Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
0 1
VIDEOAULA 65 – MÓDULO 10
The Danger of a Single Story (by Chimamanda Adichie)
Part 01
English Português
So I was an early reader, and what I Então, eu fui uma leitora precoce, e
read were British and American o que eu lia eram livros infantis
children's books. I was also an early britânicos e americanos. Eu fui
writer, and when I began to write, também uma escritora precoce, e
at about the age of seven, stories in quando eu comecei a escrever, por
pencil with crayon illustrations, volta dos 7 anos, histórias em lápis
that my poor mother was obligated com ilustrações de giz de cera, que
to read. I wrote exactly the kinds of minha pobre mãe era obrigada a ler.
stories I was reading: All my Eu escrevia exatamente os tipos de
characters were white and blue- histórias que eu lia: todos os meus
eyed, they played in the snow, they personagens eram brancos e de
ate apples, and they talked a lot olhos azuis, eles brincavam na
about the weather, how lovely it neve, eles comiam maçãs, e eles
was that the sun had come out. falavam muito sobre o clima, como
era maravilhoso que o sol tinha
aparecido.
Now, this despite the fact that I Agora, isso apesar do fato que eu
lived in Nigeria. I had never been morava na Nigéria. Eu nunca tinha
outside Nigeria. We didn't have estado fora da Nigéria. Nós não
snow, we ate mangoes, and we tínhamos neve, nós comíamos
CURSO DE INGLÊS MAIRO VERGARA 3.0 2
I'm a storyteller.
Eu sou uma contadora de histórias.
And I would like to tell you a few personal stories
E eu gostaria de contar a vocês algumas histórias pessoais
about what I like to call “the danger of the single story.”
sobre o que eu gosto de chamar “o perigo de uma história única.”
I grew up on a university campus in eastern Nigeria.
Eu cresci em um campus universitário no leste da Nigéria.
My mother says that I started reading at the age of two,
Minha mãe diz que eu comecei a ler com 2 anos,
although I think four is probably close to the truth.
embora eu acho que 4 é provavelmente próximo da verdade.
So I was an early reader,
Então, eu fui uma leitora precoce,
and what I read were British and American children's books.
e o que eu lia eram livros infantis britânicos e americanos.
I was also an early writer,
Eu fui também uma escritora precoce,
and when I began to write, at about the age of seven,
e quando eu comecei a escrever, por volta dos 7 anos,
stories in pencil with crayon illustrations,
histórias em lápis com ilustrações de giz de cera,
that my poor mother was obligated to read,
que minha pobre mãe era obrigada a ler,
I wrote exactly the kinds of stories I was reading:
eu escrevia exatamente os tipos de histórias que eu lia:
CURSO DE INGLÊS MAIRO VERGARA 3.0 5
English
I'm a storyteller. And I would like to tell you a few personal stories about
what I like to call “the danger of the single story.” I grew up on a university
campus in eastern Nigeria. My mother says that I started reading at the
age of two, although I think four is probably close to the truth. So I was an
early reader, and what I read were British and American children's books.
I was also an early writer, and when I began to write, at about the age of
seven, stories in pencil with crayon illustrations, that my poor mother was
obligated to read. I wrote exactly the kinds of stories I was reading: All my
characters were white and blue-eyed, they played in the snow, they ate
apples, and they talked a lot about the weather, how lovely it was that the
sun had come out. Now, this despite the fact that I lived in Nigeria. I had
never been outside Nigeria. We didn't have snow, we ate mangoes, and we
never talked about the weather, because there was no need to. My
characters also drank a lot of ginger beer because the characters in the
British books I read drank ginger beer. Never mind that I had no idea what
ginger beer was. And for many years afterwards, I would have a desperate
desire to taste ginger beer. But that is another story. What this
demonstrates, I think, is how impressionable and vulnerable we are in the
face of a story, particularly as children. Because all I had read were books
in which characters were foreign, I had become convinced that books by
their very nature had to have foreigners in them and had to be about things
with which I could not personally identify. Things changed when I
discovered African books. There weren't many of them available, and they
weren't quite as easy to find as the foreign books, but because of writers
like Chinua Achebe and Camara Laye I went through a mental shift in my
perception of literature. I realized that people like me, girls with skin the
color of chocolate, whose kinky hair could not form ponytails, could also
exist in literature.
I started to write about things I recognized.
CURSO DE INGLÊS MAIRO VERGARA 3.0 9
Português
Eu sou uma contadora de histórias. E eu gostaria de contar a vocês algumas
histórias pessoais sobre o que eu gosto de chamar “o perigo de uma história
única.” Eu cresci em um campus universitário no leste da Nigéria. Minha
mãe diz que eu comecei a ler com 2 anos, embora eu acho que 4 é
provavelmente próximo da verdade. Então, eu fui uma leitora precoce, e o
que eu lia eram livros infantis britânicos e americanos. Eu fui também uma
escritora precoce, e quando eu comecei a escrever, por volta dos 7 anos,
histórias em lápis com ilustrações de giz de cera, que minha pobre mãe era
obrigada a ler. Eu escrevia exatamente os tipos de histórias que eu lia:
todos os meus personagens eram brancos e de olhos azuis, eles brincavam
na neve, eles comiam maçãs, e eles falavam muito sobre o clima, como era
maravilhoso que o sol tinha aparecido. Agora, isso apesar do fato que eu
morava na Nigéria. Eu nunca tinha estado fora da Nigéria. Nós não
tínhamos neve, nós comíamos mangas, e nós nunca falávamos sobre o
clima, porque não era necessário. Meus personagens também bebiam
muita cerveja de gengibre porque os personagens nos livros britânicos que
eu lia bebiam cerveja de gengibre. Sem mencionar que eu não tinha ideia
do que era cerveja de gengibre. E por muitos anos depois disso, eu tive um
desejo desesperado de experimentar cerveja de gengibre. Mas isso é outra
história. O que isso demonstra, eu acredito, é como nós somos
impressionáveis e vulneráveis diante de uma história, principalmente
quando crianças. Porque tudo que eu tinha lido eram livros nos quais os
personagens eram estrangeiros, eu me convenci de que os livros, por sua
própria natureza tinham que ter estrangeiros neles e tinham que ser sobre
coisas com as quais eu não podia me identificar pessoalmente. As coisas
mudaram quando eu descobri os livros africanos. Não havia muitos deles
disponíveis, e eles não eram tão fáceis de encontrar quanto os livros
estrangeiros, mas devido a escritores como Chinua Achebe e Camara Laye
eu passei por uma mudança mental em minha percepção da literatura. Eu
percebi que pessoas como eu, meninas com a pele da cor de chocolate, cujos
cabelos crespos não poderiam formar rabos-de-cavalo, também podiam
existir na literatura. Eu comecei a escrever sobre coisas que eu reconhecia.