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Aquecedor instantâneo: aparelho que não exige reservatório, aquecendo a água quando
de sua passagem por ele.
Engate: tubulação flexível ou que permite ser curvada, utilizada externamente para conectar
determinados aparelhos sanitários – geralmente bidês e lavatórios – aos respectivos pontos
de utilização.
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A distribuição de água quente para este se sistema constitui basicamente de ramais
que conduzem a água do aparelho de aquecimento até os pontos de utilização. Este
caminhamento deverá ser o mais curto possível para se evitar perda de temperatura na
tubulação ao longo do trecho.
A escolha deste sistema deve levar em conta os fatores financeiros, visto que a
instalação da rede demanda um certo investimento inicial. A adequação dos ambientes
também deverá ser levada em consideração, visto que os ambientes necessitam de
ventilação permanente e espaço físico adequado, principalmente no caso de se adotar
aquecedores de acumulação, o que demanda espaço para sua instalação. Em certos casos,
a falta de espaço remete à instalação de aquecedores de passagem. Outro fator importante
na escolha de aquecedores de passagem ou acumulação é o caminhamento da tubulação.
Trechos muito longos proporcionam perdas de temperatura, o que limita a utilização de um
único aquecedor instantâneo. A alimentação de mais de um ponto de utilização com um
único aquecedor de passagem também pode ser deficiente. Um aquecedor de acumulação,
nestes casos, proporcionaria mais conforto ao usuário.
Figura 3.1. Esquema de alimentação de água fria para sistema central privado de uma
residência, com aquecedor Junker de baixa pressão (CREDER, 2006).
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3.1.3 Sistema central coletivo
Neste sistema, se produz água quente para todos os parelhos ou unidades da
edificação. O aparelho de aquecimento é, normalmente situado no térreo ou subsolo, para
facilitar a manutenção e o abastecimento de combustível. O abastecimento de água neste
caso também é feito através de uma prumada exclusiva. Estes aparelhos (comumente
denominados de caldeiras) podem apresentar dispositivos para a troca do energético
alimentador (sistema de backup); assim tem-se caldeira a gás e eletricidade num mesmo
aparelho, proporcionando a alternância da fonte de energia. Assim como nos aquecedores
de acumulação para central privada, o reservatório pode estar situado conjuntamente com o
gerador ou não, dependendo do espaço físico destinado ao aparelho. Assim, pode-se ter o
gerador no pavimento térreo ou subsolo e o reservatório na parte superior da edificação
(cobertura). A Figura 3.2 ilustra o sistema central coletivo. As dimensões variam conforme o
volume contido e alguns fabricantes trazem recomendações quanto às dimensões das casas
de caldeiras para a instalação das mesmas.
A distribuição neste sistema pode ser ascendente, descendente ou mista. Na
distribuição ascendente (Figura 3.3), tem-se um barrilete inferior que alimenta as colunas.
Na distribuição descendente (Figura 3.4), as colunas são alimentadas por um barrilete
superior. Na distribuição mista (Figura 3.5), existe dois barriletes, um superior e outro
inferior.
É recomendada quando não há rateio na conta, como em hotéis, motéis, hospitais,
clubes, indústrias, etc. É recomendado também quando se dispõe de pouco espaço físico no
interior do apartamento, ou então, em situações onde não se deseja a instalação de
aparelhos de aquecimento no apartamento. Vale ressaltar que neste sistema a água é
oferecida em maiores vazões e o correto dimensionamento do sistema proporciona
quantidades de água quente adequadas em todos os pontos de utilização. Entretanto, as
perdas de calor no reservatório são maiores do que as perdas verificadas num aquecedor
utilizado no sistema central privado.
Figura 3.2. Sistema central coletivo – caldeira a gás combustível (ILHA et al, 1994).
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Figura 3.3. Sistema central coletivo – distribuição ascendente (ILHA et al, 1994).
Figura 3.4. Sistema central coletivo – distribuição descendente (ILHA et al, 1994).
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Figura 3.5. Sistema central coletivo – distribuição mista (ILHA et al, 1994).
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Figura 3.7. Esquema típico de instalação de aquecimento solar.
Fonte: www.soletrol.com.br
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Circulação Forçada ou Bombeada
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Figura 3.11. Esquema de uma instalação hidráulica de edifício, com previsão para utilização
de aquecedores solares (CREDER, 2006).
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Figura 3.12. Radiação solar recebida e duração máxima de insolação diária (TUCCI, 2001).
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Exercício 3.1: Determine a área do coletor solar necessário para atender as necessidades
de água quente de uma instalação domiciliar para 5 pessoas, localizada em Santa Maria –
RS.
Dados: Temperatura da água fria = 8 ºC
Temperatura da água quente = 45 ºC
Latitude de Santa Maria = 30º S
Tempo médio de insolação = 8 horas
b) Ligação em série
Nesta ligação a circulação deve ser forçada. Para isto utiliza-se bombas de circulação ou
pressurizadores, que apresentam potências variadas, a depender do tamanho da instalação.
Para residências e pequenas instalações, esta potência geralmente fica entre 1/6 CV e 1/2
CV.
Conforme a Figura 3-14, considerando-se C1, C2 e C3 os coletores; T1, T2 e T3 as
temperaturas dos coletores e E1, E2 e E3 as eficiências dos coletores, se verifica que:
T1 < T2 < T3 e E1 >E2 > E3.
A água passa em todos os coletores, e em cada coletor há um ganho de temperatura.
Usando mais coletores, aumenta a temperatura da água, porém não aumenta o volume.
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Figura 3.14. Coletores solares ligados em série (GHISI e GUGEL 2005).
c) Ligação em série/paralelo
É uma combinação da ligações anteriores e a circulação deve ser forçada. Utiliza-se esta
modalidade quando se deseja aumentar quanto o volume quanto a temperatura da água. A
Figura 3-15 apresenta o esquema típico de instalação deste tipo de ligação.
Figura 3.15. Ligação série / paralelo dos coletores solares (GHISI e GUGEL 2005).
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3.2.2 Aquecimento elétrico
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Figura 3.18. Instalação de aquecedores elétricos de acumulação em casas residenciais
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Figura 3.19. Instalação de aquecedores elétricos de acumulação, em prédios.
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Figura 3.20. Aquecedor instantâneo à gás combustível.
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3.3 DIMENSIONAMENTO.
3.3.1 Consumo de água quente
Em países de clima frio, o consumo de água quente chega a ser igual a 1/3 do
consumo total de água dos aparelhos. As previsões atingem, portanto, valores muito
grandes. Para hotéis e apartamentos, por exemplo, chegam a ser previstos 150
L/pessoa.dia.
Como base para o dimensionamento do aquecedor e do reservatório de acumulação
de água quente, pode usar a Tabela 3.2.
3.3.3 Pressões
As pressões mínimas de serviço nas torneiras e nos chuveiros são, respectivamente,
de 0,5 e 1,0 mca, ou seja, 5 e 10 kPa.
A pressão estática máxima nas peças de utilização, assim como nos aquecedores, é
de 40,0 mca, ou seja, 400 kPa.
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3.3.5 Perdas de carga
O cálculo das perdas de carga deve ser feito do mesmo modo que o indicado para a
instalação de água fria. Pode ser utilizada a fórmula de Fair-Whipple_Hsiao para Tubo de
cobre, latão e plástico conduzindo água quente, Equação 3.3.
Q = 63,281D 2,714 J 0,571 ou J = 0,000704.D −4,75Q1, 75 Equação 3.3
No cálculo do consumo diário de água quente, pode-se utilizar a clássica equação das
misturas de líquidos em temperaturas diversas (Equação 3.4).
VM ⋅ TM = V AF ⋅ T AF + V AQ ⋅ T AQ Equação 3.4
VM = VAF + VAQ
onde: VM = volume de mistura (Tabela 3.2); TM = temperatura de mistura (Tabela 3.1); VAF =
volume de água fria; TAF = temperatura da água fria; VAQ = volume de água quente; TAQ =
temperatura da água quente (70oC).
A determinação da capacidade do aquecedor e da potência elétrica consumida pode
ser feita com auxílio da Tabela 3.5. ou de catálogos fornecidos pelos fabricantes.
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3.4 MATERIAIS E RECOMENDAÇÕES GERAIS
3.4.1 Cobre
O cobre apresenta as seguintes características:
• Apresenta uma vida útil bastante longa (durabilidade).
• Baixos custos de manutenção.
• Resiste à pressão de serviço e a elevações de temperatura acima do mínimo exigido.
Apresenta também resistência ao golpe de aríete.
• Não forma incrustações por oxidação.
• Apresenta resistência à corrosão interna e externa.
• A execução das tubulações exige mão-de-obra especializada (pode ser utilizada solda).
• Requer isolamento térmico, coeficiente de dilatação térmica linear: 1,65 x 10-2 mm/m°C.
3.4.2 Ferro
Apresenta custo elevado, embora menor que o do cobre. Devido às incrustações e
corrosões, pode apresentar vida útil mais reduzida se comparado ao cobre. Apresenta
coeficiente de dilatação alto, em torno de 1,2 x 10-5 m/ºC. A instalação requer isolamento
térmico. As juntas são rosquedas, exigindo mão-de-obra especializada.
3.4.3 CPVC
Termoplástico semelhante ao PVC, porém com maior percentual de cloro, o
policloreto de vinila clorado é o material que apresenta o menor custo. Apresenta vida útil
longa, baixo coeficiente de dilatação e baixa condutividade térmica, o que dispensa o uso de
isolamento térmico. As juntas são soldáveis, exigindo mão-de-obra treinada. A principal
limitação quanto ao uso de CPVC é o limite de temperatura, que é de 80º C, o que exige a
instalação de termoválvula com termoelemento.
A termo-válvula é utilizada para impedir que a água ultrapasse a temperatura de 80º C
através da mistura com água fria. A termoválvula deve ser instalada entre o aquecedor e a
tubulação de água quente. Deve se ter cuidado na observação da vida útil da termoválvula.
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Figura 3.24. Tubos e conexões de Polipropileno Copolímero Random tipo 3 (PPR).
Fonte: http://www.amanco.com.br.
Em relação aos custos de cada material, pode-se observar que os mesmos variam
em função do mercado, com os materiais alternando de preço. Em geral, a ordem
decrescente de preço é: cobre, polipropileno e CPVC, citando apenas os mais utilizados.
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Medição através de hidrômetros distribuídos nos pavimentos (um para cada
apartamento), com uma coluna ou com várias colunas;
Medição através de hidrômetros concentrados em barrilete superior;
Medição através de hidrômetros concentrados em barrilete inferior;
Medição através de hidrômetros concentrados em mais de um barrilete;
• Sistema central coletivo – o caráter coletivo na geração/reservação de água
quente e a introdução de um sistema de recirculação trazem complicações
adicionais para medição individualizada. Em edifícios de apartamentos pequenos,
cuja distribuição de água quente possa ser efetuada em apenas uma coluna, com
ramais internos em cada unidade residencial, a individualização não implica em
maiores dificuldades. Observa-se, entretanto, que o aumento do número de
colunas de distribuição de água quente por apartamento determina a necessidade
de se instalar hidrômetros em cada coluna adicional, tornando a aplicação deste
tipo de medição difícil em grandes apartamentos.
3.4.8 Isolamento
O calor é transmitido, por condução pela parede, do interior das tubulações de água
quente para o meio. A fim de dificultar esta perda de calor e, com isso, aumentar a eficiência
do sistema de distribuição de água quente, são utilizados isolantes que constituem-se,
basicamente, em materiais com baixa condutividade térmica (figura 3.27).
Em tubulações embutidas, os isolantes mais utilizados são as canaletas, normalmente
de materiais plásticos e a massa de amianto e nata de cal.
Por outro lado, nas tubulações aparentes são freqüentemente empregadas as
canaletas de lã de vidro e de silicato de cálcio, conforme a Figura 3.28.
3.4.9 Dilatação
As instalações de água quente, em função das tensões internas, provocam empuxos
nas tubulações que, podem atingir valores consideráveis e causar danos às tubulações. Em
trechos longos e retilíneos deve-se usar cavaletes, liras ou juntas de dilatação especiais que
permitam a dilatação. A Figura 3.28 ilustra um exemplo de lira e outro de cavalete. O
espaçamento para execução destes elementos deverá ser consultado junto aos fabricantes.
♦As canalizações de água quente não podem ser superdimensionadas pois poderão
funcionar como "reservatórios", ocasionando uma demora excessiva na chegada da água
até os pontos de consumo, e o seu resfriamento.
♦A única canalização que pode funcionar com uma certa "folga" é a canalização que
conduz a água fria desde o reservatório superior até o sistema de aquecimento.
♦Antes de iniciar o dimensionamento do barrilete e colunas deve-se verificar a
pressão mínima que poderá ocorrer no início de cada coluna, se o sistema for descendente
ou no final de cada coluna se o sistema for ascendente, de modo que a pressão nos pontos
de utilização do pavimento mais crítico (geralmente, último andar), obedeça os valores
mínimos estabelecidos pela ABNT e pelos catálogos das peças instaladas.
♦ A união incorreta entre um tubo de cobre e um tubo de aço galvanizado, pode ser
muito desastroso para as instalações, tendo em vista as propriedades desses materiais
quando postos em contato.
♦ Os tubos de aço galvanizado devem ser instalados de modo a não entrarem em
contato com tubos e conexões de cobre e suas ligas, de modo a evitar a formação de par
galvânico (figura 3.29). Um contato galvânico, freqüente em instalações hidráulicas prediais
com aquecimento central (privado ou coletivo), é aquele que se estabelece na região de
mistura da água quente (tubo de cobre) com a água fria (tubo de aço carbono galvanizado).
O metal mais anódico (aço, no caso) sofrerá corrosão a uma taxa mais alta que aquela que
o mesmo metal sofreria sem a presença do contato galvânico (os eletrólitos, no caso, são a
água, pelo lado interno, e a argamassa de revestimento, pelo lado externo). Na prática, esta
condição acontece na ligação de chuveiros ou duchas, com as inconveniências decorrentes
do par galvânico, sendo minimizadas através da adoção de esquemas como os
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representados na figura 3.30, onde a opção (a) se constitui na de maior eficiência, por
transferir o contato entre o galvanizado e o cobre para um ponto onde a temperatura seja
menor em caso de refluxo da água quente;
Figura 3.30. Esquema de ligação de canalização de cobre com aço (ou ferro).
Referências bibliográficas
ABNT (1998). NBR 5626 – Instalação predial de água fria.
ABNT (1993). NBR 7198 – Projeto e execução de instalações prediais de água quente.
BOTELHO, M. H. C. & RIBEIRO Jr., G. de A. (1998). Instalações Hidráulicas Prediais Feitas
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CREDER, H. (2006). Instalações hidráulicas e sanitárias. Rio de Janeiro: LTC - Livros
Técnicos e Científicos Editora, 6ª Edição. 423p. il.
GHISI, E. e GUGEL, E. C. (2005) Notas de aula - Instalações Prediais de Água Quente -
Universidade Federal de Santa Catarina. Departamento de Engenharia Civil. Disciplina
ECV5317 – Instalações I -, Florianópolis, Agosto de 2005.
ILHA, M. S. de O., GONÇALVES, O. M., KAVASSAKI, Y. (1994) Sistemas Prediais de Água
Quente. São Paulo. EPUSP, 60 p.
MACINTYRE, A.J. (1990) Manual de instalações hidráulicas e sanitárias. Ed. Guanabara.
PAIVA, J. B. D. de e IRION, C. A. O. (2003) Notas de aula – Instalações Hidrossanitárias
Prediais. Santa Maria: Departamento de Hidráulica e Saneamento da Universidade Federal
de Santa Maria.
TUCCI, CARLOS E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. Editora da Universidade (UFRGS).
Volume Único. p35 a ..p50.1ª Edição. 1993.
Página da internet: www.procobre.org/br, acesso em maio de 2006.
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ANEXOS
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