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O ácido ribonucleico ou (ARN, ou RNA nas suas siglas em inglês) é um tipo de ácido

nucleico, uma molécula polimérica linear formada por unidades menores chamadas
nucleótidos. Intervém em várias funções biológicas importantes como a codificação
genética, e a descodificação durante a tradução de proteínas, regulação e expressão dos
genes. É uma das macromoléculas essenciais para a vida, a par do ADN, as proteínas, os
lípidos e os carboidratos. Tal como o ADN, o ARN é formado por uma cadeia de
nucleótidos, mas diferentemente do ADN, que forma uma dupla hélice bicatenária, a
maioria dos ARNs são monocatenários, embora possam dobrar-se sobre si mesmos. Os
organismos celulares utilizam o ARN mensageiro (ARNm) para levar ao ribossoma a
informação genética (utilizando a sequência das bases G, A, U, e C que significam
guanina, adenina, uracilo e citosina), onde coordenará a síntese de proteínas específicas.
A base uracilo é característica do ARN (o ADN por sua vez possui timina). Os
nucleótidos do ARN levam o açúcar ribose, daí o seu nome (ribose > ribonucleico),
diferentemente do ADN que leva desoxirribose. O ARN transcreve-se a partir do ADN
pela acção de enzimas chamadas ARN polimerases.

Algumas moléculas de ARN desempenham um papel muito activo nas células, uma vez
que podem catalisar reacções biológicas, controlar a expressão génica, ou perceber e
comunicar respostas a sinais celulares. Um destes activos processos é a síntese de
proteínas, uma função universal fundamental na qual intervêm vários tipos de ARN: o
ARNm leva a informação de como tem que ser a sequência da proteína, o ARNt leva os
aminoácidos necessários, e o ARNr é parte constituinte do organelo onde se realiza a
síntese, o ribossoma, e tem uma actividade catalítica que une os aminoácidos entre si.
As ribozimas são ARNs com função enzimática. Muitos vírus codificam a sua
informação genética num genoma de ARN.

Em 1957 Elliot Volkin e Lawrence Astrachan fizeram uma observação significativa.


Eles descobriram que uma das mais marcantes mudanças quando a E. coli é infectada
pelo fago T2 é um rápido surto de síntese de RNA. Além disso, este RNA induzido por
fago "renova-se" rapidamente; isto é, seu tempo de vida é curto. O seu rápido
aparecimento e desaparecimento sugeriu que o RNA pode ter algum papel na expressão
de genoma de T2 necessária para fazer mais partículas de vírus.

Volkin e Astrachan demonstraram a rápida renovação do RNA usando um protocolo


chamado de experimento de pulso-caça. Para fazer um experimento de pulso-caça, as
bactérias infectadas são primeiro alimentadas (pulsadas com) uracil radioativa (uma
molécula necessária para a síntese de RNA mas não de DNA). Qualquer RNA
sintetizado nas bactérias a partir daí está "marcado" com uracil radioativa prontamente
detectável. Após um curto período de incubação, a uracil radioativa é removida e
substituída (caçada) por uracil que não é radioativa. Este procedimento "caça" a
remoção de marcação do RNA, porque, à medida que o RNA se degrada, apenas os
precursores não marcados estão disponíveis para sintetizar novas moléculas de RNA. O
RNA recuperado logo após o pulso está marcado, mas o recuperado logo após o pulso
está, indicando que o RNA tem um tempo de vida muito curto.

Um experimento similar pode ser feito com células eucarióticas. As células são primeiro
pulsadas com uracil radioativa para um meio com uracil não marcada. Nas amostras
colhidas após o pulso, a maior parte da marcação está no núcleo. Nas amostras obtidas
após a caça, o RNA marcado é encontrado no citoplasma. Aparentemente, em
eucariontes, o RNA é sintetizado no núcleo e então move-se para o citoplasma, onde são
feitas as proteínas. Assim, o RNA é um bom candidato para intermediário da
transferência de informação entre o DNA e a proteína.

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