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O papel da autoridade

O bem comum não pode ser alcançado espontaneamente mediante a simples soma dos esforços
dos indivíduos e dos grupos que formem. è preciso organizar e coordenar essas iniciativas.

Para isso existe necessariamente a autoridade pública, a quem cabe organizar a contribuição de
todos, distribuindo tarefas e repartindo os bens. Assim se alcança a justiça, que consiste em
solicitar mais a quem possa dar mais, e dar mais a quem mais precisa. Esta é a parte mais difícil
da missão dos governos, pois o bem de todos por vezes exige o sacrifício de algum bem particular
de alguns ou mesmo de muitos.

Se o governo não tem autoridade (capacidade de mandar) não pode governar com justiça (os
mais fortes impor-se-iam). Por isso é necessário proteger o prestígio da autoridade e manter o
devido respeito por ela. Por outro lado, pode (e deve) fazer-se uma crítica honesta e construtiva à
autoridade.

Para poder gozar de autoridade, o governo deve ter meios para assegurá-la: deve governar e ser
obedecido. E como haverá sempre quem resista a obedecer, deve ter força coativa (uma força
legítima e moderada) para impor as decisões que afetem ao bem comum. A justiça exige que se
corrija os que se desviam, se reprima o crime e se neutralize as condutas anti-sociais.

Mas a autoridade é limitada. Deve guiar-se por critérios racionais de justiça, que possam ser
explicados aos cidadãos. Para isso, as sociedades devem ser governadas mediante leis escritas e
costumes conhecidos e respeitados por todos, para que cada um possa contribuir conscientemente
para o bem comum.

Só é lícito desobedecer a uma lei quando ela é injusta, mas só no caso de assuntos graves ou que
obrigassem a ir contra a própria consciência. Há ocasiões em que o bem de todos exige que se
sofra alguma injustiça, para não prejudicar um bem maior.

O que é a Moral

Na realidade, a moral tem muito pouco a ver com tudo isso. Se tivéssemos que dar uma definição
simples do que é a moral, poderíamos dizer que é a arte de viver.

Arte: conjunto de conhecimentos teóricos e técnicos, experiências e habilidades. Todos estes


elementos são necessários.

A moral é a arte de viver bem, viver como é próprio de um ser humano.

Os animais vivem espontaneamente, aparte algumas estratégias para conseguir comida, por
exemplo, ninguém os ensina. Bastam-lhe os instintos.

Mas o homem é um ser livre. Precisa de saber muitas coisas que os animais conhecem por instinto
e muitas outras que os animais simplesmente não conhecem. Precisa de ser educado para viver
como homem. O recém-nascido nem sequer é capaz de buscar o alimento que precisa. Nos
primeiros meses é preciso fazer-lhe tudo e, mais tarde, ensinar-lhe tudo.

Além disso, tem de aprender o que é próprio do homem: falar, escrever, relacionar-se, portar-se
bem em público, etc. Se não for educado, não desenvolve as suas capacidades que lhe vêm da
sua natureza mas que só aparecem com a educação.

Entre as capacidades humanas, a mais importante é a liberdade e, por isso, é preciso educá-la
com a maior atenção. Educar um homem é, sobretudo, ensiná-lo a usar bem da liberdade, a usar
da liberdade como é próprio do homem. A moral é a arte de usar bem da liberdade.

É uma arte porque carece de conhecimentos teóricos, que é preciso receber de outros, e práticos,
isto é, hábitos que só podem ser adquiridos pelo exercício pessoal. De facto, para levarmos uma
decisão à prática precisamos da força de vontade. E isso tem muito que ver com os costumes ou
os hábitos das pessoas.
Por isso a formação moral consiste em adquirir não só os conhecimentos necessários, mas
também os costumes ou hábitos que permitem ao homem viver bem, como homem. A palavra
"moral" vem do latim da palavra "mos-moris" que quer dizer costume. A moral é então a arte dos
bons costumes.

Recapitulando, a Moral é a arte de viver bem, de viver como um ser humano, cuja característica
principal é a liberdade. Por isso a Moral é a arte de educar a liberdade e isso significa
fundamentalmente conhecer, praticar e adquirir bons costumes, que permitem o homem viver
como corresponde a um ser humano.

Fonte: Site a arte de viver.

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