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Misantropia

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Misantropia é a aversão ao ser humano e à natureza humana no geral. Também
engloba uma posição de desconfiança e tendência para antipatizar com outras
pessoas ou um determinado grupo de pessoas. Um misantropo é alguém que
desconfia da humanidade de uma forma generalizada. A palavra vem do grego
misanthropía,[1] a junção dos termos μίσος (ódio) e άνθρωπος (homem, ser
humano). O termo também é aplicável a todos aqueles que se tornam solitários por
causa dos sentimentos acima mencionados (de destacar o elevado grau de
[2]
desconfiança que detêm pelas outras pessoas em geral).

Índice
1 O misantropo
2 Formas de misantropia mais comuns
3 Referências
4 Ver também

O misantropo Gravura da edição de 1719 de Le


Misanthrope.
É uma pessoa que tem aversão ao convívio social, prefere viver em
isolamento.
Aquele que não mostra preocupação em se dar com as outras pessoas, de ter uma vida social preenchida — tem
tendência a ter uma pouca ou praticamente inexistente vida social.
Estado de reclusão que alguns indivíduos escolhem para viver .
É uma pessoa muito inteligente, tende a resolver desafios e enigmas com muita facilidade, já que vive de um
raciocínio puramente lógico, embora não se deixe ser percebido.[3]

Formas de misantropia mais comuns


De modo geral, a misantropia tem facetas múltiplas, tanto positivas quanto negativas. Positivamente, misantropos são via de regra
ótimos escritores, astutos observadores e pesquisadores da vida, criaturas sensíveis, inteligentes, críticos do status quo, seres
perspicazes e filósofos por natureza.[4] Adversamente, a hipersensibilidade e o idealismo do misantropo o levarão a viver em luta
constante com ondas de pessimismo, apatia e isolacionismo, que, se não bem administradas, poderão afetar seu modo de viver e
produzir.[4] Portanto, idealmente, o misantropo deve buscar balancear a vida em sociedade com o respeito e entendimento à sua
própria individualidade e filosofia de vida.[4]

Os misantropos expressam uma antipatia geral para com a humanidade e a sociedade, mas geralmente têm relações normais com
indivíduos específicos (familiares, amigos, companheiros, por exemplo). A misantropia pode ser motivada por sentimentos de
isolamento, alienação social, ou simplesmente desprezo pelas características prevalecentes da humanidade/sociedade.
A misantropia não implica necessariamente uma atitude bizarra em relação à humanidade. Um misantropo não vive afastado do
mundo, apenas é reservado (introvertido/tímido fundamentalmente) e, é precisamente por este fato que é habitual serem poucos os
seus amigos ou pessoas que estabeleçam um vinculo afetivo. Olham para todas as pessoas com uma desconfiança, é frequente
fazerem "juízos de cálculo" de cada um que se aproxime, embora muitas vezes não o demonstrem.

São pessoas que não gostam de grande agitação ao seu redor, pois não se sentem bem diante de muita gente, preferindo ficar em casa
a sair para locais de diversão (indisposição para ir a lugares com muita gente, o que invariavelmente faz da pessoa uma caseira
convicta). Podem ocorrer frequentes mudanças de humor: ora feliz, ora melancólico, o termômetro do estado de espírito fica louco,
oscilando constantemente (poucas são as pessoas que veem este seu aspecto, normalmente as mais próximas). Normalmente são
muito perfeccionistas no que gostam de fazer e no que se comprometem a fazer. É muito frequente destacarem-se nas áreas em que
estão inseridos (as que eventualmente têm um à vontade), pois dedicam grande parte do seu tempo as coisas que gostam de fazer
.

A misantropia costuma aparecer desde logo durante a infância em crianças tímidas, introvertidas e caladas que têm dificuldades em
fazer amigos, nomeadamente na escola, preferindo muitas vezes ficarem sozinhas. Com o passar dos anos, tendem a ser bastante
sarcásticos/irônicos nas observações que fazem (pode-se dizer que em parte a grande timidez é disfarçada por estas duas
características) — têm uma interpretação muito própria de tudo aquilo que veem e de tudo aquilo que lhes é dito pelas outras pessoas,
sendo bastante observadores e atentos ao que os rodeia, embora, muitas vezes, não o pareça.

Uma das explicações mais consistentes para esta aversão social deriva do fato de darem bastante relevância aos aspectos negativos
que constatam nas pessoas ou simplesmente terem medo que estas os desiludam, daí as evitam. Têm uma forte sensibilidade ficando
extremamente afetados com tudo o que os rodeia (mesmo que muitas vezes não estejam envolvidos diretamente) daí ser muito fácil,
ao longo da vida, passarem por váriasdepressões.

Quando adulto, o misantropo tende a ser uma pessoa com o psicológico muito forte e difícil de ser abalado (ver: resiliência). Esta
característica se deve ao fato do misantropo possuir uma alta sensibilidade, que lhe auxilia a entender o mundo de forma mais
profunda, e a refletir durante seus inúmeros momentos de solidão. Misantropos são incansáveis pensadores. É importante salientar
que misantropos, diferentemente das demais pessoas, não enxer
gam a solidão como algo negativo e trágico em suas vidas.

Viver sozinho e em constante pensamento é uma forma de entrar em contato com seu eu interior e descobrir a verdadeira razão de
estar vivo e fazendo da vida suave e tranquila, o conceito errado de solidão e sofrimento para essas pessoas não existe.

Expressões evidentes de misantropia são comuns em sátira e comédia, embora a intensa seja geralmente rara. Expressões mais sutis
são mais comuns, especialmente para mostrar as faltas/falhas na humanidade e sociedade.

É muito importante salientar que o misantropo tem dificuldades em assumir essas características tanto para si mesmo quanto para as
pessoas mais próximas. Raros são os casos em que eles refletem acerca da possibilidade da misantropia ser integrante real das suas
[5]
vidas (estes entram em uma categoria limitada de misantropos), costumando negar a existência desta em todos os casos.

Referências
1. «Priberam.pt» (http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx?pal=Misantropia)
2. David E. Zimerman (2012).Etimologia de Termos Psicanalíticos (http://books.google.com.br/books?id=JWxKSx_CM
vQC&pg=PA181&dq=misantropia&hl=pt-BR&sa=X&ei=yj0GU8_mJ7LIsASIrIGoDg&ved=0CGMQ6AEwCQ#v=onepa
ge&q=misantropia&f=false). [S.l.]: Artmed. 181 páginas.ISBN 978-85-363-2757-0
3. Molière (1973). O misantropo: ou, O atrabiliário apaixonado(http://books.google.com.br/books?id=XVOxGwAACAAJ
&dq=misantropia+Moliere&hl=pt-BR&sa=X&ei=fT8GU_vZHYXukQe5qYCoAg&ved=0CDsQ6AEwAg) . [S.l.]: Seara.
171 páginas. ISBN
4. Paula Hunziker, Natalia Lerussi (2007).Misantropia, Filantropia, Apatia/ Misanthropy, Philanthropy, Apathy (https://bo
oks.google.com.br/books?id=AJ9DbURUaecC&printsec=frontcover&dq=Misantropia,+Filantropia,+Apatia&hl=pt-BR&
sa=X&ved=0ahUKEwi3wdjXqbbNAhWDDJAKHd6OAO4Q6AEIHzAA#v=onepage&q=Misantropia%2C%20Filantropi
a%2C%20Apatia&f=false). [S.l.]: Editorial Brujas. 396 páginas.ISBN 9789875910829
5. R. Howard Bloch, Frances Ferguson (1989).Misogyny, Misandry, and Misanthropy (http://books.google.com.br/book
s?id=8uixZnit2WQC&printsec=frontcover&dq=Misanthropy&hl=pt-BR&sa=X&ei=oD8GU_nsGZOHkQfenIDABg&ved=
0CCwQ6AEwAA#v=onepage&q=Misanthropy) . [S.l.]: UCLA Press. 235 páginas.ISBN 0-520-06544-1
Ver também
Filantropia
Afeto (filosofia)
Chauvinismo
Misandria
Misoginia
Ginofobia
Preconceito
Pessimismo

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