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ICH/DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS
GEO 019 – PRÉ-REQUISITO: CARTOGRAFIA TEMÁTICA
1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O planejamento de qualquer atividade que de alguma forma se relaciona com o espaço físico que
habitamos requer, inicialmente, o conhecimento deste espaço. Neste contexto, torna-se necessária alguma
forma de visualização da porção da superfície física do planeta, onde desejamos desenvolver nossas
atividades. Para alcançar este objetivo, lançamos mão de um processo de representação da superfície
terrestre, superfície irregular, sobre uma superfície plana, folha de papel ou monitor de vídeo. A esta
representação denominamos MAPA (JOLY, 1976).
Desta forma, surge o conceito de Mapa Inteligente (SIG), onde cada entidade representada (registro)
corresponde a uma enorme gama de informações registradas no banco de dados acoplado (Figura 1).
10/29/aaaa
Partindo do conceito de mapas inteligentes, várias perguntas podem ser respondidas como:
• Qual a localização dos pontos comerciais, escolas e postos de saúde em meu bairro?
• Qual o melhor caminho entre a Praça do meu bairro e a avenida central?
Independente da vinculação a um banco de dados, as formas de representação da superfície terrestre
mais comuns, para nós geógrafos, são os mapas, cartas e plantas. A ABNT faz algumas definições a esse
respeito. Vejamos...
• Mapa: representação da Terra nos seus aspectos geográficos naturais ou artificiais que se
destina aos fins culturais ou ilustrativos;
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• Carta: representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinada aos fins práticos da
atividade humana, permitindo a avaliação de distâncias, direções e a localização geográfica de
pontos, áreas e detalhes;
• Planta: carta regular representando uma superfície de extensão suficientemente restrita para
que sua curvatura possa ser desprezada e que, por isso, a escala possa ser considerada como
constante.
Mas como são feitos os mapas? Os mapas são feitos a partir da integração de diversas ciências e
técnicas que juntas englobam uma área do conhecimento humano denominada GEOMÁTICA.
É objeto de estudo da Geomática:
• A Geodésia
• A Topografia
• A Cartografia
• A Hidrografia
• A Fotogrametria
• O Sensoriamento Remoto
• O Desenho Assistido por Computador (CAD)
• O Gerenciamento de Banco de Dados
• O Gerenciamento Cadastral
• Os Sistemas de Informações Geográficas (SIG)
• Os Sistemas de Posicionamento Global (GPS)
Serão vistos neste contexto, alguns aspectos básicos relativos à...
• Fotogrametria
• Sensoriamento Remoto
SENSORES REMOTOS
Os sensores remotos são equipamentos que captam e registram a energia refletida ou emitida pelos
elementos da superfície terrestre (Figura 2).
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Figura 3: Exemplos de alguns sensores e seus produtos.
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Figura 4: Exemplo de sensor manual.
As plataformas também podem ser orbitais, como os satélites artificiais (Figura 7).
De uma forma resumida, esses sensores podem ser ilustrados através da figura 8.
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Figura 8: Sensores e seus níveis e distâncias de aquisição de dados.
Observa-se também, que os sensores passivos e ativos podem ser agrupados em duas categorias, ou
seja, de varredura (scanning) ou de não-varredura (non scanning).
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• Imageadores: obtém-se como resultado uma imagem da superfície observada. Fornecem
informações sobre a variação espacial da resposta espectral de cada porção (pixel) da superfície
observada (Figura 11).
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3 - INTRODUÇÃO
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A Aerofotogrametria é uma técnica que tem como objetivo elaborar mapas mediante fotografias aéreas
tomadas com câmaras aero-transportadas, com o eixo ótico posicionado na vertical ou diagonal, utilizando-se
aparelhos e métodos para se obter produtos estereoscópicos (Figura 15).
De acordo com as classificações anteriores, estes podem ser realizados através das seguintes
técnicas:
• Fotogrametria Analógica;
• Fotogrametria Analítica;
• Fotogrametria Digital.
As fotografias são utilizadas então, para o posicionamento de pontos na superfície terrestre. Pontos
que correspondem, por exemplo, aos temas exemplificados anteriormente.
Sendo assim, o posicionamento de pontos é realizado através do método da “Triangulação
Fotogramétrica” ou “Fototriangulação”. Também denominada de Aerotriangulação, Triangulação Aérea ou
Triangulação Espacial.
Após este posicionamento, faz-se a transferência de informações temáticas para o mapa, sendo esta,
denominada de “Restituição” ou também chamada de “Compilação Fotogramétrica”.
Desta forma, podemos definir então, que a área da Fotogrametria que trata das fotografias aéreas é
conhecida como “Aerofotogrametria” e engloba suas aplicações correlatas.
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3.2 - DEFINIÇÕES COMPLEMENTARES
3.2.2 - MICROFOTOGRAMETRIA
Utilizada em técnicas microscópicas permitindo a medida precisa e o mapeamento de objetos
microscópicos. Muito utilizada na medicina, como por exemplo, para o monitoramento da evolução de quadros
clínicos, análises fisioterápicas e casos forenses.
Desta forma, neste curso iremos trabalhar com conceitos que nos leve a interpretar feições que
aparecem nas fotografias aéreas.
4.1 – LUZ
A luz, interagindo com a matéria, gera fenômenos como: absorção, emissão, difusão e reflexão (Figura
19).
Figura 19: exemplos de fenômenos advindos da interação da luz solar com a superfície terrestre.
A interação destes processos ajuda a explicar as diferentes cores com as quais os objetos se
apresentam. A sensação de cor é determinada pelo comprimento de onda que atinge a retina dos nossos
olhos. O qual percebem os comprimentos de onda situados entre 400 a 700 milimicrons, que são interpretados
como cores diferentes (ANDRADE, 1998) (Figuras 20 e 21).
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ESPECTRO VISÍVEL DA LUZ SOLAR
Faixa do Comprimento de Onda Cor
400-446 milimicrons violeta
446-500 milimicrons azul
500-578 milimicrons verde
578-592 milimicrons amarela
592-620 milimicrons alaranjada
620-700 milimicrons vermelha
Figura 21: Tabela com exemplo da faixa do comprimento de onda visível pelo olho humano.
Essas cores podem ser reproduzidas a partir de dois conceitos muito interessantes: o modelo de cores
aditivas e o modelo de cores subtrativas.
O princípio da fotografia colorida consiste na possibilidade de se reproduzir qualquer cor, a partir de
uma mistura de apenas três cores primárias: azul, verde e vermelho. Ou seja, o sistema RGB: Red, Green e
Blue.
A mistura das cores primárias, ou adição de uma sobre a outra em proporções diferentes, denomina-se
“Processo Aditivo” (Figura 22 e 23).
Cor Adição
O resultado desta mistura é a formação das cores secundárias amarelo, ciano e magenta, também
chamadas de cores subtrativas.
A subtração das cores secundárias amarelo, ciano e magenta em proporções diferentes, através de
filtros, resultará na formação das cores primárias novamente (Figuras 24 e 25).
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Figura 24: Sistema de cores secundárias.
De uma forma resumida, a figura 26 exemplifica bem a interface entre os dois sistemas de cores, o
aditivo e o subtrativo.
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Figura 27: Tipos de emulsão para filme fotográfico.
No processo fotográfico, o filme é exposto à luz, fazendo com que parte do brometo de prata seja
reduzido, dando origem à chamada “imagem latente”. Através da aplicação de um agente desenvolvedor
chamado de “revelador” faz-se a redução total dos grãos de brometo de prata já parcialmente reduzidos
fazendo com que a imagem fique visível. Desta forma origina-se a “imagem revelada”. Observa-se que este
processo de revelação deve ser realizado no escuro para não causar a redução dos grânulos de brometo de
prata intactos. Após todo este processo, retira-se o restante dos grãos de brometo de prata não reduzidos para
que o processo não prossiga estragando a imagem obtida. Isto é feito através da aplicação de um solvente
específico chamado de “fixador”.
Porém, os grãos que ficam são os que recebem mais luz, criando uma “imagem negativa”, onde as
áreas mais claras são representadas por cores mais escuras (Figura 28).
Para que haja correspondência de tons com a realidade é necessário reverter os efeitos, criando a
“imagem positiva”. O processo de obtenção de “imagens positivas” se dá a partir da exposição do filme ou
papel fotográfico à luz que atravessa o filme negativo e sua posterior revelação e fixação como na produção
dos negativos (Figura 29).
A imagem positiva pode ser produzida em material fotográfico transparente ou opaco. A imagem
positiva em material de base transparente chama-se “diapositivo fotográfico” e em material de base opaca
chama-se “fotografia”. Compare os dois modos através da Figura 30.
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Figura 30: Exemplo comparativo entre imagens positiva e negativa.
4.3.2 - VELOCIDADE
A velocidade tem a ver com o tempo que ocorre a redução após a exposição do filme à luz. Existe uma
variedade de métodos para determinar a velocidade dos filmes.
Os critérios para a determinação da velocidade de filmes aéreos diferem daqueles usados para os
filmes pictóricos. Essa diferença se dá através de fatores como:
• Variação na distância alvo – câmera;
• Pequena variação de luminância dos objetos;
• Presença de aerossóis;
• Etc.
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Figura 32: Ampliação e demonstração da resolução de uma imagem.
4.3.4 - FILTROS
São materiais opacos para determinados comprimentos de onda da luz (cores), mas transparentes
para outros. Suas aplicações são muitas e sem o seu uso adequado não seria possível obter boas imagens
fotográficas. Podemos citar como exemplo de aplicação o caso dos aerossóis que refletem grande quantidade
de luz azul e ultravioleta na atmosfera. O uso de um filtro amarelado, conhecido como menos-azul, pode
absorver parte dessa luz ultravioleta e azul, diminuindo a quantidade de luz falsa incidente no filme. O resultado
é o aumento do contraste na imagem fotográfica e um maior poder de penetração em condições de bruma.
5 – ASPECTOS HISTÓRICOS
Antes do advento das técnicas de Aerofotogrametria o trabalho era árduo. Utilizavam-se de inúmeros
cálculos matemáticos para a mensuração da geometria, área e distância das entidades cartografadas. Fazia-se
a pré-confecção de inúmeros desenhos, através de observações diretas e indiretas, antes do produto
cartográfico final.
• Observação da realidade
• Observação e ajuste através de cálculos astronômicos
SENSORES
PROCESSAMENTOS
PRODUTOS
Figura 33: Exemplo atual para a criação de um mapa através de recobrimento aerofotogramétrico.
6 – CÂMERAS FOTOGRÁFICAS
6.4 – CÂMERAS
As câmeras fotogramétricas diferem das câmeras convencionais por gerarem imagens fotográficas
com estabilidade geométrica, através de um processo de tomada passível de calibração para um melhor
resultado.
As câmeras fotogramétricas baseiam-se no princípio da câmera escura, onde há uma caixa em forma
de paralelepípedo oco com as paredes internas pretas. Uma das paredes possui um orifício, onde passa a luz
da imagem capturada. A parede oposta ao orifício é branca para refletir qualquer comprimento de onda e
formar a imagem da realidade o mais fiel possível (Figura 34).
No entanto, a imagem projetada é fraca, exigindo o auxílio de uma lente convergente para concentrar a
luz e formar uma imagem muito mais luminosa e definida. Observem que a concentração da luminosidade é
realizada através da utilização de uma lente convergente (Figura 35).
Figura 35: Representação da utilização de lentes convergentes na câmara escura de uma câmera fotográfica.
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Observa-se que, quando um filme é colocado junto à parede branca da caixa onde a imagem é
formada, e este é exposto á luz por um determinado período de tempo, esta imagem poderá ser registrada no
filme.
Observa-se também que, existem algumas características que vão influenciar na formação desta
imagem na parede branca da câmara escura. Dentre estas características podemos destacar a distância entre
o orifício e o alvo a ser fotografado. Quanto maior esta distância, maior o espalhamento da luz na parede
branca, maior será a imagem e menos luminosa será a imagem (Fator de Brilho). Isto se corrige com a
aplicação de lentes convergentes específicas.
Outra característica importante é o diâmetro da(s) lente(s) que ocupa o orifício da câmera escura, ou
seja, o melhor ajuste entre seu diâmetro e a distância a ser fotografada (Profundidade de Campo) poderá gerar
imagens mais nítidas.
Observa-se então que a “profundidade de campo” é inversamente proporcional ao “fator de brilho”,
gerando maior contraste e maior dificuldade de se distinguir objetos na superfície.
Devido a grande profundidade de campo, pequenas alterações provocam alterações insignificantes no
foco e no ajuste do diâmetro da lente (Figura 36).
Distância Focal
Profundidade de Campo
Figura 36: Representação da Distância Focal de uma Câmera Fotográfica e a Profundidade de Campo.
Por isso, nestes tipos de câmeras o diâmetro do orifício da caixa escura é fixo e pode ser regulado por
uma peça que se chama “diafragma”. Além do diafragma, as câmeras fotogramétricas possuem um dispositivo
regulador do tempo de exposição, chamado obturador, para regular a luminosidade da imagem formada na
câmera escura. Portanto, o fluxo luminoso que atinge o filme depende:
• Da iluminação da superfície a ser fotografada;
• Da distância da câmera (altura do vôo);
• Da abertura do diafragma;
Estas características juntas determinarão o tempo de exposição para permitir a formação de uma
imagem com “densidade normal”.
Outra característica importante é o ângulo de abertura da lente (relativo à convexidade). Quanto maior
o ângulo, maior a área fotografada. Daí, a altura do vôo poderá ser menor para fotografar a mesma área
(grandes oculares).
O projeto de construção das lentes é muito complicado. Devido às dificuldades para se projetar e
construir lentes perfeitas, os fabricantes optam por associá-las para diminuir seus defeitos, criando assim as
chamadas “objetivas”.
Para finalizar, as partes que compõem uma câmara aerofotogramétrica são o magazine e o cone.
Vejamos um exemplo (Figura 37).
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Sistema RC30-1 - LEICA analógico
No cone estão:
• A objetiva (lentes);
• O diafragma (abertura);
• O obturador (tempo);
• O suporte de filtros;
• A esquadria de registros (data, número, etc.).
No magazine estão:
• O porta filme;
• A placa do plano focal;
• A câmara de vácuo;
• O servo-motor.
Suas vantagens sobre as fotos obliquas são a obtenção de medidas facilmente através das relações
geométricas e a detecção e o reconhecimento de objetos facilitados pelo fato de a forma da imagem estar mais
próxima do real.
A desvantagem é que as fotos não apresentam uma perspectiva ortogonal, como no caso das cartas
topográficas.
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7.2 – FOTOGRAFIAS AÉREAS OBLÍQUAS
São aquelas feitas com o eixo da câmera intencionalmente direcionado entre a horizontal e a vertical.
O ângulo normalmente oscila entre 90º e 270º para as fotografias aéreas, podendo ser maior nas fotografias ou
imagens tomadas por satélites. As fotografias oblíquas admitem uma subclassificação em oblíqua alta e
oblíqua baixa. Observa-se que os termos alta (Figura 39) e baixa (Figura 40) não se referem à elevação do
avião sobre o terreno, mas apenas ao ângulo de inclinação do eixo ótico da câmera com relação à vertical.
As fotografias obliquas tem o mesmo aspecto que de uma foto panorâmica tomada do alto de uma
elevação (Figura 41).
O importante é que nesse tipo de foto tem que se observar que a escala aumenta progressivamente
dos primeiros aos últimos planos (Figura 42).
Figura 42: Representação do aumento progressivo de escala em direção aos últimos planos numa fotografia oblíqua.
Consequentemente, quanto mais longe estiverem os objetos fotografados, menor será a definição das
respectivas imagens fotografadas (Figura 43).
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Figura 43: Representação da perda de definição em direção aos últimos planos numa fotografia oblíqua.
Por esses aspectos, este tipo de fotografia não é adequado para medições cartográficas, sendo
utilizadas para fins panorâmicos. Desta forma, a tomada de fotografias requer um planejamento bem elaborado
a fim de que os objetivos sejam alcançados.
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Figura 44: Esquema representado a fórmula de cálculo da escala de vôo.
Onde:
• E – escala;
• d – tamanho da fotografia;
• D – extensão fotografada;
• c – distância focal da câmera;
• H – altura do vôo (profundidade de campo).
Lembrando que este valor de altura será calculado a partir da média entre a menor e a maior altitude
do terreno a ser fotografado. No caso de levantamentos para fins de fotointerpretação é claro. Vamos ver na
prática. Se temos uma câmera com 150mm de distância focal e precisamos de fotografias com escala de
1:10.000, qual a altura do vôo necessário?
E quando se tem as fotografias e precisa-se calcular a escala? Se tivermos um vôo realizado com
câmera de distância focal de 150mm a uma altura de 6.000m, qual seria a escala da fotografia?
Entre as fotografias da mesma faixa a superposição deve ser em torno de 60% de recobrimento (ou
superposição longitudinal) (Figura 47).
Observa-se que a superposição longitudinal das aerofotos é necessário para garantir o exame
estereoscópico. Como se calcula isso tudo? O cálculo do número de faixas ou linhas de vôo a fim de recobrir
toda a área de estudo é necessário e é feito através de um número de faixas com um número exato de
fotografias por faixa.
Vejamos como calcular o número de faixas e a quantidade de fotos requeridas para cobrir uma área de
20km de largura, no sentido leste-oeste, por 33km de comprimento, no sentido norte-sul?
Note que:
• a escala das fotos serão de 1:30.000;
• o formato das fotos serão de 23 x 23cm;
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• o recobrimento lateral será de 30%;
• o recobrimento longitudinal será de 60%;
• a linha de vôo será no sentido leste-oeste.
Bom, a área abrangida por cada foto com 23 x 23cm, na escala de 1:30.000, calculada através da
regra de três é:
• 1cm (na foto) = 30.000cm (no terreno)
• 23cm (na foto) = x cm (no terreno)
• X = 690.000cm = 6.900m = 6,9km
Portanto, cada foto de 23 x 23cm abrangerá 6,9 x 6,9km no terreno. Para se calcular a quantidade de
faixas a serem percorridas pelo avião, considera-se que cada foto dentro de uma faixa de vôo deverá ser
recoberta pela adjacente, da outra faixa, em 30%. Restará então 70% de cada foto de 6,9 x 6,9km. Desta
forma, se o recobrimento de 100% é de 6,9km, o recobrimento dos 70% restantes será 4,83km.
Considerando uma distância de 33km no sentido norte-sul e que o vôo será realizado no sentido leste-
oeste, tem-se que o número de faixas ou linhas de vôo será dado pelo quociente 33km / 4,83km. Então, o
número de fotos será 6,83 e por medida de segurança arredonda-se para 7 e acrescenta-se uma faixa em cada
extremidade para que as faixas extremas tenham garantia de recobrimento, ou seja, mais 4 faixas, totalizando
11 faixas. E o número de fotografias por faixa longitudinal?
Para se calcular o número de fotos por faixa de 20km de extensão, no sentido leste-oeste, e levando-
se em consideração uma sobreposição, para efeito de estereoscopia, de 60% entre cada foto, conclui-se que
restará somente 40% efetivo por foto a ser avaliado. Assim sendo, tem-se:
• Recobrimento de 100% = 6,9km
• Recobrimento de 40% = xkm
• x = 2,76km realmente cobertos pela foto.
Desta forma, o número de fotos será dado através do quociente entre a distância total da faixa no
sentido leste-oeste pela área efetiva recoberta pela foto:
• 20km / 2,76km = 7,24 fotos por faixa.
• Arredonda-se para 8 fotos por faixa.
Porém, por medida de segurança, acrescenta-se, ainda mais uma foto por faixa (8+1=9 fotos) tendo em
vista que a primeira não é recoberta por nenhuma outra. Isto ocorre em função da necessidade de haver
sobreposição para que possibilite a realização da estereoscopia na primeira fotografia de cada faixa também.
Observa-se que o total de fotos para cobrir uma área de 20km por 33km será o número de faixas vezes
o número de fotos, ou seja, 11 faixas x 9 fotos por faixa = 99 fotos. Contudo, não podemos deixar de considerar
que o recobrimento longitudinal depende também do intervalo de tempo de cada disparo da máquina
fotográfica.
De uma maneira simplificada para se medir este tempo, adota-se a equação;
Onde:
• ∆T é o intervalo de tempo;
• B é a distância percorrida pela aeronave entre a tomada de duas fotos;
• V é a velocidade da aeronave.
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8.3 – ARRASTAMENTO DA IMAGEM
Outra característica importante a ser considerada é o Arrastamento da Imagem. O efeito de
arrastamento na fotografia decorre do movimento da aeronave durante o tempo de exposição do filme. É claro
que nos dias de hoje com a modernização dos equipamentos, já existem dispositivos que tentam equilibrar o
máximo possível o equipamento para que este efeito seja minimizado ao máximo. Alguns outros fatores
também influenciarão neste arrastamento, como:
• A altura da aeronave sobre o ponto considerado no terreno;
• Terrenos com alterações agudas de altitude sempre ocorrerá arrastamento das porções mais
altas da imagem;
• Condições de turbulência aérea também ocasionarão arrastamento da imagem.
Observa-se que sempre ocorrerá arrastamento, mesmo que mínimo. O que interessa é que este
arrastamento não fuja ao padrão aceitável pelas normas cartográficas.
8.5 – NAVEGAÇÃO
A ferramenta básica para a navegação é o projeto de vôo. O projeto de vôo é constituído por um mapa
com as linhas de vôo. Este mapa pode ser acoplado à câmera fotográfica que geralmente possui um
dispositivo para projetar a imagem da superfície. Em câmeras mais antigas esta projeção era feita em um visor
de vidro opaco na parte superior da câmera. Em câmeras mais modernas existe um visor digital ou notebook
onde é projetada a imagem da superfície. Em ambos os visores existem uma reta denominada “linha de fé”
para que o operador possa fazer o ajuste com o eixo da faixa a ser fotografada (Figura 48).
Qualquer deslocamento da aeronave, como por exemplo uma “deriva”, a câmera fotográfica deverá
possuir recurso para ser girada do mesmo ângulo no sentido indicado pela linha de fé e a faixa de vôo indicada
pelo visor. Uma “deriva” ocorre quando o piloto gira a aeronave para um dos lados para compensar ventos
laterais (Figura 49).
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Figura 49: Representação do processo de deriva.
Além da linha de fé, existem linhas paralelas perpendiculares à linha de fé que se deslocam na
velocidade programada para o vôo e que podem ser comparadas com o deslocamento da imagem para o
ajuste da velocidade do avião. Isto para que o recobrimento seja correto. Além do mais, junto ao mecanismo
que desloca essas linhas paralelas existe um intevalômetro, para disparar a câmera no tempo de recobrimento
exato.
Nos equipamentos aéreos mais novos, como sensores digitais existem mecanismos que controlam isso
automaticamente (Figuras 50 e 51).
Figura 53: Exemplo de equipamento para realização de sobrevôo apoiado com GPS.
9 – ESTEREOSCOPIA
A inclinação, ou paralaxe, pode ser medida por um instrumento chamado barra de paralaxe, contida em
alguns estereoscópios. Um exercício para a observação deste deslocamento pode ser realizado da seguinte
forma:
• Estica-se um braço à frente, com o polegar levantado;
• Observa-se o dedo primeiramente com um dos olhos;
• Feixe este olho e abra o outro;
• Faça isso alternadamente;
• Seu dedo parece deslocar-se da direita para a esquerda.
• Este é o efeito da paralaxe.
Para reproduzir o efeito da visão estereoscópica, torna-se necessário fazer projetar na retina de cada
um dos olhos do observador a imagem que lhe corresponderia se observasse o próprio objeto, ou seja, o
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método consiste em separar imagens na retina de cada olho do observador através de duas fotos do mesmo
objeto tiradas em pontos diferentes, utilizando um estereoscópio binocular. Observa-se que a visão
estereoscópica é responsável por medir altitudes com elevado grau de exatidão para fins de mapeamento.
Dentre os métodos de estereoscopia podemos destacar dois:
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9.1.2 – MÉTODO DO ESTEREOSCÓPIO DE ESPELHO
Este instrumento segue o mesmo princípio do estereoscópio de lentes. A diferença é que possui um
par de espelhos e um par de prismas, que permite um maior afastamento entre o par de fotografias facilitando
o observador (Figura 56).
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Figura 58: Estereoscopia através do Sistema de Polarização Ativa
Veja também alguns exemplos de Acessórios de Controle para ajudar no processo de restituição do
modelo estereoscópico (Figura 59) e a tela de controle de um programa típico de restituição (Figura 60).
10 – O PROCESSO DE FOTOINTERPRETAÇÃO
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• o propósito, objetivo ou finalidade da fotointerpretação;
• as fotografias disponíveis;
• o instrumental utilizado;
• a escala e prescrições do mapa;
• A correlação terrestre ou outros levantamentos existentes (bibliografia, mapas ou sensores
remotos).
Ou seja, qualquer processo interpretativo pode ser desenvolvido através de fases comuns, que são
adaptadas a cada tipo de trabalho.
10.1.3.1 - DETECÇÃO:
Está diretamente relacionada com a visibilidade dos objetos na fotografia, além do tipo de objeto,
objetivos da interpretação, escala da foto, qualidade da fotografia (resolução, nitidez, contraste, etc) e do
conhecimento do assunto por parte do fotointérprete.
Em seguida realiza-se o exame geral da região, onde é feita a seleção dos objetos ou elementos de
acordo com a prioridade ou importância estabelecida para o trabalho de fotointerpretação, seguida pelo
reconhecimento e a identificação, sendo que estes três elementos devem inclusive ser avaliados em conjunto.
A separação da detecção é relevante, por estar intimamente ligada à qualidade da imagem observada.
Vejamos um exemplo através da figura 61.
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Figura 61: Detecção de entidades diferenciadas na fotografia.
10.1.3.3 - DELIMITAÇÃO
Nesta fase, agrega-se os elementos e objetos em conjuntos, que poderão fornecer dados concretos
para a análise. Todos os indícios são importantes para que sejam classificados segundo graus de
confiabilidade. É importante não classificar os grupos detectados ainda e após estabelecida a individualidade
do grupo, deixa-se a identidade para a classificação (Figura 63).
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Figura 63: Exemplo de delimitação de grupos homogêneos detectados na fotografia.
10.1.3.4 - ANÁLISE
É um processo dedutivo. Fundamenta-se na convergência de fatores, derivada pela observação dos
elementos diretamente e os indícios verificados no estágio anterior. Nesta etapa em que se diferencia ou
separa grupos de objetos, como também grupa-os. Todo processo dedutivo, fundamenta-se mais nas
evidências do que na observação direta, ou seja, é a fase em que se permite a conclusão da classificação. É
importante se atentar que o processo dedutivo (análise) somente termina após estudo de todos os indícios e
evidências (Figura 64).
10.1.3.5 - CLASSIFICAÇÃO
Esta fase subdivide-se em 3 fases:
• descrição da área;
• organização da área numa estrutura adequada às investigações de campo;
• codificação em convenções para a expressão das informações.
Neste momento se estabelece a identidade dos elementos contidos na área e delineados pela
delimitação e pela análise como a natureza dos objetos, como casas, rios, estradas, classes geomorfológicas,
tipos de vegetação, óbvio que no caso de serem visíveis. No caso de elementos não muito visíveis, como
solos, aspectos humanos, etc., efetua-se em termos dos elementos e sistemas visíveis.
Uma classificação segura só pode ser executada com o auxílio de trabalhos de campo (verdade
terrestre), sendo que a correta interpretação em escritório pode diminuir as idas a campo, mas não evitá-la.
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Quando utilizadas, as codificações em convenções devem seguir as normas cartográficas que existam
(topografia, geologia, pedologia, etc). No caso de estudos que não possuam convenções associadas, deve-se
agrupar os elementos e desenvolver uma tabela de convenções para serem aplicadas de forma sistemática e
padronizada. Deve ser evitada uma convenção para cada trabalho relativo à mesma área de conhecimento,
procurando adotar convenções já existentes (Figura 65).
10.1.3.6 - CONCLUSÃO
É o coroamento do trabalho, ou seja, é o relatório final seguido do mapeamento da região (Figura 66).
10.2.1 - TONALIDADE
É relacionada com as características reflectivas do objeto dentro do espectro registrado pela fotografia.
A região do comprimento de onda do espectro registrado é função do filme e do filtro. A capacidade de
reflectância em um comprimento de onda, depende da composição de sua superfície, estado físico, intensidade
e do ângulo de incidência da luz.
Variações de tonalidade de cinza nas fotos PB e de intensidade nas fotos coloridas fornecem
importantes indícios para a identificação de objetos. Observe as diferentes tonalidades, referente às áreas dos
números sobrepostos, nas figuras 67 e 68.
10.2.2 - TEXTURA
É a impressão visual da rugosidade, aspereza ou suavidade, causada pela variação ou uniformidade
dos tons de cinza ou da cor. É produzida por um conjunto de características muito pequenas para serem
detectadas individualmente: tais como folhas de árvores; pequenas rochas, gramíneas. Texturas suaves são
associadas a campos cultivados (plantas de mesma altura), áreas desmatadas e corpos de água parada.
Textura áspera são associadas à florestas, áreas pedregosas. Veja o exemplo de diferentes texturas na figura
69.
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Figura 69: Alguns tipos de texturas em fotografia aérea.
Observa-se que dependendo da escala e em conseqüência da altura de vôo. O que em uma escala
pode parecer suave, em outra pode parecer áspera, rugosa ou grosseira. Observe na figura 70.
Podem–se classificar as texturas em: grosseira, áspera, rugosa, média, fina e superfina, dependente
da sensibilidade do intérprete.
10.2.3 - TAMANHO
Em 2D o tamanho de um objeto é definido pelas dimensões de sua superfície. A comparação através
de tamanho relativo pode fornecer um importante auxílio na identificação de feições. O tamanho do objeto real
é função do tamanho de sua imagem na fotografia, dependendo exclusivamente da escala da fotografia.
Comparações relativas podem ser realizadas sobre fotos de escala desconhecida, porém comparações
absolutas só podem em fotos de escalas conhecidas (comprimentos, largura, circunferência).
10.2.4 - FORMA
Descreve a aparência externa ou a configuração de um objeto, pois a vista apresentada, é uma vista
superior. Formas características de aspectos humanos e culturais são geometricamente regulares, em
contraposição às formas naturais, irregulares e dispersas (Figura 71). A forma é um dos elementos de mais
fácil percepção, porém deve ser associada a outros fatores para sanar possíveis dúvidas.
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Figura 71: Exemplos de formas naturais e características de ação humana.
10.2.5 - SOMBRA
É um elemento bastante importante para a fotointerpretação, por fornecer uma impressão sobre a
altura do objeto, e por contribuir para a sua identificação. São exemplos destes elementos as caixas d’água,
chaminés, diversas espécies de árvores, torres de transmissão, tanques de armazenamento de combustível,
etc.
As sombras podem ser relacionadas à hora da tomada da foto, latitude do lugar e a luminosidade solar.
Observa-se que as sombras de nuvens são indesejáveis, pois modificam as características tonais dos objetos
(Figura 72).
10.2.6 - PADRÃO
Caracterizado pela união ou extensão das formas visuais. A repetição de uma certa forma é uma
característica de muitas feições humanas e algumas naturais. Plantações de laranjas, loteamentos, cidades,
estruturas geológicas, sistema de drenagem podem apresentar padrões retilíneos ou organizados Veja os
exemplos das figuras 73.
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Figura 73: Exemplo de padrão de arruamentos urbanos.
Padrões de drenagem são importantes para identificações geológicas, pois dão informações sobre as
estruturas subterrâneas e litologia (Figura 74 e 75).
10.2.7 - DENSIDADE
Caracterizada pela freqüência de ocorrência e dependente da escala da foto. Para que a densidade
seja mais próxima do real, é conveniente expressá-la em unidades do terreno.
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10.2.8 - DECLIVIDADE
Varia em intensidade. O ângulo de declive determina o tipo de vertente, mergulhos de camadas,
superfícies e linhas inclinadas. Sua interpretação vai depender muito da visão estereoscópica do intérprete.
10.2.9 - ASSOCIAÇÃO
Subordinação genética e hierárquica à outros elementos de tal forma que o reconhecimento de um
confirma ou indica o outro. Um exemplo disso seria que a existência de mata galeria indica a possível
existência de um curso d’água, mesmo que este não seja visível (Figura 76).
11 – ORTOFOTOCARTAS
Figura 79: Exemplo ilustrado da relação entre os sistemas de referência da fotografia com o terrestre.
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12.2 – FOTOTRIANGULAÇÃO
Fototriangulação é uma técnica fotogramétrica para a determinação de coordenadas de pontos num
referencial específico. Veja alguns conceitos sinônimos:
• Aerotriangulação;
• Triangulação Aérea;
• Triangulação Espacial.
Os objetivos da Fototriangulação são basicamente, fornecer coordenadas precisas para os pontos
necessários para a orientação absoluta de modelos fotogramétricos para o sobrevôo, para a restituição ou para
a elaboração de ortofotos (Figura 80).
Figura 80: exemplo da relação pontos cotados, fotografias e terreno no processo de fototriangulação.
12.2.1 - PLANEJAMENTO
A fototriangulação é uma das tarefas mais importantes num processo de mapeamento. São operações
que exigem controle estatístico através de pessoas altamente qualificadas para que não haja a configuração de
clusters. Observa-se também que o planejamento da fototriangulação deve ser feito junto com o planejamento
da cobertura fotográfica, de preferência, antes do sobrevôo para que auxilie o sobrevôo e a restituição ao
mesmo tempo.
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Figura 81: Exemplo de ponto de controle em local facilmente identificável como no centro de uma quadra de tênis.
Porém, nos dias de hoje, em virtude do posicionamento geodésico realizado por satélite (GPS) ser
muito mais econômico e preciso, grande parte desses problemas e dificuldades são facilmente sanados.
Figura 82: Exemplo de esquema de equipamentos aéreos para a realização de um vôo apoiado por GPS.
A conjugação dos dados de posicionamento e altitude desses dois aparelhos dão a atitude e
posicionamento do avião, o que aumenta a precisão do levantamento aerofotogramétrico. Observa-se que o
vôo apoiado sofre as mesmas restrições do vôo aerofotogramétrico comum, porém, há uma maior quantidade e
facilidade de controlo. O vôo apoiado é ideal para lugares de acesso difícil ou perigoso, ou em regiões com
poucos pontos fotoidentificáveis. Observa-se que mesmo com o avanço tecnológico, não se pode eliminar os
pontos de controle, mas apenas minimizar a quantidade.
12.3 – RESTITUIÇÃO
• Significa a reconstrução do terreno fotografado a partir de suas fotografias. O resultado é o
modelo ótico tridimensional, também denominado de estereomodelo ou modelo
estereoscópico do terreno fotografado (Figura 83).
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Figura 83: Esquema representativo do processo de restituição, desde o modelo ao gráfico.
12.4 – RESTITUIDORES
Para a restituição do par estereoscópico de fotografias é necessário um aparelho denominado
restituidor fotogramétrico. Este aparelho transforma um par de fotografias, que são imagens perspectivas do
terreno em uma projeção ortogonal do que for compilado, ou seja, um modelo estereoscópico do terreno
fotografado. Isto permite medir coordenadas do ponto no estereomodelo, compilar feições da imagem,
representar o relevo do terreno através de curvas de nível e de pontos cotados. Vejamos alguns exemplos de
tipos de restituidores através das figuras 84, 85, 86, 87, 88, 89 e 90.
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Figura 85: Restituidor através do Método Analógico.
Figura 87; Exemplo de produto gerado através do Método Analítico Acoplando ao Computador.
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Figura 89: Restituidor com Sistema de Polarização Ativa.
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Figura 91: Exemplo comparativo de uma imagem e de seu modelo ortorretificado.
Uma Ortofotocarta é a composição de um mosaico de duas ou mais ortofotos digitais ou não, com as
devidas convenções cartográficas, como legendas, títulos, coordenadas, etc (Figura 92).
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Soluções possíveis:
• Caso haja má correção geométrica ou georreferenciamento o indicado é refazer a correção
geométrica e ou o georreferenciamento ou cortar mais as bordas distorcidas;
• Quando o MDT não representa bem o terreno o ideal seria aplicar um modelo de correção
geométrica, ou refazer a restituição dos dados.
• O segundo problema diz respeito à não haver continuidade radiométrica nas cores entre as
imagens. Vejamos um exemplo (Figura 94).
Soluções possíveis:
• Aplicar um modelo corretivo ou padronizador radiométrico para equilibrar os tons das cores
antes de fazer a mosaicagem.
• Aplicar um modelo alisador de linhas após a junção das ortofotos.
Observa-se que alguns softwares executam estas duas funções automaticamente ao executar a
mosaicagem.
12.6 – EDIÇÃO
É a faze final do processo. Tem por objetivo nas ortofotocartas:
• Fazer o controle de qualidade;
• Inserir as informações complementares, principalmente as levantadas durante o processo de
restituição como, curvas de nível, nomenclatura, gride de coordenadas e projeção cartográfica,
convenções, etc;
• Sobrepor traçados de projetos de engenharia;
• Preparar dados para gravação e arquivamento;
• Preparar dados para impressão; Etc.