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Projeto de intervenção interdisciplinar para atendimento de idosos(as)

Psicóloga Emanuele Gomes


CRP 02/18903 (em processo de transferência)

Uma breve Introdução

A busca dos(as) idosos(as) por serviços de saúde vem aumentando


exponencialmente devido ao crescimento populacional e mudanças no perfil
epidemiológico (aumento da incidência de doenças crônicas). Devido às especificidades
próprias desta fase da vida, os(as) idosos(as) compõem um público com necessidades
específicas, e que requerem cuidado especializado. Assim como em outras faixas
etárias, estão expostos(as) a problemáticas que por vezes não conseguem lidar
sozinhos(as) e necessitam do acompanhamento de especialistas.

No atual contexto se insere a equipe interdisciplinar. Faz-se necessário, da parte


destes profissionais, compreensão ampliada sobre o processo de envelhecimento e das
especificidades relativas ao adoecimento nesta fase da vida, para propiciar um
atendimento de qualidade, tendo em vista o aumento da demanda por atendimento
especializado que possa suprir tais carências.

Envelhecimento e Psicologia

A mudança é inerente ao processo de desenvolvimento e o mesmo se dá no


decorrer da vida do indivíduo. O desenvolvimento é um processo que ocorre durante
toda a vida, inclusive na velhice, e que, além de fatores universais, presentes nesta fase,
é importante considerar fatores individuais como determinantes favoráveis ou
desfavoráveis nesta etapa. Sendo assim, torna-se possível empreender um trabalho
terapêutico eficaz com as pessoas idosas.

No campo teórico, a Psicologia oferece contribuições significativas relativas ao


desenvolvimento humano, propondo modelos teóricos que valorizam as potencialidades
de todas as fases da vida. Estas teorias recentes, como o paradigma lifespan, definem a
velhice não como uma fase de declínio e incapacidade, mas propõem uma visão positiva
acerca do envelhecimento, baseando-se no conceito de plasticidade do desenvolvimento
humano.

Na Psicologia, mesmo que as pessoas tenham um problema em comum, o


tratamento varia conforme as reações próprias de cada sujeito. O indivíduo é
considerado em sua subjetividade, tendo em vista as particularidades de seu
funcionamento psíquico e de sua personalidade.

O tratamento é ajustado conforme as necessidades e o ritmo do paciente,


buscando sempre estabelecer um rapport positivo e conduzindo ao caminho terapêutico
mais adequado e convergente com suas características individuais. Deste modo, o
acompanhamento psicológico e interdisciplinar oferecido ao(a) idoso(a) servirá como
suporte para o confronto com a nova realidade de vida e suas peculiaridades, visando a
uma melhor adaptação ao contexto em que se encontra.

Intervenção

No primeiro momento será criado um Plano Terapêutico Singular. Trata-se de


uma ficha com uma breve anamnese (clínica e biográfica) contendo perguntas sobre
gostos pessoais, coisas que não agradam, necessidades, desejos, e outras informações
que possam orientar o atendimento.

No segundo momento será traçado um plano de atendimento junto com a equipe


interdisciplinar, a fim de executar atividades que possam, dentro das necessidades do (a)
cliente, melhorar sua qualidade de vida. Seja através de intervenções clínicas focais,
atividades lúdicas, ou outra forma de intervenção que seja mais adequada para o caso.

Objetivos do acompanhamento Interdisciplinar:

- Valorizar e potencializar as capacidades individuais a nível físico, emocional,


psicológico, entre outros aspectos.

- Ampliar recursos de enfrentamento e adaptação;

- Criar estratégias alternativas para o manejo das dificuldades pessoais;


- Promover saúde através da identificação de necessidades e orientações necessárias.

* As intervenções se darão sob a premissa do respeito à individualidade do paciente e às


suas características singulares.

Referências:

1. Neri AL. O legado de Paul B. Baltes à Psicologia do desenvolvimento e do


envelhecimento. Temas em psicologia. 2006; 14 (1): p. 17 – 34.
2. Fonseca AM. Promoção do desenvolvimento psicológico no envelhecimento.
Contextos Clínicos. Julho – Dezembro 2010; 3 (2): 124 - 131.
3. Organização Mundial da Saúde. Relatório mundial de envelhecimento e
saúde. 2015. Disponível em:
http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/186468/6/WHO_FWC_ALC_15.01_por
.pdf.
4. Ribeiro PCC. A psicologia frente aos desafios do envelhecimento
populacional. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia. Dezembro, 2015;
8 (2): p. 269 – 283.

A Psicoterapia é um tratamento que vem ganhando espaço e reconhecimento na


área da saúde. Porém, ainda suscita questionamentos sobre seu funcionamento e
eficácia.

Existe no senso comum uma ideia de que a Psicoterapia é indicada para pessoas com
transtornos mentais. Há uma resistência na adesão ao tratamento devido a esse
estereótipo. Mas não é bem assim! Todas as pessoas, independentemente da fase da vida
em que se encontram, passam por fases de maior instabilidade emocional relacionada a
problemáticas afetivas, sociais, financeiras, existenciais, relacionais, laborais, etc.

A Psicoterapia tem como um de seus objetivos provocar no paciente um processo de


autoconhecimento. Além disso, viabiliza o processo de ressignificação de vivências
tidas como negativas ou traumáticas, ou seja, através da fala o paciente pode revisitar
fatos do seu passado e reavaliá-los, dando a eles outro significado.
Durante o processo o paciente também tem a oportunidade de conhecer as razões por
trás de suas ações, provocando descobertas sobre si próprio com potencial
revolucionário em sua vida. A partir daí, o paciente consegue tomar para si a
responsabilidade pelos seus problemas, deixando de culpar outras pessoas e quebrando
padrões de repetição nocivos.

Qual profissional eu devo procurar para começar uma Psicoterapia?


A psicoterapia é realizada por profissionais da área Psi: Psicólogos, Psicanalistas,
Psiquiatras ou qualquer profissional de curso superior com formação em algum tipo de
abordagem psicoterapêutica. Muitas pessoas tem dúvidas sobre a diferença entre
psicólogo(a) e psiquiatra. Psicólogo(a) é um(a) profissional que tem graduação em
psicologia. Já o(a) psiquiatra é formado(a) em medicina e especializado(a) em
psiquiatria. Apenas os(as) psiquiatras podem prescrever medicações.

E como funciona?

Na psicoterapia, um dos aspectos fundamentais é o sigilo, garantido pelo Código de


Ética Profissional. Isso significa que o conteúdo trazido pelo(a) paciente durante a
sessão não pode ser compartilhado com outras pessoas. Isso garante que o(a) paciente
possa falar abertamente sobre suas dificuldades sem receio de que sejam conhecidas por
outros.

Geralmente as sessões ocorrem semanalmente. Porém, em momentos de crise ou em


situações mais graves, podem ocorrer duas ou mais sessões por semana. Por outro lado,
quando a terapia está em processo de finalização, é comum que sejam feitas sessões
mais espaçadas, como por exemplo a cada duas semanas.

Quanto custa?

A psicoterapia, assim como outros tratamentos de saúde, é um investimento. O valor é


negociável e estabelecido de forma individual, geralmente variando de acordo com a
qualificação e experiência do(a) profissional, a localização e as condições do
consultório, as condições financeiras do(a) paciente, entre outros aspectos.

Em quais casos eu devo procurar uma Psicoterapia?

Na verdade, não é necessário ter um motivo concreto e aparente para fazer psicoterapia,
basta sentir que precisa de ajuda em algum aspecto subjetivo ou simplesmente estar em
busca de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.
Mas é importante prestar atenção a algumas situações, nas quais é de fundamental
importância a busca pela psicoterapia:

🔸Quando se está passando por uma fase de sofrimento, transições difíceis ou problemas
que não consegue resolver sozinho(a);

🔸Quando estiver passando por perdas, lutos ou separações. Ou, mesmo após muito
tempo, a dor da perda ainda permaneça muito forte;

🔸Quando todo e qualquer comportamento, sentimento, emoção ou pensamento


atrapalhem a rotina de forma significativa e causem prejuízos em qualquer área da vida,
seja ela conjugal, social, familiar, profissional, etc;

🔸Quando perceber a presença de transtornos alimentares, obsessões, manias,


compulsões ou fobias;

🔸Quando não sentir satisfação com o andamento da vida e tiver a necessidade de


descobrir novas maneiras de estar no mundo;

🔸Quando estiver vivenciando conflitos interpessoais.

“Culpar-se é querer se castigar. Responsabilizar-se é querer mudar. O objetivo é fazer a


pessoa perceber o que quer e como ela própria se sabota” (Goldgrub).

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