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FÍSICOS DA
PNEUMÁTICA
“Pelas razões mencionadas e à vista, posso chegar à conclusão de que o homem dominará e
poderá elevar-se sobre o ar mediante grandes asas construídas por si, contra a resistência da
gravidade”
- Leonardo da Vinci
VANTAGENS LIMITAÇÕES
1) Incremento da produção 1) O ar comprimido necessita de uma
boa preparação para realizar o
trabalho proposto
2) Redução dos custos operacionais 2) A relativa baixa capacidade de
imprimir força dos componentes
pneumáticos
O QUE É AR COMPRIMIDO?
De forma muito mais fácil, usamos a corneta de ar comprimido que já vem pronta,
pois o ar atmosférico está comprimido no frasco e, quando apertamos o botão, sai com
muita força e pressão – muito maior do que podemos produzir com os nossos pulmões.
DEFIINIÇÕES RELEVANTES
Força: é qualquer influência ou iteração capaz de produzir uma alteração no movimento de
um corpo (aceleração).
Quando alguém empurra um carro, por exemplo, uma força é gerada para que ocorra o
deslocamento do veículo (Figura 4).
Por definição:
⃗𝑭 = 𝒎 × 𝒂
Pressão: E a forca exercida por unidade de superfície (área). Quando enchemos um pneu de
bicicleta temos um exemplo prático da pressão. Quanto mais enchemos um pneu, mais “duro”
ele fica, aumentando assim, sua pressão interna (Figura 5).
Fonte: (SENAI,2012)
Por definição:
𝑭
P=𝑨
O AR COMPRIMIDO NA INDÚSTRIA
Em um ambiente ou local confinado em que a área e fixa, quanto maior for a pressão que
exercermos maior será a força resultante. Por exemplo, em um empurrador de uma indústria,
um material mais pesado pode ser expulso com o aumento da pressão, desde que o
expulsador aceite aquela pressão exercida nele.
Quando estudamos pressão, devemos levar em conta a pressão absoluta, que é a soma das
pressões atmosférica e relativa. A pressão relativa, também conhecida como sob repressão,
pressão manométrica ou pressão instrumental, e a pressão medida no manômetro, conforme
demonstra a Figura 6.
Figura 6 – Manômetro e a medida da pressão relativa.
Fonte: (SENAI,2012)
Elasticidade
Propriedade que possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial uma vez extinto o efeito (força)
responsável pela redução do volume.
Difusibilidade
Propriedade do ar que lhe permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio gasoso
que não esteja saturado.
Expansibilidade
Propriedade do ar que lhe possibilita ocupar totalmente o volume de qualquer recipiente,
adquirindo o seu formato.
Possuímos um recipiente contendo ar; a válvula na situação 1 está fechada.
Quando a válvula é aberta o ar expande, assumindo o formato dos recipientes, porque não
possui forma própria.
Peso do ar
Como toda matéria concreta, o ar tem peso. A experiência abaixo mostra a existência do peso
do ar. Temos dois balões idênticos, hermeticamente fechados, contendo ar com a mesma
pressão e temperatura.
Colocando-os numa balança de precisão, os pratos se equilibram.
Coloca-se outra vez o balão na balança (já sem o ar) e haverá o desequilíbrio causado pela
falta do ar. Um litro de ar, a 0°C e ao nível do mar, pesa 1,293 x 10-3 Kgf.
Peso do ar (com temperatura normal e aquecido)
Uma experiência que mostra este fato é a seguinte: uma balança equilibra dois balões
idênticos, abertos. Expondo-se um dos balões em contato com uma chama, o ar do seu
interior se aquece, escapa pela boca do balão, tornando-se assim, menos denso.
Consequentemente há um desequilíbrio na balança.
Constata-se que o ar é muito compressível sob ação de pequenas forças. Quando contido em
um recipiente fechado, o ar exerce uma pressão igual sobre as paredes, em todos os sentidos.
Por Blaise Pascal temos: "A pressão exercida em um líquido confinado em forma estática atua
em todos os sentidos e direções, com a mesma intensidade, exercendo forças iguais em áreas
iguais".
1. Compressor
2. Resfriador posterior ar/ar
3. Separador de condensados
4. Reservatório
5. Purgador automático
6. Pré-filtro coalescente
7. Secador
8. Purgador automático
eletrônico
9. Pré-filtro coalescente grau x
10. Pré-filtro coalescente grau y
11. Pré-filtro coalescente z
12. Separador de água e óleo
PRODUÇÃO DO AR COMPRIMIDO
A partir da Figura 8, apresentaremos cada elemento que compõe essa rede, que é formada
por 12 elementos.
Compressores são máquinas destinadas a elevar a pressão de um certo volume de ar, admitido
nas condições atmosféricas, até uma determinada pressão, exigida na execução dos trabalhos
realizados pelo ar comprimido.
O compressor tem como principais funções:
• transformar o ar em ar comprimido;
• filtrar o ar;
• armazenar o ar.
Figura 8 - Compressor tipo pistão (laranja), com reservatório de 25L (preto) e sua simbologia.
Fonte: (SENAI,2012)
TIPOS DE COMPRESSORES
Compressor de diafragma
O compressor de diafragma (Figura 11) usa eixos de ligação e diafragmas elásticos para
compressão. Ao contrário do compressor de pistão, cujo pistão se move de um lado para outro
entre duas posições, o compressor de diafragma é induzido a se mover em oscilações não
lineares. O diafragma é fixo por sua extremidade e é movimentado pelo eixo de ligação, cujo
comprimento depende da deformação do diafragma.
Figura 11 - Compressor por diafragma
Nas extremidades da câmara existem aberturas para admissão e descarga do ar. O ciclo de
compressão pode ser seguido pelas figuras a, b, c e d.
O ar à pressão atmosférica ocupa espaço entre os rotores e, conforme eles giram, o volume
compreendido entre os mesmos é isolado da admissão. Em seguida, começa a decrescer,
dando início à compressão. Esta prossegue até uma posição tal que a descarga é descoberta
e o ar é descarregado continuamente, livre de pulsações.
Compressor de lóbulo ou roots
O compressor de lóbulo ou roots (Figura 14) possui dois rotores que giram em sentido
contrário, mantendo uma folga muito pequena no ponto de tangência entre si e com relação
à carcaça. O ar penetra pela abertura de sucção e ocupa a câmara de compressão, sendo
conduzido até a abertura de descarga pelos rotores.
Este subtipo de compressor, apesar de ser classificado como volumétrico, não possui
compressão interna. Os rotores apenas deslocam o ar de uma região de baixa pressão para
uma de alta pressão.
Na verdade, a máquina é mais conhecida como soprador roots, sendo utilizada para elevações
muito baixas de pressão.
SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO
Após passar pelo compressor, o ar deve ser conduzido por um sistema de refrigeração. Isso
porque, quando passa pelos compressores, ele esquenta e, como vimos na produção de ar
comprimido, o ar deve estar em suas condições normais. Assim, a principal função do sistema
de refrigeração é eliminar o calor gerado entre os estágios de compressão com o intuito de:
• manter baixa a temperatura das válvulas, do óleo lubrificante e do ar que está sendo
comprimido (com a queda da temperatura do ar é eliminada a umidade);
• aproximar o melhor possível da transformação isotérmica, embora seja dificilmente atingida
devido à pequena superfície para troca de calor;
• evitar deformação do bloco e do cabeçote devido às temperaturas;
• aumentar a eficiência do compressor. O sistema de refrigeração compreende duas fases:
• resfriamento dos cilindros de compressão; e
• resfriamento do resfriador intermediário.
Resfriamento a água
Os blocos dos cilindros são dotados de paredes duplas, entre as quais circula água. A superfície
que exige um melhor resfriamento é a do cabeçote, que permanece em contato com o gás ao
fim da compressão. O processo de resfriamento se inicia, geralmente, pela circulação de água
através da câmara de baixa pressão, passando pelo resfriador intermediário. Após esta fase,
a água vai para a câmara de alta pressão. Aqui, todo o calor adquirido é eliminado da água,
para que haja condições de reaproveitamento.
Resfriamento a ar
Composição do ar
O ar atmosférico é resultado de uma mistura de gases, principalmente de oxigênio e
nitrogênio, mas também contém contaminantes de três tipos básicos:
• água;
• óleo;
• poeira.
RESERVATÓRIO DE AR COMPRIMIDO
Um sistema de ar comprimido é dotado, geralmente, de um ou mais reservatórios, que
desempenham grandes funções junto a todo o processo de produção.
Em geral, o reservatório possui as seguintes funções:
• armazenar o ar comprimido;
• resfriar o ar, auxiliando na eliminação do condensado;
• compensar as flutuações de pressão em todo o sistema de distribuição;
• estabilizar o fluxo de ar;
• controlar as marchas dos compressores e outros.
Figura 19 - Reservatório de ar
comprimido com a sua simbologia
Nenhum reservatório deve operar com uma pressão acima da pressão máxima de trabalho
permitida, exceto quando a válvula de segurança estiver dando vazão; nesta condição, a
pressão não deve ser excedida em mais de 6% do seu valor.
O reservatório deve estar localizado:
• de modo que todos os drenos, conexões e aberturas de inspeção sejam facilmente
acessíveis;
• em espaços de livres e de fácil acesso – em nenhuma condição o reservatório deve ser
enterrado ou instalado em local de difícil acesso;
• de preferência, fora da casa dos compressores e localizado na sombra, para facilitar a
condensação da umidade e do óleo contidos no ar comprimido;
• em espaços que permitam a instalação de um dreno no ponto mais baixo para fazer a
remoção do condensado acumulado a cada 8 horas de trabalho;
• de maneira que o dreno seja, preferencialmente, automático.
FILTROS DE AR COMPRIMIDO
Pela definição da Norma ISO-8573, o filtro é um aparato para separar os contaminantes
presentes em fluido. O filtro de ar comprimido aparece, geralmente, em três posições
diferentes:
• antes do secador de ar comprimido (pré-filtro): separa o restante da contaminação sólida
e líquida (~30%) não totalmente eliminada pelo separador de condensados do resfriador
posterior;
• depois do secador de ar comprimido (pós-filtro): responsável pela eliminação da umidade
residual (~30%) não removida pelo separador mecânico de condensados do secador por
refrigeração, além da contenção dos sólidos não retidos no pré-filtro.
• junto ao ponto de uso.
SECADORES DE AR
A presença de umidade no ar comprimido é sempre prejudicial para as automatizações
pneumáticas, pois causa sérias consequências. Assim, é necessário eliminar ou reduzir ao
máximo a umidade. O ideal seria ter o ar comprimido de modo absoluto, sem umidade, o que
é praticamente impossível.
Alguns dos meios mais utilizados para a secagem do ar são:
• Secagem por refrigeração;
• Secagem por absorção.
Secagem por refrigeração
Figura 20 - Secagem por refrigeração
DISTRIBUIÇÃO DO AR COMPRIMIDO
A rede de distribuição de ar comprimido compreende todas as tubulações que saem do
reservatório, passando pelo secador e que, unidas, orientam o ar comprimido até os pontos
individuais de utilização.
A rede possui duas funções básicas:
• comunicar a fonte produtora com os equipamentos consumidores; e
• funcionar como um reservatório para atender às exigências locais.
Um sistema de distribuição perfeitamente executado deve apresentar os seguintes
requisitos:
Pequena queda de pressão entre o compressor e as partes de consumo, a fim de manter a
pressão dentro de limites toleráveis em conformidade com as exigências das aplicações.
Não apresentar escape de ar; do contrário haveria perda de potência. Apresentar grande
capacidade de realizar separação de condensado.
O tipo de linha para a ligação das tubulações pode ser em circuito fechado, circuito aberto,
circuito misto (ou rede combinada).
Figura 23 - a) Rede de ar comprimido com circuito aberto; b) Circuito fechado e circuito misto
Processam-se de diversas maneiras, rosca, solda, flange, acoplamento rápido, devendo apresentar a
mais perfeita vedação.
Inclinação
As tubulações devem possuir uma determinada inclinação no sentido do fluxo interior, pois,
enquanto a temperatura de tubulação for maior que a temperatura de saída do ar após os
secadores, este sairá praticamente seco; se a temperatura da tubulação baixar, haverá,
embora raramente, precipitação de água.
A inclinação serve para favorecer o recolhimento desta eventual condensação e das
impurezas devido à formação de óxido, levando-as para o ponto mais baixo, onde são
eliminadas para a atmosfera, através do dreno.
O valor desta inclinação é de 0,5 a 2% em função do comprimento reto da tubulação onde for
executada. Os drenos, colocados nos pontos mais baixos, de preferência devem ser
automáticos.
CORES TÉCNICAS
Um circuito pneumático ou hidráulico pode ser identificado quando são utilizadas as “cores
técnicas”, colorindo as linhas de fluxo, com o objetivo de identificar o que está ocorrendo ou
qual função o fluxo desenvolverá.
As cores utilizadas apresentadas aqui são normatizadas pelo ANSI (American National
Standard Institute).
VAZAMENTOS
Vazamentos são as quantidades de ar perdidas através de pequenos furos, acoplamentos com
folgas, vedações defeituosas e outros. Quando somados, os vazamentos alcançam elevados
valores.
A importância econômica desta contínua perda de ar torna-se mais evidente quando
comparada com o consumo de um equipamento e a potência necessária para realizar a
compressão.
Desta forma, um vazamento na rede representa um consumo consideravelmente maior de
energia, que pode ser verificado através da tabela.
MATERIAIS UTILIZADOS NAS REDES DE PRESSÃO
As redes de pressão são divididas em duas: a primária, que é a rede principal, e a secundária,
que é a ligação com os circuitos pneumáticos.
a) Tubulações primárias
• cobre;
• latão;
• aço-liga;
• tubo de aço preto (galvanizado);
• tubos sintéticos (plástico).
b) Tubulações secundárias
São utilizados tubos sintéticos, que proporcionam boa resistência mecânica, apresentando
uma elevada força de ruptura e grande flexibilidade. São usados tubos de polietileno e tubos
de nylon, cujas características são:
• Polietileno – aplicação de vácuo até pressões de 700kPa e temperatura de trabalho de -37ºC
a 40ºC.
• Nylon – é mais resistente do que o polietileno, sendo mais recomendado para aplicação de
vácuo até 1,700kPa e temperatura de 0ºC a 70ºC.
Estes tubos possuem diversos diâmetros, mas os mais comuns são os de 4, 6, 8 e 10mm. A
Figura abaixo mostra os tubos secundários.