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DISCIPLINA SEMIPRESENCIAL

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Disciplina
Empreendedorismo
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Professor(a) Franklin Jorge Santos
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Módulo III – 2010.1


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Professor: Franklin Jorge Santos.


Disciplina: Empreendedorismo.
Carga Horária: 60 ha

SUMÁRIO

Quadro-síntese do conteúdo programático


Contextualização da disciplina

MÓDULO III

3- Implementando negócios e investimentos


3-1 Empreendedorismo e investimento;
3-2 Organizações de apoio e fomento ao empreendedorismo e eventos do setor;
3-3 Fontes de financiamento ao empreendedorismo, fundos de investimento e capital de risco;
3-4 Incubadoras de negócios.

Mensagem ao aluno:

Prezado aluno você está recebendo o terceiro módulo da disciplina, com os respectivos, estudo de casos e
exercícios de revisão do conteúdo. Bom estudo. Dedique-se.

CONTEXTUALIZAÇÃO DA DISCIPLINA

Neste terceiro módulo iremos contextualizar implementando negócios e investimentos nos aspectos
que veremos a seguir:

Módulo III

3 Implementando negócios e investimentos

A implementação é essencial para garantir o sucesso do planejamento. Não é raro que bons planos de
negócio fracassem devido a falhas na etapa de implementação e um dos erros mais comuns dessa
fase é considerar que a etapa de planejamento encerrou-se e que o momento deve ser apenas para a
execução. O planejamento de negócios deve ser dinâmico, de modo que mesmo na etapa de
implementação as premissas, objetivos e estratégias sejam avaliadas, medidas e ajustadas, se for o
caso.
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É fundamental, portanto, que a execução do plano seja monitorada constantemente, principalmente
nos dias atuais, em que as mudanças ocorrem em ritmo veloz e exigem que as empresas estejam
aptas a aproveitá-las como oportunidades e adaptar-se a elas para fazer bons negócios.

Do mesmo modo, o melhor planejamento e as melhores ferramentas para seu acompanhamento,


avaliação e revisão não fazem sentido sem que se possa contar com uma forte equipe de execução.
Em seu livro Empreendedorismo: transformando idéias em negócios, José Dornelas destaca que "sem
uma equipe de primeira linha, qualquer outra parte do plano de negócios dificilmente se concretizará
e ainda que muitos investidores perguntam-se ao analisar oportunidades de investimento: Por que
eu deveria investir meu dinheiro nessas pessoas?" (2001, p.125).

A equipe de implementação deve estar alinhada, envolvida e comprometida com a missão e objetivos
estabelecidos na fase de planejamento, por isso, o processo de comunicação e convencimento é
fundamental para conquistar a disciplina e empenho necessários para o sucesso. Para mobilizar cada
pessoa da organização é preciso assegurar que todos compreendam o sentido daquilo que estão
fazendo e que sejam devidamente preparados para isso.

3.1 Empreendedorismo e investimento

O plano de negócios se tornou o principal documento utilizado por empreendedores para conseguir
investimento para seus negócios. Mas quais são os itens relacionados à seção financeira do PN com
os quais o empreendedor deve se preocupar e dar especial atenção quando estiver interessado em
atrair um capitalista?

A necessidade de investimento inicial é o momento em que ocorrerá a maior exposição do caixa da


empresa. O investimento inicial pode ser determinado através do levantamento de todas as
necessidades de recursos para colocar a empresa em atividade. Mas depois que a empresa é aberta e
entra em atividade geralmente ocorrerão várias despesas que, nos primeiros meses, quase sempre
serão maiores que as receitas provenientes das vendas (isso obviamente difere de negócio para
negócio). A exposição máxima do caixa ocorrerá então no mês em que a empresa começa a ter receita
líquida maior que as despesas, ou seja, começa a haver um ganho sobre a atividade desenvolvida. Ao
apresentar estas duas informações no plano de negócios o empreendedor deixará claro ao capitalista
quando a empresa deverá começar a auferir retorno sobre seu investimento.

A média de participação dos capitalistas em empresas em fase inicial de desenvolvimento (chamadas


de start-up) fica na faixa de 25% a 50%. Para se determinar o valor exato você deverá inicialmente
definir o valor da empresa no papel e determinar a necessidade de investimento. Exemplo: suponha
que sua empresa vale no papel (o que está sendo apresentado no plano de negócios) R$500mil e você
necessita de R$100mil de investimento inicial para o negócio. Um ponto de partida para negociação
seria oferecer 20% de participação ao capitalista pelo investimento de R$100mil (100mil representa
20% de 500mil). A partir daí vocês começam as negociações. Nem sempre o valor final será o
definido nesta conta, mas o que importa aqui é que o empreendedor tenha uma referência inicial
para começar a negociação.

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3.2 Organizações de apoio e fomento ao empreendedorismo e eventos do setor

A ascensão do empreendedorismo vem paralelamente ao processo de privatização das grandes


estatais e abertura do mercado interno para concorrência externa. Daí a grande importância de
desenvolver empreendedores que ajudem o país no seu crescimento e gere possibilidade de trabalho,
renda e maiores investimentos (SILVEIRA et al., 2008). Os ambientes políticos e econômico têm
aumentado o nível de risco e incerteza sobre a estabilidade e o crescimento. Sobreviver em uma
economia completamente instável é extremamente complicado, devemos ressaltar ainda, que no
Brasil não existem políticas industriais concretas, as políticas aqui existentes giram em torno de
subsídios e tarifas, políticas ainda nocivas à economia, pois agindo desta forma, o país pode ser
vítima de políticas intervencionistas por parte de outros países, o que dificulta as exportações.

Contudo, a consolidação do capital de risco e o papel do investidor anjo também estão se tornando
realidade, motivando o estabelecimento de cenários otimistas para os próximos anos. Uma linha de
pensamento que contempla o empreendedorismo, além da econômica (racional), é a
comportamental, que tem no autor David McClelland um de seus maiores representantes. Ele
postulou que o empreendedor tem a necessidade de sucesso, de reconhecimento e o desejo de ter
poder e controle. A maior força motivadora desse indivíduo é a necessidade de realização, de se
superar e de se diferenciar dos demais, o que pode se manifestar, se houver oportunidade, no
estabelecimento de uma atividade econômica própria (DEWES, 2005). Este autor procurou identificar
as características dos empreendedores bem sucedidos, buscando um ponto de partida para detectá-
las em outros indivíduos. São algumas delas: busca de oportunidade, iniciativa, persistência, correr
riscos calculados, exigência de qualidade e eficiência, comprometimento, busca de informações,
estabelecimento de metas, planejamento, persuasão e rede de contatos, independência e
autoconfiança.

3.3 Fontes de financiamento ao empreendedorismo, fundos de investimento e capital de risco

Têm sido discutidas, assim como no Brasil, também no restante do mundo, a necessidade e a
dificuldade de viabilizar o investimento para atividades empreendedoras e fomentadoras da
inovação. A pressão para o desenvolvimento tem levado os países emergentes a perseguir uma
estratégia para o crescimento voltada para o empreendedorismo e para a inovação tecnológica
radical (BOTELHO et al., 2006), sem a crassa e única dependência de financiamento de órgãos e
agências estatais.

De acordo com o relatório Global Entrepreneurship Monitor 2006 (BOSMA et al., 2006), o Brasil é o
quarto maior país em termos de percentual da população entre 18-64 anos envolvidas com negócios
próprios. Em termos de atividade empreendedora inicial, o país se coloca em décima posição. A
despeito desse potencial de crescimento que essas empresas poderiam apresentar a maioria dessas
atividades empreendedoras, no entanto, carece de uma série de requisitos para lograrem sucesso.

Uma pesquisa realizada pelo SEBRAE (ROMILDA, 2006) registra a taxa de mortalidade das empresas
nascentes brasileiras como maior que 49% no segundo ano, indo a quase 60% no quarto ano de vida

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das empresas. Os três primeiros fatores tidos como mais importantes para o sucesso de uma empresa
foram: ter um bom administrador, um bom conhecimento de mercado e fazer uso de capital de giro
próprio.

A percepção de parte dessas necessidades passou a tomar forma dentro de iniciativas e políticas
governamentais nesse sentido. Exemplos disso podem ser vistos através da criação de fundos para
empresas emergentes (ação do BNDES) e iniciativas diversas da FINEP (como, por exemplo, o “juro
zero”). No entanto, o surgimento de associações de investidores chamados no exterior de angel
investors (investidor anjo) – que começa a despontar no país - pode se constituir numa alternativa
privada a incorporar aos projetos empreendedores fatores além do capital, como a experiência no
mercado, de relacionamentos (networking) e de gestão, agregando valor adicional a esses projetos
empreendedores.

O Investimento Anjo

O termo “investidor anjo” originou-se nos Estados Unidos no início do século XX para identificar
investidores que na Broadway faziam investimentos de risco para financiar produções teatrais. Hoje
esse termo refere-se a indivíduos com alto patrimônio que investem em empresas nos seus estágios
iniciais (start-up) de crescimento. Nos Estados Unidos, geralmente é um investidor qualificado
(accredited investors) pelas regras da Security and Exchange Commission’s (SEC´s), a Comissão de
Valores Mobiliários (CVM) americana. Esses investidores são indivíduos com patrimônio maior que
US$ 1milhão, salário de US$ 200 mil nos último três anos, ou US$ 300 mil entre marido e mulher.

Estudos bibliográficos feitos por Botelho et al. (2006) mostram que esse mercado formado pelo
conjunto de investidores anjo é um dos mais antigos e a maior fonte de capital para as fases iniciais
das empresas. O capital anjo injetado nessas fases iniciais busca suprir a necessidade de recursos em
dose suficiente para levar a empresa nascente ao patamar de desenvolvimento que possibilite seu
crescimento auto-sustentado, levando o negócio a um ponto em que ele se transforme mais atrativo a
um fundo de venture capital.

O termo “anjo”, para investidor, ainda é pouco conhecido no Brasil. Sua participação, no entanto, em
investimentos inovadores está em fase de crescimento, tendo em vista que se institui num ambiente
onde o setor de MPME´s(Micro, Pequena e Média Empresa ) possui dificuldades em angariar
investimentos em função da falta de carteiras sólidas de clientes, pouca experiência gerencial e baixo
nível de disclouse (revelação, descoberta). Em troca de capital e dedicação ao empreendimento, os
“anjos” solicitam uma participação societária na empresa investida, podendo, ainda, assumir uma
cadeira no conselho de administração. Todavia, este envolvimento às vezes se dá de modo informal.
Não obstante, esta classe de investidores vem justamente para preencher as lacunas provenientes de
um mercado nascente, acenando com a possibilidade de alocação de recurso e transferência de know-
how gerencial. Os investidores anjo, no cerne da sua atuação, procuram agregar projetos inovadores
com elevado potencial de crescimento e rentabilidade, e carentes de auxílio profissional qualificado e
experiente.

De acordo com pesquisa realizada pelo NEP/Gênesis-PUC/RJ (apud NETO, 2005), o perfil dos
investidores anjos brasileiros é bem peculiar, uma vez que os mesmos não possuem significativa base

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tecnológica, mas sim, elevados conceitos gerenciais, administrativos e jurídicos, bem como, possuem
uma cultura de investimento individualista, vis-à-vis, a maioria dos empreendedores nacionais que
possuem uma postura muito mais conservadora, implicando, por conseguinte, em longas
negociações para uma aceitação de parceiros que de modo geral não são facilmente aceitos pelos
empresários, pois estes, diante das suas posturas conservadoras têm receio de comprometer o
controle dos seus negócios.

Capital de Risco

A fonte de recurso inicial de qualquer empresa é o capital aplicado por pessoas físicas e jurídicas
interessadas em montar ou ampliar seu negócio, o chamado capital próprio. Esse capital é entendido
de forma mais ampla como os recursos do empreendedor e seus sócios.

Embora recursos posteriores complementares possam advir de financiamentos de longo ou curto


prazo, o capital de terceiros, é no capital próprio que reside efetivamente à fonte criação de novas
empresas. Essa criação tem assumido um papel de importância cada vez maior no desenvolvimento
das economias diante da criação do emprego, da inovação e do aumento de riqueza evidenciados por
pesquisas e estudos diversos (GASPAR, 2001).

O capital próprio incorpora algumas características ou dimensões que o leva a ser definido como
capital de risco. O termo capital de risco vem como tradução do inglês venture capital, cuja tradução
poderia ser “capital empreendedor”, como preferem alguns. O termo venture capital é utilizado na
literatura (SANTOS, 2005) com o mesmo significado de capital de risco. Para efeitos deste artigo,
venture capital será usado de forma mais estrita para designar um dos grupos de veículos para
financiar o investimento no capital próprio. A definição de capital de risco dada por Santos (2005)
com suas nove dimensões:

“(...) uma atividade que reúne investidores e empresários, promissora e incerta, em que o investidor
arrisca nos lucros ou perdas da empresa, em aplicações de longo prazo e sem garantias de receber
seu capital, pois a empresa não se obriga a reembolsá-lo em caso de insucesso”.

A atividade de capital de risco não é nova e teve como origem principalmente a França e os Estados
Unidos, onde diversos empreendedores puderam iniciar seus negócios por meio destes aportes. Aqui
no nosso país, devido as suas características e problemas advindos de políticas de longo prazo
inconsistentes, alta inflação, planos econômicos mirabolantes, a atividade de capital de risco sempre
teve potencializado seu risco, impossibilitando seu desenvolvimento nos mesmos níveis dos países
citados.

Os fundos de capital de risco no Brasil foram regulamentados inicialmente em 1985 e submetidos a


diversas regulamentações por parte da CVM. Os primeiros fundos de capital de risco foram
disponibilizados pelas agências governamentais, entre elas pelo BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social), e para que fossem utilizados deveriam passar pelo crivo dos
analistas do banco.

Como característica básica deste tipo de aporte, a relação risco e retorno deve ser entendida. A todo
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investimento realizado devemos objetivar certo nível de retorno e um tempo mínimo para
desenvolvimento e maturação do negócio e, financeiramente falando, quanto mais alto o risco, mais
alto o retorno que deve ser gerado por ele.

Os investidores de forma geral, no Brasil, foram mais avessos a altos riscos do que em outros
países até meados da década de 90. Este perfil, no entanto tem se alterado por causa do plano real e
de certa continuidade de governo e de políticas macro econômicas, fazendo com que novos fundos
de investimento tenham sido criados nos últimos anos e consequentemente aumentado as
possibilidades de um empreendedor obter recursos para o desenvolvimento de um projeto.

Como conseguir aporte de capital de risco!

O empreendedor ou a empresa que precisa de aporte, seja para novos investimentos seja para o
desenvolvimento de um novo projeto, para habilitarem-se a receber um investimento devem elaborar
um plano de negócios. Cada fundo gestor, normalmente, possui um modelo de plano, mas como já
existe amplamente na literatura existente, a empresa ou empreendedor pode elaborar um plano com
um modelo conhecido e após escolher os fundos gestores que poderão interessar-se pelo projeto,
devem pesquisar ou solicitar informações complementares e realizar os ajustes necessários.

Normalmente as empresas precisam devem elaborar seus planos com as seguintes informações:
- histórico e composição acionária;
- mercado e seu potencial;
- concorrência;
- plano comercial:
- plano de produção;
- patentes/know how;
- plano financeiro com as respectivas projeções de investimento e retorno;
- plano administrativo;
- demonstrativos contábeis e financeiros;
- possíveis garantias.

Estes são os itens normalmente solicitados pelas empresas, em um primeiro momento, para
analisarem a possibilidade de aporte de capital. Normalmente, conforme pesquisa realizada, somente
1 em cada 10 aportes de capital resultam em lucro para as partes.

A evolução desta modalidade de oferecimento de capital a interessados e empreendedores chama-se


Private Equity e que poderei esclarecer em outro resumo.

Há ainda, em nosso país, uma grande necessidade de fomento destas atividades, capital de risco e
private equity, para que novos empreendedores possam surgir criando novos postos de trabalhos e
oferendo soluções aos consumidores as suas necessidades.

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3.4 Incubadoras de negócios

Apesar de não aparecerem de forma estruturada, existem diversas fontes de financiamento


provenientes dos governos municipais, estaduais e federal, dos quais muitas vezes os
empreendedores nunca ouviram falar. Talvez essa seja uma falha que devesse ser sanada no curto
prazo, para garantir o acesso a informação para a maioria dos empreendedores do país. Mas os
empreendedores mais atentos procuram se informar e estão sempre a par das várias formas de se
obter financiamento via órgãos do governo. Muitos desses programas destinam recursos a fundos
perdido (não-reembolsável) para empresas ou a um custo subsidiado, ou seja, muito abaixo do
praticado no mercado. Alguns exemplos serão apresentados na sequência e devem ser considerados
continuamente pelos empreendedores quando identificarem a necessidade de capitalizar sua
empresa.

Programa do FINEP
Incubadora de fundos da FINEP e Programa Inovar: Financiadora de Estudo e Projetos, agência de
inovação do Ministério de Ciência e Tecnologia, anunciou recentemente o Projeto Inovar II. Trata-se
da continuação do programa de apoio ao mercado de venture capital no Brasil promovido pela
instituição desde 2000. As ações ocorrem em parceria com o Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), promovendo a realização de atividades de estímulo ao setor, como rodadas
de negócios (mais de 16 Venture Foruns já foram realizados em 2000), seminários e campanhas de
divulgação. Segundo a FINEP:
“Como Inovar II, a instituição pretende preencher uma lacuna existente no apoio ao
empreendedorismo nacional. Atualmente, investimentos públicos e privados atendem
majoritariamente a empresas em crescimento e expansão. Há um vazio no apoio a projetos ainda
incipientes. Por isso, a FINEP cada vez mais concentrará esforços na indústria de capital semente,
modalidade de investimento voltada para empreendimentos nascente, muitas vezes ainda dentro de
incubadoras e universidades.”
“Com esta estratégia, a FINEP criou uma incubadora de fundos de investimento, que visa a criação
de novos fundos de capital semente (capital de risco para empresas nascentes) com foco local e
regional em diversas regiões do país. Nesta modalidade a financiadora investe parte dos recursos
destinados a criação dos fundos que, por sua vez, devem buscar no mercado o restante dos
investimentos. Com os fundos constituídos, estes devem aportar recursos em empresas nascentes
com alto potencial de desenvolvimento.
“Além disso, a entidade promoverá fóruns para tratar do assunto, como é o caso do Seed Forum
FINEP, evento que visa a colocar empresas nascentes frente a frente com os principais investidores
do País. É uma oportunidade para pequenos empresários apresentarem planos de negócios e
conseguirem captar recursos. Os empreendedores brasileiros podem ter acesso a estas iniciativas
através de cadastro no Portal Capital de Risco Brasil (WWW.venturecapital.gov.br).
“Programa de Subvenção Econômica: A FINEP lançou este programa em 2006 com o intuito de
promover a aplicação de recursos públicos não-reembolsáveis (ou seja, não se trata de financiamento
nem de aporte de capital em troca de participação acionária) diretamente em empresas, para
compartilhar com elas os custos e riscos inerentes a atividades de pesquisa, desenvolvimento
tecnológico e inovação. O Manual da Inovação disponibilizado no site do Movimento Brasil

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Competitivo (www.mbc.org.br) explica como participar do programa. “Existem dois tipos de
subvenção econômica a empresas: uma relacionada a Lei da Inovação e outra a Lei do Bem.
• A subvenção da Lei da Inovação é destinada a cobertura das despesas de custeio das
atividades de inovação, incluindo pessoal, matérias primas, serviços de terceiros, patentes, e
ainda despesas de conservação e adaptação de bens imóveis com destinação específica para
inovação.
• A subvenção da Lei do Bem é destinada ao ressarcimento de parte do valor da remuneração
de pesquisadores titulados como Mestres ou Doutores que venham a ser contratados pela
empresas.”

No site da FINEP (WWW.finep.gov.br) o empreendedor poderá obter os formulários necessários


para submeter seu projeto e ainda saber dos prazos e requisitos detalhados. É importante destacar
que os projetos devem ser inovadores, ou seja, que apresentem diferenciais e tragam novidades aos
mercados onde a solução será aplicada. Os recursos devem ser usados para desenvolver a inovação e
colocá-la no mercado. Trata-se de um apoio fundamental e sem precedentes na história recente de
apoio ao empreendedorismo brasileiro. Os empreendedores devem aproveitar a oportunidade e
priorizar a inovação em suas empresas. O mais importante de tudo é que se trata de recursos
públicos aplicados nas empresas e estas não precisarão retornar estes recursos aos cofres públicos
diretamente, pois o projeto de subvenção econômica aposta no sucesso das inovações desenvolvidas
e, assim, na geração futura de empregos, impostos e riquezas. Uma aposta de risco do governo e um
estímulo a mais aos empreendedores.
Programa PAPPE: O programa PAPPE é outra iniciativa da FINEP em parceria com as Fundações de
Amparo a Pesquisa e desenvolvimento de produtos e processos, elaboração de planos negócios e
estudo de mercado, prioritariamente em empresas de base tecnológica, sob a responsabilidade de
pesquisadores atuem diretamente ou em cooperação com as mesmas. Segundo o Manual de Inovação
do Movimento Brasil Competitivo, “a operação deste programa baseia-se no apoio direto ao
pesquisador, associado a uma empresa já existente, ou em criação, pelo funcionamento de seu projeto
de pesquisa de um novo produto ou processo. São apoiados, no âmbito deste Programa, projetos que
estejam em fases que precedem a comercialização. Dentro do escopo do PAPPE os itens financiáveis
são preferencialmente: custeio do pesquisador ( auxilio ou bolsa); material de consumo relacionado a
atividade de pesquisa e serviços de terceiros; serviço de consultoria de projetos; equipamentos e
material permanente, excepcionalmente quando se tornarem essenciais a sua execução.”
Para solicitar apoio o empreendedor e o pesquisador devem entrar em contato com as Fundações de
Amparo a Pesquisa – FAPs de cada Estado, nas quais estarão disponíveis os editais para chamadas.
Como exemplo o Estado de São Paulo, a entidade responsável pelo programa é a FAPESP –
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (www.fapesp.br) e o Programa recebe o
nome de PIPE – Programa de Inovação em Pequenas Empresas. O PIPE é devido em três fases com
os seguintes objetivos cada uma:
• Fase 1 – para realização de pesquisa sobre a viabilidade de idéias propostas. Nesta fase
pode-se conseguir até $125 mil em recursos não reembolsáveis, alem de bolsas para o
pesquisador e equipe.
• Fase 2 – fase de desenvolvimento da parte principal da pesquisa, cujos recursos serão
concedidos aos projetos de maior sucesso na fase 1. Nesta fase pode- se conseguir ate $500 mil
em recursos não reembolsáveis além de bolsas para o pesquisador e sua equipe.

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• Fase 3 – par desenvolvimento de novos produtos comerciais baseados nas Fases 1 e 2. A
FAPESP não concede apoio financeiro para esta fase, mas colabora na obtenção de apoio de
outras fontes (faz a ponte com empresas de capital de risco, por exemplo), caso os resultados
da pesquisa comprovem a viabilidade técnica das idéias e o potencial de retorno comercial ou
social dos novos produtos que serão desenvolvidos.
Um aspecto interessante do PIPE é que o empreendedor não precisa ter a empresa já criada ao
submeter seu projeto na Fase 1, apenas após o projeto ser aprovado. Isso possibilita aos
empreendedores que tenham idéias ainda em fase de desenvolvimento a conseguirem apoio para
colocá-las em prática e, assim, criarem suas empresas.

Programa CRIATEC do BNDES


O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social criou em 2007 o Programa
CRIATEC. Com um orçamento inicial de $80 milhões, o CRIATEC é voltado para participação em
fundo de investimento com a finalidade de capitalizar as micro e pequenas empresas inovadoras de
capital e de lhes prover um adequado apoio gerencial. O fundo tem um gestor geral e gestores
regionais, inicialmente em foco nas regiões que englobam as cidades de Florianópolis, Campinas
(englobam outras cidades e cidades próximas), Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Fortaleza e Belém. O
fundo terá duração de 10 anos, sendo que os quatros primeiros anos referem-se ao período de
investimentos. Poderão ser apoiadas empresas com faturamento líquido de, no máximo, $6 milhões,
no ano imediatamente anterior a capitalização do fundo, sendo que: o foco do fundo é o investimento
em empresas que atuem nos setores de TI, Biotecnologia, Novos Materiais, Nanotecnologia,
Agronegócios e outros; no mínimo 25% do patrimônio do fundo deverá ser investido em empresas
com faturamento de até $1,5 milhões; no máximo 25% do patrimônio do fundo deverá ser investido
com faturamento entre $1,5 milhão e $6 milhões, e o valor máximo de investimento por empresa será
de $1,5 milhão. Maiores informações podem ser obtidas no site do banco (Bndes.gov.br).

Programa RHAE Inovação


O RHAE – Programa de Capacitação de Recursos Humanos para Atividades Estratégicas foi criado
em 1987 com o objetivo de apoiar projetos de inovação, através da inserção de recursos humanos em
atividades de pesquisa e desenvolvimento nas empresas. O programa é gerido pelo CNPq –
Conselho regional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico desde 1997, tendo passado por
diversas mudanças até sua atual configuração como RHAE Inovação. O RHAE consiste na concessão
bolsas e empresas para: empregar especialistas envolvidos em projetos de desenvolvimento
tecnológico; enviar especialistas para treinamento no país e no exterior; possibilitar a participação de
especialistas nacionais e estrangeiros em projetos de pesquisa. As bolsas podem ser de curta duração
(até 3 meses) e longa duração (até 36 meses). Maiores informações podem ser obtidas no site do
CNPq (www.cnpq.br).

Microcrédito
O microcrédito é uma forma recente no Brasil de apoio aos pequenos empreendimentos, pois envolve
empréstimo de menores quantias a juros mais acessíveis, sendo ainda um instrumento estratégico
para a inclusão social do governo. Outra característica desta modalidade é que pode apoiar negócios
informais. Geralmente a administração desta modalidade de crédito é feita por uma organização
não-governamental (ONG), que atua em determinada região.

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Progex
O Programa de Apoio Tecnológico a Exportação (Progex) tem como finalidade prestar assistência
tecnológica as micros e pequenas empresas que queiram se tornar exportadoras ou aquelas que já
exportam e desejam melhorar seu desempenho no mercado externo. O Progex apóia a adaptação do
produto ao mercado externo nos seguintes quesitos: melhoria de qualidade e do processo produtivo,
redução de custo, atendimento as normas técnicas, superação de barreiras técnicas, design,
embalagens.

Programa Sebraetec
Dos vários programas de auxílio as pequenas empresas mantidos pelo sistema Sebrae- Serviço de
Apoio as Micro e Pequenas Empresas Brasileiras-, pode-se destacar o Sebraetec. O Programa Sebrae
de Consultoria Tecnológica ( Sebratec) “é um mecanismo coordenado pelo Sebrae para permitir que
as micro e pequenas empresas e empreendedores possam acessar os conhecimentos existentes no
país, por meio de consultoria, visando a elevação do patamar tecnológico da empresa”.

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Faculdade Machado de Assis 12

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