que ele irá perder a salvação, mas sim que ele terá uma tremenda
perda da eficiência espiritual nesta vida, podendo chegar até a morte prematura,
além de perdas incalculáveis no céu.
Este assunto é muito sério. Observe Hebreus 10:26: “Se voluntariamente
continuarmos no pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da
verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados”.
Esta não é uma passagem agradável. Se um cristão continua pecando,
mesmo tendo sido advertido por diversas vezes, então nem mesmo o sangue de
Jesus pode proteger aquele cristão da severa disciplina de Deus. Algumas pessoas
não se conformam com a clareza deste texto. Elas dizem:
— O autor não pode estar falando tão duro assim para crentes!
Mas, mesmo nesta passagem que tem um alerta tão severo, ele lembra aos
seus leitores que eles já haviam suportado grandes combates e aflições (v. 32). Os
hebreus tinham amor pelos outros crentes que haviam sido aprisionados. Eles
perderam suas propriedades por causa do serviço a Cristo e não se preocupavam
com isso, porque sabiam que tinham uma recompensa nos céus que compensava,
em muito, a sua perda na terra (v. 34). Você conhece algum não-crente assim?
Se isso não for o suficiente, voltando ao versículo 29, ele chama as pessoas
às quais se refere na carta de “santificados”, separados pelo Espírito. Também no
versículo 39, ele as identifica como pessoas que têm uma fé salvífica. Não existe
dúvida de que o autor de Hebreus estava dirigindo-se a crentes.
“Bastai”
A situação de um crente que ignora os sinais de alerta da rejeição é muito
séria. Hebreus 10:26 dá um alerta claro e se toma ainda mais incisivo no versículo
seguinte: “mas certa expectação horrível de juízo e ardor de fogo que há de
devorar os adversários” (Hebreus 10:27).
Se conhecemos a verdade, mas, ainda assim, continuamos no caminho
errado. Deus vai dizer: “Basta!”. Não sei quando Ele vai dizer isso, pois não
tenho acesso a esse tipo de informação, mas sei que vai chegar a hora em que
Ele vai dizer: “Basta!”.
Quando a coisa chega nesse ponto. Deus precisará tratar seu filho como
Ele trata os pagãos. O fogo que queima os adversários também vai arder sobre
um crente pecador.
Os filhos mais velhos podem levar os pais a tomar atitudes assim em casa.
Os filhos podem tornar-se tão rebeldes que os pais os acabam tratando como
desconhecidos. As vezes os pais até expulsam seus próprios filhos, porque as
atitudes que eles estão tendo dentro de casa estão destruindo a família.
Deus faz a mesma coisa. Quando você chega neste estágio, a única coisa
que podemos esperar é o julgamento:
De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que
pisar 0 Filho de Deus, e tiver por profano o sangue da aliança com o
qual foi santificado, e ultrajar o Espírito da graça? (v. 29).
Você pode dizer:
— Vou fazer o que quero, aconteça o que acontecer. Vou agir da maneira
que gosto de agir. Não estou nem aí para o que Deus quer, nem ligo para o que
a igreja fala. Eu não me importo com o que pensam de mim.
Certamente os versículos 30 e 31 estarão escritos no seu epitáfio:
Pois conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu retribuirei. E
outra vez: o Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos
do Deus vivo.
Quando minha esposa fica realmente brava com nossos filhos, ela diz:
— Esperem até o seu pai voltar para casa. Quando a mamãe lida com
vocês a coisa é ruim, mas quando a conversa é com o pai, somente a misericórdia
de Deus pode ajudar.
Esta é a idéia colocada nesse texto. A vida cristã não é um jogo, mas
muitos cristãos estão brincando com Deus.
CONSIDERANDO OS SINAIS
Muitos de nós estamos atravessando crises sérias porque Deus está zangado.
Nossa alegria, paz, poder, finanças, casamento, vida pessoal e estabilidade da
mente estão indo de mal a pior porque estamos na estrada errada.
E melhor notarmos os sinais de alerta e retornarmos para a estrada certa o
mais rápido possível. Devemos cruzar a ponte e chegar à estrada certa, para que
Deus possa nos dar de volta o que nos tomou, antes que Ele remova estas coisas
para sempre.
Isto é sério. O que você pensaria se um médico achasse um tumor em seu
corpo e lhe dissesse para tomar duas aspirinas e ir para casa descansar? Você ia
pensar que ele estava brincando!
O que você diria se um bombeiro visse a sua casa pegando fogo e dissesse:
— Não se preocupe. O fogo vai parar, assim que a casa estiver queimada.
Você provavelmente diria:
— Esta casa é muito importante para mim. Não brinque comigo!
Como você responderia a um policial que, vendo um grupo de garotos
espancar uma velhinha, dissesse:
— Deixe isso pra lá. Isso é coisa de criança.
Certamente você insistiria com o policial para que interferisse e protegesse
aquela anciã.
Deus possui uma graça abundante. Enquanto você estiver vivo, existe
esperança de mudança. “Durante o tempo que se chama Hoje”^(Hebreus 3:13),
você pode arrepender-se.
Você já andou de bicicleta com o vento soprando contra você? E muito
difícil avançar quando o vento está criando resistência. Contudo, se você
simplesmente fizer uma volta de 180°, o vento que o estava prejudicando agora
vai impulsioná-lo.
Muitos de nós estamos com dificuldades porque estamos indo no caminho
errado e o vento do Espírito de Deus está soprando contra nós. Porém, se
mudarmos de direção, este mesmo vento nos servirá de ajuda.
áú-
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
3. Se 0 seu problema é a recusa em crescer, determine hoje mesmo que você vai
largar a mamadeira e vai começar a se banquetear com a came espiritual da
Bíblia, como o ensinamento sobre Melquisedeque em Hebreus 7. Vá a uma
livraria evangélica e adquira uma série de bons estudos bíblicos básicos que
irão ajudá-h a começar uma aventura que durará o resto da sua vida. Finalmente
você poderá mastigar e digerir a Palavra de Deus.
5. Se você acredita que já foi muito longe e que já está no estágb de rejeição,
aconselho-o a buscar a Deus humildemente, arrependendo-se de seus pecados.
Faça isso enquanto pode. Você também pode pedir ajuda de um pastor ou de um
anügo cristão em quem confie. Faça o que for necessário para sair dessa situação.
CAPITULO
4
VIVENDO
NA CARNE
OS DESEJOS CARNAIS
Existem algumas coisas sobre a carne que precisamos entender.
Primeiramente, quando a Bíblia usa a palavra came, para falar da forma como
vivemos, está referindo-se à parte não redimida de uma pessoa. E aquele seu
lado que quer agradar a si mesmo, aquele padrão de vida que você tinha antes
de ser salvo, moldado pela sua família, ambiente e circunstâncias.
Se a sua came quer que pratique coisas más, você não tem opção. Não,
não me enganei. A sua carne deseja ser imoral e não existe nada que você possa
fazer. Isto confunde as pessoas. Elas dizem:
— Não consigo parar de desejar isso!
A sua carne foi treinada para pensar e agir de certa forma e desejar
determinadas coisas. Quando você recebe a Jesus Cristo como Salvador, Ele
não mata os desejos da sua came.
Você pode perguntar:
— Então qual a diferença que Jesus faz?
A resposta para isso está em Gálatas 5:16. O Senhor nos ajuda a não
cedermos aos desejos carnais. Ele lhe dá poder para escolher a não satisfazer
aquele desejo que você acredita que não consegue deixar de lado.
Ser salvo não significa não ter maus desejos. Ser salvo significa não precisar
satisfazê-los.
O momento do pecado
A carne tem desejos, mas o pecado acontece quando você responde aos
seus apelos. Um homem pode ver uma bela mulher ou uma imagem sedutora, e
sua carne reage instantaneamente com um pensamento errado sobre aquela
mulher. Até este momento, o seu desejo o está conduzindo na direção errada,
mas o que Deus está interessado em saber é o que o homem vai fazer nesta
situação.
Se ele disser: “Vou olhar, dar asas à minha imaginação e permitir que a
minha cobiça vá até onde esta tentação me levar”, então ele já entrou em pecado,
pois escolheu desfrutar daquele desejo. O momento da escolha é o exato
momento do pecado.
Tenho boas e más notícias para você. Não há nada que possa fazer com o
fato de ter desejos, mas você pode ter domínio sobre eles quando quiserem
dominá-lo. E o que faz a diferença da vida cristã. Mesmo que o seu passado
tenha influência sobre o seu presente, ele agora não pode controlá-lo.
A guerra
A carne vai continuar tentando dominar você. Veja como Paulo descreve
a guerra entre a carne e o Espírito:
Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito, e o Espírito o que é
contrário à came. Estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que
quereis (Gálatas 5:17).
Existe uma guerra sendo travada dentro de você. Uma das maneiras de
você saber se é realmente salvo é mediante a existência de uma batalha em seu
interior.
Se continuar pecando sem nunca existir um conflito em sua alma, você
nunca foi verdadeiramente salvo. Se inexiste uma batalha da justiça contra a
injustiça, provavelmente você não tem o Espírito Santo para lutar contra a
sua carne. Uma pessoa não-salva pode estar constantemente praticando a
injustiça e, ainda assim, se sentir em paz. Ela pode ser injusta e se sentir muito
bem com isso.
C.3
Isso é impossível para um cristão. Assim como Jonas, quando estiver fora
da vontade de Deus, você terá de lutar contra Ele para ficar bem. Mesmo assim,
Deus vai intervir em algum ponto e interromper a sua falsa sensação de segurança.
Ele fez isso de uma forma dramática com Jonas. O profeta descobriu que não
ficaria mais à vontade e vivendo confortavelmente em sua desobediência
quando caiu na água fria!
Paulo nos fala dessa guerra entre sua came e o Espírito Santo que habita
dentro de você. Você pode continuar pecando como fazia antes de ser salvo.
Mas, agora que foi transformado, algo começa a incomodá-lo. E a batalha espiritual.
O efeito dessa guerra é descrito na última frase do versículo 17; “Estes
opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis”. Em outras palavras,
você pode querer fazer uma coisa, mas acaba fazendo o oposto do que queria
fazer. A sua came diz: “Vá em frente e peque!”, mas, por causa da influência do
Espírito, você acaba resistindo à tentação.
O Espírito pode dizer: “Seja fiel!”, mas, influenciado pela carne, você
desobedece. O Espírito Santo pode tirar de você os desejos da carne, ou a came
pode passar por cima dos desejos do Espírito. O resultado disso é que você e eu
geralmente somos pessoas contraditórias. E por isso que dizemos: “Não devia ter
feito isso”. Sabemos que não deveríamos ter feito algo mas acabamos fazendo e
depois nos sentimos fracassados. Isto acontece porque passamos por cima do
Espírito e cedemos ao pecado.
Se está em guerra com a sua came, você precisa conscientizar-se do pecado
para chegar ao arrependimento. Do contrário, necessitará fazer bastante ginástica
mental e arranjar muitas desculpas esfarrapadas para justificar o seu erro.
Se você é um cristão, está em constante conflito. Mais que isso, está numa
guerra. O que acontece quando você cede à came? Claro que você deve evitar
isso, porque um estilo de vida camal não agrada a Deus e o seu “primeiro amor”
por Cristo vai esfriar.
Os pecados da came
Esta é uma categoria óbvia, mas importante, quando falamos do estilo de
vida carnal. Paulo diz que pecados como estes são evidentes. Você não precisa
explicar muito os pecados sexuais. Eles são bastante óbvios.
Paulo começa com a “imoralidade”, usando o vocábulo grego do qual nós
retiramos a palavra pomograjía. Esta terminologia é bem ampla e inclui todos os
tipos de conduta imoral: adultério (sexo ilícito feito por pessoas casadas);
fornicação (sexo ilícito feito por pessoas não-casadas) ; incesto (sexo entre
membros da mesma família); homossexualidade (atividade sexual entre pessoas
do mesmo sexo) e impureza (coração e mente impuras e sensualidade).
A sensualidade necessita de um comentário mais detalhado. A Bíblia não
condena o fato de andar na moda, mas, sim, a falta de modéstia. Não existe
nada de errado em viver com a beleza que você tem. O errado é permitir que
essa beleza controle você e o leve a explorar sua sensualidade.
Algumas pessoas tentam ser discretas em relação ao seu pecado. Elas se
escondem porque não querem que ninguém saiba o que fazem. Porém a
sensualidade denota que você não se importa que conheçam o seu pecado e o
quanto vêem da sua vida e de seu corpo.
O que você precisa saber sobre o pecado sexual é que a atitude de Deus é
a mesma, não importando qual forma este pecado assuma. Costumamos criar
uma hierarquia para a vulgaridade do pecado. Quando alguém se envolve com
a forma mais grosseira de pecado sexual, pensamos: “Como é que uma pessoa
pode se afundar tanto na lama e fazer uma coisa tão nojenta como esta?”.
Quando Deus vê um homem com a mulher de outro homem, ele diz:
“Como é que ele pode se afundar tanto na lama e fazer uma coisa tão nojenta
como esta?”. Quando Deus vê um homem e uma mulher dormindo com qualquer
um, ele diz o mesmo. Para Deus todos esses pecados se enquadram na mesma
categoria.
Nossa cultura nos estimula a uma resposta sexual em tudo que vemos.
Estas imagens, palavras e sugestões apelam para os nossos olhos e para a nossa
came. Existe toda uma indústria construída ao redor da habilidade da mulher
em cativar o homem e expressar os seus impulsos sexuais de forma imoral.
Um homem um dia me disse:
— Dr. Evans, tenho uma queda por mulheres.
Eu respondi:
— Tudo bem, você tem uma queda por mulheres, mas o que está fazendo
para controlar a sua fraqueza?
Veja bem, ter uma fraqueza não significa que você não tenha controle
sobre ela. Você não tem como controlar todas as suas sensações, mas tem controle
total para ceder ou não a elas. E por isso que Deus lhe deu o Espírito Santo.
Os pecados da superstição
Estes pecados são relacionados à religião. Em Gálatas 5:20, Paulo menciona
a idolatria e a feitiçaria. A idolatria é a adoração de qualquer outra pessoa ou
coisa que não seja Deus.
A Bíblia é clara em relação às nossas prioridades. Primeiramente, devemos
adorar somente a Deus. Esta é a nossa prioridade número um. E por isso que, no
domingo, o primeiro dia da semana, adoramos a Deus. Estar na casa de Deus
deve sempre ser uma prioridade em nossa vida. A adoração a Deus deve estar
sempre em primeiro lugar.
Em segundo lugar, devemos amar as pessoas. E, por último, devemos usar
nossos recursos. Esta é a ordem: adorar a Deus, amar as pessoas e usar nossos
recursos. Usualmente bagunçamos as coisas: usamos as pessoas, amamos e
adoramos nossos recursos e nos esquecemos de Deus.
Como é que você sabe se está verdadeiramente adorando a Deus? Mateus
4:10 diz que a maneira de sabermos se o estamos adorando é mediante o nosso
serviço: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás”. Aquilo a que você
serve mostra aquilo que você adora. Será que a sua vida está marcada pelo
serviço a Deus ou pelo serviço a si mesmo? Se você serve a si mesmo, então
não pode estar servindo a Deus, porque Ele deve ser a principal razão de
nossas vidas.
Qualquer coisa pode tornar-se um ídolo. Você não precisa ir para alguma
tribo primitiva para conseguir achar um ídolo. Algumas pessoas têm os seus
ídolos estacionados em suas garagens. Outros adoram suas casas. A maioria da
sociedade moderna adora o dinheiro. Existem pessoas que adoram até mesmo
seus guarda-roupas. Acordamos todas as manhãs e fazemos um culto à nossa
pessoa, em firente ao espelho.
Não me refiro a ter um carro, um teto ou roupas decentes. Estou falando
do serviço próprio. Não fomos salvos para servir a nós mesmos. Isto é idolatria.
A idolatria acontece quando qualquer coisa assume prioridade máxima em nossas
vidas. Por exemplo: um homem que negligencia sua família, pensando somente
no trabalho, tem o seu trabalho como deus.
Paulo também fala sobre a feitiçaria. Temos aqui uma palavra interessante:
pharmakda, que é a raiz da palavra/armócía. Quando o apóstolo fala sobre feitiçaria
ou bruxaria, ele está incluindo o uso de drogas, que era o principal elemento da
bruxaria em sua época e continua sendo ainda hoje.
A característica mais maléfica do uso de drogas não é o prejuízo causado
ao corpo, e sim o fato de que as drogas são um meio direto pelo qual Satanás
pode entrar em sua vida. Alguém viciado em drogas está viciado em algo que
vai além de uma substância.
O usuário de drogas abre a sua mente para uma dominação satânica. As
drogas são um veículo que Satanás usa para se transportar para sua vida e
aprisioná-lo de várias formas diferentes.
E por isso que Satanás sempre tem uma droga diferente. Todas as vezes
que as pessoas se acostumam com um tipo de droga, aparece outro que é mais
barato e oferece maior excitação. O crack pode ser comprado por um preço
baixo e produz uma grande euforia em seus usuários, poucos segundos após o
seu uso. Ele tem um poder de adição superior a qualquer outra droga e muitos se
viciam após o primeiro contato. Um astro do futebol americano disse que se
viciou na primeira vez em que usou a droga, e ela destruiu a sua vida, até que ele
veio a Cristo.
Sempre há novidades no mundo das drogas. Por quê? Satanás sempre
ocupa os seus demônios na atividade de desenvolvimento de drogas, e há uma
grande quantidade de pecadores pronta para consumir qualquer coisa que eles
produzam.
A leitura de horóscopos também é um tipo de adoração a Satanás. A
Bíblia condena a adoração da criatura em lugar da adoração do Criador (Romanos
1:25). Quando as pessoas lhe perguntarem: “Qual é o seu signo?”, a melhor
resposta a ser dada é: “Sou de Leão, do Leão da tribo de Judá” e use esta
oportunidade para falar da luz que há em Cristo.
Os pecados sociais
Você deve estar pensando que, a esta altura, não há meio de se afastar
ainda mais do amor por Jesus Cristo. Realmente, a lista de pecados mencionada
no capítulo 5 de Gálatas é terrível. Contudo, quero que você entenda como
podemos acabar, se deixarmos nosso primeiro amor e nos rendermos à vontade
da carne.
Em Gálatas 5:20,21, Paulo nos fala dos pecados ligados ao nosso
relacionamento com o próximo. Quando fala em “inimizades”, está referindo-
se ao ódio ou à falsidade com referência a outros. Você pode dizer:
— Mas você não sabe o que eles fizeram comigo. Você não sabe como
eles me trataram, e a minha mãe me disse que eu devia agir seguindo o conceito
“olho por olho, dente por dente”. Você não pode deixar que as pessoas façam
isso com sua vida.
Você pode ter um desejo carnal de odiar as pessoas, mas lembre-se de que
Paulo está falando sobre a escolha de odiar. E por isso que Jesus diz: “amai a
vossos inimigos” (Mateus 5:44).
Suas emoções podem dizer “odeie”, mas isso não tem nada que ver com
suas decisões. Deixe-me dar um exemplo, mesmo que um pouco extremado.
Um marido pode olhar para sua esposa e sentir ódio. Então ele vai a um psicólogo
e conta:
— Não consigo controlar meus sentimentos. Toda vez que eu olho para
aquela mulher, o meu ódio fica mais forte.
Será o que psicólogo tentará ajudar este marido a superar o incômodo
sentimento? Negativo. O psicólogo deve concentrar-se nas escolhas que aquele
marido faz e no que ele vai decidir fazer. Ele deve resolver conscientemente a
não alimentar mais aquele sentimento.
Não vou negar a realidade dos sentimentos das pessoas, porém estes não
devem controlar suas escolhas. Quando começarmos a fazer as escolhas certas,
também teremos os sentimentos certos.
Se o marido disser:
— Tenho ódio dela e não vou mudar até que eu goste dela. Só que não
estou disposto a amá-la.
Em pouco tempo veremos o casal entrando com o pedido de divórcio,
porque é impossível que as coisas se acertem com esse tipo de atitude.
O próximo item da lista é a porfia, ou seja, a discórdia (Gálatas 5:20), que
é o conflito resultante do crescimento da inimizade e do ódio. Paulo menciona
o ciúme. E a síndrome do caranguejo no balde. Os caranguejos puxam uns aos
outros para baixo, na tentativa de chegar em cima para sair do balde. O resultado
é que nenhum deles consegue sair e todos eles acabam na panela. Este é um
pecado terrível que faz com que as pessoas não consigam alcançar o seu potencial
máximo, porque acabam sempre fazendo o possível para colocar as outras para
baixo.
O próximo pecado é a ira. Este é um pecado clássico. Alguém pode dizer:
— Ele implicou comigo e não consegui me controlar. Então meti um
soco na cara dele!
E mesmo? Você quer dizer que uma pessoa pode forçar outra a fechar o
seu dedo mindinho, o anular, o médio, o indicador e o polegar, fazendo a seguir
com que o seu braço se dobre e o seu cotovelo se dobre, projetando-se na
velocidade da luz?
Não, ninguém pode fazer isso. Se você é um cristão, tem controle sobre
estas coisas. Paulo diz que isso é uma obra da carne, porque um dos frutos do
Espírito é o domínio próprio (v. 23). O Espírito Santo lhe dá liberdade para se
conter e dizer:
— Não vou fazer o que estou sentindo, mas sim o que Deus quer que eu faça.
As pelejas (v. 20) são as discussões:
— Bem, ela estava brigando comigo e eu tive de brigar com ela.
A minha filosofia é que a raiva dos outros não pode prejudicar você. Ela
não deve levá-lo a perder o controle. Quando alguém quer brigar, deixo-o falar
bastante. Permito que ele esvazie sua raiva, dizendo tudo o que quer dizer. E,
quando acho que chegou a hora, pergunto:
— Já terminou õu tem mais alguma coisa a dizer?
— Não, eu não terminei.
— Então pode continuar.
— Você fez isso, isso e aquilo...
— Você está certo. Já terminou?
— Eu tenho mais uma coisa...
— Fique à vontade. Terminou agora?
— Terminei.
— Ótimo, agora que terminou a gente pode voltar ao assunto?
— E, agora a gente pode conversar.
Depois Paulo menciona as “dissensões” e “facções”. Esses dois itens têm a
ver com conflitos em um grupo. Há pessoas que compram a briga das outras, em
vez de tomar o partido de quem está com a verdade. Elas gostam de dizer:
— Estou com ele e não abro.
Se todos dissessem: “Estou do lado da verdade”, não teríamos tantos conflitos
raciais, econômicos e culturais. Se todos nós vivêssemos de acordo com o Espírito,
e não de acordo com a came, todos nós estaríamos ao lado do Senhor.
Os pecados finais da lista são “invejas, bebedices, orgias”. Salomão
escreveu: “a inveja é a podridão dos ossos” (Provérbios 14:30). A Palavra diz
que o nosso interior apodrece quando olhamos para alguma coisa que alguém
tem e a desejamos muito.
Quanto à bebedice e à orgia, elas são usadas juntas e geralmente significam
uma exibição pública e insolente de selvageria. Obviamente as pessoas que
estão bêbadas perdem o controle de suas ações. As orgias descritas aqui dão a
idéia de selvageria e barulho, sem levar em consideração as pessoas ao redor.
Nossa herança
Nossa herança como crentes é a recompensa que Deus nos dá por servirmos
a Cristo. Sendo assim, os cristãos que persistentemente praticam um estilo de
vida carnal acabam sofrendo dois tipos de perdas. A primeira ocorre nesta vida,
e a segunda se dá na vida eterna.
A perda atual é a incapacidade de desfrutar de uma vida plena e produtiva.
Isto pode acontecer das maneiras mais variadas. Pode acontecer uma tragédia
na família, uma morte prematura ou ainda a existência de dificuldades em suprir
as suas necessidades básicas por causa da disciplina de Deus. Mesmo que os
cristãos nessas condições entrem no reino, eles não desfrutarão das heranças
dele. Eles não receberão a autoridade que Deus quer dar para eles no reino que
está por vir.
Todos os anos visito a Feira Estadual do Texas, em Dallas, pois gosto de
andar nas montanhas-russas e também por causa da variedade de pratos que são
servidos. Geralmente entro na feira de graça, porque os membros da minha
igreja sempre me dão os ingressos de presente. A minha entrada na feira é um
presente que foi pago por outra pessoa. Então vamos dizer que a feira seja o céu.
Estando eu dentro da feira, sempre há muita coisa para fazer: a roda-gigante
com mais de 100 metros de altura, o circo, os jogos e todos os tipos imagináveis
de exposições. Posso passar o dia todo indo de um lado para o outro, fazendo
tudo que eu queira. As atividades da feira estão disponíveis para mim, porque o
ingresso já permitiu a minha entrada. Entrei de graça porque alguém pagou pelo
meu ingresso. Não tive problemas para entrar e posso ficar até a hora que ela
fechar. Posso desfrutar das belezas, dos sons e do cheiro de comida na feira
estadual.
Mas, para aproveitar tudo que a feira estadual oferece, preciso de algo
além do ingresso de admissão, porque a Feira Estadual do Texas não é totalmente
gratuita. Os brinquedos, os jogos, as exposições e a comida não são de graça.
Para desfrutar totalmente da feira, eu preciso “herdá-la”. Necessito de que alguém
diga para mim;
— Tony, tudo isso é seu. Já paguei por tudo o que você queira fazer aqu
na feira. Aproveite tudo isso, sem lhe custar nada. Você foi um servo fiel e aqui
está a sua recompensa.
Todos os cristãos verdadeiros vão entrar no reino. Isso é muito melhor do
que não poder entrar na feira. Entretanto, é muito triste estar na feira e não
poder desfrutar dos brinquedos, das exposições e da comida. É muito triste entrar
mas não ser participante de todas as coisas boas que acontecein ali.
Olhando por outra perspectiva, o meu filho mais velho, Tony Jr., está
mencionado no testamento que eu e Lois preparamos, como seria de se esperar.
Ele é o nosso filho e nada pode mudar isso.
Porém, nos Estados Unidos ele pode ser deserdado, mesmo que não possa
ser “desfiliado”. N a verdade, a nossa herança diz que, se um dos nossos filhos
adotar um estilo de vida desonroso e não mostrar frutos de arrependimento, a
bênção de nossa herança será removida dele e dada para nossos outros filhos.
O Tony Jr. é meu filho de nascimento, meu herdeiro por laços de família.
Contudo, só vai herdar o meu “reino” se possuir um estilo de vida cristão. A
herança que o seu pai tem para ele deve ser uma motivação para que viva uma
vida correta. Você sabe o que motiva a mim e a você a viver uma vida correta?
A herança do Pai à nossa espera!
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
V.-, iver para agradar a came causa perdas irreparáveis para qualquer cristão.
Isso mata a nossa alegria de viver e enfraquece o nosso amor por Cristo, que é o tema
deste livro. Jesus disse: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (João 14:15).
Veja algumas maneiras pelas quais você pode demonstrar seu amor por Cristo:
3. Os pecados sociais ocorrem na maioria das vezes pelo mau uso de nossas
línguas. Se alguma das coisas que discutimos dentro desta categoria tem-se tomado
um problema para você, vá a Deus em oração e peça para que Ele remova isso
de sua vida. Se o Senhor lembrar a você que existe alguém a quem deve perdoar,
faça isso o mais rápido possível.
4. Sabemos que a nossa came é fraca e que todos temos um ponto fraco. Se você
não sabe onde há uma tendência de queda, peça a Deus para lhe mostrar o seu
ponto fraco e então procure na Bíblia os versículos que o fortaleçam contra esse
tipo de pecado. Memorize esses versículos para que eles possam estar disponíveis
todas as vezes de que precisar. Uma concordância bíblica pode ajudar você a
encontrá-los.
CAPÍTULO
5
A CARNE VERSUS 0
ESPÍRITO
Um exemplo real
Estas leis estão guerreando em cada cristão. Para entender a importância
disto, precisamos entender como esta guerra estava afetando o apóstolo. Ele
não era um cristão qualquer. Paulo era o líder do cristianismo no primeiro século
e o apóstolo para os gentios. Ele teve um papel importante ao nos comunicar a
verdade de Deus.
Temos o testemunho pessoal dele sobre a batalha entre a carne e o Espírito.
Então, se você está lutando contra o pecado, não se sinta mal. Você está bem
acompanhado porque Paulo, mesmo sendo um dos maiores crentes que já viveu,
também tinha dificuldades com o pecado.
Vimos no capítulo 4 que o desejo de pecar não é o problema. A nossa
carne sempre deseja o pecado e sempre desejará. A tentação faz parte da nossa
vida terrena. Paulo sentia maus desejos. Sabemos disso porque ele escreveu:
Bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido como escravo
ao pecado. O que faço não o entendo. Pois o que quero isso não faço, rrvis
0 que aborreço isso faço (Romanos 7:14,15).
Paulo está dizendo: “Eu tenho este problema e não consigo me livrar
dele. Ele está comigo neste momento enquanto escrevo a vocês, crentes em
Roma. Sinto a batalha que existe entre a came e o Espírito dentro de mim e de
vez em quando nem sei o que fazer”.
Você entende como é estar nessa situação! Você sabe que não deveria
fazer determinada coisa, não quer fazê-la, mas acaba fazendo. No final ainda
diz: “Eu queria não ter feito isso!”.
Estas duas leis estão operando dentro de você. Paulo entendeu a natureza
dessa batalha e sabia qual era a fonte do problema. Ele continua no mesmo capítulo:
Eu sei que em mim, isto é, na minha came, não habita bem algum. Com
efeito 0 querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Pois não
faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu
faço o que não quero, já não o faço eu, mas o pecado que habita em mim
(vv. 18-20).
Compreende a importância do que Paulo está dizendo? Ele está dizendo
que você não pode contar com a sua carne para ajudá-lo, porque não há nada
que ela possa fazer por você. Sua carne não pode consertar os problemas de sua
vida porque a sua própria came é a razão de seus problemas. Você rião pode
pedir a um encrenqueiro para que seja um pacificador.
Este é um problema que ocorre com certos conselhos que nos dão. Muitas
vezes eles se baseiam na carne, para consertar os problemas da própria carne.
Isso não funciona.
Paulo diz: “Eu tenho o desejo de fazer a coisa certa, mas acabo fazendo a
errada”. Ele expôs que, naquele momento em que estava escrevendo, um estranho
habitava em sua vida. Paulo chama este estranho de “o pecado que habita em
mim” (v. 20). Muitas pessoas se referem a isso como “o princípio do pecado”.
O princípio do pecado
Este é o princípio que diz que todos os cristãos têm algo dentro deles que
busca rebelar-se contra a Palavra e a vontade de Deus. E por isso que existe uma
parte de você que realmente busca fazer o que Deus odeia. O pecado ainda
habita em você. Ele estaciona em você e você não pode livrar-se dele, pois ele
está inserido em sua carne.
Agora você sabe porque Deus vai desfazer-se destes corpos corruptíveis e
dar-nos novos corpos cheios de glória. Ele não vai consertar nossa carne. Na
verdade, o seu corpo ainda vai servir para uma coisa boa: alimentar os vermes!
A Bíblia diz que Deus vai transformar nossos corpos porque os que temos agora
foram contaminados pelo pecado.
O apóstolo continua:
Pois segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus, mas vejo nos
meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento, e
me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável
homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a
Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. De sorte que eu mesmo com o
entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado
(Romanos 7:22-25).
Andando no Espírito
Por outro lado, se você colocar a sua mente nas coisas do Espírito, terá
vida e paz. Você tem um propósito, um significado e uma alegria porque está
contente em fazer o que Deus quer que faça. Quando o Espírito Santo está no
controle, você diz; “Senhor, está em tuas mãos. As coisas podem não acontecer
como quero, mas vou ficar satisfeito com a tua vontade”.
Você consegue ter uma vida livre de estresse e a paz que o mundo não
tem. As circunstâncias externas não conseguem governar sua vida e as
dificuldades não o controlam porque você está em paz.
.S.Î
DUAS IDENTIDADES CONTRÁRIAS
De onde você tira sua identidade? Paulo sugere duas possibilidades em
Romanos 8:8-9:
Portanto, os que estão na came rmo podem agradar a Deus. Vós, porém,
não estais na came, mas no Espírito, se é qu£ o Espírito de Deus habita em
vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
2. Quando você está tentando anular a came, é importante ter por perto uma
pessoa que tenha a liberdade de dizer: “Você não deveria estar comendo isto".
Se você não tem esposa, amigo, colega de trabalho ou um membro da igreja a
quem prestar contas de seus atos espirituais, peça a Deus para lhe dar essa
pessoa. Ninguém deve tentar lutar contra a came sozinho.
4. Se você quiser começar um culto de buvor pessoal, leia este capítulo mais
uma vez e tome nota dos benefícios que o Espírito Santo tem para lhe dar. Você
vai ver que Deus o criou para que fosse rico espiritualmente e terá ainda mais
razões para louvá-lo.
CAPITULO
6
TENTANDO
VOLTAR
CRISTÃOS ESTAGNADOS
Quando estudamos o capítulo 6 da carta aos Hebreus, vemos que o autor
está se baseando nas implicações do que ele disse no capítulo 5:
Pelo que, deixando os ensinos elementares da doutrina de Cristo,
prossigamos para a perfeição, não lançando de novo o fundamento do
arrependimento de obras mortas e da fé em Deus, e o ensino sobre batismos
e imposição de mãos, e sobre a ressurreição dos mortos e o juízo eterno
(Hebreus 6:1,2).
O autor está dizendo: “Estas são coisas básicas que deveriam ter sido
trabalhadas logo no início de sua vida com Cristo. Agora vocês precisam
continuar em frente, crescer e não olhar para trás. Deixem de ficar estagnados”.
Pressionar e permitir
Muitos de nós não estamos experimentando a presença de Deus, seu poder
e os privilégios que Ele tem para nós porque ficamos estagnados. No mundo
espiritual a estagnação significa mais do que simplesmente parar num ponto.
Significa que você está, como um caranguejo, andando para trás!
O versículo 1 fala sobre “rudimentos da doutrina”. Vou usar uma ilustração
escolar. Digamos que você esteja estacionado na quinta série e não consegue
passar de ano. Só o fato de você estar na mesma série já significa estar perdendo
o ano, porque o resto de sua classe continua avançando. Você está, cada vez
mais, ficando para trás.
Você não pode colocar sua vida espiritual em uma espécie de pausa.
Quando os cristãos tentam guardar suas posições, não chegam a nenhum lugar.
A Bíblia nos dá uma sugestão melhor: devemos avançar em nossa jornada
espiritual.
Note a tensão que o autor coloca no versículo 3: “E isto faremos, se Deus o
permitir”. Esta é uma passagem importante, porque sugere a possibilidade de
Deus nem sempre permitir que sigamos em frente.
Há duas coisas que devem sempre existir, se queremos progredir em nossa
vida espiritual. Precisamos esforçar-nos para seguir em frente e Deus deve permitir
que prossigamos. Os elementos divino e humano devem trabalhar juntos no
crescimento espiritual.
Se Deus não permitir, não importa o quanto você force para seguir em
frente. E se você não der um empurrãozinho. Deus não vai deixá-lo andar. Há
outro texto que traz esses dois elementos juntos, mostrando o que creio que o
autor quis dizer nesta declaração: “De sorte que, meus amados, assim como sempre
obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora na minha ausência,
assim também efetuai a vossa salvação com temor e tremor, pois Deus é o que
opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”
(Filipenses 2:12,13).
Creio que o autor de Hebreus e Paulo estão dizendo: “Deus não vai fazer
com que a Bíblia de vocês saia voando aberta e que o Espírito Santo pegue uma
caneta e sublinhe os versículos que vocês devem 1er hoje”.
Você precisa pegar e 1er a sua Bíblia. Você deve abrir os olhos e usar a sua
mente e, ao fazer isso. Deus vai liberá-lo para aprender e crescer. Ele não vai
fazer com que você caia da sua cama de joelhos para orar. Ele não vai colocar as
suas mãos juntas, dobrar sua cabeça, forçar que seus olhos se fechem e fazer com
que a sua boca se abra e você ore.
Deve haver um esforço em sair da cama, dobrar os joelhos no chão, abrir
a boca e falar com Deus. Quando isso for feito, Ele vai ouvi-lo. Buscar fazer a
vontade de Deus é a sua parte e a Deus cabe a permissão. As duas precisam
operar juntas para que haja crescimento espiritual.
O custo do compromisso
Os hebreus ainda estavam no jardim de infância. Como mencionei no
começo deste capítulo, eles sentiam muita dificuldade em se comprometer com
Cristo. Para eles era difícil manter acesa a chama do primeiro amor.
Quando mais compromissado com Cristo você se torna, mais dificuldades
vai encontrar. Muitas pessoas mentem sobre este assunto. Elas dizem: “Venha
para Jesus e seus problemas vão terminar”.
Isto é uma mentira. Quando você vem para Jesus e cresce nele, terá mais
problemas do que imagina, porque se tornou um inimigo do inferno. O diabo
vai querer derrubá-lo. Algumas coisas vão surgir de onde você nem esperava e,
às vezes, você vai sentir-se tentado a dizer; “Não quero isso, vou voltar a ser
como eu era!”.
Outros vão dizer; “É, não parece que Jesus ama a gente tanto assim”.
Ele o ama com certeza. Esta é a forma como o amor que tem por nós
funciona. Como num casamento, quanto mais você se dedica para ser um bom
marido ou uma boa esposa, mais precisa estar pronto para as dificuldades. Essas
coisas doem muito, mas são recompensadas com amor, intimidade e compromissos
mais profundos. Se os problemas não ocorrerem no casamento, ele pode estagnar
e começar a retroceder.
Imagine um estudante universitário dizendo; “Não sabia que eu tinha de
estudar tanto assim. Vou voltar para o segundo grau”. Todo mundo sabe que a
faculdade é mais difícil que o segundo grau, então por que se admirar?
Você não aprende o á-bê-cê só para saber o alfabeto. A idéia é que possa
usar as letras para formar palavras e frases que possam ser lidas por você e por
outros. Até uma criança sabe que, quando aprender a ler, deixará os livros para
principiantes e logo vai consultar uma enciclopédia.
Cristãos verdadeiros
Um estudo bíblico profundo requer que, antes que se parta para o estudo
de outras passagens das Escrituras a fim de coletar dados sobre um tema em
particular, você deve antes descobrir o que o autor está dizendo por meio do
estudo de seus próprios escritos. Assim, o próprio autor lhe dá o significado dos
termos que usa.
Isto é importante porque, quando você aplica a teoria bíblica, o próprio
autor explica o que está querendo dizer. Por exemplo, o termo iluminado. Em
Hebreus 10:32 o autor escreve: “Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em
que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições”.
Sabemos que ele está falando sobre pessoas que foram iluminadas a tal
ponto que estão sofrendo por causa de sua fé. Os não-crentes não sofrem por
causa de sua fé. Não há o que sofrer por uma fé que não se possui.
Mas estas pessoas estavam sofrendo por Cristo e também tinham
compartilhado este sofrimento com outros crentes em Cristo (v. 33). Se você
necessita de mais evidências, no princípio do capítulo 10 o autor chama seus
leitores de “santificados”. Depois ele chama aqueles que foram santificados de
“aperfeiçoados para sempre” (v. 14).
Não existe dúvida de que, quando o autor de Hebreus usa a palavra
“iluminado”, ele está falando de pessoas que foram iluminadas por meio da
salvação. Mas o que fazer com a palavra “provaram”? Algumas pessoas dizem:
“Ah! Eles não comeram dos dons celestiais, só provaram um pouquinho. Eles
colocaram na boca, mas não engoliram”.
Mas essa definição não é pertinente, porque Hebreus 2:9 diz que Jesus
Cristo “provou” a morte por todos nós. Será que Jesus só “lambeu” a morte, mas
não morreu de fato? Se esta palavra significa que Jesus somente chegou perto de
morrer, mas realmente não experimentou a morte, estamos com sérios problemas!
Se disser a alguém: “Você precisa provar a comida de fulano de tal”, você
não está dizendo que colocou a comida na boca, gostou e jogou fora. Na verdade
você consumiu aquele alimento e está recomendando que outras pessoas façam
o mesmo. Os destinatários da carta haviam realmente recebido a salvação.
Quando se observa o termo participantes, no final do versículo 4, toma-se fácil
abandonar qualquer idéia de que o autor está falando sobre não-crentes, pessoas
que somente vêem uma parte da luz mas que nunca realmente abraçam a salvação.
Esta palavra é usada em Hebreus 2:14 para se referir aos filhos que são
participantes da carne e do sangue de seus pais e também sobre Jesus. Os seus
filhos compartilham somente parte da sua came e sangue ou são 100% seus?
Será que alguém tem dúvida de que Jesus não era 100% humano?
Cinco vezes no livro de Hebreus encontramos esta palavra sendo usada
em relação ao que estas pessoas receberam quando foram salvas. Elas se tomaram
participantes de uma chamada celestial (3:1), de Cristo (3:14), do Espírito Santo
(6:4), da disciplina de Deus Pai (12:8) e da sua santidade (12:10). Sem dúvida,
eles eram crentes!
O texto de Hebreus 6:5 fala ainda que eles “provaram a boa palavra de
Deus, e os poderes do mundo vindouro”. Já sabemos o que o autor quer dizer
quando fala “provar”. Não importa qual método você use, quando estuda a
Bíblia. Ao examinar estas passagens, é impossível dizer que estas pessoas não
eram crentes.
Perda da salvação?
Entretanto, o maior desafio está no versículo 6 deste mesmo capítulo. “E
depois caíram, sejam outra vez renovados para arrependimento, porque de novo
estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-o ao vitupério.”
Já ficou bem claro que o autor está-se referindo a crentes e está tentando
fazer com que eles sigam em frente na jornada cristã. Agora ele traz à tona a
possibilidade concreta de crentes caírem e retrocederem tanto na fé a ponto de
abandoná-la totalmente. Ele está chamando a atenção dos cristãos, para que
não permitam que isto ocorra.
A melhor maneira de entender este dilema é tentando compreender
exatamente o que o autor está dizendo e depois comparar com o que outras
pessoas falam sobre o significado deste versículo. Ele é bastante claro que, se esta
“queda” acontece com um cristão, é impossível que esta pessoa encontre o
arrependimento.
Você provavelmente conhece muitas pessoas que não acreditam na
segurança eterna da salvação. Este é o versículo-chave sobre o qual elas
constroem a teoria de que é possível um verdadeiro cristão perder a sua salvação.
Tal argumento é equivocado, pois este versículo diz que, se você perder
sua salvação, nunca pode tornar a tê-la. Asseguro a você que as pessoas que
acreditam nisso também crêem que é possível recuperá-la. Sendo assim, é melhor
que não utilizem este versículo como parte de sua argumentação.
Eis a oportunidade para usarmos a teologia sistemática para nos ajudar.
Quando você observa os ensinamentos do Novo Testamento em sua totalidade,
a conclusão a que se chega é que é impossível perder a salvação, da mesma
maneira que é impossível deixar de ser pai de uma criança.
Além disso, a Bíblia diz que não é você que retém a Deus, Ele é quem o
segura em suas mãos Ooão 10:28,29). Existe uma grande diferença entre um
filho que segura a mão de seu pai e um pai que segura a mão de seu filho. Se o pai
estiver segurando a mão da criança, mesmo que ela tente ir embora, ele continua
a segurá-la. O texto de Romanos 8:38,39 diz que nada pode nos separar do
amor de Deus.
O verdadeiro problema
Então, se você não pode perder sua salvação, o que quer dizer o texto de
Hebreus 6:6? O autor está dizendo que é possível que um cristão retroceda
tanto em sua vida espiritual que chegue ao ponto de “recrucificar” a Cristo.
E lógico que ninguém pode colocar Cristo na cruz novamente. A chave
para entender esta última frase do versículo 6 é “expondo-o ao vitupério”, ou
seja, expor Jesus à vergonha pública.
Quando o Senhor foi pendurado na cruz, havia somente duas formas de
encarar a sua crucificação. Algumas pessoas olhavam para Ele e diziam: “Ele é
um blasfemador e um criminoso que está sendo justamente crucificado”.
Outros, contudo, pensavam da mesma maneira que o centurião romano:
“Verdadeiramente este homem era o Filho de Deus/” (Marcos 15:39).
Estas eram as opções e continuam sendo até hoje. Jesus Cristo é um
criminoso ou é o Filho de Deus. Quando o recebe como o seu Salvador, você
está dizendo: “Este é o Filho de Deus”. Mas, ao abandonar o seu primeiro amor
e retroceder, você está efetivamente recrucificando a Cristo.
Por quê? Porque por meio de seu estilo de vida você diz ao mundo:
— Mudei de idéia e agora penso que Jesus é um criminoso. Concordo qu
Ele devia ter sido crucificado, que não tem nada para oferecer a nós e que ninguém
precisa colocar a sua fé nele. Agora vou viver da maneira que todos vivem.
Esta declaração parece séria, não é? Ao ficar atrofiado e regredir em sua
vida cristã, você pode chegar ao extremo de estar pregando Jesus na cruz de
novo e enfiando uma lança em suas costelas.
Ele morreu para tirar as pessoas do pecado e levá-las a ter uma vida justa.
Porém, se você deixar a justiça e retornar ao pecado, Jesus se torna novamente
um espetáculo de vergonha como o que aconteceu no Calvário, quando foi
exposto ao ridículo.
Este processo se inicia muito lentamente. Você aos poucos deixa de ler a
Bíblia, pára de orar e diminui a freqüência na igreja. Você começa discretamente a
fazer coisas que não devia, aos poucos, sem que ninguém saiba. Você não recrucificou
Jesus ainda porque o seu pecado ainda não se tomou uma vergonha pública.
Mas, quando você se acostuma com o pecado e se torna mais ousado,
passa a não se importar com as pessoas e começa a andar como os pecadores
andam, falar como eles falam, agir como agem. Daí as pessoas passarão a notar a
diferença em sua vida.
O texto de Hebreus 6:4,6 diz ainda que, quando os indivíduos chegam a
este ponto: “é impossível (...) que sejam outra vez renovados para arrepen
dimento”. Arrependimento significa uma mudança de atitude ou pensamento.
Quando um crente chega neste estágio descrito em Hebreus, é impossível fazer
com que ele mude de idéia.
Aí as coisas ficam um pouco mais complexas. O autor não está dizendo
que é impossível para Deus levar essa pessoa ao arrependimento. Nada é
impossível para Deus. Além disso, já estabelecemos que a questão não é a perda
da salvação, a qual exigiria a intervenção de Deus no processo de restaurar a
pessoa.
O que não é possível é que outras pessoas levem este indivíduo ao
arrependimento. Você já conheceu alguém que simplesmente não ouvia o que
você queria dizer? Tente conduzir uma pessoa rebelde ao arrependimento. Você
pode tentar ajudá-la a ver o que é certo e tentar fazê-la mudar de idéia, mas ela
não vai ouvir.
Tudo que você pode dizer é:
— Alguma outra pessoa terá de ajudá-lo a acertar a sua vida. Fiz o que pude.
Há um ponto em que não existe esforço humano que possa mudar a
situação. E impossível lidar com uma pessoa que está algemada às coisas do
mundo.
Vou usar uma ilustração das Escrituras. Israel saiu do Egito durante o Êxodo.
Existe um paralelo do Velho Testamento com o Novo Testamento com relação à
salvação. O povo de Israel redimido deveria ir para a terra prometida de Canaã, ou
seja, deveria receber a sua herança. Para chegar lá, deveria cruzar o deserto, que não
era um lugar convidativo. A água era escassa e não havia came, somente maná.
Logo o povo começou a reclamar: “Estamos cansados disto; lá no Egito as
coisas não eram tão más assim; tínhamos alho e lentilhas. Estamos fartos desta
comida!”.
Eles ficaram reclamando todo o tempo enquanto cruzavam o deserto. Mas,
finalmente, chegaram na fronteira da terra prometida e enviaram doze espiões
para investigar a terra. Dois desses espiões, Josué e Calebe, disseram: “Vamos em
frente. Deus nos deu a terra. Vamos tomar posse dela”.
O povo, entretanto, ficou do lado dos dez espiões que disseram: “Os
gigantes são enormes!” Eles votaram que deveriam ficar no deserto e se rebelaram
contra Moisés (Números 14:1-4).
Deus viu essa baderna e disse para Moisés: “Estou cheio deste povo!” (vv.
11-12). Eles haviam ido longe demais. A terra que Deus havia preparado para
eles não seria mais para proveito e herança daquele povo.
Note que os israelitas não caíram mortos quando se recusaram a receber o
que o Senhor tinha para eles. Eles ainda viveram por muito tempo. Sabemos
disso porque Deus disse que eles permaneceriam no deserto por 40 anos, até que
o último membro daquela geração morresse (w . 33-35). A maioria deles ainda
viveu por muitos anos, mas nunca recebeu a bênção divina que lhes fora
preparada.
Essas pessoas viveram toda a sua vida sem saber a razão pela qual tinham
sido resgatadas do Egito. Elas ficaram vagando em círculos. Será que Deus
havia-se esquecido delas? Não! (veja os versículos 19 e 20). Se Deus não
houvesse perdoado seu povo, teria destruído a todos, como vimos nos versículos
11 e 12.
Quando os israelistas perceberam que estavam com problemas, pediram
perdão. Foram a Moisés e disseram: “Vamos obedecer ao Senhor, fazendo aquilo
que você disser” (vv. 39,40). Mas já era tarde demais. Deus já havia jurado que
retiraria a herança deles (vv. 22,23). Eles não poderiam ser levados ao
arrependimento a ponto de recuperar a bênção de Deus.
1. Uma das formas de estimular uma relação de amor que se tomou estagnada
é escrever uma carta para quem você ama, expressando o seu afeto e carinho e
dizendo àquela pessoa o quanto ela é importante para você. Se nunca fez isso
antes, tente escrever uma oração de amor e carinho para Jesus Cristo. Leve o
tempo que for necessário para escrevê-la. Faça com que esta carta tenha uma
alma própria! Depois disso, leia esta carta para Ele como um amoroso sacrifício
de louvor.
3. Tente isolar-se por algumas horas e fazer uma “inspeção no pomar”. Lembre-
se dos tempos em que sua vida produziu frutos especiais de alegria, paz e poder
espiritual. Depois faça duas perguntas para si mesmo:
a. Quanto tempo foi preciso voltar na minha memória para me lembrar destas
experiências?
b. O que aconteceu durante esse tempo que mudou a minha atitude espiritual?
4. Leia Hebreus 6:9-12 mais uma vez. Se o escritor estava tão ansioso para
tirar os seus leitores da estagnação espiritual. Deus está ainda mais interessado!
Ele quer retirar qualquer traço de estagnação de você. Agradeça a Deus por
você ter à sua disposição todos os recursos divinos para ajudá-lo cada dia
espiritualmente.
CAPÍTULO
7
0 PERIGO DA TOLERANCIA
DO PECADO
O CÂNCER
Já que estamos falando sobre hospitais, doentes e médicos, deixe-me
mostrar a ficha do paciente, a qual revela a doença de que ele está sofrendo e a
cura que foi prescrita:
Geralmente se ouve que há entre vós imoralidade, e imoralidade tal, como
nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem abuse da mulher de seu pai
(1 Coríntios 5:1).
A igreja de Corinto tinha um tumor maligno crescendo em seu meio. Porém,
as pessoas não reconheceram isso porque a igreja parecia estar sadia do lado de
fora. Eles tiveram a oportunidade de ouvir os maiores pregadores de todos os tempos
como Paulo, Pedro e Apoio. Ela sofiia de uma doença fatal, um surto de imoralidade
tão violento e destrutivo que até os pagãos rejeitavam essas práticas.
O pior é que a igreja ignorava o que havia sido indicado nas radiografias
que foram mostradas a eles. Seus membros não estavam enfrentando a doença e
tentando erradicá-la. Quando a igreja não enfrenta o pecado é porque não é o
hospital que Deus quer que ela seja.
O problema da igreja de Corinto era terrível. Um homem estava tendo
um caso com uma mulher que presumimos ser sua madrasta, uma vez que. Paulo
não diz que ela era a mãe desse homem. Paulo está dizendo: “Nem mesmo os
pagãos aprovam o que vocês estão permitindo que aconteça na igreja que usa o
nome de Jesus Cristo”. O uso do presente contínuo indica que o caso estava
acontecendo na época em que Paulo escreveu a carta.
Em outras palavras, este homem desenvolveu um padrão de imoralidade
tão grande que estava escandalizando toda a comunidade. Isso nos lembra algo
que já observamos antes: os cristãos têm a capacidade de cometer atos tão maus
quanto os não-cristãos. Algumas vezes essas atitudes são até piores. Mesmo usando
o nome de Cristo, ainda vivemos na came e temos a mesma tendência de pecar
que o mundo não-redimido tem.
Observe os versículos 10 e 11 e você vai notar algo interessante. Os pecados
atribuídos aos não-crentes no versículo 10 são repetidos no versículo 11, quando
Paulo se refere a um “irmão”.
Na verdade, Paulo descreve dois pecados a mais que não estão no versículo
10: maldizente e beberrão. Ser convertido não nos isenta do pecado, nem mesmo
dos mais hediondos.
Se sou capaz de cometer os mesmos pecados que um não-crente comete,
que diferença há entre nós? A diferença é que eu recebi o poder para superar o
pecado que está ao meu redor.
Entretanto, não podemos escapar do fato de que estas duas listas são
basicamente as mesmas. Esta é a razão porque Paulo precisou diagnosticar e
remover o tumor da imoralidade da igreja de Corinto.
O tumor espiritual pode atacar a família de Deus. Isto é ruim, mas a igreja
está equipada para lidar com este tipo de problema. Ela é um hospital.
Feito o diagnóstico, Paulo vai vestir suas luvas cirúrgicas e prosseguir com a
retirada do tumor. Aqui começa a doer. A cirurgia não é algo agradável, mas, como
Paulo, eu não fui chamado para falar somente coisas boas, mas, sim, a verdade.
ACURA
O texto de 1 Coríntios 5 nos dá uma visão clara dos efeitos prejudiciais que
o pecado não tratado tem sobre toda a igreja e não só sobre o membro pecador.
Uma igreja, como um corpo de pessoas, também pode perder o seu primeiro
amor por Cristo. Em Apocalipse 2, Jesus estava falando à igreja em Efeso, e não
para algumas pessoas. A necessidade de uma cirurgia radical na igreja em Corinto
torna-se clara em 1 Coríntios 5:2; “Estais inchados, e nem ao menos vos
entristecestes, para que fosse tirado do vosso meio quem cometeu tal ação”.
Admitindo o problema
Paulo diz; “Em vez de chorar pela igreja, vocês estão orgulhosos dela.
Vocês saem por aí contando vantagem por causa do seu templo, do seu pregador,
contando vantagem do seu coral e por suas atividades, ao contrário de chorar
pelos seus pecados”.
Se você vai a um hospital e descobre que tem um câncer, com certeza não
se interessará em contar vantagem de nada. Você não se preocupa em se
vangloriar de sua conta bancária para o vizinho, falar sobre o seu novo carro,
sobre a sua aparência etc. Todas estas coisas tomam-se irrelevantes. Se você
tem um câncer, você só se preocupa com uma coisa; “Serei curado?”.
O fato é que o escândalo na igreja de Corinto continuou a acontecer
durante tanto tempo que a igreja perdeu a sua razão de ser. Ela não era um
hospital. Havia-se transformado em um clube.
Fazendo o diagnóstico
Isso é o que muitos cristãos querem. Eles querem um clube de cristãos.
Eles querem ser mimados e beneficiados, mas não querem submeter-se a uma
cirurgia espiritual. Mas se uma igreja não procede assim, não é uma igreja. A
primeira coisa que Paulo aconselha é: “Livrem-se deste tumor! Extirpem este
câncer do seu meio!”.
O orgulho dos crentes de Corinto produziu indiferença ao pecado. O
desejo por reconhecimento humano os tomou cegos. As pessoas podem entrar
pelas portas da igreja com seus pecados. Isto é normal, porque a igreja é um
hospital.
Contudo, as pessoas nunca devem sair pelas portas da igreja com esses
mesmos pecados, sentindo-se à vontade e felizes. Nenhum médico diz para um
paciente que tem uma doença grave; “Quero que você se sinta bem com essa
doença. Não deixe que essa doença o afete”. Essa doença já afetou a pessoa e é
por isso que ela foi ao médico.
Um dos sinais para identificar uma igreja verdadeira é que ela não fica
rodeando o pecado, especialmente se ele se tomou uma ocorrência contínua.
Quando você ouve falar que um irmão caiu em pecado, isto deve quebrar o seu
coração, e não fazer com que você pegue o telefone para fazer fofoca. Deve
fazer com que você chore, porque uma parte do corpo foi contaminada. Paulo
continua falando à igreja de Corinto:
Eu na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já
determinei, como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, em nome
de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de
nosso Senhor Jesus Cristo... (1 Coríntios 5:3,4).
O que Paulo está querendo dizer aqui é: “Se vocês são uma igreja, tomem
uma atitude de igreja”. Ser uma igreja significa agir em favor de Jesus Cristo, sob
a autoridade dele! Isto é o que “em nome de nosso Senhor Jesus” quer dizer.
A igreja age em favor de Jesus Cristo. Cumprimos as ordens de Deus. Uma
vez que o pecado daquele homem se tornou público, o seu julgamento também
precisou ser público. O pecado não pode ser ignorado. Há uma série de objeções
a esse respeito. Alguns dizem:
— Nós não devemos julgar!
Não é o que Paulo está dizendo. Ele já havia julgado aquele homem (v.
3). Precisamos entender bem isto, pois há muita desinformação sobre julgamento.
A maioria das pessoas que usam este argumento pensa em Mateus 7:1-5, onde
Jesus diz que não devemos julgar para não sermos julgados.
Porém Jesus não estava proibindo os cristãos de julgar outras pessoas.
Muitas pessoas só conhecem Mateus 7:1. Se lessem um pouco mais, veriam que
Jesus deixa bem claro cotjto e o que nós devemos julgar. O problema é que
normalmente julgamos os outros, enquanto praticamos os mesmos pecados.
Por exemplo, você não julga as motivações das pessoas. Somente Deus
pode ver o que está no coração do homem. Você não sabe o que outra pessoa
está pensando, não conhece o sentimento dos outros. Mas, ainda assim, gastamos
nosso tempo falando:
— Fulano pensa isso, ele sente aquilo...
Como é que você sabe o que ele pensa? Você não tem como saber o que
uma pessoa está pensando ou sentindo. No entanto, há uma coisa que você
pode julgar: suas ações.
Alguém pode estar vivendo uma vida desregrada e dizer:
— O meu coração não está nestas coisas.
Mas os seus pés, os seus olhos e as suas mãos estão. Não estou julgando o
que está no coração dessa pessoa.
Alguém pode cometer um pecado e justificar:
— Eu não quis fazer isso.
E verdade, mas, ainda assim, pecou. Nós podemos julgar isso. E claro que
primeiro devo tirar a trave dos meus olhos para depois ver o cisco que está no
olho do meu irmão (Mateus 7:3-5). Isto significa que não podemos julgar outra
pessoa por algo que também estamos fazendo, porque este julgamento vai acabar
voltando como um bumerangue.
Aplicando a cura
Nós, cristãos, não podemos julgar a intenção do coração de outras pessoas.
Mas as suas ações, sim. A igreja recebeu a ordem de lidar com o pecado que está
afetando a comunhão do Corpo.
Aqui está uma outra objeção que as pessoas têm sobre a igreja que faz
cirurgia espiritual:
— Mas o que ele faz é problema dele!
Paulo diz em Efésios 5:11 que devemos “expor” as obras das trevas que, de
outra maneira, permaneceriam ocultas. Isso significa que, quando um cristão
peca, não é problema dele. E problema nosso.
Será que alguém diria para um amigo que está com câncer: “Isso é problema
seu, depende de você ir ou não para o hospital”?
Se alguém for atropelado, diria a essa pessoa enquanto está caída no chão:
“Não quero interferir na sua vida”?
Não é assim que as famílias funcionam. Quando um membro da família
está com dor, todos compartilhamos dessa dor. A igreja deve funcionar da mesma
forma.
V
no
Quando a igreja não está Kdando com o pecado, deve silenciar sobre qualquer
outra coisa que esteja fazendo, porque Deus a chamou para ser pura. Ninguém,
em sã consciência, quer ser tratado em um hospital cheio de sujeira. A igreja deve
ser um hospital limpo, para que Deus possa fazer as cirurgias necessárias.
O RESULTADO DO NÂO-TRATAMENTO
O que acontece quando uma igreja não dá o tratamento apropriado para
o pecado? Paulo nos diz em 1 Coríntios 5:5: “seja entregue a Satanás para
destruição da carne, para que o espírito seja salvo no dia do Senhor Jesus”x \
Se o pecador da igreja de Corinto era um cristão, o que sign ifi@ ib ^
entregue a Satanás? Isso significa que ele foi excomungado da igrej^Õ K j^/é
muito pior do que ser retirado do rol de membros. Deus estava r â n Q ^ ^ o sua
custódia protetora da vida desse homem, o que poderiaiie^uR^em ataques
destrutivos do inimigo e, até mesmo, a perda de sua ^Ma( ^eTto^e necessário.
A necessidade da disciplina
Nestes dias não levamos a disciplina/dgT^:^a^3fíuito a sério. Normalmente
dizemos:
— Se colocarmos esta p essoa^a^tò ãT ela vai para uma outra igreja.
A pessoa em questão pode ir ^ a outra igreja, mas vai sem a custódia
protetora de Deus. S^m m elh^^ocê não se sentar muito próximo a uma pessoa
nessas condições. O teteC ro ^^sab ar sobre sua cabeça também!
Nunca ■^^<mé>sqœ da época em que meu irmão mais novo se rebelou
contra o m p T ^N H ^n ao gostava das regras estabelecidas, nem das instruções
paternas/I^UxOTiião mais novo era o campeão de luta livre do Estado de
!^esava mais de cem quilos, era grande e forte. Ele começou a
dentro de casa a idéia de que era o campeão.
Meu pai, contudo, já o tinha avisado:
— Eu sou o único campeão nesta casa.
Meu pai aeu uma oraem a meu urmao. iNao me lemDro o que era, mas meu
irmão achou que ele não tinha de fazer o que o meu pai havia mandado. Então
ele bufou, balançou sua cabeça e disse, resoluto:
— Não vou fazer!
Meu pai disse:
— Ah, vai sim!
Meu irmão retrucou:
— Não vou!
Então meu pai lhe deu uma surra. Meu irmão decidiu sair de casa.
Ele foi embora de casa, mas havia-se esquecido de alguns detalhes. Ele
não trabalhava, estava nevando e ele não tinha carro. Quando você não tem
nada, não pode pensar que é campeão em tudo.
Vinte minutos depois, alguém bateu na porta! Meu irmão queria voltar
para casa. Meu pai o entregou ao mundo para que ele aprendesse a ter respeito.
Depois daquele dia, nunca mais passou pela minha cabeça desobedecer
ao meu pai! Quando meu irmão saiu da custódia protetora de nosso lar, ficou
sozinho no mundo. '
Você se lembra de quando Satanás atentou contra Jó? Satanás pediu a
Deus: “Deixe Jó comigo por um tempo e eu vou fazer isso e aquilo com ele”.
Deus disse: “Você não pode fazer isto com ele, mas você pode fazer aquilo”.
Satanás não pôde fazer com Jó o que queria, porque ele estava sob a proteção de
Deus.
Se o Pai remove a sua grade de proteção que está em volta de você, significa
que Satanás pode fazer o que quiser com sua vida. Quando Deus remove sua
mão da vida de um cristão, porque a igreja agiu de acordo com a Palavra,
removendo-o cirurgicamente, não há mais proteção sobre aquela vida.
E como uma pessoa que foi tirada do hospital porque não quis submeter-
se a uma cirurgia. O câncer está-se alastrando e não existe nada que possa detê-
lo, porque aquela pessoa não permitiu aos médicos que removessem o tumor. Já
testemunhei isto na vida de cristãos que se entregam ao pecado. Muitos tiveram
suas vidas deterioradas e, em alguns casos, as pessoas perderam suas vidas.
Deus vai tentar persuadir o santo que está em pecado a se arrepender
mas, se isso não funcionar, Ele não vai mais impedir Satanás de atacar a sua
vida. Se esta pessoa persistir no pecado, está indo em direção à sua própria
destruição.
Estas coisas vão contra o pensamento moderno, porque nossa mentalidade é:
— Vamos ser pacientes e compreensivos. Por que precisamos expulsá-l
daqui? Por que precisamos tomar alguma atitude no caso dela?
O versículo 6 explica o porquê: “Não é boa a vossa jactância. Não sabeis
que um pouco de fermento leveda toda a massa?”. Em outras palavras: “Basta
uma laranja podre para estragar toda a caixa”.
Paulo está dizendo: “Cortem o pecado do meio de vocês ou ele vai
contaminar a todos”. Laranjas boas não fazem que as laranjas estragadas se tomem
boas. Mas as laranjas estragadas podem estragar também as boas. O que acontece
quando existe uma criança bagunçando em uma sala de aula? Essa criança pode
perturbar tanto a classe que impedirá o professor de ensinar. Ela sempre tem
uma piadinha e acaba molestando a todos. Se o professor quiser ter controle
sobre a classe, aquela criança precisa ser retirada da sala.
Se você tem na sua casa um adolescente rebelde, que não segue as regras
estabelecidas, passa a noite fora, usa drogas ou está vivendo imoralmente, mais
cedo ou mais tarde algo terá de ser feito. Se os pais não tomarem providências
para disciplinar o filho rebelde, os outros filhos vão pensar que podem fazer de
tudo naquela casa.
Os efeitos do pecado
O mesmo acontece com a família de Deus. Os efeitos do pecado podem
prejudicar a outros. Você se lembra de Acã? Ele se rebelou contra os mandamentos
de Deus e Israel sofreu a derrota em Ai. O pecado de Acã custou a vida de
outros homens. Leia sobre isso no capítulo 7 de Josué e saiba o que aconteceu
com A cã (vv. 24,25). Ele não se submeteu ao aconselhamento, então foi
apedrejado.
Já que estamos no Velho Testamento, vou lembrar o exemplo de Jonas.
Não importa o quanto você corre da vontade divina, há um preço a ser pago
por isso. Se você se rebelar contra Deus e seguir num caminho oposto ao dele,
sempre acabará tendo de pagar o preço.
Jonas foi o profeta rebelde que pegou um barco para Társis quando Deus
o havia mandado para Nínive, cidade que ficava na direção oposta. Jonas prestou
contas pela sua ida para Társis (Jonas 1:3). A vantagem de você ir para Nínive
é que Deus paga sua passagem. A mais séria conseqüência de ir para Társis é que
você mesmo paga pela passagem.
Muitos de nós estamos pagando um preço muito alto pela passagem da
nossa “viagem para Társis”. Se fizéssemos as coisas segundo a vontade de Deus,
ele pagaria nossa passagem. Às vezes pagamos um preço muito alto do ponto de
vista emocional, psicológico e físico, pois estamos rebelando-nos contra a vontade
de Deus em nossas vidas.
Os médicos têm o dever de manter seus pacientes sadios. Você deve seguir
os conselhos e prescrições que eles dão. Se tiver um problema de saúde, os
hospitais existem para ajudá-lo, mas você precisa submeter-se ao tratamento.
E por isso que parte de cada culto deveria ser reservada para a auto-avaliação
e a confissão de pecados. Paulo nos dá a razão disso em 1 Coríntios 11:31: “Mas
se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados”. O apóstolo está
dizendo que devemos unir-nos para julgar a nós mesmos de modo que Deus, por
meio da igreja, não precise nos julgar. Se não é isso que quer, então a igreja não
é lugar para você. Por quê? Porque a disciplina é a alma da missão da igreja.
Mediante o seu uso, a pureza do povo de Deus é mantida.
Quando um irmão colocar a mão no meu ombro e disser: “Você não
deveria fazer isso”, eu posso ficar feliz, porque isto significa que alguém me ama.
Um irmão na fé não me ama se me vê caindo na lama e diz:
— Tudo isso é problema seu, mas vou orar por você.
Não quero somente as orações dele. Quero que ele me ajude a sair da
lama. Esta é a missão que a família da igreja possui para com seus membros.
Diagnóstico precoce
Assim como na medicina, a chave para manter a saúde espiritual é o
diagnóstico precoce. E por isto que a Bíblia nos recomenda que estejamos sempre
avaliando a nossa vida com Deus. Se há pecados regulares, você não pode
permitir que aconteçam mês após mês e ano após ano, porque eles se alastram
e tomam conta de você. Paulo continua a falar à igreja:
Lançai fora o fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim
como sois sem fermento. Pois Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por
nós. Pelo que celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o
fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da
verdade (1 Coríntios 5:7,8).
O LOCAL DA CIRURGIA
Neste texto temos membros da igreja que necessitam ser submetidos a
uma disciplina severa para a correção de pecados. Paulo faz uma distinção
importante entre a igreja local para a disciplina e o mundo:
Já por carta vos escrevi que não vos associásseis com os que se prostituem.
Com isto não quero dizer propriamente com os impuros deste mundo, ou
com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras. Nesse caso
vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevo que não vos
associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou
idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador. Com o tal nem ainda
comais (1 Coríntios 5:9-11).
Note bem a diferença. Você não pode evitar a associação com os pecadores,
pois o mundo está cheio deles. Além disso, o assunto aqui não é disciplina,
porque os pecadores fazem exatamente o que se espera que eles façam. Eles
pecam.
Em outras palavras, os pecadores não têm nenhuma culpa de abandonarem
a Cristo como seu primeiro amor, já que nunca o amaram. Ninguém é proibido
de se associar a essas pessoas. Provavelmente você trabalha com elas todos os
dias e ainda as tem como vizinhas. Os pecadores pecam justamente por serem
pecadores.
Sem comunhão
Quando falamos sobre uma pessoa “que se diz irmão”, é bem diferente. A
palavra associar significa “manter companhia”. Isso não significa que você não
deva falar com a pessoa, o que seria cruel e duro com o irmão pecador. Porém,
não deve haver uma comunhão íntima com essa pessoa.
Este, que se diz irmão, é um indivíduo vivendo em pecado que pode ou
não ser cristão. Você não pode julgar o coração dele, mas pode dizer-lhe:
— Se você é crente, não deve agir dessa forma e, se continuar agind
assim, a igreja não poderá ter comunhão com você.
A igreja em Corinto entendeu as coisas às avessas. Eles estavam associando-
se com os membros em pecado e até contando vantagem sobre isso. Ao mesmo
tempo, estavam evitando associar-se com o mundo. Para que ninguém pense
que Paulo estava indicando somente o pecado de imoralidade como razão para
exclusão, vamos ao versículo 11.
O apóstolo não está somente referindo-se à imoralidade. Você também é
julgado pela inveja (querer aquilo que não lhe pertence), por ser um idólatra
(adorar a um outro deus), por ser devasso, violento, alcoólatra ou desonesto.
Fomos forçados a retirar um homem da comunhão da nossa igreja há
alguns anos, porque ele cometeu terríveis crimes em seus negócios. Já vimos que
a exclusão é um passo muito sério. Mas, de acordo com o versículo 11, ela vai
muito além de simplesmente colocar o pecador para fora da igreja.
Você não pode tomar café, almoçar ou jantar com aquela pessoa. Em
outras palavras: nada de contato social ou comunhão. Não deve haver nenhum
tipo de intimidade com a pessoa “que se diz irmão” e está vivendo em rebeldia
contra Deus. Foi o que fiz quando não procurei meu irmão, na época em que
estava desrespeitando meu pai. Não dei um tapinha nas costas dele nem disse que
estava ao seu lado e que meu pai estava sendo muito cruel em expulsá-lo de casa.
O objetivo da disciplina
Por que Deus parece estar sendo tão radical? Para corrigir o irmão e a irmã
que estão em pecado. Ele não faz isto somente para parecer durão. O Pai faz isso
por amor e para proteger o resto da família.
Você não sai para jantar com alguém que está em rebeldia, a não ser que
o propósito deste encontro seja ajudar aquela pessoa a dar passos de
arrependimento. Não me refiro a uma pessoa que esteja buscando ajuda, nem a
outra que é alcoólatra, mas que deseja se livrar do álcool. Paulo está falando
sobre um crente que adotou o pecado como um estilo de vida.
Você pode dizer:
— Isto é muito duro!
Não é. Esta é a casa de Deus. Se você vem à minha casa, por exemplo,
existem coisas que não pode fazer. Se você fuma, deve fumar do lado de fora,
antes de entrar em minha casa. Se você bebe, fique bêbado à vontade, mas não
na minha casa. Lá você não pode dizer palavrões. Se você e a sua namorada
forem passar a noite na minha casa, irão dormir em quartos separados, porque
na minha casa pessoas solteiras não dormem no mesmo quarto.
Você pode não gostar das minhas regras. Neste caso, não venha me visitar.
O que é que eu posso fazer? Vou mudar as regras por sua causa? Na minha casa
há regras, assim como há na sua.
A igreja é a casa de Deus, portanto, quando você vai à casa dele, Ele diz:
“Deixe o fermento do lado de fora. Deixe as coisas mundanas do lado de fora.
Não traga estas coisas para cá. Não venha aqui para corromper a minha família
com o seu pecado”.
A igreja é a casa de Deus e, em sua missão temporária de chefe da casa, o
pastor, junto com a liderança, é responsável aqui na terra pela igreja e deve
julgar de acordo com as regras de Deus. Se você possui um problema, iremos
ajudá-lo. Se você está doente, vamos lhe dar o tratamento apropriado. Podemos
até fazer uma cirurgia, mas só se você quiser.
Sempre desafio as pessoas da minha igreja em Dallas a manter o nosso
hospital limpo. Não estou falando sobre não ter doentes, mas, sim, precisamos
tratar as pessoas que desejam receber tratamento e afastar as que recusam. Se
ignorarmos o pecado em nosso meio, mais cedo ou mais tarde toda a igreja será
desviada da pureza de nosso primeiro amor por Cristo.
■ -.i í ;.
Não posso imaginar nada pior do que Jesus Cristo dizendo para a Oak
CliffBible Felloivship Church (Igreja da Comunhão Bíblica de Oak Clifí): “Você
abandonou o seu primeiro amor. Terei de remover o seu candeeiro”. Se nossa
igreja perdesse o seu testemunho, muitas pessoas boas seriam feridas. Não podemos
deixar que isso aconteça.
Há muitos anos eu e minha família passamos por um grande susto. Tive
um abscesso em meu corpo e os médicos pensaram que era câncer. O médico
disse para mim e minha esposa:
— Precisamos operá-lo o quanto antes.
Deitado na cama na véspera do dia da minha operação, eu não estava
pensando: “Odeio aqueles médicos porque eles vão me cortar. Vou ficar com
uma cicatriz e todo dolorido. Provavelmente vou ficar inchado durante uma
semana”. De jeito nenhum! Eu pensava que poderia ter câncer e estava ansioso
para que os médicos fizessem logo a cirurgia.
Quando acordei na sala de recuperação, após a cirurgia, a primeira coisa
que eu disse foi:
— Qual o veredicto, doutor?
Ele me respondeu:
— Tenho boas notícias para você. Aquele tumor era benigno, mas foi
bom tê-lo retirado agora, porque muitos tumores deste tipo se desenvolvem e se
tomam malignos.
Naquele dia o médico me fez um grande favor. Se eu saísse por aí dizendo:
“Tenho um abscesso, você tem um abscesso, todo mundo tem um abcesso”,
poderia estar morto hoje. Mas, mesmo se um tumor se tomar maligno e se alastrar,
a quimioterapia e a radiação ainda podem curar a pessoa.
Provavelmente você não conseguirá superar o alcoolismo de uma hora
para a outra, mas a igreja pode ajudá-lo no tratamento. Pode ser que você não
consiga retirar o câncer do seu temperamento de uma só vez, contudo podemos
ajudar a tratá-lo. Pode ser que você não consiga acabar com as suas paixões
imorais em uma só sessão de aconselhamento, mas por amor a você, por amor à
sua família, por amor a todo o corpo de Cristo e por amor a Deus, deixe que
ajudemos você a ser tratado.
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
1. Não é fácil corrigir um irmão que está vivendo em pecado, mas isso é
fundamental. Se você conhece alguém que está expondo Jesus ao ridículo e está
correndo o risco de receber o julgamento de Deus, ore pedindo coragem e
oportunidade para solucionar o problema. Se a pessoa estiver fechada para
receber ajuda, talvez você possa levar alguém junto para convencê-la.
2. Pense nas pessoas com as quais tem contato. Elas se encontram mais sadias
espiritualmente porque estão sendo influenciadas por sua vida, ou será que
você está adoecendo espiritualmente porque elas o estão influenciando?
0 ALTO CUSTO DO
ABANDONO - 1
A DISCIPLINA DIVINA
Podemos observar estas conseqüências ou resultados de forma bem clara
em Hebreus 12:5-6:
E já vos esquecestes da exortação que V05 admoesta como filhos: Filho
meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele
fores repreendido, porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo o
que recebe por filho.
Note a ordem da disciplina: primeiro você deve ser um filho de Deus. Isto
reforça a idéia de que a salvação não é o assunto em pauta. O autor de Hebreus,
que já nos é familiar, está dizendo: “se Deus o ama, vai bater em você”.
ALEGRIA OU DOR?
O versículo 11 diz: “N a verdade, nenhuma correção parece no momento
ser motivo de gozo, mas de tristeza. Contudo, depois produz um fruto pacífico
de justiça nos que por ela têm sido exercitados”. Deus é honesto. Se você estiver
vivendo na camalidade, Ele vai discipliná-lo e isso vai doer. A disciplina divina
se apresenta de várias formas. Ela pode ser física, pois a Bíblia diz que algumas
vezes Deus envia doenças. Pode ser um distúrbio mental, uma dificuldade
financeira ou uma série de outras coisas.
Você pode dizer:
— Mas essas coisas também não acontecem com aqueles crentes que estão
dentro da vontade de Deus e estão passando por um teste de sua fé?
Com certeza, mas existe uma distinção importante. Você pode observá-la
quando compara este versículo com Tiago 1:2.
A diferença entre um crente que caminha dentro da vontade de Deus e
outro que está sendo disciplinado é a seguinte: se você está passando por
tribulações enviadas por Deus para fortificar a sua fé, Tiago 1:2 diz que você
pode passar por isso como “motivo de grande gozo”. Isso significa que, mesmo
no meio da dor. Deus vai lhe dar alegria; mas, se você está passando por uma
severa disciplina por estar seguindo na direção errada da estrada espiritual, você
não terá nenhuma alegria no meio dos seus problemas. Você somente terá
tristeza. A situação que você está enfrentando está repleta de alegria ou de
angústia? Isso indica se está passando por um teste ou por uma punição.
Reconheço que existe uma terceira categoria de tribulações, que
simplesmente é a conseqüência da nossa vida com pessoas imperfeitas, num
mundo também imperfeito. Mas, mesmo assim, o teste ainda se aplica a esta
situação. Você sente alegria no meio dessas situações do dia-a-dia ou somente
tristeza e angústia? Se possui alegria no meio da tempestade, o seu relacionamento
com Deus é sadio e estável.
Observe que, mesmo nos casos de disciplina severa, se entendermos o
recado e permitirmos que a situação nos ensine verdadeiramente (Hebreus
-la.
12:11), no final veremos que a paz estará conosco por estarmos de volta ao
caminho de Deus. E como um pai que abraça o seu filho depois de tê-lo
disciplinado e diz:
— Só quero que você saiba que eu o amo.
O filho pode sentir-se em paz mesmo quando as lágrimas continuam a
cair, porque ele tem a segurança do amor de seu pai.
Conheço a história de um menino que estava num barco em um lago
quando, de repente, percebeu que o barco havia-se distanciado da margem.
Um homem passou e viu o barco no meio do lago e começou a jogar pedras na
direção do barco. O menino perguntou:
— O que é que você está fazendo?
Então uma coisa interessante aconteceu. Quando as pedras caíram na água,
criaram ondas que levaram o barco em direção à margem. Apesar de as pedras
terem perturbado a calmaria das águas, produziram o efeito desejado.
A provação de Deus também funciona assim. Quando você se afasta dele
no “mar do pecado” ou no “lago da injustiça”, Ele lança as pedras que irão
retirá-lo da calmaria para levá-lo de volta à margem do seu primeiro amor.
Peça-a, porém, com fé, não duvidando, porque aquele que duvida é
semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não pense tal
homem que receberá do Senhor alguma coisa (Tiago 1:6,7).
A PERDA DA SEGURANÇA
A terceira conseqüência de abandonar nosso primeiro amor é que
perdemos a segurança da nossa salvação.
Deve ser por isso que há pessoas que acreditam na perda da salvação
quando alguém está desviado. Em 2 Pedro 1:9, o apóstolo não diz que você
pode perder a segurança da sua salvação, o que faria você sentir-se não-salvo.
Mas, ainda assim, existem grandes diferenças entre estas duas posições.
Em 2 Pedro 1:4, vemos que Pedro está falando para cristãos. Nos versículos
5 a 7, Pedro dá uma lista de dons espirituais que devem ser desenvolvidos para
que cresçamos experimentando a obra e o poder de Deus em nossas vidas. Ele
escreveu:
AMNÉSIA ESPIRITUAL
O cristão que não está crescendo e experimentando o poder de Deus acaba
esquecendo que é salvo. Alguns estão no mundo há tanto tempo que esqueceram
que nasceram de novo. Permaneceram por tanto tempo na injustiça que ela se
tomou parte de seu estilo de vida. O que acontece com um crente assim?
Certamente ele perde a segurança de seu chamado (v. 10). Ele não tem
mais certeza se pertence ou não a Deus, não sabe se foi eleito e selecionado por
Deus e vive uma vida espiritualmente derrotada.
N a ausência das qualidades que Pedro cita, o não crescimento e a falta de
maturidade fazem com que o cristão se torne vulnerável a todos os tipos de
dúvidas. As pessoas nestas condições não têm confiança, porque Deus não está
fazendo nada em suas vidas. Elas perderam o conforto, a alegria e a paz, que
fazem parte da certeza da salvação. O remédio é retornar ao caminho: “Portanto,
irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição. Pois fazendo
isto, nunca jamais trope'''” '“’"” ^
MORTE FÍSICA
Esta é a conseqüência mais séria de todas, pelo menos quando vista sob a
perspectiva terrena. Em 1 Coríntios 10:1-5, Paulo faz um paralelo entre a
desobediência de Israel no deserto e a desobediência dos crentes em Corinto:
Irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da
nuvem, e todos passaram pelo mar. Todos foram batizados em Moisés, na
nuvem e no mar. Todos eles comeram da mesma comida espiritual, e
beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam da pedra espiritual que
os seguia, e a pedra era Cristo. Mas Deus não se agradou da maior parte
deles, razão por que seus corpos foram espalhados pelo deserto.
Sabemos que Israel era o povo de Deus. Eles observaram a Páscoa, que
constituiu um ato de fé, e saíram do Egito, simbologia da salvação.
Paulo diz que todos os israelitas desfrutaram de todos os benefícios da
provisão de Deus. Eles estavam sob uma nuvem, tinham a direção divina,
passaram por dentro do mar, experimentaram a libertação de Deus, foram
batizados por Moisés, estavam sob a liderança do Senhor, se alimentaram
espiritualmente com um símbolo de Cristo e receberam as provisões divinas.
Paulo reconhece que a tentação pode estar acabando com você. Você
não consegue parar de pensar naquilo que quer, de cobiçar o que deseja. Fica
todo o tempo conspirando para conseguir aquilo.
Mas, sabe de uma coisa? Você não é o primeiro crente a passar por isso.
Você não é o primeiro homem a ver uma mulher bonita e ser tentado, ou a
primeira mulher a ser tentada após ver um belo homem.
Algumas vezes você diz:
— Não agüento mais!
Fique calmo. Muitos outros crentes conseguiram administrar estas coisas
no passado. A única razão de não conseguirmos escapar da tentação é que, de
vez em quando, a amamos demais para abandoná-la. Quando queremos ser
tentados, não lutamos para escapar da tentação.
Então o que fazemos? Brincamos com a tentação em vez de correr dela.
Deus tem sempre uma saída de emergência bem próxima para que nos afastemos
da tentação, caso estejamos dispostos a isso. Mas, se não escaparmos e preferirmos
cobiçar as coisas más. Deus vai disciplinar-nos.
Como já vimos, você será bombardeado com todos os tipos de dificuldades.
Deus não vai responder às suas orações e você pode até perder a certeza de sua
salvação. Se tudo isto não funcionar, Ele pode levá-lo para casa mais cedo.
Sei que isso não é fácil. Esta é a disciplina mais severa que podemos receber.
O texto de 1 Coríntios 10:6-10 exemplifica que, se aconteceu com Israel,
também pode acontecer conosco.
Sabemos, contudo, que é possível ao povo de Deus rebaixar-se a este
ponto. Quando isto acontece. Deus pode levar-nos à morte. Os cristãos podem
morrer antes do tempo. Aqueles israelitas não deveriam ter morrido. Eles
deveriam ter entrado na terra prometida. Que grande diferença entre a maldição
e a bênção!
2. Se você já sabe que está evitando tomar aquele passo de obediência que Deus
pediu que tomasse, vá ao espelho mais próximo e confronte a si mesmo!
Determine que será obediente de agora em diante. Peça para que um amigo
cobre a sua mudança de atitude.
4. Um dos maiores presentes de Deus para nós é a Bíblia. Ela está repleta de
preceitos e exemplos da história que nos ajudarão a manter-nos no caminho certo,
fazendo-nos aprender por meio dos triunfos e tragédias de outros, evitando a dor
que eles experimentaram, para desfrutarmos do melhor que Deus tem para nos
oferecer. Existe alguma coisa no mundo que ofereça a você este tipo de benefício?
Então nada pode evitar que você estude e a leia a Bíblia. Você não tem nenhuma
razão para esperar. O Espírito Santo está ansioso para ser o seu professor. Abra a
Palavra e peça a Deus que abra os seus olhos e os seus ouvidos espirituais.
CAPITULO
9
0 ALTO CUSTO DO
ABANDONO - II
O local da recompensa
Quando um atleta ganhava uma prova, ele era levado ao pódio, assim
como os atletas olímpicos, para receber sua medalha. Este era o local da
recompensa. O ganhador recebia uma coroa de ramos sobre sua cabeça e outros
prêmios. Também recebia privilégios como, por exemplo, a isenção de impostos.
O local de avaliação
O tribunal, contudo, era também o local de avaliação. Outros atletas se
dirigiam até lá para saber se haviam ganho a prova, ou se tinham cometido
alguma infração. Mesmo que tivessem vencido a prova, eram desclassificados
na tribuna, caso tivessem desobedecido às normas adotadas.
Paulo tinha esses jogos em mente quando escreveu; “Antes subjugo o
meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não
venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1 Coríntios 9:27). Ele estava
preocupado em um dia comparecer perante Cristo pensando que era um ganhador
e descobrir que havia sido desclassificado.
Todos os cristãos um dia comparecerão a esse tribunal. Cristo vai
determinar se você ganhou a sua corrida e se viveu uma vida cristã sadia ou não.
A Bíblia diz que “muitos dos primeiros serão últimos, e muitos dos últimos,
primeiros” (Mateus 19:30).
Muitos pensam que irão receber aplausos no dia do tribunal de Cristo e
receberão vaias. Outros, que se julgavam vencedores, descobrirão que perderam.
A verdadeira história de cada um será contada.
As pessoas podem enganar as outras aqui na terra, com um sorriso e uma
aparência espiritual. Porém, no tribunal de Cristo, tudo será esclarecido.
O PROBLEMA DO JULGAMENTO
A Bíblia diz claramente que todas as pessoas que estão em Cristo não
estão sob condenação ou julgamento Goão 5:24; Romanos 8:1). Mas, ainda
assim, ela diz: “O Senhor julgará o seu povo” (Hebreus 10:30).
Sem contradição
Existe alguma contradição aqui? Não. Uma contradição são duas coisas
que não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Uma contradição aparente é
uma contradição somente porque não conhecemos todos os fatos. Não deixe
ninguém dizer que a Bíblia se contradiz. Quem diz isso não a conhece em sua
totalidade.
As Escrituras dizem que você não vai ser julgado e, ao mesmo tempo, afirmam
que vai ser julgado. Mesmo antes de você aceitar a Cristo, Deus julgou todos os
seus pecados na cruz. A Bíblia diz que a morte de Cristo pagou todos os pecados
de todas as pessoas em todos os lugares (1 João 2:2). Em 2 Coríntios 5, Paulo
escreve: “isto é. Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo” (v. 19).
Se Jesus já pagou o pecado de todas as pessoas, como é que há gente
indo para o inferno? A dívida do pecado já foi cancelada, mas as pessoas
vão para o inferno porque rejeitam o Salvador, recusando o único pagamento
que Deus providenciou para quitar o pecado dos homens.
. . .
Ao confiar em Cristo, você nasce do alto e se toma parte da família de
Deus. Após dar esse passo, a sua condição como filho de Deus nunca será
questionada. Uma vez que nasce do alto, você não pode perder a sua salvação.
O tribunal de Cristo não vai julgar se você é ou não um filho legítimo de
Deus. Você será julgado como um servo, ou seja, de que forma funcionou como
cristão e como viveu a sua vida neste corpo.
Suponha que você seja um professor primário e a sua filha, uma de suas
alunas. Ela não se comporta em classe e você diz:
— Saia da sala agora e vá para a diretoria!
Você considerou o comportamento da sua filha como estudante e a julgou
como uma estudante. Ela não pode retrucar:
— Mas sou sua filha, o senhor não pode fazer isso comigo.
A relação familiar entre você e ela não é o assunto em questão. Quando
sair da sala do diretor e for para casa, ela continuará sendo sua filha. Porém, a
condição familiar dela não a exime da responsabilidade de ser uma boa estudante.
Como cristãos nós nos relacionamos com Deus como filhos e como servos.
Você nem vai estar presente no julgamento do tribunal de Cnsto se não pertencer
a Ele, mas, na condição de filho, também será julgado de acordo com seu trabalho
como servo. Precisamos entender estes dois relacionamentos.
OS CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
Até agora não mencionei nada acerca das conseqüências de uma vida
cristã autocentralizada. Primeiramente procurei estabelecer que todos os cristãos
comparecerão perante o tribunal de Cristo.
Veremos as conseqüências agora, conforme observarmos os critérios do
julgamento de Cristo. O versículo 10 do texto citado, 2 Coríntios 5, explica
claramente a questão. Seremos julgados segundo o que tivermos feito “por meio
do corpo”.
Voltando a ICoríntios 3, Paulo nos fornece alguns detalhes importantes
sobre esse assunto:
Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio construtor,
0 fundamento, e outro edifica sobre ele. Mas veja cada um como edifica
sobre ele. Pois ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está
posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento levantar
um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra
de cada um se manifestará, porque o dia a demonstrará. Pelo fogo será
-
revelada, e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que
alguém edificou sobre ele permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de
alguém se queimar, sofrerá perda; o tal será salvo, todavia como peh fogo
(v. 10-15).
O fogo aqui não é o inferno. Ele está falando sobre cristãos e como eles
constroem os seus alicerces. O fogo na Bíblia representa o julgamento. Quando
aplicado para não-crentes, representa o inferno, mas, quando aplicado para os
cristãos, representa o julgamento ou a disciplina de Deus no tempo presente e
também na eternidade.
Os cristãos que são fiéis e têm a Deus como enfoque principal de suas vidas
receberão uma recompensa, porque construíram com ouro, prata e pedras preciosas.
Estas coisas o fogo não pode destruir. Tudo que o fogo faz é purificá-las.
Mas se você constrói com madeira, feno e palha e sua casa pegar fogo, você vai
ver que ela se queimará rapidamente.
Digamos que você tenha gasto muito dinheiro para construir sua casa e
chega a hora de colocar o piso. O pedreiro compra todo o material num museu
de azulejos e começa a colocar o piso. Uma peça azul, outra preta, branca,
vermelha, por toda a casa.
Você vai acabar discutindo com o construtor porque pagou muito bem
e exigiu materiais de acabamento de primeira na sua casa.
Na cruz, Jesus pagou um preço alto pelos nossos pecados. Deus nos deu o
seu filho único para que eu e você tivéssemos com Ele um relacionamento de
qualidade. Não é de admirar que Paulo diga: “Tenha cuidado com o material que
você usa. Não use material barato porque Deus pagou muito caro por esta casa”.
O que significa “construir com madeira, feno e palha”? Significa que você
não tem nada para mostrar por ter sido salvo. O trabalho da vida toda de alguns
cristãos vai queimar no tribunal de Cristo. Deus vai avaliar as suas obras, sua
santidade e essas vidas serão despedaçadas perante Ele, porque não tinham nada
de valor eterno para transferir da terra para o céu.
Eles viveram para agradar a si mesmos. Viveram para satisfazer os seus sonhos,
metas, desejos e motivações. Deus vai traspassá-los com seus olhos e perguntar:
“O que você trouxe para apresentar a mim?”. A obra de tais pessoas cairá por
terra porque “o dia a demonstrará” (1 Coríntios 3:13).
Nossas obras
Deus vai observar três coisas quando nos julgar. Primeiro, vai checar nossas
obras. Vejamos Hebreus 4:12,13:
Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito,
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração. E não há criatura alguma encoberta diante dele. Todas as coisas
estão nuas è patentes aos olhos daquele a quem havemOs de prestar contas.
Um dia estaremos perante Deus, sem nada para esconder. Não haverá
máscaras nem lugares secretos. Ele vai avaliar o que fizemos baseado em dois
critérios. Fizemos o que Ele disse que deveríamos fazer? Fizemos essas coisas
pelos motivos corretos?
Alguns certamente vão dizer:
— Mas eu pensei que...
Cristo vai responder:
— Não. Eu disse que...
Ele vai julgar se as suas ações coincidiram com a palavra dele. E por isso
que a nossa aliança maior deve ser com a Bíblia. Não há problema em seguir
homens, desde que eles sigam a Palavra de Deus. '
Jamais permita que algum homem o afaste da Palavra, porque Deus não
vai julgá-lo por aquilo que esse homem fez; Ele vai julgar você usando como
parâmetro a sua Palavra.
Deus não verá somente o que você fez, também vai julgar as razões que o
motivaram. O texto de 1 Coríntios 4:5 diz que não devemos julgar nada antes
do tempo, porque as coisas que estão ocultas serão reveladas. O que vemos
agora pode não ser aquilo que Deus verá mais tarde.
Podemos fazer as coisas certas, mas, sem um coração de amor, sem um
compromisso com Cristo e sem o desejo de dar glória a Deus, estamos
simplesmente representando. E por isso que o Pai vai desnudar as intenções dos
nossos corações. Ele vai nos examinar de dentro para fora e conhecerá todos os
nossos motivos.
Nossa dependência
A segurida coisa que Deus vai julgar é a nossa dependência. Paulo
escreveu: “Ora, além disso, requer-se dos despenseiros que cada um se ache
fiel” (1 Coríntios 4:2). Apocalipse 2:10 diz que devemos ser fiéis até a morte.
Naquele dia, o elogio de Cristo será: “Bom trabalho, meu servo bom e fiel”.
Alguns de nós nos sentimos felizes quando fazemos uma coisa importante
para Deus. Dizemos:
— Fiz algo muito importante para a glória de Deus. Levei roupa para o
orfanato...
No tribunal de Cristo, você será avaliado pelo que fez não só uma vez por
ano, mas em todos os dias. Ele vai olhar para o restante do ano e perguntar:
— Você viveu uma vida de fidelidade a mim?
Ninguém consegue servir a Deus com perfeição. Mas, quando Cristo
“passar nossa vida a limpo”, que padrão irá observar? Existe coerência nos seus
atos e na sua obediência? Quando falha você se arrepende, acerta o seu caminho
e segue adiante?
Nossas declarações
Deus também irá julgar nossas palavras ou declarações. “Mas eu vos digo
que de toda palavra frívola que os homens proferirem hão de dar conta no dia
do juízo” (Mateus 12:36). De vez em quando ouço alguém dizer:
— Eu não disse isso!
Cristo vai se lembrar de cada palavra que saiu de sua boca, mesmo que
você não se lembre de tê-la dito. Alguns até poderão dizer:
— Senhor, não me lembro de ter falado nenhuma fofoca.
A verdade é que “tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido, e o que
falastes ao ouvido no interior da casa, sobre os telhados será apregoado” (Lucas
12:3).
O RESULTADO DO JULGAMENTO
Em Mateus 25:14, Jesus conta a história de um homem que viajou para o
exterior. Ele dividiu os bens com seus três servos, para que eles tomassem conta
de seus negócios enquanto ele estivesse ausente. Os primeiros dois homens
investiram sabiamente e dobraram o montante de seu mestre.
Mas o servo que recebeu somente um talento o escondeu. Ele não fez
nada com o que o mestre deu para ele. Ao voltar, o mestre, que representa
Deus, sentou-se com seus três servos e disse:
— Quero que me mostrem o que fizeram com o que dei a vocês! (v. 19).
Os primeiros dois escravos tinham muito a mostrar. Ambos foram elogiados
pelo mestre e receberam uma bela recompensa (vv. 21,23). Porém, o servo que
só tinha um talento não tinha nada para mostrar ao seu mestre, exceto o dinheiro
que havia recebido.
Isto é o que muitos cristãos fazem. Eles pegam os dons, habilidades e
dinheiro que o Senhor lhes dá e os escondem. Nunca usam seus talentos para
Deus. Muitas vezes usam os dons recebidos para ganhar poder, privilégio e lucro
para si mesmos e não beneficiam o reino de Deus.
O mestre deste escravo sem fé não aceitou a sua desculpa e o escravo
recebeu o seu julgamento (vv. 26-30). Creio que essa história é um quadro dos
crentes no tribunal de Cristo. Precisamos compreender a seriedade do que está
acontecendo nesta passagem. A perda de recompensa dos crentes que não
colocaram Deus em seu devido lugar em suas vidas envolve três fatores.
O primeiro é a repreensão (w. 26,27). Quando se colocar perante Cristo,
quando Ele lhe mostrar o preço que pagou para que você pudesse desfrutar do céu
e quando vir o que poderia ter recebido, você certamente não se sentirá à vontade.
Em segundo lugar, temos a perda da herança (w. 28-29). Cristo vai mostrar-
lhe o que você poderia ter recebido e que papel poderia ter representado em seu
reino milenar, o qual durará mil anos e será estabelecido logo após o seu tribunal.
Finalmente, temos a exclusão da festa de casamento do reino de Cristo
(v. 30). Alguns dos filhos de Deus serão excluídos devido à sua infidelidade.
Que tragédia saber o que poderíamos ter obtido! Às vezes podemos fazer
algo para corrigir nossa falhas, mas, no Tribunal de Cristo, não haverá
oportunidade para consertar nada.
A DURAÇÃO DO JULGAMENTO
O julgamento parece-se com o hóquei. Quando você quebra uma regra no
jogo, o juiz manda você para a “pênalti box” (cabine de punição). Você ainda
está no time, pode ver tudo o que está acontecendo na pista, mas não pode jogar.
Você cometeu infrações. Dependendo da regra que quebrou, você ficará mais
tempo sentado na cabine.
Deus verifica a sua vida e vê que você quebrou diversas regras. Ele o envia
para a “pênalti box”. Você ainda continua no time, mas, uma vez que escolher
viver na came, não poderá ter plena participação na partida.
A Bíblia ensina que existem graus de punição no infemo (Mateus 11:21
24). Usando este mesmo princípio, existem níveis de bênçãos no céu. Quando
alguns cristãos comparecerem ao tribunal de Cristo, tudo o que têm será queimado
e eles serão enviados para a “pênalti box”. Posso assegurar-lhe que esta é uma
experiência que nenhum filho de Deus gostaria de experimentar.
Conseqüências decorrentes
O texto de Gálatas 6:7 é um princípio evidente. Quando se fala em
primeiro amor por Jesus Cristo, a verdade declarada neste versículo entra em
operação. Além disso, o princípio de plantar e colher é operante, não importando
o quanto tentemos ignorá-lo ou revertê-lo.
Será que aqueles cristãos realmente desejavam ignorar os princípios de
Deus? Os crentes que estão seguindo no caminho errado fazem isso. Se não
tomarmos cuidado, podemos tomar-nos fiios e indiferentes em nosso amor por
Cristo e crer que as regras que se aplicam aos outros crentes não se aplicam a nós.
E como se alguém dissesse:
— Não estou sob os efeitos da lei da gravidade. Acho que ela não deveri
nem existir e, para provar isso, vou rebelar-me contra ela.
Então este indivíduo sobe num prédio, levanta as mãos para os céus e diz:
— Gravidade, não gosto de você. Eu a rejeito e a desafio.
Depois disto, ele pula.
Nos primeiros segundos, se sentirá livre como um pássaro. Se tivesse tempo
suficiente, ainda seria capaz de dizer:
— Viu, gravidade? Mostrei quem era o chefe!
Mas, depois de alguns segundos, enquanto limpam o chão onde ele caiu,
duas realidades foram demonstradas: primeiro, a gravidade não se importa com
o que você pensa; segundo, você não pode quebrar a lei da gravidade, ela,
contudo, pode quebrar você.
Ridicularizando Deus
Paulo nos aconselha a “não nos enganarmos”, ou seja, “não deixe que
alguém diga para vocês alguma coisa diferente do que estou dizendo agora”.
Não deixe que sua mãe, seu pai, seus amigos digam uma coisa diferente. Não
deixe que ninguém o convença de que o custo de deixar o seu primeiro amor
não é tão alto assim.
Observe a próxima frase: “Deus não se deixa escarnecer”. Escarnecer
significa “fazer careta ou ridicularizar alguém”.
Imagine Deus sendo ridicularizado e você verá que o que Paulo diz é bem
claro. Deus não vai permitir que ninguém fique fazendo careta, esnobando ou
fazendo piada com Ele. Não deixe que ninguém o engane dizendo que você
pode passar por cima de Deus.
Todos nós conhecemos pessoas que vivem uma vida de frieza espiritual e
indiferença por muitos anos. E você é tentado a dizer:
— Até agora nada aconteceu a elas.
Paulo advertiu: “Não brinque com isso!” Assim como há notas de dinheiro
falsas, alguns cristãos estão vivendo vidas falsas. Diante de todos, eles parecem
estar bem. Precisamos observar com atenção a “impressão” de suas vidas.
Aparentemente eles têm uma vida boa e até carregam a Bíblia. Mas, um dia, a
falsidade de suas vidas será exposta no tribunal de Cristo. Quando isto acontecer,
o axioma de Gálatas 6:7 será demonstrado.
Plantando e colhendo
Você não precisa ser um teólogo para compreender isto. Tudo o que precisa
entender é um pouco de agricultura: “Tudo o que o homem semear, isso também
ceifará” (v. 7).
Qualquer agricultor pode dizer que aquilo que você plantar é o que irá
colher. Se você plantar milho, não colherá trigo. Se plantar café, não colherá
abobrinha. O tipo de semente que colocar na terra é o que extrairá dela.
E impressionante o número de pessoas que planta injustiça e espera a
bênção de Deus. Elas plantam coisas más e esperam colher coisas boas. Querem
semear as sementes do mal, mas colher o que é justo.
O sistema de Deus, entretanto, possui regras bem definidas. Existe algo
que você precisa saber sobre o processo de semeadura. Uma vez que você semeie,
qualquer que seja a sua semente, ela crescerá naturalmente. As conseqüências
de semear são automáticas. Você não necessita fazer nada extraordinário para
que o crescimento aconteça. O que você semeou, um dia vai sair da terra. O
crescimento faz parte desse processo.
Espero que você consiga ver a seriedade desta relação como algo tão vital
como o nosso amor por Cristo.
De acordo com o texto de 2 Coríntios 9:6, o quanto você semeia determina
o quanto você colhe. Paulo escreveu: “E digo isto: que o que semeia pouco,
pouco também ceifará, e o que semeia com fartura, com fartura também ceifará”.
Se você investir pouco nas coisas espirituais, colherá somente um pouco
do Senhor. Entretanto, se investir muito nas coisas de Deus, colherá muito
também. Você decide o quanto quer semear.
De vez em quando ouço um crente dizer:
— Bem, se Deus quer que eu faça isso, Ele vai ter de me obrigar a fazer.
Neste caso, ele pode esperar sentado, porque a semeadura é uma decisão
pessoal. A questão é o que você escolhe fazer e a direção que escolhe seguir. O
que semear produzirá conseqüências que estarão esperando por você no final da
linha.
Você pode argumentar:
— Mas eu tenho estado neste caminho por um longo tempo e até agora
não bati contra o muro.
Isto acontece porque você ainda está vivo e possui chances de alterar o
rumo. Mas, quando chegar a hora do tribunal, você verá que abandonar o seu
primeiro amor teve um preço muito alto. Por que não retomar o caminho correto
antes que chegue a hora do acerto de contas?
1. Se você quiser ter uma conversa familiar bastante interessante na sua próxima
refeição, peça a cada um para identificar os seus dons espirituais (Romanos 12
e 1 Coríntios 12) e depois converse com eles sobre as maneiras pelas quais
Deus pode usar em sua obra cada um dos dons que Ele deu. Leia a parábola de
Jesus em Mateus 25:14-30 e enfatize a importância de usarmos aquilo que
Deus nos confiou.
2. Existe algum dom ou habilidade que Deus lhe deu, mas que você, por alguma
razão, está escondendo? Pegue a enxada e comece a cavar! Desenterre o seu
talento (veja Mateus 25:25) e peça a Deus que lhe dê uma nova oportunidade
de servi-lo. Depois disso, é só ficar alerta para receber a resposta do Senhor.
4. Pegue um pedaço de papel e escreva três ou quatro áreas de sua vida (por
exemplo: casamento, ministério, finanças etc.) nas quais você deseja receber o
elogio de Jesus: “bom trabalho, servo bom e fiel”. Depois escreva as atitudes que
você está tomando agora para alcançar o seu objetivo no futuro.
SEGUNDA PARTE
DE VOLTA AO
SEU PRIMEIRO AMOR
lem bra-te
CAPITULO
10
LEMBRANDO
QUEM É JESUS
De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus,
que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus,
mas a sim mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se
semelhante aos homens.
A MENTE DE CRISTO
Com esta visão, Paulo dá no versículo 5 uma declaração que inicia a
afirmação da divindade e da obra de Jesus Cristo. Note que ele não disse somente:
“Deixe que Cristo seja o seu exemplo”.
O apóstolo vai direto ao ponto, quando diz: “De sorte que haja em vós o
mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”. Parafraseando: “Aprendam a
pensar como o Senhor pensou”. A luz de nossa ênfase em relembrar Cristo,
acho fascinante que Paulo tenha buscado conquistar nossas mentes. Ele quis
ensinar-nos como devemos pensar.
Como crentes, nunca devemos falar coisas do tipo: “Bem, todo mundo
diz que não tem nada que ver”, “Ninguém vê nada errado nisso”, ou “Isso é o
que fulano de tal fala”. As pessoas que estão sob o senhorio de Jesus necessitam
ter outro tipo de mente, a mente de Cristo.
E neste aspecto que muitos começam a entrar no caminho errado, não
m antendo os olhos fixos no Senhor. Um dos m aiores problemas que
enfrentamos é no sentido de não permitir que este mundo nos dite como e o
que devemos pensar.
Se não tomarmos cuidado, vamos começar a julgar as coisas usando os
critérios dos outros. Sabemos que o mundo não tem amor por Cristo e ele não é
seu primeiro, segundo nem terceiro amor. E impressionante a freqüência com
que os cristãos falam as coisas que o mundo fala, da maneira que o mundo fala,
indicando que eles não experimentaram aquilo que Romanos 12:2 chama de
renovação de suas mentes (assunto que focalizaremos no Capítulo 15).
A DIVINDADE DE CRISTO
Se formos relembrar onde está o nosso primeiro amor, é necessário aprender
a concentrar nossa vida em Cristo e pensar como Ele pensa. Depois disso,
devemos compreender quem Ele é. Em Filipenses 2:6, Paulo identifica Jesus
Cristo mediante uma declaração singular: “sendo em forma de Deus, não teve
por usurpação ser igual a Deus”. Essas palavras parecem difíceis de interpretar,
portanto permitam-me parafraseá-la: “mesmo tendo Jesus existido eternamente
como Deus, Ele não viu isto como algo que tinha de manter a qualquer preço”.
A forma de Deus
A palavra forma que Paulo usa aqui está-se referindo a um selo romano.
Os documentos governamentais oficiais eram selados com cera. Enquanto a
cera ainda estava quente, eles pressionavam um anel ou um carimbo nela
contendo a insígnia do imperador. A impressão feita na cera era a exata
representação da insígnia no anel.
Fazemos algo semelhante hoje em dia quando umedecemos com tinta um
carimbo e aplicamos num pedaço de papel. A impressão feita é uma representação
exata do carimbo.
Paulo está dizendo: “Este é o relacionamento que Jesus Cristo tem com
Deus Pai. Jesus é a representação exata de quem e o que Deus é”.
Quando falamos sobre Cristo estamos falando sobre alguém que é o próprio
Deus em pessoa. Estamos nos referindo àquele que é “a imagem expressa” de
Deus — o Próprio Deus, eterno e preexistente.
O Filho de Deus
Algumas vezes surgem questões sobre o porquê de Jesus ser chamado de
“Filho de Deus”, já que ele é a representação exata de Deus. A Bíblia ensina
que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Todos os três são igualmente Deus,
porém distintos.
Por exemplo, o Pai planeja, o Filho implementa os planos, que é o que
observamos aqui em Filipenses 2, e o Espírito Santo dá continuidade aos projetos.
Cada membro da divindade tem um papel específico na trindade, mas cada um
é igualmente Deus. Jesus então é o Filho de Deus no sentido de possuir a essência
da divindade, assim como o fato de ser chamado de “Filho do Homem” significa
que Ele tem a essência da humanidade.
Em seu estado pré-encamado, anterior à sua vinda a terra, Jesus tinha à
disposição todas as conveniências da glória e nenhuma das inconveniências terrenas.
Ele não somente possuía a essência da divindade, Ele tinha a liberdade de usar a
sua divindade de acordo com sua vontade. Jesus existia na forma de Deus.
O Salvador
Entretanto, Paulo observa no versículo 6 que Jesus estava disposto a abrir
mão de suas prerrogativas divinas para redimir criaturas decaídas como nós.
Jesus não pensou que, por ele ser Deus, tinha de manter sua conveniência celestial
enquanto os homens precisavam de salvação. Ele deixou os céus e veio para a
terra para suprir nossas necessidades.
Agora eis aqui um pensamento que deve reacender o primeiro amor por
Cristo em qualquer cristão: quando o plano de salvação foi desenvolvido nos
conselhos celestiais, foi decretado que alguém deveria vir à terra para prover a
salvação para os homens.
Jesus não disse: “Sinto muito. Não estou disposto a deixar o conforto na
glória para descer e viver com aquelas pessoas miseráveis na terra a fim de salvá-las.
Ao contrário, Ele disse: “Não desejo apenas ser Deus aqui nos céus, a
ponto de me negar à tarefa de me tornar um homem e viver na terra. Não
estou tão ligado na glória que não atente para o que acontece com as pessoas”.
Se Jesus tivesse pensado que Ele precisava proteger sua divindade; se Ele
tivesse imaginado que deixar o céu permitiria que alguém tomasse seu lugar
como Filho; se Ele tivesse permanecido no céu para salvaguardar sua divindade
da intromissão, não haveria nenhum outro para descer à terra.
Não havia ninguém qualificado na terra para ser o nosso salvador, porque
todos haviam pecado. Desta forma, não haveria salvador se Jesus não estivesse
disposto a deixar de lado a sua glória celestial.
Sem um salvador não haveria salvação e, sem salvação, não haveria
esperança. Sem esperança, não teríamos nada a almejar na eternidade.
Este é o Senhor que fomos chamados a amar acima de todos os nossos
amores. Como é que não podemos amá-lo, vendo tudo o que Ele fez por nós?
Por isso Jesus disse que, se nos afastarmos do nosso amor por Ele, nada mais tem
importância. Estamos caminhando na direção do primeiro dos três passos de seu
mandamento (Apocalipse 2:5), lembrando-nos de quem ele é.
As implicações
O poder desta verdade atinge os nossos corações. Nós, crentes, algumas
vezes temos a idéia, assim como o mundo, que devemos proteger aquilo que
possuímos. Ter a mente de Cristo, contudo, significa que liberamos o que temos
para os outros. Jesus nos fala mediante seu exemplo: “Se tivesse de proteger o
que tinha, vocês não teriam nada para proteger, porque eu jamais teria sido o
salvador”.
Lembre-se de que Jesus não deixou de ser Deus ao tornar-se homem. Jesus
era e é o Deus eterno. A diferença é que Ele envolveu sua divindade em forma
humana para nos salvar.
Quando abandonamos nosso primeiro amor e tiramos os nossos olhos e
os nossos corações de Cristo, começamos a nos ver de uma forma diferente.
Começamos a olhar para nós mesmos como se fôssemos muito importantes.
Mas Deus não nos vê desta maneira. Ele diz: “O que você é, você é
simplesmente porque eu o fiz desta maneira. Fiz você assim para que possa ajudar
os outros a experimentar o meu amor demonstrado em meu Filho quando ele
renunciou ao céu para descer à terra e ser o seu salvador”.
Se essa mentalidade não permear a nossa mente, “a qual também está em
Cristo”, falhamos totalmente na compreensão do que é o cristianismo.
A HUMANIDADE DE JESUS CRISTO
Jesus fez mais do que simplesmente deixar de lado a glória do céu: “mas a
si mesmo se esvaziou, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens” (Filipenses 2:7).
Amo esse versículo porque ele fala que o que havia sido planejado e
decidido na eternidade Jesus realizou. Muitas vezes nossos declarações,
pensamentos e crenças nunca se traduzem em ações.
Mas a não ser que a declaração preceda uma ação correspondente, ela
é suspeita. Se disser a você que o amo, porém, em seguida, nada confirmar
que a minha declaração é concreta, então ela não passa de blablablá. Cristo
poderia muito bem ter permanecido no céu e dito;
— Eu amo vocês aí em baixo!
A nossa resposta seria:
— E daí? Estamos cheios de problemas. Dizer que nos ama não ajuda em
nada. Precisamos de que o Senhor faça alguma coisa.
Todavia, Cristo não permaneceu no céu e, se estamos pensando com a
sua mente, nossas palavras devem resultar em ações que demonstrem nosso amor.
O homem perfeito-
O que Jesus fez foi tomar toda a sua divindade e derramá-la na humanidade,
de maneira tal que ele se tornou muito mais do que um mero homem. Ele se
tomou Deus-homem, Deus derramado no homem. O que temos é um homem
como nenhum outro, porque em Cristo temos um homem perfeito.
Quando Jesus Cristo fez uma obra para perdoar os seus e os meus pecados,
Ele não nos deu as sobras. Ele derramou o que o fazia Deus sobre o homem, para
pudéssemos ter tudo o que Deus oferece.
Jesus era um homem especial porque Deus é especial. Quando este Deus
especial foi derramado na humanidade de Cristo, o que recebemos foi um homem
extraordinário.
É por isto que a vinda de Cristo é um fato tão singular. Ele derramou toda
a sua divindade em forma humana para nos salvar. Ao olharmos para a graça e
as bênçãos de Deus em nossas vidas, precisamos nos lembrar daquele que fez
tudo isso possível.
Cristãos, lembrem-se de quem Jesus é e o que Ele fez por vocês! Não há
nada que possa restaurar mais rapidamente o primeiro amor do que olhar para
aquilo que temos e dizer: “Isto é o que Cristo fez por mim”. Devemos lembrar-
nos disso todos os dias.
O amor do Senhor ao esvaziar-se por nós unido ao nosso amor por Ele
deve fazer uma grande diferença em nossas vidas. Deus tem abençoado a sua
vida com habilidade, intelecto ou recursos. O que você está fazendo com o que
Ele lhe deu? Você diz que Cristo é tudo para você. O seu amor está motivando
você a servir ao próximo? O serviço ao próximo é a expressão maior da
mentalidade de Cristo.
A HUMILHAÇÃO DE CRISTO
Cristo fez muito mais do que deixar de lado a glória do céu. Mais ainda do
que renunciar ao uso livre e independente de seus atributos divinos para esvaziar-
se. O versículo 7 nos lembra que Ele tomou a forma de um servo.
Quando Jesus Cristo estava no céu ele era muito rico. A Bíblia diz que
“por meio dele todas as coisas foram criadas” (Colossenses 1:16), então não é
preciso ser um gênio para entender que ele era fabulosamente rico.
Paulo diz que Jesus renunciou à sua riqueza, às suas posses e aos benefícios
da glória e tornou-se não apenas um ser humano, mas um servo. O Espírito
Santo inspirou Paulo para escolher cuidadosamente esta palavra — doulos —,
que significa “escravo”. Ela era usada para os escravos romanos mais abusados,
maltratados e desrespeitados.
Nos dias de Jesus não era possível haver alguém mais rebaixado do que
um doulos. Se você nascesse como um doulos, estava no fundo do poço. E por
isso que todos ficaram confiisos quando Jesus Cristo, o Rei dos reis e Senhor dos
senhores, nasceu num estábulo sujo e cheio de animais e, para completar, foi
embrulhado em um pano usado para cobrir pessoas mortas.
Aquele pano era a única coisa que eles tinham para embrulhar Jesus. Ele
nasceu num lar pobre e viveu em pobreza por toda a sua vida. Ele era o dono da
criação, mas desceu ao ponto mais baixo porque profundamente nos amou.
Percebe o quanto é sério abandonar nosso primeiro amor por Cristo, que não
escapou de nenhuma perda ou degradação para nos redimir?
Enquanto nos lembramos de quem Jesus Cristo é, também precisamos
relembrar que Paulo quer que tenhamos a mesma mentalidade que ele tinha em
sua auto-humilhação. Esta maneira de pensar diz que, não importa quão elevados
pareçamos estar, não estamos tão altos que não possamos descer ao poço — se
necessário for — para ajudar alguém que está em necessidade. Jesus foi ao fundo
do poço por amor a nós.
E por isso que os cristãos devem ser as pessoas com o maior espírito de
serviço na terra. Devemos estar dispostos a tomar todos os nossos recursos e
todas as nossas bênçãos e, com sabedoria, torná-los disponíveis para qualquer
pessoa, porque é isso que Jesus fez por nós.
A obediência de Jesus
Se você andasse com Jesus na terra, teria visto e ouvido algo fenomenal. Ele
sempre dizia que veio para fazer o trabalho de um outro. Se alguém lhe perguntasse:
— Jesus, porque é que o Senhor veio para cá?
— Para fazer a vontade de meu Pai.
— Jesus, aonde o Senhor está indo?
— Vou fazer a obra de meu Pai.
Alguém pode ir contra isto, retrucando:
— O Jesus, não precisa exagerar na humildade. Além do mais você é
humano e deve ter as suas próprias coisas para fazer. Não é possível que você
não faça nada para si mesmo.
Jesus responderia assim:
— Você não entende. “Aqui estou (no rolo do livro está escrito de mim)
para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hebreus 10:7). Quando Jesus estava na
terra, era o “Deus conosco”. Deus em came, mas ele não estava preocupado
com suas próprias coisas. Ele submeteu-se à vontade do Pai.
Por que foi necessário que Jesus se humilhasse? Primeiro, porque ninguém
poderia forçá-lo a isso e, segundo, porque a necessidade de pagar o preço por
nossa redenção era mais importante do que seus privilégios. Jesus humilhou-se
de bom grado. Ele, por sua própria vontade, deixou de lado os seus direitos. O
autor de Hebreus diz que Ele suportou a cruz por causa do “gozo que lhe estava
proposto” (Hebreus 12:2).
Quando Jesus estava pendurado na cruz, as pessoas ao seu redor
escarneciam dele: “Se você é o Filho de Deus, saia daí. Então vamos acreditar
em você. Desça e mostre o seu poder”.
Eles não reconheciam que ele poderia ter chamado dez mil anjos. Aquelas
pessoas não queriam que Jesus realmente descesse da cruz, pois bastava uma
palavra dele e todos os céus se abririam.
Mas Ele não queria fazer isso. Ele se humilhou e disse: “Existe uma
necessidade aqui e mesmo eu sendo quem sou, não devo me eximir desse sacrifício,
pois as conseqüências de não se cumprir esse propósito seriam muito grandes”.
Jesus humilhou-se e, como fazemos parte de seu povo, somos chamados
para fazer o mesmo. Deus encontra muitos problemas em nos abençoar porque
as suas bênçãos podem produzir orgulho e nos afastar da humildade.
Deus nunca quis que as suas bênçãos em nossas vidas produzissem orgulho.
Quanto mais abençoados somos, mais humildes devemos ser. Quanto mais
possuímos, mais diposição para o serviço devemos ter.
No entanto, no reino deste mundo as coisas funcionam ao contrário.
Quanto mais temos, mais alto nossos ombros se levantam, mais alto nossas cabeças
se erguem. E por isso que, dentre os sete pecados que Deus abomina, o primeiro
da lista é o orgulho (Provérbios 6:16-19) porque o orgulho diz: “Eu subi na vida
usando minhas próprias armas”.
O que Deus diz é: “Eu lhe dou as armas. Eu as coloco em você”. Portanto,
devemos pensar em nossas bênçãos com a mente de Cristo. Somos abençoados
para fazer diferença entre os homens, para a glória de Deus.
A morte na cruz
Quanto Jesus teve de se humilhar? Ele se tornou “obediente à morte de
cruz”. Isto é bem humilhante. Muitos podem humilhar-se em algumas situações,
mas humilhar-se até a morte representa a humildade extrema.
Se a humilhação pela qual Jesus passou culminasse numa sossegada morte
pela velhice, ou então num súbito e fulminante enfarte, isso seria outra coisa.
Porém Jesus entendeu, quando estava no jardim do Getsêmani, o que
Deus estava requerendo dele. Ele deveria humilhar-se numa cruz romana,
morrendo uma morte agonizante, como se fosse um criminoso.
Jesus precisou morrer de uma forma que nenhum outro homem gostaria
de morrer. Ele foi açoitado por um chicote romano. Era um instrumento de
tortura com pedaços de metais nas pontas que, quando batia nas costas de
alguém, arrancava pedaços de sua carne.
Depois, Jesus precisou carregar a estaca da própria cruz em suas costas
nuas e ensangüentadas. Não é de admirar que Ele tenha caído. Não que o peso
da cruz fosse demais para agüentar; foi a terrível dor de um pedaço de madeira
cheio de farpas roçando contra as fendas ensangüentadas que o derrubou.
Eles espancaram Jesus e o marcaram. Eles o insultaram, cuspiram nele,
enfiaram em sua cabeça uma coroa de espinhos e ridicularizaram o Rei dos reis e
Senhor dos senhores. No Salmo 22:14 está escrito que todos os ossos do corpo de
Jesus ficariam fora de suas juntas. Você já viu um osso deslocado de suas juntas?
Jesus era Deus. Ele criou a árvore da qual foi retirada a madeira para
confeccionar sua cruz e ainda teve de carregá-la. Existe alguém além de Cristo
que mereça o nosso primeiro amor? Lembre-se de que Jesus sofreu todas essas
coisas porque era homem. Isso foi evidenciado no jardim do Getsêmani, quando
ele orou: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!” (Mateus 26:39).
Isto indica que Jesus preferiria que as coisas fossem diferentes, porém ele
concluiu a sua oração com palavras que nos mostram o coração e a mentalidade
que possuía: “Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”.
O , que você pode perder em humilhar-se perante aquele que o amou tanto e se
humilhou a ponto de morrer por você? A resposta é: você não tem nada a perder! O
primeiro passo para restaurar o seu primeiro amor é: lembre-se de quem é Jesus e o que
Ele fez por você. Estes passos vão ajudá-lo a se lembrar de se prostrar perante Ele:
2. Se você é como eu, não pode pensar muito tempo sobre quem é Jesus sem
cantar uma canção de louvor. Se você possui um hino predileto que faz com
que comece a louvar e adorar ao Senhor, cante-o para Ele agora.
4. Espero que a sua lista de oração inclua pessoas que você quer ver rendendo-
se a Jesus como Senhor agora, e não quando estiverem a caminho do inferno.
Se você não sabe quem são seus amigos ou entes queridos pelos quais deve orar
para que sejam alcançados, fique de joelhos até que Deus coloque esses nomes
no seu coração.
-lembra-te
CAPITULO
11
LEMBRANDO
OUEM É VOCÊ
A Lgora
. que já nos lembramos de quem é Jesus, estamos prontos para
entender quem somos. O “quem somos” somente faz sentido quando podemos
relacioná-lo com o “quem é Jesus”. Sua identidade é encontrada totalmente
nele. Você não pode conhecer a si mesmo sem antes conhecer a Jesus. Você
não pode amar a Jesus da maneira correta sem conhecê-lo.
Muitos cristãos estão passando por crises de identidade. N a clássica
passagem de Romanos 6, Paulo explica o que devemos saber sobre o nosso
relacionamento com Cristo para que, assim, possamos colocar o nosso primeiro
amor de volta ao lugar devido e possamos viver uma vida espiritual vitoriosa.
Há quatro verdades importantes que observamos nesse texto, e todas
podem ser resumidas por palavras-chave.
PRECISAMOS SABER
Mesmo que você não saiba quem é, sabe como agir, qual estrada pegar e a
quem deve pedir orientação. Em Romanos 6:1-4, Paulo deseja esclarecer a
questão da identidade. A palavra-chave aqui é saber.
O apóstolo vai usar palavras diferentes para o conhecimento. Uma se refere
ao conhecimento experimental e outra ao intuitivo. Combinando as duas, vemos
que Paulo não somente quer que tenhamos um entendimento acadêmico ou
intuitivo, mas quer também que experimentemos esta verdade em nossas vidas.
Ele quer que a doutrina se torne parte de nosso agir e a instrução da
Palavra de Deus se torne real para nós.
Compreendendo a graça
Ele inicia com a seguinte questão: “Que diremos, pois? Permaneceremos
no pecado, para que a graça aumente?” (v. 1). Paulo antecipa aqui um mal
entendido. Quando as pessoas ouvem falar da graça de Deus, podem pensar que,
por causa dela, são livres para fazer o que quiser, na hora que quiser e como quiser.
Estando os cristãos firmes em Cristo e não podendo, portanto, perder sua
salvação, a preocupação de Paulo é que estes crentes venham erroneamente
interpretar a graça como uma permissão para o pecado. Ele mesmo responde à
pergunta de forma enfática: “De modo nenhum” (v. 2). Ou seja: “Jamais pensem
que a graça de Deus os libera para o pecado”.
A razão para uma negativa tão forte está no restante do versículo 2: “Nós,
que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?”. Qualquer um
que pensar: “Agora que sou salvo, estou livre para pecar” deturpou totalmente a
sua nova identidade em Cristo.
Ao levantar este tema, Paulo sugere que alguns cristãos podem cair na
armadilha de pensar desta forma. Apesar de terrível, é possível que isto aconteça
se não entendermos bem qual é a nossa identidade.
O velho “eu”
Quem você era, antes de ser salvo, foi pregado na cruz, mas isso gera uma
dúvida: se o seu velho “eu” foi pregado na cruz, como é que ele continua por aí?
Isso acontece porque você está tão contaminado pelo pecado que o seu
corpo reage quase como por reflexo. Mesmo que tenha sido crucificado, o seu
velho “eu” ainda reage ao pecado como se ainda estivesse vivo.
Você sabia que os cadáveres fazem coisas muito estranhas? Por exemplo, o
cabelo e as unhas de uma pessoa morta continuam crescendo por algum tempo
após o óbito. Um amigo meu que é agente funerário me contou que os cadáveres
às vezes até estremecem, o que explica por que eu nunca seria um agente funerário!
Outro amigo meu me disse que, certa ocasião, um cadáver teve uma reação
muscular e caiu da mesa onde estava sendo vestido. Se eu estivesse ali, com
certeza haveria mais um morto para ser preparado.
Mas essas coisas não incomodam o meu amigo, porque ele me disse:
— Mesmo que possa haver movimento, tremores e que o cabelo e a
unhas cresçam, conheço e trabalho com uma coisa que o público em geral não
entende: quando uma pessoa morre, ela definitivamente está morta, mesmo
que pareça haver alguma atividade.
A mesma coisa acontece com você, que está crucificado em Cristo, ainda
que o pecado levante a sua cabeça feia durante o seu funeral. Saiba que é o
cadáver do seu velho “eu” agindo como se ainda estivesse vivo. Você precisa
reconhecer que ele está morto. Ele já foi crucificado.
Por que Deus nos crucificou? Romanos 6:6,7 diz: “para que o corpo do
pecado seja desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado; porque aquele que
está morto está justificado do pecado”.
O “corpo do pecado” é o que foi contaminado pela essência do pecado.
Não que o corpo seja pecaminoso, mas a essência do pecado é e se expressa por
intermédio do corpo. O resultado da co-crucificação com Cristo é que o nosso
corpo de pecado fica ineficiente, inoperante e sem poder.
Certamente você vai pecar, mas não será um escravo do pecado. Antes
de ser salvo, você era como um rádio que sintonizava somente uma estação, a
emissora do velho “eu”. Tudo o que você escutava era produzido por aquela
estação. Quando você veio a Cristo, recebeu uma nova estação. Porém, se não
sintonizá-la, nunca ouvirá uma nova música. Muitos cristãos ainda estão ouvindo
a velha estação de rádio e vivendo a velha vida, quando Deus já lhe deu um
novo canal com o qual podem colocar suas vidas em sintonia.
Esta é a razão pela qual você não deve se relacionar com crentes que
estão ouvindo a música antiga: você vai acabar cantando a mesma música.
Deus lhe deu um novo canal e quer que você esteja sintonizado em Cristo. O
seu “corpo do pecado”, que quer fazer coisas contra Deus, já foi declarado
inoperante.
Agora você pode ordenar à sua mão que se mova de acordo com o querer
de Deus, dizer aos seus pés para não o levarem a determinados lugares, ordenar
à sua língua que não diga certas palavras e à sua mente que não pense mais
naquelas coisas. Ou seja, agora você dita ao seu corpo contaminado pelo pecado
a nova direção, os novos pensamentos e as novas palavras, porque você está em
Cristo. Isto é resultado do poder da crucificação!
O novo “eu”
Sua nova vida em Cristo deve sustentá-lo de tal maneira que, ao cair, não
importando o tamanho do tombo, o próprio Senhor estará sempre pronto para
sustentá-lo e apoiá-lo. Paulo diz o seguinte:
Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos.
Pois sabemos que, havendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não
morre; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois quanto a ter morrido,
de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus
(Romanos 6:8-10).
Você pode perguntar:
— Por que é que não estou experimentando estas coisas?
Veja o versículo l i e observe nossa palavra-chave: “Assim também vós
considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus
nosso Senhor”. Em outras palavras, Paulo diz: “Você deve considerar estas coisas
para que aconteçam, fazer com que elas se tornem realidade. Você deve comprar
a idéia de que tem uma nova identidade em Cristo”.
Se você sabe que tem um milhão de dólares em sua conta bancária
espiritual, pode pegar o seu talão de cheques e começar a gastar. De nada vale
possuir todo este dinheiro e nunca usá-lo. Se você nunca utilizar o seu dinheiro,
é como se você não tivesse nenhum centavo no banco.
Durante a guerra civil americana, era permitido pagar a outro homem
para que fosse em seu lugar, caso você fosse convocado. Um homem chamado
Pratt pagou a outro, chamado White, para ir para à guerra em seu lugar.
White foi morto em ação e o sr. Pratt foi reconvocado. Porém Pratt
lembrou-se do acordo entre ele e o falecido White e a junta de convocação
concluiu que a segunda convocação era inválida, porque ele havia sido morto
“em White”, concordando que o sr. Pratt estava legalmente morto.
Quando Satanás chega para reconvocá-lo para a sua velha vida, tenta
fazê-lo voltar à sua antiga maneira de pensar, falar e agir. Quando ele quiser
fazer isso, mostre a ele o seu acordo com Deus.
Você deve dizer:
— Jesus Cristo já morreu em meu lugar. Você não pode convocar-m
para viver minha velha vida. O pagamento já foi efetuado. Não posso mais fazer
parte do seu exército.
Satanás não tem mais autoridade sobre você, porque quando Jesus morreu,
morreu de uma vez por todas (v. 10). Não existe mais nenhum pagamento
necessário para que você possa ter vitória na sua vida espiritual. Satanás é um
ditador deposto que quer continuar controlando sua vida. Você deve dizer-lhe
que ele já foi definitivamente expulso do trono.
A graça e a lei
Aqui Paulo adiciona outro elemento considerando o princípio da lei. Ele
diz que, se você está vivendo sob a graça, vai manter a lei. Isto é, estará
obedecendo aos padrões de Deus. Mas a motivação não deve ser o padrão de
Deus ou a sua ameaça de punição e, sim, a graça divina.
Se você realmente entender a graça, não vai sair por aí pecando só por
saber que será perdoado. Você vai querer agradar a Deus, como forma de gratidão
por tudo que Ele fez por sua vida.
A lei mostra um padrão, assim como um espelho mostra quem você
realmente é. Ela pode revelar qual é o seu problema, mostrar qual é o seu pecado.
Porém a lei não pode consertar o problema porque, quando você ouve: “não
mentirás”, está condenado porque sabe que mentir é errado e que já fez isso
antes.
O melhor de tudo: o que a lei não podia fazer. Cristo fez. Ele veio consertar
os nossos erros. Nossa gratidão por seu amor e graça deve motivar-nos a manter
nossas vidas limpas.
Não sabeis vós que a quem vos oferecerdes por servos para lhe obedecer,
sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da
obediência para a justiça.
Em outras palavras: quai era o benefício ou fruto de sua velha vida? Pode
ser que você tenha-se divertido com o pecado, mas para onde ele o levou? Não
houve lucro real, a não ser que você considere a morte um benefício.
Como cristãos, temos algo muito melhor para comprometer nossas vidas:
“Mas agora, libertados do pecado, e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto
para a santificação, e por fim a vida eterna” (v. 22).
Por causa da pessoa que você é, precisa ter cuidado a quem se entrega. Não
se escravize ao seu velho “eu”, porque você já é um escravo do novo ser em Cristo.
Seja franco com você mesmo. Apresente-se como um escravo da justiça e
não como escravo do pecado. Você não deve absolutamente nada ao pecado.
Você vai pecar, mas não precisa escravizar-se. Não permita que o pecado controle
você.
Existem muitas ilustrações na Bíblia sobre o que significa ser um escravo
do pecado. Sansão (veja Juizes 13-16), por exemplo, era um grande homem de
Deus. Porém, ao tornar-se escravo das paixões, foi controlado por mulheres
durante toda a sua vida adulta. As suas paixões sexuais se intensificaram ano
após ano, e o resultado foi que ele acabou acorrentado e teve seus olhos
arrancados (Juizes 16:21).
Jesus disse em João 17:3 que a vida eterna é conhecer o Pai e conhecer o
Filho. Então, se você é um escravo do pecado, você perde o prazer de conhecer
a Deus e perde também a sua participação plena na vontade divina.
São como as conseqüências terrenas de abandonar o primeiro amor, das
quais falamos no Capítulo 8. Vimos que existem crentes que podem perder a
alegria, tornar-se fracos e doentes e perder o seu propósito e significado de vida.
Escravidão e liberdade
Nos dias de Paulo, a lei romana dizia que nenhum cidadão romano poderia
ser escravizado. Então homens inescrupulosos começaram a usar a lei para se
beneficiar. Um homem concordava em se vender como escravo para alguém,
por uma grande quantia de dinheiro, sem revelar que era um cidadão romano.
O homem recebia o dinheiro e depois disso trazia um amigo e dizia:
— Você pode confirmar que sou um cidadão romano?
O amigo confirmava isso e o homem era liberto, pois a lei dizia que um
cidadão romano não podia ser escravizado.
Isto era uma trapaça comum em Roma, porque a economia romana era
baseada na escravidão. Então os romanos, ao perceberem isso, fizeram uma nova
lei que dizia que qualquer homem que se vendesse para a escravidão não poderia
mais reivindicar a condição de liberdade. Ele permaneceria para sempre escravo.
E sobre isso que Paulo está-se referindo no versículo 16, ao dizer: “Quando
você se toma escravo de alguém, aquela pessoa é sua proprietária. Você se tomou
escravo de Jesus Cristo e agora ele é o seu dono. Portanto, pare de deixar que o
seu velho mestre reclame propriedade sobre a sua vida”.
Há semelhanças com a história do filho pródigo, narrada no capítulo 15
de Lucas. Quando o filho seguiu seu próprio caminho, encontrou a escravidão.
Mas, quando retomou para casa e tomou-se escravo de seu pai, achou a liberdade.
Você sabe como conquistar a liberdade? Tomando-se um escravo de
Cristo! Você sabe como tomar-se um escravo? Libertando-se para o mundo!
Pergunte a qualquer dependente de drogas se é bom estar livre para usar drogas.
O mundo o escraviza, oferecendo a você a sua própria liberdade. C. S. Lewis
nos esclarece melhor essa idéia, ao dizer que “o inferno é fazer as coisas do seu
jeito por toda a eternidade”.
Mas Deus faz com que você seja livre, oferecendo-lhe a escravidão. Este é
um dos maiores paradoxos da nossa fé. Deus diz: “Se você se tomar meu escravo,
então você será verdadeiramente livre”.
Em janeiro de 1863, foi declarada a Proclamação de Emancipação nos
Estados Unidos. Todos os escravos foram libertos, mas, no Texas, a lei foi mantida
em segredo. Meus ancestrais, que eram escravos, não sabiam que já estavam livres.
Mesmo após alguns anos, os negros no Texas continuavam vivendo como
escravos. Eles não estavam agindo como pessoas livres, porque ninguém os avisou
de que haviam sido emancipados.
Quando alguém finalmente lhes disse a que a escravidão tinha terminado,
eles ficaram muito felizes e celebraram. Nós, negros americanos, ainda estamos
tão felizes que celebramos a nossa libertação todo dia 10 de junho.
Há dois mil anos, no Calvário, Jesus assinou a nossa proclamação de
emancipação. Ele declarou a nossa liberdade. Porém, Satanás está tentando
manter isso oculto de muitas pessoas. Ele está tentando deixá-las nas trevas,
evitando que cheguem ao reconhecimento de que não precisam mais dizer a
ele: “Sim, mestre”.
Você pode deixar de lado a enxada e agir com a liberdade que foi oferecida
a você. Pode começar a viver na liberdade que tem, porque você foi declarado
livre em Cristo. Isto é o que você é. Agora basta viver como um homem livre.
O pioneiro da aviação britânica, Frederick Handley Page, certa vez estava
voando sobre a Arábia, quando ouviu um som estranho dentro de seu pequeno
avião. Ele não sabia, mas, durante a sua última escala, um rato enorme fora
atraído pelo cheiro de comida na área de carga de seu avião e conseguira entrar
na aeronave.
O coração de Frederick começou a bater mais rápido quando percebeu
que o roedor poderia danificar os mecanismos de controle. Se o rato roesse
qualquer um dos cabos, ele perderia o controle do avião.
Frederick não sabia o que fazer. Ele estava voando sozinho e não havia
nenhum tipo de piloto automático nas máquinas daquele tempo. Foi aí que ele
se lembrou de uma coisa que havia aprendido na escola: os ratos não sobrevivem
em grandes altitudes. Daí Page subiu tanto que se tornou difícil até para ele
respirar. Depois de um tempo, o barulho de material sendo roído cessou. Quando
ele chegou ao seu destino, encontrou o rato morto.
Muitos de nós temos o rato do pecado roendo nossas vidas. O rato da
imoralidade, da linguagem suja e da destruição matrimonial está-nos devorando.
Nossos aviões espirituais estão para cair a qualquer momento.
Contudo, existe algo que você pode fazer. Você pode aumentar a sua
altitude! Pode até ser um pouco difícil respirar lá em cima, porque você não está
acostumado, mas continue subindo. O Espírito Santo vai mantê-lo acordado.
Prossiga até não ouvir mais os ratos roendo. Continue até que Deus traga a
vitória onde você não imaginava que poderia obtê-la.
Suba a uma altitude nunca imaginou que o seu avião espiritual pudesse
chegar e vai descobrir uma liberdade que não pensava existir. Lembre-se,
considere, apresente-se e fique livre!
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
E bastante difícil saber onde você deve estar indo ou o que você deve estar
fazendo, se você não sabe quem é você. As idéias seguintes devem ajudá-lo a clarear a
imagem de seu espelho espiritual:
3. Você sabe onde Satanás tem mais facilidade de preparar uma armadilha para
você e fazer com que você aja como seu velho “eu”? Renove as suas áreas de
defesa espiritual e fortifique as que necessitam de reforço: por exemplo, evite
certos locais ou não assista a certos programas de televisão, ou seja, não faça
nada que saiba que será tentador.
4. E possível que aquelas velhas algemas que estava acostumado a usar durante
a sua escravidão ao mundo tenham deixado cicatrizes que hoje lhe incomodam.
Se Satanás está usando as memórias do passado, pecados que já foram perdoados,
mas que ainda causam culpa em você, aplique a pomada das promessas de
Deus. Lembre ao inimigo que você não é mais aquele que costumava ser, para
que ele não possa usar nada contra você, nem condená-lo por coisa alguma ou
separá-lo do seu amor por Cristo (Romanos 8:33-35)!
rs
-lembra-te
CAPITULO
12
LEMBRE-SE DO QUE
ESPERA POR VOCÊ
A RECOMPENSA DO CONTENTAMENTO
Vivemos em um mundo que busca desesperadamente o contentamento.
As pessoas querem sempre estar satisfeitas, mas não sabem como fazê-lo. Elas
andam sedentas para achar a tal felicidade, este dom que produz contentamento
dentro de nós, não obstante as circunstâncias.
A maioria das pessoas não acha a verdadeira felicidade, porque a procura
é realizada em lugares errados. O contentamento é um subproduto de nossa fé
em Cristo. Em vez de buscarmos freneticamente o prazer, devemos buscar um
relacionamento de amor com Cristo. E isto que traz a recompensa do
contentamento.
O contentamento falsificado
O que o mundo chama de contentamento é uma falsificação. Quando o
dinheiro está entrando e a casa e o carro tomam-se cada vez maiores e melhores,
elas se sentem contentes. Quando as contas são pagas e as pessoas têm amigos,
elas possuem um sentimento de felicidade. Mas tire o dinheiro, os amigos e o carro
novo e, de repente, as pessoas mergulham em depressão e perdem o seu
contentamento.
Isto acontece porque o mundo não sabe onde e como achar a verdadeira
e duradoura satisfação. N a verdade, a existência de várias indústrias bilionárias
depende de duas coisas. Fazer com que fiquemos descontentes com o que temos
e impulsionar-nos a buscar algo maior e melhor.
O mundo da propaganda é muito envolvente. As agências faturam milhões,
pois sabem como criar descontentamento. Elas sabem que tudo o que precisam
fazer é sempre oferecer uma novidade.
Desta maneira, nunca estamos satisfeitos. Quem é que quer um produto
velho e ultrapassado, quando podemos ter a versão “nova e sofisticada” esperando
por nós na prateleira? Nos anos 60, um fabricante de carros saiu com um modelo
chamado “superesporte”. Como é que os jovens daquela época poderiam estar
satisfeitos com o seu carro esporte se havia um “superesporte” no mercado?
Com o mundo inteiro aprisionado numa situação como esta, podemos
entender a resposta do falecido bilionário John D. Rockefeller à pergunta:
“Quanto dinheiro é muito dinheiro?”. Ele respondeu:
— Só mais um pouquinho.
O segredo do contentamento
Existe um conto que fala sobre um rei que estava doente de infelicidade e
que buscava desesperadamente o contentamento. Um dos seus astrólogos lhe
disse que, se um de seus assistentes encontrasse um homem feliz, bastaria trazer
uma camisa deste homem para o rei vestir e ele seria curado de sua tristeza
crônica.
Os homens do rei saíram a procurar um homem contente. Buscaram por
todas as regiões e descobriram somente um homem, mas este não possuía sequer
uma camisa.
Sabemos que o contentamento não está no quanto temos. Para muitos
de nós, esta é uma boa notícia. Somos candidatos melhores ao contentamento
do que aquelas pessoas que têm tudo.
Os ricos e famosos não têm como nos dar nenhum segredo para a
felicidade, porque o contentamento é uma recompensa dada pelo Senhor
àqueles que o amam e são fiéis a Ele. Se temos a Cristo, temos todo o poder e
recursos para sermos felizes com o que temos e somos.
O teste do contentamento
Como saber se você está realmente contente com o que é e com aquilo
que tem? Como saber se está desfrutando desta recompensa de Cristo? O teste
da felicidade é: você está contente não somente nas horas boas da vida, mas
também nas horas difíceis?
O contentamento não está disponível para todos. E até possível que
nem todos os crentes estejam satisfeitos. Paulo estava dizendo: “Aprendi que
não importa se estou na prisão, esperando para morrer, ou se estou vivendo
uma vida próspera, o importante é que tenho a Cristo”.
A perspectiva do apóstolo não somente lhe deu alegria, mas também
contribuiu para que ele não fosse intimidado. Quando ameaçado de morte, a
resposta dele foi: “Para mim morrer é ganho”. Quando desafiado pelas questões
do dia-a-dia, respondeu: “Para mim viver é Cristo”. Quando enfrentava o
sofrimento, respondia confiante: “Para mim tenho por certo que as aflições deste
tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser
revelada” (Romanos 8:18).
Para Paulo não importava o que os não-crentes faziam, porque Jesus era
tudo para ele.
Você já chegou a um ponto em sua vida em que as coisas e as circunstâncias
não têm tanta importância assim? Não estou falando sobre não ter preocupações.
Eu me refiro a não permitir que as circunstâncias ao seu redor controlem o seu
nível de contentamento.
Alguém pode até dizer:
— Paulo era Paulo, e eu sou eu. Ele era o grande apóstolo. Eu sou apenas
um crente fraco.
Porém o segredo de Paulo para o contentamento não tinha nada que ver
com ele mas, sim, com Cristo. Ele disse: “Posso todas as coisas naquele que me
fortalece” (Filipenses 4:13).
Este é o segredo do contentamento. Alguém pode fazer outra objeção:
— E só isso? Pensei que você ia me dar uma receita inédita e complicada...
Este versículo de Filipenses eu conheço desde criança.
Você pode ou não saber de cor este versículo. O mais importante, contudo,
é que ele esteja inscrito no seu coração, como estava no de Paulo. Ele dizia:
— Eu posso!
O enfoque do contentamento
Note que o apóstolo não disse: “Posso fazer qualquer coisa que eu queira”.
Ele estava mais centrado na verdade do contentamento em Cristo. Ele quis dizer:
“Posso fazer todas aquelas coisas que Cristo me chamou para fazer. Posso ser a
pessoa que Cristo quer que eu seja e fazer todas estas coisas, porque ele me dá
poder para isso. Sendo assim, não há nada que Cristo espera que eu faça que não
possa fazer, porque ele me dá o poder para realizá-las”.
A maioria dos crentes não está contente porque não possui este poder. O
segredo do contentamento é ter um relacionamento íntimo de amor com Jesus
l,« o
Cristo. Devemos estar tão preocupados com as coisas dele, que Ele toma como
sua responsabilidade pessoal dar a força para que façamos tudo o que Ele nos
chamou para ser e fazer.
O enfoque do contentamento é Cristo e não a satisfação por si só. Como
disse antes, uma das razões pelas quais a muitas pessoas não estão contentes é
porque estão tentando com todas as suas forças ser felizes. Se nós nos
preocuparmos com Cristo, nossa sede por contentamento — e uma série de
outras coisas— será satisfeita.
Paulo não está criticando ninguém por possuir coisas. Lembre-se de que
ele disse que não somente teve momentos difíceis, mas também experimentou
prosperidade (Filipenses 4:12). O que ele está querendo dizer é que nada desta
vida traz o verdadeiro contentamento. Não se preocupe com as coisas do mundo,
mas sim com as coisas de Cristo.
Paulo podia falar por experiência própria. N a mesma carta aos Filipenses
ele se referiu a ter e perder coisas (3:7,8), a estar contente e a ter paz (4:6,7).
Será que Paulo passava o dia todo pensando em sua prisão? Não, ele estava
centrado em Cristo e, assim, estava contente.
Sua vida está centrada no Senhor? Se está, você não deve preocupar-se
em encontrar contentamento. Esta é a recompensa que Deus tem para você.
O suprimento de Deus
Como é que Deus vai ao encontro de nossas necessidades? “Segundo a sua
gloriosa riqueza em Cristo Jesus”. Esta é uma declaração gloriosa por causa da palavra
que aparece no princípio da fi-ase: “segundo”. Deus não satisfaz as necessidades
“tirando” das suas riquezas em Cristo, mas sim “segundo” as suas riquezas.
Esta é a grande diferença. Um milionário poderia lhe dar um dólar de sua
riqueza, mas não segundo as suas riquezas. Isto não refletiria o que ele é capaz de
fazer. Por outro lado, a capacidade de suprimento de Deus reflete o que Ele é
capaz de fazer.
Se você viesse falar comigo e dissesse:
— Preciso de dez dólares.
Eu poderia lhe dar dez dólares dos meus recursos, mas estaria com menos
essa quantia, porque os meus recursos são limitados. Na verdade, se você viesse
toda hora me pedir dez dólares, eu teria um grande problema.
Isso não ocorre com Deus, porque os recursos dele são ilimitados. Ele
nunca pode esgotar os seus fundos. Quando Deus anda ao seu lado, a sua
necessidade também anda ao lado dele. Ele avalia aquilo de que você precisa e
providencia o necessário para suprir todas as necessidades. Ele não fica mais
pobre cada vez que faz isso. Você pode voltar a ele amanhã, e mais uma vez
Deus suprirá aquilo de que precisa.
Os recursos de Deus estão “em Cristo Jesus”. Cristo é o centro, e não o
suprimento que podemos receber. Paulo amava e servia a Cristo não para que
ele pagasse suas contas (Filipenses 4:17).
Cheque em branco
Sempre que se toca neste assunto, alguém diz:
— Um momento. Se Deus promete suprir todas as necessidades, por que
nem todas as minhas necessidades são satisfeitas? Tenho determinada
necessidade e oro para que Deus resolva este problema, mas nada está
acontecendo. Já ouvi pregadores falando que o suprir de Deus é automático,
como se ele tivesse obrigação de dar imediatamente aquilo de que preciso.
Existe muita confusão sobre esta promessa, porque a maioria das pessoas
não entende que ela é condicional. Uma promessa incondicional é aquela que
Deus cumpre sem depender de nenhuma ação de nossa parte.
Uma promessa condicional significa que existem condições que devem
ser satisfeitas, antes de Deus agir. Veja o v. 16: “porque até para Tessalônica
mandastes não apenas uma vez, mas duas, o necessário para as minhas
necessidades”. Agora coloque este versículo junto com a promessa que estamos
observando no v. 19. Ao fazer isso, você descobre que a promessa de Deus de
suprir nossas necessidades está implantada no contexto de dar com fidelidade,
generosidade e até mesmo com sacrifício.
Paulo está dizendo: “Vocês têm feito o que Deus lhes mandou fazer, têm-
se sacrificado pela causa de Cristo, se doado para a construção do reino de Deus
e vivido para a sua glória. Ele tem ocupado o devido lugar e Jesus Cristo tem sido
o primeiro amor de vocês”.
Deus não manda para nós um “cheque em branco”, que podemos levar
para o banco do céu a qualquer momento e retirar o quanto quisermos. Ele nos
confia o seu suprimento, de acordo com a nossa obediência.
Assim como um banco verifica a sua conta para ver se há fundos suficientes,
antes de debitarem o seu cheque. Deus também verifica a nossa conta espiritual
para ver se estamos construindo um tesouro celestial. Ou, como está escrito em
Mateus 6:33: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas”.
Se você está envolvido na divulgação da mensagem do evangelho,
erguendo as pessoas caídas, trazendo as pessoas para Cristo, apoiando a obra de
Deus, ou, em outras palavras, demonstrando o seu amor pelo Senhor, ele vai
dizer: “Tenho boas notícias para você”.
Mesmo que você não esteja satisfazendo esta condição. Deus ainda assim
pode ajudá-lo num momento de necessidade. Porém, ele age assim por causa da
sua graça e do seu amor por você, não porque seja obrigado a fazer isso. Agora,
se você satisfaz as condições dos versículos 15 e 16, Deus diz que é obrigado a
cumprir o que promete no versículo 19.
Você pode pensar que não necessita desta recompensa agora, mas basta
continuar vivendo para precisar do suprimento de Deus. Qualquer que seja o
tipo: financeiro, emocional, físico ou espiritual, um dia você precisará dele.
Quando esta hora chegar, haverá fundos em sua conta?
AS RECOMPENSAS DO REINO
Para estudarmos as recompensas na eternidade, vou utilizar os capítulos 2
e 3 de Apocalipse. Em suas mensagens às sete igrejas, Jesus descreve um grupo
de crentes: “os que vencerem”. Todos os crentes são vencedores de uma forma
,«3
ou de outra, porque “maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 João
4:4).
Porém, nem todos os cristãos vencedores realmente vencem. Devemos
viver dia após dia a vitória que Deus nos deu. Então, mesmo que todos os crentes
sejam vencedores em Cristo, nem todos estão vivendo a vitória que lhes pertence
em Cristo.
No texto de Apocalipse 2-3, “os que vencerem” são aqueles que alcançam
a vitória e mantêm o seu amor por Cristo aceso. Para estes que são fiéis, o Senhor
ressurreto concede algumas promessas incríveis. Vamos estudar uma a uma,
começando pelos nossos velhos conhecidos de Efeso (Apocalipse 2:1-7).
Ao que vencer darei do maná escondido, e lhe darei uma pedra branca, e
na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que
0 recebe (Apocalipse 2:17).
Maná e pedras brancas não parecem ser uma grande recompensa para a
maioria de nós. No Velho Testamento, um pouco de maná foi colocado numa
jarra e guardado dentro da Arca do Concerto que ficava no Santo dos Santos, a
fim de lembrar ao povo que Deus os havia sustentado.
O texto de Apocalipse indica que Deus ainda tem um suprimento
estocado. Nem todo mundo terá acesso a ele, mas o Senhor o disponibilizará
para “aquele que vencer”.
Uma pedra branca, nos dias de Jesus, era como um ingresso. Ela dava a
uma pessoa o acesso a eventos esportivos — como as Olimpíadas de hoje — e
ao teatro. Quem possuía uma pedra branca jogava-a dentro de uma caixa, ao
entrar no local do evento.
Porém as pessoas só faziam isso se não possuíssem um ingresso especial,
válido para toda a estação. Neste caso, escreviam o nome da pessoa ou a sua
insígnia numa pedra e a pessoa usava este ingresso para ter acesso aos eventos
várias vezes.
Jesus Cristo está dizendo que, se você é um vencedor na terra, em seu
reino ele lhe dará uma pedra personalizada. Será como um ingresso para o seu
suprimento especial, uma espécie de jantar privado, ao qual os não-salvos e os
crentes que não foram vencedores não terão acesso.
Em outras palavras: você terá um ingresso para toda a estação e poderá
usá-lo para entrar a qualquer hora em que a refeição estiver sendo servida. Ela
estará sempre disponível para você. Cristo lhe dará um acesso permanente e
especial para jantar com ele e entrar em sua presença. Este acesso não estará
aberto para todos os salvos.
Isto é uma honra porque, mesmo que haja muita gente no céu, nem todas
as pessoas terão acesso aos “ingressos da estação”. Nem todo mundo terá o mesmo
acesso ao Senhor. Se você permanecer fiel, receberá o privilégio de desfrutar de
uma comunhão especial com Cristo.
Uma posição especial
A igreja de Tia tira (Apocalipse 2:18-29) não estava vivendo em santidade.
Esta é a mensagem mais longa, entregue para a menor cidade. Jesus diz no v. 20:
“Mas tenho contra ti que toleras a Jezabel”.
Não sei se esse era um nome real ou somente um simbolismo. E difícil
imaginar uma mãe dando o nome à sua filha de Jezabel (veja 1 Reis 16:29-31).
Entretanto, qualquer que seja o seu nome, esta mulher estava liderando a igreja,
fazendo o que queria e levando as pessoas ao pecado. O pior é que ninguém
falava nada.
Eles a toleravam, bem como os pecados que ela cometia. Porém, se você
for um dos vencedores, não pode tolerar o pecado. Você deve condená-lo quando
ele aparece. Jezabel estava publicamente mostrando a sua imoralidade, sem
nenhum sinal de arrependimento. Então Deus disse: “Se vocês não vão julgá-
la, eu vou” (veja v. 22).
Então a recompensa “daquele que vencer” está descrita nos versículos
26-28:
Ao que vencer, e guardar até o fim as minhas obras, eu lhe darei autoridade
sobre as nações, e com vara de ferro as regerá, quebrando-as como são
quebrados os vasos de oleiro; assim como também recebi autoridade de
meu Pai. Também lhe darei a estrela da manhã.
Jesus está dizendo: “Vou permitir que governe comigo”. Isto é algo muito
especial porque a descrição da autoridade “daquele que vencer” é a mesma usada
no reino milenar de Cristo (veja Salmo 2:9 e Apocalipse 12:5).
E depois Jesus diz: “Quando estiver reinando comigo, lhe darei a estrela
da manhã”. De acordo com Apocalipse 22:16, a estrela da manhã é o próprio
Jesus em pessoa. A promessa é que, se você for um vencedor, reinará com Cristo
em uma posição que será evidente para todos. Será glorioso!
Um convite especial
Jesus falou para a igreja em Sardes (Apocalipse 3:1-6): “Sê vigilante, e
confirma o restante, que estava para morrer” (v. 2).
Aqui está uma igreja que aparentemente vivia no passado. Você conhece
alguém assim? Há pessoas que só falam sobre o que costumavam fazer, o que
eram etc. Elas nunca vão para a frente. Assim era a igreja em Sardes, apesar de
haver alguns que eram realmente fiéis:
Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as
suas vestes, e comigo andarão vestidas de branco, pois são dignas. O que
vencer será vestido de vestes brancas. De maneira nenhuma riscarei o
seu nome do livro da vida, mas confessarei o seu nome diante de meu Pai
e diante dos seus anjos (vv. 4,5).
Jesus menciona as vestes, porque Sardes era famosa por produzir roupas
de lã. Ele tem uma promessa de recompensa para “o que vencer”. Vestes brancas
eram trajes que as pessoas usavam para ir a uma festa ou a um evento especial.
Os que vencerem farão parte da lista de convidados de Jesus todas as vezes que
um evento especial acontecer no reino. Se você fizer parte do time vencedor,
será um convidado especial do Rei.
Nem todos os cristãos freqüentarão os eventos do Rei, pois há diferentes
recompensas para cada um. No entanto, uma vez que Jesus faça a sua lista de
convidados, o seu nome não será apagado. E como se ele dissesse: “você sempre
será convidado para as minhas festas no reino”.
Um reconhecimento especial
Filadélfia, a cidade do “amor fraternal”, era onde se encontrava a igreja
fiel (Apocalipse 3:7-13). Jesus não tinha nada de mal a dizer sobre essa igreja,
mas, ainda assim, ela necessitava ser vitoriosa:
A quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, de onde jamais
sairá. Escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do
meu Deus, a rwva Jerusalém, que desce do céu, da parte do meu Deus, e
também o meu novo nome (v. 12).
Todos sabemos qual é a função dos pilares nos edifícios. Eles dão
sustentação ao prédio, ao mesmo tempo que o decoram. Jesus está dizendo que
ele fará com que os fiéis vencedores sejam pilares do templo de Deus e também
escreverá um nome especial neles.
Em outras palavras, se você é fiel a Cristo e mantiver o seu amor por ele
no devido lugar, ganhará um reconhecimento especial para que, todas as vezes
que alguém entrar pelas portas do templo do Reino, leia o seu nome. Todo
mundo vai perguntar:
— Quem é essa pessoa?
A resposta será:
— Esta pessoa é um santo fiel que se manteve puro e não comprometeu
seus princípios m orais. E um crente que perm aneceu fiel a Cristo,
independentemente das circunstâncias.
-.ISS
Uma autoridade especial
A igreja de Laodicéia (Apocalipse 3:14-22) era a pior de todas. Podemos
notar nos vv. 15 e 16:
Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio
ou quente! Assim, porque és momo, e não és frio nem quente, vomitar-te-
ei da minha boca.
Existem muitas igrejas que dão ânsia de vômito em Jesus. Não são quentes,
não têm um amor inflamado por Ele, mas também não são firias. Ou seja, estão
sempre em cima do muro.
Laodicéia era uma comunidade rica. Ela produzia lã e um ungüento especial
para os olhos. Jesus usou essas coisas para falar à igreja sobre quão profunda era
a necessidade espiritual dela (Apocalipse 3:18). Depois, ele menciona a
recompensa para aqueles que vencerem: “Ao que vencer, dar-lhe-ei assentar-se
comigo no meu trono, assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu
trono” (v. 21).
Se você for um dos vencedores no reino de Jesus, será chamado à frente e
publicamente receberá um trono especial de autoridade, que ele compartilhará
com você.
Observe quantas coisas Deus tem para nós, se permanecermos fiéis ao
nosso primeiro amor. Se você quer ser um vencedor e compartilhar dessas
recompensas, terá de perseverar no Senhor Jesus. Pode ser que você diga:
— Conquistar isso é muito difícil e não estou recebendo nada em troca
agora.
Para lhe responder, vou contar o que aconteceu com Henry Morrison,
um missionário que serviu ao Senhor na África. Ele estava voltando para os
Estados Unidos no mesmo barco onde se encontrava o ex-presidente Theodore
Roosevelt. Quando o navio atracou em Nova Iorque, milhares de pessoas
estavam lá para saudar Roosevelt, mas ninguém celebrou a chegada de
Morrison.
Ele havia servido ao Senhor por 40 anos na África. Ao ver a multidão
reunida para saudar Theodore Roosevelt, ele ficou triste, pois servira ao Senhor
durante todos aqueles anos e, mesmo assim, ninguém estava ali para recebê-lo.
Morrison disse que, enquanto descia a rampa do barco, sentindo-se bastante
deprimido, uma voz sussurrou em seus ouvidos: “Henry não se preocupe. Você
ainda não voltou para casa”. Então ele teve uma visão de milhares e milhares de
africanos em pé nas portas do céu. Eram aqueles que ele havia alcançado para
Cristo! Na sua visão, eles o aplaudiam enquanto ele entrava pelos portões
celestiais.
Se as pessoas não o estão reconhecendo aqui e você não está recebendo
nenhum aplauso agora, não se preocupe, pois ainda não chegou em casa. Lembre-
se do que Cristo tem esperando por você.
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
T oodos nós precisamos ser lembrados de que este mundo não é o nosso lar
definitivo, pois estamos trabalhando por uma causa muito superior. Em sua busca de
amar e servir a Cristo fielmente, faça com que essas idéias o ajudem a manter a chama
do seu primeiro amor queimando ardentemente:
1. Uma maneira de avaliar se você está sendo consumido por Cristo, ou somente
buscando os seus beneficias, é observar o que acontece com a chama do seu
amor quando Ele lhe recusa cerio pedido feito em oração. A chama do seu
coração começa a se enfraquecer porque você fica chateado ou desapontado, ou
seu amor continua forte?
2. Mais uma pergunta: se Deus lhe desse as coisas de que necessita: comida,
vestuário, habitação etc., “segundo” o seu envolvimento na obra dele, você
teria estas coisas em abundância ou estaria faminto, nu e sem teto?
3. Dos sete problemas espirituais que precisavam ser superados pelas igrejas dos
capítulos 2 e 3 de Apocalipse, escolha o que expressa a sua maior necessidade
de vitória e coloque-o como ponto central de suas orações.
4- A Bíblia nos diz repetitivamente que, quando Deus abrir os seus livros, os
últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos. Peça ao Senhor que
não permita que você se influencie demasiadamente pelos padrões de grandeza
e recompensa deste mundo. Talvez ajude se você escrever as palavras “ainda
não estou em casa” num cartão e colocá-lo sobre a sua mesa, como um lembrete
de que a sua recompensa não é terrena.
-arrepende-te
CAPÍTULO
13
AIMPORTANCIA DO
ARREPENDIMENTO
PODEMOS ARREPENDER-NOS
O que é necessário para trazer um cristão ao ponto de arrependimento,
após o pecado ter interrompido a sua caminhada com Deus? Analisaremos os
quatro passos para o arrependimento em ordem descendente, isto é,
caminharemos do passo mais fácil até o mais difícil.
Você não está se sentindo bem e toma uma aspirina. Depois, descansa
um pouco e logo se sente melhor. Você não precisou ir ao médico para sanar um
problema simples. Foi possível fazer isso sozinho.
Da mesma forma. Deus diz em 1 João 1:9 que, se você confessar seu pecado,
não precisará tomar nenhum remédio mais potente. As conseqüências do seu
pecado não precisam tornar-se maiores, se você tomar algumas providências
por si mesmo.
O fato do pecado
João, aquele que se reclinou no peito de Jesus durante a última ceia, sempre
se preocupou muito com a intimidade. A sua palavra favorita era habitar, a qual
significa “estar dentro, próximo ou em comunhão com”. Mas João também sabia
que a intimidade com Deus deveria ser baseada nos padrões de sua santidade (1
João 1:5).
Deus está completamente apartado de nós, quando estamos com a vida
cheia de pecados. N a verdade, “se dissermos que não temos pecado nenhum”
(v. 8), estamos mentindo. Note que esta frase está no singular. O versículo se
refere à nossa capacidade de pecar, ao princípio do pecado que ainda está em
nós, mesmo que sejamos cristãos. Mas João diz no versículo 9: “Se confessarmos
os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar
de toda injustiça”.
Confessar, como certamente você já sabe, significa “concordar com”.
Significa avaliar como Deus avalia. Uma das razões de não conseguirmos restaurar
o nosso relacionamento de amor com Cristo, que é fruto do arrependimento, é
que não compreendemos totalmente o significado dessa palavra.
Quando Deus fala que algo é pecado, ele não o chama de mau hábito,
erro ou fraqueza. Ele está afirmando que pecado é pecado, ou seja, é uma afronta
ao caráter divino. Alguns cristãos permanecem num estado pecaminoso porque
não conseguem reconhecer a gravidade real que o pecado possui. Categorizamos
o pecado pelo seu tamanho e por suas conseqüências, mas, independentemente
do tamanho, ele é uma afronta a Deus, porque “nele não há treva nenhuma”
(1 João 1:5).
Diferentes pecados têm diferentes conseqüências. Porém, quando se fala
sobre a categoria de pecado, não há diferença para Deus. O pecado é terrível,
seja uma mentirinha seja um assassinato. E importante entender isso porque as
pessoas querem passar por cima da malignidade do pecado dizendo coisas assim:
— Eu só fiquei irado, quando poderia tê-lo matado.
Deus não disse que a violência é menos pecaminosa quando não redunda
em morte. O pecado é sempre uma afronta ao caráter divino.
A necessidade de confessar
João disse que devemos confessar nossos pecados. Ele usa o plural aqui,
em oposição ao singular no versículo 8, porque agora está falando sobre pecados
específicos. Ele quer que identifiquemos o pecado: a mentira que falamos às lOh
e os desejos sexuais incontrolados na hora do almoço, por exemplo. Ele quer
que coloquemos o nome verdadeiro em cada pecado. Isto é especialmente
importante hoje, porque temos uma série de doutrinas errôneas confundindo a
mente do povo de Deus. As pessoas tentam imprimir uma faceta tão positiva na
vida cristã, que acabam abrindo as portas para o pecado.
Não é isso que eu leio na Bíblia. Quando Noé estava pregando e
construindo sua arca, ele não saía falando:
— Algo de bom está para acontecer a vocês.
Quando Jeremias foi colocado no poço por ter pregado a verdade, ele não
disse:
— Tudo bem comigo, tudo bem com vocês.
Quando Daniel foi lançado na cova dos leões, ele não disse:
— O pensamento positivo remove montanhas.
Quando João Batista viu o rei Herodes namorando a mulher de seu irmão,
ele não disse:
— Sorria, Jesus o ama!
As pessoas não devem ouvir isso quando pecam. Os santos que estão em
pecado e os pecadores que não conhecem a Cristo precisam ouvir o seguinte:
— Vocês pecaram e isto viola o caráter de Deus. Vocês precisam
arrepender-se.
A hora de confessar
Quando você deve confessar seus pecados? De acordo com o texto de 1
João 1:9, você confessa seus pecados quando peca. Contudo, não é o que fazemos.
Geralmente continuamos tocando o dia para frente e, ao seu final, nos ajoelhamos
à beira da cama e dizemos:
— Agora Senhor, se cometi algum pecado hoje...
Existem pelo menos dois problemas com esta declaração. Primeiramente,
o se indica dúvida se você pecou ou não. O segundo problema é que você
coletivizou o pecado. Você colocou todos num só pacote.
Deus é santo. Se você disser uma mentira às 8h30 e não cuidar dela até a
hora em que se põe de joelhos às 23h, não esteve em comunhão com Deus
durante este período.
Muitos utilizam um único tipo de confissão generalizada, mais ou menos assim:
— Não me lembro dos detalhes, desculpe-me por tudo.
Se você procede assim não é de admirar que o seu relacionamento com
Cristo não seja o que deveria ser. E natural que você não tenha paz nem vitória.
Você precisa tratar do pecado o mais rápido possível.
Algumas pessoas casadas reclamam que seus companheiros nunca estão
dispostos a falar sobre os seus problemas. A intimidade é prejudicada quando
um erro é cometido e a parte culpada o ignora ou finge que nada aconteceu, em
vez de confessá-lo e buscar o perdão do parceiro.
Deus está-nos dizendo que, quando pecamos, devemos imediatamente
confessar o pecado tal qual ele é, sem inventar desculpas.
O detector de pecados
A importância de manter a intimidade com Deus nos ajuda a explicar
porque Paulo ordenou: “Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17). A confissão
fiel do seu pecado resulta em contínua purificação.
Você pode dizer:
— Mas sempre me esqueço das coisas. Não me lembro de quantas vezes
eu peco.
Deus tem uma solução para isso. Em IJoão 1:9, o autor diz, no final do
versículo, que Deus nos limpará de “toda injustiça”.
Em outras palavras: se lidar com os pecados que sabe haver cometido,
Deus vai tomar conta daqueles de que você se esqueceu. Se você apresentar-se
a Deus limpo dos pecados que reconhece que cometeu, ele irá purificá-lo daqueles
de que você não está consciente. Deus quer saber se você o está levando a sério,
bem como o seu pecado.
Mas como saber que você pecou? Primeiro, porque você foi exposto à
Palavra e tem um padrão a seguir. Deus não nos deixou sem parâmetros. Segundo:
como crente, você possui um detector de pecado embutido.
Quando vou ao aeroporto, geralmente levo minhas chaves no bolso. Se
passar pelo detector de metais, ele começa a apitar. O segurança me chama de
volta. Eu as coloco num recipiente e ele diz:
— Por favor, passe de novo.
Ao tentar passar, a máquina dispara outra vez! O segurança me chama de
volta e diz para que eu esvazie os bolsos. Ponho a mão nos bolsos e tiro tudo
deles, até mesmo meu relógio, porque o detector de metais achou algum metal
em mim que fez o alarme soar.
Há dentro de você um detector de pecado, chamado Espírito Santo. Todas
as vezes que você introduz o pecado em sua vida, ouve um alarme interno. E o
Espírito de Deus despertando sua consciência. É por isso que você não deve
ignorar quando a sua consciência lhe diz alguma coisa. Se você está buscando
amar a Cristo de todo o seu coração, a sua consciência vai tomar-se muito
sensível ao pecado.
Deus lida com os seus filhos de forma diferenciada. Quando o seu filho
chega e diz que fez alguma coisa errada, você vai tratá-lo de uma maneira diferente
da que trataria o filho que está fazendo coisas erradas, mas nunca admite. Ambos
estão errados, mas um deles está confessando. O outro está ignorando o seu
erro.
O arrependimento mundano
Não há nada de errado com o arrependimento, se ele o leva a consertar
aquilo que o fez lamentar. Conheço muitas pessoas que estão constantemente
se desculpando. N a primeira vez, as desculpas são aceitas sem problema, mas,
quando elas repetem as mesmas coisas e continuam tentando desculpar-se, você
sabe que elas não sentem o suficiente para chegar “ao arrependimento”, do
contrário não cometeriam mais aquela falha.
Existem muitos tipos de arrependimento, como Paulo explica: “A tristeza
segundo Deus opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar, mas
a tristeza do mundo opera a morte” (2 Coríntios 7:10). O tipo de arrependimento
que descrevi pode causar muita choradeira. Porém, se não produz uma mudança
de atitude, não passa do que a Bíblia diz ser “a tristeza do mundo”. A diferença
está na expressão que há nos versículos 9 e 10: “segundo Deus”.
A tristeza mundana significa que você se sente mal em relação ao que fez,
mas não muda de atitude. A tristeza do mundo diz:
— Não devia ter feito isso!
O arrependimento divino
O arrependimento divino acontece quando você diz:
— Sinto muito pelo que fiz. Vou mudar meu comportamento e
desenvolver um plano de ação para não cometer mais este pecado.
Este é o arrependimento “segundo Deus”. Ele o leva a tomar uma atitude
e produz uma mudança de idéia e arrependimento genuíno. Lembre-se: o que
quer que a sua mente pense, os seus pés seguem. Sua mente controla os seus pés.
Você deve desenvolver um plano de ação para que possa levar o seu
arrependimento até o fim.
Se você for casado e lamenta a maneira como fala com a sua esposa, não
pode ficar sem fazer nada. Você não pode simplesmente dizer:
— Desculpe-me ter gritado com você hoje, ontem e anteontem.
O arrependimento divino ocorre quando você diz:
— Realmente sinto pelo que fiz. Eu vou mudar de idéia e parar de tomar
esta atitude. Não vou mais feri-la com a minha boca.
Este tipo de arrependimento não produz tristeza.
Restaurando a culpa
Glátas 6 é também um texto importante. Vamos estudá-lo em maiores
detalhes no Capítulo 17, portanto por ora quero apenas fazer algumas observações
concernentes a este ponto da discussão. Paulo escreve: “Irmãos, se alguém for
surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, corrigi o tal com espírito
de mansidão” (Gálatas 6:1).
A palavra surpreendido neste texto significa tomado. Em outras palavras, o
ofensor está preso. Muitas pessoas se envolvem com um tipo de pecado e acabam
ficando presas nele. Elas querem e tentam sair, mas é como se estivessem em um
terreno com areia movediça.
O verbo corri^r usado aqui significa “acertar uma perna quebrada” ou
“emendar uma rede furada”, em outras palavras, juntar o que estava separado.
Ele não quer dizer que se você vir alguém preso a um pecado deve ligar para os
amigos e fofocar sobre o que viu.
Se fizer isso, você não se encaixa na classificação de “sois espirituais”.
Você é tão culpado quanto a pessoa da qual está falando porque, se fosse
espiritual, iria juntar os ossos ou emendar a rede, ajudando a pessoa a se arrepender
e a ser restaurada.
A Bíblia diz que, quando os cristãos espirituais vêem outros cristãos caídos,
não vão até eles e dizem:
— O que vocês estão fazendo aí embaixo? Levantem-se!
Ao contrário, dizem:
— Vou ajudá-los.
O nosso trabalho é o de restaurar o irmão ou a irmã que está em pecado.
O apóstolo Tiago nos diz:
Pois o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria
condenação, não discernindo o corpo do Senhor. Por causa disto, há entre
vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. Mas se nós nos
julgássemos a nós mesmos, não seriamos julgados. Mas, quando somos
julgados, somos disciplinados pelo Senhor.
Intervenção direta
Este é um caso em que Deus tomou conta do problema pessoalmente.
Alguns dos crentes em Corinto estavam embriagando-se durante a ceia do
Senhor e outros estavam empanturrando-se (v. 21). Aparentemente nada estava
sendo feito para corrigir isto.
Então Deus disse: “Vocês não obedecem à minha palavra, então julgarei
este pecado; vocês não ouvem a seus irmãos e suas irmãs, então vou intervir”. A
seriedade destas palavras fica patente no versículo 30, quando Paulo disse que
alguns crentes em Corinto estavam doentes e alguns já haviam morrido por
causa destes pecados.
Como é que Deus enfraquece um cristão pecador que não se arrepende?
Ele pode fazer isso de várias formas, usando as circunstâncias da vida para expor
uma pessoa de maneira tal que ela não consiga resolver seus problemas
emocionais, familiares, matrimoniais ou financeiros.
Creio que todos nós já experimentamos algo semelhante em nossas vidas.
Assim que você paga uma conta, acontece outra coisa que o fará gastar mais
dinheiro. Quando acaba uma dificuldade na família, logo surge a outra. Isto
pode ser um tempo de tratamento do Espírito Santo.
Não estou dizendo que todo problema é um julgamento de Deus. Estou
falando sobre um padrão bem claro de fraquezas, no qual você não consegue ter
controle sobre nada. Se Deus precisar fazer alguma coisa para chamar a sua
atenção, pode até fazer com que tudo desabe ao seu redor.
Algumas pessoas podem dizer:
— Se Deus não quer que eu faça isso, porque é que Ele não me atinge
com um raio?
Ele pode estar fazendo exatamente isso. Só que o seu “raio” pode estar
vindo pelo correio, em palavras como “título protestado” ou “ordem judicial”.
Este raio pode atingi-lo como uma doença, ou várias outras circunstâncias.
Passos drásticos
Sabemos como é isto porque nós, como pais, algumas vezes necessitamos
tomar ações severas contra nossos filhos. Certo dia um homem veio falar comigo:
— Meu filho não me ouve. Os policiais o prenderam e ele está agora na
cadeia. Devo pagar a fiança?
Eu disse:
— Não! Você já tentou muito. Já que ele não está ouvindo o pai que o
ama, quem sabe escute os policiais.
Isto é doloroso, mas lembre-se de que o objetivo do julgamento de Deus é
restaurar o nosso amor, e não nos mandar para a cova mais cedo. Algumas vezes
nossos filhos necessitam passar por experiências catastróficas, para que possam
aprender uma lição importante.
Foi o que aconteceu com o rei Uzias após ter-se rebelado contra a vontade
de Deus (2 Crônicas 26) e com Ananias e Safira (Atos 5). Também aconteceu
com Davi, quando ele passou um ano sem confessar o seu pecado com Bate-
Seba e Deus precisou intervir e julgá-lo (2 Samuel 12).
Muitas pessoas na igreja dizem:
— Não gosto de ouvir essa história de julgamento. Isso não me faz sentir
bem.
Mas o texto de 1 Pedro 4:17 diz: “Pois já é tempo que comece o julgamento
pela casa de Deus; e se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que
são desobedientes ao evangelho de Deus?”. Há um lugar onde as pessoas podem
ouvir a verdade: a casa de Deus! As vezes a verdade inclui o julgamento. Você
não pode sentir-se bem quando algo está errado.
Os dois remos
Quando você vive em obediência à Palavra de Deus, confiando que Deus
honrará sua Palavra conforme você obedece a ela, isto é uma vida de fé.
Sua consciência é a parte que permite que você saiba o que é certo e o
que é errado. Até os não-crentes possuem consciência, mas eles têm um banco
de dados errado. Muitas vezes eles se sentem bem com aquilo que é errado e mal
com o que é certo.
Porém, quando você é salvo, a sua consciência é renovada junto com a
sua mente, porque agora ela está operando de acordo com um novo banco de
dados, a Bíblia. Quando você está vivendo na fé baseada na Palavra de Deus, o
Espírito Santo pode atuar, dizendo “sim” aqui e “não” acolá. O resultado é uma
boa consciência.
Rvimo ao desastre
Muitos de nós, contudo, tentam encaixar o bloco quadrado da nossa
consciência dentro de um espaço redondo, que é o sistema do mundo. Se
continuarmos rodando e tentando por muito tempo, com bastante força, vamos
fazer com que o nosso bloco quadrado se desgaste até que se torne redondo.
,::S
O que acontece é que o Espírito Santo incomoda a nossa consciência,
mas continuamos forçando para que o bloco da nossa consciência se encaixe
dentro do espaço do mundo. Outra fisgada e continuamos a tentar enfiar o
bloco no espaço do mundo, até que nos acostumemos às fisgadas e, finalmente,
nos adequemos ao sistema. Quando isso acontece, estamos a caminho de um
naufrágio.
Há algum tempo escrevi uma carta para os amigos que apóiam um de
nossos ministérios nos Estados Unidos, o UrbanAltemative (Alternativa Urbana),
após ter descoberto que três de meus bons amigos desse ministério haviam caído
em condutas imorais. Eles naufragaram quando bateram nas pedras. Estavam
perdendo suas famáias, o respeito de seus filhos, seus ministérios e suas reputações.
Nessa carta, pedi aos que nos apóiam para orar para que o Senhor me
mantivesse com a consciência limpa e que eu pudesse lidar com esse pecado
rapidamente, para que ninguém pudesse acabar algum dia lendo o meu nome
nos jornais.
Quando vejo estas coisas acontecendo com homens que respeito e que
amo no Senhor, sei que elas podem acontecer comigo. Não estou isento do
risco de queda e você também não. Você pode ser perdoado após um naufrágio,
mas isso pode destruir a sua habilidade de ser usado por Deus.
Foi o que aconteceu com Himeneu e Alexandre. Sabemos disso mediante
o que Paulo escreveu em 2 Timóteo 2:17,18. O pecado de Himeneu foi o de
ensinar que a ressurreição (o arrebatamento) já havia acontecido, fazendo com
que alguns cristãos abandonassem a sua fé.
Entregues a Satanás
Paulo entregou esses homens a Satanás, ou seja, os expulsou da igreja. Já
vimos que a excomunhão é usada para remover uma pessoa da custódia protetora
de Deus, o que dá a Satanás livre acesso àquela vida.
Muitas pessoas não entendem o poder delegado por Deus à igreja. Se o
julgamento da igreja é baseado em critérios legítimos, quando ela entrega alguém
para Satanás, é o fim. Este é o julgamento mais severo. Ainda assim, quero
lembrá-lo mais uma vez de que o objetivo é o arrependimento e a restauração,
como já vimos acontecer em Corinto (1 Coríntios 5; cf.2 Coríntios 2).
Quando você não se arrepende, não ouve os seus companheiros cristãos
e não responde à disciplina de Deus, a única solução é você ser entregue a
Satanás, um juiz severo que quer destruir a sua vida. Deus vai permitir que você
desça ao inferno, se esta é a única forma pela qual venha a se arrepender.
Mudar o nosso comportamento e voltar ao Senhor por vontade própria é
muito menos doloroso e mais agradável. Você se lembra do filho pródigo? Ele
estava vivendo em pecado e degradação, comendo com os porcos, até que um
dia ele caiu em si e disse:
— Um momento! N a casa do meu pai, os servos vivem melhor que eu.
Então aquele jovem se levantou e voltou para casa. O seu pai estava
esperando por ele. O filho pródigo foi até o pai e disse:
— Pai, eu pequei!
Ele não tentou se desculpar dizendo:
— “Pisei na bola”. Fui um idiota. Todo mundo erra.
Ele assumiu:
— Eu pequei, pai. Violei os seus padrões.
Você sabe o resto da história. O pai perdoou e restaurou seu filho e deu
uma festa para ele.
Certo dia um homem me disse:
— Toda vez que minha mulher e eu discutimos, ela fica histórica.
Eu disse: “
— Você quer dizer histérical
— Não, eu disse histórica. Ela traz à tona tudo o que eu já fiz até hoje!
A beleza do perdão de Deus é que ele não se lembra mais dos nossos
pecados. Ele age como se nada tivesse acontecido porque, quando nos
arrependemos verdadeiramente, ele nos restaura a uma comunhão plena. O seu
primeiro amor é colocado em primazia.
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
2. Com base no que aprendemos sobre a forma como Deus usa um companheiro
cristão para nos trazer de volta ao caminho, esta é uma boa hora para fazer uma
avaliação de nossas atitudes. Responda a estas perguntas em seu coração: se um
outro crente chegasse a você para confrontá-lo em amor sobre um pecado em
sua vida, qual seria a sua primeira resposta? Raiva e atitude defensiva ou abertura
e gratidão por alguém que se importou com você?
4. Se você é como a maioria dos cristãos e uma pessoa próxima tem feito mais
do que qualquer outra para mantê-lo no caminho, por que não liga ou escreve
para ela expressando sua gratidão? Seja claro e diga ao seu amigo o que ele ou
ela significa para você. Se essa pessoa já partiu, expresse a Deus a sua gratidão.
arrepende-te
CAPÍTULO
14
CHEGA
DE TRAIÇÃO
u 'ma canção, lançada nos Estados Unidos há alguns anos, tinha o seguinte
refrão: “Trying to love two ain’t easy to do” (Tentar amar dois não é fácil).
Esta frase resume o tema deste capítulo. Uma parte importante da volta ao
primeiro amor é colocar de lado qualquer outro amor que possa ser rival de Cristo.
Todos nós sabemos o que é “estar em cima do muro”. Por exemplo, é
quando alguém não se posiciona e tenta amar duas coisas simultaneamente.
Esta pessoa tenta manter uma casa e uma família e dar a todos a aparência de
que tudo está bem, enquanto, ao mesmo tempo, está tendo um caso extraconjugal.
O fato de estar “em cima do muro”, como no caso do adultério, causa uma
série de problemas. A falta de definição pode destruir completamente uma família,
pois um dos cônjuges acaba se cansando da traição e o divórcio toma-se inevitável.
O outro amor
A Bíblia usa a analogia do adultério para descrever a infidelidade espiritual
para com Cristo. Jesus não somente tem o direito de reclamar nosso primeiro
amor, mas também faz questão de ser o nosso único amor. Vejamos o que o
Senhor tem a dizer sobre os cristãos que o traem:
O conflito
Como saber se você tem outro amor, além de Jesus Cristo? O que você
deve fazer se possui um outro amor? Esta é a pergunta que quero responder
usando um texto de Tiago. O apóstolo vai direto ao ponto: “De onde vêm as
guerras e contendas entre vós? Não vêm disto, dos prazeres que nos vossos
membros guerreiam?” (Tiago 4:1).
Uma das formas pela qual você sabe se está traindo Jesus é quando existe
muita confusão, conflito e tormentas em sua vida. Quando alguém começa a
tentar viver uma “boa vida”, buscando apenas os “prazeres”, descobre que precisa
tornar-se como o mundo para conseguir o que deseja.
Observe a sua casa. Asseguro a você que, onde quer que encontre um
casal em constante conflito, encontrará uma incessante e individualista busca
de prazeres. Num caso assim, o prazer está em levar vantagem em todas as
situações. Quando discutem, cada um quer ganhar a discussão e sair “por cima”.
Ambos querem estar certos e fazer as coisas da sua própria maneira.
Querer levar vantagem é a melhor receita para um conflito, porque o
objetivo da vida dessa pessoa, que está sempre em busca da “vitória”, é agradar
a si mesma. Mas, se você conseguir que o casal concorde que nenhum dos dois
precisa estar numa posição de vantagem, não existirá mais discussão.
Não existirá conflito numa igreja em que ninguém precisa sair como
vencedor. Mas, enquanto alguém sentir necessidade de se sentir em vantagem,
ali existirá conflito. Esta é a maneira como o mundo age.
E assim que uma pessoa se projeta no mundo dos grandes executivos.
Muitos dos que se tomaram executivos de projeção conseguiram isso gerando
conflitos. Eles “puxaram o tapete” de concorrentes e passaram para trás os que
estavam à sua frente. E um mundo onde todos querem devorar uns aos outros.
A solução
Deus nos fala o seguinte: “Não traga esse lixo para o meu reino, porque
não operamos dessa maneira. No meu reino só existe um amor e este sou eu. Se
eu for o único amor do reino, não haverá conflito, porque tudo estará sendo
feito para mim”.
Existem algumas maneiras de solucionar os conflitos rapidamente. A
primeira coisa é identificar o que está errado com você. Se começar por aí, não
sobrará muito tempo para falar sobre o que está errado com a outra pessoa.
A próxima vez em que você e o seu parceiro ou qualquer outra pessoa
entrarem em uma discussão, basta que você diga:
— Sabe de uma coisa, antes de falar sobre o que está errado com você
deixe-me falar como errei em...
Pronto. Você acabou de aniquilar aquela contenda.
Outra maneira é dizer;
— N ão consigo lembrar quem ganhou a nossa última briga mas
provavelmente, é a sua vez de vencer e então você está certo. Vejamos o que
posso fazer para atender à sua reclamação.
O assassinato espiritual
Não creio que Tiago queira dizer que os cristãos vão armados à igreja. O
que ele coloca aqui é a capacidade de destruição que o ser humano tem quando
quer atingir um alvo. Você é capaz de ferir outra pessoa por causa da sua própria
miséria. Pode até matar o caráter de uma pessoa por causa do seu ciúme ou
assassinar o seu casamento por não conseguir viver consigo mesmo.
Jesus referiu-se a uma atitude de ódio que é tão prejudicial quanto um
assassinato e que, muitas vezes, leva a isso (Mateus 5:21,22). Ninguém mata outra
pessoa sem que primeiro houvesse uma atitude errada. A ação pressupõe a atitude.
À maneira do mundo
Tiago está dizendo que, quando você tenta conseguir aquilo que quer à
maneira do mundo e é bloqueado, fica tão bravo que começa a destruir as pessoas.
Conheço maridos e esposas que destroem uns aos outros, usando apenas as suas
línguas.
A Bíblia diz que o problema ocorre quando existe uma lealdade dividida.
Se o marido daquela mulher fosse a “menina de seus olhos”, a razão de sua
existência, em vez de destruí-lo, ela estaria buscando maneiras de fazê-lo feliz e
de resolver os conflitos.
Tiago diz; “Se você quer alguma coisa e sai em busca disso usando as
artimanhas do mundo, nunca estará satisfeito, porque o mundo não deixa que
tenha nada com facilidade e, mesmo que consiga o que quer, o mundo vai
tentar usá-lo de tal maneira que precisará continuar no jogo para manter aquilo
que conseguiu”.
Alguém pode até dizer:
— Mas o que você espera? Vivemos num mundo difícil. Não posso pegar
todos os ensinamentos da Bíblia que aprendi no domingo e usá-los na segunda-
feira. A Palavra foi escrita num outro tempo, numa outra era e para outras pessoas.
Basta pedir
Tiago tem a resposta para isso: “Nada tendes porque não pedis” (Tiago
4:2). Muitas vezes você tem quebrado o seu pescoço e entrado em todo tipo de
conflitos, quando tudo o que precisava fazer era passar algum tempo com o seu
primeiro amor, Jesus Cristo, e pedir a ele o que desejava. Ele lhe daria o que
pediu com prazer e isto também levaria as pressões e as frustrações embora.
O Senhor nos diz: “O meu negócio é dar a você as coisas que são realmente
importantes em sua vida. Porém, você não tem essas coisas porque prefere lutar
por elas, em vez de pedi-las a mim. Bastava pedir, não precisaria ter lutado”.
Imagine o que aconteceria se a próxima vez em que um casal começasse a
discutir por causa de dinheiro o marido dissesse:
— Amor, antes de começarmos a brigar um com o outro, vamos ajoelhar-
nos e pedir ao Senhor. Talvez ele queira cuidar de nossas necessidades sem que
precisemos brigar por causa delas, uma vez que, mesmo depois de uma briga, os
nossos problemas sempre continuam.
Veja o que Jesus Cristo está dizendo: “Quero ser o seu único amor, mas,
enquanto você continuar fazendo o que seu outro amor — o mundo — quer, vou
deixar que ele tome conta de suas necessidades quando você estiver por baixo”.
Conheço um homem que deixou sua esposa e foi viver com a amante.
Ela era bonita, jovem, alegre e tinha um futuro pela 6:ente. Ele já havia “enjoado”
da sua esposa. Ele tinha um bom trabalho, dois carros, uma bela casa e dinheiro
no banco, mas estava cansado de sua esposa.
No entanto, existe uma coisa que ele e os outros homens se esquecem
quando mergulham no adultério. Eles correm o risco de que uma outra pessoa
no futuro venha e roube o seu amor atual Aí eles perdem não somente o seu
primeiro amor, mas também o seu novo amor.
Deus está dizendo: “Não invista todo o seu tempo e energia neste mundo,
invista em seu primeiro amor. Quero que tenhamos um relacionamento de amor
tão grande que tudo o que você precisará fazer é pedir, em vez de lutar e batalhar,
porque esta é a maneira pela qual o mundo consegue o que quer”.
Basta ouvir as histórias de muitos que conseguiram isso. Eles dizem:
— Fiz de tudo para chegar ao topo. Passei por cima de todo mundo e não
deixei que ninguém passasse por cima de mim, pois essa é a única maneira de
chegar às melhores posições.
Contudo, a Bíblia diz que um cristão só consegue chegar ao topo se descer
o mais fundo possível.
A^sVeíeiS\pram os:
f-<^m ldr, dá-me essa casa onde não podes morar. Dá-me esse carro que
Nnactóbo6&<lirigir Dá-me esse dinheiro que não podes gastar. Dá-me essas coisas
vWm^ue eu possa usá-las para mim.
\) Cristo não responde a muitas das nossas orações porque sabe — e nós também
sabemos, se formos honestos —, ^ae nosso amante é «^uemvai receber os benefícios
desta dádiva. Ela será usada e investida no mundo. Por que o Senhor deveria
ajudar alguém a traí-lo? Ele não vai nos ajudar a sustentar nosso amante.
Quando os cristãos entram nas águas do batismo, estão dizendo:
— Comprometo a minha vida ao Senhor Jesus Cristo, como meu Salvador.
Quando eu sair dessa água, vou levantar-me para andar com ele numa nova
vida, totalmente dedicada.
Mas o que acontece? Damos atenção para ele uma ou duas vezes por
semana. Esta é a causa pela qual não recebemos muitas das coisas que almejamos.
Se não as recebemos de Deus, as recebemos do mundo, o que significa trazer os
problemas do mundo junto com o que conseguimos.
Você pode deixar Deus fora de sua vida e se tornar muito rico. Pode deixar
Deus fora de sua vida e se tornar um grande empresário. Mas quero lhe falar uma
coisa: se fizer isso, vai chegar o dia em que Deus não estará disponível para você.
Dois tomando-se um
Tenho problemas quando alguém me convida para ir a algum lugar e diz
que não posso levar minha esposa. Deve haver uma boa razão para que não
possa levar Lois comigo. Se for uma reunião somente para homens, não há
problema. Se for algum tipo de reunião em que não seria apropriada a presença
dela, tudo bem.
Viajo cerca de oito semanas por ano pregando em conferências bíblicas.
Aviso às pessoas que me convidam que, em algumas ocasiões, preciso levar Lois,
do contrário não será possível a minha ida. Digo:
— Se quiserem que eu vá passar algumas semanas com vocês, preciso
levar a minha esposa, porque ela é parte de mim.
Então, se você me disser que não posso levar minha esposa, já me excluiu
também, porque, quando me casei, tornei-me uma só pessoa com ela.
Mais graça
A graça é Deus fazendo por você aquilo que você não pode fazer por
sua própria vida. Eu lhe garanto: basta continuar vivo e você passará por
situações nas quais necessitará de Deus para fazer aquilo que não pode fazer
por si próprio.
Neste momento pode ser que você tenha dinheiro para pagar suas contas.
N a atual fase de sua vida tudo pode parecer estar indo bem e a sua traição a Jesus
Cristo pode parecer sem conseqüências. Porém, todo mundo já viu na televisão
o que acontece com o homem que tem uma relação extraconjugal.
O que pode ocorrer? Chega uma hora em que as duas mulheres estão no
mesmo lugar, na mesma hora e ele fica louco tentando esconder-se e procurando
tirar uma delas daquele local. Por quê? Ele sabe que, se uma delas descobrir a
existência da outra, estará perdido. Ambas vão odiá-lo e vão acabar por
abandoná-lo. Todo traidor, na verdade, é um perdedor!
Há momentos na vida em que você enfrenta situações das quais só Deus
pode livrá-lo. Não estou afirmando que ele irá ajudá-lo sempre. Neste caso,
você deve ser responsável pelas conseqüências. Porém, sempre precisamos de
uma “graça maior”. Se o seu relacionamento com Cristo não estiver correto,
esta graça maior poderá estar ausente. Você vai querer que Cristo esteja lá, mas
ele dirá: “Não vou estar com você enquanto estiver me traindo”.
O versículo 6 diz que, se você for orgulhoso, Deus vai trabalhar contra
você. O que significa ser orgulhoso? Algumas pessoas pensam que são “o máximo”.
Elas têm uma atitude de arrogância porque pensam que o mundo precisa delas.
Deus diz: “Muito bem, uma vez que o mundo precisa de você, não vou
trabalhar a seu favor; então verá como você se sai quando eu não o ajudo,
quando viro as costas e me oponho a você”.
Não importa quem você seja, vai chegar uma hora em que vai precisar de
uma “graça maior”. Você vai precisar de Deus para fazer algo que não pode fazer
por si mesmo. Se ele vai ou não fazê-lo será determinado pela fidelidade de seu
relacionamento de amor com Jesus Cristo.
A submissão a Deus
Então a pergunta é: como é que podemos ter certeza de que estamos numa
posição na qual Deus pode dar-nos a sua graça? O versículo 7 nos responde:
“Sujeitai-vos, pois, a Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”.
Existem dois lados nesta moeda: a submissão a Deus e a resistência ao
diabo. A submissão é um termo militar que significa que você deve viver de
acordo com a patente apropriada. Um soldado raso não dita o que um general
deve fazer. Você deve colocar-se no lugar que a sua patente permite. Você deve
posicionar-se sob os mandamentos de Deus. Ele está dizendo: “Aqui eu sou o
chefe. Marche!”. A submissão a Deus significa que preciso colocar-me sob a
autoridade divina. E como se eu dissesse:
— Senhor, o que queres que faça, eu o farei. Não importa o que os outros
me mandem fazer, vou descobrir o que tu queres e assim o farei.
Resistir ao diabo simplesmente significa dizer “não” a ele. Sabemos que
ele não vai simplesmente sentar e ficar olhando você submetendo-se a Deus.
Satanás não vai dizer: “Desculpe-me; você se submeteu a Deus e acho que é
melhor deixá-lo em paz”. De jeito nenhum. Quanto mais você se submete, mais
o diabo tentará destruí-lo.
Mas Tiago está dizendo que chega um momento em que até mesmo o
diabo corre de você. Muitas pessoas dizem:
— Estou tentando tirar o diabo das minhas costas, mas ele não me deixa
em paz!
Se o diabo o está perturbando tanto assim, você pode ter um problema
espiritual, porque Jesus disse: “Se você for submisso a mim e o diabo está em
cima de você, vai chegar a hora em que vou retirá-lo das suas costas. Eu vou
permitir que o diabo o teste e o tente. Mas, quando você se submete a mim e
permanece em mim, vou dizer a ele que se retire”.
Nenhum cristão quer resistir a Deus. E muito difícil quando Deus está
contra nós porque ninguém pode detê-lo. Ele resiste a nós, nos segura e nos
mantém numa posição inferior. Declaramos guerra contra Deus quando vivemos
para agradar a nós mesmos.
Chegai-vos a Deus
Não queremos que isso aconteça, então como podemos nos submeter ao
Senhor? “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós” (v. 8). Tiago está se referindo
a um relacionamento. Muitos homens reclamam sobre o que falta em suas esposas.
Eles geralmente dizem:
— Faltam muitas qualidades à minha esposa. Ela não consegue fazer certas
coisas. Ela não possui certas virtudes e não faz nada direito.
Então ele sai por aí e arruma um caso. Recebe uma atenção especial dessa
outra mulher e se desmancha em atenções especiais. Todas as vezes que a vê, ele
a leva a um lugar especial. Eles vão aos melhores restaurantes e tomam os melhores
vinhos. Estão sempre juntos. A resposta da amante para estas atitudes é a seguinte:
— Você é maravilhoso!
Mas volte para casa e verifique o que está acontecendo com a esposa.
Quando foi a última vez que ele a tratou da maneira como está tratando a sua
amante? O que esse homem tolo precisa entender é que a sua mulher pode ter
uma resposta semelhante à da amante, basta que ele a trate da mesma maneira.
Ele não pode afastar-se da esposa que começa a reclamar porque, quanto mais
longe ele fica, pior ela o trata. Ele não está fazendo nenhum esforço para se
aproximar de sua mulher.
Porém, quanto mais perto ele chega, mais a esposa se aproxima dele, porque
a maioria das mulheres é sensível a certos tipos de estímulos. Então ele não
precisa afastar-se dela. Ao contrário, deve aproximar-se de sua esposa.
E isso que Jesus Cristo está dizendo: “Não sou eu que está tendo um caso.
Aproxime-se de mim e eu responderei da maneira certa. Achegue-se a mim e eu
me achegarei a você”.
O SEGREDO DA INTIMIDADE
Como é que você se aproxima ou se achega? A resposta para isto está no
versículo 8: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Lavai as mãos, pecadores,
e vós de duplo ânimo, purificai os corações”.
Tiago quis dizer: acerte a sua vida. Você não pode continuar fazendo as
coisas da maneira que fazia antes e esperar que Deus o abençoe. Não existe
ninguém de mais “duplo ânimo”, ou seja, mais em cima do muro, do que aquele
que trai. Ele nunca sabe em que lado da cerca deve ficar. Está com um pé no
reino e outro no mundo. Está sempre tentando manter os seus dois amores
felizes e em harmonia, mas isso é simplesmente impossível.
Lavai as mãos
O que alguém que está em cima do muro e traindo a Deus necessita fala
para o Senhor?
— Estou limpando as minhas mãos deste caso de traição com o mundo e
agora irei caminhar sob a sua direção.
É isso que Deus quer!
Alguns crentes estão felizes porque, por enquanto, as coisas estão
caminhando bem. Ele estão rindo de tudo, têm dinheiro no banco, uma boa
casa e um bom carro. E tão bom ser crente. Deus é tão bom. Mas, mesmo assim,
ele têm traído a Deus de segunda a sábado.
Alguns maridos não reclamam de suas esposas. Eles proclamam em alta
voz:
— Minha esposa é maravilhosa!
No entanto, ainda as traem. E assim que agem muitos crentes. Eles saem
por aí com um sorriso, dizendo:
— Meu Deus é tão bom!
Mas, mesmo assim, estão tendo outro amor fora da igreja.
h I esus deve ser o seu único e suficiente amor. As sugestões a seguir fora
desenvolvidas para ajudá-lo a ter esse sentimento por Ele:
2. Será que o seu coração está dividido entre o Senhor e o mundo? Somente
você pode responder. Assim que possível, fique a sós com Deus e leia Tiago
4:1-10. Peça ao Espírito Santo para lhe mostrar como está o seu relacionamento
amoroso com o Senhor.
PENSANDO COM
UMA MENTE RENOVADA
O andar
Na Bíblia a palavra andar é usada para designar o curso de uma pessoa, seu
estilo e sua orientação de vida. O símbolo do andar é usado porque a forma
como uma pessoa anda determina o curso que ela segue.
Quando você anda, coloca um pé à frente do outro, para que possa
progredir em direção a um destino em particular. O andar é o meio pelo qual
você sai do ponto A e chega ao ponto B. O processo não é instantâneo, mas,
sim, progressivo. Você não chega ao ponto para o qual está indo em um só passo
gigante, mas andando passo a passo.
O ato de andar foi usado na doutrina de Paulo para explicar o processo de
sair de onde se está para onde se deve ir. A vida cristã não é um passeio de
avião, é uma caminhada. Não se atinge a maturidade espiritual “a jato”. Você
anda em direção à maturidade dando um passo de cada vez.
Tive a oportunidade de participar de um culto onde as pessoas perguntavam
umas às outras:
— Como está a sua caminhada?
Quando estão perguntando isto, elas não estão querendo saber se quando
você dá um passo percorre 50 ou 60 centímetros. Estão querendo saber: “Qual
é o seu estilo de vida? Você está vivendo uma vida coerente com o seu chamado
em Cristo? A direção de sua vida está de acordo com o que você é?”.
Vaidade do pensamento
De volta ao versículo 17, descobrimos por que Paulo está dizendo que
não devemos imitar os gentios, ou seja, os não-crentes. Eles têm um problema
em suas mentes e andam “na vaidade do seu pensamento”.
Os não-crentes também andam. O problema é que, quando caminham,
não têm para onde ir. A idéia de vaidade remete a algo fiítil, vazio ou sem propósito.
Os não-crentes estão em constante movimento, mas não chegam a lugar
nenhum. As suas atividades podem até produzir dinheiro, poder e prestígio,
mas, no final das contas, nada disso tem um propósito de valor.
Por quê? Porque essas coisas foram produzidas por uma mente vaidosa. O
problema com os não-crentes é que a mente deles não foi instruída pelo Doador
da Vida. Sendo assim, a não ser que o não-crente chegue a Cristo, nunca poderá
descobrir o significado da vida. O não-crente constantemente tenta achar a sua
razão para viver e busca descobrir várias formas para satisfazer a sua sede de
propósito e de significado, mas nunca consegue achá-las.
Há pouco tempo vi algo interessante na televisão. As principais redes de
TV americanas estão atualmente direcionando a sua programação de horário nobre
para as pessoas com cerca de vinte anos de idade. Os produtores crêem que, se
conseguirem a audiência dos jovens, também vão ter a audiência dos adultos.
Quando as pessoas se sentam na frente da televisão, desligam as suas mentes.
Quantas vezes já ligou a televisão porque queria desligar a sua mente? Esta
é uma das razões pela qual a televisão é tão influente. Ela tem acesso a mentes
vazias. Então os anunciantes enchem as cabeças vazias com todos os tipos de
idéias e é por isso que você estoura o limite de seus cartões todos os meses. Os
produtores de televisão pegam você justamente quando a sua mente está suscetível.
Suponha que você esteja na lanchonete de uma rodoviária comendo e,
de repente, escute no alto-falante: “O ônibus para tal lugar está saindo agora”.
Você acabou de ouvir alguém anuiiciando que seu ônibus está saindo. Aí você
deixa o seu lanche de lado, porque não foi à rodoviária para se alimentar, mas|
sim, para embarcar no ônibus.
Você pode até ir se alimentar na rodoviária, mas o propósito de estar nã
rodoviária é pegar um ônibus. Você não pede para o motorista que ele esperei
você terminar o seu lanche. Não discute com ele porque só comeu a metade dê'
seu sanduíche. Por quê? Porque você entende o motivo de estar numa rodoviária.
Paulo está dizendo que na mente dos não-crentes o propósito de ir ã
rodoviária é só para ver os ônibus. Eles vão até lá e ficam andando de um lugar
para o outro, sem ter onde ir.
Eles compram refrigerante e vão até a banca de jornal. Ficam por ali
esperando que alguma coisa aconteça. Isto acontece porque eles ainda nãâ
entenderam a verdadeira função da rodoviária. i
Nós entendemos que a razão de termos a mente de Cristo é para quê
possamos viver a vida dele e sob o seu controle. Então estamos prontos para
deixar de lado o nosso lanche e entrar no ônibus. Os não-crentes ficam satisfeitoà
só em tomar o lanche, porque não entendem o propósito de ir à rodoviária.
Deus está-nos chamando para que nos libertemos de uma mente como á
dos gentios, porque ela se caracteriza pela futilidade e pela vaidade.
Entenebrecidos no entendimento
Ainda existem mais razões para não pensarmos como as pessoas cujas
mentes não foram transformadas. Paulo nos dá os motivos em Efésios 4:18-19:
A ignorância inata
A ignorância inata dos não-crentes se refere ao fato de que eles nasceram
separados da vida de Deus e sem a capacidade de recriar a vida divina dentro de si
mesmos. Eles vêm ao mundo com a natureza de Adão, a qual automaticamente
remove deles a vida de Deus. Por isso a ignorância espiritual é natural para os não-
crentes. Eles são nascidos do pecado e foram formados na iniqüidade, mas essa é
somente a metade da história. A outra metade é que eles possuem corações duros.
Corações duros
A palavra duro significa “calejado”. Ela quer dizer que uma couraça foi
formada sobre a pele macia. E por isso que você tenta ganhar as crianças para
Cristo logo em seus primeiros anos de vida, antes que o pecado as endureça e
seja necessário atravessar toda aquela calosidade para alcançá-las.
A Bíblia deixa claro que o problema com os não-crentes não é que eles
simplesmente nasceram assim. Eles escolheram ter corações duros.
Existe alguma criança com o coração duro? O que é ter um coração duro?
E uma recusa em fazer o que alguém sabe que é certo. O comediante Bill Cosby
disse: “Acho que as crianças têm algum tipo de defeito cerebral, porque quando
dizemos para elas fazerem alguma coisa, não fazem. Depois, quando perguntamos
a elas porque não fizeram aquilo que mandamos, elas respondem: ‘Não sei’. Isso
pra mim soa como insanidade”.
E exatamente o que as pessoas têm-se tornado espiritualmente. Um
#s
exemplo clássico de coração duro é quando o Faraó se recusou a permitir que os
israelitas saíssem do Egito, mesmo depois de todos os milagres que Moisés realizou.
Paulo escreveu em Romanos 9:17,18 que Deus endureceu o coração do Faraó.
Ao ler o texto de Êxodo 4-14, você descobrirá algo muito interessante.
Encontrará dez vezes que Deus endureceu o coração do Faraó e mais dez vezes
que o Faraó endureceu seu próprio coração.
N a primeira referência que fala sobre endurecimento (4:21), vemos Deus
falando que ele endureceria o coração do Faraó. Isto se refere à soberania de
Deus, a que Paulo está-se referindo no capítulo 9 de Romanos.
Não deixe de notar, porém, que o Faraó endureceu seu próprio coração e
foi responsabilizado por isso. Em várias ocasiões o Faraó iniciou o processo de
endurecimento e Deus apenas o terminou.
N a verdade. Deus falou ao Faraó; “Já que você está determinado a ter um
coração duro, vou dizer-lhe o que farei. Vou terminar o que começou. Já que
quer um coração duro, farei com que ele seja como granito. Farei com que ele
fique o mais duro possível e aí você saberá quem é Deus no Egito”.
Mesmo que as pessoas nasçam em ignorância, um coração duro é algo que
escolhem ter. Elas escolhem que não vão querer a presença de Deus em suas
vidas e se tornam calejadas em relação a Ele.
Se começarmos a pensar como os não-crentes, não estaremos somente
absorvendo o seu estilo de vida, mas também simulando a sua decisão de dizer a
Deus: “Deixe-me em paz!”.
O inferno é a resposta para os desejos dos pecadores. O pecador diz:
— Deus, deixe-me em paz. Não quero a sua vida, o seu Filho, o seu céu
Vou coiTistruir o meu próprio futuro, determinar a minha existência e ser o capitão
do meu barco. Serei mestre do meu próprio destino.
Então o que Deus faz por toda a eternidade é dar aos pecadores o que eles
querem, deixando-os sozinhos para sempre.
Os ímpios desenvolveram uma forma de andar pela qual “tendo-se tomado
insensíveis, entregaram-se à dissolução para, com avidez, cometerem toda a sorte de
impureza” (Efésios 4:19). Eles estão comprometidos com a satisfação da came, em
vez de procurarem glorificar a Deus. Você sabe se está andando com os gentios
quando é mais importante para você gratificar a sua came do que glorificar a Deus.
:A mente de Cristo
Quando Paulo lembra aos efésios que aprenderam a verdade sobre Cristo,
refere-se a duas coisas: o fato de que receberam a mente de Cristo após a sua
conversão e de que ele, Paulo, os ensinou por dois anos. No aprendizado deles
não constava nada sobre “como andar como os gentios”.
Qualquer crente que tenta viver como um não-crente torna-se um
.esquizofrênico espiritual. Ele está tentando fazer com que a mente de Cristo opere
^ o contexto do mundo. O resultado é uma divisão de personalidades, porque a
mente de Cristo nos ensina que agora estamos andando somente para agradá-lo.
Certo dia, alguém me deu instruções de como chegar num certo lugar,
mas me perdi e comecei a dirigir na estrada errada. Acabei chegando na terra
onde “o vento faz a curva”. Finalmente, consegui ligar para a pessoa que me deu
as instruções e disse onde estava. Ele respondeu:
— Fale-me o que você escreveu sobre o caminho que ensinei.
: Li então para ele o que havia escrito.
Depois de rir um pouco, ele disse:
— Você não prestou atenção ao que eu lhe disse. Você me perguntou
como chegar lá, mas pegou as minhas instruções e fez aquilo que quis com elas!
Você já fez isso antes? Alguém lhe dá informação de como chegar a um
lugar e você diz:
— Ah! Eu sei chegar lá mais rápido!
Aí você faz o seu caminho e acaba se perdendo.
, Certa vez comprei uma bicicleta e quis montá-la sozinJhio, sem ler as instruções.
Pensei que podia fazer aquilo em menos de duas horas e, se seguisse as instruções, iria
levar muito tempo. Dez horas depois ainda estava tirando as rodas da caixa.
Paulo está dizendo: “Ao andar como os gentios andam, você acabará
como eles acabam; perdido e sem propósito”.
A verdade em Cristo
Paulo continua no versículo 21 do capítulo 4 de Efésios; “se é que o
ouvistes, e nele fostes ensinados, conforme é a verdade em Jesus”. Em João 14:6,
Jesus disse que ele é a verdade. Esta é uma declaração importante, pois tem
essência e não apenas ação. Podemos dizer a verdade agora, mas, se não estivermos
andando no Espírito, o que dissermos daqui a uma hora pode não ser verdadeiro.
Estamos na came e não somos a verdade. Isso, contudo, não acontece
com Jesus. Ele não somente fala a verdade. Ele é a verdade, então qualquer
coisa que disser será a verdade. A razão de estudarmos a Bíblia é que ela é a
verdade de Deus. O que aprendemos sobre Jesus em sua Palavra é “a verdade”.
O Senhor está dizendo em João 14:6 que você pode embasar o seu andar
naquilo que aprende dele. Paulo repete esta mesma verdade em Efésios 4:21:
“Você pode fundamentar o seu andar naquilo que aprende de Cristo, para que
não ande como os gentios andam. Se você andar como os gentios, assim como
eles, não chegará a lugar nenhum”.
Tirar e pôr
Como é que fazemos isso? Os próximos versículos respondem:
Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se
corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do
vosso entendimento; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é
criado em verdadeira justiça e santidade (Efésios 4:22-24).
Quandavocê é salvo, Jesus vem e quebra as algemas do “velho homem”
e diz: “Pode ir, está livre”. Muitos de nós, entretanto, nos acostumamos tanto
com a velha vida que não estamos totalmente certos de que viver o novo homem
vai ser melhor do que manter o velho “eu”. O simbolismo que Paulo usa em
Efésios 4:22-24 se refere a tirar e vestir roupas. Este ato tinha muito mais
importância naqueles dias tempo do que hoje, que trocamos de roupa toda hora.
Nos dias de Paulo, ter uma roupa nova era algo muito importante. O cidadão
romano mediano só tinha dinheiro para comprar cerca de duas trocas de roupa.
Se fosse um escravo, poderia ter somente duas mudas de roupa em toda a sua vida.
Quando uma pessoa do primeiro século tinha uma roupa nova, tirava a
velha imediatamente e colocava a nova porque as roupas usadas estavam
totalmente desgastadas de tanto serem vestidas e lavadas. Estavam manchadas,
rasgadas e desbotadas. As novas roupas eram limpas e puras.
As velhas roupas eram uma lembrança dos anos difíceis e desgastados que
aquelas pessoas viveram. Colocar roupas novas era como começar uma nova
etapa. Quando Jesus o encontrou, deu a você um novo período de vida. Vestiu
você com roupas finas e novas e pôs em você um novo ser.
Deixando o casulo
Pense no processo de transformação de uma lagarta em borboleta. Vemos
a lagarta fazendo o seu casulo e sabemos que dentro dele ela está-se
desenvolvendo em algo que será belo, formoso e colorido.
Qual a beleza por trás de tudo isto? Dentro daquele casulo está-se
desenvolvendo algo que pode voar. Você já viu uma lagarta andando por aí?
Ela possui muitas pernas, mas, mesmo assim, é mais lenta do que uma formiga. A
lagarta se parece com muitas pessoas que conhecemos.
E assim que éramos. Lagartas tentando chegar a algum lugar. Um dia
encontramos Jesus, o Espírito Santo teceu um casulo ao nosso redor e começou
a nos pintar com belas cores, deu-nos asas e disse: “Voe!”.
Mas muitos de nós respondem:
— O que vai acontecer com este casulo?
Este casulo não possui importância nenhuma porque já serviu ao seu
propósito. Agora podemos voar!
Você ainda diz:
— Nunca voei antes. Não sei como fazê-lo.
O que você precisa ouvir é o seguinte: “Você não está entendendo. Tudo
o que tem a fazer é sair do casulo e aí você irá voar. Não é necessário que tente
voar. Basta sair do casulo. Se fizer isto, voará!”. Por quê? Porque as borboletas
são feitas para voar. Uma borboleta nasceu para ser borboleta.
Mas, enquanto a borboleta estiver ligada ao seu velho casulo, enquanto
possuir uma mentalidade de lagarta, nunca irá voar, mesmo que tudo de que
precise para isso já lhe tenha sido dado pela natureza.
Se você não está voando em sua vida cristã, talvez seja porque está muito
acostumado com o seu velho casulo. Está tão à vontade em seu casulo que diz:
— Não consigo voar. Não consigo quebrar estes hábitos. Entendo o que
está dizendo, mas não consigo aplicar isto a minha vida.
Isto acontece porque você está olhando para quem era antes do casulo e
não para quem é agora que está em Cristo. Se você pensa que é uma lagarta, não
vai voar. As lagartas não foram feitas para voar.
Mas se olhar para quem você é em Cristo, não existe razão para que não
possa voar. Olhe no espelho e verá suas asas. Os crentes nunca devem dizer:
“Não consigo”, quando Deus diz: “Você pode!”.
Pensando biblicamente
Pode parecer que estou falando sobre o poder do pensamento positivo.
mas não estou. Estou discursando sobre o poder do pensamento bíblico, O poder
dele é: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Note
que não são todas as coisas e ponto. São “todas as coisas” por meio de Cristo.
O que o Senhor tem que ver com isto? Ele é quem bate as minhas asas
me dá forças. Cristo é aquele que me dá forças para deixar o casulo. Basta que eu
saia do casulo e já posso voar. Qualquer que seja o hábito, qualquer que seja a
dificuldade, qualquer que seja o problema, você poderá dizer: “Em Cristo eu
consigo”, se Deus realmente está dizendo que pode. Se vamos voltar ao nosso
primeiro amor e colocar Jesus Cristo em seu devido lugar, precisamos pensar
com a nova mente que Ele nos deu.
LIGADO E PROGRAMADO
Uma das coisas mais incríveis sobre os computadores é a forma rápida
como eles resgatam uma informação. A “mente” do computador foi programada
para que possa selecionar entre milhares de informações e mostrar exatamente a
informação de que você precisa.
Ao recebermos a mente de Cristo, Deus nos permitiu acesso ao seu “banco
de dados”, de forma que podemos resgatar as informações de sua mente para
enfrentar as nossas situações terrenas. Assim, podemos saber num determinado
momento o que Deus já decretou na eternidade.
Mas o computador somente funciona se estiver apropriadamente ligado e
programado. Um computador que esteja programado, mas que não esteja ligado,
não funciona. Da mesma forma, um computador ligado mas sem programas
instalados, também não funciona corretamente.
Basta que a porta da igreja seja aberta para que alguns cristãos sejam os
primeiros a chegar. Eles sabem as Escrituras de cor, fazem anotações durante os
sermões e têm suas Bíblias muito marcadas. Mas, de alguma forma, ainda estão
andando como os gentios andam. Há um problema com a sua conexão. Eles
precisam ser efetivamente ligados na fonte de energia. Alguns cristãos estão sempre
gritando:
— Louvado seja Deus! Obrigado, Jesus!
Eles parecem estar totalmente ligados, mas têm um problema na sua
programação, porque todas as vezes que um problema aparece, eles se desesperam
e perguntam:
— Ai, meu Deus! O que vou fazer agora?
A resposta para estes problemas é estar devidamente ligado e programado.
Estar programado significa aprender a Palavra de Deus para ter os dados divinos
armazenados e prontos para serem resgatados a qualquer momento. Estar ligado
significa estar na dependência do Espírito Santo para que a ligação esteja bem
estabelecida entre você e o céu.
Se você está programado e ligado, todos os dados necessários para viver a
vida cristã neste mundo estão disponíveis para você. A mente de Cristo está
trabalhando a seu favor. Resgate informações dela e pense com ela.
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
1 recisamos tirar a nossa velha vida, dizer "não” a ela e aplicar a mente do
Senhor. Assim, diremos “sim" a esta vida, reconhecendo quem somos em Cristo: novas
criaturas. Se porventura você está andando como os gentios andam, lembre-se de
quem é e aja em conformidade. As sugestões a seguir vão ajudá-lo:
1. Se pensar com a mente de Cristo, deverá dizer “não” para muitas de suas
atividades, até mesmo para algumas que parecem inofensivas. Desta forma você
poderá dizer “sim” para a sua nova vida. Pratique agora mesmo: diga “não”
para peh menos uma atividade que possa parecer interessante, mas que não o
ajuda a crescer na maturidade cristã.
2. Já que a sua mente absorve qualquer coisa a que é exposta, você também
deve lidar com qualquer influência negativa que apossa estar afetando. Algumas
delas são bemfáceis de ser trabalhadas: desligue a televisão, feche a revista, pare
de ir àquele lugar. Evitar as pessoas que atrapalham o seu crescimento espiritual
pode ser um pouco mais dificil, mas, se sabe que Deus quer que você se livre de
influências espirituais negativas, peça a Ele que lhe mostre o seu “escape” (1
Coríntios 10:13).
3. Várias pessoas têm medo de ficar a sós e quietas, porque não aprenderam a
pensar e meditar nas coisas importantes. Parte do desenvolvimento de sua nova
mente envolve passar um tempo a sós com Deus, para que Ele possa comunicar
os planos que tem para você. Encontre algum tempo em que possa estar sozinho
e quieto na presença do Senhor. Ouça a voz mansa e suave do Espírito.
4. Como um lembrete visível de que tirou a velha vida e pôs a nova, encontre a
roupa mais velha, mais desbotada e mais desgastada que possui e coloque-a
num local onde possa vê-la todos os dias. Faça isso por algum tempo. Todas as
vezes que olhar para ela, agradeça a Deus por sua nova mente!
-pratica a s p rim eiras obras
CAPITULO
16
PRIORIZANDO 0
REINO DE DEUS
w e alguém for realmente o seu primeiro amor, você vai acabar valorizando
tudo o que aquela pessoa valoriza.
A coisa mais importante para Jesus é o reino de Deus. Enquanto esteve
na terra, Jesus desenvolveu um prograrna que estava sendo dispensado do céu.
Suas atividades tinham propósitos eternos.
O ministério dele na terra era construir o reino do Pai. Ele espera que nós,
cristãos, também façamos do reino a maior prioridade de nossas vidas. Se essa
não for a sua prioridade, você vai descobrir que a sua vida não será aquilo que
Deus planejou que ela fosse.
Jesus era uma pessoa prática. Ele viveu num mundo real, com pessoas
como eu e você. Queria fazer propostas reais e usava ilustrações do cotidiano
das pessoas. Em relação às nossas prioridades, o Senhor usou uma ilustração
para nos mostrar como devemos administrar os nossos recursos.
Jesus o fez não porque o dinheiro ou bens materiais fossem suas principais
preocupações, mas, sim, porque as atitudes das pessoas em relação às suas posses
são um termômetro confiável da condição espiritual delas.
O Senhor sabia que as finanças eram um tema comum a todos, e seria
fácil entender sua lição sobre prioridades. Abramos as nossas mentes e corações
para que Ele possa nos ensinar.
FAZENDO INVESTIMENTOS NO REINO
Jesus disse; “Não ajunteis tesouros na terra” (Mateus 6; 19). As palavras
ajunteis e tesouro possuem a mesma raiz. Então Jesus está dizendo; “Vocês não
devem entesourar tesouros”. O que Ele está querendo dizer? Será que devo
encerrar minha caderneta de poupança? Será que Ele está dizendo que não
devo investir meu dinheiro a fim de ter uma reserva para as horas de necessidade?
Jesus não diz isso porque a Bíblia elogia quem faz economia. O livro de
Provérbios está repleto de versículos que exaltam a sabedoria de se guardar parte
da renda para uso futuro (Provérbios 6;6-l 1).
A prioridade errada
O que Jesus está querendo dizer se resume à seguinte expressão; “na terra”.
A preocupação dele não é que você poupe o seu dinheiro, mas, sim, a razão de
você estar guardando dinheiro. Ele se preocupa se você está apenas estocando
coisas terrenas, em vez de armazenar coisas celestiais. Os crentes podem tornar-
se confusos em suas prioridades e acabar passando todo o tempo acumulando
coisas para si mesmos, não fazendo nada para o reino de JDeus.
Alguns de nós têm grandes contas no banco, mas a nossa conta espiritual
está cheia de cheques devolvidos, porque o que acumulamos é para nós mesmos.
Estas coisas possuem pouco valor na eternidade.
A pergunta a ser feita sobre a administração de seu dinheiro e de suas
propriedades é; como o reino de Deus está sendo beneficiado com isto? Se o reino
não está sendo beneficiado pela sua renda, seus investimentos, sua casa ou qualquer
outra coisa que tenha, então você está acumulando coisas somente para si próprio.
De acordo com Jesus, existe um grande problema com esse tipo de acúmulo.
Ele recomenda não colocar os seus recursos “onde a traça e a ferrugem destroem
e onde os ladrões arrombam e roubam” (Mateus 6; 19). Quando você não faz do
reino de Deus a sua prioridade, está investindo em algo que tem vida curta.
Nos dias de Jesus, as traças e a ferrugem eram um problema sério, porque
eles não possuíam os meios de armazenamento que temos hoje. Você se lembra
das roupas de que falei no capítulo anterior? As pessoas daqueles dias poderiam
ter somente três ou quatro mudas de roupa durante toda a vida.
Os cidadãos que eram relativamente ricos podiam comprar roupas de lã.
O único problema é que estas roupas eram bastante suscetíveis às traças. Naqueles
dias não havia naftalina ou guarda-roupas para evitar que as traças fizessem
buracos em suas vestes.
Mesmo que uma pessoa gastasse muito dinheiro numa roupa, não teria
um valor a longo prazo, porque logo ela seria consumida pelas traças. A mesma
coisa acontece no reino espiritual. Qualquer coisa que você não possa mensurar
em termos de eternidade, será perdida. Tudo o que acumular para si mesmo não
terá um valor eterno.
A prioridade certa
Se acumular coisas para nós mesmos é uma prioridade errada, então qual
é a prioridade correta? Jesus nos dá a resposta nos versículos 20 e 21:
Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem destroem e
onde os ladrões não arrombam nem roubam. Pois onde estiver o vosso
tesouro, aí estará também o vosso coração.
O Senhor está falando que o seu coração segue o seu tesouro. Se você está
investindo nas bolsas de valores, por exemplo, provavelmente lê religiosamente
o caderno econômico do seu jornal, porque onde está o seu investimento, lá
está o seu coração.
E por isso que Jesus quer que você invista no reino de Deus. Agindo
assim, você não terá nenhuma dificuldade em fazer dele o seu primeiro amor,
porque o seu coração já estará nele.
Não estou dizendo que existe alguma coisa errada em investir na bolsa ou
em 1er o caderna econômico do jornal. O importante é saber qual deve ser a sua
prioridade.
Jesus está explicando que, quando você vive para si mesmo — e o assunto
aqui não é dinheiro, o dinheiro é apenas um pretexto — e está preocupado
somente com os seus negócios e com a sua agenda, e não com o reino de Deus
e com a agenda dele, os seus investimentos não duram muito.
Ele não está apenas preocupado com o tempo, mas também com a
localização. Deixe-me explicar melhor. Jesus não está dizendo: “Acumulem
tesouros no céu agora para que possam ter um tesouro ao chegar lá”. Este enfoque
diz respeito ao tempo: viva agora e vá para o céu mais tarde.
N a verdade, ele está preocupado a respeito de onde o seu tesouro está
localizado, não somente quando vai coletá-lo. Alguns cristãos dizem:
— Vou viver para mim agora, e vou viver para Deus quando chegar n
eternidade.
Não faça isso, Jesus deseja que você viva para o céu agora. Ele quer que o
reino seja a sua prioridade agora, de tal forma que o seu tempo, talento ou
tesouro sejam medidos por seu valor eterno.
A obediência
Quando Jesus nos estimula a orar para que a vontade de Deus seja feita na
terra como ela é feita no céu, é exatamente assim que devemos orar, e também o que
devemos tentar fazer. O Senhor não está apenas nos dando uma sugestão; Ele está
nos dando um mandamento. Para os crentes, a obediência não é algo opcional.
Deus tem nos dado muitas razões para que lhe obedeçamos. Ele tem sido
incrivelmente bom para conosco. Este é o tema do capítulo 6 de Mateus, a sua
graça concedendo-nos as coisas que necessitamos, quando o amamos e o
colocamos em primeiro lugar.
Também devemos obedecer a Deus porque os mandamentos dele não são
um fardo. Quando Ele nos manda fazer alguma coisa, este mandamento é para
nos beneficiar, não para o nosso sacrifi^cio. Para ser obediente é preciso ter fé.
Devemos acreditar que Deus tem o maior interesse no nosso coração, quando
manda que façamos algo, especialmente quando é alguma coisa que não nos agrada.
E difícil para os meus filhos entenderem que tenho as melhores intenções
no meu coração quando mando que façam algo. Para eles, se eu realmente os
amasse, não lhes pediria que fizessem determinadas coisas. Então digo a eles:
— Confiem em mim. Quando chegar a hora, vocês verão o meu bom
propósito fiancionando na vida de vocês.
Este é o objetivo da obediência: ver o plano de Deus funcionando em sua
experiência. Você não consegue ver isto acontecendo quando faz a sua própria
vontade. Jesus disse que veio para fazer a vontade de seu Pai, e não a sua própria
vontade Goão 6:38). Um pouco mais à frente, disse que o Pai estava sempre
com Ele, porque Ele sempre agradava ao Pai Goão 8:29).
A forma de se aproximar de Deus é por meio da obediência. Não é pela
freqüência à igreja (apesar de isto fazer parte da obediência), nem pelas pequenas
tradições religiosas que cumprimos todas as semanas. Somente a obediência nos
achega a Deus. Se você quer ir em busca das coisas materiais que Jesus menciona
no capítulo 6 de Mateus, saiba que isto vai custar-lhe muito. Você não gozará
da presença íntima de Deus em sua vida.
Uma ilustração
Jesus explicou isso usando o olho humano:
A lâmpada do corpo são os olhos. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo
terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas.
Portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes são essas trevas! (Mateus
6:22-23).
Quando a luz entra pelos seus olhos, eles a focalizam e, como resultado
disso, você pode enxergar. Por meio da faculdade da visão, você pode ir para onde
desejar e fazer o que precisa fazer, sem necessitar de nenhuma assistência especial.
Mas, se os seus olhos se escurecerem, você terá sérios problemas. Eu me
lembro de uma vez em que estava tomando banho e deixei cair sabonete nos
olhos. Tentei achar a toalha, mas não consegui. Desorientado, virei-me e bati a
boca na saboneteira de metal. O sangue começou a correr. Ao tentar sair do
boxe, bati a testa na esquadria. Depois disso, pisei no sabonete e me espatifei no
chão. Parece cena de comédia, mas foi sério.
Jesus está querendo dizer que, quando você não consegue enxergar, tudo
se toma complicado. Quando você perde a perspectiva do reino por ter perdido
a sua visão espiritual, o resultado não é somente não enxergar as coisas sob a
perspectiva correta. O restante da sua vida se torna problemático, e você não
consegue administrar nada de maneira apropriada.
Quando a sua visão espiritual vai embora, o restante do seu corpo se torna
escuro. Muitos cristãos estão nas trevas porque não estão olhando para a vida
sob a perspectiva do reino de Deus.
As escolhas
Muitas pessoas não têm tempo para os planos de Deus. Têm tempo para
falar ao telefone, mas não conseguem compartilhar a sua fé. Podem assistir à
televisão, mas não podem ler a Palavra. Não conseguem enxergar o reino de
Deus, mas sabem exatamente o que acontece em seu mundo particular. Então
Jesus conclui em Mateus 6:24:
Ninguém pode servir a dois senhores. Ou há de odiar a um e amar o outro,
ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às
riquezas.
Ninguém pode servir a dois chefes de diferentes empresas. Você deve
obedecer a um ou a outro.
Uma escolha deve ser feita. Jesus não disse que você não podia ter dinheiro.
Ele disse que você não pode servir ao dinheiro. O que significa isso? Significa
que o dinheiro determina o que você faz, tornando-se o seu patrão.
Será que Deus diz o que você precisa fazer com as coisas que tem ou você
vai sempre em frente e toma as suas próprias decisões, independentemente de
qual seja a vontade dele? Será que Deus dirige sua vida ou você mesmo faz isso?
A preocupação do Senhor é com as suas prioridades.
Quando a luz espiritual se vai, as escolhas somente podem ser feitas nas
trevas. Esta é a reclamação de Deus no primeiro capítulo de Malaquias. O povo
de Israel estava dando para ele somente as sobras. Eles não estavam priorizando
a obra do Pai.
E como o pecuarista que tinha dois bezerros que foram premiados. Ele
ficou tão animado que falou para sua esposa:
— Querida, vou mostrar a Deus que reconheço que esses bezerros são um
presente dele. Vou dar um para Ele e ficar com o outro.
Algumas semanas mais tarde ele chegou em casa chateado e sua esposa
lhe perguntou:
— O que aconteceu?
Ele falou:
— Querida, o bezerro de Deus acabou de morrer.
Por que será que é sempre o bezerro de Deus que morre? Quando
precisamos fazer escolhas, o Senhor sempre perde. Isso ocorre porque não
priorizamos a sua glória e o seu reino.
O pagamento real
A preocupação dos que estão na fé deve ser a de fazer investimentos no
reino de Deus. Eles pagam juros melhores do que os investimentos terrenos.
Muitas pessoas têm sucesso nos investimentos, mas não têm paz. Outros
investiram em suas casas, mas não têm uma família. Estes investimentos não
pagam dividendos.
Não vale a pena investir para ter uma casa e ter vários tipos de problema
quando você chega lá. Não vale a pena ser presidente de uma grande empresa,
quando você não pode dormir à noite.
Porém, quando você vive uma vida de acordo com o reino de Deus, tem
altos juros a receber. O Pai vai suprir as suas necessidades (Filipenses 4:19). Ele
mostrará a você a sua vontade e direcionará a sua vida (Romanos 12:2). Ele vai
dar-lhe sabedoria para tomar as decisões corretas (Tiago 1:5). Este é um retorno
muito alto, mas só ocorre se você fizer investimentos no reino.
ELIMINANDO A ANSIEDADE
Você sofre de preocupação crônica? Então leia Mateus 6:25. Jesus diz:
“Não andeis ansiosos”. Ele repete isso mais duas vezes (w . 31 e 34). E possível
deixar de ser ansioso.
Você pode espiritualizar este assunto o quanto quiser, mas a preocupação
é um pecado. Se você é um crente preocupado, está pecando. Não tem muito
sentido falar para Jesus que ele é o seu primeiro amor e depois agir como se não
pudesse confiar nele para auxiliá-lo.
Sem desculpas
A Bíblia não dá brecha para desculpas em relação à preocupação. Nós
nos preocupamos porque não pensamos no reino. E a ausência da mentalidade
do reino que produz ansiedade e preocupação.
Lembre-se de que Jesus disse: “Você não pode servir a dois senhores. Ou
você me dá devoção total ou pode dedicar-se a outro patrão”.
Servir a dois mestres é como tentar ter duas mulheres. Os discípulos ouviram
isso e disseram: “Espera aí, Jesus. Existe um risco envolvido em se tornar
completamente dedicado ao senhor”. Eles estavam preocupados com o risco.
Talvez você também esteja preocupado com isso.
O risco
Você pode estar dizendo:
— Não estou certo se vou conseguir chegar lá fazendo as coisas do jeito
que Jesus quer. Não tenho certeza se vou vencer na vida adotando a mentalidade
do reino. Este mundo é complicado. Precisamos fazer política e passar por cima
dos outros para que as coisas aconteçam. Ninguém vai me dar nada de graça. Se
trabalhar para o reino e servir a Deus, posso ficar para trás. Mas, caso Deus
queira, darei os meus domingos a ele.
Lembre-se de que a escolha não está entre ter um mestre e ser o seu próprio
mestre. Como diz uma música de Bob Dylan: You gotta serve somebody (Você tem
de servir a alguém). Qualquer pessoa que sabe um pouco sobre a escravidão entende
que os escravos não serviam aos seus senhores uma vez por semana. Os escravos
trabalhavam todos os dias. Somente alguns felizardos tinham um dia de folga.
Jesus sabia que os discípulos estavam preocupados com o seu nível de
comprometimento, assim como acontece hoje com muitos cristãos. Você precisa
dedicar-se totalmente a Ele. A principal razão de os crentes não conseguirem
eliminar a ansiedade de suas vidas é a falta de dedicação ao Senhor. Ele disse:
Por isso ws digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de
comer ou beber; nem peh vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a
vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuâriol (Mateus 6:25).
Culpando Deus
A preocupação é um pecado terrível contra Deus, porque quem se preocupa
está duvidando da providência divina. A preocupação é uma ofensa contra o
amor de Deus. Se os meus filhos se preocuparem quanto a se vou alimentá-los e
vesti-los, eu me sentirei muito mal pela maneira de me avaliarem como pai. Eles
estarão duvidando de mim se ficarem preocupados com essas coisas.
Quando você se preocupa, está dizendo:
— Senhor, não te conheço tão bem assim. Não sei se tu és um Pai de
amor. Não tenho certeza se és realmente um Deus de providência. Tu és um
Deus bom para o domingo, mas não sei se poderás ajudar-me na minha vida
diária. Acho que é melhor eu tomar conta de mim mesmo.
Mas Jesus diz: “Se você precisa preocupar-se, pelo menos se preocupe
com alguma coisa importante como a sua vida”. Nós nos preocupamos se vamos
ter o suficiente para comer. Jesus diz que é melhor que nos preocupemos se
vamos estar vivos para mastigar.
“Não é a vida mais do que o alimento?”, pergunta Jesus. Em outras palavras:
“Se conseguir viver até amanhã, vou alimentar você. O que é mais fácil: ter um
prato de comida ou estar vivo? Não se preocupe com o almoço de amanhã.
Preocupe-se com o seu coração, porque ele pode parar de bater hoje à noite.
Você deve preocupar-se se vou manter o seu cérebro funcionando e o seu coração
batendo. Se você quer preocupar-se, preocupe-se com isso”.
A maioria de nós não se preocupa com esse tipo de coisa. Quando vamos
para a cama à noite, pressupomos que vamos acordar no dia seguinte.
Mas Jesus ainda não terminou. “Não é o corpo mais do que vestuário?”,
pergunta Ele a seguir. Um dos nossos maiores interesses é a roupa que vestimos.
Sabemos o que está na moda, conhecemos as grandes grifes e os jeans de marca
e queremos vestir-nos bem.
— Não posso ir à igreja hoje. Não tenho um terno novo. Não tenho um
vestido adequado.
Veja, você está-se preocupando com a coisa errada. Seria melhor preocupar-
se se você ainda pode levantar o braço para enfiá-lo na manga. Seu corpo não é
mais importante do que o que você coloca nele? Então por que você se procupa
com o que você vai colocar no corpo, em vez de pensar se o seu corpo vai continuar
funcionando para que você possa vesti-lo? A questão é o que é prioritário.
A futilidade da preocupação
Jesus agora vai falar um pouco mais sobre o assunto;
Olhai para as aves do céu; não semeiam, não colhem, nem ajuntam em
celeiros, e contudo, o vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito
mais valor do que elas? Qual de vós poderá, com as suas preocupações,
acrescentar uma única hora ao curso da sua vida? (Mateus 6:26-27).
Jesus diz: “A preocupação não adiciona nada de positivo à sua vida”. Esta
é uma verdade que conhecemos bem, mas à qual acabamos não dando muito
valor. Estes versículos nos são tão famiUares que, se não tomarmos cuidado, a
nossa reação será:
— E, eu já sei disso há muito tempo. Agora me diga algo novo!
Olhe para os pássaros
A cura para este tipo de doença é fazer o que Jesus falou em Mateus 6:26,28:
“Olhe e observe”. Se você observar a natureza, aprenderá sobre Deus mais do
que imagina e talvez consiga preocupar-se menos.
A maioria de nós, contudo, não vê a vida de uma forma teológica. Isto é,
não olhamos para o mundo ao nosso redor sob o prisma da verdade de Deus.
Jesus falou sobre os pássaros, por exemplo. Os pássaros nunca se preocupam
com o que vão comer amanhã. Eles têm certeza de que amanhã haverá um
inseto à sua espera. As andorinhas despertam todas as manhãs e saem para caçar,
sem se preocupar se Deus terá ou não minhocas para elas.
Jesus fala no versículo 26 que a nossa falta de fé nos faz duvidar. Quem
alimenta os pássaros é o mesmo Pai celestial que nos dá a subsistência.
Imagine se meus filhos se preocupassem se darei sustento a eles, enquanto
estou diariamente alimentando o cachorro. Se estou dando comida para o
cachorro, será que não vou pelo menos dar comida para os meus filhos? Se tomo
conta do cachorro, será que não farei muito mais pelos meus filhos?
Os pássaros sabem instintivamente que Deus é dono da terra e dos insetos
que nela vivem. Eles sabem que o Criador faz com que os insetos apareçam na
hora certa. Os pássaros sabem onde ir, porque Deus dá a eles o instinto para
estar no lugar certo, na hora certa.
A pessoa que vê a vida sob a perspectiva divina e que entende a soberania
e a suficiência de Deus diz:
— Senhor, a economia vai mal, mas sei que tu és o meu Pai celestial. Tu
me disseste que irias suprir todas as minhas necessidades. Não sei como vais
fazer isso, mas te agradeço desde já pelo sustento que receberei.
Observe as flores
Jesus nos dá outra lição, utilizando a natureza:
As perguntas erradas
Observe as perguntas que está fazendo. Vamos trazer de volta o versículo 31.
Esta é a forma como fazemos as perguntas hoje:
— Como é que terei dinheiro para isto?
— Como é que conseguirei aquilo que quero?
— De onde virá o dinheiro para o pagamento daquela prestação?
— O que acontecerá se as crianças adoecerem?
— O que farei se o meu carro quebrar?
A gente se agita, bate o pé e se joga no chão. Deus lá do céu olha para
baixo e diz: “Homens de pequena fé”.
Você já parou para pensar que a única razão pela qual pode perguntar;
“Como é que a gente vai conseguir isso?”, é porque você conseguiu chegar até
este ponto? Se você não conseguisse “sobreviver” até agora, nem estaria por
aqui para fazer essa pergunta.
O coração de Deus se enche de sofrimento quando somos tão insensíveis
ao reino que nos esquecemos de que o Soberano do reino é também
“Aba”, nosso Pai. Ele quer que tenhamos uma perspectiva que reflita isto, em
vez de ficarmos constantemente nos preocupando. A preocupação é como tentar
cavar na fumaça. Não importa o quanto você se esforce, aTumaça continua lá.
Assim como uma cadeira de balanço, a preocupação produz atividade, mas não
o leva a lugar nenhum.
Quando agimos assim, não estamos apenas nos preocupando. Estamos
cometendo pecado. Satanás pode trazer a preocupação, mas nós somos
responsáveis por mantê-la viva.
O exemplo errado
Se ainda precisamos de uma razão a mais para não nos preocuparmos com
coisas como comida, vestuário e abrigo, Jesus a dá no versículo 32; “Pois os
gentios procuram todas estas coisas”.
Já vimos que os “gentios” representam os não-crentes e aprendemos que
Deus não quer que pensemos como eles. Aqui Jesus está falando que também
não devemos agir como eles.
A palavra procurar significa “forçar alguma coisa”. Os gentios estão dispostos
a tudo para conseguir essas coisas. Eles lutam, se debatem, trabalham fazendo
hora extra, enquanto nós, que conhecemos a Deus, podemos simplesmente
relaxar e dizer;
— Senhor, fiz tudo o que poderia fazer neste dia. Agora está em tuas
mãos. Que tu possas fazer aquilo que não foi possível a mim.
Que atitude tranqüila! Os gentios não podem fazer isso. Por quê? Porque
eles não têm um Pai celestial para suprir suas necessidades. Eles precisam defender
a si mesmos. Não há ninguém que se preocupe com eles!
O enfoque correto
Os crentes se preocupam porque querem, não porque precisam preocupar-
se. Se há uma perspectiva do reino, tudo muda. Se realmente você ama Jesus
como o seu primeiro amor, isso faz toda a diferença do mundo.
Pelo menos quatro vezes nos evangelhos Jesus acusa as pessoas de terem
uma fé pequena. Nessas ocasiões, os discípulos ou outra pessoa estavam
preocupados porque as coisas não iam bem.
Certa vez Jesus e os discípulos estavam cruzando o Mar da Galiléia (Marcos
4:35-41), quando houve uma tempestade. O Senhor estava dormindo no barco.
Os discípulos vieram e disseram: “Mestre, não se te dá que pereçamos.^” (v. 38),
Eles estavam dizendo: “Estamos quase afiindando e o Senhor está tranqüilamente
dormindo?”,
Jesus se levantou, ordenou que o vento parasse e disse: “Por que sois tão
tímidos? Ainda não tendes fé?” (v, 40), Em outras palavras: “Quantas vezes eu
vou precisar fazer isso? Basta que saibam que vamos chegar do outro lado do
mar, não importa o que aconteça no meio. Vou dormir, Se quiserem, podem
ficar acordados e se preocupar bastante.
Há ainda os que ficam bravos se você também não fica preocupado
constantemente. Eles costumam dizer:
— Ah, estou tão preocupado!
E você responde:
— Mas Jesus não disse que Deus o ama mais que aos pássaros e aos lírios?
Ele não disse que suprirá todas as nossas necessidades se priorizarmos o reino
dele? Por que é que você está-se preocupando tanto? Vá para casa e durma.
Irritados, eles respondem:
— Estou cansado dessas suas respostas espirituais.
As pessoas vão para a cama e começam a se virar de um lado para o outro,
sem conseguir dormir. Passam por isso porque têm uma fé pequena. Deus está
dizendo: “Não se preocupe, eu estou acordado. Confie em mim e durma”.
AS NECESSIDADES SUPRIDAS
Vou relembrar algo que já disse no Capítulo 12. Jesus recomendou em
Mateus 6:33: “Mas buscai primeiro o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas”.
A ordem dos fatores aqui é muito importante e costumamos invertê-la.
Dizemos:
— Senhor, vou atrás de “todas essas coisas” e depois buscarei o teu reino.
A chave para fazer com que isto funcione é: você somente recebe estas coisas
quando dá prioridade ao reino de Deus. Se ele não for a sua prioridade, você passará
pelas experiências dos gentios: busca, passa por dificuldades, se preocupa e sofre. Mas,
se colocar em primeiro lugar o reino de Deus, Ele vai ajudá-lo em suas lutas. Aqui
estão algumas dicas para você começar:
1. Como a atração do mundo ainda é real, como saber se aquilo que você quer
é bom, sob a ótica do reino de Deus? Submeta o seu desejo às seguintes perguntas:
• Quanto dinheiro, tempo etc. será necessário para conseguir isso?
• Qual 0 efeito que isso terá em você, caso consiga o que quer?
• Qual o efeito que isto terá em seu caminhar com Cristo?
Se o seu desejo não passar nesta prova, deixe-o de lado e vá em frente.
2. Aqui está um outro teste para você saber se a sua vida está focalizada no
reino ou no mundo. Escreva num pedaço de papel os três bens mais valiosos
que tem, ou os mais importantes e insubstituíveis. Olhe para a sm lista e pergunte
o que aconteceria se Deus lhe tirasse um deles. Você ficaria com raiva dele?
Pense sobre isso e venfique se não está preso a essas coisas.
4. Após fazer tudo isso, uma pergunta final: em que área de sua vida Jesus está
em segundo lugar? O que você vai fazer para corrigir isso?
■pratica a s p rim eiras obras
CAPITULO
17
CUIDANDO DO
POVO DE DEUS
Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das
misericórdias e Deus de toda a consolação, que nos consola em toda a
rwssa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em
alguma tribulação, com a consolação com que nós mesmos somos consolados
por Deus.
A fonte do conforto
Precisamos entender que o conforto começa com Deus. Paulo disse que
Deus se compadece de nós. Esta é a idéia da palavra misericórdia. A palavra
significa “estar ferido por dentro por causa da dor dos outros”. A dor deles se
torna a nossa e a agonia deles também se torna a nossa.
Mas, se Deus é um espírito, como ele pode sentir aquilo que sentimos?
Espíritos não podem ter o mesmo sentimento que os seres humanos. Por isso a
primeira metade do versículo 3 é tão importante. Deus é o “Pai de nosso Senhor
Jesus C risto”. E Jesus sabe o que é ser rejeitado, ser esbofeteado, ser
incompreendido e ser tentado. Ele sabe o que é passar pelas dificuldades da
vida.
Então, como o Pai, que é espírito, entende o que sentimos? O Filho explica
a ele. Jesus, na presença do Pai, atua como nosso intercessor e fornece a Deus
toda informação sobre a experiência humana, necessária para se entender o que
é próprio do homem.
A Palavra de Deus diz em Romanos 8:26 que o Espírito Santo também
atua nos confortando. Algumas vezes estamos tão feridos que, ao abaixarmos a
cabeça para orar, estamos jogando as palavras fora.
Mas a Bíblia diz que está tudo bem, porque o Espírito Santo pega a confusão
de nossa dor, organiza-a e entrega-a para o Filho. Jesus pode compreender a
nossa dor porque ele é o nosso sumo sacerdote que pode “compadecer-se das
nossas fraquezas” (Hebreus 4:15).
O Espírito Santo leva os fatos e Jesus entende a sensação desses fatos e
como nos sentimos. Ele diz: “é assim que eles se sentem”. O Pai diz: “Precisamos
fazer algo a respeito”.
Deus não é só o Pai de misericórdia. Ele é também o “Deus de todo o
conforto”. Ele sabe como aliviar a dor, como entrar na sua vida e ajudá-lo em
sua aflição, como caminhar ao seu lado e lhe dar apoio nas horas difíceis.
Temos alguém que não somente sente o que sentimos, mas que caminha
conosco no decorrer do problema. Isto é importante porque a fonte de onde
tiramos forças para nos confortarmos uns aos outros é a mesma fonte de onde
somos confortados por Deus.
Se você está sofrendo de alguma forma porque colocou Deus em primeiro
lugar e fez de seu reino uma prioridade, tenho boas notícias para lhe dar. O
conforto está a caminho, porque Paulo diz que Deus nos conforta em todas as
nossas aflições.
Os provocadores de Deus
Você e eu somos provocadores de Deus. Somos aqueles que pegam as
informações divinas e inserem nelas provocações, de maneira tal que faremos o
que deve ser feito para o reino. Devemos desenvolver estratégia para provocar
uns aos outros. Esta é a nossa missão.
O autor de Hebreus diz que devemos nos estimular uns aos outros. O
amor bíblico é um amor que busca o bem maior do próximo, mesmo que o
exercício desse amor traga um inconveniente para mim. Será que foi inconveniente
para Jesus morrer na cruz do calvário? Não preciso responder a isso. Você sabe o
que acontece quando estimula outros crentes? Além de ajudá-los a permanecer
no caminho, seu estímulo também vai ajudar você, forçando-o a se esquecer de
si mesmo e se concentrar em outra pessoa. A questão é: como podemos estimular
outros crentes a amar e a fazer boas obras?
A assembléia
O autor responde esta pergunta, pelo menos em parte, no versículo 25.
Um corpo de pessoas somente pode estimular uns aos outros quando se reúne
regularmente.
Existe um poder no grupo que não se tem quando se está só. E por isso
que no Novo Testamento a intenção é unificar a igreja, para que ela venha a
agir como um só corpo. Não somente haverá mais poder, mas, quando se reúne
um grupo de pessoas que amam e que estão comprometidas existe também
estímulo mútuo. Nenhum membro da igreja consegue estimular a outro sentado
em casa, em frente à televisão.
Por isso é errado se nós, como corpo de Cristo, a família de Deus,
abandonamos a congregação. O escritor diz que algumas pessoas naqueles dias
já haviam desenvolvido o hábito de não se reunir. As coisas não mudaram
tanto assim, mudaram?
Ao abandonar a família de Deus, você deixa o ambiente de amor de sua
igreja local, arriscando-se a perder a dinâmica da presença de Deus em sua vida.
Sendo assim, quando você realmente precisar dele, vai ficar preocupado,
procurando para ver onde Ele foi. Ele não foi a lugar nenhum. Você é que se
afastou dele.
Muitos não entendem qual é o significado da igreja. Ela não é um lugar
que você fireqüenta porque tudo vai bem. A igreja é onde você vai quando
alguma coisa está errada e necessita de uma família que possa compreendê-lo. E
o lugar onde encontra um grupo de pessoas que têm amor e que não vão colocá-
lo para baixo, mas, sim, estimulá-lo a manter a fé. Na casa de Deus as pessoas
sempre terão uma palavra de encorajamento para você.
A boa notícia é que isto funciona para os dois lados. Em determinados
momentos de sua vida, você não será estimulado e encorajado, mas, sim, estimulará
e encorajará outras pessoas, e isso também é bom. Você não pode ajudar ninguém
se estiver sozinho, e não vai à igreja para cuidar só de si mesmo. Não, a sua ida à
igreja acontece porque você se importa com seus irmãos e suas irmãs. Você deve
pedir a Deus para estimulá-los, mesmo quando tem necessidade de ser estimulado.
Você já acordou num domingo de manhã e sentiu que não queria ir à
igreja? Mesmo assim, provavelmente você se vestiu e se arrastou até a porta. O
seu corpo estava na igreja, mas a sua alma continuava na cama. Mas, de repente,
um solista naquele dia tem uma palavra de Deus para você. Até parece que ela
veio do céu. Depois o pastor abre a Palavra e cada versículo parece que foi
escrito para você. Ao sair da igreja, você se sentiu andando em nuvens, com o
coração em chamas.
Por que isso acontece? Porque quando você se reuniu junto com outros
crentes e o poder do Espírito Santo moveu-se por intermédio do corpo, isto o
estimulou. Esta é a missão da igreja!
Compartilhando hoje
Quando lemos esta passagem, alguém sempre diz:
— Como é que posso ir ao encontro de todas as necessidades dos qu
estão ao meu redor?
A resposta ê simples: você simplesmente não pode. É impossível ir ao
encontro de todas as necessidades.
O que você deve dizer é: “Em quais áreas posso ajudar?”. A Bíblia diz que
todas as necessidades que cruzarem o seu caminho devem ser consideradas.
Existem duas coisas que você deve garantir: que a sua família tenha aquilo de
que precisa para sobreviver e que a família da sua igreja tenha aquilo de que
necessita. E claro que, se os seus recursos permitem que vá além disso, com
certeza você deve fazê-lo. Mas esses dois itens são prioritários.
A Bíblia ensina que somos meros administradores das propriedades de
Deus. Na verdade, você não possui nada, e a maior prova disso é que um dia
deixará tudo isso para trás. Tudo o que temos deve estar disponível para o reino.
Um grande exemplo desta atitude está registrado em Atos 4:36,37. Aqui
encontramos pela primeira vez Barnabé, o “filho da consolação”. Ele tinha um
terreno e o vendeu para beneficiar o Corpo. Trouxe o dinheiro daquela venda
e o deu aos apóstolos, assim como outros crentes fizeram.
Barnabé deve ter sido um homem de posses, mas descobriu que havia
necessidades no Corpo. Provavelmente havia cerca de dez mil crentes em
Jerusalém naquela época (veja Atos 2:41; 4:4). Eles tinham todos os tipos de
necessidades, então Barnabé compartilhou o que possuía.
Por que compartilhamos? Porque reconhecemos que Deus tem sido fiel a
nós, e esta é a única razão pela qual temos alguma coisa para dar. Ninguém vai
vender um terreno e dar todo o dinheiro para o reino, a não ser que a pessoa
reconheça e creia que Deus é o dono daquela terra e ela é meramente o mordomo.
A razão de eu poder abrir a minha casa para o ministério ou para os jovens
da igreja é porque Deus foi fiel para comigo.
Como família de Deus, devemos amar a ponto de compartilhar o que Ele
nos deu. Alguns têm abundância de uma coisa, outros têm mais de outra. Quando
compartilhamos o que temos e juntamos nossos recursos, as necessidades são
supridas e Deus é glorificado. Uma forma de saber se o seu amor por Cristo está
no devido lugar é se você está disposto a compartilhar o que possui com o povo.
Um problema sério
A Bíblia aponta como este problema é sério. Em Mateus 5:23-24, o Senhor
diz que, se você está sentado na igreja e se lembra de que um irmão tem alguma
coisa contra você — observe, não que você tem alguma coisa contra ele—,
você não deve dar uma oferta e que não pode continuar adorando até que vá e
fale com aquele irmão sobre o problema.
Por que isso é tão importante? Deus não vai tratar com você se não estiver
tratando com o seu irmão, porque estamos falando sobre família.
Em Mateus 18:15-17, Jesus diz que, se o seu irmão pecar, você deve ir
falar com ele em particular. Se ele ouvir o que disse, você ganhou o seu irmão.
Se ele não ouvir: “leva contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três
testemunhas toda palavra seja confirmada” (v. 16).
Paulo nos diz em 1 Tessalonicenses 5:14 que devemos “admoestar os
insubmissos”. Ele se toma ainda mais específico em 2 Tessalonicenses 3:6, quando
fala que devemos nos apartar de todo insubmisso e não nos associar com essa
pessoa para que ela se envergonhe (v. 14).
Você talvez não tenha percebido que a igreja era assim tão exigente. Talvez
tenha pensado que ela era apenas um pretexto para você se vestir bem aos
domingos. O vestuário não faz uma igreja. Se vamos voltar ao nosso primeiro
amor, precisamos esclarecer o que está errado e acertar as coisas.
As preferências
Se às vezes precisamos confrontar uns aos outros, é bom que saibamos o
que deve ser confrontado.
A chave aqui é: preferências x absolutos. Este é o princípio número 1:
não temos o direito de impor nossas preferências sobre os outros. Existe liberdade
na igreja de Deus para as preferências pessoais quanto a vestuário, corte de cabelo,
música ou qualquer outra coisa que não seja critério para a unidade cristã.
Não há nada de errado com a diversidade de estilos do povo de Deus. O
problema surge quando tentamos forçar todo mundo a se moldar às nossas
preferências. Não somos obrigados a nos adaptar ao gosto de ninguém (Romanos
14:5).
Os absolutos
Embora tenhamos liberdade em relação ao nosso gosto pessoal, não temos
liberdade em relação aos absolutos de Deus. O princípio número 2 é que, quando
Deus fala, não importa o que preferimos, pensamos ou apreciamos.
Devemos confrontar uns aos outros quando» alguém está agindo em
oposição à verdade divina. Neste caso. Deus não pede, ele manda!
Se você sair por aí tentando agradar a todo mundo, nunca vai realizar a
obra de Deus. Como pastor, precisei aprender isso. Muitas vezes tentei agradar
uma pessoa e o que ela queria era oposto ao que outra desejava, tornando a
tarefa impossível
Cheguei a ponto de dizer para Deus: “Não quero arranjar uma úlcera. Senhor,
então vou agradar a ti e confiar que vais resolver estes problemas”. Todas as vezes
que as pessoas se tomam o ponto de decisão de suas ações, você acaba agradando
as pessoas, enquanto Deus ainda está à espera de que você agrade a ele.
Por que devemos amar a ponto de confrontarmos uns aos outros? Porque
a verdade não afeta somente a nós, afeta também as pessoas com quem nos
relacionamos. Existem outras pessoas na família, além de nós mesmos, então
precisamos levar todos em consideração.
Como confrontar
Como você confironta uma pessoa? Jesus nos ensinou no capítulo 18 de
Mateus. O procedimento descrito por Jesus preserva a pessoa contra uma
acusação baseada em rumores ou por alguém ter uma rixa contra outrem.
Paulo nos mostra o espírito no qual devemos confrontar. Devemos fazer isso
“seguindo a verdade em amor” (Efésios 4:15). Se você ama, confronta e, ao fazê-lo,
deixe bem claro que está confrontando porque ama. Você não vai passar açúcar na
verdade, mas também não pode usar um martelo para colocar a verdade na cabeça
de ninguém. O objetivo do confronto é restaurar uma vida, e não destruí-la.
Pode ser que a pessoa que está sendo confrontada responda:
— Isto é problema meu!
O que acontece se ela rejeitar suas ponderações e ficar com raiva de você?
A Bíblia diz que isso não é problema seu. Mesmo que não tenha ganho o seu
irmão ou a sua irmã, você ganhou a aprovação de Deus.
A necessidade de se afastar
Para discussão desta parte sobre o cuidado do corpo de Cristo, quero voltar
a 2 Tessalonicenses 3:6:
Mandamo-vos, porém, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos
aparteis de todo irmão que ande desordenadamente, e não segundo a tradição
que de nós recebeu.
Sabemos que Paulo já havia encorajado a igreja a lidar com os insubmissos
(1 Tessalonicenses 5:14), mas, evidentemente, algumas dessas pessoas não
atenderam a esse pedido. Elas não estavam andando como deveriam.
Paulo estava seguindo as instruções de Jesus dadas em Mateus 18. Ele
disse que os tessalonicenses deveriam confrontar aqueles que estavam precisando.
Quando a confrontação não funciona, contudo, o próximo passo é trazer o
assunto à igreja.
E o que Paulo faz. Ele usa sua autoridade para dizer o que deve ser feito. O
versículoH nos diz que devemos admoestar os insubmissos. Se não houver
arrependimento, estas pessoas devem ser notadas (2 Tessalonicenses 3:14).
O apóstolo não está dizendo para se afastar de uma pessoa que errou uma
única vez. Ele está falando sobre uma pessoa que adotou a desobediência como
estilo de vida. E aquele que está vivendo em pecado deliberado e não se
arrepende. Paulo nos diz para nos afastarm os do irmão que vive
desordenadamente. Por quê? Primeiro, para que você não caia na armadilha do
seu pecado, ou seja, para que o estilo de vida deste irmão não o afete. Segundo,
para que as pessoas não o associem como o melhor amigo de um crente
insubmisso, pensando que você aprova o estilo de vida dele.
Afastar-se de um crente em pecado não significa que você não falará mais
com ele. Paulo está dizendo que o relacionamento com o irmão ou a irmã que
está em erro deve guardar certa distância.
Uma vida insubmissa
O que é uma vida insubmissa? Ela ocorre quando alguém decide que vai
fazer o que quer, sem se importar com o que a Palavra de Deus diz. A pessoa
decide que não quer buscar a glória de Deus, mas, sim, a satisfação de sua
carne.
E sempre importante fazer o que a Bíblia diz e nos comprometermos
com a nossa nova identidade. Paulo recomenda em 2 Tessalonicenses 3:13:
“E vós, irmãos, não vos canseis de fazer o bem”. Ele reconhece que os crentes
poderiam ficar desencorajados se aqueles que estivessem fazendo o mal se
sentissem livres para continuar praticando estas coisas, sem sofrer nenhuma
conseqüência.
Paulo disse aos que estavam vivendo vidas disciplinadas e fazendo aquilo
que Deus queria que seguissem em frente, não deixando que as essa vida
insubmissa os impedissem de prosseguir no caminho certo. Esta é uma razão
forte para justificar o tratamento das pessoas insubmissas!
O versículo 14 é mais incisivo do que o 6, porque ordena que não nos
associemos com o crente que insiste numa vida pecaminosa. Este irmão ou esta
irmã não poderá mais receber os benefícios da igreja local. O afastamento pode
levar à excomunhão, e o irmão rebelde será colocado sob o julgamento de Satanás
(1 Coríntios 5:5).
Por que Deus faz isso? Para que o Corpo possa funcionar como uma família
e para que não tenha renegados vivendo em sua casa. Note, porém, que o
afastamento de um irmão não deve ser feito com raiva ou ódio (1 Tessalonicensses
5:15). O objetivo é ganhar a pessoa de volta, o que nos leva ao nosso tema final
sobre o cuidado do Corpo de Cristo.
Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais,
corrigi o tal com espírito de mansidão. Mas olha por ti mesmo, para que
não sejas também tentado.
Os restauradores
Esse é o problema, mas quem são os restauradores? A resposta é: “vós que
sois espirituais”. Como nem todas as pessoas da igreja são espirituais, nem todo
mundo está qualificado para ser um restaurador. Então precisamos perguntar-
nos o que significa ser espiritual.
Em 1 Coríntios 2:15,16, Paulo define uma pessoa espiritual como “alguém
que possui a mente de Cristo”. Se você não sabe se é espiritual, pergunte a si
mesmo se está vivendo sob a perspectiva divina.
Quando se trata de uma pessoa que necessita de restauração, devemos dar
a essa pessoa a perspectiva de Deus ou simplesmente falamos: “eu acho que...”?
Um irmão em erro não precisa ouvir mais nenhuma opinião. Para começar,
foram as opiniões que o levaram a ter o problema. Ele precisa de respostas da
Palavra de Deus.
Como restaurar alguém? Usando um “espírito de mansidão”. Você
massageia a ferida, em vez de esfregar sal grosso em cima dela. A mansidão é um
dos frutos do Espírito (Gálatas 5:23). Ela é uma manifestação carinhosa de amor.
Quem exibe os frutos do Espírito? Aqueles que são espirituais.
As pessoas espirituais podem restaurar outras no espírito, porque sabem
que também podem ser tentadas e cair. Somente um cristão imaturo poderia
achar que está acima do pecado. Ele pensa, com orgulho e insensatez; “Como
aquela pessoa pôde fazer isso? Eu nunca faria um negócio desses!”. Este crente
não pode ser um restaurador espiritual.
FARDOS E MOCHILAS
Note em Gálatas 6:2 que Paulo amplia o assunto e fala sobre o nosso
ministério mútuo.
O que é um fardo? E algo que você está carregando e que é muito pesado
para ser carregado sozinho. Você está ajudando alguém a carregar um fardo?
Não é sempre que você pode tomar o fardo de uma outra pessoa, mas sempre
pode ajudar a carregá-lo. A restauração de um companheiro crente não significa
assumir as conseqüências do pecado dele, mas você pode ajudá-lo a suportar
essas conseqüências durante o processo de restauração.
Por que você deve carregar o fardo dos outros? “Se alguém pensa ser alguma
coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (v. 3). Faça uma auto-análise. No
momento em que começar a pensar que é especial. Deus lhe dirá: “Você está
enganado!”. Cuidado! Não se engane. E melhor que “prove a sua própria obra”
(v. 4), antes de começar a se gabar.
Paulo conclui esta parte de Gálatas dizendo: “pois cada qual levará o seu
próprio fardo” (v. 5). Será que existe uma contradição aqui com o versículo 2?
Não, simplesmente temos duas palavras diferentes no grego.
O versículo 2 está falando sobre uma carga pesada, algo muito pesado
para uma pessoa carregar sozinha. O versículo 5 se refere a um objeto parecido
com uma mochila, como a que os estudantes usam quando vão à escola. Paulo
diz que não devemos pedir aos irmãos para carregar as nossas mochilas.
Você não pode esperar que alguém assuma as suas responsabilidades. Você
deve carregar a sua própria mochila. Será que você está agindo assim? Está
assumindo as suas responsabilidades perante Deus em sua vida pessoal, familiar
e eclesiástica? E hora de deixar a preguiça de lado e começarmos a cuidar uns
dos outros!
DE VOLTA AO PRIMEIRO AMOR
D e'evemos ocupar-nos com o trabalho de cuidar uns dos outros. Aqui está uma
proposta aplicativa para cada uma das categorias de cuidado que discutimos:
1. Existe na sua igreja um irmão que está sofrendo e que necessita de alguém
em quem possa se apoiar? Nossa tendência é nos afastarmos dessa pessoa,
porque temos medo de falar ou fazer alguma coisa errada. Não faça isso. Vá ao
encontro dela com a mão de conforto, sabendo que Deus poderá tocar naquele
amigo por seu intermédio.
2. Se você quer ser um cristão que estimula os outros a acertar suas vidas, faça
uma auto-avaliação. Observe os seus pontos positivos. Você está usando estes
talentos em sua capacidade plena no corpo de Cristo? Quais são suas fraquezas?
Você possui um plano para superá-las? Vá em frente e motivará muitos outros!
3. Compartilhar começa com uma atitude. Você tem passado tempo com os
outros? Chi será que Deus precisa parar o mundo inteiro para que você possa
incluir em sua agenda um tempo para o próximo? Faça a mesma pergunta em
relação às suas finanças, sua casa e todas as outras coisas que Deus liberalmente
compartilhou com você. As respostas demonstrarão sua disposição de
compartilhar o que possui.
o. 'ro para que o Espírito Santo tenha usado este livro para motivá-lo a
voltar ao seu primeiro amor por Jesus Cristo e para que você possa servi-lo
fielmente. Somente saber o quanto Ele nos ama já deve ser o suficiente para nos
impulsionar a amá-lo e segui-lo (Romanos 5:8).
Se isso não for suficiente, existe também a promessa de Cristo de nos
recompensar no seu tribunal levando em conta o quanto o amamos e o servimos.
Paulo disse: “Vejo uma medalha de ouro no fim dessa corrida e quero correr
para ganhar o ouro”.
O que é necessário para ganhar o ouro? E necessário ter a atitude de um
campeão: “Correi de tal maneira que o alcanceis” (1 Coríntios 9:24). Ao final
da minha vida, quero cruzar a linha de chegada ouvindo os gritos de vitória e
quero que você esteja bem ao meu lado!
Paulo deixou indubitavelmente claro que entrou na corrida cristã para
ganhar. Se queremos nos tornar ganhadores, ou seja, receber a aprovação de
Deus tanto na terra como no céu, é necessário que aprendamos a dizer “não”
para as coisas que nos impedem de alcançar esse objetivo.
Gosto do que Paulo diz em 1 Coríntios 9 porque ele se dirige a toda igreja.
Ele diz: “Todos estão na corrida, portanto vão em frente e corram!” (v. 24).
O apóstolo também diz no versículo 26: “Não posso responder por você,
mas estou correndo para ganhar!”. O meu desafio final para você é que possa
fazer do amor e do serviço a Cristo o objetivo dominante de sua vida. Que você
possa correr para ganhar o ouro e que um dia seja recompensado junto com
todos aqueles que amam a Deus acima de todas as coisas.
Deixe-me apresentar-lhe uma boa ilustração acerca do que estou falando:
Certa manhã, um pai estava a caminho do trabalho. Ele estava atrasado. Ele
deveria pegar o trem das 8h05, pois faria uma apresentação para os seus novos
clientes. Aquele deveria ser o maior dia da sua vida profissional. Mas já era 7h45
e ele ainda estava correndo pela casa, tentando juntar suas coisas. O seu filho
pequeno toda hora entrava no seu caminho, então ele disse:
— Vá para fora brincar!
Havia chovido na noite anterior e o chão estava cheio de lama. Enquanto
o pai saía correndo pela porta, ali estava o filho divertindo-se na lama. Estava
todo sujo. O pai gritou para a sua esposa:
— Querida, venha aqui e pegue o garoto!
Sua esposa, entretanto, não ouviu o que ele estava dizendo.
Então o pai disse ao menino:
— Não posso tomar conta de você agora. Preciso ir!~
Mas, quando começou a correr em cima da grama, tropeçou e caiu com os
seus joelhos na terra enlameada. O seu terno, que tinha acabado de sair da
lavanderia, ficou imundo. E ele precisava pegar o trem às 8h05.
Ele limpou as suas calças e a pasta o quanto pôde, e finalmente foi embora.
Ainda assim, estava cheio de lama. Porém, durante todo esse tempo, o seu filho
ficou brincando na lama. O menino estava feliz mesmo estando todo sujo, porque
não precisava ir a nenhum lugar.
Alguns crentes são como aquele menininho. Estão na lama e se divertem
com isso. Ficam se esfregando na injustiça e passando pecado em seus corpos, e
isso pra eles é uma alegria. Outros crentes, contudo, estão na lama simplesmente
porque tropeçaram. Querem sair e desejam ficar limpos.
A forma de saber que tipo de crente você é seria descobrir se está disposto
a se livrar da lama e pegar o trem. Jesus Cristo nos ordena a entrar no horário
marcado.
Você pode até dizer:
— Mas a minha roupa ainda está um pouco suja.
Não há problema em entrar no trem assim, mas você não pode perdê-lo!
Você continua dizendo:
— Mas os meus sapatos estão sujos.
Não se preocupe com os seus sapatos. Você não pode perder o trem.
Você responde:
— Meus amigos ainda estão brincando na lama.
Sei disso, mas você não pode perder o trem.
Você então diz:
— Minha família ainda está na lama.
Mas se eles não vão pegar o trem das 8h05, não fique com os seus amigos
que estão-se divertindo na lama. Você ainda pode limpar-se e pegar o trem no
horário. Lá você tem um banheiro com água e sabão. Pode limpar-se quando
estiver dentro dele.
Assim como o filho pródigo, você também pode sair da lama. Pegue o
trem das 8h05 e siga na sua missão. Siga em frente, você tem um compromisso
com Jesus Cristo. Não importa o que precise fazer, coloque o seu amor por Ele
de volta ao seu devido lugar. Se conseguir fazer isso, as outras coisas se acertarão
por si mesmas.