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Abstract: This article aims to address the political conflicts that occurred in Itapemirim,
southern region of the Province of Espírito Santo, during the second half of the 19th century.
Farmers from the region held political posts in the province and kept in touch with important
people in the Court. Thus, the local parties, Macucos and Arraias, aligned themselves with the
Licenciada em História (2007), Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional (2009), Especialista em
Educação Profissional e Tecnológica (2016). Mestranda do Programa da Pós-graduação em História da UFES
(2017-2019). Docente de História da Rede Municipal de Marataízes-ES. E-mail: assyrall@gmail.com.
Introdução
1
COSTA, E. V. Da Monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Fundação Editora da UNESP,
1999, p. 9.
2
CARVALHO, J. M. A Construção da Ordem: a elite política imperial. Teatro de Sombras: a política imperial.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, p. 55.
3
Ibidem, p. 37.
4
MATTOS, I. R. O tempo saquarema. São Paulo: Hucitec, 1987, p. 57.
5
Ibidem, p. 86.
6
COSTA, Op. Cit., p. 55.
7
Ibidem, p. 274.
8
MATTOS, Op. Cit., p. 156-157.
9
CARVALHO, Op. Cit., p. 225.
10
SALLES, R. E o Vale era escravo. Vassouras, século XIX. Senhores e escravos no coração do império. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2008, 46-47.
11
MATTOS, I. R. O tempo saquarema. São Paulo: Hucitec, 1987.
12
CARVALHO, J. M. A Construção da Ordem: a elite política imperial. Teatro de Sombras: a política imperial.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
13
COSTA, Op. Cit., p. 9.
O século XIX é visto por muitos historiadores capixabas como um divisor de águas
para a Província, nos aspectos político-administrativo e econômico. Mesmo sendo um dos
primeiros territórios colonizados no Brasil, a terra de Vasco Fernandes Coutinho amargou
longos períodos de problemas nessas áreas15. Para Santos, foi exatamente entre o fim do
século XVIII e o início do XIX “que realmente se deu um primeiro e decisivo passo no
sentido de definição de uma identidade territorial do Espírito Santo enquanto unidade
administrativa e política distinta, dotada, inclusive, de um projeto de desenvolvimento
próprio16”.
Até meados do século XIX, o Espírito Santo tinha sua economia baseada na produção
de alimentos que eram exportados para outras províncias, como afirma Carvalho 17. A
província do Espírito Santo produzia farinha de mandioca, açúcar, fios de algodão, cachaça,
14
MATTOS, Op. Cit. p. 194.
15
CARVALHO, E. F.. Política e Economia Mercantil nas terras do Espírito Santo (1790-1821). Dissertação
(Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Espírito Santo,
Vitória, 2008. p. 28-34.
16
SANTOS, E. F.. O Território do Espírito Santo no Fim da Era Colonial. In: BITTENCOURT, Gabriel. (org.).
Espírito Santo: um painel da nossa história. Vitória: Secult, 2002, p. 153.
17
CARVALHO, 2008, p. 59-60.
18
ROCHA, H. C.; COSSETTI, Maria da Penha. Dinâmica cafeeira e constituição de indústrias no Espírito
Santo, 1850/1930. Vitória: Departamento de Economia, NEP/UFES, 1983. p. 15-16.
19
OLIVEIRA, J. T. Historia do Estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 2008, p. 354.
20
Ibidem, p. 354.
21
ROCHA, COSSETTI, Op. Cit., p. 19.
22
BITTENCOURT, G. A Formação Econômica do Espírito Santo: O Roteiro da Industrialização. Do Engenho
às Grandes Indústrias (1835-1980). Rio de Janeiro/Vitória: Livraria Editora Cátedra em convênio com
Departamento Estadual de Cultura do Estado do Espírito Santo, 1987, p. 68.
23
ROCHA, COSSETTI, Op. Cit. p. 16.
24
SALETTO, N. Transição para o Trabalho Livre e Pequena Propriedade no Espírito Santo (1888-1930).
Vitória: EDUFES, 1996, p. 35.
25
SIQUEIRA, K. S. O Império das Repúblicas: projetos políticos republicanos no Espírito Santo, 1870-1908.
Tese (Doutorado em História) – Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal do Espírito
Santo, Vitória-ES, 2016, p. 32.
26
Ibidem, p. 33.
27
Ibidem, p. 34.
28
Ibidem, p. 42.
29
Ibidem, p. 40.
30
Ibidem, p. 50.
31
Ibidem, p. 50.
32
Ibidem, p. 51-52.
33
DAEMON, B. C. Província do Espírito Santo: sua descoberta, história cronológica, sinopse e estatística.
Vitória: Secretaria de Estado da Cultura/ Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2010. p.114.
34
MARINS, A. Itapemirim. In:Minha Terra e Meu Município. Rio de Janeiro: Jacintho Ribeiro dos Santos,
1920, p.199-231.
35
MORENO, L. Itapemirim: como tudo começou. Serra-ES: Formar, 2016, p.19.
36
Região miradora da província do Espírito Santo. Ver OLIVEIRA, J. T. Historia do Estado do Espírito Santo.
Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2008, p. 214-215.
37
OLIVEIRA, J. T. Historia do Estado do Espírito Santo. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, 2008, p. 222.
38
MORENO, Op. Cit. p. 19.
39
Ibidem, p. 20-22.
40
MARINS, Op. Cit. p. 209.
41
MORENO, Op. Cit. p. 32.
42
ROCHA, COSSETTI, Op. Cit., p. 15-16.
43
Ibidem, p. 17-18.
44
Ibidem, Op. Cit. p. 35.
45
Relatórios apresentados pelos Presidentes e Vice-Presidentes da Província do Espírito Santo: 1852 – Bacharel
José Bonifácio Nascentes D’Azambuja; 1858 – Comendador José Francisco de Andrade e Almeida Monjardim;
1862 – José Fernandes da Costa Pereira Júnior; 1863 – Dr. Eduardo Pindahiba de Mattos. Disponível em:
http://www-apps.crl.edu/brazil/provincial/esp%C3%ADrito_santo. Acesso em 12 de fevereiro de 2017.
46
ALMADA, V. P. F. Escravismo e Transição: o Espírito Santo, 1850-1888. Rio de Janeiro: Edições Graal,
1984, p.88.
Os conflitos de Itapemirim
47
LACERDA, P. M. Diários das visitas pastorais de 1880 e 1886 à Província do Espírito Santo. Vitória-ES:
Phoenix Cultural, 2012., p. 222.
48
SIQUEIRA, Op. Cit., p. 51-52.
49
MARINS, p. 211-212.
50
OLIVEIRA, Op. Cit. p. 355
51
DAEMON, Op. Cit. p. 546-547, p. 386, p. 393, p. 399.
52
MARINS, Op. Cit. p. 212-214.
53
Lista Nominal da População da Vila de Itapemirim, 1833.
54
PEREIRA, W. L. C. M. A trama do tráfico ilegal de africanos na província do Espírito Santo (1850-1860). XI
Congresso Brasileiro de História Econômica. Vitória: 14 a 16 de setembro de 2015. Disponível em
http://www.abphe.org.br/arquivos/2015_walter_luiz_carneiro_mattos_pereira_a-trama-do-trafico-ilegal-de-
africanos-na-provincia-do-espirito-santo-1850_1860.pdf, p. 5-6.
55
DAEMON, 2010, p. 546-547.
56
MARINS, Op. Cit. p. 214-216.
57
ROCHA, L. Viagem de Pedro II ao Espírito Santo. Vitória: Secretaria de Educação; Secretaria de Estado da
Cultura; Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2008, p. 239.
58
MARINS, Op. Cit. p.216.
59
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. Lista Nominal da População da Vila de Itapemirim, 1833.
Fundo Governadoria. Livro 54.
60
SIQUEIRA, Op. Cit., p. 54.
61
Ibidem, p. 53.
As intrigas andam tão acesas aqui que os Guardas Nacionais que se achavam na casa
da minha residência não queriam deixar entrar nenhuma pessoa da casa do
Itapemirim e a Câmara Municipal cujo presidente é um Bittencourt mandando um
boi para bordo do Pirajá recomendou que dissessem que o presente não era do
Itapemirim67.
62
ROCHA, L. Viagem de Pedro II ao Espírito Santo. Vitória: Secretaria de Educação; Secretaria de Estado da
Cultura; Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2008.
63
Ibidem, p. 51.
64
Ibidem, p. 70.
65
MORENO, Op. Cit. p. 69.
66
ROCHA, Op. Cit., p. 231.
67 Apud ROCHA, Op. Cit., p. 244.
68
Ibidem, p. 243-244.
69
MARINS, Op. Cit., p. 224.
70
MORENO, Op. Cit., p. 66.
71
SANTANA, Leonor de Araújo. O negro na historiografia capixaba: a presença negra na obra de Maria Stella
de Novaes. In: Dimensões: Revista de História da Ufes. Vitória: UFES, CCHN, vol. 11, Jul-Dez, 2000, p. 301-
306, p. 304.
72
OLIVEIRA, Op. Cit., p. 372.
73
PEREIRA, W. L. C. M. Tráfico Ilegal de Africanos ao Sul da Província do Espírito Santo, depois da Lei de
1850. 6º Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. Florianópolis:SC, 15-18 de Maio de 2013.
Disponível em http://www.escravidaoeliberdade.com.br/site/images/Textos.6/walterpereira.pdf; PEREIRA, W.
L. C. M. A trama do tráfico ilegal de africanos na província do Espírito Santo (1850-1860). XI Congresso
Brasileiro de História Econômica. Vitória: 14 a 16 de setembro de 2015. Disponível em
http://www.abphe.org.br/arquivos/2015_walter_luiz_carneiro_mattos_pereira_a-trama-do-trafico-ilegal-de-
africanos-na-provincia-do-espirito-santo-1850_1860.pdf
74
PEREIRA, 2013, p. 2.
75
Disponível em http://www.slavevoyages.org . Acesso em 06 de fevereiro de 2018.
Essa é apenas uma das inúmeras denúncias que envolvem o nome do Barão de
Itapemirim. Elas ocorriam tanto na província quanto na Corte. Em 06 de abril de 1851, o
presidente da Província do Espírito Santo, Felipe José Pereira Leal informa em
correspondência confidencial ao ministro da Justiça, Eusébio de Queirós, o desembarque de
“cento e tantos” africanos em Barra do Itabapoana. Estes pertenciam a José Bernardino de Sá,
comerciante de escravos e foram enviados a Itapemirim para a fazenda do Barão. Lá, seriam
revendidos por Aurélio Jorge da Silva Quintaes e pelo alferes Custódio Luiz de Azevedo a
outras pessoas. A denúncia foi enviada pelo Coronel João Nepomuceno Gomes Bittencourt e
seu cunhado, o Major Caetano Dias da Silva, ambos desafetos do Barão, de acordo com o
76
PEREIRA, 2013 p. 2.
77
Ibidem, p. 4.
78
APEES. Oficio com denúncias dirigidas ao Chefe de Polícia. 1851. Série Accioli, livro 66. (manuscritos).
79
PEREIRA, 2013, p. 6.
80
Ibidem, p. 212.
81
MARINS, Op. Cit., p. 214.
82
MARINS, Op. Cit. p.225.
83
ROCHA, 2008, p. 239.
84
PEREIRA, 2013, p. 10.
85
PEREIRA, 2013 p. 10-11.
86
PEREIRA, 2015, p. 15.
87
APEES. Oficio com denúncias dirigidas ao Chefe de Polícia. 1851. Série Accioli, livro 66. (manuscritos).
Trafico de africanos: Supposto seja multo conhecida a extensão das praias desta
província, a falta de força publica, e o quanto se prestão certos lugares para um fácil
desembarque de africanos, nem-um se tem dado desde 1851, em que se malogrou a
ultima empresa, graças aos esforços e dedicação do então delegado de policia Dr.
Rufino Rodrigues Lapa, que em ltabapoana prehendeu cento e tantos africanos, e
bem assim toda a tripulação do barco que os trasia; e pois se pode considerar
extincto na província esse criminoso comércio. Todavia esta presidência não tem
cessado de recommendar a todas as authoridades a maior vigílancia a tal respeito,
com especialidade, ás de Itapemirim, e seria para desejar-se que o governo imperial
assumindo aos pedidos ultimamente feitos, houvesse de facilitar certos meios
indispensáveis para profligar os traficantes, se por ventura ousarem reapparecer
nesta província91.
Não se sabe se de fato o tráfico foi encerrado em 1851 e até que ponto houve
participação do Barão de Itapemirim e dos Moços da Areia, mas pelo teor das denúncias fica
evidente que ambos participavam. Outro visitante de Itapemirim, o Barão de Tschudi92, relata
os conflitos itapemerinenses, quando se hospedou nas fazendas de Silva Lima e de Dias da
Silva. O suíço Tschudi relata que ouvira falar muito mal do Barão de Itapemirim e o
88
APEES. Oficio com denúncias dirigidas ao Chefe de Polícia. 1851. Série Accioli, livro 66. (manuscritos).
89
MARINS, Op. Cit. p. 212.
90
PEREIRA, 2013, p. 7.
91
Relatório com que o Exm. Sr. Barão de Itapemirim, primeiro vice-presidente da Província do Espírito Santo
entregou a administração da mesma no dia 28 de março de 1856, Disponível em
http://brazil.crl.edu/bsd/bsd/242/000032.html.
92
TSCHUDI, Johann Jakob von, 1818-1889. Viagem à província do Espírito Santo: imigração e colonização
suíça 1860. Vitória : Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2004.
Considerações finais
93
Ibidem, p. 98, 116.
94
SIQUEIRA, Op. Cit., p. 52-53.
95
Ibidem, p. 54.
96
Ibidem, p. 54-55.
97
Ibidem, p. 53.
98
Ibidem, p. 58.
Fontes Primárias
99
PEREIRA, 2015, p. 16
Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. Série Accioli, livro 66. (manuscritos).
Referências bibliográficas
ALMADA, V. P. F. Escravismo e Transição: o Espírito Santo, 1850-1888. Rio de Janeiro:
Edições Graal, 1984.
CARVALHO, E. F.. Política e Economia Mercantil nas terras do Espírito Santo (1790-
1821). Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História,
Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2008.
SALLES, R. E o Vale era escravo. Vassouras, século XIX. Senhores e escravos no coração
do império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
SANTOS, E. F.. O Território do Espírito Santo no Fim da Era Colonial. In: BITTENCOURT,
Gabriel. (org.). Espírito Santo: um painel da nossa história. Vitória: Secult, 2002.
TSCHUDI, Johann Jakob von, 1818-1889. Viagem à província do Espírito Santo: imigração e
colonização suíça 1860. Vitória : Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, 2004.