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Fundação Técnica Educacional Souza Marques

Resina de Uréia-formol
(policondensação em solução)
(Química Orgânica Experimental)

Alunos:
 Arpad Neto
 Bruno Braga
 Rafael Peixoto
 Thais Bóia
 Vitória Lins

Curso: Química
Turma: H361Q

Rio de Janeiro, 04 de setembro de 2012


Sumário

1 Introdução ............................................................................................................................ 1
1.1Polímeros de condensação ............................................................................................. 1
1.2 A resina uréia-formol.................................................................................................... 3
2 Materiais e reagentes ........................................................................................................... 5
3 Procedimento Experimental e Discussões de Resultados ................................................... 6
3.1 Técnica 1 e seu mecanismo: ......................................................................................... 6
-3.2 Técnica 2: .................................................................................................................... 7
3.3 2o etapa dos dois processos ........................................................................................... 8
3.4 confirmação da Reação ................................................................................................. 9
4 Conclusão. ......................................................................................................................... 10
5 Bibliografia ........................................................................................................................ 11
1 Introdução

Para desenvolvimento da pratica, é preciso considerar o conceito de


polímeros e oligômeros e os possíveis aspectos dos grupos funcionais para
obtenção da resina uréia-formol. De maneira mais simplificada, algumas
moléculas chamadas de monômeros e possuem a propriedade de ligar-se entre
si, originando uma macromolécula denominada de polímero (palavra derivada dos
radicais gregos: “poli = muitos” + “meros = partes”), apresentando quantidade
infinita de monômeros . No entanto, embora de modo similar, não se deve
confundir um polímero com um oligômero, já que um oligômero apresenta uma
forma limitada de monômeros, ou seja, um oligômero poderá constituir uma forma
pré-definida ou a iniciação de um polímero (na qual este ultimo é a proposta da
pratica).
Assim como na natureza existem alguns polímeros (polímeros celulose,
proteínas, látex), existe também a produção de objetos baseados na
polimerização, que e de suma importância para o cotidiano, como podemos citar:
recipientes de isopor, roupas e mantas. Os polímeros sintéticos são classificados
basicamente em dois grupos: os polímeros de adição e de condensação (na qual
daremos mais ênfase nos polímeros de condensação, desenvolvida na pratica).

1.1Polímeros de condensação

Esses polímeros são, em geral, obtidos pela reação entre dois monômeros
diferentes, com a eliminação de moléculas pequenas. Neste tipo de polimerização,
os monômeros não necessitam que contenha duplas ligações entre carbonos, mas
é necessária a existência de dois tipos de grupos funcionais distintos. Esta reação
polimérica é importante pelo fato de se obter polímeros mais sofisticados, que
possuem excelente desempenho, dentre as quais podemos citar algumas: as
resinas fenólicas, ureicas, melaminicas, epoxidicas. Os polímeros de condensação
apresentam em sua cadeia principal não apenas átomos de carbono, mas também
a possibilidade de outros elementos, como: oxigênio, nitrogênio, enxofre, etc.

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Para o desenvolvimento do mecanismo, é preciso considerar que as reações de
policondensação são realizadas em etapas (também chamadas de “step
reaction”), em que não há uma distinção entre a formação do polímero e o
crescimento macromolecular, ou a interrupção deste crescimento. As reações se
processam de forma similar ao que ocorre às moléculas não poliméricas. Sobre o
crescimento da macromolécula, a conversão de monômero em produtos é alta,
porém o crescimento da cadeia polimérica é lento, e a cadeia alcança peso
molecular elevado após um tempo para a intercondensação dos segmentos
menores (dímeros, trimeros, tetrâmeros, oligômeros) formados.
Naturalmente, as policondensações por estarem correlacionadas à dois a
dois tipos de monômeros, e a cadeia polimérica pode resultar em um copolímero,
por exemplo, poli(tereftalato de etileno). Quando reage um monômero bifuncional,
como por exemplo um hidroácido, aminoácido ou diácido, a cadeia polimérica
poderá ser considerada como de um homopolímero. Entretanto, é possível a
ocorrência de competição entre a reação de polimerização e de ciclização. Por
isso, é preciso que a cadeia de carbonos entre os grupos funcionais seja a maior
possível para que não ocorra a formação de compostos cíclicos, por lactonização ,
lactamização ou anidrização. A determinação do grupo terminal das moléculas
em crescimento será descrito pela quantidade de monômeros empregados e, uma
vez esgotado o monômero do meio reacional, termina o crescimento da
macromolécula. A aplicabilidade de monômeros com mais de dois grupos
funcionais, a ramificação dos polímeros ou polímeros reticulados podem ser
obtidos é mais complexo, devido à formação de um gel. A medida que o solvente
vai se transformando em gel, a mistura torna-se cada vez mais viscosa,até

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consistência elástica, até a forma rígida no final do processo. A funcionalidade dos
monômeros determina a possibilidade de ligação intercalada, isto é, a formação de
polímero termorrígido. Por exemplo, a policondensação de um diácido com um
diálcool dará origem a um termoplástico; mas , se for introduzida na reação certa
proporção de um tri-álcool, já então poderá haver reação fora das extremidades da
cadeia, e será obtido um produto termorrígido, após a sua policondensação com
um diálcool como o glicol etilênico, é possível obter estruturas termorrígidas, pela
adição de um monômero olefínico , como o estireno, em condições adequadas.
as reações são em geral reversíveis e o crescimento da cadeia depende da
remoção dos subprodutos, que são micromoléculas, como H2O , HCl , NH3. À
medida que os segmentos moleculares vão sendo incorporados, o meio reacional
se torna cada vez mais viscoso, o que dificulta ou mesmo impede a remoção
desses subprodutos, e prejudica o deslocamento do equilíbrio reacional ( há
formação de subprodutos, que precisam ser removidos do meio reacional). Assim ,
o peso molecular atingido nas policondensações é usualmente uma ordem de
grandeza menor do que nas poliadições, muitas vezes se torna necessária a
chamada cura , isto é, a reticulação do oligômero durante o processo de produção
do artefato.

1.2 A resina uréia-formol

A resina uréia-formol é o adesivo mais utilizado na fabricação de painéis de


madeira aglomerada e de painéis de fibras de media densidade. A maior
aplicabilidade deste tipo de resina na fabricação de painéis, destacam-se:

- Seu baixo custo das matérias-primas: uréia e formol;


- pouco desenvolvimento de cor, em relação a outras resinas;
- resistência à chama, devido a presença de nitrogênio no composto.

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Com o inicio dos estudos com a condensação da uréia e formol (1880 a 1887)
para desenvolvimento de materiais resinosos, a maior parte se aplicava em peças
de moldagem. Experimentou-se utilizar a resina na substituição do vidro, devido a
transparência, sem sucesso. No entanto, devido as preocupações ambientais,
ampliou-se o interesse pela química deste tipo de resina e técnicas analíticas que
auxiliaram a elucidar a estrutura química ( novas formulações reduziram emissões
de formol de 6 até 10 vezes).
Caso a proporção entre a uréia e formol for igual a 1 e a solução for fracamente
ácida ( com pH do meio acima de 5) forma-se poli(metileno uréia) linear, de baixa
solubilidade, o que limita o avanço da polimerização para cerca de 5 resíduos de
uréia por oligômero. Com maiores quantidades de formol, entretanto, forma-se
mais hidroximetilas ligadas aos oligômeros, que tendem a solubilizar,
possibilitando a formação de oligômeros maiores. As relações molares de
polimerização conduzidas na industria são tipicamente U:F = 1,6 a 2,6 de
concentração. Embora a reação ocorra com apenas dois reagentes, deve-se
considerar que a reação depende do pH,da concentração, da relação molar, da
temperatura, do tempo de reação e da sequência das reações. Portanto, devido
ao enorme numero de permutações possíveis entre esses parâmetros, o sistema é
complexo, apesar de partir de apenas dois reagentes de grupos funcionais
simples.

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2 Materiais e reagentes

Reagentes:

 NaOH (2 ml de solução aquosa a 10%)


 acido clorídrico (HCl) (20 gotas)
 formol (5 ml e 11 ml)
 Uréia (6 g. e 2,5 ml.)
 acido acético concentrado (C2H4O2)
 água

Vidrarias:

 Tubo de ensaio
 Becker
 Espátula
 Bastão de Vidro
 Papel Tornassol
 Funil de Buchner
 Kitassato

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3 Procedimento Experimental e Discussões de Resultados

A experiência esta constituída basicamente pela etapa de adição entre a uréia e


formol para a obtenção de uma resina de baixa massa molar. O comportamento
da interação uréia -formol é determinado pelos grupos funcionais. A uréia reage
como uma amina e o formol reage como um glicol. Durante a formação dos
produtos de reação inicial ocorre a liberação de água. Sobre as técnicas
empregadas, obtivemos os seguintes resultados e mecanismos:

3.1 Técnica 1 e seu mecanismo:

Ao adicionar uréia e formol em um tubo de ensaio, a reação se torna altamente


endotérmica (a reação é extremamente lenta). Quando adiciona o ácido clorídrico
(HCl), que é um ácido forte, no tubo, a reação se torna altamente exotérmica,
agindo o ácido como catalisador, acelerando a reação. Resulta de imediato em
uma massa branca pastosa, de alta viscosidade, que após determinado tempo
endurece, sendo este produto, o polímero da resina uréia-formol
(policondensação).A reação ocorre por meio do intermediário carbocátion
(H2C+OH), como descrito o mecanismo abaixo:

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-3.2 Técnica 2:

Ao adicionar em um tubo de ensaio formol, hidróxido de sódio (NaOH), que é uma


base forte, e a uréia, a reação se torna altamente endotérmica, mantendo a
solução em estado líquido, diferente da técnica 1 que se encontra em meio a um
ácido forte.
Ao aquecer a solução em um período curto de tempo ocorre formação de bolhas
(a solução entra em estado de ebulição rapidamente). Sugere-se que caso o tubo
vibre enquanto aquece a solução, deveria afastar o mesmo do bico de gás, pois o
líquido facilmente é projetado para fora do tubo.
Após diminuir 1/3 do volume da mistura reacional e esfriá-lo foi adicionado ácido
acético glacial dando uma coloração branca (turva), tornando o meio ácido, que foi
analisado com auxílio do papel de tornassol azul dando coloração rosada.

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Embora não seja analisado o pH da reação,foi analisado em um intervalo alcalino
(NaOH).Ao deixar em banho de água fervente, contida em um bécher, a mistura
se torna lentamente pastosa, de alta viscosidade,que depois endurece, resultando
na formação do polímero.O mecanismo é realizado através do ataque da base ao
grupo amido, que por sua vez ataca o metilenoglicol formando o grupo
hidroximetila, como descrito na figura abaixo:

3.3 2o etapa dos dois processos

De forma similar em ambos os processos, teremos a obtenção da


hidroximetilação: em meio alcalino e em meio ácido. Na segunda parte do
mecanismo caracteriza-se pela formação de oligômeros da uréia-formol, sendo
baseada na condensação dos compostos hidroximetilados, através da capacidade
do composto em aceitar um próton e formar novos carbocátions.

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dependendo das proporções de formol e uréia, e dependendo da concentração de
ácido, a formação de diferentes tipos de carbocátion, resulta em diferentes
produtos, como no exemplo abaixo:

3.4 confirmação da Reação

O produto resinoso é insolúvel em água, confirmando sua natureza polimérica.

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4 Conclusão.

Podemos concluir que cada polímero é formado a partir dos monômeros


relacionados na reação. Dependendo do grupo funcional deste monômero,é
possível a obtenção características diferentes de produto (por exemplo, a
formação de resinas com maior ou menor rigidez ou de outro tipo de produto).Na
pratica, foram utilizadas a úreia agindo como o grupo funcional amina e o formol,
que agiu como um glicol, formam como produto o grupo hidroximetila ( que como
segunda parte age para formar novos carbocations e assim interagem para
formação da resina).É importante enfatizar que embora a pratica utilize apenas
dois reagentes, a reação depende do pH, relação molar, temperatura, tempo de
reação, concentração e da sequência das reações ( correlacionando estes dois
últimos podemos analisar: variando a concentração de um dos reagentes
poderíamos obter outra sequencia de reações, podendo ser obtido um sistema
complexo ou uma cadeia simples).

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5 Bibliografia

 LESSMANN, V. E., “Estudo da Reação de cura de resinas


uréia-formol por espectrometria de ressonância magnética
nuclear”.2008. 105f. Dissertação (Mestrado em Química) Universidade
Federal do Paraná. Curitiba, 2008.

 Mano,E. Polímeros como materiais de engenharia.

 Unesco,J. & Salvador,E. Química . Volume único.5ª edição


reformulada. São Paulo: Saraiva, 2002.

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