Você está na página 1de 12

PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CONSTITUCIONAL

MÓDULO DIREITO CONSTITUCIONAL APLICADO

Professor: Marcus Vinícius Corrêa Bittencourt

1. Material pré-aula

a. Tema

Direito Administrativo Constitucional

b. Noções Gerais

Sobre este assunto, destacam-se os Princípios constitucionais da


administração pública:
a) Princípio da legalidade;
b) Princípio da impessoalidade;
c) Princípio da moralidade administrativa;
d) Princípio da publicidade;
e) Princípio da eficiência.

c. Legislação

Constituição Federal: 5º, XXIV; 22, XXVII, 37; 39 a 41; 84 e 85;


175; 182, 184; 243.

Súmulas do STF:

“Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de


candidato a cargo público”. (Súmula vinculante 44)

“É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao


servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na
qual anteriormente investido”. (Súmula vinculante 43)

“A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta,


colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade
nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em

1
cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de
cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada
na administração pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF.”
(Súmula vinculante 13)

"É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao


servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público
destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na
qual anteriormente investido." (Súmula 685).

"É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a


concurso público." (Súmula 684)

"O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima


em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido."
(Súmula 683.)

"A fixação de vencimentos dos servidores públicos não pode ser


objeto de convenção coletiva." (Súmula 679)

"Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio


constitucional da legalidade, quando a sua verificação pressuponha
rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão
recorrida." (Súmula 636.)

"A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de


vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos,
ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade,
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial." (Súmula 473.)

"A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios


atos." (Súmula 346.)

"A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita antes da


posse." (Súmula 17)

"Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse." (Súmula


16)

2
"Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem
direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância
da classificação." (Súmula 15)

"Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da


idade, inscrição em concurso para cargo público." (Súmula 14.)

d. Julgados/Informativos

(íntegra dos respectivos acórdãos em:


http://stf.jus.br/portal/inteiroTeor/pesquisarInteiroTeor.asp -
informar apenas o número do processo sem ponto ou dígito
verificador e serão listadas as classes relacionadas ao número)

“Incentivo fiscal. Esportes. Automobilismo. Igualdade tributária.


Privilégio injustificado. Impessoalidade. Lei 8.736/09 do Estado da
Paraíba. Programa ‘acelera paraíba’. (...) A lei estadual 8.736/2009
singulariza de tal modo os beneficiários que apenas uma única pessoa
se beneficiaria com mais de 75% dos valores destinados ao programa
de incentivo fiscal, o que representa evidente violação aos princípios
da igualdade e da impessoalidade. A simples fixação de condições
formais para a concessão de benefício fiscal não exime o instrumento
normativo de resguardar o tratamento isonômico no que se refere
aos concidadãos.” (ADI 4.259, rel. min. Edson Fachin, julgamento
em 3-3-2016, Plenário, DJE de 16-3-2016.)

“No impeachment, todas as votações devem ser abertas, de modo a


permitir maior transparência, controle dos representantes e
legitimação do processo. No silêncio da Constituição, da Lei nº
1.079/1950 e do Regimento Interno sobre a forma de votação, não é
admissível que o Presidente da Câmara dos Deputados possa, por
decisão unipessoal e discricionária, estender hipótese inespecífica de
votação secreta prevista no RI/CD, por analogia, à eleição para a
Comissão Especial de impeachment. Em uma democracia, a regra é a
publicidade das votações. O escrutínio secreto somente pode ter
lugar em hipóteses excepcionais e especificamente previstas. Além
disso, o sigilo do escrutínio é incompatível com a natureza e a
gravidade do processo por crime de responsabilidade. Em processo
de tamanha magnitude, que pode levar o Presidente a ser afastado e
perder o mandato, é preciso garantir o maior grau de transparência e
publicidade possível. Nesse caso, não se pode invocar como

3
justificativa para o voto secreto a necessidade de garantir a liberdade
e independência dos congressistas, afastando a possibilidade de
ingerências indevidas. Se a votação secreta pode ser capaz de afastar
determinadas pressões, ao mesmo tempo, ela enfraquece o controle
popular sobre os representantes, em violação aos princípios
democrático, representativo e republicano. Por fim, a votação aberta
(simbólica) foi adotada para a composição da Comissão Especial no
processo de impeachment de Collor, de modo que a manutenção do
mesmo rito seguido em 1992 contribui para a segurança jurídica e a
previsibilidade do procedimento.” (ADPF 378-MC, rel. p/ o ac. min.
Roberto Barroso, julgamento em 16-12-2015, Plenário, DJE de 8-3-
2016)

“Servidor público. Nepotismo. Vedação ao exercício de funções sob a


direção imediata de cônjuge ou parente até o segundo grau civil.
Violação ao inciso II do art. 37 da CF e ao princípio da isonomia.
Inexistência. Proibição que decorre do caput do art. 37 da CF.
Procedência parcial para emprestar interpretação conforme a
Constituição. Incidência exclusiva sobre cargos de provimento em
comissão, função gratificada e cargos e direção e assessoramento.”
(ADI 524, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, julgamento em
20-5-2015, Plenário, DJE de 3-8-2015.)

O Plenário do STF deferiu medida cautelar na ADI 2.135-MC, para


suspender a eficácia do caput do art. 39 da CF, na redação dada pela
EC 19/1998, com efeitos ex nunc, subsistindo a legislação editada
nos termos da emenda declarada suspensa. (Art. 39, caput, na
redação da EC 19/1998: “A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão conselho de política de administração e
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos
respectivos Poderes.”)

“O retorno do servidor à Administração Pública, à prestação de


serviços, faz-se observada a situação jurídica originária, descabendo
transmudar o regime da Consolidação das Leis do Trabalho em
especial – inteligência das Leis nº 8.878/94 e 8.212/90.” (RMS
30.548, rel. min. Marco Aurélio, julgamento em 15-9-2015,
Primeira Turma, DJE de 28-10-2015.)

“Servidor efetivo do Poder Executivo, que exerce função


comissionada em Tribunal, ao qual seu irmão é vinculado como juiz.
(...) Não se faz necessária comprovação de ‘vínculo de amizade ou
troca de favores’ entre o irmão do impetrante e o desembargador

4
federal de quem é assistente processual, pois é a análise objetiva da
situação de parentesco entre o servidor e a pessoa nomeada para
exercício de cargo em comissão ou de confiança na mesma pessoa
jurídica da administração pública que configura a situação de
nepotismo vedada, originariamente, pela CR.” (MS 27.945, rel.
min. Cármen Lúcia, julgamento em 26-8-2014, Segunda
Turma,DJE de 4-9-2014.)

“O Plenário, por maioria, concedeu mandado de segurança para


declarar a insubsistência de penalidade de suspensão aplicada pelo
presidente do STF à servidora pública do respectivo Tribunal. No
caso, a impetrante cometera infração administrativa e, em
consequência, fora-lhe imposta pela Presidência do STF – ao acolher
parecer da assessoria jurídica, endossado pelo diretor-geral – pena
de sessenta dias de suspensão. (...) ressaltou que o art. 141, I e II,
da Lei 8.112/1990 expressamente excluiria da esfera de atribuições
da presidência dos tribunais federais a aplicação de penalidades que
não fossem de demissão, cassação de aposentadoria ou
disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, órgão ou
entidade (...). A Corte consignou haver discrepância entre a previsão
da Lei 8.112/1990, quanto à aplicação de punições disciplinares, e o
disposto no art. 65, IX, n, do Regulamento da Secretaria do STF, que
limita a suspensão de servidores pelo diretor-geral ao prazo máximo
trinta dias (...). Destacou que o descompasso entre o regulamento
administrativo e a lei resolver-se-ia em favor desta última. O Tribunal
afirmou que o princípio da legalidade exigiria plena submissão da
atividade administrativa ao estabelecido em lei. Além disso, aduziu
que esse princípio seria garantia de o administrado não ser
submetido a arbitrariedades. Sublinhou que o princípio hierárquico,
que regeria as relações internas da administração, não se sobreporia
ao da legalidade, mas nele estaria contido. Ponderou que a hierarquia
encontraria fundamento e limites na letra da lei. Enfatizou que,
segundo a jurisprudência do STF, o art. 5º, LV, da CF consagraria o
direito ao duplo grau administrativo, independentemente de depósito
prévio de valores. Asseverou que a manutenção do ato impugnado
contrariaria esse entendimento.” (MS 28.033, rel. min. Marco
Aurélio, julgamento em 23-4-2014, Plenário, Informativo 743).

“Competência do CNMP para promover a fiscalização dos princípios


constitucionais da administração pública, consagrados no art.
37, caput, da CF, entre eles o princípio da moralidade, que rege a
vedação ao nepotismo. É inexequível a precisão dos interesses

5
públicos e privados envolvidos, ressalvando-se, ademais, a
obrigatoriedade de o poder público pautar seus atos pelo respeito aos
princípios da administração pública, em especial, no caso dos autos,
aos da legalidade e da impessoalidade (art. 37, caput, da CF/1988).
A edição de atos regulamentares ou vinculantes por autoridade
competente para a orientação da atuação dos demais órgãos ou
entidades a ela vinculados quanto à configuração do nepotismo não
retira a possibilidade de, em cada caso concreto, proceder-se à
avaliação das circunstâncias à luz do art. 37, caput, da CF/1988.”
(MS 31.697, rel. min.Dias Toffoli, julgamento em 11-3-2014,
Primeira Turma, DJE de 2-4-2014.)

“Ação direta de inconstitucionalidade. Parágrafo único do art. 1º da


Lei 13.145/1997 do Estado de Goiás. Criação de exceções ao óbice da
prática de atos de nepotismo. Vício material. Ofensa aos princípios da
impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da moralidade. (...) A
previsão impugnada, ao permitir (excepcionar), relativamente a
cargos em comissão ou funções gratificadas, a nomeação, a admissão
ou a permanência de até dois parentes das autoridades mencionadas
no caput do art. 1º da Lei estadual 13.145/1997 e do cônjuge do
chefe do Poder Executivo, além de subverter o intuito moralizador
inicial da norma, ofende irremediavelmente a CF.” (ADI 3.745, rel.
min. Dias Toffoli, julgamento em 15-5-2013, Plenário, DJE de 1º-8-
2013.)

"Não há empecilho constitucional à edição de leis sem caráter geral e


abstrato, providas apenas de efeitos concretos e individualizados. Há
matérias a cujo respeito a disciplina não pode ser conferida por ato
administrativo, demandando a edição de lei, ainda que em sentido
meramente formal. É o caso da concessão de pensões especiais. O
tratamento privilegiado a certas pessoas somente pode ser
considerado ofensivo ao princípio da igualdade ou da moralidade
quando não decorrer de uma causa razoavelmente justificada. (...)
No caso, tanto a petição inicial quanto os atos decisórios das
instâncias ordinárias se limitaram a considerar ‘imoral’ a lei que
concedeu pensão especial a viúva de prefeito falecido no exercício do
cargo por ter ela conferido tratamento privilegiado a uma pessoa,
sem, contudo, fazer juízo algum, por mínimo que fosse, sobre a
razoabilidade ou não, em face das circunstâncias de fato e de direito,
da concessão do privilégio. Com maior razão se mostrava
indispensável um juízo sobre o elemento subjetivo da conduta, para
fins de atribuir responsabilidade civil, relativamente aos demandados

6
que exerciam o cargo de vereador, investidos, constitucionalmente,
da proteção de imunidade material (= inviolabilidade) pelos votos
proferidos no exercício do mandato (CF, art. 29, VIII). Se é certo que
tal imunidade, inclusive para efeitos civis, é assegurada até mesmo
em caso de cometimento de crime, não se há de afastá-la em casos
como o da espécie, que de crime não se trata e em que sequer a
intenção dolosa foi aventada." (RE 405.386, rel. p/ o ac. min. Teori
Zavascki, julgamento em 26-2-2013, Segunda Turma, DJE de 26-4-
2013.)

“In casu, a) O litisconsorte passivo pleiteou através da petição,


datada de 12-05-2009, requerendo a extinção do feito, sem
resolução de mérito, por perda superveniente do objeto (...), de vez
que não mais subsistiria o interesse processual no prosseguimento do
feito face à nomeação e posse do agravante para cargo de auditor do
TCU pelo presidente da República, em decorrência da criação de mais
um cargo ao quadro de auditores do TCU pela Lei 11.854/2008; b) O
pedido do litisconsorte passivo foi acolhido, sem oportunizar o prévio
pronunciamento do agravante, extinguindo o feito, sem resolução de
mérito, em manifesta contrariedade à garantia constitucional do
contraditório; c) A ordem de antiguidade proveniente da aprovação
do concurso público de auditor do TCU é critério determinante para a
fruição de diversos direitos e prerrogativas em sede constitucional,
legal e regulamentar (e.g., nomeação de ministros da Corte de
Contas dentre integrantes dos quadros de auditores, convocação de
substitutos dos ministros do TCU etc.) A escorreita delimitação da
controvérsia fática é condição indispensável no mandado de
segurança, máxime porque permite ao órgão jurisdicional aferir se o
direito vindicado pelo impetrante poderá ser comprovado de plano,
por meio de documentação inequívoca, i.e., se comporta análise
quanto à sua liquidez e certeza. Deveras, o caso sub examine revela
que: a) o decisum monocrático amparou-se no fato de que o ato
coator (Edital 11/2007) fora publicado antes do julgamento de seu
segundo recurso administrativo, desta vez interposto perante o
presidente do certame. b) A premissa fática ensejou duas ilações, a
saber: a primeira, no sentido de que o recurso administrativo
interposto perante a autoridade competente foi devidamente
apreciado, e nele não constava qualquer impugnação aos pontos
atribuídos a (...), primeiro colocado; e, a segunda, afirmando que o
recurso administrativo dirigido ao presidente do concurso, na qual se
impugnava a pontuação da prova de títulos de seu concorrente, não
constava no edital, de modo que, eventual apreciação, seria anti-
isonômica em relação aos demais candidatos; c) A causa

7
petendideduzida pelo impetrante versa a desconformidade das
certidões acostadas pelo impetrante para a comprovação dos títulos
com as exigências objetivas constantes do edital do certame. A
legalidade dos concursos públicos é plenamente cognoscível na via
jurisdicional, sendo defeso, todavia, ao Poder Judiciário substituir-se
à banca examinadora, outrossim, imiscuir-se nos critérios de correção
de provas e atribuição de notas. A causa mandamental não abarca a
pretensão deduzida no writ ab origine, concernente ao reexame da
adequação das certidões acostadas pelo litisconsorte, primeiro
colocado no concurso, com os critérios fixados para a comprovação
dos títulos exigidos pelo Edital do concurso de auditor do TCU,
esbarrando em óbice intransponível, consubstanciado na ausência de
liquidez e certeza do direito vindicado, máxime porque a mencionada
pontuação decorreu de valoração engendrada pela comissão à luz de
critérios estabelecidos no edital que rege o certame in foco, fato que,
evidentemente, revela a ausência de ilegalidade e, a fortiori, afasta o
controle judicial, interditando a apreciação do pedido de nulidade do
Edital 11/2007 e a retirada dos pontos atribuídos aos títulos ao
primeiro colocado. A releitura da atávica dicotomia entre atos
vinculados v. atos discricionários pela moderna dogmática do direito
administrativo, autoriza o controle jurisdicional mais ou menos
intenso nos atos praticados pelas comissões organizadoras de
concurso público conforme o grau de vinculação do ato administrativo
(edital) à juridicidade, notadamente quando se verificar desvio da
finalidade na atribuição de pontuação aos títulos dos candidatos ou
quando esta for manifestamente desproporcional à luz das exigências
editalícias. Na espécie, a) as certidões da Diretoria de Pessoal do
Exército apresentadas pelo litisconsorte, (...), comprovaram o efetivo
desempenho do magistério em instituição de ensino superior,
especificamente na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN),
entre 9-1-1989 a 28-12-1991, e na Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais (ESAO), no período de 23-1-1995 a 2-12-1997, na qualidade
de instrutor de administração militar,i.e., na área de administração;
b) a certidão (...), exarada pela Direção de Recursos Humanos e pela
Seção de Seleção e Treinamento do Tribunal de Contas do Distrital
Federal, atesta categoricamente que o litisconsorte fora aprovado em
todas as etapas do concurso público para o cargo de Auditor do
Tribunal de Contas do Distrito Federal, obtendo a primeira colocação
na classificação final; c) a certidão, a despeito de não mencionar
expressamente os requisitos para a investidura no cargo e a
escolaridade exigida, não infirma o fato inequívoco de que o
litisconsorte juntou aos autos o edital do certame de auditor do TCDF,
em que se colhe como um dos requisitos indispensáveis à investidura

8
no indigitado cargo, especificamente no item 2.4, b, que o aprovado
seja portador de diploma de curso superior ou habilitação legal
equivalente, devidamente registrado, nas áreas de contabilidade,
direito, economia ou administração; d) Destarte, se o edital
estabelece como um dos requisitos para a investidura do cargo a
privatividade em qualquer das áreas de direito, contabilidade,
administração ou economia, forçoso concluir que a atribuição da
pontuação não se revela inidônea.” (MS 26.849-AgR, rel. min. Luiz
Fux, julgamento em 10-4-2014, Plenário, DJE de 21-5-2014.)

“Distinção entre empresas estatais prestadoras de serviço público e


empresas estatais que desenvolvem atividade econômica em sentido
estrito. (...). As sociedades de economia mista e as empresas
públicas que explorem atividade econômica em sentido estrito estão
sujeitas, nos termos do disposto no § 1º do art. 173 da Constituição
do Brasil, ao regime jurídico próprio das empresas privadas. (...). O §
1º do art. 173 da Constituição do Brasil não se aplica às empresas
públicas, sociedades de economia mista e entidades (estatais) que
prestam serviço público.” (ADI 1.642, Rel. Min. Eros Grau,
julgamento em 3-4-2008, Plenário, DJE de 19-9-2008.) No mesmo
sentido: ARE 689.588-AgR, rel. min. Luiz Fux, julgamento em 27-
11-2012, Primeira Turma, DJE de 13-2-2012.

“A natureza jurídica contratual do vínculo negocial que a GEAP


mantém com a administração federal, cujo núcleo é a obrigação de
prestar serviço de assistência à saúde visando a uma contraprestação
pecuniária, impõe regular procedimento licitatório, observados os
parâmetros estabelecidos na CF e na Lei 8.666/1993. O modelo de
gestão da GEAP não se caracteriza como de autogestão para os fins
previstos no art. 1º, I, do Decreto 4.978/2004: impossibilidade de
firmar convênios com órgãos e entidades da administração pública,
que não sejam seus patrocinadores, sem licitação. Não há violação a
direito líquido e certo no acórdão do TCU que vedou aos órgãos e às
entidades da administração pública federal, excetuados os
patrocinadores originários da GEAP, a celebração de novos convênios
para a prestação de serviços de assistência à saúde para os
respectivos servidores.” (MS 25.855, rel. p/ o ac. min. Cármen
Lúcia, julgamento em 20-3-2013, Plenário, DJE de 22-9-2014.)

“Improbidade Administrativa. Agente Político. Comportamento


alegadamente ocorrido no exercício de mandato de governador de
Estado – Possibilidade de dupla sujeição tanto ao regime de
responsabilização política, mediante impeachment (Lei 1.079/1950),

9
desde que ainda titular de referido mandato eletivo, quanto à
disciplina normativa da responsabilização civil por improbidade
administrativa (Lei 8.424/1992). Extinção subsequente do mandato
de governador de Estado. Exclusão do regime fundado na Lei
1.079/1950 (art. 76, parágrafo único). Pleito que objetiva distinguir
processo civil de improbidade administrativa, em razão de, à época
dos fatos, a autora ostentar a qualidade de chefe do Poder Executivo.
Legitimidade, contudo, de aplicação a ex-governador de Estado do
regime jurídico fundado na Lei 8.427/1992 (...) Regime de plena
responsabilidade dos agentes estatais, inclusive dos agentes políticos,
como expressão necessária do primado da ideia republicana.” (AC
3.585-AgR, rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, julgamento
em 2-9-2014, DJE de 28-10-2014.)

“O Plenário, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em


ação direta ajuizada em face dos arts. 23, 37 a 47 e 53, todos da Lei
12.663/2012 (Lei Geral da Copa). Os dispositivos impugnados tratam
da responsabilidade civil da União perante a Fifa; da concessão de
prêmio em dinheiro e de auxílio especial mensal para jogadores das
seleções brasileiras campeãs em 1958, 1962 e 1970; e da isenção de
custas processuais concedida à Fifa perante a Justiça Federal. (...)
discorreu que o Brasil assumira, desde a Constituição de 1946, uma
postura mais publicista, quando fora adotada a teoria do risco
administrativo (...). Afirmou que a Constituição atual abrigaria essa
teoria, e incorporaria a ideia de que a responsabilidade civil
extracontratual, quer do Estado, quer de pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviço público, passara a ser objetiva em
relação a terceiros. Ressaltou, porém, que o caso fortuito, a força
maior e a culpa exclusiva da vítima configurariam excludentes da
responsabilidade estatal, porque o nexo causal entre a atividade
administrativa e o dano não ficaria evidenciado. O relator assinalou
que a disposição contida no art. 37, § 6º, da CF não esgotaria a
matéria atinente à responsabilidade civil imputável à administração,
mas configuraria mandamento básico sobre o assunto. (...) Resumiu
que, em situações especiais de grave risco para a população ou de
relevante interesse público, o Estado poderia ampliar a
responsabilidade por danos decorrentes de sua ação ou omissão, para
além das balizas do citado dispositivo constitucional, para dividir os
ônus decorrentes dessa extensão com toda a sociedade. Destacou
que a lei poderia impor a responsabilidade do Estado por atos
absolutamente estranhos a ele, o que não configuraria
responsabilidade civil propriamente dita, mas outorga de benefício a
terceiros lesados. Reputou que a espécie configuraria a teoria do risco

10
social, uma vez tratar de risco extraordinário assumido pelo Estado,
mediante lei, em face de eventos imprevisíveis, em favor da
sociedade como um todo. Acrescentou que o artigo impugnado não
se amoldaria à teoria do risco integral, porque haveria expressa
exclusão dos efeitos da responsabilidade civil na medida em que a
Fifa ou a vítima houvesse concorrido para a ocorrência do dano.
Anotou que se estaria diante de garantia adicional, de natureza
securitária, em favor de vítimas de danos incertos que poderiam
emergir em razão dos eventos patrocinados pela Fifa, excluídos os
prejuízos para os quais a entidade organizadora ou mesmo as vítimas
tivessem concorrido.” (ADI 4.976, rel. min. Ricardo Lewandowski,
julgamento em 7-5-2014, Plenário, Informativo 745.)

“Responsabilidade subsidiária da administração pública. ADC 16/DF.


(...) A inversão do ônus da prova a fim de se admitir a veracidade
dos fatos alegados pelo trabalhador e se responsabilizar a
empregadora direta pelas verbas trabalhistas pleiteadas são
consequências processuais que não podem ser transferidas, ainda
que subsidiariamente, ao poder público, cuja responsabilidade deve
estar demonstrada e delimitada pelas circunstâncias do caso
concreto. Ausência de comprovação do elemento subjetivo do ato
ilícito imputável ao poder público.” (Rcl 15.003-AgR, rel. min. Dias
Toffoli, julgamento em 30-4-2014, Plenário, DJE de 6-6-2014.)

e. Leitura sugerida

BINENBOJM, Gustavo. A Constitucionalização do


Direito Administrativo no Brasil: um inventário de avanços e
retrocessos. Disponível em:
http://www.direitodoestado.com/revista/RERE-13-MAR%C7O-2007-
GUSTAVO-BINENBOJM.PDF

DELGADO, José Augusto. O Direito Administrativo do século XXI.


Revista Ibero-Americana de Direito Público. Rio de Janeiro: América
Jurídica, v. 4, n. 12, p. 147-167, 2003. Disponível em:
http://bdjur.stj.jus.br/xmlui/bitstream/handle/2011/1919/O_Direito_
Administrativo_do_S%C3%A9culo_XXI.pdf?sequence=1

MENEZES DE ALMEIDA, Fernando . Responsabilidade do estado


(Tratado de direito administrativo, vol. 7 - coord. Maria Sylvia Zanella
Di Pietro). 1. ed. São Paulo: Thomson Reuters - Revista dos
Tribunais, 2014. v. 1. 230p

11
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional Administrativo. 4ª. ed.
São Paulo: Editora Atlas, 2007.

NUNES JÚNIOR, Flávio Martins Alves. Curso de Direito Constitucional.


“DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS)” (p. 812). Revista dos
Tribunais: 2017.

VASCONCELOS, Edson Aguiar de. Direito administrativo


constitucional. 1ª ed. Rio de Janeiro: GZ, 2010.

f. Leitura complementar

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo.


29. ed., Malheiros, (princípios constitucionais da administração
público, p. 98-139).

BINENBOJM, Gustavo. Uma Teoria do Direito Administrativo. 2ª ed.


Rio de Janeiro: Renovar, 2008.

BITTENCOURT, Marcus Vinicius Corrêa. Manual de Direito


Administrativo. 6ª Ed. 2015. Editora Fórum.

CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual


de Direito Administrativo. 23ª ed. Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2010.
“Controle da Administração Pública. Controle Judicial” (p. 1099 –
1227).

ESPÍNDOLA, Ruy Samuel. Princípios constitucionais e atividade


jurídico-administrativa: anotações em torno de questões
contemporâneas. Fórum Administrativo: Direito Público, Belo
Horizonte, v. 6, n. 64, jun. 2006. Disponível em:
http://jus.com.br/artigos/20988/principios-constitucionais-e-
atividade-juridico-administrativa/2

MENEZES DE ALMEIDA, Fernando. Responsabilidade civil do estado.


Revista de direito administrativo contemporâneo - ReDAC, v. 8, p.
147-173, 2014.

ZOCKUN, Maurício. Separação dos Poderes e o Judiciário como


Legislador Positivo e Negativo. Disponível
em:http://www.zockun.com.br/downloads/Poder%20Judici%C3%A1ri
o%20como%20legislador%20negativo.pdf.pdf

12

Você também pode gostar