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10ª edição - 23/07, às 18h30min

obsessivas
obsessivas pela
pela escrita
escrita
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“A obses s
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utler
Octavia E. B
A escrita como obsessão ou
uma obsessão pela escrita
Sentir obsessão por algo pode ser bom? Existe positividade
no querer obsessivo?

Nossa autora do mês acredita que sim. E nós acreditamos


demais nela. Afinal, trata-se de uma mulher negra que
conseguiu quebrar as barreiras do seu tempo e se destacar
num campo cheio de preconceitos e restrições.

Exemplo dessas barreiras é o fato de seu principal sucesso,


Kindred, ter levado mais de 40 anos para ser traduzido e
lançado no Brasil.

Atualmente, Octavia E. Butler é considerada a grande dama


da Ficção Científica. Sendo não só uma excelente
representante do gênero, como também uma das
fundadoras do Afrofuturismo, movimento que, através da
especulação e da imaginação, busca reverter o apagamento
histórico da população negra e garantir o seu protagonismo.

Para isso, Butler questiona o presente e projeta futuros


possíveis, fazendo com que a questão racial se torne central
em suas tramas.

Mesmo assim, não é por sua escrita ficcional que


navegaremos hoje. Apesar de termos ficado
fascinados por ela, como neste conto, repleto de
significados, outro texto nos tomou por inteiro.
É por um ensaio que tomaremos contato com o que há de
mais profundo, triste e bonito na história de Butler. Sua
entrega à arte, sua resistência ao preconceito e,
especialmente, a força de suas palavras.

Mas o que é um ensaio, afinal?

No geral, ensaios são textos curtos e fragmentários sobre


temas diversos. Eles entram em oposição a uma escrita
mais formal e sistemática, flertando com a arte, mesmo
tendo como objetivo uma reflexão crítica.

O texto desta edição, presente no livro Filhos de sangue e


outras histórias é uma pequena mostra da genialidade e do
poder que as palavras de Butler são capazes de conter e,
acima de tudo, de inspirar.

"Comecei a escrever sobre


poder porque era algo que
eu tinha muito pouco".

Octavia E. Butler
“Obsessão positiva”
por Octavia E. Butler

-1-

Minha mãe me leu histórias antes de dormir até os


meus seis anos de idade. Foi uma investida
estratégica da parte dela. Assim que eu começava a
gostar das histórias, ela dizia “Aqui está o livro. Agora
leia você.” Ela não sabia no que estava nos metendo.

-2-

“Eu acho,” minha mãe me disse um dia quando eu


tinha dez anos, “que toda pessoa tem uma coisa que
sabe fazer melhor do que qualquer outra coisa. Cabe
a essa pessoa descobrir o que é essa coisa.”

Nós estávamos na cozinha, perto do fogão. Ela estava


alisando meu cabelo enquanto eu me sentava
inclinada e escrevia em um caderno que alguém
descartou. Eu tinha decidido escrever algumas das
histórias que eu contei a mim mesma ao longo dos
anos. Quando eu não tinha histórias para ler, eu
aprendia a inventá-las. Agora eu estava aprendendo a
escrevê-las.
-3-

Eu era tímida, tinha medo da maioria das pessoas, da


maioria das situações. Eu não parava para me
perguntar como eu poderia ser machucada, ou até se
eu seria machucada ou não. Eu só sentia medo.

Eu me arrastei cheia de medos vagos até minha


primeira livraria. Eu tinha conseguido economizar
cerca de cinco dólares, a maioria em trocados. Era
1957. Cinco dólares era muito dinheiro para uma
criança de dez anos. A biblioteca pública tinha sido
minha segunda casa desde os meus seis anos, e eu
possuía alguns livros de segunda mão. Mas agora eu
queria um livro novo – um que eu tivesse escolhido,
um que eu pudesse guardar.

“Crianças podem entrar aqui?” eu perguntei à mulher


no caixa quando entrei. Eu queria dizer “crianças
negras podem entrar aqui?”. Minha mãe, nascida na
Louisiana rural e criada em meio à severa segregação
racial, havia me alertado para o fato de que eu não
seria bem-vinda em todos os lugares, até mesmo na
Califórnia.

A mulher no caixa olhou para mim. “Claro que você


pode entrar,” ela disse. Então, como em uma reação
tardia, ela sorriu. Eu relaxei.
O primeiro livro que comprei descrevia as
características de diferentes raças de cavalos. O
segundo descrevia estrelas e planetas, asteroides, luas
e cometas.

-4-

Minha tia e eu estávamos na cozinha dela,


conversando. Ela estava cozinhando algo que
cheirava bem, e eu estava sentada à mesa dela,
observando. Um luxo. Em casa, minha mãe me teria
feito ajudar.

“Quero ser uma escritora quando eu crescer,” eu disse.

“Quer?” minha tia perguntou. “Bem, isso é bom, mas


você terá que conseguir um emprego também.”

“Escrever será meu emprego,” eu disse.

“Você pode escrever a qualquer hora. É um bom


hobby. Mas você terá que ganhar a vida.”

“Como uma escritora.”

“Não seja boba.”

“Eu falo sério.”


“Querida… Pessoas negras não podem ser escritoras.”

“Por que não?”

“Elas só não podem.”

“Sim, elas podem também!”

Eu era mais inflexível quando eu não sabia sobre o


que estava falando. Em todos os meus treze anos, eu
nunca tinha lido uma palavra impressa que eu
soubesse ter sido escrita por uma pessoa negra.
Minha tia era uma mulher adulta. Ela sabia mais que
eu. E se ela estivesse certa?

-5-

Timidez é uma merda.

Não é fofa, nem feminina, nem simpática. É um


tormento e é uma merda.

Eu passei grande parte da minha infância e


adolescência olhando para o chão. É uma surpresa eu
não ter me tornado uma geóloga. Eu sussurrava. As
pessoas sempre diziam, “Fale alto! Não conseguimos
te ouvir.”
Eu memorizava relatórios e poemas exigidos pela
escola, então chorava para não ter que recitá-los.
Alguns professores me condenaram por não estudar.
Alguns me perdoaram por não ser muito inteligente.
Apenas alguns enxergaram minha timidez.

“Ela está tão atrasada,” alguns dos meus familiares


diziam.

“Ela é tão amável e quieta,” amigos gentis de minha mãe


diziam.

Eu acreditava que eu era feia e estúpida, desajeitada e


socialmente fracassada. Eu também achava que todo
mundo perceberia essas falhas se eu atraísse atenção
para mim mesma. Eu queria desaparecer. Em vez disso,
eu cresci até atingir 1,83 m de altura. Garotos, em
particular, pareciam supor que eu havia atingido essa
altura deliberadamente e que eu deveria ser
ridicularizada por isso, sempre que possível.

Eu me escondi em um grande caderno rosa – um que


seguraria uma resma inteira de papel. Eu criei o meu
universo dentro desse caderno. Lá eu poderia ser um
cavalo mágico, uma marciana, uma telepata … Lá eu
poderia estar em qualquer lugar menos aqui, em
qualquer tempo menos nesse, com qualquer pessoa
menos essas.
-6-

Minha mãe trabalhava durante o dia. Ela tinha o


hábito de trazer para casa qualquer livro que os
patrões jogassem fora. Ela teve permissão para
frequentar a escola por apenas três anos. Então ela foi
levada para trabalhar. A filha mais velha. Ela
acreditava, apaixonadamente, em livros e educação.
Ela queria que eu tivesse o que a ela foi negado. Ela
não tinha certeza sobre quais livros eu poderia usar,
então ela trazia tudo o que encontrava na lixeira. Eu
tinha livros amarelados pela idade, livros sem capa,
livros rasurados, rabiscados com lápis de cor,
manchados, cortados, rasgados, até parcialmente
queimados. Eu os empilhava em caixotes de madeira e
estantes de segunda mão, e os lia quando estava
pronta para eles. Alguns eram muito avançados para
mim, mas eu cresci até atingi-los.

-7-

Uma obsessão, segundo meu velho dicionário da


Random House, é “a dominação de seus pensamentos
ou sentimentos por uma persistente ideia, imagem,
desejo, etc.” A obsessão pode ser uma ferramenta útil
se é uma obsessão positiva. Usá-la é como mirar com
cuidado no arco e flecha.
Eu pratiquei arco e flecha no ensino médio porque
não era um esporte em grupo. Eu gostava de alguns
esportes em grupo, mas no arco e flecha você se saía
bem ou mal de acordo com seus próprios esforços.
Ninguém além de você para culpar. Eu queria ver o
que eu poderia fazer. Eu aprendi a mirar alto. Mire
acima do alvo. Mire lá! Relaxe. Solte. Se você mirou
certo, você acertou na mosca. Eu enxergava a
obsessão positiva como uma forma de mirar você, de
mirar sua vida em direção a seu alvo. Decida o que
você quer. Mire alto. Vá em frente.

Eu queria vender uma história. Antes de saber


datilografar, eu queria vender uma história.

Eu escrevi minhas histórias “catando milho” na


portátil máquina de escrever Remington que minha
mãe comprou para mim. Eu implorei pela máquina
quando tinha dez anos, e minha mãe a comprou.

“Você mima essa criança!” um dos amigos dela disse.


“Pra que ela precisa de uma máquina de escrever na
idade dela? Logo vai estar empoeirada dentro do
armário. Todo esse dinheiro desperdiçado!”
Pedi ao meu professor de ciências, Senhor Pfaff, que
datilografasse uma das minhas histórias para mim –
faça da forma que deveria ser, sem buracos de tanto
apagar o papel e sem letras sobrepostas. Ele fez. E até
corrigiu minha terrível ortografia e pontuação. Até
hoje me sinto maravilhada e agradecida.

-8-

Eu não fazia ideia de como submeter uma história


para publicação. Eu vaguei por livros inúteis sobre
escrita. E então encontrei uma edição descartada de
The Writer, uma revista sobre a qual eu nunca tinha
ouvido falar. Aquela edição me levou de volta à
biblioteca para procurar por mais, e por outras
revistas de escritores, para saber o que eu poderia
aprender com elas. Em muito pouco tempo eu
descobri como submeter uma história, e minha
história foi enviada pelos correios. Poucas semanas
depois eu recebi minha primeira carta de rejeição.

Quando fiquei mais velha, eu decidi que receber uma


carta de rejeição era como ouvir que sua filha ou filho
era feio. Você ficava com raiva e não acreditava em
uma palavra. Além disso, veja todas as crianças
literárias realmente feias pelo mundo afora,
publicadas e indo bem!
-9-

Eu passei minha adolescência e boa parte dos meus


vinte e poucos anos colecionando rejeições impressas.
Cedo, minha mãe perdeu $61,20 dólares – uma taxa
de leitura cobrada por um dito agente para olhar uma
de minhas histórias não publicadas. Ninguém tinha
nos contado que agentes não deveriam receber
adiantamento em dinheiro; não era para serem pagos
até que vendessem seu trabalho. Então, eles
ganhariam dez porcento do que seu trabalho
faturasse. A ignorância é cara. Aqueles $61,20 dólares,
na época, era mais dinheiro do que minha mãe pagava
por um mês de aluguel.

-10-

Eu aborreci amigos e conhecidos para lerem o meu


trabalho, e eles pareceram gostar. Professores leram e
disseram coisas gentis e inúteis. Mas não havia aulas
de escrita criativa no meu colégio, e nem crítica
construtiva. Na universidade (na Califórnia daquela
época, a Junior College[1] era quase de graça), eu tive
aulas com uma mulher idosa que escrevia livros
infantis. Ela era cortês com os textos de ficção
científica e fantasia que eu costumava entregar, até
que finalmente perguntou irritada: “Você não
consegue escrever nada normal?”.
Um concurso foi feito para toda a universidade. Todas
as inscrições deveriam ser feitas anonimamente. Meu
conto ganhou o primeiro lugar. Eu era uma caloura de
dezoito anos de idade, e ganhei apesar da
concorrência com pessoas mais velhas e mais
experientes. Lindo. O prêmio de $15,00 dólares foi o
primeiro dinheiro que minha escrita me rendeu.

-11-

Após a faculdade, eu trabalhei em escritório por um


tempo; depois em fábrica e em depósito. Meu
tamanho e força eram vantagens nas fábricas e
depósitos. E ninguém esperava que eu sorrisse e
fingisse estar me divertindo.

Eu levantava às duas ou três da manhã e escrevia.


Depois ia trabalhar. Eu odiava, e não tenho nenhum
talento para sofrer em silêncio. Eu murmurava e
reclamava, e desistia de empregos e encontrava novos
empregos e colecionava mais cartas de rejeição. Um
dia, com desgosto, joguei todas fora. Por que guardar
coisas tão inúteis e dolorosas?
-12-

Parece haver uma regra não escrita, nociva e em


desacordo com as realidades da cultura americana.
Essa regra diz que você, se é uma pessoa negra, se é
uma mulher negra, não deve se perguntar se você
realmente é uma pessoa inferior – se não é
inteligente o bastante, não é rápida o bastante, não é
boa o bastante para fazer as coisas que você quer
fazer. Mas, é claro, você se pergunta. Você deve saber
que é tão boa quanto qualquer outra pessoa. E se você
não sabe, você não pode admitir que não sabe. Se uma
pessoa perto de você admite isso, você deve
tranquilizá-la rapidamente para que ela cale a boca.
Esse tipo de conversa é constrangedora. Seja durona e
confiante e não fale sobre suas dúvidas. Se você
nunca lidar com elas, você pode nunca se livrar delas,
mas não importa. Engane a todos. Até você mesma.

Eu não podia me enganar. Eu não falava muito sobre


minhas dúvidas. Eu não estava buscando uma
tranquilidade apressada. Mas eu pensei bastante – as
mesmas coisas repetidas vezes.

Quem eu era afinal de contas? Por que alguém


deveria prestar atenção ao que eu tinha para dizer?
Eu tinha algo a dizer? Eu estava escrevendo ficção
científica e fantasia, pelo amor de Deus.
-14-

Então, eu escrevo ficção científica e fantasia para


viver. Até onde sei, eu ainda sou a única mulher negra
a fazer isso. Quando comecei a dar entrevistas, uma
das questões que eu mais ouvia era, “Qual a utilidade
da ficção científica para pessoas negras?” Geralmente
era uma pessoa negra que me perguntava isso. Eu dei
respostas que não satisfaziam a mim e,
provavelmente, não satisfaziam a quem me
questionava. Eu ressenti a questão. Por que eu
deveria justificar minha profissão para alguém?

Mas a resposta para aquilo era óbvia. Quando eu


vendi meu primeiro romance, havia um único outro
escritor negro bem sucedido trabalhando com ficção
científica: Samuel R. Delany, Jr. Agora existem quatro
de nós. Delany, Steven Barnes, Charles R. Saunders e
eu. Muito poucos. Por quê? Falta de interesse? Falta
de confiança? Uma jovem mulher negra uma vez me
disse, “Eu sempre quis escrever ficção científica, mas
pensei que não havia mulheres negras fazendo isso.”
As dúvidas se mostram de diversas formas. Mas ainda
me perguntam qual a utilidade da ficção científica
para pessoas negras.

Qual a utilidade de qualquer forma de literatura para


pessoas negras?
Qual a utilidade do pensamento da ficção científica
sobre o presente, o futuro e o passado? Qual a
utilidade de sua tendência em alertar ou considerar
formas alternativas de pensar e agir? Qual a utilidade
de sua análise dos possíveis efeitos da ciência e da
tecnologia, ou organização social e direção política?
Em seu melhor, a ficção científica estimula a
imaginação e a criatividade. Ela conduz leitor e
escritor para fora do caminho comum, do caminho
restrito que leva ao que “todo mundo” está dizendo,
fazendo, pensando – quem quer que seja “todo
mundo” esse ano.

Qual a utilidade de tudo isso para pessoas negras?

Posfácio

Esse artigo autobiográfico apareceu originalmente na


revista Essence sob o título “Birth of a Writer.”
(“Nascimento de uma Escritora”), escolhido pela
Essence. Eu nunca gostei do título da Essence. Meu
título sempre foi “Positive Obsession.” (“Obsessão
Positiva”).
Eu digo com frequência que minha vida foi preenchida
com leitura, escrita e nada muito além disso; foi uma
vida muito chata e não há motivo para escrever sobre
ela. Eu ainda penso dessa forma. Estou feliz de ter
escrito esse texto, mas eu não gostei de escrevê-lo. Eu
não tenho a menor dúvida de que a melhor e mais
interessante parte de mim é a minha ficção.

________________
Este texto foi publicado originalmente em maio de 1989,
sob o título “Birth of a Writer”, na revista Essence nº 20; e
republicado em 1995, sob o título “Positive Obsession”,
no livro Bloodchild and Other Stories.
________________
Nota da tradução:

1- Nos Estados Unidos, “Junior College” é o termo


utilizado para uma instituição de ensino superior que
concede formação após cerca de dois anos de estudo;
mas não oferece o diploma de bacharel.

Tradução de Tuanny Medeiros


Graduanda em Letras pela Universidade
do Estado do Rio de Janeiro e leitora das
narrativas produzidas por mulheres
negras.
Sobre a autora e
sua obra

Octavia E. Butler nasceu em 1947, em Pasadena, na Califórnia.


Sendo de família humilde, sua mãe era empregada doméstica
e seu pai engraxate, este morreu quando ela completou seus
sete anos. A partir desse momento, Octavia foi criada pela sua
mãe e sua avó materna. Desde cedo, ela se deparou com o
racismo e a supremacia branca nos EUA enquanto
acompanhava sua mãe e a via ser maltratada em algumas das
casas em que trabalhava.

Ainda em sua infância, apesar de contar com uma biblioteca


bastante escassa, Octavia leu revistas sobre ficção científica
que trouxeram inspiração para os seus primeiros escritos, os
quais representavam uma forma de escapar do mundo
massante e do frequente bullying que sofria.

Aos doze anos, quando assistiu ao filme “Devil Girl from Mars”,
Octavia decidiu oficialmente que se tornaria escritora, e que
escreveria uma obra melhor do que aquela.

Terminou o ensino médio em 1965 e, em 1968, formou-se


tecnóloga em artes, com foco em história, pela Pasadena City
College. Após isso, Octavia trabalhou em alguns
empregos temporários. Paralelamente,
acordava de madrugada para escrever.
Seu reconhecimento literário começou apenas em 1984,
quando sua obra Speech Sounds ganhou o aclamado prêmio
Hugo e Bloodchild. Você pode encontrar aqui mais informações
sobre os livros da autora.

Ela foi a primeira mulher a ficar conhecida nominalmente


como autora do gênero ficção científica. Isso ainda em 1970,
quando o gênero era dominado por homens brancos.

A escritora foi uma pioneira no afrofuturismo, que nada mais é


que uma realidade sci-fi que levanta possibilidades de vivência
negra em mundos onde a opressão e o racismo não incidem
sobre a cultura negra.

Octavia morreu no dia 24 de fevereiro de 2006, aos 58 anos.

Não se sabe ao certo a causa do ocorrido, alguns acham que foi


um derrame, outros pensam que foi consequência de uma
queda que a levou a ter lesões cranianas, outros, ainda, que
poderiam ter sido ambas as causas.

Em sua lápide está gravada esta citação do livro Parable of the


Sower: “All that you touch, you change. All that you change,
Changes you. The only lasting truth is Change. God is Change.”
[Em livre tradução: “Tudo o que você toca, você muda. Tudo o
que você muda, muda você. A única verdade duradoura é a
mudança. Deus é Mudança.”] Essa citação é a base da religião
Earthseed, que Butler criou em seus livros.

Seus livros são consagrados e podem ser considerados um


legado para o mundo já que Octavia E. Butler era uma escritora
negra e feminista que trazia, sem medo, esses temas para suas
obras.
Siga o exemplo e os conselhos de
Octavia, faça sua voz ser ouvida!
Ocupe o seu espaço, este espaço.

tórias.
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Co ncha c
Pree .
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Fa em e rem
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toca rimenta
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expe BEREM as
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Faça IREM!
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SEN IREM!
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SEN IREM!
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