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Revolução industrial interdisciplinar

Dentro de sala de aula a análise da Revolução deve ampla e interdisciplinar. Tradicionalmente este
tema é abordado pela História e Geografia. Todavia, o uso de poesia pode resultar num trabalho
muito interessante juntando a Língua portuguesa com o ensino de História.

A atividade sugerida para a turma do 8º ano foi o estudo do poema "Censo industrial" de Carlos
Drummond de Andrade. Depois da interpretação das palavras e dos versos, foi sugerida uma
recriação do poema sobre temas do cotidiano dos alunos.

A publicação de poemas sobre ângulos do mundo trabalho e sobre o valor da vida das
trabalhadoras e dos trabalhadores constitui uma das expressões da luta pelo TRABALHO DIGNO
E SAUDÁVEL para todos. Poemas e outras obras de arte fazem parte de nossas armas! “A arte é
uma rebelião contra o destino”, segundo André Malraux (1901-1976).

Censo Industrial - Carlos Drummond de Andrade


Que fabricas tu?
Fabrico chapéu
feito de indaiá.
Que fabricas tu?
Queijo, requeijão.
Que fabricas tu?
Faço pão-de-queijo.
Que fabricas tu?
Bolo de feijão.
Que fabricas tu?
Geleia da branca
e também da preta.
Que fabricas tu?
Curtidor de couro.
Que fabricas tu?
Fabrico selim,
fabrico silhão
só de sola d’anta.
Que fabricas tu?
Eu faço cabresto,
barbicacho e loro.
Que fabricas tu?
Toco uma olaria.
Que fabricas tu?
Santinho de barro.
Que fabricas tu?
Fabrico melado.
Que fabricas tu?
Eu faço garapa.
Que fabricas tu?
Fabrico restilo.
Que fabricas tu?
Sou da rapadura.
Que fabricas tu?
Fabrico purgante.
Que fabricas tu?
Eu torro café.
Que fabricas tu?
Ferradura e cravo.
Que fabricas tu?
Panela de barro.
Que fabricas tu?
Eu fabrico lenha
furtada no pasto.
Que fabricas tu?
Gaiola de arame.
Que fabricas tu?
Fabrico mundéu.
Que fabricas tu?
Bola envenenada
de matar cachorro.
Que fabricas tu?
Faço pau-de-fogo.
Que fabricas tu?
Facão e punhal
de sangrar capado.
Que fabricas tu?
Caixão de defunto.
Que fabricas tu?
Fabrico defunto
na dobra do morro.
Que fabricas tu?
Não fabrico. Assisto
às fabricações.

Veja o resultado da leitura do poema original e as recriações de Yasmin Hoffmann e Bruna


Ancelmo.

Brincadeiras de criança.
Que brincas tu?
Adoleta e amarelinha.
Que brincas tu?
Alerta e massinha.
Que brincas tu?
Bobinho, boca de forno e bolinha de sabão.
Que brincas tu?
Bambolê, cata-vento e carrinho de mão.
Que brincas tu?
Elástico e cirandinha.
Que brincas tu?
Pega-pega e cobrinha.
Que brincas tu?
Gato e rato e ioiô
Que brincas tu?
Esconde-esconde e ovo choco
Que brincas tu?
Não brinco, fico no computador.
(Yasmin Hoffmann)
Que comes tu?
Banana e pimentão
Que comes tu?
Morango e mamão.
Que comes tu?
Melancia e melão
Que comes tu?
Pão de banha e limão
Que comes tu?
Arroz e feijão.
Que comes tu?
Batata e goiaba
Que comes tu?
Maçã e jabuticaba
Que comes tu?
Não como fruta nem verdura...
Só como o que é doce e tem gordura.
(Bruna Ancelmo)

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