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Disciplina
Empreendedorismo
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Professor(a) Franklin Jorge Santos
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SUMÁRIO
MÓDULO III
Mensagem ao aluno:
Prezado aluno você está recebendo o terceiro módulo da disciplina, com os respectivos, estudo de casos e
exercícios de revisão do conteúdo. Bom estudo. Dedique-se.
CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA
Neste terceiro módulo iremos contextualizar implementando negócios e investimentos nos aspectos
que veremos a seguir:
Módulo III
A implementação é essencial para garantir o sucesso do planejamento. Não é raro que bons planos de
negócio fracassem devido a falhas na etapa de implementação e um dos erros mais comuns dessa
fase é considerar que a etapa de planejamento encerrou-se e que o momento deve ser apenas para a
execução. O planejamento de negócios deve ser dinâmico, de modo que mesmo na etapa de
implementação as premissas, objetivos e estratégias sejam avaliadas, medidas e ajustadas, se for o
caso.
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É fundamental, portanto, que a execução do plano seja monitorada constantemente, principalmente
nos dias atuais, em que as mudanças ocorrem em ritmo veloz e exigem que as empresas estejam
aptas a aproveitá-las como oportunidades e adaptar-se a elas para fazer bons negócios.
A equipe de implementação deve estar alinhada, envolvida e comprometida com a missão e objetivos
estabelecidos na fase de planejamento, por isso, o processo de comunicação e convencimento é
fundamental para conquistar a disciplina e empenho necessários para o sucesso. Para mobilizar cada
pessoa da organização é preciso assegurar que todos compreendam o sentido daquilo que estão
fazendo e que sejam devidamente preparados para isso.
O plano de negócios se tornou o principal documento utilizado por empreendedores para conseguir
investimento para seus negócios. Mas quais são os itens relacionados à seção financeira do PN com
os quais o empreendedor deve se preocupar e dar especial atenção quando estiver interessado em
atrair um capitalista?
Contudo, a consolidação do capital de risco e o papel do investidor anjo também estão se tornando
realidade, motivando o estabelecimento de cenários otimistas para os próximos anos. Uma linha de
pensamento que contempla o empreendedorismo, além da econômica (racional), é a
comportamental, que tem no autor David McClelland um de seus maiores representantes. Ele
postulou que o empreendedor tem a necessidade de sucesso, de reconhecimento e o desejo de ter
poder e controle. A maior força motivadora desse indivíduo é a necessidade de realização, de se
superar e de se diferenciar dos demais, o que pode se manifestar, se houver oportunidade, no
estabelecimento de uma atividade econômica própria (DEWES, 2005). Este autor procurou identificar
as características dos empreendedores bem sucedidos, buscando um ponto de partida para detectá-
las em outros indivíduos. São algumas delas: busca de oportunidade, iniciativa, persistência, correr
riscos calculados, exigência de qualidade e eficiência, comprometimento, busca de informações,
estabelecimento de metas, planejamento, persuasão e rede de contatos, independência e
autoconfiança.
Têm sido discutidas, assim como no Brasil, também no restante do mundo, a necessidade e a
dificuldade de viabilizar o investimento para atividades empreendedoras e fomentadoras da
inovação. A pressão para o desenvolvimento tem levado os países emergentes a perseguir uma
estratégia para o crescimento voltada para o empreendedorismo e para a inovação tecnológica
radical (BOTELHO et al., 2006), sem a crassa e única dependência de financiamento de órgãos e
agências estatais.
De acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor 2006 (BOSMA et al., 2006), o Brasil é o
quarto maior país em termos de percentual da população entre 18-64 anos envolvidas com negócios
próprios. Em termos de atividade empreendedora inicial, o país se coloca em décima posição. A
despeito desse potencial de crescimento que essas empresas poderiam apresentar a maioria dessas
atividades empreendedoras, no entanto, carece de uma série de requisitos para lograrem sucesso.
Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE (ROMILDA, 2006) registra a taxa de mortalidade das empresas
nascentes brasileiras como maior que 49% no segundo ano, indo a quase 60% no quarto ano de vida
A percepção de parte dessas necessidades passou a tomar forma dentro de iniciativas e políticas
governamentais nesse sentido. Exemplos disso podem ser vistos através da criação de fundos para
empresas emergentes (ação do BNDES) e iniciativas diversas da FINEP (como, por exemplo, o “juro
zero”). No entanto, o surgimento de associações de investidores chamados no exterior de angel
investors (investidor anjo) – que começa a despontar no país - pode se constituir numa alternativa
privada a incorporar aos projetos empreendedores fatores além do capital, como a experiência no
mercado, de relacionamentos (networking) e de gestão, agregando valor adicional a esses projetos
empreendedores.
O Investimento Anjo
O termo “investidor anjo” originou-se nos Estados Unidos no início do século XX para identificar
investidores que na Broadway faziam investimentos de risco para financiar produções teatrais. Hoje
esse termo refere-se a indivíduos com alto patrimônio que investem em empresas nos seus estágios
iniciais (start-up) de crescimento. Nos Estados Unidos, geralmente é um investidor qualificado
(accredited investors) pelas regras da Security and Exchange Commission’s (SEC´s), a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) americana. Esses investidores são indivíduos com patrimônio maior que
US$ 1milhão, salário de US$ 200 mil nos último três anos, ou US$ 300 mil entre marido e mulher.
Estudos bibliográficos feitos por Botelho et al. (2006) mostram que esse mercado formado pelo
conjunto de investidores anjo é um dos mais antigos e a maior fonte de capital para as fases iniciais
das empresas. O capital anjo injetado nessas fases iniciais busca suprir a necessidade de recursos em
dose suficiente para levar a empresa nascente ao patamar de desenvolvimento que possibilite seu
crescimento auto-sustentado, levando o negócio a um ponto em que ele se transforme mais atrativo a
um fundo de venture capital.
O termo “anjo”, para investidor, ainda é pouco conhecido no Brasil. Sua participação, no entanto, em
investimentos inovadores está em fase de crescimento, tendo em vista que se institui num ambiente
onde o setor de MPME´s(Micro, Pequena e Média Empresa ) possui dificuldades em angariar
investimentos em função da falta de carteiras sólidas de clientes, pouca experiência gerencial e baixo
nível de disclouse (revelação, descoberta). Em troca de capital e dedicação ao empreendimento, os
“anjos” solicitam uma participação societária na empresa investida, podendo, ainda, assumir uma
cadeira no conselho de administração. Todavia, este envolvimento às vezes se dá de modo informal.
Não obstante, esta classe de investidores vem justamente para preencher as lacunas provenientes de
um mercado nascente, acenando com a possibilidade de alocação de recurso e transferência de know-
how gerencial. Os investidores anjo, no cerne da sua atuação, procuram agregar projetos inovadores
com elevado potencial de crescimento e rentabilidade, e carentes de auxílio profissional qualificado e
experiente.
De acordo com pesquisa realizada pelo NEP/Gênesis-PUC/RJ (apud NETO, 2005), o perfil dos
investidores anjos brasileiros é bem peculiar, uma vez que os mesmos não possuem significativa base
Capital de Risco
A fonte de recurso inicial de qualquer empresa é o capital aplicado por pessoas físicas e jurídicas
interessadas em montar ou ampliar seu negócio, o chamado capital próprio. Esse capital é entendido
de forma mais ampla como os recursos do empreendedor e seus sócios.
O capital próprio incorpora algumas características ou dimensões que o leva a ser definido como
capital de risco. O termo capital de risco vem como tradução do inglês venture capital, cuja tradução
poderia ser “capital empreendedor”, como preferem alguns. O termo venture capital é utilizado na
literatura (SANTOS, 2005) com o mesmo significado de capital de risco. Para efeitos deste artigo,
venture capital será usado de forma mais estrita para designar um dos grupos de veículos para
financiar o investimento no capital próprio. A definição de capital de risco dada por Santos (2005)
com suas nove dimensões:
“(...) uma atividade que reúne investidores e empresários, promissora e incerta, em que o investidor
arrisca nos lucros ou perdas da empresa, em aplicações de longo prazo e sem garantias de receber
seu capital, pois a empresa não se obriga a reembolsá-lo em caso de insucesso”.
A atividade de capital de risco não é nova e teve como origem principalmente a França e os Estados
Unidos, onde diversos empreendedores puderam iniciar seus negócios por meio destes aportes. Aqui
no nosso país, devido as suas características e problemas advindos de políticas de longo prazo
inconsistentes, alta inflação, planos econômicos mirabolantes, a atividade de capital de risco sempre
teve potencializado seu risco, impossibilitando seu desenvolvimento nos mesmos níveis dos países
citados.
Como característica básica deste tipo de aporte, a relação risco e retorno deve ser entendida. A todo
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investimento realizado devemos objetivar certo nível de retorno e um tempo mínimo para
desenvolvimento e maturação do negócio e, financeiramente falando, quanto mais alto o risco, mais
alto o retorno que deve ser gerado por ele.
Os investidores de forma geral, no Brasil, foram mais avessos a altos riscos do que em outros
países até meados da década de 90. Este perfil, no entanto tem se alterado por causa do plano real e
de certa continuidade de governo e de políticas macro econômicas, fazendo com que novos fundos
de investimento tenham sido criados nos últimos anos e consequentemente aumentado as
possibilidades de um empreendedor obter recursos para o desenvolvimento de um projeto.
O empreendedor ou a empresa que precisa de aporte, seja para novos investimentos seja para o
desenvolvimento de um novo projeto, para habilitarem-se a receber um investimento devem elaborar
um plano de negócios. Cada fundo gestor, normalmente, possui um modelo de plano, mas como já
existe amplamente na literatura existente, a empresa ou empreendedor pode elaborar um plano com
um modelo conhecido e após escolher os fundos gestores que poderão interessar-se pelo projeto,
devem pesquisar ou solicitar informações complementares e realizar os ajustes necessários.
Normalmente as empresas precisam devem elaborar seus planos com as seguintes informações:
- histórico e composição acionária;
- mercado e seu potencial;
- concorrência;
- plano comercial:
- plano de produção;
- patentes/know how;
- plano financeiro com as respectivas projeções de investimento e retorno;
- plano administrativo;
- demonstrativos contábeis e financeiros;
- possíveis garantias.
Estes são os itens normalmente solicitados pelas empresas, em um primeiro momento, para
analisarem a possibilidade de aporte de capital. Normalmente, conforme pesquisa realizada, somente
1 em cada 10 aportes de capital resultam em lucro para as partes.
Há ainda, em nosso país, uma grande necessidade de fomento destas atividades, capital de risco e
private equity, para que novos empreendedores possam surgir criando novos postos de trabalhos e
oferendo soluções aos consumidores as suas necessidades.
Programa do FINEP
Incubadora de fundos da FINEP e Programa Inovar: Financiadora de Estudo e Projetos, agência de
inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, anunciou recentemente o Projeto Inovar II. Trata-se
da continuação do programa de apoio ao mercado de venture capital no Brasil promovido pela
instituição desde 2000. As ações ocorrem em parceria com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), promovendo a realização de atividades de estímulo ao setor, como rodadas
de negócios (mais de 16 Venture Foruns já foram realizados em 2000), seminários e campanhas de
divulgação. Segundo a FINEP:
“Como Inovar II, a instituição pretende preencher uma lacuna existente no apoio ao
empreendedorismo nacional. Atualmente, investimentos públicos e privados atendem
majoritariamente a empresas em crescimento e expansão. Há um vazio no apoio a projetos ainda
incipientes. Por isso, a FINEP cada vez mais concentrará esforços na indústria de capital semente,
modalidade de investimento voltada para empreendimentos nascente, muitas vezes ainda dentro de
incubadoras e universidades.”
“Com esta estratégia, a FINEP criou uma incubadora de fundos de investimento, que visa a criação
de novos fundos de capital semente (capital de risco para empresas nascentes) com foco local e
regional em diversas regiões do país. Nesta modalidade a financiadora investe parte dos recursos
destinados a criação dos fundos que, por sua vez, devem buscar no mercado o restante dos
investimentos. Com os fundos constituídos, estes devem aportar recursos em empresas nascentes
com alto potencial de desenvolvimento.
“Além disso, a entidade promoverá fóruns para tratar do assunto, como é o caso do Seed Forum
FINEP, evento que visa a colocar empresas nascentes frente a frente com os principais investidores
do País. É uma oportunidade para pequenos empresários apresentarem planos de negócios e
conseguirem captar recursos. Os empreendedores brasileiros podem ter acesso a estas iniciativas
através de cadastro no Portal Capital de Risco Brasil (WWW.venturecapital.gov.br).
“Programa de Subvenção Econômica: A FINEP lançou este programa em 2006 com o intuito de
promover a aplicação de recursos públicos não-reembolsáveis (ou seja, não se trata de financiamento
nem de aporte de capital em troca de participação acionária) diretamente em empresas, para
compartilhar com elas os custos e riscos inerentes a atividades de pesquisa, desenvolvimento
tecnológico e inovação. O Manual da Inovação disponibilizado no site do Movimento Brasil
Microcrédito
O microcrédito é uma forma recente no Brasil de apoio aos pequenos empreendimentos, pois envolve
empréstimo de menores quantias a juros mais acessíveis, sendo ainda um instrumento estratégico
para a inclusão social do governo. Outra característica desta modalidade é que pode apoiar negócios
informais. Geralmente a administração desta modalidade de crédito é feita por uma organização
não-governamental (ONG), que atua em determinada região.
Programa Sebraetec
Dos vários programas de auxílio as pequenas empresas mantidos pelo sistema Sebrae- Serviço de
Apoio as Micro e Pequenas Empresas Brasileiras-, pode-se destacar o Sebraetec. O Programa Sebrae
de Consultoria Tecnológica ( Sebratec) “é um mecanismo coordenado pelo Sebrae para permitir que
as micro e pequenas empresas e empreendedores possam acessar os conhecimentos existentes no
país, por meio de consultoria, visando a elevação do patamar tecnológico da empresa”.
REFERÊNCIAS:
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