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Carolina Rosa
Atos de comércio objetivos
Art 2º “ são todos aqueles que se acharem especialmente regulados neste código”
Esta formula pretende evitar os riscos de uma definição geral dos atos de comércio e as
dificuldades de uma enumeração explicita. No entanto coloca 2 problemas:
A resposta é negativa, visto que a lei afirma que são apenas os especialmente regulados. Esta
especialidade advém de uma valorização feita perante a correspondente regra civil ou, pelo
menos da sua integração num conjunto que que perante o equivalente conjunto civil mereça o
nome “especial”.
O ccom qualifica por vezes certos atos como comerciais sem, para eles, prever a aplicação de
regimes especiais. (ex: operações de banco art.362º,remetidas para os respetivos contratos art.
481º).
A resposta é negativa, haverá atos comerciais que não estão regulados no ccom.
Serão tbm comerciais os atos regulados por diplomas que vieram substituir normas do ccom,
mantendo-se no entanto como, extravagantes. (codigo das sociedades comerciais ou leis
uniformes).
Serão tbm comercias os atos tratados em normas extravagantes que se assumam como
comerciais ( caso paradigmático do arrendamento comercial, antes tratado no cc, o atual nrAu
suprimiu a referencia a arrendamentos comerciais mas conservou as suas normas).
A questão de considerar como comerciais atos que não surgem no ccom, nem em leis que o
alteraram, nem em leis que se assumam a elas proprias como comerciais.
A doutrina divide-se:
Não parece possível discutir a possibilidade de uso de analogia para definir atos de comércio
sem saber quais são as implicações em jogo.
Este debate corresponde a uma inversão metodológica, a qualificação não é casual do regime
mas decorre deste. Ou seja, perante um ato, há que determinar o regime, quando este é
conhecido se se tratar de um regime comercial, o ato é comercial.
As regras de dt comercial são especiais, á partida não são excecionais. Comportam pois aplicação
analógica:
- perante um ato que não esteja especialmente regulado no ccom, ou situação equivalente, há
que verificar se o seu regime é comercial e especial, se a resposta for positiva o ato é comercial.
- perante um ato lacunoso, há que lhe apurar o regime: seja pela analogia, seja pela norma que
o interprete criaria; na interpretação da lacuna, podem ser usadas normas e princípios
comerciais, desde que não excecionais, de acordo com as regras aqui aplicáveis. Perante ao
resultado obtido, se chegarmos á conclusão que o ato ficou como que especialmente regulado
neste código, ele é comercial.
De acordo com esta via, é teoricamente possível que um ato deva ser considerado comercial,
por força da aplicação analógica das normas que a qualificação dependa. (ex: as obrigações da
culpa in contraendo verificada aquando da preparação de um contrato comercial serão elas
próprias comerciais. Embora não previstas em lei comercial, elas devem reger-se, dadas as
valorações em jogo, pelas regras comerciais próprias do contrato definitivo.
Pode ainda ocorrer um ato neutro, isto é, um ato não lacunoso e cujo regime, uma vez apurado,
não permitiria descobrir nem comercialidade nem a ausência dela. O ato seria civil e não teria
qualquer especialidade.
- a da empresa- organização- que julga tratar-se das entidades singulares ou coletivas, que
desenvolvem depois as referenciadas atividades, atos subjetivamente comerciais. Estão em
causa situações jurídicas que, embora encabeçadas por comerciantes, não podem ter natureza
comercial.
FALTAM PÀGINAS
Atos mistos
São aqueles que são comerciais em relação a uma parte (ao comerciante) e não em relação a
outra.
- as regas que pela sua natureza, forem aplicáveis apenas à parte comerciante, funcionam em
relação a esta, em relação á outra parte aplica-se o dt comum.
- não sendo possível fazer essa destinção, ambas as partes ficam sujeitas à lei comercial.
REGIME GERAL DOS ATOS DE COMÉRCIO
Os atos de comércio serão o conjunto de situações jurídicas comerciais que se regem pelas
normas competentes de dt mercantil.
Determinada uma lacuna o art 3º manda recorrer aos “casos análogos nele previstos”, remete-
se pois para a analogia mas dentro do dt comercial.
Havendo no entanto um principio comercial aplicável, há que recorrer a este antes de passar ao
dt subsidiário. Trata-se de uma interpretação atualista do art3º, impõem-se no entanto 2
previsões:
- existe, no recurso a princípios comerciais, como na própria hipótese de analogia, sempre uma
sindicância do dt subsidiário: o dt civil.
Dos comerciantes
O art 2º prevê a especial categoria dos atos subjetivamente comerciais, isto é, daqueles que o
são por serem praticados por comerciantes ou por a estes respeitarem.