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Desenvolver o gosto pelas Ciências Experimentais

1º Período
Ano Letivo 2018 - 2019
Agrupamento de Escolas de Vila Flor Ano letivo
2018/2019

1 – INTRODUÇÃO

Hoje em dia, o domínio das Ciências experimentais assume uma enorme importância
numa sociedade extremamente desenvolvida do ponto de vista científico e tecnológico.
Torna-se, pois, necessário preparar os jovens de forma a desenvolver neles atitudes e
competências que os tornem capazes de pensar e intervir autonomamente. Como
escreveu Miguel Torga “o que importa é o partir, não o chegar”.

A realização regular de aulas práticas com recurso a actividades experimentais pode


promover o sucesso escolar dos alunos na medida em que as mesmas permitem:
 Desenvolver o gosto pelas atividades laboratoriais;
 Sensibilizar para a evolução do conhecimento científico e dos sempre
inovadores processos tecnológicos;
 Estimular o espírito científico do qual fazem parte integrante o planeamento e a
realização de experiências, assim como a interpretação de resultados;
 Desenvolver a capacidade de autocrítica, de decisão autónoma e de trabalho de
pesquisa;
 Estimular as capacidades de trabalho e de relacionamento em grupo.

O presente relatório tem por objetivo resumir as atividades laboratoriais


desenvolvidas, no 3º ciclo, às disciplinas de Ciências Naturais e Físico-Química, bem
como inferir sobre o impacto das mesmas no sucesso escolar dos alunos.

Nesse sentido, fez-se um levantamento do sucesso escolar dos discentes às


disciplinas supra referidas (percentagem de alunos com classificação igual ou superior a
3) e das atividades laboratoriais realizadas.

Para aferição do incremento desta prática pedagógica compararam-se os dados deste


ano letivo com os relativos ao igual período do ano transato.
Agrupamento de Escolas de Vila Flor Ano letivo
2018/2019

2 – LEVANTAMENTO E TRATAMENTO DE DADOS

» Ciências Naturais

a) Número de aulas experimentais

Ano/Turma Aulas Aulas % Sucesso % Sucesso


Experimentais Experimentais escolar escolar
17/18 18/19 17/18 18/19

7.º A 5 3 85 70

7.º B 5 3 65 76

8.º A 0 0 53 85

8.º B 0 0 71 83

8.º C 1 -- 86 --

8º D 1 -- 80 --

9.º A 2 0 90 85

9.º B 0 0 64 69

9.º C 0 2* 54 100

9.º D -- 2 -- 87

*Em articulação com Educação para a Cidadania

b) Atividades desenvolvidas

7º Ano

* Observação de amostras de mão de minerais: identificação de minerais

* Observação de amostras de mão de rochas sedimentares

* Observação de amostras de mão de materiais expelidos pelos vulcões.

9º Ano

* Identificação de nutrientes.

* Digestão química de clara de ovo.


Agrupamento de Escolas de Vila Flor Ano letivo
2018/2019

c) Análise dos resultados

No respeitante às atividades experimentais, a tabela anterior evidencia em geral uma


diminuição da utilização desta prática pedagógica em todas as turmas.

Apesar dos dados respeitarem a alunos e turmas diferentes, por não haver linearidade,
pode constatar-se que não há uma relação causa efeito entre o número de aulas
experimentais e o sucesso escolar.
» Físico-Química

a) Número de aulas experimentais

Aulas Aulas % Sucesso % Sucesso


Ano/Turma Experimentais Experimentais escolar escolar
17/18 18/19 17/18 18/19
7.º A 0 1 80 85

7.º B 0 1 88 60

8.º A 3 2 53 80

8.º B 3 2 79 56

8.º C 3 -- 64 --

8.º D 2 -- 73 --

9.º A 0 2 42 92

9.º B 0 2 50 100

9.º C 0 2 46 71

9.º D -- 2 -- 80

b) Atividades desenvolvidas

7º Ano

* Medição de forças com dinamómetros.

8º Ano

* Verificação experimental da Lei de Lavoisier.

* Determinação do carácter químico de algumas soluções.

9º Ano

* Medição da intensidade de forças.

* Resultante de um sistema de forças.


Agrupamento de Escolas de Vila Flor Ano letivo
2018/2019

c) Análise dos resultados

No respeitante às atividades experimentais, a tabela anterior evidencia um aumento da


utilização desta prática pedagógica em todas as turmas, com exceção das turmas do
oitavo ano de escolaridade.

Em geral, verifica-se, relativamente ao ano transato, uma melhoria no sucesso escolar,


mas tal facto poderá estar também relacionado com outros fatores, como por exemplo,
os elementos de cada uma das turmas não ser equiparado ao grupo do ano anterior ou
até a própria mudança do docente da disciplina em cada ano de escolaridade.

3 – SÍNTESE

Naturalmente, uma boa aprendizagem exige a participação ativa do aluno, de modo a


construir e reconstruir o seu próprio conhecimento, o que as atividades experimentais
potenciam. A experimentação na sala de aula é uma componente importante do ensino
das ciências, tornando-se interessante pela diversidade de assuntos que abrange e por
simultaneamente despertar maior curiosidade e motivação nos alunos.

Contudo, após análise dos dados podemos concluir que não se verifica uma relação
causa efeito entre o número de aulas experimentais e o sucesso escolar.

Comparando os dados turma a turma, podemos verificar que há turmas com idêntico
número de atividades experimentais realizadas e percentagens de sucesso escolar
díspares. A título de exemplo, atente-se nos dados referentes às turmas de oitavo ano na
disciplina de Físico-Química no ano 2018/2019, sendo as mesmas de sétimo ano no ano
letivo 2017/2018: enquanto no ano letivo anterior não realizaram nenhuma atividade
experimental tendo alcançado um nível de sucesso superior a 80%, no presente ano
letivo, com a realização acrescida de duas atividades experimentais, uma das turmas
(8ºA) manteve o nível de sucesso escolar, a outra (8ºB) desceu trinta pontos percentuais.

Apesar de não ser possível atribuir uma relação causa-efeito, é evidente a relevância do
trabalho experimental na educação em Ciências, papel amplamente reconhecido por
investigadores, professores e outros profissionais ligados à educação.

Assim, os professores de Ciências Naturais e Físico Química consideram ser pertinente


continuar a utilizar esta estratégia/recurso por ser mais uma das ferramentas adequadas
para a melhoria do sucesso escolar dos nossos alunos.

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Adriana Dias

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Sandro Sampaio

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