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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

ALESSANDRA BIANCA NASCIMENTO COSTA


MATHEUS FELIPE TORRES DAS NEVES
PHIAMA GONÇALVES DE LIRA
RENATA MARANHÃO CALDAS
THAYNAN SOUSA FERREIRA

A TEORIA GERAL DE SISTEMAS

São Luís - MA
2019
INTRODUÇÃO:

Neste trabalho abordaremos de forma bem resumida e sistematizada a Teoria


Geral De Sistemas e Teoria de Sistema aplicado à educação. Visando
assim compreender a influência e direta e não direta dessas teorias no
contexto educacional atual, tendo em vista ter uma ótica mais analítica aos
sistemas de gestão escolar.

SUMÁRIO:

1. Os Sistemas estão em toda parte.........................................................


2. História da Teoria dos Sistemas...........................................................
3. Conceito de Sistemas............................................................................
4. O SISTEMA ABERTO............................................................................
5. MODELOS ORGANIZACIONAIS...........................................................12,13
6. Apreciação Crítica da Teoria de Sistemas...............................................13
7. Contribuições da Teoria de Sistemas à Educação.................................15
8. REFERÊNCIAS............................................................................................17
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Os Sistemas estão em toda parte


Por consequência do avanço tecnológico, o termo “sistemas” vem se
difundindo na sociedade moderna. A necessidade de se encontrar novos meios
para realizar tarefas faz surgir novas profissões voltadas ao “enfoque
sistêmico”, com o objetivo de não somente realizar a tarefa pretendia, mas a
realizar com o máximo de eficiência e menor custo possíveis.

Todas essas mudanças levam o período atual a se caracterizar como


uma “Segunda Revolução Industrial”, pois os sistemas estão presentes em
todos os campos da ciência. Essa transformação ocorre na maneira do homem
pensar, que passa a encarar tudo como se fossem grandes complexos
(sistemas), reorientando o pensamento científico.

As novas descobertas nos campos da biologia molecular, genética,


medicina, entre outros, já se tornaram conhecimento comum, porém falta uma
visão voltada mais ao nível da organização da matéria viva, e não somente
uma visão mais aprofundada dos complexos da matéria.

A teoria sobre sistemas pode servir para diversos campos, até mesmo
nas ciências sociais, onde se deve tratar os fenômenos sociais
contemporâneos como sendo “sistemas”, mesmo sabendo a complexidade das
definições socioculturais dos povos atuais.

Os grandes acontecimentos da história foram tidos como atos de


indivíduos, que foram tomados como seres fora dos padrões humanos
(tratados como gênios, pessoas com capacidades sobre-humanas), mas que
na verdade não são os grandes encarregados pelos acontecimentos, somente
uma pequena peça de um grande “sistema”, que pode ser representado por
ideologias e tendências socioculturais.

Mesmo sabendo das deficiências das teorias como das de Spengler e


Toynbee, as leis dos sistemas socioculturais são dotadas de sentido, mas não
formam algo inevitável. Apesar da história e a sociologia tratarem de
organizações informais, foi desenvolvido a “teoria das organizações formais”,
que podem ter como exemplos empresas comerciais que seguem algum tipo
de “padrão/regras”. O estudo dessas organizações, no ponto de vista
sistêmico, as trata como um sistema de variáveis mutuamente dependentes (se
interagem). Por consequência se equipara a teoria por trás das organizações
com a teoria geral dos sistemas, que procura tratar os sistemas como sendo
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uma grande entidade, e não um aglomerado de partes. Tudo o que já foi


comentado pode ilustrar o conceito de “sistemas”. Uma consequência do
conhecimento sobre sistemas é que o “novo mundo” não se refere mais a
pessoas, mas sim a “sistemas”. O ser humano, “o objeto falível”, se torna um
item de consumo que pode ser facilmente substituído, e deve ser eliminado e
substituído por máquinas que ele mesmo criou ou se tornar um ser idiota
treinado para uma única coisa (um ser “superespecializado”). O indivíduo não
passar a ser nada mais do que uma “roda dentada” do grande sistema, regido
por alguns “líderes” que só se preocupam com o próprio sistema.

Não importa se considerarmos essa expansão do conhecimento como


sendo algo benéfico ou uma extensão do pensamento de “linhas de produção”,
devemos saber que esses fatos são dignos de um intenso estudo.

História da Teoria dos Sistemas

O conceito de “Sistema” possui uma longa história, apesar de que o


termo “Sistema” não era mencionado. Vários pensadores importantes fizeram
parte dessa história, como Leibniz, Nicolau de Cusa, Marx e Hegel.

Outro precursor dos “Sistemas” foram as “Gestalten físicas”, escritas por


Kohler, que seguiam um pensamento parecido, porém se limitava à física, e
não tratava de toda a generalidade do problema. Em uma publicação posterior,
Kohler deu mais um avanço, criando um postulado de uma teoria dos sistemas,
que era destinada a sistemas orgânicos e inorgânicos. A obra clássica de Lotka
se aproximou mais do objetivo, ao tratar a sociedade como um sistema e se
preocupar mais com problemas da sociedade do que problemas biológicos de
um indivíduo. A necessidade da abordagem dos sistemas só se tornou visível
recentemente, quando se percebeu que não era viável tratar as ciências por
partes isoladas. Com essa nova abordagem, novas criações se tornaram
viáveis em todos os ramos da ciência.

Ludwig ficou intrigado com peças que faltavam na biologia. A abordagem


atual não tratava do organismo como um sistema, que interagia para criar
condições de vida, mas sim tratava com um enfoque mecanicista.

Ideias semelhantes começaram a surgir em outros lugares, mostrando


que esse era o início de uma nova tendência, que necessitava de tempo para
ser aceita. Juntamente com o trabalho sobre o metabolismo e as novas teorias
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sobre o organismo, a teoria dos sistemas abertos foi proposta, baseando-se no


fato que o organismo é um sistema aberto, apesar de que na época não existia
nenhuma teoria desse tipo. Assim, a biofísica passou a exigir uma melhora da
física convencional, o que mais tarde acabou ficando conhecida como
termodinâmica irreversível. A biologia até então era tida igual ao trabalho em
laboratório, o que fez o autor passar por rejeições ao publicar “Theoretische
Biologie”, que tratava de um outro campo da biologia, que só passou a ser
aceito e divulgado mais tarde. Por causa da última guerra, parte das
publicações foram destruídas. Após a guerra, a teoria geral dos sistemas foi
amplamente discutida entre físicos e em conferências.

Um grande obstáculo para a aceitação da teoria dos sistemas foi o fato


que ela era tida como trivial e falsa, por causa de suas analogias superficiais
que mudavam as diferenças reais, conduzindo a conclusões erradas. Os
ataques à teoria dos sistemas não atingiam o verdadeiro objetivo dela, que era
ter uma interpretação generalista e uma teoria sobre assuntos que até então
não existiam.

Outra linha de desenvolvimento estava surgindo, com a publicação do


livro “Cybernetics” de Norbert Wiener, que foi o resultado dos recentes estudos
da tecnologia de computadores, teoria da informação e das máquinas auto
reguladoras. Wiener levou os conceitos cibernéticos de retroação além dos
campos da tecnologia, generalizando-os nos campos biológicos e sociais.

A teoria dos sistemas não surgiu por causa dos esforços feitos para a
guerra, mas sim pelos esforços que já haviam sido feitos antes.

Conceito de Sistemas

O conceito de sistemas foi abordado no capítulo dedicado à Cibernética.


A palavra sistema denota um conjunto de elementos interdependentes e
interagentes ou um grupo de unidades combinadas que formam um todo
organizado. Sistema é um conjunto ou combinações de coisas ou partes
formando um todo unitário.

1. Características dos sistemas:

Os sistemas apresentam características próprias. O aspecto mais


importante do conceito de sistema é a ideia de um conjunto de elementos
interligados para formar um todo. O todo apresenta propriedades e
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características próprias que não são encontradas em nenhum dos elementos


isolados. É o que chamamos emergente sistêmico: uma propriedade ou
característica que existe no sistema como um todo e não existe em seus
elementos em particular. As características da água são totalmente diferentes
do hidrogênio e do oxigênio que a formam.

Da definição de Bertalanffy, segundo a qual o sistema é um conjunto de


unidades reciprocamente relacionadas, decorrem dois conceitos: o de
propósito (ou objetivo) e o de globalismo (ou totalidade). Esses dois conceitos
retratam duas características básicas do sistema.

a) Propósito ou objetivo. Todo sistema tem um ou alguns propósitos ou


objetivos. As unidades ou elementos (ou objetos), bem como os
relacionamentos, definem um arranjo que visa sempre um objetivo ou
finalidade a alcançar.

b) Globalismo ou totalidade. Todo sistema tem uma natureza orgânica,


pela qual uma ação que produza mudança em uma das unidades do
sistema deverá produzir mudanças em todas as suas outras unidades.
Em outros termos, qualquer estimulação em qualquer unidade do
sistema afetará todas as unidades devido ao relacionamento existente
entre elas. O efeito total dessas mudanças ou alterações proporcionará
um ajustamento de todo o sistema. O sistema sempre reagirá
globalmente a qualquer estímulo produzido em qualquer parte ou
unidade. Na medida em que o sistema sofre mudanças, o ajustamento
sistemático é contínuo. Das mudanças e dos ajustamentos contínuos do
sistema decorrem dois fenômenos: o da entropia e o da homeostasia6
que estudamos no Capítulo 15.

Na verdade, o enfoque de sistemas - como uma série de atividades e


processos fazendo parte de um todo maior - é uma maneira de olhar o mundo
e a nós mesmos. No passado, até se podiam visualizar sistemas, mas não
haviam meios tecnológicos para se aperceber dessa visão. A produção em
massa exemplifica um enfoque de sistemas. Ela não é apenas uma coleção de
coisas, mas um conceito e uma visão unificadora do processo produtivo que
requer um grande número de coisas - como máquinas, equipamentos e
instalações - mas não começa com essas coisas: elas é que decorrem da visão
do sistema. A ideia de sistema lembra conectividade, integração e totalidade.
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Painel: vários conceitos de sistema:

 Sistema é um conjunto de elementos em interação recíproca.


 Sistema é um conjunto de partes reunidas que se relacionam entre si
formando uma totalidade.
 Sistema é um conjunto de elementos interdependentes, cujo resultado
final é maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam
caso operassem de maneira isolada.
 Sistema é um conjunto de elementos interdependentes e interagentes
no sentido de alcançar um objetivo ou finalidade.
 Sistema é um grupo de unidades combinadas que formam um todo
organizado cujas características são diferentes das características das
unidades.
 Sistema é um todo organizado ou complexo; um conjunto ou
combinação de coisas ou partes, formando um todo complexo ou
unitário orientado para uma finalidade.

2. Tipos de sistemas:

Há uma variedade de sistemas e várias tipologias para classificá-los. Os tipos


de sistemas são:

a) Quanto à sua constituição, os sistemas podem ser físicos ou abstratos:

a. Sistemas físicos ou concretos. São compostos de equipamentos,


maquinaria, objetos e coisas reais. São denominados hardware.
Podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho.

b. Sistemas abstratos ou conceituais. São compostos de conceitos,


filosofias, planos, hipóteses e ideias. Aqui, os símbolos
representam atributos e objetos, que muitas vezes só existem no
pensamento das pessoas. São denominados software.

b) Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser fechados ou abertos:

a. Sistemas fechados. Não apresentam intercâmbio com o meio


ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer
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influência ambiental. Sendo assim, não recebem influência do


ambiente e nem influenciam o ambiente. Não recebem nenhum
recurso externo e nada produzem que seja enviado para fora. A
rigor, não existem sistemas fechados na acepção exata do termo.
A denominação sistemas fechados é dada aos sistemas cujo
comportamento é determinístico e programado e que operam com
pequeno e conhecido intercâmbio de matéria e energia com o
meio ambiente. Também o termo é utilizado para os sistemas
estruturados, onde os elementos e as relações combinam-se de
maneira peculiar e rígida, produzindo uma saída invariável. São
os chamados sistemas mecânicos, como as máquinas e os
equipamentos.

b. Sistemas abertos. Apresentam relações de intercâmbio com o


ambiente por meio de inúmeras entradas e saídas. Os sistemas
abertos trocam matéria e energia regularmente com o meio
ambiente. São adaptativos, isto é, para sobreviver devem
reajustar-se constantemente às condições do meio. Mantêm um
jogo recíproco com o ambiente e sua estrutura é otimizada
quando o conjunto de elementos do sistema se organiza através
de uma operação adaptativa. A adaptabilidade é um contínuo
processo de aprendizagem e de auto-organização.

3. Parâmetros dos sistemas

O sistema é caracterizado por parâmetros que estudamos no capítulo


dedicado à Cibernética. Parâmetros são constantes arbitrárias que
caracterizam, por suas propriedades, o valor e a descrição dimensional de um
sistema ou componente do sistema. Os parâmetros dos sistemas são: entrada,
saída, processamento, retroação e ambiente.

1. Entrada ou insumo (input) é a força ou impulso de arranque ou de


partida do sistema que fornece material ou energia ou informação para a
operação do sistema. Recebe também o nome de importação.

2. Saída ou produto ou resultado (output) é a consequência para a qual se


reuniram elementos e relações do sistema. Os resultados de um sistema
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são as saídas. Essas devem ser congruentes (coerentes) com o objetivo


do sistema. Os resultados dos sistemas são finais (conclusivos),
enquanto os resultados dos subsistemas são intermediários. Recebe o
nome de exportação.

3. Processamento ou processador ou transformador (throughput) é o


mecanismo de conversão das entradas em saídas. O processador está
empenhado na produção de um resultado. O processador pode ser
representado pela caixa negra: nela entram os insumos e dela saem os
produtos.

4. Retroação, retroalimentação, retro informação (feedback) ou


alimentação de retorno é a função de sistema que compara a saída com
um critério ou padrão previamente estabelecido. A retroação tem por
objetivo o controle, ou seja, o estado de um sistema sujeito a um
monitor. Monitor é uma função de guia, direção e acompanhamento.
Assim, a retroação é um subsistema planejado para "sentir" a saída
(registrando sua intensidade ou qualidade) e compará-la com um padrão
ou critério preestabelecido para mantê-la controlada dentro daquele
padrão ou critério evitando desvios. A retroação visa manter o
desempenho de acordo com o padrão ou critério escolhido.

5. Ambiente é o meio que envolve externamente o sistema. O sistema


aberto recebe suas entradas do ambiente, processa-as e efetua saídas
ao ambiente, de tal forma que existe entre ambos - sistema e ambiente -
uma constante interação. O sistema e o ambiente encontram-se inter-
relacionados e interdependentes. Para que o sistema seja viável e
sobreviva, ele deve adaptar-se ao ambiente por meio de uma constante
interação. Assim, a viabilidade ou a sobrevivência de um sistema
depende de sua capacidade de adaptar-se, mudar e responder às
exigências e demandas do ambiente externo. O ambiente serve como
fonte de energia, materiais e informação ao sistema. Como o ambiente
muda continuamente, o processo de adaptação do sistema deve ser
sensitivo e dinâmico. Essa abordagem "ecológica" indica que o ambiente
pode ser um recurso para o sistema como pode também ser uma
ameaça à sua sobrevivência.
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O SISTEMA ABERTO:

A Organização como um sistema aberto.

A organização é um sistema criado pelo homem e mantém uma


dinâmica interação com o meio ambiente, sejam clientes, fornecedores,
concorrentes, entidades sindicais, órgãos governamentais e outros agentes
externos. É um sistema integrado por diversas partes ou unidades relacionadas
entre si, que trabalham em harmonia umas com as outras, com a finalidade de
influenciar o meio externo e por ele ser influenciado.

Características das Organizações como Sistemas Abertos

1. Comportamento probabilístico e não determinístico: as organizações são


sistemas abertos, são afetadas por mudanças em suas variáveis
externas desconhecidas e incontroláveis em seu comportamento.
2. As organizações como partes de uma sociedade maior e constituída de
partes menores: as organizações são vistas como sistemas dentro de
sistemas.
3. Interdependência das Partes: a organização é um sistema social com
partes independentes, mas inter-relacionadas.
4. Homeostase ou “Estado Firme”: a organização alcança um estado firme
– ou seja, um estado de equilíbrio quando satisfaz dois requisitos: a
unidirecionalidade e o progresso.
5. Fronteiras ou Limites: é a linha que demarca e define o que está dentro
e o que está fora do sistema ou subsistema. Essas fronteiras não
existem fisicamente.
6. Morfogênese: o sistema organizacional tem a capacidade de modificar a
si próprio e a sua estrutura básica
7. Resiliência: é a capacidade de superar o distúrbio imposto por um
fenômeno externo
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Fonte: (Chiavenato pág. 552).

MODELOS ORGANIZACIONAIS:

1. MODELO DE SCHEIN:
 A organização é um sistema aberto em constante interação com o meio.
 A organização é um sistema com objetivos e funções múltiplas.
 A organização é um conjunto de subsistemas em interação dinâmica uns
com os outros.
 Os subsistemas são mutuamente dependentes.
 A organização existe em um sistema dinâmico que empreende outros
sistemas.
 Os múltiplos elos entre a organização e seu meio ambiente tornam difícil
a clara definição das fronteiras organizacionais.

2. MODELO KATZ E KAHN:


A ORGANIZAÇÃO COMO UM SISTEMA ABERTO:

 Importação (entradas).
 Transformação e Processamento.
 Exportação (saída).
 Os sistemas são cíclicos.
 Entropia Negativa.
 Informação como insumo (feedback).
 Estado firme e homeostase dinâmica.
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 Diferenciação.
 Limites ou fronteiras (fora dele, ou seja, no ambiente).

CARACTERISTICAS DE 1ª ORDEM:

Os sistemas sociais não tem alimentação de amplitude, tem sua natureza


planejada , necessitam de entradas de manutenção e produção e tem maior
variabilidade que os sistemas biológicos.

 As organizações constituem um sistema formalizado de funções.


 Cultura organizacional.
 Dinâmica do sistema.
 Conceito de eficácia, organização como sistema de papeis.

Modelo Sociotécnico de Tavistock:

A organização é um sistema sociotécnico estruturado sobre dois sistemas:

 Subsistema técnico.
 Subsistema social.
 A tarefa primária da organização reside em sobreviver dentro do
processo cíclico de:
1. Importação.
2. Conversão.
3. Exportação.

Apreciação Crítica da Teoria de Sistemas:

1. Confronto entre teorias de sistema aberto e fechado:

A abordagem de sistema aberto trouxe uma nova e moderna concepção


para a Administração ao contrário da teoria velha, assim contrapondo-se à
micro abordagem dos sistemas fechados. Dando ênfase no ambiente, os
sistemas abertos caracterizam-se: pelo auto regulação, equilíbrio constante ou
homeostase: capacidade do organismo de se manter constante, para que suas
funções e reações químicas essenciais não sejam influenciadas, e
permaneçam dentro dos sistemas.
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Processo de regulação que mantém o organismo em constante equilíbrio.


Além de integridade e organização, um complexo de elementos em intercâmbio
e interação. Estando em constante interação dual com o ambiente, age como
variável independente e variável dependente. Já o sistema fechado não
interage com o ambiente. O sistema aberto tem capacidade de crescimento,
mudança, adaptação e até auto reprodução sob certas condições ambientais.
O sistema fechado não possui estas condições/capacidade, por isso o sistema
aberto é mutável/modifica-se do seu estado original ou inicial, a reversibilidade.
É contingência de o sistema aberto competir com os demais sistemas, o que
não ocorre no sistema fechado.

2. Características básicas da análise sistêmica:

 Ponto de vista sistêmico: sistemas integrados. Cibernética: Ciência da


comunicação e do controle.
 Abordagem dinâmica: a moderna teoria não desloca a ênfase na
estrutura, mas adiciona a ênfase sobre o processo de interação entre as
partes que ocorre dentro da estrutura.
 Multidimensional e multinivelada: considera a organização do ponto de
vista micro e microscópio. Gestalt/Sinergético: ativo, retroativo.
 Multimotivacional: seus participantes buscam se satisfazer por meio dela
(a empresa). Os objetivos não podem ser reduzidos a um objetivo único
como o lucro.
 Probabilística: em geral pode ser, demonstra variáveis e não
determinista, sem absolutas certezas.
 Multidisciplinar: síntese de todas as partes relevantes de todos os
campos do desenvolvimento de uma teoria geral das organizações e da
Administração.
 Descritiva: compreende os fenômenos organizacionais é deixa a escolha
de objetivos e métodos ao administrador.
 Multivariável: um evento pode ser causado por vários e numerosos
fatores que são inter-relacionados é interdependente. A teoria moderna
reconhece a possibilidade de que os fatores sejam por influência que
eles próprios causaram através da retroação.
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 Adaptativa: A organização é um local adaptável para se manter viável,


continuar a existir. Focalizando nos resultados, ênfase sobre a eficácia e
não exclusivamente ênfase sobre a eficiência.

Contribuições da Teoria de Sistemas à Educação:

No setor educacional, o enfoque de sistemas é utilizado numa grande


variedade de campos de aplicação. Antes de mais nada, a teoria dos sistemas
vem sendo utilizada como instrumento analítico geral para descrever a
organização e o funcionamento do sistema educacional como um todo e para
orientar a prática educacional na consecução de seus objetivos. Entre as áreas
de aplicação específica da instrumentação da teoria dos sistemas estão o
planejamento educacional; a projeção de alunos, professores e necessidades
de recursos; a análise de fluxos de pessoal e informação; a destinação de
espaços físicos; a elaboração de orçamentos por programas e projetos; a
análise de custo-benefício; a direção, supervisão e avaliação do ensino; a
tecnologia aplicada ao ensino e à aprendizagem; e muitas outras atividades
educacionais.

Na realidade, o sistema educacional funciona hoje num ambiente


externo sumamente complexo e em mudança acelerada. Esta circunstância,
por sua vez, condiciona a organização e o funcionamento interno do sistema
educacional, dificultando seu processo de análise e administração. O enfoque
de sistemas, que procura abarcar compreensivamente as dimensões
organizacionais internas e externas, surgiu então como um dos instrumentos
mais utilizados pelos educadores para estudar o funcionamento do sistema
educacional e examinar as interações recíprocas entre seus elementos
componentes.

O livro de Dermeval Saviani – “Educação brasileira: estrutura e


sistema” – é uma leitura que compreende, e nos dá uma noção de tudo que já
foi falado. Aqui tem uns trechos do livro; (p. 83-87).

Levando-se em conta a estrutura do homem tal como emergiu da


descrição já efetuada, verifica-se que a educação, enquanto fenômeno, se
apresenta como uma comunicação entre pessoas livres em graus diferentes de
maturação humana, numa situação histórica determinada: e o sentido dessa
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comunicação, a sua finalidade é o próprio homem, quer dizer, a sua promoção.


A educação, assim considerada, é encontrada em todas as sociedades: de
maneira simples e homogênea, nas comunidades primitivas; de modo
complexo e diversificado, nas sociedades atuais.

Quando educar passa a ser objeto explícito de atenção, desenvolvendo-


se uma ação educativa intencional, então tem-se a educação sistematizada. O
que determina a passagem da primeira para a segunda forma, é o fato de a
educação parecer ao homem como problemática: ou seja, quando educar se
apresenta ao homem como algo que ele precisa fazer e ele não sabe como
fazê-lo. É isto o que faz com que a educação ocupe o primeiro plano na sua
consciência, que ele se preocupe com ela e reflita sobre ela. Assim, a
educação sistematizada, para ser tal, deverá preencher os requisitos
apontados em relação à atividade sistematizadora em geral.

Assim como o sistema é um produto da atividade sistematizadora, o


sistema educacional é resultado da educação sistematizada. Isso implica,
então, que não pode haver sistema educacional sem educação sistematizada,
embora seja possível esta sem aquele.
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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Elsevier


Brasil, 2003.

Benno Sander, doutor (Ph. D.) em Educação e Administração pela


Pontifícia Universidade Católica da América em Washington, DC, é professor
titular da Faculdade" de Educação da Universidade Federal Fluminenese
(UFF) e representante e chefe de missão da Organização dos Estados
Americanos (OEA) na República Argentina.

R. bras. Est. pedag., Brasilia, v.74, n.l77, p.335-370, maio/ago. 1993

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