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VOTO- E M E N T A
O exame dos autos evidencia que o ilustre a quo examinou com acuidade a
demanda posta à sua apreciação no que concerne à cobrança indevida, tendo em vista
que a parte autora colaciona aos autos no evento 01 o comprovante de solicitação de
encerramento da conta, datado de 09/12/2015.
Por outro lado, o autor junta com a exordial, no evento projudi 01, o
aviso de protesto de título em que figura como parte, realizado pelo banco réu, ,
desincumbindo-se assim do ônus de provar o fato constitutivo de seu direito , nos
termos do art.373, inciso Ido CPC. É cediço na jurisprudência pátria que o protesto
indevido de título gera dano moral in re ipsa, cujo prejuízo prescinde de
comprovação.
Reconhecida a existência dos danos morais por parte da ré contra o autor, esses
devem ser fixados com equilibrada reflexão, examinando a questão relativa à fixação do
valor da respectiva indenização.
No particular, o prudente arbítrio do magistrado exige não deva ser considerada,
apenas, a situação econômica do causador do dano, porque, se tal for o critério, resvalar-
se-á para o extremo oposto, com amplas possibilidades de propiciar ao ofendido o
enriquecimento sem causa. Há que se atender, porém, e também com moderação, ao
efeito inibidor da atitude repugnada.
Inobstante, entendo que o valor arbitrado a título de danos morais exorbitou da justa
medida, e violou os parâmetros da razoabilidade e proporcionalidade, sendo mister a sua
redução, como forma de atenuar o desequilíbrio gerado pela condenação imposta, sem
deixar de reconhecer a reprovabilidade da conduta perpetrada.
Isto posto, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO e DOU-
LHE PROVIMENTO, tão somente para reduzir o quantum condenatório arbitrado a título
de danos morais, que fixo em R$ 3.000,00 ( três mil reais ), corrigidos conforme
determinado na sentença, mantendo no mais a sentença objurgada pelos próprio
fundamentos. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no
recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente
ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Cíveis e
Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA CARDOZO DOS
REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE – Relatora e
ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do
julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no
recurso.