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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
AULA 14
Olá pessoal!
SUMÁRIO
Controle Administrativo....................................................................................................................................3
Controle Legislativo ...........................................................................................................................................6
Controle exercido pelo Tribunal de Contas..................................................................................................... 10
Controle Judicial...............................................................................................................................................38
Mandado de segurança............................................................................................................................................ 42
Ação popular................................................................................................................................................................ 49
Ação civil pública........................................................................................................................................................ 51
Outras ações................................................................................................................................................................. 53
Controle social ..................................................................................................................................................55
Lei de improbidade administrativa ...........................................................................................57
Natureza das sanções ........................................................................................................................................ 57
Abrangência .............................................................................................................................................................. 62
Prescrição .................................................................................................................................................................. 69
Atos de improbidade administ rativa e respectivas sanções ...................................71
Atos de improbidade que importam Enriquecimento Ilícito ................................................. 72
Atos de improbidade que causam Prejuízo ao Erário................................................................. 73
Atos decorrentes de concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário ... 75
Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública ................................... 77
Jurisprudência................................................................................................................................................85
RESUMÃO DA AULA.......................................................................................................................................95
Questões comentadas na aula................................................................................................................ 100
Gabarito ......................................................................................................................................................... 108
Aos estudos!
CONTROLE LEGISLATIVO
consideração as especificidades de cada região, desde que não sejam incompatíveis com o modelo
estabelecido para a esfera federal.
5Diversamente, os demais Tribunais de Contas do País são compostos por sete Conselheiros (CF, art. 75,
parágrafo único).
10. (ESAF – AFT 2010) O estudo do tema 'controle da administração pública' nos
revela que:
a) submetem-se a julgamento todas as contas prestadas por responsáveis por bens
ou valores públicos, aí incluído o Presidente da República.
b) no exercício do poder de autotutela, a administração pública pode rever seus
atos, mas não pode declará-los nulos.
c) em respeito ao princípio da separação dos poderes, é vedado o controle
transversal de um Poder sobre os outros.
d) o controle interno é exercido pelo Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal
de Contas da União.
e) o Poder Judiciário exerce apenas controle jurisdicional sobre seus atos
administrativos.
Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. O dever de prestar contas acerca da arrecadação e da
utilização dos recursos públicos constitui um dos pilares do Estado
Democrático de Direito. Afinal, trata-se da utilização de recursos arrecadados
7 MS 22.934/DF
17. (Cespe – TCU 2010) No caso de o diretor de órgão público não atender à
determinação do TCU para anular um ato, competirá ao próprio TCU sustar a
execução do ato impugnado.
Comentário: O item está correto. Verificada a ilegalidade de ato
administrativo, o TCU determina ao órgão ou entidade que, no prazo de até 15
dias, adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, o que
pode envolver a correção ou a anulação do ato (CF, art. 71, IX). Caso o
responsável não adote as providências no prazo determinado, aí sim
competirá ao próprio TCU sustar a execução do ato impugnado, comunicando
a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal (CF, art. 71, X).
Gabarito: Certo
8 MS 23.550/DF
19. (Cespe – TCU 2007) Considere que uma lei federal dispense concurso público
para o provimento do cargo de consultor legislativo do Senado. Nesse caso, quando
o TCU for apreciar essas nomeações, deixará de aplicar a lei, julgando com
fundamento na Constituição Federal. Esse controle feito pelo tribunal é denominado
controle abstrato da constitucionalidade
Comentário: A primeira parte do quesito, que diz que o TCU deverá
deixar de aplicar a lei, está correta. A referida lei, ao dispensar o concurso
público para provimento do cargo de consultor do Senado, flagrantemente
afronta o disposto no art. 37, II da Constituição Federal, o qual estabelece a
necessidade de aprovação prévia em concurso para a investidura em cargo
ou emprego público. Portanto, o TCU deve afastar a incidência da lei
20. (Cespe – TCE/PE 2004) Somente o Tribunal de Contas da União (TCU) pode
afastar a aplicação de uma lei federal por inconstitucionalidade. Aos tribunais de
contas dos estados e dos municípios é vedada essa prerrogativa.
Comentário: Os Tribunais de Contas apenas podem “apreciar” a
constitucionalidade de leis e atos normativos, mas não “declarar” uma lei ou
ato inconstitucional. Tal prerrogativa é extensiva aos tribunais de contas dos
estados e dos municípios. Por exemplo: se, ao examinar determinado ato de
gestão praticado por um de seus jurisdicionados com base em lei federal, o
TCE/PE avaliar que a aludida lei federal não condiz com a Constituição, deve
afastar sua incidência no caso concreto, independentemente da origem da lei,
sob de pena de sua decisão também afrontar a Constituição.
Gabarito: Errado
21. (Cespe – TCDF 2012) Embora os TCs não detenham competência para
declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em abstrato, eles
podem, no caso concreto, reconhecer a desconformidade formal ou material de
normas jurídicas com a CF, deixando de aplicar, ou providenciando a sustação, de
atos que considerem inconstitucionais.
Comentário: É verdade que os TCs não possuem competência para
declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos normativos em abstrato. Eles
apenas possuem competência para apreciar a constitucionalidade no caso
concreto, com efeitos entre as partes. Isso significa que, se entender que
determinada lei ou norma é contrária à Constituição, o TC deixa de aplica-la
no caso concreto. Mas a lei ou o ato normativo não deixa de existir ou de
****
Enfim, pessoal, essas são as competências mais importantes do
Tribunal de Contas da União – extensíveis às demais Cortes de Contas do
país – e que merecem ser estudadas com maior cuidado, considerando o
escopo do nosso curso. O art. 71 da Constituição Federal lista, ainda,
outras competências do TCU, as quais são reproduzidas a seguir, a título
de conhecimento:
22. (FGV – OAB 2015) O Estado X está ampliando a sua rede de esgotamento
sanitário. Para tanto, celebrou contrato de obra com a empresa “Enge-X-Sane”, no
valor de R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). A fim de permitir a
conclusão das obras, com a extensão da rede de esgotamento a quatro
comunidades carentes, o Estado celebrou termo aditivo com a referida empresa, no
valor de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais), custeados com recursos
transferidos pela União, mediante convênio, elevando, assim, o valor total do
contrato para R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
Considerando que foram formuladas denúncias de sobrepreço ao Tribunal de
Contas da União, assinale a afirmativa
A) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual
irregularidade, uma vez que se trata de obra pública estadual, devendo o
interessado formular denúncia ao Tribunal de Contas do Estado.
B) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual
irregularidade, mas pode, de ofício, remeter os elementos da denúncia para o
Tribunal de Contas do Estado.
C) O Tribunal de Contas da União é competente para fiscalizar a obra e pode
determinar, diante de irregularidades, a imediata sustação da execução do contrato
impugnado.
D) O Tribunal de Contas da União é competente para fiscalizar a obra e pode
indicar prazo para que o órgão ou a entidade adote as providências necessárias ao
exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade.
Comentários:
a) ERRADA. Como há aplicação de recursos federais na obra,
transferidos mediante convênio, o Tribunal de Contas da União tem sim
competência para apurar a irregularidade. É o que está previsto no art. 71, VI
da CF, pelo qual compete ao TCU:
VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao
Distrito Federal ou a Município;
apurar a irregularidade.
c) ERRADA. Se identificar irregularidade, o TCU deve assinar prazo para
que a autoridade responsável adote as providências necessárias para o exato
cumprimento da lei (CF, art. 71, IX). Caso não atendido, como se trata de
contrato, o Tribunal não pode determinar a sua imediata sustação, como faria
se a irregularidade estivesse presente num ato administrativo. Em relação ao
contrato, o TCU deve, inicialmente, comunicar o fato ao Congresso Nacional,
a quem compete sustar o contrato diretamente, solicitando ao Poder
Executivo, de imediato, a adoção das medidas cabíveis (CF, art. 71, §1º).
Apenas na hipótese de o Congresso ou o Poder Executivo, no prazo de 90
dias, não efetivarem tais medidas é que o TCU poderá decidir a respeito da
sustação do contrato. Logo, o item erra ao afirmar que o TCU poderá
determinar a “imediata” sustação do contrato.
d) CERTA, conforme explanado no comentário ao item anterior.
Gabarito: alternativa “d”
CONTROLE JUDICIAL
25. (Cespe – TJRO 2012) O abuso de poder é conduta comissiva, que afronta,
dentre outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e se sujeita, portanto, ao
controle judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo.
Comentário: O item está errado. Não há predominância entre as formas
de controle. Tanto o controle judicial como o administrativo, o parlamentar ou
o exercido pelos Tribunais de Contas derivam do sistema de freios e
contrapesos que rege a Administração Pública, o qual assegura a harmonia
entre os Poderes.
Gabarito: Errado
MANDADO DE SEGURANÇA
9 STF MS 24.167
10 Se o MS for impetrado contra uma omissão, os 120 dias começarão a contar da data em que se esgotar o
prazo fixado para a Administração editar o ato; se não existir um prazo legal expresso previsto para a
Administração atuar, não cabe falar em decadência, ou seja, o MS poderá ser impetrado a qualquer tempo,
enquanto persistir a omissão.
Súmula 632 – STF: "É constitucional lei que fixa prazo de decadência
para impetração de mandado de segurança".
A ação civil pública está prevista no art. 129 da CF, nos seguintes
termos:
▪ Defensoria Pública;
▪ União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
▪ Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO) e dá
outras providências.
✓ esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
✓ inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio
público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica,
à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos
ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
“não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos
beneficiários podem ser individualmente determinados”.
Da mesma forma que a ação popular, a ação civil pública pode ter
finalidade preventiva ou repressiva, isto é, pode ter por escopo evitar
uma lesão, ou, se já ocorrida, repará-la (se possível) e responsabilizar os
que a ocasionaram, por ação ou omissão.
Uma peculiaridade da ação civil pública é que o conteúdo da sentença
judicial pode ser tanto uma obrigação de fazer ou não fazer como a
condenação em dinheiro do responsável por uma lesão ou ameaça de
lesão aos bens jurídicos por ela tutelados. Em regra, a sentença na ação
civil pública não anula algum ato, até porque, na maioria das vezes, o
desfazimento do dano causado não é possível (ex: a poluição de um rio,
com a consequente morte de milhares de peixes e outros animais
aquáticos, por exemplo, não pode ser desfeita 12 ). A ação popular, ao
contrário, visa à anulação de um ato que ocasiona lesão ou ameaça a
lesão (a eventual condenação do responsável é apenas subsidiária).
Dessa forma, tem-se que, na ação civil pública, a sentença é
preponderantemente condenatória (condenação em dinheiro) ou
mandamental (obrigação de fazer e não fazer), enquanto na ação
28. (FGV – OAB 2013) Cristina, cidadã brasileira comprometida com a boa
administração, descobre que determinada obra pública em sua cidade foi realizada
em desacordo com as normas que regem as licitações públicas, com vistas a
beneficiar um particular amigo do prefeito. De posse de cópias do processo
administrativo que comprovam a situação, pretende ingressar com medida judicial
para a proteção do patrimônio público.
Para combater tal situação, Cristina deverá
A) ingressar com ação civil pública, que é o meio apto a sanar a lesividade ao
patrimônio público.
B) propor ação penal privada subsidiária da pública para condenar o prefeito e o
particular beneficiado e reparar os prejuízos causados aos cofres públicos.
C) impetrar mandado de segurança coletivo para amparar direito liquido e certo seu
e de todos os cidadãos aos princípios da legalidade e moralidade.
D) ingressar com ação popular apta a proteger o patrimônio público indevidamente
lesado.
Comentários: A ação judicial disponível a qualquer cidadão com o fim de
anular ato lesivo ao patrimônio público é a ação popular, conforme previsto
no art. 5º, LXXIII da CF:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
29. (Cespe – MPTCDF 2013) O STF poderá, apenas após ação judicial, acolher
reclamação administrativa, anular o ato administrativo e determinar que outro seja
praticado.
Comentário: A questão trata das Súmulas Vinculantes, que são
enunciados pacificados na jurisprudência do STF de observância obrigatória
pelos demais tribunais do Judiciário, no exercício da função judicial, e
também pela Administração Pública, no exercício da função administrativa.
Caso um ato administrativo ou uma decisão judicial contrariem algum
enunciado de Súmula Vinculante, o prejudicado poderá interpor reclamação
perante o Supremo Tribunal Federal que, se considera-la procedente, anulará
o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará
que outra seja proferida. É o que diz o art. 103-A da Constituição Federal:
Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação,
mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre
matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa
oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem
como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.
(...)
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que
indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que,
julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da
súmula, conforme o caso.
CONTROLE SOCIAL
*****
Pessoal, com isso terminamos a parte sobre Controle da
Administração Pública. Vamos agora estudar Improbidade
Administrativa.
agido com dolo ou culpa, daí o erro. Por outro lado, nas hipóteses de
enriquecimento ilícito, concessão de benefício tributário indevido e de violação
dos princípios da Administração Pública, a responsabilização por improbidade
administrativa só existe em caso de dolo, mas não de culpa.
Gabarito: Errado
33. (Cespe – TCDF 2014) O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício
do mandato, ocasionado lesão ao patrimônio público e enriquecido ilicitamente está
sujeito às cominações da Lei de Improbidade Administrativa, mas somente até o
limite do valor da herança recebida.
Comentário: Os sucessores se sujeitam às cominações de natureza
patrimonial da Lei de Improbidade Administrativa, a exemplo do ressarcimento
ao erário e da perda dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
Detalhe é que a responsabilidade dos sucessores se limita ao valor da herança
recebida.
Gabarito: Certo
ABRANGÊNCIA
14 Em 2007, na Rcl 2.138, o STF decidiu que a Lei de Improbidade não se aplica aos agentes políticos
sujeitos ao regime de crime de responsabilidade, quais sejam, Presidente da República, Ministros de
Estado, Procurador-Geral da República, Ministros do STF, Governadores e Secretários de Estado. A Lei se
aplicaria apenas aos agentes políticos não sujeitos a esse regime, a exemplo dos parlamentares de um
modo geral e dos prefeitos. Esse entendimento, contudo, tem sido superado pela jurisprudência mais
atual, especialmente do STJ, que vem admitindo a sujeição de todos os agentes políticos à Lei 8.429/92,
conforme veremos adiante.
15 Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2014, p. 961).
35. (Cespe – TCU 2008) Sílvio, empresário, concorreu para a prática de ato de
improbidade, enriquecendo ilicitamente. Nesse caso, mesmo não sendo agente
público, será atingido pelas disposições da Lei de Improbidade. Assim, após sua
morte, seus sucessores estarão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade até o
limite do valor da herança.
Comentário: As disposições da Lei de Improbidade Administrativa são
aplicáveis, no que couber, a todo aquele que, mesmo não sendo agente
público, induza ou concorra para a prática de ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta (art. 3º). Perceba que,
necessariamente, deve haver participação de agente público para que o
particular possa ser condenado por ato de improbidade (“induza” ou
“concorra”). Se a responsabilidade pela conduta for exclusivamente do
particular, a reparação do dano deve ser enquadrada em outra lei. Na situação
apresentada pelo quesito, o empresário concorreu, isto é, contribuiu com
agente público para a prática de ato de improbidade, enriquecendo
ilicitamente. Portanto, será sim atingido pela Lei 8.429/1992. Além disso, é
certo que seus sucessores estarão sujeitos às cominações previstas na
referida Lei, até o limite da herança, nos termos do art. 8º. Cabe lembrar que a
responsabilidade dos sucessores restringe-se às cominações com natureza de
indenização para recompor o patrimônio público lesado, ou seja,
ressarcimento do dano e restituição dos bens ou valores que resultaram no
enriquecimento ilícito. Ademais, a responsabilidade limita-se ao valor da
herança. Jamais os sucessores responderiam por uma sanção de natureza
pessoal, como a multa por exemplo.
Gabarito: Certo
PRESCRIÇÃO
eletivo.
D) é imprescritível a ação de improbidade destinada à aplicação das sanções
previstas na Lei nº 8.429/1992, e, por essa razão, o ex-governador pode sofrer as
cominações legais, mesmo após o término do seu mandato.
Comentário: vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. As penalidades previstas para os agentes condenados por ato
de improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito estão
previstas no art. 12, inciso I da Lei 8.429/92:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de dez anos;
41. (Cespe – TCDF 2012) De acordo com a referida lei [de improbidade
administrativa], a aplicação da pena de ressarcimento aos cofres públicos independe
da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público.
Comentário: O quesito está errado, pois a pena de ressarcimento aos
cofres públicos apenas pode ser aplicada quando houver dano ao erário, nos
termos do art. 12 da Lei 8.429/92:
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na
legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato:
I - na hipótese do art. 9° [enriquecimento ilícito], perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano,
quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a
dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial
e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10 [prejuízo ao erário], ressarcimento integral do dano,
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta
circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito
anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11 [ofensa aos princípios da Administração Pública],
ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão
dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes
o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de três anos.
Gabarito: Errado
42. (Cespe – MDIC 2014) Se, após uma operação da Polícia Federal,
empreendida para desarticular uma quadrilha que agia em órgãos públicos, o
Ministério Público Federal ajuizar ação de improbidade administrativa contra
determinado servidor, devido a irregularidades cometidas no exercício da sua
função, mesmo que esse servidor colabore com as investigações, será vedado o
acordo ou a transação judicial.
Comentário: Nas ações por improbidade administrativa é vedada a
transação, acordo ou conciliação (Lei 8.429/92, art. 17, §1º).
Gabarito: Certo
*****
É isso pessoal. Ficamos por aqui. Espero que tenham aproveitado o
curso.
Boa prova!
Erick Alves
As dificuldades são passageiras, e somente alcança o sucesso
quem persiste confiante até o fim. Treinamento difícil, combate
fácil!
JURISPRUDÊNCIA
(...)
RESUMÃO DA AULA
➢ CONTROLE ADMINISTRATIVO:
Hierárquico = poder de autotutela. Ex: recursos administrativos, processos disciplinares etc.
Anulação refere-se a controle de legalidade: anulam-se atos ilegais. Revogação refere-se a
controle de mérito: revogam-se atos inconvenientes ou inoportunos.
Não hierárquico = tutela e órgãos especializados de controle (ex: CGU)
▪ Direito de petição:
✓ Representação: denúncia de irregularidades à Administração;
✓ Reclamação administrativa: contra atos da Adm. que afetem os direitos do administrado;
✓ Pedido de reconsideração: solicitação de reexame de um ato administrativo pela mesma
autoridade que o editou;
✓ Recurso hierárquico próprio: pedido de reexame do ato dirigido à autoridade
hierarquicamente superior à que proferiu o ato;
✓ Recurso hierárquico impróprio: dirigido à autoridade que não se insere na mesma
estrutura hierárquica do agente que proferiu o ato. Só quando houver previsão em lei.
➢ CONTROLE JUDICIAL:
Exercido pelos órgãos do Poder Judiciário sobre os atos administrativos do Poder Executivo, do
Legislativo e do próprio Judiciário, quando realiza atividades administrativas. Necessariamente
provocado. Controle a posteriori (regra). Restrito ao controle de legalidade, adentrando no
mérito do ato administrativo apenas em caso de ilegalidade ou ilegitimidade. Pode anular, mas
não revogar o ato.
▪ Contra ato ou omissão que importar lesão ou ameaça de lesão a direito subjetivo líquido
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data.
▪ Contra ato ou omissão de autoridade pública, ou de particular no exercício de funções
públicas.
▪ O ato ou omissão deve importar ilegalidade ou abuso de poder
Mandado de
▪ É sempre uma ação de natureza civil
segurança
▪ Pode ser repressivo ou preventivo
▪ Prazo: 120 dias contados da ciência do ato impugnado.
▪ Não poderá ser utilizado: contra lei em tese; contra atos de gestão comercial; decisão
judicial transitada em julgado; atos internos; ato do qual caiba recurso com efeito
suspensivo; substituto da ação de cobrança.
▪ Legitimados:
✓ Partidos políticos com representação no Congresso Nacional.
✓ Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e
Mandado de em funcionamento há pelo menos um ano.
segurança
coletivo ▪ Não é necessária autorização expressa dos associados.
▪ Pode ser impetrado para defender parte dos associados.
▪ Não beneficia o impetrante de MS individual que tenha o mesmo objeto, a menos que
haja desistência da ação individual no prazo de 30 dias da impetração da ação coletiva.
➢ Prescrição:
• Cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de
confiança.
• Nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego, aplica-se o prazo prescricional previsto em lei
específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público.
• Cinco anos contados da data da prestação de contas, no caso de entidades privadas beneficiárias de
recursos públicos ou de cujo patrimônio ou receita anual o Poder Público contribua com menos de 50%.
• Ações civis de ressarcimento ao erário são imprescritíveis.
• Que causam prejuízo ao erário: qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje
perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou
haveres de órgão ou entidade pública. Exemplos:
Atos de o Permitir ou concorrer que se utilize bens ou dinheiro público sem observar a lei;
improbidade aquisição de bens pela Adm. Pública fora das condições de mercado; frustrar a
administrativa licitude de licitação; realizar despesa pública de forma irregular.
4. (Vunesp – TJ/SP 2014) O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo funciona como
órgão auxiliar
a) da Câmara Municipal da Capital do Estado de São Paulo, ou seja, do Poder Legislativo
do Município da Capital.
b) do Governo do Estado de São Paulo, ou seja, do Poder Executivo.
c) da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, ou seja, do Poder Legislativo
estadual.
d) do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ou seja, do Poder Judiciário.
8. (FGV – OAB 2012) As contas do Prefeito do Município X não foram aprovadas pelo
Tribunal de Contas do Estado. Dentre outras irregularidades, apurou-se o superfaturamento
em obras públicas.
Sobre o controle exercido pelas Cortes de Contas, assinale a afirmativa correta.
A) O parecer desfavorável emitido pelo Tribunal de Contas do Estado pode ser superado por
decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
B) A atuação do Tribunal de Contas configura exemplo de controle interno dos atos da
Administração Pública.
C) A atuação do Tribunal de Contas do estado somente ser possível até que haja a criação
de um Tribunal de Contas do Município, por lei complementar de iniciativa do Prefeito.
D) As contas do Prefeito estarão sujeitas à atuação do Tribunal de Contas somente se
houver previsão na Lei Orgânica do Município.
9. (Cespe – TRT10 2013) Ao Tribunal de Contas da União não cabe julgar as contas dos
administradores de sociedades de economia mista e empresas públicas, visto que a
participação majoritária do Estado na composição do capital não transmuda em públicos os
bens dessas entidades.
10. (ESAF – AFT 2010) O estudo do tema 'controle da administração pública' nos revela
que:
a) submetem-se a julgamento todas as contas prestadas por responsáveis por bens ou
valores públicos, aí incluído o Presidente da República.
b) no exercício do poder de autotutela, a administração pública pode rever seus atos, mas
não pode declará-los nulos.
c) em respeito ao princípio da separação dos poderes, é vedado o controle transversal de
um Poder sobre os outros.
11. (Cespe – TCE/RS 2013) Considere que o titular de um órgão do governo estadual
tenha nomeado determinado cidadão para o cargo de chefe do seu gabinete. Nesse caso, o
TCE/RS não precisa apreciar, para fins de registro, a referida nomeação.
13. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) De acordo com o entendimento do STF, seria
constitucional lei ordinária estadual que determinasse que todos os contratos celebrados
entre o governo do estado e as empresas particulares.
15. (Cespe – TCU 2009) A CF conferiu ao TCU a competência para julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da
administração direta e indireta, porém não atribuiu a esse tribunal competência para aplicar
sanções aos responsáveis quando constatada a ocorrência de ilegalidade de despesa ou de
irregularidade de contas, por se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional.
16. (Cespe – TCE/ES 2009) O TCU, no exercício de sua missão constitucional de auxiliar
o Congresso Nacional no controle externo, tem competência para determinar a quebra de
sigilo bancário dos responsáveis por dinheiros e bens públicos.
17. (Cespe – TCU 2010) No caso de o diretor de órgão público não atender à
determinação do TCU para anular um ato, competirá ao próprio TCU sustar a execução do
ato impugnado.
18. (Cespe – TCU 2011) No caso de irregularidade em contrato administrativo, este será
sustado diretamente pelo Congresso Nacional, que terá de solicitar, de imediato, ao Poder
Executivo as medidas cabíveis. Nessa situação, se, no prazo de noventa dias, o Congresso
Nacional permanecer inerte ou se o Poder Executivo não adotar as medidas que lhe sejam
solicitadas, caberá ao TCU emitir decisão.
19. (Cespe – TCU 2007) Considere que uma lei federal dispense concurso público para o
provimento do cargo de consultor legislativo do Senado. Nesse caso, quando o TCU for
apreciar essas nomeações, deixará de aplicar a lei, julgando com fundamento na
20. (Cespe – TCE/PE 2004) Somente o Tribunal de Contas da União (TCU) pode afastar
a aplicação de uma lei federal por inconstitucionalidade. Aos tribunais de contas dos estados
e dos municípios é vedada essa prerrogativa.
21. (Cespe – TCDF 2012) Embora os TCs não detenham competência para declarar a
inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos em abstrato, eles podem, no caso
concreto, reconhecer a desconformidade formal ou material de normas jurídicas com a CF,
deixando de aplicar, ou providenciando a sustação, de atos que considerem
inconstitucionais.
22. (FGV – OAB 2015) O Estado X está ampliando a sua rede de esgotamento sanitário.
Para tanto, celebrou contrato de obra com a empresa “Enge-X-Sane”, no valor de
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). A fim de permitir a conclusão das obras,
com a extensão da rede de esgotamento a quatro comunidades carentes, o Estado celebrou
termo aditivo com a referida empresa, no valor de R$ 10.000.000,00 (dez milhões de reais),
custeados com recursos transferidos pela União, mediante convênio, elevando, assim, o
valor total do contrato para R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).
Considerando que foram formuladas denúncias de sobrepreço ao Tribunal de Contas da
União, assinale a afirmativa
A) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade,
uma vez que se trata de obra pública estadual, devendo o interessado formular denúncia ao
Tribunal de Contas do Estado.
B) O Tribunal de Contas da União não tem competência para apurar eventual irregularidade,
mas pode, de ofício, remeter os elementos da denúncia para o Tribunal de Contas do
Estado.
C) O Tribunal de Contas da União é competente para fiscalizar a obra e pode determinar,
diante de irregularidades, a imediata sustação da execução do contrato impugnado.
D) O Tribunal de Contas da União é competente para fiscalizar a obra e pode indicar prazo
para que o órgão ou a entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, se verificada ilegalidade.
23. (Cespe – TCDF 2012) Caso não seja empregado o mínimo de recursos destinados a
saúde e educação no DF, poderá ocorrer o controle judicial de ofício com vistas a garantir —
mediante medida cautelar — a ocorrência dos atos administrativos necessários para o
direcionamento dessa parcela do orçamento.
24. (Cespe – MIN 2013) É vedado o controle prévio pelo Poder Judiciário de atos a cargo
da administração pública.
25. (Cespe – TJRO 2012) O abuso de poder é conduta comissiva, que afronta, dentre
outros, o princípio da legalidade e o da moralidade, e se sujeita, portanto, ao controle
judicial, que se sobrepõe ao controle administrativo.
27. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) O mandado de segurança é uma das mais
importantes ações judiciais de controle dos atos da administração pública. Quando o ato for
praticado por autoridade no exercício de competência delegada, o mandado de segurança
caberá contra a autoridade delegante.
28. (FGV – OAB 2013) Cristina, cidadã brasileira comprometida com a boa administração,
descobre que determinada obra pública em sua cidade foi realizada em desacordo com as
normas que regem as licitações públicas, com vistas a beneficiar um particular amigo do
prefeito. De posse de cópias do processo administrativo que comprovam a situação,
pretende ingressar com medida judicial para a proteção do patrimônio público.
Para combater tal situação, Cristina deverá
A) ingressar com ação civil pública, que é o meio apto a sanar a lesividade ao patrimônio
público.
B) propor ação penal privada subsidiária da pública para condenar o prefeito e o particular
beneficiado e reparar os prejuízos causados aos cofres públicos.
C) impetrar mandado de segurança coletivo para amparar direito liquido e certo seu e de
todos os cidadãos aos princípios da legalidade e moralidade.
D) ingressar com ação popular apta a proteger o patrimônio público indevidamente lesado.
29. (Cespe – MPTCDF 2013) O STF poderá, apenas após ação judicial, acolher
reclamação administrativa, anular o ato administrativo e determinar que outro seja praticado.
30. (FGV – OAB 2011) No que tange à chamada ação de improbidade administrativa,
assinale a definição correta segundo a doutrina do Direito Administrativo.
(A) Trata-se de ação de natureza civil e penal, uma vez que a Lei 8.429/92 prevê sanções
de ambas as naturezas.
32. (Cespe – Suframa 2014) A ação de improbidade que vise ressarcir integralmente o
patrimônio público da lesão ocorrida poderá importar na indisponibilidade dos bens do
servidor que praticou o ato de forma dolosa. No entanto, caso o ato tenha sido praticado de
forma culposa, o servidor não poderá responder patrimonialmente, uma vez que estará
configurada a culpa in eligendo da administração pública, a contratante.
33. (Cespe – TCDF 2014) O herdeiro de deputado distrital que tenha, no exercício do
mandato, ocasionado lesão ao patrimônio público e enriquecido ilicitamente está sujeito às
cominações da Lei de Improbidade Administrativa, mas somente até o limite do valor da
herança recebida.
34. (FGV – OAB 2016) O diretor-presidente de uma construtora foi procurado pelo gerente
de licitações de uma empresa pública federal, que propôs a contratação direta de sua
empresa, com dispensa de licitação, mediante o pagamento de uma “contribuição” de 2%
(dois por cento) do valor do contrato, a ser depositado em uma conta no exterior. Contudo,
após consumado o acerto, foi ele descoberto e publicado em revista de grande circulação. A
respeito do caso descrito, assinale a afirmativa correta.
A) Somente o gerente de licitações da empresa pública, agente público, está sujeito a
eventual ação de improbidade administrativa.
B) Nem o diretor-presidente da construtora e nem o gerente de licitações da empresa
pública, que não são agentes públicos, estão sujeitos a eventual ação de improbidade
administrativa.
C) O diretor-presidente da construtora, beneficiário do esquema, está sujeito a eventual
ação de improbidade, mas o gerente da empresa pública, por não ser servidor público, não
está sujeito a tal ação.
D) O diretor-presidente da construtora e o gerente de licitações da empresa pública estão
sujeitos a eventual ação de improbidade administrativa.
35. (Cespe – TCU 2008) Sílvio, empresário, concorreu para a prática de ato de
improbidade, enriquecendo ilicitamente. Nesse caso, mesmo não sendo agente público,
será atingido pelas disposições da Lei de Improbidade. Assim, após sua morte, seus
sucessores estarão sujeitos às cominações da Lei de Improbidade até o limite do valor da
herança.
37. (FGV – OAB 2014) Caio, chefe de gabinete do prefeito do município X, ocupante
exclusivamente de cargo em comissão, conhecendo os planos concretos da prefeitura para
levar asfaltamento, saneamento e outras intervenções urbanísticas a um bairro mais
distante, revela a alguns construtores tal fato, levando-os a adquirir numerosos terrenos
naquela localidade antes que ocorresse sua valorização imobiliária. Caio recusa,
expressamente, todos os presentes enviados pelos construtores.
Sobre a situação hipotética descrita acima, assinale a opção correta.
A) O ato de improbidade pode estar configurado com a mera comunicação, antes da
divulgação oficial, da medida a ser adotada pela prefeitura, que valorizará determinados
imóveis, ainda que não tenha havido qualquer vantagem para Caio.
B) A configuração da improbidade administrativa depende, sempre, da existência de
enriquecimento ilícito por parte de Caio ou de lesão ao erário, requisitos ausentes no caso
concreto.
C) Caio, caso venha a ser condenado criminalmente pela prática das condutas acima
descritas, não poderá responder por improbidade administrativa, sob pena de haver bis in
idem.
D) Caio não responde por ato de improbidade, por não ser servidor de carreira; responde,
todavia, por crime de responsabilidade, na qualidade de agente político, ocupante de cargo
em comissão.
38. (FGV – OAB 2015) O Ministério Público do Estado W ajuizou ação de improbidade
administrativa contra um ex-governador, com fundamento no Art. 9º da Lei nº 8.429/1992
(ato de improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito), mesmo passados
quase 3 (três) anos do término do mandato e 6 (seis) anos desde a suposta prática do ato
de improbidade que lhe é atribuída. Nesse caso,
39. (Cespe – TCE/BA – Procurador 2010) Atos de improbidade administrativa são os que
geram enriquecimento ilícito ao agente público ou causam prejuízo material à administração
pública. Quem pratica esses atos pode ser punido com sanções de natureza civil e política
— mas não penal — como o ressarcimento ao erário, a indisponibilidade dos bens e a perda
da função pública.
41. (Cespe – TCDF 2012) De acordo com a referida lei [de improbidade administrativa], a
aplicação da pena de ressarcimento aos cofres públicos independe da efetiva ocorrência de
dano ao patrimônio público.
42. (Cespe – MDIC 2014) Se, após uma operação da Polícia Federal, empreendida para
desarticular uma quadrilha que agia em órgãos públicos, o Ministério Público Federal ajuizar
ação de improbidade administrativa contra determinado servidor, devido a irregularidades
cometidas no exercício da sua função, mesmo que esse servidor colabore com as
investigações, será vedado o acordo ou a transação judicial.
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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.