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ND 78 - Rev02 07 - 2014
ND 78 - Rev02 07 - 2014
Distribuição
Revisão 02 – 07/2014
NORMA ND.78
ELEKTRO Eletricidade e Serviços S.A.
Diretoria de Operações
Gerência Executiva de Engenharia, Planejamento e Operação
ND.78
52 páginas
Aprovações
Elaboração
ND.78
À ELEKTRO é reservado o direito de modificar total ou parcialmente o conteúdo desta norma, a qualquer
tempo e sem prévio aviso considerando a constante evolução da técnica, dos materiais e equipamentos
bem como das legislações vigentes.
INDICE
1 OBJETIVO .................................................................................................................................... 11
2 CAMPO DE APLICAÇÃO ............................................................................................................. 11
3 DEFINIÇÕES ................................................................................................................................ 11
4 REFERÊNCIAS NORMATIVAS .................................................................................................... 12
4.1 Norma técnica da ELEKTRO .................................................................................................... 12
5 CONDIÇÕES GERAIS .................................................................................................................. 13
6 CONDIÇÕES E ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS.......................................................................... 13
6.1 CARACTERISTÍCAS DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DA ELEKTRO ................................... 13
6.1.1 Tensões primárias ................................................................................................................. 13
6.1.2 Tipos de aterramento ............................................................................................................ 13
6.1.3 Alimentadores ....................................................................................................................... 14
6.1.4 Transformadores de potência .............................................................................................. 14
6.1.5 Transformadores de distribuição ......................................................................................... 14
6.2 Filosofia de proteção ................................................................................................................ 14
6.2.1 Finalidade da proteção.......................................................................................................... 15
6.2.2 Proteções utilizadas .............................................................................................................. 15
6.2.2.1 Chaves-fusíveis / elos-fusíveis .......................................................................................... 15
6.2.2.2 Proteção de alimentadores ................................................................................................ 17
6.2.2.3 Religadores automáticos ................................................................................................... 18
6.2.2.4 Seccionalizadores trifásicos ............................................................................................. 19
6.3 Critérios de proteção ................................................................................................................ 19
6.3.1 Proteção de transformadores de distribuição ..................................................................... 19
6.3.2 Proteção de bancos de capacitores ..................................................................................... 21
6.3.3 Proteções de instalações primárias de clientes particulares............................................. 22
6.3.4 Proteção de redes primárias................................................................................................. 22
6.3.4.1 Seleção e dimensionamento / ajustes .............................................................................. 22
6.3.4.1.1 Chaves-fusíveis e elos-fusíveis ....................................................................................... 22
6.3.4.1.2 Disjuntores / relés de subestações ................................................................................. 24
6.3.4.1.2.1 Critério geral para definição dos ajustes da proteção ................................................. 25
6.3.4.1.2.2 Relé de religamento ........................................................................................................ 29
6.3.4.1.2.3 Religadores tipo subestação.......................................................................................... 29
6.3.4.1.2.4 Religadores tipo poste.................................................................................................... 31
6.3.4.1.2.5 Seccionalizadores ........................................................................................................... 35
6.3.4.2 Coordenação / seletividade ............................................................................................... 37
6.3.4.2.1 Seletividade entre chaves-fusíveis ................................................................................. 37
6.3.4.2.2 Seletividade fusível (lado fonte) / religador .................................................................... 37
6.3.4.2.3 Coordenação religador / fusível ...................................................................................... 39
6.3.4.2.4 Coordenação religador / religador .................................................................................. 40
1 OBJETIVO
2 CAMPO DE APLICAÇÃO
3 DEFINIÇÕES
3.1
bloqueio
condição em que um equipamento de proteção automático permanecerá, uma vez que tendo
efetuado a operação de abertura de seus contatos não os fecha automaticamente, devido a
uma lógica de funcionamento própria do mesmo
3.2
coordenação
O conceito utilizado para definir coordenação entre dois ou mais dispositivos de proteção em
série nesta Norma pressupõe que a proteção foi projetada e ajustada de forma a permitir o
restabelecimento automático para faltas de origem passageira (transitória) e manter
seletividade para faltas permanentes, dentro de uma sequência de operação preestabelecida.
3.3
dispositivo protetor
dispositivo de proteção, localizado imediatamente antes do ponto do curto-circuito,
considerando a subestação como origem.
3.4
dispositivo de retaguarda ou protegido
dispositivo de proteção, localizado anteriormente ao dispositivo protetor, cuja zona de
proteção abrange a do dispositivo protetor, considerando a subestação como origem.
3.5
falta
termo que se aplica a todo fenômeno que impede o funcionamento normal de um sistema ou
equipamento elétrico.
3.6
falta shunt
curto-circuito ou ligação intencional e/ou acidental entre dois ou mais pontos de um circuito,
com potenciais diferentes (ex.: curto fase-terra)
3.7
falta série
falta de fase ou abertura intencional e/ou acidental de uma ou mais fases de um sistema ou
equipamento elétrico (ex.: chave-fusível monopolar aberta)
3.8
falta simultânea
ocorrência de uma falta shunt e uma série no mesmo sistema e no mesmo intervalo de tempo
(ex.: curto-circuito permanente fase-terra com abertura da correspondente chave-fusível)
3.9
seletividade
capacidade do dispositivo protetor atuar antes do dispositivo de retaguarda, independente da
natureza da falta ser de origem passageira ou permanente
3.10
sequência de operação
sucessão de desligamentos e religamentos automáticos de um equipamento, na tentativa de
eliminar faltas de origem passageira, através do religamento com sucesso até o seu bloqueio
ou a interrupção do dispositivo protetor (mais próximo da falta), se a mesma for permanente.
3.11
sobrecorrente
intensidade de corrente superior à máxima permitida para um sistema, ou equipamento
elétrico, ou um componente
3.12
zona de proteção
é o trecho da rede onde o equipamento de proteção consegue ser sensibilizado por uma
sobrecorrente gerada por curto-circuito.
4 REFERÊNCIAS NORMATIVAS
5 CONDIÇÕES GERAIS
6.1.3 Alimentadores
Os alimentadores são do tipo radial e classificado quanto ao arranjo em:
a) Urbano
• Classe 15 kV – trifásico a três fios com neutro secundário não interligado com malha de
terra da subestação.
• Classe 34,5 kV – trifásico a três fios com neutro secundário não interligado com malha de
terra da subestação.
b) Rural
• Classe 15 kV – trifásico a três fios com neutro interligado ao neutro secundário de redes
urbanas (novas extensões de rede urbana de cidades com subestações); trifásico a três fios;
bifásico a dois fios; monofásico a um fio (MRT – Monofásico com Retorno por Terra).
• Classe 34,5 kV – trifásico a três fios com e sem cabo guarda, e monofásico a um fio
(MRT).
51
NHI
O relé de sobrecorrente de alta impedância (RAI) tem como finalidade detectar baixas
correntes, as quais são provocadas por quedas de condutores ao solo com alta impedância
de contato em que os relés de terra convencionais não são sensibilizados. Portanto, a função
do RAI é aumentar a segurança de pessoas e animais.
Consegue-se obter seletividade com a proteção de terra dos religadores em toda a faixa de
corrente de curto-circuito, porém o RAI não é seletivo com os elos-fusíveis para baixas
correntes.
Tabela 5 (continuação)
Capacidade de
Classe de tensão Corrente nominal Condição para
Tipo Descrição interrupção
kV A funcionamento
A
6 000 para bobina Corrente de carga
RV 34,5 400
série > 100 A trifásica > 5 A
Fonte auxiliar para
ESV 3810 34,5 800 10 000
o comando
KFE 15 400 6 000 —
Poste
Por problemas de custo a proteção de bancos de capacitores instalados nas redes primárias
de distribuição deve ser realizada por chaves-fusíveis base tipo C instaladas na mesma
estrutura. A tensão máxima, a corrente nominal, a capacidade de interrupção e o NBI (Nível
Básico de Impulso) das chaves-fusíveis devem estar de acordo com a Tabela 1 (chave-
fusível) e Tabela 2 (porta-fusível). A corrente nominal do porta-fusível deve ser maior ou igual
a 100 A. A capacidade de interrupção deve ser maior que a máxima corrente de curto-circuito
no ponto de instalação na condição mais crítica, ou seja, tanto pelo alimentador normal
quanto na condição de manobra com alimentação por outro alimentador. Os elos-fusíveis para
proteção do banco de capacitores devem ser do tipo K e dimensionados de forma que a
corrente admissível do elo seja maior ou igual a 135% do valor da corrente nominal do banco
de capacitores.
O banco de capacitores deve ser instalado a uma distância superior a 400 m de qualquer
outro banco de capacitores, tanto da ELEKTRO quanto de consumidores industriais de
qualquer lado do ponto de instalação (montante ou jusante), para evitar queimas indevidas do
elo-fusível por correntes de inrush. Vale salientar que não podem ser utilizados mais do que
quatro capacitores em paralelo por fase em um mesmo banco, pois como a proteção é feita
por grupo e não individualmente por capacitor, poderá haver problemas de segurança.
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ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição
Tensão
75 6K – – –
150 6K 6K – –
225 10K – – –
450 – 25K – –
900 – – 40K –
Sendo que a capacidade de interrupção é limitada pelo porta-fusível, deve ser verificado os
valores máximos dos mesmos na Tabela 2.
A corrente nominal da base fusível e do porta-fusível da chave deve ser maior ou igual a
150% da corrente nominal do elo-fusível a ser instalado no ponto.
A corrente nominal da base fusível e do porta fusível da chave deve ser maior ou igual a
150% da corrente nominal do elo fusível a ser instalado no ponto.
(c) Elos-fusíveis
NOTA Para atender algumas situações consideradas esporádicas na ELEKTRO, pode ser utilizado
o elo 25K em pontos nos quais a corrente de carga atual seja de até 25 A (em virtude deste elo ser o
maior aplicado na proteção de ramais). Assim, a corrente admissível do elo de 1,5 x IN = 1,5 x 25 A =
37,5 A, o mesmo atende, nesta situação, em um horizonte até que a carga cresça mais 50%, o que
corresponde na ELEKTRO, em média, mais de 5 anos.
A corrente nominal do elo-fusível deve ser superior à do maior elo de proteção dos
transformadores do qual é retaguarda.
A corrente nominal do elo-fusível deve ser no máximo 25% da menor corrente de curto-
circuito fase-terra mínimo (calculado com resistência de falta 3R = 100 Ω) em sua zona de
proteção e ,se possível, até o fim do trecho para o qual é proteção de retaguarda.
Tempo (s)
1.000,00
1 1 2
0 5 5
K K K
100,00
10,00
1,00
0,10
0,01
0 1 10 100 1.000 10.000
Corrente (A)
NOTA 1 As curvas tempo x corrente cheias indicam o tempo mínimo de fusão do elo-fusível.
NOTA 2 As curvas tracejadas indicam o tempo máximo de interrupção do elo-fusível.
Figura 2 — Curvas tempo x corrente dos elos 10K, 15K e 25K
6.3.4.1.2 Disjuntores / relés de subestações
Os disjuntores e relés (cubículos tipo B) são utilizados exclusivamente nas saídas dos
alimentadores de subestações e são convenientemente especificados e dimensionados para
o ponto de instalação. A proteção do cubículo tipo B é equipado com disjuntor, relés de
O ajuste de corrente do elemento temporizado deve ser tal que satisfaça as seguintes
exigências:
1,2 × Ipick up de fase < menor Iccmín (na zona principal e de retaguarda do relé)
A avaliação da corrente de carga equivalente à demanda máxima futura deve ser feita com
base no planejamento por região elétrica e no estudo de mercado, considerando o horizonte
de cinco anos e também a corrente de manobra.
Iprimário
RTC
Isecundário
Caso esta proteção seja retaguarda de um RL e não for possível cobrir toda a zona em que o
mesmo é retaguarda, deve ser utilizado by-pass com chave-fusível no RL.
NOTA Desconsiderar os TAP’s de Ipick up relé fase maior que 6A, caso contrário o TC, ficaria
desprotegido em caso de sobrecarga já que a corrente térmica secundária do mesmo é comumente de
6A, pois na ELEKTRO utiliza-se TC’s com fator térmico igual 1,2.
- Maior que a máxima corrente de curto circuito trifásico assimétrico no equipamento protetor
(religador, ou disjuntor de entrada primária de clientes particulares).
Caso o relé seja numérico, deve ser levada em consideração a corrente simétrica.
6 kVAinstalado 6 10 000
Itm Ktm 0,5 1 255 A
√3 kV √3 13,8
NOTA Quando do ajuste do TAP do elemento instantâneo do relé de fase, atentar para o tipo de
relé, pois existe diferença de lógica entre os mesmos.
Exemplo :
Relé ICM2:
Iinstantâneo de fase
TAPIinstantâneo de fase
TAPIpick up fase RTC
Relé CO-8
Iinstantâneo de fase
TAPIinstantâneo de fase
RTC
Relé de sobrecorrente de neutro convencional
1,2 Ipick up neutro IccT mín. (na zona principal e de retaguarda do relé)
O time level do relé de neutro convencional deve ser ajustado para permitir seletividade com
os equipamentos de proteção a montante e a jusante.
O ajuste de corrente do elemento instantâneo do relé de neutro convencional deve ser tal que
satisfaça as seguintes exigências:
- No caso de existência de neutro de rede secundária à frente de religador de cidade que não
possui S/E, considerar a resistência de contato 3R = 10 Ω.
- Maior que a corrente de curto-circuito que permite a antecipação da fusão do maior elo à
jusante, mesmo com a possibilidade de uma operação simultânea com o disjuntor, tendo em
vista a baixa probabilidade deste evento acontecer. Caso este elo-fusível seja o 10K ou 15K
o ajuste deve ser igual ou superior a 450 A .Se o elo for o 25K o ajuste deve ser igual ou
superior 600 A.
Logo, resumindo, temos:
Iinstantâneo de neutro
450 A (para maior elo = 10K ou 15K)
Iinstantâneo de neutro
600 A (para maior elo = 25K)
NOTA Da mesma forma como mencionado no relé de fase, quando do ajuste do TAP do elemento
instantâneo do relé de neutro, atentar para o tipo de relé , pois existe diferença de lógica entre os
mesmos.
Exemplo :
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ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição
Relé ICM 2
Iinstantâneo de neutro
TAPIinstantâneo de neutro
TAPIpick up de neutro RTC
Relé CO-8
Iinstantâneo de neutro
TAPIinstantâneo de neutro
RTC
Ajuste de corrente :
Tendo em vista que o RAI, tem como finalidade detectar baixas corrente de curto circuito tipo
fase terra, provocados em geral por contato de cabo ao solo, visando uma melhor segurança
de pessoas e animais, o mesmo deve ser ajustado com mínimos valores.
Para tanto, desconsideramos a princípio, o erro residual máximo dos TC’s especificados pela
norma da ABNT (dados de placa) que permite em última hipótese apresentar até 20% de erro
em relação à carga passante. Na prática os erros dos TC’s utilizados pela ELEKTRO obtidos
em ensaios de laboratório estão em torno de + ou - 1,3 %, que daria um erro residual em
torno de 2,6%.
6 A ≤ IRAI ≤ 12 A
No caso de alimentadores com cargas MRT (Monofilar com Retorno pela Terra - redes rurais),
deve ser obedecido o máximo de 6 A por fase para atendimento dos requisitos acima.
Considerando o fator de demanda igual a 0,33, a carga instalada total de MRT de um
alimentador trifásico de 13,8 kV referido à S/E é limitado em 435 kVA.
Para os alimentadores com carga maior que a especificada acima, deve ser feita uma análise
específica, considerando a corrente de neutro para o ajuste do RAI.
Ajuste de tempo:
3 s ≤ TempoRAI ≤ 5 s
Critérios para definições dos ajustes do relé de neutro de alta sensibilidade (RAI) em
alimentadores de 34,5 kV
O relé RAI em sistemas 34,5 kV deve ser objeto de análise específica, considerando as
particularidades (instabilidade da proteção) do referido sistema.
Ajustes:
Ajustes:
Para S/E´s de 34,5 kV os ajustes podem ser efetuados de forma semelhante aos
estabelecidos para religadores tipo poste (ver Tabela 5) que são instalados nas redes de
distribuição, tendo em vista que nestas S/E´s as correntes de curto-circuito são baixas, ou
seja:
Elemento temporizado
Elemento instantâneo
Elemento instantâneo
Iinstantâneo de terra ≥ 20 A
No caso de existência de dois religadores em série no alimentador, o religador tipo S/E deve
ser ajustado da mesma forma que os estabelecidos para religadores tipo S/E de subestações
de distribuição de tensões superiores a 34,5 kV.
- A capacidade de interrupção nominal do religador deve ser maior que a máxima corrente
de curto-circuito assimétrica calculada no ponto.
NOTA Para religadores que utilizam bobina série atentar para a diminuição da capacidade de
interrupção para valores baixos de corrente nominal de bobina série.
Ajustes:
sendo
PR proteção de retaguarda
IcPR corrente de carga na proteção de retaguarda
IcRL corrente de carga no religador
Para estes religadores, o disparo de fase é feito por meio da operação de bobina série
conectada diretamente no circuito de força do religador. A corrente mínima de disparo de fase
com a bobina série é igual a duas vezes sua corrente nominal, ou seja:
Para estes equipamentos o ajuste da proteção de fase deve atender as condições a seguir:
- a corrente nominal da bobina série deve ser maior que a corrente de carga equivalente à
demanda máxima futura levando em consideração também a corrente em condições de
manobra;
- a corrente mínima de disparo de fase deve ser inferior à corrente de pick up da proteção de
retaguarda descontando a diferença da corrente de carga na proteção de retaguarda da
corrente de carga no religador;
- a corrente mínima de disparo de fase deve ser inferior à menor corrente de curto-circuito
fase-fase na zona supervisionada.
Em resumo temos:
sendo
PR proteção de retaguarda
IcPR corrente de carga na proteção de retaguarda
IcRL corrente de carga no religador
1,2 Imín. disparo de fase RL < menor Icc2F (na zona supervisionada)
Para o ajuste do disparo de terra dos religadores são levados em consideração o seguinte:
- A corrente mínima de disparo de terra deve ser menor que 90% do ajuste do relé de
sobrecorrente de terra de alta impedância (RAI) da subestação devido à proteção do RL
possuir erros admissíveis de 10% sobre o valor ajustado além dos erros de relação dos TC's
do próprio RAI do cubículo B. Também deve ser inferior à menor corrente de curto-circuito
fase-terra mínimo no final da zona supervisionada, ou seja:
6 < Imín. disparo de terra do RL < 0,9 Imín. atuação do RAI (A)
NOTA No caso da zona supervisionada não possuir cargas MRT, a corrente mínima de disparo
de terra pode ser ajustada em até 5 A.
Tempo (s)
10,00
1,00
4
0,10
1
B
A
0,01
0 1 10 100 1.000 10.000
Corrente (A)
Legenda
A = Curva rápida de fase do religador KFE
B = Curva lenta de fase do religador KFE
1 = Curva rápida de terra do religador KFE
4 = Curva lenta de terra do religador KFE
Figura 3 — Curvas típicas de atuação tempo x corrente de religadores.
Tempo de religamento
O tempo de religamento é o tempo compreendido entre uma operação de abertura e a
subsequente operação de fechamento automático do religador. Este tempo quando é
disponível para ajuste, é definido de acordo com a filosofia de proteção adotada, em função
da coordenação com os demais equipamentos de proteção.
Em alguns religadores este tempo é fixo em torno de 2 segundos (KF, KFE, RV e OYT), em
outros ajustáveis por meio de plugues (SEV e ESV que utilizam relé RESCO) e, neste caso,
se não houver problemas com o avanço acumulado do disco de indução dos relés
eletromecânicos das subestações, é recomendável ajustá-los em:
Tempo de rearme
O tempo de rearme é o tempo requerido para que o religador retorne à sua sequência inicial
após uma operação com sucesso, ou seja, o tempo para zerar o contador do número de
operações para bloqueio (apto para executar a sequência de operação completa novamente).
Este tempo, quando ajustável, deve levar em consideração a capacidade do religador
Legenda:
Icc = Corrente de curto-circuito
circuito
Ic = Corrente de carga
R = Operação na curva rápida
L = Operação na curva lenta
tr = Tempo de religamento
Figura 4 — Sequência de operação completa do religador com bloqueio na posição aberta
6.3.4.1.2.5 Seccionalizadores
Seleção:
Após definido o ponto de instalação do seccionalizador,
seccionalizador devem ser verificados os seguintes
requisitos:
- A tensão nominal deve ser compatível com a tensão da rede (13,8 kV).
- O nível básico de isolamento para impulso (NBI) deve ser compatível com a classe de
tensão do sistema (para classe 15 kV → 95 kV e 110 kV).
- A corrente nominal deve ser maior que a corrente de carga equivalente à demanda
máxima futura no ponto.
- A corrente nominal deve ser maior ou igual à corrente mínima de disparo de fase do
religador de retaguarda.
- O tempo equivalente na corrente de curto-circuito
curto circuito simétrica máxima no ponto de
instalação não deve exceder a capacidade de curta duração do SL, em função do maior
tempo de abertura do equipamento de proteção de retaguarda. Em seccionalizadores
hidráulicos atentar para as limitações de capacidade com a bobina série utilizada.
- A capacidade momentânea
momentân do seccionalizador deve ser superior à corrente de curto-
curto
circuito assimétrica máxima no ponto de instalação.
- É recomendável que a corrente mínima de carga seja superior a 3,5 A no ponto em que
for instalado o seccionalizador GN3E.
Ajustes:
Na proteção de fase dos seccionalizadores a corrente mínima de atuação é ajustada para ser
sensibilizada o mais próximo de 80% da corrente mínima de disparo de fase do religador, ou
seja:
Esta expressão é válida quando tanto o seccionalizador quanto o religador são eletrônicos
(por exemplo, o SL GN3E com RL KFE).
Para o mesmo seccionalizador hidráulico (OYS) à frente de religador eletrônico (SEV, KFE,
etc.) a escolha da corrente nominal da bobina série do SL é da seguinte forma:
Eletrônico Imín. atuação de fase SL ≤ 0,8 Imín. disparo de fase RL Imín. atuação de fase SL ≤ 1,6 × In bobina série RL
A corrente mínima de atuação de fase do SL deve ser inferior à menor corrente de curto-
circuito fase-fase no final da zona supervisionada tanto do SL quanto do RL, ou seja:
Imín. atuação de fase SL menor Icc2F (na zona supervisionada pelo SL e RL)
A proteção de terra dos seccionalizadores é ajustada para ser sensibilizada o mais próximo
de 80% da corrente mínima de disparo de terra do religador, ou seja:
Página 36 Revisão 03 – xx/2014
ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição
NOTA No caso de não existência de MRT na zona supervisionada pelo SL a corrente mínima de
atuação de terra do SL pode ser ajustada em até 4 A.
Para se conseguir seletividade entre fusíveis é desejável que o máximo tempo de interrupção
do fusível protetor não exceda a 75% do mínimo tempo de fusão do elo protegido, ou seja:
Para verificação da seletividade entre chaves-fusíveis com elos H e K, consultar a Tabela 10.
As curvas tempo x corrente dos elos 10K, 15K e 25K estão mostradas na Figura 2.
K1. Este fator é definido em função da sequência de operação e dos tempos de religamento
do religador, que vão pré aquecendo o elo-fusível. Os valores de K1 estão definidos na
Tabela 11.
Tabela 11 — Valores de K1
Sequência de operação
Tempo de Operações: 2 rápidas + Operações: 1 rápida + 3 Operações:
religamento 2 temporizadas temporizadas 4 temporizadas
s
Fator K1
Cuidados devem ser tomados quando se refletir as correntes de falta de um dos lados do
referido transformador face ao tipo de conexão. Logo, recomenda-se efetuar uma análise em
termos de componente simétrica nestes casos. Ex.: curto-circuito fase-fase na BT de
transformador triângulo-estrela reflete a intensidade de um curto trifásico em uma das fases
da AT.
Não é permitido o uso de fusível como proteção de retaguarda de religadores em um mesmo
nível de tensão.
A Figura 5 ilustra as curvas do elo-fusível de forma seletiva com a curva lenta do religador.
Tempo (s)
100,00
80K
10,00
1,00
B
0,10 A
0,01
0 1 10 100 1.000 10.000
Corrente (A)
Figura 5 — Curva do elo-fusível e curva lenta do religador
- Para o valor da corrente mínima de falta (2F ou FT) na zona de proteção mútua (RL e elo-
fusível), o tempo máximo de interrupção do fusível não seja superior ao tempo de atuação na
curva lenta do religador, ou seja:
Tempo (s)
100,00
25K
10,00
1,00
0,10
KS
HxK2
H
0,01
Imin Imax
0 1 10 100 1.000 10.000
Corrente (A)
Figura 6 — Faixa de coordenação religador / fusível
baseia na suposição de que na base de 60 ciclos, suas curvas tempo x corrente separadas
mais de 12 ciclos (200 ms) não operarão simultaneamente, e menos de 12 ciclos poderão
operar simultaneamente.
A coordenação entre religadores instalados em série, tem como base o seguinte: para
qualquer falta transitória ou permanente na zona de proteção mútua, o religador mais
próximo dessa deve antecipar sua operação, sem deixar que o religador de retaguarda
opere em sua curva lenta.
Existem várias formas para se conseguir coordenação entre religadores envolvendo os vários
tipos de ajustes. Recomenda-se para se ter uma boa coordenação as combinações a seguir:
• Correntes de disparo iguais com curvas lentas diferentes.
• Correntes de disparo diferentes com curvas lentas diferentes.
• Correntes de disparo diferentes com curvas lentas iguais e sequência de operações
diferentes.
• Correntes de disparo diferentes com curvas lentas diferentes e sequência de operações
diferentes.
A Figura 7 ilustra uma coordenação religador / religador com correntes de disparo de fase e
terra diferentes com curvas lentas diferentes.
Tempo (s)
100,00
10,00
5
1,00
4
C
0,10
1 B
A
0,01
0 1 10 100 1.000 10.000
Corrente (A)
Figura 7 — Coordenação religador / religador com correntes de disparo de fase e terra
diferentes com curvas lentas diferentes
Na curva rápida os dois religadores atuarão simultaneamente na maioria das vezes. Desta
forma, as sequências de operações mais adequadas para os religadores são 2R + 2L
para o RL protetor e 1R + 3L para o RL retaguarda.
75% do tempo de atuação do relé na curva temporizada, o que for mais crítico, em toda a
faixa de corrente de curto-circuito envolvida na zona de proteção da chave-fusível, ou seja:
Atentar para que não sejam efetuados ajustes nos relés exageradamente elevados, pois os
mesmos devem, também, garantir a seletividade com os relés de retaguarda localizados no
cubículo geral (tipo A) da subestação. Para a proteção contra falta a terra com o relé de
sobrecorrente de neutro de alta impedância (RAI), a consideração para a seletividade na
menor corrente é na interseção da curva do RAI com a curva do relé de neutro convencional.
Para correntes de curto-circuito fase-terra abaixo desse valor até a corrente de pick up
ajustada no RAI, a seletividade é comprometida na maioria dessa faixa.
Tempo (s)
1.000,00
1 1 2
0 5 5
K K K
100,00
10,00
RAI
1,00
RN
0,10
0,01
0 1 10 100 1.000 10.000
Corrente (A)
Legenda:
RN = Curva tempo x corrente do relé de neutro
RAI = Curva do relé de neutro de alta impedância
Figura 8 — Seletividade relé / elo utilizando-se de relé de neutro convencional e relé RAI
sendo
PR proteção de retaguarda
IcPR corrente de carga atual na proteção de retaguarda
IcRL corrente de carga nominal do religador
- O intervalo entre os tempos máximos de atuação das curvas lentas de fase e terra do
religador, especificados pelo fabricante e os tempos de atuação dos relés de sobrecorrente de
fase e neutro, respectivamente, sejam superiores a 0,2 s, e o tempo de atuação na curva lenta
do religador não ultrapasse em 80% do tempo de atuação do relé em toda a faixa de curto-
circuito na zona de supervisão do religador, o que for mais crítico. Esta consideração é válida
para relés de sobrecorrente estáticos e digitais (numéricos), pois o seu tempo de rearme é
praticamente instantâneo.
Tempo (s)
10,00
RAI
1.D
1,00 RF
RN
.1F
F
0,10
0,01 C
0 1 10 100 1.000 10.000
Corrente (A)
Legenda:
C e F = Curvas rápida e lenta de fase do RL
1F e 1D = Curvas rápida e lenta de terra do RL
RF = Curva temporizada do relé de fase
RN = Curva temporizada do relé de neutro
RAI = Curva do relé de neutro de alta impedância
Figura 9 — Seletividade relé / religador
Para se fazer a verificação do avanço do disco de indução deve ser comparado os tempos de
atuação do relé de fase com os tempos de atuação da proteção de fase do religador na curva
lenta em seu ponto mais crítico em termos percentuais, ou seja, a relação tempo de atuação
da proteção de fase do religador na curva lenta / tempo de atuação do relé de fase é máxima
em toda a faixa de curto-circuito trifásico ou fase-fase na zona de proteção do religador.
Processa-se da mesma forma para as proteções de terra.
Ponto de verificação é a relação máxima entre tempo de atuação na curva lenta do RL pelo
tempo de atuação do relé
Logo, para a verificação dos avanços acumulados do relé eletromecânico deve ser
comparado os tempos na corrente de 360 A.
Segue abaixo um modelo para verificação do avanço do disco de indução do relé
eletromecânico:
Dados do Relé
Time Level ........................................................... %
Tempo de Operação ........................................... s
Tempo de Restabelecimento .............................. s (p/ o TL ajustado)
Conclusão: O percurso acumulado do disco de indução do relé de terra durante todo o ciclo
de operação do religador de 79,4% < 80%, guarda margem de segurança suficiente para não
provocar a atuação indevida (simultânea) do relé.
- O RL deve ser capaz de sentir as correntes mínimas de defeito na zona supervisionada pelo
SL.
Imín. disparo e atuação fase RL e SL menor Icc2F (na zona supervisionada pelo RL e SL)
Imín. disparo e atuação terra RL e SL menor IccF-T mín. (na zona supervisionada pelo RL e SL)
- O número de contagem para abertura (bloqueio) do SL deve ser ajustado para no máximo o
número de operações para bloqueio do RL menos um.
sendo
TTA tempo total acumulado
Este ajuste só pode ser efetuado quando a corrente mínima de carga for comprovadamente
superior a 3,5 A que é o valor mínimo necessário para que o restritor funcione
adequadamente.
O RL deve ter
er o tempo de rearme ajustável, como é o caso do RL 280 SEV 1506.
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ND.78 Proteção de Redes Aéreas de Distribuição
Caso as condições (1) e (2) não sejam atendidas o RL deve ser ajustado na sequência
seq de
operação 1 rápida + 3 lentas.
RL → Sequência
ência de operação: 2R + 2L
SL com restritor (corrente ou tensão) → No de contagens p/ bloqueio: 2
Figura 11 — Coordenação religador / seccionalizador / elo-fusível
fusível — Opção 1
RL → Sequência
ência de operação: 1R + 3L
o
SL → N de contagens p/ bloqueio: 3
Figura 12 — Coordenação religador / seccionalizador / elo-fusível
fusível — Opção 2
Recomenda-sese não instalar o SL GN3E em pontos em que a corrente de carga for inferior a
3,5 A, pois como durante o curto-circuito
curto tem-se
se de carregar o capacitor do sistema de
alimentação do circuito eletrônico do SL, o mesmo pode não conseguir em algumas situações,
efetuar a contagem na curva rápida do RL, devido ao curto intervalo de tempo envolvido,
podendo haver bloqueio simultâneo do RL e SL.
Para situações
ituações de corrente de carga muito baixa o mais adequado seria que o SL possuísse o
restritor de contagem por tensão, pois o SL só contaria na condição de curto-circuito
curto quando a
tensão caísse a zero, ou seja, conta apenas quando da operação do RL. Em virtude
vir do custo
elevado, não se optou pelo uso do dispositivo restritor de contagem por tensão em nossos
seccionalizadores.
1,2 × Ipick up fase PR menor Icc2F (na zona de proteção principal do RL)
Bay-Pass com chave-fusível – Deve ser aplicada quando as correntes de falta (Icc2F)
envolvidas na zona de proteção principal do religador "bay-passado" não sensibilizem a
proteção de retaguarda, ou seja, quando:
NOTA Escolher o menor elo-fusível possível para permitir o máximo de seletividade com a curva
lenta da proteção de terra do religador.
Na 3a operação da chave repetidora o avanço acumulado do relé deve ser menor ou igual a
75% e menor ou igual a 0,2 s.
Considerando que pode haver modelos diferentes entre relés de fase e neutro,
consequentemente com tempos de rearme diferentes, deve ser verificado o avanço
acumulado para os dois relés.
3 tmáx. interrupção uma unidade chave-fusível repetidora 0,75 tmín. fusão elo protegido (retaguarda) (na faixa
de corrente de CC fase-terra mínimo correspondente na zona de proteção principal da chave-
fusível repetidora)
3 tmáx. interrupção chave-fusível 0,75 tmín. fusão elo unidade chave-fusível repetidora