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O s u n

IBÀ ÒSUN! ÒSUN SIGINSI EMI L’OMO ÌJÈSÀ.


ÒSUN Ó JÍRE E O!

SAUDAÇÕES ÒSUN! ÒSUN SIGINSI SOU CIDADÃO DE ÌJÈSÀ.


ÒSUN, BOM DIA PARA VC! 
OXUN
OXUN TERI
TERIA
A NASC
NASCIDO
IDO DE UMA
UMA CONC
CONCHA
HA DEPO
DEPOSI
SIT
TADA
ADA POR
POR SUA
SUA MÃE
YEMANJÁ, NAS MARGENS DE UM GRANDE RIO AO QUAL EMPRESTA O SEU
NOME
NOME,, RIO OXUN
XUN, EM YORU
YORUBÁ
BÁ "ODÔ
ODÔ OXU
OXUN".
N". É NOS
NOS LOLOCA
CAIIS MAIS
AIS
PROF
PROFUND
UNDOS
OS DESTE
DESTE RIO,
RIO, ENTR
ENTREE AS LO
LOCA
CALID
LIDAD
ADES
ES DE IGUE
IGUEDÉ
DÉ ONDE
ONDE
NASCE E LEKÉ,KÉ, ONDE DESDESEMBOCA NUMA LAGO GOAA, QUE
QUE OXUNXUN É
ORI
ORIGI
GIN
NALME
ALMENT
NTE
E CUL
CULTUA
TUADA,
DA, TEND
TENDOO O SEU SEU TEMP
TEMPLO
LO PRIN
PRINCI
CIP
PAL
EDIFICADO NESTA REGIÃO, NA ALDEIA DE OXOGBO, PALAVRA DO DIALETO
YORUBÁ QUE SIGNIFICA: "OXUN ATINGIU A MATURIDADE". NO PERCURSO
DO RIO, QUE CORRESPONDE À TRAJETÓRIA DO PRÓPRIO ORIXÁ, OXUN
ASSUME DIFERENTES CARACTERÍSTICAS, TODAS LIGADAS À MANEIRA DE
SER DAS MULHERES, DE SEU CARÁTER E ATITUDES, DE SUAS
QUALIDADES E DEFEITOS. ASSIM, O AFRICANO SE REFERE À DIFERENTES
"CAMI
CAMINH
NHOS
OS"" DEST
DESTEE ORI
ORIXÁ,
XÁ, QUE
QUE SERÃ
SERÃOO DES
DESCRIT
CRITOS
OS DE FORM
FORMA A
PARTICULAR
ARTICULAR,, SEMPRE COMP
COMPARADOS
ARADOS A SITUAÇÕES
SITUAÇÕES ESPECÍFI
ESPECÍFICAS
CAS DO
PROCEDIMENTO FEMININO. TEMOS ENTÃO:

OXUN KAYODE 
KAYODE , REPRES
REPRESENT
ENTADA
ADA PELA
PELA DANÇA
DANÇA DE OXUN,
OXUN, REPLET
REPLETA
A DE
MOVIMENTOS QUE DENOTAM A SENSUALIDADE REVELADA NA MANEIRA
DE ANDAR, DE SE MOVIMENTAR E DE PROCEDER DAS MULHERES.

 YEYE KARE REPRESENTA O CULTO À BELEZA E À VAIDADE FEMININA, É


DESCRITA COMO "O"O ESPÍRITO QUE SE REFLETE NO ESPELHO",
ESPELHO", MOTIVO
PELO
PELO QUAL
QUAL OXUNXUN ESTÁ
ESTÁ PERM
PERMAN
ANEN
ENTE
TEME
MENT
NTE
E SE ADMI
ADMIR
RANDO
ANDO NA
SUPERFÍCIE DE UM ESPELHO, DO QUAL NÃO SE SEPARA
SEPARA NUNCA. O GOSTO
PELA RIQUEZA, PELA OPULÊNCIA E PELO USO DE JÓIAS E ADORNOS SE
REVELA NO CAMINHO DE OXUNOXUN BUMI 
BUMI , ONDE A YAGBÁ COBRE-SE DE
PULSEIRAS,
PULSEIRAS, BRINCOS E COLARES
COLARES DE OURO, METAL
METAL QUE LHE PERTENCE
POR DIREITO E AO QUAL ESTÁ LIGADA DE TODAS AS FORMAS.

OXUN
OXUN SEKE
SEKESE 
SE  REPRES
REPRESENT
ENTA
A A APARE
APARENTE
NTE FRAGIL
FRAGILIDA
IDADE
DE FEMINI
FEMININA,
NA,
ARTIFÍCIO USADO PARA OBTER A PROTEÇÃO DOS REPRESENTANTES DO
SEXO MASCULINO.

OXUN IBUKOLA É A SEDUTORA IRRESISTÍVEL E REPRESENTA O PODER DE


SEDUÇÃO FEMININO.

O ESPÍ
ESPÍRI
RITO
TO MATE
MATERN
RNALAL É REPR
REPRES
ESEN
ENT
TADO
ADO POR
POR TRÊS
TRÊS DIFE
DIFERE
RENT
NTES
ES
CAMINHOS ONDE OXUN
CAMINHOS OXUN FUMIKE
FUMIKE PROPOR
PROPORCIO
CIONA
NA A POSSIB
POSSIBILI
ILIDAD
DADEE DE
GERAR FILHOS, OXUN OXOGBÔ  ASSISTE A MULHER NA HORA DO PARTO,
DESE
DESEMP
MPEN
ENHA
HAND
NDO
O AÍ,
AÍ, A FUNÇ
FUNÇÃO
ÃO DE PARTEI RA E OXUN
ARTEIRA OXUN FUNKE 
FUNKE  É A
MESTRA, REPRESENTANDO A MÃE QUE ORIENTA
ORIENTA E ENSINA AOS FILHOS AS
PRIMEIRAS PALAVRAS E PASSOS NO SEU PRIMEIRO CONTATO COM O
MUNDO E COM A PRÓPRIA VIDA.
OXUN MIWA, O ESPIRITO DAS ÁGUAS DOCES,
DOCES, ESTÁ, DE CERTA FORMA,
LIGADA AO PROCESSO DE GESTAÇÃO E DIZEM QUE ASSISTE E PROTEGE
O FETO DURANTE TODO O PERÍODO DE GRAVIDEZ, SENDO A DONA DO
LÍQUIDO AMINIÓTICO.
A INCONSTÂNCIA DO CARÁTER FEMININO É REPRESENTADA POR

OXUN AKURA IBÚ , QUE SE FAZ PRESENTE NOS LOCAIS DE ENCONTRO


DAS ÁGUAS DO RIO COM AS DO MAR. A MULHER GUERREIRA,
BATALHADORA E BELICOSA É REPRESENTADA POR QUATRO CAMINHOS
DE OXUN, NOS QUAIS PORTA
PORTA SEMPRE UMA ESPADA.
ESPADA. NESTES CAMINHOS A
ORIXÁ É CONHECIDA COMO:

OXUN APARÁ, OXUN OKE , OXUN IPONDÁ E YEYE IBERIN ,


TODAS
TODAS CONSID
CONSIDERA
ERADAS
DAS COMO
COMO GUERRE
GUERREIRA
IRAS
S PODERO
PODEROSAS SAS.. A MULHER
MULHER
MADURA
MADURA,, CONSCI
CONSCIENT
ENTEE DE SUA GRAÇA E ELEGÂN
ELEGÂNCIA
CIA,, REVEST
REVESTIDA
IDA DE
REPRESENTADAS POR OXUN EDE .
RESPEITO E CLASSE. São REPRESENTADAS

A PARTI
ARTIRR DAÍ,
DAÍ, OXUN
OXUN ASSU
ASSUME
ME CARA
CARACT
CTER
ERÍS
ÍSTI
TICA
CASS RELA
RELACI
CION
ONAD
ADAS
AS À
MULHER ENVELHECIDA, CHEIA DE MANIAS E PRECONCEITOS, RANZINZA E
IMPLICANTE E É ENTÃO REPRESENTADA POR OXUN OGÁ. NO ÚLTIMO
CAMINHO, ENCONTRAR OXUN ABOTÔ , CONSIDERADA VELHA E
CAMINHO, VAMOS ENCONTRAR
DECR
DECRÉP
ÉPIT
ITA
A E ENVO
ENVOLLVIDA
VIDA EM AÇÕE
AÇÕESS MI
MIST
STER
ERIO
IOSA
SASS E OBSC
OBSCUR
URAS
AS
RELA
RELACI
CION
ONAD
ADAS
AS,, TALVE
ALVEZ,
Z, À PRÁT
PRÁTIC
ICA
A DA FEIT
FEITIÇ
IÇAR
ARIA
IA.. OXUN
OXUN,, ENTÃ
ENTÃO,
O,
ASSUME E REVELA TODO O PODER FEITICEIRO DA MULHER. DESPROVIDA
AGORA DE ESCRÚPULOS E DO SENTIMENTO DE PIEDADE, CONTESTA A
PSEUDO-SUPERIORIDADE DO MACHO E CRIA UMA SOCIEDADE SECRETA
ESTRITAMENTE MATRIARCAL DENOMINADA SOCIEDADE GUELEDÉ , ONDE
A FACE MALIGNA É ENCOBERTA POR MÁSCARAS MUITÍSSIMO
ELABORADAS.

É OXUN AWE QUEM SE ENCARREGA DE ORGANIZAR ESTA SOCIEDADE


ONDE O HOMEM NÃO TEM VEZ, DEVENDO, TÃO SOMENTE, SUBMETER-SE
DE BOM GRADO ÀS EXIGÊNCIAS DE SUAS LÍDERES.

OXUN, REUNINDO EM SI MESMA TODAS AS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES


ANTERIORMENTE DESCRITAS, ASSUME PARA SI O ABSURDO PODER DE
YÁMI AJÉ  - A MÃE FEITICEIRA –
FEITICEIRA – E, INVESTIDA DESTE PODER, CONTROLA A
VIDA E A MORTE, PUNINDO OU PREMIANDO INDISCRIMINADAMENTE, SEM
SENSO
SENSO DE JUSTIÇ
JUSTIÇA
A E SEM JULGAM
JULGAMENTENTO.
O. AÍ, É REPRES
REPRESENT
ENTADA
ADA PELA
GRANDE CABAÇA IGBADU , SÍMBOLO DO VENTRE GERADOR, ENCIMADA
PELO
PELO PÁSSAR
PÁSSARO O OXORON
OXORONGÁ,GÁ, REPRES
REPRESENT
ENTAÇÃO
AÇÃO DO PODER
PODER FEITIC
FEITICEIR
EIRO
O
ILIMITADO QUE PODE ENVIAR AONDE BEM ENTENDER DE ACORDO COM
SUA CONVENIÊ
CONVENIÊNCIA.
NCIA. SURPREENDEN
SURPREENDENTEMENTEMENTE,
TE, DETERMINA
DETERMINA QUE ESTA
ESTA
CABAÇA JAMAIS SEJA VISTA OU CULTUADA POR MULHERES.
OXUN NO BRASIL
Estabelecido em definitivo o culto no Brasil, outras manifestações de Oxun podem
ser verificadas nos tradicionais terreiros ou roças de candomblé.

ENQUANTO NA ÁFRICA, AS DIFERENTES MANIFESTA STAÇÕES SÃO


CONSIDERADAS COMO CAMINHOS PERCORRIDOS POR OXUN COMO UMA
ÚNICA ENTIDADE, NO BRASIL CONSIDERA-SE CADA "QUALIDADE" COMO
SENDO UM ORIXÁ DIFERENTE E ASSIM, OXUN DEIXA DE SER UMA SÓ E
DIFERENTES OXUNS, COMPONENTES DE UMA GRANDE FAMÍLIA SERÃO
CULTUA
CULTUADAS
DAS DE ACORDO
ACORDO COM CADA
CADA DIFERE
DIFERENTE
NTE QUALID
QUALIDADE
ADE.. DEST
DESTA
FORMA,:

OXUN IJUMÚ , CONSIDERADA A RAINHA DE TODAS AS OXUNS ESTÁ LIGADA


AO ASPE
ASPECT O DE YAMÍ AJÉ , OSTE
CTO OSTENT
NTAN
ANDO
DO,, POR
POR ISTO
ISTO,, O TÍTU
TÍTULO
LO DE
YALODE .

Oxun Ayalá teria sido mulher de Ogun com quem trabalhava na forja, acionando o
fole para atiçar as brasas. Conta a lenda que o fole acionado por  Oxun Ayalá
produzia um som ritmado e muito agradável. Atraído por este som, Egun pôs-se a
dançar diante da ferramentaria, atraindo um grande número de assistentes que
por ali passavam.
passavam. Encantados
Encantados com o bailado de Egun
Egun os passantes lhe
lhe fizeram
muitas oferendas de dinheiro, o que o deixou feliz e vaidoso. Ao saber que Egun
estava ganhando dinheiro com sua apresentação, Oxun exigiu que metade da
renda obtida fosse dividida com ela, caso contrário, não acionaria mais o fole que
produzia o ritmo sem o qual Egun não poderia mais dançar. Sem alternativas,
exigência da Yagbá passando, a partir de então, a dividir 
Egun teve que aceitar a exigência
com ela tudo o que ganhava em suas apresentações. Esta Oxun além de sua
ligação com Ogun Alagbede tem sérios fundamentos com Egun.

OXUN ABALÚ , TAMBÉM CONHECIDA COMO OXUN ABOTÔ É CONSIDERADA


COMO SENDO A MAIS VELHA DE TODAS. É MUITO CIUMENTA E ADORA
RECEBER HORTÊNSIAS COMO OFERENDA. SUA LIGAÇÃO COM OMOLÚ  O
ORIXÁ DA PESTE, TIDO COMO O MÉDICO DOS POBRES, É NOTÁVEL E
SEGUNDO DIZEM, ACOMPANHA ESTE ORIXÁ EM SUAS ANDANÇAS PELOS
QUATRO
QUATRO CANTOS DO MUNDO.

Oxun Ipetú é a guardiã dos segredos insondáveis. Sobre esta Oxun pouco se
sabe e nada se fala. A simples pronúncia de seu nome é revestida de muito
respeito e considerada quase como um tabu.

Oxun Popolokun, também revestida de uma enorme aura de mistério, é cultuada


em lagoas de águas profundas,
profundas, onde estabe
estabelece
lece a sua residência.
residência. Conta a lenda
que esta Oxun costuma aprisionar em seu reino aqueles que se aventuram a
mergulhar em suas águas.

Oxun Apará é a poderosa guerreira que acompanha Ogun em suas campanhas,


porta um sabre que manipula com força e destreza. Esta Oxun tem fundamento
com Yemanjá, de quem é filha e com quem costuma comer. Da mesma forma que
Apará, Oxun Ipondá é guerreira e dona de

caráte
caráterr irascí
irascível
vel.. Esta
Esta Oxun
Oxun costuma
costuma formar
formar,, junto com Oyá,
junto Oyá, uma dupla de
combatentes invencíveis.

Existe assim uma Oxun denominada Yeye Oloko, que habita nos mananciais
d’água existentes no interior das florestas mantendo ligações fundamentais com
Oxóssi e Ossain. Como vimos, Oxun representa a feminilidade em todos os seus
diferentes aspectos. Seu charme e inteligência proporcionaram-lhe a possibilidade
de ter sido, por escolha própria, esposa de inúmeros Orixás, com exceção de
Obatalá, de quem seria a filha dileta e de Exu, com quem sempre manteve uma
relação de amizade fraternal e cumplicidade. Como esposa de Orunmilá - Senhor 
e Patrono do Oráculo de Ifá  – Oxun recebe o título de primeira  Apetebí , dado até
hoje às sacerdotisas do culto de Orunmilá e às esposas de seus sacerdotes, os
babalaôs. Uma lenda narra de que forma Oxun, com o auxílio de Exu, roubou o
segredo dos 16 signos do Sistema Oracular de Ifá , os 16 Odu-Meji , criando com
isto um novo sistema divinatório, o jogo de búzios , proporcionando condições
para que as mulheres
mulheres pudessem proceder à adivinhação, o que anteriormente era
exclusividade dos homens. Dentre as figuras do oráculo, destacamos o Odu Oxe
Meji , através do qual Oxun se comunica com os seres humanos.

Uma outra lenda, ressaltando a astúcia de Oxun, narra que  Xangô o poderoso
Orixá do trovão possuía três esposas, Oyá, Obá e Oxun, Oxun, sendo que a última era a
sua favorita. Ansiosa por receber maiores atenções do marido, Obá pediu que
Oxun lhe ensinasse o feitiço que havia feito para conquistar conquistar o coração
coração de Xangô.
Ardilosa e maldosamente a bela senhora orientou a concorrente para que cortasse
uma de suas orelhas e que a servisse depois de cozida, como alimento ao marido.
Obá, acreditando na sinceridade de Oxun, não hesitou em decepar a própria
orelha e com ela preparar um belo prato, de acordo com o gosto de Xangô. Ao
deparar-se com o alimento que a mulher lhe servia, Xangô, indignado, expulsou
Obá do palácio real, terminado assim, com qualquer possibilidade de um dia vir a
ser
ser a sua
sua fafavo vori
rita
ta.. A papart
rtir
ir de en entã
tão,o, Ob
Obáá e OxOxun
un torn
tornar
aram
am-s
-see inim
inimig
igas
as
irrecon
irreconcil
ciliáv
iáveis
eis,, Em out outra
ra ocasião
ocasião,, Oxun
Oxun apai apaixona -se por  Oxóssi  qu
xona-se quee vinha
vinha
diariamente banhar-se nas águas do rio, no local exato em que ela morava. De
todas as formas, tentava atrair o caçador para dentro do rio onde pretendia
entregar-se a ele. Oxóssi, que não sabia nadar, embora atraído pela beleza de
Oxun, não ousava arriscar-se na correnteza e, desta forma, o ato de amor não se
consumava. Enlouquecida pela paixão, Oxun arquitetou um plano e fez com que
Oxóssi comesse uma iguaria preparada à base de mel de abelhas. Exu foi
encarregado
encarregado de entregar
entregar à Oxóssi
Oxóssi o doce feito feito por Oxun e, desta
desta forma,
forma, após
comer
com er a dedelilici
ciosa
osa totort
rta,
a, Ox
Oxóss
óssi,i, en
enfe
feititiça
içado,
do, pe
perd
rdeu
eu o sent
sentid
idoo de pe
peri
rigo
go e,
atirando-se às águas, deixou-se levar pelos encantos da bela senhora. Satisfeita
em seu desejo, Oxun simplesmente abandonou o amante ao sabor da corrente e
Oxóssi, sem saber nadar, sucumbiu, tragado que foi pelas águas do rio. Desta
união, nasceu Logunedé,
Logunedé , Orixá menino, que possui características do pai, atuando
como caçador e vivendo dentro das matas durante um certo período e, noutro
período, assumindo as características de sua mãe, vive da pesca e reside nas
águas do rio. O culto à Oxun se destaca por características próprias e é na
cadência do ritmo ijexá que ela se apresenta, espargindo o perfume da água-de-
cheiro, dançando de forma sensual e maliciosa, envolvendo a todos na magia do
bailado onde exalta todos os seus aspectos de deusa-mulher e contagiando de tal
forma os presentes que, repentinamente,
repentinamente, todos agitam os próprios corpos ao som
irresistível dos atabaques,
atabaques , gans,
gans, agogôs e afoxés,
afoxés , como crianças embaladas pela
magia dos cânticos da Grande Mãe. Esta é Oxun, a Deusa do Amor, a Senhora do
Ouro e do Mel, a Rainha das Águas Doces, dos Rios e das Cachoeiras. Esta é
Oxun, a Vênus Negra, nossa Mãe Transcendental, a quem saudamos efusiva e
respeitosamente:
Ore Yeye ô!

Entre os povos do Caribe, por infl


influência
uência dos escravos negros, o culto aos Orixás
se expandiu e, em Cuba, é conhecido como "Santeria". Muitas são as lendas
conhecidas naquele país que descrevem a trajetória dos Orixás tentando, sempre
de forma alegórica, explicar sua relação com a natureza e com os seres humanos.
Oxun, uma das mais importantes personagens do panteão afro-cubano, está
ligada a diversos aspectos da natureza como as águas doces, as cachoeiras, o

ouro, o mel e a reprodução das espécies. Representa a luta pela vida e pela
sobre
sob revi
vivê
vênci
ncia.
a. DeDeus
usaa do am
amor
or e senho
senhora
ra do
doss cursos
cursos d'água
d'água,, sua
sua prim
primeieira
ra
manifestação teria ocorrido, segundo uma lenda, numa concha na beira de um rio.
Segundo os povos do Caribe, Oxun é filha de Nanan e de Obatalá e gerou
filhos
filhos ao acasalar-se com Obatalá,
Obatalá, Orunmilá e Oxóssi.
Oxóssi. Com Orunmilá, gerou
Poroyé, do sexo feminino. Com Odé gerou Logun Edé, Orixá masculino, mas,
devido à sua delicadeza e infantilidade, visto como andrógino e, com Obatalá,
gerou Olosá ou Oloxá, entidade feminina que vive tanto nas águas dos rios
quan
qu anto
to na
nass ág
água
uass do ocea
oceano
no.. Sua
Sua rela
relaçã
çãoo sexu
sexual
al com
com ObObat
atal
alá,
á, seu
seu pa pai,i,
considerada como quebra de um tabu rigoroso, é o segredo contido nos itans de
Ifá que se referem à uma relação incestuosa entre os Odus Ofun Meji e Oxe Meji,
depois da qual
qual Ofun, que sendo
sendo o mais velho dentre
dentre os dezesseis
dezesseis Odus de Ifá, Ifá,
cede sua primogenitura à Ejiogbe, passando, a partir de então, a ocupar o último
último
lugar entre os Agba Odu ou Odu Meji . Oxun exercia entre os Orixás, o cargo de
cozinheira e, exigindo deles uma possibilidade de participar de funções mais
impo
import
rtan
ante
tes,
s, lanç
lançou
ou sobr
sobree to
toda
da a cria
criaçã
çãoo um
umaa ma
mald
ldiç
ição
ão qu
quee impe
impedi
diaa a
continuidade da vida sobre a Terra. Para que tal praga fosse retirada exigiu uma
posição de destaque entre os principais Orixás, obtendo, desta forma, o respeito e
a submissão de Obatalá a quem provara representar o poder gerador feminino.
Teria vivido com Ajagunan, Orixá Funfun de caráter belicoso, tendo abandonado
sua companhia em decorrência da grande quantidade de igbíns que este Orixá
comia e que sendo a representação viva do elemento água, é uma de suas
maiore
mai oress interd
interdiçõ
ições.
es. Uma das princi
principais
pais atribuiç
atribuições
ões des
deste
te Orixá
Orixá é cui
cuidar
dar do
desenvolvimento dos seres humanos a partir da fecundação, função esta que
exerce
exe rce com muimuita
ta dedi
dedicaçã
cação,
o, acom
acompanh
panhand
andoo o des
desenv
envolv
olvime
imento
nto do emb
embriã
rião,
o,
passando pelo período fetal e só entregando aos cuidados do seu próprio Orixá a
criança que já possa reclamar a atenção de seus pais demonstrando de alguma
forma, sua necessidades pessoais.

Além de Obatalá, Orunmilá, Oxóssi e Ajagunan, Oxun teria sido mulher de Ossain,
Xakpanan, Xangô, Aganjú, Orixaoko e Inlé. Segundo afirmam, seu grande amor 
teria sido Oxóssi e sua união mais conveniente teria sido com Orunmilá, com
quem adquiriu coroa e saber. Dentre os Orixás femininos, Oxun é a única que
pode ouvir a palavra de Ifá, o "Orô Orunmilá". Oxun é dona do mel e da doçura,
possui um belo sorriso que muitas vezes utiliza para augurar um desastre que,
propositadamente, provoca na vida de alguém através do seu poder de Iyamí Ajé,
o me
mesm
smoo po
poder
der ut
utililiz
izado
ado para
para ob
obte
terr a impo
import
rtan
ante
te po
posi
sição
ção qu
quee hoj
hojee ocupa
ocupa,,
reconhecida até por Obatalá, o pai da criação. Oxun é amor, ternura, paixão,
desejo e sexualidade, da mesma forma que é dor, pranto, ódio, vingança e
castigo.

É a pe
pers
rson
onifific
icaçã
açãoo do am
amor
or ma
mate
tern
rnal
al e senh
senhora
ora do popoder
der ge
geni
nito
torr femi
femini
nino
no
representado pelo sangue menstrual que é simbolizado pelas penas vermelhas
"ekodidé". Estas mesmas atribuições lhe conferem o poder de Iyamí Ajé, Senhora
do Pássaro Oxorongá, símbolo do poder feiticeiro inerente à natureza feminina.

Muitoss Od
Muito Odus
us de IfIfáá po
possu
ssuem
em itan
itanss qu
quee fala
falam
m espe
especi
cifificam
camen
ente
te sob
sobre
re Ox
Oxun,
un,
destacando-se entre eles:

Em Ikadi, Oxun é desonrada por seu próprio pai.


Em Oxeturá obtém o reconhecimento de seus poderes de Ajé e é declarada chefe
das mães ancestrais.

Em Irosunká é nomeada como a primeira Apetebí ao casar-se com Orunmilá. No


mesmo Odu Oxun salva o mundo da
d a destruição total.

Em Ofunkanran salva Omolú da morte.


Em Ejiogbe livra Oyá das garras dos inimigos.

Em Oxerosun, protege e salva o amor de Yemanjá


Yemanjá e Ogun.
Assim é Oxun, doce veneno. Oxun, a fêmea ideal, o protótipo da mulher,
mulher, perfeita
em sua
suass própr
própria
iass impe
imperf
rfei
eiçõe
ções.
s. Mã
Mãee dodoss ho
home
mens
ns,, senh
senhor
ora,
a, comp
compan
anhei
heira
ra,,
adversária e maior amiga. Mas Oxun representa principalmente e em toda a sua
complexidade, a mulher, a maior,
maior, mais perfeita e completa criação de Deus, a obra
prima da natureza.
QUALIDADES DE OXUN SEGUNDO A SANTERIA DE CUBA.
1 - IBU KOLE
Esta Oxun nasce no Odu Ogbetura e come galinha d’angola. É aquela que cuida
da casa e recolhe o lixo produzido dentro dela. Seu fio de contas é amarelo ouro
intercalado com âmbar e corais.

2 - OXUN OLOLODI
Trata-se de uma Oxun guerreira que porta uma espada. Seu adê é adornado com
búzios. Carrega um erukeré com o cabo adornado com contas de Orunmilá.
Dentro de sua sopeira coloca-se areia do mar e do rio misturadas. Entre os ararás
é conhecida como Atiti.

3 - OXUN OPARA ou APARÁ. (Em Cuba: Ibu Akparo


Akparo) Esta qualidade de Oxun
nasce no Odu Owónrin Meji. Seu nome secreto é Iganidan. É aquela que reina
sem coroa. É representada pela codorna. Vive na desembocadura do rio com o
mar e, segundo dizem, é surda. Come codornas e, com Yemanjá, come duas
galinhas cinzentas.

4 - OXUN IBÚ ANAN.


Esta Oxun é tocadora de tambor e nasce em Oturukponyekú. Seu orikí diz:
Aquela que ao ouvir o tambor corre em sua direção.

5 - IBU INANI.
Aquela que é famosa nas disputas. Seu igbá fica sobre areia de rio. Leva um
abebé de metal com dois guizos. Os ararás a chamam de "Tukusi" ou "Tobosi".

6 - OXUN IJIMU OU YUMU.


Aquela que faz inchar a barriga sem que haja gravidez. Esta Oxun é belíssima e
nasce no Odu Ika Meji . Os ararás a chamam de "Tukusi" ou de "Tobosi".

7 - OXUN IBU ODONKI.


Esta Oxun vive em cima de um pilão. Ao lado de seu igbá coloca-se um cesto com
material de costura. Seu orikí diz: O rio está crescendo e suas águas estão cheias
de lixo. Entre os Ararás é conhecida como "Tokago".
"Tokago".

8 - OXUN IBÚ ODOÍ.


Esta Oxun come inhame e, junto dela deve-se manter sempre,
sempre, um inhame cru. É
estreitame
estreitamente
nte ligada com as Iyamí e possui o dom da feitiçaria.
feitiçaria. Entre
Entre os ararás é
conhecida como "Fosupô".

9 - OXUN IBU OGALE.


Esta Oxun vive rodeada de telhas de barro É uma Oxun velha e guerreira,
considerada a guardiã das chaves. Os ararás a chamam de "Oakerê".

10 - OXUN IYEPONDÁ .A LENDA CONTA QUE FOI ESTA OXUN QUEM LIBEROU
XANGÔ DO CATIVEIRO. SEGUNDO OUTRA LENDA, ESTA OXUN FOI MORTA E
ATIRA
TIRADA
DA ÀS ÁGUA
ÁGUASS DE UM RIO,
RIO, ONDE
ONDE LO
LOGR
GROU
OU RESS
RESSUS
USCI
CITTAR.
AR. É
GUERREIRA E BRIGONA. ENTRE OS ARARÁS É CONHECIDA PELO NOME DE
"AGOKUSI".

11 - OXUN IBU ADESÁ.


Esta Oxun é a dona do pavão real, animal que lhe é sacrificado. Seu nome
significa: "A Coroa é Segura". Entre os ararás é conhecida como "Abotô".

12 - OXUN AYEDÊ
AYEDÊ OU EYEDE.
Seu nome significa: "Aquela
"Aquela que age como uma rainha". Os ararás a chama
chamam
m de
Iyaáde.

13 - OXUN OKPAXE ODO.


"Aquela que ressurgiu do rio depois
dep ois de morta". É conhecida, entre os ararás, como
co mo
"Totokusi".

14 - OXUN IBUMI.
Esta Oxun é representada pelo camarão de água doce que, por sua vez, é seu
prato preferido. Não tem paradeiro, é caminhante e fujona. Entre os ararás é
conhecida pelo mesmo nome.

15 - OXUN IBU LATIE


LATIE.Esta Oxun vive no meio do rio. Só come em cabaças e seu
igbá leva 15 flechas e cinco idés dourados. Não possui coroa e quando é vestida
enrola-se sua cabeça num ojá amarelo com um filá de búzios pequeninos. Seu
nome
no me indi
indica
ca que po
possu
ssuii po
poder
deres
es ilim
ilimititad
ados
os e qu
quee tem
tem funda
fundame
ment
ntoo com
com Exú
Exú
Elegbara. Os ararás a chamam de Kotunga.

16 - OXUN ELEKÉ OIYN.


Esta é uma Oxun guerreira e aguerrida. Seu igbá tem que estar sempre besuntado
de mel de abelhas da mesma forma que, segundo a lenda, massageava seu
próprio corpo com este material. É muito forte e carrega nas mãos um bastão com
a ponta em forma de forquilha.

17 - OXUN ITUMU.Esta é uma Oxun guerreira e que adora confusões. Veste-se


de branco
branco e usa calças
calças comprid
compridas
as como os hom
homens
ens.. Dizem
Dizem ser uma temível
temível
amazona que nas águas combate montada num crocodilo e na terra, no lombo de
um avestruz. Habita
Habita as lagoas de águas doces e pode ser encontrada
encontrada sempre na
companhia de Inlé e de Azawani. Os ararás a cultuam com o nome de Hueyagbe.

18 - OXUN TINIBÚ.Esta Oxun vive com Igbadu e nasce no Odu Ireteyero. É a


matriarca da Sociedade das Iyalodes. Come cabra, cuja cabeça, depois de seca,
é colocada sobre seu igbá. Conta a lenda que tem uma irmã chamada Miuá
Ilekoxexe
Ilekoxexe Ile Bomu, que é cultuada junto com ela. Esta outra Oxun não toma a
cabeça de ninguém.

19 - OXUN AJAJURA.
Esta Oxun vive em lagoas, não usa coroa e é muito guerreira. Em seu igbá coloca-
se um casco de tartaruga.

20 - OXUN AREMU KONDIANO.


Teria sido a primeira a se manifestar numa cabeça humana. Veste-se inteiramente
de branco e seu fio de contas é de nácar e coral com gomos de contas verdes e
amarelas (de Orunmilá). Trata-se de uma Oxun muito misteriosa. Tem estreitas
ligações com Obatalá, chegando, por vezes, a ser confundida com ele. Esta
Oxun
Ox un,, segu
segund itan do Odu
ndoo um itan Odu Ogbekan
Ogbekanaa, foi
foi qu
quem
em ajud
ajudou
ou Orun
Orunmi
milá
lá a
esquartejar o elefante. Os ararás a chamam de Tefande.
Tefande.

23 - OXUN IBU ODOKO .Esta Oxun é muito poderosa e nasce em Ogbekana. É


agricultora e acompanha Orixá oko.

24 - OXUN AWAYEMI.Esta Oxun nasce em Oyeku Meji. É inteiramente cega e


vive na companhia de Azawani e Orunmilá.

25 - OXUN IBU ELEDAN .Esta Oxun nasce no Odu Oxe Leso (Oxe Irosun). É a
dona das fossas nasais Come cabrito capado e pequeno.

26 - OXUN IDERE LEKUN .Nasce no Odu Oturasá. Vive nos buracos formados
nas pedras pelas ondas do mar nos locais de encontro do rio com o mar. Leva um
"koto".
atabaque de cunha chamado "koto ". Não usa coroa e esconde o rosto que é
deformado, com uma máscara de bronze.

27 - OXUN IBU INARE . Vive sobre o dinheiro e, na praia, sobre o caramujo aje.
Esta Oxun não gosta de dar dinheiro a ninguém.

28 - OXUN AGANDARÁ .Esta Oxun nasce no Odu Ikadi. Vive sentada numa
cadeira
cadeira de braços ou num trono. Seu igba deve estar sempre coberta com folhas
secas de oxibatá e oju oro.

ÀDÚRÀ OSUN

1. - Osun mo pé ó o!
2. - N’ò pé o s’Ikú eni kankan
3. - Béni n’ó s’árùn eni kankan,
4. - Mo pé ó níní owo.
5. - Mo pé ó sí níní omo,
6. - Mo pé ó sí níní aláfià.
7. - Mo pé ó sí òró.
8. - Kí àwa má ríjà ami o,
9. - Odoodún ní a mi orógbó.
10. - Odoodún ní mí obi lóri àte o,
11. - Odoodún ni ki wón ma rí wá o!
12. - Bi a se, èyi ju bàyi lo, ni àmódún.
13. - Òsun só wá, ki o máà sí wàbálà lárín àwa omo ré.
14. - Kí ilé má jò wá.
15. - Kí òna má nà wa o.
16. - Pèsè
Pè sè às
à se fún
fú n wá o.
o.
17. - Eni as
a se àmódi
àm ódi aara.
ra.
18. - Fun ní àláfià o.
19. - Okó oba, àdá oba, kí ó ma sá wa lèsè o.
20. - Kí àwa má rí Ogun idilé!

TRADUÇÃO:

1. - Oxun eu te chamo
2. - Não te chamo por causa da morte,
3. - Não te chamo por causa da doença de alguém.
4. - Eu te chamo para que tenhamos dinheiro.
5. - Eu te chamo para que tenhamos filhos.
6. - Eu te chamo para que tenhamos saúde.
saúde .
7. - Eu te chamo para que tenhamos uma vida
vi da serena.
8. - Para que não sejamos vitimados pela ira das águas.
9. - Dizem que anualmente há orobôs na feira.
10. - Dizem que anualmente há obís novos na feira.
11. - Que as pessoas nos vejam todo o ano.
12. - Do mesmo modo que fizemos tua festa, que possamos fazer outra
melhor,
melhor, no próximo ano.
13. - Oxun, nos proteja, para que não haja problemas entre nós, teus
filhos.
14. - Para que haja paz em nosso lar.
lar.
15. - Que nossos objetivos não se voltem contra nós.
16. - Dá-nos axé!
17. - À quem estiver doente,
18. - Dá saúde!
19. - Que as leis dos homens não sejam infringidas por nós.
20. - Que não haja problemas em nossa família!
ORIKI OSUN (Usado na Santeria de Cuba)
 Yeyé
 Yeyé wáile unsebó umbó omiô. Alade olugbá ibú laiye Agbá mofé kiwo.
 Yeyé
 Yeyé mi na muwá omi tutu nitosi uwenderé atiat i amagbe kpelu ré arun asó kele
ati sagbe kpefu ré arun, aso kpele mitosí di onire bogbo na burukú iwo ikó .
Olodumare obinrín okpa arô osátaní airô ati iwaju elo ojú ati rérin misin juló
Legba ni bogbo na Osá aiyagbá ati olugba ni bogbo na wura ni laiya Iyamí,
Asé.

TRADUÇÃO APROXIMADA:
Mãe, venha à minha casa fazer o ebó através das águas.
Rainha e Senhora de todos os rios, nós, teus filhos, suplicamos que tu, nossa
mãe, traga-nos a água que limpa e refresca nossos corpos, e que nos seques
depois com teus cinco panos para livrar-nos de todos os males.
Oh, Mãe! Mensageira de Olodumare, Santa Iyagbá, dona dos cabelos, rosto, olhos
e boca mais formosos do mundo, aquela que é dona do ouro, minha Mãe! Axé!

ÀDÚRÀ OSUN
21. - Osun mo pé ó o!
22. - N’ò pé o s’Ikú eni kankan
23. - Béni n’ó s’árùn eni kankan,
24. - Mo pé ó níní owo.
25. - Mo pé ó sí níní omo,
26. - Mo pé ó sí níní aláfià.
27. - Mo pé ó sí òró.
28. - Kí àwa má ríjà ami o,
29. - Odoodún ní a mi orógbó.
30. - Odoodún ní mí obi lóri àte o,
31. - Odoodún ni ki wón ma rí wá o!
32. - Bi a se, èyi ju bàyi lo, ni àmódún.
33. - Òsun só wá, ki o máà sí wàbálà lárín àwa omo ré.
34. - Kí ilé má jò wá.
35. - Kí òna má nà wa o.
36. - Pèsè
Pè sè às
à se fún
fú n wá o.
o.
37. - Eni as
a se àmódi
àm ódi aara.
ra.
38. - Fun ní àláfià o.
39. - Okó oba, àdá oba, kí ó ma sá wa lèsè o.
40. - Kí àwa má rí Ogun idilé!
TRADUÇÃO:

21. - Oxun eu te chamo


22. - Não te chamo por causa da morte,
23. - Não te chamo por causa da doença de alguém.
24. - Eu te chamo para que tenhamos dinheiro.
25. - Eu te chamo para que tenhamos filhos.
26. - Eu te chamo para que tenhamos saúde.
27. - Eu te chamo para que tenhamos uma vida serena.
28. - Para que não sejamos vitimados pela ira das águas.
29. - Dizem que anualmente há orobôs na feira.
30. - Dizem que anualmente há obís novos na feira.
31. - Que as pessoas nos vejam todo o ano.

32. - Do mesmo modo que fizemos tua festa, que possamos


poss amos fazer outra melhor,
no próximo ano.
33. - Oxun, nos proteja, para que não haja problemas entre nós, teus filhos.
34. - Para que haja paz em nosso lar.
lar.
35. - Que nossos objetivos não se voltem contra nós.
36. - Dá-nos axé!
37. - À quem estiver doente,
38. - Dá saúde!
39. - Que as leis dos homens não sejam infringidas por nós.
40. - Que não haja problemas em nossa família!

CENTRO DE ESTUDOS
EST UDOS DA CULTURA AFRO AMERICANA
CECAA

ÒSÚN É ÒRÌSÀ ODÒ (DOS RIOS), É A SENHORA DAS ÁGUAS DA VIDA


OLÓÒMI AYÈ, MÃE DAS ÁGUAS FRIAS E PROFUNDAS ( ÌYÁ OMINÍBÚ); FOI
TAMBÉM UMA DAS ESPOSAS DE SÀNGÓ, JUNTAMENTE COM OBÀ E OYÁ.
ELA É MÃE CUIDADOSA (YÉYÉ KARE); ÒRÌSÀ DA MATERNIDADE, AQUELA
QUE
QUE PROP
PROPIC
ICIA
IA A GEST
GESTAÇ
AÇÃO
ÃO DE FILH
FILHOS
OS.. É ÒRÌSÀ
ÒRÌSÀ QUE
QUE TEM
TEM GRAN
GRANDE
DE
PODER DE FEITIÇO, POR SER A OLÓRÍ ÌYÁMI ELÉYE, ISTO É, AQUELA QUE
TEM O PODER E É A LÍDER DAS ÌYÁMI ÀJÉ, SENDO ÌYÁMI ÒSÒRÒNGÀ,
AQUELA
AQUELA QUE MAIS LIG
LIGAÇÃ
AÇÃO
O TEM COM ÒSÚN.
ÒSÚN. É SABIDO
SABIDO QUE QUANDO
QUANDO
ÒSÚN FICA ZANGADA ELA PODE USAR OS PODERES DE ÌYÁMI ÀJÉ, PARA
CAUSAR PROBLEMAS A ALGUÉM QUE A TENHA OFENDIDO.
Na lenda que fala dos primórdios do ayé, quando os òrìsà vieram se assentar aqui
na terra, conta que vieram também os dezesseis Odù àgbà (os dezesseis odù
principais). Eles vieram para ensinar aos aráayé (os habitantes da terra) como
cuidar dela, e quando estes tivessem condições de cuidar da terra sozinhos, eles,
os Odù àgbà, voltariam para o òrun (céu).

Eles convidaram Òsún para auxiliá-los na tarefa e ela aceitou. Mas, quando eles
iam deliberar sobre alguma coisa importante,
importante, nunca chama
chamavam
vam Òsún. Quando
eles iam participar de algo de alta responsabilidade, também não chamavam
Òsún. Òsún era somente para lavar suas roupas, fazer suas comidas, cuidar da
casa e não participava de nada com eles. Até que um dia ela se fartou disso. E foi
aí que ela lançou mão dos poderes de Ìyámi Àjé, de quem ela é a Chefe. Então,
quando eles deliberavam sobre a doença de uma pessoa e diziam que esta
pessoa não sobreviveria,
sobreviveria, Òsún colocava seu àse, e fazia com que aconte
acontecesse
cesse o
contrário: aquela pessoa sobrevivia. Quando eles diziam que alguém sobreviveria,
Ela fazia com que aquela pessoa não sobrevivesse, ela morria. Se eles diziam que
alguém teria muitos filhos,

Ela fazia com que aquela pessoa não tivesse nenhum filho. Se eles diziam que
alguém jamais teria filhos, Ela fazia com que aquela pessoa
pesso a tivesse muitos filhos.

Então, as coisas começaram todas a dar errado no ayé, por mais que eles
fizessem
fizessem para que houvesse prosperidade
prosperidade e fartura
fartura no ayé, só havia decadência,
decadência,
fome, seca, e Eles não conseguiam mais acertar suas previsões e não tinham a
idéia do que causava aquilo. Então, eles intrigados foram à Òrúnmìlà, para que ele
os orientasse sobre o que estava acontecendo.

E Òrúnmìlà lhes disse que o motivo daquilo tudo, era a décima sétima pessoa do
grupo quem estava causando isso colocando o àse das Ìyámi Àjé, por não ser 
chamada a participar das decisões, e que essa décima sétima pessoa era Òsún. E
que eles deveria chamá-la para participar de tudo aquilo que fosse deliberado,
para que as coisas voltassem ao normal.

Eles voltaram para o ayé e foram pedir a Òsún que se juntasse a eles para que
houvesse harmonia e prosperidade no ayé. Mas, ela era muito caprichosa e se
recusava a juntar-se a eles, porque não fôra chamada antes e somente agora que
esta
estava
vam
m prec
precis
isan
ando
do de
delala é ququee a cham
chamavavam
am.. Eles
Eles pepedi
dira
ram,
m, impl
implor
orar
aram
am,,
ajoe
ajoelh
lhar
aram
am-s-see ao
aoss seus
seus pé pés,
s, ma
mas,
s, ela
ela ma
mant
ntev
eve-
e-se
se irre
irredut
dutív
ível
el.. Eles
Eles ficar
ficaram
am
desespe
des esperado
radoss com a atitud
atitudee de Òsún e já não sabiam
sabiam mais o que fazer para
dissuadi-la
dissuadi-la.. E como Òsún estava grávida, resolveu
resolveu então que ela não participaria
participaria
com eles, mas, que quando o seu filho nascesse,
nascesse, este se juntaria
juntaria a eles tomando
o lugar de Òsún.

Entã
Então,
o, eles
eles fica
ficara
ram
m an
ansio
sioso
soss pe
pelo
lo na
nasci
scime
ment
ntoo do filh
filhoo de Òsún,
Òsún, qu
quee seri
seriaa o
décimo sétimo elemento dos Odù àgbà. E todos os dias, eles vinham pela manhã
antes do raiar do sol, colocar suas mãos sobre o ventre de Òsún, para passarem
àse ao seu filho. Conta esse ìtòn que Ela deu a luz à Èsù e que ele recebeu o
nome de Òsétura (aquele que recebeu àse ainda no ventre
ventre da mãe) que tem àse
de acalmar o corpo.

Então, Èsù passou a integrar o grupo todas as vezes em eles se reuniam. Aí o


número dos Odù àgbà passou a ser o dezessete, ou seja, dezesseis mais um;
esse um é o significante de Èsù. E, é sabido que quando os bàbáláwo vão jogar,
semp
semprere colo
coloca
camm um kawr
kawrii, qu
quee é prep
prepar
arad
adoo nu
num
m ritu
ritual
al de Ifá,
Ifá, pa
para
ra Èsù,
Èsù,
significando a presença dele como do décimo sétimo elemento. Esse kawri não
pode ser visto ou tocado por outra pessoa além o Olúwo, e fica escondido no local
do atendimento das pessoas, longe dos seus olhos. Então, Èsù ao tomar o lugar 
de Òsún junto aos dezesseis Odù àgbà, tornou-se o décimo sétimo elemento do
 jogo divinatório, de qualquer espécie ou instrumento.

Òsun é considerada
considerada um òrìsà de grande poder de feitiço,
feitiço, pois, ela é deten
detentora
tora do
poder dos òrìsà, das Ìyámi Eléye e do poder de Èsù, tornado-se por isso perigosa.
ÒSÚN OMINÍBÚ: LONGE DE SER UMA “QUALIDADE”, É UM ORÍKÌ QUE DIZ
QUE ELA É A PRÓPRIA ÁGUA PROFUNDA (OMI = ÁGUA + NÍ +ESTAR + IBÚ =
PROFUNDEZAS). ÒSÚN ÌYÁ OMINÍBÚ: ÒSÚN, MÃE DAS ÁGUAS
PROFUNDAS.

Òsún Olóòmi Ayè: Diz que ela é a Senhora das águas da vida. É a padroeira de
todo o tipo de água potável e fria, do líquido amniótico,
amniótico, que é a água da gestação
da vida.

Òsún Léwà: Òssún é linda, é bonita.

ÒSÚN KARE: AQUELA QUE PODE NOS FAZER FELIZES OU CUIDAR DE NÓS:
ORÍKÌ.

Òsún, Rora Yéyé: Òsún, Mãe cuidadosa. Saudação popular de Òsún.

ÒSÚN ÒPÀRA OU ÀPÀRÀ: É OPÀRÀ, COMO COMO JÁ DIT


DITO, CUJO
CUJO CUL
CULTO
ASSE
ASSEME
MELHLHAAVA-SE
A-SE AO DE ÒSÚN,
ÒSÚN, MAS,
MAS, QUE
QUE SE PERD
PERDEU
EU NO TEMPO
TEMPO E
TERM
TERMIN
INOU
OU VIRA
VIRAND
NDO
O QUAL
QUALID
IDAD
ADEE POR
POR AQUI
AQUI.. SABE-
SABE-SE
SE POUC
POUCOO SOBR
SOBRE E
ÒPÀRÀ ALÉM DE SEMELHANÇAS COM ÒSÚN, ELA, AO INVÉS DE UM ABÈBÈ
(LEQUE
(LEQUE),
), ELA USA UMA ÀDÁ (ESP
(ESPADA).
ADA). E RECEBE
RECEBE EM OFEREN
OFERENDA
DA,, AO
INVÉS DE CABRAS, DE ÒDÁ (BODES CASTRADOS).

ÒSÚN YÈYÉPONDÁ OU YEPONDÁ: ÒSÚN, MÃE QUE É O VALE PARA ONDE


CONVERGEM AS ÁGUAS DA CRIAÇÃO. ORÍKÌ.

ÒSÚN ÀÀBÒTÓ: AQUELA QUE NOS DÁ BASTANTE COBERTURA, QUE NOS


COBRE EM TODAS AS NOSSAS NECESSIDADES. É UM ORÍKÌ DE ÒSÚN.

ÒSÚN ÌJIMU OU ÌJUMU: MUITO


MUITO CONHECIDA
CONHECIDA COMO “QUALIDADE
“QUALIDADE”,
”, MAS,
SEGU
SEGUND
NDO
O A LEND
LENDA
A DE ÒSÚN
ÒSÚN,, ÌJIM
ÌJIMU
U É SUA
SUA CIDA
CIDADE
DE NAT
NATAL.
AL. ENTÃ
ENTÃOO A
CIDADE
CIDADE DE ÌJIMU
ÌJIMU É SAGRAD
SAGRADA
A PARA ÒSÚN.
ÒSÚN. TAMBÉM,
AMBÉM, PODE
PODE SER ÒSÚN
ÒSÚN
IJEMUN = Ì = AQUELA; JE = COMER + ÒMUN = LEITE DO SEIO =
AMAMENTAR.

Òsún Òsògbó: ÒSÒGBÓ É UMA CIDADE ONDE O CULTO DE ÒSÚN É MUITO


FORTE, ONDE ÒSÚN REINA SOBERANA (Ó JOBA-JOBÀ). ACREDITA-SE QUE
EM SE PEDINDO A ÒSÚN

QUALQUER
QUALQUER COISA EM NOME DE ÌJIMU OU ÒSÒGBÓ, ELA ATENDER
ATENDERÁ.Á. SÃO
INÚMEROS OS ORÍKÌ EM QUE LHE SÃO ATRIBUÍDAS
ATRIBUÍDAS “QUALIDADES”, COMO
AINDA,
AINDA, POR EXEMPLO ÒSÚN ÌJÈSÀ.
ÌJÈSÀ. ÌJÈSÀ, É O HABITANTE
HABITANTE DA CIDADE DE
ILÉSÀ, CIDADE TAMBÉM YORÙBÁ, ONDE O CULTO A ÒSÚN É FORTÍSSIMO.
POR TER RITMO E CADÊNCIA DIFERENTES, DIZ-SE AQUI QUE É “OUTRA
NAÇÃO” DE ÒSÚN. É APENAS UMA OUTRA CIDADE QUE CULTUA ÒSÚN DE
MANEIRA LIGEIRAMENTE DIFERENTE COM AS DIFERENÇAS REGIONAIS.
DARIA PARA DIZER UM SEM NÚMERO DE “QUALIDADES”, MAS, PARA ÒSÚN,
FICAREMOS POR AQUI.

Oxum na mitologia afro-americana

Quem é o orixá do amor 

Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel,
seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo
o ferecendo perfumes e belos artefatos, tudo
para satisfazer sua vaidade.

Na mitologia dos orixás ela se apresenta com características específicas, que a


tornam bastante popular nos cultos de origem negra e também nas manifestações
artísticas sobre essa religiosidade.

O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar 
os prazeres da vida e realizar
realizar proezas diversas. Amante
Amante da fortuna,
fortuna, do esplendor 
esplendor 
e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que
através de atos extremos contra quem está em seu caminho.

Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e
a mais reverenciada.

Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos,
assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este
orixá é tanto a brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e
sensual ninfa amorosa.

Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos,
Oxum é, sobretudo a deusa do amor. Também deusa da fertilidade, na Nigéria é
dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos
fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra,
terra, que assim se torna
fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida dos homens e mulheres tão
amados pela mamãe Oxum.

Este orixá encarna a identidade feminina, vivendo intensamente os papéis de filha,


amante e mãe. De menina dengosa, passando pela mulher irresistível até a
senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não
aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da
vida. Com seus atributos, ela dribla os obstáculos para satisfazer seus desejos.

O orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela
deve ser a única capaz de centralizar
centralizar as atençõ
atenções.
es. Na arte da sedução não pode
haver ninguém superior a Oxum.

No entanto ela se entrega por completo quando perdidamente apaixonada, afinal o


romantismo é outra marca sua.

Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de
espelho em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto a
divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos
seus atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos admirada e amada, não
por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro, pois como cantou Caetano
Veloso, “gente é prá brilhar”, mas Oxum é o próprio brilho em orixá. Ora Ieiê Ô! 

 As faces de Oxum

Oxum é esperada ansiosamente por sua mãe, que para engravidar leva ebó
(oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de Iemanjá ao ver sua filhinha sangrar 
logo após nascer. Para curá-la a mãe mobiliza Ogum, que recorre ao curandeiro
Ossaim, afinal a primeira e tão querida filha de Iemanjá não podia morrer.

Filha mimada, Oxum é guardada por Orunmilá, que a cria sozinho, mas com
grande
grande deddedica
icação para o que e pa
ção para parra quem há de me melh
lhor
or no mu
mundndo.
o. Tal
preciosismo faz Orunmilá ordenar o criado Exu a ficar de guarda no palácio para
evitar a entrada do indesejado Xangô. Mas a paixão é mais forte e passa a perna
no controle paterno. Xangô alcança o lindo corpo e o amor de Oxum, que de tão
feliz recebe o consentimento de seu pai para se casar. Nascida para ser admirada
e dona das coisas boas da vida, porque é tão bela e amada,
amad a,

Oxum não pode se submeter à rotina simples


simples do dia a dia e muito menos a maus
tratos. Ao sair de casa para casar com Xangô, ela espera
e spera somente prazer, nada de
afazeres domésticos. Quando presa na torre por seu marido, zangado pelo seu
desinteresse
desinteresse pelas tarefas da casa, ela é transformada
transformada em pombo, por Orunmilá,
Orunmilá,
para voar livre, de volta à proteção dos braços paternos, para as jóias e os
caprichos.
Enquanto
Enquanto mãe, Oxum é bastante zelosa. Para salvar da vergonha sua filh filhaa Omó,
cujo sangue fora espirrado na roupa branca de Oxalá, ela é capaz de, num grande
esforç
esforço,
o, transf
transfor
ormar
mar esp
espetac
etacula
ularm
rment
entee as man
mancha
chass de sang
sangue
ue em penpenasas de
ecodidé , o pássaro vermelho, tão apreciadas pelos orixás.
ecodidé,

Oxum coloca seu axé a serviço da salvação de seus filhos. Da paixão pelo
caçador Erinlé, nasce Logun-Edé. Ao levar seu filho para ficar consigo no rio, a
mãe Oxum o proíbe de brincar nas águas fundas, mas o menino, curioso e
vaidoso como os pais, não obedece sua mãe. Quando vê seu filho
filho sendo afogado
pela antiga rival Obá, Oxum apela desesperadamente a Orunmilá para salvá-lo.

Assim é ela, a mãe que acaricia, ajuda e suplica por sua cria quando seu poder de
proteção é limitado.

Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua
sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o
mel,l, sedu
me seduzi
zind
ndoo Og
Ogum
um at
atéé qu
quee ele
ele volt
voltee a prod
produz
uzir
ir os inst
instru
rume
ment
ntos
os pa
para
ra a
agricultura. Assim a cidade fica livre da fome e miséria.

Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia
dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se
abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus
maior, para suplicar ajuda. Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que
queima-lhe,
queima -lhe, enegrecendo
enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare.
Olodumare. Indignada
Indignada
por se perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis
todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro.

Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que
considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à
força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína.

Sensível à condição de fraqueza, Oxum se dispõe a aliviar o sofrimento alheio.


Assim ela o faz quando Orinxalá tem seu cajado jogado ao mar e a perna ferida
por Iansã. Oxum vem para ajudar o velho, curando-o e recuperando seu pertence.

Ela é adorada por Orixalá. A deusa do amor parte com um ebó até Olodumare,
para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não hesita em repartir os
ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e
mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare.

Com grande compaixão,


compaixão, Oxum intercede
intercede junto a Olofim-Ol
Olofim-Olodumar
odumaree para que ele
ressuscite Obaluaiê, em troca do doce mel da bela orixá. E ela garante a vida
alheia também ao acolher a princesa Ala, grávida, jogada ao rio por seu pai. Oxum
cuida da recém-nasci
recém-nascida,
da, a querida
querida Oiá. Com suas jóias,
jóias, espelhos e roupas finas,
finas,
Oxum satisfaz seu gosto pelo luxo. Extremamente ambiciosa, ela é capaz de
geniais estratagemas para conseguir êxito na vida. Vai à frente da casa de Oxalá e
lá começa a fazer escândalo,
escândalo, caluniando-o
caluniando-o aos berros,
berros, até receber
receber dele a fortuna
desejada para então calar-se. E assim Oxum torna-se “senhora de tanta riqueza
como nenhuma outra santa mulher jamais o fora”.

Curiosidade é um comichão que a excita bastante. A vontade de conhecer os


segredos
segredos do destino faz com que Oxum,
Oxum, esperta que
que é, coloque seu poder
poder de
atração sexual em acordos para esse fim.

Ela
Ela é espe
especi
cial
alis
ista
ta no to
toma
ma-l
-lá-
á-dá-
dá-cá.
cá. É des
desse
se mo
modo
do qu
quee ap
apre
rend
ndee a arte
arte da
adivin
adivinhaçã
hação,
o, faz
fazendo
endo duas trocas
trocas:: relação
relação sexual com Exu pel
pelas
as roupas
roupas de
Obatalá, e as vestes do “Senhor do Pano Branco” pelo segredo do Ifá.

Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e astúcia são
ingredientes do sucesso deste orixá.

No amor Oxum é ardorosa. Seu leito conhece muitos amantes, para os quais
propicia momentos de raro prazer, de tão formosa e quente que é. Mas quando se
apaixona realmente ela é entrega total. Oxum luta para conquistar o amor de
Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu
amado. Ela livra seu querido Oxóssi do perigo e entrega-lhe
entrega-lhe riqueza
riqueza e poder para
que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Porém Oxum é extremamente
caprichosa e volúvel.

Quando alguém lhe atrai, não importa quem seja o parceiro ou o sentimento que
vá causar, ela faz o que for preciso para conquistar e desfrutar do prazer, mesmo
que seja tão passageiro. Rebolando e cantando provocantemente, Oxum seduz a
bela Iansã, mas logo troca-a por outro alguém, tendo de fugir para não apanhar da
deusa da tempestade. Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu
amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por 
ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a
trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la.

Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma
rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é
o maior trunfo do orixá do amor. A vaidade a faz contemplar-se constantemente
pelos reflexos na água ou nos espelhos que sempre dispõe. Não basta ser bonita,
é preciso ser insuperável.

Para tanto Oxum vai ao ataque contra quem a “ameaça”, pois a inveja abala sua
autoconfiança. Ela usa o espelho de Egungun, que só mostra a morte, para que
sua irmã mais bela, Oiá, se veja destorcidamente refletida e então enlouqueça de
desespero.

Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre
atenta para manter-se a mais amada. Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a
cortar a própria orelha para cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato
preferido do marido, que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também
engana Eleguá que, a serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente
o rabo do cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba
odiada por ele. Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. É
preciso pisar em quem atrapalha sua supremacia. Oxum é vingativa quando
ofendida, sobretudo se sua forma física é ridicularizada.

Ela tem pavor de ser tida como velha e feia. Por isso chega a matar o caçador 
pelo qual se enamora, após tanto tempo na lagoa se banhando, se preparando
para encontrar seu amor,
amor, tempo em que envelheceu sem perceber. Oxum o mata
por tê-la confundido com a velha feiticeira IAMI-Oxorongá. É humilhação demais
para quem tem a beleza acima de tudo. Melhor é cortar o mau pela raiz, custe o
que custar, afinal ser considerada feia é própria morte para ela.

Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum ao aiê
quand
qua ndoo da separ
separaçação
ão de
dest
stes
es pe
pelala disp
displilicê
cênci
nciaa do
doss ho
home
mens
ns.. Tam
aman
anho
ho foi
foi o
aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que
Oxum veio ao aiê prepará-los para receber os deuses em seus corpos. Juntou as
mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de
ecodidé , enfeitou seus colos com fios
ecodidé, fios de contas coloridas,
coloridas, seus pulsos com idés,
idés,
enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e
dançaram ao som dos atabaques e xequerês. Para alegria dos orixás e dos
humanos estava inventado o Candomblé. Os mitos da Oxum mostram o quão
múltipla é sua personalidade

Dessa riqu
Dessa riqueza
eza de traç
traços
os resu
resultltaa a po
poss
ssib
ibililid
idad
adee de qu
quee as mu
mulh
lher
eres
es ma
mais
is
diferentes como as que habitam um país tão grande como o nosso, em que a
diversidade é a norma, se identifiquem com Oxum em maior ou menor grau. Aliás,
os orixás têm forte presença na música e em outras formas de manifestações
artísticas da cultura brasileira (Prandi, 1997). É da mulher brasileira tal como a que
aparece no imaginário
imaginário popular e sua proximidade
proximidade com Oxum, que vamos tratar a
seguir.

O modelo mítico e alguns retratos da mulher brasileira


“ Toda
Toda a cidade (Salvador) é d’Oxum” 
(Gerônimo & Vevé Calazans)

Talvez melhor fosse dizer “toda mulher é d’Oxum”. O orixá da beleza e do amor é
em certa medida um modelo de realização para as mulheres brasileiras, de um
modo geral, ainda que muitas não o saibam. É a mulher que deu certo, do ponto
de vista estritamente humano, isento de julgamentos morais. O valor estético de
Oxum é inquestionável. No contexto brasileiro, inevitavelmente as mulheres se
identificam com algum traço da personalidade desse orixá. Tal como a deusa
africana, elas querem ser cobiçadas, contempladas e envolvidas intensamente no
amor,
amor, pois são genericamente românticas.

“E a Oxum mais bonita, hein? 


Tá no Gantois
Olorum quem mandou
Essa filha de Oxum tomar conta da gente...” 
ge nte...” 
(Dorival Caymmi)

Segundo o tipo mítico geral, quem é d’Oxum é a vaidade em pessoa. Seus filhos
têm as formas
formas do corpo arredondadas, um jeito gracioso e grande capacidade
capacidade de
amar (Prandi, 1991). Gente que quer brilhar, assim é a mulher exuberante que
ostenta os dons recebidos da mamãe Oxum. A idéia de mãe no Brasil é associada,
sobretudo
sobretudo à figura
figura da mulher super protetora,
protetora, que é capaz de grandes sacrifícios
sacrifícios
por seus filhos. Aquela que está sempre na torcida ou preparada para acolher e
consolar em seu aconchego materno. É a chamada “mãezona” que se desdobra
em seus afazeres domésticos, tudo em função do marido e dos filhos.

Ainda é presente em nosso imaginário a figura da “mãe de leite”, aquela negra


escrava que amamentava os filhos do senhor, e cuidava dos meninos brancos
dedicação, as sinhás mães postiças,
com dedicação, postiças , que são capazes de estenderem seu
carin
carinho
ho a mu muititos
os “fil
“filhos
hos”.
”. São
São as mumulhlher
eres
es exper
experie
ient
ntes
es ququee conh
conhece
ecem
m as
artimanhas da vida, as conselheiras, as pretas-velhas da umbanda, as ‘divinizadas
senho
senhora
ras’
s’.. Essa
Essass são as velh velhas
as mu
mulhlher
eres
es dos momorr
rros
os cari
carioca
ocas,
s, as líde
lídere
ress
comunitárias
comunitárias,, as baianas mães de santo. Pessoas bastante
bastante reverenciadas
reverenciadas como
Menininha do Gantois, Clementina de Jesus, Ivone Lara, entre outras.

“Mas é preciso ter raça,


É preciso ter força,
É preciso ter gana sempre.” 
(Milton Nascimento)

O amor traduz-se em entrega de si na maternidade. Ser mãe é prazer e dor, mas,


sobretudo uma profunda experiência amorosa para uma mulher. Não por acaso a
mãe é aquela que mais se alegra com sucesso e quem mais se angustia com o
sofrimento de quem antes de mais nada é seu filho. Talvez por essa doação de si
na relação materna, a mulher seja mais propensa à gratuidade no convívio social.
Daí para um envolvimento num tipo de trabalho comunitário é um passo. A
liderança da mulher em associações de moradores, movimentos populares e
grupos religiosos é fato no meio da população pobre brasileira. A mulher é mais
sens
sensív
ível
el ao trab
trabal
alho
ho volu
volunt
ntár
ário
io e a do
dona
na de casa
casa mamais
is disp
dispon
onív
ível
el pa
para
ra a
participação em organizações sociais a partir da condição de proximidade de
moradia, tais como em igrejas e grupos de bairro. Dessa atitude pode surgir 
engajamento político, projeção abrangente e até exercício de cargos públicos. E aí
então o modelo são as conquistado
conquistadoras
ras de adesão e voto, como:
como: Luiza Erundina,
Erundina,
Benedita da Silva, Deolinda Alves do movimento dos sem-terra.

"Ó mãe, me mostra, me ensina,


me diz o que é feminina.
Não é no cabelo,
cabel o, no dengo, no olhar,
olhar,
feminina menina por todo lugar” 
(Joyce)

Em nossa sociedade, contudo ainda é forte a idéia de que “menino é para


conhecer o mundo e menina é para se casar”. A questão da sexualidade aí é
marcante. O machismo segue fazendo essa distinção, afirmando que a filha deve
ser mais protegida que o filho. Tal como Oxum, na relação com seu pai Orunmilá,
tantas e tantas meninas são criadas com grande zelo, guardadas pelos pais dos
supostos perigos do mundo. A menina conhece desde cedo o dengo da família, as
roupas e os objetos femininos, pelos quais ela brinca com sua vaidade. Ela cresce
sabendo que ser bonita é bastante importante. O Brasil é um “país abençoado por 
Deus e bonito por natureza”, como cantamos freqüentemente com Jorge Benjor. O
fator de identidade nacional, enquanto aquilo que temos a oferecer para o mundo,
desde a época da Colônia, tem sido nossas belezas naturais.

Nesse mesmo ideário, a mistura das três raças teria gerado um povo bonito e
originalmente astuto para superar as dificuldades. O catolicismo europeu conferiu
um controle formal e frouxo da conduta moral, e as religiões africanas contribuíram
co ntribuíram
significati
significativament
vamente
e com os elemen
elementos
tos festa e sensualidade,
sensualidade, na formação
formação do jeito
brasileiro de ser e de viver. Em nosso país, o que é para ser mostrado parece
sobressair ao que é vivido, o carnaval é um bom exemplo disso. A forma do corpo
tem grande importância, o que dá pistas de que, por vezes, o valor da estética
prepondera ao da ética. A mulher brasileira valoriza sobremaneira a beleza física
enqua
uannto elemen entto de afirmaçãçãoo pesso soaal, afi
afinal a sensuali alidade é
reconhecidamente um dos traços do nosso povo.

No contexto de acesso limitado ao conforto e bem estar, a mulheres atribuem à


beleza as possibilidades de ascensão social, por meio de melhores oportunidades
de trabalho,
trabalho, destinadas
destinadas a quem possui
possui o tal quesito
quesito “boa aparência”.
aparência”. Não por 
por 
menos há tanta procura da parte de mulheres
mulheres em geral por produtos cosméticos,
cosméticos,
academia de ginástica, cirurgia plástica, enfim recursos para fazer parecer mais
bonita. Além de posse material, as pessoas querem ter prestígio. E a mulher quer 
ser cortejada, desejada pelos homens e invejada pelas outras mulheres.

O sonho de ser rica e famosa, bem como bastante atraente sexualmente, faz
grande parte das meninas ter como ídolos as famosas modelos, atrizes, cantoras,
apresentadora
apresentadorass de TV,
TV, com esses atributos.
atributos. Nesse nível estão as mulheres
mulheres tidas
como “símbolo sexual” de suas épocas: Carla Perez, Luisa Brunet, Vera Fisher,
Sônia Braga, Marta Rocha, Carmem Miranda
Miranda

O dom de sedução de Oxum vai de encontro a uma idéia preconceituosa,


largamente difundida, que é a do estereótipo da mulher bonita que, a fim de atingir 
seus
seus prop
propósiósito
tos,
s, é capaz
capaz de de
deititar
ar-se
-se com
com ququem
em lhe
lhe convé
convém.
m. É basbasta
tant
ntee
conhecida
conhecida vem de longa data esse tipo de rotulação
rotulação em mulheres da vida pública
pública
naciona
nacional,l, como Xuxa
Xuxa por exem
exemplo
plo,, que “só chegou onde chegou
chegou porque
porque foi
namorada do Pelé”.

Sendo mulher bonita e bem sucedida há quase sempre suspeita sobre sua real
competência. Não é só o sex appeal , capaz de fazer o transito parar, que fascina.
As mulheres têm vontade de ser as encantadoras meninas. São as jovens,
simpáticas mulheres, que todo homem gostaria de ter como namorada.

Elas
Elas são
são idea
idealilizad
zadas
as pe
pelo
lo pú
públ
blic
icoo ma
mascu
sculilino
no pa
para
ra um
umaa rela
relação
ção afet
afetiv
ivaa ma
mais
is
duradoura
duradoura e não só como parceiras
parceiras sexuais, pois aliam a beleza à meiguice.
meiguice. São
as chamadas “namoradinhas do Brasil”, como Angélica e Regina Duarte.

“Toda mulher quer ser amada,


Toda mulher quer ser feliz,
Toda mulher se faz de doida,
Toda mulher é meio Leila Diniz” 
(Rita Lee)

O machismo
machismo ainda é forte na sociedade
sociedade brasileira.
brasileira. A distinção de papéis persiste
persiste
oprimindo muitas mulheres que permanecem submissas. Apesar da liberação
sexual ocorrida nos anos 60, a ousadia de mulheres que contestam, rompendo
com padrões conservadores
conservadores,, ainda lhes custam alguns comentários
comentários negativos.
negativos. O
desejo de inovar, atraindo a atenção do público é outro traço da mulher brasileira,
como Baby do Brasil, Rita Lee e principalmente Leila Diniz.

Dada a maior vaidade, a competição é mais comum entre as mulheres que entre
os homens, pois em certa medida “uma quer brilhar mais que a outra”. Essa
predisposição para competir,
competir, quando exacerbada e aliada
aliada à uma grande ambição,
impulsiona a mulher a passar por cima de quem está em seu caminho. Assim são
as conhecidas vilãs das telenovelas.

Tal como a sedutora Oxum, há mulheres que adoram jogar com os homens. São
em geral caracterizadas pela vulgaridade, com a qual não hesitam em “rodar a
baiana” quando julgam necessário. Vestem-se extravagantemente para chamar a
aten
atenção
ção e est
estão
ão semp
sempre
re joga
jogando
ndo seu
seu char
charme
me para
para conqu
conquis
ista
tarr. Essas
Essas são a
chamadas “peruas” ou as prostitutas, as famosas pombagiras da umbanda. A
esposa de Xangô ama profundamente a ponto de abrir mão da riqueza por seu
amor. Assim é a mulher que chega a colocar de lado seu projeto pessoal para
estar com seu amado. A brasileira é a Oxum, com suas diversas faces. Orixá e
humano se espelham. Na mitologia dos orixás Oxum é a filha dengosa, mulher 
irresistível e corajosa e a mãe protetora. Seu caráter voluntarioso, como redentora
dos aflitos, remete à grande mãe da devoção católica, a Nossa Senhora em suas
diferentes versões.

Por outro lado, ela é o vaidosíssimo orixá do ouro, que não aceita brilhar menos
quee ning
qu ninguém
uém e fa fazz de tudo para sat satis
isfaz
fazer
er seus desej
desejos,
os, profa
profanam
namen
ente
te
concebidos. Aí então ela é a Eva transgressora, movida pela sedução. Deusa da
vaidade, da beleza, da fertilidade, do amor, se Oxum fosse uma escola artística
certamente
certamente seria a barroca
barroca por seus exageros,
exageros, suas contradiçõe
contradições.
s. Oxum é um
arquétipo de feminilidade, sobretudo para as mulheres brasileiras.

Referências bibliográficas
PRANDI, Reginaldo. Mitolo
Mitologia
gia de Orixá
Orixás,
s, Mitos
Mitos afro-a
afro-amer
merica
icanos
nos reunid
reunidos
os e
recontados, São Paulo, 1997 (mimeo).

Os candomblés de São Paulo. São Paulo, EduspHucitec, 1991.

 A expansão da religião negra na sociedade branca: música popular brasileira e


legitimação do candomblé.
candomblé .
São Paulo, 1997 (mimeo).

OSUN OPARA

No Dicionário de Yorùbá de R.C. Abraham, University of London Press temos: 1-)


APARA (acento ré+ré+ré, ou seja, sem acentos) = nome Feminino. 2-) OPARA
( com qualquer acentuação que seja, com ou sem ponto em baixo da letra “O”,
não existe neste dicionário) A Dictionary of the Yoruba Language, University Press
Ìbàdàn Ltd., temos: 1-) Àpárá (acentos do+mi+mi) = raillery – lampoon – caricature
  – jest 2-) Àpárà
Àpárà (acentos
(acentos do+mi+d
do+mi+do)o) = tipo
tipo de uma árvore
árvore 3-) OPARA
OPARA ( com
qualquer
qualquer acentuação que seja, com ou sem ponto em baixo da letra “O”, também
também
não existe neste dicionário) Já Eduardo Fonseca Jr. Em seu Dicionário Yoruba
Portug
Português
uês indica:
indica: 1-) Àpárá (acentos
(acentos do+ do+mi+
mi+mi)
mi) gracejo,
gracejo, sátira,
sátira, carica
caricatur
tura,
a,
galhofa 2-) Àpárà (acentos do+mí+do) = nome de uma árvore *Nota: Observe que
até aqui trata-se de uma cópia literal do Dicionário da Universidade de Ìbàdàn. 3-)
Apara (acentos
(acentos ré+ré+ré
ré+ré+ré)) = Modo – “que vai e vem” – aquele/a
aquele/a que vai e vem –
qualidade da Divindade Òsun.(importante: esta informação é segundo o autor) 4-)
Opara ( com qualquer acentuação
acentuação que seja, com ou sem ponto em baixo da letra
“O”, também não existe neste dicionário)

Até aqui concluímos que a palavra OPARA não se encontra nestes dicionários do
idioma Yorùbá .

Na África se conhecem títulos para Òsun relacionados com LOCALIDADES ou


LENDAS (fatos) onde ela esteja inclusa, mas isso não faz com que sejam vários
tipos diferentes de Òsun. Trata-se sempre da MESMA ÒRÌSÀ
ÒRÌSÀ ÒSUN.

Algumas passagens relacionadas com Òsun: Yèyé Ade-Oko, Yèyé Ipondá (tem
ponto em baixo
baixo da letra
letra “O”,
“O”, fonéti
fonética
ca = ipóndá),
ipóndá), Òsun Lògún,
Lògún, Yèyé
Yèyé Ojumo
Ojumo (tem
ponto em baixo da Segunda letra “O”, fonética – ôdjumó) Yèyé Iloba (tem ponto
em baixo da letra “O”, fonética = ilóba), Yèyé Ilè Elepe (todas as letras “E” tem
ponto em baixo, fonética
fonética = ilé élépé), Yèyé Jakuepe (fonética
(fonética = djacuêpê),
djacuêpê), Yèyé
Ojuna (fonética
(fonética ôdjuna) Yèyé
Yèyé Igando,
Igando, Yèyé Ode-Dudu (fonética
(fonética ódé dudu) Yèyé
Adobaba.

• YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀR
ÒPÀRÀ À (ACEN
(ACENT
TOS DO+D
DO+DO+
O+DO
DO E COM
COM PONT
PONTO O EM BAIX
BAIXO
O DA
LETRA
LETRA “O”,
“O”, FONÉTI
FONÉTICA
CA = ÓPARA
ÓPARA - "NÃO É ÓPARÁ
ÓPARÁ")
"),, PARA O TÍTULO
TÍTULO
ÒPÀRÀ EU NÃO ENCONTREI UMA TRADUÇÃO PLAUSÍVEL, MAS SEU
ORÍKÌ DIZ QUE ELA ESTÁ RELACIONADA COM UMA PASSAGENS
PASSAGENS JUNTO
A SÒNPÒNNÓN, VEJA LÁ:

1- YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀ
ÒPÀRÀ !
2- OBÌNRI
OBÌNRIN N BÍ OKÙNRI
OKÙNRIN N NÍ ÒSUN
ÒSUN
3- A JÍ SÈRÍ
SÈRÍ BÍ ÈGÀ
ÈGÀ
4- YÈYÉ
YÈYÉ OLOLOM
OMII TÚT
TÚTÚ Ú
5- ÒPÀR
ÒPÀRÀ À ÒJÒ
ÒJÒ BÍR
BÍRII KALE
KALEE
E
6- AGBÀ OBÌNRI
OBÌNRIN N TI GBOGBO
GBOGBO AYÉ N’PE
N’PE SIN
7- Ó BÁ
BÁ SÒNP
SÒNPÒNN
ÒNNÓNÓN JÉ PÉTÉ
PÉTÉKÍ

8- O BÁ ALÁGBÁRA
ALÁGBÁRA RANYANGA
RANYANGA DÌDE.

1- YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀ
ÒPÀRÀ !
2- ÒSUN É UMA MULHER
MULHER FORTE
FORTE COMO
COMO HOMEM.
HOMEM.
3- SUA VOZ É BONIT
BONITA COMO
COMO A VOZ
VOZ DO PÁSSARO
PÁSSARO
4- SENHOR
SENHORAA DAS ÁGUAS
ÁGUAS FRES
FRESCAS
CAS
5- ÒPÀRÀ DANÇA COM O VENTO
VENTO SEM QUE
QUE POSSAMOS
POSSAMOS VÊ-LA
6- MULHER ANTIGA DE MUITA SABED
BEDORIA QUE TODOS NÓS
VENERAMOS
7- QUE COME PÉTÉKÍ COM SÒNPÒNNÓN
SÒNPÒNNÓN (*****)
(*****)
8- QUE ENFREN
ENFRENT
TA PESSOAS
PESSOAS PODEROSAS
PODEROSAS COM
COM SABEDOR
SABEDORIA
IA E CALMA.
CALMA.

Portanto a Cultura Religiosa Yorùbá conhece o Título Òpàrà envolvendo Òsun


com Omolú. Eu não tenho referencias de Apará nessa Cultura.

Òsun

SUA ORIGEM VEM DA NIGÉRIA, MAIS PRECISAMENTE DO RIO ÒSUN QUE


BANHA ÌJÈSÀ, IJEBU E OSOGBÒ. SEU PRINCIPAL TEMPLO SITUA-SE EM
ÒSOGBO E ATÁÓKA (O OBA DESTA REGIÃO É SEU PRINCIPAL ADORADOR).

Òrìsà da beleza, doçura e benevolência, vaidade e fecundidade.

Sendo o Òrìsà da fecundidade a iniciação no Candomblé sendo um nascimento


ela se faz presente em todos os momentos da feitura, é a dona do Osú, aquela
que traz a possibilidade de comunicação com os Òrìsàs.

Quando um óvulo é fecundado, Òsun se faz presente, vai proteger o feto e


assegurar sua vida a partir deste momento, passando pelo seu nascimento e
crescimento até que adquira domínio sobre um idioma.

Quando o embrião se forma no útero imediatamente o sangue é retido e forma-se


a placenta, que está permanentemente ligada ao feto através do cordão umbilical
e mantém a sua vida. Esse acúmulo de sangue proporciona a vida do bebê. O
sangue mandado por Òsun é a existência da vida, pois a menstruação é para as
mulheres um bênção de Òsun, revela a realidade de seu poder: a possibilidade de
gerar filhos. É na placenta que se aloja o destino de cada ser, seu Odù, que coloca
em jogo a vida da criança e de sua mãe. Quando uma criança nasce se a placenta
não for retirada a mãe certamente morrerá, é o sangue que jorra sobre a criança
no dia do nascimento que a consagra à vida.

Todas seus símbolos remetem à idéia de fecundidade. Os peixes ou os pássaros,


através das escamas e das penas, evocam a multidão dos seus descendentes.

DENTRO DO KETÚ, BRASIL, SÃO 16 AS "QUALIDADES" (CAMINHOS) DE


ÒSUN, AS MAIS VELHAS RESIDEM NAS PROFUNDEZAS DOS RIOS E AS
MAIS NOVAS NAS PARTES SUPERFICIAIS. OPARÁ É A MAIS JOVEM E A MAIS
GUERREIRA, TÃO FEROZ QUE É CAPAZ DE BEBER O SANGUE DE SEUS
INIMIGOS.  YÈYÉ KARÈ TAMBÉM É MUITO GUERREIRA, MAS SUA ARMA É
UM OFÀ (ARCO E FLECHA).  YÈYÉ IPONDÁ É A MÃE DE LÒGÚN ODE E COM
SUA ESPADA
ESPADA GUERREIA
GUERREIA BRAV AMENTE. ÒSUN AJAGIRA E YÈYÉ ONÍRA
BRAVAMENTE.
TAMBÉM SÃO GUERREIRAS, FOI ESPOSA DO MAIS VELHO ÒSÓÒSÌ QUE
EXISTE E CRIOU OS FILHOS DE OYA TEVE COM SEU MARIDO, ALIÁS SÓ
PERMITIA QUE OYA TRATASSE DE SEUS FILHOS QUANDO ELES ADOECIAM.

Nas nascentes dos rios reside Yèyé Odò. Òsun Ijìmú é a rainha de todas as Òsun
com Àyàlà, que também foi esposa de Ògún Alagbedé e é conhecida como a avó
que tocava música num fole para fazer Egúngún dançar, mantendo estreita ligação
com Ìyá-mi.

Òsun Abalò é a mais velha de todas, outra Òsun velha e briguenta é Òsun  Yèyé
Ogá,  Yèyé Merín é feminina e elegante. Òsun Gbo é a padroeira da cidade de
Osogbò e padroeira das mulheres parturientes. Yèyé Olóko vive na floresta. Além
dessas existem  Yèyé Ipetú,  Yèyé Pòpólokum
Pòpólokum, cultuadas nas lagoas e, dizem,
não sobem à cabeça das pessoas. Esses nomes podem variar da África para o
Brasil
Brasil,, mas tod
todos
os concord
concordam
am que exi
existe
stem
m 16 qua
qualid
lidade
ades.
s. Essas
Essas quaqualid
lidade
adess
provavelmente sejam "passagens e encontros dessas energias (Òrìsà) com os
demais ebora".

O Abèbé (leque com espelho) é o símbolo da sua vaidade, mas também uma
arma que ofusca os olhos de quem a ataca.

A água e a terra veiculam àse genitor feminino: a água elemento contido na terra.
Òsun é o Òrìsà do rio de mesmo nome. No Brasil está associada à todos rios,
cascat
cascatas
as,, córre
córrego
goss e me
mesm
smoo ao ma
marr, vist
vistoo qu
quee a gran
grande
de en
entitidade Olòkun,
dade
associada ao mar em país Yorùbá
Yorùbá não é cultuada de forma intensa no Brasil.

Òsun é a genitora por excelência, ligada particularmente à procriação e, nesse


sentido, ela está associada à descendência no àiyé. É a patrona da gravidez:

"Nígbà tí àun ó sì mo bò láti òdò Olódùmarè un ló okù omo lé lówó wípé eni tí
Òrìsà bá sèdá kalè tán, bi Òsun yò se móo pín omo fun gbogbo àwon tí omo
kò bá fé gba inú won wáyé. Àti bi omo bá nwá nímú, eni tí ó mo se ìtójú rè tó
kò fi ní í móorí ìdàànú títí o fi móo wáyé. Tó bá sì wà sí ayé náà. Nigbà tí kò tíi
ní òye tí kòi tí mò èdèé fò, gbogbo ònà àwòyè rè Òsun no wón kó odùn omo
lé lowo. Kò sì gbodò bínú enikan pé eleyí ni òtá mi, kò bímo tàbí elèyí ni òré
mi. Isé tí won rán Òsun oùn nìyí, òun ni Ìyàmi àkókó, òun si ni Olòtójúu àwon
omo láti ní títí di ìgbà tí yí ní òye táà n pè ní àwòyè Òsun ni álàwòyè omo
Bi Òsun ò tí se gbódò bá enìkan sòtá nìyì."

"No tempo da criação, quando Òsun estava vindo das profundezas do òrun,
Olódùmaré confiou-lhe o poder de zelar por cada umas das crianças criadas por 
Òrìsà que iriam nascer na terra. Òsun seria a provedora de crianças. Ela deveria
faze
fazerr co
com
m qu quee as cria
crianç
nças
as pe
perm
rman
anec
eces
esse
semm no vevent
ntre
re de susuas
as mã
mães
es,,
assegurando-lhes medicamentos e tratamentos apropriados para evitar abortos e
contratempos antes do nascimento; mesmo depois de nascida a criança, até ela
não estar dotada de razão e não
nã o estar falando alguma língua, o desenvolvimento e
a obtenção de sua inteligência estariam sob o cuidado de Òsun. Ela não deveria
encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma criança a um inimigo e dar 
a gravidez a um amigo. A tarefa atribuída a Òsun é como declaramos. Ela foi a
primeira Ìyá-mi, encarregada de ser a Olùtójú awon omo (aquela que vela por 
todas as crianças) e a Álàwòyè omo (aquela que cura as crianças). Òsun não
deve vir a ser inimigo de ninguém."

Por ser a patrona da gravidez, Òsun está ligada ao corrimento menstrual, e às


atividades que representam esse corrimento.

Ela é Ìyámi Àkókó (Mãe ancestral suprema).

Ela é a cabeça da sociedade das Ìyá-mi, chamadas também de Ìyá-àgbà (as mães
anciãs). Em um ìtòn Òsun transformou o Ohun-omobìrin (corrimento menstrual)
em penas vermelhas de ikódídé, colocando dentro de uma cabaça, onde se diz:
"Yèyé sawo" (Mãe fez mistério, ou mãe conhece segredo, é mistério).

Neste mesmo ìtòn Òòsààlà rende homenagem à Òsun fazend fazendoo dòdòbálè. Nesse
conte
context
xto,
o, o vermel
vermelho
ho repr
represe
esent
ntaa o pod
poder
er de real
realiza
izaçã
çãoo o àse
àse de gegest
staçã
ação,
o,
humana, animal, vegetal, mineral; o àse da terra também simbolizado por suas
águas que o veiculam. A gestação significa abundância e riqueza. A cor de Òsun é
o pupa ou pon, que significa tanto o vermelho como amarelo.

Pón ròrò é o amarelo-dourado, a cor que caracteriza Òsun.

O am
amararel
eloo é um
umaa qu
qual
alid
idad
adee do verm
vermel
elho
ho,, um verm
vermel
elho
ho-c
-cla
laro
ro e be
benénéfifico
co,,
significando "está maduro". Outra forma de dizer vermelho em yorùbá é pupa
eyìn, literalmente quer dizer, gema de ovo.
ovo. Sendo o ovo um dos seus símbolos
mais representativos de seu àse e de todas Ìyá-àgbà (ancestres femininos).

Todos metais amarelos pertencem


pertencem a Òsun, o ouro e principalm
principalmente
ente o bronze. As
As
penas de ikódídé representam o poder de Òsun-Olórí-Eléye (chefe suprema das
ikódídé representam
possuidoras-de-pássaros), representando como os cauris, seres individualizados,
o elemento procriado.

O título de Ìyáalódé não é apenas de Òsun e Nàná, mas ao cabeça de cada


comunidade Ìyálódé. A Ìyálódé reúne as mulhe
mulheres
res para discussões
discussões públicas que
lhes interessam. Antigamente elas possuíam escravos. A Ìyálódé representa todas
mulheres de sua comunidade. Esse é o maior título honorífico que uma mulher 
pode receber e que a coloca automaticamente à cabeça das mulheres e da
representação no àiyé o poder ancestral feminino. O abèbè, leque ritual, é seu
emblema, símbolo da cabaça-ventre com o pássaro-procriação.
Erelú é o título da sociedade secreta Ògbóni, complexa instituição religiosa e
política que compreende representantes de todos os segmentos da sociedade e
que contrabalançava antigamente o poder dos reis, particularmente Òyó e em
outras grandes cidades Yorubana.
Yorubana.

Òsun também está ligada a Èsù na comunicação e vidência; é através do


eríndínlógún que os Òrìsàs revelam os caminhos e desejos para o equilíbrio de
todo o sistema, é Èsù quem movimentará os cauris de Òsun e trará essas
respostas. Mostrando a relação de Òsun com Òrúnmìlà, também se destaca
dentro do culto à Ifá.

Como têm ligação a Ajè, tem o poder


pod er da feitiçaria.
Babalòrìsà Francisco d´Ósóòsì
Ilè Òrìsà Odè Inlè

Elementos e símbolos
Dia Sábado.
Metal Ouro, cobre, latão e bronze.
Símbolo Abèbé, idé.
Omolokun, Ipetè, Aberèn.
Ajeun

Saudação Rora Yèyé ó fí dé rí omon!


(Mãe
(Mãe cucuid
idad
ados
osa,
a, aq
aque
uela
la qu
quee us
usaa co
coro
roaa e olha
olha seus
seus
filhos!).

Odontologia, medicina, veterinária, pedagogia, culinária,


Profissão estética.

Pedr
Pedraa prec
precio
iosa
sa Bril
Brilha
hant
nte.
e.

Partes do corpo
corpo todo o rosto,
rosto, o baixo
baixo ventre,
ventre, o baço, às
às vezes o coração;
coração;
patr
patron
onaa do vent
ventrre, a ter
tercei
ceira visão
isão e a circ
circul
ulaç
ação
ão
sangüínea.

Cor Amarelo-ouro.
Toques Ìjèsà (preferido), Batá, Agere, Ilù.

Rios,
Rios, cachoei
cachoeiras
ras,, mar,
mar, cascata
cascatas,
s, amor
amor, fecund
fecundida
idade,
de,
Domínios
gestação e maternidade.

Dão muito valor à opinião


opinião pública, fazem qualquer
qualquer coisa
para não chocá-la, preferem contornar suas diferenças
com habilidade e diplomacia. São obstinados na busca
de seus
seus ob
obje
jeti
tivo
vos.
s. Tem tend
tendên
ênci
ciaa a en
engo
gord
rdar
ar,, são
são
risonhos e bem humorados. Têm vida sexual intensa,
mas com muita discrição, pois detestam escândalos.

São pessoas amáveis e cativantes, sempre preocupadas


com o que os outros vão pensar.

Choram fácil e por qualquer motivo. São elegantes e de


Características muita sutileza. São atraentes e não raramente volúveis.

É o tipo atemporal, pois é tanto maternal como passa


pela
pe lass mani
manias
as de um
umaa velh
velha,
a, e tamb
também
ém po
poss
ssui
ui um
umaa
juven
ventude de cricriança incoconnseq
eqü
üente, que julga
naturalmente merecer todos cuidados e mimos. Não são
confiáveis para segredo, pois tem o costume de falar 
demais, ciumentas,as, vingativtivas, possessivas e
desatentas.

Devem Ter cuidado com acidentes domésticos e fogo.


Abebê - Um objeto nascente da cabaça

No amplo e diverso
diverso conjunto de objet
objetos
os usuais nas religiões
religiões de origem
origem africana e
em outras processadas em âmbito afro-brasileiro, há destaque especial para a
cabaç
cab aça,
a, en
enqua
quant
ntoo obobje
jeto
to e símb
símbololoo plur
plural
alme
ment
ntee inte
interp
rpre
reta
tado
do e visí
visívei
veiss no
noss
templos, nos santuários, e nas cozinhas entre outros espaços. A cabaça forma
instrumentos musicais, como aguê e o afoxé, contempla o berimbau-de-barriga ou,
aind
ainda,
a, é refer
eferen
enci
ciaa ao xexere
re - chchoc
ocal
alho
ho de Xang
Xango,o, pe
peça
ça qu
quee emi
mitte so
sons
ns
característicos e que chama os Orixás nos candomblés, notadamente os nagos. A
cabaça imemorialmente representa a barriga - útero, a sexualidade feminina e o
todoo ema
tod emanent
nentee des
dessasa sim
simbol
bolizaç
ização,
ão, - marcan
marcando
do dese
desenho
nho vol
volumo
umoso,
so, sem
sempre
pre
lembrando um estado de gravidez - repertório constante da vida e sua procriação,
para os homens e os deuses. O abebê é objeto yorubá - condicionamento ao
amplo imaginário
imaginário referente
referente acabaça,
acabaça, constituindo-
constituindo-se
se num emble
emblema
ma das Yas, que
são as mães ancestrais, divindades das águas, relacionadas com a vida e a
morte.

Tanto em espaço africano, em pólos de coexistência histórica e religiosa dos


Orixás e Voduns na Nigéria e Benin, como em núcleos de manutenção dessa
historia no Brasil, notadamente no candomblé e no xangô, há objetos rituais e
litúrgicos evidentemente masculinos e femininos e uma terceira categoria, para os
andrógenos. O abebê inclui-se entre os femininos e andrógenos.

Geralmente, objetos masculinos são verticais, eretos, expressivamente fálicos


como os apá-ogô de Exu, ferros de assentamentos de Ogum, Oxosse, Ossãe,
Erinlé, entre outros santos machos como são chamados pelo povo do santo. Para
as san
santa
tass fê
fême
meas
as,, são gu
guar
arda
dadas
das as foform
rmas
as arre
arredo
donda
ndada
das,
s, comp
compararada
adass à
anatomia da mulher - seios, nádegas e barriga, onde novamente ser referem à
cabaça - útero fortemente ligadas a laços ancestrais e formuladores do gênese do
mundo e dos homens. São meias cabaças para os assentamentos e abebês como
insígnias de Oxum e Yemanjá. Oxalufã, na sua interpretação essencialmente
nàgó, porta o opaxoro e um abebê que marcam o caráter andrógeno
andrógeno do Orixá da
criação, símbolos gerais dos Orixás funfun (brancos). O abebê é identificação
imediata das Yas, popularmente chamadas e conhecidas como as mães d'água.

Diz o costume que os abebês de Oxum são dourados, em latão, até em ouro,
recebendo de seus construtores trabalhos elaboradíssimos, revelando aspectos
identificadores do Orixás mais vaidoso, as água doces, yalode - a grande senhora.
Abebê - do yorubá, leque - leque em diferentes metais, mantendo o formato
arredondado, decorado por marcheteamento, incisos, ampliações e pendantifs,
geralmente
geralmente em metal. O tamanho médio de um abebê gira em torno de 30 cm de
altura e 15 cm de largura, podendo nos candomblés acrescido de laços de fitas
em cetim e nas cores dos Orixás: amarelo e rosa pra Oxum; azul e verde para
Yemanjá.
Os abebês compõem assentamentos nos santuários pejis - especialmente no
candomblé e no xangô. São vistos também em miniatura na composição dos ibás
- conjunto de louça ças,
s, peç
eçaas em metal e otás (pedra dras) que fazem os
asssentamentos dos Orixás, Voduns e Inkices. Os abebês são peç
as eçaas
indispensáveis nas roupas cerimoniais, sendo emblema marcante e identificador 
de Oxum e Yemanjá.

Os abebês poderão ser complementados com outras ferramentas, como o alfanje


e o ademata - arco arco e seta
seta,, repr
repres
esen
enta
tand
ndoo as qu
qual
alid
idad
ades
es da
dass Sant
Santas
as -
características mitológicas. Abebês recentes feitos em papelão e cobertos de
tecidos e lantejoulas ou ainda com detalhes em canutilhos e metalóide, são
franca
francamen
mente
te consumi
consumidos
dos pel
pelos
os terrei
terreiros
ros,, ocup
ocupand
andoo as mes
mesmas
mas fun
funções
ções dos
objetos convencionais, em diferentes folhas metálicas. O abebê pode também ser 
interpretado enquanto um objeto emissor de sons -instrumento musical não formal
- quando exibe elementos complementares, como guizos, pendantifs em latão,
búzios entre outros. Durante as danças rituais de Oxum, segundo modelo gexá, o
abebê é usado e mostrado com diferentes finalidades e, assim, emite sons
característicos que se unem aos dos atabaques, afoxés e agogôs. Alem do abebê
marcar visualmente as Yas, ha o uso feminino dos leques à européias também
integrados
integrados as montagens simbólicas
simbólicas nos santuários,
santuários, convivendo
convivendo com os demais
demais
objet
obj etos
os de uso e repr represe
esent
ntaçã
açãoo niti
nitida
dame
ment
ntee afro
afro-b
-bra
rasi
sile
leir
iro.
o. Algu
Alguns
ns casos
casos
especiais são incluídos neste âmbito de abanos - abebês -, são os feitos em pele,
couro e estrutura de metal, couro e detalhamento em búzios. No Benin, o ezuzu é
um abano circular em pele, couro e cabo em madeira. O ezuzu expressa o poder 
social da mulher - distingue rainhas - mães e amplia seus domínios ao âmbito
religioso - relativamente uma insígnia, como o bastão, para a representação do
poder masculino.

Diferentes soluções plásticas e destinações de abebês são documentadas nos


livros catálogos sobre as mais importantes coleções afro-brasileiras existentes no
país, destacando as do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, do Instituto
Geográfico e Histórico da Bahia, do Museu do Estado de Pernambuco e Museu
Arthur Ramos. Próximo à casa
c asa do presente, no Rio Vermelho, Salvador,
Salvador, Bahia, ve-
se esculturas representando uma sereia em cimento armado sexual, segundo
concepções imemoriais da mulher - peixe, no caso afro-brasileiro uma das formas
usuais das Yas, para os candomblés e os xangôs. A sereia exibe um abebê que se
projeto por sobre o mar - referencias dos Orixás das águas, símbolo da fertilidade
e das mães ancestrais.

transcrito do livro - O Povo do Santo - de Raul Lody

OXUM ITAN 

Conta a lenda que, em um tempo imemorial, o rei Xangô, orixá escolhido por 
Oxalá para governar a terra e os outros deuses,
deuses, tinha diversas
diversas esposas. As duas
mais importantes eram Yansã, a Senhora das Tempestades,
Tempestades, e Oxum, cujo domínio
se estendia pelos rios, lagos e cachoeiras.
Certo dia, enciumada da preferência de Xangô pela sua adversária; Yansã decidiu
vingar-se de Oxum e, em um raio intempestivo de cólera, investiu contra a mãe
das águas doces, quando esta se banhava nua às margens de um grande lago,
tendo apenas um espelho entre as mãos. Devido ao fato de não ser uma
guerreira, mas uma mulher dócil e vaidosa, afeita apenas aos expedientes da
Sedução
Sedução e da Dissim
Dissimula
ulação
ção para
para se def
defende
ender;
r; Oxum
Oxum viu
viu-se
-se com
comple
pletam
tament
entee
indefesa frente à ira arrebatadora da Rainha dos Raios. Oxum, então, rezou a
Oxalá e, em um instante mágico, percebeu que o Sol brilhava forte nas costas de
sua agressora. Rapidamente, ela utilizou seu espelho para refletir os raios solares
de forma a cegar Yansã.
Yansã.

Ao saber da vitória de Oxum, o rei Xangô reafirmou sua preferência pela Senhora
das Águas, que além de mais bela e delicada, provou ser também mais poderosa
que a Senhora das Tempestades.
Tempestades.

"Oxum é a alegria
alegria do sangue das mulheres fecundas.
fecundas. Até mesmo Oxalá teve que
inclinar-se à seu poder." A tradição Nagô relata a Lenda de uma sacerdotisa, Omo
Òsun ('filha de Oxum"), encarregada de cuidar dos paramentos de Oxalá. Havia
muitas mulheres com inveja dela que para criar caso, jogaram a coroa de Oxalá
no rio, pouco antes do começo do grande festival anual.

Omo Òsu sunn cocons


nseg
egui
uiuu en
enco
cont
ntrrá-l
á-la na babarr
rrig
igaa de um pe peix
ixe.
e. Suas
Suas rivai
ivaiss
despeitadas, fizeram então um feitiço e, no meio da festa, na hora em que deveria
levantar-se
levantar-se para saudar Oxalá, ela não conseguiu. Seu corpo aderiraaderira ao assento.
assento.
A pobre sacerdotisa, fez tanta força que acabou levantando-se, mas parte de seu
corpo ficou grudada ao assento. O sangue jorrou,
manchando os paramentos de Oxalá. O vermelho é tabu para o Grande Deus da
Cor Branca, que se mostrou extremamente
extremamente irritado, e Omo Òsun, envergonhada,
fugiu. "Todos os Orixás Fecharam-lhe as portas. Somente Oxum à acolheu e
transformou as gotas de sangue em penas de papagaio, pássaro chamado Odidé.
Lembramos que pássaros simbolizam a fecundidade das Grandes-Mães, e as
plumass representa
pluma representam m a mult
multidão
idão dos descendentes.
descendentes. Por isso , Oxum é a "dona de
muitas penas de papagaio'. Os Outros Orixás ao saberem do milagre da Deusa da
água doce foram procurá-la. O último à procurá-la foi Oxalá que, em sinal de
respeito e submissão ao poder feminino, aos pés de Oxum se prostrou. Fez mais:
Colocou na testa uma pena vermelha e declarou que as iwaôs (Yawôs = filhas de
santo) que não usarem ekodidé
ekodidé ( as penas de papagaio) não serão reconhecidas
reconhecidas
como verdadeiras Yawôs. É por isso que os Yawôs no fim da iniciação usam uma
pena vermelha.

“A iniciação no Candomblé é um nascimento, e o poder da fecundidade tem


que estar presente, pois Oxum mostrou que a menstruação em vez de
cons
co nsti
titu
tuir
ir mo
moti
tivo
vo de ve
verg
rgon
onha
ha e de in
infe
feri
rior
orid
idad
aden
enas
as mumulh
lher
eres
es,, pe
pelo
lo
contrário, proclama
contrário, proclama a reali
realidade
dade do poder feminino,
feminino, a possi
possibilid
bilidade
ade de gerar 
filhos”.

 AZIRI 

  AZIRI É UM ORIXÁ DA NAÇÃO GÊGE IDÊNTICO A O


ORIX
ORIXÁÁ OXUM
OXUM.. AS PESS
PESSOA
OAS
S DEST
DESTE
E ORIX
ORIXÁ
Á DEVE
DEVERÃ
RÃO
O
SER FEITO NO GÊGE E SOMENTE NELE, ATÉ PORQUE 
 AZIRI SÓ CHEGA EM ALGUM FILHO NOS RITUAIS DESTA
NAÇÃO. SEU SÍMBOLO É A ESPADA E UMA SERPENTE.
ESTE ORIXÁ TEM PARTICULARIDADES NA SUA FEITURA
E DEVE SER FEITO PELO GÊGE PURO.

 AZIRI é incontestavelmente um VODUN jeje embora muito pouco


ainda se faz para esse Orixá tão lindo devido as complicações de
seu culto...para muitos é uma espécie de oxum e para os ÈGBÁ é
correspondente a IYEWÁ, é dengosa, glamurosa, delicada como
uma flor mas também é uma cobra embrulhada para presente,
esse vodun só era cultuado pelas mulheres da roça e era feito
somente em meninas ainda sem virar moça ou seja as que ainda
não
não ti
tinh
nham
am me
mens
nstr
trua
uaçã
ção.
o...
..is
isto
to er
eraa le
leii se
segu
gund
ndo
o as tra
tradi
diçõ
ções
es
daquela roça e de todo o povo Savalu que infelizmente Hoje em
dia quase acabou, existem poucos desse povo tanto na
Bahia(afro-descendentes)quanto
Bahia(afro-descendentes )quanto na África.

  Yabas: Mulheres Negras, Deusas, Heroínas e Orixás: personalidades sem


fronteiras.
Sylvia Egydio; Kiusam Regina de Oliveira.
Da Kaballah hebraica ao império Yorubano

Verger
erger nos mos
mostra
tra com
comoo os est
estudo
udoss des
desenvo
envolvi
lvidos
dos pel
peloo Cap
Capitã
itãoo Clappe
Clapperto
rtonn
(Travels and Discoveries in Northen and África - 1822/1824) a partir de um
manuscrito em língua árabe, trazido por ele do Reino de Takroor (atual Sokoto),
naquela época dominado pelo Sultão Mohamed Bello, de Haussa, fornece dados
analíticos comprovados sobre a origem dos povos
povo s africanos.

Eduar
Eduardodo Fonse
Fonsecaca Júni
Júnior
or te tendo
ndo como
como babase
se esse
essess estu
estudos
dos mo
most
stra quee Opá
ra qu
Oranian (monólito de Oranian), um obelisco considerado o túmulo deste grande
heró
heróii po
poss
ssui
ui cara
caract
cter
erís
ístitica
cass de orig
origem
em fení
feníci
ciaa além
além de cont
conter
er pa
pala
lavr
vras
as
pertencentes à Kaballah hebraica que são:  YOD, RESH, VO, BETH e ALEPH ,
definição hebraica do nome YORUBÁ, cuja tradução seria a seguinte:

 YOD - a divindade por ordem da


RESH - unidade psíquica do ser 
VO - deu origem
BETH - ao movimento de luz, objeto central.
ALEPH - de estabilidade coletiva do homem.
Desta forma  YOD e RESH comporiam as letras Y - O - R, o símbolo VO comporia
a letra U, o símbolo BETH a letra B e o símbolo ALEPH a letra A.

Veja:

YOD - YO
RESH - R
VO - U
BETH - B
ALEPH - A

Clapperton, desta forma, comprova a origem cabalística da palavra  YORUBÁ,


oriunda da localidade  YARBA, que “ ... é sinônimo do termo  YARRIBA, que os
Haussas usam para identificar a palavra  Yorubá.” No mesmo monólito encontra-
se a profecia que prevê a implantação do império Yorubano por  Nimrod, sob o
nome da divindade Oduduwá, “ ... por ordem da unidade psíquica do ser , seria
por ordem de Deus.” E assim
assim se deu a fundação
fundação da antiga cidadee de Ilê Ifé,
antiga cidad
consi
con side
dera
rada
da o berço
berço da cul
cultu
tura
ra yoru
yoruba
bana.
na. Yorub
orubáá qu
quee ap
apar
arec
ecee em algu
alguns
ns
trabalhos como um grande país formado por cinco regiões: Oyó, Egbwa, Ibarupa,
Ijebu e Ijexá.

Foram grandes os esforços no período colonialista franco-britânico a fim de


dest
de stru
ruir
ir o cult
cultoo e as trad
tradiç
içõe
õess af
afri
rica
cana
nas.
s. Assi
Assim,
m, come
começo
çouu a babata
talh
lhaa pe
pela
la
desmoralização das divindades africanas e, ESU/EXÚ, de Mensageiro e Deus da
Fertilidade passou a ser divulgado como demônio.
demônio. “Mesmo após as descobertas,
  por teólogos da implantação colonialista, da identificação total entre Olorum e
Jeovah, os pesquisadores mantiveram e acirraram a campanha de
desmi
desmist
stifi
ificaç
cação
ão das
das relig
religiõe
iõess negr
negras,
as, class
classifi
ifica
cando
ndo essa
essass divin
divinda
dade
dess como
como
demônios pagãos”.

Na teogonia
teogonia africana temoss Olodumaré (Oló = Senhor, Odú = Destino, Maré =
africana temo
Supremo = Senhor do Destino Supremo) e Oduduwá (Odou = Fonte, da =
Geradora, iwá = vida = Fonte Geradora da Vida) como os criadores da vida
humana, sendo que Oduduwá uniu-se
humana, uniu-se a Olokun (Oló = Senhora,
Senhora, Okun = Mar =
Senhora do Mar) para gerar três filhos - Ogun, equivalente a Vulcano, senhor do
ferro, fígado, agricultura; Ishedale, equivalente a Afrodite, senhora das águas e
mãe de todas as ninfas e heroínas deificadas; e Okanbi, senhor do fogo, das
conquistas e da justiça. “Da linhagem de Ogun, todos os Orixás morreram. Da
linhagem da princesa Ishedale, nasceram deusas e ninfas, conhecidas por 
Ayabas. Da linhagem de Okanbi, nasceram os reis e heróis deificados tais
como Xangô, Aganjú, Kori, Abipa, Abiedum e outros...”.

Os filhos de Okanbi dão início à epopéia dos heróis yorubanos pois dentre seus
hoss aparece Oranian, o implantador da cultura yorubana.
sette filho
se
“Independent
“Independentemente continuar a missão de seu avô Oduduwá em
emente de ter tentado continuar
sua Guerra Santa contra os descendentes de Ismael, transformou-se na maior 
figu
figura
ra de
dess
ssaa cult
cultur
ura,
a, a tatall po
pont
ntoo qu
quee é o ma
maisis famo
famoso
so do
doss sete
sete filh
filhos
os de
Okanbi”.Okanbi instituiu o primeiro feudo de que se tem notícia, pois se tornou
detentor
detentor de todas as terras
terras da África
África Ocidental,
Ocidental, instalando-se
instalando-se definitivament
definitivamentee em
Ilê Ifé. Neste momento, Oranian se afasta temporariamente de Ilê Ifé indo ocupar 
a cidade de Oyó.

Assim, Fonseca Júnior nos mostra a cronologia da época:

OKANBI - Primeiro Alafin de Oyó - 1700 a 1600 a.C.


ORANIAN - Segundo Alafin de Oyó - 1600 a 1500 a.C.
AJAKÁ - Terceiro Alafin
Alafin de Oyó - 1500 a 1450 a.C.
XANGÔ - Quarto Alafin de Oyó - 1450 a 1403 a.C.
AJAKÁ - Quinto Alafin de Oyó - 1403 a 1370 a.C.

A história da origem do povo yorubano mostra que Oduduwá era o próprio


conquistador caldeu Nimrod, descendente de Noé, que era primo de Abraão,
neto de Cam e filho de Kusí e “... que foi designado por  Olodumaré para levar a
remissão e a palavra de Olorum (Deus) aos filhos de Caim que, amaldiçoados,
viviam na África.”

São essas coincidências que ligam a história da origem do povo africano à


Kaballah hebraica sendo que, a partir da análise de documentos que comprovam
esta história, foi formulada a tese que liga Abraão, pai dos semitas, e Oduduwá
(Nimrod),
(Nimrod), pai dos africanos.
africanos. Isto pode também ser constatado se for feita uma
análise do Vodu (africano) cujo símbolo é a serpente telúrica de DAN, com o
símbolo de uma das doze tribos de Israel que possui o mesmo nome, DAN, e o
mesmo símbolo - a serpente telúrica.

DE ISHEDALE ÀS GRANDES HEROÍNAS

Conta a história que da linhagem da Princesa Ishedale nasceram Deusas E


Ninfas, isto é, mulheres adoráveis pela beleza protetoras dos rios, bosques,
matas e montes, costumeiramente associadas às mulheres jovens, guerreiras e
formosas, conhecidas na teogonia africana por  Ayabas que em Yorubá significa
“... rainha mulher do rei . Termo honorífico dado às divindades femininas da
cultura Yorubana ...”.

Dessa
Dessa linhage
linhagem
m nascera
nasceramm Oyá-Yánsàn, que embe bellez
ezaa se
seuus pés co
comm pó
vermelho; Òsun, seja ela Àpara, Àyálá, Oke ou Oníra, aquela que limpa suas
 jóias de cobre antes de limpar seus filhos; Obá aquela que com sua força física
lutou e venceu Oxalá, Xangô e Orunmilá , sucessivamente;  Yemoja, seja ela
Ogunté, Assabá ou Assessu, aquela que vive e reina nas profundezas das
águas; Nàná Buruku, aquela que mata uma cabra sem usar um obé (faca); Iewá,
aquela jovem virgem que recebeu de Orunmilá o poder de ler o Oráculo de Ifá.

Da linhagem de Okanbi temos, também, mulheres exemplares que fizeram a


história do povo yorubano como  Ya Torôsi Ayabá Nupe (Senhora Torôsi Rainha
de Nupe) - que viveu em 1460 a.C., filha do Rei, tia de Oyá. Oyá, portanto, foi
prima
prima e mulher de Xangô, com quem conquistou
conquistou vários reinos. Outra mulher 
fantástica foi Moremi que, como Torôsi e Oyá, também pertencente a região de
Tapá, foi uma grande princesa e sacerdotisa yorubana, considerada heroína por 
romp
romper
er com
com os sace
sacerd
rdot
otes
es de seu
seu po
povo
vo po
porr acre
acredi
dita
tarr qu
quee eles
eles esta
estava
vam
m
distanciando-se dos ensinamentos originais de Oduduwá. Funda, então, Abomei
(Dahomé-Benin) instituindo o matriarcado além de criar a sociedade secreta
dos homens-leopardos (Ekun-Wale) que é uma qualidade de Odé, isto é,
caçador
caçador tido como rei . Foi conhecida como a Rainha-gata, aquela que instituiu
as bases da cultura Gêge. Alami, filha de Okanbi, princesa real e fundadora do
Reino de Ketu reinou soberanamente até passar o poder a seu filho, Alaketú,
que veio a ser o primeiro rei de Ketú. Oxum, Obá, Yemanjá, Iewá, Nanã entre
outras formaram, na África, uma sociedade feminina secreta.

Os homens eram vetados, uma vez que, nestas reuniões, elas tratavam de
assuntos pertinentes aos direitos das mulheres - era um grupo feminista. Com
muita
mui ta est
estrat
ratégi
égiaa est
estas
as mul
mulher
heres
es traçav
traçavam
am pla
planos
nos e executa
executavam
vam açõ
ações
es para
para
solucionarem problemas de vários tipos, recorrendo, muitas vezes, do poder das
FEITICEIRAS IYAMIS
IYAMIS. Lutaram bravamente para manter a soberania feminina e
impedir que os homens conquistassem espaço maior como vinha acontecendo.

Mas o segredo durou pouco: os homens, estranhando o comportamento de suas


mulheres,
mulheres, resolveram
resolveram segui-las para descobrir
descobrir o que estava acontecendo,
acontecendo, afina
afinal,l,
até mesmo Iewá, aquela jovem e bela casta que nunca saia da beira de seu rio,
podia ser vista caminhando pela floresta rumo ao desconhecido. Após algum
tempo descobriram o refúgio das mulheres e seu objetivo resolvendo, então,
revi
revida
darr. E assi
assim
m o fize
fizera
ram.
m. Arma
Armararam
m um plan
planoo terr
terrív
ível
el no qual Xangô,
qual
contrariadamente, teve de seduzir Obá e tomá-la como sua primeira mulher, para
logo em seguida conquistar Oyá e por último Oxum. Todos passaram a conviver 
debaixo do mesmo teto: Xangô desprezava Obá e já não dava tanta atenção à
Oyá, mas Oxum passou a ser sua predileta sendo deliciada por ele a cada minuto
do dia. Automa
Automatic
ticame
amente,
nte, a rival
rivalida
idade
de nasceu
nasceu entre
entre essas
essas mu
mulhe
lheres
res que
tinham um objetivo em comum: não entregar o poder aos homens. Mas o
ciúme, a inveja e a raiva causaram uma divisão no grupo.

Oxum gabava-se das outras chegando ao ponto de ensinar Obá a fazer uma
comida que deveria ser preparada com sua própria orelha, alegando que isso faria
Xangô olhar para ela com olhos de amor. Obá, ardente de paixão, assim o fez e
Xangô, ao ver a orelha no prato e a mulher desfigurada, ficou irado expulsando as
duas de casa.

Pois é, o feitiço virou contra a própria feiticeira. Desesperadas, não conseguiram


controlar suas emoções transformando-se em rios: Obá num rio de águas
turbulentas e Oxum num rio de águas calmas. Oyá continuou a viver com
Xangô até que ele desejou lutar e conquistar a cidade de Tapa, seu local de
origem. Ela o desafiou fazendo com que Xangô desistisse da idéia mas, a
partir deste momento, suas vidas se separaram.

DAS GRANDES HEROÍNAS AOS ORIXÁS FEMININOS - AS YABAS

Alguns autores retratam os Orixás como forças da natureza associadas a imagem


de um “Orixá-herói” cujo arquétipo do Orixá passa a fazer parte do inconsciente
coletivo de uma nação, levando os filhos de cada Orixá a desenvolver e a reforçar 
certas características do mesmo.

Voltando-nos para a mulher negra brasileira atual que não possui em suas
lembranças recentes imagens de mulheres negras sacerdotisas, princesas ou
rainhas, adquirir a consciência histórica e espiritual da mulher africana e de seu
valor na cultura é essencial para se pensar no resgate de uma possível auto-
estim
est imaa pe
perd
rdida
ida.. Os arqu
arquét
étipo
iposs de
dest
stas
as he
hero
roín
ínas
as afri
african
canas
as qu
que,
e, ao faze
fazerr sua
sua
passagem para outro plano transformaram-se em forças da natureza, tem se
revelado um excelente tratamento para mulheres negras freqüentadoras das roças
de Candomblé. É um conhecimento que tem levado essas mulheres ao campo de
batalha usando, como arma, as marcas da ancestralidade que só a sabedoria
aliada ao poder da tradição oral, podem registrar.
Desta forma, conhecer a história destas ancestrais femininas, reconhecendo-as
como
como atra
atrave
vess
ssad
ador
oras
as de fron
fronte
teir
iras
as,, traz
traz,, às mu
mulh
lher
eres
es ne
negr
gras
as de ho
hoje
je,, a
possibilidade de contato com uma dimensão da religião que seita nenhuma traz: a
aceitação da complexidade do ser humano

No Candomblé a complexidade
complexidade feminina
feminina jamai
jamaiss foi vista como imped
impediment
imentoo para
quee um
qu umaa mu
mulh
lher
er gu
guer
erre
reir
iraa ou sens
sensua
ual,l, jove
jovemm ou velhvelha,
a, feia
feia ou bo boni
nita
ta se
transformasse em forças da natureza. Jamais uma mulher negra foi santificada
como prêmio por sua castidade ou por fazer o bem sem olhar a quem. São
mulheres negras que tornaram-se formas de energia como conseqüência de viver 
intensa
intensamen
mente
te seu
seuss amores,
amores, des
desamo
amores
res,, enca
encanto
ntoss ou des
desenca
encanto
ntoss bus
buscand
cando,o,
ardentemente, formas de viver melhor e em plena harmonia com a consciência
divina.

O arquétipo de Nanã é o daquela pessoa majestosa que tem a consciência de que


cadaa ge
cad gesto
sto traz
traz con
conse
seqüê
qüênci
ncias,
as, mo
most
stra
rando
ndo-s
-see me
metiticu
culo
losa
sa em seus
seus atos
atos e
equilibrada; Oxum que com sua beleza e sensualidade sabe ser enérgica quando
necessário; Obá que com seu porte forte e viril é sedutora; Yewá que com forma
esbelta é dominadora e moralista, desconfiada e arredia; Oyá que com sua grande
beleza é poderosa, audaciosa e violenta despertando o desejo dos homens;
Yemanjá que é carinhosa com seus filhos e deseja o luxo para sua vida; até
mesmo Oxóssi (que no Brasil tomou uma forma masculina, característica de seu
correlato masculino Odé e que na África é conhecida como a Diana da África) tem
o dom de provocar o cio nas fêmeas para o acasalamento. Conhecida como a
mulher de Ogum em um antigo texto do Ijalá ‘Osósí L’Orukó Obinrin Ogum’ -
Oxóssi é o nome da mulher de Ogum.

Conhecer esses arquétipos pode oferecer às mulheres negras a possibilidade de


sobreviver numa sociedade competitiva e injusta como a nossa uma vez que esse
conhecimento tem se mostrado capaz de despertar nas pessoas, conhecedoras
de seu Orixá de cabeça, as similaridades entre pessoa-Orixá além do desejo de
tornar-se uma pessoa cada vez melhor e à altura de seu Orixá.

DAS YABAS
YABAS ÀS GRANDES HEROÍNAS - O RETORNO SEM FRONTEIRAS

Quais as fronteiras existentes entre mulheres negras, deusas, heroínas e


orixás? 

Seria o mesmo que perguntar quais as fronteiras existentes entre o blues, jazz e
rap ou mesmo entre o samba, axé e o maracatu. Podemos perfeitamente idealizar 
um samba-axé com swing de maracatu como um blues-jazz com swing de rap.
Isto porque a criatividade humana não tem fronteira - é livre - para atrever-se a
alçar
alçar gran
grandes
des vôo
vôoss no
noss qua
quais
is te
temp
mpoo e espaç
espaçoo con
confifigu
gura
ram-
m-se
se ape
apena
nass como
como
coadjuvantes. É absolutamente lógico juntar todos esses estilos se se pensar que
um é derivado
derivado do outro e que fazem parte da mesma natureza, em sua essência.
Os limites sempre nos aprisionam assim como os preconceitos nos impedem de
vislumbrar diferentes formas de simplesmente ser.
A conscientização de ser mulher negra num país como o Brasil passa por várias
etap
etapas
as de
desdsdee nã
nãoo se pe
perc
rceb
eber
er como
como ne
negr
graa até
até me
mesmsmoo de supe
supera
rarr essa
essa
percepção.
percepção. É através
através do conhecimento
conhecimento da história do povo africano
africano que a mulher 
negra passa a reconhecer-se como portadora de títulos de nobreza que a qualifica
como legítima
legítima herdeira
herdeira do trono real, mesmo diante do silêncio
silêncio e da simplicidade
simplicidade
de sua tarefas.

Neste sentido, as mães-de-santo negras do Candomblé brasileiro continuam


ocupando lugar de honra no processo de resgate da identidade cultural e filosófica
de ser mulher negra através dos tempos. Identidade (re)buscada quando traz à
tona, memórias faraônicas que remontam o poder das sete Cleópatras e o suicídio
da última que, num ato extremado e consciente, tirou sua própria vida para não
ser subjugada por um homem.

São mulheres que, por serem as sacerdotisas centrais do culto, possuem o papel
de integradoras dos membros dos grupos. Não têm a pretensão de carregar o
ester
estereót
eótip
ipoo de mumulh
lher
eres
es puras,
puras, do
doce
cess ou memeig
igas
as po
pois
is,, hu
humi
mild
ldem
ement
ente,
e, se
reconhecem como figuras contraditórias. A cultura africana não descarta uma
coisa para qualificar outra pois convive perfeitamente com a dualidade complexa
existente dentro de todos: as pessoas são e não são ao mesmo tempo.

Ninguém é de todo bom ou mal, apenas carregam dentro de si ambos os aspectos


da personalidade sendo que um não existiria sem o outro, pois são forças opostas
que se atraem e que se completam.

Exemplificando, no Candomblé para uma mulher negra ser mãe não precisa abrir 
mão de sua sensualidade ou sexualidade - ser mãe - não a obriga, portanto, a ser 
menos feminina.

As mulheres negras têm um valor que às vezes desconhecem mas, o Candomblé,


como forma de resistência, refúgio para as injustiças vividas no cotidiano, tem
ajudado essas mulheres
mulheres a se perceberem como donas de seus próprios destinos
destinos
sem que dependam de seus homens uma vez que, 36,7% das famílias negras,
são chefiadas pelas mulheres.

O reforço oferecido pelas mães-de-santo vem através da percepção de que as


mulheres negras, guerreiras em sua essência, estão capacitadas para construírem
grandes obras. É por isso que o espaço de resistência chamado Candomblé, em
dias de atendimento e festa, é reconhecido como “terapia para o povo” pois
oferece subsídios permanentes para que a mulher encontre o que procura: uma
vida com equilíbrio e confiança em si própria.

Bem próximo do ano 2000 é chegada a hora das mulheres negras se unirem e
exigirem
exigirem que suas histórias sejam passadas a limpo
limpo,, aproveitando
aproveitando para revelar o
que está por trás de todo carnaval propagado pela Rede Globo com relação ao
Brasil 500 anos, como sendo esta mais uma atitude que tenta levar o povo à
ignorância, desconsiderando que o Brasil já havia sido descoberto pelos índios
antes da chegada dos colonizadores.

Temos visto, portanto, diariamente, a história do Brasil sendo recontada pelos


descendentes destes mesmos colonizadores, continuando a valorizar apenas o
que lhes convém.

Talvez deva-se criar um movimento paralelo, que (já sabemos) não terá o mesmo
apoio da mídia chamado - Brasil: 500 anos de história mal contada - ou ainda -
Brasil: 500 anos da história que não foi revelada.

E através de iniciativas como esta da Rede Globo, continuamos a ver o triunfo do


engodo coletivo proporcionado sempre por aqueles que detém o poder e que
determinam o que o povo deve ou não saber e as mulheres negras, continuam a
ver te
tent
ntat
ativ
ivas
as de sile
silenci
nciar
ar sua
suass boc
bocas
as pret
pretas
as até
até pe
perd
rder
erem
em o fôle
fôlego
go (e seu
seu
referencial) assim como fizeram com Jacinta.

A mulher negra jamais precisou esperar a boa vontade de um homem para ajudá-
la a resgatar sua identidade - historicamente tem encontrado apoio em grupos
orga
organi
nizad
zados
os por mu
mulh
lher
eres
es ne
negra
grass qu
quee ab
abri
riga
gam,
m, de
dent
ntro
ro de um corpo
corpo,, vári
várias
as
personalidades resgatadas.

Mulheres negras, deusas, heroínas e orixás - personalidades multifacetadas que


se confundem mas também se completam a fim de fazer realçar o glamour e a
nobreza deste grupo.

São mulheres que entendem fronteiras como a impossibilidade de se expressar 


com liberdade,
liberdade, fato que a mulher negra repudia
repudia por fazer com que relembre
relembre seus
tempos de cativeiro, local este que jamais a impediu de lutar por seus direitos. É
preciso que a mulheres negras entendam, de uma vez por todas que, apesar de
não se conhecerem umas às outras enquanto pessoas, compartilham histórias de
vida semelhantes pois ocupam o mesmo espaço físico na memória nacional. São
histórias que as ligam como os retalhos são ligados uns aos outros (pelo alinhavo)
numa colcha de retalhos. Fronteiras?

Não podemos mais reconhecê-las como legítimas pois legítimo é o nosso passado
que nos qualifica como nobres sendo que o lema é: jamais se curvar diante
daquele que deseja nos ver subjugada e não aceitar os limites que nos são
impostos já que possuímos, em nosso registro corporal, a marca que nos legitima
comoo seres
com seres enca
encanta
ntados
dos e enca
encantad
ntadore
ores,
s, com
comoo deu
deusas-
sas-mul
mulher
heres,
es, rainha
rainhass de
nossas próprias vidas.

Este artigo é para você, Jacinta, grande yabá: após 60 anos a reconhecemos
como
como gran
grande
de mu
mulh
lher
er qu
que,
e, me
mesmsmoo ap
apósós a mo
mort
rte,
e, cont
contin
inuo
uouu a serv
servir
ir ao
aoss
sinhozinhos paulistas; corpo negro eternamente aprisionado, ironicamente, para o
bem de todos e felicidade geral da nação.
naçã o.
Felizmente, a alma da mulher negra é livre tanto quanto a energia: voa, flutua,
mergulha, dança, ricocheteia e, como o raio de Oyá, corta a escuridão do céu
arriscando um desenho ousado provando a todos uma coragem que não tem
limites. É com este perfil que nós, yabás contemporâneas, entraremos no século
21: não aceitando nada menos que deixar nossas marcas na escuridão do céu
infinito.

Axé!

**Iyalorixá do Axé Ilê Obá; Iyanifá; Chief of Ido Osun. Membro do Conselho
Editorial da revista de CULTURA
CULTURA VOZES (Rito Afro-brasileiro)

*** Mestranda em Psicologia da Educação da Universidade de São Paulo (USP)


professora no Curso Normal e Coordenadora Pedagógica do Axé Ilê Obá –
Jabaquara – São Paulo, SP.
SP.

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