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b) Para Di Pietro: DA é o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, os agentes
e as pessoas jurídicas administrativas que integram a Administração Pública, a atividade
jurídica não contenciosa que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus
fins, de natureza pública (aspecto subjetivo + aspecto objetivo).
c) Para José dos Santos Carvalho Filho: Ramo do Direito Público (ou taxinomia = natureza
jurídica) compreendido como o conjunto de normas e princípios que, visando sempre ao
interesse público, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre
este e as coletividades a quem deve servir.
Fontes do Direito Administrativo: Teve origem na França, com base nas decisões do
Conselho de Estado, tem como fontes: a lei (fonte primária), a doutrina, a jurisprudência,
costume, princípios (fontes secundárias). Para Lúcia Valle Figueiredo os costumes não são
fontes.
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c) Atos que atentem contra princípios da administração (art. 11), destacando-se que as
condutas vedadas aos agentes políticos da 9.504/97 aqui se inserem (art. 73, § 7º).
Recentemente o STJ entendeu que a entrega compulsória e o desconto em folha de
pagamento de parte dos rendimentos dos assessores formais destinados à manutenção de
“caixinha” para gastos de campanha e de despesas dos respectivos gabinetes, bem como
para a contratação de assessores particulares violam, expressamente, os princípios
administrativos da moralidade, finalidade, legalidade e do interesse público, conduta dos
parlamentares que se insere no caput e I do art. 11 da Lei n. 8.429/1992. (REsp. 1.135.767-
SP). Ainda na casuística, o STJ, por votação apertada, entendeu que configura improbidade
do art. 11, I, ato de prefeito que divulgou na imprensa a doação de valor para recuperar
hospital, omitindo o caráter público do mesmo, prevalecendo entendimento que a lei deve
incidir sobre o administrador inepto, e não apenas sobre o que age de má-fé (REsp 884.083-
PR). Atenção: a Lei 12.813, que tratou do conflito de interesses no âmbito da
Administração Pública Federal, traz hipóteses que são consideradas violação a princípios
administrativos para fins deste artigo (vide tópico 22.b)
Segundo doutrina majoritária, a União tem competência privativa para legislar sobre
atos de improbidade, porque as sanções previstas têm natureza civil e eleitoral (art. 22 da
CF/88). Além disso, a Lei 8.429/92 traz disposições de natureza processual. Haveria apenas
três dispositivos da lei que tratam de Direito Administrativo e, por isso, somente se
aplicariam à União: o art. 13, caput (a posse dos servidores é condicionada à declaração de
seus bens); art. 14, § 3º (no caso de servidores federais os fatos serão apurados
administrativamente na forma da Lei 8.112); art. 20, parágrafo único (Administrador
pode afastar o funcionário público de sua função, para facilitar a instrução processual).
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pública (REsp 924439). Nesse precedente decidiu-se também que “A sanção de perda da
função pública visa a extirpar da Administração Pública aquele que exibiu inidoneidade
(ou inabilitação) moral e desvio ético para o exercício da função pública, abrangendo
qualquer atividade que o agente esteja exercendo ao tempo da condenação irrecorrível”.
Esse último ponto em negrito é muito controverso e não há mais precedentes sobre o tema.
Por outro lado, tratando-se de agente aposentado no momento da sentença, deveria ser
cassada a aposentadoria, tal como nos casos em que a irregularidade é sancionada no
âmbito de PAD. Apesar disso, o STJ tem um único precedente a respeito, no qual garantiu o
direito à aposentadoria, afirmando que a condenação tem efeitos ex nunc (REsp
1186123/SP). Os dois precedentes controversos são da 2 turma do STJ e devem ser
conhecidos, mas vistos com adotados com cautela.
Sujeito ativo do ato de improbidade é quem pratica o ato de improbidade, concorre para
sua prática ou dele extrai vantagens indevidas. Pode ser agente público ou terceiro. Para a
Lei 8.429/92, agente público é “todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou
sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra
forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior”. Enquadram-se nessa definição os agentes colaboradores e
os empregados de entidades beneficiadas por auxílio ou subvenção estatal. Também podem
cometer ato de improbidade os notários e registradores, porque os emolumentos têm
natureza de taxa.
Terceiro é aquele que, não sendo agente público, induziu ou concorreu para a prática do ato
de improbidade ou dele se beneficiam direta ou indiretamente. As pessoas jurídicas podem
responder por atos de improbidade na qualidade de terceiro beneficiado (REsp
1.122.177/MT). Para que o terceiro seja responsabilizado, é indispensável que seja
identificado algum agente público como autor da prática do ato de improbidade (art. 3° da
LIA). Diante disso, o STJ reputa inviável o manejo da ação civil de improbidade
exclusivamente contra o particular, sem a concomitante presença de agente público no polo
passivo da demanda (REsp 896044/PA).
Sujeito passivo do ato de improbidade é a pessoa jurídica que a lei indica como vítima do
ato de improbidade administrativa. O art. 1º, da Lei 8.429/92, arrola os sujeitos passivos
principais, divididos em três categorias: a) pessoas da administração direta: União,
Estados, Distrito Federal e Municípios; b) pessoas da administração indireta: autarquias,
fundações, empresas públicas e sociedades de economias mista (prestadoras de serviços
públicos ou atividade de caráter econômico); c) pessoa cuja criação ou custeio o erário
haja contribuído ou contribua com mais de 50% do patrimônio ou receita: empresas
públicas e sociedades de economia mista.
grupo é que a tutela incide apenas sobre o seu patrimônio e a sanção patrimonial se limita
exclusivamente à repercussão do ilícito sobre a parcela do erário. As pessoas jurídicas de
direito privado que prestam serviço público descentralizado por meio de delegação
contratual, como as concessionárias e permissionárias (Lei nº 8.987/95), por não receberem
recursos do erário, não são sujeitos passivos.
A ocorrência de dano é desnecessária nas hipóteses dos arts. 9 e 11, por expressa previsão
legal (art. 21, I da 8.429/92), mas é imprescindível nas hipóteses do art. 10 (o dano não
pode ser hipotético, deve ser concreto). A ausência de dano apenas impede a aplicação da
sanção de ressarcimento e a posterior reparação não tem o condão de excluir a ilegalidade
do ato.
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Histórico: Em 2005, o STF julgou inconstitucional a Lei n.° 10.628/02, que previa foro por
prerrogativa de função para a ação de improbidade (ADI 2797). Entendeu que a ação
deveria ser julgada em 1ª instância, porque, se a CF/88 não estabeleceu foro por
prerrogativa de função, a lei ordinária não poderia fazê-lo. Após, na RCL 2.138, entendeu-
se por 6x5 que a LIA não se aplica aos agentes políticos quando a conduta praticada já for
prevista como crime de responsabilidade pela Lei 1.079/50 (a lei se aplica a Presidente da
República, Ministros de Estado; Procurador-Geral da República; Ministros do STF;
Governadores; Secretários de Estado) e pelo DL 201/67 (Prefeitos e Vereadores), pois
haveria bis in idem, haja vista a semelhança das condutas e sanções estabelecida nessas
leis. Após, na PET 3211/DF, o STF entendeu que a competência para julgar ação de
improbidade contra seus Ministros seria do próprio Tribunal. Após, ao julgar a Rcl
2.790/SC, a Corte Especial do STJ decidiu que (i) os agentes políticos se submetem à Lei
8.429/92 (com exceção do Presidente da Republica – art. 86 da CF), pois não há norma
constitucional que os imunize do art. 37, § 4º da CF; e que (ii) há foro por prerrogativa de
função nas ações de improbidade administrativa se a autoridade tiver foro privativo em
matéria criminal.
entender necessário (poderá requerer a indisponibilidade, mesmo sem ter sido provocado
pela autoridade administrativa).
Os arts. 7 e 16 da LIA afirmam que a indisponibilidade pode ser decretada quando o ato de
improbidade é possível nos casos de lesão ao patrimônio público (art. 9) ou ensejar
enriquecimento ilícito (art. 10). Contudo, o STJ e a doutrina (Emerson Garcia e Rogério
Pacheco Alves) entendem a medida cautelar de indisponibilidade dos bens também pode ser
aplicada no caso de violação dos princípios da administração pública, especialmente para
assegurar o pagamento da multa civil (REsp 1311013/RO).
A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes como depois da prática
do ato de improbidade (REsp 1204794/SP). O caráter de bem de família de imóvel não
obsta a determinação de sua indisponibilidade nos autos de ação civil pública, pois tal
medida não implica em expropriação do bem (REsp 1204794/SP). A indisponibilidade
deve recair sobre bens suficientes para garantir o integral ressarcimento de eventual
prejuízo ao erário, levando-se em consideração, ainda, o valor de possível multa civil como
sanção autônoma (REsp 1311013/RO). Porém, é facultado ao Réu provar que a
indisponibilidade que recaiu sobre o seu patrimônio foi muito drástica e que não está
garantindo seu mínimo existencial.
Não é necessária a individualização dos bens sobre os quais se pretende fazer recair a
indisponibilidade (AgRg no REsp 1307137/BA). A individualização somente é necessária
para a concessão do “sequestro de bens”, previsto no art. 16 da Lei n.° 8.429/92. A
indisponibilidade de bens não é considerada sanção, mas medida de garantia destinada a
assegurar o ressarcimento ao erário.
O MPF e a União têm competência para a ação de improbidade quando houver desvio de
verbas repassadas por ela a Município ou Estado mediante convênio, pois há o dever de
prestar contas dos valores, os quais, outrossim, estão sujeitos à fiscalização do TCU (art.
71, IV, da CF), o que evidencia o interesse federal. Em relação às ações penais,
entendimento semelhante foi consolidado na súmula 208 do STJ, segundo a qual “compete
à justiça federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a
prestação de contas perante órgão federal”.
Vale mencionar, ainda, que o STF entendeu que cabe ao MPF a apurar os crimes
relacionados ao FUNDEB (fundo vinculado à educação, que será complementado pela
União quando o Estado não alcançar um valor mínimo), independentemente de ter havido a
mencionada complementação, pois a União tem função supletiva em matéria educacional
(HC 100772/GO). Por outro lado, a ação de improbidade só competirá ao MPF se houver a
complementação de recursos pela União.
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Questões de Concurso
A improbidade administrativa é tratada pela CRFB de 88, no seu artigo 37, §4º e na Lei
8.429/92. Assim, coube ao legislador definir quais atos se amoldariam ao ato improbo e
para tanto usou-se de conceitos indeterminados previstos nos artigos 9º, 10º e 11º da Lei
8.429/92.
Dessa forma, podemos conceituar improbidade administrativa como toda prática que
importe em enriquecimento ilícito, dano ao erário ou atente com os princípios da
Administração Pública.
A expressão “improbidade administrativa” é a terminologia/designativo técnica para definir
a corrupção administrativa, que se apresenta como um desvirtuamento da função
pública somado à violação da ordem jurídica. Quando o administrador pratica
improbidade administrativa, ele automaticamente está desvirtuando o que se espera no
exercício da função pública, além de haver uma violação à ordem jurídica. Logo, um ato
pode até ser moralmente reprovável, mas somente será considerado improbo se, além disso,
enquadrar-se em alguma das situações previstas nos artigos acima.
(26º CPR – Oral) A punição dos sinais exteriores de riqueza (art. 9, VII, da LIA)
representa inversão do ônus da prova?
Inicialmente cabe pontuar que não se trata de tema pacífico na doutrina e na jurisprudência.
O súbito enriquecimento de agentes públicos exige acompanhamento por parte dos órgãos
de controle, principalmente para se apurar a licitude ou não do acréscimo patrimonial.
Necessário registrar que toda pessoa, antes de ingressar no funcionalismo público, deverá
apresentar declaração de bens, atualizando a mesma anualmente, sob pena de demissão;
após a saída do funcionalismo, as informações ficarão arquivadas pelo prazo de cinco anos,
para acompanhamento.
A Lei de Improbidade Administrativa afirma categoricamente constituir enriquecimento
ilícito adquirir, para si ou para outrem, bens de qualquer natureza, cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio e à renda do agente público (art. 9º, VII, da Lei
8.429/92). Resta saber se a evolução patrimonial desproporcional caracteriza, por si só,
improbidade administrativa.
Em um primeiro momento, seria possível sustentar que os órgãos de controle deveriam
demonstrar que o patrimônio do agente aumentou desarrazoadamente em razão de ato
ilícito. Presume-se a inocência, conforme mandamento constitucional. Nessa senda, mesmo
que o sujeito ostente padrão de vida e patrimônio absolutamente incompatíveis com a
renda, não poderá ser responsabilizado pelo enriquecimento ilícito. Se o Ministério Público
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Não. A Lei n° 8.429/92, em seu artigo 3°, prevê sua aplicação, “no que couber, àquele que,
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mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade administrativa ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta”.
Portanto, a responsabilidade do particular, sujeito ativo impróprio, condiciona-se à prática
de um ato de improbidade por um agente público. Entretanto, o particular não ficará
impune, já que se sujeita a incidência de sanções previstas em outras disposições
normativas, que não seja a Lei n° 8.429/92. A propósito, a jurisprudência:
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RÉU PARTICULAR. AUSÊNCIA DE
PARTICIPAÇÃO CONJUNTA DE AGENTE PÚBLICO NO PÓLO PASSIVO DA AÇÃO
DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
1. Os arts. 1º e 3º da Lei 8.429/92 são expressos ao prever a responsabilização de todos,
agentes públicos ou não, que induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade
ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indireta.
2. Não figurando no pólo passivo qualquer agente público, não há como o particular figurar
sozinho como réu em Ação de Improbidade Administrativa.
3. Nesse quadro legal, não se abre ao Parquet a via da Lei da Improbidade Administrativa.
Resta-lhe, diante dos fortes indícios de fraude nos negócios jurídicos da empresa com a
Administração Federal, ingressar com Ação Civil Pública comum, visando ao
ressarcimento dos eventuais prejuízos causados ao patrimônio público, tanto mais porque o
STJ tem jurisprudência pacífica sobre a imprescritibilidade desse tipo de dano.
4. Recurso Especial não provido.
(REsp 1155992/PA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado
em 23/03/2010, DJe 01/07/2010)
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Legislação básica: CRFB/88, arts. 182, 215, 216 e 225; Lei 12.343/2010 (Plano Nacional
de Cultura); Lei 12.651/2012 (Código Florestal)
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Bens ambientais: Os bens ambientais são de uso comum do povo e têm como
características ser autônomo, imaterial e de natureza difusa. A doutrina os classifica em: a)
Meio Ambiente Natural (ou físico): são os elementos que existem mesmo sem a
influência do homem. Art. 225, CRFB/88, Ex. solo, água, ar, fauna, flora.; b) Meio
Ambiente Artificial: são os elementos criados pelo homem, na interação com a natureza.
Ex.: casa, prédio, art. 182, CRFB/88; c) Meio Ambiente Cultural: são os elementos
criados ou utilizados pelo homem, mas que detém valor especial para a sociedade. Ex.:
valor científico, turístico, cultural, arqueológico, ligado à cultura, à memória arts. 215 e
216, da CRFB/88 e d) Meio Ambiente do Trabalho: consiste no ambiente de trabalho
onde o homem exerce suas atividades laborais, podendo ser um espaço fechado ou aberto.
Esse meio ambiente está previsto na CF no artigo 220, inciso VIII, tendo sido
expressamente reconhecido pelo STF no julgamento da ADI 3540. e) Meio ambiente
genético – controverso – o meio ambiente genético é composto pelos organismos vivos do
planeta Terra, que formam a sua diversidade ecológica. A maioria da doutrina o entende
abarcado no meio ambiente natural, contra Celso Antônio Pacheco Fiorillo e Terence
Trennepohl.
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Principais obras consultadas: Resumos dos Grupos do 25º e 26º CPR; AYALA, Patryck
de Araújo. O princípio da precaução na constituição brasileira: aspectos da proteção
jurídica da fauna.
http://www.esmarn.tjrn.jus.br/revistas/index.php/revista_direito_e_liberdade/article/view/9
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Legislação básica: CF, arts. 23, VII; 24, VI; 30; 225, caput, §1o, VII, §4o; Lei 5.197/1967
(proteção à fauna – Código de Caça); Decreto-lei 221/67 (Código de Pesca); Lei 10.519/02
(rodeios); Resolução CONAMA 303/02 (APP); Resolução CONAMA 302/02
(Reservatórios d’água artificiais); Lei 11.794/2008 (uso científico de animais); Lei
12.651/12 (Código Florestal).
A CF, em seu artigo 225, § 1º, VII, não definiu o que vem a ser fauna. A Lei de Proteção à
Fauna (Lei 5197/67), estabeleceu que “os animais de quaisquer espécies, em qualquer
fase do seu desenvolvimento em que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituem a
fauna silvestre, sendo eles e seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, de propriedades
do Estado, sendo proibidas sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha”.
Delimitou, portanto, a fauna ambiental restringindo sua tutela à fauna silvestre e não à
fauna doméstica, não sendo, portanto, toda a fauna objeto de tutela, já que protege apenas
aqueles que vivem naturalmente fora do cativeiro. Tal limitação encontra guarida na própria
Constituição Federal já que o artigo 225, § 1º, VII, agasalha a proteção da fauna, na forma
da lei, sendo esta integrada por meio da Lei 5197/67. A Constituição, assim, emitiu o
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comando de que será a lei ordinária quem definirá o conceito de fauna, sendo possível
ampliar-se o conceito atual de fauna. Para os fins legais, animais silvestres são os não
domesticados, que vivem naturalmente fora do cativeiro e independentes do convívio
humano. Ou seja, ainda que em determinada espécie haja indivíduos domesticados, os
outros da mesma espécie não perderão o atributo de silvestre. A diferença entre animais
domésticos e não domesticados reside na vida em liberdade, fora do cativeiro. O
aprisionamento ou a reprodução em cativeiro de determinada espécie animal, sejam um
zoológico, ou para abate, ou para convívio humano, não lhes retira o atributo de animais
silvestre (Edis Milaré, Direito do Ambiente, RT, 2011). Como exemplo: a arara azul, apesar
de ser originalmente classificada como animal silvestre, quando em cativeiro, é
reclassificada. Desse modo, a arara azul que se encontra no zoológico de Brasília passa a
ser considerada animal domesticado.
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Os rodeios, “farra do boi”, “briga de galo” são alguns dos eventos com características
sociais altamente enraizados em várias regiões do Brasil, com reflexos altamente culturais e
econômicos. Há evidente conflito de interesses tutelados constitucionalmente entre o bem
cultural (arts. 215 e 216 da CF) e o bem ambiental (art. 225 da CF). Fato é que na história
do mundo o ser humano sempre utilizou os animais, dependendo deles para sua
sobrevivência e para o seu entretenimento, mas somente nos últimos tempos surgiram
organizações não governamentais que tutelam a vida desses seres. Depois de vários
movimentos sociais, reafirmou-se a concepção de que os animais devem ser realmente
protegidos contra maus-tratos e crueldade, surgindo movimentos, campanhas e até mesmo
demandas judiciais neste sentido. A propósito, o STF já declarou inconstitucionais as
permissões para a “farra do boi” (RE 153531/SC) e as brigas de galo (ADI 1856), por
afronta ao artigo 225, caput, e parágrafo 1º, inciso VII, da CF, nos quais sobressaem o
dever jurídico de o Poder Público e a coletividade defender e preservar o meio ambiente, e
a vedação, na forma da lei, das práticas que submetem os animais a crueldades”.
Caça de animais silvestres. O Professor Paulo Nogueira Neto (citado por Paulo Affonso
Leme Machado, pág. 829, Direito Ambiental Brasileiro, 18ª ed.) divide a caça em
predatória e não predatória. A predatória compreende a caça profissional e a caça
sanguinária. A caça não predatória abrange a caça de controle, a caça de subsistência e a
caça esportiva. Vejamos : a) a caça profissional e a sanguinária são proibidas pela Lei nº
5.197/67. b) Na caça de controle, em que há “a destruição de animais silvestres
considerados nocivos à agricultura ou à saúde pública”, a permissão deverá ser
expressamente motivada pela autoridade pública, indicando quais os perigos concretos ou
iminentes, qual a área de abrangência, as espécies nocivas e a duração da atividade
destruidora. c) A caça esportiva é inclusive “estimulada” pela Lei de Proteção à Fauna de
1967, sendo segundo Paulo Affonso (p. 831): “somente aceito o esporte de caça apenas em
áreas adrede preparadas para essa forma de lazer. Os parques de caça formados e
manejados artificialmente, mantidos por associações de caçadores, possibilitariam ao
verdadeiro desportista o mais fácil encontro com a caça, a ampliação dos períodos para o
desporto, além de propiciar a organização de outros encontros de interesse dos caçadores,
como exposições de material esportivo, cães de caça, armas, etc., sem contarmos com
outros entretenimentos”. d) A caça de subsistência ou de sobrevivência não está prevista
explicitamente pela lei. Praticam-na as populações indígenas nas reservas que lhes são
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reconhecidas, como também as populações interioranas que não têm acesso fácil aos
produtos oriundos da fauna domesticada, sendo também situação em que a caça é
permitida. e) A caça científica está permitida na Lei de Proteção à Fauna, em seu art. 14.
Por fim, também foi autorizada a caça de animais silvestres no art. 6º da Lei nº 12.725/12.
Portanto, em síntese, podemos afirmar que são permitidas a caça de controle, a caça
amadorística, a caça de subsistência ou sobrevivência, a científica e, por fim, a caça nas
imediações de aeródromos.
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administrativo no TCU sem que haja a sua manifestação (STF, MS 24.781, Tribunal Pleno,
2011). Cabe pontuar também que, “tratando-se, na impetração, de ato complexo, já
aperfeiçoado, tem-se, como autoridade coatora, aquela que atuou na última etapa,
formalizando-o” (STF, MS 24.872/DF).
Quanto à sua formação, os atos administrativos podem ser classificados em unilaterais,
bilaterais e multilaterais. a) Ato administrativo unilateral é aquele que se forma com a
manifestação de vontade de uma única parte (ex.: demissão de um funcionário, multas,
autorizações, o ato do CSMPF que homologa a vitaliciedade do Procurador da República).
Não afeta a unilateralidade a circunstância de o ato depender, para a sua produção ou para
os seus efeitos, do concurso da vontade do particular, seja solicitando-lhe a prática, seja
aceitando os seus efeitos (p.ex.: um pedido de alvará de licença para edificar ou de
autorização para o porte de arma ou de aceitação da outorga de um prêmio, de uma
comenda etc.); b) Ato administrativo bilateral é aquele formado por um acordo de vontade
entre as partes. São os atos convencionais (ex.: contrato administrativo, concessão de
serviço público); c) Ato administrativo multilateral é aquele formado pela manifestação de
vontade de várias partes (ex.: convênio).
Por fim, quanto aos seus destinatários, os atos administrativos são classificados em gerais
e individuais. a) Atos administrativos gerais são aqueles editados sem um destinatário
específico, expedidos com certo caráter de norma geral e abstrata – autêntica lei material –
e que alcançam todos os sujeitos que se encontrem na mesma situação de fato em relação
aos seus preceitos (ex.: edital de concurso público). Não podem, contudo, ocupar o espaço
reservado à lei, sob pena de inconstitucionalidade; b) Atos administrativos individuais são
aqueles que se dirigem concretamente a determinados destinatários. Produzem novas
relações jurídicas para o contexto individual do sujeito passivo dessa atuação
administrativa. Não representam normas de caráter geral e abstrato mas, ao contrário,
possuem imediatos efeitos concretos (ex.: a nomeação de aprovado em concurso público, a
exoneração de ocupante de cargo em comissão e a designação de servidor para ocupar
função gratificada). O ato administrativo individual pode ser singular ou plúrimo. Singular
se o destinatário é o único sujeito especificado (ex.: a nomeação de um dado funcionário).
Plúrimo se os destinatários são múltiplos sujeitos especificados (ex.: a nomeação, em uma
única lista, de múltiplos sujeitos especificados). Tanto os atos administrativos gerais quanto
os individuais, depois de consumados e produzidos os seus efeitos, tornam-se imutáveis e
irrevogáveis (Súmula 473, STF).
Leitura complementar: sobre atos administrativos, vide pontos 3.b., 5.b., 9.a., 17.a., e
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21.b.
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Legislação básica. Art. 5o, XXV; 22, III; 23; III, 24,VII; 30, CF; Decreto-lei 1.864/81;
Decreto-lei 1.865/81; Decreto-lei 3.365/41; Lei 6.015/73; Decreto 24.643/34 (Código de
Águas); Lei 10.257/01; Lei Delegada 4/62.
Limitações administrativas são limitações impostas por ato administrativo genérico, não
destinado a propriedades determinadas, visando atender ao interesse público por meio de
obrigações de não fazer. Atingem o caráter absoluto do direito de propriedade (o poder de
usar, gozar e dispor da coisa). A limitação não acarreta o direito de indenização, salvo se
indevida, ilegal, gerando a apuração da responsabilidade civil e o consequente dever de
indenizar o prejuízo causado. São exemplos as limitações de altura de edifícios, a metragem
mínima de recuo para construções de imóveis etc. José dos Santos Carvalho Filho afirma
que limitações administrativas são determinações de caráter geral, por meio das quais o
Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas, negativas ou
permissivas, para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social
(ex.: obrigação de limpar terrenos (positiva); parcelamento ou edificação compulsória;
proibição de construir além de determinado número de andares (negativa); direito de
preempção municipal). Decorrem do domínio eminente que o Estado possui sobre todos os
bens de seu território. Não dão ensejo a indenização; são definitivas, assim como as
servidões (p. 734). Por meio das limitações o uso da propriedade ou da liberdade é
condicionado pela Administração para que se mantenha dentro da esfera correspondente ao
desenho legal do direito. Nelas alcança-se toda uma categoria abstrata de bens, ou, pelo
menos, todos os que se encontrem em uma situação ou condição abstratamente
determinada. Nas limitações não há ônus real. As limitações não obrigam o Poder Público a
indenizar o proprietário dos bens afetados (CABM), salvo quando a limitação for grave a
ponto de esvaziar o conteúdo econômico ou proveito da propriedade, caso em que será
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haverá indenização ulterior e condicionada à existência de prejuízo. Ela pode ser decretada
de imediato, não dependendo de prévia autorização judicial. Sua extinção se dá assim que
desapareça a situação de perigo público iminente ou a situação que ensejou a requisição.
Ela é um ato de império do Poder Público, discricionária quanto ao objeto e
oportunidade, mas condicionada à existência de perigo público iminente e vinculada à
lei quanto à competência da autoridade requisitante, à finalidade do ato e ao procedimento
adequado. Obs: é possível a requisição a título definitivo de bens móveis fungíveis. No caso
da requisição definitiva de bens móveis infungíveis há, em verdade, desapropriação.
Servidão administrativa “é o direito real que assujeita um bem [imóvel] a suportar uma
utilidade pública, por força da qual ficam afetados parcialmente os poderes do
proprietário quanto ao seu uso ou gozo” (CABM). Na servidão há um verdadeiro
sacrifício, embora parcial, do direito. Nelas atingem-se bens concreta e especificamente
determinados. Nas servidões administrativas há um ônus real, de tal modo que o bem
gravado fica em um estado de especial sujeição à utilidade pública, proporcionando um
desfrute direto, parcial, do próprio bem (singularmente fruível pela Administração ou pela
coletividade em geral). Nelas há uma obrigação de suportar. Por ser direito real, deverá ser
averbada no CRI a fim de produzir eficácia erga omnes. Seguindo procedimento
semelhante ao da desapropriação (art. 40 do DL 3365/41), as servidões exigem prévia
declaração de utilidade pública e podem ser instituídas por acordo administrativo entre o
Poder Público e o particular (por escritura pública), ou por sentença judicial, no caso de
dissenso. Caso o Poder Público instale a servidão sem acordo prévio (servidão manu
militari), caberá ao proprietário pleitear judicialmente o reconhecimento da servidão,
pedindo a indenização cabível. Deverão ser citados nessa ação os proprietários e os
eventuais possuidores, já que suas esferas jurídicas serão afetadas. As servidões devem ser
indenizadas sempre que impliquem real declínio da expressão econômica do bem ou
subtraiam de seu titular uma utilidade que frua. A indenização será prévia nunca poderá
corresponder ao valor do imóvel, já que a servidão não é causa de perda da propriedade;
entretanto, poderá ocorrer que o Poder Público dissimule a desapropriação como se
servidão fosse, esvaziando o proveito econômico proporcionado pela propriedade. Nesse
caso, caberá indenização integral, já que configurada a desapropriação indireta CABM
elenca como exemplos de servidão administrativa a passagem de fios elétricos sobre
imóveis particulares, a passagem de aquedutos, o trânsito sobre bens privados, o
tombamento de bens em favor do Patrimônio Histórico etc. Pontue-se que, conforme
Súmula 56/STJ, “Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os
juros compensatorios pela limitação de uso da propriedade. Carvalho Filho entende que,
por força do art. 40 do DL 3365/41, aplica-se às servidões, o art. 2, § 2, do referido
Decreto-lei, que diz que “Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e
Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados,
mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa”. Havendo
concomitâncias, deve prevalecer a servidão da União. O artigo adota o critério da
abrangência do interesse, havendo um escalonamento: nacional, regional e local (assim,
município não pode instituir servidão sobre bem da União). A servidão é permanente, e se
mantém até a consecução definitiva dos objetivos originários de sua criação. Entretanto,
caso o bem se perca, caso seja incorporado ao patrimônio público ou desapareça o interesse
público, a servidão se extinguirá.
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jurídica quanto a editais de licitação, contratos, acordos, convênios e ajustes não se limita
a simples opinião, alcançando a aprovação, ou não, descabe a recusa à convocação do
Tribunal de Contas da União para serem prestados esclarecimentos” (MS 24584). A partir
disso, Di Pietro sustenta que o parecer que aprova as minutas de editais e contratos tem
caráter vinculante, para fins de responsabilidade, por força da Lei 8.666.
A Função de Regulação, segundo Marçal Justen Filho, citado por Maria Sylvia Zanella di
Pietro, “[...] consiste na atividade estatal de intervenção indireta sobre a conduta dos
sujeitos públicos e privados, de modo permanente e sistemático, para implementar as
políticas de governo”(DI PIETRO, 2011, p. 55). Após, a autora define como “Conjunto de
regras de conduta e de controle da atividade econômica pública e privada e das atividades
sociais não exclusivas do Estado, com a finalidade de proteger o interesse público”. A
função abrange as atividades de normatizar, julgar (obviamente sem prejudicar o direito de
acesso ao Poder Judiciário) e executar. Afirma, ainda, que a regulação pode ser dirigir à
ordem econômica ou à ordem social. JSCF aponta que as expressões “regulamentar” e
“regular” não guardam sinonímia: aquela significa complementar, especificar, e pressupõe
sempre que haja norma de hierarquia superior suscetível de complementação; esta, de
sentido mais amplo, indica disciplinar.
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Ponto 3.b: Vícios ou defeitos dos atos administrativos. A teoria das nulidades no
Direito Administrativo. Atos administrativos nulos, anuláveis e inexistentes.
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Principais obras consultadas: Resumos dos Grupos do 25º e 26º CPR; Romeu Thomé.
Manual de Direito Ambiental – conforme o novo Código Florestal e a LC 140/2011.
Salvador: Editora JusPodivm, 2ª ed., 2012.
Legislação básica: Art. 23, VII; 24, VI; 30; 225, caput, §1o, VII, §4o, todos da CF; Lei
12.651/2012 (CoFlo); LC 140/2011; Lei 6.938/81; Resolução CONAMA 303/02 (APP);
Resolução CONAMA 302/02 (Reservatórios d’água artificiais).
Lei 12.651/12 – Introdução: o novo Código Florestal tem por objetivo a proteção das
florestas e demais formas de vegetação. “Em botânica, flora significa o conjunto de táxons
de plantas (geralmente, apenas as plantas verdes) características de uma região. Já as
florestas são caracterizadas como áreas com alta densidade de árvores, podendo ser de
formação natural ou artificial.” (Thomé, p. 305). O art. 225 da CRFB reconhece as
florestas e demais formas de vegetação nativa como bens de interesse comum a todos os
habitantes do país, confirmando a sua transindividualidade e titularidade coletiva. A flora e,
sobretudo as florestas assumem funções ambientais altamente relevantes, como a
manutenção da diversidade genética (biodiversidade), a regeneração do solo (reciclagem
de nutrientes), a proteção de zonas situadas rio abaixo, a manutenção do ciclo hidrológico,
o amortecimento de flutuações climáticas, o armazenamento de carbono, além de serem
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Princípios: a Lei 12.651/2012 elenca em seu art. 1º-A, p.u., I a VIII, uma série de diretrizes
a serem observadas na implementação da proteção ambiental, valendo destacar os
princípios do desenvolvimento sustentável e da equidade intergeracional.
Competência para instituir florestas. Segundo a Organização das Nações Unidas para a
Agricultura e Alimentação - FAO, floresta é uma “área medindo mais de 0,5 hectare com
árvores maiores que 5 m de altura e cobertura de copa superior a 10%, ou árvores capazes
de alcançar estes parâmetros in situ. Isso não inclui terra que está predominantemente sob
uso agrícola ou urbano.”. A competência para instituir florestas abrange o Poder Público,
por meio do Legislativo ou Executivo, de todas as esferas da Federação, através da criação
de áreas especiais protegidas, de áreas de preservação permanente e de unidades de
conservação, e abrange também o particular, através da criação da reserva legal e da
servidão ambiental.
Cadastro Ambiental Rural (CAR) (arts. 29 e 30): inovação do CoFlo. Criado no âmbito
do Sistema Nacional de Informação sobre Meio Ambiente - SINIMA, trata-se de registro
público eletrônico de âmbito nacional, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a
finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais,
compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e
econômico e combate ao desmatamento. A inscrição deve ser feita, preferencialmente, pelo
órgão municipal ou ambiental, a ser requerida no prazo de 1 ano contado da sua
implantação, prorrogável, uma única vez, por igual período por ato do Chefe do Poder
Executivo. O CAR não será considerado título para fins de reconhecimento do direito de
propriedade ou posse, tampouco elimina outros cadastramentos necessários. Reserva legal
já averbada na matrícula do imóvel registrada em cartório com seu perímetro e localização
dispensa a inscrição no CAR. O CAR contém: i) identificação do proprietário/possuidor; ii)
comprovação da posse ou propriedade (títuto); iii) situação ambiental (plantas, memorial
descritivo, coordenadas, APPs, etc.), sendo dispensada no caso de imóvel menor que 4
módulos fiscais (“MF”).
Área de Preservação Permanente (“APP”). É toda “área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a
estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas” (art. 3º, II). A vegetação
localizada em APP deve ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante
(obrigação propter rem). Natureza jurídica: vegetação de preservação permanente. STF
(RE 100.717-6) já reconheceu como sendo uma limitação administrativa de caráter geral ao
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Reserva legal: a) Delimitação (arts. 12 a 16): É toda “área localizada no interior de uma
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o
uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a
conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa” (art.
3º, III); Dupla função: em propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso
econômico sustentável dos recursos naturais e de auxiliar a conservação e a reabilitação
ambiental (art. 3º, III). Admite manejo sustentável, diferentemente da APP: trata-se de
floresta de exploração limitada: administração da vegetação natural para a obtenção de
benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação
do ecossistema (art. 3º, VII). O manejo pode ser para consumo próprio (até 20m3/ano –
dispensa autorização, exige prévia declaração fundamentada do volume explorado – arts.
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17, 23, 66 § 4º e 20) ou comercial (art. 22 – exige autorização, não pode descaracterizar a
cobertura vegetal nem prejudicar a conservação das nativas ou diversidade de espécie,
devendo favorecer a regeneração das nativas), sendo livre a coleta de produtos florestais
não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes (art. 21). Natureza jurídica:
pode ser “caracterizada como limitação ao direito de propriedade, calcada na função
socioambiental prevista constitucionalmente” (Thomé, p. 322). Deve ser cadastrada pelo
proprietário ou possuidor e conservada pelo proprietário, possuidor ou ocupante. No
fracionamento do imóvel rural, inclusive para fins de reforma agrária, será considerada a
área antes do fracionamento. Ou seja, é proibido o fracionamento para forçar regime
diferenciado da pequena propriedade. A RL é obrigação propter rem (art. 12, §2º). A
competência é do órgão ambiental estadual ou instituição por ele habilitada (art. 14, § 1º).
Sua localização considerará (critério prioritários): i) o plano de bacia hidrográfica; ii) o
Zoneamento Ecológico-Econômico; iii) a formação de corredores ecológicos com outra
RL, com APP, com UC ou com outra área legalmente protegida; iv) as áreas de maior
importância para a conservação da biodiversidade; e v) as áreas de maior fragilidade
ambiental (art. 14, I a V). Percentuais mínimos em relação à área do imóvel (art. 12): a)
Amazônia legal: 80%, no imóvel em florestas; 35%, no imóvel em cerrado; 20% no imóvel
em campos gerais. Nas demais regiões do país, 20%. Formalização: RL submete-se à
aprovação somente após inclusão do imóvel no CAR (art. 14, § 1º, c/c art. 29). Dispensada
a averbação no CRI. Protocolada a documentação exigida, ao proprietário ou possuidor não
poderá ser imputada sanção administrativa por qualquer órgão ambiental, em razão da não
formalização da RL (art. 14, § 2º). É obrigatória a suspensão imediata das atividades em
área de Reserva Legal desmatada irregularmente após 22.7.08 (art. 17 § 3º). Sem prejuízo
das sanções administrativas, cíveis e penais cabíveis, deverá ser iniciado nas áreas não
consolidadas, a recomposição da RL em até 2 anos contados do CoFlo, devendo ser
concluído nos prazo do art. 59/PRA (Programas de Regularização Ambiental). Suspensa
autuações por falta de RL em área consolidada até que se esgote o prazo para o termo de
adesão ao PRA (art. 59, §§ 4º e 5º). RL em condomínio (ou coletiva) (art. 16): a) se usada
em outro imóvel, as APPS do imóvel que se beneficiar (original) podem ser descontadas; b)
em benefício de imóveis de único ou diversos proprietários; c) mesmo bioma; d) todos
inscritos no CAR; e) se imóveis de Estados diferentes, RL em áreas prioritárias da União e
Estados (art. 66, § 6º, II e III). Aproveitamento de APPs como RL: APPs podem ser
aproveitadas como RL objetivando sua preservação, desde que (art. 15): a) o imóvel seja
incluído no CAR; b) esse benefício não implique a conversão de novas áreas para o uso
alternativo do solo; c) APP conservada ou em recuperação (admitindo áreas não vegetadas).
Se a soma da cobertura vegetal com a APP em recuperação ou vegetada excedera o
percentual da RL, o excedente pode ser transformado em servidão ambiental (art. 9º da Lei
6.938/81) ou CRA (art. 44, II). Se pequena propriedade ou posse, poderá ser instituída CRA
da vegetação que integra a própria RL (art. 44, §4º). RL – dispensa da obrigação: a)
empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto (art. 12, §6º); b)
concessão, permissão ou aturoização para exploração de potencial de energia elétrica (art.
12, §7º); c) implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias (art. 12, §8º).
RL – Regularização da área consolidada (art. 66): se não houver ocupação em APP,
pode-se regualizar RL em área consolidada, nos termos do art. 66, sem o PRA, sendo
obrigação propter rem (§ 1º). O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em
22.7.08 área de RL em extensão inferior ao estabelecido no art. 12, poderá regularizar sua
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vegetação nativa em APP somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse
social ou de baixo impacto ambiental previstas no CoFlo (art. 8º); b) supressão de
vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada
em caso de utilidade pública (art. 8º, § 1º); c) dispensa a autorização do órgão ambiental
competente para a execução, em caráter de urgência, de atividades de segurança nacional e
obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas
urbanas (art. 8º, § 3º); d) veda o direito à regularização de futuras intervenções ou
supressões de vegetação nativa, além das previstas no CoFlo (art. 8º, § 4º); e) não há APP
no entorno dos reservatórios d’água artificiais que não decorrem de barramento ou
represamento de cursos d’água (§ 1º, art. 4º); f) não há APP no entorno das acumulações
naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 1 ha (§ 4º, art. 4º); g) permitido o
plantio de culturas temporárias e sazonais de vazante de rios ou lagos em pequena
propriedade ou posse rural familiar, nas condições que especifica (§ 5º, art. 4º); h)
permitida, em imóveis rurais com até 15 módulos fiscais (“MF”), a aquicultura em margem
de curso d’água natural e entorno de lagos e lagoas naturais (§ 6º, art. 4º), atendidas as
condições legais; i) permitida supressão/intervenção em restinga fixadora de duna ou
estabilizadora de mangue e supressão em manguezal se, em qualquer dos casos, a função
ecológica do manguezal estiver comprometida, para execução de obras habitacionais e de
urbanização, inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas
urban de APP p as consolidadas ocupadas por população de baixa renda. (§ 2º, art. 8º); j)
permitida a ocupação ara regularização fundiária de interesse social e de interesse
específico, ambos em área urbana consolidada (arts. 64 e 65); k) livre acesso de pessoas e
animais em APP para obtenção de água e atividade de baixo impacto ambiental (art. 9º).
Utilidade pública: as hipóteses de supressão ou restrição de APPs em razão de utilidade
pública estão previstas no art. 3º, VIII (ex. atividades de segurança nacional e proteção
sanitária e atividades e obras de defesa civil); Interesse social: as hipóteses de supressão ou
restrição de APPs em razão de interesse social art. 3º, IX (ex. atividades imprescindíveis à
proteção da integridade da vegetação nativa e a regularização fundiária de assentamentos
ocupados por população de baixa renda); Atividades eventuais ou de baixo impacto
ambiental: hipóteses previstas no art. 3º, X (ex. implantação de trilhas para o
desenvolvimento do ecoturismo e exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável,
comunitário e familiar). Obs: o art. 225, § 1º, III, da CF estabelece, em relação aos espaços
territoriais especialmente protegidos, que “a alteração e a supressão permitidas somente
através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que
justifiquem sua proteção”. Interpretando o dispositivo, na ADI 3540-1/DF (ajuizada contra
artigo do antigo Código Florestal), o STF julgou constitucional a autorização, por ato da
Administração Pública, para realização de obras/atividades que impliquem a supressão de
vegetação em área de preservação permanente, desde que mantida sempre a integridade dos
atributos ambientais da área, ou seja, tal supressão ou alteração não pode prejudicar a
vocação do espaço territorial especialmente protegido.
Área rural consolidada (“ARC”): área de imóvel rural com ocupação antrópica
preexistente a 22.7.08, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio (art. 3º, IV). Anistia para ARC:
O art. 61-A autoriza a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de
turismo rural em ARC, sendo necessária a recomposição nos seguintes termos: a) as regras
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Proibição do uso de fogo e do controle dos incêndios (art. 38 a 40): regra: proibição.
Exceção: i) queima controlada autorizada, inclusive em UC de acordo com o plano de
manejo; ii) pesquisa científica; iii) prevenção e combate a incêndio; iv) agricultura de
subsistência. A responsabilização exige comprovação do nexo causal (ação do
proprietário/preposto e o dano). É necessária a elaboração, atualização e implantação de
planos de contingência para o combate aos incêndios florestais em áreas públicas ou
privadas, com vegetação nativa ou plantios florestais, deverão elaborar, atualizar e
implantar, a ser elaborado pelos órgãos do Sisnama ou particulares encarregados da gestão
florestal.
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Cota de Reserva Ambiental (“CRA”) (arts. 44 a 50): mecanismo instituído pelo CoFlo
para viabilizar a compensação ambiental em áreas de vegetação nativa inferior ao mínimo
legal. A CRA é “um título nominativo representativo de área com vegetação nativa,
existente ou em processo de recuperação, sob regime de servidão ambiental, de RPPN, de
RL instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais estabelecidos
em lei, ou existente em propriedade rural localizada no interior de UC de domínio público
que ainda não tenha sido desapropriada. Tais cotas poderão ser negociadas com
proprietários cujas terras apresentem percentual de vegetação nativa inferior ao mínimo
exigido em lei” (Thomé, p. 348). Para requerer a CRA, o imóvel deve estar incluído no
CAR, devendo ser apresentados os documentos elencados no §1º do art. 45. 1 CRA = 1ha.
A CRA deve ser averbada em cartório e inserida em registros específicos. Pode ser
transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou a pessoa jurídica de direito
público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da CRA e pelo adquirente e só
produz efeito uma vez registrado o termo em sistema único de controle. A CRA só pode ser
utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma da área
à qual o título está vinculado. A competência para aprovação é do Ibama, podendo ser
delegada ao Estado. O proprietário do imóvel é o responsável pela manutenção da
vegetação. O cancelamento poderá ser feito por requerimento do proprietário rural, pelo
término do prazo da servidão ambiental e por decisão do órgão competente (art. 50).
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9.605/98 enquanto o TC estiver sendo cumprido; ii) impede novas autuações por infrações
cometidas antes de 22.7.09 em APP, RL e uso restrito; iii) o cumprimento do TC implica na
regularização do uso e, se houver multa já aplicada, esta será convertida em serviços de
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente, extinguindo a
punibilidade. Da publicação do CoFlo até findo o prazo de adesão, é autorizada a
continuidade das atividades desenvolvidas (agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo
rural) nas áreas de que trata o caput do art. 61-A, as quais deverão ser informadas no CAR
para fins de monitoramento, sendo exigida a adoção de medidas de conservação do solo e
da água.
Servidão ambiental: art. 79 altera o art. 9º da Lei 6.938/81, incluindo artigos 9º-A, 9º-B e
9º-C. O proprietário ou possuidor de imóvel pode, por instrumento público ou particular ou
por termo administrativo, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte dela para
preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, instituindo servidão
ambiental. Prazo: mínimo de 15 anos. Forma e formalização: requisitos mínimos
previstos no § 1º do art. 9-A da Lei 6.938/81, a ser averbado no CRI (§4º, art. 9-A), sendo
vedada a alteração da destinação da área no prazo da servidão (§6º). Poderá ser onerosa ou
gratuita, temporária ou perpétua (art. 9-b) e a servidão ambiental perpétua equivale, para
fins creditícios, tributários e de acesso aos recursos de fundos públicos, à RPPN. Regime
de proteção mínimo equivalente à RL, não se aplicando às áreas mínimas de APP e RL
(§§3º e 4º, art. 9-A). Cessão, alienação e transferência: o instrumento deve ser averbado
na matrícula do imóvel, devendo conter os requisitos mínimos elencados no §1º do art. 9-C.
O §2º e o §3º estipula os deveres mínimos do proprietário do imóvel serviente e do detentor
da servidão ambiental, respectivamente.
Principais alterações do novo código florestal. O código: (i) estendeu as APPs ao redor
de lagos e lagoas naturais e reservatórios artificiais (art. 4°, I e III); (ii) dispensou o
estabelecimento das faixas de Área de Preservação Permanente no entorno das
acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a um (1) hectare; (iii)
beneficiou, em inúmeras situações, a produção na pequena propriedade ou posse rural
familiar, conceituada como “aquela explorada mediante o trabalho pessoal do agricultor
familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma
agraria, e que atenda ao disposto no art. 3o da Lei 11.326/2006”; (iv) passou a admitir,
também, a prática da agricultura nas matas ciliares e na áreas do entorno dos lagos e lagoas
naturais dos imóveis rurais com até 15 módulos fiscais, ou seja, passou a ser lícita a
produção de organismos aquáticos como crustáceos, peixes e anfíbios para uso do ser
humano (art. 6o, § 4o); (v) Instituiu o Cadastro Ambiental Rural – CAR no âmbito do
Sistema Nacional de Informação sobre o meio ambiente – SINIMA; (vi) inovou, ao dispor
que o registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de
Imóveis (art. 18o, § 4o); permitiu ao proprietário/possuidor computar as Áreas de
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(26º CPR – Oral) questão referente também ao ponto 6 C) 32) O que é reserva
legal, área de preservação permanente e servidão ambiental?
(26º CPR – Oral) Quais as alterações do novo Código Florestal?
Questões objetivas
(27º CPR) 38. ANALISE OS ITENS ABAIXO E RESPONDA EM SEGUIDA:
I - A reserva legal tem natureza jurídica de limitação administrativa, sendo imposta ao
proprietário ou possuidor de imóvel rural com o objetivo de assegurar o uso econômico
sustentável dos recursos naturais naquela área, auxiliar a conservação e a reabilitação dos
processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a
proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
II - A reserva legal é uma categoria de unidade de conservação de uso sustentável instituída
em área pública ou particular, com a função básica de compatibilizar a conservação da
natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
III - A obrigação de recompor a área de preservação permanente é de caráter real,
transmitindo-se ao sucessor em caso de transferência de domínio ou posse do imóvel.
IV -A reserva legal constitui um mínimo ecológico do imóvel rural, sendo imposta pelo
Poder Público de forma geral e gratuita, mas, em caso de desapropriação, o proprietário tem
direito a indenização referente à cobertura florística nela existente, desde que fiquem
demonstradas a existência de aproveitamento econômico da vegetação da reserva legal,
autorização ambiental e regular plano de manejo aprovado pelo órgão competente.
Responda, agora:
a) ( ) Todos os itens estão errados.
b) ( ) Somente o item II está errado.
c) ( ) Somente os itens I e III estão certos.
d) ( ) Somente os itens I e IV estão certos.
Assertiva “a” – correta. A primeira parte do item I afirma ter a reserva legal natureza
jurídica de limitação administrativa. CORRETO (fundamentação doutrinária c/c Lei
12651/2012). A segunda parte do item I, refere-se ao conceito de Reserva Legal que está
identificado no art. 3, inciso III da Lei 12651/2012. Também está CORRETO.
Assertiva “b” – incorreta. O item está ERRADO, pois a Reserva Legal não é uma
categoria de unidade de conservação de uso sustentável. Fundamentação: art. 7, inc. II, Lei
9985/2000 e art. 12 da Lei 12651/12.
Assertiva “c” – correta. Com fundamentação direta no art. 7, parágrafos 1 e 2 (mais
precisamente no paragráfo2) da Lei 12.651/2012.
Assertiva “d” – correta. Ao meu ver o mais polêmico dos quatro. Porém, acho que o item
está CORRETO.Com base no argumento de que, segundo o art. 17, parágrafo 1 da Lei
12651/2012, é possível a exploração econômica da Reserva Legal mediante manojo
sustentável. E, de acordo com o REsp. 1015539/MG de 06/12/12 a cobertura florística não
explorada previamente não dá ensejo a indenização. E, o Ag. Reg. no REsp 1016440/BA de
04/09/2012, refere-se à prévia e lícita exploração econômica.
GABARITO SUGERIDO: Alternativa B
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Principais obras consultadas: Resumo do 26º CPR. Caderno pessoal. THOMÉ, Romeu.
Manual de Direito Ambiental. Ed. JusPODIVM, 2011; AMADO, Frederico Augusto di
Trindade. Direito Ambiental esquematizado. Ed. Método, 2011.
1. Princípio da Prevenção. Vem previsto implicitamente no art. 225, da CF. Traz a ideia
que se há base cientifica para prever os danos ambientais decorrentes de determinada
atividade lesiva ao meio ambiente, deve-se impor ao empreendedor condicionantes no
licenciamento ambiental para mitigar ou elidir os prejuízos. Trabalha com risco certo,
conhecido ou concreto. Por prevenção ambiental temos que é o ato, ação, disposição,
conduta, que busca evitar que determinado e conhecido mal, dano, lesão ou intempérie, de
origem humana, venha a agir sobre o Meio Ambiente, tornando-o, fragmentadamente ou
em um todo regional ou total, de menor qualidade, reduzindo-se seu equilíbrio ecológico, e
consequentemente a boa qualidade de vida tanto dos viventes atuais como daquelas pessoas
que ainda estão por vir, em futuras gerações, possibilitando a perpetuação da espécie
humana na Terra.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
ambiente e adotar políticas ambientais para a presente e as futuras gerações, não podendo
utilizar os recursos ambientais de maneira irracional de modo que prive seus descendentes
do seu desfrute.
11. Princípio da Informação. Segundo esse princípio, o Poder Público deve propiciar à
sociedade o pleno acesso às informações relativas às políticas públicas sobre meio
ambiente, bem como sobre a existência de atividades potencialmente nocivas ao bem estar
das comunidades. O direito à participação pressupõe o direito de informação, pois há
vínculo indissociável entre ambos. Edis Milaré doutrina nesse sentido, apontando que “os
cidadãos com acesso à informação têm melhores condições de atuar sobre a sociedade, de
articular mais eficazmente desejos e ideias e de tomar parte ativa nas decisões que lhes
interessam diretamente”.
12. Princípio do Limite. Cuida-se de dever estatal de editar e efetivar normas jurídicas que
instituam padrões máximos de poluição, a fim de mantê-lo dentro de bons níveis para não
afetar o equilíbrio ambiental e a saúde pública.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
14. Princípio do acesso equitativo aos recursos naturais: O mito da inesgotabilidade dos
recursos naturais foi há muito superado. Princípio 5 da Declaração de Estocolmo, de 1972:
“os recursos não renováveis da Terra devem ser explorados de forma que se evite o perigo
de seu futuro esgotamento e se assegure que toda a humanidade compartilhe os benefícios
de sua utilização”. Essa equidade possui, de outra face, uma dimensão temporal subjacente,
impondo a salvaguarda dos interesses destas e das novas gerações.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Todavia, o abuso do poder é a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos
objetivos expressa ou implicitamente traçados na lei. O abuso do poder pode dar-se de duas
formas: a) excesso de poder e b) desvio de poder.
No excesso de poder o agente atua fora dos limites de sua competência. Por sua vez, no
desvio de poder (ou finalidade) o agente, embora dentro de sua competência, afasta-se do
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
interesse público que deve nortear todo o desempenho administrativo. O desvio de poder
ocorre em duas situações: a) quando o agente pretende satisfazer uma finalidade alheia ao
interesse público; ou b) quando o agente pretende satisfazer uma finalidade diversa daquela
própria do ato praticado.
Agindo em abuso do poder (excesso ou desvio) o agente submete sua conduta à revisão,
judicial (ação popular, MS) ou administrativa (autotutela). Pode respingar na seara penal,
caracterizando crime previsto na Lei nº 4.898/65.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Por outro lado, não podem participar da licitação: o autor do projeto básico ou executivo;
empresa ou consórcio, da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou
detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador,
responsável técnico ou subcontratado; servidor ou dirigente de órgão ou entidade
contratante ou responsável pela licitação. A Lei 8.666/93 não veda a contratação de
parentes dos administradores públicos. Apesar disso, o STF decidiu que, em decorrência
desse silêncio, os Estados e Municípios podem legislar sobre esse tema, por ser norma
específica de licitações (RE-423560)
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
2. Princípio da Publicidade dos atos. A licitação não poderá ser sigilosa, sendo pública e
acessíveis ao público os atos do procedimento, bem como os motivos determinantes das
decisões proferidas, salvo quando ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura (art.
3, § 3, da Lei nº 8.666/93). O princípio informa, ainda, que a licitação deve ser amplamente
divulgada, de modo a possibilitar o conhecimento de suas regras ao maior número de
pessoas possíveis.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
licitações, vez que serão estes que arcarão tanto com o prejuízo financeiro, como com o
prejuízo decorrente de não ter o serviço ou obra a sua disposição. O princípio da
fiscalização embebe-se de constitucionalidade no princípio republicano, já que é na
República que o Estado deve servir ao bem comum, até mesmo porque a “res” é pública.
Portanto deverá a licitação alcançar o fim colimado e, para tanto, faz-se necessário que cada
cidadão fiscalize o processo licitatório. Também à própria Administração compete fiscalizar
seus atos, como decorrência do princípio da autotutela, princípio que rege o agir da
Administração, como já foi visto anteriormente.
2. Tomada de preços. O art. 22, § 2º da Lei 8.666/93 define tomada de preço como a
“modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a
todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
recebimento das propostas, observada a necessária qualificação”. Na tomada de preços, a
habilitação, que corresponde ao próprio cadastramento, é prévia à abertura do
procedimento. Todavia, os não previamente cadastrados têm garantida a possibilidade de se
inscreverem até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas. É utilizada nas
transações de vulto médio.
Licitação dispensável. São aquelas hipóteses que embora haja viabilidade jurídica de
competição, a lei autoriza a celebração direta do contrato. As hipóteses estão previstas no
art. 24, da Lei 8.666/93, em rol taxativo. Alguns casos de dispensa merecem destaque: (i)
quando o valor da contratação for até 10% do valor máximo para o convite (20% no caso
de sociedade de economia mista, empresa pública, consórcio público ou agência executiva);
(ii) situações excepcionais, como guerra e calamidade pública; (iii) gêneros perecíveis, em
caráter emergencial, até a conclusão de licitações.
Além disso, mecerem destaque: iv) Licitação deserta (art. 24, V). Ocorre quando a
licitação é convocada e não aparece nenhum interessado. Nesse caso, torna-se dispensável a
licitação, e a administração pode contratar diretamente, contanto que motivadamente
demonstre existir prejuízo na realização de uma nova licitação, e desde que sejam mantidas
as condições constantes do instrumento convocatório. v) Licitação fracassada. É aquela
que aparecem interessados, mas nenhum é selecionado, em decorrência de inabilitação ou
de desclassificação das propostas. Nesse caso, “a administração poderá fixar aos licitantes
o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras
propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a
redução deste prazo para três dias úteis” (art. 48, § 3° da Lei 8.666). Porém, quando as
propostas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado
nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes e a
situação persista apesar, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor
não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços.
Licitação dispensada. São hipóteses em que a própria lei, diretamente, dispensa a sua
realização. Portanto, enquanto na licitação dispensável o procedimento poderá, ou não,
ocorrer, a critério do administrador, nas situações descritas como de licitação dispensada
não poderá a administração licitar, uma vez que a lei afasta a possibilidade de realização do
procedimento. Em regra, são hipóteses de alienação de bens e direitos pela administração
previstos no art. 17 da Lei 8.666/93.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
mais polêmicos: e) sigilo do valor que a Administração pretende gastar até o fim da
licitação; (f) possibilidade de contratação integrada, na qual obras e serviços são
contratados sem projeto básico prévio da Administração (art. 8º, § 5º); contrato de
eficiência, que é um contrato acessório de prestação de serviços (embora possam ser
incluídos bens e obras no objeto), em que a remuneração do contratado se dá com base em
percentual na economia que conseguir proporcionar (art. 23, § 1º).
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Obras consultadas: Resumo do Grupo do 25º CPR; Resumo do Grupo do 26º CPR- Letícia
Benrdt; Édis Milaré, Direito do Ambiente, 4 ed., RT, 2005, Antônio Beltrão, Direito Ambiental, 3
ed., Método, 2011; Nicolao Dino Neto, Ney Bello Filho e Flávio Dino. Crimes e infrações
administrativas ambientais. 3ª edição rev. e atual. - Belo Horizonte: Del Rey, 2011; Paulo Afonso
Leme Machado. Direito Ambiental Brasileiro. 19ª edição, rev. atual. e ampl. - São Paulo:
Malheiros Editores, 2011; Sandro Costa. Licenciamento ambiental no Brasil depois da LC
140/2011. Sítio eletrônico: http://www.infonet.com.br/sandrocosta/ler.asp?id=123245, acessado
em 30.05.2012; Romeu Faria Thomé da Silva. Comentários sobre a nova lei de competências em
matéria ambiental (LC 140, de 08.12.2011). In Revista de Direito Ambiental, vol. 66, p. 55,
Abril/2012.
Legislação básica: Constituição Federal, arts. 23, III, IV, VI, VII, IX, art. 24 e 225; Lei
Complementar 140/2011, Lei 12.651/12.
Competência legislativa concorrente: A União deve estabelecer as normas gerais (CF, art.
24, §1º) e os Estados e Distrito Federal devem legislar de maneira suplementar (§2º),
porque “inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência
legislativa plena, para atender a suas peculiaridades” (§3º). Porém, “a superveniência de lei
federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.”
(§4º). Como visto, na competência legislativa concorrente, há prevalência da União quanto
à regulação de aspectos de interesse nacional, com normas gerais aplicáveis a todos no
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
território nacional e que não podem ser contrariadas pelos demais entes. Aos Estados
compete legislar sobre assuntos de interesse regional, e de forma plena, quando houver
omissão da União, e aos Municípios assuntos de interesse local. (Édis Milaré, Direito do
Ambiente, 4 ed., RT, 2005, págs. 230 e 231). Nesse sentido, vale exemplificar a existência
de regras nacionais editadas pela União e que devem ser observadas pelos Estados, na
implantação de sua política ambiental, como o Novo Código Florestal, que estabelece
regras gerais para a criação do Cadastro Ambiental Rural e dos Programas de
Regularização Ambiental, mas aos Estados competirá sua implantação e execução. (arts.
18, 29 e 59, caput, §1º da Lei 12.651/12 e Decreto Federal nº 7.830/12). Obs: na ADI
2.396, o STF julgou inconstitucional lei estadual (apesar de ser mais protetiva) que proibiu
totalmente o amianto no MS, por considerar que houve afronta à competência legislativa da
União para editar normas gerais. No caso, a Lei Federal nº 9.055, que permite a extração,
industrialização e produção do amianto. Tal decisão, no entanto, foi criticada por muitos
doutrinadores, que defendem a validade de norma estadual mais restritiva.(op. cit. P. 43).
Por outro lado, na ADI 2623-MC, o STF suspendeu a Lei 6.780/2001, do Espírito Santo,
que proibiu o plantio de eucalipto para fins de produção de celulose, por motivos
ambientais. No caso, a inconstitucionalidade decorreu da invasão da competência
legislativa privativa da União para legislar sobre direito de propriedade.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Bello Filho e Flávio Dino. 3ª edição rev. e atual. - Belo Horizonte: Del Rey, 2011, p 416).
Houve, no entanto, uma mudança de cenário com a vigência da LC 140, que atribuiu mais
competências de fiscalização e licenciamento aos Estados e Municípios. Vale ressaltar a
possibilidade de serem editadas normas de âmbito regional ou local de conteúdo mais
protetor em relação às peculiaridades do meio ambiente em determinada região, donde
resulta a ideia de preponderância do nível mais elevado de proteção ambiental no exercício
da competência comum (idem, ibidem).
Embora seja comum a competência para proteger o meio ambiente, isso não dispensa o
estabelecimento de parâmetros mínimos para a atuação administrativa de cada um dos entes
políticos nesse campo, ante o risco de ocorrência de atividades superpostas e colidentes,
geradoras de insegurança e incerteza jurídicas. Nesse ponto, sustentam-se dois critérios
definidores de competências: 1. a titularidade do bem atingido; 2. a repercussão da
atividade, como elemento determinante da predominância do interesse envolvido. Dessa
forma, é incabível que um Estado-Membro, por exemplo, aplique seu instrumental
sancionador em face de infração administrativa ambiental praticada em detrimento de bem,
serviço ou interesse tutelado diretamente da União. Duas situações merecem ser
ressalvadas: a) a posição proeminente da União no Sistema, b) como decorrência da força
cooperativa inerente ao regime de competência material comum prevista no art. 23, da CF,
admite-se a possibilidade de, por força de lei, convênio ou acordos de cooperação,
quaisquer entes federativos adotarem, em caráter de urgência, medidas de polícia destinadas
a impedir ou cessar condutas danosas ao meio ambiente, levando o fato ao conhecimento
do órgão ou entidade competente (idem, p. 421).
Veja-se, segundo Nicolao Dino, o seguinte rol de bens, serviços ou interesses que, se
atingidos, ensejarão, num primeiro plano, a competência de ente federal para atuação
destinada à repressão administrativa: a) Bens que integram o patrimônio da União,
especificados no art. 20 da CF;
d) Atividades que estejam sob fiscalização do órgão ambiental federal (impacto ambiental
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
e) Florestas. A Lei 11.284/2006 reserva ao IBAMA apenas a outorga para exploração nas
florestas públicas pertencentes à União e nos empreendimentos potencialmente causadores
de impacto nacional ou regional, conforme definidos pelo CONAMA (art. 19, § 1º, Lei
4.771/65);
f) Regiões declaradas como patrimônio nacional pela Constituição Federal. É evidente que
o art. 225, § 4º, da CF, não implica a transferência de todas as áreas referidas para o
domínio da União. Entretanto, parece equivocada a leitura que enxerga nesse artigo mera
enunciação destituída de qualquer efeito prático, vez que se choca contra o dever do
intérprete de dotar a Constituição de máxima efetividade, sempre procurando extrair
consequências dos comandos nela inseridos. Nessa linha, a expressão patrimônio nacional
deve ser compreendida como emanação de um interesse direto e específico da União, não
obstante o posicionamento contrário sustentado pelo STF (idem, ps. 426 e ss.).
Ações de cooperação
Essa lei complementar é objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 4757, cujo ponto
nodal é a perda de atribuições da União, com a limitação de competências ambientais de
fiscalização em um ou outro ente federativo, restringindo a atuação do conteúdo jurídico do
caput do art. 225 da Constituição, que impõe a todos entes da federação a proteção
ambiental. Juarez Freitas, em palestra realizada no TRF da 4ª Região, no dia 05 de junho de
2012, criticou veementemente o texto dessa lei complementar, mas afirmou sua
constitucionalidade e que uma interpretação adequada permite inferir que não foi
suplantada a competência suplementar do órgão ambiental federal.
Romeu Faria Thomé da Silva refere ser inequívoco que a LC 140/2011 ratifica o
entendimento de que não há um único critério a ser observado para a definição de
competência licenciatória dos entes federados. A LC 140/2011 adota, em grande medida, os
71
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Desse modo, tratando-se de APA, o órgão ambiental competente para licenciar uma
atividade não será, necessariamente, o órgão ambiental do ente que instituiu aquela unidade
de conservação. A título de exemplo, em uma APA estadual em que seja necessário o
licenciamento de uma atividade que cause ou possa causar impacto ambiental de âmbito
local, a competência será do órgão ambiental do Município (critério previsto no art. 9.º,
XIV, a, da LC 140/2011), nos termos do parágrafo único do art. 12 da LC 140/2011 supra
descrito, e não do órgão ambiental estadual, ente instituidor da unidade de conservação. Até
o advento da LC 140/2011 havia uma nítida desvinculação entre a competência para
licenciar e a competência para fiscalizar atividades potencialmente poluidoras, ou seja, a
competência para fiscalizar não ficava adstrita à competência para licenciar a atividade.
Uma vez concedida a licença ambiental, cabia, regra geral, ao órgão ambiental estadual
fiscalizar as atividades licenciadas com o intuito de mantê-las dentro das condições e
limites estipulados no licenciamento. Todavia, inerte o órgão estadual competente, e nos
termos do art. 10, § 3.º, da Lei 6.938/1981 (revogado pelo art. 21 da LC 140/2011) possuía
o Ibama (autarquia federal) competência supletiva para tal fiscalização, mesmo tendo o
licenciamento sido concedido pelo órgão estadual.[12]
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Prova oral:
→ (27° CPR) Como a Constituição da República trata da distribuição e do
compartilhamento de competência em relação ao meio ambiente? Exemplifique. Nessa
tarefa de normatização existe diferenciação? Cada um faz a seu bel prazer?
→ (27° CPR) Dê exemplo de uma normal geral dada pela união em matéria
ambiental.
→ (27° CPR) Governo do Estado deseja instalar uma APA em área na qual o Governo
Federal pretende instituir uma reserva extrativista. Existe algum conflito entre os
interesses? Se sim, como se resolve? Qual prevalecerá?
→ (27° CPR) Explique como se dividem as competências legislativas e administrativas
em matéria ambiental.
→ (27° CPR) Estado e Município em competência comum podem diminuir proteção?
E aumentar? E aumentar o tamanho de APP na beira de rio?
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
A União deve estabelecer as normas gerais (art. 24, §1º) e os Estados e Distrito Federal
devem legislar de maneira suplementar (§2º), porque “inexistindo lei federal sobre normas
gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas
peculiaridades” (§3º). Porém, “a superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende
a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.” (§4º)
Especificamente em relação à matéria de energias, jazidas, minas, outros recursos minerais,
águas e atividades nucleares, a competência para legislar é privativa da União. (art. 22, IV,
XII e XXVI, CF.)
Como visto, na competência legislativa concorrente, há prevalência da União quanto à
regulação de aspectos de interesse nacional, com normas gerais aplicáveis a todos território
nacional e que não podem ser contrariadas pelos demais entes. Aos Estados compete
legislar sobre assuntos de interesse regional, e de forma plena, quando houver omissão da
União, e aos Municípios assuntos de interesse local. (Édis Milaré, Direito do Ambiente, 4
ed., RT, 2005, págs. 230 e 231)
O Novo Código Florestal foi editado com o seguinte objetivo, previsto em seu art. 1º-A:
“Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação
Permanente e as áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-
prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos
incêndios florestais, e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus
objetivos”.
Como norma de caráter nacional, dentro de sua competência, a União estabeleceu regras
gerais a serem observadas a respeito da reserva legal, áreas de proteção permanente,
exploração florestal, servidão ambiental, Cadastro Ambiental Rural, Programa de
Regularização Ambiental, entre outros.
A edição de tais regras gerais, no entanto, não impede os Estados e Municípios legislarem
de maneira suplementar e inclusive, baseados no interesse regional ou municipal,
elaborarem regras mais protetivas e restritivas.
“Em razão da inexistência de hierarquia entre as entidades que compõem a federação, as
referidas leis estão no mesmo patamar. Destarte, é preciso se definir caso a caso qual pessoa
invadiu a esfera legiferante da outra. Por conseguinte, o conflito entre leis ambientais de
diferentes esferas, caso não seja a hipótese de aplicabilidade do Princípio da Especialidade,
será solucionado pela delimitação pontual do que é considerado como norma geral sobre
meio ambiente e o que é disposição que verse sobre peculiaridades regionais ou locais.
Logo se a norma federal extrapolar a sua zona de atribuição, adentrando em terreno afeto ao
legislador estadual ou municipal, deverá ser pronunciada sua inconstitucionalidade formal.
Ao revés, se a lei estadual veicular matéria geral, será esta que deverá ser invalidada.”
(Frederico Amado, Direito Ambiental Esquematizado, 3 ed. Forense, SP, 2012, p. 40)
Nesse sentido vale mencionar o julgamento da ADI 2.396, em que o Supremo se posicionou
no sentido da inconstitucionalidade da lei estadual (apesar de ser mais protetiva) que
proibiu totalmente o amianto no Mato Grosso do Sul e considerou que houve afronte à
competência legislativa da União para editar normas gerias, considerando a existência da
Lei Federal nº 9.055, que permite a extração, industrialização e produção do amianto. Tal
decisão, no entanto, foi criticada por muitos doutrinadores, que defendem a validade de
norma estadual mais restritiva.(op. cit. P. 43)
Questão polêmica será saber se haverá inconstitucionalidade no caso de edição de novas
leis estaduais que estabelecerem, por exemplo, novos limites para as áreas de preservação
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Questões objetivas
(27º CPR) 36. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
a) ( ) Tendo em vista a repartição de competências prevista na Lei Complementar no
140, de 2011, somente a União pode instituir unidades de conservação na região da
Amazônia Legal.
b) ( ) A delegação de competência da União para o Estado-membro no tocante ao
licenciamento ambiental retira do ente delegante a atribuição de fiscalizar e punir atividades
nocivas ao meio ambiente, relativas ao objeto do licenciamento.
c) ( ) Por força do princípio federativo e da autonomia político-administrativa dos entes
federados, são indelegáveis as competências relativas ao licenciamento ambiental.
d) ( ) De acordo com o ordenamento jurídico em vigor, o licenciamento ambiental dá-se
em um só nível de competência, sob a responsabilidade de um único ente político, sem
prejuízo de que outros entes federativos eventualmente interessados se manifestem, sem
força vinculante.
GABARITO SUGERIDO: Alternativa D
ALTERNATIVA A – INCORRETA. A expressão Amazônia legal, prevista no artigo 3º,
inciso I, do novo código florestal, abrange os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Amapá e Mato Grosso, assim como as regiões situadas ao norte do paralelo 13º
S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do
Maranhão. Nessa extensa área existem vários biomas, com a Floresta Amazônica e o
Cerrado. A lei complementar 140/2011, nos artigos 7º ao 9º, estipulou que todos os entes
federativos tem competência para definir espaços territoriais e seus componentes a serem
especialmente protegidos.Como anteriormente explicitado, a Amazônia Legal abrange
vários estados e biomas, sendo que a referida lei complementar não previu tal competência
privativa da União, em obediência ao princípio federativo, pois caso contrário os demais
entes federativos teriam a sua autonomia limitada.
ALTERNATIVA B – INCORRETA. Nos termos do artigo Art. 17, § 3o : “ O disposto no
caput deste artigo não impede o exercício pelos entes federativos da atribuição comum de
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Comentários:
A assertiva I é incorreta, pois, nos termos do art. 225, caput, c/c o § 1º e incisos I, II, III e
VII da CRFB/1988, a instituição de unidades de conservação é genericamente atribuída ao
“Poder Público”. Tal expressão constitucional contempla todos os entes federativos.
A assertiva II é incorreta, em razão da exclusão dos “municípios” da competência comum
prevista no inciso III do art. 23 da CRFB/1988.
A assertiva III é incorreta. Por interpretação sistemática do inciso III do art. 20 da
CRFB/1988 com o disposto no art. 26, I do texto constitucional, em particular o trecho
“águas subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma
da lei, as decorrentes de obra da União”, pode-se concluir que os aquíferos subterrâneos
naturais (perceba-se no item a menção ao aspecto de que tais aquíferos foram “formados
pela ação da natureza”) correspondem a domínio público estadual. Isto é, são
expressamente contemplados como “bens dos Estados” e, exatamente, por isso, não estão,
de regra, submetidos à outorga de declaração de reserva de disponibilidade hídrica, a cargo
da Agência Nacional de Águas (ANA, nos termos da Lei Federal nº 9.433/1997).
A assertiva IV é incorreta. A jurisprudência fixada pelo STF (a título ilustrativo,
mencionem-se os julgamentos do Recurso Extraordinário nº 153.531/SC, Rel. Min.
Maurício Corrêa – relativo à prática da “Farra do Boi” no Estado de Santa Catarina; e da
Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.856/RJ – especificamente referente à “briga de
galo”, caso do item) é exatamente no sentido da ilegitimidade constitucional de práticas
esportivas dessa natureza exatamente por violarem o sentido constitucional do inciso VII do
art. 225 da CRFB/1988, com especial destaque para a vedação de “práticas” que
“submetam os animais a crueldade”. O item é incorreto, portanto, pelas razões acima
aduzidas.
Gabarito oficial: D
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Legislação básica: Lei n. 4.717/65, art. 2º; Lei 9.784, arts. 53 a 55;
Atos que geram situações irrevogáveis: a) atos que a lei declara irrevogáveis; b) atos já
exauridos; c) atos vinculados, enquanto o sejam; d) atos administrativos puros, como as
certidões, pois os efeitos deles decorrem da lei e não de uma criação administrativa; e) atos
de controle, pois a competência em relação a cada caso examinado exaure-se uma vez
expedido o ato; f) atos complexos; g) atos que geram direito adquirido. Celso Antônio
Bandeira de Mello afirma que o objeto é que distingue a revogação da invalidação, na
medida em que no primeiro instituto o ato é válido, e no segundo, não.
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do ato (reforma ou conversão). Obs: o STJ decidiu que há nulidade na remoção de servidor
por interesse da Administração, sem motivação. Contudo, como a ausência de motivação é
vício de forma, entendeu que o vício pode ser corrigido em momento posterior, tal como a
prestação de informações em mandado de segurança (STJ, RMS 40.427).
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Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR; Celso Antônio Bandeira de
Mello. Curso de Direito Administrativo. 27ª edição rev. e atual. até a EC 64, de 4.2.2010 -
São Paulo: Malheiros Editores, 2010; José dos Santos Carvalho Filho, Manual de Direito
Administrativo. 24ª edição, rev. ampl. e atual. – Rio de Janeiro: Lumen Juris.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
O conceito de privatização não é unívoco na doutrina. Para Di Pietro, a expressão pode ser
concebida em sentido amplo e em sentido estrito. Em sentido amplo, abrange todas as
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Por outro lado, para Autora, privatização em sentido estrito, “abrange apenas a
transferência de ativos ou de ações de empresas estatais para o setor privado”. Tal
conceito é o que decorre do art. 11 da Lei 9.491/97 (a lei deu os moldes atuais do Plano
Nacional de Desestatização – PND). De fato, interpretando tal lei, a IN 27, de 02/12/98, do
TCU explica “II – privatização: a alienação pela União de direitos que lhe assegurem,
diretamente ou por meio de outras controladas, preponderância nas deliberações sociais e
poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade;”.
Por outro lado, a Lei 9.491/97, em seu art. 2º, § 1°, define desestatização como gênero, que
abrange empresas, serviços e bens: “a) a alienação, pela União, de direitos que lhe
assegurem, diretamente ou através de outras controladas, preponderância nas
deliberações sociais e o poder de eleger a maioria dos administradores da sociedade; b) a
transferência, para a iniciativa privada, da execução de serviços públicos explorados
pela União, diretamente ou através de entidades controladas, bem como daqueles de sua
responsabilidade; c) a transferência ou outorga de direitos sobre bens móveis e imóveis
da União, nos termos desta Lei.”
O objetivo da desestatização, nos termos da mencionada lei, foi transferir aos particulares
atividades exploradas pelo poder público de forma ineficiente e deficitária, para fortalecer o
setor econômico e o mercado de capitais, reduzir a dívida pública e permitir que a
Administração “concentre seus esforços nas atividades em que a presença do Estado seja
fundamental para a consecução das prioridades nacionais”.
Questões de prova
→ (27CPR) Estabeleça a diferença entre descentralização e desconcentração na
administração pública.
→ (27 CPR) Distinção entre desconcentração e privatização? Privatização é o que,
desconcentração, descentralização ou um tertius?
→ (27 CPR) Falar o que é desconcentração e as formas de descentralização,
conceituar privatização.
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Legislação básica.
Art. 18; 23; 37, XIX; 109; 173; CF. Decreto lei 200/67
4. AUTARQUIA: 4.1) Conceito: É serviço autônomo, criado (e extinto) por lei (de
iniciativa privativa do Poder Executivo), com personalidade jurídica de direito público,
patrimônio e receitas próprios, para executar atividades típicas da administração pública
(função de polícia, prestação de serviços públicos, intervenção na ordem econômica e/ou
social e fomento público), que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira descentralizada (questão 13º concurso), mediante controle
administrativo exercido nos limites da lei (questão 16º concurso). Está submetida, assim, ao
regime jurídico administrativo o que lhe faculta diversas prerrogativas e obrigações. 4.2)
Criação e Extinção: por lei específica de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo
(art. 61, § 1º, II, e, CR/88); 4.3) Natureza Jurídica: pessoa de jurídica de direito público
interno; 4.4) Patrimônio e bens: possui patrimônio próprio e seus bens são públicos de uso
especial (CC, art. 98 e 99, II): inalienáveis (enquanto afetados), não oneráveis,
imprescritíveis e impenhoráveis; 4.5) Atos e Contratos: seus atos são atos administrativos
(legitimidade, veracidade, imperatividade e autoexecutoriedade) e os contratos também são
considerados contratos administrativos (claúsulas exorbitantes); 4.6) Orçamento e pessoal:
possuem orçamento próprio que integram o orçamento fiscal (exceção INSS) e seu pessoal,
cuja contratação está submetida à regra constitucional do concurso público (CF, art. 37, II),
é estatutário e regido pelo regime por regime jurídico único (exceção: contratados sob a
égide da EC 19/98 até a decisão do STF na ADI-MC 2.135/DF (cautelar); 4.7) Relação
com o ente instituidor: Não há subordinação hierárquica da autarquia com a entidade
estatal a que pertence, mas mera vinculação (controle finalístico, de legalidade, supervisão
ministerial ou tutela administrativa); 4.8) Juízo competente: as causas envolvendo
autarquias federais (autora, ré, assistente ou opoente) são da competência da Justiça Federal
(CF, art. 109, I) – Obs: súmula vinculante n.º 27: Compete a Justiça estadual julgar as
causas entre consumidor e concessionária de serviço público de telefonia, quando a
ANATEL não seja litisconsorte passiva necessária, assistente, nem opoente; 4.9)
Prerrogativas: a) Imunidade tributária quanto a impostos (CF, art. 150, §2º); b) débitos
sujeitos ao regime de precatórios (CF, art, 100); c) privilégios processuais: prazos (CPC,
art. 188) em quadruplo para contestar e em dobro para recorrer, com exceção do Juizado;
isenção de custas judiciais na JF (Lei n. 9.289/96, art. 1º, par. único); sentença contrária
sujeita a reexame necessário CPC, art. 475, I)); Dispensa de exibição do instrumento de
mandato pelos seus procuradores; Dispensa do preparo para a interposição de recursos na
Justiça Federal, se federal; Não sujeição ao concurso de credores ou à habilitação em
falência. 4.10) Deveres e sujeições: submissão às regras da lei de licitação (CF, art. 37,
XXI e Lei 8.666/93, art. 1º), da responsabilidade objetiva (CF, art, 37, §6º), e do controle
exercido pelo Tribunal de Contas(CF, art. 71). 4.11) Espécies: a) comum ou ordinária
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as causas que as envolvem EP, quando se tratarem de empresas federais, são julgadas
perante a Justiça Federal (CF, art. 109, I,), enquanto que as que envolvam SEM são
julgadas pela Justiça Estadual, ainda que ela seja federal (STJ, súmula 42), salvo se a
União intervir como assistente ou opoente (STF, súmula 517).
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§§ CF: esta lei irá estabelecer: função social e formas de fiscalização pelo Estado e
sociedade; sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações trabalhistas e tributárias; licitação e contratação; constituição e
funcionamento dos conselhos de administração e fiscal; mandatos, avaliação de
desempenho e responsabilidade dos administradores). OBS-2: Falência: Celso Antonio
Bandeira de Mello sempre defendeu que é necessário distinguir as Empresas Públicas e
Sociedade de Economia Mista prestadoras de serviço público das exploradoras de
atividades econômicas, para ele, deve-se entender que a falência somente será possível em
casos de empresas estatais que exercem estritamente atividade econômica empresarial.
Conforme questão da discursiva do 26º concurso, tal diferenciação pela natureza do
serviço de caráter público ou não (e não simplesmente pela natureza jurídica do ente)
foi expressamente solicitada, nos termos de posicionamento atual do STF. José dos
Santos Carvalho Filho entende que não se aplica o regime falimentar a essas pessoas
paraestatais, independentemente da atividade que desempenhem. Isso porque o art. 2º, I, da
Lei 11.101/05 dispôs que esta não se aplica a Empresas públicas e sociedades de economia
mista. OBS-3: Empresas Estatais que prestem serviços públicos fora do regime de
competição com empresas do setor privado (regime de privilégio) gozam das prerrogativas
de Fazenda Pública (prazos processuais, regime de precatórios, imunidade tributária
(interpretação extensiva da regra do art. 150, 2º, da CF), e outros). Ex: EBCT e
INFRAERO.
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podem ser sujeitos ativos tributários; Não podem cobrar suas dívidas pelo rito especial da
LEF). OBS: a doutrina majoritária entende que o MP não deverá velar pelas fundações
públicas, sejam elas de direito público ou privado, já que elas se encontram sujeitas à
supervisão ministerial.
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8. OUTROS ENTES: Apesar do interesse público ser próprio do Estado, este não possui a
sua exclusividade, motivo pelo qual a ordem jurídica permite uma atuação concorrente, por
meio da administração pública associada ou de cooperação.
c) Entidades de apoio: São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
instituídas por servidores públicos em nome próprio, sob a forma de fundação, associação
ou cooperativa, para a prestação, em caráter privado, de serviços sociais não exclusivos do
Estado, com vínculo jurídico com este estabelecido, em regra via convênio. O Estado
poderá contratar mediante dispensa de licitação estas entidades. Porém, sempre que
receberem recursos do Estado, elas serão obrigadas a licitar.
d) Outros entes associados em parceria por ajuste contratual: Para Moreira Neto,
poderiam ser citadas o arrendamento de instalações portuárias (lei 8630/93), arrendamento
operacional, a franquia pública, gerência privada de entes públicos, compra de bilheterias,
contrato público de risco (utilizada para a realização de serviços de iluminação pública,
detecção e registro de infrações de transito, pesquisas de ligações clandestinas)
9. Casuística
INFORMATIVOS DE JURISPRUDÊNCIA:
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concorrência ou que tenham como objetivo distribuir lucros aos seus acionistas. Portanto, a
Eletronorte não pode se beneficiar do sistema de pagamento por precatório de dívidas decorrentes
de decisões judiciais (CF, art. 100). RE 599.628, red. p/ ac. Min. Joaquim Barbosa. 25.5.2011.
Repercussão Geral. Pleno (Info 628).
Tributário. Imunidade recíproca. Art. 150, VI, "a", da Constituição Federal. Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Empresa pública prestadora de serviço público.
Precedentes. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, desde o julgamento do RE nº
407.099/RS, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 6/8/04, firmou-se no sentido de que a
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, empresa pública prestadora de serviço público, é
beneficiária da imunidade tributária recíproca prevista no art. 150, VI, "a", da Constituição da
República. Esse entendimento foi confirmado pelo Plenário desta Corte na ACO nº 765/RJ, Redator
para o acórdão o Ministro Menezes Direito. 2. Ação cível originária julgada procedente. (ACO 789,
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal
Pleno, julgado em 01/09/2010, DJe-194 DIVULG 14-10-2010 PUBLIC 15-10-2010 EMENT VOL-
02419-01 PP-00001).
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.
EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-ESTRUTURA AEROPORTUÁRIA - INFRAERO.
EMPRESA PÚBLICA. IMUNIDADE RECÍPROCA. ARTIGO 150, VI, "A", DA CB/88. 1. A
Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária - INFRAERO, empresa pública prestadora de
serviço público, está abrangida pela imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, "a", da
Constituição. 2. Não incide ISS sobre a atividade desempenhada pela INFRAERO na execução de
serviços de infra-estrutura aeroportuária, atividade que lhe foi atribuída pela União [artigo 21, XII,
"c", da CB/88]. Agravo regimental a que se nega provimento. (STF, RE 524615 AgR, Relator(a):
Min. EROS GRAU, Segunda Turma, julgado em 09/09/2008, DJe-187 DIVULG 02-10-2008
PUBLIC 03-10-2008 EMENT VOL-02335-07 PP-01451 RTJ VOL-00207-02 PP-00826)
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO.
IMUNIDADE RECÍPROCA. ABRANGÊNCIA. AUTARQUIA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
PÚBLICO ESSENCIAL E EXCLUSIVO DO ESTADO. FORNECIMENTO DE ÁGUA.
ATIVIDADE REMUNERADA POR TARIFA. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I
– A imunidade do art. 150, VI, a, da CF alcança as autarquias e empresas públicas que prestem
inequívoco serviço público. A cobrança de tarifas, isoladamente considerada, não descaracteriza a
regra imunizante. Precedentes. II – Agravo regimental improvido. (RE 482814 AgR, Relator(a):
Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma, julgado em 29/11/2011, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-236 DIVULG 13-12-2011 PUBLIC 14-12-2011)
AÇÃO CAUTELAR. EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO
ADMITIDO NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PLAUSIBILIDADE JURÍDICA DO
PEDIDO. LICITAÇÕES REALIZADAS PELA PETROBRÁS COM BASE NO
REGULAMENTO DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO SIMPLIFICADO (DECRETO N°
2.745/98 E LEI N° 9.478/97). PERIGO DE DANO IRREPARÁVEL. A suspensão das licitações
pode inviabilizar a própria atividade da Petrobrás e comprometer o processo de exploração e
distribuição de petróleo em todo o país, com reflexos imediatos para a indústria, comércio e, enfim,
para toda a população. 5. Medida cautelar deferida para conceder efeito suspensivo ao recurso
extraordinário (STF, AC 1193 MC-QO, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma,
julgado em 09/05/2006, DJ 30-06-2006 PP-00018 EMENT VOL-02239-01 PP-00042 RTJ VOL-
00205-03 PP-01084).
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(STF) Súmula vinculante 27: compete a Justiça Estadual julgar causas entre consumidor e
concessionária de serviço público de telefonia, quanto a ANATEL não seja litisconsorte passiva
necessária, assistente nem opoente.
(STF) Súmula 516 STF: O SESI está sujeito a jurisdição da Justiça Estadual.
(STF) Súmula 517 STF: As sociedades de economia mista só possuem foro na Justiça Federal
quando a União intervém como assistente ou opoente. (nos demais casos se sujeita a justiça
estadual)
(STF) Súmula 556. É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade
de economia mista.
(STF) Súmula 620. A sentença proferida contra autarquias não está sujeita a reexame necessário,
salvo quando sucumbente em execução de dívida ativa.
(STJ) Súmula 39. Prescreve em vinte anos a ação para haver indenização, por responsabilidade
civil, de sociedade de economia mista.
(STJ) Súmula 42. Compete a justiça comum estadual processar e julgar as causas cíveis em que é
parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
(STJ) Súmula 224. Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar
da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.
(STJ) Súmula 270. O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.
(STJ) Súmula 324. Compete à Justiça Federal processar e julgar ações de que participa a Fundação
Habitacional do Exército, equiparada à entidade autárquica federal, supervisionada pelo Ministério
do Exército.
(STJ) Súmula 333. Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por
sociedade de economia mista ou empresa pública.
(STJ) Súmula 365. A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A
(RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida
por Juízo estadual.
ENUNCIADOS:
(CCR-MPF) CCR-5 Enunciado 19. O Ministério Público Federal não tem atribuição para agir em
caso de dano ao patrimônio de Sociedade de Economia Mista.
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Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 25º e 26º CPR; Diogo de Figueiredo
Moreira Neto. Curso de Direito Administrativo. 15ª. Edição. Ed. Forense; José dos Santos
Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo. 23ª Edição. Ed. Lumen Iuris; Maria
Sylvia Zanella di Pietro. Direto Administrativo. 25ª Edição. Ed. Atlas.
Legislação básica: Art. 22, XXVII da CF/88; Art. 37, XXI da CF/88; Art. 173 da CF/88;
Lei nacional 8666/93 – Estatuto dos Contratos e Licitações Públicas.
1. NOÇÕES GERAIS. Os contratos administrativos são uma das formas nominadas de
manifestação de vontades juridicamente relevantes pela Administração Pública, se
inserindo dentro do gênero contrato (relação jurídica bilateral). De forma semelhante aos
atos administrativos, se constituem de competência, finalidade, forma, motivo, objeto,
capacidade e (consenso). No art. 22, inciso XXVII, da Constituição Federal, está expressa a
competência privativa da União para edição de normas gerais de licitação e contratação em
todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais
da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e
para as empresas públicas e sociedade de economia mista, nos termos do art. 173, §1º, III .
2. CONCEITO: os contratos da Administração equivalem a toda espécie de
compromissos recíprocos celebrados pelo Estado com terceiros, incluindo: a) Contratos
privados da Administração: Ajustes da Administração Pública com particulares, como por
exemplo, compra e venda, permuta, doação, dentre outros, regidos em regra pelo direito
privado; b) Contrato administrativo: Ajuste bilateral, consensual, formal, firmado entre a
Administração Pública e um particular, regulado basicamente pelo direito público, e tendo
por objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza interesse público, por isso mesmo,
regido pelo Direito Público e pelos princípios do Direito Administrativo, com objetivo de
atingir o interesse público. Observação: contratos e licitações de pessoas administrativas
que possuem atividade econômica serão regidas por lei específica (art. 173 par. 1º CF/88) –
na ausência de lei podem ser regidas pela lei 8.666/93.
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Extinção unilateral do contrato pela Administração: nos dizeres de Celso Antônio, só pode
ocorrer nos casos previsto em lei (art. 58, II, cc. 78 e 79, da Lei 8.666/93), por razões de
interesse público, fundado e justificado, sem falta do contratado, caso em que será
indenizado pelos prejuízos que comprovadamente houver suportado; ou por falta do
contratado, ocasião em que se dará a imediata assunção do objeto, com ocupação e
utilização do local, instalações e equipamentos necessário à continuidade da execução do
contrato, podendo se dar também a retenção de créditos até o limite dos prejuízos. Em caso
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A exceptio non adimpleti contractus (aplicabilidade mitigada): Maria Sylvia leciona que o
particular não pode interromper a execução do contrato, face à supremacia do interesse
público sobre o privado e da continuidade do serviço público, mas o que ele deve fazer é
requerer, administrativa ou judicialmente, a rescisão do contrato e pagamento de perdas e
danos, continuando na execução até ser liberado por ordem administrativa ou judicial.
Exemplos dessa possibilidade: art. 78, inciso XV da Lei 8666/93 (atraso superior a 90 dias
dos pagamentos pela Administração).
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a) Força maior e caso fortuito: são eventos que criam para o contratado impossibilidade
intransponível (absoluta) para a normal execução do ajuste. Para alguns, força maior seria
evento humano e caso fortuito evento da natureza. Para outros, seria inverso. Há quem
defenda que força maior seria evento prevísivel de consequências inevitáveis e caso fortuito
o evento imprevísivel e inevitável. Também, há os que propugnam de maneira
diametralmente oposta. O Código Civil tratou ambas espécies como sinônimas. A inflação
brasileira, por exemplo, que já podia ser considerada crônica, não se abriga nas hipóteses,
conforme inúmeros julgados.
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12. TIPOS DE CONTRATO: empreitada por preço global, empreitada por preço unitário
(Exemplo: xxx metros quadrados de galpão), empreitada integral e tarefa (pequenos
trabalhos por preço certo).
14. CASUÍSTICA: Além dos contratos acima citados, podem ainda ser citados os Acordos
Administrativos, ou seja, pactos sem natureza contratual, como o contrato de gestão, termo
de parceria (OSCIP), parceria público privada, consórcio público e contrato de
credenciamento, convênios. Exemplo: Enquanto que nos convênios as partes possuem
interesses públicos comuns e paralelos, nos contratos administrativos os interesses são
contrapostos, isto é, uma das partes visa uma atividade econômica e a administração
interesse público.
Observações: (01) Diferentemente dos demais contratos administrativos regidos pelo direto
público, para Carvalho Filho as alienações e locações são contratos privados da
Administração Pública, haja vista que as partes estão em pé de igualdade, sem
preponderância da Administração, não obstante algumas prerrogativas da Administração
(Art. 62 par. 3º lei 8.666/93). (02) Os “contratos de empréstimo público” não são contratos,
sendo considerados espécie tributária. (03) Possibilidade de a administração pública
instituir contratos administrativos de trabalho para atender a necessidade temporária de
excepcional interesse público (CF, 37, IX).
JURISPRUDÊNCIA:
STF. PRIMEIRA TURMA: TCU e anulação de contratos administrativos – O TCU, embora não
tenha poder para anular ou sustar contratos administrativos, possui competência, consoante o
art. 71, IX, da CF, para determinar à autoridade administrativa que promova a anulação de
contrato e, se for o caso, da licitação de que se originara. Ao ratificar essa orientação, firmada no
julgamento do MS 23550/DF (DJU de 31.10.2001), a 1ª Turma denegou mandado de segurança,
cuja causa de pedir era a anulação do decisum da Corte de Contas que ordenara ao Ministério dos
Transportes a declaração de nulidade de avença de sub-rogação e rerratificação, por meio da qual se
transferira à impetrante, sob o regime de concessão, a administração e exploração de parte de
rodovia (...). No ponto, enfatizou-se que contrato nulo, em decorrência de vícios insanáveis, não
poderia conservar-se no ordenamento jurídico, nem ser convalidado por ato posterior da
Administração. Por fim, repeliu-se qualquer violação constitucional, pois o próprio Ministério dos
Transportes provocara o TCU para manifestação quanto à legalidade dos procedimentos licitatórios,
bem como da sub-rogação do pacto de concessão. (...) O Min. Luiz Fux acresceu que careceria de
liquidez e certeza o que aventado pela impetrante. Explanou que, conquanto o writ tivesse sido
manejado em face de ato do TCU, a parte objetivaria discutir decisão que fora adotada no tribunal
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STF: Em conclusão, o Plenário, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação
declaratória de constitucionalidade movida pelo Governador do Distrito Federal, para declarar a
constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei 8.666/93 (“Art. 71. O contratado é responsável pelos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato. § 1º
A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não
transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o
objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis.”) — v. Informativo 519. (...). Quanto ao mérito, entendeu-se que a mera
inadimplência do contratado não poderia transferir à Administração Pública a responsabilidade pelo
pagamento dos encargos, mas reconheceu-se que ISSO NÃO SIGNIFICARIA QUE EVENTUAL
OMISSÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, NA OBRIGAÇÃO DE FISCALIZAR AS
OBRIGAÇÕES DO CONTRATADO, NÃO VIESSE A GERAR ESSA RESPONSABILIDADE.
(...). Por sua vez, a Min. Cármen Lúcia consignou que o art. 37, § 6º, da CR trataria de
responsabilidade objetiva extracontratual, não se aplicando o dispositivo à espécie. Explicou que
uma coisa seria a responsabilidade contratual da Administração Pública e outra, a extracontratual ou
patrimonial. Aduziu que o Estado responderia por atos lícitos, aqueles do contrato, ou por ilícitos,
os danos praticados. Vencido, parcialmente, o Min. Ayres Britto, que dava pela
inconstitucionalidade apenas no que respeita à terceirização de mão-de-obra. Ressaltava que a
Constituição teria esgotado as formas de recrutamento de mão-de-obra permanente para a
Administração Pública (concurso público, nomeação para cargo em comissão e contratação por
prazo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público), não
tendo falado em terceirização. Salientou que esta significaria um recrutamento de mão-de-obra que
serviria ao tomador do serviço, Administração Pública, e não à empresa contratada, terceirizada.
Assentava que, em virtude de se aceitar a validade jurídica da terceirização, dever-se-ia, pelo
menos, admitir a responsabilidade subsidiária da Administração Pública, beneficiária do serviço, ou
seja, da mão-de-obra recrutada por interposta pessoa. ADC 16/DF, rel. Min. Cezar Peluso,
24.11.2010. (ADC-16) – (Info 610).
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101
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art. 78, inciso XV da Lei 8666/93 (atraso superior a 90 dias dos pagamentos pela Administração).
Registre-se, outrossim, que no âmbito dos contratos de concessão e permissão de serviços públicos
a vedação à regra da exceção do contrato não cumprido é absoluta (art. 39, Lei 8987/95).
b) as chamadas cláusulas exorbitantes são aquelas que colocam a administração em posição de
supremacia na relação contratal com o particular. São exemplos destas claúsulas nos contratos
administrativos e que constam da Lei n.º 8.666/93: possibilidade de a Administração impor garantia
para realização do contrato (art. 56); possibilidade de alteração unilateral do contrato (art. 58, inc I e
art. 65, inc. I); possibilidade de rescisão unilateral do contrato (art. 58, II; 79, I; e, 78), e a
possibilidade de aplicação de penalidade ao contratado (art. 87), entre outras.
c) Apesar da presença de cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, o particular
contatado tem direito à manutenção do equilíbrio econômico-financeiro. Assim, caso alguma
alteração na equação financeira do contrato, decorrente, por exemplo, de força maior (fato
previsível, mas inevitável, estranho a atuação das partes), caso fortuito (fato imprevísivel e
inevitável, estranho a atuação das partes), fato do princípe (determinação estatal geral imprevista)
ou, ainda, fato da administração (ação ou omissão estatal que incide diretamente sobre o contrato,
retardando ou impedindo sua execução), o particular terá direito, por força da cláusula rebus sic
stantibus, a alteração dos termos pactuados, de forma a redesenhar a referida equação econômica-
financeira ou à rescisão da avença, caso a execução se torne impossível ou excessivamente onerosa
(Lei n.º 8.666/93, art. 65, II, “d”).
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Legislação básica: Declaração do Rio sobre Desenvolvimento Sustentável (ECO 92). Lei
11.284/06, lei 6.938/81, Estatuto das Cidades.
1. INTRODUÇÃO. Inicialmente, registro que nos livros que consultei não encontrei
assunto específico, o que me motivou a fazer diversas pesquisas em sites especializados na
Internet. A análise dos instrumentos de incentivo a conservação do meio ambiente deve
observar a ideia da sustentabilidade enquanto utilização harmônica entre os recursos
naturais e o desenvolvimento social e econômico. Como fundamento deontológico, a
Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, fruto da ECO-92,
enuncia em seu princípio 16 que os Estados devem promover a adoção de instrumentos
econômicos como iniciativa de proteção à integridade do sistema ambiental global, por
meio da noção de sustentabilidade.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
4.1 Concessão florestal: Instrumento econômico que visa conservar a cobertura vegetal
das florestas brasileiras, por meio da melhoria da qualidade de vida da população que vive
em seu entorno e do estímulo à economia formal com produtos e serviços oriundos de
florestas manejadas, através da outorga do direito de manejo de florestas a comunidades
locais ou a entidades do setor privado, introduzida pela lei 11.284/06. É uma delegação
onerosa, feita pelo poder concedente, do direito de praticar manejo florestal sustentável
para exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à
pessoa jurídica, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de
licitação e demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado. Por produtos florestais entende-se a exploração de produtosmadeireiros e não
madeireiros, tais como frutos, sementes etc. Já os serviços florestais identificam-se com o
turismo ecológico, a recreação em contato com a natureza e a educação ambiental.
4.2 Seguro ambiental: É um contrato de seguro específico para reparar eventuais danos
causados ao meio ambiente, não significando em si que as empresas que o contratem
estariam “liberadas para poluir” mas uma forma adicional de proteção ao meio ambiente na
sua relação com políticas de incentivos econômicos. O seguro ambiental tem por objetivo
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4.5 Serviços ambientais: Seriam todas as atividades, produtos e processos que a natureza
oferece que o homem retira sem modificacao posterior tais como a retirada de água doce,
madeira, cereais, peixes, regulação do clima, proteção contra riscos naturais, controle da
erosão e recreação. A sua grande característica é que evitam a degradacao dos ecossistemas,
na linha do desenvolvimento sustentável, sendo realizada há muito pelas comunidades
indígenas e atualmente estimulada pelo Estado.
4.6 PL nº 5.487/2009: Projeto de Lei que visa instituir a Política Nacional dos Serviços
Ambientais, o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais, estabelece formas
de controle e financiamento desse Programa.
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deve ser redistribuída entre os municípios do estado, sendo que três quartos dessa
redistribuição são definidos pela Constituição Federal, mas o quarto restante é alocado de
acordo com a legislação estadual específica. Dessa forma, alguns estados passaram a
redistribuir uma parcela desses 25% aos municípios segundo critérios ambientais pré-
definidos, o que se convencionou chamar ICMS Ecológico.
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→ Em razão de o meio ambiente ser bem de uso comum do povo, haveria alguma
impropriedade no pagamento por serviços ambientais?
Comentários: o Pagamento por serviços ambientais é baseado na combinação dos princípios
do “usuário-poluidor pagador” e “provedor-recebedor”, onde o usuário paga e o
conservacionista recebe. Isso induz a ações de conservação que ultrapassam os requisitos
meramente legais, e garantindo um fluxo contínuo de recursos para a conservação que
diminui a dependência em relação ao orçamento governamental. Deste modo, este encargo
imposto pela legislação não se mostra incompatível com a natureza de bem de uso comum
do povo, eis que a sua defesa e proteção, nos termos constitucionais, deve garantir a sadia
qualidade de vida, não so para as presentes, como também para as futuras gerações.
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Principais obras consultadas: Resumo do 26º CPF. Diogo de Figueiredo Moreira Neto.
Curso de Direito Administrativo. 15ª. Edição. Ed. Forense. José dos Santos Carvalho Filho.
Manual de Direito Administrativo. 23ª Edição. Ed. Lumen Iuris. Maria Sylvia Zanella di
Pietro. Direto Administrativo. 25ª Edição. Ed. Atlas.
Legislação básica: Art. 5º XXIV da CF/88; Art. 22, II da CF/88; Art. 182 e 184 da CF/88;
Decreto lei 3.365/41 – Trata da desapropriação por necessidade e utilidade pública; Lei
4.132/63; Lei 4.504/64; Art. 1275, V, 1409, 1425, V do código civil; Decreto lei 1075/70;
Lei complementar 76/93; Lei 10.257/2001 (Estatuto da cidade)
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acordo em relação ao valor). 8.1) Fase Declaratória: a) Forma: Decreto do Executivo ou Lei
de efeitos concretos; b) Contéudo: sujeito ativo, fundamento legal, finalidade, descrição do
bem, fonte orçamentária e destinação do bem; c) Efeitos: fixar o estado do bem
(benfeitorias que forem após este ato somente serão indenizadas se necessárias ou, no caso
da úteis, se forem autorizadas; as voluptuárias não serão indenizadas), submeter o bem a
força expropriatória, direito do poder público penetrar no bem (verificações e medições) e
iniciar o prazo de caducidade (utilidade ou necessidade pública: 05 anos, renováveis por
igual período; interesse social: 02 anos, não renovável; se ocorrer a caducidade do decreto
expropriatório, somente poderá ser renovado após um ano). 8.2) Fase Executiva: a)
Administrativa: proposta de pagamento do valor da indenização ao proprietário. Caso
aceite, encerra-se o procedimento; do contrário, passa-se a fase judicial, uma vez que ato
exprópriatório não é autoexecutável; b) Judicial: ação de rito especial, que visa a fixação do
justo valor da indenização. A contestação somente poderá verar sobre: valor da indenização
e vícios inerente à própria ação (não sendo local adequado para discussão de vícios
ocorridos nas fase anteriores (contenciosidade limitada)).
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contagem do prazo dá-se: na desapropriação por interesse social (Lei 4132), dois anos da
data do decreto expropriatório; na desapropriação para reforma agrária, três anos da data do
registro do título translativo do domínio; e, na desapropriação do Estatuto da Cidade, cinco
anos, a contar da incorporação ao patrimônio público; Direito de preferência: é o direito do
expropriado de que lhe seja oferecido pelo expropriante o bem desapropriado não aplicado
à finalidade pública, para que possa readquiri-lo pelo valor atualizado do bem, possuindo o
prazo de 03 dias, no caso de bem móvel, e de 60 dias, no caso de imóvel para aceitar o bem
após notificado. A violação deste direito confere a possibilidade de requerer perdas e danos.
17. CASUÍSTICA
STJ: Súmula 56:Na desapropriação para instituir servidão administrativa são devidos os juros
compensatórios pela limitação de uso da propriedade. Súmula 67 - Na desapropriação, cabe a
atualização monetária, ainda que por mais de uma vez, independente do decurso de prazo superior a
um ano entre o calculo e o efetivo pagamento da indenização. (Vide: Art. 26, § 2°, DL 3365/41);
Súmula 69 – Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada
imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel. Súmula 113
- Os juros compensatórios, na desapropriação direta, incidem a partir da imissão na posse,
calculados sobre o valor da indenização, corrigido monetariamente. (PARCIALMENTE
SUPERADA – a base de cálculo dos juros compensatórios será a diferença entre 80% do valor
inicialmente depositado e a indenização judicialmente fixada (Vide: Art. 15-A, § 3°, do DL
3365/41, Súmula 164, STF e Súmula 618, STF)); Súmula 114 – Os juros compensatórios, na
desapropriação indireta, incidem a partir da ocupação, calculados sobre o valor da indenização,
corrigido monetariamente. (Vide: observação constante da súmula 113, Art. 15-A, § 3°, do DL
3365/41 e Súmula 618, STF); Súmula 119 - A ação de desapropriação indireta PRESCREVE em
vinte anos (OBS: Vide: Art. 10, § único, DL 3365/41 e Art. 1.238, CC/02 – hoje seria de 15 anos,
segundo Carvalho Filho ou 10 anos, segundo a maioria da doutrina); Súmula 131 – Nas ações de
desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas aos juros
compensatórios e moratórios, devidamente corrigidas (Vide: Súmula 378, STF); Súmula 141 – Os
honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença entre a
indenização e a oferta, corrigidas monetariamente. (Vide: Art. 27, § 1°, DL 3365/41, MC-ADIn
2.332 e Súmula 617, STF); Súmula 354 - A invasão do imóvel é causa de suspensão do processo
expropriatório para fins de reforma agrária (se a invasão é posterior à vistoria do INCRA, não
haverá suspensão do processo expropriatório); Súmula 408 - Nas ações de desapropriação, os juros
compensatórios incidentes após a Medida Provisória n. 1.577, de 11/6/1997, devem ser fixados em
6% ao ano até 13/09/2001, e, a partir de então, em 12% ao ano, na forma da súmula n. 618 do
Supremo Tribunal Federal.
STF: Súmula 23 – Verificados os pressuspostos legais para o licenciamento da obra, não o impede
a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá
na indenização, quando a desapropriação for efetivada; Súmula 111 - É legítima a incidência do
imposto de transmissão "inter vivos" sobre a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que
deixou de servir a finalidade da sua desapropriação; Súmula 157 - É necessária prévia autorização
do Presidente da República para desapropriação, pelos Estados, de empresa de energia elétrica;
Súmula 164 – No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a
antecipada imissão de posse, ordenada pelo juiz, por motivo de urgência; Súmula 365 - Na
chamada desapropriação indireta, os juros compensatórios são devidos a partir da perícia, desde que
tenha atribuído valor atual ao imóvel. (Diógenes Gasparini entende não mais vigorar tal enunciado);
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JURISPRUDÊNCIA:
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monetário e independe de autorização do órgão ambiental, aspectos que legitimam para fins
indenizatórios a disjunção de solo e cobertura florística do bem imóvel no momento da
perícia; que os juros compensatórios são calculados nos termos do art. 15-A do DL n. 3.365/1941
(diferença entre 80% do valor inicialmente depositado e a indenização judicialmente fixada) e, nos
termos da jurisprudência do STF, ainda que o valor da indenização fixado em sentença corresponda
ao montante anteriormente depositado pelo expropriante, incidem juros compensatórios sobre a
parcela cujo levantamento não foi autorizado (20% em regra, conforme o art. 6º, § 1º; da LC
n. 76/1993). Observa, ainda, que os juros compensatórios independem da produtividade do
imóvel, pois decorrem da perda antecipada da posse e podem ser cumulados com os moratórios
(Súm. n. 12-STJ); que sua alíquota é de 12% ao ano (Súm. n. 618-STF) e que incide a partir da
imissão na posse. Porém, nas hipóteses em que a imissão ocorreu após a MP n. 1.577/1997, os juros
são de 6% ao ano até a publicação da liminar concedida na ADIN n. 2.332-DF (13/9/2001), o que
não ocorreu na hipótese, porque a imissão na posse foi em 1965, devendo, nessa situação, os juros
compensatórios ser mantidos em 12% ao ano. Aponta que os juros moratórios fluem a partir de 1º
de janeiro do exercício seguinte àquele em que o pagamento deveria ocorrer (art. 100 da CF/1988),
devendo, nesse ponto, ser reformado o acórdão recorrido. Ademais, quanto aos honorários
advocatícios, o Min. Relator acrescentou que a MP n. 1.997-37/2000 alterou a redação do art. 27, §
1º, do DL n. 3.365/1941, limitando-os entre 0,5% e 5%, sendo que esses percentuais aplicam-se às
sentenças proferidas após a publicação da citada MP (no caso, não se aplicam esses limites,
porquanto fixados os honorários em 15%). Diante do exposto, a Turma deu parcial provimento ao
recurso do Incra. Precedentes citados: REsp 1.111.829-SP, DJ 25/5/2009; EREsp 586.212-RS, DJ
26/11/2007, e EREsp 615.018-RS, DJ 6/6/2005. REsp 1.007.301-PB, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 16/6/2009.
Info 390 STJ - DESAPROPRIAÇÃO. IMISSÃO. POSSE. A ação declaratória de nulidade do
decreto de expropriação não tem o condão de gerar a suspensão por prejudicialidade, senão a
conexão que impôs o simultaneus processus (art. 105 do CPC). Consequentemente, conjura-se a
suspensão da imissão na posse já efetuada nos autos da ação expropriatória. EDcl no REsp
1.034.192-MS, Rel. originário Min. Francisco Falcão, Rel. para acórdão Min. Luiz Fux, julgados
em 16/4/2009.
INFO 520 STJ: DIREITO TRIBUTÁRIO. INCIDÊNCIA DE IR SOBRE O LUCRO
AUFERIDO EM OPERAÇÃO DE VENDA DE TDA. Incide imposto de renda sobre o ganho de
capital oriundo da diferença positiva entre o preço de aquisição e o preço de venda de TDA a
terceiros. (...). Outrossim, não é tributada a operação financeira consistente na obtenção do
rendimento do título da dívida agrária — TDA. Essas “isenções” têm recebido amparo no
STJ e foram estendidas pela jurisprudência aos terceiros portadores do título no que diz respeito ao
resgate do seu valor principal ou dos valores correspondentes a juros compensatórios e moratórios
ali previstos. (...) Não há aí qualquer impacto na justa e prévia indenização, visto que a tributação
somente ocorre quando o título for alienado com lucro (ganho de capital) pelo expropriado ou pelo
portador. REsp 1.124.133-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 7/3/2013.
QUESTÕES OBJETIVAS:
(26º CPR) 31. COM RELAÇÃO AO TEMA DESAPROPRIAÇÃO, ANALISE OS ITENS ABAIXO E
RESPONDA EM SEGUIDA:
I - O princípio do justo preço possui caráter ambivalente, pois, de um lado, assegura ao expropriado
a percepção de indenização compatível com o valor do bem objeto da desapropriação, recompondo
seu patrimônio; de outro lado, impede que o particular receba, a título de indenização, valor
superior aos parâmetros do mercado, impedindo enriquecimento sem causa.
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II - Bens públicos municipais e estaduais podem ser desapropriados pela União, desde que haja
prévia autorização legislativa.
III - Na desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária, a ação deve ser proposta no
prazo de dois anos, a contar da publicação do decreto declaratório, sob pena de caducidade do ato.
IV - Configura-se desapropriação indireta mediante a incorporação do bem ao patrimônio público
sem o devido processo legal; em tal hipótese, o bem expropriado não pode ser objeto de
reivindicação.
a) ( ) Todos os itens são verdadeiros.
b) ( ) Somente o item I é falso.
c) ( ) Somente os itens III e IV são falsos.
d) ( ) Somente os itens I e II são verdadeiros
Comentários:
I – (correta) De acordo com Nicolao Dino de Castro Costa Neto (no artigo “O princípio
constitucional da justa indenização na desapropriação para fins de reforma agrária”, disponível no
Dropbox), ensina que “a indenização, se, por um lado, não pode implicar em conceder menos do
que o proprietário teria direito, por outro, não pode proporcionar ao mesmo a percepção de um valor
superior àquele que faria jus, pena de se perpetrar, como será enfatizado adiante, enriquecimento
sem causa”.
II – (correta): Art. 2º, § 2º, do Decreto-lei 3365/41: “Os bens do domínio dos Estados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos
Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa”.
III – (correta): Art. 3º da LC 76/93: “A ação de desapropriação deverá ser proposta dentro do prazo
de dois anos, contado da publicação do decreto declaratório”. Conforme Marcelo Alexandrino e
Vicente Paulo (ed. 2008, p. 732), “o procedimento tem início com a expedição do decreto de
declaração de interesse social para a desapropriação pelo Presidente da República. Com a
publicação do decreto declaratório, o Poder Público terá o prazo de dois anos para intentar a ação
expropriatória, sob pena de caducidade. Essa caducidade, porém, não é absoluta: após um ano,
contado de sua ocorrência, poderá ser baixado novo decreto declarando o mesmo bem de interesse
social”.
IV – (correta): Segundo a lição da Celso Antonio Bandeira de Mello (ed. 2009, p. 882-883),
“desapropriação indireta é a designação dado ao abusivo e irregular apossamento do imóvel
particular pelo Poder Público, com sua consequente integração no patrimônio público, sem
obediência às formalidades e cautelas do procedimento expropriatório. Ocorrida esta, cabe ao
lesado recurso às vias judiciais para ser plenamente indenizado, do mesmo modo que o seria caso o
Estado houvesse procedido regularmente”. Art. 35 do DL 3365/41: “Os bens expropriados, uma vez
incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em
nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em
perdas e danos.” O prazo para obtenção da indenização é de 05 anos, sob pena de prescrição.
Gabarito oficial: A
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Comentários:
a) (incorreta) - A desapropriação urbanística não é a única exceção em que não há justa e prévia
indenização. Existem três tipos de desapropriação que são consideradas exceções à regra geral de
que toda desapropriação deve ser indenizada previamente em dinheiro. São elas: a desapropriação
sancionatória urbanística (art. 182, § 4º, III, da CR/88), a desapropriação rural (art. 184 da CR/88 -
também de caráter sancionatório) e a desapropriação confiscatória, que somente ocorrerá em caso
de tráfico de entorpecentes ou de plantações psicotrópicas (art. 243, CR/88). Nas duas primeiras, a
indenização será paga através de títulos, e não de dinheiro: na primeira, títulos da dívida pública
com prazo de resgate de até dez anos; na segunda, títulos da dívida agrária resgatáveis em até 20
anos. A última não confere ao proprietário direito indenizatório.
b) (incorreta): A desapropriação de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições
e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e se subordine à sua
fiscalização somente é vedada pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios, salvo
mediante prévia autorização, por decreto do Presidente da República, (art. 2º, § 3º, do Decreto-Lei
nº 3.365/41).
c) (correta): “Ainda que a finalidade não seja a que fora planejada antes, poderá o bem expropriado
ser utilizado para fins públicos – obras e serviços – sucedendo, então, o que a doutrina
convencionou denominar de tredestinação lícita, vale dizer, alteração da finalidade inicial para outra
finalidade pública”. (José dos Santos C. F.)
d) (incorreta) A Medida Provisória n.º 2.183-56, de 24/08/2001, introduzindo o art. 15-B no
Decreto-lei 3365/41, estabeleceu que os juros moratórios destinam-se a recompor a perda
decorrente do atraso no efetivo pagamento da indenização fixada na decisão final de mérito, e
somente serão devidos à razão de até seis por cento ao ano, a partir de 1º de janeiro do exercício
seguinte àquele em que o pagamento deveria ser feito, nos termos do art. 100 da Constituição.
Gabarito oficial: C
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Principais obras consultadas: JSCF, HLM, MSZP, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo.
Legislação básica: Art. 1º, § 2º, Lei 9.784/99; Art. 129, 131, CF.
TEORIA DO ÓRGÃO. Sendo pessoa jurídica, o Estado manifesta sua vontade através de
seus agentes, isto é, das pessoas físicas que pertencem a seus quadros. As teorias estão
voltadas para definir ou explicar a relação entre pessoa jurídica e o agente público. Dentre
as principais teorias, destacam-se: A) Teoria do mandato: O agente público tem com a
pessoa jurídica um contrato de mandato, ou seja, é como se o agente público e a pessoa
jurídica celebrassem um contrato de mandato para a expressão da vontade. Ora, se a pessoa
jurídica não tem vontade própria, dependendo da vontade do agente para manifestar-se,
como poderia celebrar um contrato com o agente se não tem vontade própria? Não há
possibilidade de aplicação dessa teoria, porque se não pode celebrar contrato sem agente,
não pode celebrar contrato de mandato com o próprio agente público. B) Teoria da
representação: Há uma relação semelhante à da tutela e curatela, ou seja, o agente público
é o representante da pessoa jurídica. Ora, se a pessoa jurídica é incapaz e precisa de um
representante, caso haja prejuízo, quem será responsabilizado? Mas se a pessoa jurídica é
tratada como incapaz como poderá ser responsabilizada? Então, essa teoria fere a CF/88,
porque a pessoa jurídica de direito público não é incapaz. Essa teoria não pode ser aplicada,
porque a regra é a responsabilidade do Estado e se ele é responsável, não pode ser tratado
como um incapaz. C) Teoria do órgão ou teoria da imputação (Otto Gierke): É a teoria
adotada no Brasil. A vontade do órgão é imputada à pessoa jurídica a cuja estrutura
pertence. Quando o agente público é investido no cargo, a lei determina a competência de
falar em nome da pessoa jurídica de direito público. A relação entre o Estado e o agente é
tratada pela lei. A vontade do agente se confunde com a vontade do órgão, ou seja, as duas
vontades são a mesma vontade, uma se confunde com a outra, é como se fosse uma vontade
só. Isso ocorre em decorrência da lei. O agente, quando investido no cargo, faz a vontade da
pessoa jurídica. Ou seja, a vontade da pessoa jurídica é imputada ao agente público, por
isso ser chamada de TEORIA DA IMPUTAÇÃO VOLITIVA (HELY LOPES
MEIRELLES). Esta teoria tem aplicação concreta na hipótese da chamada função de fato.
Basta a aparência da investidura e o exercício da atividade pelo órgão que os efeitos da
conduta vão ser imputados à pessoa jurídica.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
uma só unidade.
Segundo o art. 1º, §2º, da Lei 9.784/99, que regula o Processo Administrativo no âmbito da
Administração Pública Federal, órgão é “a unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração indireta”. No campo jurisprudencial,
a teoria do órgão tem servido ao Processo Civil para afirmar que, em regra, os órgãos
públicos não detêm legitimidade para atuar em juízo. A legitimidade processual é dada
somente às entidades detentoras de personalidade jurídica. Excepcionalmente, para defesa
de competências, atribuições e prerrogativas próprias, reconhece-se capacidade processual
aos órgãos públicos, v.g, Câmara Legislativa (TRF1/AMS200438020004890 - 27/7/2007).
O órgão público pode ser assim conceituado: “compartimento na estrutura estatal a que são
cometidas funções determinadas, sendo integrado por agentes que, quando as executam,
manifestam a própria vontade do Estado” (CARVALHO FILHO, p. 15).
Algumas características relevantes: 1. Os órgãos públicos não têm personalidade jurídica,
assim, não podem ser sujeitos de direitos e obrigações; 2. Os órgãos públicos não podem
assinar contratos, quem celebra os contratos é a pessoa jurídica. Mas, podem fazer licitação,
e ao final, o contrato será celebrado pela pessoa jurídica. Em que pese esta afirmação, o
direito posto prevê a possibilidade de avença envolvendo órgãos (§ 8º do art. 37, CF,
acrescido pela EC 19/98, o que é um absurdo, segundo CELSO ANTÔNIO); 3. Os órgãos
públicos não têm responsabilidade civil, será responsável a pessoa jurídica; 4. Os órgãos
públicos podem até ter CNPJ, mas não terão personalidade jurídica. Há instrução normativa
da Receita Federal dizendo que órgão público tem que ter CNPJ para controlar o uso do
dinheiro, mas não está relacionado à ideia de personalidade jurídica própria. Todo órgão
público tem que ter CNPJ, principalmente se recebe dinheiro; 5. Os órgãos públicos não
têm capacidade processual , mas podem ir a juízo, como sujeito ativo, em busca de
prerrogativas funcionais constitucionais. Deve-se registrar, entretanto, que parte da doutrina
(CARVALHO FILHO) restringe essa excepcional capacidade processual apenas para os
órgãos mais elevados do Poder Público, de envergadura constitucional, quando defendem
suas prerrogativas e competências (ex. Assembleias legislativas). Os conflitos de órgãos de
menor expressão seriam resolvidos na intimidade do ente público, forte no princípio da
hierarquia administrativa. Registre-se, por fim, que o mesmo autor critica uma solução
adotada em alguns julgados, em que se forma litisconsórcio entre a pessoa jurídica e o
órgão, uma vez que ou se atribui capacidade processual para o órgão defender seus
interesses em juízo ou esta defesa será feita pela pessoa jurídica interessada, sendo
desnecessária a de falta de técnica a duplicidade no polo da lide. Destaca-se ainda, que o
Código do Consumidor em seu art. 82, III, dispõe que são legitimados para promover a
liquidação e execução de indenização “as entidades e órgãos da administração pública,
direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à
defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código”. 6. São criados e extintos por
lei, mas a estrutura e atribuições podem ser regulamentadas por decreto do chefe do
executivo (art. 84, VI, a, CF), desde que não haja aumento de despesa.
Classificação dos órgãos: I. Quanto à posição estatal: a) independentes (art. 2º, CF/88) –
são órgãos que estão no topo do poder (chefias de cada um dos poderes políticos). Não há
hierarquia entre os órgãos, há uma relação de independência (mas devem trabalhar
harmonicamente), não há subordinação, o que existe é somente controle. Retiram
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Nos Estados-membros e no DF, por simetria, a representação judicial das pessoas de direito
público cabe aos Procuradores do Estado que integram a Procuradoria-Geral do Estado,
órgão da administração direta estadual. Diferente do que ocorre no plano federal, não há
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
órgão específico em matéria tributária e fiscal (PGFN), o que não impede a divisão interna
de matérias e tarefas entre os Procuradores.
Os Municípios, por fim, nos termos do art. 12, inciso II do Código de Processo Civil, são
representados em Juízo por seu Procurador ou pelo seu Prefeito. Há, assim, uma
legitimidade concorrente. Isso ocorre porque a representação do Município em regra é
atribuída ao Prefeito, somente se fazendo por Procurador se a lei local criar esse cargo.
Onde existir o cargo de Procurador, a citação é feita na pessoa deste, independente de
mandato – que sucede de lei. Onde não existir o cargo a citação é feita na pessoa do
Prefeito, que precisará outorgar mandato ao advogado encarregado de defender os
interesses do Município.
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Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR. Prova Objetiva Comentada
do 26º CPR. Neto, Costa e outros. Crimes e Infrações administrativas ambientais, 2ª ed.
Brasília jurídica, 2001.
Legislação básica: art.23,VI e VII, art.225 da CF, lei 9607/98, decreto 6514/08, lei
11.105/04, art.942 do CC.
O art. 225, § 3o, da CF previu a tríplice penalização do poluidor do meio ambiente: penal,
administrativa e civil, consagrando a regra da cumulatividade das sanções, até porque as
sanções administrativa, penal e cível protegem objetos distintos e estão sujeitas a regimes
jurídicos diversos.
Destaca-se que a segunda parte do §1º do art. 14 da Lei 6.938 prevê que “o Ministério
Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil
e criminal, por danos causados ao meio ambiente.” Conforme o enunciado nº 37 da Súmula
do STJ, são cumuláveis as pretensões de indenização por danos morais e materiais, sendo
amplamente reconhecida pela doutrina e jurisprudência a possibilidade de indenização por
danos extrapatrimoniais decorrentes do dano ambiental. (REsp 1114398/PR, 2ª Seção,
2012).
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
para a caracterização como sujeito ativo do crime ambiental: “sempre que se estiver
tratando de tipo criminal cometido por pessoa jurídica, faz-se mister a comprovação de que
de fato se está tratando de pessoas jurídicas, pois as simples sociedades de fato não estão
abrangidas pelo tipo legal. (...) não há possibilidade de se responsabilizar o infrator que não
se constitui previamente.”(Neto, Costa e outros, Crimes e Infrações administrativas
ambientais, 2ª ed. Brasília jurídica, 2001, pág. 64) São requisitos para a responsabilização
penal da pessoa jurídica: o benefício para a empresa do ato praticado, haver vinculação
entre a atividade da empresa e o ato praticado, a existência de vínculo entre a empresa e o
autor material do delito, e a utilização da estrutura da empresa para a prática do crime
ambiental. (op. cit. págs. 65-67). Para acrescentar: “A jurisprudência deste Sodalício é no
sentido de ser possível a responsabilidade penal da pessoa jurídica em crimes ambientais
desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa natural que atua em seu
nome ou em seu benefício.”(EDcl no REsp 865.864/PR, 5ª Turma, 2012). Destacam-se
alguns aspectos, em âmbito penal, da lei: a) a ação penal é pública incondicionada
(art.26); b) previsão de responsabilidade penal da pessoa jurídica art.3º); c) previsão
de penas restritivas autônomas para substituir as privativas de liberdade (art.6º),
sendo o rol mais extenso que o previsto no CP (art.8º); d) necessidade de prévia
composição do dano ambiental para ser efetuada a transação penal nos crimes de
menor potencial ofensivo, salvo impossibilidade (art.27) e e) necessidade de Laudo de
Reparação ambiental para sentença de extinção da punibilidade nos casos de
concessão do sursi, salvo impossibilidade (art.28).
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OBS: STF, ADI 1823/DF (1998) é inconstitucional portaria editada pelo IBAMA que
cominou penalidades: “Normas por meio das quais a autarquia, sem lei que o autorizasse,
instituiu taxa para registro de pessoas físicas e jurídicas no Cadastro Técnico Federal de
Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, e
estabeleceu sanções para a hipótese de inobservância de requisitos impostos aos
contribuintes, com ofensa ao princípio da legalidade estrita que disciplina, não apenas o
direito de exigir tributo, mas também o direito de punir.” Nessa linha segue o STJ: “a
jurisprudência firmada nesta Corte e no STF é no sentido de que o princípio constitucional
da reserva de lei formal traduz limitação ao exercício das atividades administrativas do
Estado. Precedentes. 3. Consoante já decidido pelo STF no julgamento da ADI-MC
1823/DF, é vedado ao IBAMA instituir sanções punitivas sem expressa autorização legal. 4.
Diante dessas premissas e, ainda, do princípio da tipicidade, tem-se que é vedado à referida
autarquia impor sanções por infrações ambientais prevista apenas na Portaria 44/93-N.
(REsp 1050381, 2ª Turma, 2008).
QUESTÕES OBJETIVAS
39. ANALISE OS ITENS ABAIXO E RESPONDA EM SEGUIDA:
I - No atual sistema jurídico-normativo brasileiro, as infrações administrativas ambientais
encontram-se exaustivamente descritas na lei, em estrita observância ao principio da reserva legal.
II - O Ministério Público tem legitimidade para promover responsabilidade civil por danos
ambientais patrimoniais ou extrapatrimoniais, de forma isolada ou cumulativa.
III - Por ser de natureza objetiva, a responsabilidade penal da pessoa jurídica por danos causados ao
meio ambiente caracteriza-se mediante a demonstração de nexo de causalidade entre a ação ou
omissão e o evento danoso independentemente de culpa.
IV - De acordo com o sistema de responsabilização previsto na Lei 9.605/98 a imposição de multa
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por infração administrativa ambiental, por ato da autoridade administrativa competente não impede
a cominação de multa, a titulo de sanção penal, por parte da autoridade judicial, pelo mesmo fato,
desde que tipificado em lei como crime.
a) ( ) O item II é verdadeiro e o item III é falso
b) ( ) Todos os itens são verdadeiros.
c) ( ) Somente o item II é verdadeiro.
d) ( ) Somente o item I é falso.
Comentários:
I - (correta): No regime da Constituição Federal de 1988, apenas a lei em sentido formal e material
pode tipificar infração e prever penalidades. Nesse sentido, julgou o STF uma ADI para considerar
inconstitucional uma portaria editada pelo IBAMA que cominou penalidades: “Normas por meio
das quais a autarquia, sem lei que o autorizasse, instituiu taxa para registro de pessoas físicas e
jurídicas no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de
Recursos Ambientais, e estabeleceu sanções para a hipótese de inobservância de requisitos impostos
aos contribuintes, com ofensa ao princípio da legalidade estrita que disciplina, não apenas o direito
de exigir tributo, mas também o direito de punir.” (ADI-MC 1823/DF, Relator Ministro Ilmar
Galvão, DJ de 16/10/1998). Nessa linha segue o STJ: “A jurisprudência firmada nesta Corte e no
STF é no sentido de que o princípio constitucional da reserva de lei formal traduz limitação ao
exercício das atividades administrativas do Estado. Precedentes. 3. Consoante já decidido pelo STF
no julgamento da ADI-MC 1823/DF, é vedado ao IBAMA instituir sanções punitivas sem expressa
autorização legal. 4. Diante dessas premissas e, ainda, do princípio da tipicidade, tem-se que é
vedado à referida autarquia impor sanções por infrações ambientais prevista apenas na Portaria
44/93-N. (REsp 1050381/PA, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em
16/12/2008, DJe 26/02/2009)
II - (correta): A segunda parte do §1º do art. 14 da Lei 6.938 prevê que “o Ministério Público da
União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por
danos causados ao meio ambiente.” Conforme o enunciado nº 37 da Súmula do STJ, são cumuláveis
as pretensões de indenização por danos morais e materiais, sendo amplamente reconhecida pela
doutrina e jurisprudência a possibilidade de indenização por danos extrapatrimoniais decorrentes do
dano ambiental. (REsp 1114398/PR, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado
em 08/02/2012, DJe 16/02/2012 e REsp 1120117/AC, Rel. Ministra ELIANA CALMON,
SEGUNDA TURMA, julgado em 10/11/2009, DJe 19/11/2009).
III -. (incorreta): A responsabilidade da pessoa jurídica será objetiva no âmbito civil, porque
decorrente do princípio poluidor pagador previsto no §1º do art. 14 da Lei 6.938. Nesse caso, há
necessidade de prova do nexo e o dano, independente de culpa. A responsabilidade penal prevista
no §3º do art. 225 da CRF e no art. 3º da Lei 9.605, por sua vez, é subjetiva, baseada na teoria da
culpabilidade. Há necessidade de constituição formal da pessoa jurídica, não bastando a sociedade
de fato para a caracterização como sujeito ativo do crime ambiental: “sempre que se estiver tratando
de tipo criminal cometido por pessoa jurídica, faz-se mister a comprovação de que de fato se está
tratando de pessoas jurídicas, pois as simples sociedades de fato não estão abrangidas pelo tipo
legal. (...) não há possibilidade de se responsabilizar o infrator que não se constitui
previamente.”(Neto, Costa e outros, Crimes e Infrações administrativas ambientais, 2ª ed. Brasília
jurídica, 2001, pág. 64) São requisitos para a responsabilização penal da pessoa jurídica: o benefício
para a empresa do ato praticado, haver vinculação entre a atividade da empresa e o ato praticado, a
existência de vínculo entre a empresa e o autor material do delito, e a utilização da estrutura da
empresa para a prática do crime ambiental. (op. cit. págs. 65-67). Para acrescentar: “A
jurisprudência deste Sodalício é no sentido de ser possível a responsabilidade penal da pessoa
jurídica em crimes ambientais desde que haja a imputação simultânea do ente moral e da pessoa
natural que atua em seu nome ou em seu benefício.”(EDcl no REsp 865.864/PR, Rel. Ministro
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da CF.
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Legislação básica. Lei 8.666/03; Art. 15, Lei 8.987/95; Art. 5º, XXXV; 22, XXVII; 37,
XXI, CF.
1. LICITAÇÃO: Introdução e conceito. O art. 22, inc. XXVII, diz ser da competência
privativa da União Federal legislar sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas
as modalidades, para a administração pública, direta e indireta, incluídas as fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas diversas esferas de governo, e empresas sob
seu controle.
“Atualmente, são tidas regras gerais a Lei n. 8666/93 e a Lei n. 10.520/02. Para os contratos
administrativos tal rótulo é atribuído à Lei 8.987/95 e à Lei n. 11.079/04. Além dessas
regras gerais que servem para todos os entes e todas as formas de contratação, atualmente,
o legislador vem definindo normas gerais para contratações específicas, como o que
ocorreu com a Lei n. 12.232/2010, que dispõe sobre licitação e contratação pela
Administração Pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de
propaganda, além de outras providências” (MARINELA: 2012, p. 347).
De seu turno, ressaltando o princípio constitucional da impessoalidade, o Poder
constituinte derivado estipulou, no art. 37, XXI, da CF/88, que “... ressalvados os casos
especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá exigências de
qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações”. JOSÉ AFONSO DA SILVA demonstra de forma clara duas faces deste
princípio-base: a) Impessoalidade com relação ao agente da administração: o executante
da atividade-meio em busca de um fim específico definido pela lei, pouco importando sua
vontade e desejo; e b) Impessoalidade com relação ao administrado: o serviço será
prestado de forma a não se observar suas características subjetivas. Importa destacar, por
fim, que a EC 19/98, alterando o art. 173, § 1º da CF/88, faz previsão de lei que estabeleça
o estatuto jurídico de empresas públicas e sociedades de economia mista, dispondo, entre
outros aspectos, sobre licitação para tais entidades. Destarte, abriu-se ensejo para um
regime jurídico diferenciado. No plano infraconstitucional, a lei reguladora das licitações é
a Lei nº 8.666/93. De uma forma clara e sintética define HELY LOPES MEIRELLES a
licitação como “o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública
seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse” e a promove o
desenvolvimento nacional sustentável (Lei 8.666/93, art. 3º, “caput”).
2. PRESSUPOSTOS DA LICITAÇÃO: a) Pressuposto lógico: existência de uma
pluralidade de objetos (o objeto não pode ser singular) e pluralidade de ofertantes;
b)Pressuposto jurídico: no caso concreto, a licitação deve ser o meio apto, ao menos em
tese, para a Administração acudir ao interesse que deve prover. Caso isso não seja possível,
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irregularidade praticada pela licitante vencedora, que não atendeu a formalidade prevista
no edital licitatório, não lhe trouxe vantagem nem implicou prejuízo para os demais
participantes, bem como se o vício apontado não interferiu no julgamento objetivo da
proposta, não se vislumbrando ofensa aos demais princípios exigíveis na atuação da
Administração Pública, correta é a adjudicação do objeto da licitação à licitante que
ofereceu a proposta mais vantajosa, em prestígio do interesse público, escopo da atividade
administrativa”. O edital/carta convite deve ser publicada com antecedência mínima da
data fixada para apresentação dos envelopes referentes à habilitação e propostas: 45 dias –
no caso de licitação na modalidade Concurso e na modalidade Concorrência, quando o
contrato a ser celebrado for no regime de empreitada integral ou quando o tipo for melhor
técnica ou técnica e preço; 30 dias para as demais hipóteses de licitação na modalidade
Concorrência e Tomada de preços, quando o tipo for melhor técnica ou técnica e preço; 15
dias para as demais hipóteses de licitação na modalidade Tomada de preços e na
modalidade Leilão; 08 dias úteis para Licitação na modalidade Pregão; 05 dias úteis para
Licitação na modalidade Convite. Se houver modificação superveniente do edital, a
Administração tem duas obrigações: divulgar a modificação pela mesma forma em que se
deu o texto original e reabrir o prazo estabelecido no início, salvo quando a alteração não
afetar a formulação da proposta. Se o edital tiver alguma irregularidade, é assegurado a
qualquer cidadão impugná-lo, protocolando o pedido até cinco dias antes da data
designada para a abertura dos envelopes de habilitação, cabendo à Administração
decidi-la no prazo de três dias, sem excluir o direito de representação ao Tribunal de Contas
respectivo. Além do cidadão, a lei assegurou também ao licitante a faculdade de
impugnação aos termos do edital. Seu prazo é de até dois dias de antecedência a data
aprazada para abertura dos envelopes referentes a habilitação. Os prazos para impugnação
são decadenciais. Para evitar qualquer represália contra o licitante que fez a impugnação, é
a ele garantida a participação no certame até a decisão final sobre o que suscitou na
representação. Destaca-se ainda que a Administração pode cobrar pelo edital, mas não pode
ser um instrumento de arrecadação. Deverá cobrar apenas o custo de sua reprodução.
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O procedimento seletivo se desenrola com a abertura dos envelopes para habilitação e das
propostas, os quais devem ocorrer em ato público, com data previamente fixada.
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válidos, aferidos por critérios administrativos efetivos, não é devida qualquer indenização
aos licitantes, nem particularmente ao vencedor, desde que o ato seja anterior à
homologação. Para CELSO ANTÔNIO, com ou sem previsão legal, o licitante vencedor
cuja proposta haja sido satisfatória terá, no caso de revogação lícita, direito a ser indenizado
pelas despesas em que incorreu para disputar o certame. Se a revogação for ilicitamente
efetuada e, por qualquer razão, não mais existirem meios de assegurar a efetivação do
contrato, aquele que teria direito a ele fará jus a uma indenização que acoberte, já agora,
não apenas as despesas que efetuou para disputar o certame, mas também o que perdeu e
deixou de ganhar em decorrência do ato ilícito que lhe frustrou os proveitos que auferiria
com o contrato.
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praticou o ato recorrido, embora por intermédio desta. A interposição do recurso precisa ser
comunicada aos demais licitantes, porque estes têm o direito de impugná-lo. Esclareça-se,
por último, que, transcorrido in albis o prazo recursal, a decisão administrativa torna-se
imutável no âmbito da Administração, operando-se o fenômeno da preclusão
administrativa. O controle exercido pelo Poder Judiciário, por sua vez, decorre do direito
fundamental, previsto no art. 5º, XXXV, consagrado no próprio princípio da
inafastabilidade da jurisdição. Contudo, deve-se ter em mente que não é dado ao Judiciário
revogar atos administrativos, devendo, se for o caso, decretar a nulidade dos atos eivados
de ilegalidade (legalidade aferida em sentido amplo, a englobar os princípios
constitucionais da administração pública) editados durante o procedimento licitatório. Não
pode, invadir o mérito do ato administrativo, sob pena de malferir o princípio da separação
dos poderes. Em regra, somente pode ser realizado após a prática do ato (controle a
posteriori). Situações excepcionais, entretanto, autorizam o controle de forma prévia, com
fundamento no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal, visando afastar o risco de lesão
irreparável pelo decurso do tempo (ameaça de lesão).
6. Casuística:
MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO QUE
DETERMINOU A NÃO-PRORROGAÇÃO DE CONTRATO ADMINISTRATIVO.
INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 1. Não há direito líquido e certo à
prorrogação de contrato celebrado com o Poder Público. Existência de mera expectativa de direito,
dado que a decisão sobre a prorrogação do ajuste se insere no âmbito da discricionariedade da
Administração Pública, quando embasada em lei. 2. A REPRESENTAÇÃO AO TRIBUNAL DE
CONTAS DA UNIÃO CONTRA IRREGULARIDADES EM PROCESSO LICITATÓRIO NÃO
ESTÁ LIMITADA PELO PRAZO DO § 2º DO ART. 41 DA LEI 8.666/93. 3. SEGURANÇA
DENEGADA. (MS 27.008, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em
17/02/2010, DJe-045 DIVULG 11-03-2010 PUBLIC 12-03-2010 EMENT VOL-02393-02 PP-
00301 RT v. 99, n. 896, 2010, p. 106-108).
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Legislação básica: Art. 23, da Constituição Federal de 1988, Arts. 1º, 2º, 3º, 4º, 6º, 8º, 9º,
9-A, 11, 17 e 17-B, Lei 6.938/81; Art. 5º, Decreto 99.274/90; Art. 7º, Lei 10.683/03; Art. 2º,
Res. CONAMA 01/86.
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Órgão Superior: Conselho de Governo (art. 7, caput, da Lei 10.683/03). Atua também por
meio de suas Câmaras. Câmara de Políticas de Recursos Naturais (Dec. 11696/95). É
composta somente por representantes de órgãos do Governo Federal. Tem por objetivo
formular políticas públicas e diretrizes relacionadas com os recursos naturais. Assessora o
presidente da República na formulação da política nacional e nas diretrizes governamentais
para o meio ambiente e os recursos ambientais.
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gestão de florestas públicas no âmbito federal (inclusive das concessões florestais) e gestor
do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal
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Princípios da política nacional do meio ambiente: (art. 2º, da Lei 6.938/81: I - ação
governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente
como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista
o uso coletivo; II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; III -
planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais; IV - proteção dos
ecossistemas, com a preservação de áreas representativas; V - controle e zoneamento das
atividades potencial ou efetivamente poluidoras; VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de
tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos ambientais; VII -
acompanhamento do estado da qualidade ambiental; VIII - recuperação de áreas
degradadas; IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação; X - educação ambiental a
todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la
para participação ativa na defesa do meio ambiente). Os incisos do art. 2º relacionam
programas, metas ou modalidades de ação, e não verdadeiramente “princípios”. De acordo
com Milaré, os princípios da Política Nacional do Meio Ambiente não se confundem, nem
se identificam com os princípios de Direito do Ambiente. São formulações distintas,
embora convirjam para o mesmo grande alvo, a qualidade ambiental e a sobrevivência do
planeta; por conseguinte, eles não poderão ser contraditórios.
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10.257/01).
(7) Sistema nacional de informações sobre o meio ambiente (SINIMA) – é responsável por
organizar, sistematizar e divulgar as informações ambientais dos órgãos e entes integrantes
do SISNAMA, nos três níveis de governo. Decorre do princípio da informação. O SINIMA
possui três eixos estruturantes: o desenvolvimento de ferramentas de acesso à informação
baseadas em sistemas computacionais livres; a sistematização de estatísticas e elaboração
de indicadores ambientais; e a integração e interoperabilidade de sistemas de informação.
Alerta, contudo, Milaré, que, como anotado no documento intitulado Geo-Brasil 2002 –
Perspectivas do meio ambiente no Brasil, o propósito da difusão das informações colhidas
pelo SINIMA nunca se tornou viável, uma vez que os órgãos responsáveis pela coleta e
armazenamento de informações e dados de natureza ambiental nunca quiseram
disponibilizá-los, por temerem a perda do controle sobre as informações e a
responsabilidade por sua gestão (Milaré, p. 464);
(9) Penalidades disciplinares – cuida-se do poder de polícia ambiental conferido aos entes e
órgãos integrantes do SISNAMA para a aplicação de penalidades pelo cometimento de
infrações administrativas ambientais;
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(11) Garantia de acesso a informações relativas ao meio ambiente – Milaré ensina que,
através desse instrumento (que nada mais é do que uma garantia constitucional – converge
para o direito insculpido no art. 5º, XXXIII da CRFB), associado ao SINIMA, torna-se
possível o cumprimento de um dos objetivos da PNMA, que visa à “difusão de tecnologias
de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais e à formação
de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e
do equilíbrio ecológico” (Milaré, pp. 471-472);
(12) Cadastro técnico federal de atividades potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos
recursos ambientais – objetiva o registro obrigatório de pessoas físicas ou jurídicas que se
dedicam a atividades potencialmente poluidoras e/ou a extração, produção, transporte e
comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim como de
produtos e subprodutos da fauna e flora. O certificado de registro não desobriga as pessoas
físicas ou jurídicas inscritas no cadastro de obter as licenças, autorizações, permissões ou
concessões, os alvarás e outros documentos obrigatórios para o exercício de suas atividades
(Milaré, p. 474). Esse instrumento nasceu e permaneceu, no decorrer das alterações
legislativas, atrelado à cobrança da Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), o
que, para Milaré, representa um evidente desvio de sua finalidade maior, que é possibilitar a
melhor instrução dos processos decisórios em matéria ambiental (Milaré, p. 474). Essa taxa
tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia (art. 17-B). Tanto o cadastro
técnico federal quanto a TCFA aplicam-se a cada estabelecimento, individualmente
considerado (Milaré, p. 475). Jurisprudência: “É condição constitucional para a cobrança
de taxa pelo exercício de poder de polícia a competência do ente tributante para exercer a
fiscalização da atividade específica do contribuinte (art. 145, II da Constituição). Por não
serem mutuamente exclusivas, as atividades de fiscalização ambiental exercidas pela
União e pelo estado não se sobrepõem e, portanto, não ocorre bitributação.” (STF, AgR no
RE 602089); o STF assentou também que a receita da empresa pode ser utilizada como
critério para aferir o seu potencial poluidor e, assim, fixar o valor da TCFA (STF, AgReg no
AI 746.875);
(13) Instrumentos econômicos – esse instrumento foi criado recentemente, pela Lei
11.284/06, acompanhando a previsão do Princípio 16 da Declaração Rio-92, o qual dispõe
que “as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos
ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a
qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao
interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos
internacionais”. A lei traz um rol exemplificativo desses instrumentos: a) servidão
ambiental – consiste na possibilidade de o proprietário renunciar, em caráter permanente ou
temporário, total ou parcialmente, ao direito de uso, exploração ou supressão de recursos
naturais existentes na propriedade, mediante a anuência do órgão ambiental competente
(art. 9º-A, caput). Não pode ser instituída sobre áreas de preservação permanente e reservas
legais (§ 1º). A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servidão ambiental
deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a reserva legal florestal (§ 2º). A servidão
ambiental deve ser averbada à margem da matrícula no Cartório de Registro de Imóveis (§
3º), permitindo-se que a área utilizada para a servidão ambiental seja objeto de
compensação de reserva legal, o que obriga a averbação dos imóveis envolvidos (§ 4º).
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(26º CPR) 24) SISNAMA: órgãos e instrumentos. Proeminência da UF. Há violação ao pacto
federativo? Os SISNAMA teve sua origem no Decreto 73.030/73 que criou a Secretaria Especial do
Meio Ambiente (SEMA). Não tem personalidade jurídica e é composto por órgãos e entidades
federais, estaduais e municipais (TRENNEPOHL, Terence Dornelles. Fundamentos de Direito
Ambiental. 2007. p.84). São eles: 1) Órgão superior: Conselho de Governo (órgão integrante da
Presidência da República); 2) Órgão 3) consultivo e deliberativo: CONAMA; 4) Órgão central
órgão executor: Secretaria do Meio Ambiente transformada em Ministério do Meio Ambiente pelo
art. 21 da Lei 8490/1992; 5) Órgãos executores: IBAMA e ICMBio; 6) Órgãos seccionais: órgão ou
entidades estaduais responsáveis pelo Meio Ambiente; 7) Órgãos locais: órgão ou entidades
municipais responsáveis pelo Meio Ambiente. Os instrumentos que detém tais órgãos para a
promoção da Política Nacional do Meio Ambiente são: a) Estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental; b) Zoneamento ambiental; c) Avaliação de impacto ambiental; d) Licenciamento e
revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras; e) Incentivos à produção e instalação de
equipamento e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade
ambiental; f) Criação de reservas e estações ecológicas, APAs e as de relevante interesse ecológico
no âmbito de todas as esferas políticas; g) O SISNIMA; h) O Cadastro Técnico Federal de
Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; i) As penalidades disciplinares ou compensatórias
ao não-cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção de degradação ambiental;
j) Relatório de Qualidade do meio Ambiente a cargo do IBAMA; k) Prestações de informações
relativas ao meio ambiente; l) Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente poluidoras
e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; m) Instrumentos econômicos, como concessão florestal,
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servidão ambiental, seguro ambiental e outros. Não há violação ao pacto federativo, uma vez que
garantida a presença de órgãos ou entidades ambientais estaduais (seccionais) e municipais (locais)
no SISNAMA. Trata-se de uma rede de agências governamentais, nos três níveis da federação.
Além disso, no plenário do órgão consultivo e deliberativo do sistema, CONAMA, tem assento e
voto representantes dos governos estaduais (um de cada estado e DF) e municipais, nos termos do
art. 5º do Decreto 99.274/1990. (GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito Ambiental. 2012. p.105).
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Legislação básica: Art. 5º, XXXV, CF; art. 2o, Lei n. 9.784/99.
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do atendimento das imposições legais, diversamente do que ocorre nos atos discricionários,
em que, além dos elementos sempre vinculados (competência, finalidade e forma),
outros existem (motivo e objeto), em relação aos quais a Administração decide
livremente e sem possibilidade de correção judicial, salvo quando seu proceder caracterizar
excesso ou desvio de poder. Bandeira de Mello, em posição minoritária, sustenta que pode
haver certa discricionariedade até mesmo quanto à finalidade do ato. Assevera que o fim é
sempre vinculante, à medida que só pode ser perseguido o interesse público; contudo, para
o citado autor, a expressão interesse público é dotada de certo grau de subjetivismo e
comporta, assim, um juízo discricionário (MELLO, p. 431).
a) para designar situações em que a lei pressupõe que a conduta administrativa a ser
adotada depende de uma averiguação técnica conclusiva. Ex: a lei dispõe que devem ser
abatidos animais portadores de febre aftosa. Nesse caso, a decisão do abate será precedida
de parecer técnico conclusivo no sentido da existência da doença. Mello destaca que no
caso não há propriamente discricionariedade, posto que a avaliação técnica servirá apenas
para confirmar ou não a presença de um pressuposto legal;
b) para indicar situações em que, embora o ato a ser praticado pressuponha uma
averiguação técnica, a lei regente da matéria confere à Administração o dever de avaliar se
a ocorrência do fato referido na legislação, tem ou não, nível de importância ou gravidade
capaz de impor uma só conduta por parte do administrador. Ex: as condições de higiene e
segurança de uma construção, apesar de não satisfatórias tecnicamente, podem ser
toleradas, segundo a conveniência e a oportunidade administrativas, ao tempo em que o
administrador pode entender que atendem a um patamar mínimo de suficiência (MELLO,
p. 437 e 438).
O Judiciário, salvo alguma ilegalidade, não pode substituir, pelo seu juízo, o mérito do ato
administrativo, sob pena de afronta à separação dos poderes.
Entretanto, no atual cenário do ordenamento jurídico, reconhece-se a possibilidade de
análise pelo Judiciário dos atos administrativos que não obedeçam à lei, bem como
daqueles que ofendam princípios constitucionais, tais como: a moralidade, a eficiência, a
razoabilidade, a proporcionalidade, além de outros. Dessa forma, o Poder Judiciário poderá,
por vias tortas, atingir a conveniência e a oportunidade do ato administrativo discricionário,
mas tão somente quando essas forem incompatíveis com o ordenamento vigente, portanto,
quando for ilegal (MARINELA: 2012, p. 285).
Discricionariedade é diferente de Interpretação: interpretação é uma operação lógica
que antecede tanto ao exercício da discricionariedade, quanto à própria prática do ato
vinculado, que se revela em um único caminho possível a ser trilhado pelo administrador.
Realizada a interpretação, se remanescer ao administrador uma pluralidade de resultados
possíveis, estaremos na seara da discricionariedade. Se não remanescer dúvidas sobre a
correta providência, não se caracterizará discricionariedade.
Limite do exercício do poder discricionário: 1. Lei: a descrição deve ser exercida dentro
dos limites da lei; 2. Finalidade pública: a não observância gera a invalidade do ato
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Casuística:
JURISPRUDÊNCIA: STJ -DIREITO ADMINISTRATIVO. PRORROGAÇÃO DO PRAZO
DE VALIDADE DE CONCURSO PÚBLICO. ATO DISCRICIONÁRIO. A prorrogação do
prazo de validade de concurso público é ato discricionário da administração, sendo vedado ao Poder
Judiciário o reexame dos critérios de conveniência e oportunidade adotados. Precedentes citados:
RMS 25.501-RS, DJe 14⁄9⁄2009; MS 9909-DF, DJ 30⁄3⁄2005. AgRg no AREsp 128.916-SP, Rel.
Min. Benedito Gonçalves, julgado em 23/10/2012. (Informativo 507 do STJ).
MS. SERVIDOR. ATO. REDISTRIBUIÇÃO. A recorrente insurge-se contra o ato do Ministro da
Defesa que a removeu, de ofício, do extinto Departamento de Aviação Civil - DAC para o Comando
Aéreo Regional III. Alega que preenche todos os requisitos legais para ser redistribuída à Anac,
especialmente porque todos os servidores optantes que ocupavam o cargo de agente administrativo
ou de técnico de assuntos educacionais e integravam o Comando da Aeronáutica foram, com a
extinção do Departamento de Aviação Civil, redistribuídos para o quadro da Anac. Mas a Seção
denegou a ordem em mandado de segurança ao entendimento de que o ato de redistribuição de
servidor público é instrumento de política de pessoal da Administração, que deve ser realizada no
estrito interesse do serviço, levando em conta a conveniência e a oportunidade da transferência do
servidor para as novas atividades. O controle judicial dos atos administrativos discricionários deve-
se limitar ao exame de sua legalidade, eximindo-se o Judiciário de adentrar a análise de mérito do
ato impugnado. Precedente citado: REsp 187.904-SC, DJ 4/6/2001. MS 12.629-DF, Rel. Min. Felix
Fischer, julgado em 22/8/2007. (Informativo 328 do STJ).
CONCURSO PÚBLICO. JUIZ. VIDA PREGRESSA. A análise da conduta pessoal e social do
candidato é ato discricionário e não vinculado, porém, delimitada a existência e feita a valoração,
está sujeita aos princípios da motivação dos atos administrativos (impessoalidade, licitude e
publicidade), não podendo revestir-se de subjetividade. Certificado pela OAB que não há
procedimento disciplinar contra o candidato, é nulo, por falta de motivação, o ato que lhe obstara o
ingresso na carreira de Juiz estadual baseado, real e exclusivamente, nesse fundamento. RMS
11.336-PE, Rel. Min. Jorge Scartezzini, julgado em 7/11/2000. (Informativo 77 do STJ).
159
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160
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Legislação básica: Art. 37, XXI da CF/88; arts. 55, 57, 58, 60, 65, 67, 78, 80, 86 e 88, Lei
n. 8.666/93; art. 39, Lei 8987/95; art. 7o, Decreto-lei 271/67.
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aceitar alterações ou supressões no contrato que resultem em até 25% do valor do contrato,
ou até 50 % no caso de reforma de edifício ou equipamento. (Art. 65, §1o, Lei 8666/93). Há
certa divergência na doutrina sobre o alcance do mencionado dispositivo que fixa os limites
de alteração contratual. Para Marçal Justen Filho, tais limites não se aplicariam às
alterações qualitativas por serem com elas incompatíveis pela sua própria natureza. Para
Carvalho Filho, o mencionado §1o não faz qualquer distinção entre os tipos de alteração
contratual, não cabendo ao intérprete fazê-lo. Logo, conclui que tais limites são aplicáveis
tanto às limitações quantitativas, como às qualitativas. Esses limites não podem ser
excedidos, salvo se a hipótese for de supressão consensual (art. 65, § 2o, Lei 8666/93).
Registre-se que se o contratado já houver adquirido os materiais necessários ao
cumprimento do objeto contratual e os tiver colocado no lugar da execução, a
Administração, no caso de supressão, poderá estar sujeita a duplo ônus: i) ficará obrigada a
reembolsar o contratado pelos custos do material adquirido; ii) terá o dever de indenizar o
contratado por outros danos decorrentes da supressão. Nas duas situações, cumpre ao
contratado comprovar tais custos e prejuízos (art. 65, §4o, Lei 8666/93). Segundo Carvalho
Filho: não se submetendo às alterações, o contratado é considerado como descumpridor do
contrato, dando margem a que a Administração rescinda o ajuste, atribuindo-lhe culpa pela
rescisão (CARVALHO FILHO, p. 193). Se a alteração imposta aumentar os encargos do
particular contratado, ele terá o direito de receber as diferenças respectivas (art. 65, §6o); o
mesmo ocorrerá se forem criados tributos ou encargos legais que tenham repercussão no
preço e venham a ocorrer após a celebração do ajuste. Recorde-se que a alteração bilateral
não constitui cláusula exorbitante, já que resulta da vontade das partes.
162
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4) Fiscalização do contrato. Nos termos do art. 67 da Lei 8666/93, deverá ser designado um
representante da administração para acompanhar e fiscalizar a execução do contrato,
permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes
a essa atribuição. Trata-se de poder-dever permanente, isto é, abrange todo o período de
execução do contrato. A fiscalização não exclui ou reduz a responsabilidade do contratado
pelos danos que venha a causar a terceiros (art. 70, Lei 8.666/93)
5) Ocupação provisória dos bens. Tal ocupação pode ocorrer em duas situações distintas
(art. 58, V, Lei 8666/93): a) como medida acautelatória para a apuração de irregularidade na
execução do contrato; b) imediatamente após a rescisão unilateral do contrato.
163
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Casuística:
164
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165
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N. 8.666/1993, que admite a rescisão unilateral do contrato administrativo com base em razões
de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas
pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordinado o contratante e
exaradas no processo administrativo a que se refere o contrato. Assim, consignou-se que, no
caso, o benefício financeiro apontado pela municipalidade poderia deixar de existir se a instituição
financeira recorrente, por razão da demora na contratação, retirasse a sua proposta contratual.
Portanto, coube ao administrador rapidamente avaliar as circunstâncias, o contrato anterior com o
banco recorrido e a proposta da recorrente para decidir a respeito da nova contratação e da rescisão
da anterior. Frisou-se não se tratar, na espécie, de ato meramente discricionário, mas de ato
rescisório vinculado à sua motivação, indissociável do efetivo interesse público. Com isso, a revisão
da decisão tomada pelo administrador, mesmo em relação à possível intervenção do Poder
Judiciário, é muito restrita, atendo-se, a rigor, à existência de motivação e da presença dos
respectivos fatos. Desse modo, a concessão de amplo direito de defesa ao contratado é inócua, já
que também não pode impedir a rescisão diante do interesse público revelado pelo administrador.
Por fim, observou-se ser o interesse do contratante protegido mediante a garantia legal de que fará
jus à indenização dos danos decorrentes da rescisão contratual, conforme estabelece o art. 79, § 2º,
da Lei n. 8.666/1993, não podendo a ausência de procedimento administrativo ou de prévia
notificação acarretar o restabelecimento da relação contratual contrariamente ao interesse público.
Dessarte, deu-se provimento aos recursos especiais para denegar a segurança, ressalvando-se a
possibilidade de ser questionada a indenização dos danos decorrentes da rescisão contratual pelos
meios próprios. REsp 1.223.306-PR, Rel. originário Min. Mauro Campbell Marques, Rel. para
o acórdão Min. Cesar Asfor Rocha, julgado em 8/11/2011.
Comentário: Sobre a teoria do fato do princípe CABM explica que: “De acordo com a teoria do
fato do princípe, o poder concedente deverá indenizar integralmente o concessionário quando, por
ato seu, agravar a equação econômico-financeira da concessão em detrimento do concessionário,
salvo se a medida gravosa corresponder a ônus imposto aos administrados em geral cuja
repercussão não atinja direta ou especificamente as prestações do concessionário”.
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167
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Legislação básica: Arts. 182 e 183, CF; Arts. 5º, XXIII, 21, XX e 30, VIII, CF; Estatuto
das Cidades (Lei 10.257/2001).
Tema inserido no contexto do meio ambiente artificial, compreendido pelo espaço urbano
construído (espaço urbano fechado = conjunto de edificações; espaço urbano aberto =
equipamentos públicos), bem como por todos os espaços habitáveis pelo homem. O termo
“urbano” não se contrapõe a “campo” ou “rural”, pois qualifica todos os espaços habitáveis,
ligando-se ao território, abrangendo todos. A cidade, com o advento da CF88, passa a ter
natureza jurídica de bem ambiental.
b) a garantia do bem estar dos seus habitantes. Notar aqui que a referência ao termo
“habitante” abrange qualquer indivíduo que esteja no território, e não somente domiciliados
e residentes. Os parâmetros do cumprimento da função social da propriedade urbana são
extraídos dos §§ 1º e 2º do art.182 da CF c/c art. 39 da Lei 10.257/01 (quando atende às
exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor, assegurando o
atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao
desenvolvimento das atividades econômicas, respeitadas as diretrizes previstas no art. 2º).
Conjugando os arts. 30, VIII, e 182 da CF, verificamos que o Poder Público municipal
recebeu do texto constitucional o dever de promover o adequado ordenamento territorial, de
acordo com o planejamento e controle do uso do parcelamento e da ocupação do solo
urbano, observadas as diretrizes da lei federal. O solo urbano e as funções sociais da cidade
estão atrelados, já que é naquele que esta se projeta, externando-se em formas e ocupação
168
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Há três situações nas quais a propriedade urbana não atende sua função social: não
edificação, subutilização e não utilização. O critério da intensidade de uso da propriedade
urbana para atividades urbanas tem que ser compatível com a capacidade de infraestrutura
urbana de equipamentos e serviços.
Para a propriedade urbana atender a sua função social é preciso que exista um grau de
razoabilidade entre a intensidade de seu uso com o potencial de desenvolvimento das
atividades de interesse urbano. Por exemplo, para áreas de preservação de manancial, a
implantação de um loteamento urbano com alta densidade populacional, sem dúvida, estará
desrespeitando o critério da existência de infraestrutura, e não atenderá ao princípio da
função social da propriedade.
Cabe à União traçar normas gerais e parâmetros para a consecução dos objetivos de
desenvolvimento da política urbana (art. 21, XX, CF) e aos Estados e Municípios, em
especial aos últimos, a execução das medidas, no interesse local.
O direito à concessão de uso especial para fins de moradia foi reconhecido pela
Constituição Federal, nos termos do parágrafo primeiro do artigo 183. Na medida em que é
vetada a aquisição do domínio pleno sobre as terras públicas através de usucapião, esta
concessão é instrumento hábil para a regularização fundiária das terras públicas
informalmente ocupadas pela população de baixa renda.
A definição de Hely Lopes Meirelles resume muito bem a tarefa primordial do urbanismo
que é resolver os problemas e confiltos ocorridos na cidade: “Urbanismo é o conjunto de
medidas estatais destinadas a organizar os espaços habitáveis, de modo a propiciar
melhores condições de vida ao homem na comunidade, entendido como espaços habitáveis,
1
O Estatuto da Cidade e o Meio Ambiente (autor: Élisson Cesar Prieto). Artigo destinado ao IV Congresso Brasileiro de
Direito Urbanístico São Paulo, 05 a 09 de dezembro de 2006 (encontrado em
http://www.ibdu.org.br/imagens/OEstatutodaCidadeeoMeioAmbiente.pdf)
169
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
todas as áreas e que o homem exerce coletivamente qualquer das quatro funções sociais:
habitação, trabalho, circulação e recreação”.
Na verdade, essas funções sociais da cidade são interesses difusos, isto é, de toda a
coletividade, cujos sujeitos não são determinados. A cidade, para cumprir então suas
funções sociais, deve garantir a todos os cidadãos, indistintamente, o direito e a garantia e
coletiva individual e coletiva ao meio ambiente, à moradia, à terra urbana, ao saneamento e
infra-estrutura, ao transporte e serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, tanto para as
gerações presentes, quanto para as futuras.
É com base nessa argumentação que o poder público, para atender as funções sociais da
cidade, pode e deve redirecionar os recursos e a riqueza de forma mais justa, com vistas a
combater as situações de desigualdade econômica e social vivenciadas em nossas cidades.
Além disso, o poder público deve estabelecer regras jurídicas para determinar, por exemplo,
a disciplina do uso e ocupação do solo, a regulação do sistema viário, o planejamento
urbano. Essas regras constituem o direito das relações sociais na cidade, conhecido como
direito urbanístico, que teve sua consolidação normativa a partir da Constituição Federal de
1988.
A Constituição, estabeleceu um capítulo sobre a Política Urbana, em que fora explicitado o
princípio das funções sociais da cidade como constante da política de desenvolvimento
urbano no país, como se denota do próprio texto: CF, Art. 182. A política de
desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes
gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
O dispositivo legal enquadra-se na concepção de que o desenvolvimento urbano tem por
objetivo a implementação das funções sociais da cidade para garantir o bem-estar dos
cidadãos. No Brasil, a brusca urbanização nos grandes centros elevou os problemas socais
provocando tensões agudas, que necessitam, ainda hoje, urgentemente de soluções
elaboradas a partir de um desenvolvimento urbano includente. A Constituição de 1988,
espelha esse ideal da sociedade ao definir que os objetivos da política de desenvolvimento
urbano são as funções sociais da cidade e o bem-estar dos cidadãos.
Mais tarde, a lei federal de desenvolvimento urbano, que conhecemos como Estatuto da
Cidade, veio explicitar o significado desse direito à cidade, nos seguintes termos: “a
garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços
públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações” (Artigo 2º, inciso I).
Na acepção de Nelson Saule Júnior, esse direito à cidade sustentável “compreende os
direitos inerentes às pessoas que vivem nas cidades de ter condições dignas de vida, de
exercitar plenamente a cidadania, de ampliar os direitos fundamentais (individuais,
econômicos, sociais, políticos e ambientais), de participar da gestão da cidade, de viver
num meio ambiente ecologicamente equilibrado e sustentável”.
O que se pode concluir, portanto, é que as cidades também devem cumprir determinadas
funções sociais para o bem-estar da coletividade. E essas funções sociais da cidade estão
atreladas ao meio ambiente, que assegura a qualidade de vida das populações que vivem em
170
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
assentamentos urbanos. Dessa análise, devemos partir para o significado da relação das
estões urbanas e ambientais nas cidades.
Disciplina, mais que o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, em consonância
com os artigos 182 e 183, as principais diretrizes do meio ambiente artificial, fundado no
equilíbrio ambiental, a segurança e o bem estar dos cidadãos (art. 1º da Lei 10.257/2001).
A execução da política urbana determinada pelo Estatuto deve ser orientada pelos principais
objetivos do direito ambiental constitucional e especificamente pela realização dos valores
estabelecidos no art. 1º da CF. A propriedade urbana deixa de ser considerada simples
imóvel localizado dentro de limites impostos pelo legislador, assumindo feição
metaindividual.
O Plano Diretor é requisito obrigatório para o poder público municipal aplicar, de forma
sucessiva, o parcelamento ou edificação compulsórios (art. 5º e 6º), imposto sobre a
propriedade predial e territorial progressivo no tempo (art. 7º) e a desapropriação para fins
de reforma urbana (art. 8°), ao proprietário de imóvel urbano nos termos do parágrafo 4º do
artigo 182. Não é válida previsão genérica de parcelamento, edificação ou utilização. É
necessário que, além da existência do plano diretor, seja editada, em cada caso, uma lei
municipal específica, prevendo a instituição da obrigação em uma área determinada.
– arts. 43 a 45). As diretrizes gerais da política urbana restam estabelecidas no artigo 2º, da
Lei 10.257/2001.
Tema interessante abordado por Fiorillo diz respeito à natureza jurídica das favelas:
diferencia o autor entre porções da cidade que seguem os regulamentos e planos
urbanísticos, chamados de “estabelecimentos regulares”, e os que não seguem, organizados
pela própria população, sendo estes os “estabelecimentos irregulares”. As favelas, assim,
incluem-se nestes últimos, no contexto da cidade e, como tal, também são bens ambientais,
mais especificamente, podem-se ser tidas como bairros irregulares (por bairros pode-se
entender porções do território de uma cidade ocupada majoritariamente por pessoas
integrantes de uma mesma classe social-econômica, neste caso, comunidades pobres).
Portanto, seus habitantes possuem os mesmos direitos inerentes à função social da cidade.
Para melhorar a situação das cidades brasileiras, a Constituição Federal de 1988 inseriu um
capítulo próprio sobre a política urbana, além de ter elevado a direitos fundamentais vários
direitos humanos e sociais. Desenvolvimento sustentável é uma locução verbal em que se
ligam dois conceitos. O conceito de sustentabilidade passa a qualificar ou caracterizar o
desenvolvimento. Trata-se de um paradoxo, uma desconstrução. O desenvolvimento
sustentável é uma combinação de diversos elementos ou princípios: a integração da
prestação ambiental e o desenvolvimento econômico (princípio da integração), a
necessidade de preservar os recursos naturais para o benefício das gerações futuras
(equidade intergeracional: : “responde às necessidades do presente sem comprometer a
possibilidade das gerações futuras de prover suas próprias necessidades.” (PALSULE,
2004)), o objetivo de explorar os recursos naturais de forma sustentável (uso sustentável) e,
o uso equitativo dos recursos (equidade intrageracional). Entende-se também que o
desenvolvimento sustentável visa promover a harmonia entre os seres humanos e a
natureza, e, para alcançá-lo, são necessários vários requisitos, como um sistema político
que assegure efetiva participação dos cidadãos no processo decisório, além de um sistema
econômico capaz de gerar excedentes, também um sistema social que possa resolver
tensões causadas por um desenvolvimento não equilibrado, um sistema de produção que
respeite a obrigação de preservar a base ecológica do desenvolvimento, mais um sistema
tecnológico que vise novas soluções, um sistema internacional que estimule padrões
sustentáveis de comércio e financiamento e, ainda, um sistema administrativo flexível
capaz de corrigir-se (CANEPA, 2007).
172
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Nesse contexto, regulamentando os artigos 182 e 183 da Carta Magna, a Lei n. 10.257 de
2001 (O Estatuto da Cidade) trouxe à conturbada realidade urbana brasileira um novo
alento, quando no inciso I de seu artigo 2º garante, literalmente, o direito às cidades
sustentáveis (CANEPA, 2007), entendida como aquela que garante o direito à terra urbana,
à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte, ao trabalho, ao
lazer, para as presentes e futuras gerações (Art. 2º, I, Lei 10.257/01).
Embora, na Constituição Federal vigente, esteja prevista uma série de princípios de direito
urbanístico e de políticas urbanas capazes de promover suporte ao desenvolvimento
sustentável dos assentamentos humanos, foi somente com a vigência do Estatuto da Cidade,
Lei n. 10.257/01, que regulamentou o artigo 182 da Carta Política, que isso se tornou
realmente possível (CANEPA, 2007), tendo sido instituído o Plano Diretor, o Estudo de
Impacto de Vizinhança, o Parcelamento, Edificação e Utilização Compulsórios, IPTU
Progressivo, Usucapião Especial Coletiva Urbana, Regularização de Favelas e
Regularização Fundiária, bem como Gestão Democrática da Cidade.
174
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Vê-se, portanto, que o conceito de sustentabilidade das cidades, não é só ambiental, mas
também social e econômico e que a diretriz expressa a preocupação do legislador com as
questões ambientais ao elevar o saneamento ambiental a uma das funções sociais da
cidade. Em suma, o Estatuto da Cidade assevera com essa diretriz, que “o pleno exercício
do direito a cidades sustentáveis compreende condições dignas de vida, de exercitar
plenamente a cidadania e os direitos humanos, de participar da gestão da cidade, de viver
numa cidade com qualidade de vida, sob os aspectos social e ambiental”.
Registre-se, ainda em termos legislativos, que o Estatuto da Cidade foi alterado pela Lei
12.836, de 2 de julho de 2013 , para inserir como diretriz geral “estímulo à utilização, nos
parcelamentos do solo e nas edificações urbanas, de sistemas operacionais, padrões
construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impactos ambientais e a
economia de recursos naturais” (art. 2º, XVII). Neste sentido, o Estatuto passou ainda a
permitir operações urbanas consorciadas para a “a concessão de incentivos a operações
urbanas que utilizam tecnologias visando a redução de impactos ambientais, e que
comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que
reduzam os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as
modalidades de design e de obras a serem contempladas”, ao que será estabelecida
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assim garantir o “direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia,
ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho
e ao lazer, para as presentes e futuras gerações” (, Estatuto da Cidades, art. 2º, inciso I).
Compreende, portanto, os direitos inerentes às pessoas que vivem nas cidades de ter condições
dignas de vida, de exercitar plenamente a cidadania, de ampliar os direitos fundamentais
(individuais, econômicos, sociais, políticos e ambientais), de participar da gestão da cidade, de viver
num meio ambiente ecologicamente equilibrado e sustentável.
Houve alguma inovação legislativa recente sobre o tema? Fale a respeito.
Comentários: Sim. Estatuto da Cidade foi alterado pela Lei 12.836, de 2 de julho de 2013 , para
inserir como diretriz geral “estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas edificações
urbanas, de sistemas operacionais, padrões construtivos e aportes tecnológicos que objetivem a
redução de impactos ambientais e a economia de recursos naturais” (art. 2º, XVII). Neste sentido, o
Estatuto passou ainda a permitir operações urbanas consorciadas para a “a concessão de incentivos
a operações urbanas que utilizam tecnologias visando a redução de impactos ambientais, e que
comprovem a utilização, nas construções e uso de edificações urbanas, de tecnologias que reduzam
os impactos ambientais e economizem recursos naturais, especificadas as modalidades de design e
de obras a serem contempladas”, ao que será estabelecida “contrapartida a ser exigida dos
proprietários, usuários permanentes e investidores privados em função da utilização dos benefícios”
decorrentes.
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Legislação básica: Art. 5o, XXXV , 49, 71, 74 da CF/88; Art. 12, Lei Complementar n.º
75/93; Art. 6o, V, Dec-Lei n. 200/67.
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CONTROLE INTERNO: é realizado por um Poder sobre seus próprios órgãos e agentes.
A Administração, assim como os Poderes Legislativo e Judiciário, deve manter um sistema
integrado de controle interno com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas
previstas no plano plurianual, a execução dos programas e do orçamento; de comprovar a
legalidade e avaliar os resultados quanto à eficácia e eficiência da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial (art. 74, CF). A grande diferença entre o controle interno e o
controle externo é que o controle interno permite uma atuação prévia, permite um
controle hierarquizado. Jurisprudência: a Controladoria-Geral da União (CGU) tem
atribuição para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos federais repassados, por meio de
convênios, aos municípios. A CGU é órgão que auxilia o Presidente da República na sua
missão constitucional de controle interno do patrimônio da União. Logo, não há qualquer
violação à competência do TCU (STF, RMS 25943/DF).
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CONTROLE POPULAR: É o controle exercido diretamente pelo povo, que se utiliza dos
instrumentos legais disponíveis. Ocorre, por exemplo, com a ação popular, com o
direito de petição, com a determinação pela CR de que os Municípios
disponibilizem, durante 60 dias, suas contas a qualquer contribuinte etc.
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO:
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prerrogativas e vencimentos dos ministros do STJ, sendo que 1/3 de seus membros é
nomeado pelo Presidente da República, sob a aprovação do Senado Federal, dentre os
nomes constantes de lista tríplice composta pelo próprio tribunal e integrada por auditores e
membros do MP junto ao tribunal, escolhidos por critérios de antiguidade e merecimento
(os 2/3 restantes são designados pelo Congresso Nacional). As decisões dos Tribunais de
Contas tem força de titulo executivo extrajudicial (art. 71, §3o).
O STF entende que o simples fato de haver recursos públicos envolvidos – o que ocorre
pelo mero motivo de o Estado ser o detentor da maioria do capital votante de qualquer
sociedade de economia mista – enseja a incidência do inciso II do art.71 da Constituição,
inclusive da sua parte final, que dispõe sobre a tomada de contas especial. A tomada de
contas especial é um procedimento destinado a apurar fato específico em que haja suspeita
de lesão ao erário.
Segundo o STF os tribunais de contas, no desempenho de suas atribuições podem realizar o
controle de constitucionalidade das leis, isto é, no exame de um processo submetido a sua
apreciação, podem afastar a aplicação de uma lei ou ato normativo do Poder Público, por
entendê-lo inconstitucional.
Súmula Vinculante 3 – Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-
se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar a anulação ou
revogação de ato administrativo que puder resultar anulação ou revogação de ato
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de
concessão inicial da aposentadoria, reforma e pensão.
Por força dessa determinação, mesmo em um processo concernente a um ato de admissão
de pessoal em que as partes sejam somente o TCU e a administração pública, deverão ser
assegurados o contraditório e a ampla defesa ao administrado – que não é parte no processo
– quando a decisão do processo acarrete, ou possa acarretar, uma consequência que lhe seja
desfavorável. Segundo o STF o ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão é um
ato complexo. Então enquanto o TCU não aprecia a legalidade do ato de concessão de
aposentadoria, reforma ou pensão e efetua o registro desse ato, ainda não existe um ato
administrativo, inteiramente formado, mas sim um ato incompleto, imperfeito, inacabado,
só depois do registro pelo TCU é que passa a existir um ato perfeito.
O STF entendeu que o TCU tem o prazo de cinco anos para efetuar a apreciação da
legalidade, para fins de registro, do ato de concessão inicial de aposentadoria sem conceder
ao interessado a oportunidade de contraditório e de ampla defesa. Esse prazo é contado a
partir da data da chegada ao TCU, do processo administrativo. Passado esse prazo, o TCU
ainda pode exercer a competência para analisar a legalidade do ato de concessão da
aposentadoria, reforma ou pensão e, se for o caso, declarar o ato ilegal e recusar o registro,
mas deverá assegurar ao beneficiário, previamente o exercício do contraditório e da ampla
defesa.
CONTROLE JUDICIAL (melhor analisado no ponto 11.A): Segundo Bandeira de Mello,
no Brasil, ao contrário do que ocorre em inúmeros países europeus, vigora o sistema da
jurisdição única, de sorte que assiste exclusivamente ao Poder Judiciário decidir, com força
de definitividade, toda e qualquer contenda sobre a adequada aplicação do Direito a um
caso concreto, sejam quais forem os litigantes ou a índole da relação jurídica controvertida.
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Casuística:
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quando não houver inscrição em dívida ativa. Tais Decisões Já São Títulos Executivos
Extrajudiciais, De Modo Que Prescindem Da Emissão De Certidão De Dívida Ativa - CDA, O
Que DETERMINA A ADOÇÃO DO RITO DO CPC QUANDO O ADMINISTRADOR
DISCRICIONARIAMENTE OPTA PELA NÃO INSCRIÇÃO. 3. Recurso especial provido, em
parte, para determinar que a execução prossiga nos moldes do Código de Processo Civil. (REsp
1295188/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em
14/02/2012, DJe 24/02/2012).
LEGITIMIDADE DA COMPETÊNCIA DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA PARA JULGAR AS
CONTAS DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO. - Reveste-se de plena legitimidade
constitucional a norma inscrita na Carta Política do Estado-membro que atribui, à
Assembléia Legislativa, competência para efetuar, em sede de fiscalização financeira,
orçamentária, contábil, operacional e patrimonial, o controle externo das contas do respectivo
Tribunal de Contas. Doutrina. Precedentes. - O Tribunal de Contas está obrigado, por expressa
determinação constitucional (CF, art. 71, § 4º), aplicável ao plano local (CF, art. 75), a encaminhar,
ao Poder Legislativo a que se acha institucionalmente vinculado, tanto relatórios trimestrais quanto
anuais de suas próprias atividades, pois tais relatórios, além de permitirem o exame parlamentar do
desempenho, pela Corte de Contas, de suas atribuições fiscalizadoras, também se destinam a expor,
ao Legislativo, a situação das finanças públicas administradas pelos órgãos e entidades
governamentais, em ordem a conferir um grau de maior eficácia ao exercício, pela instituição
parlamentar, do seu poder de controle externo. Precedente. [...] (ADI 687, Relator(a): Min. CELSO
DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 02/02/1995, DJ 10-02-2006 PP-00005 EMENT VOL-
02220-01 PP-00001 LEXSTF v. 28, n. 326, 2006, p. 24-72)
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. APOSENTADORIA. SUPRESSÃO DE GRATIFICAÇÃO. DECISÃO DO
TCU. OFENSA À COISA JULGADA. O Supremo Tribunal Federal firmou a orientação de que a
Constituição da República não outorgou competência ao Tribunal de Contas para impor à
autoridade administrativa sujeita à sua fiscalização a suspensão do pagamento de vantagem
pecuniária incluída nos proventos de aposentadoria do servidor público, por força de decisão
judicial transitada em julgado. Precedentes: MS 23.758, Relator o Ministro Moreira Alves; MS
23.665, Relator o Ministro Maurício Corrêa; MS 25.009, Relator o Ministro Carlos Velloso; e MS
24.939-MC, de minha relatoria. Agravo regimental desprovido. (STF, RE 475101 AgR, Relator(a):
Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, julgado em 17/10/2006, DJe-037 DIVULG 14-06-2007
PUBLIC 15-06-2007 DJ 15-06-2007 PP-00024 EMENT VOL-02280-04 PP-00646)
Quebra de sigilo bancário e TCU. O TCU não detém legitimidade para requisitar diretamente
informações que importem quebra de sigilo bancário. Ao reafirmar essa orientação, a 2ª Turma
concedeu mandado de segurança a fim de cassar a decisão daquele órgão, que determinara à
instituição bancária e ao seu presidente a apresentação de demonstrativos e registros contábeis
relativos a aplicações em depósitos interfinanceiros. Entendeu-se que, por mais relevantes que
fossem suas funções institucionais, o TCU não estaria incluído no rol dos que poderiam ordenar a
quebra de sigilo bancário (Lei 4.595/64, art. 38 e LC 105/2001, art. 13). Aludiu-se que ambas as
normas implicariam restrição a direito fundamental (CF, art. 5º, X: “são invioláveis a intimidade, a
vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação”), logo, deveriam ser interpretadas restritivamente. Precedente
citado: MS 22801/DF (DJe de 14.3.2008). MS 22934/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17.4.2012.
(MS-22934)
Mandado de Segurança. 2. Acórdão da 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU).
Competência do Supremo Tribunal Federal. 3. Controle externo de legalidade dos atos concessivos
de aposentadorias, reformas e pensões. Inaplicabilidade ao caso da decadência prevista no art. 54 da
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Lei 9.784/99. 4. Negativa de registro de aposentadoria julgada ilegal pelo TCU. Decisão proferida
após mais de 5 (cinco) anos da chegada do processo administrativo ao TCU e após mais de 10 (dez)
anos da concessão da aposentadoria pelo órgão de origem. Princípio da segurança jurídica
(confiança legítima). Garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. Exigência. 5.
Concessão parcial da segurança. I – Nos termos dos precedentes firmados pelo Plenário desta
Corte, não se opera a decadência prevista no art. 54 da Lei 9.784/99 no período compreendido
entre o ato administrativo concessivo de aposentadoria ou pensão e o posterior julgamento de
sua legalidade e registro pelo Tribunal de Contas da União – que consubstancia o exercício da
competência constitucional de controle externo (art. 71, III, CF). II – A recente jurisprudência
consolidada do STF passou a se manifestar no sentido de exigir que o TCU assegure a ampla
defesa e o contraditório NOS CASOS EM QUE O CONTROLE EXTERNO DE
LEGALIDADE EXERCIDO PELA CORTE DE CONTAS, PARA REGISTRO DE
APOSENTADORIAS E PENSÕES, ULTRAPASSAR O PRAZO DE CINCO ANOS, sob pena
de ofensa ao princípio da confiança – face subjetiva do princípio da segurança jurídica.
Precedentes. (...). (MS 24781, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a) p/ Acórdão: Min.
GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 02/03/2011, DJe-110 DIVULG 08-06-2011
PUBLIC 09-06-2011 EMENT VOL-02540-01 PP-00018)
EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO. TRIBUNAL DE
CONTAS. NORMA LOCAL QUE OBRIGA O TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL A
EXAMINAR PREVIAMENTE A VALIDADE DE CONTRATOS FIRMADOS PELA
ADMINISTRAÇÃO. REGRA DA SIMETRIA. INEXISTÊNCIA DE OBRIGAÇÃO
SEMELHANTE IMPOSTA AO TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. 1. Nos termos do art. 75
da Constituição, as normas relativas à organização e fiscalização do Tribunal de Contas da União se
aplicam aos demais tribunais de contas. 2. O art. 71 da Constituição não insere na competência
do TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de contratos administrativos
celebrados pelo Poder Público. Atividade que se insere no acervo de competência da Função
Executiva. 3. É inconstitucional norma local que estabeleça a competência do tribunal de contas
para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o Poder Público. Ação Direta de
Inconstitucionalidade conhecida e julgada procedente. Medida liminar confirmada. (STF, ADI 916,
Relator(a): Min. JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 02/02/2009, DJe-043
DIVULG 05-03-2009 PUBLIC 06-03-2009 EMENT VOL-02351-01 PP-00014 RSJADV abr.,
2009, p. 39-41)
EMENTA Tribunal de Contas estadual. Controle prévio das licitações. Competência privativa da
União (art. 22, XXVII, da Constituição da República). Legislação federal e estadual compatíveis.
Exigência indevida feita por ato do Tribunal que impõe controle prévio sem que haja
solicitação para a remessa do edital antes de realizada a licitação. 1. O art. 22, XXVII, da
Constituição da República dispõe ser da União, privativamente, a legislação sobre normas gerais de
licitação e contratação. 2. A Lei federal nº 8.666/93 autoriza o controle prévio quando houver
solicitação do Tribunal de Contas para a remessa de cópia do edital de licitação já publicado. 3. A
exigência feita por atos normativos do Tribunal sobre a remessa prévia do edital, sem nenhuma
solicitação, invade a competência legislativa distribuída pela Constituição da República, já exercida
pela Lei federal nº 8.666/93, que não contém essa exigência. 4. Recurso extraordinário provido para
conceder a ordem de segurança. (STF, RE 547.063, Relator(a): Min. MENEZES DIREITO,
Primeira Turma, julgado em 07/10/2008, DJe-236 DIVULG 11-12-2008 PUBLIC 12-12-2008
EMENT VOL-02345-04 PP-00638 RTJ VOL-00209-01 PP-00405 RT v. 98, n. 882, 2009)
ATRIBUIÇÕES – CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO – TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO – COMISSÃO CONDUTORA DE PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
– INDEPENDÊNCIA. Surgem independentes as atribuições da Controladoria-Geral da União, do
Tribunal de Contas da União e de comissão condutora de processo administrativo. Os primeiros são
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
órgãos responsáveis, respectivamente, pelo controle interno e externo das contas dos
administradores. A cargo da comissão fica a apuração de falta funcional. [...] (RMS 29912,
Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 17/04/2012, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-090 DIVULG 08-05-2012 PUBLIC 09-05-2012).
EMENTA: RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. RECURSOS
PÚBLICOS FEDERAIS REPASSADOS AOS MUNICÍPIOS. FISCALIZAÇÃO PELA
CONTROLADORIA-GERAL DA UNIÃO – CGU. POSSIBILIDADE. RECURSO
DESPROVIDO. I - A Controladoria-Geral da União pode fiscalizar a aplicação de verbas federais
onde quer que elas estejam sendo aplicadas, mesmo que em outro ente federado às quais foram
destinadas. II – A fiscalização exercida pela CGU é interna, pois feita exclusivamente sobre verbas
provenientes do orçamento do Executivo. III – Recurso a que se nega provimento. (RMS 25943,
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 24/11/2010, DJe-041
DIVULG 01-03-2011 PUBLIC 02-03-2011 EMENT VOL-02474-01 PP-00033)
MED. CAUT. EM ADI 4.421-TO. RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI. Ação direta de
inconstitucionalidade. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CROAB). Lei estadual (TO) nº
2.351, de 11 de maio de 2010. Inconstitucionalidade formal. Vício de iniciativa. Violação às prerrogativas da
autonomia e do autogoverno dos Tribunais de Contas. 1. Inconstitucionalidade formal da Lei estadual, de
origem parlamentar, que altera e revoga diversos dispositivos da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do
Estado do Tocantins. A Lei estadual nº 2.351/ 2010 dispôs sobre forma de atuação, competências, garantias,
deveres e organização do Tribunal de Contas estadual. 2. CONFORME RECONHECIDO PELA
CONSTITUIÇÃO DE 1988 E POR ESTA SUPREMA CORTE, GOZAM AS CORTES DE CONTAS DO
PAÍS DAS PRERROGATIVAS DA AUTONOMIA E DO AUTOGOVERNO, o que inclui, essencialmente, a
iniciativa reservada para instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e seu
funcionamento, como resulta da interpretação sistemática dos artigos 73, 75 e 96, II, “d”, da Constituição da
República (cf. ADI 1.994/ES, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 8/9/06; ADI nº 789/DF, Relator o Ministro
Celso de Mello, DJ de 19/12/94). 3. Deferido o pedido de medida cautelar, para suspender a eficácia da Lei nº
2.351, de 11 de maio de 2010, do Estado do Tocantins, com efeitos ex tunc.
Questões Prova Objetiva:
(26º CPR) 32. ANALISE OS ITENS ABAIXO E RESPONDA EM SEGUIDA:
I - O Procurador-Geral da República é, também, o Procurador-Geral junto ao Tribunal de Contas da
União, ali atuando na condição de Chefe do Ministério Público, por um mandato de dois anos,
permitida a recondução.
II - Em se tratando de prestação anual de contas do Presidente da República, compete ao Tribunal
de Contas da União emitir parecer prévio sobre sua regularidade, ou não, cabendo o julgamento
destas ao Senado Federal.
III - Em se tratando de prestação de contas de Prefeito Municipal, relativas a recursos federais
repassados por convênio a Município, compete ao Tribunal de Contas da União emitir parecer
prévio sobre a regularidade, ou não, da aplicação das verbas, cabendo o julgamento definitivo
dessas contas à Câmara de Vereadores.
IV - O Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas da União não integra o Ministério
Público da União, não se submetendo, pois, ao controle do Conselho Nacional do Ministério
Público.
a) ( ) Os itens II e IV são verdadeiros.
b) ( ) Somente o item III é falso.
c) ( ) Os itens I e III são verdadeiros e o item IV é falso.
d) ( ) Todos os itens são verdadeiros.
Comentários:
Questão anulada. No gabarito preliminar a correta era a letra “a”. Entretanto, apenas o item IV está
correto, conforme resposta a recurso que impugnou a questão.
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podendo gerar imputação de débito e multa (art. 71, II e § 3º da CF/88). - Destarte, se o Prefeito
Municipal assume a dupla função, política e administrativa, respectivamente, a tarefa de executar
orçamento e o encargo de captar receitas e ordenar despesas, submete-se a duplo julgamento. Um
político perante o - Parlamento precedido de parecer prévio; o outro técnico a cargo da Corte de
Contas. - Inexistente, in casu, prova de que o Prefeito não era o responsável direto pelos atos de
administração e gestão de recursos públicos inquinados, deve prevalecer, por força ao art. 19, inc.
II, da Constituição, a presunção de veracidade e legitimidade do ato administrativo da Corte de
Contas dos Municípios de Goiás. - Recurso ordinário desprovido.
IV –(correta): O CNMP, criado pela EC 45/04, não tem competência para fiscalizar o Ministério
Público especial junto ao Tribunal de Contas , pois este órgão é instituição que não integra o
Ministério Público da União ou dos Estados, fugindo assim da competência de fiscalização
administrativa pelo CNMP. O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, apesar de não se
vincular ao MPU ou MPE, possui vinculação administrativa à Corte de Contas, sendo a este,
portanto, subordinado administrativamente. A decisão do STF na ADI 789 , demonstra a
independência funcional e administrativa do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, do
Ministério Público comum. ADI 789 STF: E M E N T A - ADIN - LEI N. 8.443/92 - MINISTÉRIO
PÚBLICO JUNTO AO TCU - INSTITUIÇÃO QUE NÃO INTEGRA O MINISTÉRIO PÚBLICO
DA UNIÃO - TAXATIVIDADE DO ROL INSCRITO NO ART. 128, I, DA CONSTITUIÇÃO -
VINCULAÇÃO ADMINISTRATIVA A CORTE DE CONTAS - COMPETÊNCIA DO TCU PARA
FAZER INSTAURAR O PROCESSO LEGISLATIVO CONCERNENTE A ESTRUTURAÇÃO
ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO QUE PERANTE ELE ATUA (CF, ART. 73, CAPUT,
IN FINE)- MATÉRIA SUJEITA AO DOMÍNIO NORMATIVO DA LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA -
ENUMERAÇÃO EXAUSTIVA DAS HIPÓTESES CONSTITUCIONAIS DE REGRAMENTO
MEDIANTE LEI COMPLEMENTAR - INTELIGÊNCIA DA NORMA INSCRITA NO ART. 130
DA CONSTITUIÇÃO - AÇÃO DIRETA IMPROCEDENTE. - O Ministério Público que atua
perante o TCU qualifica-se como órgão de extração constitucional, eis que a sua existência jurídica
resulta de expressa previsão normativa constante da Carta Política (art. 73, § 2º, I, e art. 130), sendo
indiferente, para efeito de sua configuração jurídico-institucional, a circunstancia de não constar do
rol taxativo inscrito no art. 128, I, da Constituição, que define a estrutura orgânica do Ministério
Público da União. - O Ministério Público junto ao TCU não dispõe de fisionomia institucional
própria e, não obstante as expressivas garantias de ordem subjetiva concedidas aos seus
Procuradores pela própria Constituição (art. 130), encontra-se consolidado na "intimidade
estrutural" dessa Corte de Contas, que se acha investida - até mesmo em função do poder de
autogoverno que lhe confere a Carta Política (art. 73, caput, in fine) - da prerrogativa de fazer
instaurar o processo legislativo concernente a sua organização, a sua estruturação interna, a
definição do seu quadro de pessoal e a criação dos cargos respectivos. - Só cabe lei complementar,
no sistema de direito positivo brasileiro, quando formalmente reclamada a sua edição por norma
constitucional explicita. A especificidade do Ministério Público que atua perante o TCU, e cuja
existência se projeta num domínio institucional absolutamente diverso daquele em que se insere o
Ministério Público da União, faz com que a regulação de sua organização, a discriminação de suas
atribuições e a definição de seu estatuto sejam passiveis de veiculação mediante simples lei
ordinária, eis que a edição de lei complementar e reclamada, no que concerne ao Parquet, tão-
somente para a disciplinação normativa do Ministério Público comum (CF, art. 128, par.5.). - A
cláusula de garantia inscrita no art. 130 da Constituição não se reveste de conteúdo orgânico-
institucional. Acha-se vocacionada, no âmbito de sua destinação tutelar, a proteger os membros do
Ministério Público especial no relevante desempenho de suas funções perante os Tribunais de
Contas. Esse preceito da Lei Fundamental da Republica submete os integrantes do MP junto aos
Tribunais de Contas ao mesmo estatuto jurídico que rege, no que concerne a direitos, vedações e
forma de investidura no cargo, os membros do Ministério Público comum. (ADI 789, Relator (a):
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2
http://www.pgr.mpf.gov.br/areas-de-atuacao/direitos-do-cidadao-1
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O Procurador dos Direitos do Cidadão é um membro do Ministério Público Federal, designado para
um mandato de 2 (dois) anos (passível de uma recondução), designado pelo PGR mediante prévia
aprovação do Conselho Superior. Isto, inclusive, é o que diferencia o PRDC dos denfesores del
pueblo (espanhois) e do ombudsman (nórdicos). O PRDC exerce atividade extrajudicial e detêm
prerrogativas para, atuando de ofício ou por provocação, requisitar informações; instaurar
inquéritos; investigar; acompanhar diligências; requisitar servidores públicos federais para atuação
temporária e específica; notificar violações a direitos individuais, coletivos ou sociais; expedir
recomendações aos poderes públicos para fazer com que se abstenham de agir ou façam cessar
violações a direitos constitucionais dos cidadãos, entre outros. Quando, no exercício de suas
funções, perceber que há uma violação a direitos constitucionais que pode ser combatida pela
atuação de outros órgãos do Ministério Público, a este serão encaminhadas as informações, para que
possam adotar as medidas cabíveis na espécie.
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Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 25º e do 26º CPR; José dos Santos
Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo. 23ª Edição. Ed. Lumen Iuris; Maria
Sylvia Zanella di Pietro. Direto Administrativo. 25ª Edição. Ed. Atlas; Celso Antonio
Bandeira de Mello. Curso de Direito Administrativo. 26ª. Edição. Ed, Malheiros.
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b) Invalidação ou anulação (art. 59, Lei 8666): quando ocorrer vício de legalidade no
contrato. Súmula 473 STF: Necessidade da observância do contraditório e ampla defesa
quando existir hipótese justificadora de invalidação do contrato. Em regra, com efeitos ex
tunc. No caso do p.ún. do art. 59, entende-se que a indenização abrange apenas os danos
emergentes (mas JSCF entende que incluiria também os lucros cessantes, se a invalidação
ocorrer por culpa da Administração).
Segundo Celso Antônio (2008: p. 648-649), “para identificar as consequências de contratos
administrativos inválidos é preciso distinguir as seguintes situações: i) casos em que a
relação é invalidada antes de qualquer prestação ou despesa em que o contratado tenha
incorrido por força do contrato e sem que haja sofrido algum prejuízo indireto, isto é,
oriundo do atrelamento contratual; ii) casos em que, não tendo havido má-fé por parte do
administrado a invalidação ocorre depois de prestações contratuais ou da efetivação de
despesas efetuadas em razão do contrato ou mesmo quando, por força da vinculação a ele, o
contrato ficou privado de comprováveis proveitos econômicos que, não fora por isto, teria
inquestionavelmente obtido em outra relação jurídica; iii) casos em que, mesmo sem
contrato, mas diante de situações fáticas comprovadas, sem má-fé, efetuou prestações
aceitas, ainda que implicitamente, pela Administração. Segundo o autor, na primeira
hipótese a fulminação do contrato não propõe qualquer problema. Na segunda e terceira
hipóteses o administrado faz jus a indenização, nos termos supostos no contrato, pelas
prestações que realizou e, ainda, pelas despesas em que terá que incorrer por força do
contrato viciado, e terá direito ao acobertamento dos prejuízos indiretos, ou seja, dos
proveitos que deixou de captar em outra relação jurídica, por força da vinculação
contratual”.
c) Rescisão, que é um fato jurídico superveniente ao início do contrato nascido de
manifestação volitiva, podendo ser:
c.1) amigável, (art. 79, II) quando decorre da manifestação bilateral dos contratantes;
c.2) judicial (art. 79, III): quando decorre de decisão emanada de autoridade investida na
função jurisdicional (lembrar da atenuação da regra da exceptio non adimpleti contractus –
atraso no pagamento maior de 90 dias por parte da Administração). É a modalidade
normalmente adotada pelos contratados pela Administração quando esta, de algum modo,
descumpre as obrigações pactuadas;
c.3) administrativa (ou rescisão unilateral) – art. 79, I, quando a decisão decorre de ato
unilateral e escrito da Administração, em situações como o inadimplemento do contrato,
com ou sem culpa (as consequências irão variar, nos termos do art. 78), ou razões de
interesse público (art. 78, XII), devendo serem fundamentadas e motivadas, não podendo o
contratado se opor à rescisão. Na rescisão administrativa por razões de interesse público,
para evitar abusos, são exigidos 4 requisitos: 1) as razões administrativas sejam altamente
relevantes; 2) a Administração promova amplo conhecimento desses motivos; 3) as razões
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
c.4) por arbitragem (Lei 9307/96): Há discussão acerca da sua possibilidade, mas de
acordo com Carvalho Filho, seria possível, desde que prevista na lei de cada entidade
federativa, e que se refira a questão preponderantemente sobre aspecto patrimonial, e não
sobre atos decorrentes do exercício de autoridade (há previsão expressa na lei de Parceria
Público Privada – Lei 11.079/04 – art. 11, III e na Lei 8.987/95 – Concessões e permissões
de serviço público – art. 23-A).
5. Observação: Para Hely Lopes, existe a hipótese da rescisão contratual de pleno direito,
que independe da vontade das partes e produz efeitos automaticamente pela ocorrência de
fato extintivo previsto em lei, exemplo: falência, insolvência civil ou falecimento.
a) Inexecução com culpa: Gera a rescisão do contrato administrativo. Quando ocorre culpa
(lato sensu) do contratado, o estatuto estabelece a possibilidade de assunção imediata do
objeto pelo Poder Público, ocupação, execução dos valores e multas, retenção dos créditos
devidos (não há, no caso de culpa, necessidade de autorização judicial para impor as
sanções administrativas dos arts. 86 e 87). Quando ocorre culpa da Administração, deverá o
contratado ser indenizado de todos os prejuízos suportados, com juros de mora e correção
monetária.
b) Inexecução sem culpa: Gera a resolução do contrato, conforme artigo 478 CC (aplicável
aqui como norma geral). Quando uma das partes não consegue cumprir o contrato sem
culpa, mas em decorrência de fatos supervenientes que dificultaram ou impediram o
término do contrato (entram aqui: teoria da imprevisão, fato do príncipe, fato da
Administração, caso fortuito/força maior).
Efeitos: Rescisão do contrato, reassunção do contrato pelo Poder Público, indenização por
perdas e danos, retenção de créditos do contratado, suspensão de contratar com o Poder
Público.
Casuística:
Indenização por serviços públicos prestados no caso de contrato administrativo nulo. Reconhecida a
nulidade de contrato administrativo por ausência de prévia licitação, a Administração Pública não
tem o dever de indenizar os serviços prestados pelo contratado na hipótese em que este tenha agido
de má-fé ou concorrido para nulidade do contrato (AgRg no Resp 1.394.161-SC, Rel. Min. Herman
Benjamin, j. 8.10.2013 (STJ, info 529).
Contrato administrativo. Rescisão. Procedimento prévio. O banco se manifesta contrário a
rescisão de contrato estabelecido com o município sem ocorrência de procedimento administrativo
prévio. A exigência de prévio procedimento administrativo, assegurado o amplo direito de defesa, é
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
incompátivel com a hipótese específica do onc. XLL do art. 78 da Lei 8.666/93, que admite a
rescisão unilateral do contrato administrativo com base em raões de interesse público, de alta
relevânci e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade na esfera
administrativa a que esta subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se
refere o contrato. (Resp 1.223.306, rel. p/ac. Min. Asfor Rocha, 8.11.11 (STJ, info 487).
PRESCRIÇÃO. CONTRATO ADMINISTRATIVO. Nos contratos administrativos, a prescrição em
favor do Estado deve ser contada a partir da data em que ele se torna inadimplente ao deixar de
efetuar o pagamento no tempo pactuado, ocasionando a lesão do direito subjetivo da parte (teoria da
actio nata). Na hipótese, execução de obras referentes à canalização de um arroio, essa prescrição
deve ser contada da certidão de serviço expedida após a suspensão das obras por opção do
município, pela qual ele reconheceu quantitativos e preços dos serviços realizados. Também não é
caso de aplicação do art. 4º, parágrafo único, do Dec. n. 20.910/1932, só incidente na hipótese de o
município manter-se inerte após o protocolo do requerimento de pagamento, o que não se verificou
no caso dos autos. Precedentes citados: REsp 819.562-SP, DJe 10/9/2010, e REsp 444.825-PR, DJ
27/9/2004. REsp 1.174.731-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
12/4/2011 (STJ, info 469).
CONTRATO ADMINISTRATIVO. RESCISÃO. Na espécie, houve a rescisão de contrato por parte
da Administração Pública de não prosseguir na construção de uma nova casa de detenção, em razão
das rebeliões sangrentas que tomaram lugar no complexo prisional, sobretudo em função de sua
localização em perímetro urbano. O contrato foi firmado na vigência do DL n. 2.300/1986 e sua
rescisão ocorreu já na vigência da Lei n. 8.666/1993. Para o Min. Relator, como sustentado pela
recorrente, embora as rebeliões sejam uma constante no sistema carcerário brasileiro, a extensão e
os impactos daquelas ocorridas no presídio Carandiru extrapolaram qualquer perspectiva de
previsão governamental, o que acarreta, sem dúvida, a caracterização da força maior ou caso
fortuito. A imprevisibilidade, importante aos contratos administrativos, diz não apenas com a
ocorrência de certo fato, mas também com os efeitos de certo fato (casos em que a ocorrência era
previsível, mas a amplitude das consequências não). Destacou o Min. Relator que, tendo ocorrido os
motivos que ensejaram a rescisão, bem como a própria rescisão, depois de 1993, aplica-se a Lei n.
8.666/1993. É que a rescisão legal dos contratos administrativos será sempre regida pela lei em
vigor na data do acontecimento que a ensejou, e não na data em que o contrato foi firmado. Por se
tratar de contratos administrativos, é evidente que o regime jurídico de suas vicissitudes (aditivos e
rescisões, e. g.) será o da lei em vigor, e não o da lei anterior. É essa, pois, a extensão do art. 121 da
Lei de Licitações e Contratos vigente: os requisitos de exigência, validade e eficácia serão os da lei
anterior. Mas o regime das vicissitudes contratuais, como ocorre com a sistemática da rescisão, será
o da lei nova, se os fatos remontarem à sua época. Mesmo que assim não fosse, o art. 69, § 2º, do
DL n. 2.300/1986, quando trata das parcelas devidas ao particular na rescisão ocorrida por razões de
interesse público, tem previsão idêntica ao art. 79, § 2º, da Lei n. 8.666/1993. Dessa forma,
considerando os fatos que subjazem à hipótese, entende o Min. Relator que a não construção de
uma nova casa de detenção deveu-se exclusivamente a fortes razões de interesse público, o que
enseja a incidência do art. 69, § 2º, do DL n. 2.300/1986. Embora voltado inicialmente à
Administração Pública Federal, centralizada e autárquica, esse decreto (art. 1º) incide nos contratos
firmados por sociedade de economia mista estadual (como na espécie), na medida do que dispõem
seus arts. 85 e 86. Diante disso, a Turma deu parcial provimento ao recurso para fazer incidir, no
caso concreto, apenas o art. 79, § 2º, da Lei n. 8.666/1993 ou o art. 69, § 2º, do DL n. 2.300/1986,
conforme se entender aplicável à espécie a Lei n. 8.666/1993 ou o DL n. 2.300/1986. Precedentes
citados: REsp 1.112.895-SP, DJ 2/12/2009, e REsp 202.430-SP, DJ 18/10/1999. REsp 710.078-SP,
Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/3/2010. (STJ, info 428).
Questões Prova Oral (MPF/27º):
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Obras consultadas: ÉDIS MILARÉ, Direito do Ambiente, Ed. RT, 5ª edição reformulada,
atualizada e ampliada, 2007; PAULO AFFONSO LEME MACHADO, Ed. Malheiros, 12ª
edição revista, atualizada e ampliada, 2004; ANA PAULA LIBERATO, Resumo de Direito
Ambiental, Ed. Juruá, 1ª reimpressão, 2008; ANTÔNIO F. G. BELTRÃO, Direito
Ambiental, Ed. Método, 2ª edição revista e atualizada, 2009.
1.1. Espécies:
(I) Área de Preservação Permanente – APP: Nos termos do art. 3º, II, do Novo Código
Florestal, consiste na área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-
estar das populações humanas. Trata-se, pois de obrigação acessória que tem por finalidade
a proteção de características ambientais frágeis, como os recursos hídricos (mata ciliar), os
mangues, as dunas, os morros e cumes, os terrenos com declividade igual ou superior a 45⁰
e os apicuins e salgados. Devem estar descritas no CAR (cadastro ambiental rural). Para
obtenção de benefícios fiscais devem estar registradas no Registro de Imóveis. A obrigação
de manutenção de APPs atinge tanto Propriedades rurais quanto urbanas (diferentemente do
que ocorre com a Reserva Legal).
O Tamanho da APP varia de acordo com o tamanho da característica que se quer proteger.
Assim, por exemplo, no que respeita as APPs que tenham por objetivo a proteção dos
recursos hídricos, o seu tamanho variará de 30 metros até 600 metros medidos da calha do
leito regular (margem). Se houver variação no marco para computo do tamanho da área de
APP (vazante/cheia do recurso hídrico), prevalece a maior.
Saliente-se que todas as construções existentes em APP devem ser demolidas (Dec.
6514/08), exceto se a demolição causar um dano ambiental maior do que a sua manutenção
ou for em áreas utilizadas para ocupação, sobrevivência ou moradia. APP não podem ser
compensadas com outras áreas. O que pode acontecer é o infrator admitir a ocorrência do
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(B) Áreas de preservação permanente por ato do poder público: São as previstas no art.
6º e dependem de ato do Poder Público para que sejam instituídas. No caso, o Poder
Público identifica, demarca e declara como de preservação permanente uma determinada
área, podendo fazê-lo por meio de ato administrativo, e não necessariamente uma lei em
sentido estrito.
(II) Reserva [Florestal] Legal. O termo previsto na legislação é reserva legal, porém, Edis
Milaré entende que esta nomenclatura gera confusão com o princípio da reserva legal,
optando, portanto, pelo termo reserva florestal legal. A Reserva Legal é uma limitação
inerente ao atendimento da função social no exercício do direito de propriedade rural,
independentemente da vegetação ali existente (natural, primitiva, regenerada ou plantada)
ou do fato de essa vegetação ter sido substituída por outro uso do solo. Encontra-se definida
no art. 3º, III do Novo Código Florestal como a “área localizada no interior de uma
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12 (do NCFlo), com a função de
assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural,
auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação
da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa”.
Logo, todo proprietário de imóvel rural passa a ter a obrigação de reservar uma área de
floresta ou outra forma de vegetação nativa para fins de proteção da biodiversidade (obs:
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(III) Servidão Florestal: O art. 44-A do Código Florestal, incluído Pela Lei 4.771/65 criou
este instituto, por meio do qual o proprietário rural renuncia voluntariamente, em caráter
permanente ou temporário, a direitos de supressão ou exploração da vegetação nativa,
localizada fora da reserva legal e da área de preservação permanente. Dessa forma, o
proprietário rural que possui “excedente” de floresta, pode instituir servidão florestal nesta
área, a qual deve ser averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel, no registro de
imóveis competente. Um outro proprietário rural que não esteja cumprindo o mínimo
previsto para a sua reserva legal pode então compensá-la com tal excedente, mediante o
arrendamento da área sob regime de servidão florestal ou da aquisição de cotas (Cota de
Reserva Florestal – CRF) (art. 44, § 5º, do Código Florestal). Tal compensação deverá ser
submetida à aprovação pelo órgão ambiental estadual competente.
2. ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS EM SENTIDO
ESTRITO (STRICTO SENSU). SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA – SNUC. A Lei nº 9.985/2000 instituiu o Sistema
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2.2. ESPÉCIES:
2.2.1. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO TÍPICAS. Conceito de unidade de
conservação: de acordo com o art. 2º da Lei 9985/2000, unidade de conservação vem a ser
““... espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo Poder Público, com
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao
qual se aplicam garantias adequadas de proteção.” Estas Unidade de Conservação
poderão ser criadas ou aumentadas por atos do Poder Público (lei ou decreto), precedida da
realização de estudos técnios e consultas públicas, que permitam identificar a localização, a
dimensão e os limites adequados. Entretanto, apenas poderão ser extintas ou reduzidas por
lei em sentido formal (CF, art. 225, §1º, III). O SNUC é constituído pelo conjunto das
unidades de conservação federais, estaduais, distritais e municipais, tendo por finalidade
última o alcance do desenvolvimento sustentável. Tem como órgãos gestores: CONAMA
(consultivo e deliberativo), Ministério do Meio Ambiente (órgão central) e os órgãos
executores (ICMBIO e IBAMA). A gestão das Unidades de Conservação poderá ser
delegada a Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIPs. Entretanto,
essa gestão será compartilhada, pois o Termo de Parceria não pode transferir às OSCIPs o
poder de polícia – que é indelegável –, notadamente para a aplicação de penalidades de
infração dentro da UC, para a autorização de pesquisas ou para a autorização para o
licenciamento a que se refere o art. 36, §3º da Lei do SNUC.
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Espécies: 1. Área de Proteção Ambiental: (art. 15) – área em geral extensa, com um certo
grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas,
e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar o processo de
ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais; pode constituir-se
sobre terras públicas ou particulares (sobre estas, podem incidir restrições ao uso e
ocupação); a pesquisa e a visitação seguem as condições estabelecidas pelo órgão gestor se
sob domínio público e pelo proprietário se em domínio privado; deve dispor de um
Conselho presidido pelo órgão responsável pela sua administração; 2.Área de Relevante
Interesse Ecológico: (art. 16) – área em geral de pequena extensão, com pouca ou
nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga
exemplares raros da biota regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza; pode constituir-se sobre
terras públicas ou particulares (sobre estas, podem incidir restrições ao uso e ocupação);
deve possuir Zona de Amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos (art.
25); 3.Floresta Nacional: (art. 17) – área com cobertura florestal de espécies
predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos
recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração
sustentável de florestas nativas; a posse e o domínio são públicos (as áreas particulares
serão desapropriadas); a visitação pública é permitida; a pesquisa é permitida e incentivada,
sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração; deve possuir
Zona de Amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos (art. 25); deve
possuir Conselho Consultivo; 4.Reserva Extrativista: (art. 18) - área utilizada por
populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e,
complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno
porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas
populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade; é de domínio
público, com uso concedido (contrato de concessão de direito real de uso) às populações
extrativistas tradicionais (as áreas particulares serão desapropriadas); a visitação pública é
permitida; a pesquisa é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão
responsável pela administração; deve possuir Zona de Amortecimento e, quando
conveniente, corredores ecológicos (art. 25); deve possuir Conselho Deliberativo (art. 18,
§2º), a quem cabe aprovar o Plano de Manejo; 5.Reserva de Fauna: (art. 19) – área
natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou
migratórias, adequadas para estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico
sustentável de recursos faunísticos; a posse e o domínio são públicos (as áreas particulares
serão desapropriadas); a visitação pública é permitida; deve possuir Zona de
Amortecimento e, quando conveniente, corredores ecológicos (art. 25); 6.Reserva de
Desenvolvimento Sustentável: (art. 20) – área natural que abriga populações tradicionais,
cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais,
desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que
desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da
diversidade biológica; o domínio é público, com uso concedido (contrato de concessão de
direito real de uso) às populações tradicionais (áreas particulares serão desapropriadas); a
visitação pública é permitida; a pesquisa deve ser voltada à conservação da natureza, à
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melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação ambiental, sujeita à
prévia autorização; deve possuir Zona de Amortecimento e, quando conveniente, corredores
ecológicos (art. 25); possui Conselho Deliberativo (art. 20, §4º); e 7.Reserva Particular do
Patrimônio Natural: (art. 21) – área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo
de conservar a diversidade biológica; visitação com objetivos turísticos, recreativos e
educacionais; pesquisa científica permitida.
1) Reservas Ecológicas. UCs não mantidas pelo SNUC, já que delas a Lei n.° 9.985/00 não
tratou. Para Paulo Bessa Antunes não houve revogação, ou cancelamento das pré-existentes
ao novo sistema em respeito ao ato jurídico perfeito e acabado. Porém, há autores que
entendem que houve revogação, é o caso de Frederico Amado. São previstas no Art. 9°, Lei
n.° 6.938/81.
3) Jardins Zoológicos. Art. 1°, Lei n.° 7.173, de 14.12.83; qualquer coleção de animais
silvestres e mantidos vivos em cativeiro ou semi-liberdade e expostos à visitação pública;
Patrimônio público ou privado; animais silvestres são propriedade estatal; Funcionamento
autorizado pelo Poder Público.
5) Cavidades naturais. Propriedades da União (art. 20, X, CF/88); Decreto n.° 99.556/90
deu-lhes especial proteção e regulamentação; É proibido em um raio de 1.000 metros no
entorno de cavernas o desenvolvimento de atividades de terraplanagem, mineração,
dragagem e escavação que venham a causar danos ou degradação do meio ambiente ou
perigo para pessoas ou para a biota (Resolução CONAMA n.°10, de 14.12.88).
2.8. População tradicionais: (melhor tratado no ponto 11.C) – são grupos culturalmente
diferenciados e que se reconhecem como tais, qua possuem formas próprias de organização
social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua
reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos,
inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição (seringueiros, pescadores
artesanais, extrativistas, caiçaras, povos indígenas, quilombolas, entre outros). É
plenamente possível a manutenção desses povos nas áreas de proteção das Unidades de
Conservação. Entretanto, dependendo da espécie de UC e das atividades desenvolvidas por
eles pode ser necessária sua remoção. Caso em que serão indenizados e realocados pelo
poder público (art. 42, LSNUC).
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Ecológica científicas.
. Desapropriação de áreas particulares
. Preservação integral da biota e atributos naturais
Reserva Biológica PÚBLICO
.Visitas permitidas apenas com caráter educacional
.Preservação dos ecossistemas naturais de grande
relevância e beleza cênica
Parque Nacional . Áreas particulares devem ser desapropriadas PÚBLICO
. Pode-se conjugar preservação, educação,
interpretação e pesquisa científica
. Preservar sítios naturais raros singulares e de beleza
Monumento cênica PÚBLICO OU
Natural . Pode ser constituído em área particular, desde que PRIVADO
seja possível compatibilizar os objetivos da unidade.
. Proteção de áreas para a reprodução de espécies ou
comunidades da flora local
Refúgio da Vida . Requer a anuência do proprietário; ante sua ausência PUBLICO OU
Silvestre permite-se a desapropriação PRIVADO
. Pesquisa científica requer autorização prévia
.Visitação pública sujeita a restrições
USO SUSTENTÁVEL
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Quando da edição do Decreto de 27.02.2001, a Lei nº 9.985/00 não havia sido regulamentada. A sua
regulamentação só foi implementada em 22 de agosto de 2002, com a edição do Decreto nº
4.340/02. O processo de criação e ampliação das unidades de conservação deve ser precedido da
regulamentação da lei, de estudos técnicos e de consulta pública. O parecer emitido pelo Conselho
Consultivo do Parque não pode substituir a consulta exigida na lei. O Conselho não tem poderes
para representar a população local. Concedida a segurança, ressalvada a possibilidade da edição de
novo decreto. (STF - MS: 24184 DF , Relator: ELLEN GRACIE, Data de Julgamento: 13/08/2003,
Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ 27-02-2004 PP-00022 EMENT VOL-02141-04 PP-00735).
MEIO AMBIENTE. Unidade de conservação. Estação ecológica. Ampliação dos limites originais
na medida do acréscimo, mediante decreto do Presidente da República. Inadmissibilidade. Falta de
estudos técnicos e de consulta pública. Requisitos prévios não satisfeitos. Nulidade do ato
pronunciada. Ofensa a direito líquido e certo. Concessão do mandado de segurança. Inteligência do
art. 66, §§ 2º e 6º, da Lei nº 9.985/2000. Votos vencidos. A ampliação dos limites de estação
ecológica, sem alteração dos limites originais, exceto pelo acréscimo proposto, não pode ser feita
sem observância dos requisitos prévios de estudos técnicos e consulta pública. (STF - MS: 24665
DF , Relator: MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 01/12/2004, Tribunal Pleno, Data de
Publicação: DJ 06-10-2006 PP-00033 EMENT VOL-02250-02 PP-00233 RT v. 96, n. 856, 2007, p.
104-118).
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licenças ambientais anteriormente concedidas. Além disso, é patente, in casu, que a extração
pretendida é danosa ao ecossistema do Parque, o que impede a concessão de novas licenças.
Recurso especial provido.(STJ. REsp 1.122.909/SC. Rel Min. Humberto Martins. 2a Turma.
Julgado em 24.11.2009).
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III - (incorreta) - Os Municípios podem sim instituir Unidades de Conservação, por força do art. 3º
da Lei do SNUC: “O Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é
constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais, de acordo
com o disposto nesta Lei.”.
IV - (incorreta) - A assertiva está errada, pois confunde área de preservação permanente (APP)
com unidade de conservação (UC). As APPs são disciplinadas pelo Código Florestal, e as UCs pela
Lei n.º 9.985/2000. Vale observar que o Novo Código Florestal traz a mesma definição de APP do
código anterior, em vigor à época da aplicação da prova:
Novo Código Florestal (Lei 12.651/2012): “Art. 3º Para os efeitos desta Lei, entende-se por:
(…) II - Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas;”
Lei do SNUC (Lei n.º 9.985/2000):“Art. 2º, I - unidade de conservação: espaço territorial e seus
recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,
legalmente instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob
regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção;”
Segundo Romeu Thomé, “Áreas de Preservação Permanente são áreas ambientalmente relevantes e,
como tal, devem ter sua vegetação preservada. São áreas destinadas exclusivamente à proteção de
suas funções ecológicas caracterizadas, regra geral, pela intocabilidade e vedação de uso econômico
direto”.
O art. 4º do Novo Código Florestal considera APP, por exemplo, faixas marginais de qualquer curso
d’água natural, entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, restingas, manguezais, topos de
morros, etc. Distinguem-se, portanto, das unidades de conservação, cujo regime jurídico é
estabelecido na Lei do SNUC.
Gabarito oficial: B
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(25º CPR) (Questão referente também ao ponto 3 C) 17. ANALISE OS ITENS ABAIXO E
RESPONDA EM SEGUIDA:
I - Os espaços territoriais especialmente protegidos estão submetidos a regime específico de fruição
e de modificabilidade, só podendo sofrer alterações em seu regime jurídico por força de resolução
do CONAMA, vedada qualquer utilização capaz de comprometer a integridade dos atributos
legitimadores de sua proteção.
II - O Superior Tribunal de Justiça sedimentou entendimento no sentido de que a obrigação de
recompor área de reserva legal adere ao título de domínio ou posse, sendo, pois, do atual titular de
imóvel rural, independentemente de ter sido ele o responsável, ou não, pelo desmatamento.
III - A reserva extrativista é uma categoria de unidade de conservação de uso sustentável, utilizada
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
por populações tradicionais, com subsistência baseada no extrativismo, cuja regularização enseja a
atribuição, pelo poder público, de título de propriedade coletiva aos membros de comunidade nela
existente.
IV - Nas unidades de conservação de proteção integral só se admite a presença de pessoas quando
for estritamente necessário ao desenvolvimento de atividades de fiscalização com vistas a assegurar
o atendimento das finalidades de preservação dos ecossistemas.
Pode-se afirmar que:
a) ( ) somente o item I está errado.
b) ( ) os itens II e III estão corretos.
c) ( ) os itens III e IV estão errados.
d) ( ) somente o item IV está errado.
Comentários:
I - (correta) - Iniciaremos com a leitura da Lei 9.985 (SNUC) acerca da assertiva: Art. 28. São
proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer alterações, atividades ou modalidades de
utilização em desacordo com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos. Como
se pode notar, é correto porque o princípio da precaução e da prevenção impõem o dever de
preservação da área, salvo autorização legislativa ou do CONAMA.
II - (correta) - O acerto desta assertiva possui fundamento legal no art. 14, § 9º, da Lei 6931/81,
que prevê a responsabilidade objetiva, ou seja, independentemente de culpa, albergado pelo atual
entendimento do STJ mediante o qual se trata de obrigação propter rem, ou seja, que se adere à
coisa, possibilitando a responsabilização do adquirente, independentemente de culpa.
AgRg nos EDcl no REsp 1203101 / SP AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL 2010/0125666-5 Relator(a) Ministro HAMILTON
CARVALHIDO (1112) Órgão Julgador T1 - PRIMEIRA TURMA Data do Julgamento 08/02/2011
Data da Publicação/Fonte DJe 18/02/2011 AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO EM RECURSO ESPECIAL.DIREITO ADMINISTRATIVO. MEIO AMBIENTE.
ÁREA DE RESERVA LEGAL EM PROPRIEDADE RURAL. DEMARCAÇÃO, AVERBAÇÃO E
RESTAURAÇÃO. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA. OBRIGAÇÃO EX LEGE E PROPTER
REM, IMEDIATAMENTE EXIGÍVEL DO PROPRIETÁRIO ATUAL. VIOLAÇÃO DA LEI DE
INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL. INOCORRÊNCIA.
1. A obrigação do atual proprietário pela reparação dos danos ambientais, ainda que não tenha sido
ele o responsável pelo desmatamento, é propter rem, ou seja, decorrente da relação existente entre o
devedor e a coisa, independente das alterações subjetivas. Dessa forma, é transferida do alienante ao
novo proprietário a obrigação de demarcar e averbar no registro de imóvel a reserva legal instituída
no artigo 16 do Código Florestal, não resultando disso violação qualquer do artigo 6º da Lei de
Introdução ao Código Civil. 2. Agravo regimental improvido.
III - (incorreta) - A afirmativa está incorreta porque a área permanece de titularidade do poder
público, não sendo concedido título coletivo aos seus membros, sendo tão somente o uso concedido
às populações tradicionais extrativas, conforme artigos da Lei 9.985/2000: Art. 18, § 1º A Reserva
Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações extrativistas tradicionais
conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
IV - (incorreta) A afirmativa é falsa porque como regra a presença humana é admitida nas unidades
de proteção integral para fins educacionais, bem como a presença de populações tradicionais
residentes na área, conforme dispositivos abaixo:
Art. 9º A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de
pesquisas científicas. § 2º É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional,
de acordo com o que dispuser o Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico. Art. 10. A
Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e demais atributos naturais
existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais,
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Dentre estas são destinadas a proteção das belezas cênicas os Parques Nacionais e os Monumentos
Naturais. Para proteção das comunidades tradicionais podem ser instituidas as Reservas extrativistas
ou as Reservas de Uso Sustentável.
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Para a correção judicial dos atos administrativos ou para remover a resistência dos
particulares às atividade públicas, a Administração e os administrados dispõem dos mesmos
meios processuais admitidos pelo Direito Comum, e recorrerão ao mesmo Poder Judiciário
uno e único - que decide os litígios de Direito público e de Direito Privado. Esse é o sentido
da jurisdição única adotada no Brasil.
Segundo Carvalho Filho, controle jurisdicional é o poder de fiscalização que os órgãos do
Poder Judiciário exercem sobre os atos administrativos do Executivo, do Legislativo e do
próprio Judiciário (conceito de HLM). Incide tanto sobre atos administrativos vinculados,
quanto discricionários, no que toca à análise dos vícios de ilegalidade ou ilegitimidade.
Constitui o controle judicial, juntamente com o princípio da legalidade, um dos
fundamentos em que se repousa o Estado de Direito. Convém lembrar que também é
cabível a Reclamação ao STF (desde que esgotadas as vias administrativas) contra
condutas omissivas e comissivas (atos administrativos) da Administração que contrariem
enunciado de súmula vinculante (Art. 7o, §1o, Lei 11.417/06).
1.2. Controle Jurisdicional: No Estado de Direito, a Administração só pode agir sob a lei.
Segundo Enterría, a legalidade em relação à Administração não é uma simples exigência
derivada apenas de sua organização burocrática e racionalizada, mas também é forma de
garantir a própria liberdade. Toda ação administrativa que force um cidadão a suportar o
que a lei não permite não é apenas uma ação ilegal, é uma agressão a sua liberdade. Por
conseguinte, reconhece-se a proteção jurisdicional a quem seja agravado por ação ou
omissão ilegal do Poder Público sempre que isto ocorra.
Há atos que se encontram sob controle especial, em razão de suas peculiaridades, entre
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eles:
a) ATOS POLÍTICOS: são atos de governo, baseados na CF, possuindo maior
discricionariedade, mas é possível o controle, desde que causem lesão aos direitos
individuais ou coletivos;
b) ATOS LEGISLATIVOS TÍPICOS: não podem ser questionados pelas ações
comuns, mas sim pelo controle concentrado;
c) ATOS INTERNA CORPORIS: a princípio não estão sujeitos ao controle do
judiciário, pois se limitam a estabelecer normas sobre o funcionamento interno dos
órgãos, mas se exorbitarem em seu conteúdo, causando lesão aos direitos
individuais ou coletivos, estão sujeitos ao controle jurisdicional
LEMBRE-SE QUE CABE MS CONTRA PEC VIOLADORA DE CLÁUSULA PÉTREA.
Dentro do controle jurisdicional comum, temos os meios comuns ordinários de controle
ou meios inespecíficos (ações ordinárias: declaratórias, constitutivas, anulatórias,
indenizatórias, etc) e as ações especiais (nunciação de obra nova, consignação em
pagamento, etc); e os meios especiais de controle ou meios específicos (exigem a presença
no processo das pessoas administrativas ou de seus agentes, ex: ação popular, ação civil
pública, habeas data, habeas corpus, mandado de segurança individual e coletivo, mandado
de injunção).
O poder judiciário PODE controlar todos os atos administrativos, sejam vinculados,
sejam discricionários, mas desde que o controle se limite à legalidade. O controle de
legalidade é em sentido amplo (leis e constituição), sendo vedado ao Judiciário apreciar o
mérito do administrativo, isto é, NÃO PODE o magistrado reavaliar critérios de
conveniência e oportunidade dos atos que são privativos do administrador público. No
entanto, atualmente o conceito de validade do ato administrativo vem sendo ampliado, não
se limitando apenas a verificação de questões meramente formais, podendo, assim, o
Judiciário analisar a validade do ato quando houver flagrante ofensa à razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, impessoalidade, etc. Nessa linha, leciona Maffini: “Poder-
se-ia dizer, em outras palavras, que o Poder Judiciário sempre foi legitimado a promover o
controle da validade das condutas administrativas discricionárias. O que evoluiu foi
justamente a definição de validade, que outrora se restringia a meros aspectos formais de
legalidade estrita e que, atualmente, relaciona-se com aspectos mais abrangentes, de
cunho formal e substancial, determinados por toda a gama de princípios integrantes da
noção de juridicidade administrativa. Assim, seria possível afirmar que o Poder Judiciário
não pode promover o controle do mérito administrativo, no sentido de não poder se
intrometer em questões administrativas de conveniência e oportunidade propriamente
ditas; poderá, contudo, fazer o controle no mérito administrativo, no sentido de que está
legitimado a realizar o controle da validade formal e substancial das decisões
discricionárias, mesmo que para isso tenha de analisar a escolha que foi realizada pela
Administração Pública. O que há de estar suficientemente esclarecido é que não mais se
pode tratar a discricionariedade ou o mérito administrativo como círculos de imunidade e
de poder. Toda e qualquer atuação estatal, inclusive a discricionária, estão sujeitas à
ordem jurídica e, assim, ao controle jurisdicional da observância a tal submissão.”
Menciona-se também, no que toca controle do ato administrativo discricionário, duas
teorias:
a) TEORIA DA DISCRICIONARIEDADE REDUZIDA A ZERO: em regra na
anulação de atos discricionários o Judiciário desconstitui a decisão que afronta a
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mínimo existencial e da reserva do possível está relacionado com a efetividade dos direitos
fundamentais, principalmente os direitos de segunda dimensão ou sociais (dimensão
positiva dos direitos fundamentais). O exame da viabilidade da atuação do Administrador
passa pela análise da chamada reserva do possível, que se traduz no conjunto de elementos
a serem sopesados pela Administração necessários à conclusão da possibilidade, ou não, do
cumprimento de certo objetivo. Em outras palavras, não se pode obrigar a Administração a
fazer o que se revela impossível. Entretanto, em cada situação poderá a Administração ser
instada a demonstrar tal impossibilidade que, se de fato inexistir, implica que a
Administração não terá como invocar em seu favor a reserva do possível. Limitações
financeiras, normas orçamentárias e o princípio da separação de poderes são expressões
chaves neste assunto.
Segue trecho (editado) da ADPF 45[20], esclarecedor a este respeito (colocado para
aprofundamento): Conforme “ANA PAULA DE BARCELLOS: "Em resumo: a limitação de
recursos existe e é uma contingência que não se pode ignorar. O intérprete deverá levá-la
em conta ao afirmar que algum bem pode ser exigido judicialmente, assim como o
magistrado, ao determinar seu fornecimento pelo Estado. Por outro lado, não se pode
esquecer que a finalidade do Estado ao obter recursos, para, em seguida, gastá-los sob a
forma de obras, prestação de serviços, ou qualquer outra política pública, é exatamente
realizar os objetivos fundamentais da Constituição. A meta central das Constituições
modernas é promoção do bem-estar do homem, cujo ponto de partida está em assegurar as
condições de sua própria dignidade, que inclui, além da proteção dos direitos individuais,
condições materiais mínimas de existência. Ao apurar os elementos fundamentais dessa
dignidade (o mínimo existencial), estar-se-ão estabelecendo exatamente os alvos
prioritários dos gastos públicos. Apenas depois de atingi-los é que se poderá discutir,
relativamente aos recursos remanescentes, em que outros projetos se deverá investir. O
mínimo existencial, como se vê, associado ao estabelecimento de prioridades
orçamentárias, é capaz de conviver produtivamente com a reserva do possível.” Vê-se,
pois, que os condicionamentos impostos, pela cláusula da "reserva do possível", ao
processo de concretização dos direitos de segunda geração - de implantação sempre
onerosa -, traduzem-se em um binômio que compreende, de um lado, (1) a razoabilidade
da pretensão individual/social deduzida em face do Poder Público e, de outro, (2) a
existência de disponibilidade financeira do Estado para tornar efetivas as prestações
positivas dele reclamadas. Mencionado binômio deve configurar-se de modo afirmativo e
em situação de cumulativa ocorrência, pois, ausente qualquer desses elementos,
descaracterizar-se-á a possibilidade estatal de realização prática de tais direitos. Não
obstante a formulação e a execução de políticas públicas dependam de opções políticas a
cargo daqueles que, por delegação popular, receberam investidura em mandato eletivo,
cumpre reconhecer que não se revela absoluta, nesse domínio, a liberdade de conformação
do legislador, nem a de atuação do Poder Executivo. É que, se tais Poderes do Estado
agirem de modo irrazoável ou procederem com a clara intenção de neutralizar,
comprometendo-a, a eficácia dos direitos sociais, econômicos e culturais, afetando, como
decorrência causal de uma injustificável inércia estatal ou de um abusivo comportamento
governamental, aquele núcleo intangível consubstanciador de um conjunto irredutível de
condições mínimas necessárias a uma existência digna e essenciais à própria
sobrevivência do indivíduo, aí, então, justificar-se-á, como precedentemente já enfatizado -
e até mesmo por razões fundadas em um imperativo ético-jurídico -, a possibilidade de
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intervenção do Poder Judiciário, em ordem a viabilizar, a todos, o acesso aos bens cuja
fruição lhes haja sido injustamente recusada pelo Estado”.
27º CPR:
1) Controle jurisdicional da Administração Pública? Sistemas? Teoria da reserva
do possível?
OUTROS CONCURSOS:
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6
Lei nº 8.666/93
Art. 24. É dispensável a licitação:
[...]
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado
em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.
Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento)
para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa
pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada
pela Lei nº 11.107, de 2005)
225
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lei previu que o consórcio pode fazer a delegação de serviços públicos mediante
autorização, o que é inconstitucional por afrontar o art. 175 da CR/887.
e) Gozar de limites diferenciados para a dispensa de licitação.
7
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
226
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4.11. Críticas:
a) pode acarretar uma indevida interferência da União, em virtude do poder
político e financeiro deste ente, em questões locais de Estados e Municípios,
representando risco à autonomia destes últimos entes públicos (Marinela, pág.
446);
b) com todos os poderes que lhes são conferidos, os consórcios públicos podem
ser inconstitucionalmente equiparados, em diversos aspectos, às unidades da
Federação brasileira (Marinela, pág. 448);
5. Contratos de gestão: Termo genérico utilizada pela doutrina para designar acordos
operacionais firmados entre a Administração central e autarquias, fundações, órgãos
públicos e organizações sociais.
A princípio, o contrato de gestão foi definido, como o contrato administrativo celebrado
entre dois entes da Administração Pública. No contexto da Reforma administrativa que teve
início em 1995, foi prevista pela Lei 9.649/98, em seus arts. 51 e 52, a possibilidade de
celebração de contrato de gestão entre Ministérios e as autarquias ou fundações públicas,
dando origem às agências executivas. A lei, contudo, não apresentou o conceito de contrato
de gestão. Da mesma forma, a Lei 9.637/98 utilizou o termo “contrato de gestão” para
definir o vínculo entre a Administração Pública e as organizações sociais. Por fim, a
Emenda Constitucional 19/98, inseriu a previsão de contrato de gestão no art. 37, § 8º, da
CF, embora não tenha se utilizado expressamente do termo “contrato de gestão”. Na
previsão constitucional consignou-se também a possibilidade de que a Poder Público
celebre tal contrato com órgãos da administração pública.
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A ADI 1.923/DF: Existem três ângulos sob os quais podem ser apreciadas as contratações
das OS:
a) Contratações dos serviços prestados pela OS: o governo é dispensado de licitação
quanto aos bens/serviços previstos no Contrato de Gestão;
b) Contratações pela OS com os recursos para ela repassados pelo Governo: o STF
entende que deve haver um procedimento seletivo, como a cotação prévia de
preços;
c) Critério de seleção da entidade privada com a qual se celebrará Contrato de Gestão
e que será qualificada como OS: STF vem entendendo, na ADIN, que é necessário
realizar chamamento público;
d) Contratação de pessoal pela OS: não precisa licitar, já que serão empregados
privados regidos pela CLT.
24º CPR:
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26º CPR:
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231
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27º CPR:
1) O que leva uma autarquia a ser uma agência? Quais os requisitos? (obs. a
examinadora adora este ponto)?
2) Como o dirigente é indicado? Em que caso ele pode sair antes do mandato
(atenção. A examinadora tentou enganar a candidata perguntando: quando ele
pode ser demitido ad nutum).
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OUTROS CONCURSOS
EMAGIS – 2012/23 – QUESTÃO 05. O consórcio público será constituído por contrato.
(art. 2º, § 3º)
EMAGIS – 2012/23 – QUESTÃO 05. Não se admite que entidades privadas integrem
consórcios públicos.
233
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EMAGIS – 2012/07 – QUESTÃO 05. Em um consórcio público, admite-se que seu objeto
RECAIA SOBRE A GESTÃO ASSOCIADA DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE
COMPETÊNCIA DAS ENTIDADES CONSORCIADAS.
EMAGIS – 2012/05 – QUESTÃO 05. Deve ser observada a Lei nº 11.107/05 pela União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
EMAGIS – 2012/05 – QUESTÃO 05. O consórcio público poderá, nos termos do contrato
de consórcio de direito público, instituir servidões nos termos de declaração de utilidade
ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público (art. 2º, § 1º,
II).
EMAGIS – 2012/05 – QUESTÃO 05. Os consórcios públicos nunca poderão ter fins
lucrativos (art. 4º, IV).
EMAGIS – 2012/04 – QUESTÃO 04. É correto afirmar, no que concerne aos consórcios
públicos, que há expressão previsão legal de dispensa de licitação em todas as contratações
do consórcio público pela administração direta ou indireta dos entes da Federação
consorciados.
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A Constituição Federal em seu artigo 216, caput, ampliou o conceito de patrimônio cultural
para abranger os bens de natureza material e bens de natureza imaterial. Desse modo, está
superada a restrita composição do patrimônio histórico e artístico nacional contida no artigo
1º do Decreto-lei 25/1937, que se limita a bens tangíveis.
Neste sentido, a PGR em exercício Sandra Cureau propôs a ADPF 206 em face do referido
dispositivo, com o fito de buscar nova interpretação ao artigo, para incluir no enunciado da
norma o conceito amplo de bem cultural conforme os artigos 215 e 216 da Carta Magna
vigente. Para ela, “a Constituição de 1988 ampliou a ideia de patrimônio cultural, que
‘começou a ser formulada como fator, produto ou imagem de constituição e identidade dos
povos, vinculada ao sentido de pertença e multiplicidade de elementos formadores da
sociedade humana e à preservação de sua memória’. A interpretação do conceito, previsto
no artigo 1º do Decreto-Lei 25/1937 continua, no entanto, englobando apenas o
tratamento excepcional do valor do bem cultural.” Além disso, “‘o que importa, agora, é a
atenção especial que se dá à cultura material e imaterial dos grupos sociais formadores da
sociedade’, valorizando não mais somente o fundamento estético, mas o conceito de
patrimônio relacionado à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos
formadores da sociedade brasileira, isto é, levando em consideração os bens culturais e
históricos, como um reflexo dos valores, das crenças, dos conhecimentos e das tradições.
[21] Acesso em 17.02.2013.”
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Tanto os bens materiais quanto os intangíveis dependem de proteção. Cumpre registrar que
a proteção do patrimônio cultural brasileiro se insere na competência material e legislativa
de todos os entes federativos nos termos do artigo 23, III e IV e art.24, VII e VIII da CRFB.
Nos termos da CF, há um rol exemplificativo das formas de tutela conforme se demonstra a
seguir.
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Estado na propriedade privada ou mesmo pública, de índole declaratória que tem o condão
de limitar o uso, gozo e a disposição de um bem, gratuito (em regra), permanente e
indelegável, destinado à preservação do patrimônio cultural material (móvel ou imóvel),
dos monumentos naturais e dos sítios e paisagens de feição notável, pela própria natureza
ou por intervenção humana (Frederico Augusto de Trindade Amado, p. 288).
Previsão legal: artigo 216, § 1º da CRFB e Decreto-lei 25/1937.
Natureza jurídica: divisão na doutrina entre servidão administrativa, limitação
administrativa e modalidade autônoma de intervenção. Para examinador, intervenção no
domínio particular, ou seja, uma restrição parcial na propriedade para demarcar o interesse
público na proteção de determinado bem, sob a perspectiva de seu valor cultural. (Nicolau
Dino, artigo: A proteção do patrimônio cultural em face da omissão do Poder Público).
Classificação:
a) Quanto ao procedimento: de ofício, voluntário e compulsório.
b) Quanto à eficácia: provisório ou definitivo.
c) Quanto aos destinatários: individual ou geral.
Efeitos:
a) Necessidade de transcrição no Registro Público - o registro apenas confere
publicidade e não constitui o tombamento. Este terá eficácia desde a notificação do
tombamento provisório ou inscrição em Livro de Tombo. Se imóvel o registro deverá ser
perpretado no cartório de Registro de Imóveis e, se móvel, no Cartório de Registro de
Títulos e Documentos;
b) Se público, só pode ser alienado entre entes públicos. Se particular, deve
observar ordem de preferência (União, Estados e Municípios) para alienar;
c) O proprietário não pode modificar o bem, sob pena de multa;
d) Caberá ao proprietário arcar com os custos, salvo se demonstrar não
possuir recursos disponíveis, neste caso deve o Poder Público arcar com os custos dentro de
seis meses, sob pena de cancelamento do tombamento;
e) A área do entorno do bem tombado deve garantir visibilidade e ambiência,
não podendo haver redução ou impedimento destes.
Trata-se de servidão administrativa, onde a coisa dominante é o bem tombado e serviente os
imóveis vizinhos.
Indenização: em regra não caberá, salvo com a demonstração do prejuízo efetivo, desde
que haja restrição ao exercício do direito de propriedade, sendo este o entendimento do
STJ.
Tombamento constitucional: incide sobre os documentos e sítios detentores de
reminiscências históricas dos antigos quilombos (§ 5º, do artigo 216 da CRFB).
Destombamento: pode ocorrer, por exemplo, no equívoco na valoração cultural de um bem,
ou vício no processo administrativo. Ademais, o artigo 19, §2º do Decreto-lei 25/1937,
prevê o cancelamento do Tombamento quando o poder público não arcar com as obras de
restauração, na hipótese de o proprietário não possuir os recursos disponíveis.
Sanções administrativas: o Decreto 6514/2008 prevê multas por agressões ao patrimônio
cultural, bem como embargo e demolição de obra, que, por exemplo, impeça ou reduza a
visibilidade de bem protegido.
Estatuto da Cidade: Art.35 prevê a possibilidade de lei municipal autorizar o proprietário
de imóvel urbano a exercer em outro local, ou alienar, o direito de construir quando o
referido imóvel for considerado necessário para o interesse cultural. É uma medida
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
“compensatória”.
ACP e Ação Popular em face da omissão do Poder Público: O fato de a Administração
Pública não adotar a providência de tombamento não impede a obtenção de medida de
proteção na esfera jurisdicional. O tombamento não constitui o valor cultural de um bem,
mas apenas o declara. A ausência de tombamento não implica, portanto, inexistência de
relevância histórica ou cultural. Esta pode ser reconhecida na via judicial, sanando-se, por
este caminho, a omissão da autoridade administrativa. Nicolau Dino em seu artigo “A
proteção do patrimônio cultural em face da omissão do Poder Público” ensina que a decisão
judicial na ACP ou na ação popular pode declarar o valor cultural do bem e constituir o
gravame daí decorrente, em substituição ao tombamento, com eficácia erga omnes. O autor
defende que a proteção judicial estaria incluída entre as “outras formas de acautelamento e
preservação” previstos no artigo 216, § 1º da CRFB.
Jurisprudência: Segundo o STJ, no ROMS 18.952, o tombamento não implica
transferência de propriedade, inexiste a limitação constante no artigo 1º, §2º, do DL
3365/41, que proíbe o município de desapropriar bem do Estado.
D) VIGILÂNCIA: A vigilância é um instrumento que decorre do poder de polícia
administrativa, para a vigia de bens tombados, conforme previsão do artigo 20 do Decreto-
lei 25/1937. Embora este instrumento de proteção esteja previsto em nível constitucional,
não há lei regulamentando esta forma de tutela. Embora haja previsão restrita para os
tombamentos, deve ser aplicado a todos os bens culturais, uma vez que o poder público tem
dever de fiscalização, como garantia de proteção.
238
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Art. 11. A defesa dos direitos constitucionais do cidadão visa à garantia do seu
efetivo respeito pelos Poderes Públicos e pelos prestadores de serviços de
relevância pública.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Art. 14. Não atendida, no prazo devido, a notificação prevista no artigo anterior, a
Procuradoria dos Direitos do Cidadão representará ao poder ou autoridade
competente para promover a responsabilidade pela ação ou omissão
inconstitucionais.
Art. 15. É vedado aos órgãos de defesa dos direitos constitucionais do cidadão
promover em juízo a defesa de direitos individuais lesados. (...)
I - vitaliciedade, após dois anos de efetivo exercício, não podendo perder o cargo
senão por sentença judicial transitada em julgado;
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
o disposto nos arts. 37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I;
Art. 33. As funções do Ministério Público da União só podem ser exercidas por
integrantes da respectiva carreira, que deverão residir onde estiverem lotados.
(salvo autorização do Chefe da instituição – Art. 129, § 2º, da CF, com redação
dada pela EC 45/04)
Art. 39. Cabe ao Ministério Público Federal exercer a defesa dos direitos
constitucionais do cidadão, sempre que se cuidar de garantir-lhes o respeito:
Art. 41. Em cada Estado e no Distrito Federal será designado, na forma do art. 49,
III, órgão do Ministério Público Federal para exercer as funções do ofício de
Procurador Regional dos Direitos do Cidadão.
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I - o Procurador-Geral da República;
VI - os Subprocuradores-Gerais da República;
242
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Art. 70. Os Procuradores da República serão designados para oficiar junto aos
Juízes Federais e junto aos Tribunais Regionais Eleitorais, onde não tiver sede a
Procuradoria Regional da República.
Art. 76. O Procurador Regional Eleitoral, juntamente com o seu substituto, será
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Art. 186. O concurso público de provas e títulos para ingresso em cada carreira do
Ministério Público da União terá âmbito nacional, destinando-se ao preenchimento
de todas as vagas existentes e das que ocorrerem no prazo de eficácia.
“O Poder Judiciário tem por característica central a estática ou o não-agir por impulso
próprio (ne procedat iudex ex officio). Age por provocação das partes, do que decorre ser
próprio do Direito Positivo este ponto de fragilidade: quem diz o que seja ‘de Direito’ não o
diz senão a partir de impulso externo. Não é isso o que se dá com o Ministério Público.
Este age de ofício e assim confere ao Direito um elemento de dinamismo compensador
daquele primeiro ponto jurisdicional de fragilidade. Daí os antiqüíssimos nomes de
‘promotor de justiça’ para designar o agente que pugna pela realização da justiça, ao lado
da ‘procuradoria de justiça’, órgão congregador de promotores e procuradores de justiça.
Promotoria de justiça, promotor de justiça, ambos a pôr em evidência o caráter comissivo
ou a atuação de ofício dos órgãos ministeriais públicos. Duas das competências
constitucionais do Ministério Público são particularmente expressivas dessa índole ativa
que se está a realçar. A primeira reside no inciso II do art. 129 (...). É dizer: o Ministério
Público está autorizado pela Constituição a promover todas as medidas necessárias à
efetivação de todos os direitos assegurados pela Constituição. A segunda competência está
no inciso VII do mesmo art. 129 e traduz-se no ‘controle externo da atividade policial’.
Noutros termos: ambas as funções ditas ‘institucionais’ são as que melhor tipificam o
Ministério Público enquanto instituição que bem pode tomar a dianteira das coisas, se assim
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
preferir.” (HC 97.969, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 1º-2-2011, Segunda Turma,
DJE de 23-5-2011).
245
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27º CPR:
2)Quais são os direitos dos membros do MP? Quais são seus deveres?
246
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Carvalho Filho aduz que a hierarquia é o escalonamento em plano vertical dos órgãos e
agentes da Administração que tem como objetivo a organização da função administrativa.
Entre os órgãos há uma relação de hierarquia. Por sua vez, conceitua Celso Antônio que
“Hierarquia pode ser definida como vínculo de autoridade, que une órgãos e agentes,
através de escalões sucessivos, numa relação de autoridade, de superior a inferior, de
hierarca a subalterno. Os poderes do hierarca conferem-lhe uma contínua e permanente
autoridade sobre toda a atividade administrativa do subordinador”. Hierarquia caracteriza-
se pela existência de graus de subordinação entre os diversos órgãos da Administração
Pública.
O poder hierárquico nem sempre está relacionado com aplicação de sanções disciplinares.
Somente deriva do poder hierárquico as sanções disciplinares aplicadas aos servidores
públicos que pratiquem infrações disciplinares. Quando a Administração Pública aplica
uma sanção disciplinar a um agente público, essa atuação decorre imediatamente do poder
disciplinar e mediatamente do poder hierárquico. Vale dizer, o poder disciplinar deriva do
hierárquico. Todavia, quando a administração pública aplica uma sanção administrativa a
alguém que descumpriu um contrato administrativo, há exercício do poder disciplinar. Da
mesma forma, o poder hierárquico diferencia-se do poder de polícia, tendo em vista que
este decorre de um vínculo geral entre a administração pública e os indivíduos.
247
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
b) Nos termos expressos do art. 12 da referida lei, a delegação pode ser feita
tanto em relação de subordinação (quando há uma relação de subordinação entre o agente
ou órgão delegante e o delegado) bem como quando há uma relação de coordenação (sem
subordinação);
c) A delegação não pode ser total, mas tão só de uma parte da competência e
deve ter prazo determinado;
A Lei 9.784/99 traz as hipóteses em que se veda a delegação de competência, quais sejam:
a) edição de atos de caráter normativo; b) a decisão de recursos administrativos; c) as
matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Frise-se que outras leis
específicas podem vedar a delegação de competência de outros atos.
248
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
subordinado (a lei não prevê a avocação de atribuição de órgão ou agente não subordinado.
Daí, a avocação pressupõe essa relação de subordinação). Deve ser medida excepcional
e devidamente fundamentada.
Observe-se que a lei 9.784/99 não traz um rol de hipóteses em que é possível ou vedada a
avocação, de sorte que o art. 15 traz uma autorização genérica para avocação. Maria Sylvia
Di Pietro defende que a avocação, contudo, não seria possível em se tratando de
competência exclusiva do subordinado. A avocação é medida excepcional e que deve ser
evitada, pois é causa de desorganização normal do funcionamento do serviço, além de
representar um desprestígio para o servidor subordinado. De toda sorte, desonera o a
responsabilidade do subordinado no que tange ao ato praticado pelo superior.
27º CPR:
1) O que é competência? Pode ser delegada? Em que hipóteses?
249
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Assim sendo, seguindo o raciocínio de Duprat, pode-se afirmar que é aplicável aos povos
tradicionais, guardadas as peculiaridades relativas aos povos indígenas e aos remanescentes
de quilombolas previstas na CF/88, o regime de acesso e proteção territorial previsto nos
artigos 13 a 19 da referida Convenção, primeiro porque tais dispositivos não restringem sua
aplicação aos indígenas e segundo porque todos eles fazem referência a “povos
interessados”. 2.2. Regime jurídico Interno. No plano jurídico interno, o tratamento dado às
populações tradicionais no que se refere ao acesso territorial e garantias territoriais, é
basicamente disciplinado pelas Leis 11.428/2006 e 9985/00 (Lei do Sistema Nacional de
Unidades de Conservação/SNUC).
A Lei 11.428/2006, que dispõe sobre o regime jurídico da Mata Atlântica, além de trazer
uma definição do que considera como sendo populações tradicionais, autoriza por parte
destes últimos a sua permanência no referido Bioma em regime de desenvolvimento
autossustentável, sendo que a exploração eventual, sem propósito comercial direto ou
indireto de espécies da flora nativa, para consumo nas propriedades ou posses das
populações tradicionais, independe de autorização dos órgãos competentes, devendo os
órgãos competentes assisti-las no manejo e exploração sustentáveis (art. 9º).
Excepcionalmente será autorizado a tais populações o corte, a supressão e a exploração da
vegetação secundária em estágio médio de regeneração do Bioma quando necessários para
o exercício de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais imprescindíveis à
sua subsistência e de sua família, ressalvadas as áreas de preservação permanente e, quando
for o caso, após averbação da reserva legal, nos termos do Código Florestal (art. 23, III).
Ademais, a referida Lei ainda garante a prioridade na concessão de crédito agrícola às
populações tradicionais que tenham vegetação primária ou secundária em estágios
avançado e médio de regeneração na Mata Atlântica.
*Já a Lei 9985/00 (Lei do SNUC) dispõe dentre seus objetivos “proteger os recursos
naturais necessários à subsistência de populações tradicionais, respeitando e valorizando
seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e economicamente” (art. 4º, XIII),
bem como uma de suas diretrizes garantir “às populações tradicionais cuja subsistência
251
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
252
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que caso haja tratados cujos dispositivos ao serem aplicados possam causar danos
desnecessários à biodiversidade, as disposições da Convenção devem prevalecer.
253
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
como sendo “qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos
vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização
específica” (art. 2º). Assim, fica evidente que a biotecnologia trata (em sua maior
abrangência) do patrimônio genético.
ATENÇÃO 01: Desde logo cumpre salientar que a MP estabelece que “o acesso ao
patrimônio genético existente no País somente será feito mediante autorização da União e
terá o seu uso, comercialização e aproveitamento para quaisquer fins submetidos à
fiscalização, restrições e repartição de benefícios nos termos e nas condições estabelecidos
nesta Medida Provisória e no seu regulamento” (art.2º).
ATENÇÃO 02: A pesquisa sobre componentes do patrimônio genético deve ser realizada
preferencialmente no território nacional (art. 16, § 7º), sendo a participação de pessoa
jurídica estrangeira em expedição para coleta de amostra de componente do patrimônio
genético in situ e para acesso de conhecimento tradicional associado somente será
autorizada quando em conjunto com instituição pública nacional, ficando a coordenação
das atividades obrigatoriamente a cargo desta última e desde que todas as instituições
envolvidas exerçam atividades de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins
(16, § 6º).
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255
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A concessão da autorização de acesso e de remessa está sujeita à anuência prévia (art. 16, §
9º):
I - divisão de lucros;
II - pagamento de royalties;
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II - prazo de duração;
VI - rescisão;
VII - penalidades;
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*O Estado reconhece o direito das comunidades indígenas e das comunidades locais para
decidir sobre o uso de seus conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio genético
do País (art. 8º, § 1º).
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1) o CGEN deliberará (art. 11, IV, alíneas ‘b’ e ‘d’ da MP 2.186-16/01) sobre a
autorização de acesso a conhecimento tradicional associado, mediante anuência
prévia de seu titular; bem como sobre a autorização especial de acesso a
conhecimento tradicional associado à instituição nacional, pública ou privada, que
exerça atividade de pesquisa e desenvolvimento nas áreas biológicas e afins, e à
universidade nacional, pública ou privada, com prazo de duração de até dois anos,
renovável por iguais períodos;
259
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27º CPR:
4) Por meio de que instrumento da política nacional de meio ambiente pode ser
compatibilizado o acesso à terra com a proteção do meio ambiente?
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LEGISLAÇÃO BÁSICA: CF/88: art. 5, II; art. 84, VI, “a”; art. 49, V.
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a) quando o ato regulamentar esteja em conflito com a lei que ele regulamenta, será
viável apenas o controle de legalidade. Assim, se o ato administrativo extrapolou os
limites da lei ou a contrariou, trata-se de questão de afronta à legalidade e não de
inconstitucionalidade. Neste norte, não se admite ADI nesse caso;
Por fim, se o decreto exorbitar o Poder Regulamentar, ofendendo preceitos legais, poderá
ser sustado pelo Congresso Nacional, nos termos do art. 49, V da CF. A ausência de um ato
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para a instalação de uma banca de jornais, feiras de artesanato em praças públicas, para
vestuários públicos; para banheiros públicos; para restaurantes turísticos.
Concessão de uso: Contrato administrativo, pelo qual o Poder Público confere a certa
pessoa o uso privativo de bem público, independentemente do maior ou menor interesse
público da pessoa concedente. Semelhança com os anteriores: uso privativo mediante
consentimento formal da Adm e a discricionariedade. Elementos diferenciais são:
Concessão de direito real de uso: é o contrato administrativo pelo qual o Poder público
confere ao particular o direito real resolúvel de uso de um terreno público ou sobre o espaço
aéreo que o recobre, para os fins que, prévia e determinadamente, o justificaram (JSCF,
pag. 1010). É regulada pelo Decreto-Lei no 271/1967: é instituída a concessão de uso de
terrenos públicos ou particulares remunerada ou gratuita, por tempo certo ou
indeterminado, como direito real resolúvel, para fins específicos de regularização
fundiária de interesse social, urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra,
aproveitamento sustentável das várzeas, preservação das comunidades tradicionais e seus
meios de subsistência ou outras modalidades de interesse social em áreas urbanas (Art. 7o )
Características:
a) dado que esta versa sobre direito pessoal e não possui objetivos
previamente fixados pela lei;
2) Pode incidir hipoteca sobre a concessão, mas se ela for outorgada por prazo
determinado, o direito de garantia fica limitado à duração deste;
6) Requer lei autorizadora e licitação prévia, salvo se estiver dentro das hipóteses de
dispensa
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
1ª) desvio de finalidade: concessionário não utiliza o imóvel para sua moradia ou de
sua família;
Concessão coletiva de uso especial para fins de moradia: (art. 2º, MP 2220/01).
Requisitos:
Nessa concessão, cada concessionário será atribuída igual fração ideal do terreno,
sem levar em conta a dimensão do terreno que cada possuidor ocupe, salvo acordo entre os
possuidores para viabilizar frações diferenciadas. No entanto, não poderá ser exceder a 250
m2. Do referido dispositivo, encontramos também, a mesma colocação no art. 9º da Lei
10.257/01 (Estatuto da Cidade), que assim dispõe: “Aquele que possuir como sua área ou
edificação urbana de até 250 m2 (duzentos e cinqüenta metros quadrados), por 5 (cinco)
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família,
adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural”. É a mesma previsão do art.183 da CF.
268
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Cessão de uso: o Poder Público consente o uso gratuito de bem público por órgãos da
mesma pessoa ou de pessoa diversa, incumbida de desenvolver atividade que, de algum
modo, traduza interesse para a coletividade. Fundamento: é a colaboração entre as
entidades públicas e privadas com objetivo de atender, global e parcialmente, a interesses
coletivos. O benefício coletivo a diferencia das formas. Trata-se de transferência de posse e
não de propriedade. Ex: TJ cede uso de uma sala para o TCU. Alguns autores limitam a
cessão às entidades públicas, outros estendem para a Administração Indireta e pessoas
privadas, desde que sem fins lucrativos. Formaliza-se por meio de termo de cessão.
Excepcionalmente exige-se lei autorizadora (JSCF, p.1008), porque se insere no poder de
gestão administrativa.
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Resolução 399, ANA – estabelece os critérios para classificar o curso d´água como de
domínio da União, do Estado ou do Distrito Federal. STF Súmula nº 479 - As margens dos
rios navegáveis são domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo,
excluídas de indenização.
Divisão constitucional de competência em matéria de águas: art. 22, IV, 24, IV, 21, XVI e
XIX e 23, XI. Art. 20, III; art. 21, XIX; art. 22, IV; art. 26, I CF+ Lei 9.433/97 (política
nacional). A política nacional de recursos hídricos foi instituída pela Lei n. 9433/97
(essencial a leitura desta lei neste tópico). A competência para legislar sobre águas foi
reservada privativamente à União pelo artigo 22, IV, da Constituição. Além disso, a ela foi
dada a atribuição de instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e
definir critérios de outorga de direitos de seu uso. (art. 21, XIX). Segundo Di Pietro, isto
não impede que os Estados estabeleçam normas sobre o policiamento de suas águas,
visando a sua proteção, tendo em vista que o artigo 24, VI, da Constituição lhes confere
competência concorrente com a União para legislar sobre “florestas, caça, pesca, fauna,
conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente
e controle da poluição”.
Política Nacional de Recursos Hídricos. A lei 9.433/1997 instituiu uma Política Nacional
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
de Recursos Hídricos, tendo como fundamentos: água é recurso natural limitado dotado de
valor econômico e bem de domínio público. Ver art. 1° (todos os fundamentos), 2°
(objetivos); 3° (diretrizes) e 4° (instrumentos). A regra é o uso múltiplo das águas (consumo
humano, agricultura, recreação, navegação, geração de energia elétrica, etc.). Contudo, o
artigo 7º, VIII, da lei 9.433/1997 prevê a instituição de prioridades no uso da água pelos
Planos de Recursos Hídricos. Além disso, na hipótese do enfrentamento de situações de
escassez, haverá uma ordem de preferência de utilização para o consumo humano (para
atender as necessidades básicas, e não as supérfluas) e a dessendentação de animais, sendo
válida a adoção de medidas restritivas temporárias.
A bacia hidrográfica é a área onde ocorre a drenagem das águas destinadas a um curso de
água, normalmente um grande rio, ou seja, normalmente vários cursos de água convergem
para um rio principal. A região hidrográfica é o espaço territorial brasileiro compreendido
por uma bacia, grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas com características
naturais, sociais e econômicas homogêneas ou similares, com vistas a orientar o
planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. O Conselho Nacional de Recursos
Hídricos editou a Resolução 32/2003, que instituiu 12 Regiões Hidrográficas. O sexto
fundamento da PNRH é gestão descentralizada dos recursos hídricos, que será tripartite,
com a participação do Poder Público, das comunidades e dos usuários, atendendo o
Princípio da Participação Comunitária ou Cidadã.
Outorga dos direitos de uso de recursos hídricos, que tem como objetivo assegurar o
controle quantitativo e qualitativo dos usos de água e o efetivo exercício dos direitos de
acesso à água;
A cobrança do uso de recursos hídricos, que visa reconhecer a água como bem econômico e
dar notoriedade ao seu real valor à vida, bem como incentivar a racionalização do seu uso a
obter recursos financeiros para o financiamento de programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos (Princípio do Usuário-Pagador).
STJ, Resp 861.661 – O faturamento do serviço de fornecimento de água com base na tarifa
progressiva, de acordo com a categoria de usuários e as faixas de consumo, é legítimo e
atende ao interesse público, porquanto estimula o uso racional dos recursos hídricos. STJ,
Resp 848.287 – o valor arrecadado pelo uso dos recursos hídricos tem natureza de taxa. De
acordo com o STJ (AgResp 2008.01.01..251-7), a água fornecida à população, após ser
tratada pelas empresas concessionárias, permissionárias ou autorizadas, não caracteriza
mercadoria, não incidindo, portanto, ICMS. Natureza pública das águas.
O quinto instrumento arrolado á a compensação aos municípios. Contudo, o artigo 24, que
o regulamentava, foi vetado pelo Presidente.
271
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Regime jurídico das águas. A utilização da água, em regra, exige outorga (rol
exemplificativo constante no art. 12). Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos:
instrumento pelo qual o poder público atribui ao interessado, público ou privado, o direito
de utilizar privativamente o recurso. Por prazo determinado até 35 anos, renovável, mas
pode ser suspenso ou extinto. Dispensada em alguns usos. Não precisa licitar. Não
configura prestação de serviço público. Natureza jurídica: ato administrativo na modalidade
autorização (discute-se se é precário e discricionário ou vinculado nesse caso). Nos termos
do artigo 13, da Lei 9.433/1997, a outorga fica condicionada às prioridades de uso
estabelecido nos Planos de Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de
água estiver enquadrado e a manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário,
quando for o caso. Se a água for bem da União, competirá à Agência Nacional de Águas –
ANA outorgar o seu uso, cabendo delegação aos estados e ao Distrito Federal. Caso a água
seja estadual ou distrital, a estes entes caberá exercer essa competência. A outorga não
passa a integrar o patrimônio do beneficiário, sendo ato precário passível de revogação ou
suspensão nas hipóteses previstas na lei 9.433/97, razão pela qual ostenta a natureza de
autorização administrativa, embora tenha prazo que limite a sua precariedade, pois a
revogação apenas poderá ocorrer naqueles casos. O seu pagamento não tem índole
tributária, podendo se enquadrar como um preço público, sendo que já precedente pela
insindicabilidade do mérito do ato de outorga pelo Poder Público. As outorgas de direito de
uso de recursos hídricos para concessionárias e autorizadas de serviços públicos e de
geração de energia hidrelétrica vigorarão por prazos coincidentes com os dos
correspondentes contratos de concessão ou atos administrativos de autorização, na forma do
artigo 5º, § 4º, da Lei 9.984/2000. Outrossim, a concessão da outorga não dispensa o prévio
licenciamento ambiental, inclusive a elaboração do EIA-RIMA, caso a atividade seja apta a
causar significativa degradação ambiental.
A conta de água que se paga mostra-se como um típico caso de aplicação do princípio do
usuário pagador, pois a água é bem inalienável. Caso Usina Hidrelétrica de Belo Monte: art.
231§3° CF – deve ouvir indígenas + autorização do Congresso Nacional.
águas.
Águas subterrâneas. As águas subterrâneas são bens dos Estados (art. 26, I, CF/88). O
particular não tem o domínio sobre essas águas, mas apenas o direito à exploração das
águas subterrâneas mediante autorização do Poder Público, cobrada à devida
contraprestação (art. 12, II e 20, Lei 9.433/1997). Embora a dominialidade das águas
subterrâneas seja dos estados-membros, estas estão sendo tratadas em um programa
nacional, haja vista a necessidade da gestão integrada deste recurso e o fato dos aquíferos
quase sempre extrapolarem os limites das bacias hidrográficas, estados e países, sendo
necessários mecanismos de articulação entre os entes envolvidos. Também não deve ser
esquecido o papel dos municípios na gestão de recursos hídricos, pois estes são os
responsáveis pela política de uso e ocupação do solo, que tem relação direta com a proteção
das águas subterrâneas.
273
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
LEGISLAÇÃO BÁSICA: Arts. 21, XI, XII e 177, §2º, III, CF; Arts. 5º, 6º e 9º da Lei
9.986/2000; Art. 51, Lei 9.649/98. Art. 24 da Lei 8.666/93; Lei 8.958/94.
Segundo Mello, as agências reguladoras são autarquias sob regime especial criadas para
disciplinar e controlar certas atividades, tais como:
274
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
d) atividades que o Estado também protagoniza, mas que, paralelamente, são exercidas por
particulares, tal como ocorre com o serviço de saúde (Ex: ANS, ANVISA);
As agências surgiram com o objetivo de disciplinar e controlar certas atividades, tais como:
serviços públicos propriamente ditos; atividades de fomento e fiscalização da atividade
privada; atividades que o Estado também protagoniza, mas que, paralelamente, são
facultadas aos particulares, dentre outras. Nos dizeres de José dos Santos Carvalho Filho
(Manual de Direito Administrativo, 21ª edição, p. 466), a essas autarquias reguladoras foi
atribuída a função principal de controlar, em toda a sua extensão, a prestação dos serviços
públicos e o exercício de atividades econômicas, bem como a própria atuação das pessoas
privadas.
A principal função das agências é a reguladora, que pode ser considerada como uma
competência de as agências expedirem normas com o intuito de regularem a prestação, a
fiscalização e a fruição dos serviços públicos que lhe são afetos. São criadas por lei
específica, com a finalidade de absorver as matérias antes concentradas no executivo, não
havendo controle de subordinação ou hierarquia, mas existe uma tutela administrativa
quanto aos fins.
A essas autarquias reguladoras foi atribuída a função principal de controlar, em toda a sua
extensão, a prestação de serviços públicos e o exercício de atividades econômicas, bem
como a própria atuação das pessoas privadas que passaram a executá-los, inclusive
275
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
impondo sua adequação aos fins colimados pelo Governo e às estratégias econômicas e
administrativas que inspiraram o processo de desestatização.
Ademais, tais autarquias deverão ser fortes e atentas à área sob seu controle, de modo a
evitar que as pessoas privadas pratiquem abuso de poder econômico, visando à dominação
dos mercados e à eliminação da concorrência, provocando aumento arbitrário de seus
lucros. Sobre a relação jurídica entre as agências e as entidades de direito privado, são
necessários mecanismos para evitar a ingerência destas naquelas. Com base nisso, surgiu a
chamada teoria da captura, pela qual se busca impedir uma vinculação promíscua entre a
agência, de um lado, e o governo instituidor ou os entes regulados, de outro, com flagrante
comprometimento da independência da pessoa controladora (CARVALHO FILHO, p. 466).
276
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
A qualificação como agência executiva será feita por meio de decreto e ficará mantida
desde que o contrato de gestão seja sucessivamente renovado e que o plano estratégico de
reestruturação e de desenvolvimento institucional tenha prosseguimento ininterrupto, até a
sua conclusão. Se descumprida essa condição, será desqualificada a autarquia ou a
fundação como agência executiva, por meio de decreto do chefe do Executivo, por
iniciativa do Ministério supervisor. Os Estados e Municípios, dentro de sua competência
material, poderão qualificar suas autarquias ou fundações públicas como agências
executivas.
Segundo Carvalho Filho, a Lei 9.649/98, que teve o escopo de reorganizar a administração
federal, passou a estabelecer que os serviços de fiscalização de profissões regulamentadas
seriam exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público, mediante
autorização legislativa (art. 58). Consignava, ainda que os conselhos de fiscalização
teriam personalidade jurídica de direito privado, sem vínculo funcional ou hierárquico
com os órgãos da Administração Pública (art. 58, §2º). Sua organização e estrutura seriam
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
fixadas por decisão interna do plenário (art. 58, §8º). Todos esses dispositivos foram
declarados inconstitucionais – decisão evidentemente acertada – já que inviável é a
delegação, a entidade privada, de atividade típica do Estado, ainda mais quando se sabe
que nele está incluído o exercício do poder de polícia, de tributação e de punição, no que
tange a atividades profissionais regulamentadas. Assim, ofendidos foram os arts. 5º, XIII;
22, XXVI; 21, XXIV; 70, parágrafo único; 149 e 175 da CF. (CARVALHO FILHO, p. 468
e 469)
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil – Decidiu-se que tal autarquia não integra a
Administração Indireta da União, configurando-se como entidade independente; assim, não
está vinculada a qualquer órgão administrativo, nem se sujeita ao respectivo controle
ministerial. Na verdade, foi utilizada a terminologia autarquia sui generis pelo STJ para
qualificar a OAB, nos moldes do REsp 915.753/RS: A OAB possui natureza de autarquia
especial ou sui generis, pois, mesmo incumbida de realizar serviço público, nos termos da
lei que a instituiu, não se inclui entre as demais autarquias federais típicas, já que não
busca realizar os fins da Administração. As contribuições pagas pelos filiados à OAB não
têm natureza tributária. As cobranças das anuidades da OAB, por não possuírem natureza
tributária, seguem o rito do Código de Processo Civil, e não da Lei n. 6.830/80. A OAB é
entidade que não pode ser comparada às demais autarquias profissionais, porque, além de
seu objetivo básico – de representação da categoria dos advogados – tem ainda função
institucional de natureza constitucional. Seu pessoal é regido pela CLT, mas não se submete
ao art. 37, II, da CF, que exige prévia aprovação em concurso público para a contratação
dos servidores. (ADI 3.026 -DF). As contribuições pagas pelos inscritos não tem natureza
tributária. A entidade não se sujeita às normas da Lei 4.320/64 (direito financeiro), nem ao
controle contábil, financeiro, orçamentário, operacional e patrimonial exercido pelo
Tribunal de Contas da União. Trata-se de regime especial, diverso do adotado para as
autarquias em geral. Não é idêntico, com certeza, ao adotado para as agências reguladoras –
autarquias de regime especial- mas é inegável que ostenta caráter de excepcionalidade em
relação ao sistema autárquico comum.
SERVIÇOS SOCIAIS AUTONOMOS. São entidades privadas criadas diretamente por lei,
para prestar, sem fins lucrativos, certos serviços sociais consistentes em ministrar
assistência ou ensino a determinadas categorias sociais ou profissionais. Recebem do
Estado incentivo através de dotações orçamentárias específicas ou contribuições parafiscais
instituídas em seu favor e pagas pelos empresários e todos que exercem atividade industrial.
As contribuições parafiscais são espécies de contribuições sociais (art. 149 CF), assim
denominadas porque são destinadas a entidades paralelas do Estado.
Apesar de não pertencerem ao Estado, os serviços sociais autônomos são instituídos por lei.
Para existirem, dependem de atos constitutivos de responsabilidade das respectivas
Confederações Nacionais. Os Decretos-leis 9.403/46 e 9.853/46, por exemplo, atribuíram,
respectivamente à Confederação Nacional da Indústria e a do Comércio o encargo de
criarem, organizarem e dirigirem o SESI e o SESC. Tais entidades não prestam serviços
278
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
públicos delegados pelo Estado, mas exercem atividade privada de interesse público
(serviços não exclusivos do Estado).
São instituídas por particulares, em regra diretamente por servidores públicos, que agem em
nome próprio e com recursos próprios, para exercerem atividade de interesse social relativa
ao serviço prestado pela entidade estatal ou administrativa em que estes servidores atuam.
Recebem fomento do Estado, quer através de dotações orçamentárias específicas, quer por
meio de cessão provisória de servidores públicos e também por permissão provisória de uso
de bens públicos. São geralmente instituídas sob a forma de fundação de natureza privada
(mas podem ser instituídas também sob a forma de associação ou cooperativa), mas que
precisam celebrar vínculos jurídicos com o Estado, em regra sob a forma de convênios.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Regime jurídico. Como o serviço é instituído pelo Estado e alveja o interesse coletivo,
nada mais natural que ele se submeta a regime de direito público. Na verdade, não se
precisa admitir que a disciplina seja integralmente de direito público, porque, como é
sabido, alguns particulares prestam serviços em colaboração com o Poder Público. Pode-se
até mesmo dizer que nesses casos o regime será híbrido, predominando, porém, o regime de
direito público quando em rota de colisão com o de direito privado. O regime jurídico é
composto pelos seguintes princípios:
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Classificações:
Próprios: são aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o Estado assume como seus
e os executa direta (por meio de seus agentes) ou indiretamente (por meio de
concessionários e permissionários).
Impróprios: são os que, embora atendendo também a necessidades coletivas, não são
assumidos nem executados pelo Estado, seja direta ou indiretamente, mas apenas por ele
autorizados, regulamentados e fiscalizados; correspondem a atividades privadas e recebem
impropriamente o nome de serviços públicos. Ex: os serviços prestados por instituições
financeiras, os de seguro e de previdência privada (art.192, I e II).
José dos Santos Carvalho Filho prefere utilizar a classificação em serviços delegáveis (por
sua natureza, comportam ser executados pelo Estado ou por particulares colaboradores) e
indelegáveis (só podem ser prestados pelo Estado diretamente);
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Jurisprudência relacionada:
ADI 3558/RJ (Pleno, 29/11/2011 : por entender violada a competência da União, o pleno do
STF julgou inconstitucionais leis fluminenses que determinavam a instalação de medidores
individuais de consumo e a cobrança individualizada dos serviços de consumo coletivo por
parte das concessionárias de serviços públicos fornecedoras de luz, água, telefonia fixa e
gás naquela unidade federativa.
Súmula Vinculante n. 27: Compete à Justiça estadual julgar causas entre consumidor e
concessionária de serviço público de telefonia, quando a ANATEL não seja litisconsorte
passiva necessária, assistente, nem opoente”.
AgRg nos EREsp 1003667 (1a seção, 25/8/2010): considerado o interesse da coletividade,
segundo a jurisprudência, a concessionária ou permissionária não pode interromper a
283
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
AgRg no REsp 1122762/SP (2a Turma, 24/11/2009): em relação aos particulares, o STJ
entende que a concessionária não pode paralisar o serviço por conta de débitos antigos, isto
é, o inadimplemento deve ser atual. Para as faturas antigas, ela deve entrar com ação de
cobrança.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Comissão Interna de Biossegurança (art.17): deve ser criada em toda instituição que utilize
técnicas e métodos de engenharia genética ou realize pesquisas com OGM e seus derivados.
“As Comissões Internas de Biossegurança representam, assim, uma espécie de
capilarização de todo o processo, que principia nas esferas mais elevadas da Federação e se
dirige para as bases operativas, estas já mais próximas dos problemas e das situações
concretas.” (MILARÉ, 2011).
286
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Para além dos riscos conhecidos e dos riscos potenciais envoltos com o emprego e/ou
desenvolvimento de modernas tecnologias, a biossegurança tem ressaltado nos dias que
correm, como problema de primeiríssima grandeza, a questão da ignorância quanto às
consequências do agir tecnológico. Para enfrentá-los, dois são os princípios que norteiam as
políticas e as ações empregadas com o propósito de evitar a configuração de danos graves
e/ou irreversíveis: o princípio da prevenção e o princípio da precaução.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Qualquer pesquisa em seres humanos deve se dar à luz dos três princípios reconhecidos no
Relatório Belmont e referendados pela bioética, quais sejam, os da autonomia, beneficência
e justiça, além de um quarto princípio, o da não maleficência, que é reconhecido por muitos
pesquisadores.
Tendo em vista que as comunidades indígenas são, por sua própria natureza, mais
vulneráveis, merecem o tratamento conferido pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional
da Saúde, que dispõe que a pesquisa deve:
7) JURISPRUDÊNCIA
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
LEGISLAÇÃO BÁSICA: art.37, §6º da CF, lei 4619/65, lei 6453/77, LC 101/06.
1.1. Evolução Histórica: (a) Irresponsabilidade do Estado: o Estado não respondia por
qualquer prejuízo causado a terceiros. Ocorreu no período do Absolutismo Europeu.
Prevalecia a máxima The King can do no wrong. (b) Responsabilidade subjetiva ou com
culpa (Teoria Civilista): O Estado passa a responder mediante a comprovação de culpa que
poderia recair sobre o agente ou sobre o serviço. A culpa recaía sobre o agente quando era
possível sua identificação; caso contrário, incidia sobre o serviço (culpa anônima). A culpa
pela prestação do serviço era identificada pela expressão faute du service, traduzida como
culpa/falta do serviço. Verificava-se quando o serviço não funcionava; funcionava mal; ou
funcionava atrasado. (c) Responsabilidade objetiva (Teoria Publicista): O Estado responde
pelos danos causados com base no conceito de nexo de causalidade – na relação de causa e
efeito existente entre o fato ocorrido e as consequências dele resultantes. Não se cogita a
necessidade de aquele que sofreu o prejuízo comprovar a culpa ou o dolo. A
responsabilidade objetiva possui duas variantes: 3.1. Responsabilidade objetiva com base
no risco integral: o Estado não pode invocar excludentes de responsabilidade, como caso
fortuito ou força maior; 3.2. Resp objetiva com base no risco administrativo: É permitido
invocar as excludentes.
290
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
c) Constituição de 1946 - “Art. 194: As pessoas jurídicas de direito público interno são
civilmente responsáveis pelos danos que seus funcionários, agindo nesta qualidade,
causarem a terceiro. Parágrafo único. Caber-lhes-á ação regressiva contra os funcionários
causadores do dano, quando tiver havido culpa destes”. O funcionário somente respondia se
fosse comprovada a sua culpa em ação regressiva, desaparecendo a solidariedade.
Introduziu a teoria da responsabilidade objetiva.
e) Perfil atual – art. 37, § 6.º, da CF/88 - “As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos danos que seus agentes,
nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.” Os requisitos para a ação de regresso são condenação com
trânsito em julgado e caracterização de culpa ou dolo. A Lei n. 4.619/65 estabelece o prazo
de 60 dias para acionar o agente, a partir do trânsito em julgado da sentença condenatória.
(e.1) Responsabilidade por ato comissivo: as pessoas jurídicas de direito público e as
pessoas jurídicas de direito privado, quando prestadoras de serviço público, em regra,
responderão de forma objetiva, na modalidade do risco administrativo. No entanto,
excepcionando-se tal regra, tem-se a responsabilidade na modalidade do risco integral em
se tratando de dano nuclear (art.21, XXIII, d, da CF), e dano ambiental (art.225,§3º).
Ressalta-se que, as pessoas jurídicas de direito privado que prestem atividades econômicas
podem vir a responder de modo objetivo por força da aplicação do CDC ou do art.944 do
CC.
ocasiões, falta grave de evasão, sem que as autoridades responsáveis pela execução da pena
lhe aplicassem a regressão do regime prisional. Na oitava vez que se evadiu ele cometeu o
crime de estupro contra uma menor de 12 anos.
a) Denunciação da lide: Há divergência. STJ admite, mas reputa não obrigatória, já que a
responsabilidade do Estado é objetiva e a do servidor é subjetiva, tendo ambas fundamentos
diversos (EREsp 313886, 1ª Seção, 2004).
b) Ação direta contra o agente público: Para o STF (RE 327904, 1ª Turma, 2006) não há
possibilidade de ingressar com ação diretamente contra o agente, porque o § 6.º do art. 37
da Constituição Federal dispõe que a responsabilidade é do Estado que tem direito
regressivo contra o causador do dano, estabelecendo uma dupla garantia.
d) Indenização por dano moral em virtude de superlotação carcerária: Resp 962934/MS (2ª
Turma, 2011) - pleiteava-se no presente Resp a indenização por dano moral em favor de
detento, em virtude da superlotação do sistema carcerário. Tal pretensão restou indeferida
nos seguintes termos: “2. A condenação do Estado à indenização por danos morais
individuais, como remédio isolado, arrisca a instituir uma espécie de pedágio-masmorra",
ou seja, deixa a impressão de que ao Poder Público, em vez de garantir direitos inalienáveis
e imprescritíveis de que são titulares, por igual, todos os presos, bastará pagar, aos
prisioneiros que disponham de advogado para postular em seu favor, uma "bolsa-
indignidade" pela ofensa diária, continuada e indesculpável aos mais fundamentais dos
direitos, assegurados constitucionalmente. 3. A questão não trata da incidência da cláusula
da reserva do possível, nem de assegurar o mínimo existencial, mas sim da necessidade
urgente de aprimoramento das condições do sistema prisional, que deverá ser feito por meio
de melhor planejamento e estruturação física, e não mediante pagamento pecuniário e
individual aos apenados.”
1.4. Responsabilidade Judicial: de acordo com o art 5.º, inc. LXXV, da Constituição
Federal, o Estado responde por erro judicial, assim como na hipótese do condenado
previsto na sentença. O art. 133 do CPC estabelece a possibilidade de responsabilizar o
juiz, por perdas e danos. O STF já decidiu que "[...] salvo os casos expressamente previstos
em lei, a responsabilidade objetiva do Estado não se aplica aos atos de juízes", bem como
292
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
que "prisão em flagrante não se confunde com erro judiciário a ensejar reparação nos
termos da 2ª parte do inciso LXXV do art. 5º da Constituição Federal" (RE 553637, 2ª
Turma, 2009) e, do mesmo modo, "Decreto judicial de prisão preventiva não se confunde
com o erro judiciário (C.F., art. 5º, LXXV ) mesmo que o réu, ao final da ação penal, venha
a ser absolvido" (RE 429518 AgR, 2ª Turma, 2004).
- MI 283 DF: mora na edição de lei necessária ao direito de reparação em face da União
contido art.8,§3º ADCT. No caso, foi concedido prazo para União regular e se ela não
regulasse, reconheceu-se a possibilidade de o impetrante pleitear perdas e danos.
27º CPR.
1) Responsabilidade do Estado. Fale sobre o histórico. Hoje, como é? Como é nos atos
omissivos? Cabe em atos judiciais? Atos legislativos? O Estado responde por danos
ambientais?
293
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
294
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
PRINCIPAIS OBRAS CONSULTADAS: Resumos dos Grupos do 25º, 26º e 27º CPR;
Édis Milaré. Direito do Ambiente - A gestão ambiental em foco. 6ª edição. Ed. Revista dos
Tribunais; Fabiano Melo Gonçalves de Oliveira. Difusos e Coletivos: direito ambiental.
(Elementos do Direito, vol. 15). 1ª edição. Ed. Revista dos Tribunais; Paulo de Bessa
Antunes. Política Nacional do meio ambiente: comentários à Lei 6.938, de 31 de agosto de
1981. Ed. Lumen Juris, 2005.Romeu Thomé. Manual de Direito Ambiental. 3ª Ed.. Editora
Juspodivm, 2013.
LEGISLAÇÃO BÁSICA: Legislação básica: Arts. 2º, 4º, 6º, 8º, 9º, 9-A, 11, 17 e 17-B,
Lei 6.938/81; Art. 5º, Decreto 99.274/90; Art. 7º, Lei 10.683/03; Art. 2º, Res. CONAMA
01/86.
295
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
p. 170).
Órgão Central: Ministério do Meio Ambiente. OBS: Serviço Florestal Brasileiro – integra
a estrutura do Ministério do Meio Ambiente, possui autonomia financeira e administrativa e
é o órgão responsável pela gestão de florestas públicas no âmbito federal (inclusive das
concessões florestais) e gestor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal.
Órgãos Executores:
296
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
3,2. Princípios e Objetivos (art.2º e 4º, da lei 6938/81). A PNMA tem por objetivo geral a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando a
assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana (art. 2º, caput). No tocante
aos objetivos específicos (art. 4º), Édis Milaré aponta a imprecisão vocabular do inciso V,
uma vez que o meio ambiente não é objeto de manejo e sim de gestão. O que é objeto de
manejo são os recursos naturais (Milaré, p. 338). Relativamente ao objetivo do inciso VI
(“preservação e restauração dos recursos ambientais”), destaca o autor que “preservação”
vale para todas as modalidades de recursos ambientais; a “recuperação” é mais apropriada
ao meio natural, ao passo que a “restauração” condiz melhor com o meio cultural” (Milaré,
p. 338).
300
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
27º CPR.
2) Uma vez concedida a licença, o poder público pode rever sua concessão antes do fim do
prazo? Cabe indenização?
301
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302
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Principais obras consultadas: Resumo do 26º CPR (manutenção integral). Prova Objetiva
Comentada do 26º CPR. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito
Administrativo, 26ª ed. São Paulo: Malheiros, 2009; ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO,
Vicente. Direito Administrativo Descomplicado, 18ª ed. São Paulo: Método, 2010.
Legislação básica: Lei n.º 9.637/98, Lei n.º 9.648/98, lei 9790/99 e Decreto 3100/99.
1.1. Organizações Sociais: As OS não constituem uma nova espécie de entidade, são
pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, instituídas por iniciativa de
particulares, para o desempenho de serviços sociais não exclusivos do Estado, que, por
preencherem determinados requisitos previstos na Lei n.º 9.637/98, recebem um tipo
especial de qualificação jurídica e vinculam-se ao Poder Público, mediante instrumento
jurídico denominado “contrato de gestão” (esse ajuste não configura propriamente um
contrato, assemelhando- se muito mais com a modalidade de convênio, na medida em que
por meio deles busca-se atingir objetivos paralelos, comuns, por meio de cooperação; não
existem interesses contrapostos). Foi em virtude dessa natureza real que a Lei n.º 9.648/98
inseriu na Lei de Licitações uma nova hipótese de dispensa de licitação, qual seja a
celebração de contrato de prestação de serviços com as organizações sociais para atividades
contempladas nos contratos de gestão (art. 24, XXIV). Os principais requisitos
estabelecidos na Lei n.º 9.637/98 são: (I) ter personalidade jurídica de direito privado; (II) a
ausência de fins lucrativos; (III) dedicar-se ao ensino, cultura, saúde, pesquisa científica,
desenvolvimento científico e proteção ao meio ambiente; (IV) proibição de distribuição de
lucros; (V) possuir Conselho de Administração integrado por representantes do poder
público e da sociedade civil. No caso das OS, compete ao Ministério competente fiscalizar
303
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
a área da atividade em que ela vai prestar serviços, de acordo com a mencionada
qualificação. Com esse título, elas poderão receber recursos orçamentários e bens públicos
(estes por meio de permissão de uso) para atingirem seus objetivos. É possível, ainda, a
cessão de servidores públicos com ônus para o governo (obs.: ADI 1923). CABM entende
ser uma inconstitucionalidade aberrante, por violação dos princípios da licitação e da
isonomia, qualificar uma OS para receber bens públicos, recursos orçamentários e até
servidores públicos, sem qualquer demonstração de habilitação técnica ou econômico-
financeira.
1.2. Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público: Por meio da Lei n.º 9.790/99,
foi instituído o regime da gestão por colaboração, criando as OSCIPs. Da mesma forma que
as OS, são pessoas jurídicas de direito privado, que por atenderem a determinados
requisitos previstos na Lei, recebem um tipo especial de qualificação jurídica conferida por
meio de “termo de parceria”. Essas entidades devem ter personalidade jurídica de direito
privado, não podem ter fins lucrativos e devem ter um dos seguintes objetivos: promoção
da saúde, educação, cultura, assistência social, segurança alimentar e nutricional,
assistência jurídica complementar, defesa do meio ambiente, promoção do desenvolvimento
econômico e social, incluindo o combate à pobreza, experimentação de novos modelos
socioprodutivos, promoção do voluntariado, realização de estudos, pesquisas,
desenvolvimento de tecnologias alternativas relacionados a esses objetivos, promoção de
valores universais, como ética, paz, cidadania, direitos humanos, democracia. Além disso,
não podem estar incluídas no rol das pessoas jurídicas impedidas, previsto no art. 2º da Lei
(cooperativas, sindicatos, organizações sociais, etc). Compete ao Ministério da Justiça
conferir a essas entidades a qualificação de OSCIP. No entanto, cumpre anotar que,
diferentemente das OSCIP, as OSs são discricionariamente qualificadas pelo Ministério
correspondente à sua área de atuação, isso porque possuem vínculo direto com o Ministério
que mantêm identidade (art. 2º, II, Lei 9.637/98). Também não possuem as OSCIP um
conselho de administração, mas sim um Conselho Fiscal, sendo que este não existe nas OS.
1.3. Diferenças: MSZP: pretende-se com as OS que elas assumam determinadas atividades
desempenhadas por entidades da administração, resultando na extinção destas. Nas OSCIP,
essa intenção não resulta, implícita ou explicitamente, da lei, pois a qualificação da
entidade como tal não afeta a existência ou as atribuições de entidades ou órgãos
integrantes da administração. CABM cita mais duas diferenças: o poder público não
304
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
participa dos quadros diretivos das OSCIP, como acontece com as OS, não obstante seja
possível a participação de servidores públicos, sem direito à remuneração; o objeto das
OSCIP é muito mais amplo que o das OS. Além disso, as OS firmam contrato de gestão, e
as OSCIP, termo de parceria. Enfim, as OS são mais atreladas ao poder público do que as
OSCIP.
305
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Estado, que abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que concerne ao
exercício de atividades profissionais regulamentadas, como ocorre com os dispositivos
impugnados. 3. Decisão unânime. (ADI 1717, Relator(a):Min. SYDNEY SANCHES,
Tribunal Pleno, julgado em 07/11/2002, DJ 28-03-2003 PP-00061 EMENT VOL-02104-01
PP-00149)
(26º CPR) 34. No tocante às organizações do chamado "terceiro setor", é correto afirmar
que:
306
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Comentários:
Não há tal exigência para as OSCIPs, nos moldes do que ocorre com as autarquias, as
quais, dada a natureza de direito público, faz-se necessária lei para sua criação: “Somente
por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública,
de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último
caso, definir as áreas de sua atuação”(art. 37, XIX, da CF).
Ademais, o art. 5º da Lei 9790/99 determina que as OSCIPs serão qualificadas pelo
Ministério da Justiça. De outro turno, cumpre anotar que as OSs são discricionariamente
qualificadas pelo Ministério correspondente à sua área de atuação, isso porque possuem
vínculo direto com o Ministério que mantém identidade (art. 2º, II, Lei 9.637/98).
Não predomina nas OSCIPs o regramento de direito público, a despeito do art. 10, V, da Lei
9790/99. A fiscalização pelos Tribunais de Contas restringe-se às verbas públicas
repassadas às entidades (art. 4º, VII, d, da Lei 9790/99). Ademais, a necessidade de
concurso público limita-se aos entes de direito público, bem como às sociedades de
economia mista e às empresas públicas.
As OSs firmam contrato de gestão e não termo de parceria. Este é próprio das OSCIPs.
Ademais, não há homologação de ato constitutivo das OSs pelo Ministério Público, pois a
Lei 9637/98, bem como qualquer outro diploma normativo, nada dispõe a esse respeito.
307
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Lei 9790/99, Art. 2º: Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas
no art. 3º desta Lei: (...) III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de
credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais.
Gabarito oficial: D
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309
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(346 STF e 473 STF) e do poder hierárquico, podendo ser deflagrado de ofício, por
requisição do MP (art. 22 da 8.429/92) ou por representação de qualquer pessoa (art. 14 da
8.429/92). Deve-se observar o procedimento administrativo disciplinar do estatuto do
acusado, havendo a necessidade de que a comissão processante dê conhecimento ao MP e
ao TC, que terão a faculdade de designar representante para acompanhar o feito (art. 15 da
8.429/92).[47] O controle legislativo ocorre por meio dos Tribunais de Contas (sendo
irrelevante a aprovação ou rejeição das contas para a aplicação das sanções da 8.429/92 –
art. 21, II) e das Comissões Parlamentares de Inquérito (cujas conclusões podem ser
encaminhadas ao MP para que promova a responsabilização civil ou criminal dos infratores
– art. 58, § 3º CF). O controle judicial dos atos de improbidade é feito por meio do
procedimento previsto na Lei 8.429/92, devendo o legitimado ativo buscar não pecar nem
pela insuficiência (como na utilização leviana do argumento da reserva do possível - STJ,
REsp 699.287, 2ª Turma, 2009), nem pelo excesso.[48], 1ª Seção, 2010). Majoritariamente
entende-se que a notificação prévia é dispensada quando houver prévio inquérito civil ou
outra espécie de procedimento administrativo, por analogia com a súmula 330 do STJ. O
STJ entende que a ausência da notificação é causa de nulidade relativa (REsp. 1.134.461, 2ª
Turma, 2010), a qual somente poderá ser reconhecida se a parte alegar sua ocorrência na
primeira oportunidade em que puder falar nos autos – sob pena de preclusão – bem como se
restar demonstrado o efetivo prejuízo. Viola direito fundamental a aplicação retroativa da
lei de improbidade (REsp. 1.153.656-DF,1ª Turma, 2011).
310
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PREJUÍZO AO ERÁRIO (art. 10 c/c 12, II). Elemento subj.: dolo ou culpa.
- perda da função;
- perda da função;
- perda da função;
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QUESTÕES:
312
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
segurança jurídica e das garantias do cidadão, não impede a reparação do dano ao erário,
tendo em vista que, de há muito, o princípio da responsabilidade subjetiva se acha
incrustado em nosso sistema jurídico. 3. Consoante iterativa jurisprudência desta Corte, a
condenação do Parquet ao pagamento de honorários advocatícios no âmbito de ação civil
pública está condicionada à demonstração de inequívoca má-fé, o que não ocorreu no caso.
4. Recurso especial provido em parte, apenas para afastar a condenação do recorrente em
honorários advocatícios.
REsp 1028330 / SP
313
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314
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Comentários:
De acordo com o artigo 37, § 4º, da Constituição Federal, “os atos de improbidade
administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação penal cabível.”
Ainda de acordo com a publicação acima, “O que há entre a sanção da Lei n. 8.429/1992,
do Direito Penal e dos regimes disciplinares é uma independência, conhecida no sistema
jurídico como ‘independência entre instâncias’” (p. 17).
315
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improbidade que acarreta lesão ao erário pode ser causado por dolo ou por culpa” (p. 49).
A Constituição da República veda a cassação dos direitos políticos, não a sua suspensão.
Ademais, o fundamento constitucional da punição aos que cometem atos de improbidade
administrativa está alocado no art. 37, § 4º da CF, onde se lê que aqueles atos “importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o
ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da sanção penal
cabível’”
Gabarito oficial: D
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(26º CPR – Oral) 17) Particular pode responder sozinho a ação de improbidade
administrativa? (Giovana) Naã o. A Lei n° 8.429/92, em seu artigo 3°, preveê sua
aplicaçaã o, “no que couber, aà quele que, mesmo naã o sendo agente pué blico, induza
ou concorra para a praé tica do ato de improbidade administrativa ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta”. Portanto, a responsabilidade do
particular, sujeito ativo improé prio, condiciona-se aà praé tica de um ato de
improbidade por um agente pué blico. Entretanto, o particular naã o ficaraé impune, jaé
que se sujeita a incideê ncia de sançoã es previstas em outras disposiçoã es normativas,
que naã o seja a Lei n° 8.429/92. A propoé sito, a jurisprudeê ncia: PROCESSUAL CIVIL.
ADMINISTRATIVO. REÉ U PARTICULAR. AUSEÔ NCIA DE PARTICIPAÇAÃ O CONJUNTA
DE AGENTE PUÉ BLICO NO POÉ LO PASSIVO DA AÇAÃ O DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Os arts. 1º e 3º da Lei 8.429/92 saã o
expressos ao prever a responsabilizaçaã o de todos, agentes pué blicos ou naã o, que
induzam ou concorram para a praé tica do ato de improbidade ou dele se
beneficiem sob qualquer forma, direta ou indireta. 2. Naã o figurando no poé lo
passivo qualquer agente pué blico, naã o haé como o particular figurar sozinho como
reé u em Açaã o de Improbidade Administrativa. 3. Nesse quadro legal, naã o se abre ao
Parquet a via da Lei da Improbidade Administrativa. Resta-lhe, diante dos fortes
indíécios de fraude nos negoé cios juríédicos da empresa com a Administraçaã o
Federal, ingressar com Açaã o Civil Pué blica comum, visando ao ressarcimento dos
eventuais prejuíézos causados ao patrimoê nio pué blico, tanto mais porque o STJ tem
jurisprudeê ncia pacíéfica sobre a imprescritibilidade desse tipo de dano. 4. Recurso
Especial naã o provido. (REsp 1155992/PA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 23/03/2010, DJe 01/07/2010)
318
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Principais obras consultadas: Resumão do 26° CPR; MACHADO, Paulo Affonso Leme.
Direito Ambiental Brasileiro. 19ª ed. São Paulo: Malheiros, 2011; FIORILLO, Celso
Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2012;
SARLET, Ingo Wolfgang. Direito Constitucional Ambiental: Constituição, Direitos
Fundamentais e Proteção do Ambiente. 2ª ed. São Paulo: RT, 2012; LEITE, José Rubens
Morato. Dano Ambiental: Do Individual ao Coletivo Extrapatrimonial. Teoria e Prática. 5ª
ed. São Paulo: RT, 2012.
1. Noções Gerais. Preceitua o art. 225, caput, da CF/88 ser o meio ambiente “bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. A
Lei Maior evidencia, com isso, a responsabilidade solidária de todos aqueles que, de
alguma forma, contribuíram para a ocorrência do dano ambiental (Fiorillo, pág. 122). Na
busca de adequada definição do que vem a ser “meio ambiente”, José Rubens Morato Leite
se socorre da conceituação dada por Jollivet e Pave, para quem se cuida do “conjunto dos
meios naturais ou artificializados da ecosfera, onde o homem se instalou e que explora e
administra, bem como o conjunto dos meios não submetidos à ação antrópica, e que são
considerados necessários à sua sobrevivência.” (Morato Leite, pág. 73)
319
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
considerando a extrema importância dos bens jurídicos por ele tutelados, adotou a teoria da
responsabilidade civil objetiva desde antes da CF/88, na lei 6.938/81, a Lei da Política
Nacional do Meio Ambiente. Com a promulgação da Lei Maior, referida norma
infraconstitucional restou por ela recepcionada (Fiorillo, pág. 103).
José Rubens Morato Leite (pág. 221) alerta que a reparação especifica do dano ambiental,
quando viável, deve se dar de forma integral, ou, quando não puder ocorrer totalmente, que
se dê no máximo possível.
Ingo Sarlet (pág. 239), ao tratar do dano ambiental ocorrido em área de proteção ambiental
no interior de propriedade privada, respaldado pela atual jurisprudência do STJ, salienta
que a reparação, nestes casos, é obrigação de natureza propter rem, ou seja, independe da
culpa do atual proprietário pela degradação ambiental ocorrida em sua propriedade, sendo
dele, portanto, o ônus de arcar com a reparação dos danos ocasionados por proprietários
anteriores.
Ainda segundo o STJ, principais critérios para o arbitramento da compensação dos danos
morais no caso de danos ambientais são: a intensidade do risco criado; a gravidade do dano;
o tempo durante o qual a degradação persistirá; a reversibilidade ou não do dano; o grau de
320
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
proteção jurídica atribuído ao bem ambiental lesado. Afirma ainda o Tribunal da Cidadania
que é inadequado pretender conferir à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo
imediato, pois a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo.
Assim, não há falar em danos punitivos (punitive damages) no caso de danos ambientais,
haja vista que a responsabilidade civil por dano ambiental prescinde da culpa e revestir a
compensação de caráter punitivo propiciaria o bis in idem (pois, como afirmado, a punição
imediata é tarefa específica do direito administrativo e penal).
Por fim, prevalece no STJ o entendimento de que é cabível a condenação por dano moral
coletivo em razão de dano ambiental.
5. Jurisprudência.
- STJ: no voto da Min. Eliana Calmon restou consignado, por força da “fundamentalidade
material” do direito ao ambiente, que a lesão ao patrimônio ambiental “está protegida pelo
manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e
essencial à afirmação dos povos (...) antecedendo todos os demais direitos, pois sem ele não
há vida, nem saúde, nem trabalho, nem lazer (...)”. (REsp 1120117/AC, Rel. Ministra
ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/11/2009, DJe 19/11/2009).
- STJ: Trecho do voto do Min. Mauro Campbell Marques: “Esta Corte Superior possui
entendimento pacífico no sentido de que a responsabilidade civil pela reparação dos danos
ambientais adere à propriedade, como obrigação propter rem, sendo possível cobrar
também do atual proprietário condutas derivadas de danos provocados pelos proprietários
antigos”. (REsp 1251697/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 12/04/2012, DJe 17/04/2012).
- STJ: Trecho do Voto do Min. Luis Felipe Salomão: “(...) a responsabilidade por dano
ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, tendo por pressuposto a
existência de atividade que implique riscos para a saúde e para o meio ambiente, sendo o
nexo de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato
que é fonte da obrigação de indenizar, de modo que, aquele que explora a atividade
econômica coloca-se na posição de garantidor da preservação ambiental, e os danos que
digam respeito à atividade estarão sempre vinculados a ela, por isso descabe a invocação,
pelo responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil e, portanto,
irrelevante a discussão acerca da ausência de responsabilidade por culpa exclusiva de
terceiro ou pela ocorrência de força maior”. (EDcl no REsp 1346430/PR, Rel. Ministro
LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 05/02/2013, DJe 14/02/2013)
- STJ: “1. O Código Florestal, em seu art. 18, determina que, nas terras de propriedade
privada onde seja necessário o florestamento ou o reflorestamento de preservação
permanente, o Poder Público Federal poderá fazê-lo sem desapropriá-las, se não o fizer o
proprietário. 2. Com isso, não está o art. 18 da Lei n. 4.771/65 retirando do particular a
obrigação de recuperar a área desmatada, mas apenas autorizando ao Poder Público que se
adiante no processo de recuperação, com a transferência dos custos ao proprietário, que
nunca deixou de ser o obrigado principal. 3. Tal obrigação, aliás, independe do fato de ter
321
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
sido o proprietário o autor da degradação ambiental, mas decorre de obrigação propter rem,
que adere ao título de domínio ou posse”. (REsp 1237071/PR, Rel. Ministro HUMBERTO
MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/05/2011, DJe 11/05/2011)
322
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Principais obras consultadas: Resumo Oral 26º CPR, Resumo do 25º CPR. GASPARINI,
Diógenes. Direito Administrativo. 9 ed. Saraiva, 2004. CARVALHO FILHO, José dos
Santos, Manual de Direito Administrativo, 2009. MELLO. Celso Antônio Bandeira de.
Curso e Direito Administrativo, 2010.
Atos da Administração Pública constitui conceito amplo, abrangendo atos que não são atos
administrativos, tais como atos privados, atos materiais e atos políticos ou de governo.
Fato administrativo, por seu turno, é toda “[...] atividade material no exercício da função
jurídica, que visa a efeitos de ordem prática para a Administração. Exemplos de fatos
administrativos são a apreensão de mercadorias, a dispersão de manifestantes, a
desapropriação de bens privados, a requisição de serviços ou bens privados etc. Enfim, a
noção indica tudo aquilo que retrata alteração dinâmica na Administração, um movimento
na ação administrativa. Significa dizer que a noção de fato administrativo é mais ampla que
a de fato jurídico, uma vez que, além deste, engloba também os fatos simples, ou seja,
aqueles que não repercutem na esfera de direitos, mas estampam evento material ocorrido
no seio da Administração”(CARVALHO FILHO, José dos Santos, 2009, p. 91). Numa
acepção tradicional, em suma, “fatos administrativos são descritos como a materialização
da função administrativa [...]”, resultante de um ato administrativo (ALEXANDRINO,
Marcelo, 2010, p. 413).
Ato administrativo é a “[...] declaração do Estado (ou de quem lhe faça às vezes – como,
por exemplo, um concessionário de serviço público), no exercício de prerrogativas
públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe
dar cumprimento, e sujeitas a controle de legitimidade por órgão jurisdicional” (MELLO,
2011, p. 385). Os elementos do ato administrativo são: i) competência (círculo definido em
lei dentro do qual podem os agentes exercer legitimamente sua atividade); ii) forma
(exteriorização do ato); iii) objeto (o conteúdo do ato); iv) motivo (pressuposto de fato e/ou
de direito que autoriza ou exige a prática do ato); e v) finalidade (objetivo almejado pela
prática do ato, i. é., o interesse público).
Deve-se ter em mente a distinção conceitual que a doutrina aponta existir entre motivo e
motivação. O motivo representa o fundamento de fato e de direito que impulsiona a prática
do ato administrativo. A motivação, por sua vez, significa a justificativa que se confere ao
ato. Ou seja, sempre que se estiver a falar em motivação dos atos administrativos, estar-se-á
discutindo o porquê de ter o administrador praticado o ato diante dos fatos e do direito
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
aduzidos. Não basta os elencar; é preciso que haja demonstração argumentativa de que
ambos (fundamentos fáticos e jurídicos) correlacionam-se logicamente, compatibilizando-
se com a lei e, consequentemente, com o interesse público.
Sobre a necessidade de todo ato administrativo ser ou não motivado, Celso Antônio
Bandeira de Mello (2009, p. 396) afirma: “parece-nos que a exigência de motivação dos
atos administrativos, contemporânea à prática do ato, ou pelo menos anterior a ela, há de
ser tida como uma regra geral, pois os agentes não são “donos” da coisa pública, mas
simples gestores de interesses de toda a coletividade, esta, sim, senhora de tais interesses,
visto que, nos termos da Constituição, “todo o poder emana do povo” (...) (art. 1º, parágrafo
único). Logo, parece óbvio que, praticado o ato em um Estado onde tal preceito é assumido
e que, ademais, qualifica-se como “Estado Democrático de Direito” (art. 1º, caput),
proclamando, ainda, ter como um de seus fundamentos a “cidadania” (inciso II), os
cidadãos e em particular o interessado no ato têm o direito de saber por que foi praticado,
isto é, que fundamentos o justificam”.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR, Resumo do 25º CPR;
FILHO. José Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo, 19º edição, 2007.
Celso Antônio Bandeira de. Curso e Direito Administrativo, 2010.
O poder de polícia pode ser dividido em duas áreas de atuação: na área administrativa e na
área judiciária. Como nos traz Di Pietro, normalmente se menciona que a principal
diferença entre as duas está no caráter preventivo da polícia administrativa e no caráter
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
repressivo da polícia judiciária. Entretanto, como diz a própria doutrinadora, essa diferença
hoje não mais é aceita como absoluta, uma vez que a polícia administrativa pode agir tanto
preventivamente como repressivamente (exemplo: apreensão de arma usada indevidamente
ou a cassação da licença do motorista infrator). Do mesmo modo, pode-se afirmar que a
polícia judiciária atua preventivamente. Como exemplo poder-se-ia mencionar que “embora
seja repressiva em relação ao indivíduo infrator da lei penal, é também preventiva em
relação ao interesse geral” (Di Pietro). Outra diferenciação que se costuma fazer está na
ocorrência ou não de ilícito penal. Se a atuação se der na esfera do ilícito puramente
administrativo (prevenção ou repressão), a polícia é administrativa. Caso se trate de ilícito
penal, é a polícia judiciária que agirá. Também se menciona que a diferença seria o fato de
a polícia judiciária ser privativa de corporações especializadas (pol. civil e militar),
enquanto a polícia administrativa se reparte entre os vários órgãos da Administração.
CABM rebate essas diferenciações e menciona que a verdadeira diferença estaria em que a
atividade da polícia administrativa visa a paralisação de atividades anti-sociais; já a
judiciária objetiva a responsabilização dos violadores da ordem jurídica. Por fim, outra
diferença que é comumente apontada pela doutrina é o fato de a polícia judiciária incidir
diretamente sobre as pessoas, o que jamais ocorreria com a polícia administrativa, visto que
esta incide sobre direitos e bens.
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(26º CPR – Oral) 19) Fale da autoexecutoriedade do ato administrativo. Pode demolir
construção em área de APP? Supremacia do interesse público.
(Petruska Canal)
Dessa maneira, considerando que a demolição de obra está devidamente prevista como uma
das sanções administrativas aplicáveis na Lei 9.605, em seu art. 72, VIII, há possibilidade
de sua aplicação quando houver construção irregular em área de preservação permanente,
tendo em vista a supremacia do interesse público na proteção ao meio ambiente, em
detrimento do interesse privado (do direito de propriedade). Há de se observar, contudo,
que “a auto-executoriedade não deve constituir objeto de abuso de poder, de modo que
deverá a prerrogativa compatibilizar-se com o princípio do devido processo legal para o fim
de ser a Administração obrigada a respeitar as normas legais.” (José dos Santos, op.cit.p.81)
(Cf. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 153.183 - RJ (2012/0045701-3)RELATOR :
MINISTRO CESAR ASFOR ROCHA)
Há uma particularidade, entretanto, que deve ser observada tendo em vista a tendência
jurisprudencial, adepta à tese levantada pelo IBAMA, no sentido da necessidade de prévia
manifestação do Judiciário nos casos de edificação já concluída:
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zoneamento ambiental deverá ser aprovado por lei ou por um simples decreto. O Decreto
4.297/2002 exige expressamente processo legislativo para a alteração do zoneamento (art.
19, § 1º), assim implicitamente pressupõe a sua aprovação por lei, à luz do princípio da
Simetria. Nas demais esferas, dependerá do conteúdo das respectivas legislações distritais,
estaduais e municipais.
O ZEE tem por objetivo geral organizar, de forma vinculada, as decisões dos agentes
públicos e privados quanto a planos, programas, projetos e atividades que, direta ou
indiretamente, utilizem recursos naturais, assegurando a plena manutenção do capital e dos
serviços ambientais dos ecossistemas. (art. 3º, Decreto 4.297/2002). Competirá à União,
segundo o disposto no art. 7º, IX, LC 140/2011, elaborar o zoneamento ambiental de
âmbito nacional e regional. Os Estados terão a incumbência de elaborar o zoneamento
ambiental de âmbito estadual, em conformidade com os de âmbito nacional e regional. Não
existe previsão expressa, na referida lei, para que os municípios promovam zoneamentos
ambientais locais, sendo apenas elencada a competência para elaborar o Plano Diretor,
observando os zoneamentos ambientais (art, 9º, IX), o que não impede o ente político local
de elaborá-los, desde que sejam compatíveis com o zoneamento nacional, regional e
estadual. O ZEE dividirá o território em zonas, tendo em vista as necessidades de proteção,
conservação e recuperação dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. Deve se
orientar pelos princípios da utilidade e da simplicidade, de modo a facilitar a
implementação de seus limites e restrições pelo Poder Público, bem com sua compreensão
pelos cidadãos.
A alteração do ZEE, bem como as mudanças nos limites das zonas e indicação de novas
diretrizes gerais e específicas, somente poderá ser realizada depois de decorrido o prazo
mínimo de dez anos de sua conclusão, ou de sua última modificação. Esse prazo não será
exigido na hipótese de ampliação do rigor da proteção ambiental da zona a ser alterada, ou
de atualizações decorrentes de aprimoramento técnico-científico (art. 19, Decreto
4.297/02). Mesmo assim, essa alteração dependerá de consulta pública e aprovação pela
comissão estadual do ZEE e pela Comissão Coordenadora do ZEE, mediante processo
legislativo de iniciativa do Poder Executivo. Entretanto, a restrição de iniciativa legislativa
ao Poder Executivo, por simples decreto, parece ser inconstitucional, pois tal reserva não
está prevista no artigo 61 Constituição Federal. Por fim, cabe ressaltar que a alteração do
ZEE não poderá reduzir o percentual da reserva legal definido em legislação específica,
nem as áreas protegidas, com unidades de conservação ou não.
O SISNAMA teve sua origem no Decreto 73.030/73 que criou a Secretaria Especial do
Meio Ambiente (SEMA). Não tem personalidade jurídica e é composto por órgãos e
entidades federais, estaduais e municipais (TRENNEPOHL, Terence Dornelles.
Fundamentos de Direito Ambiental. 2007. p.84). São eles:
1) Órgão superior: Conselho de Governo (órgão integrante da Presidência da República);
2) Órgão
3) consultivo e deliberativo: CONAMA;
4) Órgão central órgão executor: Secretaria do Meio Ambiente transformada em Ministério
do Meio Ambiente pelo art. 21 da Lei 8490/1992;
5) Órgãos executores: IBAMA e ICMBio;
6) Órgãos seccionais: órgão ou entidades estaduais responsáveis pelo Meio Ambiente;
7) Órgãos locais: órgão ou entidades municipais responsáveis pelo Meio Ambiente
Os instrumentos que detém tais órgãos para a promoção da Política Nacional do Meio
Ambiente são:
a) Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;
b) Zoneamento ambiental;
c) Avaliação de impacto ambiental;
d) Licenciamento e revisão de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras;
e) Incentivos à produção e instalação de equipamento e a criação ou absorção de
tecnologia, voltados para a melhoria da qualidade ambiental;
f) Criação de reservas e estações ecológicas, APAs e as de relevante interesse ecológico no
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Legislação básica: CF arts. 37, I a XVII, 39, 40, 41, 93, 95, 128, I; LC 75, LC 35; Lei
8.112/90; Lei 8.429/90, Lei 9.962/00.
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De acordo com o artigo 41, §1º, da Constituição Federal somente perde a estabilidade o
servidor nomeado para cargo de provimento efetivo mediante sentença judicial transitada
em julgado ou procedimento administrativo com garantia de ampla defesa ou procedimento
de avaliação periódica de desempenho (demissão poderá fundar-se não apenas em prática
de infrações graves, mas também em ausência de capacidade ou aptidão para o desempenho
das atribuições inerentes do cargo – visa não apenas verificar se houve infração de deveres,
mas apurar se o funcionário tem condições de cumprir com seus deveres). Existe ainda a
previsão do artigo 169, §4º, da Constituição Federal que permite que o servidor estável
perca o cargo para assegurar a observância do limite máximo de despesas com pessoal. A
estabilidade é adquirida após 3 anos de exercício que coincide com o estágio probatório
(posição jurisprudencial), que é período de prova a que se submete o servidor. Há
precedentes conferindo estabilidade a empregado público (portanto, de pessoa jurídica de
direito público) aprovado em concurso público (390/TST). Estabilidade: STJ: a estabilidade
diz respeito ao serviço público, e não ao cargo. O servidor estável, ao ser investido em novo
cargo, não está dispensado de cumprir o estágio probatório. Adquirida a estabilidade o
servidor só poderá ser demitido: a) se cometer falta grave; b) se houver processo
administrativo para apurar a falta; c) for garantida a ampla defesa.
Assim, os funcionários vitalícios só podem ser desligados por decisão judicial – ex.
magistrados, membros do MP e Ministros/Conselheiros de TC´s. Na 1ª instância, juízes e
membros do MP adquirem vitaliciedade após 2 anos de exercício. Nas demais hipóteses, a
vitaliciedade é imediata (ex. juízes que entram pelo “quinto” da advocacia, ministros de
Tribunais Superiores). Além da estabilidade/vitaliciedade, detentores de cargos têm a
prerrogativa da irredutibilidade salarial (que é apenas nominal); garantia de isonomia
remuneratória conforme a complexidade/responsabilidade do cargo. Garantia de
permanência é prerrogativa para assegurar a independência desses agentes. Previsão
constitucional para os membros do MP, TC e magistrados (respectivamente, 128, § 5º, I, a;
73, § 3º; 95, I, da CF). Não podem as Constituições estaduais ou Leis Orgânicas
municipais ou lei de qualquer outra esfera criar cargos vitalícios (STF, Informativo
409). Vitaliciedade mediata: depende de prévio estágio confirmatório; imediata: adquirida
na investidura.
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6. AGENTE DE FATO. Trata-se de agente que, mesmo sem ter uma investidura normal e
regular, executa uma função pública em nome do Estado. Pode ser: a) Agente necessário:
praticam atos e executam atividades em situações excepcionais em colaboração com o
Poder Público e como se fossem agentes de direito. Atos confirmados em regra em razão do
interesse público e da segurança jurídica; ou b) Agente putativo: desempenha atividade
pública na presunção de que há legitimidade, embora não tenha havido investidura dentro
do procedimento legalmente exigido.
aperfeiçoando com a fusão da vontade de pelo menos dois órgãos públicos. Para ambas as
Cortes, o ato de aposentadoria, embora já seja apto a produzir regularmente seus efeitos
desde sua expedição pelo ente administrativo ao qual o servidor se encontra vinculado,
somente se completa com o registro pelo Tribunal de Contas, cuja competência consiste em
examinar e confirmar a aposentadoria já concedida pelo órgão de origem do servidor.
Súmula Vinculante nº3. Estatutários: incidem as regras do art. 40 da CF que trata de
regime previdenciário especial. Trabalhistas: temporários e ocupantes de cargo em
comissão (art. 40, § 3º, CF): regime geral de previdência social (arts. 201 e 202 da CF).
Modalidades de aposentadoria do servidor público (art. 40, §§ 1º ao 6º, da CF):
Professores (art. 40, § 5º, CF): se comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio (ver
Súmula 726 do STF), os requisitos de idade e de tempo de contribuição para a
aposentadoria voluntária por tempo de contribuição serão reduzidos em 5 anos.
Aposentadoria especial (art. 40, § 4º, CF): definidas em leis complementares, cuja
concessão está prevista para i) servidores portadores de deficiência; ii) que exercem
atividades de risco; iii) cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que
prejudiquem a saúde ou a integridade física. SÚMULA VINCULANTE Nº 33:
“APLICAM-SE AO SERVIDOR PÚBLICO, NO QUE COUBER, AS REGRAS DO REGIME
GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL SOBRE APOSENTADORIA ESPECIAL DE QUE
TRATA O ARTIGO 40, § 4º, INCISO III DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ATÉ A EDIÇÃO
DE LEI COMPLEMENTAR ESPECÍFICA”. Proventos: antes o valor dos proventos
equivalia ao recebido na ativa. Após a EC 41-2003, o cálculo dos proventos deve observar
o art. 40, §§ 3º e 17, sendo uma média baseada nas remunerações sobre as quais o servidor
contribuiu ao longo de sua vida profissional, na forma da lei (ver Lei 10.887/04). Art. 40, §
2º, CF: os proventos não poderão exceder a remuneração auferida pelo servidor quando em
atividade. Cumulação de proventos: vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à
conta do regime previdenciário especial dos servidores efetivos (art. 40, § 6º, CF),
ressalvados os casos de cargos acumuláveis. No caso de cargos acumuláveis ou quando
também há contribuição para o RGPS, a soma total dos proventos deve sempre respeitar o
teto previsto no art. 37, XI, CF. Revisão de proventos (art. 40, § 8º, CF): assegurado o
reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real. A EC
41-03 suprimiu a regra da paridade entre os proventos e pensões e as remunerações da
ativa. Contagem de tempo: princípio da reciprocidade do cômputo do tempo de
contribuição (art. 40, § 9º, CF); vedada a contagem de tempo de contribuição fictício (art.
Art. 40, § 10, CF).
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
A EC 41-2003 teve como principais pontos: fim da aposentadoria com proventos integrais
para os servidores que ingressarem no serviço público após a publicação da Emenda;
estabelecimento de um redutor para pensões acima de certo valor; instituição de
contribuição previdenciária dos inativos e pensionistas que recebam proventos acima de
certo valor; previsão de regime de previdência complementar (ver ADI 3.105/DF, em que o
STF declarou parcialmente inconstitucionais o art. 4º, I e II, da EC 41-03); instituição de
regras de transição para os servidores ingressados no serviço público até a data de
publicação da EC 41-03; garantia dos direitos adquiridos dos já aposentados e pensionistas
bem como daqueles que, até a EC 41-03, tenham cumprido os requisitos legais. A EC 47-
2005 (“PEC paralela”) atenuou algumas das perdas de direitos impostas pela EC 41.
II - O servidor público não possui direito adquirido a regime jurídico, tampouco a regime
de vencimentos ou de proventos, razão pela qual é possível à Administração promover
alterações na composição remuneratória e nos critérios de cálculo, bem como extinguir,
reduzir ou criar vantagens ou gratificações, instituindo, inclusive, o subsídio, desde que não
se opere redução no valor nominal global recebido, em obediência ao princípio
constitucional da irredutibilidade de vencimentos.
Responda, agora:
339
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Art. 37. [...] XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando
houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
ASSERTIVA III – CORRETA. “Neste juízo prévio e sumário, estou em que, conquanto
essa ostensiva distinção de tratamento, constante do art. 37, XI, da Constituição da
República, entre as situações dos membros das magistraturas federal (a) e estadual (b),
parece vulnerar a regra primária da isonomia (CF, art. 5º, caput e I). Pelas mesmas razões, a
interpretação do art. 37, § 12, acrescido pela EC 47/2005, ao permitir aos Estados e ao
Distrito Federal fixar, como limite único de remuneração, nos termos do inciso XI do caput,
o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do valor do subsídio dos Ministros
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
desta Corte, também não pode alcançar-lhes os membros da magistratura.” (ADI 3.854-
MC, voto do Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 28-2-2007, Plenário, DJ de 29-6-
2007.)
II - A remoção e a redistribuição são formas de provimento derivado, vez que ensejam, com
o deslocamento do servidor, investidura em outro cargo.
Comentários:
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II - A remoção e a redistribuição são formas de provimento derivado, vez que ensejam, com
o deslocamento do servidor, investidura em outro cargo. (incorreta)
Idem alternativa I.
Gabarito oficial: B
(26º CPR – Oral) 10) O que são agentes colaboradores? Exemplo? Fale sobre o
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contrato temporário? Quais são as hipóteses constitucionais para sua realização? Cite
um exemplo de situação em que é possível a contratação temporária? Natureza
jurídica desse vínculo?
Agente colaborador é uma categoria de agente público. São particulares que executam
funções especiais, públicas, tais como os jurados, convocados para serviço eleitoral, etc.
José dos Santos Carvalho Filho cita ainda como exemplo os titulares de cartório não
oficializados e os concessionários e permissionários de servico público.
Celso Antonio Bandeira de Melo considera ainda os contratados para locação civil de
serviços. José dos Santos discorda daquele mestre por considerar que o vínculo é
meramente contratual. Diferencia ainda o caso em que a contratação visa fins de emprego
(quando serão, então, agentes públicos) e a contratação de objeto determinado.
O objetivo do constituinte foi abarcar situações nas quais a atividade a ser desempenhada é
temporária, caso em que desnecessária a realização de concurso público, ou a atividade não
é temporária, mas o excepcional interesse público demanda que se faça imediato
suprimento temporário de uma necessidade (neste sentido, necessidade temporária, a
exemplo das catastrófes naturais), por não haver tempo hábil para realizar concurso. Assim,
pode-se falar em temporariedade sem que haja situação excepcional e vice-versa.
Nem a Carta Magna, nem a lei 8745/93 foram claras quanto a natureza deste vínculo. Por
um lado reconhece direitos a estes agentes, fazendo remissão direta a lei 8112/90, a qual
estatui o regime estatutário dos servidores públicos federais efetivos. Por outro lado, define
que o agente temporário será vinculado a previdência geral, não podendo ser abrangido pela
previdência prevista no art. 40 da Carta Magna, voltada aos estatutários.
Assim, doutrina e jurisprudência debatem o tema com intensidade, não se tendo alcançado,
ainda, um consenso.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
justiça comum, e não da justiça do trabalho, para discutir o vínculo entre qualquer pessoa
que executa um serviço e a pessoa jurídica ou física que se beneficia deste trabalho. Entre
elas, há decisão do STF, noticiada no informativo 516, conforme segue abaixo:
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A questão principal é que nesta confusão jurídica, os direitos atribuídos a esta classe de
agentes não restaram definidos, motivo pelo qual o STF reconhece o tema em repercussão
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Fontes: Carvalho Filho, Jose dos Santos. Manual de Direito Administrativo. Ed Atlas, 2012,
25 edição.
http://revista.tce.mg.gov.br/Content/Upload/Materia/502.pdf
http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1942488/o-contrato-de-prestacao-de-servico-temporario-
tem-natureza-tipicamente-administrativa
http://ww3.lfg.com.br/artigo/2008021316165592_direito-do-trabalho_artigos-a-justica-do-
trabalho-e-o-desvirtuamento-dos-contratos-quotemergenciaisquot-celebrados-pela-
administracao-publica.html
(26º CPR – Oral) 11) Diferença entre estabilidade e vitaliciedade? Exemplos de cargos
vitalícios? Só membros do MP e da magistratura? CNJ pode determinar a perda do
cargo de magistrado? E quanto ao CNMP em relação a membros do MP? Qual é o
procedimento quanto o CNMP avalia o cabimento de pena de demissão a determinado
membro do MP? (Paula Mattos)
Nos dizeres do Marçal Justen Filho “vitaliciedade significa que a demissão do sujeito
depende de sentença judicial que reconheça a comprovação de infração a que seja
cominada sanção dessa ordem . A vitaliciedade não significa a garantia de titularidade do
cargo por toda a vida, uma vez que o servidor vitalício está sujeito à aposentadoria
compulsória, e não há impedimento à extinção do cargo. A Constituição atribui o regime da
vitaliciedade aos magistrados (art. 95, I), aos membros dos Tribunais de Contas (art. 73,
§3º) e do Ministério Público (art. 128, §5º, a)”.(MARÇAL, Justen Filho. Curso de direito
administrativo. 8 ed. Belo Horizonte: Fórum, 2012. p.906) Existem duas súmulas do E.
Supremo Tribunal Federal a respeito do assunto, quais sejam, a nº 11 (A vitaliciedade não
impede a extinção do cargo, ficando o funcionário em disponibilidade, com todos os
vencimentos) e a nº 36 (Servidor vitalício está sujeito a aposentadoria compulsória, em
razão da idade). A perda da vitaliciedade somente se dá com sentença judicial transitada em
julgado. Logo os efeitos da vitaliciedade são mais benéficos do que os da estabilidade.
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atribuições inerentes do cargo – visa não apenas verificar se houve infração de deveres, mas
apurar se o funcionário tem condições de cumprir com seus deveres). Existe ainda a
previsão do artigo 169 , §4º da Constituição Federal que permite que o servidor estável
perca o cargo para assegurar a observância do limite máximo de despesas com pessoal.
Adquire estabilidade o servidor depois de três anos (art. 41 com redação da Emenda
nº19/98).
O CNJ não pode aplicar a pena de demissão, sendo-lhe permitido apenas a aplicação das
penalidades com previsão na LOMAN (advertência, censura, disponibilidade e
aposentadoria compulsória). Contudo, poderá enviar cópia integral ao Ministério Público
para que se for o caso, ingressar com a ação penal cabível.
Segundo o art. 95, I, da CF: a perda de cargo só se dará, antes da vitaliciedade, pelo tribunal
a que o magistrado estiver vinculado e nos outros casos por sentença judicial transitada em
julgado.
Assim, a Resolução nº 135/CNJ prevê a pena de demissão tão somente para os juízes não-
vitalícios, conforme o art. 23, §3º.
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Quanto aos membros do Ministério Público (CNMP), pode ser aplicada interpretação
analógica em virtude do art. 128, §5º, I, "a", da CF, mas com a ressalva de que a CF não faz
qualquer balizamento temporal como fez quanto aos magistrados, em que possibilitou a
demissão no período não-vitalício.
Para que o membro do Ministério Público perca o seu cargo deve existir uma ação civil
própria, permitida sua instauração nos casos de prática de crime incompatível com o
exercício do cargo, exercício da advocacia, abandono do cargo por prazo superior a trinta
dias corridos. A ação deverá ser proposta pelo Procurador-Geral de Justiça, perante o
Tribunal de Justiça local, após autorização do Colégio de Procuradores – artigo 128,I, “a”
da CF;e artigo 38, I da Lei Orgânica Nacional do Ministério Público nº 8.625/93; e artigo
208 da Lei Complementar nº 75/93). (MORAES, Alexandre de. Direito constitucional, 28ª
edição, 2012, ed. Atlas, p. 649).
Quanto aos membros do Ministério Público da União o procedimento deve iniciar na via
administrativa, e somente depois ocorrerá a propositura da ação para perda do cargo
proposta pelo Conselho Superior, o que acarretará seu afastamento do exercício de suas
funções, com perda dos vencimentos e vantagens pecuniárias do respectivo cargo.
(MORAES, Alexandre de. Direito constitucional, 28ª edição, 2012, ed. Atlas, p. 649).
(26º CPR – Oral) 12) Qual é natureza do ato de aposentadoria dos servidores
públicos? Por quê? (Jamille Argôlo Góes)
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devolução das quantias já recebidas. V – Vencidas (i) a tese que concedia integralmente a
segurança (por reconhecer a decadência) e (ii) a tese que concedia parcialmente a segurança
apenas para dispensar a devolução das importâncias pretéritas recebidas, na forma do que
dispõe a Súmula 106 do TCU. (MS 24781, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Relator(a)
p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 02/03/2011)
José dos Santos Carvalho Filho, no entanto, aduz não ser complexo o aludido ato, ao
fundamento de que o ato oriundo do órgão administrativo e o formalizado pelo Tribunal de
Contas seriam distintos. Para o autor, “cuida-se, com efeito, de atos administrativos
diversos, com conteúdo próprio e oriundo de órgãos administrativos desvinculados entre si.
No primeiro, a Administração, verificando o cumprimento dos pressupostos normativos,
reconhece ao servidor o direito ao benefício da inatividade remunerada; no segundo, a
Corte de Contas procede à apreciação da legalidade do ato para fins de registro (art. 71, III,
CF), o que caracteriza como ato de controle a posteriori”. (José dos Santos Carvalho Filho.
Manual de Direito Administrativo. 24. ed. rev., ampl., e atual. até 31.12.2010. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2011. p. 636)
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Legislação básica: Art. 175, CF; Lei 11.079/04; Art.31, Lei 9.074/95; Arts. 6º e 9º, I e II,
Lei 8.666/93; Art.3º, caput e par. 1º, Decreto 5.977/06; Arts. 17, 29, 30 e 32, LC 101/00.
Nesse mister, destacam-se, como cláusulas essenciais dos contratos de PPP (art. 5º): a
repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso fortuito, força maior, fato
do príncipe e álea econômica extraordinária (alínea “c”) e o compartilhamento com a
Administração Pública de ganhos econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da
redução do risco de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado (alínea “f”).
A contraprestação da Administração Pública nos contratos de PPP pode ser feita por (art.
6º): a) ordem bancária; b) cessão de créditos não tributários; c) outorga de direitos em face
da Administração Pública; d) outorga de direitos sobre bens públicos dominicais; e) outros
meios admitidos em lei.
352
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
O inciso III do art. 4º da referida lei explicita a “indelegabilidade das funções de regulação,
jurisdicional, do exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado”.
É vedada a celebração de PPP (art. 2º, § 4º): a) cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20
milhões; b) cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 anos (o período máximo é
35 anos); c) que tenha como objeto único o fornecimento de mão de obra, o fornecimento e
instalação de equipamentos ou a execução de obra pública. Nos termos do art. 2º, §4º, da
Lei nº 10.079/04 (LPPP), é vedada a celebração de contrato de Parceria Público-Privada
(PPP) cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais) e
cujo período de prestação do serviço seja inferior a cinco anos. Quanto ao prazo, o art. 5º, I,
da mesma lei prevê que o prazo de vigência deve ser compatível com a amortização dos
investimentos realizados e que não pode ser superior a trinta e cinco anos, incluindo
eventual prorrogação.
Todavia, a própria Lei nº 10.079/04 prevê limites de valores e prazos para a contratação de
PPP’s que devem ser observados pela Administração não na perspectiva dos contratos
individualmente celebrados, mas sim em relação à situação da própria Administração,
especialmente no tocante ao cumprimento de normas e metas de caráter financeiro. Quanto
aos valores, os incisos I e II do art. 10 da LPPP condicionam a abertura do processo
licitatório a diversos fatores, tais como: autorização expressa da autoridade competente,
fundamentada em estudo técnico que demonstre que as despesas criadas ou aumentadas não
353
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Por sua vez, o art. 22 condiciona que a União contrate PPP quando a soma das despesas de
caráter continuado derivadas do conjunto de parcerias já contratadas não exceda, no ano
anterior, a 1% da receita líquida do exercício, e as despesas anuais dos contratos vigentes,
nos 10 anos subsequentes, não excedam a 1% da receita líquida projetada para os
respectivos exercícios. O art. 28 prevê proibição similar aplicável aos Estados, DF e
Municípios que desejarem celebrar contrato de PPP, mas que diz respeito à concessão de
garantia e à realização de transferência voluntária de recursos por parte da União a esses
entes. Por fim, quanto ao prazo, o art. 10, inc. V, da referida lei dispõe que a abertura do
procedimento licitatório para fins de celebração de PPP só pode ocorrer se o seu objeto
estiver previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde o contrato será celebrado.
354
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
licitação que o objeto da PPP esteja previsto no plano plurianual em vigor no âmbito onde o
contrato será celebrado, prescrevendo, ainda, a necessidade de obtenção de licença
ambiental prévia, ou a expedição das diretrizes para o licenciamento ambiental do
empreendimento, sempre que o objeto do contrato a ser celebrado o exija. A minuta do
edital e do contrato de PPP deve ser submetida à consulta pública. O edital de licitação
conterá a minuta do futuro contrato, podendo prever o emprego dos mecanismos privados
de resolução de disputas, inclusive a arbitragem. Deverão estar especificadas no edital,
quando houver, as garantias da contraprestação do parceiro público a serem concedidas ao
parceiro privado. Destaque-se que, nas PPP’s, assim como nas concessões comuns e nas
permissões de serviços públicos, os autores ou responsáveis economicamente pelos projetos
básico ou executivo podem participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução
das obras ou serviços (L. 9074/95, art. 31; L. 11.079/04, art. 3º, caput e § 1º; Dec.
5.977/06), diferentemente do que ocorre nos contratos administrativos em geral (art. 9º, I e
II, da L. 8.666/93).
Previsão da criação, por decreto, de um órgão gestor de PPP’s, com atribuição para: a)
definir os serviços prioritários para execução no regime de PPP; b) disciplinar os
procedimentos para celebração dos contratos de PPP; c) autorizar a abertura de licitação e
aprovar seu edital; d) apreciar os relatórios de execução dos contratos. O órgão gestor deve
remeter ao Congresso Nacional e ao Tribunal de Contas da União, com periodicidade anual,
relatórios de desempenho dos contratos de PPP (art. 14, caput e § 5º). O Dec. 5.385/05
regulamenta o art. 14 da L. 11.079/04, denominando o órgão gestor de Comitê Gestor de
Parceria Público-Privada Federal – CGP. Cumpre notar que o órgão gestor NÃO realiza
licitações, mas tem atribuição para autorizar a abertura dos procedimentos licitatórios e
aprovar o edital (art. 3º, III e § 1º do Dec. 5.385/05);
355
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
arrepio do art. 100 da CRFB (Alexandrino e Paulo, p. 765). A quitação do débito pelo FGP
importará subrogação deste nos direitos do parceiro privado. O art. 21 da lei faculta a
constituição de um patrimônio de afetação dentro do FGP, isolado do restante do
patrimônio do fundo, e destinado a garantir um contrato específico de PPP. Para Di Pietro,
tal previsão é de constitucionalidade duvidosa, pois o patrimônio de afetação tem por
finalidade privilegiar determinado credor, contrariando, portanto, os princípios da isonomia
e da impessoalidade que devem nortear a destinação dos recursos orçamentários.
5. ESPÉCIES
Referem, ainda, que, para Di Pietro, apesar de não ser cabível a cobrança de tarifa na
concessão administrativa, “não há impedimento a que o concessionário receba recursos de
outras fontes de receitas complementares, acessórias, alternativas ou decorrentes de
projetos associados” (p. 754). Têm a mesma lógica econômico-contratual da concessão
tradicional (investimento inicial, vigência por longo prazo, remuneração vinculada a
356
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
resultados, flexibilização na escolha de meios para atingir os fins previstos nos contratos),
acrescida de sistema de garantias e destinada a serviços administrativos em geral (infra-
estrutura pública penitenciária, policial, educacional, sanitária, salvo as atividades
exclusivas do Estado, como poder de polícia). Antes tais serviços só eram possíveis
mediante o contrato administrativo de serviço da L. 8.666/93, que continua a existir. Mas
aqui a definição do objeto e modo de prestação do serviço não precisa ser exaustiva, o
contratado fará investimento mínimo de R$ 20 milhões (não há discriminação contra entes
federados pobres, pois simplesmente podem se valer dos contratos administrativos
comuns), o serviço será prestado por no mínimo 5 anos (prazo de amortização em favor da
Administração) e no máximo 35 anos, e a remuneração dependerá da fruição dos resultados
(não mais derivando automaticamente da execução da prestação). Regime remuneratório:
concessionário não recebe tarifas dos usuários, mas há contraprestação do concedente.
Nos termos do art. 2º, §4º, da Lei nº 10.079/04 (LPPP), é vedada a celebração de contrato
de Parceria Público-Privada (PPP) cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00
(vinte milhões de reais) e cujo período de prestação do serviço seja inferior a cinco anos.
Quanto ao prazo, o art. 5º, I, da mesma lei prevê que o prazo de vigência deve ser
compatível com a amortização dos investimentos realizados e que não pode ser superior a
trinta e cinco anos, incluindo eventual prorrogação.
Todavia, a própria Lei nº 10.079/04 prevê limites de valores e prazos para a contratação de
PPP’s que devem ser observados pela Administração não na perspectiva dos contratos
individualmente celebrados, mas sim em relação à situação da própria Administração,
especialmente no tocante ao cumprimento de normas e metas de caráter financeiro.
Por sua vez, o art. 22 condiciona que a União contrate PPP quando a soma das despesas de
caráter continuado derivadas do conjunto de parcerias já contratadas não exceda, no ano
anterior, a 1% da receita líquida do exercício, e as despesas anuais dos contratos vigentes,
nos 10 anos subsequentes, não exceda a 1% da receita líquida projetada para os respectivos
exercícios. O art. 28 prevê proibição similar aplicável aos Estados, DF e Municípios que
desejarem celebrar contrato de PPP, mas que diz respeito à concessão de garantia e à
realização de transferência voluntária de recursos por parte da União a esses entes.
Por fim, quanto ao prazo, o art. 10, V da referida lei dispõe que a abertura do procedimento
licitatório para fins de celebração de PPP só pode ocorrer se o seu objeto estiver previsto no
357
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
358
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
São objetivos da PNRS (artigo 7º): I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem
como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; III - estímulo à adoção de
padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; IV - adoção,
desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar
impactos ambientais; V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matérias-primas
e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; VII - gestão integrada de
resíduos sólidos; VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas
com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão
integrada de resíduos sólidos; IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos
sólidos; X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos
serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de
mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços
prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada
a Lei nº 11.445, de 2007; XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais,
para: a) produtos reciclados e recicláveis; b) bens, serviços e obras que considerem critérios
compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis; XII -
integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XIII - estímulo à
implementação da avaliação do ciclo de vida do produto; XIV - incentivo ao
desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria
dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos sólidos, incluídos a
recuperação e o aproveitamento energético; XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao
consumo sustentável.
359
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
São planos de resíduos sólidos da PNRS (artigo 14º): I - o Plano Nacional de Resíduos
Sólidos; II - os planos estaduais de resíduos sólidos; III - os planos microrregionais de
resíduos sólidos e os planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações
urbanas; IV - os planos intermunicipais de resíduos sólidos; V - os planos municipais de
gestão integrada de resíduos sólidos; VI - os planos de gerenciamento de resíduos sólidos.
A elaboração de plano estadual de resíduos sólidos, nos termos previstos por esta Lei, é
condição para os Estados terem acesso a recursos da União, ou por ela controlados,
360
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
O plano estadual de resíduos sólidos será elaborado para vigência por prazo indeterminado,
abrangendo todo o território do Estado, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e
revisões a cada 4 (quatro) anos, e tendo como conteúdo mínimo: I - diagnóstico, incluída a
identificação dos principais fluxos de resíduos no Estado e seus impactos socioeconômicos
e ambientais; II - proposição de cenários; III - metas de redução, reutilização, reciclagem,
entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para
disposição final ambientalmente adequada; IV - metas para o aproveitamento energético
dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos; V - metas para a
eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação
econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; VI - programas, projetos e
ações para o atendimento das metas previstas; VII - normas e condicionantes técnicas para
o acesso a recursos do Estado, para a obtenção de seu aval ou para o acesso de recursos
administrados, direta ou indiretamente, por entidade estadual, quando destinados às ações e
programas de interesse dos resíduos sólidos; VIII - medidas para incentivar e viabilizar a
gestão consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos; IX - diretrizes para o
planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões; X - normas e diretrizes para a disposição final de
rejeitos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as disposições estabelecidas em âmbito
nacional; XI - previsão, em conformidade com os demais instrumentos de planejamento
territorial, especialmente o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento costeiro, de:
a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de
disposição final de rejeitos; b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada de
resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto de recuperação ambiental; XII - meios a serem
utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação e
operacionalização, assegurado o controle social.
Respeitada a responsabilidade dos geradores nos termos desta Lei, o plano microrregional
de resíduos sólidos deve atender ao previsto para o plano estadual e estabelecer soluções
integradas para a coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação
final dos resíduos sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrregionais, outros
tipos de resíduos.
I - optarem por soluções consorciadas intermunicipais para a gestão dos resíduos sólidos,
incluída a elaboração e implementação de plano intermunicipal, ou que se inserirem de
forma voluntária nos planos microrregionais de resíduos sólidos referidos no § 1o do art. 16;
II - implantarem a coleta seletiva com a participação de cooperativas ou outras formas de
associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas
de baixa renda.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
O plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos pode estar inserido no plano de
saneamento básico previsto no art. 19 da Lei nº 11.445, de 2007, respeitado o conteúdo
mínimo previsto acima e observado para Municípios com menos de 20.000 (vinte mil)
habitantes, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos terá conteúdo
simplificado, na forma do regulamento.
A inexistência do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos não pode ser
363
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
364
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
O poder público, o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das
ações voltadas para assegurar a observância da Política Nacional de Resíduos Sólidos e das
diretrizes e demais determinações estabelecidas nesta Lei e em seu regulamento.
Nos casos abrangidos pelo plano de gerenciamento (art. 20), as etapas sob responsabilidade
do gerador que forem realizadas pelo poder público serão devidamente remuneradas pelas
pessoas físicas ou jurídicas responsáveis, observado o disposto no § 5o do art. 19.
365
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
O gerador de resíduos sólidos domiciliares tem cessada sua responsabilidade pelos resíduos
com a disponibilização adequada para a coleta ou, nos casos abrangidos pelo art. 33
(logística reversa), com a devolução.
A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivo: I -
compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão
empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias
sustentáveis; II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para a
sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; III - reduzir a geração de resíduos
sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais; IV - incentivar a
utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior
sustentabilidade; V - estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de
produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis; VI - propiciar que as atividades
produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade; VII - incentivar as boas práticas de
responsabilidade socioambiental.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Com exceção dos consumidores, todos os participantes dos sistemas de logística reversa
manterão atualizadas e disponíveis ao órgão municipal competente e a outras autoridades
informações completas sobre a realização das ações sob sua responsabilidade.
Sempre que estabelecido sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão
integrada de resíduos sólidos, os consumidores são obrigados a: I - acondicionar
adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados; II - disponibilizar
adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução.
O poder público municipal pode instituir incentivos econômicos aos consumidores que
participam do sistema de coleta seletiva, na forma de lei municipal.
Para o cumprimento do disposto acima, nos incisos I a IV, o titular dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos priorizará a organização e o funcionamento
de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, bem como sua contratação. A
contratação é dispensável de licitação, nos termos do inciso XXVII do art. 24 da Lei no
8.666, de 21 de junho de 1993.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Legislação básica: Art, 75, CR; Lei 8.987/95; Arts. 2º, caput e par. 2º e 3º, e arts 27 e 31,
Lei 9.074/95; Arts. 9º, 72 e 78, XV, Lei 8.666/93.
Segundo o art. 2º, da Lei 8.987/1995, concessão de serviço público é a delegação de sua
prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência,
à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (a lei não fixa prazo máximo de
duração). Já a concessão de serviço público precedida da execução de obra pública é a
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante licitação,
na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra
por prazo determinado;
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
a lei afirma que as permissões devem ser formalizadas em “contrato de adesão”, aludindo à
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Algumas leis instituidoras de agências reguladoras conferem a elas atribuição para atuar
como poder concedente, o que, para os autores, contraria frontalmente a L. 8.987/95, a qual
confere tal poder exclusivamente aos entes federativos. Não obstante, tais leis nunca
tiveram sua inconstitucionalidade declarada, presumindo-se, portanto, legítimas. A L.
11.196/05 acrescentou à L. 8.987/95 o art. 23-A, que possibilita que o contrato preveja o
uso da arbitragem para a solução de conflitos.
a possibilidade de subconcessão tem que estar prevista no contrato de concessão e tem que
ser expressamente autorizada pelo poder concedente;
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Tipos de licitação (L. 8.987/95, art. 15) com julgamento levando em conta a menor tarifa, a
melhor oferta de pagamento pela concessão, e a melhor proposta técnica.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
OBS: tarifa x preço público – são muitas vezes tratados como sinônimos. Entretanto, para
parcela significativa da doutrina, acompanhada por Alexandrino e Paulo, tarifa é espécie do
gênero preço público, pois é o nome dado ao preço público que representa a
contraprestação pecuniária de um serviço público pago diretamente pelo usuário ao
respectivo prestador.
A regra geral é a concessionária cobrar tarifas uniformes para um mesmo serviço por ela
prestado. Entretanto, o art. 13 prevê a possibilidade de cobrança de tarifas “diferenciadas”
em função de características técnicas dos custos específicos provenientes do atendimento
aos distintos segmentos dos usuários. A manutenção da equação financeira estabelecida no
momento da celebração do contrato é um direito subjetivo da concessionária. Daí a
necessidade de revisão do contrato, para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro
tanto nas hipóteses de fato do príncipe quanto nas de fato da administração (art. 9º, § 3º e
4º).
OBS: reajuste x revisão – reajuste significa a mera atualização, com periodicidade pré-
estabelecida, destinando-se a manter o valor real da tarifa; no reajuste, basta a homologação
374
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
dos cálculos apresentados pela própria concessionária pelo poder concedente; revisão é a
alteração da tarifa para restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro; só se justifica, como
regra, nas hipóteses de álea extracontratual e extraordinária; na revisão, faz-se necessário
procedimento administrativo que deve ser inteiramente realizado pelo poder concedente. O
art. 35 da L. 9.074/95 prevê que “a estipulação de novos benefícios tarifários pelo poder
concedente fica condicionada à previsão, em lei, da origem dos recursos ou da simultânea
revisão da estrutura tarifária do concessionário ou permissionário, de forma a preservar o
equilíbrio econômico-financeiro do contrato”. Estabelece o parágrafo único que “a
concessão de qualquer benefício tarifário somente poderá ser atribuída a uma classe ou
coletividade de usuários dos serviços, vedado, sob qualquer pretexto, o benefício singular”.
O § 1º do art. 9º da L. 8.987/95 dispõe que a cobrança de tarifas somente poderá ser
condicionada à existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário nos casos
expressamente previsto em lei. Logo, tal dispositivo não chancela a orientação de parte da
doutrina no sentido da impossibilidade de serem cobrados pedágios sob o regime de tarifa
quando a rodovia seja a única via de acesso a determinada região.
poder de alteração unilateral das cláusulas de execução – não pode, contudo, implicar a
desnaturação do objeto, sob pena de burla ao princípio da licitação;
375
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
intervenção por prazo indeterminado, apesar de a lei não trazer um prazo; (iv) decretada a
intervenção, o poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento
administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar as
responsabilidades, assegurada a ampla defesa; (v) o procedimento administrativo deve ser
concluído no prazo de 180 dias, sob pena de considerar-se inválida a intervenção; (vi) a
intervenção não resulta obrigatoriamente na extinção da concessão; se não for o caso de
extinção, cassada a intervenção, a administração do serviço será devolvida à
concessionária.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
GABARITO: D
Comentários:
I - A teoria do fato do príncipe baseia-se na álea administrativa, tendo por características a
imprevisibilidade e a extracontratualidade. Ocasiona desequilíbrio na equação econômico-
financeira do contrato administrativo, gerando para o particular direito a revisão do preço
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
a utilização das instalações e dos bens reversíveis. A Lei n. 8.987/95 não faz qualquer
ressalva acerca da necessidade de indenização prévia de tais bens. III - Recurso especial
improvido” (REsp 1059137/SC, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 14/10/2008, DJe 29/10/2008)
IV - A encampação constitui modalidade de extinção de concessão e permissão de serviço
público, pela qual a Administração, em nome do interesse público, promove a retomada da
execução do serviço anteriormente delegado, durante o prazo da concessão ou da
permissão. (correta)
Como consta do art. 37 da Lei de Concessões, “considera-se encampação a retomada de
serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivos de interesse
público”. Sendo o concedente o titular do serviço, é de todo razoável que, em razão da
peculiaridade de certas situações, tenha ele interesse em extinguir a delegação e, por
conseguinte, a concessão. Os motivos, como bem consigna a lei, são de interesse público,
vale dizer, a Administração há de calcar-se em fatores de caráter exclusivamente
administrativo.
Além da demonstração de interesse público, a encampação pressupõe dois requisitos para
que possa se consumar. Um deles é a existência de lei que autorize especificamente a
retomada do serviço. O outro é o prévio pagamento, pelo concedente, da indenização
relativa aos bens do concessionário empregados na execução do serviço. A lei autorizativa e
a indenização a priori, pois, constituem condições prévias de validade do ato de
encampação (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. São
Paulo: Atlas, 2012, p. 405-406).
379
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Legislação básica: Lei 8.987/95, arts. 2º, IV, 18, X; 23, X, 35, § 1º e 3º, 36 e 40; CRFB,
arts. 21, XI e XII, 175, I e 223.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
decreto do poder concedente; C) Indenização, que não é prévia, será na forma do artigo 36
da lei 8987/95 e será descontado o valor das multas contratuais e danos causados à
concessionária. Para CABM a indenização se limita a parcela não amortizada do capital,
representada pelos equipamentos necessários à prestação do serviço e que reverterão ao
poder concedente. Salvo no caso de transferência da concessão sem anuência do
concedente – em que a declaração de caducidade é obrigatória –, nos demais casos, sua
decretação, ou a aplicação de outras sanções, ficará a critério do concedente; c.6) Extinção
de pleno direito: a lei menciona a extinção em razão de falência ou extinção da empresa
concessionária e falecimento ou incapacidade do titular no caso de empresa individual. A
doutrina fala em extinção de pleno direito. Trata-se da extinção em razão de circunstâncias
estranhas à vontade das partes (Ex: falência, incapacidade, morte). Desapropriação não é
forma de extinção da concessão, pois não se desapropriam pessoas, mas apenas bens, não
sendo cabível a desapropriação de uma concessionária, que é um sujeito de direitos.
Ademais, segundo CABM a própria concessão não pode ser desapropriada, pois o
concedente é o titular da concessão, e assim não se expropria algo do qual é titular. Todavia,
surgiria o problema de expropriação feita por outra pessoa de Direito Público, que não o
próprio concedente, mas também não seria possível, pois representaria violação ao
princípio constitucional de distribuição de competências, uma vez que o poder concedente
detém constitucionalmente a competência para o serviço realizado pela concessionária
contratada.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Ademais, a CRFB de 1988 em seu artigo 175, inciso I, utilizou a palavra contrato
indistintamente, de modo a abranger ambos os institutos, quais sejam, concessão e
permissão. E ainda, a lei 8987/95, no seu artigo 40, previu a permissão como contrato de
adesão. Assim, controvérsia entre a posição tradicional e a previsão legal gerou diferentes
entendimentos doutrinários: a) Para CABM é uma impropriedade jurídica redacional do
artigo 175, inciso I, da CRFB, e a permissão permanece com a natureza de ato
administrativo unilateral e precário, assim, se for firmada contrato com prazo certo, é
imprópria a designação permissão adotada para a relação jurídica, e os efeitos do ato irão
equiparar-se a uma concessão. O eminente doutrinador é acompanhado em seu
entendimento pela jurista Maria Sylvia Zanella Di Pietro. b) Para JSCF, embora considere
infeliz a previsão legal do artigo 40 da lei 8987/95 e também do artigo 175, I da CRFB, diz
ser forçado a se render à caracterização estabelecida pela lei, qual seja, a de contrato
administrativo de adesão, sob pena de ferir a lógica e precisão científica que informam o
direito. c) Jurisprudência: Na ação direta de inconstitucionalidade ADI nº 1.491-DF, em
que se discutia a questão relativa à forma de delegação do serviço móvel celular, prevista
na Lei nº 9295/1996, a Corte decidiu, que o artigo 175, parágrafo único, da CRFB, afastou
qualquer distinção conceitual entre permissão e concessão ao conferir àquela o caráter
contratual próprio desta. (ADI nº 1.491-DF, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, com voto de
desempate do Min. SIDNEY SANCHES, jul. em 1º.7.1998; vide Informativo STF nº 117,
jul.1998)
3.2) Autorização. a) Legislação básica. Artigo 21 XI e XII e artigo 223, todos da CRFB.
b) Conceito e natureza jurídica. Há grande controvérsia doutrinária sobre o conceito e
natureza jurídica da autorização. Para JSCF, a autorização é ato administrativo
discricionário e precário pelo qual a Administração consente que o indivíduo desempenhe
atividade de seu exclusivo e predominante interesse, não se caracterizando a atividade
como serviço público. (JSCF, pg 441). Em relação à previsão do artigo 21 XII, este
eminente autor, diz que algumas vezes as atividades elencadas nem sempre são típicos
serviços públicos, e sim exercido por particulares no próprio interesse destes. Assim, a
interpretação cabível para o artigo constitucional, reside em que a concessão e permissão
são os institutos próprios para a prestação de serviços públicos, e a autorização o
adequado para o desempenho da atividade do próprio interesse do autorizatário. (JSCF,
442). O jurista conclui seu entendimento com o artigo 175, inciso I, alegando que a CRFB,
ao referir-se à delegação de serviços públicos se refere apenas à concessão e permissão.
CABM diz que a controvérsia existente entre os artigos 21, incisos XI e XII e o disposto
nos artigo 175, inciso I, todos da CRFB, deve considerar que a regra é a delegação do
serviço público por meio da concessão e permissão (artigo 175, inciso I) e a expressão
autorização, que aparece nos artigos 21 XI e XII do diploma constitucional, se subsume em
duas hipóteses: A) Uma que corresponde a hipóteses que efetivamente há serviço de
telecomunicação, como o de radioamador ou de interligação de empresas por cabos de
fibras opticas, mas não propriamente serviço público, mas serviço de interesse privado
delas próprias. Para o autor a palavra autorização foi utilizada no sentido de polícia
administrativa, que libera alguma conduta privada propriamente dita, mas cujo exercício
depende de manifestação administrativa aquiescente para verificação se com ela não
haverá gravames ao interesse público. B) Outra, a de abranger casos em que efetivamente
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
está em pauta um serviço público, mas se trata de resolver emergencialmente uma dada
situação, até a adoção dos convenientes procedimentos por força dos quais se outorga a
permissão ou concessão. Por isto mesmo a palavra autorização está prevista no artigo 223
da CRFB. (CABM, pg 669). c) Exemplo de atividade autorizada. O exemplo,
tradicionalmente utilizado pela doutrina, é o serviço de táxi, considerado atividade privada
exercida sob o regime de autorização. Ocorre que a lei 12.587/2012 que instituiu a Política
Nacional de Mobilidade Urbana, classificou o serviço de táxi como transporte público
individual, caracterizando o como serviço público, prestados sob o regime de permissão.
(artigos 4º, inciso VIII, 12 da Lei 12.587/2012). Todavia, em relação ao transporte privado
coletivo, definido nos termos do artigo 4º, VII da citada lei, o consentimento estatal se
formaliza por autorização. (artigo 11 da Lei 12.587/2012).
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A Lei de Gestão de Florestas Públicas (LGFP) – Lei 11.284/06, traz uma novidade na
exploração de unidades de conservação, especificamente, para florestas nacionais,
possibilitando que empresas ou cooperativas explorarem os recursos madeireiros das
FloNas por meio de um plano de manejo. Polêmica e controversa, a Lei cria o Serviço
Florestal Brasileiro – SFB, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, e cria também o
Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal – FNDF. Concede à pessoa jurídica
brasileira, em consórcio ou não, a gestão florestal. Exclui da concessão a titularidade
imobiliária da unidade de manejo ou a preferência em sua aquisição, o acesso ao
patrimônio genético para fins de pesquisa e desenvolvimento, bioprospecção ou
constituição de coleções, o uso dos recursos hídricos, a exploração dos recursos minerais,
pesqueiros ou da fauna silvestre, dentre outros.
Princípios: no art. 2º da LGFP estão relacionados os princípios que devem produzir efeitos
sobre a administração das florestas públicas: a) a proteção dos ecossistemas, do solo, da
água, da biodiversidade e valores culturais associados, bem como do patrimônio público; b)
o estabelecimento de atividades que promovam o uso eficiente e racional das florestas e que
contribuam para o cumprimento das metas do desenvolvimento sustentável local, regional e
de todo o País; c) o respeito ao direito da população, em especial das comunidades locais,
de acesso às FP e aos benefícios decorrentes de seu uso e conservação; d) a promoção do
processamento local e o incentivo ao incremento da agregação de valor aos produtos e
serviços da floresta, bem como à diversificação industrial, ao desenvolvimento tecnológico,
à utilização e à capacitação de empreendedores locais e da mão-de-obra regional, etc.
Definições: a LGFP, em seu art. 3º, traz uma série de definições, dentre elas a de “florestas
públicas”, “manejo florestal sustentável”, “concessão florestal”, “auditoria fiscal”, etc.
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Legislação básica: Arts. 37, VI, VII, XV; 39, §3º; 40, todos da CRFB; Lei 8.112/90.
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força da qual a retribuição se efetua por meio dos pagamentos mensais de parcelas únicas,
sendo vedado qualquer outro tipo de vantagem. ii) Vencimento: é a retribuição pecuniária
pelo efetivo exercício do cargo (art. 40 da Lei 8.112/90). Enquanto remuneração é o
vencimento básico acrescido das vantagens previstas em lei (art. 41, lei 8.112/90). iii)
Vantagens pecuniárias: que compreendem as indenizações, as gratificações, adicionais e
benefícios da seguridade social. iv) Indenizações: têm por objetivo ressarcir o servidor de
despesas que seja obrigado a realizar em razão do serviço. Compreendem as: ajudas de
custo (arts. 53 e 54 da Lei 8.112/91), as diárias (art. 58 da Lei 8.112/91), transporte (art. 60
da Lei 8.112/91), auxílio moradia (art. 60-A e ss da lei 8.112/90). v) Gratificações: (art. 61,
I, II e IX): compreende três espécies de acréscimos: 1) pelo exercício de função de
direção, chefia e assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza
especial (art. 62); 2) natalina, que corresponde a 1/12 da remuneração a que o servidor
fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano (art. 63); 3) por
encargo de curso ou concurso, a quem atuar como instrutor em curso instituído no âmbito
da Administração Pública Federal ou participar, fiscalizar, avaliar ou supervisionar banca
examinadora ou de comissão de análise de currículos e, ainda, participar da logística de
preparação e de realização de concurso público ou participar da aplicação, fiscalizar ou
avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
atividades (art. 61, XI, da Lei 8112/90, acrescido pela Lei 11.314/06). vi) Adicionais (art.
61, IV a VIII) - são dos mais variados tipos. E compreendem: 1) pelo exercício de
atividades insalubres (art. 68); 2) por serviço extraordinário (art. 73); 3) por trabalho
noturno (art. 75); 4) de férias (art. 76). A Lei 8.112/90 prevê a possibilidade de outros
adicionais, relativos à natureza ou local de trabalho (art. 61, VIII).
direito a um descanso anual, por 30 dias consecutivos, e a que se faz jus a partir da
completude do primeiro ano de exercício, sendo remuneradas com 1/3 da retribuição
normal do servidor. (CABM, p. 299). Licenças: são afastamentos pleiteados pelo servidor
de acordo com motivos previstos na lei. Em regra, presentes as razões para sua outorga a
licença deverá ser concedida ao servidor, salvo em duas hipóteses, em que a concessão ou
não dependerá das conveniências da administração pública, quais sejam, para tratar de
interesses particulares e para capacitação profissional. Afastamentos: também configuram
direitos de ausência ao serviço por variadas razões. Entre licença e afastamento não há
diferença senão as de nomes. Na Lei 8112/90 há hipóteses de afastamento que a lei nomeou
como concessões.
b.1.3) Aposentadoria: A CF em seu art. 40 atribui aos servidores titulares de cargo efetivo
regime de previdência de caráter contributivo. O regime decorrente deste artigo também se
aplica aos titulares de cargos vitalícios (magistrados, membros do MP, Ministros e
Conselheiros dos TC). Os demais servidores públicos, ocupantes de cargo em comissão,
cargo temporário e emprego público, regulam-se pelo regime geral de previdência social
(art. 40, §13 da CRFB).
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de
envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em
decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública (art. 126-A). 3.1)
Responsabilidade Civil. A responsabilidade civil é a imputação, ao servidor público, da
obrigação de reparar o dano que tenha causado à Administração ou a terceiro, em
decorrência de conduta culposa ou dolosa, de caráter comissivo ou omissivo. É hipótese de
responsabilidade subjetiva. Se o dano for causado a Administração a responsabilidade do
servidor é direta, porém se o dano for causado a terceiros, a responsabilidade do servidor
pode ser direta (quando for acionado pelo lesado) ou indireta (por meio do direito de
regresso assegurado a Administração – art. 37, § 6º CF). A responsabilidade civil do
servidor deve ser apurada em procedimento administrativo, em que sejam assegurados
contraditório e ampla defesa. A indenização só poderá ser descontada em folha de
pagamento se o servidor anuir, sob pena de configuração de penhora ex officio nos
vencimentos, subsídios ou salários do servidor, vulnerando o disposto no art. 649, inciso IV
do CPC. O STF, no julgamento do MS nº 24182/DF, rel. Min. Maurício Corrêa, j. em
12/02/04, afastou a aplicabilidade de dispositivo previsto na Lei nº 8.112/90 que autoriza
semelhante desconto. 3.2) Responsabilidade Penal. A responsabilidade penal do servidor é
a que decorre de conduta que a lei penal tipifica como infração penal (JSCF, p. 758). A
responsabilidade criminal é apurada mediante processo judicial, sendo que o conceito
adotado pelo art. 327 do CP relativo a funcionário público para fins criminais é mais amplo
que o de servidor público, aproximando-se do conceito de agente público. Repercussão na
esfera civil da decisão penal: só causa reflexo na esfera civil da Administração se
caracterizar também ilícito civil ou ocasionar prejuízos aos cofres públicos. A decisão
absolutória no crime poderá repercutir, ou não, na esfera civil. Se não houve dano
patrimonial à Administração, não poderá haver responsabilidade civil do servidor (salvo se
atentar contra os princípios da Administração - cabe improbidade). Se houve dano, por
exemplo, em razão de conduta culposa, a decisão absolutória no crime não influenciará na
esfera civil da administração. Repercussão na esfera administrativa. Crimes funcionais: terá
sempre reflexo na esfera da Administração. Se absolutória, distinguir o motivo da
absolvição. Inexistência do fato exclui da condição de autor. Administração não poderá
punir o servidor pelo fato decidido na esfera criminal. Se por insuficiência de prova, não
influenciará na decisão administrativa se, além da conduta penal imputada, houver a
configuração de ilícito administrativo naquilo que a doutrina denomina de conduta residual.
Crimes não funcionais: nenhuma influência haverá na esfera administrativa quando a pena
não impuser a perda da liberdade. Absolvição na esfera administrativa: independência das
instâncias administrativa e penal, a solução na esfera administrativa não impede a
instauração de processo no âmbito criminal. 3.3) Responsabilidade administrativa. A
responsabilidade administrativa decorre da prática de ilícitos administrativos definidos na
legislação estatutária, cujos elementos básicos são os mesmos do ilícito civil. As sanções,
por seu turno, são previstas na lei definidora do regime jurídico estatutário de cada ente, e
dependem, para sua aplicação, de processo administrativo prévio com as garantias a ele
inerentes (contraditório e ampla defesa) e de decisão motivada. Em relação às penalidades,
importante observar que a lei não faz um elo entre a conduta e a penalidade tal como ocorre
no direito penal. A lei apenas estabelece um rol de deveres e vedações e outro rol de
penalidades, sem interligá-las. Desse modo, o sistema punitivo da Administração Pública
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
desta última (arts. 136 e 137). Titular de cargo efetivo incorre também nas sanções
correspondentes à gravidade da falta em que incidiu.
Processo administrativo: conduzido por comissão formada por três servidores estáveis,
sob a presidência de um deles (art. 149). Três fases: A) instauração; B) inquérito; e C)
julgamento (art. 151) -, duas primeiras de alçada da comissão. O julgamento compete à
autoridade superior que mandou instaurar o PAD. Se a penalidade a ser aplicada exceder
sua alçada, deve encaminhar à autoridade competente, para que decida. O prazo para
conclusão do processo administrativo é de 60 dias, contados da data em que for constituída
comissão, prorrogáveis por igual período quando as circunstâncias o exigirem (art. 152). a)
Instauração do processo: com a publicação do ato que constituir a comissão (art. 151) e é
seguida do b) inquérito de três partes ou etapas: a instrução, a defesa e o relatório (art. 151,
III). O inquérito desenvolver-se-á de acordo com o princípio do contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes (art. 153). A falta de defesa técnica por
advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição (súmula
vinculante nº 5).
Sindicância passa a ser uma das peças da instrução (art. 154). A comissão promoverá a
tomada de depoimentos, acareações, investigações, diligências, perícias e o mais que
necessário for para coleta da prova (art. 155), facultando-se ao servidor o direito de
acompanhar o processo, pessoalmente ou mediante procurador constituído, arrolar e
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insanável (art. 169, caput, da Lei n. 8.112/1990), ou revisto quando apresentados fatos
novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do servidor punido ou a
inadequação da penalidade aplicada (art. 174,caput, da Lei n. 8.112/1990). Nos termos do
enunciado da Súm. n. 19/STF, o rejulgamento do processo administrativo disciplinar para
a aplicação de nova punição ao servidor caracteriza bis in idem, situação vedada na seara
administrativa. Assim, in casu, a anulação parcial do processo administrativo disciplinar
para adequar a penalidade aplicada ao servidor, consoante pareceres do órgão
correspondente, ensejando aplicação de sanção mais grave ofende o devido processo legal
e a proibição da reformatio in pejus. Com base nesse entendimento, a Seção concedeu a
ordem para determinar a reintegração do impetrante no cargo de analista ambiental do
Ibama. Precedentes citados: MS 13.341-DF, DJe 4/8/2011; MS 13.523-DF, DJe
4/6/2009. (STJ, Info. 498 MS 10.950-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/5/2012.)
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Legislação básica: Art. 2º, CF; Art. 37, CF; Decreto-lei 200/67.
Para José dos Santos Carvalho Filho, no sentido objetivo, o verbo administrar indica gerir,
zelar, enfim uma ação dinâmica de supervisão. O adjetivo pública pode significar não só
algo ligado ao Poder Público, como também a coletividade ou ao público em geral. O
sentido objetivo, pois, da expressão, deve consistir na própria atividade administrativa
exercida pelo Estado por seus órgãos e agentes, caracterizando, enfim, a função
administrativa. E, no sentido subjetivo da administração pública, a expressão pode também
significar o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de
executar as atividades administrativas. Toma-se aqui em consideração o sujeito da função
administrativa, ou seja, quem a exerce de fato. Para diferenciar este sentido da noção
anterior, deve a expressão conter as iniciais maiúsculas: Administração Pública. (pag. 10-
11)
Segundo ensina Maria Sylvia Zanella Di Pietro o conceito de administração pública divide-
se em dois sentidos: (a) "Em sentido objetivo, material ou funcional, a administração
pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve,
sob regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos”; (b) “Em
sentido subjetivo, formal ou orgânico, pode-se definir Administração Pública, como sendo
o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função
398
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administrativa do Estado".
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, critério orgânico ou subjetivo identifica a função
através de quem a produz. Enquanto o critério objetivo leva em consideração a atividade;
esse critério subdivide-se em dois: a) objetivo material/substancial: reconhece a função
administrativa a partir de elementos intrínsecos a ela; por exemplo, função legislativa – a
expedição de atos gerais e abstratos, função administrativa – prática, concreta realização da
utilidade pública, função jurisdicional – solução de controvérsias jurídicas; b) objetivo
formal: reconhece a função administrativa pelas características, atributos deduzíveis do
tratamento legal que lhe corresponda.
Segundo Fernanda Marinela, tanto o Governo quanto a Administração Pública são criações
abstratas da Constituição e das leis, atuam por intermédio de suas entidades (pessoas
jurídicas), de seus órgãos (centros de decisão) e de seus agentes. Em sentido formal,
governo é conjunto de poderes e órgãos constitucionais; no aspecto material, é o complexo
de funções estatais básicas; e, no enfoque operacional, governo é a condução política dos
negócios públicos, atuando por meio de atos de soberania e atos de autonomia, visando ao
interesse público. Governo, em síntese, é uma atividade política e discricionária,
representando uma conduta independente do administrador, como um comando com
responsabilidade política e constitucional, mas sem responsabilidade profissional pela
execução (o que é natural da Administração). (pag. 18-19)
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
seja, quem a exerce de fato. Para diferenciar este sentido da noção anterior, deve a
expressão conter as iniciais maiúsculas: Administração Pública. (pag. 9-10, Ed. 2008)
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, critério orgânico ou subjetivo identifica a função
através de quem a produz. Enquanto o critério objetivo leva em consideração a atividade;
esse critério subdivide-se em dois: a) objetivo material/substancial: reconhece a função
administrativa a partir de elementos intrínsecos a ela, por exemplo, função legislativa: a
expedição de atos gerais e abstratos; função administrativa: prática, concreta realização da
utilidade pública; função jurisdicional: solução de controvérsias jurídicas; b) objetivo
formal: reconhece a função administrativa pelas características, atributos dedutíveis do
tratamento legal que lhe corresponda.
Administração pública gerencial, por sua vez, é aquela construída sobre bases que
consideram o Estado uma grande empresa cujos serviços são destinados aos seus clientes,
os cidadãos. O gerencialismo é uma técnica de instrumentalização e operacionalização das
políticas públicas previamente desenvolvidas e aceitas pela organização. É, portanto, meio
de implementação. Dentro desse conceito, a administração gerencial caracteriza-se pela
existência de formas modernas de gestão pública, modificando os critérios de aplicação do
controle dos serviços públicos, as relações estabelecidas entre o Poder Público e seus
servidores e alterando, também, a própria atuação da administração, que passa a enfatizar a
eficiência, a qualidade e a efetiva concretização do regime democrático, mediante a
participação mais intensa dos cidadãos.
A primeira tentativa de introduzir, no Brasil, a administração pública gerencial, deu-se em
1967 – Governo Castelo Branco - por intermédio do Decreto-Lei n° 200, que promovia
uma radical descentralização da administração pública brasileira. O DL 200 promoveu a
transferência das atividades de produção de bens e serviço para autarquias, fundações,
empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como a instituição da
racionalidade administrativa, planejamento, orçamento, descentralização e controle de
resultados como princípios.
A Administração Gerencial também teve seus lineamentos básicos no "Plano Diretor da
Reforma do Estado" e na obra do ex-Ministro Bresser Pereira, para quem ela se apresenta
como uma "nova forma de gestão da coisa pública mais compatível com os avanços
tecnológicos, mais ágil, descentralizada, mais voltada para o controle de resultados do que
o controle de procedimentos, e mais compatível com o avanço da democracia em todo o
mundo, que exige uma participação cada vez mais direta da sociedade na gestão pública.
A Emenda Constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, à Constituição de 1988, que, entre
outros assuntos, “modifica o regime e dispõe sobre princípios e normas da Administração
Pública, servidores e agentes políticos, controle de despesas e finanças públicas”, deixou
bastante claro marco da transformação da administração pública burocrática para a
gerencial, no contexto mais amplo da reforma do Estado brasileiro.
Os aspectos da administração gerencial assemelham-se às técnicas utilizadas pelas
empresas privadas, em especial, o caráter competitivo e a contenção de gastos priorizando a
eficiência e a qualidade dos serviços. Cabe ressaltar que a administração gerencial teve seu
notório avanço dentro da administração publica, contudo não rompeu em todos os sentidos
com a administração burocrática, sendo impossível negar todos os métodos e princípios
apresentados por tal instituto, pois o gerencialismo se apoia, por exemplo, na burocracia.
400
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Principais obras consultadas: VAZ, Paulo Afonso Brum e MENDES, Murilo. Meio
ambiente e Mineração. In MACHADO, Paulo Affonso Leme, 1939-, org. ap; MILARÉ,
Édis, 1942-, org. ap. Direito ambiental. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011. 5v, p. 365-
382; ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 12. ed., refor. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2010.
CRFB, art. 225, §2º: “Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público
competente, na forma da lei” à OBS: a solução técnica é o Plano de Recuperação de Área
Degradada – PRAD.
Compete privativamente à União legislar sobre jazidas, minas e outros recursos minerais
(CRFB, art. 22, XII); e estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de
garimpagem, em forma associativa (CRFB, art. 21, XXV). Em matéria de fiscalização
(poder de polícia ambiental), a competência administrativa é comum (CRFB, art. 23, IX).
401
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sem que a comunidade indígena seja consultada (CRFB, art. 231, §3º).
402
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Lavrar a jazida de acordo com o plano de lavra aprovado pelo D.N.P.M., e cuja segunda
via, devidamente autenticada, deverá ser mantida no local da mina; III - Extrair somente
as substâncias minerais indicadas no Decreto de Concessão; (...) V - Executar os
trabalhos de mineração com observância das normas regulamentares; (...) VII - Não
dificultar ou impossibilitar, por lavra ambiciosa, o aproveitamento ulterior da jazida;
VIII - Responder pelos danos e prejuízos a terceiros, que resultarem, direta ou
indiretamente, da lavra; IX - Promover a segurança e a salubridade das habitações
existentes no local; X - Evitar o extravio das águas e drenar as que possam ocasionar
danos e prejuízos aos vizinhos; XI - Evitar poluição do ar, ou da água, que possa resultar
dos trabalhos de mineração; XII - Proteger e conservar as Fontes, bem como utilizar as
águas segundo os preceitos técnicos quando se tratar de lavra de jazida da Classe VIII;
XIII - Tomar as providências indicadas pela Fiscalização dos órgãos Federais; (...)”.
403
Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Legislação básica: art. 17 da Lei 8.666/93; art. 98 e seguintes do Código Civil; arts. 20, 26,
100, 225 da Constituição Federal; Lei nº 6.383/76; Decreto-lei 9.760/46.
A) BENS PÚBLICOS são os bens que pertencem às pessoas jurídicas de Direito Público,
isto é, União, Estados, DF, Municípios, respectivas autarquias e fundações de Direito
Público; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertençam (definição
do art. 98 do CC/02). Assim, os bens pertencentes a uma empresa pública ou sociedade de
economia mista, por exemplo, não são públicos.
Características:
Inalienabilidade: são absolutamente inalienáveis os bens que, por sua própria natureza,
não gozam de valor patrimonial, como os mares, praias etc. Nos demais, a alienabilidade
condicionada à desafetação, a qual transforma o bem público em dominical. Os bens
dominicais são alienáveis desde que haja demonstração do interesse público, prévia
avaliação, licitação e, caso se trate de bem imóvel, de autorização legislativa específica –
art. 17, Lei nº 8.666/93). Atenção: Afetação e desafetação são fatos administrativos. Não
requerem um ato administrativo. Assim, o simples abandono de um prédio público pelo
Poder Público já torna o bem desafetado. Exceção: a própria Constituição Federal atribui o
caráter de indisponibilidade às terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações
discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais (artigo 225, §5º da
CF/88).
Imprescritibilidade: seja qual for sua natureza, móveis ou imóveis, são insuscetíveis de
aquisição por meio de usucapião. Trata-se de regra de força constitucional, prevista nos
arts. 183, § 3º e 191 da Constituição.
Não onerabilidade: os bens públicos não podem ser dados em garantia ou gravados de
qualquer forma.
Principais Espécies:
a) terras devolutas: são áreas que, integrando o patrimônio das pessoas federativas, não
são utilizadas para quaisquer finalidades públicas específicas (são bens dominicais,
portanto); são terras que nunca pertenceram a um particular, mesmo estando ocupadas.
Todos os entes possuem terras devolutas. A regra constitucional subsidiária, todavia, é que
pertençam aos Estados. Pertencem à União as terras devolutas indispensáveis à defesa das
fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à
preservação ambiental, definidas em lei (art. 20, II). Para solucionar conflitos de
propriedade das terras, foi editada a Lei nº 6.383/76, que previu uma fase administrativa
prévia e a própria ação discriminatória, cujo desfecho é definir as linhas demarcatórias do
domínio público e privado. Atenção: de acordo com a jurisprudência do STJ a inexistência
de registro de propriedade do imóvel, por si só, não gera presunção de que o imóvel está
situado em terra devoluta.
b) terrenos de marinha: – são as áreas pertencentes à União que, banhadas pelas águas do
mar ou dos rios navegáveis, em sua foz, se estendem à distância de 33 metros para a área
terrestre, contados da linha do preamar médio de 1831. O domínio federal se dá em virtude
da necessidade de defesa e de segurança nacional. ADI 4264: STF declarou, em sede de
cautelar, a inconstitucionalidade do art. 11 do Decreto-lei 9.760/46, entendendo que, na
demarcação dos terrenos de marinha é necessário o chamamento dos terceiros certos por
notificação pessoal, e não por edital. Atenção: conforme Súmula 496, STJ, “os registros de
propriedade particular de imóveis situados em terrenos de marinha não são oponíveis à
União”. O STJ entende, ainda, que a ausência de demarcação não interfere na discussão
entre particulares sobre domínio, pois a sentença respectiva não é oponível à União, em
razão da mencionada Súmula. Os terrenos de marinha podem ser objeto de aforamento,
sendo devido o laudêmio no caso da transmissão onerosa entre vivos do domínio útil. O
STJ entende que o laudêmio também incide: na transferência para integralização de capital
social (REsp 1165276 – recurso repetitivo); nas transmissões de direitos sobre benfeitorias
(AgRg no REsp 1434998/SC). Não incide: nas cessões de direitos de compra e venda, mas
só posteriormente, no momento da transmissão do direito real de uso (REsp 1254326/SE);
nas sucessões não onerosas de empresas, como nas cisões sem contraprestação financeira,
por inexistir onerosidade (REsp 987.886/PE).
c) terras tradicionalmente ocupadas pelos índios: são as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação
dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física
e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. São bens de uso especial. Quaisquer
títulos dominiais nas referidas terras são nulos e os atos de reconhecimento dos direitos dos
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
índios não geram direito de indenização ao particular (art. 236, §6° da CF/88). Importante:
de acordo com o STJ, embora a proteção tenha surgido apenas com Constituição Federal de
1988, são indevidas também as indenizações decorrentes dos atos praticados antes dela
(REsp 1133648/RS).
e) Plataforma Continental: extensão das áreas continentais sob o mar até a profundidade
de cerca de 200 metros. Trata-se de bem da União. O Brasil exerce sobre a plataforma
continental direitos de soberania para efeitos de exploração dos recursos naturais.
B) CLASSIFICAÇÕES.
1) Quanto à titularidade: Podem ser federais, estaduais, distritais ou municipais. A
Constituição Federal, em rol não taxativo, discrimina bens públicos da União (art. 20) e dos
Estados (art. 26). Os Municípios não foram contemplados com a partilha constitucional de
bens, embora efetivamente tenham bens. De acordo com o STF, a propriedade particular
situada nas florestas e matas mencionadas no artigo 225, § 4º, da CF (Mata Atlântica, etc)
permanece como bem privado, pois a expressão patrimônio nacional contida na norma
constitucional não as converteu em bens públicos da União (RE 259267).
2) Quanto à destinação: a) Bens de uso comum do povo: são aqueles destinados à
utilização geral pelos indivíduos, que podem ser utilizados por todos em igualdade de
condições, independentemente de consentimento individualizado por parte do poder
público. Ex: ruas, praças, estradas, mares, rios navegáveis, etc. Em regra, são colocados à
disposição da população gratuitamente, mas nada impede que haja cobrança como
retribuição (art. 103 CC). Ex: cobrança de estacionamento em áreas públicas por alguns
municípios. b) Bens de uso especial: aqueles que visam à execução dos serviços
administrativos e dos serviços públicos em geral. São os bens utilizados pela administração
para a execução dos serviços públicos. Ex: edifícios das repartições públicas; c) Bens
dominicais: aqueles que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público,
como objeto de direito pessoal ou real de cada uma dessas entidades. São aqueles que não
possuem uma destinação pública definida, que podem ser utilizados pelo Estado para fazer
renda. Aqueles que não são de uso comum do povo ou de uso especial (conceito residual).
Ex: terras devolutas, terrenos de marinha, prédios públicos desativados, dívida ativa.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
3) Quanto à disponibilidade. a)Bens indisponíveis por natureza: aqueles que, dada a sua
natureza não-patrimonial, não podem ser alienados ou onerados pelas entidades a que
pertencem. Ex: bens de uso comum do povo (rios, mares). b) Bens patrimoniais
indisponíveis: embora tenham natureza patrimonial, em razão de estarem afetados a uma
destinação pública específica. Ex: bens de uso especial (prédios das repartições públicas).
c) Bens patrimoniais disponíveis: possuem natureza patrimonial e não afetados a certa
finalidade pública, podendo ser alienados na forma da lei. Ex: bens dominicais em geral
(art. 101, CC).
Questões objetivas
( 26º CPR) 33. Assinale o item verdadeiro:
a) ( ) Os bens de uso comum do povo são, por suas características e destinação,
titularizados pelas pessoas políticas, não podendo ser geridos por pessoas da administração
pública indireta.
b) ( ) As terras tradicionalmente ocupadas por indígenas são bens de uso comum do povo,
inalienáveis, imprescritíveis e indisponíveis, só podendo ter sua destinação alterada
mediante autorização prévia do Congresso Nacional.
c) ( ) Os terrenos de marinha são bens dominicais, podendo ser, nessa condição, objeto de
ocupação por particulares, mediante pagamento de prestação anual calculada com base no
valor do domínio pleno do bem.
d) ( ) Os bens públicos de uso especial destinam-se à prestação de serviços públicos ou à
satisfação de necessidades internas da Administração, não podendo ser, em qualquer
hipótese, consumidos por particulares.
Comentários:
a) A afirmação é incorreta, porque os bens de uso comum do povo podem ser geridos por
entidades da Administração Indireta.
b) A afirmação é incorreta, porque (i) as terras tradicionalmente ocupadas por indígenas
são bens de uso especial; e (ii) como regra, não é possível a alteração da destinação das
mencionadas terras.
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Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR; DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Direito Administrativo. Editora Atlas. 24ª Edição (2011); SILVA, Gustavo
Scatolino e CAVALCANTE FILHO, João Trindade. Manual de Direito Administrativo.
Editora JusPodivm (2012); Alexandre MAZZA. Manual de Direito Administrativo. 3ª
Edição.2013
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
EFICÁCIA: é a aptidão do ato administrativo para produzir efeitos. Para Celso Antônio
Bandeira de Mello, há eficácia “quando o desencadear de seus efeitos típicos não se
encontra dependente de qualquer evento posterior, como uma condição suspensiva, termo
inicial ou ato controlador a cargo de outra autoridade” (MELLO, 2011, p. 388). Já para José
dos Santos, se o ato completou seu ciclo de formação (ato perfeito), ainda que dependa de
condição ou termo, será eficaz, mas ainda não exequível. O ato administrativo eficaz
poderá produzir efeitos típicos (inerentes à própria função do ato) ou atípicos, que se
dividem em efeitos prodômicos e em efeitos reflexos. Os efeitos prodômicos são os efeitos
preliminares, que ocorrem antes dos efeitos principais, isto é, antes da conclusão dos atos
administrativos que dependem de mais de uma vontade (atos compostos e complexos). Um
exemplo é o ato que confere aposentadoria a um servidor público, sujeito ao ato de controle
do TCU (ato complexo segundo o STF). Os efeitos reflexos são aqueles que alcançam
terceiros não objetivados pelo ato. É o caso do locatário de imóvel desapropriado, porque,
uma vez perdido o imóvel pelo proprietário desapropriado, o locatário vê rescindida a
relação jurídica de locação que mantinha com o ex-proprietário.
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Por outro lado, a LC 140 traz, ainda, as hipóteses de atuação supletiva, quando o ente que
se substitui ao originariamente detentor das atribuições; e a atuação subsidiária, em que a
ação do ente visa a auxiliar no desempenho das competências comuns, quando solicitado
pelo ente federativo competente. Para tanto, a lei prevê instrumentos de cooperação.
Destaca-se a possibilidade de delegação, mediante convênio, caso o ente delegado disponha
de órgão ambiental capacitado (arts. 4 e 5). Além disso, dispõe que o Estado deve atuar
supletivamente quando não houver órgão ambiental capacitado ou conselho de meio
ambiente no município; a União, por sua vez, deverá atuar supletivamente nos Estados ou
DF, quando não houver órgão capacitado neles, e deverá atuar quando não houver tais
órgãos nem no município nem nos Estados.
Poder de polícia punitivo. Em tema sancionatório, o parâmetro adotado pela LC 140/11,
em seu art. 17, foi o da simetria. Vale dizer: o ente que tem competência para licenciar vai
ter a mesma competência para sancionar. Contudo (atenção), o § 3° desse artigo afirma que
todos os entes podem fiscalizar e, em caso de dupla multa, prevalecerá o auto de infração
lavrado pelo órgão que detenha a atribuição de licenciar. Quer dizer, ao disciplinar que
todos podem fiscalizar e que prevalecerá o auto do ente competente, está admitindo a
possibilidade de dupla lavratura de auto. O dispositivo aperfeiçoa o art. 76 da Lei 9.605/99,
que dizia simplesmente que a multa do Estado prevalecia sobre a da União.
A Lei está sendo questionada na ADI 4757, ainda não julgada. Os principais argumentos
são: (a) A LC deveria apenas prever mecanismos de cooperação (parágrafo único do art. 23
da CF), mas estabeleceu competências privativas, impedindo a atuação dos órgãos federais,
que antes era irrestrita; (b) a segregação das atribuições seria tão grande que afetaria a
própria competência comum. Assim, agride o art. 225, CR, que impõe que a proteção do
meio ambiente é dever do Poder Público (o que abrangeria todos os entes); (c) foram
atribuídos poderes normativos irrestritos à Comissão Tripartite, que poderá impor
obrigações e deveres por meio de “proposição”, fixando direitos e deveres sem previsão
legal, violando o art. 5º e inc. II e art. 37 da CR.
Obs: Na ADI 2544/RS o STF julgou inconsticuional lei do RS que atribuía aos municípios
a proteção, guarda e responsabilidade pelos sítios arqueológicos e seus acervos. O problema
residiu na atribuição exclusiva desse encargo aos Municípios, por tratar-se de competência
material comum. Entendimento semelhante foi adotado nas ADIs 2303 e 3525.
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Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR; DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Direito Administrativo. Editora Atlas. 24ª Edição (2011); SILVA, Gustavo
Scatolino e CAVALCANTE FILHO, João Trindade. Manual de Direito Administrativo.
Editora JusPodivm (2012).
Para cargos em comissão, a nomeação independe de concurso e não precisa ser motivada.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
VACÂNCIA: para José dos Santos, é o fato administrativo que indica se determinado cargo
público não está provido. Já para Di Pietro, “[...] é o ato administrativo pelo qual o
servidor é destituído do cargo, emprego ou função” (2011, p. 607). São formas de vacância:
i) a exoneração, que é a dispensa do servidor, sem caracterização de infração disciplinar.
Pode se dar (a) a pedido do servidor; ou de ofício, nos casos (b) de não aprovação no
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Exceto a estabilidade provisória da ocupante de cargo em comissão durante a gravidez até 05 meses após a
concepção.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
estágio probatório; c) em que o servidor que toma posse, mas não entra em exercício no
prazo legal; d) do cargo em comissão a critério da autoridade competente; (e) excesso de
despesas com pessoal (LC 101/00); (f) insuficiência de desempenho, comprovada em
processo administrativo (art. 41, § 1°, III, da CF); ii) a demissão, que é a vacância imposta
como penalidade; iii) a promoção, que é, simultaneamente, forma de provimento e de
vacância, e a iv) readaptação, já mencionada. José dos Santos também aponta a (v)
aposentadoria e o (vi) falecimento do servidor como formas de vacância do cargo.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR; Hans Kelsen. Teoria Pura
do Direito. Tradução João Batista Machado. 6ª Edição. Ed. Martins Fontes; José dos Santos
Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo. 21ª Edição. Ed. Lumen Juris; Miguel
Reale. “A ética do juiz na cultura contemporânea”. Revista Forense comemorativa - 100
anos, Tomo II. Paulo Nader – Coord. Ed. Forense
Legislação básica: Art. 5º, inc. XXXIII, da CF; Art. 37, CF; Art. 216, § 2º, da CF; Art. 84,
inc. XXIV, da CF; LC 101/00 e LC 131/09; Decreto nº 1.171, de 22 de junho de 1994 –
Código de Ética do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal; LF 12.527, de 18
de novembro de 2011[49] - Lei de Acesso à Informação; Decreto nº 7724, de 16 de maio de
2012 – Regulamenta a Lei nº 12.527/11.
1. Ética. A palavra Ética vem do grego ethos, que significa, etimologicamente, caráter,
conduta, estando mais ligada à consciência individual; ela busca distinguir o bem do mal,
orientando sempre as ações humanas para o lado positivo.
Ética e Moral, embora se relacionem, são temas diferentes, já que ter valores (Moral) é
diferente de refletir sobre como agir em relação a esses valores (Ética). A Moral é a matéria
com a qual a Ética trabalha. A Moral surge antes da Ética, por meio do estabelecimento de
normas que promovem o bem para determinada comunidade humana. Ética é um conjunto
de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar
as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão
sobre a moral.
Outrossim, Hans Kelsen assevera que a distinção entre Direito e Moral não está no
conteúdo do que prescrevem e proíbem, mas sim, como prescrevem ou proíbem uma
determinada conduta humana. O Direito se concebe por uma ordem de coação, procura
obter uma conduta humana, ligando a conduta oposta ao ato de coerção, enquanto a Moral
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
não possui ato de coerção. Segundo José dos Santos Carvalho Filho, o princípio da
moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem
estar presentes em sua conduta. Deve não só averiguar os critérios de conveniência,
oportunidade e justiça em suas ações, mas também distinguir o que é honesto do que é
desonesto (pag. 20-21). Então, ética na administração pública significa que os órgãos
públicos/gestores públicos/servidores devem buscar a escolha de suas condutas com base
na ética, visando o interesse público.
Por outro lado, recentemente, foi publicada a Lei 12.813/2013, que trata do conflito de
interesses na Administração Pública Federal, os quais são apontados pela lei como casos
de improbidade administrativa, por violação a princípios da Administração Pública.
Conflito de interesses é a situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e
privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira imprópria,
o desempenho da função pública (Sinceramente, a acho que a lei surgiu principalmente
porque há conselheiros do CARF que julgam processos de empresas para as quais eles
advogam ou prestam consultoria). Não depende da ocorrência de dano ou de vantagem pelo
agente público ou por terceiro.
O conflito pode ocorrer durante o período em que o agente público está no exercício da
função (art. 5°), nos casos em que o agente (i) faz uso de informação privilegiada, (ii)
mantém relações econômicas com pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesse em suas
decisões ou de seu órgão colegiado; (iii) é procurador de uma dessas pessoas; (iv) pratica
ato em benefício de pessoa jurídica de que participa ou de que participam seus parentes; (v)
receber presente de pessoa interessada em suas decisões (vi) prestar serviços à empresa
controlada, fiscalizada ou regulada pelo ente público ao qual o agente público está
vinculado. Também pode ocorrer após ele ter deixado a função pública (art. 6° da Lei).
Haverá conflito de interesses se: (i) a qualquer tempo, divulgar ou fazer uso de informação
privilegiada obtida em razão das atividades exercidas; (ii) nos seis meses posteriores ao
desligamento (a) prestar serviço a pessoa com quem se relacionou em razão do exercício do
cargo ou emprego, b) trabalhar para pessoa que atue na área de competência do cargo ou
emprego ocupado; c) celebrar contratos de serviço oou consultoria vinculados com o órgão
ou entidade onde trabalhava; d) intervir em favor de interesse privado junto aos órgãos ou
entidades com os quais tenha tido relacionamento relevante. A fiscalização da ocorrência de
conflito de interesses cabe à Corregedoria Geral da União e à Comissão de Ética Pública.
Nesse sentido, foi editada a Lei nº 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação – LAI). A lei
tem caráter nacional e geral, aplicando-se à administração direta e indireta de todos os
poderes da União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ao MP, aos tribunais
de contas e às entidades privadas sem fins lucrativos que recebam recursos públicos para
realização de ações de interesse público (nesse caso, a lei aplica-se apenas em relação os
recursos recebidos). De acordo com a LAI, as informações de interesse coletivo devem ser
divulgadas na internet (salvo no caso de municípios com menos de 10.000 habitantes). A
publicidade é a regra, e o sigilo é exceção (art. 3 da LAI). Por isso, é proibido o sigilo
eterno. Ele é temporário e pode se dar em razão da imprescindibilidade da informação para
a segurança da sociedade e do Estado (a lei traz rol exemplificativo). Os prazos máximos
são 25 anos para informações ultrassecretas, 15 para secretas e 5 para as reservadas. Foi
criada no âmbito da Administração Pública Federal, uma Comissão Mista de Reavaliação
de Informações, que pode prorrogar por 25 anos o prazo. A lei confere tratamento próprio
aos dados que configuram “as informações pessoais”, que são aquelas relativas à vida
privada, honra e imagem de pessoas naturais. Tais informações, independentemente de
classificação, tem seu acesso restrito à agentes públicos autorizados e à pessoa a que se
referem. Essa restrição ao acesso dura por até 100 anos. Podem ser divulgados a terceiros
em caso de autorização pela pessoa ou pela lei. Em qualquer caso, aquele que tiver acesso a
informações pessoais será responsabilizado pelo uso indevido (art. 31, § 2°). A negativa não
fundamentada à informação caracteriza infração disciplinar do servidor público. Por outro
lado, é proibido exigir do particular solicitante o motivo do pedido de informações. A
informação disponível deverá ser fornecida na hora. Não estando disponível, em 20 dias
deve ser fornecida ou indicado o motivo da recusa ou impossibilidade. A Lei 9.784 aplica-
se subsidiariamente.
Por outro lado, a Lei de Responsabilidade Fiscal regula o dever do administrador público
de prestar contas. O art. 48 da LRF prescreve como instrumentos de transparência da gestão
fiscal: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o
respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório
de Gestão Fiscal. A LC 131/09 alterou diversos dispositivos da LC 101/00, no que concerne
à transparência, dispôs que a mesma estaria assegurada através de: a) incentivo à
participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de
elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; b)
liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de
informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios
eletrônicos de acesso público; c) adoção de sistema integrado de administração financeira e
controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
União (art. 48, parágrafo único). Outrossim, incluiu o art. 48-A da LRF, determinando o
acesso a informações a qualquer pessoa física/jurídica referentes às despesas e receitas das
unidades gestoras. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão
disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgão técnico
responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da
sociedade (art. 49, da LRF; art. 84, inc. XXIV, da CF). Verificada discrepância entre as
contas prestadas/informadas, possível ingressar com ação popular, ação de improbidade
administrativa. Outrossim, o cidadão poderá encaminhar informações sobre irregularidades
para os tribunais de contas.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
presidida por Gro Harlem Brundtland, que exerceu o cargo de Primeira Ministra da
Noruega a partir de 1981 e nos períodos de 1986 a 1989 e 1990 a 1996. Após três anos de
estudos e atividades, esta Comissão publicou em abril de 1987 suas conclusões em um
documento intitulado ‘Nosso futuro comum’, que passou a ser conhecido como o relatório
Brundtland.
Para Celso Antônio Pacheco Fiorillo, o desenvolvimento sustentável é princípio que está
previsto no caput do art. 225 da CR/88: “o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações”. Tal princípio também está consagrado no art. 170, VI, da
CR/88, ao estabelecer que a ordem econômica, fundada na livre iniciativa e na valorização
do trabalho humano, deverá regrar-se pelos ditames da justiça social e da defesa do meio
ambiente. O STF já reconheceu, na ADPF n° 101, a existência dos “Princípios
constitucionais (art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e
responsabilidade intergeracional”, bem como que “a busca de desenvolvimento econômico
sustentável” é um preceito fundamental.
Climáticas (COPs), para debate das questões relacionadas ao aquecimento global. Dentre
estes se destaca o realizado no ano de 1997 na cidade de Quioto, Japão, que originou o
famoso Protocolo que leva o nome desta cidade. Vale observar que o Protocolo de Kyoto
guarda autonomia em relação à Convenção-Quadro; há países, como os Estados Unidos da
América, que, embora signatários da convenção, não assinaram aquele Protocolo.
O Protocolo não estipula metas e prazos para todos os gases que produzem efeito estufa,
mas apenas para quatro deles: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e hexafluoreto de
enxofre; e duas famílias de gases: hidrofluorcarbonos (HFCs) e perfluorcarbonos (PFCs).
As reduções de tais gases devem ser traduzidas em ‘equivalentes de CO2” (BELTRÃO,
467/469)
Obs1: a Organização das Nações Unidas prorrogou o Protocolo de Kyoto até 2020. Obs2:
Em junho de 2012, foi realizada a Conferência RIO+20, com o objetivo da renovação do
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Outro tratado que regula a proteção da fauna, da flora e das florestas é a Convenção sobre a
Diversidade Biológica, de 1992 (Decreto 2.519, de 16/03/1998). A Convenção parte do
princípio de que os recursos da biodiversidade devem ser preservados prioritariamente in
situ, ou seja, no habitat natural de onde originam ou, no caso ex situ, ao menos no país de
origem.
Outro tratado de interesse para a proteção da flora e das florestas é o Acordo Internacional
de Madeiras Tropicas, assinado em 1994 (Decreto 2.707, de 04/08/1998), que visa regular o
comércio internacional de madeiras nobres dos trópicos.
Antártida. A Antártida é uma área internacional, que não pertence a nenhum Estado
específico. Como recorda Soares, é o ‘único espaço na terra que constitui um habitat
preservado em seu Estado natural e que, dada sua fragilidade, os Estados têm a intenção de
conservar’. Para preservar o continente antártico, o Tratado da Antártida proíbe manobras
militares e experiência com armas, inclusive nucleares, naquela área (art. I, § 1º), bem
como o uso daquele território como depósito de lixo radioativo (art. V, § 1º). Por outro lado,
o tratado favorece a pesquisa científica na Antártida (art. II e III) e limita as reivindicações
territoriais sobre a região (art. IV), reduzindo o risco que a ocupação humana certamente
poderia trazer sobre o ambiente local. Por fim, o Tratado Antártico obriga os Estados a
deliberarem acerca da preservação e conservação dos recursos vivos na Antártida (art. IX, §
1i, ‘f’).
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
Ponto 23.a. Domínio público terrestre. Evolução do regime jurídico das terras
públicas no Brasil. Faixa de fronteira. Vias públicas. Domínio público do
subsolo. Recursos minerais. Potenciais de energia hidráulica. Domínio
público aéreo
Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR; Di Pietro, Maria Sylvia
Zanella Di Pietro, Direito Administrativo, 24ª edição (2011), Editora Atlas
1. Noções Gerais. Os bens públicos podem ser de uso comum do povo, de uso especial e
dominical. São bens públicos os pertencentes às pessoas jurídicas de direito público,
podendo ser corpóreos, incorpóreos, móveis, imóveis, semoventes, créditos, ações.
2. Conceito Domínio Público. Segundo José dos Santos Carvalho Filho, a expressão
domínio público não tem sentido unívoco. De um lado, pode significar bens que pertencem
ao domínio do Estado ou que estejam sob sua administração/regulamentação. Por outro,
pode significar conjunto de bens destinados à coletividade. Citando Cretella Júnior, que
define o domínio público como conjunto de bens móveis e imóveis destinados ao uso direto
do Poder Público ou a utilização direta ou indireta da coletividade, regulamentados pela
Administração e submetidos a regime de direito público. Por sua vez, Celso Antônio
Bandeira de Mello classifica os bens públicos quanto à natureza física em: i) bens de
domínio hídrico e; ii) bens de domínio terrestre. Os bens de domínio terrestre compreendem
os do solo e do subsolo. Domínio do solo: a) terras devolutas; b) terrenos da marinha; c)
terrenos reservados; d) terrenos acrescidos; e) ilhas. Domínio do subsolo: a) cavidades
subterrâneas; b) jazidas minerais.
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
A quarta fase da evolução do regime de terras se inicia com a Constituição de 1891, que
reservou para a União a porção de terras indispensável à defesa das fronteiras, fortificações,
construções militares e estradas de ferro federais; transferiu as demais aos Estados. O Dec.
Federal 19.924/31 reafirmou o direito dos Estados-membros sobre as terras que lhes foram
transferidas pela Constituição de 1891. O Decreto-lei n. 9.760/46 define as terras devolutas
federais em seu artigo 5º: são devolutas, na faixa da fronteira, nos Territórios Federais e
no Distrito Federal, as terras que, não sendo próprias nem aplicadas a algum uso público
federal, estadual ou municipal, não se incorporaram ao domínio privado. Na Constituição
de 1988, em seu art. 20, enumera os bens pertencentes à União.
4. Conceito de Faixa de Fronteira e de Vias Públicas. Segundo José dos Santos Carvalho
Filho, faixa de fronteira é a área de 150 km de largura que corre paralelamente à linha
terrestre demarcatória da divisa entre o território nacional e países estrangeiros, considerada
fundamental para a defesa do território nacional (v. art. 20,§ 2º, da CF). São de domínio da
União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras. Porém, nem toda área
situada na faixa de fronteira é de domínio público. Há áreas nessa faixa que são de domínio
privado. Outrossim, conforme Súmula 477 do STF, há transferência tão somente do uso das
terras devolutas, permanecendo o domínio com a União. Se os Estados-membros
concederem títulos a terceiros serão considerados alienação a non domino. A Lei nº 6634/79
disciplina as restrições, condições de uso e de alienação das terras situadas na faixa de
fronteira.
No julgamento da Pet 3388 (Demarcação Raposa/Serra do Sol), o relator Min. Carlos Brito,
considerou que há compatibilidade entre a apropriação usufrutuária de terras indígenas e
faixa de fronteira, sobretudo, porque a Constituição não faz ressalva nenhuma quanto à
demarcação abrangente de faixa de fronteira ou nela totalmente situada, deixando expressa
a possibilidade de seu uso e ocupação não estatal, a serem regulados em lei (CF, art. 20, §
2º). Segundo Hely Lopes Meirelles, as terras ocupadas com as vias e logradouros públicos
pertencem às Administrações que os construíram. Tais áreas podem constituir bens de uso
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Santo Graal Vitaminado – ADMINISTRATIVO/AMBIENTAL.
comum do povo ou de uso especial. Estradas há que, embora de domínio público, são
reservadas a determinadas utilizações ou a certos tipos de veículos.
Nos termos do artigo 20, IX e X da Constituição Federal são bens da União: os recursos
minerais, inclusive os do subsolo; as cavidades naturais subterrâneas e os sítios
arqueológicos e pré-históricos. Assim, fora desses casos, o domínio do subsolo é privado,
pertencendo ao proprietário do solo, até uma profundidade que lhe seja útil.
O artigo 176 da Constituição Federal prevê que “as jazidas, em lavra ou não, e demais
recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da
do solo, para efeitos de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao
concessionário a propriedade do produto da lavra”. Como se observa os recursos minerais
são bens da União, fazendo parte do denominado domínio público do subsolo.
Ao proprietário do solo o §2º, artigo 176 assegura participação nos resultados da lavra, na
forma e no valor que dispuser a lei. Além disso, o artigo 20, §1º, assegura aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da Administração Direta da União,
participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plantaforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou
compensação por essa exploração. Atualmente, o pagamento de royalties do petróleo foi
alterado pela Lei 12.734/2012, que estendeu o direito à compensação para todos os Estados
e Municípios, respeitados as Concessões realizadas sob a égide da lei antiga, ou seja, ela só
vale para o futuro. Os novos critérios, porém, foram suspensos por liminar da Min. Cármen
Lúcia na ADI 4917.
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Observação: Dispõe o art. 91, § 1º, III, da CF que “Compete ao Conselho de Defesa
Nacional propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança
do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e
nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo”.
Para interpretar o dispositivo, foi proferido o Parecer do Advogado Geral da União
AGU/JD-1/2004 (Processo n° 00186.000106/2004-14), aprovado pelo Presidente da
República (vincula o Poder Executivo, portanto), que dispõe: “a manifestação do Conselho
de Defesa Nacional nos casos de pedidos de autorização para pesquisa, lavra, exploração e
aproveitamento de recursos minerais na faixa de fronteira é indispensável, antecede o ato de
outorga do título minerário e, quando contrária ao deferimento do pleito, impeditiva dessa
outorga”.
Regido pelo Código Brasileiro de Aeronáutica (art. 303, §2° autoriza o abatimento de
aeronave classificada como hostil); Convenção de Chicago (sobre a aviação civil
internacional); Convenção de Varsóvia (transporte aéreo internacional); Convenção de
Montreal (transporte aéreo internacional).
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Principais obras consultadas: Resumo do Grupo do 26º CPR; DI PIETRO, Maria Sylvia
Zanella. Direito Administrativo. Editora Atlas. 24ª Edição (2011); SILVA, Gustavo
Scatolino e CAVALCANTE FILHO, João Trindade. Manual de Direito Administrativo.
Editora JusPodivm (2012).
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interessado (não se aplica o princípio da inércia). São capazes, para fins de processo
administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato normativo
próprio. Tipos de processo administrativo: Gracioso (sem lide) e o contencioso (com lide,
ou seja, com interesses contrapostos, como no processo administrativo disciplinar).
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com domicílio indefinido. Atenção: a revelia não importa reconhecimento da verdade dos
fatos, em razão do princípio da verdade material, que é consectário do princípio da
oficialidade. Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado,
o processo não terá seguimento até a respectiva apresentação. Se o mencionado parecer for
obrigatório e não vinculante, o processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua
dispensa. Após o encerramento da instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no
prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado. Encerrada a
instrução, a Administração tem até trinta dias para decidir, salvo prorrogação motivada, por
igual período. O interessado pode desistir, total ou parcialmente, ou renunciar ao direito.
Os recursos administrativos não têm efeito suspensivo, podendo ser interpostos no prazo
de 10 dias da ciência ou divulgação da decisão, por: a) que for parte no processo; b) aqueles
cujos direitos ou interesses forem indiretamente afetados pela decisão recorrida; c) as
organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; d) os
cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses difusos. A Administração tem o
prazo de 30 dias para decidir o recurso. A autoridade recorrida tem 5 dias para reconsiderar,
devendo remeter os autos à Autoridade julgadora, após esse prazo. Os recursos
intempestivos não serão conhecidos, mas a Administração Pública pode rever a decisão em
favor do Administrado de ofício, desde que não consumada a prescrição judicial da
pretensão do particular (art. 63, § 2°, da Lei 9.784). Conforme Súmula vinculante 21, “É
inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo”. Haverá no máximo 3 instâncias
Administrativas, salvo disposição legal. É possível a reformatio em pejus, mas a lei exige a
ciência ao recorrente para que possa apresentar alegações antes da decisão (art. 64, § único,
Lei 9.784/99). Quando o recorrente alegar contrariedade à Súmula Vinculante, a Autoridade
recorrida deverá reconsiderar a decisão ou esclarecer sobre a inaplicabilidade da súmula. A
autoridade que julgar o recurso, por sua vez, deve tratar da aplicabilidade ou não da súmula
ao caso.
4. A INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA: Meio pelo qual o Estado se utiliza para promover
o processo administrativo, podendo ser classificado pelos seguintes sistemas
administrativos: a) sistema da jurisdição uma, todas as causas podem ser julgadas pelo
Judiciário, inspirada no modelo inglês, atualmente utilizado no Brasil (CF, 5º XXXV – a lei
não excluirá do judiciário lesão ou ameaça a direito). Observação: Salvo expressa
disposição legal, não é necessário o esgotamento da instância administrativa para ingressar
na via judicial; b) sistema do contencioso administrativo, inspirado no modelo francês,
caracteriza-se pela repartição da função jurisdicional entre o Judiciário e Tribunais
administrativos, encabeçados por um Conselho de Estado (Observação: não existe
contencioso administrativo nestes moldes no Brasil).
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surgirem fatos novos, podendo ser realizada a pedido ou de ofício, não podendo resultar
agravamento da decisão (art. 65, Lei 9.784,99).
Questões de prova oral
→ Fale sobre o recurso hierárquico próprio e impróprio. (27°CPR)
→ A administração pode anular seu próprios atos após ocorrida a prescrição? E após
recurso hierárquico próprio e impróprio? (27°CPR)
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pública; repressiva: quando se presta para ajuizamento de ação penal pública. Pressupõe a
existência de fato determinado de que decorra ou possa decorrer lesão a interesse ou
direitos velados pelo MP. Pode ser instaurado por portaria; por despacho que admite
representação; por determinação do PGR ou do CSMP. A lei 7.347/85 não instituiu prazo
para ajuizamento. A competência é do representante do MP com ofício no local onde
ocorreu ou possa ocorrer o dano, respeitadas as exceções constitucionais e legais. Se o dano
for de âmbito microrregional (Comarcas de um mesmo Estado), regional (Comarcas de
mais de um Estado) o inquérito poderá ser instaurado pelo representante do MP do Estado
de qualquer das circunscrições atingidas. Instaurados vários inquéritos, devem ser reunidos
e conduzidos perante o órgão que primeiro atuou. Cabe ao judiciário o controle de
legalidade do inquérito civil, especialmente dos desvios de poder ou finalidade e da
violação a direito de terceiros. A conclusão do IC se dá com a propositura da ACP ou
coletiva, ou com o seu arquivamento. A propósito do ICP, foram elaborados os seguintes
enunciados pela 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF: a) Enunciado nº 3:“O
representante privado e, nos casos relevantes a critério do Procurador da República, o
representante de órgão público, serão notificados da decisão de arquivamento de PA ou
ICP, podendo apresentar, no prazo de dez dias úteis, razões escritas ou documentos.
Mantido o arquivamento, os autos serão remetidos à revisão.”; b) Enunciado nº 4: “A
promoção de arquivamento de procedimento administrativo ou inquérito civil público deve
registrar a existência ou não de medidas no âmbito penal”; c) Enunciado nº 5: “Não é
cabível revisão de promoção de arquivamento quando os autos do PA ou ICP respaldaram
integralmente a propositura de ação civil pública. Havendo necessidade de preservação
dos autos para eventual consulta ou acompanhamento da respectiva ação é cabível a
homologação do arquivamento físico e os autos devolvidos à origem.”; Enunciado nº 6:
“As Portarias de instauração de PA ou ICP, os Termos de Ajustamento de Condutas, as
Recomendações e as Petições iniciais de ações serão encaminhadas para publicação, se
for o caso, e registros”.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA: é instrumento processual para reparação dos danos causados ao
patrimônio público, bem como para reprimir ou impedir danos ao meio ambiente, ao
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e
por infrações de ordem econômica, protegendo, assim, interesses difusos da sociedade. Os
legitimados da ACP podem agir de forma concorrente e independente. Conforme doutrina
majoritária, trata-se de legitimidade extraordinária (substituição processual), porque os
legitimados atuam em nome próprio na defesa de interesse alheio (coletividade). Atenção:
reconhecida a ilegitimidade ativa ou no caso de desistência, deve ser aberto prazo para que
outros legitimados prossigam na ação (RESp 1177453 e art. 5º, § 3º, da Lei n. 7.347/85),
em razão do princípio da “primazia do conhecimento de mérito nas ações coletivas”. Por
outro lado, no caso do MPF, “A desistência de ação civil pública demanda prévia consulta
à Câmara instruída com razões de fato e de direito.” Enunciado nº 1 da 5° CCR/MPF. É
possível o litisconsórcio entre legitimados (ou entre o legitimado e a vítima, nos casos
excepcionais de defesa direito individual).
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ACP. Alguns órgãos públicos sem personalidade jurídica também poderão propor ACP,
como o PROCON. É controversa a necessidade de demonstrarem pertinência temática
nesse caso, pois a lei não é expressa. b) Defensoria Pública: a legitimidade não é irrestrita,
deverá demonstrar que os interesses discutidos na ação têm pertinência com as suas
finalidades institucionais; c) Associações: é imprescindível a pertinência temática com a
previsão estatutária e a constituição há pelo menos um ano (esse requisito pode ser
dispensado pelo magistrado de acordo com a dimensão do dano ou relevância do bem
jurídico). A previsão estatutária para defesa do meio ambiente pode ser genérica, bastando
que possa ser inferida dos valores pelos quais pugna (p. ex: associação de moradores para
melhorar a qualidade de vida, cf. REsp 31.150/SP). Tema controverso é a necessidade de
autorização dos associados, que, em regra é desnecessária, conforme Súmula 629/STF. É
que a Lei nº 9.494/97 previu que a propositura de ACP contra o Poder Público por
associações depende de autorização dos associados, com relação nominal e endereço deles.
A doutrina e jurisprudência majoritárias têm dispensado esse requisito por entendê-lo
inconstitucional. Contudo, recentemente o STF entendeu que a legitimidade para executar
os efeitos patrimoniais é apenas dos que autorizaram (RE573.232 – acompanhar publicação
do acórdão); d) Sindicatos: podem propor ACP desde que haja pertinência temática. Não se
exige a pré-constituição anual do sindicato; e) Ministério Público: todos os MP’s podem
propor ACP, excetuado o MP dos Tribunais de Contas, que não pode atuar em juízo. O MP
sempre poderá atuar na defesa de interesses coletivos e difusos. Nos individuais
homogêneos, deve-se demonstrar que o direito tem expressão para a coletividade ou é
socialmente relevante.
Legitimidade passiva: qualquer pessoa (pública ou privada) pode ser réu. Em decorrência
da responsabilidade solidária vigorante em matéria ambiental, o litisconsórcio passivo
ocorre, figurando como réus tanto o responsável direto, quanto o indireto, ou ambos (Ex: no
licenciamento com dispensa de prévio estudo de impacto ambiental exigido por lei, a ação
será dirigida contra o empreendedor e o ente federado que irregularmente a licenciou).
Competência: a 1ª Seção do STJ entende que, sendo o MPF órgão da União, sua
participação na lide desloca o feito para a Justiça Federal (CC 107.638/SP); a 1ª Turma do
STF entende que não (RE 596836). A ACP em defesa do meio ambiente deve ser proposta
na comarca ou seção judiciária do local do dano (STJ - CC 113788). Trata-se de
competência absoluta. A justificativa é da facilitação do acesso à justiça pelas vítimas da
poluição/degradação, para a coleta de prova pericial e testemunhal e para possibilitar ao
juízo melhor conhecimento do fato. Se o dano atingir mais de uma Comarca ou Seção
Judiciária, será competente a capital do Estado, conforme art. 93 do CDC, que não se limita
às relações de consumo, aplicando-se também aos direitos difusos e coletivos (REsp
1.101.057). O ajuizamento da ação gera a prevenção para todas as posteriores com a mesma
causa de pedir ou objeto (art. 2, par. Único da Lei da ACP). Nos danos que abrangerem
mais de um Estado, é possível ajuizar a ação na capital dos Estados ou no DF (REsp
1018214), aplicando-se a mesma regra de prevenção acima. O STJ cancelou sua súmula
183, de modo que não “compete ao Juiz Estadual, nas comarcas que não sejam sede de
vara da Justiça Federal, processar e julgar ação civil pública, ainda que a União figure no
processo”, por violação ao § 3º do art. 109 da CF, já que a Lei da ACP não apresenta
previsão a este respeito.
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execução é, em primeiro lugar, dos titulares do direito. Caso esses não a promovam em até
um ano, os legitimados para propor a ACP poderão executar a sentença, revertendo os
valores para um fundo. Caso os titulares dos direitos individuais homogêneos não
compareçam para receber num tempo determinado, os valores serão revertidos para um
fundo relativo aos interesses difusos. A sentença pode ser executada no domicílio dos
beneficiários (RESP 1.243.887/PR).
A extensão coisa julgada depende do direito e do tipo de julgamento proferido (coisa
julgada é secundum eventum litis ou secundum eventum probationem): a) Coisa julgada na
ACP por direito difuso: será erga omnes, salvo se denegatória por falta de provas; (b) Coisa
julgada na ACP por direito coletivo: será inter partes, entre as pessoas pertencentes ao
grupo afetado; (c) Coisa julgada na ACP por direito individual homogêneo: só há coisa
julgada para os titulares dos direitos individuais, e isso se a ação for julgada em favor deles
procedente. Se improcedente, eles poderão mover suas próprias ações individuais (salvo
não aceitaram a suspensão de seu processo individual após intimado, caso em que a coisa
julgada dessa prevalece sobre a da ACP, ainda que essa seja mais favorável). Em relação à
extensão objetiva, a lei de ACP determina que a coisa julgada só produzirá efeitos nos
limites da competência jurisdicional do órgão que prolatou a decisão. Fredie Didier Jr.
sustenta que a regra inconstitucional por ferir a isonomia e porque a coisa julgada produz
efeitos diferentes, se comparados o CDC e a LACP. Apesar de criticado, o critério é
mantido pelo STJ (REsp 1134957/SP). Registre-se que a abrangência nacional
indevidamente declarada em Ação Civil Pública não pode ser alterada na fase de execução,
sob pena de ofensa à coisa julgada (AgRg nos EDcl no REsp 1322002/DF).
COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA: é instrumento para solução
extrajudicial do problema, por meio da adequação da conduta do infrator às exigências
legais. Podem propô-lo os legitimados para o ajuizamento da ACP, com exceção das
associações (arts. 5º, § 6º, da Lei nº 7.347/85 e 79-A da Lei 9.605/98), contudo, quando
firmado por qualquer dos colegitimados que não o órgão do MP, deve ser por este
ratificado, sob pena de nulidade. No caso de dano ambiental, deve haver reparação total,
por tratar-se de direito indisponível (não podendo o MP fazer concessões) e porque o
compromisso substitui a ação que seria aforada. O compromisso deve priorizar a
recuperação do dano ambiental através da restauração natural. Deverão ser estipuladas
cominações para o caso de inadimplemento. É possível a cumulação de obrigações de não
fazer, fazer e condenação em dinheiro (STJ, REsp 625.249/PR). O compromisso de
ajustamento é título executivo extrajudicial. Para garantir a certeza e liquidez do título,
deve conter (a) qualificação das partes investigadas e correta representação; (b) Descrição
da situação lesiva; (c) descrição das condições de tempo, modo e lugar do cumprimento das
obrigações. O termo de ajustamento pode ser convencionado antes do ajuizamento da ação,
sem intervenção judicial. Nesse caso, o ajustamento não transita em julgado, pois não há
homologação judicial e, dessa forma, não impossibilita outro legitimado, que não tenha
intervindo no acordo, propor ação civil pública. O compromisso tomado pelo órgão do MP
nos autos do inquérito civil enseja seu arquivamento, necessitando, assim, para se
completar e operar efeitos válidos do aval do Conselho Superior. Homologado e cumpridas
as obrigações avençadas, na forma, prazo e condições fixadas, serão elas consideradas
extintas, desaparecendo o interesse de agir dos legitimados. Os órgãos integrantes do
SISNAMA são obrigados a publicar a relação dos compromissos firmados em matéria
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AÇÃO POPULAR: remédio jurídico constitucional (art. 5°, LXXIII) que permite a
qualquer cidadão a anulação de “ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e
cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência”. Inspira-se na intenção de fazer de todo cidadão um fiscal do bem comum.
Atenção: tratando-se de defesa do meio ambiente, o procedimento a ser adotado será o
previsto na Lei de ACP e no CDC, e não o da Lei da Ação Popular (n° 4.717/65). A
cidadania é comprovada por meio do título de eleitor. Celso A. Pacheco Fiorillo sustenta
que, na ação popular ambiental, a legitimação cave a todos os brasileiros, estrangeiros e
residente, não se restringindo ao conceito de cidadão encartado na Lei nº 4.717/65.
Divergem desse pensamento: José Afonso da Silva; Michel Temer; Celso Ribeiro Bastos;
Rodolfo de Camargo Mancuso. A sujeição passiva apresenta uma composição tríplice: (1)
pessoa jurídica; (2) autoridade responsável; (3) os beneficiados pelo ato. Seu ajuizamento
exige capacidade postulatória. O MP acompanhará a ação, cabendo-lhe apressar a produção
da prova e promover a responsabilidade, civil ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-
lhe vedado, em qualquer hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores
(art. 6º, § 4º da Lei nº 4.717/65).
AÇÃO PENAL PÚBLICA: Nas infrações penais ambientais da Lei nº 9.605/98, a ação
penal é pública incondicionada. Essa lei privilegiou a prevenção, ao prever muitos tipos de
perigo abstrato, penas leves e ampliar a possibilidade de sursis para condenações não
superiores a 3 anos de reclusão, tornando a privação da liberdade praticamente inaplicável.
Concretiza também o princípio do poluidor-pagador, ao exigir a composição do dano
ambiental (composição = acordo tendente à reparação) como pré-requisito à transação
penal (art. 27) e a efetiva reparação para a suspensão condicional do processo (art. 28, I),
para a extinção da punibilidade e para o sursis especial (art. 17).
O art. 3º da Lei nº 9.605/98 e o art. 225, § 3º, da CF introduzem a responsabilidade criminal
das pessoas jurídicas. Para tal responsabilização, o STJ exige a imputação simultânea da
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pessoa física que atua em seu nome ou em seu benefício (RMS 37293). O MS é o
instrumento cabível para trancar a ação penal ajuizada exclusivamente contra pessoa
jurídica, pois o HC é inerente às pessoas físicas. A Súmula 91 do STJ, que atribuía a
competência à Justiça Federal para julgar crimes contra a fauna, foi cancelada. A
competência, em regra é da Justiça Estadual (STJ - CC 32444/SP; e STF - RE 300244/SC).
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