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ACÚSTICA

ARQUITETÔNICA
Régio Paniago Carvalho

ACÚSTICA
ARQUITETÔNICA
2a edição
Revista e Ampliada

Arch-Tec®
© by Régio Paniago Carvalho - 2006
2a edição - 2010

Ficha Técnica

Revisão:
Régio Paniago Carvalho e João Carlos Taveira

Arte final e Capa:


Victor Tagore e Cassia Caroline Ramiro Rocha

Ilustrações:
Marcelo Borges Faccenda e Jonatan Gonçalves

Imagens Fotograficas:
Ivan Lopes Franco

Diagramação:
Cláudia Gomes

ISBN 978-85-7062-xxx-0

C331a Carvalho, Régio Paniago


Acústica Arquitetônica / Régio Paniago
Carvalho. 2. ed. – Brasília : Thesaurus,
2010.

p. ; il.

1. Acústica, Brasil 2. Arquiteruta I. Título

CDU 534.8:72
CDD 534

Todos os direitos em língua portuguesa, no Brasil, reservados de acordo com a lei. Nenhuma parte deste livro pode
ser reproduzida ou transmitida de qualquer forma ou por qualquer meio, incluindo fotocópia, gravação ou informação
computadorizada, sem permissão por escrito do Autor. THESAURUS EDITORA DE BRASÍLIA LTDA. SIG Quadra 8, lote
2356 - CEP 70610-480 - Brasília, DF. Fone: (61) 3344-3738 - Fax: (61) 3344-2353 * End. Eletrônico: editor@thesaurus.
com.br *Página na Internet: www.thesaurus.com.br - Arch-Tec® - www.arch-tec.com.br / arch-tec@arch-tec.com.br

Composto e impresso no Brasil / Printed in Brazil


Agradecimentos

A todos que, direta ou indiretamente, de alguma


forma contribuiram para o desenvolvimento deste
projeto, e em especial à minha família pela paci-
ência e compreensão e aos meus colegas de traba-
lho: meus filhos Bruno (arquiteto) e César (estu-
dante de arquitetura) e arquitetos Adriane Pastore,
Jonatan Gonçalves, Marcelo Borges Faccenda e
Wiliam Farkatt Tabosa.

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Perfil do autor

Paixão pela acústica: texto parcial de impressões sobre o autor, em en-


trevista publicada na edição nº 12 de 28/06/2009 do portal Vibranews
(www.vibranews.com.br), informativo eletrônico da Vibrason - SP
(www.vibrason.com.br)

Basta conversar alguns minutos com o arquiteto Régio Paniago


Carvalho para ficar convencido de seu talento e paixão pela acústica. Este
sentimento, com certeza, mobiliza esse goiano (55 anos) a tocar seus pro-
jetos, nos quais combina base científica com extrema sensibilidade e per-
feito domínio dos segredos da arquitetura. Formado pela Universidade
de Brasília, iniciou sua vida profissional na implantação da então recém
constituida Radiobrás na Amazônia Legal na década de 70. Lá, enfrentou
muitas dificuldades de acesso à informação especializada. Viu-se obriga-
do, então, a pesquisar a essência do comportamento acústico dos mate-
riais nas suas várias formas de aplicação, conciliando os recursos naturais
próprios de cada região com as necessidades das obras ali executadas...

Jornalista Ailton Fernandes


Opera Marketing – São Paulo-SP
www.operamarketing.com.br / ailton@operamarketing.com.br

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Comentários sobre a primeira edição

Gosto do livro de Régio Paniago, um dos livros que utilizo em mi-


nha disciplina de Conforto Acústico ministrada na Faculdade de Arqui-
tetura e Urbanismo - UNIEURO (Centro Universitário Euroamericano),
porque é bom de se ler, por sua redação clara, bem organizada e ilustra-
ções com qualidade gráfica. Prático, antes de tudo, desmitifica a acústica
por trazer os problemas do dia a dia do arquiteto e do engenheiro, do
músico, entre outros, constituindo-se em interessante fonte de consulta.

Miriam Nardelli, Dra. Arqta. (UnB-DF)


studiumarquitetura@gmail.com

O livro Acústica Arquitetônica apresenta os conceitos de acústica


num texto objetivo, claro e numa sequência de fácil entendimento para o
estudante. O arquiteto Régio Paniago Carvalho conseguiu transmitir as ba-
ses da acústica sem se valer de fórmulas matemáticas complexas, tornando o
livro acessível aos iniciantes no mundo da acústica. Além disso, ele apresenta
situações arquitetônicas específicas com recomendações para a condução de
um projeto acústico adequado. Este livro tem sido uma fonte de consulta
para realização dos nossos projetos acústicos, além de servir como base para
montagem do nosso curso a distância “Acústica - fundamentos e conceitos”.

Vitor Litwinczik, Dr. Eng. (UFSC-SC)


Consultor da SOBRAC - Sociedade Brasileira de Acústica
Sócio diretor da Anima Acústica – Tecnologia e Conhecimento, Florianópolis – SC
www.animacustica.com.br / vitor@animacustica.com.br

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É um prazer comentar sobre o livro “Acústica Arquitetônica” do
meu particular amigo e companheiro de 30 anos de jornada, arquiteto
Régio Paniago, obra da mais alta qualidade tanto no que diz respeito aos
preceitos teóricos como à gama de coeficientes de absorção acústica de
diversos materiais nela citados. Sugiro esta obra não somente para os
profissionais, mas também para os estudantes de arquitetura e engenha-
ria. Parabéns por este trabalho de grande valia para todos nós.

José Alberto Porto da Cunha Lobo, Eng. (UGF-RJ)


Membro Efetivo da SOBRAC - Sociedade Brasileira de Acústica
Sócio diretor da Implante de Acústica, Brasília – DF
www.implanteacustica.com.br / lobo@implanteacustica.com.br

Este livro veio para suprir a quase lacuna de tão poucas publica-
ções sobre acústica arquitetônica no Brasil. Na constante busca por um
novo estilo de vida, com conforto e bem-estar, esse material se mostra de
grande valia para a ACKOUSTIK, auxiliando nas soluções dos trabalhos
desenvolvidos por nossa empresa. O livro trata a questão com proprie-
dade, orientando a evitar problemas futuros e a aumentar a consciência
dos cidadãos.

Ivon Lopes Franco


Sócio diretor da ACKOUSTIK – Acústica e Projetos, Brasília - DF
www.ackk.com.br / ack@ackk.com.br

Acústica Arquitetônica - comentário sobre a primeira edi-


ção do livro, publicado no site da internet www.nosrevista.com.br em
14/02/2008: “Esse é o melhor livro de acústica que já li em minha vida,
parabéns ao arquiteto...”

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Nota do autor

Meus sinceros agradecimentos pelos comentários dos dou-


tores, colegas e parceiros que, em muito, me incentivaram a pro-
mover esta segunda edição do “Acústica Arquitetônica”.
Ao escrever um livro técnico o autor se expõe, e eu não sabia
que a coisa é tão intensa. Mas não houve susto, e está sendo muito
gratificante: não somente arquitetos e engenheiros adotaram esta
obra nas suas empreitadas, mas também advogados fundamen-
tando suas teses nos tribunais, médicos orientando seus pacientes,
igrejas direcionando suas instalações, músicos construindo seus
estúdios particulares, enfim um alcance surpreendente que não
consegui imaginar de começo. E mais uma surpresa agradável,
também não prevista na partida: muitas escolas de arquitetura e
engenharia, Brasil afora, passaram a adotar este trabalho na con-
dição de livro didático.
Devo admitir que o objetivo não somente foi alcançado,
como também superou as expectativas. Minha responsabilidade
aumentou, e muito.
E conforme disse na introdução, ainda na primeira edição,
na medida em que experimentássemos (nós da Arch-Tec) novos
desafios ao longo do tempo, acréscimos seriam introduzidos e al-
terações necessárias seriam procedidas, cumprindo a promessa de
uma coisa não estanque, mas um instrumento vivo e dinâmico.
Espero sinceramente que esta segunda edição, revisada e
ampliada, extrapolando inclusive em alguns exemplos de casos
que contém inseridas questões de conforto térmico e outros es-

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pecíficos de acústica ambiental em nível do urbano e até do rural,
atenda a um número ainda maior de leitores.
Este trabalho, fruto de uma vivência profissional, continua
aberto a comentários e sugestões.
Aproveito a oportunidade para também agradecer ao expo-
ente português da divulgação da literatura brasileira contemporâ-
nea, Sr. Victor Alegria da Thesaurus Editora, que acreditou neste
trabalho quando da sua primeira edição, e ao seu filho, Victor Tago-
re Alegria, pela paciência e dedicação na sua produção editorial.
E mais uma vez, obrigado a todos.

Arq. Régio Paniago Carvalho – o autor


Responsável Técnico pela Arch-Tec®
www.arch-tec.com.br / regio@arch-tec.com.br

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Sumário

1. INTRODUÇÃO................................................................. 19

2. O SOM
2.1. Conceito...................................................................... 25
2.2. Ondas sonoras............................................................. 25
2.3. Freqüência e período.................................................. 26
2.4. Velocidade de propagação do som.............................. 27
2.5. Comprimento de onda................................................ 28
2.6. Intensidade do som..................................................... 28
2.7. Alcance do som........................................................... 29
2.8. Mascaramento do som................................................ 29
2.9. Difração do som.......................................................... 30
2.10. Refração do som....................................................... 31
2.11. Ressonância do som.................................................. 31
2.12. Reflexão do som....................................................... 31
2.13. Inteligibilidade.......................................................... 32
2.14. Reverberação............................................................ 32
2.15. Eco............................................................................ 33
2.16. Eco palpitante........................................................... 34
2.17. Ondas estacionárias.................................................. 34
2.18. O Decibel.................................................................. 35
2.19. Percepção auditiva do som....................................... 35
2.20. Atenuação do som devido à distância....................... 37
2.21. Somando decibéis..................................................... 38

3. RUÍDO
3.1. Conceito...................................................................... 41
3.2. Efeitos do ruído sobre o homem................................. 42
3.3. Ruído aéreo................................................................. 43
3.4. Ruído de impacto........................................................ 44
3.5. Verificação de níveis de ruído..................................... 44
3.6. O Decibel A: dB(A).................................................... 46
3.7. Níveis de ruído aceitáveis........................................... 47
3.8. Dose de ruído.............................................................. 49

4. COMPORTAMENTO ACÚSTICO DOS MATERIAIS


4.1. Conceito...................................................................... 55
4.2. Materiais e sistemas isolantes acústicos..................... 56
4.3. A Lei de Massa........................................................... 60
4.4. Isolamento acústico x comprimento de onda............. 61
4.5. O efeito Massa / Mola / Massa................................... 62
4.6. Materiais e sistemas absorventes acústicos................ 63

5. TRATAMENTO ACÚSTICO
5.1. Conceito...................................................................... 87
5.2. Isolamento acústico.................................................... 88
5.3. Absorção acústica....................................................... 90
5.4. Condicionamento acústico.......................................... 92
5.5. Tempo de reverberação............................................... 93
5.6. Tempo ótimo de reverberação.................................... 94
5.7. Geometria interna dos recintos................................... 96

6. QUESTÕES DE ACÚSTICA ARQUITETÔNICA


6.1. Esquadrias acústicas................................................... 103
6.2. Barreiras acústicas...................................................... 106
6.3. Atenuadores de ruído.................................................. 107
6.4. Ruídos em poços de ventilação de edifícios............... 109
6.5. Ruído de impacto em lajes de pisos............................ 112
6.6. Ruído de impacto em coberturas metálicas................ 119
6.7. Divisórias acústicas.................................................... 120
6.8. Ruído aéreo de motores.............................................. 122
6.9. Vibrações de máquinas e motores.............................. 124
7. TIPOLOGIAS ESPECÍFICAS
7.1. Ambientes de escritórios............................................. 129
7.2. Ambientes de televendas............................................ 133
7.3. Salas de reunião.......................................................... 136
7.4. Escolas de música....................................................... 138
7.5. Home Theaters............................................................ 141
7.6. Auditórios................................................................... 143
7.7. Ruído Industrial.......................................................... 146
7.8. Bares e restaurantes abertos........................................ 147

8. SOBRE ESTÚDIOS
8.1. Estúdios de rádio (locuções)....................................... 153
8.2. Estúdios de televisão.................................................. 156
8.3. Estúdios de gravação e/ou ensaios conjuntos............. 161

9. ESTUDO DE CASO 1 – SALA DE AULA...................... 167

10. ESTUDO DE CASO 2 – LOCUÇÃO DE RÁDIO......... 183

11. EXEMPLO DE CASO 1 – ESTÚDIO DE GRAVAÇÃO... 189

12. EXEMPLO DE CASO 2 – PEQUENO AUDITÓRIO........ 199

13. EXEMPLO DE CASO 3 – TEMPLO RELIGIOSO........ 207

14. EXEMPLO DE CASO 4 – QUESTÃO DE RUÍDO


URBANO......................................................................... 219

15. EXEMPLO DE CASO 5 – QUESTÃO RUÍDO EM


ÁREA RURAL.................................................................. 229

16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................ 237


1. INTRODUÇÃO
1. INTRODUÇÃO

O crescimento desordenado dos núcleos urbanos, o adven-


to das novas tecnologias da construção civil, questões de
ordem cultural, etc., têm provocado um aumento acentuado de
questões relacionadas ao conforto acústico.
Como matéria relativamente nova que se apresenta no Bra-
sil, não é necessário um estudo mais profundo para comprovar o
pouco conhecimento do assunto pela grande maioria dos colegas
de arquitetura e engenharia. Sabe-se muito pouco, ou quase nada,
sobre os conceitos que norteiam um bom projeto de acústica ar-
quitetônica. A bibliografia disponível, em português, resume-se
a poucos livros e tratados, que às vezes se perdem em demasiada
teoria ou nem sempre são encontrados com facilidade nas livra-
rias e bibliotecas.
A maioria dos arquitetos, construtores e engenheiros, ao
se depararem com situações que exigem maior atenção sobre o
assunto, limitam-se a reutilizar especificações e fórmulas aplica-
das em situações particulares, levando os projetos a apresentarem
equívocos de conforto acústico.
Proliferam-se, por conseguinte, os auditórios com gran-
des áreas revestidas com carpete, sem consistência técnica e com
atenção excessiva aos aspectos plásticos. Arquitetos com expe-
riência nessa área e conhecimento do comportamento acústico
dos materiais, podem projetá-los satisfatoriamente, com as mais
variadas plantas e volumes e revestir com gama interminável
de materiais.

19
R égio P aniago C arval h o

Por outro lado é crescente o número de reclamações quanto


às questões de ruído urbano, especificamente no tocante ao nú-
mero excessivo de veículos trafegando pelas ruas, casas noturnas
e até mesmo igrejas ou templos. Algumas vezes ouvimos depoi-
mentos de pessoas que dizem ter se “acostumado” com tais ruídos
próximos às suas residências e/ou locais de trabalho, quando na
realidade estão sofrendo a perda de sua sensibilidade auditiva.
Também as construtoras e incorporadoras, em sua busca
pela qualidade sempre crescente dos seus produtos, começam a
se preocupar com o ruído de impacto de sapatos nas lajes de en-
trepisos de um edifício, bem como com a transmissão de ruídos
através dos poços de ventilação de banheiros, do fluxo de líquidos
em tubulações hidráulicas e outras tantas situações.
A acústica arquitetônica transcendeu, então, os teatros,
igrejas, cinemas, estúdios, entre outros, passando a incorporar-se
em nosso dia-a-dia: salas de aula, escritórios, grupos geradores de
energia e até o impacto da chuva no telhado
O projeto de acústica arquitetônica deixou de ser um tema
acadêmico, enclausurado entre quatro paredes, para tornar-se
real. Passa a ser necessário, simultaneamente com o projeto de
arquitetura de edifícios, estruturas portantes, instalações prediais,
tratamento térmico, etc.
Dessa forma, elaboramos este trabalho, que a partir de agora
passa a nortear nossas consultas teóricas e procedimentos práticos
no tratamento destas questões, endereçado também àqueles que
buscam respostas rápidas e consistentes para tais procedimentos.
Seu embasamento teórico nos parece suficiente para as questões
abordadas. A intenção é nos atermos quase que exclusivamente
à experiência prática, eliminando considerações demasiadamente
teóricas que possam tornar estes escritos desinteressantes ou ina-
dequados à sua meta.

20
acústica arquitetônica

E, na medida em que experimentarmos novos desafios, este


texto poderá receber acréscimos e/ou alterações, não se consti-
tuindo então em uma coisa estanque, mas em um instrumento
vivo e dinâmico.
Na necessidade de aprofundamento dos temas aqui apre-
sentados deveremos consultar nossa biblioteca atualmente dispo-
nível, bem como nosso banco de dados.

Brasília-DF, janeiro de 2004.

Arq. Régio Paniago Carvalho


Responsável Técnico pela Arch-Tec®

21
2. O SOM
2. O Som

2.1. Conceito
O som é toda vibração ou onda mecânica gerada por um
corpo vibrante, passível de ser detectada pelo ouvido humano.
A partir da fonte, o som se propaga em todas as direções, se-
gundo uma esfera. Entretanto, dependendo da fonte sonora, pode
haver uma maior concentração de energia em um determinado
sentido evidenciando-se assim seu direcionamento.
O som requer um meio qualquer para se propagar (sólido,
líquido ou gasoso). Dessa forma, pode-se concluir que o som não
se propaga no vácuo.

2.2. Ondas sonoras


São os resultados das oscilações de moléculas do meio de pro-
pagação, em torno de suas posições de equilíbrio. A título exclusivo

25
R égio P aniago C arval h o

de fácil compreensão do fenômeno, a água superficial de uma lagoa


(meio elástico) quando excitada, gera ondas: espaços de pressão e
depressão (energia cinética) passando por uma região de referência
(energia potencial).

2.3. Freqüência (f) e período (T)


Exercida uma pressão em um meio elástico ocorrem ocila-
ções cíclicas de pressão/depressão, em intervalos de tempo (pe-
ríodo) maiores ou menores. A freqüência é então o número de
oscilações (ou ciclos) por unidade de tempo (período).

26
acústica arquitetônica

O desenho anterior evidencia que a freqüência (expressa em


ciclos por segundo ou Hertz) é inversamente proporcional ao pe-
ríodo (expresso em segundos): f=1/T.
Classificação das ondas sonoras quanto à freqüência

2.4. Velocidade de propagação do som (C)


O som se propaga em velocidade diretamente proporcional
à densidade do meio.
No ar, a 20ºC e ao nível do mar, C (velocidade de propaga-
ção) = 343 m/seg.
A velocidade de propagação do som:
• é diretamente proporcional à temperatura;
• é diretamente proporcional à umidade;
• não sofre influência da pressão atmosférica;
• não varia com a freqüência.

Outras velocidades de propagação do som

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R égio P aniago C arval h o

2.5. Comprimento de onda (λ= C/f)


É a distância percorrida pela onda sonora segundo um ciclo
completo de pressão/depressão:

Nestes termos, no ar, o comprimento de uma onda de fre-


qüência 100Hz será:

λ = 343 / 100 = 3,43m

2.6. Intensidade do som


É a energia com que o som chega ao receptor, energia essa
que não altera a freqüência do som.

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acústica arquitetônica

2.7. Alcance do som


Experiência realizada em Lyon, junto às margens do rio Sena
e sobre os lagos Annecy e Lehman na França, para analisar as boas
propriedades refletoras da água, chegou à seguinte conclusão: ao se
posicionar adequadamente uma fonte em frente a um espelho d’água
de grande extensão, um som pode alcançar 1.500 metros de distância
e, dependendo das circunstâncias, chegar até a 2.500 metros.

2.8. Mascaramento do som


Consiste na sobreposição de sons, ou seja, dois ou mais
sons percutem ao mesmo tempo no mesmo ambiente e se “em-
baralham”, dificultando sua identificação. Nesses casos, o som de
maior intensidade sobrepõe-se ao de menor intensidade

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R égio P aniago C arval h o

2.9. Difração do som


Consiste na propriedade que uma onda sonora possui de
transpor obstáculos posicionados entre a fonte sonora e a recep-
ção, mudando sua direção e reduzindo sua intensidade.

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