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Márcio Bontempo
ÍNDICE
Sobre o autor ..................... 11
Introdução ........................... 13
1. Um mundo de doentes .. 17
2. Uma medicina doente ..... 25
3. A doença gerada pelo meio ambiente........ 43
4. Conselhos gerais para ser doente........ 69
5. O peixe morre pela boca....... 73
6. Como adquirir as principais doenças..... 95
7. Receitas deliciosas e seus efeitos....... 153
SOBRE O AUTOR
Dr. Márcio Bontempo é médico, sociólogo e escritor. Bacharel
em Medicina pela Universidade Sul Fluminense, Estado do Rio
de Janeiro. Especialista em Saúde Pública pela Universidade
São Camilo, São Paulo. Presidente da Associação Brasileira de
Medicina Integral. Presidente do Grupo de Defesa do
Consumidor Naturalista (PRONACON). Criador do Movimento
Médicos Pés Descalços na cidade de São Lourenço, Minas
Gerais. Autor do Projeto de Medicina Alternativa para
Comunidades Carentes. Autor das seguintes obras, entre
outras:
INTRODUÇÃO
Este livro foi escrito para ensinar o digníssimo leitor a sofrer das
doenças modernas da nossa civilização. Pode parecer
estranho que um médico escreva isto, mas sobram razões
para tanto.
Há muitos anos dedicamo-nos ao esclarecimento da população
quanto às causas ambientais das doenças, seja no tocante à
alimentação industrializada, às condições de trabalho, à
neurose, à poluição em todos os níveis (atmosférica, sonora,
informativa, cultural, ideológica etc), seja quanto aos fatores
sócio-econômicos, políticos, culturais e até hereditários. Temos
tentado mostrar como a nossa sociedade desenvolveu um
sofisticado sistema de exploração e manutenção da doença,
com a criação do famigerado complexo médico industrial-
hospitalar.
Também é fato conhecido que a medicina oficial é envolvida
por interesses multinacionais de lucro e que tenta desviar a
atenção das causas sócio-econômicas e culturais das doenças
para etiologias específicas, "biologizando" e individualizando o
problema. Deste modo, recomenda o uso de medicamentos
geralmente paliativos, caros e quase sempre perigosos, que
oneram violentamente a já combalida economia brasileira. Não
existe um programa eficaz que esclareça a população quanto
às causas reais das doenças. Toda tentativa de estabelecer
medidas de caráter preventivo não vinga, devido às "forças
ocultas" que comandam surdamente a economia,
principalmente no Terceiro Mundo.
Nesse processo, a classe médica, principal responsável pelo
esclarecimento da população, é frenada em sua ação graças a
uma falsa ideologia que é injetada no aluno desde o primeiro
ano de faculdade. Esta, por sua vez, não forma um profissional
da saúde, mas um técnico, um soldado contra a doença,
treinado para ser um inconsciente vendedor de medicamentos
disfarçado de branco.
Sendo assim, as técnicas alternativas de medicina, mais
baratas, eficazes e geralmente inofensivas, representam
enorme perigo para os lobbies multinacionais, que exploram a
doença em nome da boa saúde da coletividade.
Escrever, então, um manual que ensine a ficar doente é uma
variação de estilo que se encaixa bem com a inversão de
valores que caracteriza a nossa civilização. Talvez assim o
alcance seja maior do que tem sido até hoje, através dos
manuais práticos de medicina natural, alimentação natural,
denúncias e assim por diante, que são escritos de forma direta
e logram resultados apenas parciais, limitados e temporários.
Ficar doente é hoje um privilégio, é sentir-se normal, é
participar da situação de todos, é ser igual. Os naturalistas,
macrobióticos, médicos alternativos, os que não usam o
perigoso e traiçoeiro açúcar branco, os vegetarianos, os iogues
etc. são vistos como seres estranhos. Desde que a medicina
oficial exigiu que o médico assumisse uma posição de poder e,
através do uso e do abuso do monopólio do conhecimento
científico, impusesse aos seus pacientes as suas ordens e
determinações, o doente perdeu sua auto-suficiência, sua
autopercepção e a dignidade de conhecer o seu próprio corpo
e as causas dos seus males. A utilização de drogas e cirurgias,
unicamente, apenas perpetua o processo. Raríssimos são os
médicos que se preocupam com as causas alimentares da
maioria das doenças modernas, estando eles próprios
sujeitos às mesmas, pois também alimentam-se
pessimamente e não conhecem a composição dos alimentos
industrializados, que constituem causas de 85% das doenças
degenerativas.
Então, dada a condição contraditória da nossa civilização e os
valores hoje considerados normais e aceitos, ensinaremos aqui
como adoecer. Talvez assim esclareçamos melhor nossa
gente, acostumada a seguir conselhos esdrúxulos e absurdos
difundidos por uma imprensa manipulada por interesses
escusos, que induzem ao consumo desenfreado, controlando
a opinião pública ao seu bel-prazer.
Se o digníssimo leitor sentir algum toque de ironia neste
trabalho, não se preocupe; a realidade e a condição humanas
são muito mais irônicas do que se possa imaginar.
Vivemos num mundo cercado pela doença. Seja ela física,
psíquica, mental, congênita ou hereditária, seu fantasma
ronda solto. Em cada época da história da humanidade, a
ameaça de uma ou mais doenças sempre esteve presente: no
passado, a peste, a lepra e as infecções; hoje, o câncer, o
enfarte e outras. Mas é necessário lembrar, no entanto, que
hoje é muito mais frequente a morte por acidentes de trânsito,
guerras e guerrilhas, por efeito dos agrotóxicos e uso de
medicamentos do que por todas as doenças que a
humanidade possa ter tido. As causas da morte são geradas
pelo homem, e não pela vida em si.
O homem moderno tem um novo componente no seu crítico
quadro de anomalias e desequilíbrios, que são as doenças
psíquicas e mentais. Há muito se sabe que os estados
emocionais e as tensões podem gerar doenças físicas ou
orgânicas (doenças psicossomáticas), mas até bem pouco
tempo quase nada se sabia a respeito da origem dessas
tensões e males psíquicos agora tão comuns. Apesar das
muitas teorias a respeito, devemos concluir que o homem
criou uma sociedade repressora e opressora, que tiraniza o
próprio criador. O homem de hoje praticamente perdeu sua
liberdade individual e segue valores e padrões de
comportamento que não são legitimamente seus. Sem saber,
persegue ideais e objetivos como o poder, a fama, o sucesso e
a fortuna, que não lhe trazem nenhum sentido pessoal. São
formas alienantes de existir. Quando o indivíduo-consegue
atingir esses ideais, cai em depressão, pois percebe que a
felicidade não está ali. Frequentemente, nessa situação, busca
ansiosamente mais e mais: mais poder, mais fama, mais
dinheiro, continuando, assim, a alimentar um processo ilusório
que traz apenas desgaste e o distanciamento de si mesmo.
Quando não consegue atingir seus objetivos, fica pelo
caminho, acreditando que não é feliz por não ter "chegado lá".
São poucas as pessoas neste mundo que vivem intensamente
o momento; geralmente vivemos voltados para o futuro ou
para o passado. Pensamos que é no futuro que estaremos
bem ou felizes. Lutamos para atingir certas metas que
geralmente não nos trazem prazer ou aquilo que esperávamos.
Isso faz com que frequentemente a pessoa, após anos e anos
de luta, ao se ver frustrada, entristecida e sem energia, se
volte para o passado, acreditando que "naqueles tempos, sim,
era feliz e não sabia".
Nossa cultura está estruturada de modo a dominar o indivíduo
e a submetê-lo às suas exigências. Infelizmente, quem assim
se submete, total e incondicionalmente, só conhece a tristeza,
o desgaste, o envelhecimento doentio e a neurose. Substituiu-
se o "ser" pelo "ter" e valorizou-se preferencialmente o poder
ao prazer de existir, pura e simplesmente. Sabemos que a
maior parte dos suicídios ocorrem no auge do sucesso, do
poder, da riqueza ou em sociedades ultra-organizadas. Isto
acontece porque o indivíduo vivência a angústia de não ver
mais a saída do labirinto existencial enganoso em que entrou.
Não vê mais sentido em prosseguir naquele caminho e
desconhece outros.
A neurose e a psicose são talvez as piores doenças, pois nada
deve ser pior do que viver em ansiedade intensa, deprimido,
inseguro, angustiado e triste. Pior talvez que uma dor aguda,
pois o indivíduo perde os seus próprios valores e persegue a si
próprio, sendo atormentado a cada instante pelo seu ego, num
processo infernal. Isto ocorre devido à repressão das forças
espontâneas de prazer que emanam do inconsciente. Parece
que o início do processo se dá na vida intra-uterina e na tenra
infância, quando os moldes neuróticos dos pais e da sociedade
começam a exercer sua influência sobre a criança, de modo a
ajustá-la às prerrogativas e exigências do status quo. A criança
aprende desde cedo a reprimir seus impulsos naturais e a
submeter-se a vontades que não são propriamente as suas.
Com isto, acaba por formar uma personalidade e estruturar
seu caráter de acordo com o que lhe ensinam ou forçam. Este
processo cria os primeiros bloqueios energéticos, que refletem,
nas características individuais, a repressão sofrida pela pessoa.
Quanto mais repressão, tanto maior a ansiedade, a angústia, o
ódio, a revolta, a melancolia e o distanciamento de si mesmo.
É fato corrente que o ser humano nasce para amar. Nasce com
pleno e total potencial de amor, mas, se não pode dar ou
receber amor de modo conveniente, acaba por bloquear-se.
Passa a desenvolver a antítese do amor, que é o ódio. O
mesmo ódio que fez do homem um ser fratricida, genocida,
agressivo e destrutivo.
Nossa cultura possui valores alienantes, pois ensina o indivíduo
a voltar-se para o mundo exterior, objetivo e "real". Quando o
indivíduo não age de acordo com aquilo que se considera
"comportamento normal", voltando-se mais para o seu interior
e buscando compreender seus próprios valores, passa a ser
visto como uma pessoa estranha, louca ou desequilibrada.
Assim sendo, a sociedade cerceia o legítimo direito que o
cidadão tem de conhecer o seu próprio mundo interno, onde
residem a serenidade, a calma, o prazer, o discernimento e a
espiritualidade. O homem moderno, ao contrário, está alienado
dos lídimos valores fundamentais para a sua evolução. Passa
pela vida sofrendo, fazendo do trabalho um meio escravizante
de se manter; é influenciado pelos mais diversos estímulos,
que o impulsionam ao consumismo, à superficialidade, à
exterioridade, ao imediatismo e à praticidade. Vive
perseguindo a felicidade e o bem-estar, mas por caminhos
indevidos. Goethe retratou bem a situação humana em Fausto.
Fausto vendeu a alma a Mefistófeles, que em troca lhe
prometeu coisas que nunca poderiam ser cumpridas.
Esta condição neurótica acaba influenciando o indivíduo em
todos os sentidos. A sexualidade humana parece ser a área
mais aflitiva. O prazer é perseguido ansiosamente, no entanto,
o cidadão é treinado desde a infância para reprimi-lo.
Confunde-se também liberdade sexual com libertinagem, amor
com paixão, esta última, destrutiva e escravizante. Poucos são
aqueles que possuem uma sexualidade satisfatória, obtendo
dela um prazer calmo, relaxante e profundo. As relações
humanas estão controladas. Vários são os elementos que
influenciam na questão do sexo. Wilhelm Reich foi perseguido
e preso por ter apontado as causas sociais da neurose e seus
reflexos na sexualidade. Ele mostrou que grande parte da
energia que poderia ser convertida em prazer sexual é
desviada para alimentar uma determinada organização ou
para criar e manter um tipo de personalidade forjada pelas
exigências do meio social. Assim surgem os desvios da
sexualidade, o medo inconsciente do prazer, as proibições, o
falso moralismo, a depravação, a pornografia etc.
Escravo de si mesmo, o homem moderno desenvolveu a
capacidade de negar-se e adaptar-se. Vítima de grande
ansiedade, suas tensões transparecem em seus atos e
decisões, provocando, em última instância, as revoltas sociais,
o controle do homem pelo homem, a luta de classes, os
desníveis sociais, a fome, a pobreza, a violência e a guerra.
Todos esses fenômenos têm causas muito complexas e, para
que se possa compreendê-las, deve-se estudar bem o
inconsciente do homem, onde as forças se acham reprimidas
por um ego despótico, criado, desenvolvido e estimulado pela
própria sociedade.
Existe uma relação dialética entre o homem e o seu meio. O
equilíbrio entre ambos é indispensável para que haja saúde
emocional e uma vida serena, isto é, o homem deve manter
uma certa conduta em grupo ao mesmo tempo que cultiva
também o seu mundo interno. Uma vez que é o próprio homem
que cria as regras da sociedade, quanto mais neurótico ele for,
mais o será também o seu meio social. Uma sociedade
repressora, divisionista e fragmentária é a própria expressão
da condição dos indivíduos que a compõem.
Sendo assim, o ser humano vive atualmente uma imensa
contradição. Para alcançar a almejada felicidade, deve rejeitar
os valores básicos da sociedade. Se viver conforme os padrões
socialmente aceitos, fica verdadeiramente alienado, até e
principalmente de si mesmo. Portanto, está dividido, em
constante conflito com o mundo externo.
Existe assim uma interação e uma interdependência entre o
indivíduo e a sociedade. Contraditoriamente, aquele que aceita
todos os valores da sociedade é, de fato, um alienado (dos
seus próprios valores e dos valores relacionados a princípios
universais superiores, altruísticos e humanísticos), pois a
sociedade é moldada a partir de bases neuróticas. Por outro
lado, quando o indivíduo questiona as regras e os valores da
sociedade em que vive, é considerado um alienado, um
desequilibrado. Quer dizer, para ser feliz é necessário que o
indivíduo (etimologicamente: não dividido) se torne um
"divíduo", ou seja, dividido, separado. Não é à toa que os
grandes movimentos sociais que questionaram mais
profundamente os valores burgueses da sociedade industrial
tenham sido chamados de loucos pelas classes dominantes
bem comportadas. Ironicamente, a sociedade desenvolveu
técnicas que procuram reajustar a pessoa que não segue os
padrões de comportamento aceitos. Por meio da psiquiatria
medicamentosa ou por métodos psicoterapêuticos baseados
em sistemas interpretativos e explicativos procura-se ajustar a
teoria ao caso, e não o contrário. Estas técnicas vêem o caso
através de um conjunto de informações e dados previamente
estabelecidos pelos próprios valores sócio-culturais. As
interpretações baseiam-se em teorias geralmente inflexíveis,
procurando ajustar o indivíduo doente ao próprio meio gerador
da doença, seja ela física, psíquica ou mental.
Como resultado de todo esse processo, temos a vasta gama
dos chamados sintomas emocionais, como a ansiedade, a
angústia e a depressão, já considerados normais pelo cidadão
do nosso século. Quem não possui esses sintomas deve ser
um estranho, principalmente se vive numa sociedade que
existe e se mantém graças ao cerceamento do prazer
individual, que tece a trama do mecanismo de controle social e
da escravização do homem.
"A tecnocracia mutilou a personalidade dos discípulos de
Hipócrates."
Dr. Nelson Senise
em Medicina e Impunidade
D= S+ Fd
AÇÚCAR BRANCO
Este é um dos mais recentes produtos utilizados pelo homem. Há
pouco mais de 200 anos era desconhecido, sendo que se usava
o açúcar mascavo muito raramente e, mesmo assim, buscando
os seus efeitos medicamentosos. Hoje há um consumo
exagerado de doces, balas, refrigerantes, sorvetes e do próprio
pó branco e "puro". Só nos Estados Unidos, a média de consumo
diário por pessoa é de 300 gramas, o que equivale a cerca de
nove quilos mensais ou aproximadamente cem quilos ao ano por
pessoa. Lembramos que o açúcar é totalmente desnecessário e
supérfluo para o organismo e, se ingerido em excesso, é
considerado muito prejudicial por médicos, nutricionistas e
dentistas judiciosos. Mas as autoridades competentes
aconselham o consumo de açúcar para aqueles que desejam
adquirir as seguintes doenças:
FRUTAS E LEGUMES
Nossas frutas e legumes, comprados nos supermercados e feiras
livres, estão saturados de agrotóxicos, sendo infectados desde a
produção até a venda ao público. Os próprios distribuidores
acrescentam venenos para evitar a deterioração e o ataque de
insetos. Mas as maiores quantidades de compostos tóxicos são
encontrados nas frutas fora de estação e frutas secas. Nestas, a
quantidade de substâncias tóxicas pode ser muito grande e vários
conservantes são usados, como:
Antibióticos Formiato de etilo
Bicloreto de carbono Fungicidas
Bicíoreto de etileno Gás cianídrico
Bissulfureto de carbono Óxido de etileno
Brometo de metila Tetracloreto de carbono
Cloropicrina (gás lacrimogênio)
Informamos que, com exceção dos antibióticos, antifúngicos e do
brometo de etila, todos os demais produtos são proibidos por lei,
pois não são sequer aceitos como aditivos alimentares. Apesar
de provocarem males imprevisíveis, são usados quase à
vontade, sem nenhum controle eficaz e seguro para a população.
As frutas secas são, portanto, mais uma boa dica para adoecer.
SAL REFINADO
O sal de cozinha, industrializado e refinado, faz parte do grupo
conhecido como "três assassinos brancos", do qual fazem parte
também o açúcar e a farinha branca. O sal refinado é produzido a
partir do sal natural, chamado sal marinho, que é um produto rico
e benéfico, portanto não deve ser usado pelas pessoas que
querem ficar doentes. Dele são retirados industrialmente cerca
de oitenta elementos naturais e acrescidos os seguintes
compostos químicos:
ÁLCOOL
Não é preciso dizer que o alcoolismo é um fato comum a toda a
humanidade. Só no Brasil são consumidos anualmente perto de
dois bilhões de litros de cachaça, o que supera a produção
mundial de uísque. Trata-se de um vício que acaba não afetando
apenas quem bebe, mas a família e a sociedade. Quem bebe está
sujeito a sofrer de diversos problemas, entre eles:
Arteriosclerose Infarto do Miocárdio
Câncer da vesícula biliar Infecções
Câncer do estômago Inflamações dos órgãos
Digestivos
Câncer do fígado Irritação da mucosa digestiva
Câncer do pâncreas Morte súbita
Cirrose hepática Neurite alcoólica
Convulsões epilépticas Pancretite aguda e crônica
Delirius tremem Perda da coordenação motora
Diminuição da resistência Perturbação da função renal
Orgânica Pressão alta
Diminuição do apetite Tuberculose
Distúrbios da conduta
Distúrbios psíquicos
variados
Hepatite
TABACO
Apesar de todas as campanhas no sentido de diminuir o
consumo de cigarros e seus similares, o número de fumantes no
mundo vem aumentando a cada dia. Isto mostra que as pessoas
optaram definitivamente por ficarem doentes. Em breve o cigarro
será responsável por aproximadamente trinta milhões de mortes
em todo o orbe terrestre, gerando problemas orgânicos em mais
de trezentos milhões de pessoas. Só no Brasil existem perto de
trinta milhões de fumantes (muitos deles são médicos...), com
100.000 mortes anuais. Metade dos homens e 1/3 das mulheres
fumam. A questão do tabagismo não afeta apenas os fumantes,
mas também quem está próximo deles, provocando irritação nos
olhos, tosse, dor de cabeça, problemas respiratórios, ajudando a
piorar casos de bronquite, asma, rinite, infecções das amígdalas,
adenóides e afetando também o crescimento. Fumando
ajudamos também uma criança a ser doente, principalmente se
é uma gestante que fuma. Quem acredita que o problema do
cigarro está apenas na nicotina, está muito enganado. Eis o resto
dos componentes:
Ácido cítrico Amoníaco
Ácido málico Benzopireno
Ácido nítrico Extratos azotados
Ácido oxálico Nicotina
Ácido tânico Proteínas insolúveis
Alcatrão Solamina
Acetanilida
Acetazolanida
Acetofenedina
Acido acetil salicílico
Ácido amino salicílico
Aminopirina
Anfetaminas
Anilinas
Antineoplásicos em geral
Arsênico
Barbitúricos
Benzol
Carbamazepina
Cimetidine
Citarabine
Clofibrato
Cloranfenicol
Clorotiazida
Clorpropamida
Difenilhidantoina
Drogas radioativas
Estreptomicina
Fenacemida
Fenelzine
Fenilbutazona
Fenilhidrazina
Metildopa
Metimazol
Metofenobarbital
Metrotrexato
Neomicina
Penicilina
Pirimetamina
Quinacrina
Quinidina
Tiosemicarbazona
Tolbutamida
Trimetadiona
Ácido etacrínico
Acido flufenâmico
Ácido trimetilcolchicínico
5-fluoracil
Cloreto de potássio
Corticosteróides
Duazomicina
Fenacetina
Fenilbutazona
Fluorodeoxiuridina
Hidroxiuréia
Ibufemac
Indometacina
lodetos
Metrotexate
Pirazolônicos
Reserpina
Salicilatos
Thiotepa
Vincristina
Medicamentos que causam queda de cabelo e alopecia
ACTH
Atofan
Aureomicina
Barbitúricos
Brometos
Bromossulfaleína
Cloranfenicol
Codeína
Dextrans
Digital
Enzimas
Eritromicina
Estreptomicina
Fenolftaleina
Griseofulvina
Hidantoinas
Insulinas
lodetos
Meperidina
Meprobamato
Mercuriais
Nitrofurantoina
Novobiocina
Opiáceos
Penicilina
Procarbamazina
Propoxifeno
Salicilatos
Tetraciclinas
Tiamina
Tiouracil
Viomicina
Drogas que diminuem acentuadamente os batimentos
cardíacos
Acetilcolina Pilocarpina
Digital Quinina
Muscarina Sais de bário
Parassimpaticominnéticos Sais de chumbo
Cicutoxina Morfina
Cloro Muscarina
Codeína Nicotina
Diazepina Pilocarpina
Drogas que provocam convulsões
Álcool metílico Cardiazol
Anilinas Estricnina
Arsênico Picrotoxina
Atropina Sais de chumbo
Drogas que provocam estados de agitação
Aconitina Fenóis
Álcool etílico Hipnóticos
Álcool metílico Monóxido de carbono
Anestésicos Morfina
Atropina
Drogas que provocam vômitos
Ácidos Colchicina
Álcool metílico Fenóis
Benzina Fósforo
Benzol Metais pesados
Drogas que provocam taquicardia
Anfetaminas Digital
Atropina Fenproporex
Cafeína Monóxido de carbono
Cocaína Tálio
Dicas especiais:
— Jamais faça exercícios.
— More em locais poluídos.
— Fume bastante.
— Leve uma vida muito ativa e sob constante tensão.
— Evite o lazer.
— Assista à televisão deitado e comendo biscoitos doces,
nos fins de semana, o que o ajudará também a ter barriga e
varizes.
— Consuma bastante açúcar branco e doces em geral,
não esquecendo dos refrigerantes.
— Coma sempre muito, várias vezes ao dia.
— Engorde bastante, pois assim o coração terá de esforçar-se
para cumprir suas funções habituais.
Dica dietética:
Todas as manhãs, prepare quatro ovos de granja (que inclusive
já vêm com antibióticos para facilitar. Você não paga nem um
tostão a mais por esta vantagem) com várias fatias de bacon.
Coma este saboroso e nutritivo desjejum acompanhado de uma
grande xícara de café com leite com bastante açúcar e pão
repleto de margarina (que tem mais colesterol que a manteiga,
pois é enriquecida com sebo, leite e gorduras, que fazem
muito bem ao coração).
Geralmente, você só saberá que já adquiriu a doença
repentinamente. Pode começar com uma simples dor no peito,
ou então com um infarto fulminante. Aconselhamos que,
quando o problema for descoberto, você não procure mudar os
seus hábitos e nem pense em tornar-se naturalista. Siga
estritamente as ordens do cardiologista e tome vários remé-
dios. Melhor seria abrir uma conta numa boa farmácia mais
próxima. Evite as ervas medicinais, a homeopatia e a
acupuntura. Cuidado com a macrobiótica, pois é coisa de malu-
cos alienados da nossa sociedade.
O infarto e as doenças cardíacas lideram as estatísticas de
causas de morte no mundo. Se você sofrer destes males, es-
tará identificando-se com a atual condição humana e então
poderá sentir-se integrado na nossa cultura. Afinal, só nos
Estados Unidos, morrem anualmente milhões de pessoas de
doenças cardíacas. Esperamos um dia imitar os norte-
americanos também nesta área e, quem sabe, até superá-los,
pois estamos nos transformando numa grande potência.
As modernas cirurgias cardíacas, particularmente as de ponte
de safena, têm contribuído muito para a redução da
mortalidade por estas doenças. Surgiu assim o clube dos sa-
fenados e cateterizados. Você também pode fazer parte
deste clube, adquirindo status e sendo invejado pelos sadios.
Basta seguir nossos conselhos.
Massa:
1 xícara de açúcar branco
2 colheres de sopa de margarina
3 ovos
2 colheres de sopa de chocolate em pó
1 xícara de leite de vaca
2 colheres de sopa de café forte
1 xícara de farinha de trigo branca
1 colher de sopa de fermento em pó
1 cálice de licor de cacau
Cobertura:
2 colheres de sopa de margarina
1 xícara de chá de chocolate em pó
1 xícara de chá de leite
1 xícara de açúcar branco
Modo de preparar:
Bata a margarina até virar um creme. Junte o açúcar, as gemas e
o chocolate altemadamente, em pequenas porções e batendo
sempre. Acrescente o leite, o café e a farinha. Por fim, adicione as
claras em neve, misturando tudo suavemente. Asse em forma
untada, em forno brando, por 40 minutos. Deixe esfriar,
desenforme e cubra com o licor. Prepare então a cobertura,
juntando os ingredientes ao fogo e mexendo até dar um ponto de
bala mole. Retire do fogo, bata até perder a fervura e derrame
sobre o bolo.
Efeitos:
Trata-se de um excelente prato para a mamãe ficar forte, pois, se
comido com frequência, pode deixá-la gorda como uma pipa. Seu
efeito mais surpreendente é acumular gorduras em locais
inconvenientes. Favorece o aparecimento de celulite, estrias e o
acúmulo de gordura nas mamas. Se a mamãe comer este prato
desde mocinha, tenderá a entrar na menopausa precocemente e
a ter distúrbios intestinais e diabetes.
TORTA PARA O DIA DO PAPAI
Ingredientes.-
1ª. e 5ª. camadas
10 colheres de sopa bem cheias de açúcar branco
10 ovos
10 colheres de sopa de farinha de trigo branca
1 colher de sopa de fermento em pó
1 pitada de canela em pó
2ª. camada
1 copo grande de açúcar branco
300 g de ameixa seca sem caroço
2 copos de água
3ª. camada
12 gemas
3 claras
250 g de açúcar branco
1 colher de sopa de semolina
5 cravos-da-índia
4ª. camada
500 g de açúcar branco
1 xícara bem cheia de margarina
4 gemas
1 pacote de coco ralado
2 copos de água
Efeitos:
Se o papai comer sempre este delicioso bolo, feito com tanto
carinho, não vai sobreviver por muito tempo. São quase três
quilos de açúcar, 30 ovos, margarina, farinha e outros produtos
nutritivos. É sem dúvida uma receita bastante rica em
colesterol e carboidratos, o suficiente para que se acumulem
nas artérias do papai uma boa quantidade de placas
ateromatosas. Também vai provocar nele desequilíbrios no
metabolismo de açúcares, favorecendo a hipoglicemia, a
diabete e a obesidade.
É bom que a mamãe faça esta torta no dia dos pais. Se ele
aprovar esta receita, ela poderá repeti-la com frequência. Mas
é bom avisá-la de que este bolo também ajuda a provocar
desinteresse sexual e impotência.
FEIJOADA SUCULENTA
Ingredientes:
200 g de focinho de porco
200 g de rabo de porco
200 g de pé de porco
350 g de costela salgada de porco
250 g de paio
250 g de linguiça de porco
200 g de linguiça de vaca
400 g de carne seca
350 g de toucinho fresco de porco
100 g de toucinho defumado de porco
(Obs.: Não seria melhor colocar um porco inteiro?)
Modo de preparar:
Deixar de molho, de véspera, as carnes salgadas, separadas
umas das outras. No dia seguinte, fervê-las separadamente,
para tirar bem o sal. Numa panela grande, preparar um quilo
de feijão preto de modo tradicional. Numa panela maior, juntar
as carnes, acrescentando como tempero alho, louro, cheiro
verde, cebola e pimenta-do-reino a gosto. Servir com arroz,
couve picada, laranja e caipirinha com bastante açúcar e gelo.
Efeitos:
Se a feijoada não provocar indigestão, diarréia, cólicas e
tenesmo logo após a refeição, vai ajudar a causar outros
problemas. O excesso de gorduras polissaturadas e pesadas,
quando não ataca de imediato a vesícula e o fígado, enriquece o
sangue de matérial graxo ultrapesado, favorecendo a deposição
de gorduras nas artérias, no coração, no fígado, nos rins e assim
por diante. Podemos dizer que a feijoada é o prato mais rico do
mundo em matérias gordurosas. Meia hora após a ingestão de
uma feijoada, se retirarmos uma amostra de sangue venoso, ele
estará esbranquiçado, devido à grande quantidade de partículas
de gordura dissolvidas. Se este mesmo sangue for colocado em
um recipiente para descansar, as partículas gordurosas tenderão
a se juntar, formando uma imensa gota de sebo.
Basta ingerir semanalmente este delicioso prato para contrair as
seguintes doenças: obesidade, distensão abdominal, putrefação
intestinal, arteriosclerose cerebral, aterosclerose coronariana,
aterosclerose generalizada, infarto do miocárdio, angina pectoris,
reumatismo, artrite, gota, lipomatose, cistos sebáceos,
envelhecimento precoce, discinésia vesicular, gastrite, colite,
enterite, hemorróidas, varizes, pressão alta, retenção de líquidos,
glaucoma e outras.
Bom apetite!