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Andrade
torna-te voz…
Solta-se uma brisa suave à leitura dos poemas de Safo (séc. VII a. C) na versão de
passam. Poema a poema surge uma atmosfera de magia naqueles fragmentos, pretexto
para deixar o pensamento voar, e ao virar a última página é uma plenitude extasiada
Dou a medida destes superlativos com a transcrição de alguns dos LXXV poemas e
fragmentos traduzidos.
Como já em artigo anterior escrevi, da poesia de Safo restam hoje apenas fragmentos, e
tal com na escultura grega admiramos a sua beleza mutilada, nesta poesia saboreamos
Poemas
II
(fr. 31 L-P)
IX
XXXII
(fr. 47 L-P)
XLII
tece a mentira
(fr. 172, 188)
XLIII
(fr. 50 L-P)
LXXV
que te abandono!”
Eu respondi-lhe: “Adeus,
Mas se esqueceres (e tu
e fragrantes
e um perfume real
derramado sobre a pele;
profundamente apaziguavas
ao meu lado…”
Para o leitor ter a medida do virtuosismo poético da versão de Eugénio de Andrade no fr.
31, (poema II) leia agora a tradução de Frederico Lourenço, o celebrado tradutor de
Ilíada, Odisseia, e vária poesia grega, tão fiel do original quanto o domínio do grego
antigo pelo tradutor. Delas destaco como exemplo os versos finais do poema:
Ele, tu e eu
consigo falar:
os ouvidos;
Nota bibliográfica
Eugénio de Andrade, Poemas e Fragmentos de Safo.
in Poesia e Prosa (1940-1986), 3.ª ed. aumentada, II vol, Círculo de Leitores, 1987.
Oxford, 1955.