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Tony Coffey - Respostas As Perguntas Que Os Catolicos Costumam Fazer PDF
Tony Coffey - Respostas As Perguntas Que Os Catolicos Costumam Fazer PDF
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REsPOSTAS ÀS
PERGUNTAS
QUE os CATÓLICOS
CosTUMAM FAZER
4ª Impressão
·Traduzido
por
Degmar Ribas I
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CB4D
Rio de Janeiro
2013
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Uma VIagem a partir de Roma 09
Falando a Vtirdade em Amor 13
Notas 235
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UMA VIAGEM A
PARTIR DE RoMA
falecido subitamente nos Estados Unidos. Uma das jovens partiu do Ae-
roporto Shannon, enquanto a outra se dirigiu a Dublin, onde foi parada
por dois homens que também tinham ouvido o boletim policial pelo rá-
dio. E foi assim que conheci Leslie, que me conduziu ao Senhor, e mais
tarde tornou-se minha esposa.
Minha criação na Irlanda ocorreu durante um período em que a Igre-
ja Católica Romana exercia poder em todas as áreas da vida de uma pes-
soa: família, sociedade, educação e política. O poder da igreja nunca foi
questionado, e todos se submetiam à sua autoridade. Durante esse perí-
odo, a igreja teve um crescimento sem precedentes - os seminários e
conventos estavam lotados, e as missões estrangeiras se destacavam. A
igreja aproveitou isso, colocando uma grande ênfase na sua obra
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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de (ou a sua versão da verdade), seria de alguma maneira justificada por
ser indelicada com aqueles que discordassem. De onde vem esse pensa- precisa est-ar fundamentado nas Escrituras, e não em opiniões. E o autor
mento terrível? O fato de que a verdade deva ser defendida não está em precisa demonstrar um espírito gentil e respeitoso ao lidar com doutrinas
discussão, e sim uma má atitude que em hipótese alguma é aceitável. Na nas quais muitos crêem sinceramente, enquanto, ao mesmo tempo, não
verdade, a Bíblia diz claramente que devemos falar a verdade com espírito deve deixar de dizer o que precisa ser dito. Eu desejaria que o autor mos-
de amor (Ef 4.15, NTLH). trasse uma lealdade ao Senhor Jesus Cristo e um zelo santo na defesa da
O único que ensinou teologia perfeita foi Jesus, o Filho do Deus vivo. vontade de Deus. Finalmente, desejaria me sentir levado mais próximo a
Não há um texto das Escrituras que Ele não compreendesse perfeitamen- Deus por aquilo que estou lendo. Concentrei meus esforços para cumprir
te. Não há um assunto, um julgamento moral ou um ponto da doutrina todos esses requisitos ao escrever este livro.
para o qual Jesus não tenha a resposta correta. Ele é preciso em tudo. Mas, Entendo que nem todos os que lerem esta obra acharão que fui fiel a
apesar disso, veja como tratava o povo - Ele era sempre gentil, amoroso, essas intenções. Alguns poderão sentir-se ofendidos pelo que digo. Ou-
respeitoso e paciente; nunca erguia a voz, nem era rude ou indelicado. Ele tros lerão o trabalho tendo suas opiniões já formadas, de modo que nada
sempre era gentil. Trabalhava para levar as pessoas das descrenças à fé de que diga poderá modificá-los. Mas haverá outros, cujas vidas serão aben-
maneira muito misericordiosa, mas nunca comprometendo a verdade. Je- çoadas. Seus olhos se abrirão às maravilhosas verdades das Escrituras e
sus não atenuou sua declaração de que sem Ele ninguém irá ao céu, ou que descobrirão que tudo o que necessitam pode ser encontrado em Jesus
sem sua morte expiatória todos morreríamos em nossos pecados e iría- Cristo, e somente nEle. Isso me gratifica muito. E outros, ainda, verão
mos para o inferno, ou de que Ele era Deus em carne humana. Alguns este livro como desconectado do espírito ecumênico da época, uma relí-
nunca creram em suas declarações, mas ainda assim Ele os tratava com quia do passado distante.
gentileza. As únicas pessoas às quais Jesus reservava fortes críticas eram Quando se trata de um livro como este, há questões importantes que
aquelas que Ele sabia que eram hipócritas. Por outro lado, a Tomé, um devem ser confrontadas. É a Bíblia a nossa única autoridade, para tudo
cético honesto, Ele fez uma aparição especial, depois da sua ressurreição, aquilo em que cremos e tudo o que praticamos? É o evangelho o único
para dar-lhe a oportunidade de substituir a dúvida pela fé. caminho para a salvação? Com a inevitabilidade da morte à frente de cada
Existe um ditado de que a verdade é como a luz para os olhos sensíveis um de nós, existem perguntas para as quais precisamos de respostas -
-e penso que essa é uma boa maneira de explicar o assunto. Todos nós urgentemente.
sabemos o quanto é desagradável que alguém acenda a luz quando estamos Sempre houve uma necessidade de defender a verdade. Jesus a defendia
dormindo. Muitos vivem em um descanso espiritual (que é, na verdade, repetidas vezes contra o erro que existia em seu tempo. Os olhos vigilan-
uma negligência), alguns sem nunca ter tido um pensamento espiritual tes dos apóstolos impediam que erros fatais ganhassem terreno na igreja.
sequer durante anos. Para essas pessoas, a luz do evangelho glorioso deve Quando o evangelho estava sendo minado pelos ensinamentos legalistas,
ser revelada lentamente, permitindo que despertem e se ajustem à mudan- o apóstolo Paulo (que escreveu tão eloqüentemente que o amor é pacien-
ça de luz que penetrou em suas trevas. te, é benigno, não se irrita com facilidade, etc.) não poupou palavras em
Este livro foi escrito tendo em mente um público católico romano; por sua condenação a tais falsos ensinamentos. Aqui está um exemplo do que
isso, tenho consciência de como seria fácil ofender a alguém desnecessari- ele disse: "Mas, se alguém, mesmo que sejamos nós ou um anjo do céu,
amente. Quando era católico romano, minhas crenças eram mantidas ho- anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que temos anunciado,
nestas e sinceramente, e suponho que a mesma coisa aconteça com todos que seja amaldiçoado! Pois já dissemos antes e repetimos: se alguém anun-
aqueles que lerem este livro. Procurei colocar-me no lugar do leitor e ciar um evangelho diferente daquele que vocês aceitaram, que essa pessoa
perguntar: "De que este livro precisa, para que continue a lê-lo?" Não foi seja amaldiçoada!" (Gl 1.8,9, NTLH) Paulo acreditava que o evangelho
difícil encontrar a resposta correta. Para prender minha atenção, um livro não deve somente ser proclamado, mas deve também ser defendido contra
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Falando a Verdade em Amor
os erros. E, hoje, defender a verdade simplesmente não é uma atitude publicados. Alguns leitores os consideram ultrapassados, mas ainda são
popular. A chamada "tolerância" está se tornando rapidamente a norma os ensinamentos oficiais da Igreja Católica Romana e nunca foram rescin-
aceitável. As declarações dogmáticas estão fora de moda. É um caminho didos.
perigoso para os cristãos. A verdade não é determinada por quantos crê- Sinto-me satisfeito por saber que por todo este livro oriento as pessoas
em nela, ou por quão popular ela seja; mas alguma coisa é verdadeira se a Jesus, e as incentivo a edificar sua fé sobre o fundamento sólido dos
Deus diz que é. Todos nós, sem exceção, devemos ajustar- ou abrir mão ensinamentos dEle, pois os ensinos do Senhor são corretos! Na verdade,
de nossas crenças - caso não estejam em conformidade com o que Deus é exatamente isso que o Senhor deseja que façamos:
disse.
Preocupo-me com um tipo prejudicial de tolerância que está crescendo Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as
em popularidade, e sendo aceito por muitas pessoas. Esse tipo de tolerân- pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a
cia leva alguns a pensar que não há verdades absolutas a defender, e que se sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e
pode crer naquilo que for o correto - para você. Podemos ver a conclusão assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, por-
lógica dessa perspectiva em questões tais como o aborto, a homossexuali- que estava edificada sobre a rocha. E aquele que o'uve estas
dade e os casamentos entre homossexuais. Deveremos ficar calados sobre minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem
o que a Bíblia ensina, para não ofendermos ninguém ou para não sermos insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. E desceu a
considerados intolerantes? Penso que não. Há momentos em que não chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
devemos ficar calados. E isso se aplica ao propósito para o qual este livro aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda (Mt 7.24-27).
foi escrito. Entre o ensinamento católico romano e o ensino da Bíblia, há
diversas diferenças fundamentais que devem ser discutidas. Em uma pe- A palavra escrita nem sempre revela o tom pretendido, como o após-
quena carta, Judas exortava alguns crentes com essas palavras: "[ ... ] tive tolo Paulo sabia muito bem. Ele disse algumas palavras duras, mas ne-
por necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez cessárias, aos cristãos da Galácia e apressou-se a perguntar-lhes: "Tor-
foi dada aos santos" (Jd 3b). A fé de que falava Judas é a verdade que Jesus nei-me, porventura, vosso inimigo, por vos dizer a verdade?" (Gl4.16,
morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou. Ele é o único ARA). Ele não parou por aí, pois queria que os gálatas soubessem que
caminho para a salvação. Essa é a fé pela qual devemos batalhar. A palavra a verdade que transmitia vinha de alguém que se preocupava profunda-
batalhar (contend, em inglês), segundo o O:xjord English Díctíonary, quer dizer: mente com eles, e assim continuou: "pudera eu estar presente, agora,
"envolver-se em uma luta ou combate para vencer, ou para afirmar uma convosco e falar-vos em outro tom de voz" (v. 20). O tom é muito
posição em uma discussão". Essa definição não deixa espaço para uma importante, pois revela o que realmente há no coração. Eu também tive
resistência passiva quando o assunto é a fé. esse sentimento apostólico enquanto escrevia este livro. E desejo que o
Hoje há teólogos, além dos leigos, que são católicos à la carte- ao seu tom daquilo que digo seja correto. Desejo exaltar o sacrifício expiatório
gosto. A minha intenção é apresentar aos católicos exatamente o que a sua do Senhor Jesus Cristo acima de qualquer erro que possa depreciá-lo.
igreja ensina. Existem áreas de teologia em constante revisão, e a igreja Quero que as minhas palavras venham de um coração cheio da convic-
católica está dialogando com cristãos de outras tendências, resultando na ção de que se nós seguirmos a Jesus Cristo, nunca estaremos perdidos.
publicação de inúmeras afirmações com as quais várias doutrinas se colo- As tendências que desvalorizaram a verdade devem ser descartadas. Se o
cam de acordo. No entanto, as doutrinas oficiais da Igreja Católica Ro- seu coração bate um pouco mais rápido diante da singela perspectiva de
mana continuam inalteradas. Os ensinamentos do Concílio de Trento • ser simplesmente um cristão- um membro do Corpo de Cristo, a Igreja
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são tão obrigatórios para os católicos de hoje quanto o eram quando - então este livro foi escrito para você.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
Oro para que a busca dos crentes de Beréia se torne a busca de todos
nós: Os de Beréia, de acordo com o que lemos, "foram mais nobres do
que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a
palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim"
(At 17.1 I). I
Finalmente, este livro não foi escrito para fornecer munição para os
fanáticos que se alegram em obter vantagens fáceis à custa das crenças dos
católicos romanos. Não me associo àqueles que se envolvem em batalhas A IGREJA CATÓLICA HOJE
e e e e e e e e e e e e e e e e e e 11 D e e e e e e O e e e e e e e
tão pouco santas.
Desde que o papa João XXIII convocou a Igreja Católica Romana para
abrir as janelas e deixar entrar ar fresco, um vento poderoso varreu a igreja
e trouxe mudanças àquela que era considerada unia instituição estática. O
momento para a igreja imutável mudar tinha chegado. Os documentos do
Concílio Vaticano li se originaram nesse ambiente e refletiram a nova face
do catolicismo. Os documentos foram recebidos com entusiasmo pelo
mundo católico romano, e acenos de aprovação vieram de outras tendên-
cias cristãs, além da católica romana. Um novo dia estava amanhecendo.
A Renovação Carismática Católica também deu a sua contribuição para
a nova face do catolicismo. Independentemente de quaisquer dúvidas que
alguém possa ter sobre alguns aspectos do movimento, ele deve ser consi-
derado como algo que produziu alguns resultados positivos. Pela primei-
ra vez, as Escrituras se tornaram uma parte vital da vida de muitos católi-
cos.
O papado também adotou uma nova imagem. Em sua longa história, ele
nunca esteve tão em destaque, como hoje. O papa não mais é visto somente
nos limites do Vaticano; percorrer o mundo tornou-se um dever papal. E os
* meios de comunicação deram ao papa um status de celebridade.
N. do E.: O Concílio de Trento foi realizado de !545 a !563 e constitui-se na resposta
A popularidade do papa João Paulo II, durante seu longo pontifi-
católico-romana à Reforma Protestante.
cado, foi expressa pela efusão de tristeza por sua morte, em 2005. A
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Igreja Católica Romana tinha perdido um grande líder. Durante todo outras palavras, está se afirmando que toda verdade é derivada da com-
o seu reinado, ele se manteve fiel aos ensinamentos da Igreja Católica binação das Escrituras com a tradição da Igreja Católica Romana.
Romana, e fez muitas coisas para recuperar o terreno que tinha sido
perdido para a ala liberal da igreja. Seu papado não será esquecido O MoDELo ERRADO
nos anais ernpoeirados da história. Sua posição inflexível em questões O modelo da Igreja Católica Romana jamais seria endossado por Jesus.
morais tais corno o aborto, o comportamento homossexual, o casa- Por exemplo, o Mestre foi procurado por urna mãe excessiv~ente ambi-
mento entre homossexuais, o materialismo e a importância da família ciosa, que desejava que seus dois filhos tivessem lugares de proeminência
foram revigoradoras para um mundo moralmente decaído. no Reino - um à direita do trono de Jesus, e o outro, à esquerda. Tal
No entanto, alguns dos ensinamentos de João Paulo II Ce de seus pre- destaque teria bons reflexos sobre ela, por ter criado filhos tão bem-suce-
decessores) nunca poderão ser aceitos por aqueles, entre nós, que sabem didos. Em resposta, Jesus olhou para o mundo gentio e mencionou um
que a Bíblia é a Palavra de Deus, e, corno tal, nossa única autoridade modelo daquilo que faltava a essa mãe Ce aos outros discípulos). "Bem
naquilo em que cremos e praticamos. Por exemplo, João Paulo II promo- sabeis", disse Ele, "que pelos prín'Cipes dos gentios são estes dominados e
veu incansavelmente a devoção à Virgem Maria e canonizou mais de qua- que os grandes exercem autoridade sobre eles". Isso todos eles reconheci-
trocentos santos; leia-se mais do que tinham sido canonizados por todos am. Então o Senhor completou: "Não será assim entre vós" CMt 20.25,26).
os papas que o antecederam. Em 2 de junho de I998, ele emitiu um Ele estava dizendo que esse modelo piramidal com governantes terrenos,
toque de alerta a todos os católicos para que orassem pelas almas no cujo poder é inquestionável, não era o que tinha vindo edificar. "O meu
purgatório, assegurando-lhes que suas orações e o sacrificio da missa ga- reino", disse Ele, "não é deste mundo". Jesus não se assemelha a nada que
rantiria a libertação daquelas almas que sofriam no purgatório. 1 Estes vocês estão acostumados a ver. É completamente diferente. Posições de
ensinamentos não estão em conformidade com o evangelho e rebaixam o poder e prestígio, tais como as que existiam entre os fariseus, nunca im-
sacrifício perfeito de Jesus. pressionaram a Jesus. O Senhor disse sobre os fariseus: "[ ..]trazem largos
Vozes conflitantes são ouvidas na ampla arena religiosa, cada urna filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros luga-
delas exigindo a nossa atenção. Damos ouvidos à Igreja Católica Ro- res nas ceias, e as primeiras cadeiras nas sinagogas,· e as saudações nas
mana, que se diz porta-voz de Deus, ou ouvimos à Escritura, que é "a praças, e o serem chamados pelos homens: - Rabi, Rabi" (Mt 23 .5-7): O
palavra de Deus [e J é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer que Jesus edificou- a Igreja- não tem nenhuma similaridade com o que
espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e Ele achava tão repugnante.
das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e inten- Ainda assim, quando examinamos a Europa em particular, o que ve-
ções do coração" CHb 4.I2)? A Palavra de Deus, diz o apóstolo Paulo, mos? A Igreja Católica Romana corno uma força política poderosa a
é capaz de nos conduzir à salvação "pela fé que há em Cristo Jesus" C2 enfrentar. As questões do Estado e da igreja estavam interligadas. Reis,
T rn 3. I 5). Além disso, ele ainda diz: "Toda Escritura divinamente rainhas e chefes de governo se submetiam à Igreja Católica Romana.
inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para Alguns governantes poderosos também eram bispos. As catedrais mag-
instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfei- níficas também afirmavam o poder da Igreja Católica Romana. Por cau-
tamente instruído para toda boa obra" Cvv. I 6, I 7). A qual voz damos sa da sua aliança com o estado secular, a Igreja Católica Romana se
ouvidos? Deus revelou a sua vontade nas Escrituras; por isso, não po- tornou poderosa e rica, possuindo vastas terras por toda a Europa. E
demos nos afastar dela. É neste ponto que devemos nos separar da tudo isso era feito em nome daquEle que disse: "As raposas têm covis, e
Igreja Católica Romana, que afirma que nem toda verdade está conti- as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do Homem não tem onde recli-
da nas Escrituras; a tradição da igreja também deve ser ouvida. Em nar a cabeça" CMt 8.20).
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Igreja Católica Hoje
Já se disse que o poder corrompe. Houve épocas, por toda a história, Da mesma maneira, o abuso sexual de crianças por membros de uma
em que a Igreja Católica Romana usou o seu poder para fins negativos. A igreja respeitada precisa ser investigado, para que não se repita. A maneira
Inquisição é um desses casos. O abuso sexual de crianças por sacerdotes como a Igreja Católica Romana lidou com as acusações feitas pelas víti-
católicos romanos - um problema que veio à luz em anos recentes - foi mas nos diz muita coisa sobre a Igreja, e como ela se vê.
possível somente por causa do poder e do sigilo da instituição. Por causa Todos nós cometemos erros; e podemos, posteriormente, refletir sobre
da magnitude do problema e da intensidade com que os católicos expres- uma crise, e perceber que poderíamos tê-la administrado melhor. Pode-
saram a sua preocupação com esse assunto, vamos examinar a questão um mos aprender com nossos erros e reagir de maneira mais sábia na próxima
pouco mais de perto. vez. O mesmo não acontece com a Igreja Católica Romana: O tratamento
que ela dá às acusações de abuso sexual feitas contra os sacerdotes tem
SEGREDOS E EscÂNDALos sido um fracasso patético, não somente uma vez, mas repetidas vezes. Na
O sórdido escândalo envolvendo crianças que sofrem abusos sexuais verdade, um padrão defmido emergiu. Por exemplo, considere o padre
por sacerdotes católicos romanos tem sido uma vergonha para a igreja. Brendan Smyth. O seu nome não' será esquecido na Irlanda por muito
As revelações de um comportamento tão corrupto chocaram os fiéis. tempo.
Quando essas revelações vieram à tona, muitos negaram. A maneira como Smyth tem o destaque de ser um dos piores -se não o pior- molestador
a sua igreja lidou com as queixas, que retrocediam a pelo menos meio sexual em série descobertos até hoje; o seu caminho iníquo se entendeu
século, desiludiu muitas pessoas. Estou consciente do que Jesus disse: por 35 anos e abrangeu dois continentes. Em I 968, foi enviado dos Esta-
"Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra" dos Unidos de volta à Irlanda, quando o seu bispo tomou conhecimento
(veja Jo 8.7). E devo deixar claro que meu objetivo aqui não é criticar de que ele molestava sexualmente rapazes e garotas. De volta à Irlanda,
desnecessariamente o catolicismo romano. Mas, ao comentar essa ques- Smyth continuou molestando jovens, até sua condenação em um tribunal
tão, desejo fornecer uma percepção sobre como isso pôde acontecer na irlandês, em junho de I 997. A conduta perversa de Smyth foi levada ao
estrutura tradicional da Igreja Católica Romana. Não pretendo ignorar conhecimento da Ordem N orbertina, da qual era membro, e também do
o fato de que há muitos sacerdotes e muitas freiras que são pessoas boas Cardeal Daly, primaz da Irlanda. Mas nada foi feito para detê-lo. Esse
e decentes, que serviram fielmente a suas comunidades; o seu caráter predador teve acesso irrestrito a crianças. Tão grande foi o nível de des-
deve ser sempre protegido. gosto causado por Smyth, que quando ele morreu, em I997, foi enterra-
Pode haver uma tendência a calar-se sobre as coisas más que aconte- do às 4hi5 da manhã, no cemitério da sua ordem, em County Cavan.
ceram na vida, dizendo: "Já é passado; esqueça". Mas essa é uma posi- Quatro policiais permaneceram à distância. As luzes do carro fúnebre
ção muito perigosa. Simon Wiesenthal morreu recentemente, aos 96 foram usadas para iluminar a área do túmulo. Concreto foi jogado sobre
anos de idade. Como muitos outros judeus na Europa, Wiesenthal pas- o seu túmulo.
sou algum tempo em um campo de concentração nazista. Os nazistas Por que um homem tão perverso teve permissão de permanecer em um
mataram 89 membros da sua família, e ele dedicou a sua vida a procurar ministério no qual tinha acesso a crianças? A Igreja Católica Romana não
os responsáveis por esses crimes. Com isso, levou mais de I.IOO crimi- sabia que abuso sexual de crianças é errado? Claro que sabia. Mas a ima-
nosos à justiça. Com seus esforços, não permitiu que o mundo se esque- gem da instituição tinha de ser protegida. Não podia haver escândalos,
cesse do mal do passado. Ele estava certo em fazer isso? Acredito que por isso, as alegações eram enterradas ou ignoradas. Seja como for, nada
sim. Nós precisamos entender e recordar como uma nação rica em cul- foi feito a respeito das queixas. Isso é desculpável?
tura pôde tornar-se responsável pelo assassinato de seis milhões de pes- Vejamos o exemplo de outra organização. Um técnico de futebol é
soas, para que 1sso não se repita. acusado de molestar sexualmente a rapazes. Ele é dispensado, mas começa
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a treinar outro time, que não fica sabendo dos seus antecedentes. Ele de Feros, em County Wexford, Irlanda. O relatório Feros (2005) revela
.. abusa de garotos neste clube e novamente é demitido. Ele treina um novo
time e reincide. É revoltante pensar que isso possa acontecer - que um
que a diocese não somente sabia das acusações, como nada fez a respei-
to. O inquérito revela que um padre atacou dez meninas no altar da
pedófilo conhecido possa passar de um clube a outro. No entanto, foi igreja onde ministrava. As meninas foram examinadas pelo Comitê de
exatamente assim que a Igreja Católica Romana lidou com os padres acu- Saúde, que então notificou o bispo Brendan Comiskey. Nenhuma pro-
sados de molestar crianças sexualmente. Quando as acusações eram feitas vidência foi tomada. O relatório também revela a falta de cooperação da
contra um padre, ele simplesmente era transferido, pelo seu bispo, para igreja durante a investigação. Também existem evidências de que o
outra paróquia, onde ficava livre para continuar com a sua maldade. As Vaticano estava ciente de algumas acusações contra sacerdotes, mas dei-
pessoas boas da paróquia não sabiam que um molestador sexual tinha xou de punir os acusados. O conhecido pedófilo, padre Sean Fortune,
sido enviado para o seu meio e que, portanto, tinham de. proteger seus que era de Feros, foi um violento estuprador e um criminoso contumaz.
filhos. Nenhum aviso era dado pelo bispo aos fiéis. E assim, o "padre" Apesar das reclamações feitas ao bispo Comiskey, Fortune nunca foi
cativava os pais confiantes, que se sentiam lisonjeados com o fato de que transferido. Em março de I 999: Fortune foi encontrado morto, por
o "padre" os visitasse tão freqüentemente e mostrasse um interesse tão overdose de drogas e álcool.
especial por seus fiL~os. Quando o horror era revelado, o "padre", amigo Colm O'Gorman foi molestado por um padre em Feros. Agora ele é
e confidente da farnüia, se apresentava diante do bispo e era transferido diretor de One in Four, uma entidade que oferece apoio e recursos às
para uma nova paróquia, onde se repetiria o ciclo maligno: -- pessoas vítimas de abuso sexual. A respeito do relatório Feros, ele diz o
Infelizmente, isso não é ficção, mas um fato comprovado. Aconteceu seguinte:
diversas vezes, não com um ou dois padres, mas com centenas deles. Quem,
então, é responsável por proteger da lei esses pedófrlos e dar-lhes um O relatório Feros, sem nenhuma dúvida, demonstra que as
abrigo seguro? Os bispos católicos romanos, aqueles que se dizem suces- alegações de que a igreja desconhecia a natureza do abuso sexual
sores dos apóstolos. Você consegue acreditar nisso? A mente fica comple- contra crianças, até que foi alertada pelos meios de comunicação,
tamente chocada com um comportamento tão ultrajante. nos anos I 990, são completamente falsas.
O que ofende profundamente os católicos é o sentimento de terem Ele detalha como, em I 962, o Vaticano distribuiu um do-
sido traídos por aqueles que têm posições privilegiadas. Um padre cumento intitulado Crimen Solícitanís a todos os bispos do mun- ,;
tem uma posição de poder na comunidade. Ele é uma figura de auto- do. As instruções do Vaticano de que esse documento fosse
ridade. Durante os anos I950 e 1960, ria Irlanda, o clero tinha um mantido em arquivos secretos e. não fosse publicado, nem co- .:
poder extraordinário. O que um padre dissesse era definitivo. Nin- mentado publicamente, lembram um romance escrito por Dan
guém ousava contradizê-lo. Acusá-lo de abuso sexual era algo Brown.
inimaginável. E os pedófilos sabiam disso. Isso lhes dava um espaço Crímen Solícitanis instrui que os funcionários da igreja, e até
ilimitado para molestar crianças, e eles o faziam, com entusiasmo, mesmo testemunhas e queixosos devem fazer um juramento
sabendo que as acusações não teriam crédito. Eles também sabiam de segredo com relação a qualquer abuso sexual descoberto. A
que os seus bispos não os denunciariam. punição pelo rompimento de tal segredo era a excomunhão
Infelizmente, acusações contra sacerdotes surgem de todas as partes automática.
do mundo. E o mesmo padrão emergiu em cada caso: Ignorar e acusa- Embora muitos comentaristas tenham sugerido que este do-
ção e transferir o padre. Isso é confirmado por uma investigação orde- cumento trata somente do crime eclesiástico de assédio - sacer-
nada pelo governo irlandês sobre acusações de abuso sexual na Diocese dotes procurando o sexo no confessionário - o relatório Feros e
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Igreja Católica Hoje
o juiz Murphy deixam claro que ele também está explicitamente extraordinário. De modo que quando se soube que era o pai de um rapaz,
relacionado aos casos de abuso sexual. todos ficaram chocados. Casey imediatamente deixou a Irlanda, foi para
Esse documento pode-'explicar o abjeto fracasso de cardeais, Roma e deixou o seu cargo. Algum tempo depois, Annie Murphy, a mãe
bispos e sacerdotes em romper o silêncio e denunciar esses crimes do jovem, foi convidada para falar no programa The Late, Late Show. Uma
às autoridades civis e do Estado. A ameaça de excomunhão era, senhora da platéia, que tinha trabalhado para Casey, negava repetidas ve-
na verdade, uma sentença de morte aos homens que viam suas zes que Casey fosse o pai do jovem. Penso que a sua reação foi surpreen-
vidas somente no contexto de suas vocações sacerdotais. Tratava- dente, porque nessa época: I) o bispo Casey tinha dito que acreditava ser
se de uma ferramenta incrivelmente eficiente para impedir a des- 0 pai; 2) Casey disse ao papa João Paulo II que era o pai, e o papa acredi-
coberta do abuso sexual amplamente espalhado pelas dioceses tou e permitiu que ele deixasse o seu cargo; 3) Annie Murphy disse que
católicas romanas em todo o mundo. Casey era o pai; 4) e o rapaz era parecido com Casey. Por que, então, essa
O relatório Ferns afirma que "não encontrou evidências deste mulher não acredita, quando a evidência é tão convincente? Simplesmente
documento nos arquivos examinados na Diocese de Ferns". Uma porque não deseja acreditar que urh sacerdote tenha quebrado seus votos,
vez que os bispos têm a obrigação, talvez ainda sob ameaça de e nada irá convencê-la disso. Há alguns católicos que, por mais convin-
excomunhão, de não divulgar ou publicar nada sobre o documen- cente que sejam as evidências, nunca acreditarão no nível de corrupção
to, não é de admirar que a diocese tenha sido incapaz de confir- que existe em sua igreja.
mar a sua existência. Annie Murphy declarou que Casey tinha tentado persuadi-la a entre-
Parece improvável que a Diocese de Ferns, entre todas as gar a criança para adoção, mas ela se recusou a fazê-lo. Era óbvio que
dioceses católicas romanas no mundo, tenha sido excluída da lis- Casey estava tentando proteger a si mesmo e à imagem da igreja. A única
ta de correio para um documento tão delicado e confidencial ... 2 razão por que a história veio à luz foi Casey ter deixado de sustentar seu
filho, e a imprensa foi avisada. O mesmo padrão é evidente em casos de
O que é ainda mais chocante ... o arcebispo Alibrandi, e seus abuso sexual: a imagem da igreja protegida por meio de uma rede de
sucessores no cargo de Núncio Papal, sabiam da dimensão dos segredos e mentiras. Foi isso que Jesus veio edificar? A sugestão é absurda.
abusos, mas impuseram que líderes da igreja irlandesa, como o A minha simpatia se estende às vítimas e suas famílias, que tiveram
bispo Comiskey, os enfrentassem sob o código de lei canônica- que passar por esse pesadelo, e tentar entender como uma igreja pôde
a lei da igreja - em vez de entregar os clérigos errantes à polícia permitir que pedófilos declarados tivessem acesso livre e aberto a suas
irlandesa. Além disso, Alibrandi e seus sucessores invocaram imu- adoráveis crianças. Como a sua igreja tinha possibilitado proteção para
nidade diplomática como representantes da Santa Sé, para evitar molestadores sexuais? Por que o povo não era avisado de que o novo
testemunhar em processos judiciais movidos por vítimas. 3 padre que tinha vindo à sua paróquia havia molestado crianças em uma
paróquia anterior? Muitas vidas foram arruinadas, e cicatrizes emocio-
Ainda hoje existem aqueles que negam que o Holocausto tenha existi- nais serão carregadas pelo resto da vida dessas vítimas. Alguns nunca se
do, mesmo que uma montanha de evidências os confronte. Eles simples- recuperarão, e outros tirarão sua própria vida. E a única razão de algu-
mente não desejam acreditar. A mesma coisa acontece com alguns católi- mas vítimas finalmente terem seu dia na justiça é porque tiveram a cora-
cos; eles simplesmente não desejam acreditar que a sua igreja tenha sido gem denunciar e assim deter a igreja. Não foi a igreja que ocasionou
tão corrupta. Vi essa relutância em acreditar nas evidências quando chega- essa purificação do mal: foram as vítimas. E se as vítimas não o tivessem
ram notícias de que o bispo Eamon Casey era o pai de um rapaz de I 7 feito, os bispos teriam continuado abrigando-se em Crímen Solícítanís e
anos. Casey era um bispo muito popular na Irlanda, que tinha um caráter isentando-se de qualquer responsabilidade pessoal. As vítimas devem se
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.I Respostas às Perguntas que os Católicos Cosrumam Fazer
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deve pôr vinho novo em odres velhos (Lc 5.37,38). O vinho novo, à
medida que o tempo passa, fermenta e rompe os odres. velhos que se
tornaram ressequidos com a idade. A Igreja Católica Romana é como um
odre que não pode conter o vinho novo da graça e da verdade. É um odre
velho que mostrou ser corrupto, por esconder o mal dos sacerdotes
pedófilos enquanto, ao mesmo tempo, lhes fornecia oportunidades repe-
tidas para molestar os inocentes, e justificava a sua inércia pelo seu jura-
mento de silêncio. Ela ficou rica, poderosa e, no processo, corrupta. Essa
Como surgiu a Bíblia? A Igreja Católica Romana sustenta que foi ela
não é a igreja que Jesus veio edificar, e como diz o salmista, "Se o Senhor
quem nos deu a Bíblia e determinou a quantidade de livros que deveriam
não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam" (SI 127.I). A
compor o cânone das Escrituras- em particular, o Novo Testamento. O
igreja de Jesus é o seu povo, a quem Ele redimiu. Esse povo é transforma-
argumento é o seguinte: A igreja existia antes que tivesse sido escrita uma
do à imagem do Senhor pelo Espírito que nele habita. A santidade é a sua
só palavra do Novo Testamento. Depois que ele foi escrito, a igreja deter-
marca. A Igreja do Senhor é um corpo universal de crentes em congrega-
minou o cânone. Portanto, a igreja é a voz de autoridade, que deve ser
ções locais, comunidades de fé, orientadas por pastores devotos que apas-
obedecida, pois sem a igreja não teríamos a Bíblia.
centam o rebanho com a Palavra viva de Deus. Essa é a nova criação que
Jesus veio trazer à existência. A REIVINDICAÇÃO CATÓLICA
O desafio aos católicos que estão lendo este livro é estudar o livro de
P. I 7 - Quem pode determinar quais livros constituem a
Atos e ver como a Igreja Primitiva "era igreja". Observar a simplicidade,
Bíblia? Da I?esma maneira como a Igreja infalível de Cristo
e, apesar disso, a eficiência de sua organização. Ver o seu zelo evangelístico,
pode nos garantir que a Bíblia tem inspiração divina, tam-
seus cuidados com os pobres e seu comprometimento com a oração. Ver o
bém somente a Igreja possui a autoridade para indicar quais
seu ministério envolvendo cada membro. Tão grande foi o impacto da
livros estão incluídos nela. 1
igreja no mundo pagão que quando Paulo e seus colaboradores chegaram
à Tessalônica o povo disse: "Estes que têm alvoroçado o mundo chegaram
A Igreja surgiu antes do Novo Testamento e, como re-
também aqui" ( At I 7.6). Hoje, o nosso mundo pecador precisa ser "alvo-
sultado disso, afirma ser o árbitro final em questões de
roçado" por um retorno à mensagem salvadora da Palavra viva de Deus.
interpretação. Foi a Igreja que agrupou os livros e as car-
tas que constituem o Novo Testamento. Ela decidiu o que
deveria ser incluído e o que seria deixado de fora. Assim,
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I
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A FormaJâO da Bíblia
como autora dessa coletânea, a Igreja está em melhor po- resposta, Cristo lhes disse: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem
sição que o leitor para dizer o que uma passagem particu- 0 poder de Deus" (Mt 22.29). Os saduceus poderiam ter solucionado o
lar significa. 2 seu erro examinando as Escrituras, que eram uma fonte de autoridade
Esse argumento parece bom e razoável, mas será correto? É a Bíblia um reconhecida.
produto da Igreja Católica Romana? Ou veio a existir de alguma outra Além disso, Jesus conseguiu fazer uma distinção clara entre o que as
maneira? Poderíamos ser perdoados se considerássemos a pergunta como Escrituras ensinam e o que a tradição religiosa ensina:
sendo irrelevante; o importante é que temos a Bíblia. Mas não é tão sim-
ples assim. A reivindicação católica romana é que, pela sua autoridade, Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tra-
temos a Bíblia, e, portanto, somente ela é a intérprete oficial das Escritu- dição dos homens, como o lavar dos jarros e dos copos, e
ras. Ela diz que se quisermos conhecer o verdadeiro significado das Escri- fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E dizia-lhes:
turas, devemos ouvir à igreja que nos deu a Bíblia. Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa
A evidência apóia a reivindicação católica, ou nos aponta uma direção tradição. Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe e:
diferente? Daremos o nosso primeiro passo para responder a essa pergun- Quem maldisser ou o pai ou a mãe deve ser punido· com a
ta olhando como o Antigo Testamento surgiu e os critérios que determi- morte. Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à
naram o seu cânone. mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã, isto é,
oferta ao Senhor, nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou
o CÃNONE DO ANTIGO TESTAMENTO por sua mãe, invalidando, assim, a palavra de Deus pela vossa
Jesus confirmou as Escrituras do Antigo Testamento como sendo a autên- tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis seme-
tica Palavra de Deus. Depois de sua ressurreição, encontrou-se com dois dis- lhantes a estas (Me 7.8-13).
cípulos e disse-lhes tudo o que havia escrito acerca dEle nas Escrituras: "Co-
meçando por Moisés e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se O Mestre olhava o comportamento hipócrita dos fariseus e via que
achava em todas as Escrituras" (Lc 24.27). Que conclusão tiramos das pala- estava enraizado nas tradições dos homens. Como podia Jesus dizer que
vras de Jesus? Uma vez que o Senhor tinha vindo cumprir tudo o que havia eles tinham abandonado os mandamentos de Deus, revelados na Bíblia, a
escrito acerca dEle nas Escrituras, devia haver existido um cânone reconhecido menos que já existisse um corpo reconhecido de Escrituras?
das Escrituras. Podemos ver que esse é o caso, pelas referências freqüentes do Por fim, depois de urna recepção muito rude na cidade de Tessalônica, Paulo
Senhor às Escrituras. Por exemplo, no discurso sobre a sua divindade - que chegou a Beréia, onde foi agradavelmente surpreendido pela atitude das pessoas.
Ele é o Filho de Deus, igual ao Pai- o Senhor disse: "A Escritura não pode ser "Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a
anulada" Qo I 0.35). A que Ele se referia? Ao corpo das Escrituras que conhe- palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as
cemos como o Antigo Testamento. Ao censurar os judeus pela sua recusa em coisas eram, de fato, assim" (At I7.II, ARA). Paulo não teve que corrigi-los,
aceitá-lo, Jesus afirmou: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas dizendo que estavam procurando na fonte errada a confirmação da sua mensa-
a vida eterna, e são elas que de mim testificam" Qo 5.39). Observe que Jesus gem. Não. Eles estavam procurando no lugar certo- os 39livros que compõem
não disse que eles estavam procurando no lugar errado - em textos que não o Antigo Testamento. Há muito tempo esses livros tinham sido reconhecidos
constituíam as Escrituras -, pois, de fato estavam procurando no lugar certo, como a Palavra de Deus e, conseqüentemente, canonizados. O povo de Deus, no
no livro de trabalho reconhecido, que era considerado a Palavra de Deus. Antigo Testamento, conseguiu, sob a orientação divina, compilar os livros que
Em outra ocasião, os saduceus, um grupo de líderes religiosos judeus, conhecemos como o Antigo Testamento, que Jesus confirmou. Isso aconteceu
veio propor ao Senhor Jesus uma pergunta sobre a ressurreição. Em muito tempo antes do surgimento da Igreja Católica Romana.
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É interessante notar como surgiram os livros que compõem o Antigo profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras"
Testamento. O critério principal para determinar se um livro deveria ser (Lc 24.27). Pedro disse que as profecias do Antigo Testamento cum-
incluído no cânone dizia respeito ao seu autor. A autoria profética era pridas em Jesus fornecem amplas evidências de que Ele é o Filho de
essencial. Se o autor fosse conhecido como sendo um profeta do Senhor, Deus, e que as Escrituras fornecem toda a certeza e orientação de que
suas obras eram preservadas. Isso, obviamente, foi feito sob a orientação precisamos (2 Pe I.I2-2I). Pedro estava dizendo que não precisamos
do próprio Deus. Moisés era um desses profetas, usado pelo Senhor de nos afastar daquilo que as Escrituras dizem.
uma maneira poderosa. Para garantir que tivéssemos um registro perma- O que foi que dissemos até àgora? O Antigo Testamento era aceito
nente da revelação de Deus, Moisés escreveu tudo o que o Senhor lhe pelo povo de Deus porque era escrito pelos profetas de Deus. Os escritos
disse. Além disso, ele guardou seus escritos em um lugar de honra - ao dos profetas eram preservados graças à sua origem divma. Embora o povo
lado da arca do concerto, onde Deus estava especialmente presente entre de Deus juntasse esses escritos sagrados, isso nunca lhes deu uma posição
o seu povo (Dt 3 1.24-26). de autoridade acima (nem mesmo igual) à das Escrituras. Na época em
Josué sucedeu a Moisés como líder de Israel e foi um homem "cheio que Jesus viveu, o cânone (a coletânea reconhecida de livros) do Antigo
do espírito de sabedoria, porquanto Moisés tinha posto sobre ele as Testamento tinha sido defmido e recebido o aval do próptio Cristo. Estas
suas mãos" (Dt 34.9). No fim de sua vida, Josué acrescentou outro elo eram as Escrituras às quais recorria Jesus durante o seu ministério, afir-
à corrente- Deus o orientou, e ele "[ ... ] escreveu estas palavras no livro mando que a mensagem central do Antigo Testamento falava de sua vinda
da Lei de Deus" (Js 24.26). O Antigo Testamento começava a tomar para nos salvar dos nossos pecados e nos levar de volta ao Pai.
forma. Samuel está entre os profetas notáveis da história de Israel, e
também contribuiu para o corpo do trabalho que se tornaria o Antigo Jesus ensinava, definitivamente, que Deus originou o An-
Testamento: "E declarou Samuel ao povo o direito do reino, e escreveu- tigo Testamento em hebraico. Ele citou, como autênticos,
o num livro, e pô-lo perante o Senhor" (I Sm I0.25). Observe o lugar ou com autoridade, a maioria dos vinte e dois livros do
de honra especial dado às Escrituras: "perante o Senhor". Além disso, cânone hebreu. O Mestre considerou cada seção, "Lei e
"os atos, pois, do rei Davi, assim os primeiros como os últimos, eis que Profetas" e "Lei, Profetas e Salmos" (Lc 24.27,44) como
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estão escritos nas crônicas de Samuel" (I Cr 29.29). O profeta Natã sendo profética sobre Ele. O Senhor Jesus mostrava que a
também fez a sua contribuição à formação do Antigo Testamento: "Os inspiração se entendia desde o Gênesis e passava pelas Crô-
demais atos, pois, de Salomão, tanto os primeiros como os últimos, nicas (Mt 23.35; o que equivale a dizer "de Gênesis a
porventura, não estão escritos no livro da história de Natã, o profeta Malaquias"). Ele afirmou que o Antigo Testamento como
[ ... ]?" (2 Cr 9.29) Quando Israel se deparou com setenta anos de servi- um todo era Escritura que não pode ser· anulada Qo I 0.35);
dão na Babilônia, Daniel foi capaz de consultar os textos do profeta que nunca pereceria (Mt 5.18); e que se cumpriria (Lc
Jeremias e ver que Deus tinha predito esse cativeiro. Daniel entendeu 24.44). Ele confirmou pessoalmente pessoas e eventos, desde '
"pelos livros que o número de anos , de que falou o Senhor ao profeta o Éden (Mt 19.5) até Jonas na "baleia" (Mt 12.40), inclu-
Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de indo Daniel, o profeta (Mt 24.15), Noé e o Dilúvio (Lc
setenta anos" (Dn 9.2; veja Jr 29.10). 17.27) e a destruição de Sodoma (Lc 17.29). Jesus não
Os profetas escreveram sobre uma ampla variedade de eventos na somente defmiu os limites do cânone, isto é, os vinte e dois
história do povo escolhido de Deus, mas havia um tema central em livros do Antigo Testamento hebreu, como também estabe- 'I
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seus textos: a vinda do Messias. Jesus freqüentemente afirmava ser a leceu o princípio de canonicidade, especificamente, o cânone I i
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figura central das Escrituras: "Começando por Moisés e por todos os consiste daquilo que é a "palavra de Deus". Isso é
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A FormafãO da Bíblia
A evidência mostra que o ·cânone das Escrituras, os 66 livros que ser adequadas para satisfazer a todas as nossas necessidades. Dizem
compõem a Bíblia, foram definidos pelo fato de que são inspirados isso baseando-se nas palavras do apóstolo João: "Há, porém, ainda
por Deus. A reivindicação feita pela Igreja Católica Romana de que muitas outras coisas que Jesus fez; e, se cada uma das quais fosse
ela nos deu a Bíblia, não pode ser apoiada. Deus nos deu a Bíblia. escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros
Louis Gaussen nos dá um resumo magnífico sobre esse assunto quan- que se escrevessem" (Jo 21.25). Leia essas palavras novamente, e veja
do diz: se você acha que a intenção de João era afirmar que a Palavra escrita
de Deus, as Escrituras inspiradas, nunca pretenderam ser a única
Neste assunto, então, a Igreja é uma s~rva, e não uma se-
.. nhora; uma depà.iitária, e não um juiz. Ela exerce o papel de
um ministro, e não de um magistrado... Ela dá um testemu-
o
fonte de autoridade das nossas crenças e práticas. O apóstolo do
amor realmente disse isso? João nunca sequer. teve tal pensamento .
Na verdade, ele diz exatamente o oposto. No capítulo anterior do
nho, e não uma sentença judicial. Ela discerne o cânone das seu Evangelho, João confirma que aquilo que ele nos diz sobre Jesus
Escrituras, mas não o cria; ela reconheceu a autoridade das é suficiente para nos garantir a vida eterna. Quando você temq vida
Escrituras, mas não a concedeu ... A autoridade das Escritu- eterna, não lhe falta nada. E João nos diz como ter ·a vida eterna, a .
ras não está, então, na autoridade da Igreja: é a Igreja que se partir das Escrituras: "Jesus, pois, operou também, em presença de
baseia na autoridade das Escrituras. 5 seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste
livro. Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o
Era inevitável que os textos dos apóstolos fossem preservados, uma Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu
vez que continham o cumprimento de tudo o que os profetas tinham nome" (Jo 20.30,3 I). João, de modo confiante, afirma que a Palavra
predito a respeito de Jesus. Em suas epístolas, Pedro deu uma indicação escrita de Deus é suficiente para satisfazer nossas necessidades. Tudo
generosa de que este processo estava acontecendo, ainda quando ele era o que necessitamos saber sobre como viver e como morrer no Se-
vivo e viu seus textos ficarem permanentemente disponíveis: "Eu pro- nhor está contido nas Escrituras.
curarei, em toda a ocasião, que depois da minha morte tenhais lembran- Deixe-me dizer isso mais uma vez: As Escrituras do Antigo Testamen-
ça destas coisas" (2 Pe I. I 5). A leitura pública dos textos dos apóstolos to que Jesus veio cumprir foram canonizadas séculos antes que a Igreja
juntamente com os do Antigo Testamento indica, além disto, que Deus Católica Romana surgisse. E o procedimento que Deus usou para reunir
estava reunindo (e a igreja aceitando) as Escrituras do Novo Testamen- esses livros foi o mesmo procedimento usado para formar o cânone do
to como a Palavra de Deus. No final do século I, toda a vontade de Novo Testamento. Eu realmente gosto da maneira como F. F. Bruce expli-
Deus tinha sido revelada e registrada nas Escrituras. Podemos descartar ca o assunto:
a noção de que a Igreja Primitiva não conheceu toda a extensão do
cânone do Novo Testamento até o fim do século IY, e que durante esse É particularmente importante observar que o cânone
tempo o povo esperava que a igreja fizesse um pronunciamento oficial. do Novo Testamento não foi demarcado pelo decreto ar-
Essa linha de raciocínio dá à igreja católica urna autoridade que é reser- bitrário de nenhum concílio da igreja. Quando um Con-
vada exclusivamente às Escrituras. cílio da Igreja, o Sínodo de Cartago, em 397 d.C., final-
mente relacionou os vinte e sete livros do Novo Testa-
As EscRITURAS SÃo SuFICIENTES mento, não lhes conferiu nenhuma autoridade que eles já
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l~ Para justificar sua posição, a Igreja Católica Romana freqüente- não possuíssem, mas simplesmente registrou a sua
mente apresenta o argumento de que as Escrituras nunca afirmaram canonicidade previamente estabelecida. 6
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-----r Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Forma;ão da Bíblia
Deus nos deu as Escrituras como nossa autoridade final e única em todas
li as questões de fé e moral. A igreja está sujeita à autoridade das Escrituras.
j Um excelente resumo daquilo que foi dito é fornecido por Geisler e Nix:
11 Não foi a Igreja Católica Romana que decidiu quais livros for-
mam o cânone das Escrituras?
1. A distinção mais importante que deve ser feita, a essa alrura, é Não, isso não é verdade. A Igreja Católica Romana afirma que
entre a determinação e a descoberta da canonicidade. Deus é o determinou quais livros deviam ser incluídos no cânone das Es-
único responsável pela primeira, e o homem é meramente respon- . crituras pelo Magisterium. Há um fato histórico: o cânone foi de-
sável pela segunda. O fato de que um livro seja canônico se deve à terminado muito tempo antes de qualquer pronunciamento ofi-
inspiração divina. Como se sabe que isso é verdade - este é o pro- cial pela igreja ou por qualquer Concílio;
cesso do reconhecimento humano. Como os homens descobriram
o que Deus tinha determinado - foi procurando os "sinais de ins-
piração", que são a natureza (I) autorizada, (2) profética, (3) au-
ID Como foi formado o cânone do Antigo Testamento?
Muito tempo antes que surgisse a Igreja Católica Romana, o cânone
têntica, ( 4) dinâmica e ( 5) aceita dos livros. Isto é, investigava-se se do Antigo Testamento tinha sido determinado. O próprio Jesus
o livro, (I) trazia em si a autoridade de Deus, (2) tinha sido escrito endossou esse cânone, afirmando que Ele tinha vindo cumprir
por um homem de Deus, (3) dizia a verdade a respeito de Deus, do tudo o que a lei e os profetas haviam dito (Lc 24.25-27). Ele
homem, etc., ( 4) trazia em si o poder de Deus e ( 5) era aceito pelo ensinava freqüentemente com base nesse corpo reconhecido de
povo de Deus. Se um livro claramente tivesse o primeiro sinal, pres- Escrituras, e referia-se a elas como a Palavra de Deus. Por toda a
supunha-se que tivesse os demais. Os três primeiros eram usados história de Israel, os escritos de Moisés, Samuel e outros tiveram
de modo explícito na maioria dos livros, ao passo que os dois últi- um lugar de honra "perante o Senhor" (Dt 31.24-26; I Sm I0.25).
mos normalmente só eram aplicados de forma implícita. Foi com Aqueles que eram conhecidos como sendo profetas de Deus, cuja
este procedimento que os primeiros Pais (ou Patriarcas) ordena- vida e cujo ministério testificavam a sua vocação, tiveram seus
ram a profusão da literatura religiosa, selecionaram e deram um escritos incluídos nesse cânone.
reconhecimento oficial aos livros que, em virtude da sua inspiração
divina, tinham sido determinados, por Deus, como canônicos. 7
11 Como foi formado o cânone do Novo Testamento?
A Igreja Católica Romana afirma que foi pela sua autoridade
que foram canonizados os livros que compõem o Novo Tes-
tamento. Na verdade, o cânone do Novo Testamento come-
çou a emergir enquanto os apóstolos estavam vivos. A auto-
ria profética e apostólica era uma consideração básica na de-
terminação do cânone. Dentro da igreja, esses escritos ti-
nham o mesmo status que as Escrituras do Antigo Testamen-
to. A igreja prontamente aceitou como canônicos os escritos
de Paulo, Pedro, Tiago, João, etc. A formação do cânone foi
uma tarefa relativamente fácil por causa do curto período de
tempo decorrido entre a escrita do primeiro e do último tex-
to do Novo Testamento. Todos os livros do Novo Testamen-
38 39
- .............
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
duas fontes diferentes, seguramente haverá conflitos e contradições. E perfeito oferecido no Calvário a reconciliação com Deus se torna possí-
realmente há. vel. Ele vê o tema de um perdão completo em muitas das epístolas. Vê a
A posição católica romana quanto à autoridade afirma que a igreja garantia do perdão. Tudo o que está lendo entra em conflito com o
deve ter um líder infalível para guiá-la na interpretação correta das Escri- ensinamento da igreja romana sobre o purgatório, que afirma que ele
turas e, dessa maneira, conservá-la no caminho correto. Sem a infalibili- deve sofrer pelos seus pecados nesse lugar antes de poder entrar no céu.
dade, argumentam, a igreja está sem leme em um mar agitado. Existe a Com base no que leu na Bíblia, fica claro que quando a pessoa é perdo-
percepção de que há perigo em permitir que a Bíblia seja interpretada por ada, é realmente perdoada. Agora, o que ele deve fazer? Se for conversar
aqueles que não pertencem ao Magisterium, pois isso poderia abrir as com- sobre o assunto com o padre da sua paróquia, que está bem informado
portas a todo erro e heresia possíveis. sobre os ensinamentos da Igreja Católica e que aceita firmemente esses
A posição oficial é declarada da seguinte maneira: ensinamentos, ele ouvirá que deve aceitar os dogmas oficiais da igreja
sobre o assunto. Embora ele tenha organizado evidências impressionan-
A tarefa de interpretar a Palavra de Deus de maneira au- tes das Escrituras que defendam seu argumento, deve aceitar a interpre-
têntica foi confiada exclusivamente ao Magisterium da Igreja, tação oficial da igreja, independentemente de quão convincentes sejam
isto é, o papa e os bispos em comunhão com ele. [100] seus argumentos, com base nas Escrituras. Para o catolicismo, é óbvio
que ele chegou a uma interpretação incorreta das Escrituras, que deve
Aos sucessores dos apóstolos, a sagrada tradição trans- ser rejeitada a favor da posição da igreja. Você percebe o dilema? Por um
mite, em sua total pureza, a Palavra de Deus, que foi con- lado, nosso amigo compreende que as Escrituras dizem claramente que
fiada aos apóstolos por Cristo, o Senhor, e o Espírito San- a morte de Jesus nos purifica de todos os nossos pecados; portanto, não
to ... Conseqüentemente, não é apenas das Sagradas Escri- existe condenação à nossa espera quando morrermos. Mas a posição da
turas que a Igreja obtém a sua certeza sobre tudo o que igreja diz que existe condenação, pela qual passaremos no purgatório. O
foi revelado. Portanto, tanto a sagrada tradição quanto as que deve fazer o nosso amigo católico?
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Palavra VIva
Gosto da observação de James McCarthy sobre este tipo de dilema: Observe como nesta e.xplicação a prática da igreja é usada para confir-
mar a interpretação das Escrituras. A mesma abordagem foi usada pelo
Qual é o resultado de entregar a autoridade do ensino a um grupo Concílio Vaticano II no seu endosso à continuidade do uso de estátuas:
de homens e receber as suas interpretações como autênticas e até
mesmo infalíveis? A resposta pode ser encontrada, observando-se Desde os primeiros dias da igreja, houve a tradição segundo a
como a Igreja trata as Escrituras que apresentam um desafio às cren- qual imagens do nosso Senhor, da sua santa mãe e dos santos são
ças ou práticas estabelecidas pela Igreja Católica Romana. Conside- dispostas em igrejas para a veneração dos fiéis. Concílio Vaticano ll.
remos, por exemplo, este trecho dos Dez Mandamentos:
A interpretação católica romana de Êxodo 20.4,5 é produto da
Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança aplicação da regra suprema do catolicismo romano à interpretação
do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas da Bíblia: O significado autêntico de qualquer versículo das Escritu-
debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás... (Êx 20.4,5). ras é aquilo que o Magiste1;ium" da igreja sempre disse que ele significa.
[II9] Ou, em outras palavras: Aquilo que a igreja pratica e aquilo
Esse mandamento proíbe a confecção de imagens para uso religi- em que ela crê determinam o que as Escrituras ensinam ou signifi-
oso. E também proíbe a adoração de tais objetos. O significado bási- cam... Essa abordagem do estudo das Escrituras é fútil. Ela somente
co da palavra hebraica traduzida como "adorar" (Êx 20.5) é curvar- pode resultar na igreja sancionando a si mesma. A correção é impos-
se. Por causa desse mandamento, tanto os judeus quanto muitos cris- sível, porque a norma da verdade não é o verdadeiro significado das
tãos não católicos romanos evitam o uso de objetos sagrados tais Escrituras, como se verifica em comparação com outras Escrituras. 2
como estátuas na prática de sua fé.
A Igreja Católica Romana tem a sua própria interpretação dos Creio que McCarthy fez uma colocação muito válida que merece conside- ..
mai1damentos de Êxodo 20.4,5 [2129-2132]. ração. A Igreja Católica Romana basicamente está dizendo: "Isso é o que
sempre praticamos; portanto, as Escrituras devem significar o que nós pratica-
Eles não proíbem imagens de Cristo e dos santos. Mas fa- mos - mesmo que os textos das Escrituras afirmem o oposto. Palavras que
zer e honrar as imagens de Cristo, nosso Senhor, e da sua dizem claramente 'não farás ... imagem de escultura, nem semelhança alguma
santa e virgem mãe, e dos santos, todos os quais revestidos de do que há em cima no céu, nem embai-xo na terra, nem..: te encurvarás a elas',
natureza humana e aparecendo sob forma humana, não so- já não mais querem dizer o que dizem". Com a aprovação da igreja os católi-
mente não está proibido pelo mandamento, mas sempre foi cos podem fazer qualquer semelhança que desejarem, de coisas do céu ou da
considerado uma prática santa e uma indicação segura de gra- terra. Deus diz 'não. façam isso'; a Igreja Católica Romana diz que não é isso o
tidão. Essa posição é confirmada pelos monumentos da era que Ele queria dizer. De modo que o significado claro e óbvio da Palavra de
apostólica, os concílios gerais da igreja e os escritos de tantas Deus já não mais é claro e óbvio. Por quê? Por causa da tradição.
pessoas, entre os Patriarcas, igualmente eminentes em santi- Da mesma maneira, o católico romano mencionado anteriormente,
dade e conhecimento, todos de comum acordo quanto a este que descobriu que a Bíblia ensina que a morte de Jesus pagou plena-
assunto. O Catequismo Romano. mente a punição pelos nossos pecados, agora deve desconsiderar isso e
crer na tradição da igreja católica, que ensina que ainda há a necessidade
da purificação no purgatório. De modo que a declaração de que o Cor-
deiro de Deus "tira o pecado do mundo" já não quer dizer o que diz.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Palavra Jllva
Por quê? Porque a Igreja Católica Romana tem uma doutrina estabelecida expô-las como falsidades que eram. Um dos métodos que Ele usou
que precisa ser defendida. Dessa maneira, o ensinamento da igreja tem para fazer isso foi realizar milagres no sábado. Para entender melhor
preferência sobre as Escrituras.
0 significado disso, examinemos o que as Escrituras dizem sobre o
sábado.
Ü PROBLEMA DA TRADIÇÃO O sábado foi dado aos judeus para comemorar a sua libertação do
A Igreja Católica Romana une as Escrituras e a tradição para defender Egito (Dt 5.I5). Eles f?ram incumbidos de observar esse dia santo, abs-
suas crenças e práticas e, outra vez, fala claramente sobre a sua posição: tendo-se do trabalho (Ex 20.8- I I). Durante séculos, as autoridades de
ensino tinham elaborado uma longa lista do que era ou não permitido,
Conseqüentemente, existe urna Íntima conexão e comuni- considerando a observância do sábado. Essas regras eram consideradas
cação entre a sagrada tradição e as Sagradas Escrituras ... A como expressão da vontade de Deus e colocadas em vigor pelas autorida-
sagrada tradição e as Sagradas Escrituras formam um sagra- des religiosas. Essas tradições foram elevadas ao mesmo patamar que as
do depósito da Palavra de Deus, que é confiado à Igreja... O Escrituras. De modo que quando Jesus realizou milagres no sábado foi
teste de interpretar de maneira autêntica a palavra de Deus, denunciado como um pecador, alguém que violava a lei de Deus, porque
seja escrita seja transmitida, foi confiado exclusivamente à os seus milagres eram considerados um trabalho e não era permitido tra-
função de ensino da Igreja. Fica claro, portanto, que a sagra- balhar aos sábados. Mas Jesus realmente infringiu a lei de Deus ou v{olou
da tradição e as Sagradas Escrituras, e a autoridade de ensino a interpretação da lei elaborada pelos líderes judeus, que constituía a sua
da Igreja, em conformidade com o mais sábio desígnio de tradição? O que Ele infringiu foi uma tradição produzida pelo homem,
Deus, estão conectadas e unidas de tal formaque uma não que resultou em uma religião legalista e infeliz. As tradições, disse Jesus,
pode existir sem as outras, e que todas juntas, e cada urna à "[carregamJ os homens com cargas difíceis de transportar" (Lc I 1.46).
sua própria maneira, sob a ação do único Espírito Santo, Quando Jesus, em um sábado, restaurou a perfeita saúde de um ho-
contribuem eficazmente para a salvação das alrnas. 3 mem, foi criticado e acusado de trabalhar em dia sagrado e, portanto, era
um transgressor. As tradições judaicas, que os líderes religiosos conside-
P. 29 -A Igreja Católica Romana deriva todas as suas ravam no mesmo patamar que a lei de Deus, tinham sido infringidas.
doutrinas unicamente da Bíblia? Mas Jesus não somente defendeu a sua ação através de seus milagres,
Não. Embora a maioria dos ensinamentos da igreja este- mas mostrou aos seus acusadores por que eles eram incapazes de enxergar
jam contidos na Bíblia, alguns não estão. 4 quem Ele era: Deus, o Filho, aquEle de quem falaram todos os profetas.
Eles eram os teólogos da época, os professores instruídos que tinham
Combinar a tradição com a auto-suficiência das Escrituras é uma prá- estudado as Escrituras antigas. Eles deveriam ser os primeiros a reconhecê-
tica perigosa e que repetidas vezes foi condenada por Jesus, durante todo lo, mas o apego às suas tradições tinha fixado suas mentes em concreto,
o seu ministério. A prática da Igreja Católica Romana é similar àquela dos não deixando espaço para a possibilidade de novo esclarecimento.
mestres religiosos judeus da época de Jesus que também davam grande "Examinais as Escrituras", disse-lhes Jesus, "são elas que de mim testificam"
importância à tradição. Qo 5.39).
O grande prejuízo da tradição é o fato de que ela impede as pes- Dois pontos se destacam aqui: Em primeiro lugar, esses líderes
soas de ver Deus. A tradição, por estar baseada em falsidades, asse- religiosos realmente estudavam as Escrituras, não uma vez ou outra,
gura que as pessoas não tenham um relacionamento com Deus. Jesus mas diligentemente. Em segundo lugar, as Escrituras que estudavam
deliberadamente violou as tradições religiosas da sua época, para referiam-se a Jesus. E ainda assim eles não creram nEle! Eles tinham
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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I Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
Você consegue ver o que está acontecendo aqui? A evidência das Escri-
r A Palavra Mva
Deus, a qual também opera em vós, os que crestes" (I Ts 2.!3). Essa tradi-
turas, por mais convincente que seja, é rejeitada, a favor da tradição, que é ção oral era a verdade revelada, dada a conhecer aos apóstolos, e não tem
baseada nos ensinamentos dos homens. O que Jesus disse sobre os judeus nenhuma semelhança com a tradição católica romana.
da sua época é aplicável também a grande parte dos ensinamentos católi-
cos romanos: "[Eles J ensinam doutrinas que são mandamentos de ho- O Uso QUE JEsus FAZ DAS EscRITURAS
mens. Porque, deixando o mandamento de Deus, retêm a tradição dos A tradição, vista como um organismo crescente de fé, não tem apoio na
homens" (Me 7.7,8). Palavra de Deus. O fato de Deus dar a conhecer sua vontade por meio de
duas fontes é desconhecido às Escrituras. Podemos ver como Jesus lidou
A TRADIÇÃO APOSTÓLICA com algumas das mais importantes questões da vida, apontando sempre
A Igreja Católica Romana tentou justificar o fato de aceitar a tradição, exclusivamente para as Escrituras. Por exemplo, quando alguém lhe fez a
citando as palavras de Paulo à igreja de Tessalônica: "Então, irmãos, estai importante pergunta: "Que farei para herdar a vida eterna?", Jesus deu
firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, uma resposta confiável: "Que está escrito na lei? Como lês?" (Lc 10.25,26).
seja por epístola nossa" (2 Ts 2.I5). A Igreja Católica Romana diz que a Ele apontou as Escrituras a quem lhe fazia a pergunta.
instrução dada "por palavra" equivale à sua prática da tradição. Mas ela Vale a pena considerar como a Igreja Católica Romana responderia a
apóia a igreja? Vejamos se isso acontece. As explicações de John Stott, esta pergunta hoje. Ela indicaria as Escrituras ao investigador, ou diria
comentarista bíblico, são muito úteis: que para conhecer a vontade de Deus é necessário ouvi-la? Sabemos que a
indicação não seria somente às Escrituras, uma vez que a Igreja Católica
A exortação do apóstolo é dupla: "Estai firmes!" e Romana não acredita que toda a vontade de Deus esteja contida na Bíblia,
"Retende!" Ele parece retratar uma ventania, na qual eles cor- mas que as Escrituras devem ser complementadas pelos ensinamentos da
rem os riscos, tanto de perder o apoio dos pés quanto de denominação. A imagem, diz ela, só é completa quando as Escrituras e a
serem puxados daquilo a que se agarram. Diante desse ven- tradição são apresentadas juntas. Mas se a mesma pergunta fosse feita
daval, ele os incentiva a manter terreno, plantando os seus hoje a Jesus, certamente Ele não diria: "Você deve ouvir à Igreja Católica
pés firmemente em terra firme, e agarrando-se a alguma coi- Romana". Em vez disso, Ele indicaria as Escrituras ao investigador, como
sa sólida e segura, agarrando-a com força para conservar a o fez durante o seu ministério terreno.
vida. Os dois verbos são imperativos. Uma vez que a tempes- Em outra ocasião, Jesus contou uma história sobre dois homens; um
tade pode ser assoladora durante um longo tempo, eles de- rico e um outro que era mendigo. Chegou o dia em que os dois homens
vem proteger-se, mantendo-se firmes e agarrando-se firme- morreram e receberam sua recompensa. O pobre foi para o céu, e o rico se
mente.5 perdeu no inferno. Do seu lugar de tormento, implorou que alguém fosse
falar com a sua família, e lhes dissesse como podiam evitar sua vinda ao
A instrução dada por Paulo, seja por palavra, seja por epístola, é autoritá- mesmo lugar que ele. No entanto, seu zelo recém-descoberto pelo traba-
ria e obrigatória aos crentes. O que lhes deu a conhecer, "por palavra", não lho missionário, na verdade, era desnecessário. "Eles têm Moisés e os
era a sua opinião, nem suas visões bem intencionadas, mas o que Deus lhe Profetas", ouviu o rico, "ouçam-nos" (Lc I6.29).
tinha revelado. Quando o apóstolo dos gentios chegou a Tessalônica e falou, Embora a história contenha diversas lições importantes, a que tem
estava externando ao povo aquilo que Deus lhe tinha dado a conhecer. Ele maior interesse para nós é que o Senhor declarou que as Escrituras
disse: "Havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, (Moisés e os Profetas) eram completamente suficientes para mos-
não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade) como palavra de I trar como viver para Deus. Jesus está nos ensinando que não há a
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necessidade de que ninguém. da família se perca, basta apenas ouvir o Uso QUE os APósToLos FIZERAM DAs EscRITURAS
- e obedecer - ao que Deus está dizendo nas Escrituras. O proble- Os apóstolos seguiram os passos de Jesus, apegados unicamente às infalíveis
ma não é que Deus esteja em silêncio, mas que nós sejamos maus Escrituras na sua obra que consistia em alcançar os perdidos e edi:ficar a Igreja.
ouvintes. Com a vinda do Espírito Santo, as instruções do Senhor de ir por todo
Urna discordância de longa data existia entre os fariseus e os saduceus, mundo e pregar o evangelho tiveram seu início. O primeiro domingo de
0
que ensinavam que não existe ressurreição. Jesus foi convocado para dar a Pentecostes, depois da ressurreição, marca o nascimento da Igreja de Deus.
resposta definitiva. Ele disse aos saduceus: "Errais, não conhecendo as Nesse dia, o Espírito veio/ desceu e capacitou os apóstolos a pregar o
Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29). O que Ele quis dizer: Se evangelho, resultando na conversão de aproximadamente três mil pessoas
vocês soubessem o que dizem as Escrituras, não estariam fazendo uma (At 2.I-47). Os apóstolos defendiam a sua fé em Cristo, fazendo referên-
pergunta como essa. Veja que uma vez mais Jesus não recorreu a nenhuma cias às Escrituras, e a igreja continuava a instruir as pessoas naquilo que as
outra autoridade, além da Palavra. Escrituras tinham a dizer. Desde o início, a igreja ensinava somente aquilo
Um fariseu, que era um especialista na lei, aproximou-se de Jesus e que era encontrado na Palavra de Deus, sem apelar à tradição.
perguntou: "Mestre, qual é o grande mandamento da lei?" Cristo respon- Estêvão, o primeiro mártir cristão, foi apedrejado até à morte pelos
deu que amar a Deus e ao próximo representa o cumprimento da lei, e judeus, depois de examinar as Escrituras, em uma tentativa de mostrar aos
disse: "Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas [refe- seus perseguidores que Jesus era o Messias prometido, o Salvador da hu-
rindo-se às Escrituras]" (Mt 22.36,40). Não existe nada mais importante manidade. Corno os apóstolos, o diácono ensinava somente com base nas
do que amar a Deus e ao nosso próximo, e as instruções sobre isso não Escrituras (At 7.1-60). À medida que piorava a perseguição contra os
estão na tradição, mas nas Escrituras, crentes, eles continuavam a transmitir o Evangelho: "Os que andavam
Há ainda mais um exemplo do uso que o Senhor faz exclusivamente dispersos iam por toda parte anunciando a palavra" (At 8.4). O que você
das Escrituras; algo que ocorreu depois que Ele ressuscitou. Naquele do- acha que essas pessoas pregavam? Não podia ter nada a ver com a tradi- ·
mingo de Páscoa, Jesus se encontrou com dois de seus discípulos, no ção, uma vez que tal organismo de fé não veio a existir, senão muito tem-
caminho para a cidade de Emaús. A sua morte tinha esvaziado toda a po depois. O que estes crentes pregavam eram as Boas Novas de que Jesus
alegria de seus corações; suas esperanças estavam frustradas. Durante aquele Cristo era o Messias prometido, conforme as Escrituras prediziam.
tarde, Jesus revelou-se a eles, "E, começando por Moisés e por todos os A evangelização se acelerou através da conversão de Saulo de Tarso,
profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras" (Lc mais conhecido como o apóstolo Paulo. Homem dotado de um grande
24.27). Deve ter sido um fabuloso estudo da Bíblia! Jesus teria citado zelo por Deus e um grande amor pelos perdidos, Paulo foi bem-sucedido
todos os principais textos das Escrituras que se referiam à sua vinda, à sua ao ampliar as fronteiras do Reino de Deus. Por meio de seus incansáveis
obra de redenção, à sua ressurreição e à sua ascensão ao céu. Não é de esforços, muitas pessoas vieram a Cristo, e a igreja foi estabelecida em
admirar que os dois discípulos dissessem: "Porventura, não ardia em nós cidades por todo o mundo. O ponto de início da evangelização de Paulo
o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava e quando nos abria as era freqüentemente entre os seus colegas judeus, e a fonte da sua mensa-
Escrituras?" (v. 32). gem sempre eram as Escrituras. Certamente, qualquer igreja que reivindi-
A propósito, antes da sua ascensão, Jesus disse aos seus discípulos que ser a verdadeira igreja fundada por Cristo deve ter a mesma prática
"Convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei que Paulo: uma fidelidade firme e inabalável à autoridade das Escrituras.
de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos" (Lc 24.44 ). Não é exagerada Ouça as palavras de Lucas, quando registrou a maneira como Paulo
a afirmação de que Jesus não veio para cumprir a tradição, mas, em evangelizava: "Paulo, corno tinha por costume, foi ter com eles e, por três
vez dela, as Escrituras. sábados, disputou com eles sobre as Escrituras, expondo e demonstrando
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Palavra litva
que convinha que o Cristo padecesse e ressuscitasse dos mortos. E este igreja, que exerce a comissão conferida divinamente e o ministério de proteger
Jesus, que vos anuncio, dizia ele, é o Cristo" (At 17.2,3). Em outra oca- e interpretar a Palavra de Deus" (I I9). Um indivíduo não pode interpretar as
sião, é dito que Paulo "com grande veemência convencia publicamente os Escrituras; esta é a função do Magísteríum. Afinal, Pedro disse: "sabendo pri-
judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo" (At I8.28). meiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpre-
Todas as evidências de Paulo vinham exclusivamente das Escrituras. tação" (2 Pe 1.20). Mas esse versículo apóia a posição católica romana que
Enquanto o apóstolo dos gentios estava em prisão domiciliar em Roma, proíbe a interpretação privada? Vamos examinar o contexto.
muitas pessoas vinham para saber sobre o Cristo que ele pregava. Como No capítulo I 7 de Mateus, lemos que Jesus levou Pedro, Tiago e João a
Paulo lidava com essas perguntas? Ele "declarava com bom testemunho o um alto monte. Ali os três discípulos viram o Senhor com Moisés e Elias:
Reino de Deus e procurava persuadi-los à fé de Jesus, tanto pela lei de "E transfigurou-se diante deles; e o seu rosto resplandeceu como o sol, e as
Moisés como pelos profetas" (At 28.23). Em sua própria defesa, Paulo suas vestes se tornaram brancas como a luz" (v. 2). Posteriormente, Pedro
disse: "Permaneço, dando testemunho, tanto a pequenos como a grandes, referiu-se a esse acontecimento, para apoiar a sua crença de que Jesus é o
não dizendo nada mais do que o que os profetas e Moisés disseram" ( At Filho de Deus. Ele estava escrevendo em resposta a alguns que negavam essa
26.22). Em outras palavras, Paulo nunca foi além das Escrituras. Elas verdade: "Não vos fizemos saber a virtude e a vinda de ~osso Senhor Jesus
eram a sua única referência. Ele, que recebeu seu ministério por meio da Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas, mas nós mesmos vimos
revelação do próprio Jesus, não conhecia nenhuma fonte para seus a sua majestade, porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando
ensinamentos que se parecesse com a tradição católica romana. A igreja da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho ama-
está sendo fiel ao Senhor quando aponta as pessoas àquilo que é encon- do, em quem me tenho comprazido. E ouvimos esta voz dirigida do céu,
trado nas Escrituras. Os de Beréia foram elogiados "porque de bom gra- estando nós com ele no monte santo" (2 Pe I.I6-I8).
do receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas Pedro estava dando um testemunho ocular para apoiar a sua opinião de
eram assim" (At I7.II). que Jesus é o Filho de Deus. Ele também invocou o testemunho dos antigos
Seria inconcebível pensar que Jesus veio e cumpriu tudo o que as Escri- profetas que tinham predito a vinda de Cristo com precisão minuciosa.
turas tinham predito, e então subiu ao céu, sem deixar nenhum meio pelo Séculos antes do primeiro advento de Jesus, os profetas tinham dito que Ele
qual o evangelho devesse ser proclamado a todo o mundo. Jesus incumbiu nasceria de uma virgem, em Belém, seria traído e vendido por trinta moedas
o seu povo, a sua Igreja, de pregar as Boas Novas que Deus já tinha reve- de prata, crucificado entre dois salteadores e ressuscitaria dos mortos. Como
lado e que formam as Sagradas Escrituras. Se havia algum grupo de pes- podiam escrever sobre eventos que ainda não tinham ocorrido? Pedro expli-
soas que sabia exatamente o que o Senhor desejava que fosse a sua Igreja, cou: "Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum,
este grupo era o dos apóstolos, uma vez que estavam com Ele desde o mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2
início. Como eles viram a igreja cumprindo o seu papel de ensino no Pe I.2I). A fonte da informação dos profetas não eram eles mesmos; não
mundo? Os escritos apostólicos mostram que a igreja nunca se manteve era "de interpretação particular do profeta", mas do Espírito Santo.
como uma autoridade que devia ser obedecida, mas sempre apontou para A reivindicação dos católicos romanos de que não é responsabilidade de
a autoridade definitiva - as infalíveis Escrituras. ninguém, exceto de sua igreja, interpretar as Escrituras, não encontra ne-
nhum apoio nas palavras de Pedro. O catolicismo declara que se não existir
QuEM INTERPRETA AS ESCRITURAS? autoridade para interpretar as Escrituras, isso deixa a porta aberta para que
A Igreja Católica Romana ensina que detém a autoridade- dada por Jesus as pessoas introduzam todas as heresias possíveis. Essa afirmação não levará
-de interpretar as Escrituras; portanto, o que ela ensina sempre é correto. " ... à confUsão das massas e a uma variedade de crenças conflitantes? Sim, se
l
a interpretação das Escrituras está, afinal de contas, sujeita ao julgamento da não houvesse uma maneira adequada para interpretar as Escrituras.
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,..
I COMO INTERPRETAR AS ESCRITURAS igreja dons que são necessários para o seu sustento. Esses dons têm a finalida-
de de ensinar, são praticados por apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e
A Igreja Católica Romana ensina que somente ela pode interpretar correta-
doutores. É por meio do seu ministério que o povo de Deus é levado à matu-
mente as Escrituras. Isso a coloca como a autoridade à qual as pessoas devem
ridade em Cristo Jesus (Ef 4.II-I6).
ouvir, e não as Escrituras. Sim, a Bíblia pode ser lida pelo seu valor religioso,
Os apóstolos e profetas tiveram um ministério exclusivo na igreja; foi por
mas interpretá-la é fUnção da igreja. Mas é válido que a ela faça tal afirmação?
intermédio deles que toda a vontade de Deus foi revelada. Os primeiros cris-
Quero apresentar algumas diretrizes que servem de padrão para o de-
tãos "perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42). Os ensinamentos
senvolvimento das habilidades necessárias de olhar qualquer passagem da
revelados aos apóstolos pelo Espírito Santo formam o fUndamento sobre o
Bíblia e extrair o significado correto.
qual a Igreja é edificada em cada geração (Ef 2.20;_ 3.5).
Não é necessário dizer que Deus nos deu a sua Palavra com a intenção
Uma vez que os apóstolos não viveriam para sempre, Deus fez provisões
expressa de que ela fosse compreendida. Existe um procedimento correto
para que os seus ensinamentos estivessem permanentemente preservados no
para seguir, para se compreender as Escrituras. Se, po·r exemplo, você esti-
Novo Testamento. Quando surgiram os escritos dos apóstolos e profetas, a
ver lendo uma das epístolas, poderá se perguntar:
igreja os considerou sagrados, assim como tinha considerado os escritos de
Moisés, Davi, Isaías, Jeremias e outros. O mesmo Espírito Santo que tinha
• A quem esse livro foi escrito?
revelado a vontade de Deus aos apóstolos também os guiava no registro das
• Com que objetivo essa carta foi escrita?
Escrituras: "Toda a Escritura é inspirada por Deus" (2 Tm 3.16, ARA). Por
• Qual é o contexto que envolve um versículo particular das Escritu-
serem confiáveis, os livros do Novo Testamento, tendo sido produzidos pelo
ras?
Espírito Santo, foram aceitos pela Igreja e receberam o mesmo status que os
• Como o destinatário da carta teria entendido o texto?
livros do Antigo Testamento. Também eles eram lidos em público, quando a
• Qual o significado óbvio do te:<to?
igreja se reunia (veja Cl4.I6; Ap I.II,I9,20; cf Lc 4.I6,I7; At 13.15).
• A minha interpretação está em harmonia com o restante das Escri-
Os evangelistas e pastores são professores talentosos que o Senhor continu-
turas?
amente fornece à sua Igreja. Por meio deles, o Senhor ajuda o seu povo. Timó-
• Esse te.'<tO foi escrito com uma cultura particular em mente?
teo foi um evangelista usado por Deus em um ministério muito frutífero à
• O que o autor pretendia que esse te.uo significasse?
igreja. Por exemplo, quando a igreja de Corinto enfrentava problemas, foi
Timóteo que Paulo enviou para instruí-los nas coisas que lhes tinha ensinado
Isso é examinar um texto em seu contexto. Parece muito simples, mas se
anteriormente (I Co 4.I7). A obra realizada por Timóteo foi ordenada por
e.'Carninarmos um texto em seu contexto é possível chegar a um entendimento
Deus, e Paulo lem?rou à igreja de Corinto: Timóteo "trabalha na obra do
correto. Todos os tipos de ensinamentos estranhos seriam evitados, bastava
Senhor, como eu também" (I Co I6.IO). A obra do Senhor pela sua igreja
que jsso fosse praticado. Além do mais, devemos abordar o texto não com
hoje ainda é realizada por aqueles a quem chamou para que fossem evangelistas.
nossas opiniões pré-concebidas, mas com um coração aberto à orientação do
Os pastores também recebem dons para ensinar a igreja e têm a responsa-
Espírito Santo.
bilidade de cuidar do povo que Deus colocou sob seus cuidados. Da mesma
maneira como um pastor cuida do seu rebanho, também pesa sobre ele a
UMA IGREJA QUE ENSINA
responsabilidade de cuidar das ovelhas de Deus, e hão de dar conta delas ao
Que provisão fez Jesus para assegurar que aqueles que adotam a fé cristã
Senhor pelo seu ministério pastoral (Hb 13.17; I Pe 5.1-4).
fossem levados à maturidade espiritual? Da mesma maneira como a Igreja foi
É fUnção dos evangelistas e pastores exercerem os seus dons de ensino de
encarregada de ensinar o evangelho aos perdidos, também é responsável em
modo que o povo de Deus não permaneça em urna condição desfavorável como
ser o veículo pelo qual Jesus atende às necessidades do seu povo. Cristo deu à
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Respostas às Perguntas que os Católicos Cosrumam Fazer A Palavra liíva
"meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo enga- sim, existem métodos aceitos que nos capacitam a interpretar corre-
no dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente" (Ef 4.14). tamente o Livro Sagrado, e até mesmo a própria Bíblia encoraja seus
leitores a que sejam "obreiros ... que manejam bem a palavra da verda-
CoNFIANÇA E DEPENDÊNCIA ExcLUSIVA de" (2 Tm 2.15).
DA PALAVRA DE DEUS
O papel da igreja sempre foi, e continua a ser, falar por Deus, a partir da
sua Palavra. Isso requer uma vida de estudo diligente das Escrituras e ora-
a A interpretação das Escrituras feita pela Igreja Católica Romana
não nos fornece o entendimento correto?
ções fervorosas a Deus por orientação e sabedoria. Somente quando o Infelizmente, a resposta é não. A Igreja Católica Romana vem
ensinamento da igreja é obtido dentro dos limites da Palavra escrita de às Escrituras já com a mentalidade de que nem toda a verdade
Deus, a igreja está falando com a autoridade de Deus. está contida na Bíblia, mas uma parte da verdade está também
Os ensinamentos da Igreja Católica Romana nunca poderiam ser reprodu- contida na em sua tradição. É por isso que ela lê sobre os
zidos somente das Escrituras, pois, pela sua própria admissão, grande parte da irmãos e as irmãs de Jesus e diz que eram primos dEle, embora
fé católica romana é obtida tanto da Bíblia quanto dos ensinamentos da igreja. as Escrituras declarem de modo explícito que eram irmãos e
Não tenho a intenção de ser desrespeitoso quando digo isso, mas preciso irmãs. Uma vez que a tradição romanista afirma que Maria
declarar claramente que ninguém jamais pode se tornar um católico romano permaneceu virgem durante toda a sua vida, a igreja católica é
seguindo somente o que .a Bíblia ensina. É necessário possuir os ensm"~entos forçada a desc.artar ou "justificar habilmente" o fato de que
extra-bíblicos- e, às vezes, anti-bíblicos- da Igreja Católica Romana para ser Jesus tivesse irmãos e irmãs.
um católico romano. Mas quando a tradição é introduzida no mesmo pata-
mar que a Palavra de Deus, é inevitável uma colisão. Somente as Escrituras
revelam a vontade de Deus para o seu povo. A Igreja é fiel quando proclama o
I Em sua epístola, Pedro não proíbe a interpretação particular
das Escrituras?
que dizem as Escrituras. A Igreja sempre deve ter em mente as palavras de As palavras de Pedro no capítulo I e versículos 20 e 21 foram
Jesus: "A Escritura não pode ser anulada" 0o I 0.35). astuciosamente tiradas do contexto pela Igreja Católica Romana, em
seu esforço para se estabelecer como a única autoridade que pode
interpretar as Escrituras. Nosso comentário sobre as palavras de Pedro
PERGUNTAS
__ .,. . .,.___ --.. . . . .E-RESP-OSTAS
.. .-----____,_
~------~.lo ~~
mostra que o apóstolo está ensinando que Jesus é o Filho de Deus e
oferecendo o cumprimento das profecias como prova. De que outra
DI A tradição da igreja pode ter preferência sobre as Escrituras?
Nunca. Jesus disse que a Escritura não pode ser anulada; em outras
maneira os profetas poderiam ter predito, com tal exatidão, eventos
que ocorreriam séculos mais tarde se não tivessem sido guiados pelo
palavras, aquilo que a Palavra de Deus diz deve ser obedecido. Tudo em Espírito Santo? Era isso que Pedro queria dizer. As profecias devem a
que cremos e praticamos deve estar baseado naquilo que somente a sua origem não à interpretação do homem, mas ao Espírito Santo.
Bíblia diz.
11 Se permitirmos que indivíduos "não autorizados" interpre-
tem as Escrituras, isso não deixaria a porta aberta para a exis-
11 Alguma vez Jesus apoiou o tipo de tradição praticada na Igreja
Católica Romana?
tência de todos os tipos de erros? Não. Até porque a igreja romana sequer existia. Durante todo o seu
A Igreja Católica Romana afirma que ela é a intérprete infalível das ministério, Jesus esteve em rota de colisão com as autoridades religi-
Escrituras; dessa maneira, coloca-se acima das Escrituras. Ainda as- osas de sua época, por causa das tradições que eram inventadas
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-· .~-~r
mente é uma) não são autoridades que estão no mesmo nível, que contrada na Bíblia. Tampouco a história da Igreja Primitiva suporta uma
dirá acima, da Bíblia. origem tão antiga do cargo de papa. Um estudo desse assunto é impor-
tante por causa do que está sendo afirmado.
~~ Quem ensina a Igreja? Diferentes dos cristãos evangélicos, que estão muito familiarizados com as
Deus forneceu pessoas dotadas à Igreja, sob a forma de evangelistas, Escrituras e as citam constantemente, os católicos romanos, em geral, não têm
pastores e doutores (Ef 4.II-I6). Através de seus ministérios, eles grande conhecimento das Escrituras. Mas há urna passagem da Bíblia que todos
ensinam com o objetivo de educar os crentes e conduzi-los à matu- os católicos sabem citar: 'Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha
ridade em Cristo Jesus. A fonte da qual extraem seus ensinamentos igreja" (Mt I 6.18 ). O entendimento católico dessas palavras é que Jesus indicou
é a Palavra de Deus. Pedro como líder da Igreja, o primeiro bispo de Roma, com urna provisão para ,.
que um sucessor fosse indicado. Essa sucessão, supostamente, foi passada a cada
bispo de Roma, em urna cadeia ininterrupta, desde a época de Pedro, a quem se
diz que foi dada jurisdi~o universal sobre toda a igreja. Em questões de fé e
N. do E.: Na igreja católica, exercício da autoridade de ensinar, ligada ao episcopado ou ao moral, os católicos defendem que Pedro e seus sucessores falam de modo infalí-
supremo pontificado. vel; e são incapazes de errar quando afirmam ex cathedra.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Sobre esta Pedra
Agora, é verdade que Pedro se destacava entre os apóstolos. Seu nome quem quer que os ouça estará ouvindo a Cristo, e quem quer que
aparece freqüentemente no Novo Testamento. Na verdade, ele aparece em os despreze estará desprezando a Cristo, bem como aquEle que
primeiro lugar, em todas as listas dos apóstolos. Pedro pertencia àquele enviou a Cristo". [862]
círculo mais fechado de pessoas que trabalhavam mais próximas a Jesus.
Juntamente com Tiago e João, ele testemunhou a transfiguração do Se- A igreja católica interpretou corretamente as palavras de Jesus a Pedro?
nhor, e ouviu o Pai confirmando a Jesus como seu Filho. Em diversas Tudo o que eles reivindicam para o papado pode ser encontrado em Mateus
ocasiões, Pedro foi o porta-voz apostólico. Foi o primeiro a pregar o 16.18? O que nos ensina o contexto da passagem? A regra de ouro, quan-
evangelho aos judeus, e mais tarde aos gentios, e escreveu duas das epísto- do se interpreta uma passagem das Escrituras, é examinar o texto no seu
las do Novo Testamento. Desse modo, não é possível negar sua proemi- contexto. Isso assegura que o texto revele o seu verdadeiro significado, e
nência. No entanto, existe uma diferença entre proeminência e primazia. Pri- ajuda a nos impedir de anexar ao texto um significado que não está ali.
mazia é o que a Igreja Católica Romana reivindica para Pedro, no seu Leiamos toda a seção das Escrituras que a Igreja Católica Romana afirma
ensinamento oficial sobre este tema: suportar o cargo do papa:
O Senhor fez de São Pedro a fundação visível da sua igreja. E, chegando Jesus às partes de Cesaréia de Filipe, interro-
Ele confiou a ele as chaves da Igreja. O bispo da Igreja de Roma, gou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser
sucessor de São Pedro, é "chefe do colégio dos bispos, o Vigário o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João Batista; ou-
de Cristo e Pastor da Igreja universal na terra". [936] tros, Elias, e outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes
ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respon-
Para que a missão confiada a eles pudesse ter continuidade dendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus,
depois da sua morte, [os apóstolos J confiaram, por testamento, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão
de certa forma, a seus colaboradores imediatos, a tarefa de com- Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou,
pletar e consolidar a obra que tinham começado, incentivando-os mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que
a cuidar de todo o rebanho, do qual o Espírito Santo os tinha tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as
nomeado como pastores - a Igreja de Deus. De modo apropria- portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei
do, eles nomearam tais homens, e então criaram a regra que, da as chaves do Reino dos céus, e tudo o que ligares na terra será
mesma maneira, na sua morte, outros homens aprovados pudes- ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desliga-
sem assumir o seu ministério. [86 I J do nos céus (Mt I6.I3-I9).
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que Ele fosse o Messias prometido. Embora as autoridades se opusessem a fundação sólida para a fé de todos. Uma vez que Jesus é Deus, o Filho, a
Ele e o denunciassem em todas as oportunidades, não podiam descartá-lo segunda Pessoa da Trindade, não devemos nos surpreender com o seu uso
inteiramente. Afinal, não podiam negar os seus milagres, e os seus da expressão "sobre esta pedra" referindo-se à verdade de que Ele é o
ensinamentos tinham certo sabor de verdade. Filho do Deus vivo. O apóstolo referiu-se a Cristo como uma rocha, di-
Tudo isso levou à controvérsia que rodeava a identidade de Jesus; as zendo "a pedra era Cristo" (I Co 10.4).
opiniões sobre quem Ele era estavam em constante modificação. Jesus William Webster observou,
estava ciente disso, quando perguntou aos seus apóstolos quem as pessoas
diziam que Ele era. A resposta dos apóstolos mostrou a extensão da espe- O Concílio Vaticano I afirma que a interpretação católica romana
culação a respeito de sua identidade. É Ele João Batista, Elias, Jeremias, ou de Mateus I6.I8,I9 tem sido mantida universalmente por toda a
algum outro profeta? Quem é Ele? Pedro respondeu à pergunta do Se- igreja, e que pode apelar ao consentimento unânime dos Pais (ou
nhor, proclamando: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Patriarcas). No entanto, os primeiros Pais tinham opiniões e inter-
Essa é uma declaração surpreendente. Pedro tinha declarado que Jesus pretações muito variadas sobre Mateus I6.I8,I9. Alguns dizem que
era o Ungido de Deus, aquEle que é, na verdade, Deus. Jesus, então, disse a "pedra" significa Cristo; outros, que significa Pedro; e outros, que
a Pedro que as suas palavras não eram o resultado da especulação humana, significa a confissão que Pedro faz de Cristo. Nenhum Patriarca dos
mas que vinham a ele por meio d? revelação do Pai. Em resposta, Jesus dois primeiros séculos pode ser citado corno apoiando a interpreta-
declarou: 'Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja". ção católica romana de Mateus I6.I8. Eles se calam quanto à inter-
Qual é a pedra sobre a qual a igreja é edificada? É Pedro, ou é a revela- pretação da "pedra", e a esmagadora maioria dos Patriarcas, em to-
ção que o Pai tinha dado a conhecer a Pedro - especificamente, que Jesus das as épocas (Agostinho, Tertuliano, Cipriano, Crisóstorno,
é o Filho de Deus? Vamos entender isso. O propósito para o qual Jesus Ambrósio, Jerônimo, Basílio o Grande, Hilário de Poitiers, Cirilo de
veio ao mundo foi salvar pecadores. Ele mesmo disse: "O Filho do Ho- Alexandria, Atanásio, Ambrosiaster, Paciano, Epifânio, Afraates,
mem não veio para ser servido, mas para servir e para dar a sua vida em Efraim, John Cassian, Teodoreto, Eusébio, Gregório o Grande, Isidoro
resgate de muitos" (Mt 20.28). E, "o Filho do Homem veio buscar e de Sevilha, João de Damasco e muitos outros), discorda da interpre-
salvar o que se havia perdido" (Lc 19.10). Para que os perdidos sejam tação católica romana de Ma teus I 6. I 8. A grande maioria dos Patri-
salvos, precisam crer que Jesus é o Filho do Deus vivo. Esta é a fundação, arcas não reconhece as prerrogativas pessoais de Pedro, como sendo
a rocha sólida sobre a qual a Igreja é edificada. transferidas de uma maneira pessoal ao bispo de Roma, tornando-o,
Não podemos separar os comentários do Senhor, sobre a edificação da desta maneira, o líder da igreja. 1
sua Igreja, daquilo que o Pai revelou a Pedro; fazer isso, é ignorar comple-
tamente o contexto, e distorcer o que Jesus estava dizendo. A rocha sobre Pedro nunca acr~ditou ser a pedra sobre a qual Jesus edificaria a sua
a qual a Igreja é edificada não é Pedro, mas o que o Pai dá a conhecer a Igreja. Na verdade, os seus ensinamentos, juntamente com os dos outros
Pedro. As referências a Deus como uma rocha são comuns nas Escrituras, apóstolos, contradizem a noção de que Pedro é a pedra sobre a qual a
e Jesus estava perfeitamente familiarizado com esses textos: "Quem é Deus Igreja é edificada. Por exemplo, quando Pedro proclamou as Boas Novas a
senão o Senhor? E quem é rochedo senão o nosso Deus? (SI I8.3I). "Há respeito de Jesus aos judeus, disse que a rejeição do Mestre como o Mes-
outro Deus além de mim? Não! Não há outra Rocha que eu conheça" (Is sias por parte deles tinha sido predita nas Escrituras. Ele disse que Jesus
44.8). "Não há santo como é o Senhor; porque não há outro fora de ti; e era a pedra que foi rejeitada pelos edificadores, e que essa pedra rejeitada
rocha nenhuma há como o nosso Deus" (I Sm 2.2). Esses textos retratam agora era a pedra angular do edifício, neste caso, a igreja. "Ele é a pedra
um Deus soberano que é como uma rocha: forte, estável, confiável e uma que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
Sobre esta Pedra
esquina" (At 4.IO,Il). E na sua primeira epístola, Pedro disse que Jesus
assunto, seremos levados a aceitar que como 'a pedra' devemos entender a fé
era " a pe dr"
a :
professada por Pedro, e não Pedro professando a fé'?
Chegando-vos para ele, a pedra viva, reprovada, na verda-
de, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós Eu EDIFICAREI A MINHA IGREJA
também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e
sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais, agra-
Tendo estabelecido que a divindade de Jesus é a rocha sobre a qual a
dáveis a Deus, por Jesus Cristo. Pelo que também na Escritu-
Igreja é edificada, precisamos perguntar: "Como Jesus edifica a sua Igre-
ra se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da
ja?" Vamos começar do princípio. Ele edifica a sua Igreja salvando as pes-
esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confi.m-
soas dos seus pecados, adotando-as na sua família e tornando-as mem-
dido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os
bros do seu corpo, que é a Igreja. A edificação da Igreja é obra do próprio
rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a
Senhor; à medida que os apóstolos pregavam o evangelho, "todos os dias
principal da esquina; e uma pedra de tropeço e rocha de es-
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (At 2.47).
cândalo, para aqueles que tropeçam na palavra (I Pe 2.4-8).
Jesus continua edificando a sua Igreja ainda hoje, salvando os perdidos,
pelo poder do evangelho.
O testemunho das Escrituras confirma que a pedra sobre a qual a Igreja
é edificada não é Pedro, mas Jesus. Paulo explicou isso na carta aos efésios,
As Portas do Iriferno
quando falou sobre a Igreja. Ele assegurou aos convertidos gentios: "Já não
sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família
Depois de dizer que edificaria a sua Igreja, Jesus disse: "as portas do
de Deus; edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de
inferno não prevalecerão contra ela". A Igreja Católica Romana entende
que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem
que essa afirmação significa que Jesus estaria com Pedro e seus sucessores
ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós junta-
para sempre, e que tudo o que a Igreja Católica Romana ensina sobre o
mente sois edificados para morada de Deus no Espírito" (Ef 2.I9-22). Em
oficio papal permaneceria intacto por todos os tempos. "Cristo, a 'pedra
outra passagem, Paulo escreveu: "Ninguém pode pôr outro fundamento,
viva': isso assegura à sua igreja, edificada sobre Pedro, a vitória sobre os
além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (I Co 3.I I).
poderes da morte" [552]. Foi isso que Jesus quis dizer? Creio que não. Tal
Assim, a afirmação da Igreja Católica Romana de que Pedro é a pedra sobre
interpretação não faz justiça ao contexto das palavras do nosso Senhor.
a qual a Igreja é edificada não é aceita pelos apóstolos, nem por muitos dos Pais
Jesus não se referia à Igreja, mas à sua morte iminente. Ele estava dizendo
da Igreja Primitiva. Nem havia um consenso entre os patriarcas da Igreja Primi-
que nem mesmo a morte impediria sua missão redentora. Ele triunfaria
tiva sobre a interpretação de Mateus I6.I8. O arcebispo Kentick de St. Louis,
sobre a morte e realizaria o que tinha se disposto a fazer. "[Eu souJ o que
M..issouri, preparou uma palestra para o Concílio Vaticano I, em I870, que
vive", disse Jesus. "Fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre.
nunca foi lida, mas foi posteriormente publicada. Nela, ele resume as cinco
Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno" (Ap I.I8). Jesus veio
interpretações dos patriarcas da igreja: I7 patriarcas entenderam que a pedra era
"para que, pela morte, aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o
Pedro; 8 entenderam que eram os apóstolos; 44 (incluindo Orígenes e
diabo, e livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida
Crisóstomo) julgaram que se tratava da confissão de fé de Pedro em Cristo; I 6
sujeitos à servidão" (Hb 2. I 4,1 5). Graças à vitória de Jesus sobre a morte,
(incluindo Agostinho, Jerônimo e aquele que mais tarde foi o papa Gregório, o
agora é possível que as pessoas sejam salvas, e façam parte do Corpo de
Grande) o próprio Senhor Jesus Cristo; e alguns entenderam que se tratava dos
Cristo. Como Paulo, a Igreja pode dizer, "graças a Deus, que nos dá a
crentes em geral. Kentick concluiu: "Se seguirmos a maioria dos patriarcas nesse
vitória por nosso Senhor Jesus Cristo" (I Co I5.57). As portas do inferno
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não prevaleceram contra Jesus, quando Ele morreu. E é sobre isso que o João teve uma visão maravilhosa do Cristo ressuscitado que o dei-
Mestre estava falando em Mateus I6.I8. xou "como morto" (Ap l.I7). Jesus, então, disse a João: "Não te-
mas; eu sou o Primeiro e o Último e o que vive; fui morto, mas eis
As Chaves do Reino aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da
morte e do inferno" (Ap l.I8). Aquele que tem as "chaves" da mor-
A nem um dos outros apóstolos, mas somente a Pedro, Jesus disse: "E te e do inferno tem poder e autoridade sobre a morte. O túmulo já
eu te darei as chaves do Reino dos céus" (v. I 9). Essa é uma honra singular não mais retém as suas vítimas, por causa da ressurreição. Jesus des-
e excepcional. Assim a Igreja Católica Romana interpreta as palavras de piu a morte do seu poder.
Jesus: "Jesus confiou uma autoridade específica a Pedro: E Eu te darei as Em segundo lugar, para que são usadas as chaves? Para permitir-nos
chaves do Reino dos céus ...: O poder das chaves designa autoridade para acesso a lugares que estão fechados. Quando Jesus deu a Pedro as chaves
governar a casa de Deus, que é a igreja". [553] do Reino de Deus, Ele lhe deu a verdade -, isto é, a mensagem que abre o
Não estou tentando criar uma caricatura de Pedro quando digo isso, caminho para o Reino do céu. ·
mas não consigo crer, nem por um momento, que depois de ouvir as Em terceiro lugar, como Pedro usou essas chaves? No dia de Pen-
palavras de Jesus Pedro tivesse concluído: "Fui indicado como líder da tecostes, Pedro recebeu poder do Espírito, e pregou para uma gran-
Igreja na terra e todas as decisões de fé e moral serão tomadas por mim, de multidão. "A esse Jesus", disse Pedro, "a quem vós crucificastes,
com a colaboração de bispos e cardeais, e aquilo que eu disser será infalí- Deus o fez Senhor e Cristo" (At 2.36). Convencido pelo Espírito
vel. Além disso, esta nomeação será transmitida aos meus sucessores até o Santo do seu terrível crime, o povo perguntou a Pedro e aos demais
final dos tempos". Não há nada nas palavras de Jesus, nem no Novo apóstolos: "Que faremos, varões irmãos?" (v. 3 7). Pedro lhes disse
Testamento inteiro, nem nos textos da Igreja Primitiva, que fundamentem que se arrependessem e fossem batizados - e milhares foram acres-
a interpretação católica romana de Mateus I6.I8. A Igreja Católica Ro- centados à Igreja naquele dia. Pregando o evangelho, Pedro abriu o
mana criou um problema, lendo nas palavras de Jesus alguma coisa que caminho ao Reino do céu.
não está ali. Em quarto lugar, Pedro foi o primeiro a pregar o evangelho aos genti-
As palavras de Jesus são simbólicas. Ele não deu a Pedro um conjunto os, abrindo-lhes, dessa maneira, o caminho ao Reino do céu ( At I 0- I I).
literal de chaves. Os comentários do Senhor aos líderes religiosos, em As mesmas "chaves" que deixariam entrar os judeus, também deixariam
Lucas I 1.52, mostram um uso similar de linguagem simbólica: "Ai de entrar os gentios. Recordando esse evento, Pedro diz: "Deus me elegeu
vós, doutores da lei, que tirastes a chave da ciência! Vós mesmos não dentre vós, para que os gentios ouvissem da minha boca a palavra do
entrastes e impedistes os que entravam" (Lc I 1.52). A "chave da ciência" evangelho e cressem" (At I5.7). Ele tinha recebido autoridade de Jesus
não era um objeto metálico, mas uma verdade pertinente à entrada do para proclamar o evangelho, abrindo assim o Reino do céu. Diferente-
reino. Os líderes religiosos estavam impedindo aqueles que quisessem en- mente do que fizeram os doutores da lei.
trar. Elés estavam impedindo, ou seja, vetando às pessoas comuns, com a
retenção da "chave da ciência"- o indispensável para conhecer a verdade. Ligar e Desligar
Assim, o que Jesus quis dizer quando disse que daria a Pedro "as chaves
do reino"? Para descobrir a resposta, nós devemos, em primeiro lugar, Depois de dar a Pedro as chaves do Reino do céu, Jesus lhe disse: "tudo
fazer outras perguntas: o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra
Em primeiro lugar, o que simbolizam as chaves? Autoridade. Po- será desligado nos céus" (Mt I 6.19). Sobre isso, o catecismo católico tem
der. Vemos isso na maneira como Jesus fala das chaves. O apóstolo a dizer o seguinte:
I.
I
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r Sobre esta Pedra
i Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
velmente imoral era tolerada - havia um homem que tinha um caso amo-
Ao transmitir aos apóstolos o seu poder de perdoar peca-
roso com sua madrasta. Ao saber desse fato, Paulo imediatamente ins-
dos, o Senhor também lhes dá autoridade para reconciliar os
truiu a igreja a lidar com o problema. Ele disse: "O que tal ato praticou,
pecadores com a igreja. Essa dimensão eclesiástica da sua ta-
em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo
refa é expressa de maneira notável nas palavras solenes de
poder de nosso Senhor Jesus Cristo, seja entregue a Satanás para destrui-
Cristo a Simão Pedro: "E eu te darei as chaves do Reino dos
ção da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus ( ... )
céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo
Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo" (I Co 5.3-5,I3). Quando a igreja
o que desligares na terra será desligado nos céus". A tarefa de
removeu o homem da comunhão, estava sendo feito, em Corinto, o que
ligar e desligar, que foi dada a Pedro, também foi atribuída
Deus já tinha feito no céu. A igreja havia punido o homem impenitente.
ao colégio dos apóstolos, unidos sob a sua liderança. [I 444 J
Se ele se arrependesse, então a igreja o aceitaria de volta à comunhão. A
aceitação que demonstrassem a ele seria a maneira como a igreja iria mos-
As palavras ligar e desligar significam: aquele a quem você
trar a sua crença de que Deus o· tinha perdoado, ou que Deus o tinha
excluir da sua comunhão, será excluído da comunhão com
desligado por causa do seu pecado.
Deus; aquele a quem você receber outra vez na sua comu-
O ato de ligar e desligar é interpretado, nesse contexto, como perdoar e
nhão, Deus receberá de volta na dEle. A reconciliação com a
reter pecados; isso se encaixa perfeitamente nas palavras do Senhor aos
igreja é inseparável da reconciliação com Deus. [I 445]
seus discípulos, antes de ascender ao céu. "Assim como o Pai me enviou,
também eu vos envio a vós. E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e
Não se faz justiça às palavras de Jesus, ao ignorar o contexto e concluir
disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os peca-
que o Mestre deu a Pedro autoridade suprema sobre toda a Igreja. Tal
dos, lhes são perdoados; e, àqueles a quem os retiverdes, lhes são retidos"
conclusão é incorreta. A autoridade de ligar e desligar deve ser considera-
(Jo 20.2I-23). Ligar e desligar significa a mesma coisa que reter e perdoar
da à luz de outros textos da Palavra de Deus. Portanto, nós prosseguire-
pecados, e isso começa com o próprio Jesus. A mensagem do evangelho
mos com aquela prática há tanto tempo honrada, de comparar as Escritu-
declara: "[Nele J temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofen-
ras com as próprias Escrituras.
sas ..." (Ef 1.7). E João disse que Jesus "nos ama, e em seu sangue nos
Aquilo que Jesus disse a Pedro, sobre ligar e desligar, também disse aos
lavou [a palavra quer dizer libertar, desligarj dos nossos pecados" ( Ap
outros discípulos, em outra ocasião. Ali, Jesus estava dando instruções para
I .5). O perdão dos pecados não ocorria conforme a ponderação pessoal
lidar com o pecado que rompe a comunhão dos crentes. A pessoa que peca-
de nenhum dos discípulos.
va e causava o problema devia ser confrontada em particular, e se não se
arrependesse, seriam convocadas testemunhas. Se isso não funcionasse, a
questão seria levada perante a igreja. Se o transgressor ainda se recusasse a se
Apascenta as minhas Ovelhas
arrepender, então a igreja devia excluí-lo da comunhão. Então, Jesus con-
O mar parecia não ter peixes naquela noite, e os discípulos nada apa-
cluiu: "Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no
nharam (Jo 21.3). Mas as coisas iam mudar. Instruções de um estranho
céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu" (Mt I8.I8).
na praia resultaram em uma pesca tão grande que "já não a podiam tirar
Observe que a igreja está fazendo na terra aquilo que o Senhor já fez no céu.
[a rede], pela multidão dos peixes" (v. 6). Chegando à praia, os discípulos
A igreja reconheceu o coração impenitente, e, ao removê-lo da comu-
"viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão" (v. 9). 'Venham tomar
nhão, o cumprimento da sua decisão estará garantido.
o café da manhã", disse Jesus. E quando tinham terminado de comer,
Vamos examinar como a igreja de Corinto implementou o ensinamento
Jesus disse a Pedro: "Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes?"
de Jesus, sobre ligar e desligar. Naquela comunidade, uma situação terri-
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E, sem hesitar nem por um momento, Pedro respondeu: "Sim, Senhor; tu Aquilo que Paulo ensinava lhe era transmitido pela revelação de Jesus
sabes que te amo". Jesus, então, deu-lhe uma comissão: "Apascenta os Cristo. "Faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anun-
meus cordeiros". Jesus fez a mesma pergunta outra vez, e obteve a mesma ciado não é segundo os homens, porque não o recebi, nem aprendi de
resposta, e então disse: "Apascenta as minhas ovelhas". Isso aconteceu homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo" (Gl I.II,I2). Paulo
ainda uma terceira vez, depois da qual Jesus disse: "Apascenta as minhas era um dos cordeiros de Jesus. Quem o apascentou? Não foi Pedro. E
ovelhas" (Jo 21.15-17). todas as igrejas que Paulo estabeleceu, por todo o mundo gentio, foram
Que objetivo tinha Jesus para essa pergunta tripla, e para a comissão apascentadas espiritualmente por Paulo, e não Pedro. Na sua carta à igreja
tripla? O incidente nos fornece uma percepção da compaixão de Jesus. de Éfeso, Paulo disse que o plano de Deus de salvar tanto os judeus quan-
Pedro poderia não estar se sentindo bem consigo mesmo. O seu ego to os gentios em um só corpo, a Igreja, era um mistério que Deus deu a
estava despedaçado, sua autoconfiança estava baixa, e ele sabia que, ape- conhecer pelo Espírito Santo - era "revelado pelo Espírito aos seus santos
sar da sua declaração anterior, de que nunca negaria ao Senhor, na ver- apóstolos e profetas" (Ef 3.5).
dade ele o tinha negado três vezes. Quaisquer que fossem os defeitos · Falando aos líderes da igreja' em Éfeso, Paulo disse: "Olhai, pois, por
dos outros apóstolos, nenhum deles tinha negado o Senhor, como Pedro vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bis-
tinha feito. A sua negação era do conhecimento de todos. E Jesus usou pos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu pró-
esse incidente para dar a Pedro a oportunidade de declarar publicamen- prio sangue" (At 20.28). Como esses líderes deveriam apascentar o reba-
te o seu amor por Ele, e Jesus afirmou a nomeação de Pedro ao ministé- nho? Ensinando ao rebanho o que o Espírito tinha revelado a todos os
rio três vezes. apóstolos. Pedro confirmou isso quando disse: "Aos presbíteros que es-
A Igreja Católica Romana afirma que "Jesus confiou uma autoridade tão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles ( ... )
específica a Pedro ... Jesus, o Bom Pastor, confirmou este mandato depois apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele( ... )
da sua ressurreição: 1\pascenta os meus cordeiros' ... A única Igreja de Cristo servindo de exemplo ao rebanho" (I Pe 5.I-3). Pedro se considerava como
[é aquelaJ que o nosso Salvador, depois da sua ressurreição, confiou aos um presbítero como todos os outros que servem nas congregações locais.
cuidados pastorais de Pedro .. :' [55 I, 81 6]. Essa interpretação não está de Pedro deixou muito claro a maneira como compreendia a sua função - e
acordo com as Escrituras. A Igreja Católica Romana está lendo alguma não tem nenhuma semelhança com aquela imposta a ele pela Igreja Cató-
coisa nesse incidente que não está ali. Pedro nunca recebeu a tarefa de lica Romana.
ensinar toda a Igreja. Em resumo, Pedro negou ao Senhor três vezes, declarou o seu amor
Outra vez, vamos examinar as Escrituras como um todo. Antes da sua
I I crucificação, Jesus disse aos apóstolos que, depois da sua volta ao Pai,
_pelo Senhor três vezes e teve o seu ministério apostólico confirmado três
vezes. Dizer mais do que isso é forjar mais do que Deus tinha em mente.
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enviária o Espírito Santo. O Espírito faria três coisas por eles: Ele, I) "vos
ensinará todas as coisas"; 2) "vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho
dito"; e 3) "vos guiará em toda a verdade" (Jo I4.26; I6.I3). Isso não CABEÇA DA IGREJA
deixa lugar para que Pedro seja a autoridade suprema, responsável por
ensinar a Igreja. Jesus não teria feito essas afrrmações a respeito do Espí- A estrutura administrativa de muitas empresas se assemelha a uma pi-
rito Santo se tivesse confiado a Pedro tudo o que a Igreja Católica Roma- râmide: existe o presidente, no topo, o conselho diretor, a seguir vêm os
na reivindica. diretores, depois os chefes de departamentos, e assim por diante. Isso é o
Além disso, o apóstolo Paulo foi categórico ao afirmar que seus correto para uma empresa, mas a Igreja que Jesus estabeleceu não está
ensinamentos não lhe eram dados por nenhum homem, inclusive Pedro. estruturada dessa maneira. Um exame das Escrituras não revela a menor
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Sobre esta Pedra
I indicação de que Pedro tenha sido nomeado chefe da Igreja e que foi evangelistas, e outros para pastores e doutores" (v. li). Os apóstolos e os
profetas têm uma função exclusiva na vida da Igreja. É impossível repetir
I determinado que ele tivesse sucessores. Essa idéia é uma invenção e sim-
plesmente não está escrita em lugar algum da Bíblia. Se Pedro tivesse sido o ministério deles, porque foi por meio deles, e somente deles, que a
nomeado chefe da Igreja, nós esperaríamos encontrar amplas evidências vontade completa de Deus foi dada a conhecer. O Espírito Santo os guiou
disso. Duas cartas que o próprio Pedro escreveu não fundamentam a afir- e lhes ensinou tudo o que Jesus tinha dito. A verdade revelada e proclama-
mação de que ele tenha sido o primeiro papa. A extensa produção escrita da por eles é a fundação sobre a qual é edificada a Igreja. Nós- a Igreja-
de Paulo, treze cartas no total, e cinco cartas do amado apóstolo João, não somos "concidadãos dos Santos e da família de Deus; edificados sobre o
oferecem nenhuma evidência para apoiar o ensinamento da Igreja Católi- fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus Cristo é a princi-
ca Romana quanto a esse assunto. pal pedra da esquina" (Ef 2.I9,20). E em gerações sucessivas a Igreja
O que encontramos nas Escrituras é a Igreja retratada: I) como um continua a ser edificada dessa maneira.
rebanho de ovelhas, sendo conduzido por Jesus, o Bom Pastor; 2) como Quanto aos evangelistas, cabe-lhes a proclamação do evangelho. São
um reino leal e Jesus, seu Rei; 3) como uma esposa fiel a seu esposo, Jesus; freqüentemente pioneiros, e levam o evangelho a lugares onde Cristo não
e, 4) como um corpo composto de muitos membros, ligados a Jesus, a é conhecido. Eles se dedicam a fundar igrejas, instruir líderes eclesiásti-
cabeça Qo IO.I6; Ef 1.22,23; Ap I9.I6; 21.2). Paulo afirmou, de manei- cos, e, onde for necessário, resolver problemas em igrejas locais (I Co
ra muito clara, quem foi nomeado como cabeça da Igreja: Deus "sujeitou 4.16,17; I6.IO; Tt 1.5). Timóteo envolveu-se nesse tipo de serviço; essa é
todas as coisas a seus pés [de Jesus J e, sobre todas as coisas, o constituiu a razão da exortação de Paulo o exortá-lo, para que fizesse "a obra de um
como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre evangelista" (2 T m 4.5).
tudo em todos" (Ef 1.22,23). Certamente isso deve encerrar qualquer O Senhor também deu como dons ministeriais à Igreja os pastores e
discussão sobre o tema. doutores. Os pastores cuidam dos membros de uma congregação, ensi-
nando-os, orientando-os, conduzindo-os nos caminhos de Deus, e prote-
gendo-os dos "lobos" que procuram devorá-los. Os pastores são os pas-
QUEM ENSINA A IGREJA? tores das congregações locais, e Jesus é o seu Sumo Pastor (I Pe 5.I-4). A
Igreja aprende que os pastores "velam por vossa alma, como aqueles que
A Igreja Católica Romana ensina que Pedro e seus sucessores são os hão de dar conta delas" (Hb I3.17). Vemos Paulo dando as mesmas ins-
líderes da Igreja na terra, e que através desse ofício a Igreja é ensinada. truções aos pastores em Efeso: "Olhai, pois, por vós", diz ele, "e por todo
Muito bem, essa é a afirmação, mas ela é apoiada pelas Escrituras? Aque- o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
les dentre nós que aceitam a Bíblia como a nossa única autoridade rejei- apascentardes [isto é, como pastores J a igreja de Deus" (At 20.28). Essas
tam essa afirmação. Somente porque Jesus está no céu, não significa que responsabilidades, naturalmente, são comissionadas pelo próprio Deus.
fomos deixamos sem orientação ou direção. É inconcebível pensar que Uma das tarefas dos pastores é capacitar as pessoas, por meio da instrução
Jesus se tornasse um homem, morresse sobre a cruz, resgatasse a igreja bíblica, de modo que a Igreja não seja "mais [constituída deJ meninos incons-
com o seu sangue, e depois retornasse ao céu e deixasse seus filhos como tantes, levados em roda por todo vento de doutrina" (Ef 4. I 4 ). A Igreja sempre
órfãos. O Cristo que ascendeu fez amplas provisões para que a sua Igreja deve ser protegida das falsas doutrinas, que podem criar tumulto se conseguirem
fosse sustentada aqui na terra, e é isso que Paulo explica em Efésios 4.7- espaço em seu seio. É responsabilidade dos pastores refutarem tais erros, e man-
I 6. Ele disse que quando Cristo retornou ao céu, à Igreja Ele "deu dons ter o rebanho a salvo. O erro é refutado pela verdade encontrada na Palavra de
aos homens" (v. 8). Quais são esses dons e qual é o seu objetivo? "Ele Deus. Isso era verdade, nos dias dos apóstolos, e é verdade também hoje. E, para
mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para garantir que a Igreja que Ele estabeleceu seja apascentada, o Senhor continua a
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Sobr, !sta Pedra
dar dons, na forma de evangelistas, pastores e doutores, que proclamam a Palavra o ensinamento de Cristo, a defmição "deve ser seguida com a
que foi dada a conhecer pelos apóstolos e profetas. obediência da fé" [890-89 I].
ENSINOS ERRÓNEOS SOBRE A LIDERANÇA DA IGREJA A Igreja Católica Romana sustenta que a infalibilidade é necessária para
impedir que a verdade seja corrompida. Ela afirma que a base para a infali-
O Erro sobre a Infalibilidade do Papa bilidade está implícita em passagens das Escrituras corno "Tu és Pedro e
sobre esta pedra edificarei a minha igreja( ...) tudo o que desligares na terra
Em junho de I 989, os acontecimentos na China dominavam as notíci- será desligado nos céus" (Mt I6.I8,I9), e, "Apascenta as minhas ovelhas"
as no mundo. Estudantes tornavam as ruas, exigindo mudanças no gover- Oo 21.17). Mas, corno vimos anteriormente, essas passagens não represen-
no. Suas esperanças tiveram vida curta, pois exércitos e tanques massacra- tam :fi.mdamento à posição da Igreja Católica Romana, de que Pedro foi
ram indiscriminadamente pessoas inocentes. Tribunais militares julgaram nomeado o líder da Igreja. Não se encontra a infalibilidade papal nesses
e executaram diversas pessoas, que, segundo jornalistas ocidentais, foram versículos, de modo que a Igreja Çatólica Romana inseriu neles a infalibili-
usadas corno bodes expiatórios. A comunidade internacional ficou indig- dade. A doutrina da infalibilidade foi forçada às Escrituras; certamente, ela
nada e protestou ao governo chinês. A nota oficial divulgada a urna nação não surgiu da Bíblia, mas alguns tentaram inseri-la nas Escrituras.
que constitui quarta parte da população do mundo foi que somente pou- Longe de dotar a Igreja Católica. Romana de urna salvaguarda contra
cas pessoas foram mortas, e principalmente soldados. Os fatos sobre ju- o erro, a infalibilidade papal é urna fonte de embaraço àqueles que in-
nho de I989 foram distorcidos, e, infelizmente, quando as pessoas não vestigam seriamente o assunto. Por exemplo, em I950, a doutrina da
conhecem os fatos, são capazes de crer em praticamente qualquer coisa. Assunção de Maria foi considerada uma declaração infalível. Isso, de
A maioria dos católicos não está familiarizada com a história da sua acordo com o papa Pio XII, era "um dogma revelado divinamente".
igreja. Eu, decerto, não estava. Sabia que a Igreja tinha algumas manchas (No capítulo I2, explicarei como esse dOgma contradiz a Palavra de
na sua história, mas havia muitos "fatos", podemos chamá-los assim, que Deus). O papa Pio IX definiu a Imaculada Concepção de Maria em um
nunca me dei ao trabalho de investigar. Por exemplo, eu pensava que a pronunciamento e.x cathedra, em 8 de dezembro de I854. Era uma nova
infalibilidade papal sempre tinha sido parte da Igreja Católica Romana, e doutrina, que contradiz a mensagem das Escrituras, e um admirável
que ela tinha seu lugar assegurado desde o tempo dos apóstolos. Nenhum grupo de estudiosos e patriarcas da Igreja, incluindo o papa Gregório, o
católico, hoje em dia, consegue se lembrar" de urna época em que não Grande, constam como tendo sido contrários a essa falsa doutrina. A
existisse a infalibilidade papal, de modo que sempre se supôs automatica- controvérsia sobre esse tema continuou a cercar Pio IX. Então, em I870,
mente que ela sempre tenha existido. Mas não era esse o caso. ele divulgou outro pronunciamento ex cathedra em que definia a infalibi-
A Igreja Católica Romana defme assim a infalibilidade: lidade papal. Não somente esse novo ensinamento tinha as evidências
históricas e as Escrituras amontoadas contra ele, mas, além disso, houve
é tarefa deste Magisterium [a IgrejaJ proteger o povo de Deus · uma época em que a Igreja Católica Romana não aceitava a infalibilida-
de desvios e deserções e assegurar-lhes a possibilidade objeti- de papal como é conhecida hoje. Enquanto investigava este· assunto,
va de professar a fé verdadeira, sem erros ... Para realizar este consegui uma cópia do Controversial Catechism, de Stephen Keenan, um
serviço, Deus capacitou os pastores da Igreja com o carisma, livro católico publicado em I860. Considere o que ele dizia:
ou a infalibilidade, em questões de fé e moral ... Quando a
igreja, por meio do seu Magisterium supremo, propõe uma dou- P. Os católicos não devem acreditar que o papa, por si
trina "para a fé, como sendo divinamente revelada", e como mesmo, seja infalível?
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
Sobre esta Pedra
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Sobre esta Pedra
que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco seu ministério prosseguia, "muitos sinais e prodígios eram fei-
testemunha da sua ressurreição" ( At 1.21,22). A pessoa que suce- tos entre o povo pelas mãos dos apóstolos" (At 5.12). E o mi-
desse a Judas teria que ter sido uma testemunha ocular; ele teria nistério especial de Paulo junto aos gentios era acompanhado
que ter tido experiências de primeira mão do ministério do Senhor. de um derramamento de poder divino: "Deus, pelas mãos de
Qualquer pessoa que reivindicasse ser um sucessor dos apóstolos Paulo, fazia maravilhas extraordinárias, de sorte que até os len-
teria que ter sido testemunha ocular do ministério e da ressurreição ços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfer-
de Jesus. midades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam" ( At
I9.II,I2). E quando teve que defender a sua posição apostóli-
2. O ministério apostólico é exclusivo, pelo fato de que a ver- ca, Paulo apelou para os seus milagres: "Os sinais do meu
dade revelada aos apóstolos, pelo Espírito Santo, fornece a fun- apostolado foram manifestados entre vós, com toda a paciên-
dação sobre a qual é a igreja edificada, não somente na primeira cia, por sinais, prodígios e maravilhas" (2 Co 12.12).
geração, mas para todas as gerações futuras (Ef 2.20). Uma vez
lançada a fundação da Igreja, por meio da obra apostólica, deixa- Em resumo, então, os apóstolos: I) foram escolhidos .pessoalmente pelo
va de existir a necessidade de que aquela obra continuasse em Senhor; 2) estiveram com Ele durante o seu ministério e foram testemunhas
gerações posteriores. da sua ressurreição; 3) foram os instrumentos por cujo intermédio a vonta-
de de Deus foi revelada; 4) tinham a capacidade de afirmar a sua autoridade,
3. Deus deu a conhecer a sua vontade por meio dos apóstolos. por meio de milagres, sinais e maravilhas; 5) transmitiam ensinamentos que
Jesus prometeu-lhes que enviaria o Espírito Santo para capacitá- são confiáveis e obrigatórios a nós hoje; e 6) eram exclusivos, de modo que
los para o ministério, e disse que o Espírito iria guiá-los, ensiná- nunca poderiam ter sido indicados sucessores que os substituíssem.
los e fazê-los lembrar tudo o que Ele tinha dito 0o 14.26; 16.13).
Por meio dos apóstolos, o mistério de Deus de salvação do povo
em um só corpo, a Igreja, foi dado a conhecer (Ef 3.4-6). Jesus A VERDADE A RESPEITO DOS APóSTOLOS
deu aos apóstolos as palavras que o Pai lhe tinha dado (Jo I 7.5).
E Jesus orou "por aqueles que [em todas as gerações], pela sua Há diversas passagens, nas Escrituras, que refutam os falsos ensinamentos
palavra, hão de crer em mim" (Jo 17.20). Aquilo que foi dado a da Igreja Católica Romana sobre Pedro ser o líder da Igreja e sobre toda a
conhecer, por intermédio dos apóstolos, e então registrado nas questão da sucessão apostólica.
Escrituras, foi o suficiente para que as pessoas de todas as gera-
ções sejam salvas. O seu ministério foi exclusivo e completo. I. Quando Jesus chamou a Pedro, este deixou tudo e seguiu ao Se-
nhor. Os católicos estão errados quando dizem que isso significa
4. Depois de esc;lher os seus discípulos, Jesus os ~apacitou e que Pedro deixou sua esposa. Pedro continuou sendo um homem
enviou-os na sua primeira "viagem missionária": "Chamando casado por toda a sua vida (Lc 4.38; I Co 9.5).
os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imun-
dos, para os expulsarem e para curarem toda enfermidade e todo 2. Pedro alguma vez esteve em Roma? Não há indicação, nas Escrituras,
mal" (Mt 10.1). Os milagres, sinais e prodígios serviam como de que ele tivesse estado ali. Quando Paulo escreveu sua carta à igreja
credenciais para os apóstolos, confirmando que aquilo que eles de Roma, enviou saudações pessoais a vinte e sete pessoas, mas não
ensinavam era, realmente, a Palavra de Deus. À medida que o mencionou Pedro (Rm 16.1-23).
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A missão do Magisterium está ligada à natureza definitiva Um entendimento correto da Igreja que Jesus veio edificar somente
do concerto estabelecido por Deus com o seu povo em Cris- pode ser obtido retornando à Bíblia e tomando dali a nossa definição.
to. É tarefa deste Magisterium proteger o povo de Deus dos Assim sendo, vamos começar examinando o ministério de Jesus, para ver
desvios e das deserções, e assegurar-lhes a possibilidade obje- 0 que podemos aprender.
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5.9, algumas criaturas cantam a Cristo, dizendo: "Com o teu sangue com- Nós lemos sobre as "igrejas de Deus" (I Co II.I6). Paulo fala das
praste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação". No dia "igrejas de Cristo" (Rm I6.I6). E os convertidos ao Senhor em
de Pentecostes, três mil pessoas foram salvas e acrescentadas ao grupo dos Tessalônica são simplesmente mencionados como "a igreja" (I Ts LI).
redimidos. O que, então, é a Igreja? A Igreja é constituída por pessoas O tamanho dessas congregações era variado, mas em geral parecem ter
cujos pecados foram perdoados; é uma comunidade de redimidos que sido suficientemente pequenas para reunir-se nas casas dos seus mem-
pertence ao Senhor Jesus Cristo. É isso o que a Igreja é. bros. Dois servos notáveis de Deus foram Priscila e Áqüila, a quem
Observe, além disso, que antes da sua conversão a Jesus, Paulo perse- Paulo saudou juntamente com "a igreja que está em sua casa" (I Co
guia a Igreja. Isso não significa que ele cometia atos de vandalismos con- I6.I9). Saudações também foram enviadas a "Ninfa e à igreja que está
tra edifícios santos, ou que atacasse uma instituição religiosa. Na verdade, em sua casa" (Cl4.I5). Finalmente, quando Pedro foi preso, "a igreja
ele perseguia pessoas santas: "Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas; fazia contínua oração por ele a Deus ( ... ) muitos estavam reunidos e
e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão" (At 8.3). Poste- oravam" (At I2.5,I2).
riormente, ele lembraria "como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e Em todos os casos, fica claro que a Igreja refere-se ao povo de Deus.
a assolava" (Gl I.I3). Quando Paulo estava perseguindo a Igreja, o seu Quem, exatamente, são essas pessoas, e como se tornaram parte da Igreja?
ataque era, especificamente, contra as pessoas que eram discípulas do Se-
nhor Jesus Cristo. Esta é a Igreja que Jesus veio edificar. Mais especifica-
mente, a Igreja não inclui a todas as pessoas, nem mesmo todas as pessoas PoRQUE DEus AMou o MuNDO DE TAL MANEIRA
religiosas. Ela é constituída por aquelas pessoas cujos pecados foram per-
doados, cuja fé está depositada unicamente em Jesus para a salvação. Isso Como católico romano, tinha sido ensinado que Deus me amava, mas
é o que Jesus veio trazer à existência, um povo redimido, a única Igreja eu compreendia muito pouco o que realmente significava o amor de Deus.
verdadeira. Embora Deus fosse real para mim, era também distante e não muito aces-
sível. A menção do seu amor não gerava uma resposta em meu coração. O
que contribuía para a minha falta de compreensão do amor de Deus era o
CoNVERTIDOS A CRISTO
fato de que não conseguia ver a relação entre os meus pecados e a morte
de Cristo, que era a expressão definitiva do amor de Deus. Sim, eu acredi-
De acordo com o Novo Testamento, por meio da pregação do evangelho, tava que era um pecador, e que Jesus morreu porque me amava. Mas o que
as pessoas se convertiam ao Senhor Jesus Cristo. Em várias cidades, esses exatamente tudo isso queria dizer? Esses eram termos religiosos que não
cristãos formavam igrejas locais - congregações do povo de Deus. Esse era, se traduziam bem na compreensão do dia-a-dia. Como muitos outros
certamente, o costume apostólico: Paulo e Barnabé, "por todo um ano, se católicos, eu tinha uma visão sentimental da morte de Jesus; era levado à
reuniram naquela igreja e ensinaram numerosa multidão. Em Antioquia, piedade quando pensava nEle tendo que morrer uma morte tão c~uel.
foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos" (At I 1.26). Pos- Mas ali, sobre a cruz, Deus estava exibindo a profundidade do seu amor
teriormente, Paulo retornou a algumas das congregações que tinha ajudado por todos nós. Para compreender e apreciar esse amor, precisamos ter
a estabelecer, e elegeu-lhes "anciãos em cada igreja" (At I4.23). Quando uma compreensão clara do pecado.
terminou a sua viagem missionária, ele e seus companheiros "reuniram a A Bíblia descreve todos nós como perdidos, separados de Deus e
igreja, relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles" (At I4.27). incapazes de salvar a nós mesmos. A nossa condição é verdadeiramente
Embora exista uma única Igreja universal, sobre a qual Jesus é a cabe- desesperadora. E há ainda outro dilema. Como Deus poderia perdoar
ça (Ef I.2I,22), a Igreja universal é composta de congregações locais. os nossos pecados, e ainda garantir que a justiça fosse feita? Deus não
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Única Igreja Verdadeira
poderia simplesmente nos perdoar, e ignorar o fato de que tínhamos propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado" (I Co
infringido a sua santa lei, o que resulta em severa penalidade. Quem 2.2). Por mais estranho que pareça, a cruz de Cristo não exibe nem
pagaria pelo nosso crime contra Deus? No seu Filho Unigênito, Jesus fraqueza nem fracasso, mas o grande poder de Deus. E foi esse poder
Cristo, o Pai encontrou aquEle cuja morte poderia satisfazer plenamen- que resgatou a Igreja.
te as exigências de justiça, dessa maneira possibilitando que Ele perdo- Quando penso no poder de Deus, imagino-me presenciando alguns
asse os nossos pecados. Assim o apóstolo Paulo expressou a idéia: dos milagres do Senhor. Ele trouxe os mortos de volta à vida. Devolveu a
visão aos cegos. Removeu a terrível doença da lepra. Acalmou uma terrí-
Deus [o J propôs para propiciação pela fé no seu sangue, vel tempestade no mar _da Galiléia. E Ele salvou-nos da nossa condição de
para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dan- perdidos, desfazendo o mal causado pelos nossos pecados - isso exigiu
tes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração nada menos que o poder de Deus. "A palavra da cruz(... ) é o poder de
da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e Deus", disse Paulo (I Co l.I8). Em outra passagem ele escreveu: "Não
justificador daquele que tem fé em Jesus (Rrn 3.25,26). me envergonho do evangelho d~ Cristo, pois é o poder de Deus para
salvação de todo aquele que crê" (Rm I.I6).
A cruz de Cristo justifica a Deus: ela mostra que Deus é justo, por ter O evangelho não somente nos diz que Deus perdoa os nossos pecados,
feito aquilo que a sua própria lei exigia. Ele também é aquEle que justifi- mas também nos informa que não há ninguém a quem Ele não ame. O
ca/ perdoa a todos aqueles que crêem em seu Filho. Jesus tornou-se o amor de Deus é visto em atos de sacrifício. O Senhor fez mais do que
nosso substituto quando tomou sobre si mesmo os nossos pecados, "le- simplesmente falar de amor. Segundo Paulo, "Deus prova o seu amor
vando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro" (I Pe para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores"
2.24). A dívida causada pelos nossos pecados somente poderia ser paga (Rm 5.8). Embora Deus fosse a parte ofendida, Ele foi aquele que veio
por um sacrifício adequado, oferecido em nosso nome. Embora outros em uma busca amorosa de cada um de nós, amando-nos incondicional-
dois homens morressem juntamente com Jesus naquela Sexta-feira Santa, mente. O Senhor nunca pediu que demonstrássemos um interesse nEle, e
somente a morte de Jesus pôde cancelar a nossa dívida. Pedro mostra que nos seus caminhos, antes de nos amar. Ele nunca exigiu que prometêsse-
compreendeu o conceito de Cristo como nosso substituto e Salvador, mos que viraríamos a página e tentaríamos outra vez, com mais afinco. O
através das seguintes palavras: "Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o seu amor nunca impôs nenhuma condição. A única razão pela qual qual-
justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (I Pe 3.18). quer um de nós está na Igreja hoje, é que Jesus nos amou quando estáva-
mos fora dela. E o amor que agora temos por Deus nasce do fato de que
Ele nos amou primeiro (I Jo 4.19).
A CRuz: O PoDER DE DEus
Uma Fé Viva
O sacrifício de Jesus é inseparável da Igreja que Ele veio edificar.
Os primeiros cristãos falavam exclusivamente de Jesus como o Salva- O perdão é um dom gratuito de Deus, e não pode ser obtido por
dor dos pecadores. Eles nunca aceitaram a idéia de que uma pessoa quaisquer obras que façamos. Tampouco é o perdão uma recompensa por
pudesse estar bem com Deus, separada de Cristo. "Em nenhum outro alcançar um padrão aceitável de santidade. É comum que as pessoas pen-
há salvação", disse Pedro, "porque também debaixo do céu nenhum sem que o perdão pode ser ganho ou recebido como uma recompensa,
outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" mas as duas opiniões são contrárias aos ensinamentos das Escrituras. Se
(At 4.I2). Paulo foi igualmente categórico quando disse: "Nada me desejamos ser parte da Igreja que Jesus veio edificar, devemos ter uma
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A Única Igreja ~rdadtira
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
a igreja como sendo lealdade a Deus, e por isso tentava obedecer a tudo
compreensão correta da fé. Jesus indicou a tolice de tentar conquistar o
0 que a igreja ordenava. Eu acreditava que todas as minhas boas obras
caminho para o céu, quando contou a parábola do fariseu e do publicano
valeriam alguma coisa, produzindo, até mesmo, certo crédito que seria
(Lc I 8. 9- I 4 ). A lição estava destinada a "uns que confiavam em si mes-
levado em consideração no dia do julgamento.
mos". Dois homens, disse Jesus, subiram ao templo para orar. O fariseu
Mas uma conclusão inevitável nasce dessa linha de pensamento: Se nós
começou a sua oração narrando todas as suas boas obras diante de Deus.
contribuímos para a nossa própria salvação, então devemos afirmar que a
O orgulho enchia o seu coração à medida que ele agradecia ao Senhor por
morte de Jesus não somente foi inadequada, mas desnecessária. Assim
não ser como aqueles à sua volta: roubadores, injustos e adúlteros; nem
explica o apóstolo Paulo: "Se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo
ainda como este publicano, cuja profissão era conhecida pela desonesti-
morreu debalde [em vão]" (Gl2.2I).
dade. Ele continuou a sua oração lembrando a Deus que jejuava duas
Há muitos católicos maravilhosos que vivem de maneira monótona
vezes na semana, e dava dez por cento da sua renda ao Senhor.
por causa do que lhes ensinaram sobre a salvação. Durante anos fui espi-
O publicano também orou, mas com um tom diferente. Jesus disse que
ritualmente frustrado, cansado de fazer novas promessas a Deus, somente
ele ficou de longe e nem ousava levantar seus olhos ao céu. Em verdadeiro
para fracassar outra vez. Eu não sabia (porque nunca me fora ensinado)
arrependimento, ele dizia: "Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!"
que o perdão é um presente gratuito e imerecido dado por Deus, e que
Qual dessas duas pessoas foi perdoada? Foi o publicano que encontrou o
não há absolutamente nada que possamos fazer para obtê-lo ou merecê-
favor de Deus, disse Jesus, e não o fariseu. O que havia de errado com o
lo. Além disso, esse presente não é mantido pelas nossas boas obras. Não
fariseu? Afmal, ele cria em Deus, fazia suas orações e levava uma vida boa.
podemos salvar a nós mesmos, nem impedir a nossa salvação. Jesus é o
Então, por que ele não foi perdoado? Porque estava confiando na realiza-
único Salvador.
ção das suas obrigações religiosas para salvá-lo. O fariseu sentia que as
Jesus veio ao mundo para nos libertar e nos dar uma nova vida, não
suas boas obras, que eram muitas, iriam fazer a balança da justiça de Deus
para nos fornecer um novo conjunto de regras e regulamentos aos quais
pender em seu favor.
deveríamos obedecer para conseguir chegar ao céu. A última coisa que
qualquer um de nós precisa é uma religião baseada em nossas realizações:
Não É pelas nossas Obras
precisamos de alguém que tenha um desempenho perfeito naquilo que
fizer por nós. Ouça com que clareza a Palavra de Deus fala sobre esse
As pessoas hoje em dia ainda estão tentando chegar ao céu pelos seus
importante tema: "Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem
próprios esforços. Elas confiam que as suas vidas são suficientemente
de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie"
boas, que já cumpriram o bastante de suas obrigações religiosas e que
(Ef 2.8,9)
vivem de modo completamente decente, de maneira geral. Elas alimen-
A nossa resposta à oferta de perdão de Deus não pode conter nenhu-
tam a noção de que Deus irá inspecionar suas vidas e, com base na
ma implicação de termos conquistado ou merecido o presente gratuito
maneira como agem na terra, ou as receberá no céu, ou as expulsará por
da vida eterna. Por exemplo, quando você fica doente, toma remédios
toda a eternidade.
que o ajudam a melhorar. Se for um xarope, geralmente, você o coloca
Mas o perdão não é obtido com base em nossas obras, não importan-
duas ou três vezes ao dia, em uma colher e o bebe. Quando fica curado,
do quão honrosas essas sejam. O perdão vem de Deus, e nós o aceita-
a quem você dá o crédito por fazê-lo melhorar- ao remédio ou à colher?
mos pela fé. Como católico, acreditava que as minhas boas obras contri-
Ao remédio, é claro! Você nunca pensaria em escrever ao fabricante da
buíam para a minha salvação; elas incluíam vários atos de caridade, par-
colher para agradecer-lhe pela sua rápida recuperação. Deixe-me afir-
ticipação em novenas, comparecimento à missa semanal, confissões fre-
mar isso mais uma vez: Não há nada que possamos fazer para nos sal-
qüentes e outros deveres religiosos. Eu interpretava a lealdade para com
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costtu:I1am Fazer A Única Igreja verdadeira
var; nós simplesmente devemos "testificar c...) a conversão a Deus e a fé depressa, porque, hoje, me convém pousar em tua casa" CLc I 9·.5). Zaqueu
em nosso Senhor Jesus Cristo" CAt 20.2I). desceu e recebeu a Jesus, e esse encontro motivou seu coração ao arrepen-
dimento. "Eis que eu dou aos pobres metade dos meus bens; e, se em
0 ARREPENDIMENTO COM RESPEITO A DEUS alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado" Cv. 8).
Isso é arrependimento devoto. Graças ao seu coração penitente, e à sua
Corno católico romano, eu entendia que o arrependimento era lamen- óbvia fé em Jesus, o Senhor disse a Zaqueu: "Hoje, veio a salvação a esta
tar o pecado e prometer nunca pecar outra vez, mas isso é muito diferente casa" Cv. 9).
daquilo que a Bíblia chama de arrependimento. Por exemplo, suponha A salvação vem àqueles que se arrependem e crêem em Jesus. Sem arre-
que urna pessoa fosse passar uma noite consumindo uma grande quanti- pendimento, não há salvação. O chamado ao arrependimento é um tema
dade de álcool. Na manhã seguinte, com a cabeça latejando e os nervos recorrente nas Escrituras. João Batista insistia que seus ouvintes produzis-
abalados, ela tropeça a caminho do armário dos remédios, júrando: "Nunca sem "frutos dignos de arrependimento" CMt 3.8). João queria que as_ •.
mais. Eu nunca mais tornarei nenhuma gota, enquanto viver!" Embora ele pessoas não somente cressem em, Jesus, o Messias, mas que demonstras-
possa nunca vir a tomar nada outra vez, se não entregar a sua vida a Deus, sem que tinham desviado suas vidas do pecado, exibindo a evidência do
não terá se arrependido diante dEle. O que essa pessoa e,-ypressou foi um arrependimento verdadeiro. Jesus ordenava que "em seu nome, se pregas-
profundo remorso e pesar, mas isso não é arrependimento devoto. se o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, come-
É muito fácil transformar o "arrependimento" em outra boa obra, a çando por Jerusalém" CLc 24.47). Pedro disse a urna grande multidão que
ser realizada para a obtenção do perdão. O perigo é muito sutil, mas real: eles deviam se arrepender e ser batizados. Mais tarde, ele disse a outros:
Nós pecamos, nós nos arrependemos, estamos de volta à busca do favor "Arrependei-vos ... e convertei-vos" CAt 2.38; 3.19).
de Deus, e o nosso arrependimento recebe o crédito de ter alcançado esse O arrependimento altera a direção da vida de alguém, fazendo com
resultado. Urna vez que o arrependimento demonstra a necessidade de que a pessoa caminhe em direção a Deus. E pelo fato de o arrependimen-
um salvador, ternos a tendência de ter fé no nosso arrependimento, ou na to envolver urna conversão, não pode ser separado da fé. Paulo afirmou:
realização do nosso dever religioso. A menos que esse mal entendido seja "Testifico, tanto aos judeus como aos gregos, a conversão a Deus e a fé em
corrigido, a conseqüência será urna vida de monotonia religiosa. nosso Senhor Jesus Cristo" CAt 20.2I).
O arrependimento e o voltar-se para Deus estão unidos, e são
inseparáveis. Quando nos arrependemos, tornamos urna decisão consci-
ente de nos afastarmos do pecado, porque ele ofende a Deus, e nos impe- A FÉ EM JESUS
de de voltar a nossa vida em direção ao Senhor; nós nos determinamos a
viver em obediência a Ele. O arrependimento devoto envolve urna modi- Fé significa confiar, crer. Abraão é o homem cuja fé se mantém corno o
ficação em nosso comportamento. As Escrituras dizem: "A tristeza se- modelo para nós CRm 4.I6). A vida de Abraão foi marcada por significa-
gundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se tivas demonstrações da sua fé. Um fato marcante é Deus ter lhe dito que
arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte" C2 Co 7.IO). deixasse a sua casa e fosse para urna terra estranha: "Pela fé, Abraão, sen-
Zaqueu era um rico coletor de impostos, que ouviu sobre os milagres do chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por he-
de Jesus e sobre a sua afirmação de que era o Messias prometido. Ansioso rança; e saiu, sem saber para onde ia" CHb I I .8 ). Isso é fé!
por ver o Mestre, mas impedido por causa da sua pequena altura, Zaqueu Outro exemplo é a promessa de Deus de dar um fJho a Abraão. O tempo
subiu em uma figueira brava, para ter um vislumbre de Jesus, quando Ele passava, e a promessa continuava sem ser cumprida. Abraão tinha 99 anos
passasse. Quando o Senhor o viu na árvore, chamou-o: "Zaqueu, desce de idade, e sua esposa, Sara, tinha 90, quando Deus falou com ele outra vez
96 97
I.
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Única Igreja Verdadeira
sobre a promessa de um fiTho. Embora cercado de impossibilidades físicas, pecados que praticaram. Eles não confiaram naquilo que estavam fazendo,
Abraão ainda tinha fé de que aquilo que Deus tinha dito viria a acontecer: mas confiaram naquilo que Jesus tinha feito por eles. A sua fé não estava em
"Pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já um sacramento, mas em um maravilhoso Salvador. Para receberem o per-
fora da idade; porquanto teve por fiel àquele que lho tinha prometido" (Hb dão, eles confiaram em Cristo crucificado, não na Igreja. No seu batismo
I I.II). Isto é fé! eles se identificavam, pela fé, com Jesus na sua morte, no seu sepultamento
Posteriormente, Deus ordenou a Abraão que levasse a seu filho Isaque e na sua ressurreição (Rm 6.I-6).
e o oferecesse como sacrifício. Abraão respondeu com fé quando Deus o A partir do Pentecostes, os apóstolos proclamaram o perdão dos peca-
pôs à prova (Hb I I. I 7), mas Deus não permitiu que Abraão tirasse a vida dos em nome de Jesus Cristo. Aqueles que acreditavam nessa mensagem
do rapaz, ainda que estivesse preparado para fazê-lo. Por essa razão, Abraão eram batizados no seu nome. Nós lemos que como os samaritanos "cres-
é chamado de "amigo de Deus" (Tg 2.23). Isso é fé! sem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de
O tipo de fé que Abraão demonstrava é o tipo de fé que Deus deseja Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres (At 8.I2). "Mui-
que tenhamos. Quando o Senhor nos diz alguma coisa, deseja que creia- tos dos coríntios, ouvindo-o [a Paulo], creram e foram batizados" (At
mos que é verdade, e que reajamos adequadamente. Quando Ele nos pede I8.8). Quando o evangelho foi pregado aos gentios, e eles vieram a crer
que lhe obedeçamos, espera obediência. Falsos elogios ou hipocrisia não em Jesus, Pedro "mandou que fossem batizados em nome do Senhor" ( At
são o que o Senhor deseja de nós. Jesus perguntou a um grupo de pessoas 10.48). Quando Paulo ensinava o evangelho, muitos creram, e "foram
religiosas: "Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu batizados em nome do Senhor Jesus" ( At I 9 .5). Em todas essas situações,
digo?" (Lc 6.46). A fé verdadeira sempre fará o que Deus ordena. os apóstolos estavam obedecendo ao mandamento de Jesus, de ir e fazer
discípulos de todas as nações e batizar àqueles que viessem a crer nEle
(veja Mt 28.I8-20, ARA).
BATISMO: UMA RESPOSTA À CRUZ
O mesmo padrão é repetido, várias vezes, na Bíblia. Aqueles que eram
batizados eram crentes cuja fé estava depositada em Jesus, para a salvação.
Alguns dias depois do meu nascimento, fui batizado na Igreja Católica Os bebês não têm essa fé. Como católico, quando li na Bíblia pela primei-
Romana. O sacramento do batismo, supostamente, regenerou a minha ra vez essa conexão entre a fé e o batismo, foi uma novidade completa
alma e removeu a mancha do pecado original. Por esse único ato, eu agora para mim. Mas uma coisa ficou clara: Quando Jesus ordenou que o evan-
fazia parte da única igreja verdadeira. Somente aos meus vinte e poucos gelho fosse pregado, e os crentes fossem batizados, excluía qualquer pes-
anos, é que aprendi que o batismo deve ser acompanhado pela fé no sacri- soa que não cresse. Os ensinamentos das Escrituras são de que o batismo
fício de Jesus. Estudando aquilo que as Escrituras diziam, cri em Jesus e deve ser acompanhado pela fé no sacrifício de Cristo - caso contrário será
fui batizado. um ato inútil e sem propósito, um ritual vazio.
Isso é afirmado em Atos 2, onde vemos Pedro pregando o evangelho a No batismo nós nos identificamos com Cristo na sua morte, no seu
uma multidão. As pessoas foram convencidas do seu pecado pelo Espírito sepultamento e na sua ressurreição. Nós conscientemente rompemos com o
Santo, e clamavam: "Que faremos, varões irmãos?" Pedro lhes disse: mundo e seus caminhos, e comprometemos a nossa vida ao Senhor, en-
"Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo quanto vivermos. De certa forma, o batismo é como o casamento. Quando
para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo( ... ) De sorte um casal faz os seus votos matrimoniais, ele se compromete, um ao outro,
que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, na- pela vida toda. A partir daquele momento, os cônjuges iniciam um novo
quele dia, agregaram-se quase três mil almas" (At 2.37,38,4 I). Aqueles que relacionamento, como marido e mulher. Da mesma maneira, o batismo
foram batizados creram no sacrifício que Jesus ofereceu para a remissão dos marca o início de um novo relacionamento do crente com o Senhor.
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.,.if
A propósito, na Bíblia, o batismo é retratado como a imersão completa para o seu espírito de generosidade é que "se deram primeiramente
de uma pessoa em água. O costume de derramar ou aspergir água sobre a ao Senhor" (2 Co 8.5).
cabeça daquele que é batizado é um desvio do mandamento bíblico. No Hoje, a Igreja também deve se caracterizar por aquele espírito de gene-
texto original em grego do Novo Testamento, a palavra "batizar" significa rosidade: "Não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com
"imergir". Observe que depois que Filipe ensinou ao etíope, "desceram tais sacrifícios, Deus se agrada" (Hb I 3. I 6 ). É para o louvor a Deus que
ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e o batizou. E, quando saíram ainda se encontram na Igreja pessoas generosas. Essas são as pessoas que
da água( ... )" (At 8.38,39). Em seu batismo, o próprio Jesus foi imerso na compreendem o verdadeiro significado das palavras de Jesus: "Mais bem-
água. "Sendo Jesus batizado, saiu logo da água" (Mt 3.I 6). Obviamente aventurada coisa é dar do que receber" (At 20.35). Suas vidas são teste-
que para sair dela Ele teria que ter estado dentro da água. Nós estamos munhos claros de que. a Igreja está viva, está bem e servindo neste mundo.
certos quando tomamos a nossa defmição de batismo diretamente daqui- A Igreja também deve ser uma comunidade que se preocupa com as
lo que Deus disse nas Escrituras. pessoas. Há uma razão por que a Igreja é chamada de Corpo de Cristo. O
apóstolo Paulo argumenta que da· mesma maneira como o corpo físico
depende de cada membro, para possibilitar que o corpo funcione correta-
A IGREJA VIVA mente, também a Igreja depende dos seus membros, para funcionar como
um corpo (I Co I2.I5-26). Um espírito de indiferença não tem lugar
Depois de subir ao céu, Jesus deixou a Igreja para ser sua testemunha entre o povo de Deus. A atitude que diz "Não é problema meu" é inacei-
no mundo. Para assegurar que a Igreja, em todas as gerações, amadureces- tável, porque não é semelhante à atitude de Jesus. O ensinamento que
se na fé, o Senhor ressuscitado deu evangelistas, pastores e doutores, para recebemos é: "Lembrai-vos dos presos, como se estivésseis presos com
ajudar a edificar o seu corpo (o Corpo de Cristo), que é a obra do minis- eles, e dos maltratados, como sendo-o vós mesmos também no corpo"
tério (Ef 4.II-I6). Quando essas pessoas talentosas ensinam as Escritu- (Hb 13.3). Dentro da Igreja, haverá alguns que são fortes, e outros que
ras ao povo de Deus, isso garante que a Igreja está preparada para cumprir são fracos e que se esforçam. A batalha da vida é árdua para os que se
o seu papel ordenado por Deus no mundo. esforçam, e freqüentemente eles ficam desmotivados e desanimados. To-
A conversão a Jesus é um acontecimento sobrenatural e resulta em uma dos nós conhecemos pessoas que tiveram uma excessiva carga de dificul-
mudança radical no modo de vida dos convertidos. Algumas distinções dades na vida. Até mesmo aqueles que têm a maior força de vontade deste
proeminentes nos primeiros cristãos eram: a alegria na comunhão, os en- mundo podem se cansar por causa as provações contínuas. Todos nós, no
contros para receber instruções sobre as Escrituras, e o tempo passado em Corpo de Cristo, temos a obrigação de ajudar essas pessoas. São nossos
oração e louvor a Deus ( At 2.42-47). Eles se reuniam todos os domingos, irmãos e irmãs feridos, membros da família de Deus, e nós devemos ser a
para dar graças ao seu Salvador e para recordar o seu sacrifício, partici- sua força e esperança - o braço em que podem se apoiar, o ombro sobre o
pando da Ceia do Senhor (At 20.7; I Co II.I7-34). qual podem chorar e o ouvido que está aberto para ouvir a sua dor.
Além da fidelidade ao Senhor, a Igreja Primitiva era caracterizada Aquilo que atraía os piores pecadores a Jesus era o seu espírito bondo-
por um extraordinário espírito de generosidade. Os cristãos vendi- so e misericordioso. Eles o tinham ouvido com freqüência suficiente para
am as suas propriedades e repartiam com todos os que tivessem ne- saber que tinham encontrado nEle um verdadeiro amigo. Não fazia ne-
cessidade. "Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em nhuma diferença de qual lado da cidade eles vinham, e não importava se
comum" (At 2.44). Até mesmo os pobres repartiam aquilo que pos- suas vidas estavam impregnadas com pecados - Ele tinha tempo para eles.
suíam em sua profunda pobreza, para aliviar as necessidades daque- Jesus veio para consertar suas vidas arruinadas, para restaurar sua dignida-
les que eram ainda menos afortunados do que eles. A explicação de e dar-lhes esperança. Todos eram bem-vindos.
100 IOI
.v"
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Única Igreja Verdadeira
O objetivo de toda a congregação do povo de Deus deve ser o de tor- IPÊRGÜN_T AS..ERESPOSTA1
nar-se imitadores do seu Senhor e Salvador, ministrando às necessidades
de todos, transmitindo as alegres notícias do evangelho e adorando a Deus,
em espírito e verdade. Há uma vida além da sepultura para os obedientes,
I O que é a Igreja?
A igreja é composta por um povo "escolhido" ou "chamado para
porque Jesus morreu e ressuscitou da sepultura ao terceiro dia. Porque fora" que deposita a sua fé na mensagem de que Jesus Cristo mor-
Jesus vive, a sua Igreja é um corpo vivo. Essa é a Igreja verdadeira, do reu pelos nossos pecados, e ressuscitou. A Igreja é um grupo de
Cristo vivo. ·pessoas que pertencem ao Senhor Jesus Cristo, e não um edifício
ou um sistema religioso.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costu!Ilam Fazer
!
Igreja. SEJAM UM
11 Existe somente uma Igreja verdadeira?
Com toda certeza. E essa única Igreja verdadeira aceita a "todos
os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, Senhor deles e nosso" (I Co I.2). Todos os dias, o evange-
lho de Jesus é divulgado pelo nosso mundo, e muitos crêem e são
batizados. Todas essas pessoas estão na Igreja que Jesus veio edificar. O chamado à unidade está no foro da discussão cristã por diversas
Nenhuma pessoa salva está fora do seu Corpo, a Igreja. Lembre- décadas. O convite da Igreja Católica Romana para uma maior coopera-
se, Jesus edifica a sua Igreja quando salva pecadores. ção entre católicos romanos e evangélicos está crescendo em popularida-
de, e a intenção tem sido saudada como um movimento positivo para
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer ! Unidade: Para que todos Sejam Um
'
Igreja Católica Romana- os ensinamentos a respeito da missa, do purga- Primeira Carta aos Coríntios: "À igreja de Deus que está em Corinto, aos
tório, das indulgências, da regeneração pelo batismo - minam aquele sa- santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos os que em todo
crifício de Jesus que assegurou para sempre a remissão dos pecados? Não lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nos-
é possível haver unidade. Não digo isso porque seja contra a unidade, mas so" (I Co 1.2). Paulo se dirigiu "à igreja de Deus( ...) em Corinto", que se
porque é necessário que se afirmem os fatos em benefício dos interesses compunha de todos os coríntios que "creram e foram batizados" (At
da verdade e do evangelho. A Igreja Católica Romana não ensina o evan- I8.8). Mas contados juntamente com os redimidos em Corinto estavam
gelho da salvação como exposto na Palavra de Deus. O evangelho afirma "todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus
que a morte expiatória de Jesus pagou integralmente a penalidade de to- Cristo", para salvá-los dos seus pecados. Embora o povo redimido de
dos os nossos pecados, deixando-nos sem pecado diante de Deus, liberta- Deus esteja disperso por todo o planeta, isto· é, separado geografiéamente,
dos de toda condenação, e assegurando-nos que depois da morte nos aos olhos do Senhor ele está perfeitamente unido em Cristo Jesus.
reuniremos com o Senhor no céu. Além disso, Jesus oferece o perdão A realidade daquilo que o Senhor fez, aos tornar-nos um com o Pai e
como um presente [graça]; ele não pode ser obtido pela realização de consigo mesmo, deve estar refletida na vida de todo o povo de Deus. A
obras boas e nobres, como se possuíssem "efeitos colaterais espirituais". Igreja deve refletir unidade ao mundo. Quando exibirrios a realidade dessa
O que tudo isso significa é que o perdão não pode ser recebido por asseveração em nossa vida, damos testemunho às pessoas de que o Pai
meio de algum poder que supostamente existe em um sacramento. O realmente enviou o seu Filho. O povo de Deus, vivendo juntos em harmo-
perdão não é dado em troca de obediência. A resposta apropriada à oferta nia, envia uma poderosa mensagem ao mundo de que alguma coisa extra-
gratuita de perdão, feita por Deus, é crer e ser batizado em nome daquEle ordinária deve ter acontecido conosco. A explicação é que o Pai enviou o
em quem se encontra a salvação. A Igreja Católica Romana, em seus seu Filho à terra, para nos redimir, e agora o Filho vive no meio do seu
ensinamentos sobre a missa e o purgatório, demonstra que considera o povo.
sacrifício de Jesus como precisando de complementação. A Igreja Católi- As palavras de Paulo aos crentes de Éfeso esclarecem ainda mais a
ca Romana negará esse fato vigorosamente, mas os seus costumes confir- questão da unidade. Ele disse que devemos procurar "guardar a unidade
mam isso. Os dogmas da Igreja Católica Romana sobre esse tema não são do Espírito pelo vínculo da paz" (Ef 4.3). Somos nós que, como Igreja,
aquilo que a Bíblia ensina. Como é possível então, os evangélicos e os temos a responsabilidade de criar a unidade entre os membros; essa
católicos romanos ter unidade? Não podem. tarefa é nossa. Nós somos incumbidos de manter a unidade criada pelo
Espírito. É aqui que grande parte do que se fala sobre a unidade cristã
hoje em dia se perde. As pessoas estão tentando criar unidade, mas a
UNIDADE INVISÍVEL E VISÍVEL unidade somente pode ser criada pelo Espírito. A nossa responsabilida-
de é "procurar" manter essa unidade na Igreja. Essa é a unidade visível,
A Igreja de Deus é composta por todos os redimidos, que estão perfei- que exibimos ao mundo. Conservar essa unidade não é fácil; por isso a
tamente unidos em Cristo. Essa unidade não é sempre visível para nós, instrução para "procurar"! O oposto da unidade é a desarmonia, a dis-
mas o é para Deus. Os registros da igreja não são fotocópias do livro da córdia, a rivalidade, a contenda, e assim por diante. Essas coisas, de
vida do Cordeiro. A unidade abrange todos os fiéis redimidos, e ninguém forma irrestrita, não devem ter permissão ou consentimento nosso de
mais. Somente eles são objetos da oração do nosso Senhor, pela unidade, permanecer na Igreja.
em João I7.20,2l. Jesus estava orando somente por aqueles que creram A Igreja é uma mistura de pessoas de todos os modos de vida. Somos
nEle, e responderam com fé à mensagem do evangelho. O escopo da uni- I todos muito diferentes, mas, apesar das nossas diferenças, existem deno-
dade pela qual Jesus orou é vista nas observações iniciais de Paulo, em sua minadores comuns que nos unem. Nós temos o mesmo Pai, que nos deu
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
T Unidade: Para que todos Sejam Um
não Resolvida J (Londres: Continuum International Publishing Group, leva a um conflito imediato com os ensinamentos da Igreja Católica Ro-
I 994). Os escritos desse homem não podem ser descartados levianamen- mana, que tentam complementar o evangelho com sacramentos e obras.
te. A recusa em fazer concessões pode resultar em sermos acusados de
O celibato no clero não encontra nenhum apoio nas Escrituras e é destruir todo o bom trabalho ecumênico que tem sido feito ao longo dos
abertamente criticado por muitos, inclusive clérigos. Eles o consideram últimos anos. No entanto, devemos estar preparados para permitir que as
uma regra injusta. O divórcio é outra área na qual existem desacordos acusações venham ao nosso encontro, e prestar atenção às palavras de
entre o clero. Quanto ao controle de natalidade, que foi proibido pelo Paulo à Igreja em Filipos. Ele disse que desejava que "[combatessemJ
papa Paulo VI, a maioria dos católicos de hoje ignora a proibição. Isso é juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho" (Fp I.27). Judas,
inegável. A ordenação de mulheres ao sacerdócio é claramente apoiada, em sua curta carta, fez esta exortação: "Tive por necessidade escrever-vos
ainda que o ensinamento oficial da Igreja Católica Romana é que somen- e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos" (v. 3 ). A
te homens podem se candidatar ao .ofício. Todas essas questões provam importância da defesa do evangelho nunca será exagerada. Paulo, que dis-
conclusivamente que a Igreja Católica Romana não é a igreja unida que se que deveríamos fazer todo esforço possível para conservar a unidade
afirma ser. Existem divergências claras de crenças sobre vários dogmas do Espírito e não se envergonhou em dizer: "Ainda qu~ nós mesmos ou
essencta1s. um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho
anunciado, seja anátema" (Gl I.8). Não tenho prazer em dizer isso, mas a
Igreja Católica Romana, com base nos seus ensinamentos tão claramente
UNIDADE VISÍVEL
divulgados pelo Magísterium, não prega a mensagem salvadora da cruz de
Cristo. Reconheço que a Igreja Católica Romana utiliza palavras evangé-
A oração do nosso Senhor, pedindo unidade, em João I7, é atendida licas: cruz, morte, sangue, expiação, e assim por diante. Mas em seguida,
entre aqueles a quem o Senhor salvou. Ele orou: "Para que todos sejam ela contradiz o Evangelho com, por exemplo, seus dogmas sobre a missa,
um" ( v. 2I), " para que seJam
' um, como nos ' somos um " ( v. 22), e " para o purgatório e as indulgências.
que eles sejam perfeitos em unidade" (v. 23). Deus vê completa unidade Os evangélicos, individualmente ou como igrejas, conseguem exibir
em sua Igreja. No entanto, nem sempre exibimos a realidade dessa unida- unidade embora tenham suas diferenças sobre assuntos secundários; isso
de. Precisamos fazer todo o esforço possível para exibir algo da maravilha é possível, porque estão unidos em Cristo Jesus. Isso não quer dizer que
que o Senhor realizou. E devemos considerar isso como algo possível, podemos ignorar os assuntos secundários. Precisamos passar uma vida
porque Jesus orou para que a unidade da igreja fosse como a unidade que inteira aprendendo qual é a vontade de Deus mais plenamente, por meio
existe entre o Pai e o Filho. do diálogo aberto, do estudo e da oração, de modo que a vontade de Deus
No entanto, a unidade não pode ser aceita a qualquer preço. A unidade se forme de uma maneira completa em nossa vida. A Igreja em Corinto
de que fala a Bíblia foi assegurada pelo sacrifício expiatório de Jesus. Esse deixou de ser uma influência ao mundo por causa da falta de unidade
foi o preço que foi pago pela unidade. E é por isso que não pode haver entre os seus membros. O comportamento da igreja era um escândalo
concessões no evangelho. Haverá ocasiões em que precisaremos tomar para a sociedade por causa da divisão, da inveja, da mesquinhez, e do
uma posição firme em defesa do evangelho de Jesus Cristo. Isso pode se tratamento inadequado que dispensavam uns aos outros. Como resulta-
tornar difícil, especialmente no clima religioso atual, que incentiva a co- do, o seu testemunho cristão foi diminuído.
munhão entre católicos romanos e protestantes e as igrejas evangélicas. O A mesma coisa é verdade hoje. Todos os sinais errados estão sendo
evangelho é o único caminho para a salvação, e não há nada que possamos enviado~ ao mundo- o mesmo mundo que Jesus deseja que influenciemos
fazer para a nossa redenção. E graça, do princípio ao fim. Esse saber nos com a nossa unidade - quando nos comportamos de uma maneira ímpia
IIO
1. I li
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer T Unidade: Para que todos Sejam Um
com os outros. Críticas cruéis, comentários injustos e ações descuidadas aqueles que têm diferenças, pode ser exibida, se levarmos em consideração as
contra companheiros cristãos não fazem nada para influenciar o muiJ.do a palavras de Paulo: "E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em
favor de Jesus. A amargura que reside nas igrejas, por causa de divisões, um corpo, domine em vossos corações" (Cl3.IS). A palavra "domine" nos dá,
garante que os perdidos não virão a elas em busca de refúgio espiritual. em inglês, a palavra arbitre. A paz é o árbitro na nossa vida, porque somos "mem-
Quando as igrejas exibem desunião, é porque não prestaram atenção às bros de um só corpo", a Igreja.
instruções do Senhor Jesus Cristo, nem dos seus apóstolos. Paulo estava
sempre instruindo as igrejas, para que vivessem unidas. "Rogo-vos", disse
ele, "que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados" (Ef UM EM CRISTO JESUS
4.1). Aconteça o que acontecer, escreveu ele aos santos de Filipos, "deveis
portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo" (Fp 1.27). Creio em uma Igreja santa, universal e apostólica. A Igreja é uma, por-
Sempre haverá diferenças de opinião e entendimento entre o povo de que aceita todos aqueles que foram justificados pela fé em Cristo Jesus. É
Deus, enquanto continuamos a aprender mais sobre Deus e sua vontade. uma comunidade unida em Cristo Jesus. É santa, porque o povo redimido
Mas o que nos torna um em Cristo não é a nossa concordância em tudo, de Deus é santo, como Deus é santo. É universal, e ~ão regional. A sua
mas a nossa adoção, como filhos e fllhas, na família do Senhor, tudo isso mensagem do evangelho se destina a todas as nações. E é apostólica por-
tornado possível por causa do que Jesus fez na cruz. É por isso que não que se baseia nos fundamentos dos ensinamentos dos apóstolos. Somente
devemos excluir a ninguém que o Senhor inclua, nem mesmo aqueles de as igrejas que pregam o verdadeiro evangelho são as herdeiras espirituais
quem discordamos em questões secundárias. Se Deus se alegra em esten- deste antigo credo.
der a comunhão a eles, nós também devemos fazê-lo.
Mas como devemos lidar com as diferenças que existem entre nós? Há
um longo caminho a percorrer para solucionar as nossas diferenças dou-
trinárias, e assim nos tornarmos um povo mais humilde e mais piedoso.
Nenhum de nós está certo a respeito de tudo. Jesus é o único que ensinou
uma teologia perfeita, e todos nós somos peregrinos esforçados nessa jor-
nada. Quando houver discordância, não devemos circular boatos que ques-
tionem a sinceridade ou honestidade daqueles de quem discordamos. Nem
devemos rotulá-los de modo cruel, simpl~smente porque divergimos de-
les. Existem áreas em que todos nós nos sentiremos fora da J:?-Ossa zona de
I•! I:,
conforto. Por causa disso, podemos não ser capazes de nos envolver com r
algumas igrejas. Mas aquilo que devemos fazer é afirmar que somos ir-
·; mãos e irmãs em Cristo. As nossas diferenças não devem permitir que nos
comportemos como se não fôssemos irmãos e irmãs em Cristo. Se isso
acontecer, teremos perdido a nossa oportunidade de sermos boas teste-
munhas a este mundo incrédulo.
A desunião, às vezes encontrada entre igrejas evangélicas, não se deve ao fato
de que estejamos divididos sobre as questões essenciais da fé, mas porque não
nos amamos uns aos outros como deveríamos. A unidade genuína, mesmo entre
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J II2
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........-----,..,
Unidade: Para que todos Sejam Um
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
~ERGUNT AS' E RESPOSTA~ m Pode existir unidade entre as igrejas evangélicas e a Igreja Cató-
lica Romana?
Isso não é possível, uma vez que as suas opiniões sobre autori-
I Como você definiria a unidade que Jesus pedia?
Em sua última noite com os seus discípulos, Jesus orou pela uni-
dade são fundamentalmente diferentes. Os evangélicos afir-
mam que a Bíblia é a Palavra de Deus, a autoridade final em
dade de todo o seu povo, em todos os tempos. Essa unidade deve todas as questões de crença e procedimentos Cou práticas). A
refletir a unidade que existe entre o Pai e o Filho. Em Cristo, Igreja Católica Romana é enfática ao considerar que tem au-
todos nós estamos perfeitamente unidos em seu corpo, a Igreja. A toridade nessas questões. Uma outra questão relevante é que
realidade disso, então, deve ser exibida, no nosso comportamento os evangélicos afirmam que o sacrifício único de Jesus foi su-
à medida que interagimos uns com os outros. Por meio do nosso ficiente para garantir o perdão integral de todos os nossos pe-
cuidado afetuoso, apoio e incentivo uns aos outros, mostramos ao cados, ao passo que isso é negado pelos ensinamentos e proce-
mundo que somos discípulos de Jesus. dimentos Cou práticas) da Igreja Católica Romana, tais como
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A RECONCILIAÇÃO
. . . . . . . . . . . . . . .......... .
COM DEUS
_________ .L.~
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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l 119 .
J
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
I A Reconciliasão com Deus
l
bia que precisava que Deus lidasse com ele de modo gracioso.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
palavras: "Cristo padeceu uma vez pelos pecados ( ... ) para levar-nos a
Deus" (I Pe 3.18). Esta é a escada rolante de Deus. Precisamos permitir
T A ReconciliafãO com Deus
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A ReconciliaJãO com Deus
tradições de meus pais" ( Gl I. I 4 ). Paulo não estava se vangloriando de Paulo acabava de descrever (ele poderia estar descrevendo muitos bons
suas realizações acadêmicas; estava simplesmente afirmando fatos, sobre católicos romanos). Como conceber que pessoas tão boas, tão zelosas e
si mesmo, que fornecem uma idéia de como era, antes de sua conversão a tão crentes em Deus não estejam reconciliadas com Ele? Muitos julgavam
Jesus. Ele explicou isso ainda outra vez, em sua carta à igreja de Filipos: ultrajante dizer que elas - tão religiosas - não estavam reatadas com Deus.
No entanto, seus protestos só servem para mostrar que também não sa-
Se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda bem como é que Deus considera os pecadores reconciliados consigo.
mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da Muitos católicos romanos hoje em dia estão nessa mesma categoria: crê-
tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui em que serão aceitos pelo Senhor porque são bons, decentes e tementes a
fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a jus- Ele. São sinceros, genuínos e zelosos por Deus, mas foram ensinados de
tiça que há na lei, irrepreensível (Fp 3.4-6). maneira incorreta.
Para o povo judeu do tempo de Jesus, os fariseus eram as pessoas que
Ele estava confiante de que a sua descendência de Abraão - o pai da obedeciam à lei com mais retidão. 'Mas, apesar disso, Jesus fez esse inte-
nação de Israel - combinada com a sua meticulosa obediência à lei, eram ressante comentário: "Porque vos digo que, se a vossa jus.tiça não exceder
suficientes para assegurar o seu lugar no céu. Ele, juntamente com outros a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus"
fariseus, tinha desenvolvido esta linha de pensamento em direção à perfei- (Mt 5.20). Jesus estava dizendo que precisamos superar o desempenho
ção. dos fariseus? Em outras palavras, se eles jejuavam duas vezes por semana,
então nós deveríamos jejuar três vezes, e se eles doavam IO% da sua ren-
Confiando em uma Falsa Justiça da, precisaríamos doar I I%. É isso que Jesus estava ensinando? Absoluta-
mente, não. O Mestre estava enfatizando que os fariseus acreditavam que
Depois de ter recebido a Cristo, Paulo transmitia, incansavelmente, a os seus atos justos os levariam ao céu. A sua justiça se baseava em obras
mensagem de salvação de Jesus aos seus companheiros judeus. Ele lamen- humanas. A única justiça que pode nos salvar é aquela que se tornou
tava sua condição de perdidos, sabendo que confiavam em um sistema disponível a nós, por meio de Cristo na cruz.
religioso que nunca poderia salvá-los. O que eles queriam- reconciliar-se Somente depois da sua conversão, Paulo pôde ver a futilidade que é con-
com Deus - nunca poderia ser obtido pelo esforço humano. Ele disse: fiar no desempenho religioso. Aquilo que, certa vez, tinha sido "muito im-
portante", ele agora considerava como esterco, porque as suas obras não
Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus podiam fazer a única coisa que ele confiava que elas fariam - salvá-lo dos
por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho seus pecados, e assegurar o seu lugar no céu. Consigo me identificar com o
de que rêm zelo de Deus, mas não com entendimento. Por- que Paulo estava dizendo, pois, quando era um católico romano praticante,
quanto, não conhecendo a justiça de Deus e procurando es- também confiava no desempenho de meus deveres religiosos, crendo que a
tabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de minha obediência às regras cristãs iriam me salvar. Como muitos católicos
Deus (Rm IO.I-3). romanos, eu também era muito sincero em minhas convicções; porém, mais
tarde, percebi que o caminho para a salvação está em outro lugar, e a obedi-
Paulo sabia exata.mente de onde vinham essas pessoas, pois estivera ali. ência que tinha, os rosários que utilizava para rezar, as novenas que fazia e a
Se houvesse uma passagem da Palavra de Deus que pudesse oferecer a minha devoção aos "santos" não podiam me salvar.
esperança de que elas seriam salvas porque eram boas e sinceras, estaria Paulo afirmou que é somente pela fé na morte de Jesus que podemos
indicado aqui, mas tal esperança não é dada. Veja o tipo de pessoa que ser salvos, e "não pelas obras de justiça que houvéssemos feito" (Tt 3.5).
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
Isso é difícil de aceitar, mas é uma verdade bíblica: Não podemos salvar a
T A Reconciliafão com Deus
fazê-lo por nós. Posteriormente, Paulo afirmou: "Vós sois d~le, em Jesus
Cristo" (I Co 1.30). Ele estava dizendo que uma postura correta com
nós mesmos, ou seja, precisamos ser salvos. O teor das Escrituras é claro:
Deus é atribuída completamente a Jesus, pois Ele "para nós foi feito ...
Não podemos nos tornar justos diante de Deus através de nossos própri-
justiça" (v. 30). Quem é a nossa justiça? O próprio Senhor Jesus Cristo.
os méritos, não importando o quanto tentemos. E este é o ponto especí-
Em outra passagem importantíssima, Paulo disse: "Àquele que não co-
fico - e principal - em que os católicos romanos se equivocam. Assim,
nheceu pecado, [Deus J o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos
como podemos nos reconciliar com Deus?
feitos justiça de Deus" (2 Co 5.21). Essa é a doutrina da substituição: O
Jesus sem pecado tomou sobre si os nossos pecados, de modo que "nEle"
JUSTIÇA nós pudéssemos ser considerados justos diante de Deus, com uma justiça
que vem do próprio Deus.
Paulo tem um coração muito compreensivo com aquelas pessoas que,
Confiando na Justiça Verdadeira
por meio de seus próprios esforços piedosos, procuram se reconciliar com
Deus. Mas elas foram mal orientadas por seus professores. Assim, quan-
Tendo a clareza como o nosso objetivo, vamos investigar uma teologia
do Paulo escreveu sobre o tema da maravilhosa graça de Deus, baseou-se
"profunda" que exigirá uma consideração cuidadosa. No entanto, a re-
em sua própria vida, como uma pessoa zelosa que tentou se salvar pelas
compensa que vem da compreensão da doutrina da justiça imputada é
suas próprias obras, e disse: "Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso
mais do que compensadora, e pode alterar o nosso destino eterno. Assim,
não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se
juntos, vamos nos lançar às profundezas.
glorie" (Ef 2.8,9). Se pudéssemos ser salvos pelas nossas obras, então
Se desejarmos ser justos diante de Deus, então o Senhor terá que im-
poderíamos nos vangloriar de termos sido capazes de nos salvar. Nós nos
putar sua própria justiça a nós. Na Epístola aos Romanos, Paulo dedicou
tornaríamos o nosso próprio salvador. Mas como não somos salvos pelas
três capítulos à explicação da natureza pecadora do homem e a sua inca-
nossas obras, e sim pela nossa fé - em uma obra executada pelo próprio
pacidade de alterar essa situação. Contra esse cenário, Paulo apresenta o
Deus - concluímos que a fé não é uma obra ligada a méritos. A fé, sozi-
tema da graça: "Mas, agora", disse ele, "se manifestou, sem a lei, a justiça
nha, não ganha nada para nós. Se ganhasse, não seria mais fé, e sim uma
de Deus, tendo o testemunho da Lei e dos Profetas, isto é, a justiça de
obra. Não existe poder de salvação em nossa fé, por si mesma; é o Cristo
Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem" (Rm
crucificado quem nos salva. Embora a fé e as obras que visam a méritos
3.21,22). Durante anos anteriores da sua vida, Paulo tinha tentado apre-
para a salvação sejam incompatíveis, a fé e a obediência são compatíveis.
sentar um padrão de justiça que Deus aceitasse. Mas ele estava tentando
fazer algo impossível. A justiça que vem de Deus não é obtida com um
desempenho impecável; na verdade, ela vem como um dom, e é aceita pela
UM EXEMPLO PARA TODOS
fé.
Essa não é uma verdade inventada por Paulo é uma doutrina consagra-
A vida de Paulo antes de sua conversão é muito similar à de muitos
da no Antigo Testamento. Davi, o grande rei de Israel, declara: "bem-
católicos romanos. Como Paulo, os católicos tentam se reconciliar
aventurado o homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras" (Rm
com Deus por meio das suas boas obras: "Se eu fizer boas obras,
4.6). Há três fatores a observar aqui: I) Essa justiça vem de Deus; 2) Ela
Deus irá me aceitar. Se eu for fiel à igreja, estarei sendo fiel a Deus",
é creditada, ou imputada, ao crente; e 3) Ela é independente das obras;
pensam. Mas, posteriormente, Paulo percebeu que as suas obras não
isto é, não é uma recompensa por alguém ter feito coisa alguma. Tampouco
podiam salvá-lo. Assim, a sua conversão a Jesus é o modelo para todos
ela nos é imputada porque Deus se vê obrigado, de alguma maneira, a
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer A Reconciliação com Deus
os católicos romanos. Ele percebeu que ninguém é justo diante de bons, decentes e tementes a Deus, que podem ser encontrados entre os
Deus, e que todos devem confiar na misericórdia e na graça do Senhor nossos amigos e colegas? Estarão todos eles errados? Estamos dizendo
para sua salvação. Além disso, Paulo disse: "Alcancei misericórdia, para que suas maravilhosas vidas não servem para nada? E estamos dizendo
que em mim, que sou o principal [dos pecadores], Jesus Cristo mos- que somente nós descobrimos a verdade, e os demais continuam na
trasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer escuridão?
nele para a vida eterna" (I Tm 1.16). Paulo estava dizendo que se Essas são perguntas difíceis, que precisam de respostas. Não se deve
i Deus pôde salvá-lo, então pode salvar qualquer pessoa. duvidar da sinceridade, da honestidade dos católicos que fazem essas per-
'
" Depois que Paulo se tornou um cristão, seus antigos amigos o perse- guntas, a menos que tenhamos evidências do contrário. Mas a verdade
guiram. Agora que Paulo tinha "abandonado" a causa, outros judeus as- não é determinada pela quantidade de pessoas que a aceitam: a verdade
sumiram o manto que ele tinha abandonado e começavam a odiá-lo. Quan- vem sob a forma de uma revelação de Deus. E isso não é negociável. Não
do Paulo proclamou que Jesus é o Cristo, o cumprimento de antigas pro- está na pauta de discussão. Isso não está sujeito a modificação, de modo
fecias, em vez de se alegrarem com essa notícia, "os judeus tomaram con- que fique em conformidade com,a convicção particular de alguma pessoa
selho entre si para o matar ( ... ) eles guardavam as portas, tanto de dia ou igreja. A Bíblia nos convoca a proclamar a mensagem de como Deus
como de noite, para poderem tirar-lhe a vida" (At 9.23,24). Saulo, o faz com que as pessoas se reconciliem com Ele. Todos nós somos pecado-
perseguidor, agora tinha se tornado Paulo, o perseguido. res, que precisamos do perdão do Senhor. As nossas obras não podem nos
reconciliar com Deus. Se pudessem, então Jesus não precisaria ter morrido
na cruz.
o PREÇO DE SEGUIR A VERDADE
Os católicos que deixam a Igreja Católica Romana freqüentemente se
encontram enfrentando um dilema similar. Por meio do estudo da Bíblia,
eles chegam a um entendimento do evangelho de Jesus, e o aceitam. A essa
altura, percebem que não podem permanecer no catolicismo, porque as
suas doutrinas fundamentais estão em conflito com as da Bíblia. Então
eles partem para se unir a uma igreja que esteja comprometida com a
autoridade das Escrituras. Isso pode causar atrito em sua família, e é uma
situação estranha, porque ninguém deseja causar conflitos. Ninguém de-
seja aborrecer pais, irmãs e irmãos queridos. Mas a conversão a Cristo
freqüentemente traz perseguições.
Aqueles que partem freqüentemente têm que responder a perguntas
duras, que não são fáceis de responder. O que podemos dizer, por exem-
plo, sobre todos os católicos, homens e mulheres, bons, sinceros, zelo-
sos, que dedicaram suas vidas em missões estrangeiras, trazendo educa-
ção, hospitais e orfanatos a pessoas em necessidade? Existem muitos
que abandonaram os confortos desse mundo para servir àqueles para
quem a vida é uma luta diária. E o que dizer sobre os muitos católicos
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
PE.R:GUNT~~.J ~'E'spogi§
mo que é a fé?
A fé não tem nada a ver com os nossos sentimentos. A fé é confiar
em Deus, crendo no que Deus disse, agindo de acordo com o que 8
Ele revelou. Essa fé vem de ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17).
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer O Sacrifício da Missa
que fiz a pri.rneira comunhão!" Essa resposta garantia recompensa fmancei- As mudanças começaram a ocorrer para mim quando comecei a ler a
ra, de modo que eu a usava com freqüência. Bíblia, aos meus vinte e poucos anos. Era uma experiência nova - uma
Quando me preparava para fazer a primeira comtmhão, aprendi sobre a experiência que respondia a muitas de minhas perguntas, ao mesmo tem-
presença real de Jesus no pão e no vinho, e que eu precisava estar em um po em que suscitava áreas de conflito com as minhas crenças católicas. A
"estado de graça" antes de receber a comunhão, e ter jejuado antes de receber Palavra de Deus me desafiava a retornar à fé apostólica e às práticas da
a bendita eucaristia. Havia discussões quanto ao que significava "quebrar o Igreja Primitiva, fornecendo-me o ponto de partida perfeito para exami-
jejum". Por exemplo, eu poderia escovar os dentes antes de receber a comu- nar o significado original das palavras do Senhor no cenáculo, quando Ele
nhão, uma vez que sempre havia a possibilidade de que eu engolisse um pouco instituiu a Santa Ceia. Descobri que nenhum de nós tem que temer a
de pasta de dentes, acidentalmente? Sendo excessivamente escrupuloso sobre atitude de confrontar as nossas crenças com os ensinos da Palavra de
tais questões, eu deixava a higiene dental de lado, até depois da comunhão. Deus. Se aquilo em que cremos for correto, a Bíblia irá confrrmar isso. E
Também aprendi sobre a postura correta ao recebera comunhão. Uma vez se aquilo em que cremos estiver em conflito com a Palavra, então devere-
que eu estaria realmente recebendo "o corpo, o sangue, a alma e a divindade" mos decidir qual seguir. Vamos examinar agora o que a Bíblia diz sobre a
do Senhor Jesus Cristo, havia um santo protocolo a ser observado. Depois de Santa Ceia. (A palavra eucaristia é usada pela igreja católica. É um termo
receber a comtmhão, eu devia entrelaçar as mãos e caminhar reverentemente grego que significa a_são de grafas, ou comunhão.
de volta ao meu lugar. Esse legalismo meticuloso era levado às alturas por
algumas pessoas "muito santas" na igreja, que sempre voltavam aos seus luga-
res com um andar lento e contemplativo, as mãos entrelaçadas, a cabeça ligei- O CoNTEXTO: A ÚLTIMA NoiTE DE JEsus
ramente inclinada para um lado e uma e.xpressão pesarosa no rosto.
Durante alguns anos ajudei como coroinha. Naqueles dias, somente o O tempo do Senhor com os seus apóstolos estava chegando ao fim, e o
padre tinha permissão para tocar a hóstia. Quando as pessoas vinham propósito para o qual veio ao mundo se aproximava velozmente, mas Ele
para receber a comunhão, a minha tarefa era colocar a pátena sob o quei..xo ainda tinha muita coisa para partilhar com eles. A última noite que passa-
delas, para impedir que quaisquer partículas da hóstia caíssem ao chão. O ram juntos seria memorável. Jesus tinha falado freqüentemente aos seus
sacerdote, então, limpava a pátena no cálice. Esses procedimentos reforça- apóstolos sobre sua morte, mas durante a refeição da Páscoa Ele os surpre-
vam, para mim, o ensino da Igreja Católica Romana sobre a missa, e assim endeu ao anunciar que um deles iria traí-lo. Em uníssono, todos declararam
os aceitava com alegria. Por exemplo, eu teria acreditado piamente na sua inocência e pediram que Jesus identificasse o traidor. Ele disse: "É aque-
seguinte afirmação como verdadeira: le a quem eu der o bocado molhado". E, molhando o bocado, o deu a Judas,
acrescentando: "O que fazes, faze-o depressa" Qo 13.26,27). Judas levan-
Na última ceia, na noite em que foi traído, o nosso Salva- tou-se e saiu. Os discípulos remanescentes não sabiam o significado daquilo
dor instituiu o sacrifício eucarístico do seu corpo e do seu que Jesus tinha dito a Judas, e supuseram que, por ser ele o tesoureiro, estava
Sangue. Ele fez isso para perpetuar o sacrifício da cruz por saindo para comprar um pouco de comida para os pobres (v. 29). Mas não
todos os séculos, até que Ele viesse outra vez, confiando, des- foi isso. Judas estava dando os toques finais a um plano que cultivava há
ta maneira, à sua amada esposa, a Igreja, uma recordação da alguns dias. As autoridades religiosas há muito tempo desejavam se livrar de
sua morte e ressurreição: um sacramento de amor, um sinal Jesus, porque os ensinamentos dEle conflitavam com os seus. Eles sabiam
de unidade, urna obrigação de caridade, um banquete pascal que somente a morte poderia pará-lo.
no qual o corpo de Cristo é literalmente consumido, a mente Assim, quando Judas compareceu diante dos líderes religiosos e ofere-
é cheia com graça, e um penhor da glória futura nos é dado. 1 ceu-se para trair Jesus, eles devem ter ficado extasiados. Na verdade, Marcos
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer ' O Sacrifício da Missa
nos diz: "Eles, ouvindo-o, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro" Escolhei e tornai vós cordeiros para as vossas famílias, e
(Me I4.I I). Eles teriam considerado a sua "boa sorte" como nada além da sacrificai a Páscoa. Então, tornai um molho de hissopo, e
intervenção divina. Judas era uma resposta para às orações. Isso somente molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai na verga da
podia ser a mão de Deus. Quem teria imaginado que eles tivessem a sua porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na
grande oportunidade graças a alguém do próprio grupo de Jesus! bacia e lançai na verga da porta, e em ambas as ombreiras do
sangue que estiver na bacia; porém nenhum de vós saia da
porta da sua casa até à manhã. Porque o Senhor passará para
o CENÁRIO: A REFEIÇÃO DA pÁS COA ferir aos egípcios, porém, quando vir o sangue na verga da
porta e em ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela por-
Alguns de nós, ao examinarmos os nossos dias na escola, classificamos ta e não deixará ao destruidor entrar em vossas casas para vos
História como uma das disciplinas mais enfadonhas que tivemos que estu- ferir. Portanto, guardai isto por estatuto para vós e para vos-
dar. Se por acaso você é um desses pobres estudantes, peço desculpas, mas sos filhos, para sempre. E acontecerá que, quando entrardes
nós precisamos ter, por um momento, uma pequena lição de história sobre na terra que o Senhor vos dará, como tem dito, guardareis
a Páscoa, porque é diante desse cenário que Jesus instituiu a Santa Ceia. este culto (Êx 12.21-25).
Enquanto estavam escravizados no Egito, os filhos de Israel tiveram uma
explosão populacional e chegaram a aproximadamente dois milhões de pes- Israel fez como Deus instruiu: Cada família matou um cordeiro, e es-
soas. Os egípcios os viam como w-na ameaça, e os reduziram à condição de pargiu o seu sangue na verga da porta da sua casa, para se proteger do
escravos. No entanto, Deus não era surdo aos seus lamentos, nem tinha se julgamento iminente de Deus. Então, "à meia-noite( ... ) o Senhor feriu
esquecido do seu concerto com Abraão, um concerto que lhes prometia a todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito de Faraó,
terra de Canaã, uma terra "que mana leite e mel". Deus convocou Moisés que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no
para levar o seu povo à Terra Prometida, mas como Faraó se recusou a cárcere, e todos os primogênitos dos animais". Nessa noite, diz a Bíblia,
permitir a saída do povo, Deus enviou dez pragas ao Egito. O pedido repe- houve "grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não hou-
tido de Deus a Faraó, "Deixa ir o meu povo", não conseguiu comover seu vesse um morto" ( vv. 29,30). E nessa mesma noite Faraó mandou chamar
coração pecador. Uma a uma, as pragas demonstraram a Faraó que Deus é Moisés, com instruções para tirar o povo do Egito, e "seiscentos mil de
o único Deus verdadeiro, e que não existe outro Deus além dEle. As pragas pé, somente de varões, sem contar os meninos [e as mulheres]" deixaram
eram o julgamento do Senhor "sobre todos os deuses do Egito" (Êx I2.I2). o Egito (v. 37). Esse evento não está perdido nos anais da história, mas
A décima e última praga assegurou a liberdade para os escravos hebreus, e tornou-se o ponto principal do calendário hebreu, pois Deus disse:
depois disso eles começaram a sua jornada à Terra Prometida.
Este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao
Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo
o EVENTO: A DÉCIMA PRAGA ( ...)quando entrardes na terra que o Senhor vos dará, como tem
dito, guardareis este culto. E acontecerá que, quando vossos fi-
Por ter a Ceia do Senhor sido instituída no contexto da refeição de lhos vos disserem: Que culto é este vosso? Então, direis: Este é o
Páscoa, precisamos revisitar a Páscoa original, para podermos entender sacrifício da Páscoa ao Senhor, que passou as casas dos filhos de
melhor a Ceia do Senhor. Em preparação para a última praga, Moisés Israel no Egito, quando feriu aos egípcios e livrou as nossas ca-
instruiu o povo, dizendo: sas. Então, o povo inclinou-se e adorou (Êx 12.14, 25-27).
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Resposras às Pergunras que os Carólicos Costumam Fazer
Como devemos interpretar o que Jesus disse? Como os católicos e evan- Quando os apóstolos ouviram as palavras de Jesus, não poderiam ter
gélicos chegaram a interpretações tão diferentes da Última Ceia? Como concluído que Ele tinha acabado de celebrar a primeira missa, como ensi-
podemos ambos examinar o mesmo texto, e chegar a conclusões diferen- na a Igreja Católica. Nada remotamente similar à doutrina católica teria
tes? passado pelas suas mentes. Sei que tal afirmação pode soar dura, mas eu
Aqui está um exemplo que você poderá achar útil. Você já escreveu uma não posso evitar dizer o que precisa ser dito. Embora os apóstolos não
carta, revisando-a inúmeras vezes, e então a enviou, somente para descobrir, tivessem uma compreensão totalmente clara dos eventos que levaram à
mais tarde, que não tinha percebido um erro de ortografia? Como você Sexta-feira Santa, podemos ver nas Escrituras e nas práticas da Igreja Pri-
conseguiu não ver o erro, mesmo tendo lido a carta diversas vezes? É sim- mitiva que, desde a ocasião em que o Espírito foi derramado, no dia de
ples - você esperava que a palavra estivesse correta, e decidiu vê-la assim. Pentecostes, a compreensão dos apóstolos sobre aquilo que Jesus quis
Todos nós fazemos isso -nós vemos as coisas como esperamos que elas dizer naquela noite no cenáculo não incluía a menor sugestão da doutrina
sejam. É assim com a Ceia do Senhor. Quando os católicos romanos exami- católica romana.
nam as palavras de Jesus na Última Ceia, esperam ver aquilo que a sua igreja Quando Jesus deu aos apóstolos o pão e disse que era o seu corpo, e
ensina oficialmente, e assim eles vêem, nas palavras do Mestre, a missa, a quando Ele disse que o cálice continha o seu sangue, derramado para o
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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O Sacrifício da Missa
perdão dos pecados, os apóstolos não o interpretaram literalmente. Jesus Jerusalém, foi decidido que as seguintes instruções seriam dadas aos genti-
ainda não tinha morrido na cruz. Espera-se que creiamos que os apósto- os: "Que vos abstenhais ( ...) do sangue, e da carne sufocada destas coisas
los creram na doutrina católica da transubstanciação e da presença real, fareis bem se vos guardardes" (At I5.29). Tais declarações não poderiam ser
enquanto, ao mesmo tempo, no cenáculo, os apóstolos ainda não viam feitas pelos apóstolos se eles cressem que, ao comer o pão na Ceia do Se-
claramente a evidência de que a morte expiatória de Jesus era necessária? nhor estivessem, na verdade, comendo o corpo do Salvador, e ao beberem o
(Pedro até mesmo tentou impedir que isso acontecesse, vindo em defesa vinho estivessem literalmente bebendo o seu sangue.
de Jesus quando Ele foi preso.) Ver a doutrina católica romana da missa
na Última Ceia é forçar a Palavra de Deus; é o mesmo que inserir idéias A Falta de Evidências
estranhas no Texto Sagrado.
Além disso, é difícil crer que os apóstolos, que seguiam rígidas leis O ensinamento católico romano fala da missa como um milagre por-
alimentares, uma das quais proibia a ingestão de qualquer coisa que con- que o pão e o vinho são transformados no corpo, no sangue, na alma e na
tivesse sangue, tomassem o cálice e bebessem literalmente o sangue de divindade do Senhor Jesus Cristo.' Embora os próprios elementos não
Jesus, sem fazer nenhuma objeção. Vamos nos lembrar de como os após- tenham se alterado, a igreja diz que se tornaram o corpo de Cristo. Mas
tolos eram rígidos, com relação a comer qualquer coisa que fosse classifi- esse "milagre" não pode ser comprovado. Quando Jesus realizava mila-
cada como impura. Em Atos I O, algum tempo depois da crucificação, gres, o povo podia ver que alguma coisa sobrenatural tinha ocorrido - e
ressurreição e ascensão de Jesus, Deus deu a Pedro uma visão que indicava esse é o motivo pelo qual "grande multidão o seguia, porque via os sinais
que todas as pessoas, independentemente de raça, eram aceitáveis a Ele, que operava sobre os enfermos" (Jo 6.2). Mesmo os inimigos de Jesus- e
com base na morte de Jesus: eram muitos - não podiam negar os Seus milagres. Depois que Ele ressus-
citou a Lázaro, "os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram con-
[Pedro J viu o céu aberto e que descia um vaso, corno se selho e diziam: Que faremos? Porquanto este homem faz muitos sinais"
fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, vindo para (Jo II .4 7). E quando Jesus transformou a água em vinho, em João 2, o
a terra, no qual havia de todos os animais quadrúpedes, rép- milagre pôde ser comprovado pelos sentidos: O líquido parecia vinho,
teis da terra e aves do céu. E foi-lhe dirigida urna voz: Levan- tinha odor de vinho, e tinha sabor de vinho. Todos os que beberam dele
ta-te, Pedro! Mata e come. Mas Pedro disse: De modo ne- confirmaram que era vinho (vv. 9,10). Além do mais, Jesus sabia da difi-
nhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e culdade que as pessoas tinham em crer nEle, e por isso lhes disse: "Crei-
imunda. E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum am pelo menos por causa das coisas que eu faço" (Jo I4.II, NTLH).
ao que Deus purificou. E aconteceu isto por três vezes; e o Milagres que podiam ser verificados eram as credenciais que apoiavam as
vaso tornou a recolher-se no céu (At IO.II-16). declarações de Jesus. Mas, no assim chamado "milagre" da missa, nada
parecido com nenhum dos milagres de Jesus é evidente.
Lembre-se que esta reação, "nunca comi coisa alguma comum e imun- Apesar da falta de evidências da transubstanciação, a Igreja Católica Ro-
da", vinha de um apóstolo que, segundo o ensinamento católico romano, mana insiste que Cristo está literalmente presente no pão e no vinho. Esta é,
acreditava estar bebendo o sangue do Salvador, e comendo a sua carne, no supostamente, "a presença verdadeira". O fato de que Cristo está presente
cenáculo. com o seu povo é uma verdade bíblica irrefutável. Ele disse: "E eu rogarei ao
À medida que a Igreja crescie e a mensagem do Evangelho alcançava os Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
gentios, os apóstolos perceberam que era necessário que se adotassem algu- o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem
mas diretrizes, para benefício dos gentios. Depois que a Igreja se reuniu em o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer O Sacrifício da Missa
Não vos deixarei órfãos; voltarei· para vós" Qo 14.16-18). Jesus não habita A INTERPRETAÇÃo: UM TEXTO EssENCIAL PARA CoM-
em edifícios sagrados, nem em tabernáculos colocados em altares. Na ver- PROVAÇÃO
dade, por meio do seu Espírito, a sua real presença habita no seu santo povo,
a Igreja. Ele disse: "Se algliém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai As palavras do nosso Senhor em João 6 têm sido usadas pela Igreja
o amará, e viremos para ele e faremos nele morada" Qo 14.23). O Senhor Católica Romana para apoiar o seu ensinamento sobre a missa. Eles vêem,
faz a sua morada permanente na vida daqueles que o amam. A sua real nas palavras de Jesus, uma conexão direta com suas palavras proferidas no
presença pode ser vista na vida de alguém que ama a Deus. Isso é claramente cenáculo, na noite em que foi traído. Mas estarão as palavras de João 6
afrrmado por Paulo, quando diz que todo o povo de Deus é "da família de realmente falando sobre a missa? Creio que elas falam da vida eterna, que
Deus ... [eJ todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Se- é recebida por meio da fé na morte de Cristo. Essas palavras, embora
nhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus fascinantes, podem ser de difícil compreensão. Vamos examiná-las cuida-
no Espírito" (Ef 2.1 9-22). Esta é a presença real- o Senhor vivendo no seu dosamente.
povo, por meio do Espírito. Jesus disse: "Se não comercies a carne do Filho do Homem e não
Observe, especificamente, o que Jesus disse na Última Ceia: "Fazei isso beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos'; Qo 6.53). Como
em memória de mim" (Lc 22.19). A Ceia do Senhor é um memorial. devemos interpretar essas palavras? Os católicos afirmam que devem ser
daquilo que Jesus fez por nós, em sua morte sobre a cruz. É um lembrete interpretadas de maneira literal. Outros - e me incluo nesse grupo - sus-
contínuo de um evento passado, que comemoramos todas as vezes que tentam que essas palavras devem ser interpretadas de modo figurado.
participamos da Ceia. Embora algumas passagens das Escrituras possam ser mal interpretadas,
Considere esse exemplo: Cada país tem uma bandeira. Quando um sem afetar o nosso relacionamento com Deus, essas palavras de Jesus não
chefe de estado estrangeiro visita um país, demonstra respeito saudando a se enquadram nesta categoria. Se desejarmos a "vida" à qual Jesus se refe-
bandeira, porque a bandeira representa a nação que ele está visitando. re, uma interpretação correta de suas palavras é imperativa. Vamos exami-
Temos visto noticiários na televisão que mostram pessoas que protestam nar as Escrituras em seu contexto, e comparar, passagem com passagem,
queimando a bandeira de· um país. Quando agem assim, estão fazendo examinando cuidadosamente todo o sexto capítulo do Evangelho de João,
muito mais do que queimar um pedaço de tecido colorido; estão exibindo para assegurar uma interpretação correta das palavras do nosso Senhor.
a sua oposição àquele país, queimando aquilo que simboliza aquela nação
- a sua bandeira. De maneira similar, a Ceia do Senhor é um lembrete Os 5.000 São Alimentados
simbólico daquilo que Jesus fez por nós. O evento salvador ocorreu no
Calvário, e o pão e o vinho são um memorial daquele evento. Grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os
Finalmente, o nosso Senhor afirmou: "Já não beberei do fruto da vide, enfermos (v. 2). A multidão precisava comer, e Jesus disse a Filipe: "Onde
até que venha o Reino de Deus" (Lc 22.18). Esta é uma referência àquela compraremos pão, para estes comerem?" (v. 5) Filipe calculou que nem
ocasião em que estaremos junto ao Senhor no Reino do céu. Essa comu- mesmo oito meses de salário seriam suficientes para alimentar uma multi-
nhão constante com Ele, por toda a eternidade, só se tornou possível dão tão grande (v. 7). André se adiantou com a sua solução para o proble-
através da sua morte expiatória sobre a cruz. Aqueles que receberam a ma: "Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos"
bênção resultante da sua morte comemoram esse fato quando repartem o (v. 9). Aparentemente, André esperava que Jesus realizasse um milagre.
pão e o vinho. Nós não somente olhamos para trás, para o que Ele fez na De modo que Jesus mandou assentar os homens, tomou os pães e os
cruz; mas também olhamos para frente, esperando aquilo que há de vir. peixes do rapaz, deu graças ao Pai e então milagrosamente multiplicou os
"Fazei isto", disse Jesus, "em memória de mim" (Lc 22.19). pães e os peixes, para distribuí-los entre os cinco mil. Depois que todos
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tinham comido, ainda havia doze cestos cheios de comida (v. I 3). O povo Depois de ouvir Jesus falar sobre trabalhar pela comida que permane-
bem alimentado, em resposta à refeição, disse: "Este é, verdadeiramente, o ce, a multidão respondeu, de uma maneira tipicamente legalista: "Que
profeta que devia vir ao mundo" (v. I 4 ). Eles estavam se referindo ao faremos para executarmos as obras de Deus?" (v. 28). Eles pediam que
Profeta que Moisés tinha dito que viria (Dt I8.I5-I8). A reação de Jesus Jesus lhes desse uma lista de deveres - obras a realizar e objetivos a alcan-
a essas palavras é interessante: "Sabendo, pois, Jesus que haviam de vir çar - de modo que pudessem se reconciliar com Deus. Jesus os corrigiu,
arrebatá-lo, para o fazerem rei, tornou a retirar-se, ele só, para o monte" dizendo que um relacionamento com o Senhor não se baseia em realiza-
(v. I 5). O Mestre conhecia os motivos que o povo tinha para tentar torná- ções: "A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou" (v. 29).
lo rei. Eles viam Jesus como a solução dos seus problemas: Ele atendia as Jesus estava ensinando que, para fazer as obras de Deus, era necessário
suas necessidades materiais, e por isso tinham esperança de que Ele liber- crer naquele a quem Deus tinha enviado. Todos os que crêem são capaci-
tasse o seu país do domínio romano. A opinião comum, entre as pessoas, tados a crer, pela obra de Deus nos seus corações (Rm I O.I 4). A fé que
era que o Profeta prometido, o Messias, faria exatamente isso. nos leva a crer é um dom de Deus. A única resposta aceitável para a "co-
mida que permanece para a vida eterna" não são as obras nem as realiza-
A Viagem a Gifarnaum ções, mas a fé, a confiança, a crença e a obediência. .
O povo, então, perguntou a Jesus: "Que sinal, pois, fazes tu, para que o
Naquela noite, os discípulos estavam cruzando o lago de barco, em vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu? Nossos pais comeram o maná
direção a Cafarnaum. Quando estavam na metade, Jesus se juntou a eles no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu" ( vv. 30,3 I).
no barco, para fazer com eles o restante da viagem, tendo andado sobre (Aparentemente, o milagre do dia anterior, da alimentação de cinco mil
as águas para chegar até o barco. No dia seguinte, a multidão à qual pessoas, não os tinha convencido!) O que eles estavam dizendo é o se-
Jesus tinha alimentado percebeu que o Nazareno já não mais estava nas guinte: Deus atendeu às necessidades dos nossos pais; e Você, o que vai
vizinhanças, e concluiu que Ele deveria ter ido a Cafarnaum, de modo fazer por nós? Jesus entendeu o que eles diziam, e disse: "Meu Pai vos dá
que foram para lá. Quando se encontraram com Jesus, Ele lhes disse: o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu
"Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que e dá vida ao mundo" ( vv. 32,33). Jesus, um desconhecido para eles, estava
vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes" (v. 26). O que Jesus levando a conversa em uma direção que lhe permitiria ensinar sobre a sua
quis dizer? Ele estava dizendo que eles não o tinham procurado porque morte expiatória. Ele personalizou os seus comentários a respeito do pão
acreditassem nos milagres que confirmavam que Ele era Deus, o Salva- da vida: "Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao
dor do mundo, e aquele que tinha sido predito pelos profetas. Na ver- mundo" (v. 33). Disseram-lhe, pois: "Senhor, dá-nos sempre desse pão"
dade, eles o procuravam por causa dos benefícios materiais que podia (v. 34 ). O povo realmente desejava o que Jesus tinha a oferecer? Não. Eles
lhes dar. Como sabemos disso? Pelo que Ele disse a seguir: "Trabalhai o tinham interpretado mal. Eles pensavam que Ele estava se oferecendo
não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a para atender às suas necessidades físicas, para o resto das suas vidas. Por
vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará" (v. 27). Em outras isso, disseram: "Dá-nos sempre desse pão". A atitude era: "Da mesma
palavras, Jesus sabia o que motivava as pessoas a segui-lo, e Ele lhes maneira que Você atendeu às nossas necessidades ontem, continue aten-
disse que tinham feito uma péssima escolha, pois procurá-lo pela comi- dendo-as, de hoje em diante".
da que perece era um desperdício. Em vez disso, deviam procurá-lo pela É importante observar que Jesus identificou a si mesmo como "o pão
comida espiritual, que traria a vida eterna e que só Ele podia dar. Jesus da vida" (v. 35). Ele é aquele que dá e mantém a vida. "Aquele que vem a
estava contrastando o que é material com o que é espiritual, e continua mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede" (v. 35). "Vir" e
a fazer isso em todo o seu discurso. "crer" em Jesus é atender às suas próprias necessidades espirituais. Por
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isso o Mestre disse: "A vontade daquele que me enviou é esta: que todo O tema do ensinamento de Jesus, em todo esse diálogo, é que Ele se dá
·aquele que vê o Filho e crê nele tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no como o perfeito sacrifício, o que resulta em vida eterna para todos os que
último Dia" (v. 40). A multidão reagiu negativamente: "Murmuravam, crêem. Jesus continuou: "Na verdade, na verdade vos digo que, se não
pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu" (v. comercies a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não
4 I). A declaração de Jesus não se enquadrava nos fatos que eles conheci- tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu
am. Eles conheciam sua famllia e sabiam de onde Ele vinha. "Não é este sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último Dia" ( vv. 53,54).
Jesus, o ftlho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Essas palavras estão de acordo com o que Ele disse anteriormente: "A
Desci do céu?" (v. 42) Eles esperavam que Jesus dissesse que era de Nazaré, vontade daquele que me enviou é esta: que todo aquele que vê o Filho e
e não do céu. crê nele ten...ha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último Dia" (v. 40).
Jesus prosseguiu dizendo: "aquele que crê em mim tem a vida eterna. Ambas as passagens, então, dizem a mesma coisa. "Vida eterna" e ser
Eu sou o pão da vida" (vv. 47,48). O Mestre enfatizou o que dizia, afir- "ressuscitado no último Dia", representam o resultado de comer e beber
mando que o maná que Deus tinha fornecido aos seus ancestrais os tinha a carne e o sangue de Jesus, o que• é feito pela fé, confiando em seu sacri-
sustentado fisicamente, mas no final, todos eles morreram. "Vossos pais fício.
comeram o maná no deserto e morreram" (v. 49). Em outras palavras, Como pecadores, olhamos com fé o sacrifício que Jesus fez para nos
aquele milagre não tinha feito nada por suas vidas espirituais. Meramente dar a vida eterna. Nossa confiança e fé estão depositadas naquilo que Ele
atendeu às suas necessidades físicas. fez por nós. "Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu
Por outro lado, disse Jesus: Deus forneceu pão do céu, que lhes dará a sangue verdadeiramente é bebida" (v. 55). Jesus estava afirmando que Ele
vida eterna. "Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer era o sacrifício perfeito. Todos os sacrifícios de animais, oferecidos ante-
não morra. E~ sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse riormente, jamais puderam fazer o que o corpo e o sangue sacrificados de
pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei Jesus puderam fazer. "Quem come a minha carne e bebe o meu sa..11gue
pela vida do mundo" (vv. 50,51). Em outras palavras, Jesus é o pão da permanece em mim, e eu, nele" (v. 56). Em outras palavras, existe a comu-
vida, e todos os que comerem desse pão· nunca morrerão. Esse pão é dife- nhão mais íntima possível entre o Salvador e o salvo("[ele J em mim, e eu,
rente do comum, que somente propicia nutrição física. O pão do céu nele").
propicia nutrição espiritual. Todos aqueles que comerem do pão quedes- Jesus então disse: "Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo
ceu do céu: I) "nunca morrerão"; e 2) "viverão para sempre". Que tipo pelo Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim" (v.
de pão pode ser esse? Jesus disse que esse pão "é a minha carne, que eu 57). Como alguém "se alimenta" de Jesus? O Senhor dá a resposta: "Eu
darei pela vida do mundo"- uma referência clara à sua morte expiatória sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em
na cruz. mim nunca terá sede" (v. 35). Nós nos alimentamos de Jesus indo a Ele
com fé, crendo nEle como o perfeito Cordeiro de Deus, cuja morte nos
Palavras Duras assegurou a vida eterna. Temos uma vida de fé nEle a partir do momento
da nossa conversão, e até a nossa morte; é assim que somos nutridos espi-
A multidão ainda não compreendia. "Disputavam, pois, os judeus entre ritualmente.
si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer?" Qo 6.52) Como "Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que
pensavam que Jesus estava falando literalmente, sua pergunta era bastante comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre"
natural. (Lembre-se que eles já tinham ficado confUsos com as palavras de (v. 58). Jesus estava declarando que o seu verdadeiro lugar de origem é o
Jesus, de que Ele vinha do céu, quando sabiam que Ele vinha de Nazaré.) céu, e não Nazaré, como alguns tinham suposto. E diferentemente dos
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
SACRIFÍCIO CoNTÍNUO
Lembro-me dos meus dias de escola, e como cada dia começava com a
desse pão viverão para sempre. A nova vida que terão não é física, mas educação religiosa. Estudávamos um livrinho vermelho, que se chamava A
espiritual. Catechísm of Chrístian Doctríne [Um Catecismo de Doutrina Cristã]. Uma
Mesmo se fosse possível comer, literalmente, a carne de Jesus, não seria coisa a seu favor é que dava respostas claras e não ambíguas às perguntas
possível obter a vida eterna fazendo isso. Nós comemos e bebemos do seu que propunha. Por exemplo, em resposta à pergunta: "O que é a missa?
corpo e do seu sangue pela fé, crendo e confiando em sua morte na cruz. Obtínhamos a seguinte explicação: "A santa missa é o mesmo sacrifício
Sabendo que seus ouvintes não o interpretavam corretamente, Jesus escla- da cruz, tendo em vista que Cristo, que se ofereceu como uma vítim-a de
receu melhor: "O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as sangue na cruz ao seu Pai Celestial, continua a se oferecer, sem sangue, no
palavras que eu vos disse são espírito e vida" (v. 63). Isso esclarecia a altar, pelo ministério dos seus sacerdotes'? Não havia espaço para mano-
pergunta quer havia sido feita antes: "Como nos pode dar este a sua carne bras ou desvios do significado claro e óbvio da resposta: A Igreja Católica
a comer?" (v. 52). Eles pensavam, de modo equivocado, que Jesus iria, Romana ensina que a missa é um' sacrifício contínuo. E os ensinamentos
literalmente, distribuir a si mesmo para que eles comessem e bebessem. do Concílio de Trento (I545-I564), que ainda estão ·em vigor hoje em
Essa interpretação literal era incorreta, pois "a carne para nada aprovei- dia, são igualmente claros:
ta". Qual carne para nada aproveita? A carne literal, que eles pensavam
que Jesus lhes daria, e da qual pensavam que deveriam comer se desejas- Se alguém diz que na missa não é oferecido a Deus um sacrifí-
sem ter a vida eterna. Mas a vida eterna não pode ser adquirida dessa cio verdadeiro e real( ... ) que seja anátema [Excomungado, amal-
maneira. Na verdade, "O espírito é o que vivifica". diçoado J (Cânone I).
Muitos tornaram para trás. Jesus não os chamou de volta. Por quê? 1
Porque "bem sabia Jesus, desde o princípio, quem eram os que não Se alguém diz que com estas palavras, "Fazei isto em memória
criam" (v. 64). Não é que eles estivessem ofendidos pela doutrina cató- de Mim", Cristo não fez de seus apóstolos sacerdotes, ou não
liéa da transubstanciação, e por isso se afastaram de Jesus, como afirma ordenou que eles e outros sacerdotes oferecessem seu próprio
a igreja católica. Ao contrário, entre os homens que se afastaram naque- corpo e sangue, que seja anátema (Cânone 2).
le dia, não havia ninguém que estivesse sinceramente à procura do Se-
nhor. Se alguém diz que o sacrifício da missa é somente de louvor e
No capítulo 6 de João, as palavras de Jesus deixam claro que a necessi- de ação de graças, ou que é uma mera comemoração do sacrifício
dade espiritual do homem somente pode ser satisfeita por meio do seu consumado na cruz, mas que não é um propiciatório, que seja
sacrifício na cruz. Diz-se que todos os que crêem em Jesus, todos aqueles anátema (Cânone 3). 3
cuja fé aceita o seu sacrifício, comem a sua carne e bebem o seu sangue, e
é essa fé nEle que lhes dá a vida eterna. Não hesito, portanto, em concluir Se o tom das observações do Concílio parece um pouco forte para os
que não existe nada nas palavras do nosso Senhor que sustente o nossos dias, uma vez que vivemos em uma época de tolerância e relativismo,
ensinamento da Igreja Católica Romana a respeito da missa. observe que o nível de decibéis é mantido em duas encíclicas papais re-
centes.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
II O Sacrifício da Missa
real". Além disso, "a inefável grandeza do sacerdote humano se Mas se os sacrifícios animais eram tão ineficazes, por que, então, eram
levanta no seu esplendor", porque "ele tem poder sobre o pró- feitos? Imagine se quiser que você é um israelita. Por causa do seu pecado,
prio corpo de Jesus Cristo". Em primeiro lugar, ele "o traz pre- você escolhe uma ovelha do seu rebanho e a leva ao sacerdote, que mata o
sente aos nossos altares", e depois, "no nome do próprio Cristo, animal e o oferece a Deus como sacrifício. Esse exercício exemplifica a
ele o oferece, uma vítima infinitamente agradável à majestade di- você como o pecado é sério, por exigir: I) morte e 2) a morte de uma
vina" (pp. 8,9). Em Mediator Dei (1947), Pio XII afirmou que o vítima inocente.
sacrifício eucarístico "representa", "volta a decretar", e "exibe" o O sistema de sacrifícios que Deus deu a Israel servia como uma idéia
sacrifício_da cruz. Ao mesmo tempo, ele o descreveu como sendo do que havia de vir: ele apontava para um tempo fUturo, quando o pró-
"verdadeira e apropriadamente a oferta de um sacrifício) (pará- prio Deus iria possibilitar o sacrifício perfeito, cuja morte satisfaria a sua
J
grafo 72), e disse que "nos nossos altares, Ele [Cristo se oferece santa justiça. Foi João Batista que identificou Jesus, dizendo: "Eis o Cor-
4
diariamente, para a nossa redenção" (parágrafo 77). deiro de Deus, que tira o pecado do mundo" Qo 1.29). O Cordeiro foi
providenciado pelo próprio Deus, e a morte sacrificial desse Cordeiro
Essas encíclicas papais são declarações oficiais, feitas pela Igreja Cató- assegurou o perdão dos pecados. Na morte de Jesus: I) Deus é considera-
lica Romana, e afrrmam refletir a vontade de Deus. Se esse ensinamento do justo, porque satisfez as exigências de sua própria lei, que requer a
sobre a Missa é de Deus, então ele deveria estar de acordo com a Palavra morte do culpado e 2) Deus agora pode oferecer o perdão a todos aqueles
de Deus. Mas está? que crerem em seu Cordeiro. A grandeza do que Jesus realizou com sua
morte contrasta com a fUtilidade do sistema de sacrifícios de Israel: "[Je-
sus não necessitavaJ como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacri-
As PERGUNTAS: O QUE A BíBLIA ENSINA fÍcios ( ... ) porque isso fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo" (Hb
7.27). Além disso, a Bíblia é clara quando diz: "Este [Jesus], havendo
A missa é um sacrifício propiciatório? Para responder essa questão, oferecido um único sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à
precisamos ter uma compreensão clara do pecado e do perdão de Deus. destra de Deus" (Hb IO.I2). A sua obra sacrificial estava concluída, para
Por causa do pecado, todos nós estamos sujeitos à ira de Deus. O sempre. Somente este sacrifício na cruz - um sacrifício único, por todos
nosso pecado nos separa de dEle, e nos auto-condenan1os, pois somos os tempos - de uma vítima inocente, Cristo, pode satisfazer a justiça de
incapazes de modificar a nossa situação. Não é· a vontade de Deus que Deus.
pereçamos, mas a realidade dos nossos pecados não pode ser ignorada. Agora estamos prontos para fazer outra vez a nossa pergunta: É a Mis-
Para que Deus seja verdadeiramente santo e justo, Ele deve lidar, com sa um sacrifício verdadeiro e propiciatório?. Anteriormente, vimos que o
justiça, com o nosso pecado. E um sacrifício propiciatório é algo que papa Pio XII disse: "Nos nossos altares, Ele [Cristo J se oferece diaria-
satisfaz a justiça de Deus. mente, para a nossa redenção". Como podemos relacionar isso com a
i Durante séculos, o povo de Israel ofereceu a Deus sacrifícios de animais pelos grande epístola aos hebreus? O autor disse o seguinte, sobre o sacrifício
seus pecados. A Epístola aos Hebreus nos diz que esses sacrifícios nunca pode- de Cristo: "Como aos homens está ordenado morrerem uma só vez( ... )
riam satisfazer a justiça de Deus, e eram incapazes de garantir o perdão. Embora assim também Cristo, [ofereceu-seJ uma vez para sempre para tirar os
o número de aninuis sacrificados, ao longo dos séculos, seja incalculável, nem pecados de muitos" (Hb 9.27,28, ARA). O que o autor quis dizer com
um pecado sequer foi perdoado como resultado desses sacrifícios. "É in1possí- isso? É evidente que ele quis dizer que Jesus é oferecido como um sacrifí-
vel", diz a Bíblia, "que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados" (Hb I 0.4). cio tantas vezes quantas morre um homem - uma vez! Além do mais,
Portanto, eles não poderian1 servir como sacrifícios propiciatórios. "com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que são santificados"
148 I49
Re.po<"' l< P«gm"~ qu< 0< C><ólioo< Co.wm= F=,
(Hb IO.I4). Uma vez que esse sacrifício único nos tornou perfeitos e
1 O Sacrifício da Missa
PERGUNTAS E .RESPOST~
completos em Cristo, falar da missa como um sacrifício contínuo, ofere-
cido para a nossa redenção, contradiz o ensinamento claro das Escrituras.
Isso é repetido ainda uma vez na Epístola aos Hebreus: "Onde há remis-
I Na Última Ceia, Jesus não disse: "Isto é o meu corpo ( ... ) isto é
,,
o meu sangue t
são destes, não há mais oblação pelo pecado" (Hb IO.I8). Por nossos Sim, Jesus realmente usou essas palavras na Última Ceia. No en-
pecados terem sido perdoados, já não há mais a necessidade de um sacri- tanto, a interpretação que lhes foi dada pela Igreja Católica Ro-
fício. mana está em conflito, não somente com aquilo que o nosso Se-
A missa católica romana, portanto, assumiu um significado diferente nhor disse, mas também com os claros ensinamentos das Escritu-
daquilo que Jesus instituiu no cenáculo. Uma missa católica romana é ras. Jesus não estava falando literalmente, pois Ele ainda não tinha
oferecida pelos vivos e pelos mortos, por aqueles que estão enfermos, morrido na cruz; o sacrifício perfeito ainda não tinha sido ofere-
pelas intenções especiais de alguém, por aniversários de casamento e por cido pela remissão dos pecados.
sucesso nas provas escolares. Não foi isso o que Jesus· instituiu. A missa
católica romana nunca poderia ser endossada pelos apóstolos.
Lembro-me de quando, há quase quarenta anos, li a Epístola aos Hebreus
rJ O ensinamento da Igreja Católica Romana sobre a
transubstanciação não pode ser encontrado nas palavras de Je-
pela primeira vez e me perguntei como algum padre católico podia ler o sus - "Isto e, o meu corpo ( ... ) tsto
. e, o meu sangue,,.
que ela dizia e continuar celebrando a missa. Ainda hoje, muitos anos Nas Escrituras não existe base para a transubstanciação. O
depois, ainda estou profundamente afetado pela maravilha absoluta do pão e o vinho não se transformam no corpo e no sangue de
sacrifício de Jesus, e zeloso por defendê-la. Tendo sido um católico fiel, Jesus. Jesus prometeu que a sua santa presença estaria com
sei que muitos católicos são sinceros na sua fé. Certamente, eu era! Mas o seu povo, por todos os tempos - não no pão e no vinho,
quando os ensinamentos, ainda que sustentados com sinceridade, contra- mas por intermédio do Espírito Santo, que vive no seu povo,
dizem a Palavra de Deus, essas crenças devem ser abandonadas, e a verda- a Igreja. A real presença é Cristo vivendo no seu povo, por
de da Palavra de Deus deve ser aceita. meio do Espírito.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer As Almas 110 PHrgatório
e, lembrando-se da sua promessa, foi imediatamente à igreja (que era vizi- Durante a Eucaristia, por intermédio das intercessões gerais e
nha à casa do padre), colocou suas vestimentas, e foi ao altar para celebrar a da lembrança dos mortos, a comunidade reunida apresenta ao
missa. Ele se deparou com uma visão do velho padre, que estava furioso Pai de todas as misericórdias aqueles que morreram, de modo
com o ajudante. "Você prometeu que quando eu morresse, você iria imedi- que pela provação do purgatório eles sejam purificados ( ... ) A
atamente celebrar uma missa por mim:' O jovem ajudante respondeu: "O igreja acredita que as almas detidas no purgatório "são auxiliadas
senhor morreu há poucos minutos, e eu vim imediatamente". "Bobagem", pelas orações dos fiéis e acima de tudo pelo sacrifício aceitável no
replicou o velho padre. "Eu já estou morto há quarenta anos, e você me altar" (Concílio de Trento, Decree on Purgatory ), como também pe-
deixou sofrendo no purgatório!" A história pretende dizer que as dores no las "esmolas e outras obras de piedade" (Eu gene IV, Buli Iaetantur
purgatório são tão terríveis que alguns momentos parecem quarenta anos. weli) ( ... )Portanto, incentivo os católicos a orar fervorosamente
Se o objetivo do nosso diretor espiritual era nos deixar apavorados, ele foi pelos mortos, pelos membros de sua família e por todos os nos-
bem-sucedido. Tais histórias chocam muito quando contadas a pessoas jo- sos irmãos e irmãs que morreram, para que possam obter a re-
vens, que se impressionam com facilidade. missão das punições devidas aos seus pecados e possam ouvir o
A Igreja Católica Romana não se intimida em ensinar sobre o purgató- chamado do Senhor: "Venha, ohminha querida alma, ao repou-
rio e excomungar aqueles que se atreverem a não crer. Aqui está uma amostra so eterno nos braços da minha bondade, que preparou deleites
do catecismo católico: eternos para você" (Francis de Sales, lntroduction to the Devottt Iife,
17,4).2
Todos aqueles que morrem na graça e em comunhão Deus,
mesmo ainda estando purificados de modo imperfeito, têm asse-
gurada, na verdade, a sua salvação eterna; mas depois da morte UMA RESPOSTA BíBLICA AO PURGATÓRIO
eles passam pela purificação, de modo a alcançar a santidade ne-
cessária para entrar na alegria do céu. Vamos examinar, em breve, os "textos de comprovação" da Igreja Católica
Romana em defesa do purgatório, mas antes examinemos o poder redentor da
Quanto às faltas menores, cremos que, antes do Juízo Final, cruz de Cristo, pois então as repercussões da doutrina do purgatório ficarão
existe um fogo purificador. daras. O purgatório não faz nada que honre o que a morte de Cristo obteve.
Na verdade, ele indica que a morte do Senhor não obteve o perdão completo
A igreja também recomenda esmolas, indulgências e obras de dos nossos pecados, e que ela precisa ser complementada pelo sofrimento no
penitência, em nome do morto. purgatório. Por outro lado, o grande apóstolo Paulo disse que Jesus "pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre
Não hesitemos em ajudar àqueles que morreram, e oferecer para interceder por eles" (Hb 7.25). Salvar perfeitamente! "Perfeitamente"
nossas orações por eles. [1030, 1032] não significa parcialmente, que é o que sugere o purgatório. Uma vez que Jesus
salva você perfeitamente, não existe necessidade de purgatório.
Se alguém disser que depois da recepção da graça da justificação Além disso, em Hebreus I O. IO está escrito que "temos sido santificados,
a culpa é perdoada e a dívida da punição eterna é esquecida, a cada mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas" (ARA). Por
pecador penitente, de modo que não sobra nenhuma dívida de termos sido santificados por um Deus santo, não há necessidade de purga-
punição temporal para ser cancelada, seja neste mundo ou no pur- tório. E, outra vez, "com uma só oblação, aperfeiçoou para sempre os que
gatório, antes que se abram as portas do Céu, que seja anátema. 1 são santificados" (Hb IO.I4). Por que precisaria ir ao purgatório, quando
•I
j:
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer As Almas no Purgatório
os seus pecados foram perdoados, quando a morte de Jesus o santificou, e poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas Deus
quando você é considerado santificado diante de Deus pelo sacrifício único prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por
de Jesus? Acredito que uma dificuldade essencial para os católicos é o fato nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sen-
de não compreenderem o que a morte de Jesus realizou. Quando o sacrifí- do justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
cio de Cristo é compreendido, então o purgatório se torna inútil. E saber Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus
que Jesus pagou a nossa dívida .completamente nos motiva a um espírito de pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconcilia-
adoração a Cristo, o Senhor. Com certeza isso acontece comigo. dos, seremos salvos pela sua vida (Rm 5.6-IO).
O apóstolo João escreveu que Jesus "em seu sàngue nos lavou dos nossos
pecados" (Ap 1.5) e que "o sangue de Jesus Cristo( ... ) nos purifica de todo O veredicto de Deus é que nós somos impotentes, ímpios e seus inimigos.
pecado" (I Jo 1.7). Os pecados que antes esperavam punição, agora foram Não muito lisonjeador, mas, apesar disso, verdadeiro. Ainda assim, em seu amor
perdoados. Deus então nos trata como se nunca tivéssemos pecado. Um de infinito, Jesus deu a sua vida por nós, para que pudéssemos ter a vida eterna.
meus versículos favoritos das Escrituras é I Pedro 3.I8: "Cristo padeceu uma Como resultado de sua morte, agora sÔmos "justificados pelo seu sangue"- isto
[únicaJ vez pelos pecados ( ...) para levar-nos a Deus". Amo esta expressão, é, reconciliados com Deus. Por meio da morte de Jesus, fomos "salvos da ira [de
"para levar-nos a Deus". A nossa condição de perdidos nos impossibilitava de Deus]". A espada da justiça de Deus não se abaterá sobre nós, porque a justiça
encontrar o nosso caminho de volta a Deus. Estávamos perdidos, e precisáva- divina foi plenamente satisfeita na morte sacrificial do Cordeiro de Deus.
mos ser encontrados. Éramos cegos, e precisávamos receber visão. Culpados Paulo lembrou a condição espirirual dos cristãos colossenses, antes e depois da
do pecado, e precisávamos ser perdoados. Estávamos separados de Deus, e conversão a Jesus: "A vós também, que noutro tempo éreis estranhos e inimigos no
precisávamos retornar. Na verdade, éramos inimigos de Deus, e precisávamos entendimento pelas vossas obras más, agora, contudo, [CristoJ vos reconciliou no
nos reconciliar. Estávamos mortos no pecado, e precisávamos receber vida. E corpo da sua carne, pela morte, para, perante ele, vos apresentar santos, e irrepreensíveis,
o objetivo da morte expiatória de Jesus foi proporcionar isso - "levar-nos a e inculpáveis" (O I.2I,22). Isso não é maravilhoso? Estamos, perante Deus,
Deus". Graças à morte de Jesus, as palavras "Missão Cumprida" podem ser "irrepreensíveis, e inculpáveis". Isso é verdade, a respeito de todos os que pertencem
escritas sobre a cruz. A justiça divina foi plenamente satisfeita. O purgatório, a Jesus. Três pontos se destacam nas observações de Paulo: I) Deus promove a recon-
então, não tem lugar nem objetivo. Aliás, ele nem é bíblico. É um mito. ciliação; 2) a morre de Cristo toma possível a reconciliação; e 3) a reconciliação
permite que os cristãos sejam apresentados perante Deus como santos, irrepreensíveis
e inculpáveis. Esse reconhecimento, certamente, não deixa espaço para o purgatório.
A VERDADE SOBRE NÓS MESMOS Essas bênçãos não são inventadas ou produzidas por nós: "tudo isso
provém de Deus", afirma Paulo, "que nos reconciliou consigo mesmo
Existe uma verdade desagradável sobre nós mesmos, que achamos difí- por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação" (2 Co 5.18).
cil de aceitar. Nenhum de nós se vê como Deus nos vê. Comparamos-nos A reconciliação é o resultado de Deus "não imputar [aos homens J os
a outros, e concluímos que, afmal, não somos tão maus; na verdade, so- seus pecados" (v. I 9). Toda mancha de pecado que já ofendeu a Deus, e
mos bastante bons. É bom quando os seres humanos se comparam com nos manteve separados, foi removida por Jesus. Peço a cada católico
seres humanos. Mas a avaliação que Deus faz de nós apresenta um resul- romano que esteja lendo que aceite a maravilhosa verdade de um Cristo
tado completamente diferente: crucificado e que não permita que nada - absolutamente nada - desvie
sua atenção das realizações da morte de Cristo.
Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pe- Durante quase quatro décadas de ministério, ouvi muitas pessoas expres-
los ímpios. Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois sando assombro com o que o evangelho diz. Na verdade, não raramente elas
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer As Almas no Purgatório
dizem: "Isso é bom demais para ser verdade; aí deve haver uma armadilha". Se fício de Cristo na cruz. Diante de Deus, somos inocentes. Ao enfatizar
tais bênçãos resultassem dos nossos próprios esforços, então eu poderia com- essa maravilhosa verdade, Paulo fez uma série de perguntas retóricas, sen-
preender a hesitação das pessoas em crer nelas. Mas quando a nossa fé se do uma delas: "Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É
concentra em Jesus, a dúvida é substituída por uma certeza abençoada. A Deus quem os justifica" (Rm 8.33). Cada acusação que possa ser trazida
certeza do nosso perdão e da nossa morada com Deus no céu é expressa nessas contra alguém que pertence a Cristo será respondida, apontando pàra um
palavras: "Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verda- Cristo crucificado que pagou, integralmente, a penalidade por todos os
deiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer, por nós, perante a face de nossos pecados.
Deus" (Hb 9.24). Precisamos fazer uma pausa para recuperar o nosso fôlego Deixe-me exemplificar a certeza do nosso perdão integral, contando
com a maravilha do que esta passagem das Escrituras nos ensina. Diferente- um incidente que aconteceu comigo. Fiz uma transação comercial com
mente dos sacrifícios oferecidos pelos sacerdotes no Templo em Jerusalém, uma empresa e prontamente paguei pelos seus serviços. No entanto, du-
Jesus, que é, ao mesmo tempo, nosso sumo sacerdote e nosso sacrifício, com- rante as semanas seguintes, recebia faturas solicitando pagamento. Os lem-
pareceu na presença do próprio Deus no céu "por nós". São essas duas pala- bretes amistosos logo foram substituídos por alguns não tão amistosos.
vras, "por nos ' quan do morrermos. por
'" , que garantem a nossa morad a no ceu Finalmente, chegou a ameaça de medidas legais. Durante todo esse tem-
pertencer a Jesus, sei que, quando eu morrer, Ele me levará ao céu para estar po, eu não estava preocupado. Por quê? Eu sabia que a empresa não tinha
com Ele. Sei que sou um pecador, mas também sei que tenho um Salvador, nada contra mim, não importando o que dissesse, pois eu possuía um
um fato que nunca poderei negar. Minha certeza de ir para o céu quando comprovante, que provava que o pagamento havia sido feito.
morrer está nestas duas palavras, "por nós". Quando o Pai aceitou Cristo e Da mesma maneira, nós, como cristãos, possuímos um recibo que diz
seu sacrifício, aceitou todos aqueles que pertencem a Cristo. que o pagamento integral pelos nossos pecados foi feito pelo Cordeiro de
Por que, então, haveria a necessidade de um purgatório? Que propósito teria Deus. A nossa dívida está integralmente paga - nada, absolutamente nada,
ele? Jesus possibilitou a "purificação dos pecados", e depois de realizada a puri- está pendente!
ficação, pela sua morte, "assentou-se à destra da Majestade, nas alturas" (Hb
1.3). A posição do Senhor Jesus Cristo (assentado) declara que a sua obra sacrificial
A RESPOSTA CATÓLICA
foi perfeita. Ouça o que Ele disse na cruz: "Está consumado" Go 19.30). É por
meio da sua morte que agora somos "santos e irrepreensíveis diante dele" (Ef
1.4). E chegará um dia quando Jesus irá "apresentar a si mesmo igreja gloriosa, Que prova das Escrituras a Igreja Católica Romana oferece para apoiar
sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef a doutrina do purgatório, com a excomunhão daqueles que não a acei-
5.27). O que torna a Noiva de Cristo, a Igreja, imaculada e perfeita, é a morte tam? Um texto, em 2 Macabeus [livro apócrifo, ou seja, não inspirado
expiatória de Jesus. A purificação necessária para entrar no céu foi obtida pela pelo Espírito Santo], é citado: "Considerando que existe uma bela re-
morte de Cristo, e não pelas chamas do purgatório. compensa guardada para aqueles que são fiéis até à morte, então esse é
um pensamento santo e piedoso. Por isso mandou oferecer um sacrifí-
cio pelo pecado dos que tinham morrido, para que fossem libertos do
NÃo HÁ CoNDENAÇÃO EM JEsus pecado" (2 Macabeus I2.45). Há três observações importantes que
devem ser feitas a respeito desse texto.
Em Romanos 8.1, o apóstolo Paulo escreveu que "nenhuma condena- Em primeiro lugar, 2 Macabeus nunca foi reconhecido como parte do
ção há para os que estão em Cristo Jesus". Não há nenhuma condenação! cânone das Escrituras. Quanto a isso, temos a autoridade de Jesus. Ele
Os nossos pecados e as suas conseqüências foram tirados através do sacri- endossou somente os 39 livros do Antigo Testamento como sendo
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer As Almas no Purgatório
canônicos: "Começando por Moisés e por todos os profetas, explicava- rio. No contexto, Paulo está dando instruções para aqueles engajados no
lhes o que dele se achava em todas as Escrituras ( ... ) convinha que se ministério. Os ministros devem tomar cuidado para edificar com os tipos
cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos · corretos de material, porque a qualidade da sua obra será testada um dia.
Profetas, e nos Salmos" (Lc 24.27,44). Pode-se perceber claramente o uso de linguagem figurada, pois ninguém,
Em segundo lugar, o livro de 2 Macabeus nunca teve qualquer preten- na verdade, edifica a obra de Deus, literalmente, com ouro, prata, pedras
são de ser inspirado por Deus. Na verdade, o autor praticamente disse de preciosas, madeira, feno ou pal~a. A passagem como um todo está dizen-
modo claro que esperava que o seu trabalho não contivesse muitas falhas: do que as nossas obras - em prol do Reino de Deus - serão testadas, para
"Aqui encerro a minha narrativa. Se ficou boa e literariamente agradável, que se vejam quais delas sobreviverão. O fogo testa o trabalho de um
era o que eu queria. Se está fraca e medíocre, é o que fui capaz de fazer" (2 homem. Se foi feito com material de qualidade, irá sobreviver; caso con-
Me I5.38,39).Estas não são as palavras de um homem que escreve sob a trário, será destruído. Incluir o purgatório nas palavras de Paulo é uma
inspiração do Espírito Santo. Não é de admirar que esse livro nunca te- grande injustiça.
nha sido considerado como parte das Sagradas Escrituras! Ainda assim, a A igreja católica também cita palavras de Jesus para apoiar o purgató-
Igreja Católica Romana se agarra a ele, para poder justificar o purgatório. rio. Eles referem-se a Mateus 12.32, onde o Mestre disse: "Se qualquer
Por fim, o livro contradiz a doutrina católica romana do purgatório. O disser alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á perdoado,
escritor fala dos soldados mortos de Israel, "(...)esse é um pensamento santo mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado,
e piedoso. Por isso mandou oferecer um sacrifkio pelo pecado dos que ti- nem neste século nem no futuro". Outra vez, deve-se respeitar o contex-
nham morrido, para que fossem libertados do pecado" (2 Me 12.46). Aque- to da passagem. Aqui está o contexto: Jesus estivera realizando milagres
les que morreram foram encontrados de posse de ídolos (v. 40). Segundo o "pelo Espírito de Deus" (v. 28). Os líderes religiosos foram incapazes
ensinamento católico romano, a idolatria é um pecado mortal, e imperdoável. de negar que estavam ocorrendo milagres, porém estavam relutantes em
Se essas pessoas tinham cometido um pecado mortal, então teriam ido para o reconhecer Jesus como sendo o Messias. A única maneira pela qual pu-
inferno (e não para o purgatório),_do__quaLnão há como esca1:ar. deram explicar os milagres foi dizendo que Jesus estava aliado ao Dia-
É óbvio que o texto apócrifo de comprovação da Igreja-Católica Ro- bo. Ao fazer isso, negavam a evidência clara que estava diante deles,
mana com relação à doutrina do purgatório não é confiável. Mas há al- atribuindo poder demoníaco a Jesus. A passagem se refere àqueles que
guns textos, no Novo Testamento, que são citados para apoiar a idéia de rejeitam completamente a revelação de Deus, e não a ter os pecados .
purgatório. Por exemplo, as palavras de Paulo em I Coríntios 3.12-15: purificados, em algum momento do futuro. A Igreja Católica Romana
"Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, interpreta os pecados não perdoados em "nem no futuro" como peca-
pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; dos que serão per~oados no purgatório. lsso é uma péssima e falsa in-
na verdade, o Dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo terpretação das palavras de Jesus.
provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa A Igreja Católica Romana ensina que existe um "fogo purificador" em
parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, que as almas que partem devem passar antes de entrar no céu. E se o
sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo". Não é purgatório pode preparar uma alma para o céu, não será o purgatório, de
minha intenção ser rude com essas observações, mas é necessário falar certa forma, um salvador? Você consegue ver o que está acontecendo aqui?
francamente, por causa das conseqüências dessa falsa doutrina. Tomar, Percebe a implicação que esse ensinamento tem no sacrifício de Cristo? A
simplesmente, um texto que contém as palavras "fogo" e "salvo", e usá-lo Igreja Católica Romana poderia citar as palavras, "[Deus nos corrigeJ
na doutrina do purgatório, é um uso aterrador das Escrituras. Não há para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade" (Hb
absolutamente nada nesta passagem que sugira remotamente o purgató- 12.10), e os católicos romanos poderiam desejar dizer que, uma vez que
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer As Almas no Purgatório
Deus pune os seus filhos, para torná-los santos, continuará a puni-los no purgatório também é necessária é lançar um insulto (não intencional, mas,
purgatório, para prepará-los para o céu. Mas usar as Escrituras dessa ma- apesar disso, ofensivo) sobre o sacrifício expiatório de Jesus. É anular o
neira é ultrajá-las. O contexto de Hebreus I2.IO é Deus disciplinando os evangelho. E estou plenamente convencido de que não é isso o que os cató-
seus filhos, que agora vivem neste mundo, e não tem absolutamente nada licos romanos pretendem, mas essa é a conseqüência daquilo em que eles
a ver com a disciplina de Deus após a vida. crêem. Os católicos romanos podem tentar suavizar o problema, dizendo
Lembro-me de uma discussão que tive com um padre católico ro- que nem todos vão para o purgatório. Mas mesmo se uma única alma fosse
mano sobre a questão do purgatório. Isso aconteceu no mês de no- para o purgatório, a doutrina menospreza o sacrifício expiatório de Cristo.
vembro, o mês que a igreja reserva para se dedicar a observar as almas Por que uma alma precisaria ir para o purgatório?
que sofrem no purgatório. Naquele mesmo dia, ele tinha celebrado Em resumo, o purgatório é uma negação de tudo o que a Bíblia ensina sobre
uma missa por aquelas almas sofredoras. Perguntei a ele: "Se Jesus, o a redenção plena e completa, obtida pela morte de Jesus, o Cordeiro de Deus.
Cordeiro de Deus, removeu os nossos pecados, por que há a necessi-
dade do purgatório?" Ou Jesus removeu os nossos pecados, ou não
removeu. Se o purgatório é necessário, então o perdão de Jesus não foi DIGNO É O CORDEIRO
completo. Mas as Escrituras dizem que Ele pagou integralmente a
penalidade pelos nossos pecados. (A propósito, o padre nunca conse- Meu objetivo, neste capítulo, não foi ser anti-católico, mas ser pró-
guiu responder a minha pergunta.) Crista, exaltar o bendito e maravilhoso sacrifício do Cordeiro de Deus, e
enfatizar as suas divinas realizações. Espero ter conseguido fazer isso. Não
há melhor maneira de concluir este texto, a não ser com as palavras do
O PuRGATÓRIO ExALTA A MoRTE DE JEsus? apóstolo João, que, em uma visão do céu, ouviu essas gloriosas palavras:
Nem mesmo o mais fervoroso defensor do purgatório espera, com en- Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e
tusiasmo, unir-se às fileiras das almas sofredoras. E saber que um único riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de
pecado imperdoável pode mandar você para lá é uma perspectiva assusta- graças( ... ) Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordei-
dora. Quando era católico, sentia que a melhor esperança de minimizar a ro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para
minha permanência no purgatório era acumular indulgências suficientes todo o sempre. E os quatro animais diziam: Amém! E os
para compensar a futura sentença. (Falando sério, eu observava atenta- vinte e quatro anciãos prostraram-se e adoraram ao que vive
mente as obrigações religiosas que me traziam mais indulgências. Por exem- para todo o sempre (Ap 5.12-14).
plo, fazer o sinal da cruz garantia I 00 dias de indulgências, ao passo que
fazer o sinal da cruz com água benta garantia 300 dias de indulgência.)
Crer no purgatório é acreditar que a morte de Jesus não anulou toda a P~RGUt'TÍ~§ E·g_~SPQiT A$.
punição devida aos nossos pecados. Em outras palavras, a sua morte não foi
suficiente. Quando um católico romano me diz que a morte de Cristo ob-
teve o nosso perdão, pergunto: "Por que, então, você ainda precisa do pur-
m A doutrina católica romana do purgatório não é ensinada na
Bíblia?
gatório?" A resposta típica é: "Para remover a punição temporal devida ao Não. Essa falsa doutrina não é encontrada em nenhuma passagem
pecado". Então respondo: "Mas a morte de Jesus não cuidou disso?" Sinto da Bíblia. A Igreja Católica Romana apela ao livro apócrifo de 2
muito, mas as duas coisas não são possíveis. Dizer que a purificação no Macabeus para sustentar a doutrina, mas: I) esse livro nunca fez
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
IJI Quais são as implicações de se crer no purgatório? Sobre as Santas Ordens e o sacerdócio, o catecismo católico tem a
A doutrina do purgatório, na verdade, afirma que aquele sacrificio per- dizer o seguinte:
feito de Jesus Cristo não obteve o nosso perdão integral. O purgatório
nada faz para honrar o sacrificio perfeito e completo de Jesus Cristo. Cristo, que o Pai santificou e enviou ao mundo, por meio dos
apóstolos, nomeou sucessores, especificamente os bispos, que
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer O Sacerdócio Real
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compartilham da sua consagração e missão; e estes, por sua vez, pelos pecados, e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e erra-
devidamente investiram, em vários graus, vários membros da igreja dos, pois também ele mesmo está rodeado de fraqueza" (Hb 5.1,2). O
com o ofício deste ministério(...) [os sacerdotes J em virtude do sumo sacerdote representava o povo no seu ministério diante de Deus.
sacramento das Santas Ordens, segundo a imagem de Cristo, o
eterno e Supremo Sacerdote ( ... ) são consagrados para pregar o
evangelho e conduzir os fiéis, além de celebrar a adoração divina 0 SACERDÓCIO SACRIFICIAL
como verdadeiros sacerdotes do Novo Testamento [1562-1564].
Na Epístola aos Hebreus, temos uma idéia clara do que faziam os
Essas afirmações mostram a firme convicção da Igreja Católica Roma- sacerdotes do Antigo Testamento. A sua tarefa mais importante consistia
na de que o sacerdócio é ordenado por Deus. Creio pessoalmente que essa em oferecer sacrifícios de animais a Deus, em nome do povo, e, apesar
opinião é mantida com toda a sinceridade, e que muitos daqueles que disso, tais sacrifícios eram completamente ineficazes para assegurar a re-
servem como sacerdotes o fazem com honesta convicção. Mas o critério missão do pecado. A ineficácia desse sacerdócio, bem como a dos sacrifí-
para determinar a verdade deve ser a Palavra de Deus. O que as Escrituras cios que eles ofereciam, assim é declarada: "Todo sacerdote aparece cada
dizem sobre o sacerdócio? dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que
nunca podem tirar pecados; mas este [Jesus], havendo oferecido um único
sacrifício pelos pecados, está assentado para sempre à destra de Deus,
Os SACERDOTES NO ANTIGO TESTAMENTO daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por
escabelo de seus pés. Porque, com uma só oblação, aperfeiçoou para sem-
Para entender as origens do sacerdócio católico, precisamos ter uma pre os que são santificados" (Hb IO.l 0- I 4 ).
compreensão do sacerdócio entre o povo de Deus, no Antigo Testamento. Isso nos leva a uma pergunta muito importante: Por que Deus instituiu
Depois que os israelitas deixaram o Egito e seguiram para a Terra Prome- tal sacerdócio, e um sistema de sacrifícios tão ineficaz? Eles serviam como
tida, Deus começou a revelar instruções sobre como o seu povo deveria uma sombra do que haveria de vir. Deixe-me explicar: Quando você fica
adorá-lo. Das doze tribos que compunham a nação de Israel, Ele escolheu em pé, no sol, o seu corpo projeta a sua sombra sobre o chão. As sombras
a tribo de Levi tomo a tribo sacerdotal. Isso significava que somente a não são reais, mas meramente indicações de algo que é real - neste caso,
genealogia determinava quem seriam os sacerdotes. você mesmo. O sacerdócio e os sacrifícios eram sombras de coisas reais
Esses sacerdotes serviram, primeiramente, no Tabernáculo, e mais tar- que ainda estariam por vir; eram anúncios do Jesus que viria, que seria, ao
de, no Templo. Eles realizavam variadas funções e cuidavam do povo. mesmo tempo, o sumo sacerdote e o sacrifício. O sistema ineficaz com os
Usavam roupas especiais quando serviam diante do Senhor, e uma descri- sacerdotes e os sacrifícios não deveria durar para sempre; ele terminaria
ção clara da natureza do seu trabalho é dada por todo o Antigo Testamen- com a vinda de Jesus, que é o sacrifício perfeito de Deus e sumo sacerdote.
to (veja Êx 27-29; 38.2I; Lv 6.I2; IO.I I; Nm 3.10; Ne 8.7-9; 9.3-5;
12.27-4 7). Houve alguns períodos durante os quais os sacerdotes, junta-
mente com os profetas, se envolveram em idolatria, e se desviaram daqui- O SuMo SACERDóciO DE CRISTO
lo que Deus tinha ordenado. Havia também um sumo sacerdote, e a "des-
crição do seu trabalho" é encontrada na Epístola aos Hebreus: "Todo O capítulo 7 de Hebreus fala sobre Melquisedeque, o sacerdote, e é
sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a favor dos ho- interessante ler que "este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote
mens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios do Deus Altíssimo ( ... ) sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer O Sacerdócio Real
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princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho uma sombra, agora é redundante. A sombra se rende à realidade, o sacer-
de Deus, permanece sacerdote para sempre" (Hb 7.I,3). Por que não dócio ineficiente se rende ao eficaz.
sabemos nada a respeito dos pais de Melquisedeque? Esse silêncio ajuda a
apresentar Melquisedeque como um tipo de Cristo. Ele prepara o cami-
nho para a apresentação do sumo sacerdócio de Cristo, "que não foi feito UM SACERDÓCIO REAL
segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude da vida
incorruptível" (v. I 6). Então, Deus acrescentou: "Tu és sacerdote eterna- O Novo Testamento fala sobre um novo sacerdócio, completamente
mente, segundo a ordem de Melquisedeque" (v.I7). diferente do antigo sacerdócio, que se baseava integralmente na descen-
Os versículos 23-25 continuam: "Na verdade, aqueles foram feitos dência e era ministrado em um Templo onde eram oferecidos sacrifícios
sacerdotes em grande número, porque, pela morte, foram impedidos de de animais. Se você não pertencesse à tribo de Levi, não poderia ser um
permanecer; mas este [Jesus], porque permanece eternamente, tem um sacerdote. Mas o critério para ser um sacerdote na Igreja de Cristo não se
sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que baseia no fato de que o seu pai se)a levita, mas se Deus é o seu Pai, por
por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles". Em meio de um novo nascimento (Jo 1.12; 3.I-I6). Não ex.istem distinções
virtude da existência eterna de Jesus, "alcançou Ele ministério tanto mais raciais, culturais, sociais e sexuais na nova comunidade do Espírito, "por-
excelente [do que os dos sacerdotes do Antigo Testamento], quanto é que todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.
mediador de um melhor concerto [do que os dos sacerdotes do Antigo Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem
Testamento], que está confirmado em melhores promessas" (Hb 8.6). fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3.27,28).
Isso significa que todos na Igreja são sacerdotes. As antigas distinções
foram abolidas. Todos nós, que estamos na Igreja compomos, coletiva-
PoR TRÁS no VÉu mente, o "sacerdócio santo" do qual Pedro fala, e somos "sacerdotes" que
servimos a Deus (I Pe 2.5; Ap 1.6). Nós não temos que ter uma vocação
A superioridade do sacerdócio de Jesus é claramente vista quando com- . ou um chamado especial para sermos sacerdotes. Um sacerdote na Igreja
parada com o ministério dos sumos sacerdotes de Israel. Uma vez por não mantém uma posição distinta de outros crentes na comunidade de fé.
ano, no Dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava no santuário, no Tem- Isso é alheio ao Novo Testamento. Em nenhuma passagem neotestamentária
plo, para pedir o perdão de Deus para o povo (Hb 9. 7). O véu que sepa- podemos ler sobre alguém que tenha sido ordenado para ser sacerdote.
rava o Santo dos Santos do restante do Templo simbolizava a incapacida- O que vemos é a indicação de homens para que sirvam como líderes
de do povo de comparecer na presença de Deus. Lembre-se de que quan- espirituais nas igrejas locais (At I4.23; I Tm 3.I-7;Tt 1.5). Eles são men-
do Adão e Eva pecaram e foram expulsos do jardim do Éden, a sua íntima cionados com títulos tais como pastores, anciãos, bispos ou presbíteros -
comunhão com Deus foi rompida. Mas quando Jesus morreu, "o véu do todos se referindo à mesma obra (At 20.I7,28). Eles são incumbidos de
templo se rasgou em dois, de alto a baixo" (Mt 27.5I), demonstrando cuidar do bem-estar espiritual da igreja local (I Pe 5.I-5). São homens
que o caminho para a presença de Deus tinha sido restaurado pela morte espirituais e dignos de confiança, que são escolhidos pela igreja local por-
expiatória de Jesus, o Sumo Sacerdote. Diferentemente do sumo sacerdo- que podem ter uma liderança espiritual madura na Igreja. É incorreto
te que entrava no Santo dos Santos no Dia da Expiação com o sangue de pensar que esses homens fossem ordenados como sacerdotes, assim como
um animal morto, Jesus ofereceu a si mesmo, como o sacrifício perfeito. afirma a Igreja Católica Romana. A sua nomeação para servir à Igreja era
Tendo obtido a nossa redenção, "está assentado para sempre à destra de
::"'" (Hb 10.12). O ""nlócio do Antigo T"tnn<nto, qu< m 'ommt< j_ acompanhada da "imposição de mãos" (I Tm 5.22; veja também 4.14).
Esta era a maneira aceita de dar aprovação ou endosso. E este não é o
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer I O Sacerdócio Real
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modelo do sacramento das Santas Ordens, assunto sobre o qual a Bíblia como um sacrifício oferecido a Ele: "Portanto, ofereçamos sempre, por
nunca fala. ele [Jesus], a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que
O papel do sacerdote católico se assemelha ao papel do sacerdote no confessam o seu nome" (Hb I3.15). E o versículo seguinte acrescenta: "E
Antigo Testamento, que usava vestimentas especiais e oferecia sacrifícios não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque, com tais sacri-
pelos pecados do povo. No entanto, vimos que o sacerdócio de Israel fícios, Deus se agrada" (Hb I3.I6). Das Escrituras emerge uma imagem
servia ao seu objetivo, e que agora há um novo sacerdócio, composto de adorável do que é um cristão: um sacerdote, cujo corpo é o templo do
todos os crentes. O arranjo clero-leigos na igreja católica não é visto na Espírito Santo, e que oferece sacrifícios espirituais a Deus (I Co 6.1 9;
Igreja sobre a qual lemos na Bíblia. Hb I3.I5,16; I Pe 2.9). Onde houver um cristão, existirá um sacerdote e
um templo, no qual sacrifícios espirituais são oferecidos a Deus. Esse é o
verdadeiro sacerdócio na Igreja que Jesus edificou.
0 SACERDÓCIO DE TODOS OS CRENTES
Os sacerdotes de Cristo agora oferecem um novo tipo de sacrifício. Já UMA CARGA NÃO BíBLICA SOBRE os SACERDOTES
não há mais necessidade de oferecer sacrifícios pelos nossos pecados. Em
vez disso, recebemos esta instrução: "que apresenteis o vosso corpo em O celibato é um dom de Deus. Jesus ensinou que alguns receberam esse
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" dom, para o benefício e a expansão do Reino de Deus (Mt I9.II,I2).
(Rm I2.I). Tudo o que fazemos com os nossos corpos -nossas mãos, Aqueles que permanecem solteiros para o benefício do Reino de Deus
nossos pés, olhos, ouvidos, nossa língua, etc. - deve ser santo, um sacrifí- têm uma vantagem distinta, em algúmas áreas, sobre aqueles que são casa-
cio vivo, oferecido a Deus. Saber que tudo o que fazemos - até mesmo as dos e têm famílias. Paulo escreveu: "O solteiro cuida das coisas do Se-
tarefas mais humildes - pode ser oferecido a Deus, dá grande dignidade a nhor, em como há de agradar ao Senhor; mas o que é casado cuida das
tudo o que fazemos: "[Tudo J quanto fizerdes por palavras ou por obras, coisas do mundo, em como há de agradar à mulher" (I Co 7.32-34), ou
fazei tudo em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai" seja seus interesses estão divididos.
(Cl3.I7). Suponhamos, por exemplo, que surja uma oportunidade para pregar o
Outros exemplos de sacrifícios sacerdotais que podemos oferecer ao Se- evangelho em uma região remota e problemática do mundo, e haja dois
nhor podem ser vistos nas palavras de Paulo aos cristãos de Filipos. O candidatos adequados: um deles é solteiro, e o outro é casado, e tem uma
apóstolo dos gentios tinha fundado essa igreja em uma das suas viagens jovem família. A escolha óbvia, nesse caso, é aquele que não estará sobrecar-
missionárias. Desde o início, ela manteve um maravilhoso relacionamento regado com a responsabilidade de ter que cuidar de uma família. O que é
com Paulo, apoiando o seu trabalho evangelizador. Quando ele estava preso ·• solteiro está livre da responsabilidade de ter que ajudar uma família a se
em Roma, a igreja enviou ofertas para suprir as suas necessidades. Paulo, ajustar a um ambiente novo e difícil. Haverá escolas adequadas para as cri-
sempre cortês, agradeceu-lhes pela bondade, referindo-se à sua generosida- anças? A sua esposa não sentirá saudades de casa? Estas são preocupações
de como "como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a que não existem para o homem solteiro. Isso não quer dizer que o celibato
Deus" (Fp 4. I 8 ). As palavras de Paulo são ricas de significado litúrgico. Ele seja um dom superior ao casamento; não, de forma nenhuma. O ministério
está lhes agradecendo pelo ministério sacerdotal que tinham desempenha- no qual me envolvi tem sido tremendamente abençoado graças ao apoio de
do - um ministério aceito por Deus como um ato de santa adoração. uma esposa fiel e temente a Deus. E, na Igreja Primitiva, os apóstolos eram
Em outra ocasião, os cristãos são incentivados a continuar envolvidos casados - fato que nunca foi negado pela Igreja Católica Romana. No en-
em seu trabalho sacerdotal de oração, porque Deus considera esse ato tanto, quando era católico, lembro-me de que me ensinavam que quando os
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
I O Sacerdócio Real
apóstolos disseram ao Senhor: "Eis que nós deixamos tudo e te seguimos", A matéria de capa da revista Time de 23 de fevereiro de I 970 tinha o título
isso incluía. as suas esposas (Mt I9.27). Fico assombrado ao pensar na "The Catholic Exodus: Why Priests and Nuns Are Quitting" [O Êxodo Cató-
,. ingenuidade com que muitos de nós aceitamos isso como uma verdade, lico: Por que Padres e Freiras Estão Deixando a Igreja]. Muitos daqueles que
nunca levando em consideração a grave injustiça que tal decisão teria sido saíam, expressavam frustração com a igreja católica, e o celibato :figurava de
para as esposas dos apóstolos, sem mencionar o fato de que tal ensinamento maneira proeminente na sua insatisfação. Desde aqueles dias, o número de sacer-
contradiz a evidência contida nas Escrituras. dotes que deixaram a igreja excede os cem mil. De acordo coi:n esses números, a
Pedro e os demais apóstolos, juntamente com os irmãos do Senhor, cada intervalo de poucas horas um padre católico deixa o seu ministério.
.... -
permaneceram casados a sua vida inteira, e suas esposas com freqüência Alguns padres católicos romanos que deixaram o sacerdócio encontraram
os acompanhavam em suas viagens: "Será que nas minhas viagens eu não a sua vida espiritual na Igreja de Cristo. Conheço pessoalmente vários desses
tenho o direito de levar comigo uma esposa cristã, como fazem os outros homens. Eles não são os primeiros a abandonar o sacerdócio. Lucas recorda
apóstolos, os irmãos do Senhor Jesus e também Pedro?" (I Co 9.3-5, como "em Jerusalém se multiplicava muito o número dos discípulos, e grand_e
NTLH; cf. Jo 1.42). Quando Pedro escreveu sobre o casamento, disse: parte dos sacerdotes obedecia à fé:' ( At 6.7). Estes eram sacerdotes levíticos
"Igualmente vós, maridos, coabitai com ela com entendimento, dando que tinham oferecido sacrifícios diários pelo povo. Mas ao· ouvir as boas novas
honra à mulher" (I Pe 3.7). Esta declaração não teria valor se viesse de de que o único sacriflcio oferecido por Jesus tinha obtido o perdão de todos
um homem que tivesse deixado sua esposa. · os nossos pecados, eles se tornaram obedientes ao Senhor. Abandonaram o
seu antigo ministério como sacerdotes, vendo em Jesus Cristo um sacerdócio
superior, e um sao:iflcio igualmente superior. Salvos de seus pecados, eles se
UM SACERDÓCIO EM CONFLITO tornaram parte do "sacerdócio santo" na Igreja de Cristo.
Os sacerdotes católicos romanos não consideram levianamente o seu com-
Como observamos anteriormente, o sacerdócio católico romano não promisso. Sacrifícios pessoais e decisões difíceis acompanham a sua decisão
tem autorização divina. É um sacerdócio em conflito com a Epístola aos de seguir o sacerdócio. Não estaria sendo honesto se não dissesse que, com
Hebreus. Além do mais, a insistência da Igreja Católica Romana de que base na Palavra de Deus, esses sacerdotes, como aqueles mencionados por
os padres sejam solteiros não tem apoio nas Escrituras. Considere as ins- Lucas, também precisam se tornar "obedientes à fé". Esta é a minha oração,
truções de Paulo àqueles que desejassem servir na igreja como bispos para que isso aconteça - para a glória de Deus, e somente dEle.
(lembre-se de que a palavra bispo pode ser substituída por ancião I pastor I
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supenisor I presbítero). Guiado pelo Espírito Santo, Paulo escreveu que um :PERGUNTAS E RESPOSTAS
bispo deve ser "marido de uma mulher( ... ) que governe bem a sua própria
casa,'tendo seus frlhos em sujeição, com toda a modéstia (porque, se al- . 11 O que diz a Bíblia sobre os sacerdotes no Antigo Testamento?
guém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de A nação de Israel era composta de doze tribos, e os sacerdotes
~:-..
Deus?)" (I Tm 3.2,4,5; cf. Tt 1.5-9). Os bispos I anciãos I pastores eram eram escolhidos da tribo de Levi. A sua função era oferecer sacri-
homens de família que deveriam ter um bom e comprovado histórico de fícios a Deus, em nome do povo. Também havia um sumo sacer-
estabilidade doméstica, maturidade espiritual e sabedoria. Você pode sa- dote que representava o povo, em sua coletividade, diante de Deus.
ber muito a respeito de um homem pela maneira como ele trata a sua Todo o sistema de sacrifícios apontava para um tempo futuro,
esposa e pelo comportamento dos seus frlhos. Os anciãos eram nomeados quando Deus forneceria o Sumo Sacerdote perfeito e o sacrifício
por aqueles que os conheciam, e que confiavam neles para que fossem perfeito para expiar os pecados do mundo - Jesus Cristo.
seus guias espirituais.
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Respostas·às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Confesse os seus Pecados
penitência - tudo o que me esperava depois da morte era uma eternidade no Além disso, o ensinamento de Trento, e o da Igreja, hoje em
inferno. Eu não tinha dúvidas de que a igreja era indispensável; era a minha dia, é que "a absolvição é dada por um sacerdote, que age como
.. , 2
corda de salvamento para o céu. JUiZ .
·' A Igreja Católica Romana tem sua própria interpretação dessas pala- Antes do nascimento de Cristo, aproximadamente quatro séculos tinham
vras de Jesus. Em 2 de dezembro de I 973, o papa Paulo VI autorizou a se passado sem nenhuma palavra direta de Deus. Malaquias foi o último
publicação do "Rito da Penitência", que afirma: dos profetas do Antigo Testamento, e por meio dele Deus tinha predito a
vinda do libertador de Israel, o Messias. Deus finalmente rompeu o seu
O nosso Salvador, Jesus Cristo, quando deu aos seus silêncio para anunciar, por intermédio do anjo Gabriel, que Maria daria à
apóstolos e aos seus sucessores o poder para perdoar luz o Messias prometido, o Filho de Deus. A sua missão era clara: Jesus iria
pecados, instituiu na sua igreja o sacramento da peni- "salvar o seu povo dos seus pecados" (Mt I.2I). O tema do perdão aparece
tência. Assim, os fiéis que caírem no pecado depois do proeminentemente no ministério de Jesus. "O Filho do Homem", disse
batismo podem se reconciliar com Deus e serem reno- Ele, "veio buscar e salvar o que se havia perdido", e "para dar a sua vida em
vados na graça. 1 resgate de muitos" (Lc 19.10; Mt 20.28). Os autores do Novo Testamento
relacionaram a vinda de Jesus com o nosso perdão. O apóstolo João diz que
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J.Ji
Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
I Conftsse os seus Pecados
Deus enviou o seu Filho "para que por ele vivamos(...) para [ser] propiciação
'I Independentemente da era em que vivemos, o perdão dos pecados se
pelos nossos pecados( ...) para [ser] Salvador do mundo" (I Jo 4.9,IO,I4). baseia no sacrifício expiatório de Jesus. Aqueles que tiveram suas faltas per-
E Paulo diz: "Esta é uma palavra fiel e digna de toda aceitação: que Cristo doadas antes da morte de Jesus eram perdoados com base em sua morte.
Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal" Por exemplo, o homem paralítico foi perdoado, porque Jesus iria dar a sua
(I Tm I.IS). Jesus falou de nós como ovelhas que se perderam, e que Ele é vida como pagamento pelos seus pecados. Essa é a mensagem do perdão, o
o Bom Pastor que "dá a sua vida pelas ovelhas" Go 10.11). Por causa de evangelho que Jesus disse aos apóstolos que proclamassem a todas as na-
nossa condição espiritual, estávamos perdidos, e precisávamos ser encontra- ções: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Me
dos; estávamos cegos, e precisávamos de visão; estávamos mortos no peca- I6.15). E da mesma maneira como Jesus fora enviado pelo Pai com uma
do, e precisávamos de uma nova vida; estávamos cheios de pecados, e preci- missão a cumprir, Ele também enviou os seus apóstolos para proclamar que
sávamos do perdão. E somente Jesus poderia atender às nossas necessidades. a missão tinha sido cumprida.
Antes que Jesus se oferecesse como sacrifício pelas nossas culpas, Ele de-
monstrou o seu poder de perdoar pecados. O Evangelho de Marcos registra
Ü pAPEL DOS APÓSTOLOS
como uma multidão veio à casa em que Jesus estava hospedado. A casa estava
. transbordando de gente. Um paralítico foi trazido até Jesus por seus amigos,
mas estes não conseguiram se aproximar dEle. Sem se intimidarem, eles subi- Antes de ascender ao céu, Jesus disse aos seus apóstolos que "em seu nome,
ram no telhado e fizeram uma abertura, baixando o paralítico até a presença se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações,
do Senhor (não foi uma entrada muito digna, mas quando você sabe que o começando por Jerusalém" (Lc 24.47), e Ele lhes confiou essa missão. Como
realizador dos milagres está presente, então nada fica em seu caminho). Jesus os apóstolos interpretaram essas palavras de Jesus? Como perdoaram os peca-
gostou dessa demonstração de fé. Ele se voltou para o paralítico e disse: "Fi- dos? Não precisamos ir além do dia de Pentecostes para obter a resposta.
lho, perdoados estão os teus pecados" (Me 2.5). Não era isso o que o homem Naquele dia, o Cristo glorificado enviou o Espírito Santo para capacitar os
e seus amigos esperavam; não foi por essa razão que tinham vindo. Eles queri- apóstolos para o seu ministério. A mensagem era que aquele Jesus, que foi
am que Jesus curasse o homem. Os líderes religiosos que estavam ouvindo a rejeitado, crucificado e sepultado, tinha ressuscitado dos mortos e subido para
Jesus ficaram horrorizados com o que ouviam e retrucaram: "Por que diz este o Pai, no céu. Por meio do ministério do Espírito, aqueles que ouviam o que
assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus? (v. 7) Jesus não os apóstolos proclamavam eram convencidos, em seu coração, de sua natureza
corrigiu o que tinham dito; Ele permitiu que a declaração deles permanecesse pecadora. Jesus, a quem eles tinham rejeitado, era, realmente, Senhor e Cristo.
- somente Deus pode perdoar pecados, e é blasfêmia que qualquer outro diga De modo que perguntaram aos apóstolos: "Que faremos, varões irmãos?" ( At
que pode perdoar pecados. Ele lhes perguntou: "Qual é mais fácil? Dizer ao 2.3 7) O que estavam perguntando? Eles perceberam que tinham rejeitado o
paralítico: Estão perdoados os teus pecados, ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma Messias prometido, aquele que os profetas haviam predito. E eles se viram
o teu leito, e anda?" (v. 9) Não é necessário nenhum treinamento teológico como pecadores, precisando de perdão. Pedro lhes ordenou: "Arrependei-vos,
para responder a essa pergunta - é mais fácil dizer "estão perdoados os teus e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos
pecados"; o mais diflcil seria capacitar o homem a andar. Para demonstrar que
tinha autoridade para perdoar pecados, Jesus, a seguir, disse ao paralítico:
l pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo(...) De sorte que foram batizados
os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se
"Levanta-te, e toma o teu leito, e vai para tua casa" (v. 11). Imediatamente o quase três mil almas" (At 2.38,4I).
homem, recebendo a saúde perfeita, levantou-se e andou. Com os olhos arre- I O que esse exemplo nos ensina sobre a maneira como os apóstolos perdo-
avam os pecados? Eles ouviam as confissões de qualquer uma dessas pessoas e
galados, os líderes exclamaram: "Nunca tal vimos" (v. I2). O milagre confir-
lhes davam a absolvição? Ou apontavam aos pecadores o Único que pode
mou quem era Jesus- o Filho de Deus, que tinha o poder de perdoar pecados.
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que
perdoar pecados? A boa notícia. ouvida pelos pecadores em Atos 2 era que o
1 Três Tipos de Corifissão
Corifesse os seus Pecados
perdão dos pecados é encontrado somente em Jesus Cristo. Ele morreu pela
remissão dos pecados de cada ser humano· que o aceitar. Essa era a mensagem As Escrituras falam de três categorias de confissão: I) a confissão
constantemente proclamada pelos apóstolos. Nós nunca lemos na Bíblia so- secreta, entre Deus e o homem; 2) a confissão privada, entre duas
bre uma distinção feita entre os pecados veniais e mortais. Esse ensinamento pessoas, uma das quais foi ofendida pela outra; e 3) a confissão públi-
não é apostólico. Além disso, nunca lemos, nas passagens das Escrituras, a ca, que exige o exercício da disciplina por parte da Igreja. Isso é con-
respeito do costume católico romano da confissão. Um padre católico roma- firmado por aquilo que Jesus disse sobre a confissão dos pecados: 4
no não pode perdoar pecados, mesmo que afirme fazer isso pela autoridade
de sua igreja; somente Deus pode perdoar pecados, pois somente Ele conhece Se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele
o coração do homem. só; se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva
ainda contigo um ou dois, para que, pela boca de duas ou três
testemunhas, toda palavra seja confirmada. E, se não as escu-
Ü CHAMADO À CONFISSÃO tar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, conside-
ra-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que
Mesmo depois da nossa conversão ao Senhor, nós ainda pecamos. tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que
E como esses pecados são perdoados? A Igreja Católica Romana diz desligardes na terra será desligado no céu. Também vos digo
que todos os pecados mortais devem ser confessados a um padre, para i que, se dois de vós concordarem na terra acerca de qualquer
receber a absolvição. Esse sacramento da penitência é uma parte in- i coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai, que está
dispensável do ensinamento católico romano, embora uma investiga- j nos céus. Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu
ção na Palavra de Deus à procura de evidências que apóiem t~l nome, aí estou eu no meio deles (Mt 18.15-20).
ensinamento não revele nada. Ao contrário, a Bíblia apresenta uma
imagem muito diferente. A confissão secreta. Quando o pecado ofendeu somente a Deus, então
,',li. O apóstolo João ouviu Jesus falando sobre perdoar e reter pecados, somente a Ele deve ser feita a confissão. Existem "pecados ocultos" (Sl 90.8)
e fala sobre a necessidade de confessar os pecados que cometemos - que cometemos; e eles não envolvem outras pessoas. Nós temos maus pensa-
mas a nossa confissão deve ser feita a Deus, a quem ofendemos. "Se mentos, cobiçamos o que outra pessoa tem, atribuímos falsos motivos. Todos
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andarmos na luz", diz João, "como ele na luz está, temos comunhão esses são pecados cometidos no coração. Jesus falou sobre esse tipo de erro:
uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica "Eu(...) vos digo que qualquer que atentai: numa mulher para a cobiçar já em
1:' de todo pecado. Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a seu coração cometeu adultério com ela" (Mt 5.28). O ato físico do adultério
~~ nós mesmos, e não há verdade em nós, Se confessarmos os nossos não precisa acontecer para que seja cometido um pecado; ter cometido adul-
f I
pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar
de toda injustiça" (I Jo I .7 -9). Segundo a Bíblia, confessamos os nos-
tério no coração é suficiente para fazer disso um pecado. Tais pecados ocultos
devem ser confessados somente a Deus, porque ninguém mais foi envolvido
sos pecados não para informar a Deus sobre alguma coisa que Ele não no pecado. A confissão de tais pecados não requer a presença de uma terceira
viria a saber de outra maneira, mas para reconhecer a nossa natureza pessoa. Este é o ensinamento claro de Jesus.
pecadora e a nossa dependência da sua misericórdia. Por meio da nos-
sa conversão, somos um povo perdoado, mas também precisamos ser A confissão privada. Nem todos os pecados são ocultos; alguns pecados
um povo penitente. afetam diretamente a outras pessoas. O que devemos fazer nesses casos? É
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aqui que entra em cena a confissão privada. Considere este cenário: John espa-
1 Confesse os seus Pecados
lha mentiras sobre Tom, e causa grandes problemas a Tom. Não é suficiente que a questão vá além disso. A única possibilidade de que alguém mais ouça
que John procure o perdão de Deus; ele também deve procurar o perdão de sobre esse pecado é quando a pessoa se recusa a se arrepender, e então as teste-
Tom. Embora Jesus falasse claramente sobre esse assunto, essa é uma das áreas munhas se fazem necessárias. O ensinamento católico romano diz que mesmo
mais negligenciadas na vida cristã: "Se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te que as duas pessoas se reconciliem, o "pecado mortal" também deve ser confes-
lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do sado a um padre. Mas não existe suporte das Escrituras para tal ensinamento.
altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e Qualquer ensinamento sobre a confissão dos pecados - incluindo as palavras de
apresenta a tua oferta" (Mt 5.23,24). Nesse caso, John precisa obedecer ao Tiago, "Confessai as vossas culpas uns aos outros" (Tg 5. I 6)- deve ser interpre-
que disse Jesus, e ir se reconciliar com Tom, contra quem pecou. Então, e tado dentro dos limites estabelecidos nas Escrituras.
somente então, ele poderá voltar a ofertar.
E se alguém que pecou contra você procura reconciliação? Jesus disse: "Se A Cotifissão em Tiago 5
teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e, se ele se arrepender, perdoa-lhe; e, se
pecar contra ti sete vezes no dia e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: A Igreja Católica Romana citou Tiago 5. I 4- I 6 para sustentar a sua prática
Arrependo-me, perdoa-lhe" (Lucas I7.3,4). Você deve perdoar a quem lhe de recomendar as pessoas a confessarem seus pecados a um padre:
ofende, quando ele ou ela se arrepende. Isso possibilita a reconciliação, e é a
maneira bíblica segundo a qual a confissão deve acontecer. A prática católica Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da
romana da confissão a um padre não encontra suporte aqui. igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do
Senhor; e a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levan-
A confissão pública. O que Tom deve fazer se confrontar John sobre o seu tará; e, se houver cometido pecado~, ser-lhe-ão perdoados.
comportamento, e John não se arrepender? Uma vez mais, Jesus dá instruções Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos
claras: Devem ser trazidas testemunhas. O assunto deL'<OU de ser privado, pas- outros, para que sareis; a oração feita por um justo pode muito
sando a ser semi-privado. Se John ainda não se arrepender, depois de ser em seus efeitos.
confrontado, então se deve ir ao passo final: A questão deverá ser levada à
igreja à qual pertencem John e Tom. Se depois que a questão for apresentada Está Tiago defendendo a prática católica romana da confissão dos pecados
aos líderes da igreja, John ainda se recusar a se arrepender, então a igreja deverá a um padre? Um exame cuidadoso dessa passagem mostra exatamente o con-
afastar John da assembléia. A comunhão da igreja não deverá mais ser estendi- trário.
da a ele. Enquanto ele estiver impenitente, o seu pecado será retido. Observe A pessoa que está doente, diz Tiago, deve chamar os presbíteros da sua
que a igreja está fazendo na terra o que o Senhor já fez no céu. Na igreja em i igreja. Estes são os líderes espirituais, a quem Deus confiou o cuidado do seu
Corinto, um homem estava vivendo com a esposa do seu pai (sua madrasta). povo. Eles "velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas"
Paulo recomendou à igreja que castigasse o homem impenitente, expulsando- (Hb 13.17). Não é dito aos presbíteros que vão e curem a pessoa doente, mas
o da igreja; ao fazer isso, a igreja estava retendo o seu pecado, até que o homem que vão orar por ela.
se arrependesse. Imediatamente depois que ele se arrependesse, a igreja pode- Por que a pessoa está doente? Nós sabemos que Deus, às vezes, disciplina
ria, uma vez mais, estender-lhe a comunhão (I Co 5). seus filhos para o seu próprio benefício espiritual, e essa disciplina pode vir
A prática católica romana da confissão não pode ser encontrada em nenhuma em forma de alguma doença. Por exemplo, o comportamento pecaminoso
parte, nos ensinamentos de Jesus. Examine atentamente outra vez o que o Mes- de alguns crentes de Corinto motivou a disciplina de Deus: "Por causa
tre ensinou. Ele disse que, se o seu irmão pecar contra você, você mesmo deve disso, há entre vós muitos fracos e doentes" (I Co II.30). A pessoa de
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quem Tiago fala pode estar envolvida no pecado, e pode estar recebendo PER9UNTA§· i{.R~~P,6$TM
uma disciplina do Senhor. A disciplina teve o seu efeito desejado, e forçou a
pessoa doente a chamar os presbíteros d~ congregação, os seus pastores 111 Jesus não deu àIgreja Católica Romana. autoridade para o sacramen-
espirituais. Não é uma visita social que foi requisitada; eles vieram para que to da penitência, ou confissão, como é comumente conhecido?
ela possa dizer-lhes que procurou o perdão de Deus, e agora procura as suas A Igreja Católica Romana cita as seguintes palavras de Jesus como seu
orações para sua recuperação. texto de comprovação: "Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes
Observe que os presbíteros não vieram para dar-lhe uma absolvição, nem são perdoados; e, àqueles a quem os retiverdes, lhes são retidos" Qo
"ouvir a sua confissão". Eles vieram para apoiar o indivíduo em sua recuperação 20.23). Contudo, Jesus não confiou aos apóstolos o sacramento da
espiritual Ao fazer isso, eles o ungirão com azeite e orarão para que Deus remo- penitência, mas a autoridade para ir pelo inundo proclamando o per-
va o castigo que o aflige, Não existe absolutamente nada nessa passagem que dão dos pecados, em seu nome. Em outras palavras, Ele lhes confiou
sustente a prática católica romana da confissão. as Boas Novas da redenção em Cristo. Aqueles que aceitam a Jesus
A Igreja Católica Romana também usou esse texto para apoiar o ensinamento são perdoados; aqueles q~e não obedecem ao ev;mgelho permanecem
da extrema unção, mas é evidente que a pessoa doente de quem fala Tiago é ungida condenados.
com o objetivo de ter uma recuperação completa, ao passo que a prática católica
romana é ungir a pessoa doente porque ela está morrendo.
DJ Não devemos confessar todos os nossos pecados mortais a um
padre?
Quando interpretada no contexto, então, a e.xortação "Confessai as vossas cul- De maneira nenhuma. Em primeiro lugar, a Bíblia nos ensina que
pas uns aos outros" não tem nada que a com a prática católica romana de confessar devemos confessar os nossos pecados a Deus, porque Ele é aquEle·
os pecados a um padre, para receber uma suposta absolvição. contra quem pecamos, e é o seu perdão que devemos procurar (I Jo
1.7-9). Não há nada, sobre este assunto, nas Escrituras que sustente a
idéia de um padre católico romano agindo em nome de Deus. Em
A CONFISSÃO BíBLICA
segundo lugar, quando pecamos contra um companheiro crente, de-
vemos procurar o seu perdão. Uma vez concedido o perdão, a ques-
A confusão dos pecados, como defendida pela Igreja Católica Romana, é contrá- tão não deve ir além disso. Jesus afirmou especificamente que esse
ria ao que ensinam as Escrituras. Qwmdo nós pecamos contra outra pessoa, devemos devia ser o procedimento (Mt 18.15-18). Mas, apesar disso, a Igreja
procurar o seu perdão - não porque a pessoa tenha o poder de absolver o pecado Católica Romana infringe, claramente, este ensinamento, com o sa-
(somente Deus pode fazê-lo), mas porque a procura do perdão traz a reconciliação cramento da penitência.
onde antes existia inimizade. Em nenhuma passagem da Bíblia vemos Deus instruin-
do o seu povo a confessar os seus pecados a outra pessoa para receber absolvição. O
sacramento católico romano da penitência, então, deve ser rejeitado, porque lhe fãlta
11 Como o povo tinha os seus pecados absolvidos, antes que existisse a
Igreja Católica Romana?
autoridade da Palavra de Deus. Um exemplo será suficiente aqui. O rei de Israel, Davi, cometeu adul-
tério, depois, em seu esforço para encobrir o pecado, causou a morte
do marido da mulher e de diversas pessoas inocentes. Quando se
arrependeu, Davi confessou o seu pecado a Deus, e o Senhor o per-
doou (Sl32, 51). Davi não recorreu a um sacerdote para confessar o
seu pecado.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
A Igreja Católica Romana crê ter um aliado em Tiago 5.16, que diz:
"Confessai as vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros, para
que sareis". Mas o contexto mostra que a pessoa doente está procuran-
do orações para a sua cura. É possível que ela esteja sendo castigada pelo
Senhor, pela sua infidelidade. Ao mandar chamar os presbíteros, essa
pessoa está reconhecendo que está buscando o perdão do Senhor, e
pede que os líderes espirituais orem pela sua recuperação. Não há nada,
nessa passagem das Escrituras, que sustente a prática católica romana de Quando Maria soube que iria, milagrosamente, conceber e dar à luz o Messias de
confessar os pecados a um padre. Israel, o Salvador do mundo, respondeu: "Cumpra-se em mim segundo a tua pala-
vra" (Lc I .38). A sua fé era simples e confiante- uma fé digna de ser imitada. Ela, uma
jovem virgem, prometida em casamento, daria à luz o Salvador do mundo! Essas
eram notícias surpreendentes, além da compreensão humana. A fé de Maria se toma
ainda mais assombrosa quando levamos em consideração o fàto de que ela não tinha
nenhum ponto de referência para orientação, nem conselhos ou consolos. Não havia
outra virgem que tivesse concebido milagrosamente, à qual ela pudesse recorrer. Nada
parecido com isso jamais tinha acontecido antes. Ainda assim, Maria acreditou no
que lhe disse o anjo Gabriel Ela não duvidou do que ele dizia. A sua fé é um modelo
para todos nós.
Embora Maria fOsse uma mulher de grande fé, quando examinamos o que a
Bíblia efetivamente diz a seu respeito, vemos que não há nada que Maria tivesse
feito para obter o favor de Deus. A Bíblia não esclarece quanto aos motivos pelos
quais ela foi escolhida. E se examinarmos a história pregressa do povo de Deus,
teremos que reconhecer que Deus escolhe as pessoas da maneira que deseja. Por
exemplo, Deus escolheu a Abraão para que fosse o pai de uma nação. Ele escolheu
a tribo de Judá para que fosse a tribo da qual viria o Salvador. E Ele escolheu a
família de Davi para que fosse a família real. Dos descendentes de Davi, Maria foi
escolhida para ser a mãe do Messias de Israel. As escolhas de Deus se baseiam
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Maria, a Mãe de Jesus
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exclusivamente em sua soberania. E Maria foi escolhida não porque fosse a melhor, Essas declarações são claras e inequívocas, e não deixam lugar para que
ou morahnente superior; ela foi escolhida porque Deus pode escolher a quem ninguém tenha dúvidas quanto à posição e.xata da Igreja Católica Romana.
desejar. Não havia nada sobre Maria que levasse Deus a escolhê-la. Mas estará esse dogma da igreja em harmonia com os ensinamentos da Bíblia?
As Escrituras revelam muito pouco a respeito de Maria. Muitos
dos dogmas da Igreja Católica Romana sobre Maria são inventados O Testemunho das Escrituras
pelo homem e não encontram apoio nas Escrituras. Além disso, eles
distorceram não somente a nossa interpretação de Maria, mas toda Segundo Mateus
a doutrina da redenção. Tais ensinos não fazem absolutamente nada José e Maria estavam comprometidos com o casamento. Quando José des-
para louvar Maria, que foi uma grande mulher de fé. Quando era cobriu que Maria estava grávida, planejou deixá-la discretamente. Os seus
católico, a Maria que eu conhecia era uma pessoa que tinha sido planos foram interrompidos por um anjo, que lhe disse que a criança que
reinventada pelos dogmas católicos romanos. Maria estava esperando era do Espírito Santo. Mateus nos diz que "José,
Vamos examinar os principais ensinamentos católicos romanos sobre Ma- despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a
ria, e compará-los com as Escrituras. sua mulher, e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-
lhe o nome de Jesus" (Mt 1.24,25).
Mateus é cuidadoso em apontar o fato de que José não poderia ter sido o
VIRGINDADE PERPÉTUA? pai de Jesus. As palavras de Mateus dei.xam claro que embora José e Maria
vivessem juntos como marido e mulher, durante a sua gravidez, eles não tive-
A virgindade perpétua de Maria é uma das principais doutrinas ram relações sexuais até depois do nascimento de Jesus. Mais adiante, Mateus
Marianas. Embora as Escrituras ensinem claramente o nascimento de menciona os irmãos e as irmãs de Jesus (Mt I2.46,47; 13.53-57).
Jesus de uma virgem, jamais sugerem a virgindade perpétua de Maria, A palavra-chave em Mateus 1.25 - "até" - determina o seu significado.
como é ensinado pela Igreja Católica Romana. Na verdade, elas con- Achamos útil encontrar um uso similar, em Mateus 2.I5. Quando o rei Herodes
tradizem isso. Quando examinamos a Bíblia, sua mensagem é convin- .desejou matar o menino Jesus, Maria e José foram instruídos a fUgir para o
cente: Maria não permaneceu virgem depois de ter dado à luz Jesus. Egito com Jesus. Mateus diz que "[eleJ esteve lá até à morte de Herodes". O
Mas, em primeiro lugar, vamos ver o que a Igreja Católica Romana significado que Mateus deseja transmitir é que José e Maria permaneceram no
nos ensina sobre este assunto: Egito até a morte de Herodes - e então voltaram para casa. De maneira similar,
·'
Mateus afrrmou que José não teve relações se.xuais com Maria "até que deu à
P. 5 - Cristo teve irmãos e irmãs? luz seu filho". Isso nos fala que depois do nascimento de Jesus, José e Maria
Não. O casamento entre José e Maria foi completamente tiveram um relacionamento sexual normal, como qualquer outro casal unido
casto. De acordo com o costume judaico, os irmãos de Cris- pelo casamento.
to mencionados nos Evangelhos eram simplesmente seus pri- É necessário observar que não havia nada profano no fato de que Ma-
mos ou outros parentes distantes. ria e José tivessem relações sexuais. Como poderia haver? O casamento foi
designado por Deus, tendo o sexo como uma das suas bênçãos. Devemos
P. 6 - Como podemos saber que Maria permaneceu sem- nos lembrar de que José e Maria estavam comprometidos em casamento.
pre virgem? Como qualquer casal comprometido, eles poderiam ter conversado, entre
Nós temos certeza disso porque Deus, falando-nos por meio das outros as~tos, sobre ter filhos. Tal conversa não teria sido profana. O
inspiradas Escrituras e pela sua igreja infalível, nos diz que é verdade. 1 sexo, dentro dos laços do casamento, tem a aprovação de Deus. A noção
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Maria, a Mãe de Jesus
de casamento sem sexo é o oposto ao que ensinam as Escrituras: "Venera- Até mesmo o povo de Nazaré, que viu Jesus crescer, sabia ql.le Ele tinha
do seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém aos que se irmãos e irmãs. Q.Iando eles reagiram aos ensinamentos de Jesus com assombro
dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará" (Hb 13.4). e incredulidade, perguntaram: "De onde lhe vêm essas coisas? E que sabedoria é
O apóstolo Paulo falou muito francamente sobre o lugar do sexo no casa- esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos? Não é este
mento, e sobre a obrigação mútua que têm marido e mulher de satisfazer os o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão?
desejos sexuais de seus cônjuges: E não estão aqui conosco suas irmãs?" (Me 6.1-3). Certamente, essas pessoas
estavam na melhor posição para saber se Jesus tinha irmãos. Assim sendo, por
O marido pague à mulher a devida benevolência, e da que não aceitar o seu testemunho?
mesma sorte a mulher, ao marido. A mulher não tem poder
sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e tam- Segundo Lucas
bém, da mesma maneira, o marido não tem poder sobre o Lucas, o médico amado, também declarou algumas palavras importantes
seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos defraudeis sobre este assunto. O parágrafo inicial do Evangelho que leva seu nome nos
um ao outro, senão por consentimento mútuo, por algum conta com que profimdidade investigou a vida de Jesús antes· de escrevê-lo (Lc
tempo, para vos aplicardes à oração; e, depois, ajuntai-vos 1.1-4). Muitas testemunhas oculares estavam acessíveis a Lucas, que pôde
outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incon- entrevistá-las para verificar os fatos. Maria teria sido a fonte mais óbvia para a
tinência (I Co 7.3-5). narrativa de Lucas a respeito do nascimento do Mestre. Com base em sua
profimda investigação, Lucas apresenta o nascimento virginal como fato (Lc
José e Maria, como qualquer outro casal, unidos pelo casamento, tiveram 1.26-38). A evidência deve ter sido convincente para que Lucas, que era mé.:.
relações sexuais. Se não as tivessem na vida conjugal, estariam, aí sim, agindo dico, cresse nela.
de uma forma contrária aos desígnios de Deus. Ao mesmo tempo, Lucas não teve reservas em afiTmar que Maria teve ou-
tros fllhos (Lc 8.19-21). Quando escreveu o Livro de Atos, outra vez afirmou
Segundo Marcos que Maria tinha tido outros filhos. Ele fala de uma ocasião em que os apósto-
Marcos, o autor do Evangelho que leva o seu nome, não confirma o los estavam reunidos. Lucas nos diz: "Todos estes perseveravam 4J1anÍ1ne-
ensinamento católico romano de que Maria permaneceu virgem durante toda mente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, mãe de Jesus, e com
a sua vida. seus irmãos" (At 1.14). Ele, que era um historiador atento e detalhista, acre-
Ele nos fala de uma ocasião em que Jesus estava ensinando em uma casa, e ditou na concepção de Cristo, de uma virgem, mas negou a virgindade perpé-
uma multidão tinha se reunido para ouvi-lo. Quando a família de Jesus soube tua de Maria.
o que estava acontecendo, "saíram para o prender, porque diziam: Está fora de
si" (Me 3.21). Segundo João
Quando Jesus terminou de ensinar, a multidão disse a Ele: "Eis que tua O testemunho de João é importante porque ele passou um tempo conside-
mãe e teus irmãos te procuram e estão lá fora. E ele lhes respondeu, dizendo: rável com o Senhor, e teria estado em companhia de Maria em várias ocasiões.
Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que estavam A sua íntima associação com Jesus deu-lhe conhecimento de primeira mão da
assentados junto dele disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos" (Me 3.31~ família do Senhor. Na verdade, João foi o discípulo a cujos cuidados o Senhor
34). Se a virgindade perpétua de Maria fosse verdadeira, Jesus teria a oportu- Jesus confiou Maria.
nidade perfeita para esclarecer o assunto, dizendo ao povo à sua volta que Ele João deixou claro que Maria não permaneceu virgem depois do nascimen-
não tinha nenhum irmão ou irmã, e que era filho único. Mas Ele não fez isso! to de JeSUs: Quando testemunha sobre o primeiro milagre de Jesus :- o da
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Maria, a Mãe de Jesus ~-
No dia 8 de dezembro de I854, o papa Pio IX promulgou o seguinte Quais evidências das Escrituras pode a Igreja Católica Romana apresentar
para sustentar que Maria era sem pecado? No decreto papal de 1854, duas
decreto:
passagens bíblicas foram citadas. Uma delas foi Gênesis 3.15, que diz: "E
Nós, pela autoridade de Jesus Cristo nosso Senhor, dos porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta
Benditos Apóstolos, Pedro e Paulo, e pela nossa própria Au- te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". Isso não é uma referência a
toridade, declaramos, pronunciamos e defmimos que foi re- Maria, embora haja imagens e estátuas que a retratam esmagando a cabeça da
velada por Deus a doutrina que afirma que a Bendita Virgem serpente. Gênesis 3.I5 é uma profecia a respeito de Jesus, que descendeu de
Maria, no primeiro instante da sua concepção, por um privi- ·uma mulher, e cuja morte expiatória e ressurreição derrotaram a Satanás. Essa
légio e graça singulares do Deus Onipotente, em considera- interpretação. é apoiada por outras passagens da Palavra de Deus? Sim. O
ção aos méritos de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade, apóstolo João diz: "Para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as
foi preservada livre de qualquer mancha do pecado original. obras do diabo" (I Jo 3.8). Além disso, lemos que Jesus veio à terra "para que,
Portanto, nisso devem crer todos os fiéis, com firmeza e cons- pela morte, [EleJaniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo"
tância.2 (Hb 2.14). Pela sua morte e ressurreição, Jesus derrotou e esmagou a cabeça
da serpente. De modo que não existe nada, em Gênesis 3.15, que sustente a
Esse decreto papal entra em conflito com a crença de diversos papas, que idéia de que Maria era sem pecado. l-
tinham repudiado o dogma. Aniceto Sparagna, um ex-padre católico roma- A segunda passagem das Escrituras citada no decreto papal é Lucas 1.28,
no, documentou a oposição de muitos patriarcas da igreja e de alguns dos que fala de Maria como sendo "agraciada". Isso não se refere, de maneira
primeiros papas a essa falsa doutrina. Constam dela São Bernardo, Santo nenhuma, à suposta ausência de pecaminosidade na vida de Maria. O fato de
Agostinho, São Pedro Lombardo, São Alberto, o grande, São Tomás de que ela foi escolhida por um ato soberano de Deus mostra que era agraciada.
Aquino, e Santo Antônio. Sparagna também documenta declarações de di- Deus não tinha obrigação de escolhê-la; a sua escolha não foi feita porque ela
versos papas, que direta ou indiretamente mostram que nunca creram na fosse melhor _do que qualquer outra mulher de sua época, ou porque ela tives-
Imaculada Concepção. Por exemplo: se sido preservada da mancha do pecado original. Sua escolha soberana foi um
ato de graça, e, nesse aspecto, Maria realmente foi "agraciada", ou "cheia de
Papa Leão I ( 440): "Somente o Senhor Jesus Cristo, entre graça". Em virtude de seu exclusivo privilégio de se tornar a mãe de Jesus
os filhos dos homens, nasceu imaculado" (Sermão 24 em "todas as gerações me chamarão [a MariaJ bem-aventurada" (Lc I.48). Não
devemos cometer o engano de pensar que Deus esteja dando a Maria o título
Nativ. Dom.).
de "bem-aventurada" para anexar ao seu nome. O fato de que fosse bem-
Papa Gelásio ( 492): "É uma característica exclusiva do aventurada simplesmente representa o privilégio que Deus lhe transmitiu.
Cordeiro Imaculado não ter nenhum pecado" ( Gelassii Papae
Dieta, vol. 4, col. I241, Paris, I67I). A Resposta das Escrituras
Papa Inocêncio III (1216): "Ela [Eva] foi criada sem pe- O Testemunho a Respeito de Jesus
cado, mas gerou em pecado; ela [MariaJ foi criada no peca- As Escrituras deixam muito claro que somente Jesus foi completa-
do, mas gerou sem pecado" (De FestoAssump., sermão 2). 3 mente isento de pecado. Em Hebreus 4.I5 está escrito que Jesus "em
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Maria, a Mãe de Jesus
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tudo foi tentado, mas sem pecado". Logo, todos os demais, que já vive- A AssuNçÃo DE MARIA?
ram - incluindo Maria - são pecadores. Paulo escreveu: "Não há um
justo, nem un1 sequer" (Rm 3.IO). E "todos pecaram e destituídos es- O Ensinamento Católico
tão da glória de Deus" (Rm 3.23). João escreveu: "Se dissermos que
não pecamos, fazemo-lo [a Deus J mentiroso, e a sua palavra não está em No dia I o de novembro de I950, o papa Pio XII fez um pronunciamento
nós" (I Jo I.IO). ex cathedra declarando a Assunção de Maria como uma doutrina infalível da
Igreja Católica:
O Testemunho de Maria
O testemunho de Maria está de acordo com o ensinamento das Pela autoridade do nosso Senhor Jesus Cristo, dos Benditos Após-
Escrituras. Se pudéssemos lhe perguntar: "Você acredita que jamais tolos Pedro e Paulo, e pela nossa própria autoridade, nós pronuncia-
tenha pecado?", ela descartaria tal idéia como uma contradição à mos, declaramos e definimos como dogma divinamente revelado, que
Palavra de Deus. Por que digo isso? Por causa das palavras da pró- a Imaculada Mãe de Deus, Macia sempre virgem, no final da sua vida
pria Maria. terrena, foi levada à glória celestial, em corpo e alma. Portanto, se
Em primeiro lugar, quando Maria visitou sua prima Isabel, e foi saudada alguém se atrever (que Deus proíba) voluntariamente a negar ou co-
como a mãe do Senhor, respondeu dizendo: "A minha alma engrandece locar em dúvida o que foi por nós definido, saiba que se afastou
ao Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador" (Lc 1.46,47). inteiramente da fé divina e católica.4
Observe que Maria chama Jesus de "meu Salvador". Ora, quem precisa de
um Salvador? Os pecadores! Maria estava na melhor posição para saber se a
Essa é uma declacação forte! Ela afirma que falsa doutrina tem origem
era uma pecadora, e disse claramente que era. divina, com severas conseqüências para aqueles que a rejeitam. Dada a gravidade
Em segundo lugar, as ações de Maria, após o nascimento de Jesus, mos- de tais palavras, poderíamos esperar uma generosa apresentação de evidências a
tram que ela acreditava ser uma pecadora. Depois do nascimento, chegou o favor do dogma, mas a Assunção não tem qualquer fimdatne.I1to nas Escrituras.
tempo da sua purificação, e ela foi ao Templo e ofereceu os sacrifícios exigi-
dos na lei de Moisés. Essa oferta dos sacrifícios tornou Maria A Resposta da Bíblia
cerimonialmente pura, e também a identificou corno uma pecadora, fato
_; que ela não negou. Mais especificamente, Moisés escreveu: "(... )esta é a lei Antes que Jesus ascendesse ao céu, prometeu aos apóstolos que enviaria o
da que der à luz varão ou fêmea. Mas, se a sua mão não alcançar assaz para Espírito Santo para guiá-los, ensiná-los e lembrá-los de tudo o que Ele lhes
um cordeiro, então, tomará duas rolas ou dois pombinhos, um para o tinha ensinado durante o seu ministério terreno: "Aquele Consolador, o Espíri-
holocausto e outro para a expiação do pecado" (Lv 12.7,8); cf Lc 2.22-
24). Maria obedeceu à lei de Moisés e fez uma oferta, porque era uma
pecadora.
Percebo que os católicos têm boas intenções quando dizem que dese-
-r to Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito" ao I 4.26). "Quando vier aquele Espí-
rito da verdade, ele vos guiará em toda a verdade" ao
I6.13). Uma vez que toda
a verdade foi dada a conhecer aos apóstolos, nós poderíamos esperar encontrar
jam honrar a Maria. Mas, na realidade, a desonram, atribuindo a ela uma
I em seus textos algumas referências à Assunção de Maria. Paulo assegurou aos
vida sem pecado. A própria Maria declarou a sua necessidade de um Sal- cristãos crentes que lhes tinha dado a conhecer tudo o que Deus tinha a dizer, no
vador, e ofereceu um sacrifício que era necessário que os pecadores ofere-
I entanto, ele nunca mencionou a assunção. "Vós bem sabeis", disse Paulo, "como
cessem.
I nada, que útil seja, deixei de vos anunciar(...) porque nunca deixei de vos anun-
ciar todõüconselho de Deus" (At 20.I8,20,27). Paulo anunciou "todo o
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conselho de Deus", e, no entanto, núnca mencionou a Assunção. Pedro disse O apóstolo João, que foi encarregado de cuidar de Maria, pelo próprio Senhor,
que o "divino poder [de DeusJnos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade" escreveu cinco livros do Novo Testamento. Com base em seus escritos, fica claro
(2 Pe 1.3), mas nunca disse sequer uma palavra a respeito da Assunção, embora que a morte de Maria não foi diferente da morte de ninguém. Ele disse: "Amados,
nos tivesse sido dado "tudo o que precisamos". agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas
No dia de Pentecostes, Pedro proclamou as boas novas de que Jesus tinha sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim
ressuscitado vitorioso do sepulcro, e tinha subido para estar à direita do Pai no como é o veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo,
céu: "Nesta previsão, [o profeta Davi] disse da ressurreição de Cristo, que a como também ele é puro" (I Jo 32,3). Em outras palavras, o corpo ressuscitado
sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção. Deus que recebemos é urna esperançafotura. A grande verdade a respeito de Maria - de
ressuscitou a este Jesus, do que todos nós somos testemunhas" ( At 2.3 1,32; que uma virgem pôde conceber - foi predita pelos profetas, e o seu cumprimento
cf 51 I6.9,IO). A ressurreição de Jesus e a sua ascensão tinham sido preditas está registrado nas Escrituras. Mas nada na Palavra de Deus menciona, direta ou
pelos profetas. Mas, diferentemente do corpo de Cristo, os nossos corpos irão indiretamente, a Assunção de Maria. Na verdade, não há menção ao que aconteceu
se decompor quando morrermos. A nossa ressurreição é um evento futuro, quando ela morreu. Como todos aqt.ieles que morreram em Cristo, ela também
mas a vitória do Cristo ressuscitado assegura a nossa ressurreição. espera a ressurreição, no dia do arrebatamento.
Paulo descreveu a ressurreição de Jesus como sendo "as prirrúcias" dos
que ressuscitarão dos mortos. "Primícias" é uma expressão agrícola, que
fala de uma colheita futura e também dos primeiros frutos. É como os INTERCESSÃO fEITA POR MARIA
botões que aparecem nas árvores, na primavera, anunciando a vinda do
verão. "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também to- O padre John Walsh, S. J., ao apresentar a doutrina católica romana da
dos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as Assunção, vê a intercessão de Maria como o próximo passo lógico. Ele mes-
prinúcias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda" (I Co I5.22,23). mo propõe a seguinte pergunta, e a responde:
Esta é uma linguagem clara - a ressurreição dos mortos, sem exceção, não
irá ocorrer até que o Senhor retorne. As palavras do apóstolo Paulo não P. Agora que está no céu, a Bendita Mãe presta alguma
dei.-xam espaço para a doutrina católica romana da Assunção de Maria. atenção aos homens na terra?
Além disso, Paulo disse aos crentes romanos: "Sabemos que toda a criação
geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós R. Uma vez que o seu filho morreu por todos os homens,
mesmos, que temos as prinúcias do Espírito, também gememos em nós mes- Maria está profundamente interessada no bem-estar de cada
mos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo" (Rm 8.22,23). A homem e de cada mulher na terra. Ela nos considera, a to-
terra sofre as conseqüências do pecado, porque foi ~aldiçoada por Deus ( Gn ·dos, como seus filhos, e ora continuamente por nós. 6
3.17-I9). E cada um de nós espera a redenção- no nosso caso, a redenção do
nosso corpo. Como qualquer outra pessoa salva que morreu, Maria também Há diversas declarações de papas que ensinam que Maria é a fonte de graça
espera a vinda do Senhor, que irá nos ressuscitar à vida, e nos levar à nossa casa e bênçãos, e que ela intercede pelo povo como mediadora:
eterna, no céu. Tudo isso, no futuro. Mas o papa Pio IX afirmou: "[Maria], por
um privilégio completamente exclusivo, superou o pecado completamente, pela Leão XIII: Quando Maria se ofereceu completamente a
sua Imaculada Concepção, e, como resultado, não esteve sujeita à lei que consiste Deus, com seu Filho, no Templo, ela já estava compartilhan-
em permanecer na corrupção do sepulcro, e não teve que esperar até o fim dos do com Ele a dolorosa expiação em nome da raça humana
tempos para ter a redenção do seu corpo".5 ( ... ) (ao~pés da cruz) ela foi colaboradora de Cristo na sua
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Maria, a MiU de Jesus
expiação pela humanidade, .e, no seu coração, entregou seu e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno
Filho à justiça divina. (Hb 4.15,16).
Pio XI: Maria, ao nos dar Cristo, o redentor, e ao criá-lo, [EleJpode também salvar perfeitamente os que por ele se che-
e ao oferecê-lo aos pés da cruz, como vítima pelos nossos gam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles (Hb 7.25).
pecados, com uma associação tão íntima com Cristo, e com a
sua própria graça singular, tornou-se e é afetuosamente co- As três passagens nos dizem que Jesus pode satisfazer a todas as nossas
nhecida como Reparatrix (reparadora). necessidades. Quando oramos, não pedimos a um Deus relur.ante, mas a um
Pio IX: Com seu Filho, o Unigênito, ela é a mais poderosa Jesus estende um convite a todas as pessoas que se esforçam e que estão em
Mediadora e Conciliadora de todo o mundo. 7 necessidade: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu
vos aliviarei. Tornai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso
A doutrina de Maria como intercessora apresenta gra.'1des dificuldades em e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o
duas áreas. Em primeiro lugar, a doutrina da Assunção de Maria foi demons- meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mt I I .28-30). Não existe, em nossa
trada como sem fundamentos. Maria ainda precisa ressuscitar, de modo que vida, uma necessidade sequer que Ele não satisfaça, nenhum problema que Ele
não pode interceder por aqueles que orarem a ela. Em segundo lugar, em não resolva, nenhuma crise grande demais para que Ele lide com ela, e nenhu-
nenhuma passagem das Escrituras lemos que a oração pode ser dirigida a ma pessoa pecadora demais para que Ele a ajude. Jesus oferece o seu convite às .
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outro, que não Deus. pessoas sofredoras deste mundo, e lhes diz que venham a Ele, e não a Maria.
Além disso, a Bíblia ensina que é Cristo quem faz a intercessão por nós. Além disso, quando os disápulos pediram a Jesus que os ensinasse a orar, Ele
Cristo é o nosso ajudador e intercessor: lhes ensinbu a oração do Senhor, não o Rosário (Lc II.I-4). Nesta oração,
Deus é aquele a quem se dirige toda a oração, e o Único que pode satisfazer
Porque, naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, todas as nossas necessidades. Jesus nunca disse ao povo que orasse a Maria, ou a
pode socorrer aos que são tentados (Hb 2.18). nenhum dos dignos homens e mulheres do passado, como Abraão, Moisés,
Davi, Ester ou Sara. A oração é um sacrifkio; é um ato de adoração que oferece-
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa se com- mos a Deus. A Bíblia diz: "ofereçamos sempre, por ele Uesus], a Deus sacrifkio
padecer das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome" (Hb I3.15).
tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confi- Orar a Maria ou aos santos é envolver-se na oferta de um sacrifício a alguém que
ança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia não é Deus- é envolver-se na adoração a alguém que não é Deus.
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Finahnente, por que precisamos que Maria interceda por nós, quando 11 Maria era uma virgem quando Jesus foi concebido?
ternos as seguintes promessas do Senhor? Sim. O profeta Isaías predisse que Jesus, o Messias nasceria de
uma virgem (Is 7.I 4). O testemunho claro do Novo.Testamento é
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se- que Maria era virgem quando concebeu.
vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra;
e, ao que bate, se abre. E qual dentre vós é o homem que, ~~ Maria permaneceu virgem durante toda a sua vida?
pedindo-lhe pão o seu frlho, lhe dará urna pedra? E, pedindo- Não. Mateus, que escreveu sobre a concepção de Maria pelo Espírito
lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se, vós, pois, sendo maus, Santo, enquanto era virgem, também escreveu que Maria não permane-
sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, ceu virgem durante toda a sua vida. Mateus diz que o marido de Maria,
que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? (Mt 7. 7-I I). José, não teve relações sexuais com ela, até depois do nascimento de
Jesus. Mateus cita os nomes dos irmãos de Jesus, e também menciona
Tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que suas irmãs.
o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em
meu nome, eu o farei Qo 14.13,14).
I 11 Maria era sem pecado?
A Igreja Católica Romana ensina que Maria era sem pecado. Mas
I
Amados, se o nosso coração nos não condena, temos con- a própria Maria, por sua própria admissão, reconheceu que Jesus
J
fiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, era seu Salvador - e somente os pecadores precisam de Salvador.
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A palavra de Deus nos -diz que não há ninguém sem pecado, nem
uma pessoa sequer ( om 3.10). E o apóstolo João diz que qual-
quer pessoa que afirme ser sem pecado faz de Deus um mentiroso
(I Jo I .I O). Tais declarações não teriam sido feitas se os apóstolos
acreditassem que Maria era sem pecado. 13
m O corpo e a alma de Maria subiram ao céu quando ela morreu?
A doutrina da Assunção de Maria foi declarada infalível em 1950,
APARIÇÕES, SINAIS
. . . . . . . . . . . . . . . . ..
porém nem uma insinuação de tal doutrina pode ser encontrada
na Bíblia. Essa falsa doutrina era desconhecida aos apóstolos e à E PRODÍGIOS
o • • • • • • • •
Igreja Primitiva, e está em conflito com o que a Bíblia tem a dizer
sobre o fato de que a ressurreição dos mortos ainda não ocorreu.
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Então a Nossa Senhora falou conosco: Mas a crítica aberta do bispo Zanic, desde o início, nada fez para con-
Senhora: "Não tenham medo. Eu não vou lhes fazer mal". ter a maré de peregrinos que acorriam a Ivfedjugorje, com a esperança de
Lúcia: "De onde a senhora vem?" testemunhar uma aparição, obter uma cura, ou receber auxílio espiritual.
Senhora: "Eu venho do céu". Milhões de católicos fizeram a peregrinação.
Lúcia: "E o que deseja de mim?" A mensagem em Medjugorje é similar às mensagens recebidas em
Senhora: "Eu vim pedir-lhe que venha aqui, por seis me- Lourdes e Fátima:
ses consecutivos, no décimo terceiro dia, nesta mesma hora.
Mais tarde, eu lhe direi quem sou, e o que desejo". Durante uma das aparições em Medjugorje, a senhora pe-
Depois de alguns momentos, Maria teria dito novamente: diu que o rosário completo fosse rezado todos os dias. Em 25
"Ore o rosário todos os dias, para obter paz para o mundo e de junho de 1985, o quarto aniversário das aparições, foi dada
o fun da guerra". a seguinte mensagem: "Amados filhos, eu peço que vocês pe-
Então ela começou a subir serenamente, em direção ao çam a todos que rezem o rosário. Com o rosário, vocês supera-
leste, até que desapareceu na imensidão do espaço.3 rão todos os problemas que Satanás está tentando infligir à
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Produtos falsificados constituem um grande problema para fabricantes Quando profeta ou sonhador de sonhos se levantar no
como Nik.e, Puma e Samsonite. Alguns dos produtos falsificados são tão meio de ti e te der um sinal Ôu prodígio, e suceder o tal sinal
bem feitos, que a maioria dos compradores os aceita como o artigo genu- ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após
Íno. Somente um olho treinado pode detectar a diferença entre um artigo outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los, não ouvi-
falsificado e um genuíno. rás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos, por-
Por toda a história da Igreja, o falsificado tem existido juntamente com quanto o Senhor, vosso Deus, vos prova, para saber se amais
o genuíno. Isso é particularmente verdadeiro na área de aparições, sinais e o Senhor, vosso Deus, com todo o vosso coração e com toda
prodígios. É fácil que o povo seja vítima de alguma coisa que tem a apa- a vossa alma. Após o Senhor, vosso Deus, andareis, e a ele
rência de algo sobrenatural. Esse fato é especialmente verdadeiro com temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz
respeito às supostas aparições de Maria em Guadalupe, Lourdes, Fátima e ouvireis, e a ele servireis, e a ele vos achegareis (Dt 13.1-4).
Medjugorje. Os milhões de pessoas que visitam esses lugares desejam crer
que Maria apareceu ali. Deus estava advertindo o seu povo sobre a possibilidade de que um
Como explicamos essas supostas aparições? Estou plenamente persu- I milagre, ou sinal ou um prodígio, que reivindicasse ser de Deus, pudesse,
adido de que elas não são de Deus, porque a mensagem repetida de ! na verdade, trazer uma mensagem contrária à sua vontade revelada. Sem
.i
"Nossa Senhora" contradiz sem rodeios a inspirada Palavra de Deus. I dúvida, a mensagem trazida pelas aparições contradiz a Palavra de Deus .
Considero com seriedade as advertências do apóstolo Paulo: "[Eu] temo I Em nenhuma passagem na Bíblia, somos instruídos a rezar o rosário a
I
que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim tam-
bém sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apar- --+- Maria, a procurar a sua intercessão ou a aceitá-la como nossa Bendita
Mãe. Tal enfoque em Maria não é bíblico. Nós devemos orar a Deus,
tem da simplicidade que há em Cristo( ... ) porque o próprio Satanás se ' pedindo a Ele tudo o que precisamos - inclusive perdão -, pois somente
transfigura em anjo de luz" (2 Co II.3,I4). Nem por um momento Ele é o nosso Pai e o nosso Salvador.
duvido que aqueles que afirmam ter visto as aparições realmente acredi- Jesus fez advertências claras ao seu povo sobre o mal que pode ser
tam que as viram. Mas não acredito que o que essas pessoas viram foi a causado por falsos profetas. Será que devemos crer na mensagem deles
Maria sobre quem lemos na Bíblia. Se elas vissem a mesma Maria, a sua apenas por demonstrarem um poder sobrenatural? Certamente que não.
mensagem estaria em harmonia com a verdade contida na Bíblia. A sua "Surgirão falsos cristos e falsos profetas", disse Jesus, "e farão tão grandes
mensagem não contradiria as palavras de Jesus, ou os ensinamentos de sinais e prodígios, que, se possível fora, enganariam até os escolhidos"
João, Paulo·e Pedro. (Mt 24.24).
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
-, Apari;õts, Sinais e Prodígios
•
O apóstolo Paulo advertiu aos novos convertidos em Tessalônica (que deliberação de uma equipe médica. Os leprosos não precisaram ser exa-
tinham sido convertidos a Cristo deixando seus costumes anteriores de minados para ver se tinham sido curados, e o paralítico não precisou de
idolatria) para que estivessem alertas a milagres falsificados, por mais im- especialistas médicos que confirmassem que ele fora curado. Todos pu-
pressionantes que fossem. Ele disse que tais prodígios não são de Deus, deram ver o que tinha acontecido: não havia dúvidas quanto aos mila-
mas têm origem demoníaca: gres de Jesus.
O mesmo é verdadeiro a respeito dos milagres realizados pelos apósto-
A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com los. Ninguém tinha qualquer dúvida de que um milagre tinha ocorrido.
todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo Um homem coxo de nascença recebeu o poder milagroso de cura da parte
engano da injustiça para os que perecem, porque não recebe- de Deus, por intermédio do ministério do apóstolo Pedro ( At 3.2-8).
ram o amor da verdade para se salvarem. E, por isso, Deus Ninguém convocou uma equipe de especialistas médicos para confirmar
lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, o que era óbvio- que um homem coxo tinha sido curado. No dia seguin-
para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; te, as autoridades religiosas interrogaram a Pedro e lhe perguntaram: "Com
antes, tiveram prazer na iniqüidade (2 Ts 2.9-12). que poder ou em nome de quem fizestes isto" (At 4.7). Pedro lhes disse
que o milagre tinha acontecido em nome do Senhor Jesus Cristo, e as
No livro de Apocalipse, o apóstolo João retrata a Igreja como vitoriosa, em- autoridades religiosas acrescentaram: "A todos os que habitam em Jerusa-
bora enfrentando perseguição. Um dos inimigos da Igreja surge sob a forma de lém é manifesto que por eles foi feito um sinal notório, e não o podemos
falsas doutrinas que são do Diabo e dos seus anjos caídos. É significativo o fato negar" ( At 4. I 6). O milagre era genuíno. Foi imediato. Pôde ser verifica-
de João dizer que essas falsas doutrinas são acompanhadas por milagres: Ele [a do. Os cegos não recebiam uma visão parcial. Os coxos não tinham que
segunda bestaJ "faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à usar muletas. Ninguém era curado e posteriormente tinha uma recaída.
terra, à vista dos homens" (Ap I3.I3). E, em sua primeira epístola, João adverte: Todos os que viam os milagres eram impelidos a reconhecê-los. Em res-
'1\mados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, posta aos milagres de Jesus, alguns declaravam: "Nunca tal vimos" (Me
porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo" (I Jo 4.1). 2.12).
Os milagres e curas que ocorreram em Lourdes, em Fátima e outros
lugares não apresentam semelhança com os milagres sobre os quais le-
mos na Bíblia. A igreja católica tem um comitê que investiga todos os A APARIÇÃO E A MENSAGEM
eventos milagrosos que acontecem nesses lugares de peregrinação. Pode
levar anos até que o comitê dê seu veredicto. A razão da demora é a Todas as seitas religiosas afirmam falar em nome de Deus, e muitas
minuciosa investigação que é conduzida, com cada reivindicação. Isso é reivindicam a sua autenticação com base em visões ou na presença de
muito diferente daquilo que lemos na Bíblia. Quando Jesus realizava um sinais e prodígios realizados entre os seus adeptos. Mas os milagres não
milagre, não havia necessidade de que uma equipe de especialistas mé- são suficientes. A mensagem daquele que está realizando os milagres deve
dicos fizesse uma investigação ou deliberasse durante anos para depois estar em conformidade com a Bíblia, que é a vontade revelada de Deus.
dar o veredicto. Por exemplo, quando Jesus curou o homem que era Desde os tempos de Moisés, o Senhor advertia o seu povo quanto aos
cego de nascença, todos souberam que um milagre tinha ocorrido, sim, enganos: "Corno conheceremos a palavra que o Senhor não falou?", per-
até mesmo os inimigos de Jesus 0oão 9). E quando Jesus ressuscitou a guntavam. Respondeu o Senhor: "Quando o tal profeta falar em nome do
Lázaro, aqueles que planejavam matar a Jesus disseram: "Este homem Senhor, e tal palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que
faz muitos sinais" (Jo II.47). Mais uma vez, não houve necessidade de o Senhor não falou; com soberba a falou o tal profeta" (Dt 18.21,22).
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• Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer I Apari;ões, Sinais e Prodígios
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer 1 •
sinais, prodígios e curas, enquanto, ao mesmo tempo, pro-
clamam uma mensagem contrária à vontade revelada de Deus.
Tais atividades, claramente, são de Satanás. A pergunta im-
portante que deve ser feita é: A mensagem confirma os
ensinamentos das Escrituras? 14
I Como podemos determinar se alguma coisa é verdadeira?
A CONFECÇÃO DE IMAGENS
Moisés advertiu Israel de que se alguém fizesse um sinal ou pro-
dígio que acontecesse, mas a mensagem que o acompanhasse
conflitasse com a vontade revelada de Deus, então a mensagem SAGRADAS
não poderia ser de Deus, não importando o quão espetacular fos-
se o sinal ou prodígio. Para crermos que o sinal ou prodígio é de
Deus, a mensagem deve estar em conformidade com a vontade do
Senhor. As mensagens de Lourdes, Fátima e outros lugares con-
tradizem a Palavra de Deus.
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
·--r A ConjecJão de Imagens Sagradas
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Não farás para ti imagem de escultura, nem alguDJa semelhança do que
revelações que estão registradas no último livro do Novo Testamento,
há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debai.:xo da
escreve: "( ... )prostrei-me aos pés do anjo que mas mostrava para o adorar. ·t
E disse-me: Olha, não faças tal, porque eu sou conservo teu e de teus terra (Êx 20.4).
irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro: Adora a
iPERGUNTA~ESPOST A~
Deus" (Ap 22.8,9). A veneração deve ser reservada exclusivamente para
Deus. Se João ouviu que não deveria se inclinar dia11te de um anjo, o que
isso nos diz sobre a atitude de se inclinar diante das imagens de Maria e
dos santos?
m O que é idolatria?
Idolatria é a prática de adoração ou devoção a qualquer coisa que
não seja Deus. Na história de Israel, isso se manifestava na con-
fecção de imagens sagradas.·
HONRANDO O MANDAMENTO DA BíBLIA
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o QUE DEUS DIZ SOBRE
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o DIVÓRCIO
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deu à criação e citou as expectativas de Deus quanto ao casamento: O
casamento é uma relação na qual Deus une um casal por toda a vida.
Ninguém tem o direito de separar o que Deus uniu; esta é a lei. Mas Deus
fez uma exceção à regra - o divórcio pode ser permitido quando um dos
cônjuges cometeu adultério. Em termos práticos, a coisa funciona assim:
I João e Maria são cristãos casados, e João é infiel e comete adultério. Se-
I, gundo Jesus, Maria tem o direito de se divorciar de João e dissolver o
casamento, por causa da infidelidade dele. Ela também tem liberdade para
fazer um segundo casamento, se assim o desejar. O divórcio, por qualquer
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I Respostas às Perguntas que os Católicos Cosrumam Fazer O que Deus Diz sobre o Divórcio
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outra razão, é -proibido por Jesu.s. Se João e Maria se divorciarem por iP.ER:üü'N~Vls~ãRiEs:Pds:tl\.•~
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Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer
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' ! Respostas às Perguntas que os Católicos Costumam Fazer Pmsando que Jesus Estava com Eles
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na Palavra de Deus. A maneira de agir de José e Maria deve ser adotada Eis o que eu amo nessas palavras de Jesus: I) posso ler as suas palavras;
por todos nós. Devemos retornar a Jerusalém, voltar ao início da fé cristã, 2) suas palavras são as que o Pai lhe deu para dizer; 3) elas contêm a
e descartar as tradições que o povo acumulou ao longo dos séculos - mensagem da vida eterna; e 4) não serão sínodos, concüios, encíclicas,
tradições que são fatais e que impedem que a graça do glorioso evangelho bulas papais, ou o Magisterium que irão nos julgar, mas as próprias palavras
de Deus seja vista. Nós precisamos começar a jornada de novo. de Jesus. Aqueles que são obedientes a Jesus Cristo não têm nada a temer.
Sinto-me feliz por ter visitado muitos lugares os quais o apóstolo Paulo Deixar a sua própria cultura religiosa nunca é fácil. Certamente, eu não
levou, pela primeira vez, o evangelho de Jesus Cristo e onde ele estabeleceu achei fácil. Mas o povo de Deus sempre foi um povo de fé, que confia na
congregações do povo de Deus: Atenas, Tessalônica, Filipos, Corinto e Éfeso. orientação de Deus. Veja Abraão: "Pela fé, Abraão, sendo chamado, obe-
O que me encoraja é saber que o mesmo evangelho que Paulo pregou nessas deceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem
cidades, para apresentar o povo a Cristo, como Salvador, ainda pode ser pre- saber para onde ia" (Hb I I .8). Você percebeu que Abraão saiu "sem saber
gado hoje em dia, e obter os mesmos resultados. Como poderia ser diferente? para onde ia"? Deus lhe disse que fosse, e ele foi, e Deus foi com ele. E
Jesus falou sobre a disseminação do evangelho na parábola do semea- Deus irá com você, quando estiver disposto a obedecer ao que Ele lhe
dor. Ele disse: "A semente é a palavra de Deus" (Lc 8. I I). Uma semente ordenou.
só produz frutos da sua espécie: sementes de maçãs produzem maçãs, A fé nos capacita a sair, assim como Pedro, em obediência aos manda-
sementes de laranjas produzem laranjas, e assim por diante. A semente da mentos de Jesus. O Mestre disse a Pedro: "Faze-te ao mar alto, e lançai as
Palavra de Deus pode produzir somente um fruto - o evangelho que salva. vossas redes para pescar. E, respondendo Simão, disse-lhe: Mestre, haven-
Pedro, em sua primeira epístola, tomou o tema da semente semeada e do trabalhado toda a noite, nada apanhamos; mas, porque mandas, lança-
disse: "[Sois J de novo gerados, não de semente corruptível, mas da rei a rede. E, fazendo assim, colheram uma grande quantidade de peixes, e
U:corruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (I rompia-se-lhes a rede" (Lc 5.4-6). A fé não discute com Deus; a fé res-
Pe 1.23). Ele prosseguiu, citando o profeta Isaías: "Secou-se a erva, e caiu ponde com obediência, e é abençoada de maneira correspondente.
a sua flor; mas a palavra do Senhor permanece para sempre" ( vv. 24,25). Ouça as palavras de Jesus, quando Ele nos diz a todos que o sigamos:
Vivemos em um mundo onde ocorrem transformações o tempo todo, "Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá
e essa é a norma. Mas no campo espiritual, precisamos nos agarrar à a luz da vida" Qo 8.I2). O mundo está em escuridão espiritual, e Jesus é
verdade que nunca muda. A Bíblia nos diz que "Jesus Cristo é o mesmo a luz que nos conduz para fora dessa escuridão. Ele nos disse, repetidas
ontem, e hoje, e eternamente" (Hb I3.8). Ele nunca muda. Sua mensa- vezes, que o seguíssemos. Muitos católicos estão seguindo regras de sua
gem nunca muda. Ele a recebeu de seu Pai e disse: "A tua palavra é a igreja, pensando que estão seguindo a Jesus, mas não estão.
verdade" Qo 17.I7). E é essa mesma "palavra da verdade" que será o E, outra vez, Jesus disse: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu
nosso juiz no dia do juízo. Por isso Cristo disse: conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de
perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos" Qo 10.27,28). A quem
Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras você está ouvindo, e a quem está seguindo? Se estiver ouvindo a Jesus
( ... )a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no últi- Cristo, e estiver seguindo a Ele, você nunca estará perdido.
mo Dia. Porque eu não tenho falado de mim mesmo, mas o Todos aqueles que são obedientes a Jesus têm a abençoada certeza de
Pai, que me enviou, ele me deu mandamento sobre o que hei que Ele está em sua companhia. O seu nome é Emanuel - Deus conosco.
de dizer e sobre o que hei de falar. E sei que o seu manda-
mento é a vida eterna. Portanto, o que eu falo, falo-o corno o
Pai mo tem dito Qo 12.48-50).
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NoTAs
Capítulo I
1
O texto completo deste chamado encontra-se no capítulo "As Almas no Purgatório", na
página I55.
2
Colm O'Gorman, "A diocese which ignored horrific abuse over 40 years", Irish Times, 26 de
outubro de 2005.
3
John Cooney, "Ebullient bishop ended up a hostage to Fortune", Iris h Independent, I 5 de
outubro de 2005.
Capítulo 2
1
John Walsh, S. J., This Is Catholicism (Garden City, NY: lrnage Boolcs, I959), p. I77.
2
We Live: An Introduction to the Beliej oJ Catholics Toda:y (Londres: The Catholic Enquiry Centre,
I980), p. IO.
3
Norman L. Geisler e William Nix, A General Introduction to the Bible (Chicago: Moody Press,
I968), p. 134.
4
Ibid., p. I33.
5
Ibid., p. I37.
6
F. F. Bruce, The Books and the Parchments (Londres: Pickering & Inglis, I950), p. li I.
7
Geisler e Nix, A General Introduction to the Bible, p. I47.
Capítulo 3
1
William Webster, Salvation- the Bible and Roman Catholicism (Carlisle, PA: The Banner ofTruth,
I 990), p. I3.
2
James McCarthy, The GospeiAccording to Rome (Eugene, OR: Harvest H ouse Publishers, I 995),
pp. 278-280.
3
Walter M. Abbot, S.J., ed. gen., The Documents oJ Vatican II (Londres: Geoffrey Chapman,
I967), pp. II7,II8.
4
John Walsh, S. J., This Is Catholicism (Garden City, NY: Image Books, I959), p. I81.
5
John Stott, The Message oJ l & 2 Thessalonians (Leicester, UK: InterVarsity, 199I), pp. I 77,178.
Ç-
Capítulo 4
1
William Webster, The Church oJ Rome at the Bar oJ History (Edinburgh: The Banner o f Truth,
I995), pp. 46,47.
2
WH. Griffith Thomas, The Principies oJ Theology (Londres: Longmans Green, I930), pp.
470,47I, conforme citação da obra de John Stott, Life in Christ(Grand Rapids: Baker Books,
I99I), pp. 33,34.
3
Rev. Stephen Keenan, Controversial Catechism or Protestantism Rifuted and Catholicism Established,
3.ed. (Londres: Catholic Publishing & Book-Selling Company, I860), p. I I2.
4
Alexander Campbell e John Purcell, Debate on the Roman Catholic Religion (Nashville: McQuiddy
Printing Co., I9I4), pp. 26,27.
5
Catholic Encyclopaedia, Vol. XII (Nova York: Robert Appleton, I9IO), p. 571.
6
John Walsh, S. J. This Is Catholicism (Garden City, NY: Image Books, I959), p. I60.
7
Walter M. Abbot, S. J., ed. gen., The Documents oJ Vatican ll (Londres: Geoffrey Chapman,
J
I967), p. ll5.
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Capítulo 8
1
Walter M. Abbot, S. J., ed. gen., The Docummts oj Vatican li (Londres: Geoffrey Chapman,
I967), p. !54.
2
A Catechism oj Christian Doctrine, ed. rev. (Londres: Carholic Truth Sociery, I 985), p. 4 7.
3
John R.W: Srorr, The Cross of Christ (Inglaterra: InterVarsiry, I986), pp. 264,265.
4 Ibid., p. 265.
Capítulo 9
1
Robert M. Zins, On the Edge oj Apostasy (Huntsville, AL: White Horse Publications, I998),
p. 97.
2
Papa João Paulo II, "I Urge Carholics to Pray for rhe Dead", 2 de junho, I998, conforme
citado em The Carholic Information Network, no site www.cin.org.
Capítulo II
1 The Teachings oj Christ: A Catholic Catechism for Adults (Dublin: Veritas Publications, 1976), p.
481.
2
Ibid., p. 482.
3
Ibid., p. 486.
4
John R.W: Stott, Conjess Your Sins (Waco, TX: Word Publishers, 1974), pp. 14-37.
Capítulo 12
1
John Walsh, S.J., This Is Catholicism (Garden Ciry, NY: Image Books, I959), pp. 189,I90.
2
John A. Hardon, S. J., The Catholic Catechism (Londres: Geoffrey Chapman Publishers, 1975),
pp. 157,158.
3
Aniceto M. Sparagna, Personal Evangelism Among Roman Catholics Goplin, MO: College Press,
sem data), p. 194.
4
Walsh, This Is Catholicism, p. I92.
5
Elliot Miller e Kenneth R. Samples, The Cult oj the Virgin (Grand Rapids, M1: Baker Book
House, 1992), p. 36.
6
Walsh, This Is Catholicism, p. 192.
7
William Webster, The Church oj Rome at the Bar oj History (Carlisle, PA: The Banner o f Truth
Trust, 1995), p. 86.
Capítulo 13
1
Elliot Miller e Kenneth R. Samples, The Cult oj the Virgin (Grand Rapids, M1: Baker Book
House, 1992), p. 89.
2
Ibid., p. 92.
3
Ibid., P· 94.
4
Ibid., p. I 03.
5
Ibid., p. I23.
Capítulo 14
1
John R.W Srott, The Message oj Acts (Downers Grave, IL: InrerVarsiry Press, I990), p. 287.
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