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Tensoestruturas PDF
Tensoestruturas PDF
Aprovada por:
________________________________________________
Prof. Ronaldo Carvalho Battista, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Fernando Luiz Bastos Ribeiro, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Michèle Schubert Pfeil, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Djenane Cordeiro Pamplona, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Raul Rosas e Silva, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Ruy Marcelo de Oliveira Pauletti, D.Sc.
ii
Aos meus pais, Luiz e Lízia,
meus irmãos, Vicente e Viviane
e à Lu.
iii
Agradecimentos
Ao professor Ronaldo pelos mais diversos conhecimentos transmitidos durante todo o
período de desenvolvimento da pesquisa.
Aos amigos Bension e Efrain Akerman, que me facilitaram as condições de moradia aqui
no Rio de Janeiro.
Aos amigos Silvoso, Jaime, Roberto, Wendell, Jardel, Guilherme, Sidclei, Cláudio Márcio,
pelo companherismo.
Aos amigos da Pengec, Rodrigo, Augusto e Igor, pelo apoio e compreensão dos
adiamentos da conclusão desse trabalho.
E a todos que de alguma forma, em algum momento, me ajudaram a atingir esta meta.
iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários para
a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
Novembro/2003
v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements
for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
November/2003
This work presents all the development stages of a computational tool, especially
tailored to aid the textile tensostructures design. This program, called TENSOTEX, was
developed on the basis of a nonlinear formulation for the finite element method, and
makes it possible to do in an integrated manner all the stages of the structural analysis and
design.
The complete development of a typical tensile structure design is presented step by
step, in order to make an application example of TENSOTEX, as well as to analyze and
discuss all design stages. The first stage consists in determining the spatial geometry of the
fabric surface, reaching a state of overall stretching, and moreover fulfilling the
architectural requirements. The second stage consists in the definition of the fabric cutting
pattern. In the third stage, the pieces of fabric are assembled to form the tensostructure
and finally, the stresses in the fabric and the forces in the cables and anchorage stays are
analyzed.
Because complete geometric data and numerical or experimental results for a
typical textile tensile structure has not been found in the technical literature, other methods
of calculations were also implemented to compare results and validate the developed tool.
vi
Sumário
Índice de figuras x
Capítulo - 1 1 Introdução
1.1 Motivação/Objetivos 1
1.2 Escopo do trabalho 2
Capítulo - 2 2 Tensoestruturas
2.1 Classificação e ilustrações 4
2.1.1 Tensoestruturas de cabos 4
2.1.2 Tensoestruturas de tecido 6
viii
Capítulo - 7 7 Análise e projeto estrutural
7.1 Definições arquitetônicas 98
7.2 Características dos materiais 100
7.3 Definição da forma 102
7.4 Definição das linhas de corte 106
7.5 Definição dos moldes para corte 108
7.6 Análise de tensões 114
7.7 Cabos das bordas e intermediários e reações nos apoios 119
7.8 Comentários finais sobre a análise de tensões no tecido e nas
estruturas de suporte 121
Capítulo - 8 8 Conclusões
8.1 Conclusões 124
8.2 Comentários finais e proposta para desenvolvimento de
trabalhos futuros 125
Bibliografia 127
ix
Índice de figuras
Figura 2-13 - La Verne College Student Activities Center, EUA, 1973[61]. ..............11
x
Figura 3-2– Detalhe para re-tensionamento[53]. ............................................................20
Figura 3-8 – Arranjo dos fios no tecido. (a) fios tecidos (b) fios sobrepostos .........23
Figura 3-10 – Ensaio de resistência ao rasgamento[55]. (a) Tongue tear test (b) Teste
trapezoidal (c) Teste axial com rasgo central..........................................................26
xi
Figura 4-7 - Elemento proposto. .......................................................................................51
Figura 5-7 – Forma encontrada para densidades iguais para cabos passivos e ativos.
........................................................................................................................................65
xii
Figura 5-18 – Tesões no tecido após redução do módulo de elasticidade..................72
xiii
Figura 6-14 - Dimensões principais da tira planificada considerando as deformações
iniciais. ...........................................................................................................................86
Figura 6-15 – Malha para superfície cilíndrica circular. (a) Projeção horizontal; (b)
raio; (c) perspectiva .....................................................................................................88
Figura 6-16 – Rotação da superfície discretizada. (a) Perspectiva; (b) vista lateral....89
Figura 6-19 - Malha da superfície esférica. (a) Vista lateral da superfície esférica;
(b)Perspectiva...............................................................................................................90
Figura 6-25 – Dimensões principais da tira planificada sem tensões iniciais. ............93
Figura 6-26 – Tensões residuais máximas da tira planificada sem tensões iniciais....93
Figura 6-27 – Tensões residuais mínimas da tira planificada sem tensões iniciais. ...94
Figura 6-29 – Tensões residuais máximas da tira planificada com tensões iniciais...94
Figura 6-30 – Tensões residuais mínimas da tira planificada com tensões iniciais. ..95
Figura 6-32 – Dimensões principais da tira planificada com tensões iniciais e maior
refinamento. .................................................................................................................95
xiv
Figura 6-33 – Tensões residuais máximas da tira planificada com tensões iniciais...96
Figura 6-34 – Tensões residuais mínimas da tira planificada com tensões iniciais. ..96
Figura 7-13 – Malha gerada após a definição das linhas de corte. .............................108
xv
Figura 7-18 – Detalhe do molde 01.................................................................................112
Figura 7-30 – Tensões (Sx) e forças (Fx) nos cabos após a montagem. ...................119
xvi
Índice de tabelas
xvii
Lista de Símbolos
A - Área transversal do elemento cabo-treliça
D - Matriz constitutiva
FABx
B B - Componente em x da força no elemento AB
xviii
Ni B B - Função de interpolação do nó i
R - Matriz de rotação
u - Campo de deslocamentos
nu
P P - Configuração de equilíbrio n
δu - Incremento de deslocamentos
ui B B - Vetor de incógnitas do nó i
Ue
A E EA - Vetor de deslocamentos nodais do elemento e
xA B B - Coordenada x do nó A
X - Vetor de coordenadas x
ε - Tensor de Green
δε - Incremento de deformações
xix
γyz, γzx, γxy -
B B B B B B Componentes do tensor de Green
σ - Vetor de tensões
Ψ - Vetor de resíduo
Ω - Domínio da estrutura
Ωe
A E EA - Domínio do elemento e
ζ, η, Θ - Matrizes auxiliares
xx
1 ⋅ Introdução
Capítulo 1
1Introdução
1.1 Motivação/Objetivos
1
1 ⋅ Introdução
2
1 ⋅ Introdução
3
2 ⋅ Tensoestruturas
Capítulo 2
2Tensoestruturas
Com o advento de fios e cordoalhas de aço duro, ou aço de protensão, com baixa
relaxação, houve uma impulsão na criação de tensoestruturas formadas por malhas
de cabos para coberturas de grandes vãos. A superfície formada por essa malha de
4
2 ⋅ Tensoestruturas
cabos pode ser coberta por folhas ou telhas de material plástico translúcido, ou
pedaços costurados de tecido.
5
2 ⋅ Tensoestruturas
(a) (b)
6
2 ⋅ Tensoestruturas
O tecido também pode ser usado sem função estrutural (figura 2-5), substituindo as
telhas e tapamentos laterais. Neste caso, pode ser feito um cálculo observando-se a
falta de rigidez ao cisalhamento do tecido, além de levar em consideração que os
carregamentos transversais ao plano do tecido serão transferidos para a estrutura de
suporte por tensões de membrana, gerando esforços numa direção diferente da
direção dos carregamentos.
7
2 ⋅ Tensoestruturas
Horst Berger e David Geiger também foram importantes para o progresso das
estruturas de membrana, sendo Berger aquele que realmente estava ligado ao tipo de
tensoestrutura têxtil aqui estudado, enquanto Geiger trabalhava com coberturas
pneumáticas (air supported), como a que é apresentada na figura 2-7, a primeira
estrutura de membranas pneumática a ser analisada computacionalmente.
8
2 ⋅ Tensoestruturas
Com a popularização dos circos nos EUA, no século XIX, foram desenvolvidos
vários conhecimentos empíricos para a produção dessas tenso-estruturas têxteis
(figura 2-10), como a forma de cortar e costurar os tecidos, as ancoragens, técnicas
de montagem e desmontagem. Até hoje os circos ainda utilizam estruturas de
tecidos devido a sua facilidade de montagem, desmontagem e transporte,
permitindo freqüentes relocações.
Uma das empresas fabricantes de tendas é a Stromeyer, fundada em 1872 e que até
hoje está em funcionamento. Juntamente com Peter Stromeyer, Frei Otto começou
9
2 ⋅ Tensoestruturas
a trabalhar com tendas, chegando a publicar uma patente, em 1961, para a empresa
Stromeyer[48].
A cobertura de um palco (figura 2-11) projetada por Frei Otto, em 1955, pode ser
considerada como um marco da utilização das tenso-estruturas têxteis modernas.
Ele realizou outros projetos pioneiros tal como a cobertura para um salão de dança,
em 1958 (figura 2-12).
1955[68].
T T T 1957[68].
T T T
10
2 ⋅ Tensoestruturas
11
2 ⋅ Tensoestruturas
12
2 ⋅ Tensoestruturas
Essas características que tornam atrativa a escolha das tenso-estruturas têxteis como
uma vantajosa solução estrutural para coberturas, podem ser melhor especificadas
como se segue:
14
2 ⋅ Tensoestruturas
Além da aparência, pode ser contabilizada uma outra vantagem dos tecidos, a leveza.
Esta característica se torna mais importante à medida que se aumenta o vão livre da
estrutura, já que a relação entre o peso da estrutura e a carga que ela suporta
aumenta consideravelmente para o caso de grandes vãos, tornando proibitivo o uso
de certos sistemas estruturais mais pesados, proporcionando uma grande vantagem
para estruturas leves. Com a redução do peso da estrutura, são reduzidos os
esforços nas estruturas de suporte e cargas nas fundações, principalmente quando
estes esforços são devidos a efeitos sísmicos, proporcionando uma grande vantagem
para cobertura de estruturas pré-existentes.
Os gastos com energia elétrica também podem ser reduzidos. Com o uso de tecidos
translúcidos, pode ser aproveitada a luz natural, reduzindo o uso de iluminação
artificial. Em climas quentes pode se economizar na refrigeração do ambiente, já que
o índice de reflexão do calor do sol é bastante alto.
15
2 ⋅ Tensoestruturas
16
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Capítulo 3
3.1 Projeto
17
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Apesar desta definição de cada etapa separadamente, tanto a análise estrutural pode
indicar a necessidade de se refazer o primeiro passo, como a definição de padrões de
corte também pode indicar a necessidade de se refazer as duas análises anteriores.
A definição dos padrões de corte determina as direções das fibras do tecido, o que
pode tornar necessária uma reanálise da estrutura, considerando as características
ortotrópicas do material.
Esta recorrência de etapas projetivas pode tornar o processo muito trabalhoso, por
isso há a necessidade de criação de uma ferramenta computacional capaz de efetuar
cada uma das etapas e de interagir com os resultados das outras etapas.
18
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
19
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
20
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Os pedaços de tecido cortados têm que ser unidos para formar a superfície da
cobertura. Essa união pode ser soldada, colada ou costurada. É importante que a
emenda transmita os esforços de membrana no tecido, afetando o mínimo possível
o comportamento global da estrutura. A resistência desta ligação é influenciada por
fatores como a adesão da matriz e a largura da emenda, que varia de 25 a 50 mm
para materiais com PVC e de 50 a 75 mm para silicone e PTFE[55].
21
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
As figuras 3-6 e 3-7 apresentam outros detalhes típicos de ligação entre a estrutura
de apoio e o tecido, entre cabos e o tecido e entre cabo e estrutura. A primeira
apresenta, em amarelo, um detalhe interessante de um elemento de proteção para
canalizar a água, já a segunda apresenta um recorte feito usualmente nos cantos do
tecido para evitar a concentração de tensões nesses pontos, além de ilustrar as
ligações entre os cabos, estrutura de apoio e o tecido.
Nesta seção é feita uma breve descrição dos tecidos empregados em tenso-
estruturas, apresentando-se os tipos mais utilizados, suas principais características
físicas e algumas técnicas experimentais para determiná-las.
22
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Os tecidos comumente utilizados são compostos por fibras e uma matriz. Apesar de
existirem tecidos sem a matriz, é mais comum utilizar os dois materiais. Existe ainda
a possibilidade de utilizar membranas poliméricas sem a presença de fibras.
As fibras normalmente não são nem longas, nem espessas o suficiente para que
possa ser usada diretamente no tecido, por tanto as fibras têm que ser unidas em
fios. Existem várias formas de unir as fibras, podendo ser dispostas paralelamente
ou torcidas juntas. O fio produzido pelas fibras torcidas tem uma rigidez axial
menor do que o outro, mas tem uma menor rigidez à flexão.
Os fios por sua vez devem ser combinados para produzir uma malha. Os fios
podem ser tecidos (figura 3-8 a) ou dispostos em camadas de fios paralelos
sobrepostas (figura 3-8 b).
(a) (b)
Para o caso dos fios tecidos tem-se uma espessura maior, aproximadamente três
vezes o diâmetro de fio, enquanto no outro apenas duas vezes, assim o primeiro
apresenta um maior consumo da matriz. Além disso, as ondulações criadas nos fios
23
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Outros fatores ainda podem variar como o diâmetro dos fios, a quantidade de fios
por metro, o afastamento entre eles, o ângulo entre os fios da trama e da urdidura.
As variações desses parâmetros alteram as seguintes características:
• Resistência ao rasgamento;
• Rigidez extensional;
A malha criada com as fibras e não revestida com a matriz pode ser utilizada mais
convenientemente em estruturas temporárias em que não se exija a resistência às
intempéries. Para estruturas permanentes são empregados tecidos revestidos com
matriz polimérica (figura 3-9). A aplicação pode ser feita pelo derramamento da
matriz líquida sobre a malha e esperar a cura ou polimerização. A matriz pode ser
espalhada com uma espátula e pressionada contra o tecido, ou ainda pode ser
laminada.
24
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
25
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
26
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Corpo de prova
Eixo
Equipamento
de teste
A variação dimensional dos tecidos tem grande importância porque a mudança nas
dimensões do tecido altera a distribuição de tensões, podendo provocar
enrugamentos na superfície. Vários fatores podem influenciar a variação
dimensional, o processo de fabricação, a presença de água, além da temperatura.
3.3.4 Fluência/relaxação
27
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
1
TP PT Para obter esta classificação os materiais que compõem o tecido têm que ser classificados como
incombustíveis pela ASTM E-136 e terem o valor de propagação de chama menor que 50, ASTM E-84.
28
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Cortes
longitudinais
29
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
1° Carregamento
Tensão (kN/m) 2° Carregamento
3° Carregamento
30 Trama
1:1
Urdume
2:1 Urdume
20 1:0
Trama
Urdume Trama
2:1
1:1 1:2 Trama
10 0:1
0
0 0.01 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08
Deformação
Figura 3-14 – Curva tensão-deformação para tecido de fibra de vidro com
PTFE[55].
A não linearidade dos tecidos também fica bastante evidenciada, sendo que a curva
tensão x deformação não apresenta nenhum intervalo linear. Além de ser não linear, o
comportamento também não é elástico, a não ser após vários ciclos de
carregamento [55]. Apesar dessas características, no presente trabalho será feita uma
modelagem elástica linear, já que as tensões de serviço são bastante pequenas, cerca
de 10% da tensão de ruptura do tecido.
Essa resistência à tração também pode não ser determinante para o desempenho do
tecido, uma vez que a resistência ao rasgamento pode limitar o valor das cargas.
Como o aumento da resistência à tração diminui a resistência ao rasgamento, chega-
30
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
A tabela 3-2 apresenta características determinadas pelo fabricante para dois tipos
diferentes de tecido.
Rasgamento Trapezoidal,
kN/m. (ASTM 4851-88)
31
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
3.3.7 Durabilidade
A figura 3-16 mostra que para diferentes tipos de material a durabilidade pode variar
bastante.
32
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Pode parecer paradoxal que o material permeável à energia luminosa também seja
eficiente para evitar que o Sol aqueça o ambiente, mas isso pode ser explicado pela
baixa absorção de energia do tecido, como pode ser visto na tabela 3-3 e está
ilustrado na figura 3-17.
33
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
Luz
Energia irradiada
Energia refletida Solar
Exterior
Cobertura Energia absorvida
Interior
Energia transmitida
Energia irradiada
Uma vez definida a forma, tem que ser resolvido um novo problema: como
produzir esta superfície espacial a partir de pedaços planos de tecido? E como
34
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
determinar a correta geometria dos moldes para corte desses pedaços planos de
tecido? Para tanto, têm que ser definidas as linhas de corte e tem que ser feito um
mapeamento da estrutura espacial em duas dimensões, levando em conta o campo
de tensões que se deseja alcançar após a montagem global da estrutura espacial, por
meio das costuras de todos os pedaços planos de tecido.
O projeto segue com a análise estrutural propriamente dita, avaliando, para todas as
condições de carga, os resultados obtidos para deslocamentos, tensões no tecido, e
para os esforços nos cabos e nas estruturas de suporte. Uma observação deve ser
feita em relação ao comportamento não linear das estruturas, que pode aumentar a
complexidade e o tempo de análise, principalmente nos casos com carregamentos
dinâmicos.
Assim como no caso da definição da forma inicial, a definição dos moldes para
corte também começou com o uso de modelos físicos, passando depois para
métodos computacionais capazes de produzir resultados mais precisos. Alguns
trabalhos nesta área podem ser citados, tais como o do GRÜNDIG[21] e
MONCRIEFF[37], já no final dos anos 80 e início do anos 90 do século XX.
35
3 ⋅ Projeto e Fabricação de uma Tenso-estrutura têxtil
36
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
Capítulo 4
37
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
Seja uma aproximação característica do método dos elementos finitos para o campo
de deslocamentos:
⎛u⎞ n
⎜ ⎟
u = ⎜ ⎟ = ∑Ni⋅ui
v (4-1)
⎝ w ⎠ i=1
⎡ Ni 0 0 ⎤ ⎛ ui ⎞
Ni = ⎢⎢ 0 Ni 0 ⎥⎥ ; ui = ⎜⎜ vi ⎟⎟ (4-2)
⎣ 0 0 Ni ⎦ ⎝ wi ⎠
εx
⎛ ⎞
⎜ εy
εz
⎟
ε=⎜ ⎟=ε +ε (4-3)
γyz 0 1
⎜ γzx ⎟
⎝ γxy ⎠
onde ε0 e ε1 são as parcelas lineares e não lineares das deformações:
B B B B
u,x
⎧⎪ v ⎫⎪ ,y
w
ε =⎨ v + w ⎬
,z
0 (4-4)
,z ,y
⎪⎩ wu ++ vu ⎪⎭
,x ,z
,y ,x
1 2
⎧⎪ 2(u,x + v,x + w,x)
2 2
⎫⎪
1 2
2(u,y + v,y + w,y)
⎪ ⎪
2 2
ε =⎨ ⎬
1 2
2(u,z + v,z + w,z)
A
1
2 2 E EA (4-5)
38
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
1
ε=⎡⎢B0+2⋅B1(u)⎤⎥⋅u (4-6)
⎣ ⎦
σx
⎛σ ⎞
⎜σ ⎟y
σ = ⎜ ⎟ = D⋅ε
z
(4-8)
τ yz
⎜τ ⎟
⎝τ ⎠
zx
xy
δσ = D⋅δε (4-9)
onde F é o vetor de forças externas, P(u) são as forças internas, definida pela
integral no domínio Ω
P(u) = ⌠
⌡B ⋅σdΩ
T
A E EA (4-11)
Ω
e Ψ(u) é o resíduo, que deve ser nulo quando a estrutura se encontra em equilíbrio.
39
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
∂Ψ(nu) n
Ψ(n+1u) = Ψ(nu+n∆u) = Ψ(nu) + ⋅ ∆u + … = 0 (4-12)
∂u
∂Ψ(nu)
KT = (4-14)
∂u
δΨ(u) = ⌠ ⌠ T
⌡δB ⋅σdΩ + ⌡B ⋅δσdΩ = KT⋅δu
T
A E EA (4-15)
Ω Ω
Considerando que
Ω Ω
e ainda
Ω ⎝Ω Ω Ω ⎠
⌠BT⋅δσdΩ = K +K +K δu
⌡
A ( 0 1 2) E EA (4-19)
Ω
onde
K0=⌠
⌡B0 ⋅D⋅B0dΩ
T
A E EA (4-20)
Ω
K1= ⌠
⌡ (B0 ⋅D⋅B1+B1 ⋅D⋅B0)dΩ
T T
A E EA (4-21)
Ω
40
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
K2 = ⌠
⌡B1 ⋅D⋅B1dΩ
T
A E EA (4-22)
Ω
⌠δBT⋅σdΩ = K δu
σ (4-23)
⌡
A E EA
Portanto, uma vez conhecidas as matrizes B e Kσ, podem-se obter a matriz tangente B B
descritos a seguir
EA
elemento genérico e
ue = Ne⋅Ue
A E EA (4-25)
EA A
E
EA
Ne = [ N1 … Ni … Nn ]
A E EA (4-26)()
EA (4-27)
41
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
EA
∂Ni
⎡ 0 0⎤
∂x
⎢ 0 ∂N ∂y
i
0 ⎥
⎢ 0 0 ∂Ni ⎥
B0i =
⎢ ∂Ni ∂Ni ⎥
∂z
(4-29)
⎢ 0 ∂z ∂y ⎥
⎢ ∂N i
0
∂Ni
⎥
⎢ ∂Ni ∂Ni ⎥
∂z ∂x
⎣ ∂y ∂x 0 ⎦
A matriz B0 fornece a relação entre os deslocamentos e a parcela linear ε0 das
B B B B
deformações.
ε0 =B0⋅U (4-30)
Similarmente, a parcela não linear das deformações pode ser escrita na forma:
1
ε1 =2B1⋅U (4-31)
ou equivalentemente,
1
ε1 = 2⋅ζ⋅η (4-32)
42
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
sendo,
T
ξx 0 0 0 ξz ξy
⎡ ⎤
ζ = ⎢ 0 ξy 0 ξz 0 ξx ⎥ (4-33)
⎣ 0 0 ξz ξy ξx 0 ⎦
A E EA
⎧ ξx ⎫
η = ⎨ ξy ⎬ (4-34)
⎩ ξz⎭
⎧⎪ u,x ⎫⎪
∂
ξx =⎨ v,x ⎬; ξx = N⋅U; ξx = Θx⋅U; (4-35)
⎪⎩ w,x⎪⎭ ∂x
⎧⎪ u,y ⎫⎪
∂
ξy =⎨ v,y ⎬; ξy = N⋅U; ξy = Θy⋅U; (4-36)
⎪⎩ w,y⎪⎭ ∂y
⎧⎪ u,z ⎫⎪
∂
ξ,z =⎨ v,z ⎬; ξz = N⋅U; ξz = Θz⋅U; (4-37)
⎪⎩ w,z⎪⎭ ∂z
Empregando as notações
∂
Θx = N (4-38)
∂x
∂
Θy = N (4-39)
∂y
∂
Θz = N (4-40)
∂z
⎧ Θx ⎫
Θ = ⎨ Θy⎬ (4-41)
⎩ Θz⎭
Pode-se escrever
η = Θ⋅U (4-42)
1
ε1 = 2 ζ⋅Θ⋅U (4-43)
43
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
B1 = ζ⋅Θ (4-44)
P(U) = ⌠ e
⌡eB ⋅σdΩ
T
A
E
EA (4-45)
Ω
com
elemento genérico:
Kσ δu = ⌠ e
⌡δB ⋅σdΩ
T
A E EA (4-47)
e
Ω
Kσ δu = ⌠ e
⌡Θ ⋅δζ ⋅σdΩ
T T
A
E
EA (4-49)
e
Ω
44
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
Kσn = ⌠ ( T ) e
⌡ Θ ⋅τ⋅Θ dΩ
A
E
EA (4-52)
e
Ω
⎪⎧ u ⎪⎫
u = ⎨v⎬
e
(4-53)
⎩⎪w⎭⎪
A E EA
ue = N⋅U
A E EA (4-54)
⎡ N1 0 0 N2 0 0 N3 0 0 ⎤
N = ⎢⎢ 0 N1 0 0 N2 0 0 N3 0 ⎥
⎥ (4-55)
⎣ 0 0 N1 0 0 N2 0 0 N3 ⎦
u1
⎧⎪ v1 ⎫⎪
w1
⎪ u2 ⎪
U=⎨ v2
⎬ (4-56)
⎪ ⎪
w2
u3
⎪⎩ v3
w3
⎪⎭
45
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
w2
v2 u
z 2
w3
u3
v3
w1
Z
u1
y v1
X Y
Figura 4-1 – Graus de liberdade locais do elemento de membrana.
⎪ 1 x1 y1 ⎪
1⎪1 x y ⎪
∆=2⎪ 2 2
⎪ (4-60)
⎪ 1 x 3 y3 ⎪
⎪⎩ ∂u ∂v
+
∂y ∂x
⎪⎭ ⎪⎩ ∂u ∂u ∂v ∂v ∂w ∂w
+
∂x ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y
+ ⎪⎭
46
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
e o campo de tensões:
⎧ σx ⎫
σ = D⋅ε = ⎨ σy⎬ (4-62)
⎩ τxy ⎭
A matriz B0 se reduz a
B B
B1 = ζ⋅Θ (4-65)
onde
T
⎡ ξx 0 ξy ⎤
ζ=⎢ ⎥ (4-66)
⎣ 0 ξy ξx ⎦
A E EA
⎧Θx⎫
Θ=⎨ ⎬ (4-67)
⎩Θy⎭
∂N1 ∂N2 ∂N3
⎡ 0 0 0 0 0 0 ⎤
∂N ⎢ ⎥
∂x ∂x ∂x
∂N1 ∂N2 ∂N3
Θ = = 0 0 0 0 0 0 (4-68)
∂x
⎢ ∂x ∂x ∂x
∂N ⎥
x
∂N1 ∂N2
⎣ ∂x ⎦
3
0 0 0 0 0 0
∂x ∂x
A matriz de tensões iniciais é
⎡ σx⋅I3 τxy⋅I3 ⎤
τ=⎢ ⎥ (4-69)
⎣ τyx⋅I3 σy⋅I3 ⎦
A E EA
Kσ = (ΘT⋅τ ⋅Θ)⌠ e
⌡ dΩ = Θ ⋅τ⋅Θ⋅∆⋅t
T
A E EA (4-70)
e
Ω
47
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
KT = K0+K1+K2+Kσ (4-71)
P(U) = ⌠ e
⌡eB ⋅σdΩ
T
A
E
EA (4-72)
Ω
KTG =RT⋅KT⋅R
A E EA (4-73)
PG =R⋅P (4-74)
Primeiro será definido o eixo local x como sendo na direção e sentido do primeiro
nó(i) para o segundo (j).
→
ij
x =( λxX λxY λxZ) = (4-75)
→
⎪ ⎪
A E EA
⎪ ij ⎪
→ →
ij × ik
z =( λzX λzY λzZ) = (4-76)
⎪→ →⎪
A E EA
⎪ ij × ik ⎪
⎡L 0 0 ⎤
R = ⎢⎢ 0 L 0 ⎥⎥ (4-78)
⎣0 0 L⎦
48
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
⎡λ 0 0⎤
L = ⎢⎢ 0 λ 0 ⎥⎥ (4-79)
⎣0 0 λ⎦
Existe um tipo de ensaio, feito para materiais elásticos especiais*, que será usado TP PT
Seja a placa fina retangular, mostrada na Figura 4-2, com dois bordos restritos e dois
bordos livres,
b
y
a
*
TP PT Materiais que podem experimentar deformações elásticas finitas sem apresentar deformações permanentes.
49
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
bε
y
a x
Como os resultados que existem são para materiais hiper-elásticos, foi feita uma
comparação entre quatro modelagens numéricas:
y b/2
a/2
x
Figura 4-4 – Condições de contorno
50
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
51
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
Pode ser mostrada ainda uma outra comparação, superpondo num gráfico
(Figura 4-11) as curvas de reações resultantes, no bordo x=b/2, em função dos
deslocamentos impostos neste mesmo bordo. Com este gráfico pode ser visto com
clareza o comportamento não-linear da estrutura.
52
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
700
600
500
400
Reações
300
200
100
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Deslocamento imposto
Notam-se nos gráficos da figura 4-11 total correlação entre os resultados obtidos
com o elemento aqui proposto e o de RIBEIRO [50]. Para o elemento de
membrana aqui desenvolvido, que não considera a variação de espessura há uma
variação volumétrica que tem como conseqüência o evidente ganho de rigidez. As
grandes discrepâncias observadas entre os resultados obtidos com o elemento de
membrana aqui proposto e os elementos do ANSYS podem ser explicadas como se
segue. A discrepância notada para o elemento de membrana do ANSYS pode ser
explicada pelo fato deste elemento ser formulado dentro da elasticidade linear, como
evidencia a resposta força x deslocamento. Já para o elemento de casca do ANSYS a
discrepância se deve ao efeito da redução da espessura do material considerado na
sua formulação, gerando assim uma perda de rigidez para grandes deformações.
A modelagem, talvez mais refinada, usada para o elemento de casca do ANSYS não
é de importância fundamental no presente trabalho, uma vez que o processo de
grandes deformações modelado é fictício, não tendo estas deformações influência
na forma final da superfície desejada. No entanto, o elemento de membrana linear
não pode ser usado por não levar em conta grandes deformações e deslocamentos,
efeitos esses necessários para a etapa de definição da forma da superfície do tecido.
53
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
⎧⎪ u ⎫⎪
u = ⎨v⎬
e
(4-81)
⎩⎪w⎭⎪
A E EA
ue = N⋅U
A E EA (4-82)
⎡ N1 0 0 N2 0 0 ⎤
N = ⎢⎢ 0 N1 0 0 N2 0 ⎥⎥ (4-83)
⎣ 0 0 N1 0 0 N2 ⎦
u1
⎧⎪ v1 ⎫⎪
w1
u=⎨ u2 ⎬ (4-84)
⎪⎩ v2
w2
⎪⎭
x
w2
u2
v2
z
Z
w1
X Y y u1
v1
Figura 4-12 – Graus de liberdade locais do elemento de cabo-treliça
1 1
N1 = 1 - L⋅x ; N2 = L⋅x (4-85)
54
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
∂u 1⎡⎛∂u⎞2 ⎛ ∂v ⎞2 ⎛∂w⎞2⎤
ε = εx = + ⎢⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ ⎥ (4-86)
∂x 2⎣⎝∂x⎠ ⎝∂x⎠ ⎝ ∂x ⎠ ⎦
A E EA
e o campo de tensões:
σ = σx = E⋅εx (4-87)
A matriz B0 se reduz a
B B
⎡∂N1 ∂N2⎤
B0 = ⎢ ⎥ (4-88)
⎣ ∂x ∂x ⎦
B1 = ζ⋅Θ (4-89)
onde
ζ = ξx (4-90)
∂N1 ∂N2
⎡ 0 0 0 0 ⎤
∂N ⎢ ⎥
∂x ∂x
∂N1 ∂N2
Θ=Θ = = 0 0 0 0 (4-91)
∂x
⎢ ∂x ∂x
⎥
x
∂N1 ∂N2
⎣ 0 0
∂x
0 0
∂x ⎦
A matriz de tensões iniciais é
τ = [σx⋅I3]
A E EA (4-92)
Kσ = (ΘT⋅τ ⋅Θ)⌠ e
⌡ dΩ = Θ ⋅τ⋅Θ⋅A⋅L
T
A E EA (4-93)
e
Ω
55
4 ⋅ Formulação do método dos elementos finitos para membranas e cabos
KT = K0+K1+K2+Kσ (4-94)
P(U) = ⌠ e
⌡eB ⋅σdΩ
T
A
E
EA (4-95)
Ω
KTG =RT⋅KT⋅R
A E EA (4-96)
PG =R⋅P (4-97)
Primeiro será definido o eixo local x como axial, no sentido do primeiro nó(i) para o
segundo (j).
→
ij
x =( λxX λxY λxZ) = (4-98)
⎪→⎪
A E EA
⎪ ij ⎪
L 0
R = ⎡⎣ 0 L ⎤⎦ (4-102)
56
5 ⋅ Definição da Forma
Capítulo 5
5Definição da Forma
5.1 Introdução
A escolha de uma forma adequada pode trazer várias vantagens: melhor distribuição
dos esforços de membrana, diminuição no esforço de protensão e até redução no
gasto com tecido. Por outro lado, a escolha de uma forma inadequada pode resultar
no aparecimento de enrugamentos no tecido, que alteram a distribuição de esforços
e podem diminuir a vida útil da estrutura.
57
5 ⋅ Definição da Forma
Ainda hoje existem vários métodos utilizados para resolver este problema, como os
listados a seguir:
Modelos físicos;
Densidade de forças;
Densidade de tensões;
Superfície mínima;
Os modelos físicos ainda têm grande importância, pois com eles é possível
experimentar várias possibilidades das estruturas tensionadas, além de facilitarem a
visualização tridimensional da cobertura.
58
5 ⋅ Definição da Forma
Outros tipos de modelos físicos também são usados, só que modelam a cobertura
com membranas de materiais como filme de PVC, “Lycra” entre outros. Estes
modelos podem ser usados ainda para fazer uma simulação do procedimento de
montagem.
59
5 ⋅ Definição da Forma
Para a simples minimização não é possível levar em consideração o efeito dos cabos
do contorno, mas GRÜNDIG [20] apresenta a possibilidade de levar em conta as
forças desse cabos, gerando uma superfície que não é mais mínima.
O método da densidade da força foi desenvolvido por Schek [54] para aplicação em
coberturas de cabos, mas pode também ser usado para membranas, considerando
um cabo equivalente a uma faixa do tecido.
força”.
Para deixar mais claro este processo de determinação de forma será mostrado um
pequeno exemplo bidimensional.
60
5 ⋅ Definição da Forma
A B C
Sendo:
FAB
FAB x = (xB- xA)⋅L (5-3)
AB
FBC
FBC x = (xB- xC)⋅L (5-4)
BC
FAB
FAB y = (yB- yA)⋅L (5-5)
AB
FBC
FBC y = (yB- yC)⋅L (5-6)
BC
61
5 ⋅ Definição da Forma
Como as densidades de força (DAB e DBC) e a força (F) são conhecidas, precisam ser
B B B B
DAB=10 N/m
B B
DBC=20 N/m
B B
F=(0 ;-15) N;
A=(0,0; 0,0)m
C=(4,0; 0,0)m
A C
(0;0) B (4;0)
(2,6667;-0,5)
Nota-se que as coordenadas iniciais dos pontos livres não alteram o resultado final
no MDF, mas teriam influência se fosse usado o sistema não linear descrito pelas
equações (5-1) e (5-2).
DF ⋅X = Fx (5-9)
DF ⋅Y = Fy (5-10)
DF ⋅Z = Fz (5-11)
62
5 ⋅ Definição da Forma
⎣ ⎦
dn1 … dnj … dnn
x1
⎡ ⎤
X=⎢ ⎥ xi (5-13)
⎣ ⎦
xn
⎡ fx1 ⎤
⎢ ⎥
Fx = fxi (5-14)
⎢⎥
⎣ fxn ⎦
A matriz DF é formada pelas densidades de força. Cada item dij representa a
B B B B
densidade de força do elemento que liga o nó i ao j, se esse elemento não existir a dij B B
é nulo.
Exemplo
U
d1 d2
z = - a2 ·x2 + b2 ·y2
A E EA (5-15)
A projeção horizontal do contorno é elíptica e pode ser definida pela equação (5-16:
( x - x0 )2 ( y - y0 )2
+ =1 (5-16)
A
a2 b2 E EA
63
5 ⋅ Definição da Forma
Sendo,
x2 y2
+
1002 752 = 1
A E EA (5-17)
64
5 ⋅ Definição da Forma
6,8m x
9,1m
Para o caso de considerar densidades iguais para os cabos, a forma da figura 5-7.
y x
Figura 5-7 – Forma encontrada para densidades iguais para cabos passivos e ativos.
zeq(xn, yn) - zn
∆= d1 + d2 (5-18)
65
5 ⋅ Definição da Forma
Sendo
um nó
através do MDF,
Hx0 a2
A
Hy0 = b2 E EA (5-19)
Dx
Que resulta uma relação D = 1,778 , para esse caso, o desvio máximo passa a ser
y
de 0,4%.
66
5 ⋅ Definição da Forma
Assim como o método em que se baseia, tem como principal objetivo linearizar as
equações de equilíbrio e diminuir o esforço computacional. A vantagem do MDT é
não transformar a superfície do tecido em uma malha de cabos equivalente.
Esse método pode também ser combinado ao MDF, considerando a presença dos
cabos de bordo.
Este é o método que tem a maior relação física com o problema. Foi usado pela
primeira vez por ARGYRIS [01], em 1974, aplicado à estruturas de cabos, enquanto
aqui o foco são as tenso-estruturas têxteis. A idéia básica consiste em fazer uma
análise não-linear das estruturas como será descrito a seguir.
5.2.1 Metodologia
x
Figura 5-9 - Modelagem inicial.
67
5 ⋅ Definição da Forma
68
5 ⋅ Definição da Forma
w3
v3
w1
v1 u3
w2
u1 v2
u2
Figura 5-12 – Graus de liberdade do elemento de membrana.
Com este elemento foi atingida a convergência para os exemplos que serão
mostrados a seguir. Para estes exemplos não foi necessário introduzir nenhuma
técnica de controle de solução, como controle de deslocamentos. Também foi
mantido o referencial Lagrangeano total.
O primeiro exemplo a ser mostrado já foi usado para ilustrar o início desta seção,
uma estrutura bastante simples, em forma de sela, com quatro pontos de apoio.
A estrutura plana inicial pode ser vista na Figura 5-13, onde só são identificados os
nós das extremidades, que têm graus de liberdade restritos.
0.50
111 121
0.50
1 11
A estes nós são aplicados deslocamentos prescritos para que estes atinjam as
posições desejadas:
69
5 ⋅ Definição da Forma
U1=(0;0; -0,2)
B B
U11=(0;0;0,2)
B B
U111=(0;0;0,2)
B B
U121=(0;0;-0,2)
B B
• Espessura – 0,9 mm
• Área – 15 mm²
70
5 ⋅ Definição da Forma
933E6 Pa
723E6
513E6
303E6
93E6
Figura 5-17 – Tensões no tecido.
Os valores das tensões apresentados têm valores exagerados em função das grandes
deformações a que o tecido foi submetido no processo. Um meio de resolver esse
problema é reduzir o módulo de elasticidade do tecido algumas ordens de grandeza.
Dessa forma a tensão final no tecido é mais próxima da tensão que se deseja que o
tecido apresente após protensão, como pode ser visto na figura 5-18
71
5 ⋅ Definição da Forma
20,8E6 Pa
17,2E6
13,7E6
10,2E6
6,7E6
Figura 5-18 – Tesões no tecido após redução do módulo de elasticidade.
Mesmo apresentando tensões próximas às desejadas ainda pode ser feita uma nova
etapa em que a geometria obtida anteriormente é utilizada como a inicial, mas o
campo de tensão é constante e isotrópico e o módulo de elasticidade é o real, as
tensões resultantes desse processo são apresentadas na figura 5-19.
6,37E6 Pa
6,14E6
5,90E6
5,67E6
5,43E6
Figura 5-19 – Tesões no tecido após imposição de tensões iniciais.
Apesar de não ter dados numéricos para comparação, pode ser feita uma
comparação qualitativa entre este exemplo e a figura 2-11, ou usando o programa
CADISI e obtendo a resposta da figura 5-20.
72
5 ⋅ Definição da Forma
24.00
4.00
73
5 ⋅ Definição da Forma
74
5 ⋅ Definição da Forma
75
5 ⋅ Definição da Forma
76
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
Capítulo 6
6.1 Introdução
Superfícies tridimensionais, de uma forma geral, podem ser planificáveis ou não. Por
exemplo, um cone pode ser perfeitamente montado a partir de um pedaço plano de
papel ou qualquer material, tal como pode ser visto nas figuras 6-1 e 6-2. Isto
porque o cone é definido por uma superfície de curvatura simples. Contrariamente,
uma semi-esfera não pode ser planificada de forma exata (figura 6-3).
77
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
78
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
A definição das peças de corte pode ser abordada como um problema de otimização
multi-objetivo. Deve ser minimizada a diferença entre a estrutura aproximada e a
real, o gasto de tecido e o gasto na costura, considerando como restrições à largura
máxima da tira do tecido, em função das dimensões dos rolos de tecido, a tolerância
na aproximação, etc. Como variáveis deste processo podem ser identificadas, entre
outras, o número de linhas de corte e as posições em que elas se encontram.
Só após a definição das peças de corte é que pode ser definida a direção das fibras
do tecido no modelo para análise. Então a etapa de análise é refeita, para levar em
conta os efeitos ortotrópicos da membrana. Esta reanálise vai gerar um novo campo
de tensões e alguns ajustes podem ser feitos nos moldes de corte para melhorar a
qualidade da superfície.
79
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
Após a definição das linhas de corte, tem que ser executada a planificação. A seguir
apresenta-se um método bastante simples, tomando como exemplo de definição de
forma e planificação a tenda tronco-cônica apresentada na 6-6 (a).
Para empregar essa técnica é necessário que a tira de tecido seja discretizada com
apenas uma fileira de triângulos como na figura 6-6. Para obter tiras de tecidos mais
largas, usando esse processo, a discretização deve ser menos refinada.
80
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
(a)
1 2 3 4 5
(b)
A primeira forma, que pode ser encontrada na literatura [55]: Mantendo o lado 1,
indicado na figura 6-6 (b), como eixo de rotação gira-se toda a tira até que o lado 2
alcance o plano horizontal, o processo é repetido, tomando o lado 2 como eixo,
rotacionando até que o lado 3 fique co-planar com os dois primeiros, seguindo com
este processo até que toda a tira de tecido esteja em um único plano.
Foi desenvolvida uma outra forma de obter o mesmo resultado que tem maior
facilidade de implementação computacional. O conceito básico é que a forma de
cada triângulo individualmente precisa ser mantida. Sabendo que um triângulo pode
ser definido pelo comprimento dos seus três lados fica simples desenvolver um
algoritmo para planificar a estrutura.
O processo começa com a escolha do primeiro triângulo a ser planificado, que deve
ser adjacente a apenas um triângulo da fileira. Definem-se os comprimentos dos seu
lados, posicionando-o arbitrariamente no plano ( figura 6-7).
81
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
L3
L2
L1
Figura 6-7 – Planificação do primeiro elemento.
Para a definição do elemento adjacente falta apenas definir a posição de um dos nós,
que não pertence ao primeiro. Fazendo a interseção dos círculos definidos na
figura 6-8, que tem centro nos dois nós do lado comum aos triângulos e raios iguais
ao comprimento dos lados do segundo elemento. Os dois pontos são determinados
pela solução do sistema de equações definido pela equação dos dois círculos.
L2
L3
⎯→ ⎯→
• Prod1 = P1P2 × P1P3;
B B A EA
⎯→ ⎯→
• Prod2 = P1P2 × P1P4;
B B A EA
⎯→ ⎯→
• Prod3 = P1P2 × P1P5;
B B A EA
82
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
P4
P2
P5
P3 P1
Figura 6-9 - Escolha do ponto de interseção.
6.4.1 Exemplos
Neste exemplo foi feita a planificação da tira do tecido mostrada na figura 6-11.
83
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
1.2155
13.8509
Esse método tem duas limitações, a primeira é que para poder fazer esse tipo de
planificação é necessário que a discretização seja pouco refinada, formado por uma
seqüência de elementos adjacentes. A outra limitação é que esse processo não leva
em conta as deformações/tensões na estrutura 3d.
Para suprir essa última deficiência foi desenvolvida uma forma de levar em conta o
efeito das tensões para o encolhimento do tecido.
84
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
Para poder contabilizar o efeito das tensões atuantes na superfície tridimensional foi
feita uma implementação um pouco diferente do procedimento anteriormente
exposto.
Para desenvolver um método da foma mais direta possível foram feitas algumas
simplificações A primeira delas é considerar linear a relação entre deslocamentos e
deformações. Esta suposição é aceitável já que a parte não linear pode ser
desprezada para o nível de tensões de trabalho. As deformações podem então ser
escritas da seguinte forma:
∂u
ε
⎧⎪ ∂x ⎫⎪
⎧ ⎫ x
∂v
ε=⎨ε⎬=⎨
∂y ⎬
y (6-2)
⎩γ ⎭xy
⎪⎩ ∂u∂y + ∂v∂x⎪⎭
Mas ainda assim existem nove incógnitas (os deslocamentos nodais) para apenas três
equações, definidas pelas deformações.
T
A Un = { u1 v1 w1 u2 v2 w2 u3 v3 w3 } E EA (6-3)
Como os deslocamentos de corpo rígido não produzem deformações nos
elementos, alguns graus de liberdade serão considerados restritos, diminuindo o
número de incógnitas para apenas três (u2, u3, v3). Isto é ilustrado na figura 6-13,
B B B B B B
onde são aplicadas restrições para impedir o movimento de corpo rígido no plano
que contém o elemento.
v3
u3
u2
85
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
u2
⎧ ⎫
⎪ ⎪
x2
⎧ εx ⎫ v3
ε = ⎨ εy⎬ = ⎨ y3 ⎬ (6-4)
⎩γxy⎭
⎪ ux - ux ⋅⋅ xy ⎪
⎩ ⎭
3 2 3
3 2 3
u2 = εx⋅ x2 (6-5)
v3 = εy⋅ y3 (6-6)
1.2113
13.7852
86
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
O modelo agora representa apenas uma das tiras, mas ainda está em três dimensões,
para fazer a planificação é aplicado a cada um dos nós um deslocamento vertical
igual ao valor da sua coordenada em Z. Deve se restringir, além dos graus de
liberdade na vertical, mais três para impedir deslocamentos de corpo rígido.
Para a robustez do processo de planificação, pode ser feita uma rotação da tira a ser
planificada, diminuindo assim os deslocamentos a serem aplicados na estrutura e
evitado problemas, como o que pode acontecer quando se tem mais de um ponto
com mesma projeção horizontal. Se isso acontecer, o resultado da planificação pode
ser o tecido dobrado.
87
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
z
L = 5m
C
5m
R=
x
R = 5m
x
(a) (b)
z
C
5m 5m
(c)
Figura 6-15 – Malha para superfície cilíndrica circular.
(a) Projeção horizontal; (b) raio; (c) perspectiva
88
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
y x C/2
x
(a) (b)
A partir desta nova posição (figura 6-16), são prescritos todos deslocamentos
verticais de modo que todos os nós fiquem com coordenada z nula. Devem ser
restritos três graus de liberdade horizontais para impedir apenas os movimentos de
corpo rígido, deixando a estrutura livre para se deformar, planificando-se sobre o
plano xy. O resultado desse processo pode ser visto na figura 6-17.
7,848 m
5m
89
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
Pode ser observado ainda que os valores das tensões residuais (figura 6-18) são
muito pequenos, mostrando que a estrutura é de fato planificável. Assim como
comentado anteriormente, um maior refinamento reduz ainda mais os valores dos
desvios geométricos e das tensões residuais.
R = 5m
(a) (b)
90
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
8 ,2
m
3 38
5 52
m
8 ,2
8,2117 m
Para melhorar esta aproximação não adianta refinar a malha como no exemplo
anterior, a superfície que se deseja planificar é dividida em pedaços menores, como
na figura 6-22.
91
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
R = 5m
(a) (b)
7,970
m
3,985 m
m
7,987
92
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
1.2155
13.8509
A resposta obtida (figura 6-25) é exatamente igual à que se obtém pelo método
elemento a elemento original, não só nas dimensões mostradas, mas na posição de
todos os nós da malha. As tensões residuais principais, apresentadas nas figuras 6-26
e 6-27, têm valores aproximadamente nulos, demonstrando a perfeita planificação
deste exemplo.
Figura 6-26 – Tensões residuais máximas da tira planificada sem tensões iniciais.
93
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
Figura 6-27 – Tensões residuais mínimas da tira planificada sem tensões iniciais.
1.2113
13.7850
Nesse caso, as tensões principais já não são nulas (figuras 6-29 e 6-30), mas os
valores são mínimos.
Figura 6-29 – Tensões residuais máximas da tira planificada com tensões iniciais.
94
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
Figura 6-30 – Tensões residuais mínimas da tira planificada com tensões iniciais.
1.2113
13.8006
Figura 6-32 – Dimensões principais da tira planificada com tensões iniciais e maior
refinamento.
Figura 6-33 – Tensões residuais máximas da tira planificada com tensões iniciais.
Figura 6-34 – Tensões residuais mínimas da tira planificada com tensões iniciais.
96
6 ⋅ Determinação dos moldes para corte
2,3877
13.7778
4,6677
13.7511
97
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
Capítulo 7
98
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
Para a tenda principal, é definida uma altura de 7,0 m para o círculo central,
marcados na figura 7-2 com triângulos, e as posições dos nós do contorno inferior,
marcados com círculos.
99
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
100
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
o Espessura – 0,914 mm
As características dos cabos são mais fáceis de ser encontradas, já que existem
tabelas de diversos fabricantes que fornecem dimensões, resistência, rigidez e cargas
de ruptura.
101
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
6 7
22 24 23
20 21
18 19
16 17
14 15
12 13
10 9 11
5
Detalhe do topo 4
3
2
31 39 32 1
38
30 36 37
35
26 34 27 28 29
33 25
x
Figura 7-3 – Malha inicial e numeração dos nós do contorno.
102
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
Para a elaboração das figuras que serão mostradas a seguir foi utilizado um software
de visualização, no qual foi importado o arquivo de saída do programa
TENSOTEX, além de serem introduzidos alguns elementos ilustrativos, tais como
os pisos e as divisórias de fechamento do auditório da tenda principal.
103
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
104
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
105
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
As linhas de corte neste exemplo foram definidas na criação da malha plana, para
tecidos fabricados com uma largura máxima de 2,00 m. As linhas forma definidas
sem relação direta com as linhas geodésicas, tal como usualmente utilizadas[21].
106
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
A figura 7-12 mostra todas estas linhas de corte definidas. Na tenda principal as
linhas foram definidas nas direções aproximadamente radiais, comumente utilizada
para esse tipo de forma geométrica. Para as outras linhas de corte foi utilizada uma
maneira simples e empirica (intuitiva) de definição geométrica.
107
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
Uma nova malha (figura 7-13) foi gerada para separar os elementos pertencentes a
cada um dos pedaços do tecido a serem planificados para definir os moldes de corte.
108
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
7
4
6
32
31
30
27
29
26
28
25
1m
109
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
9 12
10
13
11
14
15
16
17
18
19
20
22
23
21
24
1m
110
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
34 35 36 37
33
38
44
39
43
40 41 42
56
50
55
49
54
48
53
47
52
46
51 45
1m
111
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
61
66
71
65 60
70
64 59
69
63
58
68
67 62
57
1m
Uma melhor definição geométrica para corte e posterior montagem (costura) será
feita, como exemplo, para o molde número 1, identificando os números dos nós na
figura 7-18 e as coordenadas no plano na tabela 7-1. Observando-se nesta tabela que
a primeira coluna se refere à numeração local dos nós do pedaço
3124
3104
3083
3063
3067
3044
3024
3004
3014
2981
2961
1 2969
y 2934
2928
4
x 2882 2883 2884 2885 2886 2887 2888 2889 2890 2891 2892 2893
112
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
113
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
114
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
As tensões resultantes no tecido após a montagem são apresentadas nas figuras 7-23
e 7-24.
115
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
116
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
Com a nova disposição das linhas de corte (figura 7-25) as tensões residuais nos
pedaços sombreados (72 a 76) foram reduzidas a cerca de 1/3 das originais. Como
pode ser observado nas figuras 7-26 e 7-27 ( que mostra como exemplo os pedaços
resultantes da subdivisão do pedaço 57) e nas figuras 7-28 e 7-29 não aparecem mais
as tensões de compressão após a montagem.
117
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
118
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
Figura 7-30 – Tensões (Sx) e forças (Fx) nos cabos após a montagem.
119
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
6 7
22 24 23
20 21
18 19
16 17
14 15
12 13
10 9 11
5
Detalhe do topo 4
3
2
31 39 32 1
38
30 36 37
35
26 34 27 28 29
33 25
x
120
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
O tecido e os cabos podem ser modelados com os mesmo elementos utilizados para
a determinação da forma, mas é necessária a inclusão de novos tipos de elemento,
capazes de modelar o comportamento não linear e da estrutura de suporte, como
elementos de pórtico.
121
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
Uma vez conhecidos deslocamentos e tensões, devem ser feitas verificações que
comprovem a estabilidade estrutural.
Devem ser analisadas as tensões para evitar que excedam os limites determinados
por normas. Ainda tem que se evitar o aparecimento de tensões compressivas nos
tecidos. Para resolver possíveis problemas que apareçam nas tensões pode se
aumentar ou diminuir a protensão aplicada, ou até mudar a forma da estrutura.
122
7 ⋅ Análise e projeto estrutural
123
8 ⋅ Conclusões
Capítulo 8
8Conclusões
8.1 Conclusões
Como todas as etapas são feitas utilizando uma formulação Lagrangeana Total para
o MEF, a integração das diversas etapas foi feita de modo natural, sem ser
necessário, tal como no o método das densidades de forças, mudar a discretização
da malha de cabos equivalentes à membrana de tecido.
124
8 ⋅ Conclusões
125
8 ⋅ Conclusões
Alguns temas específicos para futuros trabalhos de pesquisa são indicados a seguir:
126
Bibliografia
Bibliografia
[2] ASTM E84, “Standard Method Test for Surface Burning Characteristicas of
Building Materials”.
[6] BARNES, M., “Form and stress engineering of tension structures”, Structural
Engineering Review, Vol. 6, N° 3-4, pp 175-202, 1994.
[7] BARNES, M., “Form-finding and analysis of prestressed nets and membranes”,
Computer & Structures, Vol. 30, N° 3, pp 685-695, 1988.
[8] BARNES, M., “Prestressed cable networks”, Construction Research and Development
Journal, Vol. 3, N° 1, 1971.
[9] BERGER, H.; DE PAOLA, E.M., “Tensile terminal”, Civil Engineering, ASCE,
Vol. 62, N° 11, pp 40-43, 1992.
127
Bibliografia
[12] CANER, A.; HSU, R., “Tensioned Fabric Shape-Finding”, Journal of Structural
Engineering, Vol. 125, N° 9, pp 1065-1071, 1999.
[13] DACKO A.K., GLOCKNER, P.G. “On the large-deflection and stability
behaviour of spherical inflatables under symmetric plate and cylinder loads”,
Engineering Structures, Vol. 11, pp 97-111, 1989.
[16] FORSTER, B., “Cable and Membrane Roofs – a historical Survey”, Structural
Engineering Review, Vol. 6, N° 3-4, pp 145-174, 1994.
[18] GILSANZ, R., CARLSON, A., “Shape finder”, Structures congress ’92, pp 125-
128, 1992.
[19] GRÜNDIG L.; BAHNDORF, “The design of wide-span roof structures using
micro-computers”, Computer & Structures, Vol. 30, N° 3, pp 495-501, 1988.
[20] GRÜNDIG, L., “Minimal surfaces for finding forms of structural membranes”,
Computer & Structures, Vol. 30, N°3, pp 679-683, 1988.
[21] GRÜNDIG, L.; EKERT, L.; MONCRIEFF, E., “ Geodesic and Semi-
Geodesic Line Algorithms for Cutting Pattern Generation of Architectural Textile
Structures”, Proc. Asia-Pacific Conference on Shell and Spatial Structures, May 21-
25, 1996, Beijing, China, IAAS.
128
Bibliografia
[22]HABER, R., ABEL, J.F., “Initial equilibrium solution methods for cable
reinforced membranes – Part I - Formulations”, Computer methods in applied mechanics
and engineering, Vol. 30, p.263-284, 1982.
[23] HABER, R., ABEL, J.F., GREENBERG, D.P. “An integrated design system
for cable reinforced membranes using interactive computer graphics”, Computer &
Structures, Vol. 14, N° 3-4, p.261-280, 1981.
[24] HABER, R., ABEL, J.F. “Discrete transfinite mappings for the description and
meshing of three-dimensional surfaces using interactive computer graphics”,
International journal for numerical methods in engineering, Vol. 18, p.41-66, 1982.
[25] KNUDSON, W. C., “Recent advances in field of long span tension structures”,
Engineering Structures, Vol. 13, pp 164-176, 1991.
[26] KANG, S., IM, S. “Finite element analysis of dynamic response of wrinkling
membranes”, Computer Methods Applied to Mechanical Engineering, Vol. 173, pp 227-240,
1999.
[27] KISS, P., “Tenso-estruturas”, Téchne, Vol 35, pp 24-28, agosto 1998.
[29] LEEWOOD, A. R., MAO, K., “Analysis of fabric membrane structures with
the Abacus general purpose finite element program”, Structures congress ’92, pp 125-
128, 1992.
129
Bibliografia
[35] MAURIN, B., MOTRO, R. “The surface stress density method as a form-
finding tool for tensile membranes”, Engineering Structures, Vol. 20, N° 8, pp 712-719,
1998.
[37] MONCRIEFF, E., TOPPING, B.H.V., “Computer methods for the generation
of membrane cutting patterns”, Computer & Structures, Vol. 37, N° 4, pp 441-450,
1990.
[39] MUTTIN, F. “A finite element for wrinkled curved elastic membranes, and
application to sail”, Communications in numerical methods in engineering, Vol.12, pp 775-
785, 1996.
[41] ODEN, J. T., SATO T. “Finite strains and displacements of elastic membranes
by the finite element method”, International Journal of Solids Structures, Vol. 3, pp 471-
488, 1967.
130
Bibliografia
[48] OTTO, F., Tent-Roof, United States Patent n° 2988096, Estados Unidos da
América, 1961.
[49] OTTO, F., Tensile Structures, Vol. 1 e 2, Cambridge, Mass: The MIT Press,
Londres, Inglaterra, 1967.
[51] SAITOH, M., KUROKI, F., IMAGAWA, N., ITOH, K., “The analisys, design
and construction of a suspension roof for Tsukuba Expo '85”, Proc. IASS symposium
on membrane structures and space frames. Osaka, 1986, pp349-356.
[52] SAITOH, M., KUROKI, F., “Horn type tension membrane structures”, Proc.
10 years of progress in shell and spatial structures. 30° aniversário do IASS, Madri, 1989.
131
Bibliografia
[54] SCHEK, H.-J., (1974): “The force density method for form finding and
computation of general networks”. Computer Methods in Applied Mechanics and
Engineering 3, 115-134.
[56] VERON, P.; LÉON, J.C.; TROMPETTE, P., “Design of textile structures:
methodology and data architecture”, Computer & Structures, Vol. 67, pp 309-317,
1998.
[57] XUE, P.; PENG, X; CAO, J., “A non-orthogonal constitutive model for
characterizing woven composites”, Composites: Part A, Vol 34, 183–193, 2003.
132
Bibliografia
[71] Selected Works of Frei Otto and his Teams. Disponível em:
<http://www.freiotto.com>. Acesso em: 10/09/2003.
133
Anexo A – Descrição sumária do programa TENSOTEX
Anexo A –
Descrição sumária do programa TENSOTEX
lproc Função
1 Definição da forma
5 Montagem da tenso-estrutura
Para as lproc 1, 2 e 5 a rotina é executada apenas uma vez, enquanto que os outros
casos são executados para cada um dos np pedaços que formam a estrutura. A seguir
são apresentados os fluxogramas resumidos do programa principal, da rotina MEF e
uma descrição sumária da função de cada uma das sub-rotinas da rotina MEF.
134
Anexo A – Descrição sumária do programa TENSOTEX
Programa TENSOTEX
Início
Nome do arquivo
de entrada (arq1)
MEF , arq1, 1
MEF , arq2, 2
i=1, np
MEF , arq3(i), 3
i=1, np
MEF , arq4(i), 4
MEF , arq5, 5
Fim
135
Anexo A – Descrição sumária do programa TENSOTEX
EQUAL SOLVE
PFORM, 3
SPRTENS
COSTURA
MOLDES
136
Anexo A – Descrição sumária do programa TENSOTEX
ROTINA MEF
REVERSÃO DA ROTINA MEF
PLANIFICAÇÃO MONTAGEM
DO MOLDE i DA ESTRUTURA
MEF, arq4(i),4 MEF, arq5, 5
ENTRADA ENTRADA
DEFORM DEFORM
SOLVE SOLVE
PFORM, 3 PFORM, 3
PRTENS PRTENS
JUNTATIRA
• Coordenadas nodais
137
Anexo A – Descrição sumária do programa TENSOTEX
• Condições de contorno
• Tensões iniciais
DEFORM: Rotina para saída de dados. Gera arquivos com a geometria deformada e
indeformada para Autocad (DXF) e View3d(PLT, GEO, VEC, SCL)
138
Anexo A – Descrição sumária do programa TENSOTEX
MOLDES: Gera arquivos de saída em DXF com a geometria dos moldes de corte,
identificação nos nós e do pedaço planificado
PRTENS: Gera arquivos de saída com tensões para GID (MSH, RES) e para VIEW3d
TUNI: Aplica tensões uniformes nos cabos e no tecido, também reduz o módulo de
elasticidade
139