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MEIO-FIO DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO EXTRUSADO – CUSTO DE

EXECUÇÃO PRÉ-PAVIMENTAÇÃO X PÓS-PAVIMENTAÇÃO

André Luis de Cuba


andrecuba.eng@gmail.com
Marcelo Henrique do Espirito Santo Silva
marcelo.santo@uniube.br

RESUMO

Na construção civil, existem vários dispositivos para fazer drenagem de águas pluviais. Um
desses dispositivos são os meios-fios de concreto que podem ser de diversas formas e
dimensões. São utilizados também para drenagens de águas de uso doméstico e como
limitadores físicos das calçadas e ruas. Os meios-fios podem ser executados manualmente ou
mecanicamente com a extrusora de meio-fio de concreto. Os loteamentos optam geralmente
por execução de meios-fios extrusados por serem mais rápido e com qualidade. Esses meios-
fios extrusados podem ser construídos antes da pavimentação asfáltica ou depois do asfalto
pronto, dependendo da preferência e/ou custo x benefício de quem está executando a obra no
loteamento. Alguns parâmetros devem ser levados em consideração na hora de escolher qual
o melhor método de execução, como fornecedores, tempo de obra, frente de obra liberada
para execução, período de chuvas, investidores e/ou financiadores. Em duas obras distintas,
cada uma com um método diferente de execução, onde uma se fez 3.213,00 metros de meio-
fio antes da pavimentação e a outra o fez 2.328,00 metros depois da pavimentação, as duas
utilizaram do mesmo traço de concreto e mesmo maquinário onde o rendimento da extrusora
é o mesmo nos dois métodos, porém executados em períodos diferentes com quantidades de
mão de obra diferente. Então se fez um estudo de caso onde se avalia o menor custo para
execução da obra isoladamente, não levando em considerações fatores externos como
aquisição de verba, período chuvoso ou seco e/ou maquinários parados ou sendo utilizado na
obra.

Palavras-chave: Construção. Drenagem. Extrusora.


CONCRET CURB FRAMED IN LOCO EXTRUTED – COST OF EXECUTION PRÉ-
PAVING X POST-PAVING

ABSTRACT

In building, there are many types of devices to drain rainwater. One of these devices are the
concrete curbs which can be of various shapes and sizes. The concrete curbs are also used for
drainage of residential waters and how physical constraints of the sidewalks and streets.
The concrete curbs can be performed manually or mechanically with the extruder curb of
concrete. The residential lands generally opt for execution concrete curbs extruded because
are faster and with quality. These concrete curbs extruded can be built before the paving or
after the ready paving, depending on preference and/or cost-benefit who is performing the
build. Some parameters must be considered when choosing which is the best method of
implementation, how suppliers, work time, front work released for execution, the rainy
season, investors and/or lenders. In two distinct building, each with different method of
implementation, where a is made 3,213.00 meters of concrete curb before the paving and the
other did 2,328.00 meters after paving, both used the same concrete mix and even machinery
where the yield of the extruder is the same in both methods, but performed at different times
with different amounts of labour. Then became a case study which evaluates the lowest cost
for execution of the build alone, not taking into consideration external factors how as the
acquisition of money, rainy or dry and/or stopped or machinery being used in the building.

Keywords: Building. Drainage. Extruder.


1 INTRODUÇÃO

Os meios-fios em concreto (Figura 1) são dispositivos de microdrenagens feitos para


ajudar na drenagem superficial de águas pluviais (água de chuva) ou até mesmo águas
provenientes de usos domésticos, que vão para a via pública, assim direcionando essas águas
de forma artificial para os locais de captação como galerias de águas pluviais, dissipadores,
canaletas, entre outros. Eles também são utilizados como limitadores físicos das plataformas
(calçadas) e das vias (Ruas).

Figura 1 - Meio-fio de concreto

Fonte: Acervo do Autor

São utilizadas varias formas de feitio dos meios-fios como, executado manualmente no
local utilizando-se de fôrmas tanto de madeira ou metálicas, manualmente utilizando peças
pré-moldadas, que são feitos em fábricas e levados apenas para assentamento utilizando
argamassa de cimento e areia nos rejunte e com máquinas, sendo essas vibratórias ou
extrusada. Este artigo será focado na execução com máquina extrusora, especificamente no
modelo IMB 900-G Master.
Nos loteamentos faz-se uso dos meios-fios de concreto como forma de acabamento de
calçadas e pavimentação asfáltica, assim como dispositivo de drenagem superficial
direcionando essas águas para suas captações, as chamadas bocas de lobo, onde acontece a
captação de água e logo após o lançamento desta nas galerias subterrâneas de águas pluviais.
Existem vários procedimentos de execução para os meios-fios e cada loteamento executa da
forma mais viável ao proposto pelo seu planejamento de obra. O assunto tratado será
especialmente no que diz respeito à produção de meios-fios executados antes da
pavimentação (Pré-Pavimentação), executado antes mesmo da base que receberá a massa
asfáltica, e depois da pavimentação (Pós-Pavimentação), onde o meio-fio é executado depois
da massa asfáltica já pronta.
Com base no anterior exposto, este artigo tem como objetivo, demonstrar claramente o
quanto o custo de executar obras de meios-fios antes da pavimentação asfáltica pronta é
menor, diminuindo os custos da obra.

2 DRENAGEM SUPERFICIAL URBANA

Drenagem nada mais é, do que, a arte de escoar águas da forma que for, podendo ser
escoado por condutos, meio-fio, sarjetas, solos permeáveis, entre outros. Conforme Veról
(2013) “A drenagem urbana é uma rede de infraestrutura da cidade, tida como um de seus
equipamentos urbanos.”. Já a drenagem Superficial urbana, é um meio que se utiliza para
escoar águas de superfícies em áreas urbanas, como por exemplo, levar o excesso de águas de
chuva sobre as pavimentações das cidades, para seus devidos lugares, garantindo assim, a
segurança e utilização dos locais afetados. Para Tucci (1997, p.5) “O desenvolvimento urbano
brasileiro tem produzido aumento significativo na frequência das inundações, na produção de
sedimentos e na deterioração da qualidade da água”, assim sendo, podemos dizer que a
drenagem urbana é de suma importância para o município ao longo dos anos.
De acordo com Negrão e Gemaque (2010) “... as bocas-de-lobo tem a finalidade de
captar o excesso das águas veiculadas, para que desta forma, não venham a invadir a pista de
rolamento, causando complicações para o tráfego de veículos e pedestres.”. O meio-fio é um
dispositivo que através de sua sarjeta direciona essas águas para captações como bocas-de-
lobo, sarjetas, ou outro dispositivo, para que assim, possa ser lançadas em condutos ou
dissipadores até que cheguem a solos permeáveis ou cursos d’águas naturais como rios e
córregos. Essa água que pode ser proveniente de chuvas ou residências que caem sobre as
pavimentações, seja na rua ou calçada.
Existem muitas formas e dimensões de meio-fio, cada qual para seu caso específico,
porém as prefeituras das cidades adotam um padrão para que novos loteamentos e/ou ruas
possam ser executados com as mesmas características.
Para um estudo de caso mais eficiente, neste artigo o foco será em cima do meio-fio
padrão Prefeitura de Uberaba que será explanado melhor nos tópicos abaixo, demonstrando
suas características.

2.1 Meio-fio padrão prefeitura de Uberaba

A Prefeitura de Uberaba, como todas outras prefeituras também adotou o um modelo


padrão de meio-fio. O padrão de meio-fio da prefeitura de Uberaba tem um mesmo modelo,
porem pode variar as dimensões de largura de sarjeta e altura de guia dependendo do local a
ser utilizado. Utilizaremos para o estudo de caso o meio-fio Padrão da Prefeitura de Uberaba
com as seguintes dimensões mostradas na Figura 2.

Figura 2 - Perfil de Meio-Fio Padrão PMU (pós-pavimentação)

Fonte: Arquivos Cedido pela Prefeitura Municipal de Uberaba

O concreto utilizado para execução de meio-fio extrusado é um concreto mais seco,


geralmente com resistência mínima de 15 Mpa e “slump” de 6 cm ± 2 cm. Slump é um teste
que de acordo com a ABNT (1998) “... Especifica um método para determinar a consistência
do concreto fresco através da medida de seu assentamento, em laboratório e obra.”.
O perfil do padrão Prefeitura de Uberaba tem um consumo médio de concreto em 53
litros de concreto por metro de meio-fio executado, ou seja, pouco mais de meio metro cúbico
de concreto por metro.
Também são feitas juntas de dilatações (Figura 3) a cada 3,0 metros. As juntas de
dilatações são cortes feitos em toda face do meio-fio, assim diminuindo a resistência do meio-
fio naquele ponto, necessárias para quando houver a dilatação do concreto, as trincas
provenientes da movimentação do material se concentrem nesta região, não havendo assim,
trincas aparentes no meio-fio.

Figura 3: Corte da Junta de Dilatação do Meio-Fio

Fonte: Acervo do Autor

3 EXECUÇÃO DE MEIO-FIO DE CONCRETO EM EXTRUSORA

As extrusoras de meio-fio de concreto são máquinas projetadas e preparadas para


substituir métodos convencionais, quanto ao que diz respeito a perfis de concreto, são
utilizadas para a confecção de meios-fios em concreto moldado no local da obra. Existem
vários tipos de máquinas extrusoras, variando tamanho, força, capacidade, entre muitas outras
características. Para melhor constatação do estudo de caso deste artigo, trataremos apenas
meio-fio feito com a máquina extrusora do modelo 900-G Master da marca IMB.

3.1 Máquina extrusora de meio-fio IMB 900-G MASTER

A IMB 900-G Master é destinada a produção de perfis de concreto moldados in loco.


Essa máquina executa vários tipos de dispositivos, como meio-fio, muretas divisórias de
trafego, canaletas de água, calçadas entre outros, bastando apenas trocar a forma que moldará
a obra de arte que será executada. Esta forma geralmente metálica, pode ser comprada na loja
do fabricante ou feito manualmente por serralheiros/torneiros, podendo executar diferentes
perfis, dependendo do cliente.
Com a máquina extrusora IMB 900-G Master, a execução de meios-fios pode ter uma
produção de até 450,00m/dia, dependendo da quantidade de funcionários para acompanhar a
máquina.
Na Figura 4 é mostrado as dimensões da Extrusora IMB 900-G Master como
comprimento da maquina e fôrma, largura e altura. Já na Figura 5 é dado as características da
máquina como potência de motor, tipo de combustível, sistema de partida (é uma maquina
com partida elétrica) entre outros.

Figura 4 – IMB 900-G Master - Dimensões

Fonte: Manual do Proprietário


Figura 5 - Características da Extrusora IMB 900-G MASTER

Fonte: Site do fabricante (IMB-Brasil)

3.2 Execução de meio-fio pré-pavimentação

Nos loteamentos, a execução do meio-fio em concreto extrusado antes da


pavimentação asfáltica, necessita que a sub-base esteja pronta (a base não pode estar
concluída, pois essa compactação é muito forte, (O processo de escavação do material é
demorado, pois se trata de uma camada com compactação para base da pavimentação asfáltica
e portanto, atrasando o processo executivo do meio-fio).
Assim a execução se dá da seguinte forma; primeiramente o topógrafo marca o
alinhamento e o nível que o meio-fio seguirá, posteriormente é necessário nivelar o terreno de
acordo com a marcação topográfica, geralmente usando maquinário pesado, como por
exemplo, Motoniveladoras e Carregadeiras (Serviços que serão executados mesmo se o meio-
fio for feito depois do asfalto, já que será utilizado para fazer a base e sub-base da
pavimentação asfáltica). Depois de feito o nivelamento, tem-se uma preparação manual mais
fina, ou seja, fazer a regularização do solo para retirar buracos, saliências e alguns pequenos
montes de terra que o maquinário pesado não consegue arrematar, depois é demarcado com
uma linha de acordo com a marcação topográfica o alinhamento e nível que a máquina
extrusora seguirá. Após, é colocado a Máquina Extrusora de meio-fio em local que se iniciará
os meios-fios com a ponta da agulha sobre a linha (É necessário deixar a Extrusora nivelada),
para então dar a partida na máquina e começar a concretagem do meio-fio de concreto. Após a
concretagem tem a fase de cura do concreto, esta que é de suma importância para que o meio-
fio tenha excelente qualidade em resistência e também visual. A cura do meio-fio pode ser
feita molhando regularmente o concreto ou através de lonas plásticas que cobrem o meio-fio
fazendo com que a própria água que evapora volte para o concreto, na maioria dos lugares são
feito a cura do concreto utilizando o segundo método (lonas plásticas).
Neste processo o acabamento fica melhor, pois a forma do meio-fio tem uma quina
“quebrada” (conforme mostrado na figura 6), assim o asfalto é acabado em cima desta quina,
dando uma estética melhor e diminuindo o risco de infiltração nessa região, que poderá
ocasionar erosão abaixo da pavimentação.

Figura 6 - Perfil de Meio-Fio Padrão PMU (pré-pavimentação)

Fonte: Arquivos da Prefeitura Municipal de Uberaba

3.3 Execução de meio-fio pós-pavimentação

Já em loteamentos onde se optam pela execução dos meios-fios em concreto extrusado


depois da Pavimentação asfáltica (Onde todo o maquinário pesado utilizado no processo
anterior também foi utilizado), o meio fio seguirá o nivelamento da pavimentação asfáltica.
Então depois de já feito o revestimento asfáltico (CBUQ), o topógrafo marca apenas o
alinhamento que o meio-fio seguirá, logo após é necessário marcar manualmente com cal e
linha o alinhamento que irá o bordo lateral da sarjeta para cortar a borda do asfalto com a
cortadora de concreto e asfalto conforme mostrada na figura 7 (geralmente nomeada em obras
de Serra Cliper). Depois de cortado o asfalto, faz-se a demolição do asfalto (Figura 8) e uma
escavação manual com profundidade igual à espessura da sarjeta e largura de
aproximadamente entre 0,90m à 1,00m para que a extrusora de meio-fio possa se locomover
paralelamente ao asfalto em toda extensão que executará o meio-fio de concreto. Após a
escavação, é realizado os passos igualmente ao processo de execução pré-pavimentação a
partir do momento em que é demarcado com uma linha e colocado a Extrusora no local que se
iniciará a execução dos meios-fios pós-pavimentação (Figura 9).

Figura 7 - Corte com Serra Cliper

Fonte: Acervo do Autor.

Figura 8 - Demolição de pavimentação asfáltica

Fonte: Acervo do Autor


Figura 9 - Execução de meio-fio pós-pavimentação

Fonte: Acervo do Autor

4 ESTUDO DE CASO

Neste artigo serão demonstradas e acompanhadas duas obras em locais distintos, onde
um loteamento optou pela execução do meio-fio antes da pavimentação, e o outro pela
execução do meio-fio depois do revestimento asfáltico já acabado. Este estudo dará uma
confirmação de qual escolha é a melhor, quando diz respeito, um menor tempo de execução e
custos mais reduzidos.
A obra que executou o meio-fio pós-pavimentação levou em consideração a
porcentagem de obra realizada. Pois necessitava da verba do governo para executar seus
serviços, então quanto maior a porcentagem de serviços executados e cada qual com seu
respectivo peso em valores, maior a verba que o governo libera. O asfalto como sendo um dos
processos de maior valor das obras, é adiantado sua execução para liberarem mais verbas e
assim conduzirem a obra com um caixa mais alto em mãos. Geralmente quando escolhido este
método, no final da obra tem que fazer reformas na pavimentação asfáltica que é deteriorada
pelo excesso de movimentação e torção nos asfaltos que os caminhões betoneiras causam
quando vão abastecer as extrusoras de meio-fio. Mas também explanaram sobre uma possível
segunda mobilização de maquinários, visto que os maquinários em certas obras, ficar parado é
“rasgar dinheiro”.
Já a obra que optou pelo método de execução de meios-fios pré-pavimentação não
levou a questão de adiantamento de verbas como essencial para a obra e fez sua escolha
devido a qualidade do dispositivo ficar melhor arrematado e com impermeabilização mais
eficaz em seu bordo lateral ao asfalto. Este método também previne que suje o asfalto com
concreto e principalmente evite danos no asfalto que os caminhões betoneiras que abastecem
as extrusoras de meio-fio causam devido ao atrito entre os pneus (Principalmente quando
manobrados sem movimentação do veículo.) no asfalto quente (O asfalto com o ganho de
calor amolece ficando mais vulnerável.), o que é muito comum nas obras principalmente
quando a concretagem acontece no período da tarde.

4.1 Dados das obras

Chamaremos as obras de Pré-Asfalto onde foi realizado o meio-fio de concreto


extrusado antes da pavimentação asfáltica e Pós-Asfalto onde foi executado o meio-fio de
concreto extrusado depois da pavimentação asfáltica já acabada.
As duas obras foram realizadas com a máquina da marca IMB modelo 900-G Master,
porém em períodos diferentes. A obra Pré-Asfalto foi executada no período entre novembro e
dezembro do ano de 2013, enquanto a obra Pós-Asfalto foi executada entre setembro e
outubro do ano de 2014.
O meio-fio executado nas duas obras foi o Padrão Prefeitura de Uberaba (Guia com
Sarjeta). O traço do concreto utilizado para a máquina extrusora utilizada foi 1:5:3, onde para
cada metro cúbico de concreto se utiliza 290,00 Kg de cimento, 1.450,00 Kg de areia média
para fina, 870,00 Kg de pedrisco e 70,00 L de água em areia seca. Com este traço
conseguimos um concreto mais seco para uma melhor compactação não deixando que o meio-
fio depois de extrusado perca sua forma, necessitando assim, somente de um arremate manual
com desempenadeiras de madeira e quebra-quinas. O pedrisco foi utilizado para dar melhor
acabamento ao desempenar o concreto do meio-fio.
Na obra Pré-Asfalto foi executado 3.213,00 metros de meio-fio em um período de 20
dias, enquanto que na obra Pós-Asfalto foi executado 2.328,00 metros de meio-fio em um
período de 17 dias. Segue nos itens 4.2.1 e 4.2.2 os cronogramas das duas obras com todos os
recursos e tempo utilizado para concluir as mesmas.
4.2 Cronogramas de obras

Uma das partes mais importantes de uma obra é sem dúvida o cronograma de obras, já
que neles, é onde temos a referência para controlar o tempo de obra para que possíveis
imprevistos, principalmente no que condiz aos custos de execução sejam minimizados ou até
mesmo erradicados, gerando assim um maior lucro no decorrer do tempo de execução da
obra.
De acordo com o cronograma das obras analisamos e verificamos qual o modelo de
execução se tem maior lucro, de acordo com tempo e recursos utilizados. O MS Project 2010
da empresa Microsoft Corporation®, foi a ferramenta escolhida para tal tarefa, devido ao seu
alto poder de controle dos serviços. Com ele podemos dividir os serviços em etapas, bem
como acompanhar e lançar todas etapas executadas e seus recurso e/ou custos utilizados para
execução do serviço. Também temos metas e previsões do que precisaremos diminuindo o
risco de imprevistos acontecerem na obra. Utilizaremos essa ferramenta para uma melhor
visualização do que foi realizado nas duas obras, demonstrando todas etapas executadas com
seus respectivos recursos e/ou custos.

4.2.1 Cronograma de execução do meio-fio pré-pavimentação

Neste tipo de execução utilizamos apenas os serviços de topografia, regularização manual do


solo que será feito o meio-fio, marcação com linha e a concretagem do meio-fio que foi feito
pela extrusora de meio-fio de concreto.
A execução do meio-fio antes da pavimentação foi realizada no final do ano de 2013, então
para uma melhor comparação de dados, utilizamos apenas o quantitativo de mão de obra e
tempo para cada serviço reais, lançando os custos de cada recurso com valores referentes ao
período dos meses de Setembro e Outubro de 2014 (Custos atuais). Assim ficando conforme
Figura 10.
Figura 10 - Cronograma do Project de Execução de Meio-Fio Pré-Pavimentação

Fonte: Acervo do Autor

O gráfico de Gantt é uma ferramenta do software Microsoft Project 2010® onde nos
mostra detalhes reais de execução da obra, nele é visualizado os serviços que já foram
executados, assim, nos proporcionando uma visualização rápida e correta do andamento da
obra. As barras em cor preta são de tempo em que a etapa necessita em questão de duração em
dias corridos. As barras azuis no gráfico de Gantt são os períodos de durações de cada tarefa
que chamamos de período útil. Já as barras em cor preto dentro das barras azuis (mostrado na
tarefa 3 do gráfico de Gantt da Figura 11) mostra que o serviço está concluído. No Gráfico de
Gantt do meio-fio executado antes da pavimentação (Figura 11), o planejamento para a etapa
de marcação topográfica foi de 11 dias, porém apenas 3 dias úteis, esses já lançados, por isso
está com a barra em preto dentro da barra azul.

Figura 11 - Gráfico de Gantt - Controle Execução de Meio-Fio pré-pavimentação (Project)

Fonte: Acervo do Autor


4.2.2 Cronograma de Execução do Meio-Fio Pós-Pavimentação

Na execução de meio-fio pós-pavimentação necessitamos de dois serviços a mais do


que quando executado meio-fio antes da pavimentação, ou seja, além dos serviços de
topografia, regularização do solo, marcação com linha e concretagem do meio-fio, é
necessário cortar com serra cliper o asfalto já pronto e escavar em profundidade igual à
espessura da sarjeta (como utilizamos o perfil de meio-fio padrão prefeitura de Uberaba, a
espessura da sarjeta é de 10 cm) a base feita para receber o asfalto (Figura 12), para só depois
regularizar o solo e concretar o meio-fio com a extrusora. Como se trata de uma obra mais
atual do que a disposta no ítem 4.2.1, então utilizaremos os custos reais da obra.

Figura 12 - Escavação da base do asfalto

Fonte: Acervo do autor

De acordo com o Cronograma de Execução da Figura 13, podemos analisar as etapas


com seus respectivos custos e tempo de execução que foram necessários para executar os
meios-fios de concreto pós-pavimentação. Na coluna “Nome da tarefa”, temos todas etapas de
cada serviço para a execução da obra. Como mostrado, temos na marcação topográfica com
duração de 6 dias, porem apenas 3 dias úteis, incluso seus respectivos custos e recursos (este
serviço foi terceirizado). A segunda etapa foi o corte do asfalto, neste serviço foi utilizado e
lançado os custos de uma maquina cortadora de asfalto (serra cliper) com disco e seu operador
que teve duração de 5 dias com também apenas 3 dias úteis. Já na terceira etapa, foi feito
escavação e regularização manual do solo para receber o meio-fio. Nesta etapa foi utilizado
apenas mão de obra de ajudantes, com seus respectivos custos e tempo de duração que foi 12
dias corridos, e utilizados apenas 7. Na quarta e última etapa foi realizado a execução de
meio-fio extrusado chamado nas obras de concretagem, este que inclui, o lançamento do
concreto pelo caminhão betoneira diretamente na extrusora, a mão de obra para desempenar,
alinhar, fazer o corte da junta de dilatação e limpeza recolhendo o concreto. Esta etapa teve
duração de 11 dias, mas apenas 6 dias trabalhados. Também lançados seus custos.

Figura 13 - Cronograma no Project de Execução de Meio-Fio Pós-Pavimentação

Fonte: Acervo do Autor

Na obra de meio-fio executado depois da pavimentação, também utilizado o gráfico de


Gantt para controlar o andamento da obra. Como podemos analisar na Figura 14 abaixo, a
etapa de escavação e regularização manual projetada, a barra em cor preto foi de 12 dias
corridos representando o tempo para término da etapa, mas somente 7 dias úteis (representado
pela barra em cor azul) de serviços distribuídos dentro dos 12 dias. Como a tarefa 11 não foi
concluída, e lançou a conclusão do serviço 9, nos mostram que a obra estaria atrasada em
relação ao planejado. (Este gráfico foi alterado os lançamentos de execução dos serviços
apenas para ter uma didática melhor de como funciona o Gráfico de Gantt, porém a obra real
ocorreu dentro da normalidade do projetado).
Figura 14 - Gráfico de Gantt - Controle Execução de Meio-Fio pós-pavimentação (Project)

Fonte: Acervo do Autor

4.3 Comparativo entre tipos de Execução

Na obra executando meios-fios antes da pavimentação, o prazo de execução foi de 23


dias contabilizando inicio e final de obra. Porém como não se trata de uma obra contínua,
podemos dizer que foram utilizados apenas 16 dias trabalhados. E nesse período útil de obra
foram executados 3.213,00 metros de meio-fio com um custo total de R$10.406,32. Dividindo
a quantidade de meio-fio pela quantidade de dias trabalhados, chegamos a uma média de
200,81 metros de meio-fio executados por dia. Já na obra que foram executados 2.328,00
metros de meios-fios depois da pavimentação já acabada teve um custo de R$13.103,12 e
foram executados em um período de 17 dias de obra (inicio/fim), porém foram utilizados
somente 14 dias trabalhados. Fazendo da mesma maneira do processo anterior teríamos
166,29 metros de meio-fio executados por dia.
Comparando os dois processos executivos de meios-fios nas obras em questão
“Tempo”, observa-se que, o meio-fio feito depois do asfalto, teve dois dias a menos
trabalhados, porém foi executada uma quantidade muito maior de meios-fios pré-pavimento.
Assim vemos que a questão tempo não nos dá a resultado correto, também se olharmos a
questão “Metro/Dia”, por mais que o meio-fio executado antes da pavimentação teve um
maior rendimento, não nos dá o resultado real, pois se utilizarmos mais recursos então
conseguirá um maior rendimento. Então a melhor forma de comparar os dois métodos seria a
questão “Custo/Metro”, onde será divido o custo total de cada obra pela quantidade de meio-
fio executado. Para encontrarmos o “Custo/Metro” simbolizado por “R$/m”, de cada método
de execução, dividimos o Custo total de cada obra pelas respectivas quantidades de metros de
meios-fios executados em cada. O método utilizado pré-asfalto tem-se um custo de
R$10.406,32 divido pelos 3.213,00 m executados então ficaria um valor de R$/m = 3,24. Já
no método de execução depois do pavimento, fazendo o custo de R$13.103,12 divido por
2.328,00 metros de meio-fio executado, temos o valor de R$/m = 5,63.
Então de acordo com os dados dos cronogramas de obras e contas básicas, podemos
verificar que o meio-fio executado antes do asfalto teve menor custo por metro do que o
meio-fio executado depois da pavimentação. Isso se dá devido ao menor trabalho executado,
já que neste método teve duas etapas a menos de serviços, ou seja, em corte de asfalto com
serra cliper e escavação manual de um solo compactado, que tem apenas na execução de
meios-fios pós-pavimentação.

5 CONCLUSÃO

Em conformidade com o estudo de caso apresentado, se analisarmos isoladamente a


etapa de execução de meio-fio, podemos afirmar o quanto o meio-fio de concreto extrusado
feito antes da pavimentação asfáltica tem menor custo do que o meio-fio executado depois da
pavimentação.
Mas de acordo com as pesquisas realizadas neste artigo podemos concluir que apesar
de o meio-fio executado antes da pavimentação ter o custo menor do que o meio-fio
executado depois da pavimentação, não é necessariamente a melhor opção para se tomar em
uma obra. A escolha de qual melhor método a ser utilizado na obra cabe aos engenheiros de
planejamento e execução responsáveis pela obra em um todo, não podendo ser vista apenas
pelo serviço a ser executado no momento ser mais barato. Em uma obra de um loteamento o
meio-fio é apenas uma pequena porcentagem da obra toda. Existem vários pontos a serem
analisados pelos responsáveis para conseguirem o menor custo possível no final da obra,
como por exemplo, a aquisição de verbas, períodos chuvosos ou não, mobilização de
maquinário, entre outros.
Como o artigo tem o objetivo de levar em consideração apenas o custo para execução
do meio-fio, independente se a obra necessita ou não fazer quaisquer serviços e/ou atividades
antes ou depois do meio-fio, deduzimos que por ser verdade que, o meio fio depois da
pavimentação utiliza-se de mais etapas de serviços como o corte do asfalto, a escavação da
base da pavimentação, a concretagem, desempenar, cortes de dilatação, regularização manual
e topografias são serviços de pesos equivalentes, podemos sim, com toda certeza afirmar que
o meio-fio executado antes da pavimentação tem o custo bem mais baixo.
6 REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR NM67: Concreto -


Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1998. 8 p.

NEGRÃO, Jaqueline Boiadeiro Ayres; GEMAQUE, Vitor Hugo Menezes.


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