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OXUN KAYODE
KAYODE , REPRES
REPRESENT
ENTADA
ADA PELA
PELA DANÇA
DANÇA DE OXUN,
OXUN, REPLET
REPLETA
A DE
MOVIMENTOS QUE DENOTAM A SENSUALIDADE REVELADA NA MANEIRA
DE ANDAR, DE SE MOVIMENTAR E DE PROCEDER DAS MULHERES.
OXUN
OXUN SEKE
SEKESE
SE REPRES
REPRESENT
ENTA
A A APARE
APARENTE
NTE FRAGIL
FRAGILIDA
IDADE
DE FEMINI
FEMININA,
NA,
ARTIFÍCIO USADO PARA OBTER A PROTEÇÃO DOS REPRESENTANTES DO
SEXO MASCULINO.
O ESPÍ
ESPÍRI
RITO
TO MATE
MATERN
RNALAL É REPR
REPRES
ESEN
ENT
TADO
ADO POR
POR TRÊS
TRÊS DIFE
DIFERE
RENT
NTES
ES
CAMINHOS ONDE OXUN
CAMINHOS OXUN FUMIKE
FUMIKE PROPOR
PROPORCIO
CIONA
NA A POSSIB
POSSIBILI
ILIDAD
DADEE DE
GERAR FILHOS, OXUN OXOGBÔ ASSISTE A MULHER NA HORA DO PARTO,
DESE
DESEMP
MPEN
ENHA
HAND
NDO
O AÍ,
AÍ, A FUNÇ
FUNÇÃO
ÃO DE PARTEI RA E OXUN
ARTEIRA OXUN FUNKE
FUNKE É A
MESTRA, REPRESENTANDO A MÃE QUE ORIENTA
ORIENTA E ENSINA AOS FILHOS AS
PRIMEIRAS PALAVRAS E PASSOS NO SEU PRIMEIRO CONTATO COM O
MUNDO E COM A PRÓPRIA VIDA.
OXUN MIWA, O ESPIRITO DAS ÁGUAS DOCES,
DOCES, ESTÁ, DE CERTA FORMA,
LIGADA AO PROCESSO DE GESTAÇÃO E DIZEM QUE ASSISTE E PROTEGE
O FETO DURANTE TODO O PERÍODO DE GRAVIDEZ, SENDO A DONA DO
LÍQUIDO AMINIÓTICO.
A INCONSTÂNCIA DO CARÁTER FEMININO É REPRESENTADA POR
A PARTI
ARTIRR DAÍ,
DAÍ, OXUN
OXUN ASSU
ASSUME
ME CARA
CARACT
CTER
ERÍS
ÍSTI
TICA
CASS RELA
RELACI
CION
ONAD
ADAS
AS À
MULHER ENVELHECIDA, CHEIA DE MANIAS E PRECONCEITOS, RANZINZA E
IMPLICANTE E É ENTÃO REPRESENTADA POR OXUN OGÁ. NO ÚLTIMO
CAMINHO, ENCONTRAR OXUN ABOTÔ , CONSIDERADA VELHA E
CAMINHO, VAMOS ENCONTRAR
DECR
DECRÉP
ÉPIT
ITA
A E ENVO
ENVOLLVIDA
VIDA EM AÇÕE
AÇÕESS MI
MIST
STER
ERIO
IOSA
SASS E OBSC
OBSCUR
URAS
AS
RELA
RELACI
CION
ONAD
ADAS
AS,, TALVE
ALVEZ,
Z, À PRÁT
PRÁTIC
ICA
A DA FEIT
FEITIÇ
IÇAR
ARIA
IA.. OXUN
OXUN,, ENTÃ
ENTÃO,
O,
ASSUME E REVELA TODO O PODER FEITICEIRO DA MULHER. DESPROVIDA
AGORA DE ESCRÚPULOS E DO SENTIMENTO DE PIEDADE, CONTESTA A
PSEUDO-SUPERIORIDADE DO MACHO E CRIA UMA SOCIEDADE SECRETA
ESTRITAMENTE MATRIARCAL DENOMINADA SOCIEDADE GUELEDÉ , ONDE
A FACE MALIGNA É ENCOBERTA POR MÁSCARAS MUITÍSSIMO
ELABORADAS.
Oxun Ayalá teria sido mulher de Ogun com quem trabalhava na forja, acionando o
fole para atiçar as brasas. Conta a lenda que o fole acionado por Oxun Ayalá
produzia um som ritmado e muito agradável. Atraído por este som, Egun pôs-se a
dançar diante da ferramentaria, atraindo um grande número de assistentes que
por ali passavam.
passavam. Encantados
Encantados com o bailado de Egun
Egun os passantes lhe
lhe fizeram
muitas oferendas de dinheiro, o que o deixou feliz e vaidoso. Ao saber que Egun
estava ganhando dinheiro com sua apresentação, Oxun exigiu que metade da
renda obtida fosse dividida com ela, caso contrário, não acionaria mais o fole que
produzia o ritmo sem o qual Egun não poderia mais dançar. Sem alternativas,
exigência da Yagbá passando, a partir de então, a dividir
Egun teve que aceitar a exigência
com ela tudo o que ganhava em suas apresentações. Esta Oxun além de sua
ligação com Ogun Alagbede tem sérios fundamentos com Egun.
Oxun Ipetú é a guardiã dos segredos insondáveis. Sobre esta Oxun pouco se
sabe e nada se fala. A simples pronúncia de seu nome é revestida de muito
respeito e considerada quase como um tabu.
caráte
caráterr irascí
irascível
vel.. Esta
Esta Oxun
Oxun costuma
costuma formar
formar,, junto com Oyá,
junto Oyá, uma dupla de
combatentes invencíveis.
Existe assim uma Oxun denominada Yeye Oloko, que habita nos mananciais
d’água existentes no interior das florestas mantendo ligações fundamentais com
Oxóssi e Ossain. Como vimos, Oxun representa a feminilidade em todos os seus
diferentes aspectos. Seu charme e inteligência proporcionaram-lhe a possibilidade
de ter sido, por escolha própria, esposa de inúmeros Orixás, com exceção de
Obatalá, de quem seria a filha dileta e de Exu, com quem sempre manteve uma
relação de amizade fraternal e cumplicidade. Como esposa de Orunmilá - Senhor
e Patrono do Oráculo de Ifá – Oxun recebe o título de primeira Apetebí , dado até
hoje às sacerdotisas do culto de Orunmilá e às esposas de seus sacerdotes, os
babalaôs. Uma lenda narra de que forma Oxun, com o auxílio de Exu, roubou o
segredo dos 16 signos do Sistema Oracular de Ifá , os 16 Odu-Meji , criando com
isto um novo sistema divinatório, o jogo de búzios , proporcionando condições
para que as mulheres
mulheres pudessem proceder à adivinhação, o que anteriormente era
exclusividade dos homens. Dentre as figuras do oráculo, destacamos o Odu Oxe
Meji , através do qual Oxun se comunica com os seres humanos.
Uma outra lenda, ressaltando a astúcia de Oxun, narra que Xangô o poderoso
Orixá do trovão possuía três esposas, Oyá, Obá e Oxun, Oxun, sendo que a última era a
sua favorita. Ansiosa por receber maiores atenções do marido, Obá pediu que
Oxun lhe ensinasse o feitiço que havia feito para conquistar conquistar o coração
coração de Xangô.
Ardilosa e maldosamente a bela senhora orientou a concorrente para que cortasse
uma de suas orelhas e que a servisse depois de cozida, como alimento ao marido.
Obá, acreditando na sinceridade de Oxun, não hesitou em decepar a própria
orelha e com ela preparar um belo prato, de acordo com o gosto de Xangô. Ao
deparar-se com o alimento que a mulher lhe servia, Xangô, indignado, expulsou
Obá do palácio real, terminado assim, com qualquer possibilidade de um dia vir a
ser
ser a sua
sua fafavo vori
rita
ta.. A papart
rtir
ir de en entã
tão,o, Ob
Obáá e OxOxun
un torn
tornar
aram
am-s
-see inim
inimig
igas
as
irrecon
irreconcil
ciliáv
iáveis
eis,, Em out outra
ra ocasião
ocasião,, Oxun
Oxun apai apaixona -se por Oxóssi qu
xona-se quee vinha
vinha
diariamente banhar-se nas águas do rio, no local exato em que ela morava. De
todas as formas, tentava atrair o caçador para dentro do rio onde pretendia
entregar-se a ele. Oxóssi, que não sabia nadar, embora atraído pela beleza de
Oxun, não ousava arriscar-se na correnteza e, desta forma, o ato de amor não se
consumava. Enlouquecida pela paixão, Oxun arquitetou um plano e fez com que
Oxóssi comesse uma iguaria preparada à base de mel de abelhas. Exu foi
encarregado
encarregado de entregar
entregar à Oxóssi
Oxóssi o doce feito feito por Oxun e, desta
desta forma,
forma, após
comer
com er a dedelilici
ciosa
osa totort
rta,
a, Ox
Oxóss
óssi,i, en
enfe
feititiça
içado,
do, pe
perd
rdeu
eu o sent
sentid
idoo de pe
peri
rigo
go e,
atirando-se às águas, deixou-se levar pelos encantos da bela senhora. Satisfeita
em seu desejo, Oxun simplesmente abandonou o amante ao sabor da corrente e
Oxóssi, sem saber nadar, sucumbiu, tragado que foi pelas águas do rio. Desta
união, nasceu Logunedé,
Logunedé , Orixá menino, que possui características do pai, atuando
como caçador e vivendo dentro das matas durante um certo período e, noutro
período, assumindo as características de sua mãe, vive da pesca e reside nas
águas do rio. O culto à Oxun se destaca por características próprias e é na
cadência do ritmo ijexá que ela se apresenta, espargindo o perfume da água-de-
cheiro, dançando de forma sensual e maliciosa, envolvendo a todos na magia do
bailado onde exalta todos os seus aspectos de deusa-mulher e contagiando de tal
forma os presentes que, repentinamente,
repentinamente, todos agitam os próprios corpos ao som
irresistível dos atabaques,
atabaques , gans,
gans, agogôs e afoxés,
afoxés , como crianças embaladas pela
magia dos cânticos da Grande Mãe. Esta é Oxun, a Deusa do Amor, a Senhora do
Ouro e do Mel, a Rainha das Águas Doces, dos Rios e das Cachoeiras. Esta é
Oxun, a Vênus Negra, nossa Mãe Transcendental, a quem saudamos efusiva e
respeitosamente:
Ore Yeye ô!
ouro, o mel e a reprodução das espécies. Representa a luta pela vida e pela
sobre
sob revi
vivê
vênci
ncia.
a. DeDeus
usaa do am
amor
or e senho
senhora
ra do
doss cursos
cursos d'água
d'água,, sua
sua prim
primeieira
ra
manifestação teria ocorrido, segundo uma lenda, numa concha na beira de um rio.
Segundo os povos do Caribe, Oxun é filha de Nanan e de Obatalá e gerou
filhos
filhos ao acasalar-se com Obatalá,
Obatalá, Orunmilá e Oxóssi.
Oxóssi. Com Orunmilá, gerou
Poroyé, do sexo feminino. Com Odé gerou Logun Edé, Orixá masculino, mas,
devido à sua delicadeza e infantilidade, visto como andrógino e, com Obatalá,
gerou Olosá ou Oloxá, entidade feminina que vive tanto nas águas dos rios
quan
qu anto
to na
nass ág
água
uass do ocea
oceano
no.. Sua
Sua rela
relaçã
çãoo sexu
sexual
al com
com ObObat
atal
alá,
á, seu
seu pa pai,i,
considerada como quebra de um tabu rigoroso, é o segredo contido nos itans de
Ifá que se referem à uma relação incestuosa entre os Odus Ofun Meji e Oxe Meji,
depois da qual
qual Ofun, que sendo
sendo o mais velho dentre
dentre os dezesseis
dezesseis Odus de Ifá, Ifá,
cede sua primogenitura à Ejiogbe, passando, a partir de então, a ocupar o último
último
lugar entre os Agba Odu ou Odu Meji . Oxun exercia entre os Orixás, o cargo de
cozinheira e, exigindo deles uma possibilidade de participar de funções mais
impo
import
rtan
ante
tes,
s, lanç
lançou
ou sobr
sobree to
toda
da a cria
criaçã
çãoo um
umaa ma
mald
ldiç
ição
ão qu
quee impe
impedi
diaa a
continuidade da vida sobre a Terra. Para que tal praga fosse retirada exigiu uma
posição de destaque entre os principais Orixás, obtendo, desta forma, o respeito e
a submissão de Obatalá a quem provara representar o poder gerador feminino.
Teria vivido com Ajagunan, Orixá Funfun de caráter belicoso, tendo abandonado
sua companhia em decorrência da grande quantidade de igbíns que este Orixá
comia e que sendo a representação viva do elemento água, é uma de suas
maiore
mai oress interd
interdiçõ
ições.
es. Uma das princi
principais
pais atribuiç
atribuições
ões des
deste
te Orixá
Orixá é cui
cuidar
dar do
desenvolvimento dos seres humanos a partir da fecundação, função esta que
exerce
exe rce com muimuita
ta dedi
dedicaçã
cação,
o, acom
acompanh
panhand
andoo o des
desenv
envolv
olvime
imento
nto do emb
embriã
rião,
o,
passando pelo período fetal e só entregando aos cuidados do seu próprio Orixá a
criança que já possa reclamar a atenção de seus pais demonstrando de alguma
forma, sua necessidades pessoais.
Além de Obatalá, Orunmilá, Oxóssi e Ajagunan, Oxun teria sido mulher de Ossain,
Xakpanan, Xangô, Aganjú, Orixaoko e Inlé. Segundo afirmam, seu grande amor
teria sido Oxóssi e sua união mais conveniente teria sido com Orunmilá, com
quem adquiriu coroa e saber. Dentre os Orixás femininos, Oxun é a única que
pode ouvir a palavra de Ifá, o "Orô Orunmilá". Oxun é dona do mel e da doçura,
possui um belo sorriso que muitas vezes utiliza para augurar um desastre que,
propositadamente, provoca na vida de alguém através do seu poder de Iyamí Ajé,
o me
mesm
smoo po
poder
der ut
utililiz
izado
ado para
para ob
obte
terr a impo
import
rtan
ante
te po
posi
sição
ção qu
quee hoj
hojee ocupa
ocupa,,
reconhecida até por Obatalá, o pai da criação. Oxun é amor, ternura, paixão,
desejo e sexualidade, da mesma forma que é dor, pranto, ódio, vingança e
castigo.
É a pe
pers
rson
onifific
icaçã
açãoo do am
amor
or ma
mate
tern
rnal
al e senh
senhora
ora do popoder
der ge
geni
nito
torr femi
femini
nino
no
representado pelo sangue menstrual que é simbolizado pelas penas vermelhas
"ekodidé". Estas mesmas atribuições lhe conferem o poder de Iyamí Ajé, Senhora
do Pássaro Oxorongá, símbolo do poder feiticeiro inerente à natureza feminina.
Muitoss Od
Muito Odus
us de IfIfáá po
possu
ssuem
em itan
itanss qu
quee fala
falam
m espe
especi
cifificam
camen
ente
te sob
sobre
re Ox
Oxun,
un,
destacando-se entre eles:
2 - OXUN OLOLODI
Trata-se de uma Oxun guerreira que porta uma espada. Seu adê é adornado com
búzios. Carrega um erukeré com o cabo adornado com contas de Orunmilá.
Dentro de sua sopeira coloca-se areia do mar e do rio misturadas. Entre os ararás
é conhecida como Atiti.
5 - IBU INANI.
Aquela que é famosa nas disputas. Seu igbá fica sobre areia de rio. Leva um
abebé de metal com dois guizos. Os ararás a chamam de "Tukusi" ou "Tobosi".
10 - OXUN IYEPONDÁ .A LENDA CONTA QUE FOI ESTA OXUN QUEM LIBEROU
XANGÔ DO CATIVEIRO. SEGUNDO OUTRA LENDA, ESTA OXUN FOI MORTA E
ATIRA
TIRADA
DA ÀS ÁGUA
ÁGUASS DE UM RIO,
RIO, ONDE
ONDE LO
LOGR
GROU
OU RESS
RESSUS
USCI
CITTAR.
AR. É
GUERREIRA E BRIGONA. ENTRE OS ARARÁS É CONHECIDA PELO NOME DE
"AGOKUSI".
12 - OXUN AYEDÊ
AYEDÊ OU EYEDE.
Seu nome significa: "Aquela
"Aquela que age como uma rainha". Os ararás a chama
chamam
m de
Iyaáde.
14 - OXUN IBUMI.
Esta Oxun é representada pelo camarão de água doce que, por sua vez, é seu
prato preferido. Não tem paradeiro, é caminhante e fujona. Entre os ararás é
conhecida pelo mesmo nome.
19 - OXUN AJAJURA.
Esta Oxun vive em lagoas, não usa coroa e é muito guerreira. Em seu igbá coloca-
se um casco de tartaruga.
25 - OXUN IBU ELEDAN .Esta Oxun nasce no Odu Oxe Leso (Oxe Irosun). É a
dona das fossas nasais Come cabrito capado e pequeno.
26 - OXUN IDERE LEKUN .Nasce no Odu Oturasá. Vive nos buracos formados
nas pedras pelas ondas do mar nos locais de encontro do rio com o mar. Leva um
"koto".
atabaque de cunha chamado "koto ". Não usa coroa e esconde o rosto que é
deformado, com uma máscara de bronze.
27 - OXUN IBU INARE . Vive sobre o dinheiro e, na praia, sobre o caramujo aje.
Esta Oxun não gosta de dar dinheiro a ninguém.
28 - OXUN AGANDARÁ .Esta Oxun nasce no Odu Ikadi. Vive sentada numa
cadeira
cadeira de braços ou num trono. Seu igba deve estar sempre coberta com folhas
secas de oxibatá e oju oro.
ÀDÚRÀ OSUN
1. - Osun mo pé ó o!
2. - N’ò pé o s’Ikú eni kankan
3. - Béni n’ó s’árùn eni kankan,
4. - Mo pé ó níní owo.
5. - Mo pé ó sí níní omo,
6. - Mo pé ó sí níní aláfià.
7. - Mo pé ó sí òró.
8. - Kí àwa má ríjà ami o,
9. - Odoodún ní a mi orógbó.
10. - Odoodún ní mí obi lóri àte o,
11. - Odoodún ni ki wón ma rí wá o!
12. - Bi a se, èyi ju bàyi lo, ni àmódún.
13. - Òsun só wá, ki o máà sí wàbálà lárín àwa omo ré.
14. - Kí ilé má jò wá.
15. - Kí òna má nà wa o.
16. - Pèsè
Pè sè às
à se fún
fú n wá o.
o.
17. - Eni as
a se àmódi
àm ódi aara.
ra.
18. - Fun ní àláfià o.
19. - Okó oba, àdá oba, kí ó ma sá wa lèsè o.
20. - Kí àwa má rí Ogun idilé!
TRADUÇÃO:
1. - Oxun eu te chamo
2. - Não te chamo por causa da morte,
3. - Não te chamo por causa da doença de alguém.
4. - Eu te chamo para que tenhamos dinheiro.
5. - Eu te chamo para que tenhamos filhos.
6. - Eu te chamo para que tenhamos saúde.
saúde .
7. - Eu te chamo para que tenhamos uma vida
vi da serena.
8. - Para que não sejamos vitimados pela ira das águas.
9. - Dizem que anualmente há orobôs na feira.
10. - Dizem que anualmente há obís novos na feira.
11. - Que as pessoas nos vejam todo o ano.
12. - Do mesmo modo que fizemos tua festa, que possamos fazer outra
melhor,
melhor, no próximo ano.
13. - Oxun, nos proteja, para que não haja problemas entre nós, teus
filhos.
14. - Para que haja paz em nosso lar.
lar.
15. - Que nossos objetivos não se voltem contra nós.
16. - Dá-nos axé!
17. - À quem estiver doente,
18. - Dá saúde!
19. - Que as leis dos homens não sejam infringidas por nós.
20. - Que não haja problemas em nossa família!
ORIKI OSUN (Usado na Santeria de Cuba)
Yeyé
Yeyé wáile unsebó umbó omiô. Alade olugbá ibú laiye Agbá mofé kiwo.
Yeyé
Yeyé mi na muwá omi tutu nitosi uwenderé atiat i amagbe kpelu ré arun asó kele
ati sagbe kpefu ré arun, aso kpele mitosí di onire bogbo na burukú iwo ikó .
Olodumare obinrín okpa arô osátaní airô ati iwaju elo ojú ati rérin misin juló
Legba ni bogbo na Osá aiyagbá ati olugba ni bogbo na wura ni laiya Iyamí,
Asé.
TRADUÇÃO APROXIMADA:
Mãe, venha à minha casa fazer o ebó através das águas.
Rainha e Senhora de todos os rios, nós, teus filhos, suplicamos que tu, nossa
mãe, traga-nos a água que limpa e refresca nossos corpos, e que nos seques
depois com teus cinco panos para livrar-nos de todos os males.
Oh, Mãe! Mensageira de Olodumare, Santa Iyagbá, dona dos cabelos, rosto, olhos
e boca mais formosos do mundo, aquela que é dona do ouro, minha Mãe! Axé!
ÀDÚRÀ OSUN
21. - Osun mo pé ó o!
22. - N’ò pé o s’Ikú eni kankan
23. - Béni n’ó s’árùn eni kankan,
24. - Mo pé ó níní owo.
25. - Mo pé ó sí níní omo,
26. - Mo pé ó sí níní aláfià.
27. - Mo pé ó sí òró.
28. - Kí àwa má ríjà ami o,
29. - Odoodún ní a mi orógbó.
30. - Odoodún ní mí obi lóri àte o,
31. - Odoodún ni ki wón ma rí wá o!
32. - Bi a se, èyi ju bàyi lo, ni àmódún.
33. - Òsun só wá, ki o máà sí wàbálà lárín àwa omo ré.
34. - Kí ilé má jò wá.
35. - Kí òna má nà wa o.
36. - Pèsè
Pè sè às
à se fún
fú n wá o.
o.
37. - Eni as
a se àmódi
àm ódi aara.
ra.
38. - Fun ní àláfià o.
39. - Okó oba, àdá oba, kí ó ma sá wa lèsè o.
40. - Kí àwa má rí Ogun idilé!
TRADUÇÃO:
CENTRO DE ESTUDOS
EST UDOS DA CULTURA AFRO AMERICANA
CECAA
Eles convidaram Òsún para auxiliá-los na tarefa e ela aceitou. Mas, quando eles
iam deliberar sobre alguma coisa importante,
importante, nunca chama
chamavam
vam Òsún. Quando
eles iam participar de algo de alta responsabilidade, também não chamavam
Òsún. Òsún era somente para lavar suas roupas, fazer suas comidas, cuidar da
casa e não participava de nada com eles. Até que um dia ela se fartou disso. E foi
aí que ela lançou mão dos poderes de Ìyámi Àjé, de quem ela é a Chefe. Então,
quando eles deliberavam sobre a doença de uma pessoa e diziam que esta
pessoa não sobreviveria,
sobreviveria, Òsún colocava seu àse, e fazia com que aconte
acontecesse
cesse o
contrário: aquela pessoa sobrevivia. Quando eles diziam que alguém sobreviveria,
Ela fazia com que aquela pessoa não sobrevivesse, ela morria. Se eles diziam que
alguém teria muitos filhos,
Ela fazia com que aquela pessoa não tivesse nenhum filho. Se eles diziam que
alguém jamais teria filhos, Ela fazia com que aquela pessoa
pesso a tivesse muitos filhos.
Então, as coisas começaram todas a dar errado no ayé, por mais que eles
fizessem
fizessem para que houvesse prosperidade
prosperidade e fartura
fartura no ayé, só havia decadência,
decadência,
fome, seca, e Eles não conseguiam mais acertar suas previsões e não tinham a
idéia do que causava aquilo. Então, eles intrigados foram à Òrúnmìlà, para que ele
os orientasse sobre o que estava acontecendo.
E Òrúnmìlà lhes disse que o motivo daquilo tudo, era a décima sétima pessoa do
grupo quem estava causando isso colocando o àse das Ìyámi Àjé, por não ser
chamada a participar das decisões, e que essa décima sétima pessoa era Òsún. E
que eles deveria chamá-la para participar de tudo aquilo que fosse deliberado,
para que as coisas voltassem ao normal.
Eles voltaram para o ayé e foram pedir a Òsún que se juntasse a eles para que
houvesse harmonia e prosperidade no ayé. Mas, ela era muito caprichosa e se
recusava a juntar-se a eles, porque não fôra chamada antes e somente agora que
esta
estava
vam
m prec
precis
isan
ando
do de
delala é ququee a cham
chamavavam
am.. Eles
Eles pepedi
dira
ram,
m, impl
implor
orar
aram
am,,
ajoe
ajoelh
lhar
aram
am-s-see ao
aoss seus
seus pé pés,
s, ma
mas,
s, ela
ela ma
mant
ntev
eve-
e-se
se irre
irredut
dutív
ível
el.. Eles
Eles ficar
ficaram
am
desespe
des esperado
radoss com a atitud
atitudee de Òsún e já não sabiam
sabiam mais o que fazer para
dissuadi-la
dissuadi-la.. E como Òsún estava grávida, resolveu
resolveu então que ela não participaria
participaria
com eles, mas, que quando o seu filho nascesse,
nascesse, este se juntaria
juntaria a eles tomando
o lugar de Òsún.
Entã
Então,
o, eles
eles fica
ficara
ram
m an
ansio
sioso
soss pe
pelo
lo na
nasci
scime
ment
ntoo do filh
filhoo de Òsún,
Òsún, qu
quee seri
seriaa o
décimo sétimo elemento dos Odù àgbà. E todos os dias, eles vinham pela manhã
antes do raiar do sol, colocar suas mãos sobre o ventre de Òsún, para passarem
àse ao seu filho. Conta esse ìtòn que Ela deu a luz à Èsù e que ele recebeu o
nome de Òsétura (aquele que recebeu àse ainda no ventre
ventre da mãe) que tem àse
de acalmar o corpo.
Òsun é considerada
considerada um òrìsà de grande poder de feitiço,
feitiço, pois, ela é deten
detentora
tora do
poder dos òrìsà, das Ìyámi Eléye e do poder de Èsù, tornado-se por isso perigosa.
ÒSÚN OMINÍBÚ: LONGE DE SER UMA “QUALIDADE”, É UM ORÍKÌ QUE DIZ
QUE ELA É A PRÓPRIA ÁGUA PROFUNDA (OMI = ÁGUA + NÍ +ESTAR + IBÚ =
PROFUNDEZAS). ÒSÚN ÌYÁ OMINÍBÚ: ÒSÚN, MÃE DAS ÁGUAS
PROFUNDAS.
Òsún Olóòmi Ayè: Diz que ela é a Senhora das águas da vida. É a padroeira de
todo o tipo de água potável e fria, do líquido amniótico,
amniótico, que é a água da gestação
da vida.
ÒSÚN KARE: AQUELA QUE PODE NOS FAZER FELIZES OU CUIDAR DE NÓS:
ORÍKÌ.
QUALQUER
QUALQUER COISA EM NOME DE ÌJIMU OU ÒSÒGBÓ, ELA ATENDER
ATENDERÁ.Á. SÃO
INÚMEROS OS ORÍKÌ EM QUE LHE SÃO ATRIBUÍDAS
ATRIBUÍDAS “QUALIDADES”, COMO
AINDA,
AINDA, POR EXEMPLO ÒSÚN ÌJÈSÀ.
ÌJÈSÀ. ÌJÈSÀ, É O HABITANTE
HABITANTE DA CIDADE DE
ILÉSÀ, CIDADE TAMBÉM YORÙBÁ, ONDE O CULTO A ÒSÚN É FORTÍSSIMO.
POR TER RITMO E CADÊNCIA DIFERENTES, DIZ-SE AQUI QUE É “OUTRA
NAÇÃO” DE ÒSÚN. É APENAS UMA OUTRA CIDADE QUE CULTUA ÒSÚN DE
MANEIRA LIGEIRAMENTE DIFERENTE COM AS DIFERENÇAS REGIONAIS.
DARIA PARA DIZER UM SEM NÚMERO DE “QUALIDADES”, MAS, PARA ÒSÚN,
FICAREMOS POR AQUI.
Oxum é doçura sedutora. Todos querem obter seus favores, provar do seu mel,
seu encanto e para tanto lhe agradam oferecendo
o ferecendo perfumes e belos artefatos, tudo
para satisfazer sua vaidade.
O orixá da beleza usa toda sua astúcia e charme extraordinário para conquistar
os prazeres da vida e realizar
realizar proezas diversas. Amante
Amante da fortuna,
fortuna, do esplendor
esplendor
e do poder, Oxum não mede esforços para alcançar seus objetivos, ainda que
através de atos extremos contra quem está em seu caminho.
Ela lança mão de seu dom sedutor para satisfazer a ambição de ser a mais rica e
a mais reverenciada.
Seu maior desejo, no entanto é ser amada, o que a faz correr grandes riscos,
assumindo tarefas difíceis pelo bem da coletividade. Em suas aventuras, este
orixá é tanto a brava guerreira, pronta para qualquer confronto, como a frágil e
sensual ninfa amorosa.
Determinação, malícia para ludibriar os inimigos, ternura para com seus queridos,
Oxum é, sobretudo a deusa do amor. Também deusa da fertilidade, na Nigéria é
dela o rio que leva o seu nome e no Brasil dela são as águas doces dos lagos
fontes e rios. Água que mata a sede dos humanos e da terra,
terra, que assim se torna
fecunda e fornece os alimentos essenciais à vida dos homens e mulheres tão
amados pela mamãe Oxum.
O orixá amante ataca as concorrentes, para que não roubem sua cena, pois ela
deve ser a única capaz de centralizar
centralizar as atençõ
atenções.
es. Na arte da sedução não pode
haver ninguém superior a Oxum.
Da África tribal à sociedade urbana brasileira, a musa que dança nos terreiros de
espelho em punho para refletir sua beleza estonteante é tão amada quanto a
divina mãe que concede a valiosa fertilidade e se doa por seus filhos. Por todos
seus atributos a belíssima Oxum não poderia ser menos admirada e amada, não
por acaso a cor dela é o reluzente amarelo ouro, pois como cantou Caetano
Veloso, “gente é prá brilhar”, mas Oxum é o próprio brilho em orixá. Ora Ieiê Ô!
Oxum é esperada ansiosamente por sua mãe, que para engravidar leva ebó
(oferenda) ao rio. E tal desespero não é o de Iemanjá ao ver sua filhinha sangrar
logo após nascer. Para curá-la a mãe mobiliza Ogum, que recorre ao curandeiro
Ossaim, afinal a primeira e tão querida filha de Iemanjá não podia morrer.
Filha mimada, Oxum é guardada por Orunmilá, que a cria sozinho, mas com
grande
grande deddedica
icação para o que e pa
ção para parra quem há de me melh
lhor
or no mu
mundndo.
o. Tal
preciosismo faz Orunmilá ordenar o criado Exu a ficar de guarda no palácio para
evitar a entrada do indesejado Xangô. Mas a paixão é mais forte e passa a perna
no controle paterno. Xangô alcança o lindo corpo e o amor de Oxum, que de tão
feliz recebe o consentimento de seu pai para se casar. Nascida para ser admirada
e dona das coisas boas da vida, porque é tão bela e amada,
amad a,
Oxum coloca seu axé a serviço da salvação de seus filhos. Da paixão pelo
caçador Erinlé, nasce Logun-Edé. Ao levar seu filho para ficar consigo no rio, a
mãe Oxum o proíbe de brincar nas águas fundas, mas o menino, curioso e
vaidoso como os pais, não obedece sua mãe. Quando vê seu filho
filho sendo afogado
pela antiga rival Obá, Oxum apela desesperadamente a Orunmilá para salvá-lo.
Assim é ela, a mãe que acaricia, ajuda e suplica por sua cria quando seu poder de
proteção é limitado.
Oxum é destemida diante das dificuldades enfrentadas pelos seus. Ela usa sua
sensualidade para salvar sua comunidade da morte. Dança com seus lenços e o
mel,l, sedu
me seduzi
zind
ndoo Og
Ogum
um at
atéé qu
quee ele
ele volt
voltee a prod
produz
uzir
ir os inst
instru
rume
ment
ntos
os pa
para
ra a
agricultura. Assim a cidade fica livre da fome e miséria.
Oxum enfrenta o perigo quando Olodumare, Deus supremo, ofendido pela rebeldia
dos orixás, prende a chuva no orum (Céu), deixando que a seca e a fome se
abatam sobre o aiê (a Terra). Transformada em pavão, Oxum voa até o deus
maior, para suplicar ajuda. Mesmo tornando-se abutre pelo calor do sol, que
queima-lhe,
queima -lhe, enegrecendo
enegrecendo as penas, ela alcança a casa de Olodumare.
Olodumare. Indignada
Indignada
por se perceber excluída da reunião de orixás masculinos, Oxum torna estéreis
todas as mulheres até que ela seja convidada para o encontro.
Uma demonstração de que com ela é assim: bateu, levou. Não tolera o que
considera injusto e adora uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à
força, com toque feminino de bondade, é assim o jeito dessa deusa-heroína.
Ela é adorada por Orixalá. A deusa do amor parte com um ebó até Olodumare,
para que não haja mais seca na Terra. No caminho ela não hesita em repartir os
ingredientes da oferenda com o velho Obatalá e as crianças que encontra, e
mesmo assim alcança seu objetivo pela comoção de Olodumare.
Ela
Ela é espe
especi
cial
alis
ista
ta no to
toma
ma-l
-lá-
á-dá-
dá-cá.
cá. É des
desse
se mo
modo
do qu
quee ap
apre
rend
ndee a arte
arte da
adivin
adivinhaçã
hação,
o, faz
fazendo
endo duas trocas
trocas:: relação
relação sexual com Exu pel
pelas
as roupas
roupas de
Obatalá, e as vestes do “Senhor do Pano Branco” pelo segredo do Ifá.
Assim Oxum se torna senhora do jogo de búzios. Beleza, agilidade e astúcia são
ingredientes do sucesso deste orixá.
No amor Oxum é ardorosa. Seu leito conhece muitos amantes, para os quais
propicia momentos de raro prazer, de tão formosa e quente que é. Mas quando se
apaixona realmente ela é entrega total. Oxum luta para conquistar o amor de
Xangô e quando o consegue é capaz de gastar toda sua riqueza para manter seu
amado. Ela livra seu querido Oxóssi do perigo e entrega-lhe
entrega-lhe riqueza
riqueza e poder para
que se torne Alaketu, o rei da cidade de Ketu. Porém Oxum é extremamente
caprichosa e volúvel.
Quando alguém lhe atrai, não importa quem seja o parceiro ou o sentimento que
vá causar, ela faz o que for preciso para conquistar e desfrutar do prazer, mesmo
que seja tão passageiro. Rebolando e cantando provocantemente, Oxum seduz a
bela Iansã, mas logo troca-a por outro alguém, tendo de fugir para não apanhar da
deusa da tempestade. Oxum provoca disputa acirrada entre dois irmãos por seu
amor: Xangô e Ogum, ambos guerreiros famosos e poderosos, o tipo preferido por
ela. Xangô é seu marido, mas independente disso, se um dos dois irmãos não a
trata bem, o outro se sente no direito de intervir e conquistá-la.
Afinal Oxum quer ser amada e todos sabem que ela deve ser tratada como uma
rainha, ou seja, com roupas finas, jóias e boa comida, tudo a seu gosto. A beleza é
o maior trunfo do orixá do amor. A vaidade a faz contemplar-se constantemente
pelos reflexos na água ou nos espelhos que sempre dispõe. Não basta ser bonita,
é preciso ser insuperável.
Para tanto Oxum vai ao ataque contra quem a “ameaça”, pois a inveja abala sua
autoconfiança. Ela usa o espelho de Egungun, que só mostra a morte, para que
sua irmã mais bela, Oiá, se veja destorcidamente refletida e então enlouqueça de
desespero.
Como esposa de Xangô, ao lado de Obá e Oiá, Oxum é a preferida e está sempre
atenta para manter-se a mais amada. Ela adora enganar Obá. Oxum induz Obá a
cortar a própria orelha para cozinhar e servir para Xangô, dizendo ser o prato
preferido do marido, que na verdade fica enojado e enfurecido. Ela também
engana Eleguá que, a serviço de Obá para fazer um sacrifício, corta erradamente
o rabo do cavalo de Xangô. Outra vez Obá queria agradar seu marido, mas acaba
odiada por ele. Oxum definitivamente quer o fracasso de quem considera rival. É
preciso pisar em quem atrapalha sua supremacia. Oxum é vingativa quando
ofendida, sobretudo se sua forma física é ridicularizada.
Ela tem pavor de ser tida como velha e feia. Por isso chega a matar o caçador
pelo qual se enamora, após tanto tempo na lagoa se banhando, se preparando
para encontrar seu amor,
amor, tempo em que envelheceu sem perceber. Oxum o mata
por tê-la confundido com a velha feiticeira IAMI-Oxorongá. É humilhação demais
para quem tem a beleza acima de tudo. Melhor é cortar o mau pela raiz, custe o
que custar, afinal ser considerada feia é própria morte para ela.
Foi de Oxum a delicada missão dada por Olodumare de religar o orum ao aiê
quand
qua ndoo da separ
separaçação
ão de
dest
stes
es pe
pelala disp
displilicê
cênci
nciaa do
doss ho
home
mens
ns.. Tam
aman
anho
ho foi
foi o
aborrecimento dos orixás em não poder mais conviver com os humanos que
Oxum veio ao aiê prepará-los para receber os deuses em seus corpos. Juntou as
mulheres, banhou-as com ervas, raspou e adornou suas cabeças com pena de
ecodidé , enfeitou seus colos com fios
ecodidé, fios de contas coloridas,
coloridas, seus pulsos com idés,
idés,
enfim as fez belas e prontas para receberem os orixás. E eles vieram. Dançaram e
dançaram ao som dos atabaques e xequerês. Para alegria dos orixás e dos
humanos estava inventado o Candomblé. Os mitos da Oxum mostram o quão
múltipla é sua personalidade
Dessa riqu
Dessa riqueza
eza de traç
traços
os resu
resultltaa a po
poss
ssib
ibililid
idad
adee de qu
quee as mu
mulh
lher
eres
es ma
mais
is
diferentes como as que habitam um país tão grande como o nosso, em que a
diversidade é a norma, se identifiquem com Oxum em maior ou menor grau. Aliás,
os orixás têm forte presença na música e em outras formas de manifestações
artísticas da cultura brasileira (Prandi, 1997). É da mulher brasileira tal como a que
aparece no imaginário
imaginário popular e sua proximidade
proximidade com Oxum, que vamos tratar a
seguir.
Talvez melhor fosse dizer “toda mulher é d’Oxum”. O orixá da beleza e do amor é
em certa medida um modelo de realização para as mulheres brasileiras, de um
modo geral, ainda que muitas não o saibam. É a mulher que deu certo, do ponto
de vista estritamente humano, isento de julgamentos morais. O valor estético de
Oxum é inquestionável. No contexto brasileiro, inevitavelmente as mulheres se
identificam com algum traço da personalidade desse orixá. Tal como a deusa
africana, elas querem ser cobiçadas, contempladas e envolvidas intensamente no
amor,
amor, pois são genericamente românticas.
Segundo o tipo mítico geral, quem é d’Oxum é a vaidade em pessoa. Seus filhos
têm as formas
formas do corpo arredondadas, um jeito gracioso e grande capacidade
capacidade de
amar (Prandi, 1991). Gente que quer brilhar, assim é a mulher exuberante que
ostenta os dons recebidos da mamãe Oxum. A idéia de mãe no Brasil é associada,
sobretudo
sobretudo à figura
figura da mulher super protetora,
protetora, que é capaz de grandes sacrifícios
sacrifícios
por seus filhos. Aquela que está sempre na torcida ou preparada para acolher e
consolar em seu aconchego materno. É a chamada “mãezona” que se desdobra
em seus afazeres domésticos, tudo em função do marido e dos filhos.
Nesse mesmo ideário, a mistura das três raças teria gerado um povo bonito e
originalmente astuto para superar as dificuldades. O catolicismo europeu conferiu
um controle formal e frouxo da conduta moral, e as religiões africanas contribuíram
co ntribuíram
significati
significativament
vamente
e com os elemen
elementos
tos festa e sensualidade,
sensualidade, na formação
formação do jeito
brasileiro de ser e de viver. Em nosso país, o que é para ser mostrado parece
sobressair ao que é vivido, o carnaval é um bom exemplo disso. A forma do corpo
tem grande importância, o que dá pistas de que, por vezes, o valor da estética
prepondera ao da ética. A mulher brasileira valoriza sobremaneira a beleza física
enqua
uannto elemen entto de afirmaçãçãoo pesso soaal, afi
afinal a sensuali alidade é
reconhecidamente um dos traços do nosso povo.
O sonho de ser rica e famosa, bem como bastante atraente sexualmente, faz
grande parte das meninas ter como ídolos as famosas modelos, atrizes, cantoras,
apresentadora
apresentadorass de TV,
TV, com esses atributos.
atributos. Nesse nível estão as mulheres
mulheres tidas
como “símbolo sexual” de suas épocas: Carla Perez, Luisa Brunet, Vera Fisher,
Sônia Braga, Marta Rocha, Carmem Miranda
Miranda
Sendo mulher bonita e bem sucedida há quase sempre suspeita sobre sua real
competência. Não é só o sex appeal , capaz de fazer o transito parar, que fascina.
As mulheres têm vontade de ser as encantadoras meninas. São as jovens,
simpáticas mulheres, que todo homem gostaria de ter como namorada.
Elas
Elas são
são idea
idealilizad
zadas
as pe
pelo
lo pú
públ
blic
icoo ma
mascu
sculilino
no pa
para
ra um
umaa rela
relação
ção afet
afetiv
ivaa ma
mais
is
duradoura
duradoura e não só como parceiras
parceiras sexuais, pois aliam a beleza à meiguice.
meiguice. São
as chamadas “namoradinhas do Brasil”, como Angélica e Regina Duarte.
O machismo
machismo ainda é forte na sociedade
sociedade brasileira.
brasileira. A distinção de papéis persiste
persiste
oprimindo muitas mulheres que permanecem submissas. Apesar da liberação
sexual ocorrida nos anos 60, a ousadia de mulheres que contestam, rompendo
com padrões conservadores
conservadores,, ainda lhes custam alguns comentários
comentários negativos.
negativos. O
desejo de inovar, atraindo a atenção do público é outro traço da mulher brasileira,
como Baby do Brasil, Rita Lee e principalmente Leila Diniz.
Dada a maior vaidade, a competição é mais comum entre as mulheres que entre
os homens, pois em certa medida “uma quer brilhar mais que a outra”. Essa
predisposição para competir,
competir, quando exacerbada e aliada
aliada à uma grande ambição,
impulsiona a mulher a passar por cima de quem está em seu caminho. Assim são
as conhecidas vilãs das telenovelas.
Tal como a sedutora Oxum, há mulheres que adoram jogar com os homens. São
em geral caracterizadas pela vulgaridade, com a qual não hesitam em “rodar a
baiana” quando julgam necessário. Vestem-se extravagantemente para chamar a
aten
atenção
ção e est
estão
ão semp
sempre
re joga
jogando
ndo seu
seu char
charme
me para
para conqu
conquis
ista
tarr. Essas
Essas são a
chamadas “peruas” ou as prostitutas, as famosas pombagiras da umbanda. A
esposa de Xangô ama profundamente a ponto de abrir mão da riqueza por seu
amor. Assim é a mulher que chega a colocar de lado seu projeto pessoal para
estar com seu amado. A brasileira é a Oxum, com suas diversas faces. Orixá e
humano se espelham. Na mitologia dos orixás Oxum é a filha dengosa, mulher
irresistível e corajosa e a mãe protetora. Seu caráter voluntarioso, como redentora
dos aflitos, remete à grande mãe da devoção católica, a Nossa Senhora em suas
diferentes versões.
Por outro lado, ela é o vaidosíssimo orixá do ouro, que não aceita brilhar menos
quee ning
qu ninguém
uém e fa fazz de tudo para sat satis
isfaz
fazer
er seus desej
desejos,
os, profa
profanam
namen
ente
te
concebidos. Aí então ela é a Eva transgressora, movida pela sedução. Deusa da
vaidade, da beleza, da fertilidade, do amor, se Oxum fosse uma escola artística
certamente
certamente seria a barroca
barroca por seus exageros,
exageros, suas contradiçõe
contradições.
s. Oxum é um
arquétipo de feminilidade, sobretudo para as mulheres brasileiras.
Referências bibliográficas
PRANDI, Reginaldo. Mitolo
Mitologia
gia de Orixá
Orixás,
s, Mitos
Mitos afro-a
afro-amer
merica
icanos
nos reunid
reunidos
os e
recontados, São Paulo, 1997 (mimeo).
OSUN OPARA
Até aqui concluímos que a palavra OPARA não se encontra nestes dicionários do
idioma Yorùbá .
Algumas passagens relacionadas com Òsun: Yèyé Ade-Oko, Yèyé Ipondá (tem
ponto em baixo
baixo da letra
letra “O”,
“O”, fonéti
fonética
ca = ipóndá),
ipóndá), Òsun Lògún,
Lògún, Yèyé
Yèyé Ojumo
Ojumo (tem
ponto em baixo da Segunda letra “O”, fonética – ôdjumó) Yèyé Iloba (tem ponto
em baixo da letra “O”, fonética = ilóba), Yèyé Ilè Elepe (todas as letras “E” tem
ponto em baixo, fonética
fonética = ilé élépé), Yèyé Jakuepe (fonética
(fonética = djacuêpê),
djacuêpê), Yèyé
Ojuna (fonética
(fonética ôdjuna) Yèyé
Yèyé Igando,
Igando, Yèyé Ode-Dudu (fonética
(fonética ódé dudu) Yèyé
Adobaba.
• YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀR
ÒPÀRÀ À (ACEN
(ACENT
TOS DO+D
DO+DO+
O+DO
DO E COM
COM PONT
PONTO O EM BAIX
BAIXO
O DA
LETRA
LETRA “O”,
“O”, FONÉTI
FONÉTICA
CA = ÓPARA
ÓPARA - "NÃO É ÓPARÁ
ÓPARÁ")
"),, PARA O TÍTULO
TÍTULO
ÒPÀRÀ EU NÃO ENCONTREI UMA TRADUÇÃO PLAUSÍVEL, MAS SEU
ORÍKÌ DIZ QUE ELA ESTÁ RELACIONADA COM UMA PASSAGENS
PASSAGENS JUNTO
A SÒNPÒNNÓN, VEJA LÁ:
1- YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀ
ÒPÀRÀ !
2- OBÌNRI
OBÌNRIN N BÍ OKÙNRI
OKÙNRIN N NÍ ÒSUN
ÒSUN
3- A JÍ SÈRÍ
SÈRÍ BÍ ÈGÀ
ÈGÀ
4- YÈYÉ
YÈYÉ OLOLOM
OMII TÚT
TÚTÚ Ú
5- ÒPÀR
ÒPÀRÀ À ÒJÒ
ÒJÒ BÍR
BÍRII KALE
KALEE
E
6- AGBÀ OBÌNRI
OBÌNRIN N TI GBOGBO
GBOGBO AYÉ N’PE
N’PE SIN
7- Ó BÁ
BÁ SÒNP
SÒNPÒNN
ÒNNÓNÓN JÉ PÉTÉ
PÉTÉKÍ
KÍ
8- O BÁ ALÁGBÁRA
ALÁGBÁRA RANYANGA
RANYANGA DÌDE.
1- YÈYÉ
YÈYÉ ÒPÀ
ÒPÀRÀ !
2- ÒSUN É UMA MULHER
MULHER FORTE
FORTE COMO
COMO HOMEM.
HOMEM.
3- SUA VOZ É BONIT
BONITA COMO
COMO A VOZ
VOZ DO PÁSSARO
PÁSSARO
4- SENHOR
SENHORAA DAS ÁGUAS
ÁGUAS FRES
FRESCAS
CAS
5- ÒPÀRÀ DANÇA COM O VENTO
VENTO SEM QUE
QUE POSSAMOS
POSSAMOS VÊ-LA
6- MULHER ANTIGA DE MUITA SABED
BEDORIA QUE TODOS NÓS
VENERAMOS
7- QUE COME PÉTÉKÍ COM SÒNPÒNNÓN
SÒNPÒNNÓN (*****)
(*****)
8- QUE ENFREN
ENFRENT
TA PESSOAS
PESSOAS PODEROSAS
PODEROSAS COM
COM SABEDOR
SABEDORIA
IA E CALMA.
CALMA.
Òsun
Nas nascentes dos rios reside Yèyé Odò. Òsun Ijìmú é a rainha de todas as Òsun
com Àyàlà, que também foi esposa de Ògún Alagbedé e é conhecida como a avó
que tocava música num fole para fazer Egúngún dançar, mantendo estreita ligação
com Ìyá-mi.
Òsun Abalò é a mais velha de todas, outra Òsun velha e briguenta é Òsun Yèyé
Ogá, Yèyé Merín é feminina e elegante. Òsun Gbo é a padroeira da cidade de
Osogbò e padroeira das mulheres parturientes. Yèyé Olóko vive na floresta. Além
dessas existem Yèyé Ipetú, Yèyé Pòpólokum
Pòpólokum, cultuadas nas lagoas e, dizem,
não sobem à cabeça das pessoas. Esses nomes podem variar da África para o
Brasil
Brasil,, mas tod
todos
os concord
concordam
am que exi
existe
stem
m 16 qua
qualid
lidade
ades.
s. Essas
Essas quaqualid
lidade
adess
provavelmente sejam "passagens e encontros dessas energias (Òrìsà) com os
demais ebora".
O Abèbé (leque com espelho) é o símbolo da sua vaidade, mas também uma
arma que ofusca os olhos de quem a ataca.
A água e a terra veiculam àse genitor feminino: a água elemento contido na terra.
Òsun é o Òrìsà do rio de mesmo nome. No Brasil está associada à todos rios,
cascat
cascatas
as,, córre
córrego
goss e me
mesm
smoo ao ma
marr, vist
vistoo qu
quee a gran
grande
de en
entitidade Olòkun,
dade
associada ao mar em país Yorùbá
Yorùbá não é cultuada de forma intensa no Brasil.
"Nígbà tí àun ó sì mo bò láti òdò Olódùmarè un ló okù omo lé lówó wípé eni tí
Òrìsà bá sèdá kalè tán, bi Òsun yò se móo pín omo fun gbogbo àwon tí omo
kò bá fé gba inú won wáyé. Àti bi omo bá nwá nímú, eni tí ó mo se ìtójú rè tó
kò fi ní í móorí ìdàànú títí o fi móo wáyé. Tó bá sì wà sí ayé náà. Nigbà tí kò tíi
ní òye tí kòi tí mò èdèé fò, gbogbo ònà àwòyè rè Òsun no wón kó odùn omo
lé lowo. Kò sì gbodò bínú enikan pé eleyí ni òtá mi, kò bímo tàbí elèyí ni òré
mi. Isé tí won rán Òsun oùn nìyí, òun ni Ìyàmi àkókó, òun si ni Olòtójúu àwon
omo láti ní títí di ìgbà tí yí ní òye táà n pè ní àwòyè Òsun ni álàwòyè omo
Bi Òsun ò tí se gbódò bá enìkan sòtá nìyì."
"No tempo da criação, quando Òsun estava vindo das profundezas do òrun,
Olódùmaré confiou-lhe o poder de zelar por cada umas das crianças criadas por
Òrìsà que iriam nascer na terra. Òsun seria a provedora de crianças. Ela deveria
faze
fazerr co
com
m qu quee as cria
crianç
nças
as pe
perm
rman
anec
eces
esse
semm no vevent
ntre
re de susuas
as mã
mães
es,,
assegurando-lhes medicamentos e tratamentos apropriados para evitar abortos e
contratempos antes do nascimento; mesmo depois de nascida a criança, até ela
não estar dotada de razão e não
nã o estar falando alguma língua, o desenvolvimento e
a obtenção de sua inteligência estariam sob o cuidado de Òsun. Ela não deveria
encolerizar-se com ninguém a fim de não recusar uma criança a um inimigo e dar
a gravidez a um amigo. A tarefa atribuída a Òsun é como declaramos. Ela foi a
primeira Ìyá-mi, encarregada de ser a Olùtójú awon omo (aquela que vela por
todas as crianças) e a Álàwòyè omo (aquela que cura as crianças). Òsun não
deve vir a ser inimigo de ninguém."
Ela é a cabeça da sociedade das Ìyá-mi, chamadas também de Ìyá-àgbà (as mães
anciãs). Em um ìtòn Òsun transformou o Ohun-omobìrin (corrimento menstrual)
em penas vermelhas de ikódídé, colocando dentro de uma cabaça, onde se diz:
"Yèyé sawo" (Mãe fez mistério, ou mãe conhece segredo, é mistério).
Neste mesmo ìtòn Òòsààlà rende homenagem à Òsun fazend fazendoo dòdòbálè. Nesse
conte
context
xto,
o, o vermel
vermelho
ho repr
represe
esent
ntaa o pod
poder
er de real
realiza
izaçã
çãoo o àse
àse de gegest
staçã
ação,
o,
humana, animal, vegetal, mineral; o àse da terra também simbolizado por suas
águas que o veiculam. A gestação significa abundância e riqueza. A cor de Òsun é
o pupa ou pon, que significa tanto o vermelho como amarelo.
O am
amararel
eloo é um
umaa qu
qual
alid
idad
adee do verm
vermel
elho
ho,, um verm
vermel
elho
ho-c
-cla
laro
ro e be
benénéfifico
co,,
significando "está maduro". Outra forma de dizer vermelho em yorùbá é pupa
eyìn, literalmente quer dizer, gema de ovo.
ovo. Sendo o ovo um dos seus símbolos
mais representativos de seu àse e de todas Ìyá-àgbà (ancestres femininos).
Elementos e símbolos
Dia Sábado.
Metal Ouro, cobre, latão e bronze.
Símbolo Abèbé, idé.
Omolokun, Ipetè, Aberèn.
Ajeun
Pedr
Pedraa prec
precio
iosa
sa Bril
Brilha
hant
nte.
e.
Partes do corpo
corpo todo o rosto,
rosto, o baixo
baixo ventre,
ventre, o baço, às
às vezes o coração;
coração;
patr
patron
onaa do vent
ventrre, a ter
tercei
ceira visão
isão e a circ
circul
ulaç
ação
ão
sangüínea.
Cor Amarelo-ouro.
Toques Ìjèsà (preferido), Batá, Agere, Ilù.
Rios,
Rios, cachoei
cachoeiras
ras,, mar,
mar, cascata
cascatas,
s, amor
amor, fecund
fecundida
idade,
de,
Domínios
gestação e maternidade.
No amplo e diverso
diverso conjunto de objet
objetos
os usuais nas religiões
religiões de origem
origem africana e
em outras processadas em âmbito afro-brasileiro, há destaque especial para a
cabaç
cab aça,
a, en
enqua
quant
ntoo obobje
jeto
to e símb
símbololoo plur
plural
alme
ment
ntee inte
interp
rpre
reta
tado
do e visí
visívei
veiss no
noss
templos, nos santuários, e nas cozinhas entre outros espaços. A cabaça forma
instrumentos musicais, como aguê e o afoxé, contempla o berimbau-de-barriga ou,
aind
ainda,
a, é refer
eferen
enci
ciaa ao xexere
re - chchoc
ocal
alho
ho de Xang
Xango,o, pe
peça
ça qu
quee emi
mitte so
sons
ns
característicos e que chama os Orixás nos candomblés, notadamente os nagos. A
cabaça imemorialmente representa a barriga - útero, a sexualidade feminina e o
todoo ema
tod emanent
nentee des
dessasa sim
simbol
bolizaç
ização,
ão, - marcan
marcando
do dese
desenho
nho vol
volumo
umoso,
so, sem
sempre
pre
lembrando um estado de gravidez - repertório constante da vida e sua procriação,
para os homens e os deuses. O abebê é objeto yorubá - condicionamento ao
amplo imaginário
imaginário referente
referente acabaça,
acabaça, constituindo-
constituindo-se
se num emble
emblema
ma das Yas, que
são as mães ancestrais, divindades das águas, relacionadas com a vida e a
morte.
Diz o costume que os abebês de Oxum são dourados, em latão, até em ouro,
recebendo de seus construtores trabalhos elaboradíssimos, revelando aspectos
identificadores do Orixás mais vaidoso, as água doces, yalode - a grande senhora.
Abebê - do yorubá, leque - leque em diferentes metais, mantendo o formato
arredondado, decorado por marcheteamento, incisos, ampliações e pendantifs,
geralmente
geralmente em metal. O tamanho médio de um abebê gira em torno de 30 cm de
altura e 15 cm de largura, podendo nos candomblés acrescido de laços de fitas
em cetim e nas cores dos Orixás: amarelo e rosa pra Oxum; azul e verde para
Yemanjá.
Os abebês compõem assentamentos nos santuários pejis - especialmente no
candomblé e no xangô. São vistos também em miniatura na composição dos ibás
- conjunto de louça ças,
s, peç
eçaas em metal e otás (pedra dras) que fazem os
asssentamentos dos Orixás, Voduns e Inkices. Os abebês são peç
as eçaas
indispensáveis nas roupas cerimoniais, sendo emblema marcante e identificador
de Oxum e Yemanjá.
OXUM ITAN
Conta a lenda que, em um tempo imemorial, o rei Xangô, orixá escolhido por
Oxalá para governar a terra e os outros deuses,
deuses, tinha diversas
diversas esposas. As duas
mais importantes eram Yansã, a Senhora das Tempestades,
Tempestades, e Oxum, cujo domínio
se estendia pelos rios, lagos e cachoeiras.
Certo dia, enciumada da preferência de Xangô pela sua adversária; Yansã decidiu
vingar-se de Oxum e, em um raio intempestivo de cólera, investiu contra a mãe
das águas doces, quando esta se banhava nua às margens de um grande lago,
tendo apenas um espelho entre as mãos. Devido ao fato de não ser uma
guerreira, mas uma mulher dócil e vaidosa, afeita apenas aos expedientes da
Sedução
Sedução e da Dissim
Dissimula
ulação
ção para
para se def
defende
ender;
r; Oxum
Oxum viu
viu-se
-se com
comple
pletam
tament
entee
indefesa frente à ira arrebatadora da Rainha dos Raios. Oxum, então, rezou a
Oxalá e, em um instante mágico, percebeu que o Sol brilhava forte nas costas de
sua agressora. Rapidamente, ela utilizou seu espelho para refletir os raios solares
de forma a cegar Yansã.
Yansã.
Ao saber da vitória de Oxum, o rei Xangô reafirmou sua preferência pela Senhora
das Águas, que além de mais bela e delicada, provou ser também mais poderosa
que a Senhora das Tempestades.
Tempestades.
"Oxum é a alegria
alegria do sangue das mulheres fecundas.
fecundas. Até mesmo Oxalá teve que
inclinar-se à seu poder." A tradição Nagô relata a Lenda de uma sacerdotisa, Omo
Òsun ('filha de Oxum"), encarregada de cuidar dos paramentos de Oxalá. Havia
muitas mulheres com inveja dela que para criar caso, jogaram a coroa de Oxalá
no rio, pouco antes do começo do grande festival anual.
AZIRI
Verger
erger nos mos
mostra
tra com
comoo os est
estudo
udoss des
desenvo
envolvi
lvidos
dos pel
peloo Cap
Capitã
itãoo Clappe
Clapperto
rtonn
(Travels and Discoveries in Northen and África - 1822/1824) a partir de um
manuscrito em língua árabe, trazido por ele do Reino de Takroor (atual Sokoto),
naquela época dominado pelo Sultão Mohamed Bello, de Haussa, fornece dados
analíticos comprovados sobre a origem dos povos
povo s africanos.
Eduar
Eduardodo Fonse
Fonsecaca Júni
Júnior
or te tendo
ndo como
como babase
se esse
essess estu
estudos
dos mo
most
stra quee Opá
ra qu
Oranian (monólito de Oranian), um obelisco considerado o túmulo deste grande
heró
heróii po
poss
ssui
ui cara
caract
cter
erís
ístitica
cass de orig
origem
em fení
feníci
ciaa além
além de cont
conter
er pa
pala
lavr
vras
as
pertencentes à Kaballah hebraica que são: YOD, RESH, VO, BETH e ALEPH ,
definição hebraica do nome YORUBÁ, cuja tradução seria a seguinte:
Veja:
YOD - YO
RESH - R
VO - U
BETH - B
ALEPH - A
Na teogonia
teogonia africana temoss Olodumaré (Oló = Senhor, Odú = Destino, Maré =
africana temo
Supremo = Senhor do Destino Supremo) e Oduduwá (Odou = Fonte, da =
Geradora, iwá = vida = Fonte Geradora da Vida) como os criadores da vida
humana, sendo que Oduduwá uniu-se
humana, uniu-se a Olokun (Oló = Senhora,
Senhora, Okun = Mar =
Senhora do Mar) para gerar três filhos - Ogun, equivalente a Vulcano, senhor do
ferro, fígado, agricultura; Ishedale, equivalente a Afrodite, senhora das águas e
mãe de todas as ninfas e heroínas deificadas; e Okanbi, senhor do fogo, das
conquistas e da justiça. “Da linhagem de Ogun, todos os Orixás morreram. Da
linhagem da princesa Ishedale, nasceram deusas e ninfas, conhecidas por
Ayabas. Da linhagem de Okanbi, nasceram os reis e heróis deificados tais
como Xangô, Aganjú, Kori, Abipa, Abiedum e outros...”.
Os filhos de Okanbi dão início à epopéia dos heróis yorubanos pois dentre seus
hoss aparece Oranian, o implantador da cultura yorubana.
sette filho
se
“Independent
“Independentemente continuar a missão de seu avô Oduduwá em
emente de ter tentado continuar
sua Guerra Santa contra os descendentes de Ismael, transformou-se na maior
figu
figura
ra de
dess
ssaa cult
cultur
ura,
a, a tatall po
pont
ntoo qu
quee é o ma
maisis famo
famoso
so do
doss sete
sete filh
filhos
os de
Okanbi”.Okanbi instituiu o primeiro feudo de que se tem notícia, pois se tornou
detentor
detentor de todas as terras
terras da África
África Ocidental,
Ocidental, instalando-se
instalando-se definitivament
definitivamentee em
Ilê Ifé. Neste momento, Oranian se afasta temporariamente de Ilê Ifé indo ocupar
a cidade de Oyó.
Dessa
Dessa linhage
linhagem
m nascera
nasceramm Oyá-Yánsàn, que embe bellez
ezaa se
seuus pés co
comm pó
vermelho; Òsun, seja ela Àpara, Àyálá, Oke ou Oníra, aquela que limpa suas
jóias de cobre antes de limpar seus filhos; Obá aquela que com sua força física
lutou e venceu Oxalá, Xangô e Orunmilá , sucessivamente; Yemoja, seja ela
Ogunté, Assabá ou Assessu, aquela que vive e reina nas profundezas das
águas; Nàná Buruku, aquela que mata uma cabra sem usar um obé (faca); Iewá,
aquela jovem virgem que recebeu de Orunmilá o poder de ler o Oráculo de Ifá.
Os homens eram vetados, uma vez que, nestas reuniões, elas tratavam de
assuntos pertinentes aos direitos das mulheres - era um grupo feminista. Com
muita
mui ta est
estrat
ratégi
égiaa est
estas
as mul
mulher
heres
es traçav
traçavam
am pla
planos
nos e executa
executavam
vam açõ
ações
es para
para
solucionarem problemas de vários tipos, recorrendo, muitas vezes, do poder das
FEITICEIRAS IYAMIS
IYAMIS. Lutaram bravamente para manter a soberania feminina e
impedir que os homens conquistassem espaço maior como vinha acontecendo.
Oxum gabava-se das outras chegando ao ponto de ensinar Obá a fazer uma
comida que deveria ser preparada com sua própria orelha, alegando que isso faria
Xangô olhar para ela com olhos de amor. Obá, ardente de paixão, assim o fez e
Xangô, ao ver a orelha no prato e a mulher desfigurada, ficou irado expulsando as
duas de casa.
Voltando-nos para a mulher negra brasileira atual que não possui em suas
lembranças recentes imagens de mulheres negras sacerdotisas, princesas ou
rainhas, adquirir a consciência histórica e espiritual da mulher africana e de seu
valor na cultura é essencial para se pensar no resgate de uma possível auto-
estim
est imaa pe
perd
rdida
ida.. Os arqu
arquét
étipo
iposs de
dest
stas
as he
hero
roín
ínas
as afri
african
canas
as qu
que,
e, ao faze
fazerr sua
sua
passagem para outro plano transformaram-se em forças da natureza, tem se
revelado um excelente tratamento para mulheres negras freqüentadoras das roças
de Candomblé. É um conhecimento que tem levado essas mulheres ao campo de
batalha usando, como arma, as marcas da ancestralidade que só a sabedoria
aliada ao poder da tradição oral, podem registrar.
Desta forma, conhecer a história destas ancestrais femininas, reconhecendo-as
como
como atra
atrave
vess
ssad
ador
oras
as de fron
fronte
teir
iras
as,, traz
traz,, às mu
mulh
lher
eres
es ne
negr
gras
as de ho
hoje
je,, a
possibilidade de contato com uma dimensão da religião que seita nenhuma traz: a
aceitação da complexidade do ser humano
No Candomblé a complexidade
complexidade feminina
feminina jamai
jamaiss foi vista como imped
impediment
imentoo para
quee um
qu umaa mu
mulh
lher
er gu
guer
erre
reir
iraa ou sens
sensua
ual,l, jove
jovemm ou velhvelha,
a, feia
feia ou bo boni
nita
ta se
transformasse em forças da natureza. Jamais uma mulher negra foi santificada
como prêmio por sua castidade ou por fazer o bem sem olhar a quem. São
mulheres negras que tornaram-se formas de energia como conseqüência de viver
intensa
intensamen
mente
te seu
seuss amores,
amores, des
desamo
amores
res,, enca
encanto
ntoss ou des
desenca
encanto
ntoss bus
buscand
cando,o,
ardentemente, formas de viver melhor e em plena harmonia com a consciência
divina.
DAS YABAS
YABAS ÀS GRANDES HEROÍNAS - O RETORNO SEM FRONTEIRAS
Seria o mesmo que perguntar quais as fronteiras existentes entre o blues, jazz e
rap ou mesmo entre o samba, axé e o maracatu. Podemos perfeitamente idealizar
um samba-axé com swing de maracatu como um blues-jazz com swing de rap.
Isto porque a criatividade humana não tem fronteira - é livre - para atrever-se a
alçar
alçar gran
grandes
des vôo
vôoss no
noss qua
quais
is te
temp
mpoo e espaç
espaçoo con
confifigu
gura
ram-
m-se
se ape
apena
nass como
como
coadjuvantes. É absolutamente lógico juntar todos esses estilos se se pensar que
um é derivado
derivado do outro e que fazem parte da mesma natureza, em sua essência.
Os limites sempre nos aprisionam assim como os preconceitos nos impedem de
vislumbrar diferentes formas de simplesmente ser.
A conscientização de ser mulher negra num país como o Brasil passa por várias
etap
etapas
as de
desdsdee nã
nãoo se pe
perc
rceb
eber
er como
como ne
negr
graa até
até me
mesmsmoo de supe
supera
rarr essa
essa
percepção.
percepção. É através
através do conhecimento
conhecimento da história do povo africano
africano que a mulher
negra passa a reconhecer-se como portadora de títulos de nobreza que a qualifica
como legítima
legítima herdeira
herdeira do trono real, mesmo diante do silêncio
silêncio e da simplicidade
simplicidade
de sua tarefas.
São mulheres que, por serem as sacerdotisas centrais do culto, possuem o papel
de integradoras dos membros dos grupos. Não têm a pretensão de carregar o
ester
estereót
eótip
ipoo de mumulh
lher
eres
es puras,
puras, do
doce
cess ou memeig
igas
as po
pois
is,, hu
humi
mild
ldem
ement
ente,
e, se
reconhecem como figuras contraditórias. A cultura africana não descarta uma
coisa para qualificar outra pois convive perfeitamente com a dualidade complexa
existente dentro de todos: as pessoas são e não são ao mesmo tempo.
Exemplificando, no Candomblé para uma mulher negra ser mãe não precisa abrir
mão de sua sensualidade ou sexualidade - ser mãe - não a obriga, portanto, a ser
menos feminina.
Bem próximo do ano 2000 é chegada a hora das mulheres negras se unirem e
exigirem
exigirem que suas histórias sejam passadas a limpo
limpo,, aproveitando
aproveitando para revelar o
que está por trás de todo carnaval propagado pela Rede Globo com relação ao
Brasil 500 anos, como sendo esta mais uma atitude que tenta levar o povo à
ignorância, desconsiderando que o Brasil já havia sido descoberto pelos índios
antes da chegada dos colonizadores.
Talvez deva-se criar um movimento paralelo, que (já sabemos) não terá o mesmo
apoio da mídia chamado - Brasil: 500 anos de história mal contada - ou ainda -
Brasil: 500 anos da história que não foi revelada.
A mulher negra jamais precisou esperar a boa vontade de um homem para ajudá-
la a resgatar sua identidade - historicamente tem encontrado apoio em grupos
orga
organi
nizad
zados
os por mu
mulh
lher
eres
es ne
negra
grass qu
quee ab
abri
riga
gam,
m, de
dent
ntro
ro de um corpo
corpo,, vári
várias
as
personalidades resgatadas.
Não podemos mais reconhecê-las como legítimas pois legítimo é o nosso passado
que nos qualifica como nobres sendo que o lema é: jamais se curvar diante
daquele que deseja nos ver subjugada e não aceitar os limites que nos são
impostos já que possuímos, em nosso registro corporal, a marca que nos legitima
comoo seres
com seres enca
encanta
ntados
dos e enca
encantad
ntadore
ores,
s, com
comoo deu
deusas-
sas-mul
mulher
heres,
es, rainha
rainhass de
nossas próprias vidas.
Este artigo é para você, Jacinta, grande yabá: após 60 anos a reconhecemos
como
como gran
grande
de mu
mulh
lher
er qu
que,
e, me
mesmsmoo ap
apósós a mo
mort
rte,
e, cont
contin
inuo
uouu a serv
servir
ir ao
aoss
sinhozinhos paulistas; corpo negro eternamente aprisionado, ironicamente, para o
bem de todos e felicidade geral da nação.
naçã o.
Felizmente, a alma da mulher negra é livre tanto quanto a energia: voa, flutua,
mergulha, dança, ricocheteia e, como o raio de Oyá, corta a escuridão do céu
arriscando um desenho ousado provando a todos uma coragem que não tem
limites. É com este perfil que nós, yabás contemporâneas, entraremos no século
21: não aceitando nada menos que deixar nossas marcas na escuridão do céu
infinito.
Axé!
**Iyalorixá do Axé Ilê Obá; Iyanifá; Chief of Ido Osun. Membro do Conselho
Editorial da revista de CULTURA
CULTURA VOZES (Rito Afro-brasileiro)