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Plano de lavra

0I.Breve introdução

Quando as pesquisas de prospecção revelarem a existência real das reservas


suficientes dum minério e a possibilidade económica e racional da sua exploração, isto
pode conduzir à criação de uma empresa mineira para a extracção do minério.

A exploração de um jazigo (mineiro) é extracção do minério que esta contido

Produção Mineira: é o tipo de actividade direccionada a exploração dos


minérios com os seus respectivos componentes, como trabalhadores mineiros,
maquinarias, etc.

OS MODOS DE EXPLORAÇÃO MINEIRA

 Lavra a céu aberto


 Lavra a subterrânea

Lavra a céu aberto: é a separação do minério-maciço e o seu posterior transporte, é


executada na superfície da terra.

Lavra subterrânea: é a separação do minério do maciço e o seu posterior transporte,


executada no subsolo; depois este é transportado para a superfície através do sistema de
galerias.

Galerias Mineiras: são extracções artificias com formas determinadas. Executadas


na crusta terrestre com objectivos diferentes.

TIPOS DE GALERIAS
 Galerias Auxiliares
 Galerias Principal
 Galerias de Sondagem
 Galerias de Descobertura,
 Galerias de Preparação,
 Galerias de Corte
 Galerias de Extracção.

Galerias Auxiliares: são todas aquelas que garantem a realização efectiva dos
trabalhos das galerias principais.

Galerias Principais: são aquelas usadas para carregamento de minério, a


circulação de pessoas matériais, maquinarias, ajudam para a ventilação, electrificação
assim como desempenhar outras funções que não estejam ligadas com o trabalho do
mineiro.

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Galerias de Sondagem: são aquelas escavadas na etapa de sondagem de jazigo e


servem para obter dados de disposições das camadas e das rochas suas propriedades
físicas, a qualidade de mineiro

Galerias de Descobertura: são todas aquelas que nos dão acesso ao jazigo e
permite uma ligação com a superfície terrestre. Ex: poço, túnel

Galerias de Preparação: àquelas que servem para dividir em parte o campo


mineiro para a sua exploração.

Galerias de Corte: servem para a montagem de maquinaria de extracção nos


blocos já preparados. Exemplo: Chaminé do mineiro, faixas.

Galerias de Extracção: servem para a extracção do mineiro.

Campo de Mina: é aparte de um jazigo determinado para ser explorado por uma
mina, ou de outro modo, e a parte da exploração que é autónoma (propíos equipamentos,
poços responsáveis)

Fig.1 Imagem de Surpac/ Google

PARÂMETROS DE UM CAMPO DE MINA:

#Anglo de Inclinação,
#Direcção
#Profundidade,
#Forma,
#Topografia,
#Hidrologia,
#Tectónica,
#Dimensão ou potência (possança ou pujança) e
# extenção (comprimento do Jazigo, direcção)

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NB:
Quando o campo mineiro for muito estendido, é aconselhável ter dois poços
para o mesmo campo, com objectivo de facilitar o transporte.

Vantagem principal de 2 (dois) campos mineiros com dois poços autónomos: é


que pode se explorar simultaneamente 2 (dois) pontos sem acontecer um problema de
transporte.
Desvantagem: estas lavras de dois poços são muito carras ou têm grandes custos
económicos

Descobertura: É o facto de tirar o morto terreno (capeamento) que cobre o jazigo


no objectivo duma exploração a céu aberto.

II. Planejamento de mina.

O planejamento (português brasileiro) ou planeamento (português europeu) é uma ferramenta


administrativa, que possibilita perceber a realidade, avaliar os caminhos, construir um
referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a que o
planejamento se destina. Sendo, portanto, o lado racional da acção. Tratando-se de um
processo de deliberação abstrato e explícito que escolhe e organiza acções, antecipando os
resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns
objectivos predefinidos.*
Algumas das nossas acções necessitam de planejamento, mas muitas não. Em nossas
atividades diárias, estamos sempre agindo, e antecipamos os resultados de nossas ações,
mesmo que não estejamos completamente cientes dessa antecipação. Mas agimos com
muito mais freqüência do que planejamos, explicitamente, nossas ações: poucas vezes temos
consciência de estarmos executando um processo de deliberação antes da ação. Assim que
tomamos conhecimento de uma acção, ou quando executamos comportamentos bem
treinados para os quais possuímos planos previamente armazenados, ou quando o curso de
uma ação pode ser livremente adaptado enquanto ela estiver sendo executada, então,
geralmente agimos e adaptamos nossas ações sem planejá-las explicitamente.
Uma atividade premeditada exige deliberação quando se volta para novas situações ou
tarefas e objetivos complexos ou quando conta com ações menos familiares.
O planejamento também é necessário quando a adaptação das acções é coagida, por
exemplo, por um ambiente crítico envolvendo alto risco ou alto custo, por uma atividade em
parceria com mais alguém, ou por uma atividade que necessite estar sincronizada com um
sistema dinâmico.*

*Definição Wikippedia

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Uma vez que o planejamento é um processo muito complicado, que consumi muito tempo
e dinheiro, recorremos a ele apenas quando é realmente necessário ou quando a relação
custo-benefício nos obriga a planejar.
Além disso, geralmente, procuramos somente planos bons e viáveis ao invés de planos
óptimos.
É importante que o planejamento seja entendido como um processo cíclico e prático das
determinações do plano, o que lhe garante continuidade, havendo uma constante
realimentação de situações, propostas, resultados e soluções, lhe conferindo assim
dinamismo, baseado na multidisciplinaridade, interatividade, num processo contínuo de
tomada de decisões.

OTIMIZAÇÂO DAS CAVAS E SEQUENCIAMENTO DA PRODUÇÂO *

A Engenharia Mineral ganhou notável experiência na optimização de cavas nestes


últimos dois ou três lustros. Existem praticamente duas classes de algoritmos,
implementados em computadores, para resolver a questão, nomeadamente: os algoritmos
denominados por Kim (1978) de rigorosos ou de comprovação matemática e os quase
otimizantes ou heurísticos, que funcionam na maioria dos casos chegando a uma solução
próxima da ideal, porém que carecem de prova matemática. Dentre os algoritmos exatos
ressalta-se o pioneiro Algoritmo de Lerch e Grossman (1964) disponível na maioria dos
softwares de mineração v.g Vulcan, Gemcom, Datamine e Mine Sight (v.g. software
Wittle 4X e NPV Scheduler) e a Parametrização dos Contornos Finais de Análise
Convexa, desenvolvido por Matheron e Bongarçon 10 anos mais tarde e implementado
no software Multipit, da Geovariances. Dentre os softwares heurísticos destaca-se o
GeoPit, desenvolvido pelo eng. Marco Aurélio P. Nascimento e comercializado pela
Gemcom. A otimização consiste essencialmente em associar a cada bloco tecnológico
uma magnitude (valor monetário ou teor) e maximizar a função correspondente à soma
algébrica das magnitudes sob constrangimentos de natureza geotécnica (ângulos de
taludes).
A experiência tem mostrado que os resultados auferidos pela aplicação dos vários
métodos apoiados nos vários softwares são muito próximos e quando se parte para a
operacionalização da cava implementando as estradas e remodelando as bermas os
resultados são praticamente iguais. Estes procedimentos vêm sendo rotineiramente
implementados na mina de Cana Brava gerando-se assim cavas otimais como abaixo
apresentada. Estabelecida a cava final optimil, o próximo passo é promover o
seqüenciamento da produção a fim de demonstrar que efectivamente os planos
estratégicos da empresa são perfeitamente factíveis. Este problema vem sendo estudado
há várias décadas cabendo ressaltar que comodidades minerais tais como
ferro, fosfatos, calcário para cimento etc. devem ser tratados pela via estacionária,

*reavaliação de recursos / reservas e planejamento mineiro na mina de amianto de cana brava, minaçu, go

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promovendo uma produção com características constantes no tempo (Campos et al.,


2000).
A otimização da função benefício é usada tanto para a determinação da cava
final, bem como no seqüenciamento desta, visando maximizar seu fluxo de caixa e
estacionarizar, dentro do possível, alguns parâmetros de qualidade do seu minério
Mas no caso de uma mina o planejamento e suas etratégias seram bem explicitados a
seguir.

III. Estratégias de planejamento

O JAZIGOS SÃO EXPLORADOS A CÉU ABERTO QUANDO:

 São situados a uma profundidade relativamente pequena.


 Atingem a superfície.
 O relevo do terreno é favorável aos trabalhos de acessos, e o custo de uma
tonelada do mineiro fresco de mina for inferior ao custo que se obtêm quando
usamos a exploração subterrânea e também ao preço duma tonelada de mineiro no
mercado internacional.

Quociente de Descobertura ou Relação de Mineração : O cociente entre as


quantidades de estéril e a quantidade de minério extraído simultaneamente num projecto
ou numa fase de exploração.
Quando o jazigo é estratiforme ou subhorizontal com pequena cobertura de estéril, o
quociente de descobertura é:

Rd= QS/Qm
Qs: Quantidade de estéril extraído
Qm: quantidade de mineiro extraído
Se a unidade for m3/m3, fala-se do quociente de descobertura volumétrica.
E se a for t/t, fala-se de quociente de descobertura ponderal, massiva.

MINA CÉU ABERTO COM COCIENTE DE DESCOBERTURA CONSTANTE


(M.C.A)

Qs Hst

Qm ma

Fig.2: «Stripping Ratio» constante


Hst
Rd 
ma
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Hst:Profundidade do estéril
Ma:Possança média do jazigo

MINA A CÉU ABERTO COM COCIENTE DE DESCOBERTURA VARIÁVEL


(M.C.A)

Qs1

Qm

Qs3 Qs2
Figura 3:Cociente de capeamento variável
Rd varia com a profundidade
Então o custo de extracção de uma tonelada de minério aumenta também com a
profundidade.
Qs  Qs2  Qs3
Rd  1
Qm
Determinação do limite de rentabilidade (benefícios tendo em conta as despesas)

Quando explora-se um jazigo a céu aberto que progride em profundidade com


uma profundidade crítica além da qual o custo de uma tonelada de minério extraído
ultrapassa, seja um limite máximo estabelecido pela direcção da empresa, seja o preço
internacional de uma tonelada de minério extraído, esta profundidade é chamada de
profundidade limite de rentabilidade. O cociente de descobertura correspondente a alta
profundidade é o cociente limite de descobertura que determina o limite de rentabilidade
da exploração a céu aberto.

Duas possibilidades existem:

 Seja parámos com a exploração e o jazigo fica abandonado.


 Seja prosseguimos com a exploração do resto do jazigo através de uma
exploração subterrânea.
Passamos à exploração subterrânea quando o custo de uma tonelada de minério
extraído em mina subterrânea (P.s) for inferior a custo duma tonelada do minério (Pt)
em minas a céu aberto.

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METODOLOGIA DE CALCULO DO LIMITE DE RENTABILIDADE A CÉU


ABERTO.

Ps: custo total duma tonelada de minério.


Pt: custo total de uma tonelada do minério de uma mina a céu aberto.
Pe: custo de extracção de um minério fresco da mina
Rd: cociente de descobertura

Pt  Pe  Rd .Pd

Pd: preço de venda duma tonelada de mineiro extraído.


Passamos à exploração subterrânea quando o custo de uma tonnelada de minério extraido
em mina subterrânea (Ps) for inferior ao custo de uma tonelada de minério fresco (Pt) em
mineração a céu aberto.

Ps = Pt
Ps = Pe + Rd.Pd
Ps  Pe
Rdl 
Pd

Alem do quociente de descobertura limite, existe outras noções de quociente


de capeamento (Relação de mineração):

a) Quociente de descobertura instantâneo (Rd i)


Corresponde ao cociente de descobertura da exploração a céu aberto (carreira) a
um momento determinado da sua evolução, pois a exploração a céu aberto é geralmente
feita em fases ou mini projectos.

b) Quociente de descobertura marginal ou perspectiva (Rdm)


É a quantidade de estéril em m3 que deve ser escavado (retirado) para atingir uma
camada de exploração suplementar das reservas mineiras. De outro modo, é o quociente
entre a quantidade de estéril e a quantidade de minério extraído entre duas fases de
exploração sucessivas.

V1stj  V2jst m3
Rdmj  ( )
Qmj t
Rdmj: quociente de descobertura marginal da fase J
V1stJ e V2stJ: o volume (cubagem) de estéril por unidade da extensão do jazigo, obtido
pela diferença entre o volume de estéril entre 2 fases de exploração sucessivas.

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Qmj : a tonelagem de minério por unidade da extensão do jazigo obtida pela diferença
entre a tonelagem de mineiro de 2 fases de exploração sucessivas.

c) Quociente de descobertura global (Rdg)

Que corresponde ao quociente entre as quantidades de estéril em m3 e quantidade


do minério em tonelada seca ao período (fase) final da exploração.
V  V2 st  V3 st m3
Rdmj  1st ( )
Qm t .s
Com:
V1st: a cubagem de estéril de recobro superficial por unidade da extensão do jazigo em
m3
Qm: a tonelagem do minério por unidade da extensão do jazigo em t.s
V2st + V3st: cubagem de estéreis justapostos por unidade de extensão do jazigo em m3

d) Quociente de descobertura optimale (Rdo)

Que corresponde à fase óptima dando a mais margem beneficiaria, quer dizer um
proveito máximo.

De facto o proveito é a diferença entre a receita (cobrança) total (Ret) e o custo


total de exploração (Cte) seja:
Pro = Ret – Cte (cash flow bruto)

Para maximizar o ratio proveito, é necessário que a primeira derivada do proveito em


relação a profundidade de exploração Hx seja nula,

d Pr o d Re t dCet
Seja:  
dHx dHx dHx

Temperamento: É a razão (quociente) entre a quantidade total dos matériais


escavados (estéril e mineiro) exprimida em m3 e a quantidade de mineiro valorizável em
toneladas secas (T.S) a um estagio de exploração.
.
Matematicamente o temperamento é:
Q 3
Rdmj  ms (m )
Qmv ts

Qms: cubagem total de matérias escavados e deslocados


Qmv: a tonelagem total de minério valorizável em toneladas secas (ts)

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Graficamente o temperamento é representado como seguinte:

Cubagem
total dos
materiais F’ F F’’
(m³)

Tonelagem total de
αF’ minério (t.s)
αF’’
αF
Figura 4:Evolução do temperamento

A recta IF mostra a evolução racional teórica duma exploração a céu aberto que,
em realidade é irrealizável devido a imprevistos da produção.

I: é o ponto inicial das actividades.


F: representa o ponto correspondente a uma certa etapa da exploração ao ponto final das
actividades da exploração.
Notamos que o temperamento represente a rampa ou o coeficiente angular da
recta IF.
A expressão do temperamento supõe que um estudo prévio do teor de corte (teor exigido
pela fabrica metalúrgica) foi feito em função da evolução das técnicas de recuperação e
do preço do metal no mercado internacional considerado a longo prazo
De facto, segundo a evolução de preços corrente do metal no mercado
internacional, das técnicas minerológicas e metalúrgicas de recuperação, podemos ou seja
abaixar ou elevar o teor de corte:

Na conjuntura favorável quando o valor do metal é elevado, podemos produzir


concentrados com teores mais baixos. Então abaixamos o teor de corte, que implica
geralmente a redução da quantidade de estéril retirado e o aumento das reservas
valorizáveis. Neste caso, o temperamento esta definida por tg F '' que é a rampa da recta
IF”.

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Na conjuntura desfavorável, é ao contrario necessário produzir concentrados


mais ricos para que a exploração seja rendedoura.
Assim aumentamos o teor de corte, que implica normalmente um aumento da quantidade
de estéril retirado. Neste caso, o temperamento é definido por tg F ' que é a rampa da
recta IF’

Nota: O teor de corte é o teor limite abaixo do qual o mineiro já não será
explorado economicamente, este teor é muito ligado com a tecnologia usada pela
recuperação dos metais valorizados tanto ao nível da mineralogia como ao nível da
metalurgia.

O temperamento e o quociente de capeamento são ligados pela expressão seguinte:

V min  Vst
Te 
T min
V min Vst
 Te  
T min T min
Vst
Ora Rd 
T min
1
 Te   Rd
T min
V min
1
 Te   Rd
 min

Com:
Vmin: Volume do minério extraido (m³)
Vst: Volume de estéril retirado (m³)
Tmin: Tonelagem do minério extraido (Ts)
δmin: Densidade do minério

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SEQUÊNCIA DE EXPLORAÇÃO, AVANÇOS E ATRASOS EM


DESCOBERTURA

É muito indispensável representar graficamente a sequencia de exploração pelo


conjuntos dos pontos representando a situação da Mina a céu aberto que são a referencia
(base) da evolução de perfil desenvolvido no espaço.
Numa mesma cavidade mineira residual, existe uma infinidade de sequencias de
exploração que tendem ao perfil residual (último). Assim, é necessário escolher a melhor
evolução possível, quer dizer a sequencia de exploração racional.
Como existe uma infinidade de perfis ou sequencias de exploração permitindo a
extracção em Y anos, de X toneladas secas de minério, consideramos por exemplo duas
minas a céu aberto afim de estudar o avanço e o atraso em descobertura.
Figura 5.

A primeira carreira ou a mina a céu aberto (M.C.A) que extrai X toneladas secas
de mineiros, com o mínimo de cubagem total e cuja evolução é representada na figura
acima pela recta IAt é caracterizada por um temperamento parcial que é a rampa da recta
IAt.
A segunda carreira extrai X toneladas secas de minério com uma grande cubagem total
(estéril e minério) e tem a evolução representada pela recta IAv. O seu temperamento
parcial é caracterizado pela recta IAv.
A evolução da fossa seguindo a recta IAt faz-se com atraso em descobertura em
relação aos objectivos M e F. Enquanto que a evolução da fase seguindo a recta IAv faz-
se com avanço em descobertura pelos mesmos objectivos M e F.

Entre o ponto I (inicial) e o ponto F (Final), existe uma infinidade de sequencias


de exploração cujas todas as curvas representativas terminam no mesmo ponto F.

A cobertura de todas as curvas situadas a directa e abaixo da recta IF chama-se curvas de


exploração a temperamento instantâneo mínimo (CETIMI).

Nesta sequencia de exploração teórica, procura-se a cada instante (momento) da


existência da fase, a efectuar um aterro marginal com um quociente de descobertura
mínimo. É claro e evidente que um projecto de exploração duma carreira nao pode se
basear numa CETIMI. A zona abaixo da CETIMI é a zona de enfraquecimento do
mineiro descoberto nos limites do campo de mina que implica a suspensão de extracção
dos mineiros frescos de mina.

A zona entre a recta IF e a CETIMI é uma zona de extracção excessiva com a


constituição de aterros de mineiros fresco devido da ultrapassagem, em muitos casos, da
capacidade de alimentação da fabrica de tratamento do mineiro.

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Em termos financeiros a estratégia IAt corresponde a um investimento reduzido a


curto ou médio prazo, pois a contribuição dos engenhos mineiros à disposição da
exploração não é tanto importante como na evolução IAv.

Para o longo prazo, um financiamento importante é exigido, e implica muitos


equipamentos ao final da vida da mina a céu aberto (amortecimento não completo dos
engenhos).

A cobertura de todas as curvas acima e à esquerda da recta IF é a curva de


exploração a temperamento instantâneo máximo (CETIMAX). Nesta sequencia de
exploração teórica procura-se, a cada momento na vida da carreira, a efectuar um
temperamento máximo com um quociente de descobertura máximo.

A Zona entre a recta IF e a CETIMAX conduz à ruptura das alimentações em


minério dos aterros e nas fabricas de processamento mineral no caso duma única carreira;

enquanto que a zona além da CETIMAX é uma zona de escavação excessiva de estéril,
com a consequência da suspensão da extração dos mineiros frescos.

Assim deve-se prever um avanço em descobertura permitindo:


 Regularizar a cubagem total anual a escavar e deslocar
 Se prevenir contra os acontecimentos imprevistos
 De não modificar (mudar) frequentemente a composição do conjunto de
material que conduz à variação do temperamento (todos os anos), e com
consequência o sub equipamento na fase final da exploração da carreira.
Afinal pode-se concluir que a acumulação dos atrasos em descobertura e seu
adiamento para mais tarde serve só a adiar para um período futuro todos os esforços e
investimentos que eram preciso repartir (dividir) judiciosamente no tempo.

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IV. Recursos/ Reservas lavraveis

O CONCEITO ECONÔMICO DE MINÉRIO**

MINERAL: Substância inorgânica, natural, com composição química determinada e


apresentando propriedades físicas específicas.
ROCHA: Agregado de minerais de ocorrência natural.
MINERAL-MINÉRIO: O mineral que pode ser economicamente aproveitado para a
produção.
GANGA: Minerais presentes num agregado (rocha) de minerais, os quais não possuem
valor econômico.
MINÉRIO: é um agregado de mineral-minério mais ganga que apresenta viabilidade
tecnológica e econômica para aproveitamento industrial.
ESTÉRIL: agregado de minerais presentes nos contornos de uma mina mas que não
possui valor econômico, embora, muitas vezes, tenha que ser removido para permitir o
acesso ao minério.
BENEFÍCIO LÍQUIDO: é a receita suficiente para cobrir os custos de produção, o
pagamento de royalties e remunerar o capital investido porporcionada por uma tonelada
produzida de minério.
TEOR DE CORTE: Em termos gerais, o teor associado a essa tonelagem é chamado de teor
de corte. Em termos econômicos, o conceito de teor de corte representa o teor pelo qual se
separa o que é minério do que é estéril.
O teor de corte pode ser considerado como o limite técnico, num dado momento e com uma
determinada tecnologia, significando que o teor abaixo dele é considerado insatisfatório, ou
ainda, um limite físico num depósito mineral particular submetido a determinadas restrições
técnicas.

O cálculo apropriado do teor de corte a ser aplicado a partir dos resultados da estimativa de
recursos requer uma avaliação de determinados factores, como preço do produto, o custo
operacional e a recuperação metalúrgica. No estágio inicial de avaliação do projeto, no
entanto, esses fatores terminam tendo de ser estimados a grosso modo, com base na
experiência de outros empreendimentos. Assim, a estimativa de custos operacionais, em
particular, muda significativamente, na maioria dos casos, com os procedimentos de
avaliação à medida em que evolui o nível de detalhamento.
O estabelecimento de um determinado teor de corte empregado nunca deve ser considerado
como definitivo e, ainda que se esteja numa fase de detalhamento, pode ser revisto. A
seleção do teor de corte tende a ser um processo constante e interativo.

** ( www.geocities.com/miguelnery/Minerio.doc)

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O teor de corte é específico para cada depósito mineral, no momento da avaliação, não
havendo, assim, um teor de corte que venha a ser utilizado para todas as condições e todos
os objetivos.
Um teor de corte, numa conceituação operacional, só faz sentido se comparado a um bloco
de lavra que é a unidade mínima de lavra, também conhecida por unidade de seletividade
mineira (S.M.U.). A S.M.U. é o volume mínimo em que é possível realizar uma efetiva
separação do minério.
O teor de corte é determinado nos estudos de pré-viabilidade, de viabilidade e na seleção de
blocos de reservas minerais, numa fase de projeto básico ou mesmo de projeto executivo,
tanto por restrições físicas da mina ( ângulo de talude, área mínima operacional, fator de
diluição etc), como por condições econômicas na ocasião da lavra, influenciadas pela
variação no preço do produto ou nos custos operacionais. Esses custos incluem todas as
despesas directas ou indirectas relacionadas à lavra, concentração, refino e comercialização.
Na verdade, qualquer requisito técnico que imponha restrições sobre quantidades de massa,
conduz a restrições sobre teores. O teor de corte deve assim, ser considerado como um
limite econômico dentro de um determinado ambiente econômico, resultado do estudo de
viabilidade para converter os recursos em reservas minerais.
Como na fase de pesquisa mineral é prevista a realização de caracterização tecnológica do
minério, os seus resultados permitem, de antemão, predizer qual o tipo de processamento
mineral a ser utilizado na usina de concentração. Mesmo na fase de projeto conceitual,
quando ainda não se detalhou o projeto de engenharia, com tal definição já se permite
também saber aproximadamente a taxa de recuperação metalúrgica e os seus custos
unitários de concentração.
Na análise econômico-operacional de uma mina, esses fatores são fundamentais para se
garantir o equilíbrio econômico do empreendimento. Por outro lado, o horizonte econômico
imposto em termos operacionais é de curto prazo para efeito de planejamento, não se
levando em conta o valor do dinheiro no tempo . Para se avaliar se um determinado bloco
paga os custos de sua extração e do seu beneficiamento, é necessário fazer tal análise a partir
da própria equação de equilíbrio econômico.

EQUAÇÃO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO

Como em toda e qualquer atividade, também na mineração o equilíbrio econômico


reside na igualdade entre custos e receitas. Desta forma, a viabilidade para aproveitamento
de um determinado bloco implica em que a diferença entre receitas e custos resulte em um
valor maior ou igual a zero.

( p.r ).t  Ca  (Ce .R)  B   0

sendo,
p: o preço da substância útil agregada Ce: Custo para remoção de estéril

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r: recuperação da usina R: Relação de mineração


t : teor recuperável de um bloco de minério B: Custo de beneficiamento
Ca : Custo de Lavra a céu aberto

TEORES ECONÔMICOS

Considera-se Teor de Equilíbrio Econômico (Te) aquele que torna economicamente


atractivo o aproveitamento de um determinado bloco de lavra. A comparação entre o teor
real do bloco (ti) ou seja, o teor médio, e o teor de equilíbrio econômico, calculado a partir
das demais características do bloco, permite decidir se o bloco deve ou não ser lavrado.
Assim, se:
ti > Te : o bloco deve ser lavrado , pois gerará um Benefício Líquido (BL), no mínimo, nulo;
ti < Te : o bloco não deve ser lavrado, pois gerará um BL negativo, se computados os
custos de extração (Ca).
Teor de Equilíbrio Econômico serve principalmente para definir os limites da
reserva lavrável, ou seja, da própria cava. Esse teor possui algumas derivações, que são
comentadas a seguir:

i. Teor Limite (TL)

É o teor que compensa, economicamente, realizar a lavra subterrânea, ou melhor,


aquele que deriva de custos a céu aberto iguais aos de subsolo. Esse teor pode ser obtido,
substituindo os valores dos custos na equação de equilíbrio econômico, admitindo-se que o
bloco tenha uma relação de mineração limite. Assim, todo o bloco com teor acima de TL,
sempre será lavrado, pois gerará sempre um BL positivo.

ii. Teor de Corte (TC)

Pereira N.(1975) define que o teor de corte (operacional) é o menor teor que
compensa lavrar economicamente um bloco que possua uma relação de mineração nula
(R=0). Tal teor conduz a um valor de substância útil agregada capaz de pagar pelas
operações de extração, sem levar em conta a remoção de qualquer conteúdo de estéril.

iii. Teor Mínimo Operacional (TMO)

É o teor que viabiliza o aproveitamento do conteúdo útil, com custos de lavra e


relação de mineração nulos, tendo-se apenas as despesas com as operações subseqüentes à
extração/remoção. Poderia ser considerado, assim, o extremo inferior da faixa que,
comumente, se classifica como minério, pois tem viabilidade econômica, ainda que a sua
lavra seja paga pelo Te. É possível exemplificar, citando um determinado bloco pouco
mineralizado, localizado dentro da cava, que terá que ser removido na condição de estéril,

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para efeito dos custos de lavra, para liberar a face livre de outros blocos mais ricos, e que
posteriormente poderá vir até ser enviado à usina.

iv. Teor de Utilização (TU)

É o teor médio mínimo de alimentação da usina de beneficiamento. Deve localizar-


se numa faixa entre o teor de corte e o teor mínimo operacional. Na eventualidade de ter-se
de reduzir a faixa de teor de minério que será enviado à planta de tratamento, tal teor não
poderá atingir valores inferiores ao TMO ou poder-se-ia estar gerando um BL negativo e,
conseqüentemente, obtendo prejuízo.
O propósito do teor de corte é limitar, portanto, a inclusão de material
considerado mineralizado no inventário dos recursos. Para uma dada tonelagem de
material mineralizado, haverá um teor mínimo que irá ao encontro desse critério. Como,
na prática, a maioria dos depósitos são heterogêneos, para se obter as possibilidades de
determinação do teor de corte, torna-se necessário o conhecimento da curva tonelagem-
teor do depósito em estudo.

O Método de Lavra e a Relação de Mineração Limite

Os custos unitários representam a forma contábil de se estabelecer a relação entre a


despesa geral da atividade produtiva e a correspondente quantidade produzida. Na
mineração, além de se fazer o cálculo do custo unitário geral de lavra e beneficiamento, é
recomendável que ele seja desdobrado em outros componentes, sobretudo se a empresa
possui um nível maior de complexidade no seu processo de produção e inclusive para
garantir o melhor planejamento e execução das atividades de lavra.
Assim, o controle individualizado de custos unitários de produção de minério (Ca),
de remoção de estéril (Ce) e de beneficiamento (B) torna-se fundamental para se garantir o
necessário acompanhamento do nível de economicidade do empreendimento mineiro e a
melhor utilização do depósito.
Em função do método de lavra (céu aberto ou subsolo e suas variações) deve-se
estimar na fase de indicação da exeqüibilidade, os custos de produção de minério para a
lavra a céu aberto (Ca) e para a lavra subterrânea (Cs).

Um controle efetivo desses custos será determinante na definição do que será lavrado e do
que efetivamente será aproveitado, ou seja, o que de fato será enviado à usina ou o que irá
para o "bota-fora".

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Plano de lavra

Vale ressaltar que a determinação detalhada dos custos exige diversas decisões complexas e
o seu controle também representa um custo.
O critério para decidir se a lavra será a céu aberto ou subterrânea deve tomar por
base o cálculo da relação de mineração limite ou relação estéril/minério.
A Relação de Mineração Limite (RML) define o valor máximo da porção de estéril
a ser removida em relação à de minério a ser lavrada, e que tornará a lavra a céu aberto mais
atrativa que a lavra subterrânea, sem assegurar, entretanto, a economicidade da própria
lavra. Assim, a relação de mineração limite é dada pela expressão matemática:

Cs  Ca
RML 
Ce

A relação de mineração do projeto deve se menor ou igual a relação de mineração


limite, para a lavra a céu aberto.

Estudo de Preço e de Mercado


O preço do produto é, normalmente, das variáveis mais importantes no estudo de
avaliação da exeqüibilidade, embora a previsão do seu comportamento futuro apresente
sempre um razoável grau de incerteza. Muitas vezes, o mercado é dependente de fatores
não-prognosticáveis. O estudo de mercado deve determinar qual a direção que deverão
tomar os preços dos produtos, a sua demanda e a sua oferta, possibilidades de
oligopolização, fatores artificiais de mercado determinados por políticas governamentais etc.

A seleção do preço de venda é, por outro lado, muito significativa no cenário de


definição de parâmetros econômicos e até mesmo físicos no estudo da exeqüibilidade de
lavra, particularmente no estabelecimento do teor de corte para o planejamento da mina.
O método comumente praticado é aquele em que se assume o preço corrente na
ocasião da avaliação. Isto, no entanto, não significa afirmar que seja o procedimento mais
correto para seleção do preço a ser projetado ao longo da vida útil do empreendimento.
Considerando ser o preço a variável mais significativa na determinação da rentabilidade
futura, a previsão do seu comportamento a jusante no tempo deve ser baseado numa análise
racional da relação oferta /demanda.

Os modelos econométricos previsionais são a ferramenta desenvolvida para


determinação do comportamento futuro dos preços e mercados. Esses modelos são
desenvolvidos, normalmente, por análise de regressão a partir de séries históricas,
projetando o seu comportamento futuro. Regressões lineares simples relacionando preço x
tempo são utilizadas em muitos casos. Para casos mais complexos é recomendável
promover uma regressão linear múltipla, em que variáveis independentes como PIB, renda
per capita, produção entram no cálculo para definição do próprio preço.

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V. Escala de Produção

A escala de produção de uma mina é geralmente distribuida da seguinte maneira:

Minas Grandes: produção superior a 1.000.000 t/a

Minas Medias: produção entre 100.000 e 1.000.000 t/a

Minas pequenas: Produção entre 10.000 e 100.000 t/a

VI. Projecto de mineração

Projecto de minas a céu aberto.

PROJETO: é a definição qualitativa e quantitativa dos atributos técnicos, econômicos e


financeiros de um serviço ou obra de engenharia e arquitetura, com base em dados,
elementos, informações, estudos, discriminações técnicas, desenhos, normas, projeções e
disposições especiais. (*)
PLANEJAMENTO: é a atividade destinada a resolver os problemas de uma comunidade,
através de considerações ordenadas, que envolvem desde uma concepção inicial, um
diagnóstico, um prognóstico e cenários até um programa de obras, considerado um
espaço determinado e fixado um período de tempo.(*)

I. Introdução
II. Conteúdo e ordem de execução de um projecto mineiro
III. Estudo de viabilidade de um projecto mineiro
IV. Escolha do modo de exploração
V. Estabelecimento dos elementos de base duma empresa mineira
VI. Projecto da abertura de um jazigo
VII. Projecto dos métodos de exploração.
VIII. Projecto da organização dos trabalhos mineiros
IX. Projectos das outras operações.

A finalidade deste capítulo de Projecto Mineiro é que a partir dos resultados dum
programa de pesquisas mineiras, chega-se à elaborção dum estudo de viabilidade que
serve de base técnica e económica na decisão de investir baseando-se nos conhecimentos
adquiridos em vários domínios do engenheiro de minas e que são:

(*):www.google.com/wikippedia

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A exploração das minas a céu aberto


A exploração das minas subterrâneas
A Mecânica de solos e de rochas
A Geologia mineira
A Economia mineira assim como as máquinas mineiras,
O processamento de minerais
A investigação operacional.

O projecto de exploração duma qualquer mina se realiza em duas etapas principais:


- A elaboração de um projecto de base afim de estabelecer um desenho estimativo, um
estado geral das obras com os preços estimativos para cada objecto de construção. É o
Devi estimativo geral correspondente ao estudo de pre-viabilidade. E este estudo tem
como suporte, o projecto de base.
- A preparação dos desenhos industriais «Design» com os devis (preçários) detalhados
segundo o projecto de base; o que constitue o projecto propriamente dito com todos as
detalhes tanto no ponto de vista técnica como no ponto de vista económica. E este
projecto corresponde ao estudo de viabilidade. Nota-se que a partir dos resultados do
projecto de base, uma decisão pode ser tomada para abandonar ou prosseguir um projecto
qualquer.

a. Projecto de base.
Este representa uma documentação completa e comporta um texto explicativo de todos os
cálculos técnicos e economicos para todos os tipos dos trabalhos mineiros.

Num projecto de base, os seguintes problemas são resolvidos (caso da abertura duma
nova mina):
1º. Escolha do terreno para a colocação dos edifícios e da instalação da exploração.
2º. Pesquisa de diversos recursos em água, electricidade ou combustíveis.
3º. Determinação das reserves industriais de minérios (reserves mineiras)
4º. Estabelecimento da produção anual da mina e do regime dos trabalhos mineiros
(sequências de exploração)
5º. Escolha do modo de exploração racional (céu aberto ou subterrâneo)
6º. Escolha do método de exploração racional
7º. Resolução dos problemas de transporte, de ventilação, de bombeamento, de
iluminação, de segurança mineira, etc.
8º. Estabelecimento do esquema de tratamento de minério (Flow sheet de tratamento e de
concentração de minério).
9º. Determinação das necessidades nos serviços de reparação, de manutenção, de
habitação, de cuidados médicos, do serviço social, etc.

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b. Desenho industrial ou «Design»

O objecto é de dar todas as detalhas do projecto de base


E para aperfeiçoar a organização dos grandes talhadas (obras mineiras), de acelerar o
ritmo, e de reduzir finalmente os custos totais, é conveniente usar nas condições mineiras
bem determinadas os projectos especiais ditos «Projectos Tipos».

Os projectos tipos são geralmente elaborados nos escritórios de estudos.


No caso concreto duma mina a céu aberto, o design baseado num projecto tipo comporta
os esquemas técnicos nos seguintes domínios:

1º. Acesso ao jazigo e trabalhos (obras) preparatórios


2º. Retirada do terreno de capeamento e preparação das bancadas para a exploração
3º. Trabalhos de abatimento (fragmentação) , de carregamento e de transporte dos
produtos
4º.Entuhamento do estéril e armazenamento do minério
5º.Electrificação
6º.Secagem (bombeamento) previa do jazigo e drenagem em curso dos trabalhos
mineiros.

c. Estudo de viabilidade dos projectos mineiros.

O estudo de viabilidade de um projecto de mina é semelhante com o de qualquer outro


projecto. Ele consiste em, na base da demanda previsível , avaliar os factores de produção
(mão de obra, material, meios financeiros) para satisfazer à demanda. Isto implica
previamente um conhecimento claro das necessidades do mercado (ou das necessidades
dos consumidores e dos clientes).
Sabendo que estamos num domínio capitalista, onde é o proveito que conta, é preciso
começar por avaliar os diferentes custos de produção compara-los com o preço de venda
que deve gerar as receitas para avaliar a rentabilidade da exploração num universo da
concorrência bem determinado (concorrência perfeita, oligopólio, monopólio,...)
É depois a análise de evolução dos diferentes fluxos no tempo e no espaço que pode-se
decidir ou não da abertura dum projecto mineiro.

Tem que se notar que a noção de tempo é muito importante. Em muitos projectos, os
primeiros anos são deficitários. O que obriga a integrar no projecto, a noção do tempo de
vida.
No estudo de viabilidade que nos interessa, há dois agregados principais:
- A análise económica
- A análise financeira.

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Plano de lavra

Para o projecto de base, os parâmetros e a configuração do contorno superior da carreira


na etapa final da exploração sempre preocupam os engenheiros em cargo, pois é no fim
dos trabalhos mineiros que as dimensões do campo de mina se tornam muito grandes na
superfície.

Em definitivo, os factores que intervêm de modo determinante no estabelecimento dos


parâmetros do campo de mina são:

A profundidade última da carreira


As dimensões e a configuração do fundo da carreira
Os ângulos dos taludes dos bordos da carreira.

O fundo da carreira deve ter uma largura que permite explorar uma quantidade máxima
das reservas industriais ao nível da profundidade final da exploração.
E esta largura deve ser suficiente para permitir as manobras dos engenhos e resolver os
problemas de segurança do pessoal e do material mineiro.
A configuração do fundo deve ser suficientemente redonda seguindo o contorno do jazigo
explorado, o que diminui os trabalhos de retiro do capeamento.

MÉTODO ANALÍTICO DA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DO CAMPO


MINEIRO.

Os cálculos aproximativos que visam os parâmetros do campo de mina na superfície do


solo são bastante simples:
a. Caso dos jazigos horizontais ou bastantemente inclinados (sub-horizontais).

As dimensões do campo de mina, tendo em conta o minério e o terreno de capeamento,


são calculados por:

Lt  Lm  2 Hf .Cotg
Bt  Bm  2 Hf .Cotg
Figura 6.

Com Lt: Comprimento do campo de mina na superfície do solo


Lm: Comprimento do campo de mina seguindo
Bt: Largura do campo de mina na superfície
Bm: Largura segundo o limite do jazigo
γ: Ângulo médio do talude de liquidação
Hf: Profundidade final da exploração.

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b. Caso dos jazigos semi-levantados e levantados com terreno de capeamento.

Neste caso, teremos:


Lt  Lm  2Hf .Cotg
Bt  Bm  2 Hf .Cotg
Bm  m1  ( Hf  ht ).Cotg

Com m1 : Espessura horizontal ao nível da profundidade final


α: Ângulo de inclinação do jazigo
ht: Espessura do terreno de capeamento

MÉTODO GRÁFICO DA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DO CAMPO DE


MINA.

Figura 7.

As etapas são:
1ª. Estabelece-se para cada corte geológico (transversal), a posição real do fundo da
carreira à profundidade final

2ª. A largura do fundo é escolhida de maneira descrita na traça das rectas aa’ e bb’
segundo os ângulos de taludes de liquidação  1 e  2 ou segundo o ângulo médio de
liquidação  (no caso de rochas encaixantes idênticas).
E daí, encontra-se a posição real da zona de descobertura na superfície.

3ª. As posições dos pontos a, a’, b e b’ são projectadas na recta AB que mostra a posição
de uma linha dos trabalhos de prospecção (ex. as sondagens) mediante àquela
estabeleceu-se no principio todas as detalhas do perfil geológico dado. Esta operação
realiza-se para cada corte transversal.

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VII. Infra-estruturas de Apoio

1. INFRASTRUTURAS DE APOIO NA MINA A CÉU ABERTO

A mina a céu aberto é um tipo de mina usada para extrair depósitos de recursos minerais
encontrados próximos à superfície.
Na maioria das minas a céu aberto se empregam equipamentos pesados, tais como:
escavadoras e carregadores para extrair os recursos minerais das cavas e transportá-los
para as zonas de depósito.
A indústria mineira que emprega este tipo de extração, geralmente necessita remediar
estas áreas e recuperá-las, minimizando os impactos ambientais gerados e evitando danos
ao meio ambiente.

1. 1. Processo de Aproveitamento ou exploração


Por processo de aproveitamento entende-se todas as operações posteriores a remoção do
material extraído até chegar ao concentrado do mineral.
Esta etapa pode requerer processos de britagem, granulação, moagem, classificação
e concentração. Nestas etapas as soluções oferecidas refe-rem-se aos muros e estruturas
de contenção, taludes reforçados.
Para a etapa de concentração são necessários sistemas de impermeabilização de lagoas e
sistemas de captação e canalização de concentrados, isto para evitar as infiltrações destes
no terreno natural e a conseqüente contaminação do lençol freático.

*Fig. 8 sistemas de captação e canalização de concentrados

*: Imagens de Google.com/Maccaferri.pdf

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1. 2. Estrutura em solo reforçado

As estruturas de solo reforçado tornam-se uma alternativa eficiente para a construção de


aterros e murros de contenção. No entanto, o seu uso é limitado pelas especificações
técnicas, que recomendam apenas materiais granulares, por apresentarem alta resistência
e capacidade de livre drenagem. Todavia, nem sempre se dispõe deste material nas
proximidades das obras o que pode torna-las onerosas, devido aos custos de transportes.
Os solos não convencionais, defenidos como solos de granulometria fina (caracterizados
como argilas, siltes, e solos areno-siltosos), merecem atenção, pois são encontrados em
abundância em muitos locais do nosso território.

*Fig.9:Figura de estrutura de solo


reforçado

* Fig.10: Representação da estrutura de contenção .


* Fig. 11:Especificações Técnicas da Construção de estrutura de contenção.

*: Imagens de Google.com/Maccaferri.pdf

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1.4.3 Muro de Gravidade Para Compactação de Aterros

A técnica de compactação é relativamente recente o seu controle ainda mais recente.


Antes dela os aterros em Minas ao céu aberto eram feitos simplesmente lançando-se o
minerio pela sua ponta, resultava disso: uma compreensibilidade exagerada do aterro
devido aos grandes vazios que podiam formar-se entre as camadas lançadas a grande
porosidade do próprio material que permanecia em estado leve e a instabilidade do aterro,
o qual poderia perder totalmente sua resistência se, por ventura sofre-se saturação por
chuvas pesadas, tudo isso levava a que os aterros necessitassem de um certo periodo de
consolidação, para que pudessem ser usados com segurança.

*Fig. 12 e 13. Construção do Muro de Gravidade

*:Imagens de Google.com/Maccaferri.pdf

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VIII. Vias de acesso e de escoamento

A) A mina a Céu Aberto

A céu aberto, uma das principais formas de escavação é a trincheira.

Trincheira: é uma obra de secção trapezoidal limitada lateralmente pelas suas


paredes inclinadas e seu fundo na parte inferior.

Fig.11 e 12

Bancada: é a camada da rocha que tem a forma de escadaria. Geralmente a altura


da bancada varia de 5m a 30m, em intervalos largos até 20m a 30m.

Praça: é a superfície que limita a bancada na parte inferior e superior.

Altura da Bancada: é a distancia vertical entre a praça superior (topo) e inferior


da bancada.

Berma de Transporte: é a praça da bancada onde são montadas as vias de


transporte e comunicação. O seu tamanho depende do tipo de transporte e intensidade do
tráfico.

Área laboral: é a área da bancada onde se encontra a maquinaria para a


desmonte. A sua largura é de 2 a 4 vezes mais que a altura da bancada.

Berma: é a praça de pequenas larguras na qual não se faz nenhum trabalho.

Talude de bancada: é superfície inclinada que limita o declive natural do


maciço.

Dobra: é a linha de intercesão do talude da bancada com a sua praça superior e


inferior

Ângulo de Bancada: é o ângulo entre o talude da bancada e o plano.

A escolha do processo de escavação das trincheiras depende:

 Das dimensões da secção transversal.


 De relevo da zona
 Da possibilidade de colocar os desaterros retirados durante a escavação
das trincheiras.
 Dos tipos e das características dos escavadores usados.

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Segundo à posição no fundo distinguimos:

As trincheiras Inclinadas ( Trincheiras de acesso ou trincheiras principais )


As trincheiras horizontais ou trincheiras de corte (Talho)

a)Trincheiras Inclinadas ou principais.

Estas trincheiras são obras de secção trapezoidal e têm um perfil longitudinal e


transversal particular. Elas permitem o acesso ao jazigo, a obtenção das frentes iniciais de
trabalho e asseguram o transporte dos produtos. Elas são conservadas por muito tempo ou
durante toda a vida da exploração e podem ser seja fora ou dentro do campo da mina.

Quando estiverem destinadas ao transporte com engenhos a rodas, chama-se de


Trincheiras de acesso. As suas rampas médias são geralmente inferiores 10%.
Quando estivem destinado a instalação dos elementos (Skip) sua rampa é forte, e
chama-se trincheira em rampa forte rígida.

a)1.Trincheiras exteriores

Elas têm um volume muito superior que as trincheiras interiores. É por isso que
são usadas pela abertura do campo de exploração menos fundo. Estão escavadas a partir
da superfície do solo fora do campo da carreira até ao seu limite no nível da plataforma
(terraço) de trabalho.

Fig.14
a)2.Trincheiras interiores

São usadas pela abertura dos campos de exploração mais fundo. Elas estão
escavadas seguindo o limite da carreira a partir da superfície do solo ou a partir do
horizonte a qual elas dão acesso. Elas são geralmente dispostas (realizadas) nas bordas
não exploradas da carreira.

Fig.15
Quando o transporte dos produtos fragmentados se realiza com os transportadores a
banda (comboeiras a banda) ou com o skip, escava-se nas bordas inexploradas da
carreira, as trincheiras interiores com uma inclinação correspondente à rampa máxima
dos meios de transporte usados.
Estas trincheiras são escavadas ortogonalmente (perpendicularmente) ao talude ou em
diagonal.
Fig.16 e 17

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b)Trincheira horizontal ou de Corte

Quando se inicia a exploração da bancada, uma ou as duas paredes das trincheiras


de acesso são abatidas (fragmentadas) e estas trincheiras de acesso viram para ser as
trincheiras horizontais de corte.

Fig. 18

As trincheiras de corte preparam o campo mineiro à exploração. Suas escavações


são feitas a partir do limite do campo mineiro. Depois da realização das trincheiras de
corte, usa-se vários engenhos mineiros (sondador ou pesquisador, escavador, comião
basculante,...) pelo meio dos quais realiza-se a extensão do trabalho. O conjunto das
trincheiras principais e das trincheiras de corte permitem finalmente de assegurar a
descobertura (abertura) e a exploração do Jazigo.

DIFERENTES ESQUEMAS DE ACESSO NUMA MINA A CÉU ABERTO

Os esquemas de acesso numa mina a céu aberto podem ser classificados em 4


grupos:
1. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais separadas, quer dizer cada
bancada é (descoberta) aberta por uma trincheira independente.
2. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais comuns (gerais), quer dizer
todas as bancadas são abertas por único sistema de trincheira dependentes
3. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais agrupadas, quer dizer que
um grupo de bancadas sucessivas são abertas por meio de trincheiras dependentes ou
vários grupos de bancadas são abertas de modo independente.
4. Acesso ao jazigo por meio de trincheiras principais acopladas, quer dizer o
primeiro, segundo e terceiro processos com o uso das duas trincheiras pela abertura de
cada bancada ou de varias bancadas ou de todas as bancadas da carreira.

A) Esquema de acesso por trincheiras externas.

a) Trincheiras Externas Separadas.

Este esquema é usado no caso da exploração dos jazigos ligados, sub horizontais
ou horizontais, situados a uma pequena profundidade (20 a 30m), quer dizer um esquema
dando acesso a duas bancadas cuja altura não ultrapassa 15m.
O transporte do minério e do estéril faz-se com diferentes trajectórias. Os
domínios de aplicação são reduzidos.

Fig. 19 e 20

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b) Trincheiras Externas Gerais (comuns)

Estas trincheiras permitem aceder a todas as bancadas de modo dependente.


Neste caso, os trabalhos mineiros diminuem em relação ao esquema precedente.
Isto permite o aumento de número de bancadas em exploração sem investimentos
suplementares, o domínio de aplicação é geralmente o mesmo que no primeiro caso mas
com uma profundidade um pouco mais grande (40 à 50m).

Fig.21 e 22

c) Trincheiras Externas Agrupadas

este esquema é usado na exploração dos jazigos horizontais ou de fraca inclinação cuja
profundidade pode atingir 60 a 80m

Fig. 23,24 e 25

B)Esquema de Acesso por Trincheiras Internas:

As trincheiras principais internas são geralmente situadas nas bordas inexploradas


da carreira para permitir uma circulação fácil dos meios de transporte.
As vezes, estão colocadas nas bordas exploradas (bordas de trabalho). Neste caso,
as vias feitas devem periodicamente ser deslocadas por mais que se deslocam as bordas.
Isto implica um aumento dos custos de exploração e apresenta certas dificuldades tanto
no regime de circulação das unidades de transporte como para o trabalho de escavação.

B1.Trincheiras internas separadas

Cada bancada é acedida por uma trincheira independente, isto facilita a


organização dos trabalhos de mina e o uso racional dos vários meios de transporte
(locomotiva, camiões, bandas transportadoras). Em contra parte, os investimentos dos
principais trabalhos são importantes.
O esquema aplica-se aos jazigos potentes, de rampa maior que 25º, cuja
profundidade não ultrapassa 100m.

Nota:
O ângulo < 25º : Jazigo horizontais
O ângulo 25º<X<45º: Jazigos semi-levantados (oblíquos)
O ângulo >45º: Jazigos levantados (inclinados)

Fig.26

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Plano de lavra

B2.Trincheiras internas comuns

Existe 4 Esquemas de acesso:

B2.1. Esquema por trincheira interna comum directa

A trincheira interna comum encontra-se nas bordas inexploradas da carreira.


Neste caso, uma única trincheira inclinada permite aceder a todas as bancadas da
carreira. Este esquema aplica-se ao jazigos levantados ou semi levantados cuja
profundidade não ultrapassa 100m mas com investimentos um pouco mais fracos do que
no caso das trincheiras internas separadas.
Em contra parte, o jazigo deve ser mais extenso que o antecedente.
Usa-se também este esquema quando a rampa do jazigo não ultrapassar 30º e que os
meios de transporte usados são os camiões e os engenhos derivados dos camiões
(reboques).

Fig. 27

B2.2. Esquema por trincheira inclinada comum com uma plataforma.

É um esquema de acesso por meio de trincheira inclinada comum que tem uma
plataforma circular no ponto de mudança de direcção dentro da carreira. Esta plataforma
artificial é destinada às manobras dos meios de transporte usados.

No feito, no caso de jazigos de rampa superior a 30º, existe uma versão especial
da trincheira principal de acesso para o transporte com camiões. Esta trincheira principal
comporta duas vias inclinadas com mudança de direcção principal de transporte numa
plataforma circular.
Este esquema é bastante simples pois o aumento da profundidade da carreira se
realiza sem reconstrução custosa das trincheiras principais.
A Desvantagem maior é o aumento considerável das despesas destinadas à constituição
da plataforma artificial.

Fig. 28

B2.3. Esquema de acesso por trincheira interna comum em forma de beco sem
saída.

É uma trincheira com muitos troços inclinados e horizontais alternados


sucessivamente e que estão colocados no interior do campo de mina.
O aprofundamento deste tipo de trincheira é acompanhado de mudança da sua
direcção para cada troço inclinado..

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Plano de lavra

A trincheira é situada na borda inexplorada da carreira e usa-se este esquema pelos


jazigos semi-levantados e levantados de grande potencia e de qualquer profundidade.

Fig.29

B2.4. Esquema de acesso por trincheira interna comum em espiral.

Cada vez que se ataca uma nova bancada, a trincheira principal deve ser
prolongada com uma rampa que desce e que é suficiente para a circulação fácil dos meios
de transportes adaptados.
O desenvolvimento (progressão) dos trabalhos de exploração efectua-se em forma
de leque (ventarola) incomodando também a extracção simultânea de muitas bancadas.
Assim para descobrir uma nova bancada mais abaixo, deve-se extrair quase
completamente a bancada anterior.
Em pratica, este esquema aplica-se aos jazigos semi levantados e levantados duma
grande profundidade na condição tal que a configuração do jazigo em plano seja mais ou
menos redonda enquanto que a superfície horizontal seja vasta.
Fig 30e 31

Exemplo de um esquema de acesso por trincheira interna acoplada em espiral

Fig.32

C. Esquema de acesso por obras subterrâneas.


Estes esquemas são usados nas condições particulares das exploração que são:
*Nas zonas montanhosas:
Fig.33

*No caso da exploração mista quando a parte superior do jazigo é explorada pelo modo a
céu aberto enquanto a parte inferior é explorada pelo método subterrâneo:

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Plano de lavra

Fig.34:image Google

Nota:

Se o jazigo for em forma de filão e se encontrar numa montanha, estará explorada


usando um túnel. O equipamento precisado para o túnel é simples e barato (não muito
caro) da mesma maneira que para uma mina a céu aberto. Como a água escorrega (corre)
via o túnel, não há despesas para as bombas. Muitas vezes o filão é seguido em
profundidade por um túnel depois de um outro. Cada um num nível mais baixo da
montanha.
As vezes o túnel extende-se numa longa distancia no morto terreno antes de
encontrar o filão.

Encontra-se outros filões ou outros tipos de depósitos acedidos para os túneis mas
que descem mais fundo tal que não podem ser seguidos com o método de tunéis. Assim,
muitas minas que iniciam com o método (processo) de túnel são exploradas mais fundo
via um poço.

B) Minas subterrâneas..

Na exploração subterrânea, o conjunto das obras dando acesso ao jazigo o partir


do exterior (o dias) compreende globalmente os poços de exploração (verticais ou
inclinadas), os crosscut (galerias no estéril) das galerias de acesso ao dia (túneis)

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Plano de lavra

a) Esquema simples

*Fig. 35:Exploração subterrânea

*:www.google.com/surpac

Os tipos de escavação auxiliar (poços de ventilação) são geralmente determinados pelo


tipo de escavação do acesso principal.

b) Esquema misto ou combinado

Fig. 36, 37, 38 e 39

Aqui, os poços principais escavados a partir do “dia” são acompanhados das


escavações de acesso suplementares cujo orifício se encontra em profundidade
(subterrânea). Os esquemas combinados são geralmente usados onde a grande
profundidade de exploração entra em conflito com as possibilidades técnicas das
máquinas de extracção (caso 35 e 38) ou no caso das configurações particulares dos
jazigos.

Na hora actual, em muitos casos, a profundidade limite da subida das cargas por
uma maquina de extracção numa etapa é da ordem de 1500m. A utilização das maquinas
de extracção multicabos permite aumentar esta profundidade limite até 2000m ou um
pouco mais.

Exemplo de um acesso no campo mineiro.

Fig. 40

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Plano de lavra

TIPOS DE TRABALHO NUMA MINA SUBTERRÂNEA:

1) Galerias (trabalhos) horizontais.

Túnel: galeria horizontal que comunica com a superfície.

A vantagem dos túneis é que não existe custos para as bombas ou subida de material
grosso a sua inclinação.

a) Galeria de traço (delineamento), é uma galeria escavada horizontalmente e


longitudinalmente ao jazigo e não tem comunicação com a superfície.
galeria horizontal escavado na potencia do jazigo transversalmente.
b) Galeria de ventilação, para retirada do ar viciado.

Crosscut: trabalho horizontais no estéril e servem para transporte pessoal, mineiro,


material, condutores de agua.
2) Galerias Inclinadas servem para o transporte de mineiros por gravimetria.
3) Galeria verticaL (Poço): é o trabalho vertical que tem comunicação com a
superfície terrestre e serve para vários fins:

 Extracção do mineiro.
 Transporte do pessoal.
 Transporte do material.
 Ventilação.

Assim o poço vertical permite uma rápida e económica montagem, mas um poço
pode também ser inclinado, mas deve ser directo.

Quando o deposito afundo com uma inclinação qualquer, é muitas vezes


económico fundar o poço no footwall, abaixo do filão (veio) para que, enquanto que a
mina progredi mais em profundidade com diferentes níveis, o poço não estará tão
afastado do deposito, e será protegido contra o efeito de abatimento. (1foot=0.3048m).

E quando a mina se torna muito funda (mais que 4000 foot), é geralmente
económico proceder com um poço secundário (sub – shaft) para fundar mais abaixo.

NB: os níveis (pisos) são bandas longitudinais em direcção que dividem o campo
de mina.

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Plano de lavra

Seguindo a linha de maior inclinação, os níveis são limitados pelas galerias traçadas
para o transporte das cargas, para a ventilação, para o transporte de pessoal.

Assim um nível pode ser definido como a parte do campo de mina limitada em
direcção pelos limites do campo, e segundo linha de maior inclinação pelas galerias
principais, pelas galerias principais.
A altura inclinada dum nível é escolhida para dar (assegurar) à mina, o rendimento de
produção fixado.

No caso particulares do mineiro de carvão, e segundo o número das camadas ou


filões, as distancias, a profundidade do jazigo, o ângulo de inclinação e outros
factores, a abertura dos campos de mina pode ser efectuada por poços individuais
escavados para cada camada ou filão, por poço central com crosscut e por poço
central com burel (poço interno da mina).
Se, na concessão, existir uma única camada, ela pode ser atingida por um poço
inclinado ou um poço vertical. E no caso da abertura do poço inclinado, este é
fundado até o nível galeria de transporte do 1º nível afim de organisar a receita
(recepção) e proceder à preparação das obras de abatimento. Durante a exploração do
1º nível, deve-se preparar o segundo nível; receita e preparação das obras de
abatimento.

A vantagem dum poço inclinado reside no facto que:

 é escavado no carvão e retira-se assim uma certa quantidade do minério que pode
ser usado para os fins da empresa no período de organização.
 durante a abertura com uma rampa <18%, pode se mecanizar completamente
graças aos comboeiros, o transporte do carvão da frente de exploração ao dia.
 O custo de 1m de poço inclinado considerando o equipamento a superfície é
habitualmente inferior ao dos poços verticais.

A preparação dos níveis situados acima da estacão (receita) é efectuada graças às


montagens principais e a preparação das minas abaixo da receita, por galerias de
descida principais.
Durante o período da exploração do primeiro nível (piso) o poço deve ser
rebaixado até ao segundo nível e alem disso, deve-se realizar todas as obras de base e
preparações necessárias. E durante a exploração do segundo nível, o poço deve ser
rebaixado até nível do 3º piso etc.

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Plano de lavra

Os trabalhos de preparação dum novo horizonte devem ser organizados de modo


que no momento do enfraquecimento num nível dado, os painéis correspondente
estejam prontos no seguinte nível.
A particularidade do corte dos jazigos em filão é a implantação dos poços no foot
wall do jazigo para proteger o poço e os edifícios próximos da superfície contra as
deteriorações devido ao abatimento dos terrenos acima do espaço enfraquecido. A
conservação dos blocos (Stots) de protecção, praticada habitualmente no exploração
das gites (poisos) de carvão, é provada não económica em muitos casos dos jazigos
em filao devido às perdas importantes do minério cujo preço é em geral mais alto que
o preço de carvão.
Durante o aprofundamento dos poços verticais no footwall do filão, sobretudo quando
a rampa é relativamente fraca e com maior profundidade, os crosscuts podem ter um
grande comprimento. Para evitar isto escava-se os poços inclinados perto do foot wall
do filao. Este modo usa-se com uma ganga fraca no foot wall, pois não é preciso
conservar os “stots” de protecção nas paredes do poço.

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Plano de lavra

IX. Métodos de Lavra


1. Introdução.

Um método de exploração é a organização da progressão, em função do tempo, do


conjunto das bancadas no interior da fossa última.
Esta definição toma em conta a morfologia do jazigo.

Além desta definição, a classificação dos métodos de exploração a céu aberto pode ser
baseada nos meios usados para deslocar os estéris, ou mais pela escolha do material (caso
da exploração por draglina)

Assim, notamos que os métodos de exploração a ceu aberto nao beneficiam das
denominações relativamente universais como no caso das minas subterrâneas.

Nos-limitaremos a distinguir duas categorias dos métodos de exploração a ceu aberto:


-Uma classificação que toma em conta a morfologia do jazigo,
-uma classificação que toma em conta os meios de deslocação dos esteris.

2. Métodos de esploração bazeados na morfologia do jazigo.

Estes métodos podem ser classificados em dois níveis:

*Os jazigos em forma de filão e montão (ou acumulação) (jazigos semi


levantados e levantados )

*Os jazigos tabulares (horizontais) e sub horizontais

No primeiro caso, trata-se dos jazigos com esteris juxtapostos (misturados) que,
geralmente afloram nos terrenos duros, ou dos jazigos com capeamentos superficiais
(jazigos de cobre, Fe,…). No Segundo caso, trata-se seja dos jazigos sem esteris de
capeamento (calcário, Porfirio), seja dos jazigos com capeamentos superficais (Lenhite,
Carvão)

2.1. Métodos por bancos (Em cava)

No caso dos jazigos em filão ou em montão, a exploração se desenvolve em vertical e


comporta os minérios e os esteris a retirar por mais que afunda-se.
É um método geral denomeado Excavação Global. Trata-se duma grande fossa culo o
perfil é constituido pelas bancadas. Cada dobra é representada em plano por uma curva
fechada.

Fig. 41

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Plano de lavra

Estes tipos de explçoração possuem duas particularidades:


-A execução dos trabalhos de exploração apresenta um character irreversivel,
porque a evolução é fixada por um estudo preliminar (previa) da fossa final tal que sera
praticamente impossivel de se afastar devido ao quociente de capeamento importante
caso queira extrair uma parte de mineralização não contida no projeto da fossa final
preestabelecida.

-o quociente de capeamento sendo função da profundidade de exploração e da


morfologia do jazigo, suas variações podêm ser importantes entre duas fases de
exploração sucessivas.

Em consequência, a planificação da produção mineira é um dos problemas


delicados destes tipos de exploração.
Este método exige a constituição dos entulhos externos nao longe da mina.

2.2. Método de exploração por cortes (bandas) successivas.

No caso dos jazigos horizontais ou subhorizontais, a exploração se desenvolve


horizontalmente e luta-se para diminuir (ou) reduzir a distança de transporte dos estéris,
colocando-os na fossa logo que acabar a exploração do minério.

Este entulhamento pode ser executado seja por um único engenho (excavadeira, draga de
descobertura,…) seja por meios dos camiões basculantes associados aos bulldozers, ou
por outros engenhos de deslocação de esteris.

Fig. 42

Este método é chamado Método por cortes sucessivas, quer dizer que os terrenos de
capeamento da camada de minério são deslocados e deppositados atrás onde o minério já
foi removido. Opera-se então uma deslocação progressiva da trincheira em relação a si
mesmo.

3. Métodos de exploração baseados nos meios de deslocação dos esteris.

Os meios usados pela deslocação dos esteris determinam os principais parámetros num
método de exploração a ceu aberto:

- A altura e o numero de bancadas dos esteris e dos minérios


- A largura das plata formas de trabalho
- O numéro das rampas para o transporte.
- O numero das frentes de enfraquecimento, a ordem e o sistema de deslocação das
frentes de trabalho.
- A quantidade de reservas descobertas e preparadas.

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Assim, distingue-se 5 métodos de exploração a ceu aberto que se baseam no modo de


transporte dos esteris numa carreira com formação dos entulhos internos ou externos.

3.1. Métodos sem transporte

Este método pode ser seja simples seja com entulhamento importante.
No primeiro caso, trata-se dum entulhamento realizado directamente com o excavador
usado para a retirada do capeamento, enquanto que no Segundo caso, trata-se das
formações potentes de esteris. É preciso uma excavadeira suplementar no entulho para
repartir a rocha despejada por uma excavadeira de capeamento.

As excavadeiras usadas podem ser as pás mecânicas ou as dragas.


O método sem transporte pode ser usado nas seguintes condições:
- As camadas horizontais ou subhorizontais de potência limitada com capeamento
de dureza intermediaria.
- As camadas de inclinação média (semi levantada) que se encontram nos terrenos
menos consolidados e com fraca profundidade, isto conduz a deslocar o esteril
(desaterro) em duas ou mais vezes por meio da excavadeira.

3.2. Método com uso dum engenho (transferência).

O Método é usado quando o desaterro é depositado nos entulhos internos por meio dos
engenhos de transferência movies (pontes de transferência,..) e o engenho de exploração
sendo um excavador a múltiplos Godés .
O método serve para a exploração das camadas horizontais e subhorizontais móveis, não
consolidados e de grande potencia.

3.3. Método Especial.

É um método cujos os desaterros sao evacuados por meio dos engenhos seguintes:
- Scrapers
- Monitores e bombas
- Gruas
- Comboeiros com stacker (entulheiro)

Os dois primeiros tipos de engenhos sao usados no caso de exploração das camadas
horizontais e subhorizontais com capeamento móvel e não consolidado, enquanto que os
dois últimos meios sao usados quando a camada mineralisada possui uma forte inclinaçao
e encontra-se nos terrenos duros.

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Plano de lavra

Uma outra classificação deste método depende da natureza da lavra:

- Lavras de placeres
- Lavras de petroleo e gases combustiveis
- Lavras de sais solúveis ou suspensoides
- Lavras de Enxofre
- Lavra submarina
- Lavra in situ (Distilação de carvão)

3.4. Métodos com transporte dos desaterros (Esteris)

É um método usado para todas as formas de jazigos (horizontais, semi-levantados e


levantados), para todos os tipos de dureza do capeamento usando todos os tipos de
excavadeiras.

O transporte dos desaterros efectua-se por diversos engenhos de transporte (camião,


locomotiva, vagões, comboeiros a banda,…) até aos entulhos internos ou externos.

3.5. Método misto.

Este método é usado no caso da exploração das camadas horizontais ou pouco inclinadas,
com potência limitada e capeamento não consolidado; móvel ou de dureza media. Os
desaterros tirados das bancadas superiores onde se usam as excavadeiras de todo tipo são
transportados nas diversas unidades de transporte (camiões, locomotivas, vagões,
comboeiros a bandas,…) até ao entulho externo ou interno, enquanto que os desaterros
tirados das bancadas inferiores onde se usam as excavadeiras a orgão de trabalho de
grande dimensão sao rejeitados nos entulhos internos por meio das excavadeiras e nos
entulhos externos por meio dos engenhos de transferência.

X. Selecção do método de lavra

Cfr. Métodos de lavras.

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XI. Métodos de segurança em mineração.*

Normas Reguladoras de Mineração – NRM


Lavra a Céu Aberto

1 Generalidades
1.1. No planejamento e desenvolvimento de mina a céu aberto devem ser consideradas as
condições locais de geologia, topografia e condições ambientais.

1.2. As minas a céu aberto devem possuir mapas contendo representação completa com
amarração topográfica da localização de todas as áreas em lavra e mineradas e dos
sistemas de disposição de estocagem de solo vegetal, estéril, produtos, rejeitos sólidos e
líquidos.
1.3. Para a área da mina devem ser adoptadas medidas preventivas contra inundações e
surgências de água.
1.4. A mina deve ser projetada não só visando a economicidade do empreendimento, mas
também para facilitar o desenvolvimento das operações unitárias, atender os aspectos
relativos à segurança operacional, do trabalho, controle ambiental e a reabilitação da área.

2. Bancadas e Taludes
2.1 Na definição de uma bancada devem ser consideradas as características técnicas dos
equipamentos utilizados no desmonte e carregamento, a estabilidade dos maciços, as
condições de segurança e posterior reabilitação da área.

2.1.1 A largura mínima, a altura e ângulo máximos das bancadas devem ser projetados
em função das condições geomecânicas, dos serviços a serem executados, máquinas e
equipamentos a serem utilizados, de forma a conduzir os trabalhos com segurança.

2.2 Nos serviços em taludes, nos limites exteriores e faces das bancadas, em plataformas
e em outros pontos com riscos de queda, devem ser atendidas as seguintes exigências:
a) uso obrigatório de cinto de segurança, tipo pára-quedista, preso a cabo de segurança,
além de outros equipamentos de proteção individual, quando o serviço exigido for em
altura superior a 2 m (dois metros);

b) todos os serviços, realizados nas bancadas acima e abaixo de um talude, em cuja face
houver trabalhadores sob risco de queda de material que possa atingi-los, deve ser
paralisado;
c) nas laterais das bancadas, vias de acessos ou estradas onde houver riscos de quedas de
veículos devem ser construídas leiras com altura mínima correspondente à metade do
diâmetro do maior pneu de veículo que por elas trafegue e
d) instalação de sinalizadores.

*:(www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/nrm_02.htm

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Plano de lavra

2.3 A disposição de qualquer material e o estacionamento de máquinas próximo às cristas


das bancadas, devem obedecer a uma distância mínima de segurança, definida em função
da estabilidade, da altura da bancada e do porte do(s) equipamento(s).

2.4 Em caso de deslizamentos, as áreas devem ser isoladas, sinalizadas e realizados


estudos geotécnicos para o levantamento das causas básicas do acidente.

2.5 Bancadas com atividades de lavra, trânsito, transporte ou serviços de reabilitação


devem ter, pelo menos, um acesso seguro para pessoas e equipamentos.

2.6 As bancadas utilizadas como acessos devem ser projectadas para atender aos critérios
de segurança de tráfego.

3 Controles Topográficos e Geológico-Geotécnico


3.1 A geométria da cava, pilhas e de outras estructuras devem ser atualizadas
semestralmente ou em maior periodicidade, em conformidade com o ritmo de avanço
previsto no Plano de Lavra, o qual deve ser mantido na mina, bem como a documentação
topográfica pertinente, para exame por parte da fiscalização.

3.2 As plantas de controle geológico da mina devem ser atualizadas semestralmente,


revendo-se com freqüência todos os aspectos ligados à estabilidade das estruturas.

3.3 O empreendimento deve possuir obrigatoriamente um acervo de plantas que, em


conjunto, contemplem, no que couber, os seguintes itens:
a) os limites das concessões;
b) os perímetros das cavas e sistemas de disposição;
c) limites das faixas de segurança;
d) ângulos laterais das faixas de segurança;
e) limites da área de mineração;
f) dados referentes à espessura do minério ou das camadas mineradas;
g) os contatos geológicos dos diferentes cortes na cobertura e no minério;
h) cotas nos pontos significativos como no limite superior e inferior dos cortes na
cobertura e no minério, em distâncias inferiores a 200,00 m (duzentos metros);
i) áreas revegetadas;
j) falhas e diques interceptados e
l) delimitação das áreas de risco e de influência da lavra.

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Plano de lavra

4 Estabilidade dos Taludes


4.1 Devem ser adotados procedimentos técnicos de forma a controlar a estabilidade dos
taludes, observando-se critérios de engenharia, incluindo ações para:
a) controlar o movimento dos estratos;
b) monitorar as bancadas e taludes das minas a céu aberto;
c) verificar o impacto sobre a estabilidade de áreas lavradas e
d) verificar a presença de fatores condicionantes de instabilidade dos taludes, em
especial, água, gases, rochas alteradas, falhas e fraturas.

4.2 Quando se verificarem situações potenciais de instabilidade nos taludes através de


avaliações que levem em consideração as condições geotécnicas e geomecânicas do local,
as atividades devem ser imediatamente paralisadas, com afastamento dos trabalhadores
da área de risco, adotadas as medidas corretivas necessárias, executadas sob supervisão e
por pessoal qualificado.

4.2.1 São consideradas indicativas de situações de potencial instabilidade nos taludes as


seguintes ocorrências:
a) fraturas ou blocos desgarrados do corpo principal nas faces dos bancos da cava e
abertura de trincas no topo do banco;
b) abertura de fraturas em rochas com eventual surgimento de água;
c) feições de subsidências superficiais;
d) estruturas em taludes negativos;
e) percolação de água através de planos de fratura ou quebras mecânicas e
f) ruídos anormais.

4.2.2 Na ocorrência das situações descritas no subitem 4.2.1 sem o devido


monitoramento, conforme previsto no subitem 4.1, as atividades no local de ocorrência
dessas anomalias devem ser imediatamente paralisadas, sem prejuízo da adoção das
medidas corretivas necessárias.

4.2.2.1 A retomada das atividades operacionais somente pode ocorrer após a adoção de
medidas corretivas e liberação formal da área pela supervisão técnica responsável.

4.3 Todo material de escoramento deve ser protegido contra umidade, apodrecimento,
corrosão, além de outros tipos de deterioração, em função de sua vida útil.

4.4 Antes do início dos serviços, após detonações e depois de fortes ou prolongadas
chuvas, o pessoal da supervisão deve obrigatoriamente inspecionar as frentes de trabalho,
de forma a prevenir riscos de deslizamento ou queda de blocos.

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4.5 Os parâmetros geométricos observados no projeto das minas a céu aberto, tais como
altura de bancada, ângulo de face, largura de bermas e ângulo geral de taludes devem ser
projetados de acordo com os melhores recursos de geologia, de engenharia, mecânica das
rochas e mecânica dos solos.

4.6 É obrigatória a estabilização ou remoção de material com risco de queda das cristas
das bancadas.

XII. Nocões sobre a qualidade de minério, cantaminação

Introdução.

O conhecimento do tipo de terreno é muito necessário para a fragmentação numa mina a


céu aberto. Ele permite determinar os parámetros de furação (a malha de furação, a
profundidade dos furos de minas e os díametros dos furos de minas) e de fragmentação
(cargas específicas de explosivos, altura do atacamento, modos de ligações e modos de
iniciação).

Plano de selectividade
a.Generalidades.

Na realdade, o volume e o teor estimados não serão os do minério fresco de mina, devido
dum lado, da diluição do minério causada pela mistura dos produtos (minério e estéril) na
hora da fragmentação primária e dos carregamentos dos produtos fragmentados, e do
outro lado da recuperação mineira.

Isto conduz geralmente a uma diminuição de teor e de tonelagem do minério extraido. É


para estimar estas perdas que algumas empresas mineiras tentaram resolver o problema
de selectividade antes de colocar o sistema de fragmentação.
A selectividade é a divisão do jazigo em parcelas, baseada na repartição do teor e/ou na
composição mineralógica.

b. Diluicão (contaminação) e coeficiente de recuperação


b.1. Definição e causas da diluição.
b.1.1 Definição
A contaminação é a adição do estéril com o minério durante as diversas fases de
exploração. Trata-se de qualquer forma de diluição que àqual um minério pode ser
submetido devido à sua mistura com o estéril, ou a mistura de dois minérios de naturezas
mineralógicas diferentes que não podem ser valorisados que separadamente.

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b.1.2.Causas de contaminação

b.1.2.1.Causas naturais

 Jazigos horizontais
Os estéries de capeamento podem ser retirados antes da fragmentação. A contaminação é
causada pelos estéries disseminados no minério

 Jazigos com grandes inclinação.


O minério e o estéril são escavados simultaneamente usando os mesmos engenhos de
carregamento. O grau de contaminação é muito elevado.

 Jazigos de forma irregular (dimensão variável em função da profundidade) .


Neste caso, a retirada do estéril encaxante é muito difícil. O que explica ume importante
contaminação.
 Potência do jazigo

Uma grande potência do jazigo conduz a uma boa triagem pemitindo a diminuição da
contaminação
 Estéries intercalados
A presença de estéries intercalados é previsível, e a cotaminação é causada por essa
intercalação.

b.1.2.2.Causas artificiais

 Rabentamento
 Carregamento dos produtos

b.2. Coeficiente de recuperação.


É o quociente das tonelagens de minerio extraido e do minério a extrair ou «in situ»

b.3. Expressões matemáticas.

O quociente de contaminação ou o coeficiente de diluição é a variação do teor em relação


ao teor do minério «in situ».
A sua expressão matemática é:

tp  ta
D  100. (%)
tp
Com: D: Coeficiente de diluição
tp: Teor do minério in situ
ta: Teor do minério abatido.

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Quando a diluição for ocasionada pela mistura com minérios pobres de teor tb, ela é
expressa por:

tp  ta
D  100. (%)
tp  tb
O coeficiente de recuperação é definido por:

Ta.ta
D  100. (%)
Tp.tp

Com:Ta: Tonelagem de minério abatido


Tp: Tonelagem de minério in situ

c. Utilidade da selectividade
O plano de selectividade tem uma dupla utilidade:

 A primeira utilidade é que ela permite ao engenheiro encarregado da


fragmentação de adiantar determinar as modalidades de carregamento eventuais
dos furos de minas com os explosivos apropriados na base das variedades de
terrenos e das possibilidades de utilização dos diferentes esquemas de ligação.

 A segunda utilidade é que a escavação dos produtos pelas escavadeiras torna-se


praticamente orientável e ipso-facto todo risco de erro na escolha entre minério e
estéril é eliminado.

d. Estabelecimento da selectividade.

Um levantamento geológico e uma amostragem são efectuados nas trincheiras escavadas


em intervalos regulares (50m) em cada plano de nível, e de preferência perpendicular à
direcção das camadas. As amostras das rochas prelevadas e etiquetadas são reenviadas
para uma análise no laboratótio. E depois das análises, elabora-se o plano selectivo cujo
uma cópia é confiada ao engenheiro de fragmentação. Nestes planos vêm os resultados
das análises químicas por categoria de minérios em função do teor.

XIII. Conhecimentos Geológicos(Cfr. Aulas de Dr Machipane).

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BIBLIOGRAFIA
1. reavaliação de recursos / reservas e planejamento mineiro na mina de amianto de
cana brava, minaçu, go
2. www.geocities.com/miguelnery/Minerio.doc
3. www.google.com/wikippedia
4. www.Google.com/Maccaferri.pdf
5. www.google.com/surpac
6. www.dnpm-pe.gov.br/Legisla/nrm_02.htm
7. Pr. Ngoyi Senga (2000), Manuel des projets des mines souterraines
8. Pr. Kamulete Mudianga Nsesu. (1999). Manuel des Projets des mines à ciel
ouvert
9. Lizotte Yves ; Bonate, Eduardo, (1986) ; Truck and shovel dispatching rules
assessement using simulation. Department of Mining and Metallurgical
Engineering , Montreal.

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