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16/11/2015

Gram-positivas

Características Morfológicas dos


Microrganismos Procarióticos – parte II

Profa. Raquel Martino Bemfeito

Bambuí - 2015

Gram-negativas Gram- positivas x Gram-negativas

A técnica de coloração de Gram consiste em expor as células


Técnica de coloração de Gram bacterianas à seguinte sequência:
 A técnica de coloração de Gram é uma técnica de coloração diferencial que
 Corante primário – cristal violeta: cora a célula de púrpura,
permite distinguir os dois principais grupos de bactérias por microscopia óptica.
independentemente do tipo de célula.
 Foi descoberta pelo físico dinamarquês Hans Christian Gram em 1884.
 Mordente – solução de iodo: aumenta a afinidade entre o cristal violeta e a
 Verificou, no entanto, que nem todas as bactérias coravam com este método o
célula e forma com o corante um complexo insolúvel dentro da célula.
que o levou a sugerir a possibilidade de ser usado um contrastante.
 Agente descolorante – álcool, acetona ou ambos: solvente lipídico 
 Gram morreu em 1935 sem ter conseguido que fosse reconhecida a devida

importância ao seu método de coloração. descora a bactéria gram-negativa.

 Atualmente, esta técnica é fundamental para a taxonomia e identificação das  Contrastante – safranina ou fucsina básica: cora o citoplasma de vermelho

bactérias, sendo utilizada como técnica de rotina em laboratórios de da bactéria gram-negativa.


bacteriologia.

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Técnica de coloração de Gram Técnica de coloração de Gram

Bactérias Gram-positivas – cor púrpura


Ultraestrutura dos microrganismos
procarióticos

1. Estruturas externas à parede celular.

Bactérias Gram-negativas – cor vermelha 2. Parede celular.

3. Estruturas internas à parede celular.

Membrana Citoplasmática Membrana Citoplasmática

 A membrana citoplasmática bacteriana é uma estrutura fina, situada  A membrana citoplasmática bacteriana possui aproximadamente 7,5 nm

imediatamente abaixo da parede celular, revestindo o citoplasma da de espessura.

célula.
 Sítio de atividade enzimática específica e transporte de moléculas para

dentro e para fora da célula.

 Geralmente é composta de proteínas (60%) imersas em uma

bicamada fosfolipídica (40%), todavia, as proporções são variáveis,


dependendo da espécie bacteriana e das condições de cultivo.

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Composição da membrana citoplasmática


Fosfolipídeos Composição da membrana citoplasmática

Composição da membrana citoplasmática Composição da membrana citoplasmática

 Os ácidos graxos dos lipídios são responsáveis pela condição

hidrofóbica da porção interna dos fosfolipídeos, enquanto a parte


hidrofílica fica exposta ao meio externo aquoso.

 A membrana dos procariotos não tem esteróis (ex: colesterol) –

menos rígida que a membrana citoplasmática dos eucariotos. Figura A - Bicamada lipídica da membana Figura B – Moléculas de fosfolipídeos na
citoplasmática. bicamada lipídica.

A membrana citoplasmática das bactérias apresenta


as seguintes funções:
 Biossíntese: contém várias enzimas, algumas envolvidas na
 A membrana plasmática atua como uma barreira seletiva, impedindo a produção de energia e síntese da parede celular.
passagem livre de moléculas e íons, possibilitando assim a concentração de
metabólicos específicos dentro da célula  muito mais seletiva que a  Duplicação do DNA: Algumas das proteínas do complexo de
duplicação de DNA estão localizadas na membrana citoplasmática.
parede celular.

 Proteínas específicas existentes na membrana – permeases –  Secreção: a membrana está envolvida na secreção de enzimas
hidrolíticas que têm como função romper as macromoléculas do
transportam pequenas moléculas para dentro das células.
meio fornecendo subunidades que servirão como nutrientes.
 A excreção de substâncias inúteis à célula também é feita através da
membrana.

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Movimento através da membrana


Membrana citoplasmática citoplasmática

Pelo fato de permitir a passagem de certas substâncias, mas não de


outras diz-se que a membrana plasmática é semipermeável ou Transporte Não há gasto de
passivo energia
que possui permeabilidade seletiva. Transporte através
da membrana
Há gasto de
Transporte ativo
energia

Movimento através da membrana Movimento através da membrana


citoplasmática citoplasmática
 Difusão simples  soluto passa de uma região mais concentrada para uma
região menos concentrada.
 Difusão facilitada  proteínas transportadoras ou permeases  canais
ou carreadores que facilitam o movimento de íons ou grandes moléculas
através da membrana.
 Osmose  solvente passa de uma região com maior concentração de
soluto, para região com menor concentração.

Equilíbrio  processo passivo  sem gasto de energia.

Movimento através da membrana Movimento através da membrana


citoplasmática citoplasmática
 Pressão osmótica  pressão necessária para impedir o  Solução isotônica  concentração total de solutos é a mesma em
movimento de água pura para uma solução contendo alguns qualquer lado da membrana semipermeável.
solutos.

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Movimento através da membrana Movimento através da membrana


citoplasmática citoplasmática
 Solução hipotônica  concentração de solutos no meio é mais  Solução hipertônica  concentração de solutos é mais alta no
baixa que no interior da célula. meio que no interior da célula.

Movimento através da membrana


Mesossomos
citoplasmática
 A membrana citoplasmática pode apresentar invaginações múltiplas

que formam estruturas especializadas denominadas mesossomos.

Existem dois tipos:


Transporte ativo  contra gradiente, com
gasto de energia (bomba sódio e potássio).  Profundos e centrais  que desempenha importante papel na

divisão celular.

 Periféricos  envolvido na secreção de certas enzimas a partir da

célula.

Mesossomos
Estruturas celulares internas

 Área citoplasmática

 Porção fluida contendo substâncias dissolvidas e partículas tais como

ribossomos.

 Material nuclear (nucleóide)

 Rico em material genético, o DNA.

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Estruturas celulares internas Estruturas celulares internas


 Área citoplasmática
 Ribossomos
 Aprox. 80% de água;
 Partículas densas  sítio da síntese de proteínas
 Ribossomos;
 Encontrados livres no citoplasma ou associados com a superfície
 Ácidos nucléicos;
interna da membrana citoplasmática.
 Proteínas;
 São alvos de muitos antibióticos que inibem a síntese de proteínas
 Carboidratos;
das células (ex: estreptomicina, neomicina e tetraciclinas).
 Lipídeos;

 Íons inorgânicos, etc.


 Muita reações químicas (ex: síntese de componentes celulares)

Estruturas celulares internas Estruturas celulares internas

 Ribossomos  Inclusões

 Diferentes tipos de substâncias químicas que se acumulam e formam

depósitos insolúveis no citoplasma.


 Podem servir como reserva de energia para a bactéria.

 Algumas substâncias podem servir para identificação de bactérias.

Formas latentes de microrganismos procarióticos:


Estruturas celulares internas esporos e cistos
 Material nuclear (nucleóide)
 Podem sobreviver em condições desfavoráveis como calor e

 Procariotos não possuem membrana nuclear; dessecamento;

 Material nuclear ocupa posição próxima do centro da célula;


 Formas de repouso metabolicamente inativas  não estão
 Consiste em um cromossomo único e circular;
crescendo;
 Estrutura que carrega a informação hereditária de uma geração

para outra.  Sob condições ambientais apropriadas podem germinar e tornam-

se células vegetativas metabolicamente ativas  crescer e


multiplicar.

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Esporos
Esporos
 São estruturas formadas por algumas espécies de bactérias Gram-positivas, sendo

 Endósporos: esporos que se formam dentro das células e são mais frequentes nos gêneros Clostridium e Bacillus, quando o meio se torna carente
de água ou de nutrientes essenciais.
exclusivos de bactérias;
 O esporo é um tipo de diferenciação celular que ocorre como resposta a uma situação
 Possuem parede celular espessa;
desfavorável do meio ambiente. Bactérias capazes de esporular são mais comumente

 São altamente refráteis; encontradas no solo.

 São altamente resistentes às mudanças do ambiente;  O processo de formação do esporo dentro de uma célula vegetativa é chamado

esporogênese.
 Variam em forma e localização dentro da célula.
 Forma de sobrevivência e não de reprodução.

Esporos

 Problema para indústria de alimentos:

 Células vegetativas são mortas por temperaturas acima de 70°C.

 A maioria dos endósporos pode resistir a 80°C por até 10min. Formação dos Esporos

 Ex: Os endósporos do Clostridium botulinum (intoxicação alimentar

– botulismo), podem resistir a fervura por várias horas.

Esporos
Endósporos
 Parede espessa

 Formada por vários envoltórios:  A posição do endósporo difere entre espécies bacterianas e é útil na identificação.

 Exospório, mais externo, fino, formado por proteínas; Os tipos principais de localização do endósporo na célula são:
 Capa do esporo, formada por várias camadas de proteínas,
terminal, subterminal e central.
responsáveis pela resistência do esporo a agentes químicos e
físicos;  Endósporos terminais são vistos nos pólos das células, enquanto
 Córtex do esporo, formado por camadas de
endósporos centrais estão mais ou menos no meio.
peptidioglicano;
 Protoplasto ou núcleo do esporo formado pela parede  Endósporos subterminais são aqueles entre esses dois extremos, geralmente
celular, citoplasma, material genético etc, provenientes da
vistos longe o suficiente dos polos, mas próximos o suficiente do centro de
célula vegetativa.
forma a não serem considerados terminais nem centrais.
Resistente ao calor, à dessecação e outros agentes químicos e físicos.
 Endósporos laterais são vistos ocasionalmente.

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Localização, tamanho e forma dos endósporos

Variação na morfologia dos endosporos. (1, 4) Endosporo

Figura 14: [A] Localização, tamanho e forma dos endósporos em células de várias espécies
central, (2, 3, 5) Endosporo terminal, (6) Endosporo lateral
de Bacillus e Clostridium.

Endósporos
Cistos

 Exemplos de bactérias que têm endósporos terminais incluem  São formas latentes de parede espessa e resistentes ao calor;

Clostridium tetani (o patógeno causador do tétano).  Desenvolvem-se a partir de uma célula vegetativa e podem germinar em

condições apropriadas;
 Bactérias possuidoras de endósporo centralmente posicionado  Estrutura e composição química diferentes  são menos resistentes ao
incluem Bacillus cereus (toxinfecção alimentar). calor do que os endósporos;

 Mais conhecido: Azotobacter.


 Possuidoras de endósporo subterminal incluem Bacillus subtilis.

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