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Maputo, 28 de Junho de 2016
1. Introdução
O nosso trabalho tem como tema Religiosidade e Morte em O Regresso do Morto de
Suleiman Cassamo e em O Segredo da Morta de Antonio de Assis Junior e temos como
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objectivo perceber atraves do estudo comparado como e que a religiosidade das perssonagens
concorre para a consepcao do fenomeno Morte .
2.Enquadramento teórico
Nesse capitulo iremos apresentar o conseito de religiosidade, visto que esteconduz o nosso
trabalho e permitira a compreensão do mesmo.
Ximinha Calangalanga, mais conhecida por a Doida dos Caoios, constituía o objecto de
conversa que dominava aqueles grupos. (...). A mestra falecera havia já onze meses e Ximinha,
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endoidecera havia meio ano,depois de assistir de a doença e o passamento da Rosária, sua
condiscípula e amiga.
Errara por terras e terras, bisbilhotava-se, havia cruzado o rio Maputo, tinha visto
xivimbatlelo,chegara a Mamanga, lá onde o mundo acaba e recomeça,. De volta, Malatana
trouxe nos bolsos rotos o feitiço que viraria o coração da Nyelete. (RM, p.29)
( ...) nao acordei nem me sinto bem; cabeca pesada ... corpo mole ... e sobre tudo uma visao
muito caprichosa , agitada ...
(...), eu tambem tive um bastante movimentado , (...) ... mas conta lá (...)
- Apareceu-me em sonhos , como da outra vez, vestida de preto . (...). Um bando de passaros
grandes, pretos, semelhantes a corvos...(os corvos... – e acenava com a cabeça) esvoacavam
em todas as direcções tornando o espaço ainda mais turvo, mais escuro .” (SM, p.247)
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- Sonhou muinto malo, senhora.
Ela conta o pesadelo: Levava uma bacia na cabeca e gritava : Am-arhu-mboǃ... Ama-rhu-mboǃ Ama-
rhu-mboǃ...Ia a todo lado e ninguém comprava. Fechavam portas e janelas,fugiam dela . a bacia cresci
e pesava na cabeca , cansada , regressou . pos a bacia no chao . oh , o que ela nao viu ǃ
- em vêgi de tipa, um morto ,\. Senhora a rir-me com dentes assimǃ(RM, p.54)
3.3. Naturalismo
Endereca-se as coisas da natureza,quer as grandes forças cósmicas,como os ventos,os rios,os
astros,o céu, etc. quer aos objectos de toda especie que povoam a superficie da
terra,Plantas,animais,rochas,etc, e dá-sepor essa razão o nome de naturalismo.(Durkheim,
2002:51)
(...) E no foi sem lágrimas nos olhos que viu o vapor deslizar, levado pela corrente do rio,(...)
o vapor sumia no cotovelo que orio faz , la em baixo , e Elmira subia o suave declive que o rio
separa a sua igreja . Lá em cima, noalto companário e no espaço, bando de andorinhas
esvoacavam em todas as direcções, saindo dos ninhos umas, umas pousadas nas aspas da cruz
outras, soltando todas seus característico trimamados como quem saudando e festejando a
nova peregrina que via acoher-se a fe de Deus. (SM, p.213-214)
Ngilina acordou cedo. Pegou na corda e no machado. Parecia que ia na lenha. O sol
encontroa-a no caminho. Chegou no mato andando devagarinho . Subiou no canhueiro
amarrou corda no ramo e a outra na ponta do pescoço. Depoislargou-se no ar e ficou a
lengalengar.
Morrer e fácil. E mesmo bom. Ngilina dorme sono de xiluvano meio da selva. Ngilina e
chuluva que murchou.
No mato, os bichos lutam e amam. O choro da rola e choro de verdade mesmo e todos os
outros bichos do mato vão também chorar Ngilina. (RS, p. 15).
(...) Lá dentro, à entrada, via-se no meio da casa, uma mesa em forma de eça, coberta de pano
preto, sobre a qual pousava um caixão, aberto de dois lados.
O corpo que ele continha era de uma mulher, que o bico de uns sapatos pretos e os panos de
várias cores e qualidades denunciavam. O véu branco, orlado de galão doirado completava a
mortalha.
Enormes castiçais colocados nos cantos da mesa sustentavam erguidos quatro brandões
acesos. As paredes estavam de alto a baixo, coberto de fazenda preta e de lado, pousado sobre
uma pequena banca de pinho, também forrada de preto, um crucifixo de prata, que duas tochas
acesas guardavam.
O padre, benzendo o corpo proferia as últimas palavras do ritual. Findou a cerimónia. (SM,
pp.55-56)
No segredo da morta podemos aontar o caso em que o narrador, relata factos que nos levam a
fusao de concepcoes religiosas. Ora vejamo: a roupa da falecida, com os seus “ sapatos
pretos” , : panos de varias cores e qualidades”, “o véubranco, orlado de galão doirado”,” o
padre, benzendo” indicam que os personagens eram critoes e denunciam a mistura de tracos
europeus e africanos. E amesma caracteristica e presente em regresso do morto ao mencionar
a chegada do personagem Milotana e comparando com a barba de Jesus Cristo.
4. Conclusão
Ao pretendermos estudar a religiosidade e morte em António de Assis Júnior e em
Suleiman Cassamo tivemos como dificuldade encontrar a definição do proprio
fenomeno religiosidade, devido a semelhanca imposta de religiosidade e religiao e as
diferentes propostas subjectivas. As quais pertencem a teorias diversas qeu discordam
de forma sistematica das ourtras.
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Destemodo, com base nas definicoes dos termos que caracterzam a religiao africana,
percebemos que a religiosidade e a morte estao patentes nas duas obras, mas, de forma
difernciada. No texto O Segredo da Mortaa personadem Ximinha reaparece em sonho
para desvendar o seu segredo, explicando o porquê das mortes dos personagens que
lhe “faltaram respeito ainda em vida” e, na obra O Regresso do Morto o sonho anuncia
a morte do personagem José marido da personagem Elisa. No mesmo texto o sonho,
nao so anuncia a morte mas tambem a chegsada de um novo ser humano, “ o nome
dela vai ser Velina”.
A religiosidade e marca apela aparicao em sonho de agentes animados conscientes
como humanose, nao sao perceptiveis a olho humano assumindo papel de vidente ou
profecta.
5. Referencias Bibliográficas
5.1. Bibliografia activa
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ASSIS JUNIOR, António de, O segredo da Morta,2a edição, Lisboa, 1979.
CARVALHAL, Tânia Franco, Literatura Comparada,4a edição, Atica, São Paulo, 2016.