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Seropédica, 2006.

Caro aluno seja bem vindo ao Projeto “Plantando Vida Seropédica”!


Gostaríamos que você soubesse que estamos torcendo pelo seu sucesso, e que
o curso de jardinagem foi elaborado pensando nas suas possibilidades e necessidades.
Este manual tem a função de servir como material didático e de consulta, que
apresenta, de forma objetiva e simples, os fundamentos e as características do curso,
assim como, os conteúdos trabalhados ao longo deste trimestre.
Lembre-se que em qualquer tipo de estudo a dedicação e os esforços pessoais
são ferramentas indispensáveis para a chegada com êxito ao final da jornada. Desta
maneira, tenha confiança em si mesmo, não desista, seja firme nos seus
objetivos! Toda a equipe do Projeto esta aqui para auxiliá-lo nesta caminhada.
Assim sendo, mãos à obra!

“O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada,


caminhando e semeando, no fim terás o que colher” (Cora
Coralina).

Equipe do Projeto Plantando Vida Seropédica

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

Curso de Jardinagem. Manual do estudante / organizadores Wellington Mary,


Juliana Arruda - Seropédica: Plantando Vida Seropédica, 2006. 80p.

1. Inclusão Social 2. Qualificação Profissional 3. Revitalização Paisagística

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SUMÁRIO
RESUMO .....................................................................................................................................................................6
EQUIPE TÉCNICA .....................................................................................................................................................7
1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................................9
1.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS ESTILOS DE JARDINS ......................................................................................9
1.2 PAISAGISMO: CONCEITO E COMPOSIÇÃO PAISAGÍSTICA URBANA............................................................10
1.2.1 Paisagismo de áreas internas................................................................................................11
1.3 JARDINAGEM: CONCEITO E DEMONSTRAÇÃO DE COMO CULTIVAR UM JARDIM .......................................12
1.3.1 Componentes de um jardim ...................................................................................................13
1.3.2 Funções das Plantas...............................................................................................................15
2. NECESSIDADES BÁSICAS DAS PLANTAS ..............................................................................................16
2.1 IRRIGAÇÃO ..................................................................................................................................................17
2.2 SUBSTRATOS E MEIOS DE CULTIVO ..........................................................................................................18
2.3 ADUBAÇÃO .................................................................................................................................................19
2.3.1 Tipos de adubos.......................................................................................................................21
2.3.2 Compostagem ..........................................................................................................................23
2.4 PODAS ........................................................................................................................................................24
3. BOTÂNICA BÁSICA.........................................................................................................................................25
3.1 CLASSIFICAÇÃO DAS PLANTAS...................................................................................................................25
3.2 MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO DE PLANTAS .................................................................................................25
3.2.1 Propagação sexuada ..............................................................................................................26
3.2.2 Propagação assexuada ou vegetativa natural (Estruturas propagativas).......................26
3.2.3 Propagação assexuada ou vegetativa induzida..................................................................28
4. PRAGAS E DOENÇAS ....................................................................................................................................30
4.1 PRINCIPAIS PRAGAS ...................................................................................................................................31
4.1.1 Controle Natural de Pragas....................................................................................................33
4.2 PRINCIPAIS DOENÇAS ................................................................................................................................39
5. PRODUÇÃO DE MUDAS.................................................................................................................................40
6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL...............................................................................................................................43
6.1 MEIO AMBIENTE .........................................................................................................................................43
6.2 ALGUNS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE ...................................................................................44
6.3 CRIMES AMBIENTAIS ..................................................................................................................................47
6.4 PRINCÍPIOS DA EDUCAÇÃO PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL ...............47
7. CIDADANIA........................................................................................................................................................48
7.1 DIREITOS DO CIDADÃO ...............................................................................................................................49
7.2 DEVERES DO CIDADÃO ..............................................................................................................................49
8. COOPERATIVISMO E ASSOCIATIVISMO ..................................................................................................50
8.1 COOPERATIVA ............................................................................................................................................50
8.2 ASSOCIAÇÃO ..............................................................................................................................................50
8.3 SINDICATO ..................................................................................................................................................51
9. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE RELAÇÕES TRABALHISTAS ......................................................................52
9.1 DIREITO DO TRABALHADOR .......................................................................................................................52
9.2 CONTRATO DE TRABALHO ..........................................................................................................................53
9.3 CARTEIRA DE TRABALHO ...........................................................................................................................53
9.4 DEMISSÃO E OS DIREITOS..........................................................................................................................54
9.5 SEGURO-DESEMPREGO .............................................................................................................................55
9.6 APOSENTADORIA ........................................................................................................................................55
10. SAÚDE DO TRABALHADOR .........................................................................................................................56
10.1 ALCOOLISMO ..............................................................................................................................................56
10.2 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST) ....................................................................................57
10.3 MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS ................................................................................................................58
10.4 NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS .........................................................................................................61

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11. ORIENTAÇÃO PROFISSIIONAL ...................................................................................................................65
11.1 RELAÇÕES INTERPESSOAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO ........................................................................65
11.2 INTEGRANDO-SE NO LOCAL DE TRABALHO.................................................................................................66
11.3 TRABALHO EM EQUIPE ...............................................................................................................................66
11.4 QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO............................................................................................................67
11.5 ORGANIZAÇÃO PESSOAL E DO TRABALHO .................................................................................................68
11.6 ÉTICA PROFISSIONAL..................................................................................................................................69
12. ELABORAÇÃO DE CURRICULUM VITAE ..................................................................................................69
13. FONTES PESQUISADAS................................................................................................................................71
14. ANEXOS .............................................................................................................................................................73
14.1 FIGURAS DE ALGUNS MÉTODOS MAIS COMUNS DE PROPAGAÇÃO.............................................................73
14.2 MODELO DE CURRÍCULO ............................................................................................................................75
14.3 QUADRO DE CORES, FLORES E SENSAÇÕES ............................................................................................76
14.4 ORIENTAÇÃO E MEDIDAS DE UM CANTEIRO ...............................................................................................76
14.5 CLASSES DE VEGETAÇÃO ............................................................................................................................77
14.5 PLANTAS DE JARDIM IRRITANTES PARA A PELE .........................................................................................78
14.6 PLANTAS QUE AJUDAM NO CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS ................................................................79
14.7 DISPOSIÇÃO DOS CANTEIROS ....................................................................................................................79
14.8 TABELAS COM INFORMAÇÕES SOBRE MANEJO DAS HORTALIÇAS .............................................................80
14.9 PLANTAS DE JARDIM VENENOSAS .............................................................................................................83

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RESUMO

A Prefeitura Municipal de Seropédica (PMS) durante a gestão do Prefeito


Gedeon Antunes (2005-2008), através da Secretaria de Educação, em parceria com a
UFRuralRJ e apoio financeiro da UTE-Barbosa Lima Sobrinho, implantou um Curso de
Qualificação Profissional em Jardinagem para jovens entre 17 e 24 anos de idade
moradores de comunidades carentes do município.

Este projeto idealizado pela então Secretaria de Ação Social, atualmente,


Educação Ação Social Cidadania Trabalho e Renda, sob a responsabilidade da Sra.
Wilma Antunes, que solicitou à gestora de projetos sociais Profa. Esther Rodrigues de
Souza a identificação da área competente junto à Universidade Rural que garantisse a
base técnica para a concretização da idéia, envolvendo assim o Departamento de
Arquitetura e Urbanismo que aceitou este desafio.

O curso será ministrado em um trimestre, com carga horária total de 160 horas,
que é a carga horária mínima para cursos de “Qualificação Profissional”, segundo
Resolução n° 333/03 do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador
(CODEFAT). O curso atenderá um total de 31 beneficiários diretos.

O objetivo é ampliar as possibilidades de inclusão social mediante a capacitação


dos jovens por meio dos conhecimentos específicos de jardinagem e gerar a mão-de-
obra qualificada para produção e comercialização de mudas de plantas ornamentais,
além de aplicar pequenos projetos e manter tratamentos paisagísticos em áreas
públicas e privadas do município.

Este material foi elaborado pela equipe técnica do projeto e é permitida a sua
reprodução desde que citada a fonte.

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EQUIPE TÉCNICA

Da esquerda para a direita: Mariana, João, Thiago, Profª, Esther, Juliana, Nardele,
Gláucio, Alcilúcia, Elisa e Prof. Wellington.

Coordenação Geral:
Esther Rodrigues de Souza (Profª. e Gestora de Projetos Sócio Educativos-PMS)
E-mail: rodriguesesther@hotmail.com
Coordenação Técnica:
Wellington Mary (Prof. Doutor/DAU - IT/UFRuralRJ)
E-mail: wmary@ufrrj.br
Consultora e Executora:
Juliana Arruda (Mestre em Engenharia Agrícola - UNICAMP)
E-mail: juliana.arruda@agr.unicamp.br
Supervisores Técnicos:
Gláucio da Cruz Genuncio (Doutorando em Agronomia - UFRuralRJ)
E-mail: glauciogenuncio@hotmail.com
Alcilúcia Oliveira (Mestranda em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos -
UFRJ)
E-mail: alcilucia@ufrj.br
Monitores:
Elisa Soares de Lima Caetano (Graduanda em Biologia – UFRuralRJ)
E-mail: lilicacaetano@hotmail.com
Nardele Campos Feliciano (Graduanda em Economia Doméstica – UFRuralRJ)
E-mail: nardelefc@yahoo.com.br
Thiago D. Trindade (Graduando em Ciências Agrárias – UFRuralRJ)
E-mail: thiagotdt@hotmail.com
João Pedro B. Filho (Graduando em Agronomia – UFRuralRJ)
E-mail: barros@ufrrj.br
Mariana O. Passos (Graduanda em Arquitetura – UFRuralRJ)
E-mail: nanadingo@hotmail.com

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1. INTRODUÇÃO

Com o aumento do estresse urbano das grandes cidades, a necessidade de


estar próximo à natureza tem aumentado consideravelmente. As áreas verdes
proporcionam áreas de lazer, áreas para prática de esportes, meditação, estudo e
entretenimento.
As áreas verdes, os parques, a arborização das ruas, as avenidas, as praças
públicas, os clubes, os jardins públicos ou particulares passaram de locais com
algumas plantas dispostas sem nenhum cuidado a locais desenhados e com
composições de cores, formas e texturas, proporcionando um visual extremamente
amenizador e relaxante.
Para cada projeto de paisagismo, existem fatores a se considerar, como o
porquê de implantar, onde implantar, como implantar, como manter, qual estilo adotar,
que cores e quais as características desejáveis das plantas.
Para a arborização de ruas, normalmente cada cidade tem suas regras e
modelos estabelecidos por profissionais da área, que irão avaliar ruas, avenidas,
praças, parques, jardins públicos e, após, implantar seu projeto de forma mais
adequada às condições da cidade.

1.1 Evolução Histórica dos Estilos de Jardins

A história dos jardins reflete o relacionamento do ser humano com a natureza. A


própria palavra jardim vem da junção do hebreu "gan" (proteger, defender) e "éden"
(prazer, delícia). Os jardins estão presentes em todo percurso da história da
humanidade e, certamente, suas origens se vinculam à da própria agricultura, com a
domesticação das primeiras plantas úteis, ainda na pré-história. Ao longo de toda
história ocorrem transformações que podem ser caracterizadas pelos estilos próprios
de cada época e cultura. Existem registros do convívio do homem com a natureza,
visando promover o conforto físico e bem-estar psicológico. Já em 1.500 a 1.000 a.C.
observam-se coleções botânicas na Síria e projetos paisagísticos no Egito.
Conceitualmente, o jardim é um terreno em que se cultivam plantas
ornamentais, medicinais e aromáticas, assim como, frutíferas e hortaliças. Porém neste
espaço, o homem busca, primordialmente, a harmonia entre os elementos vivos que
fazem parte da composição do jardim.
Basicamente, existem três estilos de jardins europeus que influenciaram toda a
jardinagem: o Italiano, o Inglês e o Francês. Contudo pode-se considerar que existem
pelo menos cinco estilos básicos de jardins, que podem ser descritos como os jardins
clássicos ou formais, que se caracterizam por apresentarem linhas geométricas e
simetrias do traçado, círculos, retângulos, triângulos e semicírculos que se combinam
com paisagens desenhadas com régua e compasso; os jardins de estilo desértico ou
rochoso mostram uma paisagem árida, caracterizada, por exemplo, pela região do
nordeste brasileiro; os jardins de estilo oriental ou japonês, caracterizados pelo
simbolismo e pelo culto à natureza; os jardins tropicais, que criam ambientes de
característica paradisíaca, lembrando uma ilha tropical, cuja presença de muito verde e
muitas flores destaca-se. Neste estilo é fundamental a presença de gramados, assim
como, áreas sombreadas e lâminas d'água; por fim, o estilo contemporâneo que é o
mais aplicado atualmente nas composições de paisagens. Este se caracteriza por
possuir um estilo livre e aproxima-se aos jardins do estilo inglês. Buscando-se alcançar
9
uma integração entre o jardim e a arquitetura local, não havendo rigidez quanto a sua
composição.

1.2 Paisagismo: Conceito e Composição Paisagística Urbana

O paisagismo não é apenas a criação de jardins através do plantio desordenado


de algumas plantas ornamentais, é uma técnica artesanal aliada à sensibilidade, que
procura reconstituir a paisagem natural dentro do cenário devastado pelas construções.
Requer conhecimentos de botânica, ecologia, variações climáticas regionais e estilos
arquitetônicos, sendo também importante o conhecimento das compatibilidades
plásticas para o equilíbrio das formas e cores.
A finalidade do paisagismo é a integração do homem com a natureza,
facultando-lhe melhores condições de vida pelo equilíbrio do meio ambiente. Ele
abrange todas as áreas onde se registra a presença do ser humano. Desde as áreas
rurais até as regiões metropolitanas, o paisagismo deve atuar como fator de equilíbrio
entre o homem e o ambiente.
A manutenção de áreas verdes nas grandes indústrias influencia positivamente
para o aumento da produção. Uma paisagem mais amena nas áreas das fábricas,
suavizando a artificialidade metálica dos maquinários de trabalho, diminui a tensão dos
trabalhadores.
O paisagismo urbano tem por objeto os espaços abertos (não construídos) e as
áreas livres, com funções de recreação, amenização e circulação, entre outras, sendo
diferenciadas entre si pelas dimensões físicas, abrangência espacial, funcionalidade,
tipologia ou quantidade de cobertura vegetal.
A criação de jardins internos (paisagismo de áreas internas), nas residências ou
em áreas comerciais, comprova a necessidade do ser humano em manter-se ligado à
natureza.
Paisagismo rodoviário é a integração da estrada à paisagem a qual ela
atravessa. A vegetação proporciona maior estabilidade aos terrenos das faixas de
domínio, diminuindo a movimentação de partículas do solo e facilitando obras de
drenagem que regularmente são assoreadas por ocasião das chuvas.
O termo arborização de estradas é empregado de forma genérica para designar
não só a arborização propriamente dita, mas também os demais revestimentos de suas
margens, taludes e terrenos adjacentes. A arborização poderá ser implantada ou
melhorada, incrementando-se a vegetação existente com o manejo da faixa de
domínio.
Paisagismo rural, onde suas funções não se limitam ao embelezamento estético
da paisagem, mas também às praticas preservacionistas, indispensáveis à manutenção
dos elos essenciais ao equilíbrio do ecossistema nas áreas de sua implantação. É
exercido de forma plena, integrando-se perfeitamente à natureza. Como exemplo pode
ser citada a implantação de vegetação protetora de nascentes, mananciais e cursos
d'água e o revestimento vegetal protetor e/ou reconstituinte de solos instáveis (talude e
voçorocas). Uma das mais desastrosas conseqüências do rompimento dos elos
naturais reflete-se no solo, causando seu enfraquecimento biológico e, posteriormente,
a desagregação física, que leva à erosão das camadas superficiais até as profundas.
Cabe ressaltar que o emprego de espécies vegetais adequadas há uma diminuição
destes danos.

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1.2.1 Paisagismo de áreas internas

Nesta área, o paisagismo interno irá complementar a decoração, com seus


elementos vivos e coloridos, o que proporcionará uma sensação leve, mas dinâmica.
Geralmente são canteiros para ambientes profissionais, onde muitas vezes ocorrem
duas situações:
A primeira: local a céu aberto, mas rodeado de paredes ou construções muito
próximas e que há vários aparelhos de ar-condicionado. O ar quente liberado pelos
aparelhos e o gotejamento que eles causam, provocam um ambiente quente e úmido,
favorecendo o surgimento de fungos e pragas que podem destruir o jardim. Nessa
situação, em primeiro lugar, devem-se escolher plantas mais resistentes (geralmente
são plantas que quase não dão flores), não se aconselha o uso de gramas, exceto a
grama pêlo de urso e, geralmente, o uso de vasos é mais recomendado, uma vez que
as plantas podem ser removidas, caso apresentem problemas. Recomenda-se ainda,
no caso de canteiro, o uso de mangueiras acopladas aos aparelhos de ar-condicionado
que terminem direto no ralo, diminuindo o encharcamento do canteiro.
A segunda situação muito comum é o uso de plantas adaptadas ao interior de
residências ou “escritórios” (baixa radiação solar e condições de temperatura
adversas). Nesse caso, recomenda-se o uso apenas de vasos, pois as plantas quase
sempre serão mais suscetíveis a doenças do que aquelas que ficam no ambiente
externo, além de possuírem o crescimento mais lento. Essas plantas devem ficar um
período em locais sombreados (ripados) ou mesmo ao relento (dependendo da
espécie), e sendo assim, o rodízio de plantas será favorecido, ou seja, teremos plantas
em rodízio no escritório e em áreas de recuperação (sombreadas e irrigadas).
O paisagismo em áreas internas pode ser dividido em jardins internos, jardins
em terraços, sacadas e áreas de recreação. Neste tipo de projeto existem como nos
outros, um estudo a se fazer, para que seja atingida uma harmonia entre o ambiente e
o jardim.

As cores em um jardim
Cores e aromas fazem à diferença em ambientes. As combinações harmoniosas
são alcançadas através da mistura de tons escuros, médios e claros de um pigmento
ou da combinação de plantas cujas cores se aproximem umas das outras no gráfico
das cores.

Cores primárias Cores secundárias Cores quentes Cores frias

Vermelho, azul, Verde, laranja e Amarelo, vermelho Azul, violeta e


amarelo. violeta. e laranja. verde.

As cores quentes lembram o sol; já as cores frias provocam a sensação de


sossego. Nas composições paisagísticas, pode-se e deve-se aproveitar destes
recursos naturais e assim invocar sensações como aquecimento (cores quentes) ou
frescor (cores frias).

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Figura 1. Círculo de cores (ou círculo cromático).

1.3 Jardinagem: Conceito e Demonstração de Como Cultivar um Jardim

10 MANDAMENTOS DO JARDINEIRO

1) Sempre passeie pelo seu jardim observando todos os detalhes de cada


planta;
2) Evite utilizar veneno (agrotóxicos), lembre que sempre há uma alternativa
natural para o controle de insetos e doenças;
3) Mantenha suas ferramentas limpas, elas são as principais transmissoras
de doenças entre as plantas;
4) Não utilize utensílios da cozinha nos tratos de seu jardim;
5) A água de chuva é a melhor água para suas plantas. Sempre que
possível faça a captação da água de chuva;
6) Cultive espécies em risco de extinção. Uma palmeira da espécie Jussara
é um belíssimo exemplar paisagístico;
7) Cultive espécies que alimentam a avifauna (pássaros, por exemplo). Tê-
los em visita ao seu jardim é uma experiência sensacional;
8) Sempre utilize no plantio e manutenção de seu jardim compostos
orgânicos (húmus e restos vegetais decompostos) e substratos.

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9) Restos de jardim não é lixo. Se possível faça uma composteira para
produzir seu próprio adubo orgânico.
10) Respeite as plantas como seres vivos considerando suas necessidades
ambientais.

1.3.1 Componentes de um jardim

De modo geral, as plantas ornamentais utilizadas em jardinagem são escolhidas


para a composição de jardins através de suas características botânicas (gênero,
espécies, subespécies e variedades) e de sua classe de vegetação (gramados,
forrações, arbustos, árvores, trepadeiras e folhagens).

Como partes integrantes do jardim, podemos destacar:


Gramados: destaca-se por possibilitar o embelezamento da paisagem;
agronomicamente, os gramados têm a importante função de proteger o solo da ação
direta dos raios solares, evitando sua esterilização superficial e manutenção da
umidade do solo. Outra função extremamente importante é a proteção contra a erosão.
O revestimento vegetal evita que as enxurradas de água e a ação dos ventos retirem
camadas superficiais do solo.
Lagos: sua presença propicia uma variação visual intensa e atrativa na
paisagem; além de decorativo, o lago influencia marcantemente o ecossistema.
Renque corta ventos (quebra-ventos): destacam-se a ação dos ventos livres,
quase constantes em determinadas épocas do ano, em algumas regiões. As plantas
submetidas à sua ação constantemente sofrem graves perdas de água (transpiração),
apresentando queimaduras em suas folhas, outras ficam tortuosas e envergadas. As
espécies indicadas devem se integrar à paisagem tanto visualmente quanto
funcionalmente, para não prejudicar a paisagem.
Maciços: são indicados no projeto paisagístico, sempre em locais por onde
passam as pessoas ou ao alcance da vista. Para este fim, são indicadas espécies de
plantas que produzam floradas fartas e vistosas, podendo-se alterná-las de acordo com
a estação, o que torna o visual dinâmico interado com as mudanças naturais. Quanto
ao formato dos canteiros, a preferência é por formas sinuosas ou amebianas, pela
leveza.
Bosques: devem sempre existir, pois os benefícios são extremamente
significativos ao ambiente. Bosques heterogêneos propiciam uma integração com a
fauna (animais) e a flora (vegetais) do local. Podem conter, por exemplo, essências
florestais, essências ornamentais, árvores frutíferas e, devem proporcionar uma
sensação de “leveza”, além de, em alguns casos, servirem como local para educação
ambiental. Neste caso é comum colocar placas pequenas nas árvores com o nome
científico, o vulgar e algumas características importantes.

Elementos Auxiliares
Pedras (seixos brutos ou pedriscos).
Caminhos, trilhas, acessos, contraste entre a vegetação são as inúmeras formas
de utilização das pedras. Nos jardins orientais, as pedras são elementos
imprescindíveis. Para os orientais, as pedras simbolizam as montanhas, que eram a
morada dos imortais, exercendo desta maneira uma proteção para os locais, como
guardiões e símbolo da sabedoria.

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Dormentes
Muito utilizados em trilhos de trem, também podem ser utilizados com sucesso
incrível nos projetos paisagísticos, sejam como divisórias, cercas, formando degraus de
escadas, caminhos ou como suportes de plantas.
Troncos e raízes
Utilizados na composição com flores e folhas, formando arranjos. As formas
rústicas proporcionam um visual bastante atraente. Muitos troncos são utilizados como
suportes para samambaias, bromélias e trepadeiras.
Cascatas, rodas d'água, chafariz, fontes, piscinas
A água constitui fator de grande atração visual, tanto por seus efeitos de
reflexão, sensação de ampliar horizontes e de movimento, quanto por seus efeitos
sonoros e psicológicos.
Pérgolas e treliças
As pérgolas feitas de madeira, com belas trepadeiras, podem dar ao jardim um
efeito ornamental, podem estar próximas a piscinas, como em cobertura de varandas,
nas entradas ou no abrigo para carros.
As treliças feitas de madeira podem servir como biombos separando áreas de
um jardim, proporcionando quebras e uma sensação de que o jardim é muito grande.
Muito utilizada também em paredes, como suportes para vasos e jardineiras, em locais
abrigados ou não, ao redor de portas de entrada com belas trepadeiras.
Decks de madeira, móveis rústicos.
Proporcionam um contraste belo com as plantas existentes no jardim. Também
como áreas de meditação ou em pequenas áreas de jardins internos de prédios ou
casas, em formas sinuosas, dando a sensação de leveza e aconchego.
Iluminação (holofotes, arandelas, postes, conchas).
De fundamental importância para realçar os jardins durante a noite, é necessário
que todos os pontos da iluminação estejam presentes no projeto de paisagismo, para
possibilitar que a rede de fiação elétrica seja implantada antes das obras de
jardinagem, evitando danos às plantas e transtornos posteriores.
A luz disposta em meio a grupos de plantas, iluminando-as de dentro para fora,
cria ilhas de luminosidade difusa em meio ao ambiente escuro, proporcionando um
efeito ornamental muito bom.

Fatores a serem considerados na escolha de um jardim


9 Finalidade (doméstico, comercial ou recreativo);
9 Formas, cores, texturas predominantes;
9 Estilo arquitetônico;
9 Iluminação existente (artificial ou natural);
9 Na medida do possível, o perfil das pessoas que interagem no local.

Cuidados essenciais
9 Regas periódicas e bem dosadas;
9 Adubação periódica, de acordo com as necessidades de cada espécie;
9 Limpeza semanal, quinzenal, ou mensal, dependendo das condições da planta;
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9 Preparo do solo;
9 Prevenção e tratamento de pragas e/ou doenças;
9 Substituição de plantas doentes ou mortas;
9 Ferramentas limpas e conservadas;
9 Mudas selecionadas;
9 Poda.

A poda é o melhor método para manter suas plantas saudáveis. Antes de iniciar
a poda, devem-se certificar as ferramentas, pois devem ser utilizadas bem afiadas e
limpas. Um corte “mastigado” leva mais tempo para cicatrizar, expondo a planta às
doenças. Cabe ressaltar que a toda poda é utilizada para alguma finalidade e cada qual
possui uma técnica diferente.
Podemos tomar como exemplo a seguinte situação: algumas plantas produzem
brotações grandes e vigorosas, mas que lhes dão aspecto desordenado, esses ramos
ou brotações podem e devem ser removidos a qualquer época do ano. Essas
brotações são chamadas de brotos ladrões, pois utilizam muita força ou energia da
planta para crescerem e devem ser retirados. De modo geral, uma boa prática no trato
das plantas para fins de jardinagem é a remoção dos ramos doentes e com folhagem
descolorida. A rápida eliminação de um ramo doente ou infectado facilitará o
crescimento e o desenvolvimento da planta.
Destacam-se como fatores de insucesso na jardinagem:
O plantio de espécies em locais inadequados prejudicando seu
desenvolvimento, como, por exemplo, plantas, de porte médio, colocadas em vasos
pequenos ou o plantio de árvores em covas rasas ou sobre lajes de concreto,
impossibilitando o desenvolvimento das raízes e favorecendo o seu tombamento, assim
como, o plantio de plantas de sombra em locais de pleno sol.
Uma observação relevante é de não dar início à implantação do jardim antes do
término de outras obras, como pintura, iluminação, limpeza final, etc.

1.3.2 Funções das Plantas

Na jardinagem as plantas têm a função de emoldurar, assim como, contornar


sacadas, estátuas, mirantes, fontes e piscinas (elementos acessórios). Além de
delimitarem espaços como áreas reservadas para relaxamento e estudos. Valorizam a
propriedade. Além de serem utilizadas em áreas de recreação e educação ambiental.
Também escondem defeitos ou objetos visualmente estranhos aos olhos do
observador. Podem ser utilizadas como quebra ventos, cortinas de árvores e de
trepadeiras, para proporcionar maior privacidade. Atraem pássaros naturalmente. Cabe
ressaltar que plantas para temperos, ervas medicinais, hortaliças e flores para corte
são, atualmente, recomendadas para a utilização em jardinocultura. Alguns tipos de
plantas mais utilizadas na composição dos jardins são listados por classes de
vegetação abaixo:
Forrações: Aptênia, Agapantus, Aglaonema, Ardísia, Asparagus, Azulzinha,
Bálsamo, Barléria, Brilhantina, Beijo Americano, Camará, Capim Azul, Cebolinha Roxa,
Cianto, Clorofito, Cryptantus, Desmaida, Duranta Amarela, Egopodium, Evouvulos,
Gazânia, Grama Amendoim, Grama Preta Comum e Anã, Iresine, Lírio (Cores
Variadas), Moréia de Forração, Piriquito Vermelho, Quaresminha, Rabo de Macaco,
Semânia, etc.

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Arbustos: Abélia, Azaléias (Cores Diversas), Camarão (Amarelo/Vermelho),
Clúsia, Dracena Deremensis Compacta, Dracena Imperial, Duranta, Érica Branca,
Esponjinha Rosa e Vermelha, Eugênia, Fórmium Verde/Roxo/Variegato, Ilha Verde,
Ixóra, Rosa/Vermelha, Jasmim Estrela, Jasmim do Cabo, Léia Verde, Ligustrum
Variegato, Manacá Cheiroso, Moréia, Murta, etc.
Trepadeiras: Alamanda, Ipoméia, Rabidéia, Jade, Jasmim Amarelo, Jasmim
Estrela, Tecomária, Conjéia, Conomorfa, Brinco de Princesa, etc.
Árvores: Bauhínia, Callistemon, Cássia Imperial, Cássia Javânica, Castanheira,
Couropita, Escumilha Africana, Escumilha Resedá, Ficus, Flamboyant, Flamboyant
Mirim, Ipê (amarelo, branco, rosa e roxo), Manacá da Serra, Mogno, Murta, Oiti,
Paineira, Pau-Ferro, Pau-Mulato, Quaresmeira, Sibipiruna, etc.
Palmeiras: Cariota, Chamaedora, Cyca, Côco da Bahia, Fênix, Leque, Licuala,
Licuri, Ptychosperma, Raphis, Seafórtia, Triangular, etc.

2. NECESSIDADES BÁSICAS DAS PLANTAS

Uma forma de fácil entendimento para a identificação das necessidades básicas


das plantas é a observação, no jardim, de sintomas que caracterizam um determinado
grau de estresse (isso mesmo, as plantas podem se estressar!!). Por não possuírem a
vantagem de se locomoverem (caminhar), estão sempre buscando um maior equilíbrio
com o ambiente em que se encontram. Conseqüentemente, fatores como os abaixo
têm relevante importância na adaptação das plantas em determinados ambientes.
Clima: determina as possíveis espécies a serem introduzidas na área;
Relevo: reflete a paisagem natural;
Vegetação nativa ou natural funciona como orientação na seleção de espécies e
servirá de base para a continuação das mesmas características das espécies vegetais
ou ponto de referência a uma mudança de características das plantas a serem
utilizadas;
Solos: verificada a constituição física do solo (textura, principalmente), pode-se
prever quais espécies se adaptarão, quais as dimensões das covas para plantio e a
adubação requerida para um bom desenvolvimento;
Ventos: o conhecimento das rotas dos ventos predominantes na área do projeto
possibilita designar os locais mais favoráveis para o plantio de determinadas espécies.
A Radiação Solar (“Iluminação”): é outro fator de extrema relevância para a
escolha de plantas a serem utilizadas no jardim. Usualmente, as plantas são
classificadas em plantas de pleno sol, meia sombra e de sombra. Plantas de sombra
dificilmente se adaptarão a um ambiente de sol. Entretanto, existem exceções quanto à
adaptabilidade de plantas de pleno sol a ambientes de meia sombra, um bom exemplo
é o pingo de ouro. Um bom jardineiro deve tomar cuidados especiais na escolha das
plantas, onde o conhecimento prévio do local e suas áreas de sombra, meia sombra e
sol pleno é de suma importância para o sucesso na implantação do jardim.
A temperatura (“Calor”): é um fator que também determina a escolha de
plantas. Por exemplo, plantas adaptadas a ventos fortes e calor intenso (regiões
litorâneas), podem não se desenvolver em ambientes mais frios (região serrana). Por
outro lado, a plantas de climas mais amenos tendem a sofrer estresse devido aos
ambientes extremamente desfavoráveis (altas temperaturas). De modo geral, existe a
necessidade de um estudo prévio para a escolha de plantas adaptadas à micro
ambientes. Na prática é interessante na implantação de um jardim o conhecimento da
procedência da planta (ambiente ao qual ela esta mais adaptada).
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A Umidade Relativa do Ar (porcentagem de vapor de água): Esse índice varia
muito de local para local, dependendo da vegetação, altitude e proximidade do litoral. A
umidade do ar é um fator importante para o crescimento da planta; plantas em
ambientes cuja umidade é alta, tendem a necessitar de menos água, por transpirarem
menos. Por outro lado, a escolha de plantas adaptadas aos ambientes secos (umidade
baixa) como as suculentas, favorece uma melhor duração do jardim. Cabe ressaltar
que para a manutenção de plantas cultivadas em interiores (ambientes mais secos)
podem se tornar necessárias pulverizações com água (nevoa), pois poderão reduzir a
deficiência de água no interior.
Substrato (Meio de cultivo): se a exigência da planta for de um substrato leve,
com mais drenagem, ela necessitará de mais regas que as que exigem um substrato
mais denso. Também a textura do substrato altera a retenção da água, os mais finos
retêm mais água que os mais grossos.
Estádio da planta (crescimento, florescimento ou frutificação): quando florida a
planta necessita de mais água que o habitual. Uma planta murcha obviamente está
pedindo socorro.
Persistência da folhagem.
Sistema radicular e características plásticas decorativas da folhagem, tronco,
copa e coloração.

2.1 Irrigação

A água é listada como um dos principais fatores que determinam uma boa ou
má condução de um jardim. As plantas ao apresentarem as folhas murchas, sem brilho
e enroladas podem estar sofrendo de falta de água. A simples verificação da umidade
em que se encontra os primeiros 5 cm de solo pode determinar a necessidade de
irrigar (“molhar”) o jardim ou vaso. Por outro lado, o excesso de água pode ocasionar a
queima das brotações e pontas de folhas assim como a queda de folhas verdes.
Sendo assim, a rega (irrigação) das plantas deve ser equilibrada. Uma maneira
prática para a verificação do excesso ou falta de água em plantas em vasos é a
observação do acúmulo de água nos pratos. Quando se observa que a água
proveniente da rega começa a sair pelo furo do vaso, e sinal que a rega deve ser
suspensa.
Formas de irrigação
Rega por cima: É o processo mais comum, ideal para a maioria das plantas.
Consiste em regar diretamente no substrato utilizando um regador de bico fino, fazendo
com que a água penetre até começar a sair pelo furo de drenagem.
Imersão: É uma técnica especial e só serve para vasos de barro não
impermeabilizados, é uma espécie de UTI para plantas, socorre exemplares que
ficaram em situação crítica pela falta d'água. Também aconselhável para rega de
orquídeas e samambaias aplicadas em placas de fibra de coco.
As regas no jardim devem seguir as necessidades das plantas e culturas,
entretanto o principal problema ocorre em períodos longos de estiagem, quando
devemos interferir e fazer a irrigação. O cuidado a ter nesses casos é de se fazer às
regas nos períodos mais frios do dia, pela manhã e ao final da tarde.
Cabe ressaltar que os fungos precisam de água para germinar. Evite respigar
água, pois são os principais responsáveis pela transmissão de doenças entre as
plantas.

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2.2 Substratos e Meios de Cultivo

Substrato é todo o material utilizado como meio de germinação, manutenção e


crescimento de plantas, que não seja terra (solo).Importante observar que qualquer
produto que contenha TERRA (solo) em sua formulação NÃO É SUBSTRATO.
No Brasil o primeiro substrato agrícola foi comercializado em 1982. Mais de 20
anos depois os substratos são materiais imprescindíveis na agricultura moderna. Há
razão de 10 anos os substratos agrícolas tiveram suas fórmulas adaptadas para o uso
em jardinagem, nos projetos paisagísticos e na construção de campos esportivos.
Os substratos são constituídos de uma mistura balanceada de materiais
orgânicos e/ou minerais que têm a função de garantir uma boa e uniforme germinação,
proporcionar condições ideais para o perfeito enraizamento, reter água apenas o
necessário e permitir a disponibilidade de nutrientes.
Para que as condições ideais de cultivo sejam atendidas os substratos precisam
ser formulados de maneira que as principais características estejam em equilíbrio:
Físicas: Textura e densidade que permitam um suporte firme e uma boa relação
drenagem / aeração determinando uma relação ideal de ar / água que é fundamental
para a formação das raízes e conseqüentemente na qualidade da nutrição das plantas.
Químicas: pH e índice de sais suportáveis e em níveis adequados para que os
nutrientes possam ser absorvidos pelas plantas.
Biológicas: Conter material orgânico suficiente de forma que possa mineralizar e
disponibilizar nutrientes.
É importante ressaltar que as plantas retiram do substrato, através das raízes,
os nutrientes necessários para a sua manutenção e crescimento.
A grande maioria das plantas se desenvolve no solo, nele se apoiando e dele
retirando água e nutrientes necessários a sua sobrevivência. A maioria dos solos
possui uma camada superficial de espessura variável, rica em nutrientes e matéria
orgânica. À medida que nos aprofundamos no solo ele vai ficando mais compacto, o
que dificulta o desenvolvimento das raízes. De um modo geral denominamos na
jardinagem, a camada abaixo da superficial como sendo o subsolo. Abaixo do subsolo
encontramos a rocha-mãe e é dela que a maioria dos solos se originam, por sua
decomposição por milhares de anos.
O bom solo
Um jardim sem um solo adequado não é nada mais do que um jardim morto. É
do solo que a maioria das plantas retiram os nutrientes que são imprescindíveis para a
manutenção da vida e do seu desenvolvimento.
Basicamente, existem três maneiras simples de se identificar a qualidade do
solo:
1 – Tipo de plantas espontâneas (antigas plantas daninhas) do terreno
As características da vegetação sobre um terreno que dará origem a um
canteiro ajardinado indicam a qualidade do solo. Ou seja, algumas destas plantas
servem de indicativo se o solo é bom ou ruim. Quando a quantidade de plantas de
“terra boa” for superior ao número das de “terra ruim”, significa que este solo não exige
maiores preocupações.
Pode-se citar como exemplos de plantas de acordo com a fertilidade do solo:
Plantas de terra boa: mamona, caruru, fazendeiro, corda de viola, dente de leão.
Plantas de terra ruim: serralha, mostardas (todos os tipos), picão preto, mentruz,
carvoana.
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2- Coloração do solo
A cor do solo indica a composição do solo. Quanto mais escuro, mais rico
matéria orgânica (nutrientes).
Terra escura (preta ou marrom-escuro): é a melhor terra, pois têm uma boa
quantidade de matéria orgânica, ou seja, restos de plantas ou animais decompostos e
transformados em nutrientes.
Terra vermelha: possui qualidade inferior à terra escura. Contém argila, mineral
que confere a tonalidade avermelhada a terra, e funciona atraindo água e sais
minerais. O problema é que a argila é de fácil compactação, o que dificulta a livre
circulação de água e ar. Esse problema é resolvido com a adição de adubos ricos em
matéria orgânica e de condicionadores de solo (composto que altera as condições suas
físicas e, são produzidos a partir de turfa, resinas ou vermiculita).
Terra amarela: não possui matéria orgânica e nem argila. É composta por areia.
Não consegue reter água e sais minerais, sendo, portanto, muito pobre. Sua correção é
difícil e pouco indicada à jardinagem.

3- Análise de solo
Indica exatamente quais as virtudes e os defeitos do solo. Consiste em retirar
uma amostra do solo e enviar a laboratórios específicos, que em geral se localizam em
universidades ou outros centros de pesquisa, como a EMBRAPA, por exemplo. Para
fazer a amostra, basta coletar porções de terra do seu quintal, retirando cerca de cinco
centímetros da camada superficial e cavando vinte centímetros de profundidade. Para
se obter uma amostragem de todo o terreno, vá misturando as amostras de diferentes
pontos ficando apenas uma única amostra. Nesta deve-se aproveitar 300 gramas
aproximadamente, para enviar ao laboratório.
A análise de solo pode ser feita tanto para quem ainda quem está planejando
um jardim, quanto para aqueles que estão enfrentando dificuldades com um canteiro já
formado. Neste caso, há dois tipos de laudo técnico: o de plantio e o de manutenção.
Um problema comum para a jardinagem nos dias atuais é que nem sempre
temos solo na nossa área. Podemos ter aterro de qualidade variável, o que implica em
dizer que teremos obrigatoriamente que fazer práticas culturais que melhorem as
condições do terreno. Um dos piores tipos de aterro que podemos encontrar, do ponto
de vista da jardinagem, é o feito com saibro. Este tipo de aterro é compacto, quase sem
nutrientes e retém pouquíssima água. Outras vezes, as áreas que sobraram para a
execução de um jardim também foram utilizadas para esconder os restos das obras e
quando vamos implantar o jardim encontramos restos de cimento e entulho,
dificultando a operação.
Uma forma muito comum de se identificar o tipo de solo, na jardinagem, é dividi-
lo em solos de textura grossa (mais arenosos, muito soltos, com poucos nutrientes e
retém pouca água), solos de textura média (são os solos ideais) e solos de textura fina
(mais argilosos, muito compactos e retém pouca água).

2.3 Adubação

Na sua composição, o solo possui todos os nutrientes necessários ao


desenvolvimento da planta. No entanto, estes nutrientes se encontram em maior
quantidade nos primeiros centímetros do mesmo; algumas vezes, eles não estão em
quantidade suficiente para que a planta expresse todo seu potencial ou existem
elementos em níveis tóxicos para as plantas.

19
Assim, para repor os nutrientes que estão em quantidades abaixo do requerido
pelas plantas, praticamos a adubação, que é uma situação típica do preparo do
terreno. A adubação também é feita para repor os nutrientes extraídos pela planta para
o seu desenvolvimento. Para se entender a situação tomemos como o exemplo uma
planta no vaso (planta envasada). À medida que ela cresce, retira nutrientes da terra
para compor os seus tecidos. Quando uma folha cai, a retiramos do ambiente, pois
para a nossa estética, existe um efeito visual desagradável; com isto os nutrientes que
estavam nos tecidos desta folha morta vão embora. Ao colhermos uma flor, o mesmo
acontece, assim retiramos indiretamente os nutrientes da terra do vaso e nunca os
repomos. Deste modo, é de se esperar que em um dado momento esta planta sofra por
falta (deficiência) de nutrientes. Podemos então comparar as plantas ao homem, que
desde pequeno deve ser alimentado e tratado, caso contrário, apresenta sinais de
desnutrição, enfraquecendo ou até, morrendo.
A adubação deve ser baseada na análise do solo, uma vez que existem
recomendações para cada espécie e região e que podem ser obtidas em manuais de
adubação. As recomendações devem ser seguidas para que não tenhamos problemas
com toxidez ou deficiência de nutrientes. Existe um tipo de adubação generalizada,
geralmente denominada de "receita de bolo", que é uma forma de adubação indicada
para pequenos espaços e vasos. Como ela não leva em consideração a quantidade de
cada nutriente que esta no solo é, portanto, uma saída emergencial.
Muitas vezes podemos identificar os sintomas de deficiência de alguns
nutrientes pelo aspecto visual da planta. O rápido reconhecimento do sintoma de
deficiência (amarelecimento das folhas velhas, por exemplo) nos leva a uma reação da
nossa parte mais rápida, adubando e evitando assim maiores danos as plantas.

Quadro 1. Nutrientes e suas funções para as plantas.

Nutriente Função
N Estimula o crescimento vegetativo (maior produção de biomassa), maior
perfilhamento, aumenta o teor de proteína (constituinte de todos
aminoácidos); favorece a formação de gemas floríferas e frutíferas.
P Acelera a formação e o desenvolvimento de raízes; aumenta o vigor das
plântulas; favorece a produção de matéria seca (aumenta o teor de
carboidratos, óleos, gorduras e proteínas); aumenta a frutificação; apressa
a maturação dos frutos; auxilia a fixação simbiótica do N.
K Estimula a vegetação e o perfilhamento (gramíneas); aumenta o teor de
carboidratos, óleos, gorduras e proteínas; estimula o enchimento de grãos;
diminuindo o chochamento; promove armazenamento de açúcares e
amido; auxilia a fixação simbiótica do N; aumenta a utilização de água;
aumenta a resistência a secas, geadas, pragas e doenças.
Ca Estimula o desenvolvimento de raízes e de novas brotações; aumenta a
resistência a pragas e doenças; auxilia a fixação simbiótica do N; maior
pegamento das floradas.
Mg Constituinte da clorofila juntamente com o N; colabora no metabolismo do
fosfato, na respiração e como ativador de vários sistemas enzimáticos.
S Aumenta a vegetação e frutificação; aumenta o teor de óleos, gorduras e
proteínas; constituinte de aminoácidos e de vários compostos orgânicos
que dão odor ao alho, mostarda e cebola; promove a nodulação para
fixação simbiótica do N.

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Nutriente Função
B Colabora com o cálcio estimulando o crescimento de novas brotações e
novas raízes; germinação do grão de pólen e crescimento do tubo
polínico; maior pegamento da florada; aumenta a granação; menor
esterilidade masculina e chochamento de grãos.
Cu Necessário para formação da clorofila; aumenta a resistência a doenças,
menor esterilidade masculina (cereais).
Fe Auxilia na formação da clorofila; fixação biológica de nitrogênio;
Mn Tem ação direta na fotossíntese ajudando na síntese de clorofila; aumenta
a resistência a algumas doenças.
Mo Fixação simbiótica de nitrogênio e conversão de P inorgânico em P
orgânico na planta.
Zn Estimula o crescimento e frutificação; auxilia na síntese de substâncias do
crescimento e nos sistemas enzimáticos, é essencial para a formação de
clorofila e de carboidratos.
Cl Envolvido em reações de energia nas plantas; participa da fotólise da
água e ativador de sistemas enzimáticos; auxilia o transporte de vários
cátions dentro da planta (K, Ca, Mg); controle das perdas de água da
planta através da regulação da transpiração.
Co Fixação de nitrogênio; ativador enzimático; favorece maior crescimento de
raízes.
Se Favorece o crescimento e frutificação.
Si Aumenta a resistência a doenças; diminui a toxidez de metais pesados;
essencial ao crescimento de algumas monocotiledôneas.

2.3.1 Tipos de adubos

Por definição, adubo é todo material que se coloca no solo com a finalidade de
fornecer nutrientes para as plantas. Os adubos são encontrados de diversas maneiras
nas casas especializadas. Eles podem ser divididos em adubos sólidos (pó, granulado,
bastão ou pastilha) e adubos líquidos. Outra divisão é entre adubos minerais e adubos
orgânicos, e esta é a divisão que nos interessa de imediato. Tanto a adubação mineral
quanto a orgânica é feita com o objetivo de se obter um desenvolvimento adequado
das plantas através da manutenção dos níveis ótimos dos nutrientes.
Por definição, adubo é todo material que se coloca no solo com a finalidade de
fornecer nutrientes para as plantas. Os adubos são encontrados de diversas maneiras
nas casas especializadas. Eles podem ser divididos em adubos sólidos (pó, granulado,
bastão ou pastilha) e adubos líquidos. Existe uma diferenciação entre adubos minerais
e adubos orgânicos, e esta é a diferença que nos interessa de imediato. Tanto a
adubação mineral quanto a orgânica é feita com o objetivo de se obter um
desenvolvimento adequado das plantas através da manutenção dos níveis ótimos dos
nutrientes. Caso haja a disponibilidade devemos dar preferência sempre pela adubação
orgânica, que além dos nutrientes ela também promoverá benefícios de caráter físicos
ao solo (porosidade; umidade, etc.)
Adubos minerais
Os adubos minerais, que antigamente eram chamados de químicos, são
produzidos, na maioria das vezes, a partir de jazidas minerais (rochas). Com isso, os
nutrientes estão em concentrações elevadas nestes tipos de adubos. Como são, na
21
sua maioria, altamente solúveis em água, rapidamente ficam disponíveis para serem
utilizados pelas plantas.
As altas concentrações deste tipo de adubo, que poderia representar uma
vantagem sobre os adubos orgânicos, é também uma desvantagem porque o seu uso
inadequado pode rapidamente levar o nutriente a atingir níveis tóxicos para as plantas.
Além de que, se forem colocados junto às plantas ou suas raízes, eles podem "queimá-
las", levando-as, em casos extremos, a morte.
Os adubos minerais podem ser encontrados em fórmulas simples, quando
possui apenas um ou dois nutrientes, ou fórmulas compostas (compradas prontas ou
preparadas por nós), também chamadas de formulação e contém vários nutrientes. Na
distribuição dos adubos minerais é conveniente colocar toda a dose de fósforo numa
única adubação e parcelar as doses de potássio e nitrogênio em duas ou três vezes. O
principal problema de parcelarmos a aplicação é o custo da mão de obra.
Quando temos que aplicar micronutrientes, estes devem ser colocados em uma
única aplicação.
Um outro fato para o qual devemos estar atentos é que os adubos podem ser
incompatíveis entre si, de maneira que ao usarmos dois diferentes adubos minerais
precisamos verificar se eles podem ser aplicados ao mesmo tempo.

Quadro 2. Adubos minerais mais utilizados em jardinagem.


Nome do adubo %N %P %K
Uréia 45 --- ---
Superfosfato triplo --- 30 ---
Termofosfato --- 19 ---
Cloreto de potássio --- --- 60
Fosforita --- 30 ---
Nitrato de potássio 13 --- 44
Sulfato de potássio --- --- 48
Salitre do Chile 16 --- 14

As formulações, que nada mais são do que a mistura de dois ou mais adubos
simples, são encontradas com a denominação N-P-K, e possuem uma numeração 10-
10-10, 4-14-8, dentre outras Esta numeração indica as porcentagens em que cada
nutriente está presente na formulação. Assim um adubo 4-14-8 apresenta 4% de N, 14
% de P2O5 e 8% de K2O. Como temos 100 quilos do adubo formulado temos então 4
quilos de N, 14 quilos de P2O5, 8 quilos de K2O e 74 quilos de substância inerte.
Adubos orgânicos
Os adubos orgânicos são aqueles obtidos de material animal ou vegetal, parcial
ou totalmente decompostos através dos microrganismos do solo. Possuem baixa
concentração dos nutrientes, motivo pelo qual precisamos de uma quantidade maior
deste tipo de adubo quando comparados com os adubos minerais. Cabe ressaltar que
a liberação dos nutrientes provenientes destes adubos orgânicos é lenta para o solo.
Pode-se destacar como uma vantagem dos adubos orgânicos, quando
comparados aos minerais, a melhoria da parte física do solo. Eles têm uma atuação na
melhoria da retenção de água (umidade do solo) e estrutura do solo (textura). Os
adubos orgânicos podem ser obtidos de forma indireta através do processamento da
matéria vegetal, animal, biofertilizante líquido e compostos orgânicos. Ao se utilizar
esterco animal, deve-se constatar se, os mesmos, estão devidamente curtidos, de
modo que se evite, no solo, o processo de fermentação, que pode matar as plantas por
22
elevação da temperatura. Deve-se ter um cuidado especial no trato do esterco de
cavalo, que pode transmitir tétano e só deve ser utilizado após compostagem. Por outro
lado, pode-se, ainda, fazer o uso de húmus, que é um produto natural, obtido a partir
da minhoca, por criadores especializados.

Quadro 3. Adubos orgânicos mais utilizados em jardinagem.


Nome do adubo %N %P %K
Esterco de cavalo 0,54 0,23 0,54
Esterco de gado 0,40 0,20 0,44
Esterco de galinha 1,63 1,55 0,80
Esterco de porco 0,45 0,19 0,60
Farinha de osso 2,00 24,00 ---
Algas secas 0,45 0,46 1,29
Cinzas de madeira --- --- 15,00
Composto orgânico 1,20 1,40 0,50
Torta de mamona 5,60 2,00 1,00

2.3.2 Compostagem

Compostagem pode ser definida como a decomposição da matéria orgânica na


presença de ar. Os materiais para confecção do composto são, basicamente, resíduos
animais (esterco) e resíduos vegetais (grama aparada e folhas).
Os resíduos vegetais utilizados na compostagem não devem ser lenhosos, pois
são de difícil decomposição. A passagem dos restos de vegetais por um triturador
auxilia a compostagem, dando rapidez ao processo. O esterco deverá ser
preferencialmente fresco.
Para a montagem da pilha de compostagem deve-se, primeiramente, escolher
em local sombreado, com boa drenagem e próximo a fonte de água. A pilha deverá ser
construída colocando-se uma camada de resíduos vegetais de 15 cm e de esterco com
5 cm de altura. Sendo que a altura da pilha não deverá ser superior a 1,20 m, sua
largura deve ser de 1,00 m e o comprimento fica a critério da sua disponibilidade de
material para sua montagem. Pilhas muito altas são de difícil revolvimento, por outro
lado, pilhas muito largas podem não ser possível umedecê-las por igual.
Pode-se acrescentar cinza de madeira; farinha de ossos na base de 0,25 a 0,5
2
kg/m nas camadas composto, conforme a situação do pH do solo a ser aplicado o
composto, uma vez que a cinza promove o aumento do pH. Outros materiais orgânicos
disponíveis no momento, mesmo que de resíduos industriais de origem conhecida,
também podem ser utilizados (torta de mamona, etc.).
Cabe ressaltar que o composto deverá ser umedecido, de forma que não fique
encharcado, pelo menos três vezes por dia. De tempos em tempos, deverá ser revirado
para que ocorra seu arejamento. O momento certo de revirar a pilha é quando ela
atinge cerca de 70ºC em seu interior, caso contrário haverá uma carbonização com
presença de cinzas. Esta temperatura pode ser verificada colocando-se um pedaço de
vergalhão no interior da pilha e quando retirado após quinze minutos não poderá
queimar as mãos.
Uma vez formada a pilha, o processo de compostagem leva de 60 a 90 dias
para chegar ao final. O tempo gasto depende de vários fatores, como manejo
adequado, material utilizado e fatores climáticos. O composto estará pronto quando ao

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esfregar-se um pouco do material umedecido entre as mãos, o mesmo apresentar-se-á
com aspecto de uma graxa preta.
Cuidados rotineiros
A seguir apresentamos uma lista de atividades que irão manter suas plantas
sempre saudáveis e conseqüentemente mais bonitas por muito tempo.
Cuidado constante - Observe seu jardim e suas plantas com regularidade.
Remova sempre as folhas velhas. Corte as pontas das folhas escurecidas. Utilize
sempre substrato de boa qualidade. Quando regar não molhe as folhas. Os fungos
precisam de água para germinar. Evite respigar água, os respingos são principais
responsáveis pela transmissão de doenças entre as plantas. Mantenha suas
ferramentas sempre limpas e esterilizadas. Ferramentas cegas e/ou sujas prejudicam
as plantas e transmitem doenças. Cuide sempre da iluminação das plantas. Isole
plantas doentes das demais.
Diariamente - Verifique quais plantas precisam de água. Remova as flores
murchas. Elimine folhas secas, deterioradas ou manchadas.
Semanalmente - Verifique a consistência do substrato, caso seja necessário
complete o vaso ou canteiro. Vire os vasos para que as plantas recebam luz por igual;
se não fizer isso as plantas irão se desenvolver só para uma lado ficando deformadas.
Verifique as condições ambientais: temperatura, luminosidade, umidade atmosférica e
ventilação.
Mensalmente - Faça a imersão em água das plantas que estão em vasos
pendentes. Faça muda dos exemplares mais bonitos. Desponte as plantas que têm
brotos fracos. Corte a ponta dos ramos das plantas que você pretende deixar mais
densas. Pulverize ou passe um pano nas folhas para eliminar a poeira.
Trimestralmente - Verifique se as raízes estão saindo pelo furo de dreno do
vaso, ou seja, se a planta precisa ser transferida para um vaso maior ou ser adaptada
para o mesmo.
Anualmente - Faça podas. Reenvase as plantas que necessitem de novos
recipientes ou de uma carga de substrato para renovar o meio de cultivo.

2.4 Podas

A poda é o melhor método para manter suas plantas num tamanho razoável,
elegantes e saudáveis.
Antes de iniciar a poda, certifique-se que as ferramentas que serão utilizadas
estejam bem afiadas e limpas. Um corte “mastigado” leva mais tempo para cicatrizar,
expondo a planta às doenças.
Toda poda é utilizada para alguma finalidade e cada qual possui uma técnica
diferente:
Abrindo uma planta densa: Comece eliminando os ramos fracos e doentes. Se
você cortar os ramos logo acima de uma gema um novo ramo irá nascer no local da
poda só que mais fino do que aquele que foi eliminado. Caso deseje eliminar o ramo
todo o corte bem rente ao caule ou ao ramo maior do qual ele brotou.Continue podando
até obter o efeito desejado.
Removendo ramos ladrões: Algumas plantas produzem brotações grandes e
vigorosas, mas que lhes dão aspecto desordenado, esses ramos ou brotações podem
e devem ser removidos a qualquer época do ano. Normalmente são chamados de
ladrões, pois utilizam muita força planta para crescerem, prejudicando os demais.

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Poda sanitária: Uma boa prática no trato das suas plantas é a remoção dos
ramos doentes e com folhagem descolorida. Quanto mais rápido for eliminado um ramo
doente ou infectado, mais fácil será salvar a planta. Todo ramo infectado ou doente
deve ser eliminado por inteiro.

3. BOTÂNICA BÁSICA

3.1 Classificação das Plantas

As plantas são classificadas de modo geral em perenes e anuais, e esta


classificação está ligada ao tempo que a planta leva para completar seu ciclo de vida:
nascer, crescer, reproduzir-se e depois morrer.
As plantas classificadas como anuais são aquelas que completam todo o seu
ciclo em um ano ou menos. Normalmente elas possuem flores muito belas e/ou
folhagens exuberantes, de modo que cause grande atração dos polinizadores,
garantindo assim a manutenção da sua espécie. Sua utilização em espaços como
jardins públicos são restritos, pois teremos sempre que fazer reposição destas plantas,
o que significa maiores gastos. Já em galerias, empresas, shoppings e feiras podemos
fazer uso destas plantas justamente pela necessidade de constante reposição, pois
estes ambientes pedem um jardim que muda de aparência constantemente. Ao
confeccionarmos um jardim com plantas anuais, temos que ter em mente que os
gastos podem ser vultuosos, o que pode ser incompatível com o capital disponível para
manutenção dos mesmos.
Plantas perenes são aquelas que permanecem durante um longo período para
completarem o seu ciclo de vida. Muitas plantas perenes são belíssimas e também
possuem belas flores, como as árvores, por exemplo.
A informação sobre o comportamento da planta, se anual ou perene, é muito
importante para o bom jardineiro.
Outra classificação relevante para as plantas é quanto ao seu porte (tamanho,
altura). Geralmente, plantas até 60 cm, são classificadas como de porte herbáceo, já
plantas de 0,60 a 1,20 m, são classificadas como arbustos. As arvoretas classificam-se
entre 1,20 m a 3,0 m de altura. Arvores estão classificadas acima de 3,0 m de altura.

3.2 Métodos de Propagação de Plantas

Na jardinagem, uma muda de boa qualidade é essencial para que os nossos


jardins fiquem perfeitos. A produção de uma boa muda irá depender tão somente do
material e da técnica empregada na propagação vegetal.
O jardineiro deve tomar as devidas precauções para que o seu material não seja
contaminado, uma vez que a utilização de material contaminado leva a disseminação
de pragas e doenças. As plantas matrizes devem ser rigorosamente livres de pragas e
doenças e inspecionadas (verificadas) com freqüência.
As plantas em geral podem ser propagadas por dois diferentes modos:
sexuadamente ou assexuadamente (vegetativamente). A propagação sexuada ocorre
quando há o processo de fecundação, com a conseqüente formação de sementes. A
propagação assexuada não envolve fecundação, não havendo, portanto, formação de
sementes.

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3.2.1 Propagação sexuada

Uma planta é propagada sexualmente quando nos utilizamos suas sementes


para obtenção de novas plantas. Algumas espécies, como o coco da Bahia, só podem
ser propagadas de forma sexuada.
As maiores vantagens apresentadas na utilização de sementes como meio de
multiplicação das plantas são a facilidade de transporte, armazenamento das mesmas
e o seu baixo custo. Uma grande desvantagem é a incapacidade da planta-filha ser
idêntica a planta-mãe, podendo ocorrer inúmeras variações, principalmente quanto a
cor. Outra desvantagem, é que com o tempo a semente vai perdendo o seu poder de
germinação, chegando um momento em que ela é totalmente inviável.
Quando propagamos por sementes uma planta, ela apresenta duas fases bem
distintas no seu desenvolvimento. A primeira fase é denominada fase juvenil. Nesta
fase ocorre um grande crescimento vegetativo, as plantas enraízam bem e não
florescem mesmo em condições favoráveis. A segunda fase é denominada madura, as
plantas crescem com menor velocidade, assumem conformação típica da espécie,
dificilmente enraízam e em condições propícias, florescem.
Como curiosidade, aproximadamente 75% das plantas herbáceas anuais, 25%
das herbáceas perenes, 20% dos arbustos, quase 100% das árvores e 100% das
palmeiras são propagadas por meio de sementes.
Já na reprodução assexuada, não ocorre o processo de fecundação, com isso a
planta oriunda é cópia fiel da planta matriz. Neste caso, uma determinada parte da
planta matriz será utilizada para que se forme uma nova planta. Assim, teremos uma
planta que poderá ser gerada a partir de uma folha, raiz ou caule (estrutura
propagativa). Qualquer que seja à parte do vegetal que dê origem a uma nova planta
ou o método empregado, sua muda será denominada clone.
Na propagação de plantas, buscam-se características como reprodução da cor
e/ou tipo de flor e/ou fruto, além de características como resistência a pragas e
doenças, frio ou calor e resistência ao encharcamento.
Alguns processos vegetativos ocorrem espontaneamente na natureza e de
forma abundante, como por exemplo, a formação de estolões. Outros, só acontecem
raramente, como a mergulhia. A enxertia, provavelmente teve sua origem na
observação de que após longo tempo se atritando os galhos podiam se soldar (unir).
Os processos de propagação vegetativa que ocorrem freqüentemente na
natureza se dão por meio de: bulbilhos aéreos, bulbos, esporos, estolões, filhotes,
folhas, raízes tuberosas, rebentos, rizomas e tubérculos.
Os processos de propagação vegetativa que raramente ocorrem na natureza
são a alporquia, a enxertia, a estaquia e a mergulhia.
Em todos estes processos, com exceção da enxertia, ocorre a reação de
autodefesa do vegetal, que permite que toda a parte destacada cicatrize a lesão
existente no ponto da separação. Uma intensa atividade celular provocada por
hormônios, obtura (fecha) rapidamente a ferida com uma intumescência denominada
"callus", sobre a qual, em condições propícias, fazem surgir as raízes rapidamente.
Estas raízes passam a dar ao órgão amputado condições de se alimentar e evoluir
como uma nova planta.

3.2.2 Propagação assexuada ou vegetativa natural (Estruturas propagativas)

Bulbilhos aéreos
Este tipo de propagação acontece por meio de pequenos bulbos produzidos na
parte aérea da planta. Ao serem destacados da planta mãe devem ser colocados em
26
ambiente adequado. Alguns podem apresentar dormência para que possam dar origem
a plantas de boa qualidade.
Bulbos
Os bulbos são caules subterrâneos, ou seja, caules modificados que
apresentam um reduzido crescimento vertical. Eles se caracterizam por acumular
substâncias de reserva e se apresentam como um cone achatado. Na porção superior,
encontramos as gemas como nos caules comuns, inclusive com dominância apical.
O bulbo pode ser produzido em resposta a algum estímulo, temperatura ou luz,
recebido pelas folhas ou não. É normal que ocorra um secamento da parte aérea
quando os bulbos estão maduros.
Estolões
São caules que apresentam crescimento horizontal, podendo ser diferenciados
dos rizomas por terem entrenós mais longos, menor diâmetro e não apresentarem
raízes ao longo dos entrenós. Podem ser aéreos ou subterrâneos. Uma planta adulta
pode emitir diversos estolões.
Filhotes
São brotações que surgem nas inflorescências e podem ou não apresentar
raízes. Um exemplo de planta que apresenta filhotes é o agave.
Folhas
Diversas plantas apresentam gemas no bordo das folhas, capazes de se
transformarem em novas plantas. Algumas apresentam brotações quando ainda estão
ligadas à planta matriz, outras, precisam ser destacadas para que possam emitir as
brotações.
Raízes tuberosas
Muito embora as raízes não apresentem gemas vegetativas, em alguns casos
elas podem ser utilizadas como material para propagação vegetativa. Para que isto
ocorra, elas devem apresentar capacidade de desenvolver gemas adventícias e
possuírem acúmulo de reservas.
Rebentos
São brotações que surgem na porção subterrânea da planta matriz, seja esta
porção caule ou raiz. Um exemplo típico de rebentos acontece em bromélias.
Rizomas
São caules modificados, que apresentam crescimento horizontal, podendo ser
subterrâneo ou superficial. A capacidade de emissão de raízes adventícias deste
material é elevada. Eles são ricos em reservas, possuem gemas laterais e dominância
apical.
A profundidade de ocorrência varia conforme a espécie. Eles tendem a procurar
naturalmente a profundidade ideal, corrigindo assim, erros no plantio ou manejo.
Um rizoma pode ser dividido em pedaços, desde que contenha no mínimo duas
gemas (olhos) por pedaço. Aconselha-se que cada pedaço não seja menor do que dez
centímetros.
Tubérculo
Assim como os bulbos e rizomas o tubérculo também é um caule modificado,
formado a partir de uma expansão e pelo grande acúmulo de substâncias de reserva
na região dos estolhos. É comum denominarmos os tubérculos de batatinha.

27
3.2.3 Propagação assexuada ou vegetativa induzida

A alporquia é feita quando o ramo é não flexível e herbáceo (não muito novo), A
principal vantagem do uso deste método está obtenção de mudas de maior porte, sem
perda de folhas.
O processo consiste em retirar no local onde irá ser feito o alporque uma parte
da casca do ramo. Sendo esta região revestida com material que servirá de substrato
(esfagno). O substrato é envolvido por um filme plástico transparente que será bem
amarrado em suas extremidades para não perder umidade.
Em alguns casos, poderemos fazer a alporquia diversas vezes no mesmo ramo
sendo uma de cada vez e começando na parte apical. O ramo para a alporquia não
deverá ter menos de vinte centímetros.
Mergulhia
É um método de propagação no qual a planta a ser formada só é destacada da
planta matriz após o enraizamento, beneficiando-se de toda substância produzida pela
mesma durante o processo. Neste método, o ramo da planta matriz será obrigado a
ficar com uma porção enterrada em pleno solo ou em vaso que provocará o
enraizamento. Esta técnica pode ser realizada em qualquer planta; no entanto é
aconselhável seu uso apenas quando o processo de estaquia não dá resultados, pois é
um procedimento demorado.
Estaquia
É o processo pelo qual se multiplicam pequenas porções de caule, folhas ou
raízes, quando estas são postas sob condições adequadas, de modo que o surgimento
de uma nova muda possa ocorrer.
Existem diversos fatores que afetam o enraizamento das estacas, sendo que
estes fatores podem ser ligados ao meio ou a planta. Fatores ligados ao meio
propagativo como a umidade do ambiente e do substrato devem ser mantidas
adequadas, de modo a reduzir a perda de água pelas estacas, Cabe ressaltar que os
leitos de enraizamento podem ser feitos sobre o solo ou suspensos, devendo
apresentar boa drenagem.
Estacas de caule
As estacas de caule são classificadas como estacas herbáceas que são
tomadas das pontas dos ramos e geralmente possuem folhas. Estacas semilenhosas
são as recolhidas na região média do ramo. Estacas lenhosas ou basais que são
originadas da região madura dos ramos.
O tipo de estaca a ser retirado é definido em função das características de
enraizamento que a planta matriz apresenta e o tipo de manejo que irá receber. De um
modo geral, as estacas lenhosas podem ser produzidas em leitos de enraizamento
abertos, sem controle de temperatura e umidade. As estacas herbáceas necessitam de
cuidados com temperatura e umidade, sendo produzidas em ambientes controlados. Já
as estacas semilenhosas ocupam uma posição intermediária.
É aconselhável o uso de hormônio enraizador quando queremos produção em
larga escala, sendo que as estacas herbáceas, normalmente, dispensam seu uso.
Estacas herbáceas simples são denominadas estacas de ponteiro. Devem ir
rapidamente para o leito de enraizamento. No seu preparo, retiram-se as folhas da
parte mais baixa e cortam-se as demais pelo meio para reduzir a transpiração.
Estacas semilenhosas e lenhosas simples são obtidas pela divisão dos ramos
em pedaços cujo comprimento ficará entre trinta e quarenta centímetros, diâmetro
variando de meio a um centímetro e tendo entre quatro e cinco gemas. Estas estacas

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devem ser desprovidas de folhas e suas extremidades cortadas em bisel. Quando se
precisa transportar ou armazenar estas estacas para posterior plantio, deve-se fazer
apenas o bisel da parte superior, sendo o da parte inferior feita no momento do plantio,
de modo que não se colocam as estacas invertidas no leito de enraizamento.
Estacas de folha
É um tipo de reprodução muito conhecido, pois diversas plantas ornamentais se
reproduzem assim, entre elas a mais notável é a violeta-africana. Para este tipo de
propagação, as folhas escolhidas devem ser maduras, evitando-se as folhas jovens.
Deixar ou não o pecíolo na estaca de folha é uma característica própria de cada planta.
Enxertia
A enxertia consiste em se implantar uma parte do vegetal que se deseja
enxertar, denominado enxerto, garfo ou cavaleiro, sobre um outro vegetal denominado
porta-enxerto ou cavalo, que o suportará e fornecerá água e nutrientes necessários
para seu desenvolvimento. Este método permite propagar variedades ornamentais,
frutíferas e hortícolas, cuja reprodução por sementes seria impossível e que não são
possíveis de se multiplicar por estaquia ou mergulhia, ou quando se deseja obter
características distintas entre parte aérea de uma planta e a raiz de outra, por exemplo,
buscando-se resistência a doenças de solo, pragas e vigor.
As raízes do cavalo encarregam-se da nutrição e fornecimento de água,
enquanto o cavaleiro encarrega-se das substâncias elaboradas na parte aérea,
florescimento e frutificação.
Como vantagens do processo de enxertia destacam-se:
9 A enxertia das folhas, flores e dos frutos apresentam as mesmas características
da planta matriz;
9 A enxertia faz com que plantas adquiram resistência a doenças e/ou pragas do
solo;
9 A enxertia favorece a precocidade, ou seja, ela produzirá mais rapidamente.

Para obtenção de uma boa muda enxertada são necessários uma série de
cuidados, dentre estes se destacam os seguintes:
9 As plantas que perdem as folhas no inverno, em geral, não podem ser
enxertadas sobre plantas que não perdem as folhas;
9 Plantas que estejam lenhosas não podem ser enxertadas sobre plantas que
estejam herbáceas;
9 Deve-se procurar semelhança no porte e vigor do cavalo e cavaleiro; nunca
enxertar cavaleiro muito vigoroso em cavalo menos vigoroso;
9 Não colocar o cavaleiro de cabeça para baixo, ou seja, não invertê-lo;
9 A temperatura do ambiente não deve ser nem alta nem baixa ficando entre 25 e
30 ºC;
9 Quanto mais úmido estiver o ambiente melhor para a planta enxertada, mas
devemos evitar dias chuvosos para executar a enxertia;
9 A enxertia deve ser feita nas horas mais frescas do dia, devendo-se evitar dias
com muitos ventos para realizá-la;
9 Em solos pobres e secos o enxerto pega menos que em solos férteis e frescos;
9 O cavalo e o cavaleiro devem estar sadios;

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Existem três tipos básicos de enxertia: borbulhia, garfagem e encostia. Em todos
eles o final do procedimento ocorre com cavalo e cavaleiro sendo bem amarrados para
que possam se soldar e transformar-se em uma única planta.
Borbulhia
Neste tipo justapõe-se apenas uma gema sobre o cavalo. Após o pegamento
elimina-se a parte aérea do cavalo. Alguns preferem inclinar a parte aérea do cavalo,
prendendo-a ao solo formando um arco, para que a borbulha passe a exercer uma
dominância apical, para tanto a borbulha deverá ficar no ponto mais alto do arco, este
mesmo processo é feito com a garfagem lateral. A borbulhia apresenta diversos tipos a
seguir listamos e exemplificamos os principais:
9 Borbulhia em T normal: com um canivete de enxertia faz-se um corte na casca
no sentido vertical e depois no sentido horizontal na parte de cima do primeiro corte.
Levanta-se a casca e cuidadosamente se introduz a borbulha;
9 Borbulhia em T invertido: semelhante a anterior, sendo que o segundo corte é
feito na posição inferior do primeiro. Possui a vantagem de evitar a entrada de água;
9 Borbulhia em janela aberta: retira-se uma placa do cavalo, fazendo na casca
dois cortes horizontais e dois cortes verticais. A borbulhia deve ser do mesmo tamanho
que a placa retirada do cavalo, para que se adapte bem ao mesmo;
9 Borbulhia em janela fechada: faz-se no cavalo dois cortes horizontais e um corte
vertical. Levanta-se a casca e coloca-se a borbulhia.
Garfagem
Neste processo une-se um pedaço de ramo destacado (garfo) sobre uma outra
planta (cavalo). A diferença entre a borbulhia e a garfagem é que na segunda
normalmente há mais de uma gema. A garfagem apresenta diversos tipos a seguir
listamos e exemplificamos os principais:
9 Garfagem lateral sob casca de ramo simples: faz-se no cavalo um corte em
forma de T. Coloca-se o garfo na parte lateral do cavalo e sob a casca. Faz-se um
corte em bisel no garfo e introduz-se no cavalo;
9 Garfagem em fenda simples: é feita quando o cavalo é mais grosso que o garfo.
Devemos estar atentos para que as cascas do cavalo e a do garfo fiquem encostadas;
9 Garfagem em fenda dupla: feita no caso do garfo e cavalo terem a mesma
espessura. Deve ser a preferida por permitir o contato das cascas por dois lados;
9 Garfagem à inglesa simples: feita no caso do garfo e cavalo terem a mesma
espessura. A operação consiste somente no corte em bisel tanto no garfo quanto no
cavaleiro e a união dos mesmos.
Encostia
Encostia lateral em placas: faz-se um pequeno entalhe de mesmo tamanho no
cavalo e outro de igual tamanho no cavaleiro, unimos os dois pelo entalhe. Quando a
enxertia estiver consolidada fazemos o desmame (ou separação) e a poda da parte
aérea do cavalo.

4. PRAGAS E DOENÇAS

Um jardim nunca está livre de pragas e doenças. A sua presença, geralmente


está ligada a fatores que determinam o desequilibro populacional e a redução da
qualidade do jardim. Como alguns exemplos, podem-se destacados: podas mal feitas,
desequilíbrios nutricionais e o excesso ou a falta de água. A explosão populacional de
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pragas e doenças também está intimamente ligada à época do ano. Sabe-se que
pragas tendem a aumentar a sua população nas épocas mais quentes. Por outro lado,
doenças têm sua incidência aumentada em épocas de clima mais amenos.
De modo geral, quando observamos a incidência de pragas ou doenças
infestando a jardim devemos fazer uso de controles visando à redução do ataque. Por
outro lado, é de fundamental importância a conscientização de que insetos como a
joaninha serve como inimigo natural para pragas que, por ventura, possam infestar as
plantas do jardim. Assim como a presença de abelhas, por exemplo, indica a
possibilidade da ocorrência da propagação sexuada, cabe ressaltar que a abelha é um
agente polinizador eficaz.
Manter em equilíbrio o estado de saúde das plantas, no Brasil, é mais conhecido
como defesa sanitária vegetal, que pode ser preventiva ou curativa.
Preventiva – visa evitar a instalação de pragas e doenças;
Curativa – visa erradicar as pragas e doenças instaladas que causem danos
econômicos. Neste caso são utilizados os fitofármacos, ou seja, os defensivos
agrícolas de origem natural e os agrotóxicos sintéticos.
Terapêutica Convencional – utilização de quimioterapia – agrotóxicos sintéticos.
Terapêutica Alternativa – utilização de defensivos agrícolas de origem natural,
que são os protetores das plantas e que não apresentam ação tóxica para o homem e
animais. Um exemplo de origem alternativa: Bacillus, thurigiensis e Metharrizium
anisophilae.

4.1 Principais Pragas

Pulgões

Os pulgões podem ser pretos, marrons, cinzas e verdes. Alojam-se nas folhas
mais tenras, brotos e caules, sugando a seiva e deixando as folhas amareladas e
enrugadas. Em grande quantidade podem debilitar demasiadamente a planta e
transmitir doenças perigosas. Podem aparecer em qualquer época do ano, mas os
períodos mais propícios são a primavera, o verão e o início do outono. Precisam ser
controlados logo que notados, pois multiplicam-se com rapidez.
Dica - As joaninhas são predadoras naturais dos pulgões. Um chumaço de
algodão embebido em uma mistura de água e álcool em partes iguais ajuda a retirar os
pulgões das folhas e isso pode ser feito semanalmente; aplicações de calda de fumo
ou macerado de urtiga também são indicados.
Cochonilhas

As cochonilhas são insetos minúsculos, geralmente marrons ou amarelos, que


alojam-se principalmente na parte inferior das folhas e nas fendas. Além de sugar a
seiva da planta, as cochonilhas liberam uma substância pegajosa que facilita o ataque
de fungos, em especial, o fungo fuliginoso (fumagina).
Nota-se sua presença quando as folhas apresentam uma crosta com
consistência de cera. Algumas cochonilhas apresentam uma espécie de carapaça dura,
que impede a ação de inseticidas em spray. Neste caso, produtos à base de óleo
costumam dar melhores resultados, pois formam uma capa sobre a carapaça,
impedindo a respiração do inseto. A calda de fumo costuma dar bons resultados
também.

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Dica - as joaninhas também são suas predadoras naturais, além de certos tipos
de vespas; calda de fumo e a emulsão de óleo são os métodos naturais mais eficientes
para combatê-las; deve-se evitar o controle químico mas, quando necessário em casos
extremos, normalmente são usados óleo mineral e inseticida organofosforado.
Moscas Brancas

São insetos pequenos e, como diz o nome, de coloração branca. Não é difícil
notar sua presença ao esbarrar numa planta infestada por moscas brancas, é possível
ver uma pequena revoada de minúsculos insetos brancos. Costumam localizar-se na
parte inferior das folhas, onde liberam um líquido pegajoso que deixa a folhagem
viscosa e favorece o ataque de fungos. Alimentam-se da seiva da planta. As larvas
deste inseto, praticamente imperceptíveis, também alojam-se na parte inferior das
folhas e, em pouco tempo, causam grande infestação.
Dica - é difícil eliminá-las, por isso muitas vezes é preciso aplicar insetidas
específicos para plantas. Quando o ataque é pequeno, o uso de plantas repelentes
como tagetes ou cravo-de-defunto (Tagetes sp), hortelã (Mentha sp), calêndula
(Calendula officinalis), arruda (Ruta graveolens) costumam dar bons resultados. Por
outro lado, usando uma solução de 5 gramas de sabão em pó em 20 litros de água
pode ter controle eficaz.
Lesmas e caracóis

Normalmente atacam à noite, furando e devorando folhas, caules e botões


florais, mas também podem atingir as raízes subterrâneas.
Uma forma de controle seria a utilização de cal virgem ou sal grosso, colocados
diretamente sobre a lesma ou caracol.
Lagartas

Costumam atacar as plantas de jardim, mas, em alguns casos, também podem


danificar as plantas de interior. Fáceis de serem reconhecidas, as lagartas costumam
enrolar-se nas folhas jovens e literalmente comem brotos, hastes e folhas novas,
formando uma espécie de teia para proteger-se.
Todas as plantas que apresentam folhas macias estão sujeitas ao seu ataque.
As chamadas "taturanas" são lagartas com pêlos, e algumas espécies podem queimar
a pele de quem as tocar. Caso não apresente um ataque maciço, o controle das
lagartas deve ser manual, ou seja, devem ser retiradas e destruídas uma a uma,
lembrando que é importante usar uma proteção para a que a lagarta não toque na pele.
A Calda de Angico ajuda a afastar as lagartas não prejudicando a planta, além do uso
de plantas repelentes, como a arruda, mantendo-as afastadas.
Dicas - aves e pequenas vespas são suas inimigas naturais. É preciso lembrar
que sem as lagartas, não há borboletas. Ao eliminá-las completamente, se está
privando da beleza e da graça desses belos seres alados. Mais uma vez, o equilíbrio é
a chave.
Ácaros

O tipo de ácaro mais comum é conhecido como ácaro-vermelho, tem a


aparência de uma aranha de cor avermelhada. Ataca flores, folhas e brotos, deixando
marcas semelhantes à ferrugem. O ataque de ácaros diminui o ritmo de crescimento,
favorece a má formação de brotos e, em caso de grande infestação, pode matar a
planta. Ambientes quentes e secos favorecem o desenvolvimento dessa praga. Apesar
de quase invisíveis a olho nu, sua presença é denunciada pelo aparecimento de uma
teia fina. Costuma atacar mais as plantas envasadas do que as que estão em
canteiros.
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Dicas - uma boa dica é borrifar a planta com água e sabão em pó (5gr/20l),
regularmente, já que este inseto não gosta de umidade. Casos mais severos exigem
que as partes bem atacadas sejam retiradas; a Calda de Fumo ajuda a controlar o
ataque.
Percevejos

São mais conhecidos como maria-fedida ou fede-fede, pois exalam um odor


desagradável quando se sentem ameaçados. Seu ataque costuma provocar a queda
de flores, folhas e frutos, prejudicando novas brotações.
Dica - vespas são suas predadoras naturais. Devem ser removidos
manualmente, um a um; se o controle manual não surtir efeito, a Calda de Fumo pode
funcionar como um repelente natural.
Tatuzinhos

Os tatuzinhos são muito comuns nos jardins com umidade excessiva, são
também conhecidos como tatus-bolinha, pois se enrolam como uma bolinha quando
são tocados. Vivem escondidos e alimentam-se de folhas, caules e brotos tenros, além
de transmitir doenças às plantas.
Dica - evitar a umidade excessiva em vasos e canteiros. Devem ser retirados
manualmente e eliminados um a um.
Formigas

As formigas cortadeiras (Atta spp e Acromyrmex spp) são as que mais causam
estragos. Elas cortam as folhas para levá-las ao formigueiro, onde servem de nutrição
para os fungos, os verdadeiros alimentos das formigas.
Dica - um bom método natural para espantar as formigas é espalhar sementes
de gergelim em torno dos canteiros. Além disso, o gergelim colocado sobre o
formigueiro, intoxica o fungo e ajuda a eliminar o ninho das formigas. Em ataques
maciços, recomenda-se o uso de iscas formicidas, à venda em casas especializadas
em produtos para jardinagem. As formigas carregam a isca fatal para o formigueiro.

4.1.1 Controle Natural de Pragas

A cultura popular brasileira é rica em dicas para o controle ou repelência de


pragas de plantas, da casa do homem e de seus produtos. A maior parte das pragas
atacam geralmente na primavera, período de fertilidade e de grande atividade na
natureza. Elas causam vários estragos nas plantas, além de favorecer o surgimento de
doenças, principalmente fúngicas. As pragas geralmente se tornam um problema mais
sério quando há um desequilíbrio ecológico no sistema onde a planta está inserida.
Outras situações que podem favorecer o seu surgimento são desequilíbrios térmicos,
excesso ou escassez de água e insolação inadequada.
Alho

Indicação - o extrato do alho pode ser utilizado na agricultura como defensivo


agrícola, tendo ampla ação contra pragas e moléstias. Segundo vários pesquisadores,
quando adequadamente preparado tem ação fungicida, combatendo doenças como
míldio e ferrugens; tem ação bactericida e controla insetos nocivos como a lagarta da
maçã, pulgão, etc. Sua principal ação é de repelência sobre as pragas, sendo inclusive
recomendado o plantio intercalado de certas fruteiras como a macieira, para repelir
pragas.
Características e preparo - no Brasil o uso do alho está restrito ainda a
pequenas áreas, como na agricultura orgânica, enquanto que em outros países como
33
nos Estados Unidos, pela possibilidade de empregar o óleo de alho, obtido através de
extração industrial, já é possivel empregá-lo em larga escala em cultivos comerciais.
Uma fórmula para o preparo de um defensivo com alho compreende a mistura de 1,0
kg de alho + 5,0 litros de água + 100 gramas de sabão + 20 colheres (de café) de óleo
mineral.
Os dentes de alho devem ser finamente moídos e deixados repousar por 24
horas, em 20 colheres de óleo mineral. Em outro vasilhame, dissolve-se 100 gramas de
sabão (picado) em 5 litros de água, de preferência quente. Após a dissolução do
sabão, mistura-se a solução de alho. Antes de usar, é aconselhavel filtrar e diluir a
mistura com 20 partes de água. As concentrações são variáveis de acordo com o tipo
de pragas que se quer combater (Stoll, 1989). Quando pulverizado sobre as plantas
depois de 36 horas não deixa cheiro nos produtos agrícolas.

Chá de Cavalinha (Equisetum arvense ou E. giganteum)

Indicação - é muito indicada e empregada na horticultura orgânica para


aumentar a resistência das plantas contra insetos nocivos em geral.
Preparo e aplicação - ingredientes: 100 gramas de cavalinha seca ou 300
gramas de planta verde; 10 litros de água para maceração e 90 litros de água para
diluição. Preparo: ferver as folhas de cavalinha em 10 litros de água por 20 minutos.
Diluir a calda resultante em 90 litros de água. Aplicação: regar ou pulverizar as plantas,
alternando com a urtiga.
Confrei

Indicação - combate a pulgões em hortaliças e frutíferas e como adubo foliar.


Preparo e aplicação - ingredientes: 1,0 kg de confrei e água para diluição.
Preparo: utilizar o liqüidificador para triturar 1 quilo de folhas de confrei com
água ou então deixar em infusão por 10 dias. Acrescentar 10 litros de água. Aplicação:
pulverizar periodicamente as plantas.
Cravo de Defunto (Tagetes sp)

Indicação - combate a pulgões, ácaros e algumas lagartas.


Preparo e aplicação - ingredientes: 1 kg de folhas e/ou talo de cravo-de-defunto
e 10 litros de água. Preparo: misturar 1 quilo de folhas e/ou talos de cravo-de-defunto
em 10 litros de água. Levar ao fogo e deixar ferver durante meia hora ou então deixar
de molho (picado) por dois dias.
Aplicação: Coar o caldo obtido e pulverizar as plantas atacadas.
Fumo (NICOTINA)

Indicação - a nicotina contida no fumo é um excelente inseticida, tendo ação de


contato contra pulgões, tripes e outras pragas. Quando aplicada como cobertura do
solo, pode prevenir o ataque de lesmas, caracóis e lagartas cortadeiras, porém, pode
prejudicar insetos benéficos ao solo como as minhocas. 0 fumo em pó sobre os
vegetais é um defensivo contra pragas de corpo mole, como lesmas e outras, sendo
menos tóxico se empregado nesta forma. Na agricultura orgânica seu emprego deve
ser precedido de autorização do orgão certificador.
Características - a calda pronta pode ser acrescida de sabão e cal hidratada,
melhorando a sua atividade e persistência na folha. Quando a nicotina é exposta ao
sol, diminui sua ação em poucos dias. A adição de algumas gotas de fenol, é
recomendada para manter suas características iniciais. A colheita do vegetal tratado
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deve ser feita, somente 3 dias após a aplicação do fumo. Não deve ser empregado o
fumo em plantas da família da batata ou tomate (Solanaceae). 0 tratamento com
concentrações acima do recomendado, pode causar danos para muitas plantas. A
nicotina bem diluída apresenta baixo risco para o homem e animais de sangue quente
e 24 horas depois de pulverizada, torna-se inativa. No entanto, em elevada
concentração é tóxica para o ser humano e pode afetar os inimigos naturais. 0 seu
preparo e aplicação requerem cuidados. No caso de hortaliças e medicinais,
aconselha-se respeitar um intervalo mínimo de 3 dias antes do consumo. Devido ao
seu alto poder inseticida, o seu emprego na agricultura orgânica é bastante restrito.
Receita 1 - para controle de pulgões, cochonilhas, grilos, vagalumes.
Ingredientes: 15 a 20 cm de fumo em corda e água. Preparo: Coloque o fumo
em corda deixando de molho durante 24 horas, com água suficiente para cobrir o
recipiente. Aplicação: Para cada litro de água, use 5 colheres (de sopa) dessa mistura,
usando no mesmo dia.
Receita 2 - controle de lagartas e pulgões em plantas frutíferas e hortaliças.
Ingredientes: 100g de fumo em corda, 1 litro de álcool e 100g de sabão.
Preparo: misture 100g de fumo em corda cortado em pedacinhos com 1 litro de álcool.
Junte 100g de sabão e deixe curtir por 2 dias. Aplicação: para pulverizar plantas utilize
1 copo do produto em 15 litros de água.
Receita 3 - controle de vaquinhas, pulgões, cochonilhas, lagartas.
Ingredientes: 1 pedaço de fumo em corda (10 - 15 cm); 0,5 litros de álcool; 0,5
litros de água e 100g de sabão em barra. Preparo: corte o fumo em pequenos pedaços
e junte a água e o álcool. Misture em um recipiente deixando curtir durante 15 dias.
Decorrido esse tempo, dissolva o sabão em 10 litros de água e junte com a mistura já
curtida de fumo e álcool. Aplicação: pode ser aplicado com pulverizador ou regador. No
caso de hortaliças, aconselha-se respeitar um intervalo mínimo de 3 dias antes da
colheita.
Receita 4 - controle de pulgões, vaquinhas, cochonilhas.
Ingredientes: 20 colheres (sobremesa) de querosene, 3 colheres (sopa) de
sabão em pó, 1 litro de calda de fumo e 10 litros de água. Preparo e Aplicação: para o
preparo da água de fumo coloque 20 gramas de fumo de rolo bem forte e picado em 1
litro de água, fervendo essa mistura durante 30 minutos. Após, coá-la em pano fino,
adicione 3-4 litros de água limpa e utilize o produto obtido no mesmo dia. Em seguida,
aqueça 10 litros de água e junte 20 colheres (sobremesa) de querosene e 3 colheres
(sopa) de sabão em pó. Deixe esfriar em temperatura ambiente e adicione então 1 litro
de calda de fumo.
Receita 5 - controle de pulgões, lagartas e tripes.
Ingredientes: 1,0 kg de folhas trituradas de fumo em 15 litros de água por 24
horas. Preparo: a solução é coada e adicionado um pouco de sabão. Aplicação:
pulverizada conforme a receita acima ou no solo na forma de pó feito com folhas secas
ou pedaços de folhas colocadas no chão em cobertura.
NEEM (Nim) (Azadirachta indica)

Indicação: pragas de hortaliças, traças, lagartas, pulgões, gafanhotos, etc.


Recomendada como inseticida e repelente de pragas em geral. É uma das plantas de
maior potencial no controle de pragas, atuando sobre 95% dos insetos nocivos. Já é
utilizada comercialmente em vários países do mundo. Tem como princípio ativo
Azadiractina, podendo ser aproveitado as suas folhas e frutos para extrair esse
ingrediente ativo de largo emprego inseticida. Nas doses recomendadas é um produto
sem efeitos de toxicidade ao homem e aos animais.
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Receitas - Óleo de Nim é empregado na dosagem de 0,5% (0,5 litro em 100
litros de água) pulverizado sobre as folhagens e frutos. No caso do emprego de
sementes, o procedimento é o seguinte: 25-50 g de sementes moídas (amarradas em
um pano); 1 litro de água, deixando repousar por 1 dia. Indicação: lagarta do cartucho,
lagarta das hortaliças, gafanhoto. 5 Kg de sementes secas e moídas; 5 litros de água e
10 g de sabão. Colocar os 5 quilos de sementes de Neem moídas em um saco de
pano, amarrar e colocar em 5 litros de água. Depois de 12 horas, espremer e dissolver
10 gramas de sabão neste extrato. Misture bem e acrescente água para obter 100 litros
de preparado. Aplique sobre as plantas infestadas, imediatamente após preparado. O
prensado de Neem pode ser utilizado misturando-se com o solo na base de 1 a 2 t/ha.
Esta medida protege as beringelas contra minadoras e tomates contra nematóides e
septorioses.
Pimenta Malagueta

Indicação - a pimenta (vermelha ou malagueta) pode ser empregada como um


defensivo natural em pequenas hortas e pomares. Tem boa eficiência quando
concentrada e misturada com outros defensivos naturais, no combate a pulgões,
vaquinhas, grilos e lagartas. Obedecer um período de carência mínima de 12 dias da
colheita, para evitar obter frutos com forte odores.
Receita 1 - ingredientes: 50 g de fumo de rolo, picado + 1 punhado de pimenta
vermelha + 1 litro de álcool + 250 g de sabão em pó. Preparo: dentro de 1 litro de
álcool, coloque o fumo e a pimenta, deixando essa mistura curtir durante 7 dias. Para
usar essa solução, dilua o conteúdo em 10 litros de água contendo 250 gramas de
sabão em pó dissolvido ou então, detergente, de modo que o inseto grude nas folhas e
nos frutos. No caso de hortaliças e medicinais, aconselha-se respeitar um intervalo
mínimo de 12 dias antes da colheita.
Receita 2 - ingredientes: 500 g de pimenta vermelha (malagueta) + 4 litros de
água + 5 colheres (sopa) de sabão de coco em pó. Preparo: bater as pimentas em um
liqüidificador com 2 litros de água até a maceração total. Coar o preparado e misturar
com 5 colheres (sopa) de sabão de coco em pó, acrescentando então os 2 litros de
água restantes. Aplicação: pulverizar sobre as plantas atacadas.
Primavera/Maravilha (Bougainvillea spectabilis / Mirabilis jalapa)

Indicação - método eficiente para imunizar mudas de tomate contra o vírus do


vira cabeça do tomateiro.
Preparo de aplicação - utilizar a quantidade de 1 litro de folhas maduras e
lavadas de primavera ou maravilha (rosa ou roxa) e 1 litro de água. Juntar estes
ingredientes e bater no liqüidificador. Coe com pano fino de gaze e dilua em 20 litros de
água. Pulverize imediatamente (em horas frescas). Não pode ser armazenado. Aplicar
em mudas de tomateiros 10 dias após a germinação (2 pares de folhas) e repetir a
cada 2 a 3 dias até a idade de 45 dias.
Urtiga

Indicação - planta empregada na agricultura orgânica, prinicipalmente na


horticultura para aumentar a resistência e no combate a pulgões.
Preparo e aplicação - Ingredientes: 500 g de urtiga fresca ou 100g de urtiga
seca e 10 litros de água. Preparo: Colocar 500 gramas de urtiga fresca ou 100 gramas
de urtiga seca em 10 litros de água por dois dias ou então deixar curtir por quinze dias.
Aplicação: a primeira forma de preparo para aplicação imediata sobre as plantas
atacadas. A segunda, deve ser diluída, sendo uma parte da solução concentrada para
10 partes de água.

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Plantas Benéficas

Há na vegetação natural plantas que servem de abrigo e reprodução dos insetos


que se alimentam das pragas. O manejo correto destas ervas e da adubação verde
permitirá o incremento da fauna benéfica e o controle biológico natural. Dentre as
plantas que servem para o manejo ecológico, estão a Ageratum conyzoides
(mentrasto), Raphanus raphanistrum (nabo forrageiro), Euphorbia brasilensis (erva-de-
santa-luzia), Sorghum bicolor (sorgo granífero) e em segundo lugar: Portulaca oleracea
(beldoega), Amaranthus deflexus (caruru rasteiro, caruru). No caso do sorgo, suas
panículas em flor favorecem o abrigo e a reprodução de insetos e ácaros benéficos,
como o percevejo Orius insidiosus, predador de lagartas, ácaros e tripes da cebola.
Outras plantas fornecem o polén como alimento para os ácaros predadores e
néctar para as vespinhas parasitas de pragas. Para vários pesquisadores, pode ser
constituido na propriedade um programa de manejo ecológico com mentrasto e outras
plantas que vegetam bem verão e início do outono, complementadas com o plantio no
inverno de nabo forrageiro ou o sorgo. Há no entanto, plantas que são desfavoráveis à
preservação e aumento de inimigos naturais das pragas, como: mamona, capim fino,
grama seda, capim amargoso, guanxuma, tiririca, braquiária, picão branco, carrapicho
carneiro, etc.
Plantas Companheiras

A instalação de linhas de plantas companheiras pode ser benéfico em pequenas


áreas para a repelência de pragas nocivas. Entre outras, são conhecidos os efeitos
repelentes das seguintes plantas, bastante comuns: Alecrim repele borboleta da couve
e moscas da cenoura. Hortelã repele formigas, ratos e borboleta da couve. Mastruço
repele afídeos e outros insetos. Tomilho repele borboleta da couve. Sálvia repele
mariposa do repolho. Urtiga repele percevejo do tomate. O plantio da Trefosia candida,
por conter o princípio ativo da rotenona, vem sendo recomendado para a formação de
barreira vegetal contra pragas, servindo também como quebra-ventos. Outras plantas
como a erva-cidreira e o girassol são também indicadas para repelir pragas dos
cultivos. O gergelim é outra planta útil, que é cortado e levado pelas saúvas,
intoxicando o fungo do qual se alimentam.

Produtos Orgânicos
Cinzas

A cinza de madeira é um material rico em potássio, muito recomendado na


literatura mundial para controle de pragas e até algumas doenças. Pode ser aplicado
na mistura com outros produtos naturais.
Receita 1 - Para o combate a lagartas e vaquinhas dos melões. Preparo e
aplicação: Testar nas condições locais a seguinte fórmula: 0,5 copo de cinza de
madeira, 0,5 copo de cal virgem e 4 litros de água. A cinza deve ser colocada antes em
água, deixando repousar pelo menos 24 horas, coada, misturada com a cal virgem
hidratada e pulverizada. Para o preparo de maiores quantidades de calda, pode ser
preparado: 1 kg. de cinza de madeira + 1 kg de cal e 100 litros de água. A adição de
soro de leite (1 a 2%) na mistura de cinza com água pode favorecer o seu efeito no
combate contra pragas e moléstias.
Receita 2 - Para combater insetos sugadores e larva minadora. Preparo e
aplicação: testar nas condições locais a receita: 0,5 kg de cinzas de madeira, deixando
descansar 24 horas em 4 litros de água. Coar e acrescentar seis colherinhas (café) de
querosene. Misturar e aplicar preventivamente.

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Farinha de Trigo

Indicação - a farinha de trigo de uso doméstico pode ser efetiva no controle de


ácaros, pulgões e lagartas em horta domésticas e comunitárias.
Preparo e Aplicação: o seu emprego é favorável em dias quentes e secos, com
sol. Aplicar de manhã em cobertura total nas folhas. Mais tarde, as folhas secando com
o sol, forma uma película que envolve as pragas e caem com o vento. Ela pode ser
pulverizada em vegetais sujeitos ao ataque de lagartas. Preparo: diluir 1 colher de sopa
(20 g) em 1,0 litro de água e pulverize nas folhas atacadas. Repetir depois de 2
semanas.
Leite

Indicação - o leite na sua forma natural ou como soro de leite é indicado para
controle de ácaros e ovos de diversas lagartas, atrativo para lesmas e no combate de
várias doenças fúngicas e viróticas. O seu emprego é recomendado para hortas
domésticas e comunitárias.
Preparo e recomendações: um dos métodos recomendados, é diluir 1 litro de
leite em 3 a 10 litros de água e pulverizar as plantas. Repetir depois de 10 dias para
doenças e 3 semanas quando aplicado contra insetos. A mistura de leite azedo com
água e cinza de madeira, é citado como efetivo no controle de míldio. Há indicações do
uso do leite como atrativo para lesmas. Distribuir no chão, ao redor das plantas, estopa
ou saco de amiagem molhado com água e um pouco de leite. De manhã, virar a estopa
ou o saco utilizado e matar as lesmas que se reuniram embaixo. Pode ser utilizado
como fungicida no pimentão, pepino, tomate, batata. Sem contra-indicação para
hortaliças. Preparar mistura com: 2,5 litros de leite, 1,5 kg de cinza de madeira, 1,5 kg
de esterco fresco de bovino e 1,5 kg de açúcar. Aplicar no tomate a cada 10 dias,
aplicar no café a cada 15 a 30 dias.
Sabão e suas Misturas

Indicação - o sabão (não detergente) tem efeito inseticida e quando


acrescentado em outros defensivos naturais pode aumentar a sua efetividade. 0 sabão
sozinho tem bom efeito sobre muitos insetos de corpo mole como: pulgão, lagartas e
mosca branca. A emulsão de sabão e querosene é um inseticida de contato, que foi
muito empregado no passado, contra insetos sugadores, sendo indicada para combate
aos pulgões, ácaros e cochonilhas.
Características de emprego: o preparo mais comum consiste em dissolver,
mexendo bem, 50 gramas de sabão (picado) para 2 até 5 litros de água quente. A
solução feita com sabão tem boa adesividade na planta e no inseto praga. Pulverizar
sobre as folhagens e pragas. Nas plantas delicadas e árvores novas, no verão ou
períodos quentes, utiliza-se a solução de sabão e querosene bem diluída, ou seja, uma
parte para 50 a 60 partes de água. Depois de preparada a emulsão deve ser aplicada
dentro de um ou dois dias, para evitar a separação do querosene, o que acarretaria
queimaduras nas folhagens. No inverno, em plantas caducas, utiliza-se dosagens mais
concentradas, assim como a pincelagem do tronco contra cochonilhas.
Receita 1 - para o controle de cochonilhas e lagartas. Ingredientes: 50 g de
sabão de coco em pó + 5 litros de água. Preparo: Coloque 50 g de sabão de coco em
pó em 5 litros de água fervente. Aplicação: essa solução deve ser pulverizada
freqüentemente no verão e na primavera.
Receita 2 - para o combate de pulgões, cochonilhas e lagartas. Ingredientes: 1
colher (sopa) de sabão caseiro + 5 litros de água. Preparo: utilize uma colher (sopa) de
sabão caseiro raspado e misture em 5 litros de água agitando bem até dissolver o

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mesmo. Aplicação: essa calda deve ser aplicada sobre as plantas com o auxílio de
pulverizador ou regador.
Receita 3 - para o combate a pulgões, ácaros, brocas, moscas da fruta e
formigas. Ingredientes: 1 kg de sabão picado + 3 litros de querosene + 3 litros de água.
Preparo: derreta o sabão picado numa panela com água. Quando estiver
completamente derretido, desligue o fogo e acrescente o querosene mexendo bem a
mistura. Aplicação: em seguida, para a sua utilização, dissolva 1 litro dessa emulsão
em 15 litros de água, repetindo a aplicação com intervalos de 7 dias. No caso de
hortaliças e medicinais, aconselha-se respeitar um intervalo mínimo de 12 dias antes
da colheita.
Receita 4 - como inseticida de contato para sugadores: ácaros, pulgões e
cochonilhas.
Ingredientes : 500 g de sabão + 8 litros de querosene + 4 litros de água. Preparo
a quente: ferver e dissolver o sabão picado em 4 litros de água. Retirar do fogo e
dissolver vigorosamente 8 litros de querosene, com a mistura ainda quente. Mexer
vigorosamente a mistura quente, até formar uma emulsão perfeita. Aplicação: diluir
para cada parte do produto 10 a 60 partes de água.

4.2 Principais Doenças

Os agentes causadores de doenças nas plantas são seres microscópicos


divididos em 3 grandes grupos: fungos, bactérias e vírus. Atacam as plantas em todas
as suas partes, podendo causar a morte.
FUNGOS
A disseminação dos fungos é feita pelo ar, ferramentas e pelo homem. A
retirada da planta for atacada é de extrema relevância.
Para o controle das doenças fúngicas é utilizada a calda bordaleza.
Calda bordaleza
Essa calda é a solução para a maioria das doenças causadas pela maioria das
doenças fúngicas. Material necessário:
9 65g de sulfato de cobre;
9 65g de cal virgem;
9 10 litros de água
9 1 balde plástico de 20 L para dissolver o sulfato de cobre;
Modo de preparo:
Colocar o sulfato de cobre em um saco de tecido de algodão amarrando com o
arame. Deixar uns 25cm de sobra do arame. No balde, plástico colocar 2 litros de água
e a trouxinha de sulfato de cobre para dissolver por 24 horas. Após 24 h, colocar a cal
num pouco de água para queimar Cabe ressaltar que as duas soluções, ainda não
misturadas, podem ser guardadas por até 1 mês. Uma vez misturadas a calda
(bordaleza) tem validade de 3 dias. O tom azul indica que a está pronta para a
aplicação. Antes de utilizar no pulverizador, colocar peneirar a solução de cal queimada
na solução de sulfato de cobre. Adicionar mais 5 litros de água e aplicar.
Não é recomendável aplicar quando as folhas estiverem molhadas, por chuva ou
sereno. Não regar suas plantas no dia da aplicação. Por outro lado, não a calda não
deve ser aplicada sob o sol quente. Evite o contato com a pele e os olhos e. Respeite o
intervalo de 20 dias entre as aplicações.

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Quadro 4. Principais Doenças

Doenças Ação Sinais na planta Controle


Botrytis Fungo conhecido como Partes afetadas ficam Retirar partes
(bolor bolor cinzento, cobertas por bolor afetadas.
cinzento) desenvolve-se em cinzento.
ambiente frio e úmido.
-- Manchas brancas Ajustar a
Oídio
pulvirulentas. temperatura e a
umidade.
Afeta geralmente os Pontos brancos nas Arrancar folhas
Ferrugem
pelargônios. folhas e na superfície afetadas e
abaxial; aparecem queimadas.
esporos castanhos
formando anéis
concêntricos.
Fumagina Provocada por fungos. As folhas ficam Com um pano
Interfere na fotossíntese, cobertas por um úmido limpar as
inibindo o crescimento. depósito espesso e partes pretas das
negro. folhas.

5. PRODUÇÃO DE MUDAS
Para a produção de mudas deve-se levar em consideração três fases
importantes, que são germinação das mudas, o crescimento e a rustificação que
antecede a implantação em local definitivo.
A germinação geralmente é realizada em sementeiras. O substrato usado para a
germinação é, geralmente, o composto orgânico, que facilita o transplante das mudas
para a embalagem definitiva (saquinho ou tubete).
Nesta fase, o controle dos fatores ambientais como a radiação solar (utilização
de telas de sombreamento), temperatura, ventos, chuva, doenças e pragas é de
primordial importância.
No crescimento, deve-se levar em consideração o ambiente exigido para as
plantas. Plantas de pleno sol devem ser gradativamente expostas à radiação solar. Isso
se faz utilizando-se diferentes telas de sombreamento. Nesta fase a irrigação deve ser
constantemente acompanhada.
A fase final da formação das mudas representa o setor de rustificação, onde a
irrigação é feita com baixa freqüência (de acordo com a necessidade real de cada
espécie) e as mudas permanecem a pleno sol, antes de serem destinadas ao plantio.
Na produção de mudas, alguns procedimentos merecem destaque, tais como: o
enchimento das embalagens, semeadura e repicagem, irrigação, a escarificação do
substrato, a movimentação de mudas no ambiente e, finalmente, a seleção de mudas.
Semeadura e repicagem
O uso de saquinhos plásticos na produção de mudas prevê a utilização de dois
tipos de semeadura: a semeadura direta e indireta. Na semeadura direta as sementes
vão direto para os saquinhos. Basicamente são semeadas até três sementes por
saquinho, sendo necessária uma posterior repicagem para selecionar a muda mais
vigorosa. A profundidade da semeadura tem como regra prática o dobro do diâmetro da
semente, atentando-se para o fato de que a semeadura muito profunda pode ser
prejudicial à germinação.

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A semeadura indireta as mudas são repicadas (transplantadas) para os
saquinhos, onde terminam de se formar. Para a repicagem também são selecionadas
as plântulas que apresentarem maior vigor.
Irrigação
A irrigação pode ser realizada por mangueira (esguicho) assim como por
aspersores. As regas são diárias, preferencialmente no período da manhã. Cabe
ressaltar que após a repicagem das mudas a irrigação deve ser mais freqüente, para
garantir o estabelecimento (pegamento) da muda.
Escarificação do substrato
O excesso de irrigação pode provocar a compactação do substrato,
prejudicando a germinação das sementes e o desenvolvimento das mudas. A
escarificação (afofamento do substrato), portanto, visa revolver a terra com a finalidade
de promover a aeração do solo.
Movimentação de mudas
A movimentação das mudas dentro do ripado visa tratos culturais como a
retirada de ervas daninhas do torrão, poda das raízes que tiverem saindo do substrato
e penetrado no solo, assim como favorecer no processo de rustificação das mudas.
Seleção de mudas
Tem como objetivo a separação das mudas que apresentarem melhor
desenvolvimento e tamanho homogêneo. Por outro lado, visa à seleção das mudas de
menor desenvolvimento a fim de reencanteiradas e adubadas convenientemente (caso
seja este o problema observado).

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6. EDUCAÇÃO AMBIENTAL

6.1 Meio Ambiente

Olhando uma paisagem, percebemos imediatamente três ambientes na Terra: o


AR, a ÁGUA e o SOLO. Estes, em conjunto com os seres vivos (animais e vegetais)
compõem os ECOSSISTEMAS. Cada parte de um ecossistema é importante para o
todo. Até alguns elementos considerados por algumas pessoas perigosos ou inúteis.
Por exemplo: muita gente acha que morcegos são animais feios, nojentos e chupam
sangue, e por isso os matam. A pessoa que faz isso não sabe que está causando
prejuízos ao meio ambiente. Pois a maioria das espécies de morcegos não se alimenta
de sangue. E como muitos morcegos se alimentam de insetos, se eles
desaparecessem, os insetos poderiam se multiplicar, atacando plantações.
Mas afinal, o que é "MEIO AMBIENTE?” O que significa esta expressão tão
falada em nosso tempo? Meio ambiente é todo espaço onde se desenvolve a vida,
incluindo todas as atividades do homem, dos animais e vegetais. Portanto, a água, o
ar, o solo, as florestas, os sertões, os animais, os rios, as montanhas, as pedras, as
cavernas, o vento, a areia e também o homem com suas casas, estradas e cidades
compõem o meio ambiente.
Do mesmo modo que as pessoas se modificam com o passar dos anos, o nosso
ambiente está em constante transformação. Existem transformações que ocorrem
muito lentamente, ao longo de milhares de anos. É o que ocorre com as rochas que,
pela ação de temperatura, vento e água, sofrem alterações, formando o solo. É assim
que os rios cortam as montanhas, modificando as paisagens.
Com o progresso e o desenvolvimento tecnológico, o ambiente foi sofrendo
interferência para atender às necessidades humanas de alimentação e conforto.
No entanto, essas interferências provocaram muitas modificações no ambiente,
a ponto de torná-las questões de estudo.
O desperdício de água e luz, o lixo atirado nas ruas e nas praias, os esgotos
sem tratamento, a poluição sonora, o exagero nos agrotóxicos, o desmatamento, a
superpopulação e o aquecimento global, são alguns itens do grande problema que nos
cerca.
Quando ouvimos falar sobre meio ambiente, pensamos logo em florestas,
campos e lugares que tenham plantas e animais a serem preservados. A expressão
“meio ambiente”, entretanto pode indicar qualquer “espaço” em que um ser vive e se
desenvolve.
Na interação e nas trocas de energia que se estabelecem entre ser vivo e meio
ambiente há transformação tanto do ser vivo como do meio ambiente. No caso do ser
humano, o espaço onde ele mora, onde trabalha, onde estuda como parte do meio
ambiente.
Todos os seres vivos se relacionam entre si e com o meio ambiente, mas
apenas o homem atua conscientemente sobre ele. São comuns a contaminação das
águas, a poluição do ar, o desmatamento das florestas, a caça indiscriminada e a
destruição dos ambientes naturais de determinadas espécies de animais.
Dentro desse contexto, existe a necessidade de mudar o nosso comportamento
em relação à natureza. Viver em harmonia com a natureza é um grande desafio. Porém
a destruição do meio ambiente afeta o nosso planeta e a todos nós.
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Porém, um dos maiores problemas ambientais da atualidade é o lixo. O homem
colocando o lixo para o lixeiro, ou jogando-o em terrenos baldios, resolve o seu
problema individual, não se dando conta que as áreas de depósito de lixo nas cidades
estão cada vez mais escassas e que o lixo jogado nos terrenos baldios favorece o
desenvolvimento de insetos e ratos transmissores de doenças.
“Viver em harmonia com a natureza”, esse é o grande desafio. Para tanto
precisamos contribuir, fazer a nossa parte para a sua preservação. Isso pode ser feito
através de coisas simples, diárias, mas que são muito importantes no geral.

6.2 Alguns problemas ambientais da atualidade

Fauna
Algumas espécies da fauna brasileira se encontram extintas e muitas outras
correm o risco.
A poluição, assim como a caça predatória, altera a cadeia alimentar e dessa
forma pode haver o desaparecimento de uma espécie e superpopulação de outra. Por
exemplo, o gafanhoto serve de alimento para sapos, que serve de alimento para cobras
que serve de alimento para gaviões que quando morrem servem de alimento para os
seres decompositores.
É importante lembrar que o desaparecimento de determinadas espécies de
animais interrompe os ciclos vitais de muitas plantas.
Flora
As florestas têm sido as mais atingidas. Devido ao aumento demográfico elas
vêm sendo derrubadas para acomodar as populações, ou para estabelecer campos
agricultáveis (pastagens artificiais, culturas anuais e outras plantações de valor
econômico). As queimadas, geralmente praticadas pelo homem, são atualmente um
dos principais fatores que contribuem para a redução da floresta em todo o mundo. O
fogo afeta diretamente a vegetação, o ar, o solo, a água, a vida silvestre, a saúde
pública e a economia.
Contaminação da água
A humanidade tem seu desenvolvimento associado aos usos da água e durante
milênios o homem considerou-a um recurso infinito. Apenas há algumas décadas a
humanidade despertou para a dura realidade de que, diante de maus usos, os recursos
naturais estão se tornando escassos e que é preciso acabar com a falsa idéia de que
os recursos hídricos, ou seja, a água, não é inesgotável. Atualmente, mais de 1,1
bilhão de pessoas no mundo sofrem com a falta d’ água.
Apenas 2% da água do planeta é doce, sendo que 90% está no subsolo e nos
pólos. Cerca de 70% da água consumida mundialmente, incluindo a desviada dos rios
e a bombeada do subsolo, são utilizadas para irrigação. Aproximadamente 20% vão
para a indústria e 10% para as residências. O Brasil dispõe de 15% de toda a água
doce existente no mundo.
Toda a água do planeta se mantém em constante movimento, passando de um
estado (sólido, liquido, gasoso) a outro e, assim, sustentando a vida na Terra. É o que
chamamos de ciclo hidrológico. Até 25% da água que cai como chuva pode ser
interceptada pelas copas das árvores.O restante escoa pela superfície do solo ou nele
se infiltra. Cerca de 1% da água que cai é retida para a formação de matéria orgânica
que constitui os seres vivos. O restante atinge os mares, caindo diretamente neles ou
a eles chegando através de cursos d’ água. As interferências humanas quebram esse

44
ciclo natural da água. Nas áreas urbanas, há a impermeabilidade do solo, falta de
cobertura vegetal e poluição.

Gasto de água nas residências Æ Em casa, 78% do consumo de água, em


média, é gasto no banheiro:
No banho: Um banho demorado chega a gastar de 95 a 180 litros de água
limpa. Banhos de no máximo cinco a quinze minutos economizam água e energia
elétrica. Abra o chuveiro, molhe-se, feche-o, ensaboe-se e depois abra para enxaguar,
ao invés de passar o tempo todo com o chuveiro ligado;
Na escovação dos dentes: Escovar os dentes com a torneira aberta gasta até 25
litros. Escove primeiro depois abra a torneira apenas o necessário para encher um
copo com a quantidade adequada para o enxágüe;
Na descarga: Uma válvula de vaso sanitário no Brasil chega a consumir vinte
litros de água tratada quando acionada uma única vez. Aperte apenas o tempo
necessário e não jogue lixo no vaso;
Na torneira: Uma torneira aberta gasta de doze a vinte litros/minuto. Pingando,
46 litros/dia.

Doenças de veiculação hídrica Æ Transmitidas diretamente através da água,


geralmente em regiões desprovidas de serviços de saneamento: cólera, febre tifóide,
febre paratifóide, desinteria bacilar, amebíase ou desinteria amebiana, hepatite
infecciosa, poliomielite.
Transmitidas indiretamente através da água: esquistossomose, fluorose,
malária, febre amarela, bócio, dengue, tracoma, leptospirose, perturbações
gastrointestinais de etiologia escura, infecções dos olhos, ouvidos, gargantas e nariz.
Até o ano 2000, relatórios do Banco Mundial apontavam que seria necessário
investir US$ 800 bilhões em tratamento e abastecimento de água para minimizar as
desigualdades sociais e enfrentar a situação de falta de saneamento básico, como uma
importante ferramenta de saúde pública.

Poluição do ar
A grande quantidade de gases, fumaças e produtos químicos lançados no ar,
pelas fábricas, escapamentos de veículos, estão poluindo cada vez mais o ar e
prejudicando a nossa saúde.
Os efeitos dessa poluição podem ser sentidos da seguinte forma: ardência nos
olhos; tosse e alergias; doenças pulmonares.

O lixo em questão
O lixo é um problema relativamente recente, já que, há algumas décadas, era
constituído basicamente por materiais orgânicos - facilmente decompostos pela
natureza. Mas com a mudança nos hábitos, o aumento de produtos industrializados e o
advento das embalagens descartáveis, o lixo tomou outra dimensão e sua
"composição" também mudou.
Hoje, em vez de restos de alimentos, as lixeiras transbordam de embalagens
plásticas. Mas o problema não é, propriamente, a característica do lixo produzido, hoje,
nos grandes centros urbanos, mas o destino dado a ele. Muitos desses materiais
podem ser reaproveitados ou reciclados, diminuindo, assim, as enormes montanhas
formadas nos lixões da cidade e, conseqüentemente, a degradação do meio ambiente.
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Outro aspecto importante da reciclagem, além da consciência ecológica, é o
fator social. A coleta de material reciclável é, muitas vezes, a única fonte de renda dos
catadores.
A palavra reciclar (segundo o dicionário) também tem o significado de
atualização científica, pedagógica, profissional, etc. por meio de formação
complementar. Isto significa que a reciclagem deve se dar também no âmbito pessoal
de cada indivíduo, para que, entre outras coisas, seja possível melhorar a sua
qualidade de vida. Mesmo que todos tenhamos a preocupação de diminuir a
quantidade de lixo que geramos em nossas atividades cotidianas, sua produção é
inevitável. É importante, por isso mesmo, que tenhamos a maior consciência possível
de quanto lixo uma determinada atividade produz para, com esses e outros dados em
mãos, considerar a validade dessa atividade do ponto de vista do impacto que produz
no meio ambiente.
As atividades domésticas, principalmente nos grandes centros urbanos,
produzem grande quantidade de lixo – embalagens, papéis para higiene e outras
funções, restos de comida etc. Isso sem falar nos dejetos humanos –urina e fezes –,
que requerem água para seu transporte e tratamento. Atividades comerciais e
industriais também produzem enormes quantidades de lixo.
Diminuir a quantidade de lixo produzido em qualquer atividade não é importante
somente por diminuir o problema da destinação desse lixo: produzir menos lixo significa
também utilizar menor quantidade de matéria-prima.
Se uma pessoa aprende a aproveitar melhor os talos e as cascas de verduras e
os legumes na cozinha, ao mesmo tempo em que produz menor volume de lixo
orgânico, diminui também a quantidade de verduras e legumes que terá de comprar.
Compreender a origem dos materiais que compõem o lixo é o caminho que esse
estudo procura seguir para desenvolver nos estudantes uma compreensão do
problema que seja capaz de lhes dar condições de repensar suas atitudes com relação
à produção de lixo. Sem esquecer, é claro, que esse mesmo problema tem aspectos
relacionados à forma pela qual nossa sociedade produz diversos materiais e oferece
esses materiais para o consumo dos cidadãos.
Um exemplo são os copos de plástico descartáveis, cuja produção está
relacionada à produção de petróleo. Em princípio por causa dos combustíveis
(gasolina, óleo diesel, querosene etc.), há uma enorme produção de petróleo, que
acaba por gerar um grande volume de matéria-prima, como os plásticos, permitindo
fabricar copos muito baratos. Tão baratos que “não vale mais apena” lavar copos de
vidro, ou usar copos de papel.
Outro aspecto diretamente ligado e esse problema, e que deve ser considerado,
é a opção entre produzir materiais recicláveis e não-recicláveis, discussão que se liga
também à questão dos recursos energéticos renováveis e não-renováveis.
Reciclando nossos resíduos e mais as nossas atitudes, a preservação da VIDA
será mais bem alcançada!

Quadro 5. Tempo necessário para a decomposição de alguns materiais

Material reciclado Preservação Decomposição


1000 kg de papel o corte de 20 árvores 1 a 3 meses
1000 kg de plástico extração de milhares de litros de petróleo 200 a 450 anos
1000 kg de alumínio extração de 5000 kg de minério 100 a 500 anos
1000 kg de vidro extração de 1300 kg de areia 4000 anos

46
Desperdício
No Brasil por se ter disponibilidade de recursos, o desperdício se tornou parte de
nossa cultura, isso tanto para pobres quanto ricos. 20% dos alimentos são
desperdiçados (desde a colheita até a mesa da comunidade). Essas toneladas
perdidas seriam suficientes para matar a fome de toda a população carente. Além
disso, jogamos fora muito material reciclável (são despejados na natureza 125 mil
toneladas de rejeitos orgânicos e materiais recicláveis por dia). A cada tonelada de
papel que se recicla, 40 árvores deixam de ser cortadas. Em ambos os casos o
desperdício gera poluição ambiental, 50% da água tratada é desperdiçada no país.
Com relação à energia elétrica, os brasileiros desperdiçam meia produção anual
de Itaipu ou 9,5% da média total anual. Como exemplo de desperdícios está o uso
irracional de aparelhos elétricos e luzes acessas desnecessariamente. O uso racional
poderá evitar a construção de novas barragens, que causam grandes impactos
ambientais, apenas pela minimização dos desperdícios.

6.3 Crimes Ambientais

Crime ambiental é qualquer dano ou prejuízo causado aos elementos que


compõem o meio ambiente, protegidos pela legislação.
É considerado crime ambiental:
9 Matar, perseguir, caçar e comercializar animais silvestres, sem permissão;
9 Exportar peles e couros de anfíbios e répteis;
9 Provocar a morte de peixes em rios, lagos ou mar pela emissão de material
tóxico;
9 Destruir ou danificar florestas;
9 Fabricar, vender, transportar ou soltar balões;
9 Pescar sem autorização;
9 Cortar ou transformar em carvão madeira de lei;
9 Destruir, danificar, lesar ou maltratar plantas de ornamentação de logradouros
públicos ou propriedades privadas;
9 Comercializar moto-serra ou utilizá-la sem autorização;
9 Causar poluição de qualquer natureza que possa resultar em danos à saúde
humana, em morte de animais ou prejuízo à vegetação;
9 Produzir, comercializar, transportar ou guardar substâncias tóxicas.

6.4 Princípios da educação para sociedades sustentáveis e responsabilidade


global

9 A educação é um direito de todos, somos todos aprendizes e educadores.


9 A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em
qualquer tempo ou lugar, em seus modos formal, não-formal e informal,
promovendo a transformação e a construção da sociedade.
9 A educação ambiental é individual e coletiva. Tem o propósito de formar
cidadãos com consciência local e planetária, que respeitem a autodeterminação
dos povos e a soberania das nações.

47
9 A educação ambiental deve estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito
aos direitos humanos, valendo-se de estratégias democráticas e da interação
entre as culturas.
9 A educação ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas causas e
inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico.
Aspectos primordiais relacionados ao desenvolvimento e ao meio ambiente, tais
como população, saúde, paz, direitos humanos, democracia, fome, degradação
da flora e fauna, devem se abordados dessa maneira.
9 A educação ambiental deve promover a cooperação e diálogo entre indivíduos
e instituições, com a finalidade de criar novos modos de vida, baseados em
atender às necessidades básicas de todos, sem distinções étnicas, físicas, de
gênero, idade, religião ou classe.
9 A educação ambiental deve integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes
e ações. Deve converter cada oportunidade em experiências educativas de
sociedades sustentáveis.
9 A educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre
todas as formas de vida com as quais compartilhamos este planeta, respeitar
seus ciclos vitais e impor limites à exploração dessas formas de vida pelos
seres humanos.

7. CIDADANIA
A cidadania pode ser definida como a consciência de ser membro integral e
igual aos outros membros da sociedade no que diz respeito a direitos, deveres e
participação na vida comum. O exercício da cidadania é uma forma de ver, ordenar e
construir o mundo, tendo como princípios básicos os direitos humanos, a
responsabilidade pessoal e o compromisso social na realização do destino coletivo.
Na verdade, a noção de cidadania surgiu no mundo ocidental como benefício de
alguns poucos que podiam exercer o direito de votar e, para isso, ser proprietário,
instruído, educado, ou seja, quem estivesse em situação e pronto a dar suporte aos
governantes. A população menos favorecida pela fortuna ou pela oportunidade de se
instruir, permaneceu afastada da participação como cidadã ou como parte componente
e ativa da sociedade. Apesar deste ser um conceito ultrapassado, nos dias de hoje nos
deparamos com situação equivalente pois o que se pode observar é que as camadas
populares não se sentem fazendo parte de um país ou de uma sociedade que os afasta
e marginaliza.
Quando falamos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, logo nos
lembramos dos diretos civis e políticos – o direitos à vida e à dignidade humana; o
direito à liberdade; o direito de ir e vir. Repetidamente, porém, nos esquecemos dos
direitos econômicos, sociais e culturais, que também estão presentes na Declaração,
como o direito à educação, a participar na vida cultural, o direito ao trabalho.
O conjunto dos direitos humanos constitui um rol inesgotável de direitos e
garantias fundamentais. A garantia e realização de todos os direitos acaba por gerar
expectativas nem sempre plenamente atendidas.
Na Constituição Federal se encontram todos esses direitos individuais e
coletivos, os direitos sociais, da nacionalidade e políticos. Além disso, todos têm
deveres para com a sociedade na qual se encontram inseridos. De forma resumida, os
direitos e deveres são:

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7.1 Direitos do Cidadão

- Todos nascem livres e iguais em dignidade e direitos;


- Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança;
- Ninguém será mantido em escravidão ou servidão;
- Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou
degradante;
- É inviolável a liberdade de consciência e a crença religiosa;
- É livre a expressão da atividade intelectual, artística e científica;
- É assegurado a todos o acesso à informação;
- Todos têm direito ao repouso e lazer;
- Todos têm direito à instrução, pelo menos nos graus elementares e
fundamentais;

7.2 Deveres do Cidadão

- Respeitar os direitos dos outros;


- Ser solidário com o próximo;
- Respeitar a vida, a liberdade, a honra, a intimidade e ainda a integridade
física das pessoas;
- Colaborar com a vida comunitária;
- Honrar compromissos e pagamentos de taxas, impostos e tarifas;
- Não discriminar por razões sexuais, cor, profissão ou condição social;
- Respeitar as leis.

Não há nenhum princípio universal que determine o que ou como estes direitos
e deveres devem ser. Eles são determinados pela própria sociedade na qual a
cidadania é exercida, ou seja, a cidadania não é apenas uma palavra, uma idéia, ou um
discurso, nem está fora da vida do indivíduo, ela faz parte do dia a dia de cada pessoa,
não só no modo como encara o espaço em que vive, mas também na busca de uma
sociedade mais justa.
A cidadania precisa ser vivenciada para ser incorporada pelo grupo. Constrói-se
a cidadania a partir de pequenos atos – a vivência do dia-a-dia em situações mais
amplas, abrangendo não apenas os direitos, mas, também, os deveres, gerando
compromisso, responsabilidade e participação.

De um modo geral, porém, o exercício da cidadania, que pressupõe a


participação política de todos na definição dos rumos que são assumidos pela nação e
que se expressa não apenas na escolha de representantes políticos e governantes,
mas também na participação em movimentos sociais, no reconhecimento e respeito às
diferenças, no combate aos preconceitos e às discriminações (econômica, política,
social e cultural), no envolvimento com temas e questões da nação e em todos os
níveis da vida cotidiana, é prática ainda pouco desenvolvida no Brasil.

49
8. COOPERATIVISMO E ASSOCIATIVISMO
Cooperar significa agir simultaneamente ou coletivamente com outros para um
mesmo fim, ou seja, trabalhar em comum para o êxito de um mesmo propósito.
Cooperativismo é uma doutrina, um sistema, um movimento ou simplesmente
uma atitude ou disposição que considera as cooperativas como uma forma ideal de
organização das atividades sócio-econômicas da humanidade.
Nas cooperativas a adesão é voluntária e livre, pois elas são organizações
abertas à participação de todos, independentemente de sexo, raça, classe social,
opção política ou religiosa.
O momento histórico hoje vivido exige uma mudança de comportamento do ser
humano, estimulando-o ao exercício de habilidades para enfrentar os novos e grandes
desafios pessoais e empresariais. Presenciamos pessoas físicas e jurídicas que
buscam, nas ações coletivas, respostas aos seus problemas, interesses, objetivos e
necessidades comuns, se unindo em cooperativas, associações e outras formas afins.
É indispensável, para o bom desempenho de qualquer iniciativa, aperfeiçoar a
consciência de cooperação e a qualificação profissional dos associados, dirigentes,
conselheiros e colaboradores, demonstrando-lhes, com linguagem adequada e
alicerçada em fatos de sua vivência, que a sua entidade associativa é uma obra
comum, onde a ação e a participação são conjugadas para o bem coletivo.
A questão principal então, é como alicerçar, nas comunidades, ações que
combatam os insucessos presentes nos pequenos empreendimentos formados a partir
da união de pessoas com objetivos comuns, para que elas construam a história e
façam a identidade local ser reconquistada, fornecendo a elas a formação necessária
para que elas possam sentir o quanto podem contribuir para o seu bem-estar e o da
sua comunidade.

8.1 Cooperativa

Nas cooperativas a adesão é voluntária e livre, pois elas são organizações


abertas à participação de todos, independentemente de sexo, raça, classe social,
opção política ou religiosa.
Para participar de uma cooperativa é preciso, antes de qualquer coisa, que o
indivíduo conheça e decida se têm condições de cumprir os acordos estabelecidos pela
maioria porque a gestão é democrática.
As cooperativas trabalham para o bem-estar de suas comunidades, através da
execução de programas socioculturais, realizados em parceria com o governo e outras
entidades civis.
Para que a cooperativa exista de fato, é preciso que a associação de pessoas
envolvidas busque objetivos coletivos, tenham atuação altruísta, tudo isto com um
máximo de auto-ajuda, autogestão e auto-responsabilidade.
Numa cooperativa é necessária a participação efetiva de todos os membros
que buscam se desenvolverem economicamente sob sua própria responsabilidade e
risco.

8.2 Associação

Uma associação é uma sociedade civil sem fins lucrativa, com personalidade
jurídica própria, e possui como características:
- É constituída por, no mínimo, duas pessoas;
- Seu patrimônio é formado pela contribuição dos associados, doações,
fundos e reservas;
- Não possui capital social;
- Seus fins são alterados pelos associados, em Assembléia Geral;

50
- A participação é democrática: seus associados deliberarem livremente em
Assembléia Geral tendo, cada associado, direito a voto;
- São entidades de direito privado e não público.
Associações são, portanto, entidades constituídas de pessoas físicas (em
alguns casos também de pessoas jurídicas), dirigidas por uma diretoria eleita, cujas
funções estão subordinadas à vontade coletiva e democrática de seus associados e
cristalizadas no seu Estatuto Social, aprovado em Assembléia Geral e devidamente
registrado e arquivado no órgão competente.
São tipos mais comuns de associações:

- Filantrópicas;
- De Moradores;
- De Pais e Mestres;
- Em Defesa da Vida;
- Culturais, Desportivas e Sociais;
- De Consumidores;
- De Classe;
- De Trabalho;
- Centrais de Compras, etc.

8.3 Sindicato

Sindicato é a associação de empregadores, empregados, agentes ou


trabalhadores autônomos ou profissionais liberais que exercem atividades idênticas. É
o sindicato que luta pelos direitos da categoria a qual ele representa e dá força à união
dos trabalhadores.
No Brasil, a estrutura sindical é regulada pela Consolidação das Leis do
Trabalho, também conhecida como CLT, elaborada ao final do Governo de Getúlio
Vargas em 1943.
Os sindicatos funcionam por categoria profissional, tanto no Brasil como em
outros países latino-americanos. A sua existência não depende apenas da iniciativa
dos trabalhadores, é necessário o seu reconhecimento pelo Ministério do Trabalho.
Quando os sindicatos de vários municípios de um mesmo Estado se reúnem,
temos uma Federação: Federação dos Metalúrgicos de São Paulo, Federação dos
Bancários da Bahia, etc. A nível Federal temos as Confederações que reúnem
trabalhadores de diversas categorias e têm sede em Brasília.
Mas todos os trabalhadores têm, de forma geral, objetivos tais como a melhoria
das condições de trabalho, redução da jornada de trabalho, melhores salários, etc.
Para coordenar os interesses comuns dos trabalhadores, temos então, as Centrais
Sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CGT (Central Geral dos
Trabalhadores), a Força Sindical e a CONCLAT (Coordenação Nacional da Classe
Trabalhadora).
As Centrais Sindicais refletem os anseios das categorias que representam e
buscam estabelecer uma ligação entre elas. A grande arma das Centrais Sindicais é a
greve.
Atualmente, os sindicatos lutam não só por melhorias, mas também pela
manutenção dos empregos, que com o advento da globalização do mercado diminuem
consideravelmente.
A situação dos sindicatos é, portanto, muito delicada, e para suprir as
deficiências, eles arregaçam as mangas e começaram, juntamente com as empresas, a
dar o mínimo de cidadania a que os trabalhadores brasileiros têm direito. Os exemplos
51
são as salas de ensino à distância, cursos de aperfeiçoamento para funcionários, como
acontece principalmente em algumas siderúrgicas que, para não demitirem,
proporcionam aos funcionários cursos de complementação e aperfeiçoamento durante
a jornada de trabalho.

9. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE RELAÇÕES TRABALHISTAS


O trabalho é considerado tudo o que você faz para promover a vida, seu
desenvolvimento e custeio, seja através da atividade física ou intelectual.
Pelo trabalho extraímos da natureza ou produzimos, a partir dela, o que
precisamos para viver. Um outro sentido para o trabalho mostra que ele não é apenas
um meio de se ganhar dinheiro, mas uma atividade especificamente humana. O
trabalho e seus produtos nos ajudam a viver e são necessários para satisfazer as
necessidades humanas, sejam físicas ou psicológicas. Por isso, o trabalho é um direito
que temos.
Para que o trabalho seja o objeto de satisfação das necessidades e não da
exploração do trabalhador, existem: o direito do trabalho, o contrato do trabalho, a
carteira de trabalho e a previdência social.

9.1 Direito do Trabalhador

Direito do trabalho é o conjunto de normas que regulam as relações entre


empregado e empregador, ocupando-se, ainda da condição social do trabalhador. Este
conjunto de leis é o que comumente chamamos de Legislação Trabalhista. A CLT
(Consolidação das Leis Trabalhistas) engloba as leis trabalhistas, ou seja, é onde estão
estabelecidos todos os direitos e deveres dos empregados e empregadores.
Empregador (Art. 2º): é a empresa, individual ou coletiva, que assumido os
riscos da atividade econômica, contrata, paga salários e dirige a prestação pessoal de
serviços. Empresa aqui pode ser entendida como um único indivíduo, uma grande
corporação ou qualquer instituição com ou sem fins lucrativos que contrate alguém
para lhe prestar serviços. O empregador é o chefe, o patrão.
Empregado (Art. 3º): é toda pessoa física que presta serviços de natureza não
eventual a empregador, sob sua dependência e mediante salário. Ou seja, para ser
considerado empregado a pessoa precisa ter uma rotina de trabalho, ter horários e
periodicidade (ir trabalhar várias vezes) e estar submetido a uma hierarquia (ao chefe).
Empregador a domicílio: o art. 6º da CLT não estabelece qualquer diferença
entre o empregado comum (art. 3º) e o que trabalha em sua própria casa, desde que
seja respeitado o contrato de trabalho, a relação profissional está garantida. Por
exemplo, um mecânico que trabalha em sua própria casa com suas ferramentas e
equipamentos, possui os mesmos direitos que um mecânico trabalhando em uma
empresa.
Empregado domicílio (Lei 5.858/72): é aquele que presta serviço de natureza
contínua a uma pessoa ou a uma família, no âmbito residencial desta, ou seja, é aquela
pessoa que vai trabalhar todos os dias na casa de alguém, mediante o pagamento de
um salário.
Empregado rural (Lei 5.889/73): é aquele que trabalha no campo, nas
atividades de agricultura e pecuária. A Lei 5.889/73 é aplicada a todo trabalhador rural,
podendo, inclusive, ser aplicada ao trabalhador eventual (bóia-fria).

52
9.2 Contrato de Trabalho

Podemos definir contrato de trabalho como o acordo pelo qual o empregado, em


troca do salário, presta serviços continuados ao empregador, subordinando-se à sua
direção. As partes podem contratar livremente até o limite da lei, podendo o contrato
ser verbal ou por escrito, por prazo determinado ou por prazo indeterminado.
Contrato por prazo determinado: ocorre quando fica estabelecido um prazo
para seu final. Este prazo não pode ser superior a dois anos, nem prorrogado mais de
uma vez, transformando-se em indeterminado se ultrapassar em seis meses o prazo do
contrato. O contrato de experiência é um contrato por prazo determinado, mas não
pode ultrapassar os 90 dias (art. 445, parágrafo único).
Contrato por prazo indeterminado: é o contrato em sua forma mais básica.
Nele não ocorre estipulação de tempo ou condição para seu fim. Este é o tipo mais
comum nas relações de trabalho.
Contrato temporário: é aquele celebrado de acordo com a Lei 6.019/74.
Corresponde ao contrato que atende a uma situação transitória, passageira, dentro da
empresa ou para atender uma demanda num determinado momento. Um exemplo são
os empregos de final de ano em shoppings.
Para diagnosticar uma situação concreta é necessário, ainda, entendermos
como funciona o sistema jurídico brasileiro para o Direito do Trabalho e a sua relação
com o Direito Civil, no que concerne às relações e liberdades para contratação de mão-
de-obra ou prestação de serviços.
Jamais será a forma que haverá de caracterizar o vínculo empregatício e sim os
aspectos do contrato fático.

Quadro 6. Características do trabalhador empregado e autônomo

Empregado Autônomo
Não pode se fazer substituir por Pode se fazer substituir por outra
Pessoalidade
outrem pessoa
Tem autonomia na execução das
Tem interferência na direção e tarefas, importando apenas em
Subordinação
execução dos trabalhos atender ao trabalho
encomendado.
Trabalha eventualmente, e não
Trabalha em dias determinados
Habitualidade tem o aspecto de continuidade de
com continuidade
trabalhos.
Não assume os riscos de sua Assume os riscos de seu negócio
Dependência
atividade que correm, totalmente, e, conseqüentemente, as
econômica
por conta do empregador despesas
Pode ser PESSOA FÍSICA ou
Só pode ser PESSOA FÍSICA
JURÍDICA

9.3 Carteira de Trabalho

O documento que comprova o contrato de trabalho é a Carteira de Trabalho e


Previdência Social (CTPS), sendo ela obrigatória para o exercício de qualquer emprego
inclusive de natureza rural, ainda que em caráter temporário, e para o exercício por
conta própria de atividade profissional remunerada (CLT, art. 13). A carteira de trabalho
53
é o documento mais importante do empregado, pois é nela que estão (devem estar)
anotados todas as informações sobre sua vida profissional, tais como data de
admissão e dispensa, salário e suas alterações, férias, etc.
A carteira de trabalho possui elementos de identificação que são:
Número; série; data de emissão; fotografia 3x4 datada; impressão digital; nome,
filiação, data de nascimento, assinatura; especificação do documento que tiver servido
de base para a emissão; nome, idade e estado civil dos dependentes; decreto de
naturalização ou data de chegada ao Brasil para identificação de estrangeiro; contrato
de trabalho.
As carteiras de trabalho e previdência social regulamente emitidas e anotadas
servirão de prova nos atos em que sejam exigidas carteiras de identidade e
especialmente:
Nos casos de desacordo na justiça do trabalho entre a empresa e empregado
por motivo de salário, férias ou tempo de serviço.
Perante a Previdência Social, para efeito de declaração de dependentes.
Para cálculo de indenização por acidente de trabalho ou moléstia profissional.

9.4 Demissão e os Direitos

Demissão sem justa causa: o empregado terá direito à indenização, referente


ao maior salário recebido (art. 477 da CLT), aviso prévio, 13º salário integral e
proporcional (se tiver mais de um ano ou só proporcional, se tiver menos de um ano de
serviço), férias vencidas e proporcionais (se tiver mais de um ano ou só proporcional,
se tiver menos), FGTS mais a multa de 40% do montante da conta do FGTS no
momento da rescisão (art. 10 da CF/98).
Demissão por justa causa: o empregado perde todos os direitos trabalhistas.
Esta hipótese só pode ocorrer nos casos expressamente previstos na Lei (art. 482 da
CLT), que são:

9 Ato de desonestidade;
9 Incontinência de conduta ou mau comportamento;
9 Negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do
empregador e quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual
trabalha o empregado ou for prejudicial ao serviço;
9 Condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha
havido suspensão da execução da pena;
9 Desídia no desempenho das respectivas funções;
9 Embriaguez habitual ou em serviço;
9 Violação de segredo da empresa;
9 Ato de indisciplina ou de insubordinação;
9 Abandono de emprego;
9 Ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer
pessoa ou ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de
legítima defesa, própria ou de outra pessoa;

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9 Ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o
empregador e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa,
própria ou de outra pessoa;
9 Prática constante de jogos de azar;
9 Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado, a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios
à segurança nacional.

O empregado poderá rescindir seu contrato de três formas: pedido de demissão


devendo apresentá-lo por escrito e perdendo seus direitos trabalhistas; rescisão
indireta, no caso do empregador cometer alguma das falhas graves, previstas no art.
483 da CLT; ou ainda por aposentadoria voluntária, quando o empregado decide, por
ato único de sua vontade, aposentar-se (art. 453 da CLT).

9.5 Seguro-desemprego

O seguro desemprego é uma ajuda financeira dada pelo Estado àqueles que
perderam o emprego e não têm como sustentar a si e sua família. Para poder dar
entrada no pedido de seguro-desemprego, o trabalhador deve:
9 Comprovar ter sido demitido sem justa causa, inclusive a indireta;
9 Ter recebido salários consecutivos ao menos nos últimos 6 meses, ou ter
estado empregado por pelo menos 6 meses nos últimos 36 meses que
antecederam à data de demissão;
9 Não estar recebendo nenhum outro benefício previdenciário de prestação
continuada (pensão, por exemplo), executando o auxílio-acidente e o
abono de permanência de serviço;
9 Não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua
manutenção e de sua família.
Você tem no máximo 120 dias para dar entrada com o pedido no SINE/RJ
(Sistema Nacional de Emprego).
Se você trabalhou:
9 De 6 a 11 meses – tem direito a 3 parcelas de seguro-desemprego;
9 De 12 a 23 meses – tem direito a 4 parcelas de seguro-desemprego;
9 De 24 a 36 meses – tem direito a 5 parcelas de seguro-desemprego;

9.6 Aposentadoria

Essa é uma vantagem que tanto quem tem carteira assinada pelo patrão quanto
o trabalhador autônomo tem.
A idade mínima para começar a receber a aposentadoria é de 60 anos, para os
homens e de 55 anos para as mulheres. Além disso, o tempo mínimo de contribuição à
Previdência Social é de 35 anos para os homens e 30 anos para as mulheres.
Conta, como tempo de contribuição, o período em que esteve efetivamente
trabalhando (autônomo ou não), a temporada em que esteve recebendo auxílio-doença
e licença-maternidade, o tempo de serviço militar e o momento em que esteve em
férias remuneradas.

55
10. SAÚDE DO TRABALHADOR
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, saúde não é apenas uma
ausência de doenças ou enfermidade, mas também um estado completo de bem-estar
físico, mental e social.
A saúde então, não depende somente de médicos, leitos hospitalares,
enfermeiros e medicamento. Na verdade, saúde é um problema de natureza social. Ele
depende de como as pessoas se alimentam, como moram, como se vestem, em que
condições trabalham e até mesmo de como elas se divertem. Saúde, então é o produto
da qualidade de vida que o indivíduo tem.
Alimentar-se bem não significa comer muito. Quantidade de comida é diferente
de qualidade de alimentação. Para termos saúde é preciso que saibamos comer a
quantidade certa, da qualidade dos alimentos.
Para uma alimentação saudável precisamos ingerir alimentos que contenham
proteínas, glicídios, lipídios, vitaminas, água e sais minerais.
São substâncias prejudiciais à saúde: o álcool, fumo, alimentos gordurosos,
temperos, café, açúcar e doces em excesso.

10.1 Alcoolismo

Já está comprovando no campo da medicina que o


alcoolismo é um dos mais sérios problemas de saúde existentes.
O alcoolismo se define como uma doença caracterizada
por problemas recorrentes associados ao fato de tomar álcool.
Esses problemas se referem à diferentes áreas: familiares,
educacionais, legais, financeiras, médicas e ocupacionais.
A ingestão contínua do álcool desgasta o organismo ao
mesmo tempo em que altera a mente. Surgem, então, sintomas que comprometem a
disposição para trabalhar e viver com bem-estar. Essa indisposição prejudica o
relacionamento com a família e diminui a produtividade no trabalho, podendo levar ao
desentendimento familiar e ao desemprego. Os efeitos poderão ser diversos e variam
desde seu consumo, dependência química e abstinência (falta de álcool), sendo até
estimulantes ou depressores.
Consumo: euforia, desinibição, alterações na fala e ao andar; falta de atenção
e memória.
Dependência: forte desejo pela bebida, consumo de álcool em freqüência e
quantidade exageradas, abandono das atividades sociais e profissionais, problemas
psicológicos e físicos.
Abstinência: delírio visual, auditivo e tátil; tremor; insônia; vômito, ansiedade e
convulsão.
Um indivíduo pode tornar-se alcoólatra devido a um conjunto de fatores,
incluindo predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e culturais.
Pesquisas apontam que, aproximadamente, dez em cada cem pessoas nascem com
essa predisposição, mas só desenvolverão esta doença se entrarem em contato com o
álcool. A dependência química do álcool é caracterizada por um padrão de uso
disfuncional que leva a um comprometimento ou desconforto, clinicamente significativo.
Sabe-se que homens e mulheres têm 4 vezes mais probabilidade de ter problemas
com álcool se seus pais foram alcoolistas. O alcoolismo geralmente está associado a
outras condições psiquiátricas como transtornos de personalidade, depressão,
transtornos de ansiedade e suicídio.

56
10.2 Doenças sexualmente transmissíveis (DST)

São doenças causadas por vírus, bactérias ou outros micróbios. Transmitem-


se, principalmente, nas relações sexuais.

AIDS

Síndrome (uma variedade de sintomas e manifestações) causada pela infecção


crônica do organismo humano pelo vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus). O vírus
compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de
executar sua tarefa adequadamente, que é a de protegê-lo contra as agressões
externas (por bactérias, outros vírus, parasitas e mesmo por células cancerígenas).
Com a progressiva lesão do sistema imunológico o organismo humano se torna
cada vez mais susceptível a determinadas infecções e tumores, conhecidas como
doenças oportunísticas, que acabam por levar o doente à morte.

Transmissão
Sangue e líquidos contaminados por sangue, sêmem, secreções vaginais e
leite materno.

Tratamento
Existem drogas que inibem a replicação do HIV, que devem ser usadas
associadas, mas ainda não se pode falar em cura da AIDS. As doenças oportunísticas
são, em sua maioria tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações
para o controle dessas manifestações.

Prevenção
Na transmissão sexual se recomenda sexo seguro (abstinência, relação
monogâmica com parceiro HIV negativo, uso de camisinha). Na transmissão pelo
sangue recomenda-se cuidado no manejo de sangue (uso de seringas descartáveis,
exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a presença do
HIV, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente
contaminados). Não há, no momento, vacina efetiva para a prevenção da infecção pelo
HIV.

Hepatite B

Infecção das células hepáticas pelo HBV (Hepatitis B Virus). Os sintomas são
falta de apetite, febre, náuseas, vômitos, astenia, diarréia, dores articulares, icterícia
(amarelamento da pele e mucosas) entre os mais comuns.

Transmissão
Pelos seguintes líquidos corpóreos: sangue e líquidos contaminados por
sangue, sêmem e secreções vaginais e, menos comumente, a saliva.

Tratamento
Não há medicamento para combater diretamente o agente da doença, trata-se
apenas os sintomas e as complicações.

Prevenção
Vacina, obtida por engenharia genética, com grande eficácia no
desenvolvimento de níveis protetores de anticorpos (3 doses). Recomendam-se os
mesmo cuidados descritos na prevenção da AIDS, ou seja, sexo seguro e cuidados
com a manipulação do sangue.

57
Cancro Mole

Ulceração (ferida) dolorosa, com a base mole, hiperemiada (avermelhada),


com fundo purulento e de forma irregular que compromete principalmente a genitália
externa, mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca,
língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas, auto-inoculáveis e, portanto,
freqüentemente múltiplas. Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode
ocorrer infartamento ganglionar na região inguino-crural (inchação na virilha). Não é
rara a associação do cancro mole e do cancro duro (sífilis primária).

Transmissão
Relação sexual

Prevenção
Camisinha. Higienização genital antes e após o relacionamento sexual.

Herpes Simples Genital

Infecção recorrente (vem, melhora e volta) causada por um grupo de vírus que
determinam lesões genitais vesiculares (em forma de pequenas bolhas) agrupadas
que, em 4-5 dias, sofrem erosão (ferida) seguida de cicatrização espontânea do tecido
afetado. As lesões com freqüência são muito dolorosas e precedidas por eritema
(vermelhidão) local.
A pessoa pode estar contaminada pelo vírus e não apresentar ou nunca ter
apresentado sintomas e, mesmo assim, pode transmiti-lo a(ao) parceira(o) numa
relação sexual.

Transmissão
Freqüentemente pela relação sexual.

Tratamento
Não existe ainda tratamento eficaz quanto a cura da doença. O tratamento tem
por objetivo diminuir as manifestações da doença ou aumentar o intervalo entre as
crises.

Prevenção
Não está provado que a camisinha diminua a transmissibilidade da doença.
Higienização genital antes e após o relacionamento sexual é recomendável.

10.3 Métodos Anticoncepcionais

Os métodos contraceptivos são métodos que


possibilitam a existência de uma vida sexual sem que tenha
de haver gravidez. Estes métodos deverão ser seguros,
eficazes e adaptados à idade fértil da mulher. O conhecimento
destes métodos e uma mais generalizada educação sexual
possibilitam o controle da fertilidade e a prevenção das DST,
com conseqüências positivas na sexualidade e reprodução.
Existem quatro tipos de contracepção: hormonal,
local/barreira, natural (abstinência durante parte do ciclo
menstrual) e esterilização.

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Método hormonal:

Pílula
É um comprimido que contém hormônios femininos (estrogênio e progesterona)
que fazem com que o cérebro deixe de mandar produzir e expulsar os
óvulos.
Vantagens:
- Elevada eficácia;
- Não interfere no coito;
- Não altera os processos naturais do corpo mesmo quando
deixa de ser tomada;
- Regulariza os ciclos menstruais;
- Diminui as dores associadas à menstruação;
- Diminui a probabilidade de algumas doenças (pélvicas, cancro do ovário...).

Desvantagens:
- Não protege das DST;
- Tem de ser tomada diariamente;
- Nos primeiros tempos pode causar náuseas e/ou pequenas perdas de
sangue;
- A menstruação pode diminuir ou mesmo ser nula;
- Pode causar dores de cabeça e/ou depressões;
- Pode provocar mais apetite e um aumento de peso (muito mais raro do que
se pensa!).

Pílula do dia seguinte


É um comprimido que «anula» o óvulo fecundado. Tem até 3% de hipóteses de
falha.

Método local/barreira:

Preservativo
Este é o método contraceptivo mais utilizado em
todo o mundo, à exceção dos países pouco desenvolvidos,
pois as pessoas não têm nem o conhecimento nem o
acesso necessário.
É feito de látex e geralmente vem já lubrificado,
existindo em várias cores e aromas.

Vantagens:
- De fácil aquisição (farmácias, supermercados...), é o método ideal para
relações ocasionais ou imprevistas;
- Pode ser utilizado sem contra-indicações e é o único método contraceptivo
que protege de doenças como a aids, gonorréia, herpes, etc.;
- Se for utilizado corretamente tem uma taxa de eficácia de 96%.

Desvantagens:
- Se for mal aplicado ou utilizado mais de uma vez pode romper, largando o
sêmen na vagina.

Diafragma
É um disco de borracha que se coloca na vagina e que impede os
espermatozóides de fecundar o óvulo. Tem 94% de taxa de sucesso.

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Vantagens:
- Não tem efeitos secundários hormonais, porque não contém medicação;
- Não interfere no ato sexual;
- No período de menstruação evita que o sangue saia durante a relação
sexual, facilitando a mesma.

Desvantagens:
- A escolha do modelo do diafragma deve ser feita com a ajuda do médico;
- Deve retirar-se 6 a 8 horas depois da relação sexual;
- Mal aplicado pode causar feridas vaginais.

DIU (dispositivo intra-uterino)


É uma pequena haste de cobre ou polietileno revestida com um produto
hormonal. O DIU é introduzido na cavidade uterina e impede, pela libertação de
hormonas, que os espermatozóides fecundem o óvulo. No caso de haver fecundação,
o DIU impede que o óvulo se estabeleça no útero. Tem uma taxa de sucesso de 96% a
99,9%.

Vantagens:
- Não tem efeitos médicos secundários;
- Não interfere no ato sexual;
- Pode permanecer anos no útero.

Desvantagens:
- Pode provocar dores durante a inserção;
- Não protege das DST;
- Tem que ser inserido por um médico.

Espermicidas
São produtos que matam os espermatozóides impedindo que entrem no útero.
Apresentam-se em cremes, espumas ou comprimidos. A sua eficácia é de 80% a 94%.

Vantagens:
- Dão à mulher controle da contracepção;
- São de fácil acesso;
- Podem ser colocados pouco tempo antes da relação
sexual;
- São eficazes e servem de lubrificante.

Desvantagens:
- Podem irritar a vagina;
- Não protegem contra as DST;
- Devem ser usados com outros métodos contraceptivos (preservativo e
diafragma, tabelinha).

Método Esterilização:

Esterilização feminina
Consiste na aplicação de anéis de aperto ou clipes, ou na queima dos canais
(trompas de falópio) que levam o óvulo do ovário para o útero (onde se dá a
fecundação). A taxa de sucesso é de 98 a 99,6%.

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Vantagens:
- Muito eficaz em longo prazo e também econômico;
- Operação simples e sem riscos;
- Não é necessária a utilização de outros métodos.

Desvantagens:
- A cirurgia pode provocar dores nos dias seguintes à intervenção;
- Não é eficaz a 100%;
- Este processo é irreversível;
- Não protege contra as DST.

Esterilização masculina (vasectomia)


Os canais deferentes são cortados, impedindo a passagem dos
espermatozóides. Continua-se a ejacular normalmente, mas o sêmen deixa de ter
espermatozóides. É quase 100% eficaz.

Vantagens:
- Operação simples (vinte minutos sob anestesia local);
- Não afeta a produção de hormônios sexuais.

Desvantagens:
- A operação não é reversível em 50% dos casos;
- Nos primeiros três meses deve usar-se outro método contraceptivo (medida
de segurança).

10.4 Noções de Primeiros Socorros

Prevenir acidentes é sempre a melhor solução, mas nem sempre isso se torna
possível. Por isso é fundamental saber como agir em situações de emergência.
Prestar socorro é um ato de solidariedade humana. Os primeiros cuidados
prestados a qualquer vítima de acidentes ou doenças agudas, podem proteger sua
vida, reduzir seu sofrimento e mantê-la em condições de aguardar tratamento
especializado. O objetivo de quem presta os primeiros socorros é o de proteger a vida
do acidentado e reduzir o seu sofrimento. Por outro lado, um atendimento de
emergência mal feito pode comprometer ainda mais a saúde das vítimas. Há
necessidade da pessoa ter consciência de que o melhor trabalho só quem poderá fazer
é o médico.

Em caso de Acidente:
- Avalie o local antes de fazer qualquer coisa.
- Pare seu veículo em local seguro, mais ou menos 30 metros, sinalize
usando triângulo, galhos de árvores, ligue o pisca-alerta, etc.
- Ilumine o local com lanterna ou luz do veículo, jamais use fósforo ou uma
chama de fogo exposta;
- Coloque as luvas de procedimentos (de borracha);
- Não remova ninguém, a não ser que haja perigo de incêndio, pois as
pessoas podem estar com algum membro quebrado, o que prejudicaria
mais o seu estado de saúde;
- Se houver alguma vítima do acidente pelo cinto de segurança, e ele
estiver emperrado, corte-o.
- Mantenha a calma

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Transporte de vítimas

O transporte deve ser feito de maneira cuidadosa, pois o contrário só piora o


estado da vítima ou agrava seu ferimento.
- Antes de remover um paciente esteja certo de que seu estado em geral
está bom. Por exemplo: que não esteja com hemorragia, com algum
membro quebrado, em estado de choque, etc.;
- Não eleve a vítima sem que ela esteja apoiada. O corpo deve estar reto.
- Proteja sempre a cabeça;
- A movimentação e o transporte devem ser feitos através de maca ou de
uma improvisação, com cobertores ou tábua;
- Imobilize o pescoço;
- Procure um médico imediatamente.

Ferimentos Leves

Em caso de ferimentos leves (de pequenas proporções),


proceda da seguinte maneira:
- Limpe o ferimento com água corrente;
- Não limpe ou coloque panos usados, pois poderão
estar sujos e contaminar mais o local do machucado;
- Não coloque remédio, pomada, algodão ou
esparadrapo no ferimento.
- Procure um médico ou o serviço especializado.

Mas lembre-se: essas são, apenas, manobras iniciais para ajudar a vítima.
Após a realização dos primeiros socorros, leve o acidentado imediatamente ao pronto-
socorro ou hospital.

Hemorragias

Primeira atitude a ser tomada é chamar o serviço médico especializado.


Enquanto você espera, faça o seguinte:
- Observe o tamanho do ferimento e se
houver alguma sujeira ou algum objeto,
não retire;
- O local por onde o ferido está sangrando
deve ficar mais acima que o resto do
corpo. Isso pode ser feito nos braços ou
pernas quando as mesmas não estiverem quebradas (fraturas);
- Use uma compressa limpa, um pano ou lenço, para parar a hemorragia;
- Coloque a compressa, pressione com firmeza, use um outro pano para
amarrar a compressa e mantê-la firme;
- Se você não encontrar nada limpo e que possa ser usado na ferida, use
seu dedo ou suas mãos sempre enluvadas, apertando forte contra o osso.

Fratura

Rompimento dos ossos. A fratura se apresenta sob


duas formas:
- Fraturas Fechadas: O osso quebrado não aparece
na superfície e a pele não foi perfurada;

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- Fraturas Abertas: O osso se quebra e há o rompimento da carne e da
pele, tornando-se uma fratura chamada exposta.
Cuidados a serem tomados:
- Procurar não movimentar o acidentado;
- Imobilizar o local atingido com talas ou com apoio de papelão, bengala,
galho de árvore, revista dobrada, travesseiro, mantas dobradas, etc.;
- Amarrar as talas com tiras de pano, de um jeito que fiquem firme, mas
sem apertar, sendo que o mais importante é que elas tenham um tamanho
que ultrapasse tanto acima quanto abaixo do local fraturado.

Desmaio

É a perda repentina da consciência, provocada


por fome, nervosismo, etc.
- Deite a vítima de costas com a cabeça
baixa, levante as pernas e afrouxe suas
roupas;
- Mantenha o ambiente arejado;
- Se o desmaio demorar mais que um ou
dois minutos, agasalhe a vítima e procure um médico.

Estado de Choque

- Mantenha a vítima deitada, a cabeça deve estar mais baixa que o tronco.
Isso deve ser feito somente se a mesma não estiver apresentando
nenhuma fratura;
- Afrouxe a roupa;
- Retire da boca objetos, dentaduras, pontes, aparelhos dentais, etc.;
- Se a vítima estiver tendo vômitos, vire a cabeça para o lado;
- Mantenha a vítima agasalhada.

Convulsões

- Coloque a vítima deitada de lado;


- Retire do corpo da vítima e de perto dela, os objetos que possam
machucá-la;
- Afrouxe as roupas e não tente segurar a vítima;
- Procure imediatamente um médico ou o serviço de emergência da sua
cidade.

Parada Cardíaca e Respiratória

É a parada dos batimentos do coração e da respiração.


Os sintomas são:
- Ausência de movimento respiratório, de pulso e de batimentos cardíacos;
- Inconsciência;
- Lábios, unhas e língua azulados ou roxos;
- Palidez excessiva;
- Pupilas dilatadas.

NÃO dê nada à vítima para comer, beber ou cheirar,


ATENÇÃO na intenção de reanimá-la.

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Reanimação

Deve ser iniciada imediatamente, não deve ser interrompida mesmo na fase de
transporte e deve ser mantida até o reinício da respiração e do batimento do coração
ou até que a vítima receba atendimento médico.

Respiração Artificial

- Deite a vítima de costas e afrouxe suas roupas;


- Retire qualquer objeto da boca ou garganta que
dificultem a entrada de ar;
- Se a vítima estiver sangrando, vire a cabeça de
lado;
- Feche as narinas da vítima com o polegar e o
indicador, para o ar não sair, coloque sua boca na boca da vítima e, com
firmeza, sopre até notar que seu peito está levantando;
- Deixe o ar sair naturalmente;
- Repita quantas vezes forem necessárias.

Massagem Cardíaca

- Coloque as palmas das mãos, uma sobre a outra,


em cima do peito da vítima;
- Pressione energeticamente o tórax da vítima;
- Coloque o peso de seu corpo sobre as suas mãos.
Utilizando o seu peso faça pressão para que o
coração seja comprimido;
- Retire a pressão para que o tórax volte à posição normal;
- Repita a operação a cada 2 segundos.

Em qualquer um dos procedimentos acima


descritos, o paciente deve receber um atendimento
médico, o mais rápido possível.
ATENÇÃO Ligue para o serviço especializado de sua cidade!

Envenenamento ou intoxicação

Envenenamento ou intoxicação é causado pela introdução de substâncias


tóxicas no organismo.
O envenenamento pode se dar por:
- Ingestão - pela boca;
- Absorção - pela pele;
- Aspiração - pelo nariz e boca;
- Injeção.

Conduta
- Verifique com que veneno a vítima se intoxicou e leve-a
imediatamente para o hospital;
- Não provoque vômitos se a vítima estiver inconsciente, em
convulsão ou se houver ingerido substâncias ácidas, alvejantes
(água sanitária) ou derivados do petróleo (querosene ou gasolina);
- No caso de contaminação da pele, retire imediatamente as roupas
contaminadas e lave com água abundante a área afetada.
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Picada de cobra

As cobras venenosas mais comuns no Brasil são do gênero botrópico, como a


Jararaca e a Jararacuçu.
Geralmente só atacam quando acuadas e costumam picar as extremidades
dos membros inferiores e superiores.

Conduta
- Lave bem o local com água e sabão para evitar contaminação da
ferida;
- Não permita que a vítima se movimente evitando, assim, que o
veneno se alastre;
- De forma alguma faça garrotes ou utilize torniquetes pois os mesmos
aumentam a área de necrose causada pelo veneno e não impedem
sua disseminação;
- Nunca faça perfurações na área da picada pois poderá causar
infecções graves;
- Dê analgésicos (remédios para dor) se houver dor intensa;
- Encaminhe imediatamente a vítima para o hospital.

11. ORIENTAÇÃO PROFISSIIONAL

11.1 Relações Interpessoais no Ambiente de Trabalho

Passamos mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que em nosso lar, e


ainda assim, não nos damos conta de como é importante estar em um ambiente
saudável. E o quanto isto depende de cada um.
Relacionar-se é dar e receber ao mesmo tempo; é abrir-se para o novo. A
aceitação começa pela capacidade de escutar o outro, colocar-se no lugar dele e estar
preparado para aceitar ao outro e a nós mesmos.
Para se chegar a mudanças muitas vezes precisamos da ajuda de outras
pessoas, de alguém que aponte para modos de agir que só dificultam nossos
relacionamentos. Alguém que facilite a descoberta de novas possibilidades de ação e
auxilie na criação de novas formas de ver o mundo, as pessoas e as relações.
É preciso também investir em si mesmo, aprender sempre mais, participar. Além
do saber, é imprescindível que as pessoas queiram fazer, isto é, estejam motivadas. O
saber e a motivação são pessoais e ilimitados. É preciso acreditar que não há
fracassos, que estamos sempre acumulando experiências para errar menos, e
conhecer-se melhor para desenvolver o próprio potencial.
Voltado para profissionais das mais diversas áreas e todos aqueles que desejam
desenvolver seu potencial de comunicação, o treinamento aliado a dinâmicas grupais e
vivências pessoais a um conteúdo teórico e instrumental, auxilia o participante a
entender como funciona sua comunicação com o próximo e como potencializar este
canal. Busca refletir sobre o papel de cada um nos ambientes onde atuam e colabora
para um aprimoramento pessoal e profissional.
O conteúdo e os recursos vistos durante as dinâmicas servirão como
ferramentas para serem usadas no ambiente de trabalho, em casa, na escola ou em
qualquer lugar onde o participante atue.
As pessoas devem estabelecer suas metas, se perceberem crescendo enquanto
seres humanos e profissionais e realizarem seu trabalho de forma criativa, ou seja,
fazendo com que ele seja parte importante do seu projeto de vida, dando-lhes prazer e
satisfação. Isso também ajuda a melhorar o relacionamento com as outras pessoas.
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Quando nos sentimos bem, realizados, temos mais disposição para tratar as pessoas
com mais cortesia, educação, respeito, atenção, consideração e cordialidade. Como
resposta, teremos relacionamentos mais satisfatórios.
Ao conhecer a sua própria personalidade e a das pessoas com as quais você se
relaciona, você poderá, se quiser:
9 Entender melhor seus sentimentos, comportamentos e reações;
9 Entender a forma como as outras pessoas o vêem;
9 Perceber por que outras pessoas são como são e procedem desta ou
daquela maneira;
9 Evitar discussões e brigas sem motivo, que não levam a lugar nenhum;
9 Atuar de forma mais produtiva;
9 Resolver conflitos.

11.2 Integrando-se no local de trabalho

Conviver com outras pessoas nem sempre é fácil. O mais difícil ainda é
trabalhar com pessoas estranhas. Para evitar conflitos, algumas orientações podem ser
úteis:
9 Conheça a sua empresa. Conheça o regime interno organizacional no local onde
você trabalha, saiba não somente os seus deveres e obrigações, mas principalmente, o
seu limite como profissional.
9 Conheça o seu chefe e seus colegas; aprenda a respeitar as pessoas. Não faça
crítica negativa a respeito de pessoas que acabou de conhecer. Tenha percepção;
fazer julgamento antecipado pode causar aborrecimento;
9 Aprenda que a pessoa tem limites, privacidade e que precisam ser respeitadas,
como você mesmo gostaria de ser;
9 Conheça a si mesmo: é muito difícil aceitarmos os nossos defeitos, pois estamos
constantemente transformando-os em qualidades. Essa atitude além de ser errônea,
pode nos afastar de nossos colegas.
9 Para aprender a conhecer melhor a si mesmo como pessoa, é indispensável que
você seja sincero (a) e honesto (a) em seus julgamentos internos (auto-avaliação).

11.3 Trabalho em Equipe

Forma especial de organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre


profissionais de uma mesma companhia ou departamento, o Trabalho em Equipe pode
ser descrito como um conjunto ou grupo de pessoas que dedicam-se a realizar uma
tarefa ou um determinado trabalho.
Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma mesma
ação, seja no campo escolar, profissional ou, até mesmo, em atividades cotidianas, o
Trabalho em Equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é determinante nas
relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa os objetivos traçados.
A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por diversos
fatores de importância para a evolução profissional, como a definição de prioridades, o
ajuste de metas, otimismo e o estar aberto a mudanças. Todas estas qualidades,
quando são acrescidas ao ser individual (si próprio), pode significar o sucesso nas
relações pessoais, o que forma um círculo virtuoso, propiciando assim as tarefas
conjuntas.

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É importante perceber que, quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se em
maior volume de atividades, mais e maior responsabilidade, comprometimento,
flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo descobertos
a cada novo dia de trabalho. Entretanto, como benefício, em um grupo coeso afloram
muitas características que até então passavam desapercebidas no individual, como a
criatividade, a participação, visão de futuro, questionamento de posições e colocações
e senso crítico.
Segundo a Psicóloga Solange B. R. Cremasco, a motivação é um fator
substancial que deve estar ligado ao trabalho em equipe. De acordo com ela, esse
atributo individual do ser humano representa o comprometimento e a "chave para o
sucesso que está ao alcance de todos". "Quanto maior for o grau de responsabilidade,
quanto maior for o universo de aprendizado e as perspectivas de evolução, muito mais
eles (os profissionais) se envolvem com as atividades que lhes são atribuídas e,
conseqüentemente, a motivação sempre se encontrará no topo", concluiu.
Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. Além disso,
atividades desenvolvidas em conjunto encorajam o grupo, o que aumenta o
desempenho na hora de realizar atividades, transmitindo autoconfiança, habilidade e
união, características primordiais para o sucesso.

11.4 Qualidade de vida no trabalho

O ativo mais importante na qualidade de vida no trabalho é o seu capital


intelectual, representado pelo talento, criatividade, conhecimento e habilidades das
pessoas que constituem seu corpo funcional.
Pensou nisso antes?
Acredite em si mesmo e em sua maravilhosa capacidade;
Queira e procure ser melhor em algo;
Aprenda a ser criativo e desenvolver sua curiosidade;
Descubra algo novo a seu próprio respeito;
Desenvolva o seu senso de humor;
Pense em seu desenvolvimento com espírito de vitória;
Esteja disposto a sacrifícios;
Seja calmo, não grite, não se afobe, não se apresse;
Seja prudente sem ser medroso e corajoso sem ser louco;
Antes de agir, faça planos e considere os obstáculos;
Lembre-se de que seus planos não se auto-executam: atue;
Concentre-se nas soluções e não nos problemas;
Procure sempre achar novos pontos de vista;
Identifique e modifique seus próprios defeitos e não os dos outros;
Seja compreensivo, tolerante, paciente, bom e justo;
Respeite e dignifique toda e qualquer pessoa;
Mantenha-se, e ao seu ambiente, em boa forma, presente e futura;
Faça do seu trabalho um meio de vida, não de morte;
Antes de dizer não, pergunte: “Por que não?”.

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11.5 Organização pessoal e do trabalho

A organização pessoal é o grande segredo da produtividade e


conseqüentemente da alta performance profissional. Quantas vezes na nossa vida
profissional nós concluímos a jornada diária e tivemos a sensação de que aquele dia foi
improdutivo porque não produzimos nada do que tínhamos programado? Se
buscarmos os motivos pelos quais não produzimos tanto quanto gostaríamos,
certamente concluiremos que o principal motivo foi à desorganização, ou seja, a
dificuldade em lidar com a interferência de fatores externos (solicitações de última hora
por parte do chefe ou visitas inesperadas de clientes), a falta de planejamento e a má
administração do tempo disponível, que terminaram levando-nos a necessitar de mais
tempo do que o necessário para realizar as atividades que tínhamos planejado para
aquele dia.
Se não somos organizados podemos reverter esse quadro porque a capacidade
de organização é uma habilidade que pode ser desenvolvida.
È importante salientar que uma pessoa organizada não significa o mesmo que
metódica que geralmente é caracterizada pela rigidez e inflexibilidade. Para ser
organizado é preciso ser flexível, fator essencial na auto-organização, e é a partir dele
que conseguimos lidar com as interferências externas em nossas vidas, nos adaptando
e atuando de forma mais coerente possível frente às adversidades, atingindo os
resultados esperados com tranqüilidade.
Para melhor utilizar o seu tempo é fundamental o uso de uma agenda de
compromissos. É nela que você anotará cada um deles e saberá se tem tempo
disponível para outros. Mas uma agenda só funciona de fato se sabermos como utilizá-
la.
Eis algumas dicas que certamente propiciarão o alcance de maior organização,
tornando-o mais produtivo e competitivo:

9 Priorize a organização da sua mesa de trabalho, tente mantê-la limpa, sem


excessos de papéis e pastas, para que você não perca tempo
manuseando uma dezena de vezes uma mesma pilha de papéis em busca
de um documento;
9 Arrume suas gavetas pelo menos uma vez por semana, descartando as
inutilidades;
9 Evite anotações em pequenos papéis, reduzindo as chances de extravio.
9 Anote seus compromissos diretamente em sua agenda pessoal tão logo
sejam marcadas;
9 Crie o hábito de dar uma olhada em sua agenda pessoal logo pela manhã;
9 Padronize a maneira de fazer suas anotações;
9 Planeje, cuidadosamente seus compromissos, deixando um tempo livre
para o seu lazer.

Já falamos de agenda pessoal, agora vamos às roupas.


Todos sabem que é preciso manter uma boa aparência, mais isso não significa
que devemos andar como árvores de natal. Livre-se de enfeites em excesso e procure,
sempre que possível, limpar seus armários, doando aquelas peças que não lhe servem
mais. Assim, você poupará tempo, pois ter à mão apenas as roupas que lhe são

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convenientes. É necessárias que suas roupas de trabalho sejam sóbrias, clássicas e
sem muitos acessórios e, sobretudo, práticas.
A organização pessoal e do trabalho evita atropelos e desencontros, salvo por
alguma necessidade urgente.
Para solucionar pequenos problemas do dia-a-dia, que nos causam tantos
transtornos e até mesmo prejuízos em nossos negócios, precisamos manter nossos
compromissos agendados, priorizados e com todo material necessário para executá-lo
à mão e em ordem.
Nosso ambiente de trabalho deve ser limpo, saudável e funcional.

11.6 Ética profissional

Pode ser entendida como o conjunto de normas de conduta que deverão ser
coladas em prática no exercício de qualquer profissão. Seria a ação “reguladora” da
ética agindo no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite
seu semelhante quando no exercício da sua profissão.
A ética profissional estuda e regula o relacionamento do profissional com sua
clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto
sociocultural onde exerce sua profissão. A reflexão ética entra na moralidade de
qualquer atividade profissional humana.
Sendo a ética essencial à vida humana, sua importância é bastante evidenciada
na vida profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e
responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam. A ética é
ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana “o fazer” e “o agir” esta
interligados. O fazer diz respeito à competência, a eficiência que todo profissional deve
possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao
conjunto de atitude que deve assumir no desempenho de sua profissão.
Um ambiente que valorize e respeite as pessoas, com regras claras e justas e
onde ninguém se sinta compelido a desempenhar papéis que violentem seus valores,
gera índices mais altos de motivação, produtividade e qualidade, onde todos saem
ganhando.
A ética é no fundo, a procura do bem comum, o respeito ao próximo. Porém o
caminho a ser percorrido para alcançarmos uma sociedade mais justa, um melhor
ambiente de trabalho, um melhor relacionamento entre as pessoas, está em nossas
mãos, dependendo da ação concreta de cada indivíduo. É preciso que cada um
incorpore princípios básicos de justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa
humana, cidadania, solidariedade, como uma atitude prática na vida cotidiana,
pautando por eles seu comportamento.

12. ELABORAÇÃO DE CURRICULUM VITAE

Como já vimos, antes de procurar um trabalho você deverá preparar um


currículo que nada mais é que uma declaração do futuro empregador sobre você; sua
educação, treinamentos e experiências. Deve ser elaborado de forma direta e
esclarecedora, sem a necessidade de muitos detalhes.
O currículo é o resumo de informações sobre sua vida mostra seus dados
pessoais, experiências e outras atividades. Quando se procura um emprego o currículo
é um documento muito importante, pois dessa maneira o entrevistador terá um breve
conhecimento sobre você.

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Deve ser elaborado de forma clara e objetiva, contendo somente os dados
importantes da sua vida profissional. Em anexo encontra-se um modelo simplificado de
currículo.

Um bom currículo...

...Apresenta um resumo breve e objetivo, mas ao mesmo tempo claro,


abrangente e verdadeiro sobre a sua experiência passada. É recomendável apresentar
o currículo digitado. Manchas, dobras nos cantos e vincos são proibidos.
...Deve ser cuidadosamente atualizado, corretamente escrito e adequadamente
formatado.
... Faz você se destacar em uma pilha de outros currículos; chama a atenção de
quem o lê e aumenta as suas chances de conseguir uma entrevista de emprego.
Ao elaborar o currículo tenha sempre em mente qual a informação que é
necessária para estabelecer uma comunicação eficaz com a pessoa que irá lê-lo. São
informações básicas:
- Nome completo, endereço, telefone, e-mail;
- Dados pessoais (idade, estado civil);
- Objetivo;
- Formação Educacional;
- Experiência Profissional;
- Cursos.

Geralmente, nos interessamos em ver determinado filme após assistir ao seu Trailler.
Quando o Trailler é bem produzido, atrai a nossa atenção e nos desperta a vontade de
conhecer a história completa. Pense em seu currículo como se fosse um Trailler:
produza-o de maneira que quem o leia sinta a vontade de conhecer maiores detalhes
de sua vida profissional, através não mais de papéis e sim através de você mesmo em
uma conversa!

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13. FONTES PESQUISADAS

ALENCAR, C. (org.) Direitos mais humanos. Rio de Janeiro: Garamond, 1998.

Apostila da Sociedade Nacional de Agricultura. Hortas - Horticultura Orgânica


(Produção e Utilização de Adubos).

BIANCHINI, F.; PANTANO AZZURA, C. Tudo verde. Guia das Plantas e Flores. São
Paulo: Ed. Melhoramentos, 1993. 135p.

FROTA, L. C. Burle Marx: paisagismo no Brasil. São Paulo: Câmara Brasileira do


Livro, 1994.

CASCINO, F. Educação ambiental: princípios, história, formação de professores.

CORREA, R. L. O Espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1995.

______. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 1998.

DEFENSIVOS ALTERNATIVOS. Disponível em:


<www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agropecuario/index.html&conteud
o=./agropecuario/artigos/controlepragas.html> Acesso em: 17 jul 05.

DIAS, G. F. Atividades interdisciplinares de educação ambiental. São Paulo:


Global/Gaia, 1994. 112 p.

DICIONÁRIO DE PLANTAS E FLORES. São Paulo: Editora Europa, 1990. 80p.

DOURADO, G. M. (org.). Visões da Paisagem. São Paulo: ABAP, 1997.

EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA. O cidadão e o Civismo. São Paulo: IBRASA, 1982.

ENCICLOPÉDIA EM CD-ROM. 1001 Plantas & Flores. São Paulo: Editora Europa.
Edição Especial.

ENXERTIA. Disponível em: <www.fruticultura.iciag.ufu.br/reproducao9.htm> Acesso


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GATTO, A. Implantação de Jardins e áreas verdes, série implantação de jardins.


Viçosa: Editora Aprenda Fácil Ltda, 2002.

GENTILI, P.; ALENCAR, C. Educar na esperança em tempos de desencanto. Rio de


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ecológicos. Barcelona, 1998.

GRÜN, M. Ética e educação ambiental: a conexão necessária. Campinas: Papirus


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GUIA DAS FLORES. São Paulo: Editora Abril, 1990. 142p.

JARDIM E JARDINAGEM. Brasília: EMBRAPA, 1994. 56p.

KIEHL, E. J. Manual de Edafologia. Relações solo-planta. São Paulo: Editora


Agronômica CERES, 1979. 262p.

71
KIMATI H.; AMORIM L.; CAMARGO L.E.A. Manual de Fitopatologia: doenças das
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LOPES, F.J.R. Apostila da Horta Comunitária. Campinas: GDR – Grupo de


Desenvolvimento Rural Sustentável e Segurança Alimentar/CEASA, 2004. 37 p.

LORENZI, H.; SÁ, H. M. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e


trepadeiras. 3ª. ed. Nova Odessa: Editora Plantarum, 2001. 1087p.

MALAVOLTA, E. Manual de calagem e adubação das principais culturas. São


Paulo: Ceres, 1987.

MANUAL GLOBO DE JARDINAGEM. Rio de Janeiro: Editora Globo, 320p em 05


volumes.

OCB. Associativismo. Brasília, 1996. 35p. Disponível em:


<www.contabiltec.com.br/associativismo.htm> Acesso em 3 jan 06.

PARRA, J. R. P.; BOTELHO, P. S. M.; CORRÊA-FERREIRA, B. S.; BENTO, J. M. S.


Controle Biológico no Brasil : parasitóides e predadores. São Paulo: Editora
Manole, 2002.

PEIL, Roberta Marins. Grafting of vegetable crops. Cienc. Rural, Nov./Dec. 2003,
vol.33, no.6, p.1169-1177. ISSN 0103-8478.

PLANTAS ANUAIS E BIANUAIS. Rio de Janeiro: JB indústrias Gráficas S.A., 1987.


172p.

RANGEL, S. C. Associativismo. Disponível:


<www.sebraees.com.br/manualempresario/pag_det_ass_man_emp.asp?cod_assunto=
177&ds_assunto=Associativismo&cod_grupo=14>. Acesso em: 3 jan 06.

REVISTA FLOR IN. Para floriculturas. Holambra.

REVISTA NATUREZA. Ed. Europa.

REVISTA PAISAGISMO & JARDINAGEM. Disponível em: <www.casadois.com.br>


Acesso em: 10 out 05.

SANTOS, M. Metamorfoses do Espaço Habitado. São Paulo: Hucitec, 1988.

VIEIRA, L. S. Manual de Ciência do Solo: com ênfase aos solos tropicais. 2ª


Edição, São Paulo: Editora Agronômica CERES LTDA, 1988. 464 p.

VIEZZER, M. L.; OVALLES, O. Manual latino-americano de educação ambiental.


São Paulo: Gaia, 1994. 192 p.

72
14. ANEXOS

14.1 Figuras de alguns métodos mais comuns de propagação.

ENXERTIA

73
Borbulhia Anelar

Borbulhia em “T” Borbulhia em Borbulhia em


Normal Janela Escudo

Garfagem em fenda Garfagem em fenda


Encrustada Lateral
Garfagem em Garfagem em
fenda fenda dupla

Garfagem em meia-fenda Garfagem em fenda Garfagem a Garfagem a


a cavalo inglês simples inglês
complicado

BORBULHIA e GARFAGEM

74
14.2 Modelo de currículo

PEDRO AUGUSTO FERREIRA

Solteiro, 23 anos de idade


Rua Clemente Faria, 32 - Campo Lindo – Seropédica/RJ
CEP: 23000-000
Tel.: (0xx21) 3542-8443
E-mail: pedroaugusto@yahoo.com.br
Escolaridade

Ensino Médio – Técnica em Contabilidade (Colégio Vila Nova-RJ) 1999

Experiência Profissional

2003 – Balconista na loja Boa Forma (Campo Grande-RJ)

2002 – Office-boy do Escritório de Contabilidade Deltha – Seropédica-RJ

Cursos Adicionais

Informática básica – Windows, Word, Excel e Internet

Curso de digitação

Informações básicas

Tenho facilidade de relacionamento e simpatia no trato com as pessoas. Sou


responsável, pontual, dedicado ao trabalho, esforçado e com muita vontade de
aprender.

________________________
PEDRO AUGUSTO FERREIRA

75
14.3 Quadro de Cores, Flores e Sensações

Cores e flores Sensações


Violeta (tumbérgia, violeta, Relacionada com a intuição e a espiritualidade,
petúnia, prímula) própria para locais de meditação
Branco (azaléia, rosa, hibisco, Dá origem a todas as cores. Cor da pureza,
copo-de-leite, lírio-da-paz) relacionada também com a espiritualidade.
Rosa cor-de-rosa, azaléia, Relacionada com as emoções, cor do amor
hibisco, ciclame, prímula) espiritual. Estimula relações afetivas
Verde (hera, avenca) Cor protetora, terapêutica, inspira sentimentos de
paz e harmonia. É a cor do equilíbrio, não agita nem
relaxa demais
Laranja (azaléia, tagete, lírio, Cor quente, radiante, dá energia, estimula o
gérbera) otimismo, a generosidade. Influencia a atividade
física e intelectual
Amarelo (margarida, amor- Ligado à criatividade, estimula o raciocínio e a
perfeito, gérbera, lírio, junquilho) comunicação. Relacionada sempre com o sol,
representa a força
Azul (agapanto, hortênsia, Cor da paz, indicada para meditação, relacionada
lobélia) com confiança
Vermelho (rosa, hibisco, Cor do fogo, altamente energizante. Produz nos
kalanchoe, antúrio) jardins um efeito fantástico, impossível de não ser
admirado. Símbolo de força e vitalidade

14.4 Orientação e medidas de um canteiro

76
14.5 Classes de Vegetação

PALMEIRAS
Nome científico Nome vulgar
Areca vestiaria areca-dourada
Butia capitata butiá-de-praia, butiazeiro
Cocos nucifera coqueiro, coqueiro-da-bahia
Syagrus romanzoffiana coqueiro-jerivá, jerivá
Chamaerops elegans palmeira-de-leque, moinho de vento
Dypsis lutescens areca-bambu, areca
Phoenix roebelenii tamareira-anã, tamareira-de-jardim
Rhapis humilis ráfia
Rhapis excelsa palmeira-ráfia

GRAMÍNEAS
Nome científico Nome vulgar
Axonopus compressus grama-são carlos
Paspalum notatumgram grama-mato-grosso, grama-de-pasto
Zoysia japonica grama-esmeralda
Stenotaphrum secundatum grama-inglesa-de-jardim
Festuca glauca grama-azul, festuca

ARBUSTOS E HERBÁCEAS
Nome científico Nome vulgar
Abelia grandiflora abélia, abélia-da-china
Bambusa multiplex bambu-folha-de-samambaia, bambu-de-pesca,
bambu-anão
Buxo sempervirens buxo, buxinho
Hibiscus rosa sinensis rosa-da-china, hibisco, mimo-de-vênus
Hidrangea macrophylla hortênsia
Plumbago capensis bela-emília, plumbago, jasmim azul
Bougainvillea glabra primavera, três-marias
Ardisia crenata cafezinho, ardísia
Fuchsia mantilla brinco-de-princesa
Thumbergia grandiflora tumbérgia
Saintpaulia ionantha violeta
Petunia hybrida petúnia
Primula obconica prímula
Primula vulgaris prímul
Rhododrendon simsii azaléia
Tagetes patula tagetes ou cravo-de-defunto
Hemerocallis flava lírio
Gerbera jamesonii gérbera
Viola tricolor amor-perfeito
Lobelia erinus lobélia
Chrysanthemum frutescens margarida
Agapanthus africanus agapanto
Zantedeschia aethropica copo-de-leite
77
kalanchoe
Cyclamen persicum ciclame
Anthurium andraeanum antúrio
Spathiphyllum wallisii lírio-da-paz
Adiantum raddianum avenca

TREPADEIRAS
Nome científico Nome vulgar
Allamanda cathartica alamanda amarela, alamanda
Antigonon leptopus amor-agarradinho, cipó-mel, rosália, viuvinha, mimo-
do-céu
Stigmaphyllon ciliatum trepadeira-amarela, estigmafilo
Ipomoea horsfalliae ipoméia-rubra, trepadeira cardeal
Pyrostegia venusta flor-de-são-joão, cipó-de-são-joão
Cissus rhombifolia cipó-uva
Monstera deliciosa banana-do-mato, costela-de-adão
Ficus pumila herinha, unha-de-gato, falsa-hera
Hoya carnosa flor-de-cera, cerinha
Hedera helix hera, hera inglesa
Jasminum nitidum jasmim-asa-de-anjo, jasmim-estrela
Sandapsus aureus jibóia, jibóia-verde

AQUÁTICAS
Nome científico Nome vulgar
Limnocharis flava mureré
Nymphaea alba lírio d'água
Victoria regia vitória-régia, rainha-dos-lagos

14.5 Plantas de Jardim Irritantes para a pele

Nome científico Nome vulgar


arum
alstroemeria lírio-do-peru
x cupressocyparis cipreste-de-leyland
daphne laureola
daphne mezereum
dendranthema excepto variedades anãs
dictamnus albus
dieffenbachia
echium
euphorbia eufórbia
ficus carica
fremontontodendron
hedera hera
hyacinthus jacinto, bolbos
lobelia tupa lobélia
narcissus narciso
78
primula obconica prímula obcónica
ruta arruda
schefflera
tulipa tulipa,bolbos

14.6 Plantas que ajudam no controle de pragas e doenças

Nome científico Nome vulgar


ALFAVACA O cheiro repele moscas e mosquitos. Não deve, porém,
ser plantada perto da arruda.
ALHO Eficiente como repelente de pragas do tomate.
CHEIRO-DE-MULATA O aroma forte repele insetos voadores. Pode ser plantado
em toda área.
TOMILHO. Afasta a borboleta-da-couve
TAGETES Repelente natural de muitos insetos e protege contra os
nematóides.
GERÂNIO Repelente natural de insetos.
CITRONELA Repelente de moscas e mosquitos.
ALECRIM Afasta a borboleta-da-couve e a mosca-da-cenoura. É
planta companheira da sálvia.
HORTELÃ O cheiro repele lepidópteros, como a borboleta-da-couve,
formigas e ratos. Pode ser plantada, ainda, como
bordadura de lavouras.
SÁLVIA. Repele a mariposa do repolho
COENTRO Controla pulgões e ácaros
MANJERICÃO É sempre bom tê-los em seu jardim, embelezam e
protegem.
ANIS Repelente de traças.
LOSNA Afasta animais de sua horta. Plante a losna em vasos e
coloque-os próximos da horta, não a plante no canteiro,
pois ela é incompatível com diversas plantas.
CAPUCHINHA Repele nematóides e insetos.

14.7 Disposição dos canteiros

79
14.8 Tabelas com informações sobre manejo das hortaliças

HORTALIÇAS SEMENTE LOCAL GERMINAÇÃO TRANSPLANTE INÍCIO PERÍODO


/GRAMA SEMEADURA COLHEITA COLHEITA

Abobrinha Ital. 7 Bandeja 128 3 a 5 dias 20 dias 40 a 45 dias 60 dias


Agrião da Terra 800 Canteiro 5 a 7 dias Plantio direto 60 a 70 dias 250 dias
Alface inverno 900 Bandeja 288 3 a 5 dias 25 a 30 dias 55 a 70 dias 7 dias
Alface verão 900 Bandeja 288 3 a 5 dias 25 a 30 dias 55 a 70 dias 7 dias
Almeirão 850 Canteiro 5 a 8 dias Plantio direto 60 a 80 dias 180 dias
Berinjela 200 Bandeja 128 8 a 10 dias 30 a 45 dias 100 a 130 dias 90 dias
Beterraba 50 Canteiro 6 a 12 dias Plantio direto 60 a 70 dias 15 dias
Cebolinha 470 Bandeja 200 6 a 10 dias 35 a 45 dias 55 a 85 dias
Cenoura Inverno 750 Canteiro 7 a 10 dias Plantio direto 100 a 110 dias
Cenoura Verão 750 Canteiro 7 a 10 dias Plantio direto 80 a 90 dias
Chicória escarola 700 Bandeja 288 5 a 7 dias 25 a 30 dias 85 a 90 dias 7 dias
Chuchu Fruto mad. cova 15 dias Plantio direto 90 a 120 dias 180 dias
Coentro 850 Canteiro 7 a 10 dias Plantio direto 50 a 70 dias 90 dias
C.Brócolo Inverno 260 Bandeja 128 4 a 6 dias 30 a 35 dias 75 a 85 dias 90 dias
C. Brócolo Verão 260 Bandeja 128 4 a 6 dias 30 a 35 dias 85 a 90 dias 90 dias
C.Flor Inverno 300 Bandeja 128 5 a 8 dias 30 a 35 dias 100 a 130 dias
C.Flor Verão 300 Bandeja 128 5 a 8 dias 30 a 35 dias 80 a 90 dias
Couve Folha 280 Bandeja 128 4 a 6 dias 30 a 35 dias 80 a 90 dias
Ervilha Grão Rast. 4 Cova 7 a 10 dias Plantio direto 70 a 80 dias 7 dias
Espinafre Verd. 95 Canteiro 7 a 14 dias Plantio direto 25 a 35 dias 7 dias
Espinafre N.Zel. 12 Canteiro 7 a 10 dias Plantio direto 45 a 55 dias
Feijão Vagem R. 3 Cova/Sulco 5 a 10 dias Plantio direto 50 a 60 dias 30 dias
Jiló 470 Bandeja 128 7 dias 30 a 40 dias 85 a 95 dias 90 dias
Maxixe 150 Cova/Sulco 5 a 7 dias Plantio direto 60 a 65 dias 60 dias
Melancia 15 Bandeja 128 5 a 10 dias 15 a 20 dias 85 a 95 dias 30 dias
Melão Caipira 25 Bandeja 128 5 a 10 dias 15 a 20 dias 100 a 110 dias 30 dias
Milho Verde 5 Cova/Sulco 5 a 7 dias Plantio direto 80 a 110 dias
Mostarda Folha 500 Canteiro 4 a 6 dias Plantio direto 40 a 50 dias
Pepino 40 Bandeja 128 4 a 6 dias 15 a 20dias 60 a 70 dias 60 dias
Pimenta Dedo 160 Bandeja 128 8 a10 dias 30 a 40 dias 115 a 125 dias 90 dias
Moça
Pimentão 160 Bandeja 128 7 a 8 dias 30 a 40 dias 100 a 120 dias 60 a 80 dias
Quiabo 18 Cova 5 a 7 dias Plantio direto 75 a 90 dias 90 dias
Rabanete 90 Canteiro 4 a 5 dias Plantio direto 25 a 30 dias 7 dias
Repolho Inverno 275 Bandeja 128 5 a 8 dias 25 a 30 dias 90 a 150 dias
Repolho Verão 275 Bandeja 128 5 a 8 dias 25 a 30 dias 60 a 120 dias
Rúcula 525 Canteiro 3 a 5 dias Plantio direto 40 a 50 dias
Salsinha 550 Canteiro 10 a 15 dias Plantio direto 60 a 70 dias 90 dias
Tomate Rasteiro 325 Bandeja 128 6 a 9 dias 16 a 20 dias 85 a 120 dias 15 dias

80
HORTALIÇAS NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA CLIMA TEMPERATURA PLANTIO ESPAÇAMENTO
IDEAL IDEAL
Abobora rasteira Cucurbita moschata Cucurbitácea Quente 20°C a 25°C Ago/Fev 4,00 X 3,00
Ab.menina Bras. Cucurbita moschata Cucurbitácea Quente 20°C a 25°C Ago/Fev 3,00 X 1,50
Abobrinha Italiana Cucurbita pepo Cucurbitácea Ameno 20°C a 25°C Mar/Set 1,00 X 0,70
Agrião da Terra Barbarea verna Brassicácea Ameno 16°C a 20°C Abr/Jul 0,30 X 0,30
Alface inverno Lactuca sativa Asterácea Ameno 12°C a 22°C Abr/Ago 0,30 X 0,30
Alface verão Lactuca sativa Asterácea Ameno/Quente Ano todo 0,30 X 0,30
Almeirão Cichorium intybus Asterácea Ameno 12°C a 22°C Abr/Ago 0,30 X 0,20
Berinjela Solanum melongena Solanácea Quente 18°C a 25°C Ago/Fev 1,00 X 0,70
Beterraba Beta vulgaris Quenopodiácea Frio 7°C a 22°C Abr/Jul 0,20 X 0,15
Cebolinha Allium schoenoprasum Aliácea Frio 10°C a 25°C Abr/Jul 0,20 X 0,15
Cenoura Inverno Daucus carota Apiácea Ameno 8°C a 22°C Abr/Jul 0,20 X 0,07
81

Cenoura Verão Daucus carota Apiácea Ameno/Quente Dez/Fev 0,20 X 0,07


Chicória escarola Cichorium endivia Asterácea Ameno 12°C a 22°C Abr/Ago 0,35 X 0,35
Chuchu Sechium edule Cucurbitácea Quente 13°C a 27°C Fev/Abr 4,00 X 4,00
Coentro Coriandrum sativum Apiácea Quente 18°C a 25°C Ago/Fev 0,25 X 0,15
C.Brócolo Inverno B.oleracea var italica Brassicácea Frio 7°C a 22°C Abr/Jun 1,00 X 0,60
C. Brócolo Verão B.oleracea var italica Brassicácea Ameno/Quente Ago/Mar 1,00 X 0,50
C.Flor Inverno B.oleracea var botrytis Brassicácea Frio 7°C a 22°C Abr/Mai 1,00 X 0,60
C.Flor Verão B.oleracea var botrytis Brassicácea Ameno/Quente Dez/Fev 1,00 X 0,50
Couve Folha B.oleracea var acephala Brassicácea Frio 7°C a 22°C Abr/Jun 1,00 X 0,60
Ervilha Grão Rast. Pisum sativum Fabácea Frio Abr/Mai 0,20 X 0,10
Espinafre Verd. Spinacia oleracea Quenopodiácea Frio 7°C a 22°C Abr/Jun 0,25 X 0,10
Espinafre N.Zel. Tetragonia expansa Aizoácea Quente Ago/Fev 0,40 X 0,30
Feijão Vagem R. Phaseolus vulgaris Fabácea Quente 18°C a 27°C Ago/Fev 0,60 X 0,20
Jiló Solanum gilo Solanácea Quente 22°C a 30°C Ago/Fev 1,20 X 0,80
Maxixe Cucumis anguria Cucurbitácea Quente 22°C a 30°C Ago/Fev 0,80 X 0,40
Melancia Citrullus lanatus Cucurbitácea Quente 18°C a 25°C Ago/Nov 2,50 X 2,00
HORTALIÇAS NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA CLIMA TEMPERATURA PLANTIO ESPAÇAMENTO
IDEAL IDEAL
Melão Caipira Cucumis melo Cucurbitácea Quente 25°C a 32°C Ago/Out 2,00 X 1,00
Milho Verde Zea mays Poácea Quente 18°C a 32°C Set/Nov 1,00 X 0,25
Mostarda Folha Brassica juncea Brassicácea Frio 15°C a 25°C Abr/Jun 0,35 X 0,35
Pepino Cucumis sativus Cucurbitácea Quente 20°C a 25°C Ago/Fev 1,00 X 0,50
P.Dedo-de-Moça Capsicum baccatum Solanácea Quente 18°C a 28°C Ago/Fev 1,30 X 1,00
Pimentão Capsicum annuum Solanácea Quente 18°C a 25°C Ago/Fev 1,00 X 0,50
Quiabo Abelmoschus sculentus Malvácea Quente 18°C a 35°C Ago/Fev 1,20 X 0,50
Rabanete Raphanus sativus Brassicácea Frio 4°C a 25°C Abr/Jul 0,15 X 0,05
Repolho Inverno B.oleracea var capitata Brassicácea Frio 7°C a 22°C Abr/Jun 0,80 X 0,50
Repolho Verão B.oleracea var capitata Brassicácea Ameno/Quente 7°C a 28°C Ago/Fev 0,80 X 0,50
Rúcula Eruca sativa Brassicácea Ameno Abr/Jul 0,20 X 0,05
82

Salsinha Petroselinum crispum Apiácea Ameno 8°C a 22°C Abr/Jul 0,20 X 0,10
Tomate Rasteiro Lycopersicum sculentum Solanácea Ameno 15°C a 28°C Abr/Ago 1,00 X 0,20
14.9 Plantas de Jardim Venenosas

Nome científico Nome vulgar


acotinum acónito
aesculus castanheiro da India
agrostemma Githago
aquilegia aquilégia
arum
atropa beladona
brugmansia trombeta roxa
caltha
catharanthus roseus erva-faz-bem-ao-sangue
colchicum lírio-outono, cólquico
convallaria majallis lírio-convale
daphne trovisco-de-jardim
delphinium esporas-de-jardim
digitalis dedaleira
euonymus evónimo
euphorbia eufórbia
hedera hera
helleborus heléboro
hyoscyamus meimendro
hypericum hipericão
ipomoea ipomeia
iris
juniperus sabina zimbro
kalmia loureiro-das-montanhas
laburnum codesso
lantana
ligustrum ligustro
lobelia tupa lobélia
lupinus tremoço
narcisus narciso
nerium oleander loendro
ornithogalum leite-de-galinha
pernettya
polygonatum selo-de-salomão
prunus laurocerasus louro-cerejo
rhamnus sanguinho
rhus succedana
rhus verniciflua variedade-de-sumagre
ricinus communts rícinio
scilla odorata jacinto-do-algarve
solanum dulcamara doce-amarga
taxus baccata teixo
thuja tuja
veratrum alhum heléboro-branco
wisteria glicínia

83

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