Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2 - Bahia PDF
2 - Bahia PDF
Jaques Wagner
Secretário de Cultura
Márcio Meirelles
Diretoria Geral
Rômulo Cravo Almeida
Chefia de Gabinete
Neuza Hafner Britto
Superintendente de Cultura
Ângela Andrade
2010
Catálogo Culturas Poulares e Identitárias da Bahia
Publicação editada pela Assessoria de Comunicação da Secretaria
de Cultura do Estado da Bahia
Estagiários
Aline Fontes
Taquari Pataxó
Catálogo Culturas Populares e Identitárias da Bahia 2010 Maria Rita Machado dos Santos - Acervo Particular,
Marisa Viana, Acervo Instituto Mauá,
Coordenação Taiane Oliveira,
Hirton Fernandes Weimer Carvalho
8
“Não é possível pensar o ser humano
fora da cultura. Sua ausência na vida e
no cotidiano de cada individuo (...) coloca
em risco, não apenas repertórios e formas
de expressão artística, mas a própria
condição humana”
9
Toda Cultura
A
valorização da diversidade cultural, além de levar em conta o que uma
comunidade é capaz de expressar simbolicamente, traduz-se pelo respeito
à sua história, aos seus valores, às suas maneiras de agir e conviver com a
natureza e com o outro. As convenções sobre o tema, especialmente a da UNESCO,
consolidam a promoção de sua visibilidade como um dever dos Estados e tratam
da necessidade de sua constante manutenção como matéria de exercício de paz
entre os povos, como forma de inclusão e desenvolvimento, e como outra medida
de riqueza, capaz de instaurar uma prática de não submissão, de autonomia e
soberania.
Márcio Meirelles
Secretário de Cultura do Estado da Bahia
10
Sumário
ApreSentAção
Ato dAS cUltUrAS
S re ce nt eS tr An SformAçõeS no tr
Um pAnorAmA dA
exto brASileiro
popUlAreS no cont Identitárias....15
as Populares e
Núcleo de Cultur
ionAl
id en ti tá ri o, o popUlAr, o trAdic
ltUrAl, o
A diverSidAde cU
José Márc io Barros....27
cAtegoriAS
42
1.ArteSAnAto....
...52
2.bAcAmArteiroS.
S....54
3.bAndA de pífAno
nhA....56
4.bArcA & bArqUi ..58
be nz ed Ur A, cU rA , pArto & rezA..
5.
& coStUrA....62
6.bordAdo, corte
AiS
7.cAntoS cerimoni ..68
en di to , La da in ha & Penitente).. ...70
(B & Pila de Café).
tr Ab Al ho (A bo io
8.cAntoS de S....72
mAcU le lê & or qUeStrA de berimbAU
9.cApoeirA, )....80
.c he gA nç A (d e Marujos & Mouros
10
ilombolAS....84
11.comUnidAdeS qU
12.congAdA....88
iA popUlAr....90
13.cordel & poeS
94
14.cUlináriA....
Afro....100 11
15.dAnçA & múSicA
dA
16.dAnçAS de ro ...104
da , Ca nt ig a e Dança de Fita).
(Ciran 8
nAS & toré....10
17.dAnçAS indíge neAS....110
re SS õe S cU lt Ur AiS & contemporâ
18.exp ..112
re SS õe S cU lt Ur AiS religioSAS..
19.exp ...116
tA do di vi no eSpírito SAnto.
20.feS
boi....118
21.folgUedoS de
oneiro...122
22.forró & SAnf
.126
23.lindro Amô...
...128
24.mAneiro pAU. tas, Mandus, Os
Cão
mb ac ho s, Ca re
25.mAScArAdoS(Bo
...130
& Zambiapungas).
..134
26.nego fUgido.. .136
en it ên ci A e te rno dAS AlmAS...
27.p
138
28.qUAdrilhA....
lhinhA....142
29.qUeimA dA pA o)....144
Fo li a, Ra nc ho , Reisado & Tern
30.reiS(Festa,
0
31.repente....15
gonçAlo....152
32.rodA de São o, de Coco,
Am bA (B at uq ue , Chula, Corrid
33.S
da)....156
de Lata & de Ro ...166
ne co S, bo ne cõ eS & mAmUlengo.
34.teAtro de bo r....168
eA tr o de rU A & teAtro popUlA
35.t
e griôS....172
36.trAdição orAl
verSoS....174
38.deStAqUe & di
Apêndice
ultas
Sugestão de cons
nais & Diversos
Sites Institucio
12
ApresentAção
A
publicação deste catálogo, iniciativa da Secretaria de Cultura do
Estado da Bahia, por intermédio de seu Núcleo de Culturas Populares
e Identitárias, é resultado de um longo trabalho realizado em equipe.
Sua redação teve início com a compilação de dados coletados entre 700
formulários que compõem o Cadastramento de Grupos e Mestres das
Expressões Culturais Populares e Identitárias da Bahia, realizado no primeiro
semestre de 2010.
Esperamos que esta obra possa ser útil para pesquisadores e pessoas
interessadas em saber mais sobre as culturas populares do nosso estado,
tesouro de valor que não se pode precisar. Será ainda melhor se ela
circular por muitas mãos, estantes, bibliotecas e instituições, instigando o
envolvimento dos leitores com esse universo de extrema riqueza e beleza.
Registramos, ainda, nossos sinceros agradecimentos às instituições do
Governo do Estado da Bahia, servidores, estudiosos da cultura popular,
organizações não-governamentais, fornecedores e prestadores de serviços
que, de alguma maneira, contribuíram para que o cadastramento se
transformasse nesta obra.
A Edição
* algumas Filarmônicas e Fanfarras se cadastraram, mas não serão registradas nesse catálogo
já que terão publicações específicas.
16
Um Panorama
das Recentes Transformações
no Trato das Culturas Populares
no Contexto Brasileiro
Núcleo de Culturas
Populares & Identitárias
17
N
os últimos cinco anos observamos uma expressiva ampliação e
institucionalização das ações públicas voltadas às culturas populares
no Brasil. Vários documentos registram discussões e acordos firmados
para o segmento, resultado de fóruns e conferências realizadas em âmbito
nacional, estadual e municipal, e que passaram a fundamentar programas e
projetos, substituindo improvisos e exclusões. A seguir, faremos um breve
mapeamento de algumas iniciativas exemplares.
1
Documento disponível em: http://culturadigital.br/setorialculturaspopulares/
files/2010/02/2008-Carta-Sul-Americana-das-Culturas-Populares-Caracas-2008-Portugues-BR.pdf 19
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
2
Ver em: http://www.cultura.gov.br/site/2009/09/08/colegiado-setorial-para-as-
culturas-populares-e-indigenas/
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
3
Ver em: http://www.cultura.gov.br/culturaviva/category/cultura-e-
cidadania/acao-grio/
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
São João. O Estado realiza ainda a Semana de Cultura Popular, anualmente,
através da Superintendência de Cultura Popular-Centro de Cultura Popular
Domingos Vieira Filho, com a proposta de destacar aspectos significativos da
cultura popular maranhense, elegendo temas que são explorados com uma
diversificada programação de atividades.
A cara da Bahia não pode ser apenas a cara do Recôncavo. A cara da Bahia tem
que ser a cara da Bahia inteira: do Recôncavo, do Oeste, do São Francisco, do
Sertão, do Sul, da Chapada e de todas as outras regiões do estado. Temos que
assumir “ao mesmo tempo agora” toda diversidade baiana, as diferenças que,
combinadas e recombinadas, misturadas, mestiças, fazem do povo baiano o que
ele é. 6
25
6
Consultar em: http://www.cultura.ba.gov.br/linhasdeacao/diversidade
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Referências
29
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
1. Diversidade
Cultural
A
s definições de cultura são muitas. Alguns estudiosos chegaram a
catalogar centenas de conceitos de cultura. Em todas elas, entretanto,
encontramos sempre uma rica e intrigante relação entre valores e
práticas, concepções e atitudes, realidades singulares e universais. Sem entrar
no debate de tantos conceitos, podemos apontar a existência de dois pólos
explicativos: um sentido antropológico bastante amplo que se refere ao modo
de vida total de um povo, de um grupo social e de um indivíduo. A cultura, na
perspectiva antropológica, é pensada como realidade universal e expressão da
diversidade, é inclusiva e não seletiva. Dessa concepção resulta o sentido lato da
cultura, referindo-se a todos os aspectos relacionados a estilos particulares de
vida. Outro sentido, de tradição humanista, define cultura como um conjunto
de atividades específicas, especialmente as artísticas e os comportamentos
ilustrados. Decorre daqui a visão estrita da cultura com “uma ênfase idealista,
pois vê a cultura como um processo e um estado de cultivo sob um prisma
universalista”. (WILLIANS, 1967 apud SANTAELLA, 2002, 34).
30
1
Professor do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC-MG e da Universidade do
Estado de Minas Gerais. Este texto contou com a participação de Giselle Lucena, jornalista,
integrante do Observatório da Diversidade Cultural.
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Temos aqui duas importantes conseqüências: a
cultura se faz presente em todos os atos e gestos
humanos fruto da aprendizagem em sociedade.
Por outro lado, ao fornecer formas práticas e
simbólicas de conhecimento, reconhecimento e
auto-conhecimento, a cultura nos permite construir
identidades e memórias, mas também, nos desafia ao
reconhecimento dos diferentes e seus patrimônios.
As diferenças não são apenas a expressão de particularidades que devem ser mantidas
intactas, mas singularidades que dialogam e se misturam, ora para se manterem
puras ora para se fundirem. O que faz com que as diferenças produzam diversidade?
É, justamente, a capacidade de inaugurar interações com base no singular de cada
grupo, sociedade e no universal da condição humana. Acreditar nisso significa ir
além do multiculturalismo – o direito de ser diferente – na direção do pluralismo, ou
seja, a crença e o compromisso com um regime político que garanta às diferenças a
interação, que transforme a diversidade em projeto político de equidade, cooperação
e desenvolvimento humano.
2
O Acordo de Florença de 1950 e seu Protocolo de Nairobi de 1976, a Convenção Universal
sobre Direitos de Autor, de 1952, a Declaração dos Princípios de Cooperação Cultural
Internacional de 1966, a Convenção sobre as Medidas que Devem Adotar-se para Proibir e
Impedir a Importação, a Exportação e a Transferência de Propriedade Ilícita de Bens Culturais,
de 1970, a Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial Cultural e Natural de 1972, a
Declaração da UNESCO sobre a Raça e os Preconceitos Raciais, de 1978, a Recomendação
relativa à condição do Artista, de 1980, a Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura
Tradicional e Popular, de 1989, a Conferência Mundial sobre as Políticas Culturais de 1982,
a Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento, Nossa Diversidade Criadora de 1995 e a
Conferência Intergovernamental sobre Políticas Culturais para o Desenvolvimento em 1998.
Consultar o site www.observatoriodadiversidade.org.br .
3
Ver o documento em http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127160m.pdf
4
O texto completo da Convenção pode ser consultado em http://portal.unesco.org/culture/es/ 33
file_download.php/4e23e90123ccd047c3f757ea1cfbca40TEXTE+REVISE+-+Spa.pdf
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
2. A Cultura
Popular
Os debates sobre a cultura popular no Brasil apontam para a necessidade de se
ter clareza sobre o que definimos por meio deste conceito, de forma a evitar
polarizações que ora a pensam como folclore, ora a definem como resíduo
da cultura erudita e ora apontam como resistência à dominação. Na primeira
perspectiva, a cultura popular é traduzida exclusivamente como um conjunto
de tradições coletivas e anônimas permanentemente ligadas ao passado.
Quando pensada em contraponto às manifestações eruditas, é sempre definida
como ingênua, desprovida de saber e conhecimento. Quando associada à idéia
de resistência política, transforma-se em construção ideológica que se utiliza
do simbólico popular. Em todas essas visões o grande problema, como revela
Arantes Neto (1981), é a manipulação política e populista que dela se faz, em
função de ser sempre objeto de uma tradução das elites da sociedade e não
um modo próprio de afirmar-se.
Essa renovada presença da cultura popular na esfera pública joga por terra as
previsões pessimistas de um ocaso das tradições, processo que não se efetivou
na passagem dos séculos XX para o XXI da forma como críticos e pesquisadores
apontavam. Revela ainda que os chamados processos contemporâneos de
globalização renovaram a importância do local e, por extensão, do tradicional
e do popular. Esta renovação além de inaugurar um novo mercado de bens
culturais que produz o homogêneo e valoriza o singular e específico, aponta
para um novo processo político de enfrentamentos entre diferentes atores
sociais e seus sistemas de representação. (MELO, 2006).
38
4
O texto completo da Convenção pode ser consultado em http://portal.unesco.org/culture/es/
file_download.php/4e23e90123ccd047c3f757ea1cfbca40TEXTE+REVISE+-+Spa.pdf
3. O Identitário &
o Tradicional
de identidade social deixa de se constituir como uma espécie de categoria de
unificação e se consolida como referente a uma realidade relacional e dinâmica.
Identidade passa a denominar processos de identificação. O que se chama
de crise de identidade deve ser entendido como produto de um processo
característico da sociedade moderna, uma abundância de comunicação
gerando a necessidade de busca de diferenciação.
4. Para
Terminar
Enfim, como a compreensão da semelhança e pertencimento nos convida à
compreensão da troca e do diálogo inter e intra identitário.
Há, sem dúvida, um processo de revalorização das culturas populares e locais. Pensar a realidade das culturas
populares, identitárias e
No sentido regional e mundial, este processo parece se configurar como um
tradicionais, demanda,
contraponto ao processo de mundialização, entretanto portanto, o cuidadoso trabalho
de mapeamento não apenas
o processo de revitalização dessas tradições, não se constitui, conforme Otávio da diversidade de formas de
Ianni (1992), apenas no reavivamento de tradições e configurações pretéritas, agenciamento simbólico e
mas como “...uma revelação de um novo todo, no qual as formações singulares material no campo das atividades
adquirem outros significados” (p.32). Com o declínio da sociedade nacional e artísticas e artesanais, dos
a emergência da sociedade global, modificam-se as articulações e mediações folguedos e demais atividades
nas quais se inserem as partes e o todo, as singularidades, particularidades e lúdicas, das práticas religiosas,
universalidades. Segundo Ianni, a verdade é que, a globalização não é jamais da gastronomia e da saúde, mas,
especialmente, a maneira como
um processo histórico-social de homogeneização, embora sempre estejam
tais agenciamentos dialogam com
presentes forças empenhadas na busca de tal fim; ou que buscam equalizar o tempo e o espaço, revelando
interesses, acomodar alianças, criar e reforçar estruturas de apropriação anterioridade e atualidade, o local
econômica e dominação política. (ABIB,2007,p.9 e 10) e o universal.
Referências
ARANTES NETO, Antonio Augusto, O que é cultura Popular, Coeleção Primeiros Passos,
SP, Brasiliense, 1981
BERNARD, François de, A Convenção sobre a diversidade cultural espera para ser
colocada em prática! 4 tarefas prioritárias para a sociedade civil, texto apresentado
em Seminário promovido pela DAC/PUC Minas, em maio de 2007
42
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
LARAIA, Roque de Barros, Cultura um conceito antropológico, Rio, Jorge Zahar, 2001
43
44
Foto Marisa Viana/ Acervo Instituto Mauá
1.Artesanato
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
E Territórios de Identidade
xpressão de modos de vida, memórias e costumes,
o artesanato traz em si as marcas da identidade.
Ainda que seja, na prática, uma atividade laboral
exercida com finalidade financeira, o artesanato é parte - Agreste de Alagoinhas / Litoral Norte
intrínseca do universo da cultura popular. Os artefatos - Bacia do Paramirim
artesanais, produzidos manualmente ou por técnicas - Baixo Sul
tradicionais, são ricos em referências à cultura de um - Chapada Diamantina
povo, e são, ainda, frutos de saberes não-oficiais e
- Itaparica (BA/PE)
fazeres marcados pela criatividade, talento e integração
comunitária. Na Bahia, a atividade é desenvolvida, sem - Itapetinga
exceção, em todos os territórios de identidade e envolve - Litoral Sul
um vasto elenco de técnicas e matérias-primas. Algumas - Portal do Sertão
delas são: cerâmica (Maragogipinho, Barra, Lençóis e - Recôncavo
Cachoeira); bordado (Rio de Contas); renda de bilro
- Sertão Produtivo
(Saubara); trançado de fibra de coqueiro, banana, junco
e piaçava (Diogo, Massarandupió, Curralinho e Vila do - Sisal
Sauípe); trançado de fibra de licuri (Iaçu e Santa Brígida) - Velho Chico
e trançado de sisal (Valente). Há, ainda, a produção
de artesanato indígena em municípios do semi-árido,
como Glória e Rodelas, entre outros. Na zona rural
de Biritinga, a artesã Geronisse Luciano dos Santos,
representa a associação Tecendo Amanhã, criada há
quatro anos. O grupo de 15 mulheres produz chapéus,
bolsas, esteiras, carteiras e porta-objetos com a palha de
ariri (palmeira rústica comum na Bahia) e incrementa-os
com aviamentos, pinturas e colagens. A maioria dessas
artesãs aprendeu o ofício dentro da própria família.
45
Contatos Ana Lúcia Silva de Sena (artesanato e crochê)
Artesanato
Alfina Rosa de Souza (artesanato) Arte Nativa - Associação de Artesanato e Doceiras do Baixio
R. Primeiro de Maio, s/n Praça Evaldo dos Santos, Baixio
Nova Canaã Esplanada
Tel .: (73) 3207- 2164, (73) 9954-6520 Tel.: (75) 3413-3063, (75) 9999-5911
36 integrantes
Ana Cláudia Neves Cruz (artesanato)
R. Agenor, n°04, Centro Associação Artesanal de Nova Canaã - AARCAN
Caturama R. Castelo Branco, s/n
Tel.: (77) 3650-1202, (77) 9959-6962 Nova Canaã
Tel.: (73) 3207- 2359
Analice Maciel Rodrigues (artesanato) aarcan.associacao@ hotmail.com
Rio Doce, s/n, Comandatuba 80 integrantes
Una
Tel.: (73) 9961-9507, (73) 3236-1806 Associação Comunitária de Artesanato
e Arte Popular de Irará
Ana Lúcia de Jesus Gomes (crochê) R. Coronel Elpídio Nogueira, Centro
R. das Agulhas Irará
Água Fria Tel.: (75) 8186-2505
Tel.: (75) 8119-7679 casadoartesaoirara@hotmail.com
25 integrantes
46
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Associação de Cerâmica Nossa Senhora Cláudia Manuela Silva Santos (artesanato)
de Fátima R. Bela Vista, s/n
Barra Urandi
Tel.: (74) 8807-7780 Tel.: (77) 3456-2758, (77) 9196-7882
cmsangel@ig.com.br
Associação de Mulheres da Barra (artesanato
e filantropia) Dailine Borges dos Santos (artesanato)
Barra Tv. Santa Rita, n°52, Centro
Tel.: (74) 3662-2443 São Francisco do Conde
Número de integrantes não informado Tel.: (71) 3651- 3706
48
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
São Francisco do Conde José Humberto Correia Santos (trançado)
Tel.: (71) 9167-3973 R. do Campo, n° 27, Socorro
São Francisco do Conde
Iraci Soares da Silva (artesanato) Tel.: (71) 9911- 9318
R. Beira Mar, s/n, Caípe de Baixo
São Francisco do Conde Josenice Ferreira de Araújo Pinto (artesanato,
Tel.: (71) 9144-9511, (71) 8622-2643 pintura e costura)
Av. Antônio Sérgio Carneiro, s/n, Barra
Ivete Magalhães Freire de Oliveira Água Fria
(artesanato) Tel.: (75) 8120-6801
Av. Laurinda Cardoso, s/n, Centro
Caturama José Rodrigues Neto (artesanato e selaria)
Tel.: (77) 9959-5731 Povoado Sansaité, s/n
Macureré
Izabel Lima de Carvalho do Nascimento Tel.: (75) 3284-7005
(artesanato)
R. Direta da Mangueira, n° 25, Campinas José Souza Leão (artesanato de redes e tarrafas)
São Francisco do Conde R. Alto do Bonfim, s/n, Centro
Tel.: (71) 3651-1532 Caturama
Tel.: (77) 3650-1122
Joana Ramos dos Santos (crochê e trançado)
R. Adoniran Assis da Silva, s/n Josina Souza Araujo Lima (artesanato)
Água Fria Av. Sete de Setembro, Centro
Tel.: (75) 8170-9148 Presidente Tancredo Neves
Tel.: (73) 8164-1318
João de Deus Batista (cerâmica, trançado,
mosaico e papel machê) Jozinalva Pereira do Nascimento Lima
R. da Brasília, nº 04, Monte Recôncavo (artesanato em palha, jornais e tecido)
São Francisco do Conde R. da Entrada, s/n, Povoado Quixaba
Tel: (71) 8286-4949, (71) 9167-7351 Glória
Tel.: (75) 9166-3048
José Cardoso Nogueira (artesanato)
Av. Elísio Santana, 119 Júlia Fonseca de Jesus (trançado e artesanato
Irará de palha)
Tel.: (75) 3247-2716 Fazenda Baixa da Mina
Água Fria
Josedália Souza (artesanato e costura) Tel.: (75) 8126-1034
Tv. Miguel Fernandes, n° 190, Centro
Caculé Juvenildes Meneses (artesanato)
Tel: (77) 8108-2683 R. Beira Rio, 44, Centro
49
Mascote Andaraí
Artesanato
Urandi
Tel.:(77) 9196-7882
52
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Tel.: (71) 3604- 7582, (71) 8202- 0973 Tomázia de Aquino dos Reis Santos
roseane.oliveira31@gmail.com (artesanato)
Fazenda Curral de Fora
Salustiano Souza da Silva (artesanato) Água Fria
R. Timotéo Maciel, s/n, Centro Tel.: (75) 3293-1111
Andaraí dc_carneiro@hotmail.com
Telefone não informado
Valdivino Francisco Pinto (artesanato em palha)
Silvânia Santos da Cruz (artesanato) Comunidade Brejo de Vara, s/n
R. Luiz Viana Filho, n° 29, Centro Barra
São Francisco do Conde
Tel.: (71) 3651-3003, (71) 3651-1964, (71) 8208- Veneide Santos Maerctsch (cerâmica e pintura
3324 em porcelana)
Comunidade do Campo Seco
Silvia Clotilde Lima Guimarães (artesanato) Itacaré
Av. Paraguaçu, 51, Barricas Tel.: (73)9935-0144
Andaraí
Tel.: (75) 8122- 3384 Vera Lúcia Almeida Mendes dos Reis (crochê)
silvia. amina@hotmail.com R. José Miranda dos Reis, s/n
Água Fria
Simone Cardoso dos Santos (artesanato e Tel.: (75) 8135-4066
trançado)
Tv. Moreira Rêgo, 20 Vital Jesus dos Santos (artesanato)
Irará R. Tv. Maria Quitéria, s/n, Japão
Tel.: (75) 8142-7781 Presidente Tancredo Neves
Tel.: (73) 8159-9849
Solange Chaves Reis Sena (artesanato)
R. Santos Dumond, 113 Ygor de Jesus Oliveira (artesanato)
Nova Canaã R. Manoel Reis, s/n, Nova Esperança
Tel.: (73) 8802-9601 Presidente Tancredo Neves
Telefone não informado
Tecendo Amanhã (artesanato)
Povoado de Vila Nova, s/n
Biritinga
Tel: (75) 9166-0867
sergio_jss@yahoo.com.br
15 integrantes
53
2.Bacamarteiros
Foto Acervo IRDEB
54
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
R Territórios de Identidade
eza a lenda que os bacamarteiros têm a missão
de ‘acordar’ Santo Antonio, São João e São
Pedro quando saem às ruas no início de junho.
O folguedo, típico do agreste, recria o período final - Semi-Árido Nordeste II
da Guerra do Paraguai (1864-1870), na qual lutaram
soldados nordestinos e o Brasil saiu-se vencedor. Na
tradição, o batalhão ou a tropa disputa o tiro mais
alto dado pelos bacamartes (armas de cano curto e
largo com munição de pólvora, também chamadas
Contato
de granadeiras), em um ritual de muito barulho. O
grupo é subordinado a um sargento, e uma banda de Grupo Bacamarteiros (bacamarte e banda
pífanos ou um trio de forró se encarrega da música. de pífanos)
Os soldados vestem roupas azuis, chapéus de couro, Km 42
botas e cartucheiras em alusão ao Cangaço. Na Bahia, Santa Brígida
o auto é encenado na zona rural de Santa Brígida e os 28 integrantes
bacamartes guerreiam por fogueiras e pelas palmas Telefone não informado
de tiro mais impactante. O folguedo é coordenado
pelo Sr. Sebastião Pedro e se iniciou na década de
1950 em comemoração à construção da Igreja de São
Pedro, inaugurada pelo beato Pedro Batista, famoso
líder espiritual que percorreu o Nordeste na época.
55
56
Foto cedida pelo Grupo Baqnda de Pífanos Pau-Ferro
3.Banda de Pífanos
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Territórios de Identidade
banda de pífanos é um conjunto instrumental
característico do Nordeste e é conhecida, também,
como carapeba, terno de pífanos, cabaçal ou
esquenta muié – termos que variam conforme a região - Chapada Diamantina
ou estado. São representadas nas artes figurativas típicas - Itaparica (BA/PE)
e nas xilogravuras dos cordéis. Os pífanos, pífaros ou - Piemonte da Diamantina
pifes brasileiros constituem uma adaptação nativa das
flautas populares europeias e são feitos de bambu. Os
integrantes de uma banda de pífano costumam animar
bailes rurais, feiras, festas juninas, eventos religiosos
e chegam a acompanhar enterros de crianças. Muitas Contatos
vezes, deslocam-se a pé em longas caminhadas para se
apresentar em cidades vizinhas.
Mestre Benedito Mangabeira da Silva -
A sonoridade única da banda deve-se à sua formação Banda de Pífanos de Pau-Ferro
instrumental. A mais comum utiliza dois pífanos, Pau-Ferro, s/n
zabumba, prato e caixa (caixa de guerra ou tarol). Jacobina
Nas bandas mais autênticas nenhum instrumento Tel.: (74) 9116- 3538
encarrega-se da harmonia, permanecendo apenas pifanos.pauferro@hotmail.com
a melodia e o ritmo. Ocorre também a formação 12 integrantes
típica do forró pé-de-serra: pífano em substituição
ao triângulo, sanfona e zabumba. Normalmente,
os músicos passam a tradição dentro da própria Banda de Pífano
família. Na Bahia, os membros da Banda de Pífanos Fazenda Icó, s/n
do Pau-Ferro, do povoado de mesmo nome, em Abaré
Jacobina, compõem, criam melodias, tocam, cantam Tel.: (87) 9102-5609 (recado)
e confeccionam, de forma artesanal, seus próprios 04 integrantes
instrumentos. A banda tem como mestre o Sr.
Benedito Mangabeira da Silva, que aprendeu a tocar Banda de Pífano da Lagoa da Boa Vista
com o pai e incentiva as crianças a se envolverem com R. Lagoa da Boa Vista, s/n
a tradição. Em Abaré, a Banda de Pífano, liderado pelo
Seabra
Sr. João Francisco Barbalho, de 63 anos, se apresenta
na trezena de Santo Antonio e na festa de Nossa Tel.: (75) 3362-9001, (75) 9929-6356
Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira da fazenda 10 integrantes
onde reside. Três dos seus quatro componentes são
da mesma família. Banda de Pífanos Grupo da União
R. do Contorno, s/n, Contornolândia
Serrolândia
Telefone não informado
07 integrantes
57
58
Foto Maria Rita Machado dos Santos/ Acervo Particular
59
5.Benzedura, Cura
Parto & Reza
Foto Acervo IRDEB
60
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
C Territórios de Identidade
omuns no interior da Bahia, os saberes populares
benzedura, cura, parto e reza são conhecimentos
espontâneos, normalmente transmitidos dentro
de um núcleo familiar ou religioso, que fogem às práticas - Bacia do Paramirim
embasadas na ciência. Ainda na Bahia, são, muitas vezes, - Baixo Sul
exercidas por mulheres adultas, pais e mães-de-santo - Chapada Diamantina
ou adeptos do candomblé e umbanda, geralmente, sem - Itaparica (BA/PE)
formação acadêmica. De cunho mágico, a benzedura ou reza
- Litoral Sul
costuma envolver elementos como devoção, concentração
e oração dirigidas a um santo ou entidade a qual se suplica - Oeste Baiano
ajuda. São praticadas com o objetivo de afastar ‘mau- - Portal do Sertão
olhado’, doenças ou sanar problemas de diferentes ordens. - Recôncavo
Além de pessoas, objetos, casas, lavouras e animais também - Sertão Produtivo
podem ser ‘rezados’, o que é feito com ramos de folhas
- Vale do Jiquiriçá
verdes, gestos e um rosário – este último utilizado também
pelas parteiras. - Velho Chico
61
Contatos Irene Rodrigues Guimarães (parto e benzedura)
Benzedura, Cura, Parto & Reza
62
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Maria Brasilina de Jesus (benzedura) Maria São Pedro da Silva (benzedura e culinária)
R. P, n° 39, Jobeguara de Areia R. do Campo, s/n, Centro
São Francisco do Conde Macureré
Telefone não informado Tel.: (75) 3284-2100, (75) 3281-2160
Maria das Graças Cardoso dos Santos Olga Angelina da Silva (benzedura)
(parteira) R. Desidério Bispo, 396
R. Natal, s/n, Coste de Pedra Andaraí
Presidente Tancredo Neves Tel.: (75) 9913-2401
Telefone não informado
Pai Ebomin (benzedura e candomblé)
Maria Felipa Chaves Costa (parto) R. Malvina, n° 32, BR 420
R. da Bela Vista, s/n, Socorro Jiquiriçá
São Francisco do Conde Tel: (75) 3651-2032
Telefone não informado paiebomin@hotmail.com
200 integrantes
Maria Izabel da Conceição (benzedura)
Glória Porfírio Lopes do Vale (benzedura)
Tel.: (75) 9152-8389 Mascote
Telefone não informado
Maria Natalícia Martins (parto)
Fazenda Vista Alegre, s/n Walmir Nobre Sobrinho (reza, benditos e ladainhas)
Urandi Fazenda Bucânia
Telefone não informado Botuporã
Tel.: (77) 3678-2363
Maria Petronilha Alves Machado (benzedura e
charutos)
Tv. Oito de Agosto, s/n, Centro
Irará
Telefone não informado
63
64
Foto Agência Caixa de Fósforo
& Costura
6.Bordado, Corte
2010
Bahia2010
A Territórios de Identidade
ssim como o artesanato, as atividades tradicionais
IdentitáriasdadaBahia
do bordado, corte e costura fazem parte do rico
universo da cultura popular brasileira. Essas
atividades, executadas basicamente à mão, envolvem - Agreste de Alagoinhas/ Litoral Norte
tradição oral, saberes não-oficiais, integração familiar, - Bacia do Paramirim
& Populares
destreza, criatividade e esmero. Elas deixam revelar, no - Baixo Sul
seu processo produtivo ou nas peças prontas, aspectos - Itaparica (BA/PE)
do modus vivendi de um povo. De forma geral, trata-se de
- Litoral Sul
trabalhos desempenhados por mulheres adultas que os
aprendem na juventude com mães, tias ou avós. Cursos - Recôncavo
Culturas
comunitários e de baixo custo disponíveis por todo o país - Sisal
Populares
ajudam na capacitação para exercê-los. O bordado, arte - Vale do Jiquiriçá
de criar figuras ou desenhos coloridos sobre roupas e
artigos para o lar com fios têxteis, é de origem portuguesa,
Catálogo
sendo o ponto-cruz uma de suas técnicas mais difundidas.
Catálogo Culturas
Já a atividade do corte e costura consiste na técnica de
confeccionar peças do vestuário ou da decoração de modo
artesanal, utilizando-se apenas de um equipamento elétrico
simples, a máquina de costura. Geralmente, as costureiras
trabalham sob encomenda para pessoas da comunidade.
65
Contatos Tv. Aurélio Ferreira Batista, n°21
Esplanada
Bordado, Corte & Costura
Associação de Mulheres de Negócios e Gildásio Santos Silva (costura, tricô e ponto cruz)
Profissionais de Esplanada (costura, trançado e R. Estelita Falcão
modelagem) Água Fria
Tel.: (75) 8111-8045
66
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Grupo de Mulheres Mãos de Fada (corte,
costura e bordado)
R. dos Canudos, s/n, Centro
Biritinga
Tel: (75) 9193-1579
helena_1971@bol.com.br
12 integrantes
67
Márcia Florêncio dos Santos (costura) Maria Raquel da Fonseca Fernandes (costura)
R. Boquira, n°220, Centro
Bordado, Corte & Costura
Maria Antônia de Jesus da Silva (costura) Maria Rosa Correia (corte e costura)
R. Filadélfio Leal, n°180, Ginásio Av. Prefeito Idalício Farias, n° 66, Centro
Presidente Tancredo Neves Glória
Tel.: (73) 8106-4753 Tel.: (75) 3656-2040
Maria Antonia Santos Lima (costura, bordado) Maria Santos de Jesus (costura)
R. Adilson dos Reis Figueiredo, 51 R. Filadélfio Leal, n°118, Ginásio
Água Fria Presidente Tancredo Neves
Tel.: (75) 8119-6767 Tel.: (73) 8104-3861
Maria Hilda de Souza Sena (costura e bordado) Odete Glória Marques (costura)
Fazenda Furado de Espinho, s/n R. J.J. Seabra, s/n, Centro
Maracás Caturama
Tel.: (77) 3650-1122
Maria José Souza Braz (corte e costura)
Av. Prefeito Idalício Farias, n° 42, Centro Renilza Ramos Praxedes (corte e costura)
Glória R. da Brasília, n° 01, Monte
Tel.: (75) 3656-2388 São Francisco do Conde
Tel.: (71) 3652- 5024, 8185-8970
Maria Margarida Barbosa (costura, tricô e
crochê)
R. José Miranda dos Reis
Água Fria
Tel.: (75) 8180- 6518
68
Foto Taiane Oliveira
70
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
N Territórios de Identidade
o Brasil, a maioria dos cantos cerimoniais está
associada à religião católica e envolve louvores,
agradecimentos ou pedidos aos santos. Em
uma manifestação oposta, este tipo de canto pode - Velho Chico
conter teor jocoso e ser entoado em bares ou festas
para animar brincadeiras, como aquela que testa a
resistência de um presente ao álcool. Entre os cânticos
religiosos notados na Bahia destaca-se o bendito, que
se caracteriza pela alternância entre solista e coro, e Contatos
pelos versos que começam com uma locução (Bendito,
Louvado Seja!). É executado em procissões e rezas. Há Mestre Manoel Francisco Benevides -
também a ladainha, canto entoado como responsório e
Comunidade Religiosa e Grupo Quilombola
baseado em textos da liturgia católica. Trata-se de prece
cantada para evocar a proteção de Deus, Jesus Cristo, de Gurunga (festejos de São José e ladainha)
Virgem Maria ou dos santos mais populares. Fazenda Gurunga
Igaporã
O canto penitente, por sua vez, é entoado em ocasiões Telefone não informado
nas quais a dor, o lamento e o pranto fazem parte 30 integrantes
do processo de remissão dos pecados. Também é
entoado no ato penitencial da missa católica, quando Isaulina Ana da Silva (bendito, ladainha e reza)
os devotos pedem piedade a Deus. Em todos os casos,
Fazenda Cachoeira do Tatu
porém, são executados em ritmo monótono e sem
acompanhamento instrumental. Outros tipos de cantos Igaporã
cerimoniais da cultura brasileira são a incelência (entoada Telefone não informado
coletivamente nos velórios), a serenga (executada
durante procissão fluvial, na festa do Divino Espírito
Santo) e o telebé (canto de candomblé). Na comunidade
quilombola de Gurunga, Igaporã, o Sr. Manoel Francisco
Benevides lidera os festejos a São José. Seu grupo, de
30 membros, entoa, todo ano, louvores, ladainhas e
cânticos do reisado em homenagem ao Santo.
71
8.Cantos de Trabalho
(Aboio & Pila de Café)
Foto Weimer Carvalho
72
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
E Territórios de Identidade
sse tipo de canto ocorre entre trabalhadores com
o objetivo de ritmar seus movimentos e aliviar o
esforço exigido pelos exercícios braçais. De letras
simples e origem no período colonial, as cantigas são - Itapetinga
caracterizadas também pela repetição, presença de - Portal do Sertão
onomatopéias (ruídos, gritos, sons de animais e cantos
da natureza), interjeições (expressões que revelam
estados emocionais) e variam de acordo com a região
do país. O Nordeste se destaca na tradição. Na Bahia,
verificam-se dois desse tipo de canto: o aboio e o pila Contatos
de café. O aboio, entoado por vaqueiros ao conduzirem
o gado pelas pastagens, inclui frases que, geralmente, José Clovis Ribeiro Lima (aboio e vaqueiro)
finalizam com a expressão Ê, Boi! Ei Lá, Boizinho! Além Povoado de Fazenda Nova
da voz, o vaqueiro também pode usar o berrante. O Água Fria
agricultor José Clovis Ribeiro, de 50 anos, residente de Tel: (75) 3293-1127, (75) 9975-3393
Água Fria, é aboiador desde os oitos anos. Em trajes
típicos de vaqueiro, ele apresenta versos da tradição em
festas rurais, cavalgadas e encontros da comunidade. Pila do Café do Calumbi de Nova Canaã
(canto de trabalho)
O pila de café caracteriza-se como manifestação cultural R. Rui Barbosa, n° 88, Centro
em que um grupo de trabalhadores se apresenta Nova Canaã
publicamente cantando versos, bois e chulas em volta Tel.: (73)3207- 2065
de um pilão de três bocas enquanto soca os grãos, karinysandes@hotmail.com
assim como é feito na roça. O Pila do Café do Calumbi 12 integrantes
de Nova Canaã existe desde a década de 1930. O grupo,
dirigido pelo Sr. Pascoal Oliveira dos Santos, que herdou
a tradição do pai, é único na região. Seus membros
revezam-se no pilão em grupos de quatro e vestem
roupas típicas de agricultores. Outros cantos de trabalho
comuns no país são as batas de feijão (entoados na
colheita do grão), cântico de voga (canto de canoeiros)
e pregão (utilizado por vendedores ambulantes para
anunciar mercadorias).
73
9.Capoeira, Maculelê
& Orquestra de Berimbaus
Foto Acervo IRDEB
74
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
D Territórios de Identidade
e acordo com estudiosos da cultura popular,
a capoeira nasceu dentro das senzalas como
divertimento de escravos e, ao mesmo tempo,
luta. No Brasil, esta tradição, que envolve música, dança, - Agreste de Alagoinhas/Litoral Norte
arte marcial e questões identitárias, se sobressai na Bahia, - Bacia do Jacuípe
com grande concentração de praticantes em Salvador. - Bacia do Paramirim
O respeito ao mestre e o sentimento de fraternidade são - Baixo Sul
características comuns tanto na modalidade de capoeira
- Chapada Diamantina
regional quanto na de angola. A capoeira também é
marcada pela presença de orquestras de berimbau, - Extremo Sul
um dos instrumentos musicais mais antigos do mundo, - Irecê
responsáveis por embalar os passos dos lutadores. Proibida - Itaparica (BA/PE)
por lei decretada em 1890 e perseguida por autoridades - Litoral Sul
policiais, a atividade permaneceu criminalizada na Bahia
- Piemonte da Diamantina
até as primeiras décadas do século XX. A tradição, hoje
presente em 150 países, foi declarada patrimônio cultural - Portal do Sertão
brasileiro, em 2008. - Recôncavo
- Região Metropolitana de Salvador
O maculelê surgiu, conforme os folcloristas, nos canaviais - Semi-árido Nordeste II
de Santo Amaro. A manifestação consiste em uma dança
- Sertão Produtivo
guerreira, na qual seus integrantes, providos de um bastão
de madeira ou facão, cruzam-nos no ar com uma batida que - Velho Chico
obedece ao ritmo percussivo. O folguedo, que rememora - Vitória da Conquista
a capacidade de resistência dos negros no período da
escravidão, foi introduzido aos poucos nas academias de
capoeira por seus mestres como estratégia de preservá-lo.
O mais antigo representante da capoeira angola em Ilhéus,
Mestre José Virgílio dos Santos, de 75 anos, é envolvido
com a tradição desde os nove anos de idade. Virgílio
graduou-se contramestre (grau anterior ao de mestre)
com o conhecido professor João Grande, que foi aluno
do Mestre Pastinha. Além de viajar pelo país difundindo a
atividade como ferramenta de socialização, Mestre Virgílio
coordena a Associação de Capoeira Angola Mucumbo e dá
aulas gratuitas na comunidade de Olivença.
75
Contatos Mestre Nô - Nelson Santos da Conceição/
Capoeira, Maculelê & Orquestra de Berimbaus
Mestre José Virgílio dos Santos (capoeira) Mestre Waltinho – Walter dos Reis
R. Santa Clara, Conquista Associação de Capoeira Africano do
Ilhéus Recôncavo Bahiano
Tel.: (73) 3634-1424, (73) 8107-6115 R. Ministro Bulcão Viana, n° 73, Centro
São Francisco do Conde
Mestre Mário dos Santos Tel.: (71) 8193- 9448
R. Alto da Bela Vista, n° 20, Centro mestre-waltinho@hotmail.com
São Francisco do Conde 300 integrantes
Tel.: (71) 3651- 3712, (71) 3651- 1598
60 integrantes Águias Acrobata Capoeira
Rau Geovane Ferreira, 385-A, 1º andar, São João
76
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Paraíso Associação Cultural de Capoeira Filhos do
Mascote Vento
Tel.: (73) 9986-9404 Av. Santa Rita, n° 465, São Bento
jhaga@hotmail.com São Francisco do Conde
21 integrantes Tel.: (71) 8268- 8817
mestretoinho@gmail.com
Aliomar dos Santos (capoeira) 201 integrantes
R. do Jacaré, Maragogipinho
Aratuípe Associação Cultural de Capoeira Raízes dos
Tel .: (75) 9647-5009 Palmares de Valença
53 integrantes R. Dr. Heitor Guedes de Melo, s/n
Valença
Associação Atlética de Capoeira Raiz Negra Tel.: (75)3641- 2663, (75) 88426672
(capoeira) http://accrpva.blogspot.com
R. Rui Barbosa, nº 39, Centro accrpv@gmail.com
Prado 25 integrantes
Tel: (73) 3298-2640, (73) 9973-4907
taisepires@hotmail.com Associação Cultural Internacional de
58 integrantes Capoeira Jacobina Arte e Maculelê
R. Sócrates Menezes, s/n
Associação Barrense de Capoeira - ABC Lapão
Barra Tel.: (74) 9970-2791
Tel.: (74) 3662-3329, (74) 8106-8830 www.jacobinaarte.com.br
Número de integrantes não informado mestreindiobrasil@yahoo.com.br
30 integrantes
Associação Carinhanhense de Capoeira Arte
Bahia (capoeira e maculelê) Associação das Academias de Capoeira de
R. Dr. Teodulo Lins de Albuguerque, nº 132, São Francisco do Conde
Centro R. Santa Rita, n° 130
Carinhanha São Francisco do Conde
Tel: (77) 9954-8448 Tel.: (71) 8854-1569
machadocarinhanha@yahoo.com.br mestre-cachoeira@hotmail.com
68 integrantes 11 integrantes
77
Associação de Capoeira Cacau de Ouro palmarescapoeira@hotmail.com
Capoeira, Maculelê & Orquestra de Berimbaus
79
São José do Jacuípe
Capoeira, Maculelê & Orquestra de Berimbaus
www.mestrecabeludo.com
250 integrantes
80
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Grupo de Maculelê Arte Viva Mestres do Amanhã (capoeira)
Aratuípe R. do Jacaré, n°33, Maragogipinho
Tels:(75) 3647-2034, (75) 8134-1033 Aratuípe
socipabeneficente@bol.com.br Tel .: (75)8162-8129, (75) 8161-4366, (75) 9904-
16 integrantes 1140
71 integrantes
Grupo Folclórico Axé (capoeira e dança afro)
R. Ameliano Costa de Andrade, s/n Movimento Cultural Consciência Negra
Chorrochó (capoeira, maculelê, dança afro e samba de roda)
Tel.: (75) 3477-2117 Av. Aracaju, 233, Brasil
25 integrantes Vitória da Conquista
Tels: (77)3423-6154, (77) 8124-5317
Grupo Internacional de Capoeira panteraconsciencia@hotmail.com
Jacobina Arte 400 integrantes
R. 13 de maio, n° 96, Serrinha
Jacobina Movimento Cultural Timtim Capoeira
Tel.: (74) 3621-6863, (74) 8114-5042 Praça Governador Paulo Souto, s/n, Centro
drakula_jacobina@hotmail.com Paramirim
10 mil integrantes Tel.: (77) 9956-4744
35 integrantes
João Alves de Souza (capoeira)
Lagoa do Gaudêncio, s/n Nação Iorubá Capoeira Urbis (capoeira e terno
Lapão de reis)
Tel.: (74) 3657-1220 Colégio Maria Santa Rita, s/n, Urbis
furacaodalagoa@hotmail.com Una
120 integrantes Tel: (73) 3236-2014
15 integrantes
José Cícero dos Prazeres (maculelê e cantoria
de viola) NIldo Novais Silva (capoeira)
Conjunto Airton Sena, s/n, Centro Av. Adélia Gamen Souto, s/n, Ibirapitanga
Santa Brígida Andaraí
Tel: (75) 3698-2009 Tel.: (75) 8145-2910
18 integrantes nildosilvacapoeira@hotmail.com
81
10.Chegança
(de Marujos & Mouros)
Foto Acervo Secult
82
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Territórios de Identidade
uto popular originário da dança portuguesa, a
Chegança apresenta características distintas
conforme a região em que se manifesta. No país,
registram-se dois tipos principais: chegança de marujos - Baixo Sul
(também conhecida como marujada, barca, fandango - Chapada Diamantina
e nau catarineta) e chegança de mouros (mouros - Extremo Sul
e cristãos). Os folguedos dramatizam as façanhas - Piemonte da Diamantina
marítimas portuguesas durante o Império e os embates
- Recôncavo
medievais entre mouros e cristãos, na Península
Ibérica. Os figurantes vestem-se como comandantes, - Região Metropolitana de Salvador
oficiais, soldados, marinheiros, cristãos ou mouros.
Dois palhaços, um padre, um médico, dentre outros
personagens, também podem compor a representação
na chegança de marujos que ocorre, em sua maior
parte, no interior de uma embarcação, sendo composta
apenas por homens. Essas tradições, embora praticadas
em todas as regiões do Brasil, destacam-se no Nordeste,
Centro-Leste e Sul.
83
Contatos
Cheganças
Arembepe
Camaçari
Tel.: (71) 3624-3382, (71) 8843-8511
secultcamacari@gmail.com
27 integrantes
84
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Chegança Feminina de Arembepe Marujada de Jacobina
Loteamento Vilarejo, Quadra A, Lote 4, R. da Fábrica, n° 99, Catuaba
Arembepe Jacobina
Camaçari Tel.: (74) 9121-3464
Tel.: (71) 3624-3382, (71) 8746-8370 Número de integrantes não informado
secultcamacari@gmail.com
30 integrantes Marujada Raízes da Terra (marujada e
candomblé)
Chegança Feminina de Mouros Barca Nova R. do Juá, s/n, Barra de Caravelas
R. Nova São Domingos, s/n, Centro Caravelas
Saubara Tel: (73) 8844-6950
Tel.: (75) 3696-1570, (75) 8201-0610 25 integrantes
mlaed@yahoo.com.br
50 integrantes Mouros e Cristãos (chegança de mouros)
R. José Joaquim Seabra, s/n, Centro
Chegança Flor do Dia Prado
R. da Frente, s/n, Gamboa do Morro Tel: (73) 9987-9171
Cairu 50 integrantes
Tel: (75) 81654-4724
16 integrantes Paulo Sérgio dos Santos (marujada)
R. Santa Isabel, s/n
Irmandade de São Benedito (marujada de São Andaraí
Benedito) Tel.: (75) 8125-1169
Av. Adalício Nougueira, nº 635, Nova Coreia
Caravelas Sociedade Beneficente Amigos de Cairu –
Tel: (73) 8801-9685 SBAC (chegança)
60 integrantes Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro
Cairu
Irmandade de São Sebastião (chegança de Tel.: (75) 3652-2077
mouros) 21 integrantes
R. Getulio Vargas, s/n, Ponta de Areia
Caravelas Sociedade Beneficente Amigos de Cairu –
Tel: (73) 8838-2332, (73) 8861-0082 SBAC - Grupo Mirim Chegançinha de Cairu
60 integrantes (chegança mirim)
Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro
Marujada de Cosme e Damião (marujada e Cairu
candomblé) Tel.: (75) 3653-2131, (75) 9933- 8100, (75) 9987-
Tv. do Aratu, s/n, Olaria 7954
Caravelas 23 integrantes
Tel: (73) 9996-8652, (73) 8838-1591
32 integrantes
85
86
Foto Angelucci Figueiredo/ Acervo AGECOM
11.Comunidades Quilombolas
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Territórios de Identidade
s comunidades remanescentes quilombolas
ou terras de preto constituem agrupamentos
étnico-raciais com presunção de ancestralidade
negra e resistência à opressão no período escravocrata. - Chapada Diamantina
Tratam-se, do ponto de vista da cultura, de espaços de - Itapetinga
preservação de uma identidade crucial na formação do - Litoral Sul
povo brasileiro, ricos em tradições. Culturas desenvolvidas - Piemonte Norte do Itapicuru
e recriadas pelos negros em solo brasileiro, como dança
afro, samba de roda, capoeira e maculelê, são práticas
- Recôncavo
vivas nessas comunidades, a maioria situada em área - Velho Chico
rural. A Bahia e o Maranhão são os estados que mais
concentram áreas quilombolas. Atualmente, a Bahia tem
332 comunidades reconhecidas pelo governo federal,
onde vivem 25 mil famílias. Campo Formoso, Vitória da
Conquista e Cachoeira são os municípios com maior
número de comunidades certificadas como quilombola.
87
Contatos
Comunidades Quilombolas
88
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Comunidade Quilombola de Morro Redondo Grupo Quilombola de Gurunga (festejos de São
Seabra José e ladainha)
Tels.: (75) 3331-2211, (75) 9950-4178 Fazenda Gurunga
edybahia10@hotmail.com Igaporã
20 integrantes Telefone não informado
30 integrantes
Comunidade Quilombola de Mulungu
Boninal Grupo Quilombola Morão Di Privintina
(música regional, poesia e cantoria de viola)
Tel.: (75) 3330-2121
Comunidade Quilombola do Rio das Rãs
24 integrantes
R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo
Bom Jesus da Lapa
Comunidade Quilombola do Iguape (samba Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003
corrido e samba chula)
tokinhacruz@yahoo.com.br
R. Direta, s/n, Santiago do Iguape
07 integrantes
Cachoeira
Tel: 3414-5073, (71) 9938-7431
10 integrantes Grupo Quilombola Quilombo das Piranhas
R. Ernesto Geisel, n° 958, São Gotardo
Bom Jesus da Lapa
Comunidade Quilombola do Monte
Tel.: (77) 3481-6038, (74) 8823-7458
Rocomco (reisado) raquelcordeiro92@yahoo.com.br
R. Ministro Bulcão, nº 14, Centro
300 integrantes
São Francisco do Conde
Tel: (71) 8183-9032
64 integrantes
89
90
Foto Weimer Carvalho
12.Congada
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
M Territórios de Identidade
anifestação sincrética de origem africana com
influência da cultura ibérica, os congos ou
congada têm seus primeiros registros datados
em 1674. Na época, era praticada por escravos que viviam - Baixo Sul
em Pernambuco. O cortejo sai a público nas festas religiosas - Oeste Baiano
ou profanas com variações conforme a região do país.
Seus participantes cantam e dançam em homenagem a
São Benedito e a Nossa Senhora do Rosário. Ás vezes, há
encenações da coroação do Rei Congo ou da Rainha Ginga
de Angola, personagens da história africana, e lutas de Contatos
espada. No campo musical, destacam-se as percussões,
como os toques de tambores, que estimulam bailados
Mestre Antonio Borges do Nascimento –
vigorosos. A indumentária é colorida, incluindo chapéus,
capacetes, fitas e enfeites. SBAC (congada)
Praça Salústio Palma, s/n, Centro
Na Bahia, os Congos da Sociedade Beneficente Amigos de Cairu
Cairu - SBAC celebram São Benedito entre os dias 08 de Tel.: (75)9904- 8780
dezembro e 06 de janeiro (Dia de Reis). Há 25 anos o grupo
é liderado pelo Sr. Hamilton Oliveira do Rosário, de 59 anos. Congados Mirim (congada e reisado)
Composto apenas por homens que trajam saia rodada de Av. São João, nº 45, Vila Nova
chita, capa e coroa brilhante, o folguedo desfila por dias
Angical
inteiros envolvido em músicas, danças e louvores ao santo.
Há ainda o Conguinhos de Cairu que brinca junto com os
Tel: (77) 9958-8186
Congos e foi criado com o objetivo de preservar a tradição. celio.ribeventos@yahoo.com.br
Registra-se também em Angical o Congados Mirim, criado 24 integrantes
há quatro anos por iniciativa do Sr. Célio Ribeiro Carneiro.
O grupo infantil entoa cânticos com letras que lembram da Sociedade Beneficente Amigos de Cairu –
escravidão e carrega, durante o cortejo, um estandarte com SBAC (congada)
a imagem de Nossa Senhora do Rosário. Praça Coronel Francisco Ribeiro, n°04, Centro
Cairu
Tel.: (75)9904- 8780
23 integrantes
91
92
Foto Agência Caixa de Fósforo
13.Cordel &
Poesia Popular
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
P Territórios de Identidade
oesia rimada, o cordel é uma manifestação oral que
ganha versão impressa em livretos bastante simples,
ilustrados com xilogravuras e clichês zincografados. A
origem do termo ‘cordel’ associa-se ao fato de, em Portugal, - Agreste de Alagoinhas / Litoral Norte
de onde a tradição advém, os livretos permancerem - Bacia do Jacuípe
expostos ao público amarrados em cordões, em mercados - Bacia do Paramirim
populares ou nas ruas. Embora o nome original tenha se - Baixo Sul
mantido no Brasil, no Nordeste é chamado também de
- Irecê
‘folheto’. Tais poesias são recitadas em via pública, de forma
melodiosa e cadenciada, pelos cordelistas acompanhados - Itaparica (BA/PE)
de viola, que costumam fazer declamações alegres para - Litoral Sul
encantar o cliente. As estrofes mais comuns são as de seis, - Piemonte da Diamantina
oito ou dez versos. - Portal do Sertão
- Recôncavo
Geralmente, os poemas tratam de fatos da vida cotidiana.
Entre os principais temas estão: festas populares, política, - Região Metropolitana de Salvador
disputas, milagres, atos de heroísmo, morte e assuntos - Sertão Produtivo
relativos à história do sertão, incluindo o Cangaço. Os cordéis
são vendidos pelos próprios autores e são mais apreciados
nos estados de Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e
Bahia. João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, José
Lins do Rego e Guimarães Rosa são alguns dos escritores
brasileiros influenciados pelo cordel. Em Salvador, o arte-
educador Osmar Simões Júnior, de 31 anos, escreveu seu
primeiro folheto em 2003, embora já rabiscasse versos
desde a infância. De 2005 para cá, Osmar ministra cursos
de poesia popular e cordel em escolas, universidades e
bibliotecas públicas, fomentando a tradição. Ele também
pesquisa o assunto e já foi vencedor de um prêmio estadual
direcionado à esse tipo de literatura.
93
Contatos Henrique Dourado Prima (poesia)
Cordel & Poesia Popular
94
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Lauro de Freitas Sebastião da Silva Moreira (cordel)
Tel.: (71) 3377-1269, (71) 9612-3497 R. Geovane Silva, São João do Paraíso, Bairro
poeta_tranquilino52@hotmail.com Novo
Mascote
Marcos Antônio Carneiro Coelho (cordel) Tel.: (73) 3624-2340
Av. Pedro Nolasco de Pinho, 95, Centro bastian_seba@hotmail.com
Irará
Tel.: (75) 8109-1364 Sebastião Santos Silva (cordel)
kitutedelicinho@yahoo.com.br Av. Padre Rocha, 48
Urandi
Osmar Simões Machado Júnior (cordel) Tel.: (77) 3456-2053, (77) 9135-1364
R. Machado Monteiro, n°77 tiaoudi@bol.com.br
Salvador
Tel.: (71) 3238-6130 / (71) 8146-4041 Vilson Alves da Silva (poeta)
osmar.cordel@gmail.com R. Juthay Magalhães Júnior, n° 444, Centro
Central
Osmar Xavier de Souza (cordel) Tel: (74) 9998-6254
Povoado de Lago do Martinho, s/n, Centro
Central
Tel: (74) 9977-9052
Foto Taiane Oliveira
95
96
Foto João Ramos/ Acervo Bahiatursa
14.Culinária
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
M Territórios de Identidade
uitos aspectos da cultura popular estão
presentes na arte da culinária. A maneira
de adquirir, preparar e ingerir os alimentos
reflete, por exemplo, posturas religiosas, ideológicas, - Bacia do Jacuípe
estilos de vida, relações sociais e comunitárias. A - Bacia do Paramirim
culinária está bastante vinculada, ainda, à história de - Baixo Sul
um povo. A Organização das Nações Unidas para a - Portal do Sertão (PR)
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) destaca o
- Recôncavo
valor patrimonial da comida enquanto notável expressão
da cultura. Em geral, a culinária é muito influenciada - Velho Chico
pelos tipos de alimentos disponíveis, tanto os de
origem animal quanto vegetal. Na culinária tradicional,
seus saberes são transmitidos entre as gerações pela
oralidade ou convívio. A culinária brasileira é marcada
pela ampla variedade de receitas e técnicas de preparo e
pela regionalização, apresentando variações dentro do
mesmo estado. Todas as culturas que fincaram raízes em
território nacional acabaram por influenciar a tradição.
97
Contatos Água Fria
Tel.: (75) 8198-4094
Culinária
Ariza Almeida de Jesus Damascena (culinária) Divanil José dos Santos (culinária – licor e doces)
Estrada do Ferrolho, n° 6131, Ponto do Côco R. Almirante Barroso, n°81, Centro
São Francisco do Conde Piraí do Norte
Tel.: (71) 3652-6131 Tel.: (73) 3688-2012
divanil12@hotmail.com
Associação Barrense de Mulheres Beraderas
Guerreiras do São Francisco (culinária - doces) Edilza Maria do Sacramento (culinária)
Barra R. Sete de Setembro, s/n, Paramirins
Número de integrantes não informado São Francisco do Conde
Tel.: (71) 3652-9061
Associação das Doceiras de Piraí do Norte
R. Nova, s/n, Centro Ednalva Tavares da Silva (culinária - licor)
Piraí do Norte R. São José, n° 386, Fazenda Muribeca
Tel.: (73) 3688-2012 São Francisco do Conde
18 integrantes Tel.: (71) 3652-6098, (71)9274- 2029
01 integrante
Associação das Baianas de Acarajé, Mingau,
Receptivo e Similares – ABAM Elizabete Almeida de Freitas
R. J. Castro Rabelo, n°08, 1° andar, Pelourinho (culinária – acarajé)
Salvador Av. Beira Mar, n° 39, Caípe Baixo
Tel.: (71) 3322-9674, (71) 8766-0057 São Francisco do Conde
associacaodasbaianas@hotmail.com Tel.: (71) 3652-7623, (71) 8755-2043
Número de integrantes não informado
Eunice de Oliveira de Aragão
Carolina de Carvalho Martins (culinária - acarajé)
(culinária regional) R. Antônio Santana Portugal, n° 24, Nova São
Av. Pataiba, s/n, Centro Francisco
98
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
São Francisco do Conde
Tel.: (71) 8726-7561
licor)
Av. Balbino Leão de Almeida, s/n, Centro
Água Fria
Tel.: (75) 8201-9621
raildacalcada@hotmail.com
99
Maria José de Carvalho Sant’ Anna Norma Maria Santos de Jesus
(culinária-acarajé) (culinária – doces)
Culinária
Maria Rodrigues de Jesus Santos (culinária Orleans dos Santos Barboza (culinária- licor)
regional) Bairro Arcelino Mamédio, n°16, Centro
R. Beco da Cisterna, s/n, Centro Piraí do Norte
Água Fria Tel.: (73) 3688-2012
Tel.: (75) 8123-3290
Regina Maria Mendes Araújo (culinária)
Marinalva de Amparo Aguiar Santos (culinária - R. Bela Vista, n° 27, Monte Recôncavo
acarajé)
São Francisco do Conde
R. Damásio Fagundes de Brito, s/n, Ginásio Tel.: (71) 3652-5255, (71) 8202-3401
Presidente Tancredo Neves
Telefone não informado
Rita de Cássia Oliveira de Carvalho (culinária)
R. Vencimento, n° 06, Paramirim
Marinalva Pinto dos Santos (culinária - acarajé) São Francisco do Conde
Av. Ipiranga, s/n, Aécio Neves Tel.: (71) 8851-0609
Presidente Tancredo Neves
Tel.: (73) 8122-8278
Rosimeire Etelvina da Silva (culinária regional)
R. Rui Barbosa, s/n, Centro
Marise do Amaral (culinária) Caturama
R. Amaral Júnior, n° 09, Paramirim Tel.: (77) 3650-1122
São Francisco do Conde
Tel.: (71) 3652- 9106, (71) 9115- 3605
Valmira Damasceno da Silva (culinária)
Estrada Porto do Ferrolho, n° 72, Muribeca
Mercedes Maria Rocha da Silva (casa de farinha) São Francisco do Conde
Fazenda Paraíso, s/n, Paraíso Tel.: (71) 3652- 6131
Presidente Tancredo Neves
Telefone não informado
Vilma Lopes dos Santos Silva (culinária
regional)
Nardele Santos de Oliveira (culinária- acarajé) R. Sete de Setembro, s/n
R. Castro Alves, n° 80, Colina Verde Água Fria
Presidente Tancredo Neves Tel.: (75) 8193-9929
Tel.: (73) 8145-5399
100
Foto Jota Freitas/ Acervo Bahiatursa
102
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
E Territórios de Identidade
xpressão afirmativa da identidade negra, a dança
afro contemporânea deriva de antigas tradições
religiosas africanas vivenciadas na forma de danças
sagradas. É definida como uma dança ritmada nos toques - Extremo Sul
de atabaque e coreografada com movimentos inspirados - Piemonte Norte do Itapicuru
nos orixás e nas lutas entre tribos da África. Executada - Região Metropolitana de Salvador
com pés descalços, roupas coloridas e adornos, envolve - Velho Chico
muita coordenação motora. A tradição, marcada ainda
pela agilidade, sincronia e movimentos fortes, tem como
maiores expoentes, na Bahia, os grupos Ilê Aiyê, Malê
de Balê e Muzenza. Em suas sedes, realizam-se aulas e
ensaios. Já a música afro contemporânea, da mesma
origem que a dança, inclui uma variedade de estilos que
se recriaram ao longo do tempo como o afoxé, o samba,
o pagode, o samba-reggae e o afro-pop. Dinâmica, a
manifestação tem como elementos centrais, no entanto,
a percussão executada por tambores artesanais e letras
que enaltecem a ancestralidade africana.
103
Contatos Dança do Parentesco de Tijuaçú (batuque,
Dança & Música afro
104
Foto Adenilson Nunes/ Acervo AGECOM
106
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Territórios de Identidade
dança de roda é o tipo coreográfico mais difundido
em todo o mundo e a forma mais primitiva de
dança coletiva. Sua existência foi detectada ainda
no período paleolítico (Idade da Pedra Lascada). De - Piemonte da Diamantina
movimentos simples, executada em círculos e de mãos - Portal do Sertão
dadas, a dança de roda parece, conforme estudiosos do - Região Metropolitana de Salvador
assunto, ter sido a matriz de muitas outras danças. Na - Sisal
Bahia, destacam-se três variações: cantigas de roda, ciranda
- Velho Chico
e dança de fitas. As cantigas ou brincadeiras de roda são,
em geral, atividades infantis e incorporam elementos das
três culturas formadoras do povo brasileiro – portuguesa,
indígena e negra. As letras, coletivas ou anônimas, são de
fácil assimilação, constituindo importante patrimônio oral
do folclore brasileiro.
107
Contatos
Sambas de Roda
108
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Grupo Viva a Dança (danças de roda)
R. das Hortências, n°740, Pituba
Salvador
Tel.: (71) 3452-2523, (71) 9144-8771
www.sirlenebarreto.com.br
sirlene@terra.com.br
06 integrantes
109
110
Foto Hirton Fernandes/ Acervo Secult
& Toré
17.Danças Indígenas
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
E Territórios de Identidade
mbora as danças indígenas se modifiquem de
etnia para etnia, essas manifestações estão quase
sempre vinculadas à espiritualidade e, muitas
vezes, consistem em rituais de profundo teor religioso. - Itaparica (BA/SE)
Tais danças envolvem, ainda, a crença na força da - Velho Chico
natureza e cultos aos espíritos dos antepassados. As
danças indígenas não são executadas em pares e podem
ser realizadas individual ou coletivamente. Catira,
cururu e dança de santa cruz são tradições apontadas
como derivações de danças indígenas, assim como os Contatos
folguedos caiapós, caboclinhos e dança dos tapuios. Na
Bahia, destaca-se o toré, ritual dançado e marcado pela Cacique Cícero Rumão Gomes Marinheiro -
ingestão de uma bebida produzida à base da planta Povo Tumbalalá (dança indígena e toré)
jurema, praticado pelos 14 povos indígenas que habitam Povoado Pambu
o estado. De caráter mágico, a tradição envolve transe
Abaré
e é transmitida de geração para geração.
Tel.: (87) 9131-0008
De acordo com historiadores brasileiros, datar o surgimento 5 mil integrantes
da dança sagrada ou precisar a origem do termo é tarefa
difícil devido à ausência de narrativas a respeito. Perseguida Mestre João Batista dos Santos (toré)
no século passado por autoridades públicas com o apoio Quadra 41, lote 09, Aldeia Tuxá
de segmentos conservadores da sociedade civil, o toré Rodelas
teve sua liberdade de culto garantida com a promulgação Tel.: (75) 8858-2725
da Constituição Federal de 1988. Entre os índios Tumbalalá,
40 integrantes
do povoado de Pambú, Abaré, a dança segue a marcação
do maracá e acontece em duas filas. A tradição tem como
mestre o cacique Cícero Rumão Gomes Marinheiro. Na Batista dos Santos Gomes (artesanato indígena,
aldeia Tuxá, Rodelas, o toré é praticado por cerca de 40 toré e tradição oral)
indígenas. Sua liderança está a cargo de João Batista dos R. da Expansão, s/n, Aldeia Tuxá
Santos, cantor, dançarino e contador de histórias. No Rodelas
estado, há ainda registro da dança caiapós, em Carinhanha. Tel.: (75) 8858-2725
O folguedo, denominado Caboclos, existe há mais de 70
anos e seus integrantes bailam em fileiras, portando arcos, Caboclos (caiapós e dança indígena)
flechas, cipós e cocares. R. Afonso Pena, 06, SUDENE
Carinhanha
Tel.: (77) 9968-9935
20 integrantes
111
18.Expressões
Culturais Contemporâneas
Foto Agência Caixa de Fósforo
112
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
H Territórios de Identidade
íbridas, as expressões culturais contemporâneas
do Brasil absorvem elementos provenientes de
culturas estrangeiras, com preponderância da
norte-americana, e recriam, à sua maneira, expressões - Litoral Sul
tradicionais da cultura brasileira. Seu surgimento parece - Piemonte da Diamantina
resultar do advento da indústria de massa, da internet, - Vale do Jiquiriçá
do desenvolvimento tecnológico, da urbanização e da
globalização, que ‘facilitam’ a transferência de informações
e até de costumes entre diferentes países. O funk e o hip-
hop (rap, break dance e grafite) são expressões nascidas
nas periferias dos grandes centros, notadamente Rio de
Contatos
Janeiro e São Paulo, como resposta criativa à exclusão, e
enquanto o primeiro está mais associado ao entretenimento, Byboys Street (hip-hop)
o segundo possui teor de protesto e nasceu nos bairros Av. Agostinho Marques, n° 369, Centro
negros de Nova York. Serrolândia
Tel.: (74) 9999-2491
O tecnobrega, gênero musical que mistura batidas byboyronny@gmail.com
eletrônicas e letras românticas de compositores 20 integrantes
regionais, surgiu na periferia de Belém, Pará, em 2000,
e é outro exemplo do sincretismo de culturas que
caracteriza as expressões da atualidade. Do mesmo Stily Dance (axé e hip-hop)
modo, o manguebeat (movimento cultural recifense da R. Mascote, s/n, Teixeira do Progresso
década de 1990) e a cultura ligada ao consumo de música Mascote
eletrônica (raves, moda clubber, popularização dos Tel.: (73) 3625- 6101
DJs, psicodelia e artes circenses) também representam bergstily@hotmail.com
esse tipo de manifestação. Na Bahia, além de Salvador, 09 integrantes
verifica-se a existência de grupos de hip-hop em
Serrolândia, Mascote e Milagres. Em Mascote, o Stilly
Tartaruga Dance (dança de rua)
Dance, criado em 2009, é formado por estudantes do
ensino médio que realizam apresentações gratuitas na Praça Orêncio Borges, n° 171, Tartaruga
região. O Tartaruga Dance, de Milagres, é composto por Milagres
jovens da zona rural e de baixa renda. O grupo busca, Tel: (75) 3545-5014, (75) 8829-7269
na dança de rua e no hip-hop, seu desenvolvimento 12 integrantes
educacional, cultural e social.
113
19.Expressões
Culturais Religiosas
Foto Agência Caixa de Fósforo
114
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Territórios de Identidade
inda que tenham finalidade devocional, as expressões
culturais religiosas carregam elementos da cultura
popular brasileira e desta não se podem dissociar.
Os ritos festivos do candomblé, da umbanda e da jurema, as - Bacia do Paramirim
celebrações em louvor ao padroeiro, as missas sincréticas - Baixo Sul
e as caminhadas de protesto contra a intolerância são - Chapada Diamantina
manifestações que, além da orientação religiosa, expressam - Irecê
culturas, comportamentos e identidades. O candomblé,
- Itaparica (BA/PE)
uma das religiões mais populares do país, desenvolveu-se
em terras brasileiras por meio de sacerdotes africanos da - Litoral Sul
diáspora. A religião envolve, além de questões identitárias, - Recôncavo
referências à história do país e exerce influência sobre as - Região Metropoliana de Salvador
artes, as relações sociais, a culinária e os costumes. - Velho Chico
Salvador, a capital brasileira com o maior contingente
negro entre a população, possui 1.165 terreiros conforme
mapeamento realizado pelo poder público municipal.
Assim como a capoeira e o acarajé, o candomblé é símbolo
da cidade. O Recôncavo é outro território da Bahia que
concentra um grande contingente de adeptos dos cultos de
matriz africana. Em São Francisco do Conde, o Sr. Augusto
Aleluia, de 89 anos, é pai-de-santo do Ilê Axé Azoany, que
possui 80 seguidores. Ele descende de uma família de
adeptos da religião e assumiu a liderança da casa após
sua avó falecer. Na mesma cidade, o Ilê Axé Ogún Baluji
foi fundado em 1975 e é comandado pela mãe-de-santo
Maria Adelice da Motta. O terreiro, vinculado à Associação
Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia (AFA),
atende a comunidade com consultas espirituais, ‘limpeza’
de corpo e prescrição de remédios caseiros.
115
Contatos R. Carinhanha, s/n
Expressões Culturais Religiosas
Carinhanha
Aldeia da Jurema (jurema e candomblé) Tel.: (77) 3486-4014
Fazenda Camisa 15 integrantes
Macureré
Tel.: (75) 3284-2203, (75) 3284-2160 Carmosina de Jesus Reis Oliveira (jarê e cura)
60 integrantes R. Da Casa Branca, 748, Ibiropitanga
Andaraí
Almira Santos de Jesus (candomblé) Tel.: (75) 8130-8934
R. 15 de Novembro, s/n, Colina Verde 27 integrantes
Presidente Tancredo Neves
Tel.: (73) 3540-1356 Centro de Caboclo Boiadeiro (candomblé)
Praça do Ilhote, n° 73, Ilhote
Associação Comunitária Alzira do Conforto - São Francisco do Conde
Caminhada Azoany (candomblé) Tel.: (71) 3652-4016, (71) 8783- 7568
R. das Laranjeiras, n°14, Pelourinho 40 integrantes
Salvador
Tel.: (71) 3497-2701, (71) 8802-3837 Festejos de Coração de Jesus (festa religiosa)
http://caminhadaazoany.blogspot.com R. Artur Antônio Costa, s/n, Centro
alziradoconforto@hotmail.com Caturama
30 integrantes Tel.: (77) 3650-1217, (77) 9966-7364
22 integrantes
Associação Religiosa e Cultural do Terreiro
Zazé Mavuluquê de Unzambi (candomblé) Festejos de Coração de Maria (festa religiosa)
Afoxé Filhos de Obá R. Cristal Branco, s/n, Centro
Av. Santa Rita, n° 74, Centro Caturama
São Francisco do Conde Tel.: (77) 3650-1239, (77) 9986-8240
Tel.: (71) 3651-2534, (71) 8221-5973 20 integrantes
luiz53nascimento@yahoo.com.br
40 integrantes Festejos do Padroeiro São Sebastião (festa
religiosa)
R. da Usina, n°105, Centro
Baianas Meninas do Keto (candomblé, dança
e música afro) Caturama
R. Drena I, n° 35, São Bento Tel.: (77) 3650-116, (77) 9988-2179
São Francisco do Conde 26 integrantes
Tel.: (71) 8175-5100
13 integrantes Filho de Oxum (candomblé)
R. Camacan, 48, Travessa do Progresso
Candomblé Ogum Pedra Branca e Mascote
Tel.: (73) 3625-6134, (73) 8114-9011
Comunidade Quilombola Barra do Parateca
400 integrantes
Antonio Ferreira dos Santos
116
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Idalina Sales Barboza (jarê, parto e benzedura) Ilê Axé Yá Oxum (candomblé)
R. do Mulungu, s/n, Centro R. Alto da Favela, n°07B, Centro
Andaraí Aratuípe
Tel.: (75) 8149-4422 Tel.: (71) 3406-1185, (71) 8239- 1706, (73) 8139-6809
23 integrantes 07 integrantes
Ilê Axé e Baianas de Ilê Axé (candomblé) Maria de Amparo de Jesus Oliveira (candomblé)
R. da Mangueira, n° 98, Campinas R. São José, n°40, Ginásio
São Francisco do Conde Presidente Tancredo Neves
Tel.: (71) 3651-1536 Tel.: (73) 8122-9465
30 integrantes 01 integrante
118
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A
Festa do Divino é uma das tradições mais
antigas do catolicismo popular e ocorre
Território de Identidade
no domingo de Pentecostes, celebrando a
descida do Espírito Santo sobre os doze apóstolos. De - Extremo Sul
origem portuguesa, a festa remonta ao início do século
XIV, quando a Rainha Isabel de Portugal (1270-1336)
introduziu a celebração na vila de Alenquer, dedicando
uma igreja ao Divino Espírito Santo e assistindo às
celebrações anuais. A festa chegou ao Brasil com os Contato
colonizadores e sofreu modificações, como o costume
de escolher um casal para representar os imperadores. Irmandade do Divino Espírito Santo (festa do
Apesar do perfil folclórico, a tradição não perde sua divino espírito santo)
religiosidade e ocorre dentro de igrejas. Durante a R. José Joaquim Seabra, s/n, Centro
celebração da eucaristia, o imperador ou imperatriz têm Prado
lugar de honra junto ao altar. Tel: (73) 9987-9171
80 integrantes
Atualmente, a festa do Divino pode ser vista em
praticamente todas as regiões do país, embora com
características distintas. Na Bahia, a Irmandade do
Divino Espírito Santo mantém a tradição em Prado. Na
manifestação, incelências e ladainhas são entoadas
com acompanhamentos de tambores. O grupo tem o
hábito de sortear, no final do auto, um integrante que
será o imperador ou imperatriz da próxima festa e
guardará a coroa de prata em sua casa. A irmandade
é composta por 40 homens e 40 mulheres.
119
21.Folguedos de Boi
Foto Acervo IRDEB
120
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
O s folguedos de boi, bumba meu boi, boi-bumbá ou
pavulagem são ricas representações do folclore
brasileiro. A festa, espécie de ópera popular
com personagens humanos e animais fantásticos,
gira em torno da temática da morte e ressurreição de
Territórios de Identidade
- Baixo Sul
- Chapada Diamantina
um boi. De acordo com historiadores, a manifestação - Extremo Sul
surgiu da junção de elementos identitários das culturas - Litoral Sul
portuguesa, africana e indígena. O boi, principal figura - Portal do Sertão
da representação, consiste em um artefato de madeira
- Oeste Baiano
em forma de um touro, coberto por tecido colorido que
esconde a pessoa que o manipula. Um folguedo similar, - Recôncavo
a burrinha, feita de maneira semelhante ao boi, porém - Região Metropolitana de Salvador
menor, é conduzida sobre os ombros do brincante que - Velho Chico
marcha ao som de viola e pandeiro.
121
Contatos Tel.: (71) 3678- 1511
secultcamacari@gmail.com
Folguedos de Boi
37 integrantes
Mestre Dinê – Burrinha de Irará
R. Padre Jocumbo, 80
Irará Boi Jaú (bumba meu boi)
Tel.: (75) 8108-2723 R. Coronel Antonio Coité, s/n
01 integrante Angical
Tel.: (77)9963-4382
lenon_camilo@hotmail.com
Mestre Naná - Anailton Antônio dos Santos
30 integrantes
Boi Estrela (bumba meu boi) e Aruê (samba de roda e
cortejo de Ano Novo)
Vila de Matarandiba Bumba Meu Boi
Vera Cruz Centro
Tel.: (71) 3231-3603, (71) 3684-1048, (71) 9228-0373 Carinhanha
ascomat.ba@gmail.com Tel.: (77) 9945-5867
10 integrantes (Boi Estrela) e 1 mil integrantes (Aruê) Número de integrantes não informado
A Boiada Multicor (bumba meu boi) Bumba Meu Boi (folguedo do boi)
Salvador R. Pascoal de Moraes, nº 255, Rosa Rosaneto
Tel.: (71) 9931-9409, (71) 8247-2319 Eunápolis
boimulticor@gmail.com Tel: (73) 3281-9461
60 a 100 integrantes 45 integrantes
122
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Seabra
Tels.: (75) 3331-2211, (75) 9950-4178
edybahia10@hotmail.com
20 integrantes
123
22.Forró & Sanfoneiro
Foto divulgação
124
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
O Territórios de Identidade
forró, a princípio tradição típica do período
junino, tornou-se festa e gênero musical
comuns no país em qualquer período do ano.
De acordo com o folclorista Luís da Câmara Cascudo, o - Bacia do Paramirim
termo deriva de forrobodó, que significa, na linguagem - Baixo Sul
caipira, grande divertimento ou baile animado. Outra - Chapada Diamantina
origem está associada ao termo inglês for all. Surgida no - Itaparica (BA/PE)
Nordeste, a festa chegou aos estados do Sul e Sudeste
- Litoral Sul
por intermédio do cantor, compositor e sanfoneiro
pernambucano Luiz Gonzaga, em meados do século - Oeste Baiano
passado. O forró também é conhecido como arrasta-pé - Portal do Sertão
ou pé-de-serra. Sua versão mais autêntica, o pé-de-serra - Sertão Produtivo
é formado por um trio de músicos que tocam triângulo, - Vale do Jiquiriçá
zabumba e sanfona e cantam músicas que falam de
- Velho Chico
amor, vida sertaneja e bailes na roça.
125
Contatos Chamego Bom (forró)
Forró & Sanfoneiro
126
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Andaraí Renan Rodrigues Lima (sanfoneiro)
Tel.: (75) 8170-8463 Praça da Bandeira, 33, Centro
03 integrantes Andaraí
Tel.: (75) 8130-5221
Grupo de Forró Canários de Prata 03 integrantes
Povoado Lagoa D’Água, s/n, São Francisco
Botuporã Rodney e Rodrigo (forró e sertanejo)
Tel.: (77) 3678-2147 Av. Montes Claros, 601, Xavier
03 integrantes Urandi
Tel.: (77) 9137-2091
José Elias dos Santos (sanfoneiro) rodneyudi@hotmail.com
R. da Saudade, s/n 05 integrantes
Água Fria
Tel.: (75) 8210- 5694 Valdir do Acordeon - Valdir Silva Alves
03 integrantes (sanfoneiro)
R. do Estádio, s/n, Centro
Malícia do Forró (forró, axé, arrocha e pagode) Botuporã
R. João Mangabeira, 440, São João do Paraíso, Tel.: (77) 3678-2363
Centro 02 integrantes
Mascote
Tel.: (73) 3629-2727 Xamego do Forró e Joselito Luciano dos
06 integrantes Santos (sanfoneiro)
Fazenda Curral de Fora
Manoel Pereira da Silva (sanfoneiro) Água Fria
Av. Ipiranga, n°250, Ipiranga Tel.: (75) 9164-0658
Presidente Tancredo Neves 04 integrantes
Tel.: (73) 8151-7411
01 integrante Zé Mineiro e os Baianinhos (forró)
Bairro Vermelho
Metrô Bahia (forró, axé e arrocha) Urandi
R. Getúlio Vargas, 369, São João do Paraíso Tel.: (77) 9142-9323
Mascote 06 integrantes
Tel.: (73) 3629-2048
04 integrantes
127
128
Foto Acervo IRDEB
23.Lindro Amô
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
O Territórios de Identidade
lindro amô é uma folgança tradicional do
Recôncavo. A manifestação acontece como
um peditório musical ou missa pedida para
arrecadar fundos para celebração de missas em louvor a - Recôncavo
determinados santos, festas de padroeiros, pagamento
de promessas ou simples devoção. Cabe lembrar que o
costume da missa pedida, um dos mais tradicionais da
Bahia, consistia em pedir esmolas pelas ruas carregando
a imagem de um santo com a intenção de viabilizar a
Contatos
realização de uma missa. No estado, existe também um
peditório de candomblé, feito em agosto, para recolher Mestra Mãe Áurea - Valdelice Áurea
donativos para as festas do orixá Omolu. A parte musical Medeiros
do lindro amô soma cânticos da festa de reis, candomblé- Lindroamor Axé
de-caboclo, queima da palhinha e samba. Normalmente, R. Ruy Barbosa, n °60 , Centro
os cantos são acompanhados por viola, cavaquinho,
São Francisco do Conde
tambor, pandeiro e chocalho.
Tel.: (71) 3651- 1148, (71) 9971-6424
Conforme moradores de Santo Amaro, que organizaram lindroamoraxe@hotmail.com
o cortejo no passado, a tradição remonta ao período 60 integrantes
escravocrata em que, enquanto os portugueses
promoviam suas comemorações, restava aos negros a Mestre Raimundo José das Neves
opção de angariar esmolas para festejar suas crenças. Associação de Capoeira Arte e Recreação
Os integrantes do lindro amô chegam a empreender
Berimbau de Ouro – ACARBO
longas caminhadas a pé, visitando povoados, distritos
(capoeira, maculelê, samba de roda e lindro amô)
e comunidades da vizinhança. Um porta-estandarte,
mulheres (pastoras) e crianças integram o cortejo que
Tv. do Rosário, s/n, Centro
carrega imagens de santos, finalizando a tradição com Santo Amaro
missa. Em São Francisco do Conde, há o Lindroamor Axé, Tel.: (75) 9135- 3754, (75) 8174-9407
bastante vinculado ao candomblé e revitalizado, em 1993, www. acarbo10.wordpress.com
pela mestra Mãe Áurea (Valdelice Áurea Medeiros). No mestreacarbo@hotmail.com
folguedo, pede-se donativos para o caruru dos santos 400 integrantes
Cosme e Damião, padroeiros do grupo formado por 60
integrantes.
129
24.Maneiro Pau
Foto Acervo IRDEB
130
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Território de Identidade
dança dramática do maneiro pau é um folguedo
típico do Nordeste, muito comum na região do
Cariri, Ceará. Também chamada de mineiro pau, - Semi-Árido Nordeste II
mânero pau e coco de cacete, é bailada apenas por
homens. Os dançarinos portam um ou dois bastões de
madeira, denominados cacetes, e bailam em círculo
ou fileiras que se defrontam. Voltados de frente para
seus pares, os brincantes realizam uma coreografia Contato
marcada por fortes batidas dos bastões no chão que se
assemelha ao maculelê. O acompanhamento musical é
feito com sanfona, zabumba, caixa, triângulo, chocalho,
Maneiro Pau
pandeiro ou banda de pífanos, o que varia conforme Povoado Santa Cruz, s/n
o estado. Alguns grupos integram o bumba meu boi à Santa Brígida
apresentação. Na Bahia, a dança guerreira faz alusão ao 33 integrantes
Cangaço e está presente em Santa Brígida. De acordo
com seus integrantes, ela foi formada, originalmente, em
Juazeiro do Norte, Ceará, por incentivo do Padre Cícero
Romão e chegou ao município com o beato e taumaturgo
Pedro Batista, na década de 1950. Atualmente, o maneiro
pau é liderado pelo Sr. Manoel Inácio da Silva, de 72 anos,
agricultor e seguidor dos ensinos do beato. O grupo
traja indumentárias azuis, lenços vermelhos, chapéus de
couro e cartucheiras, e se apresenta em festas religiosas
ou a pedido de promesseiros.
131
25.Mascarados
(Bombachos, Caretas, Mandus, Os Cãos e Zambiapungas)
Foto Maanu Dias/ Acervo AGECOM
132
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
E Territórios de Identidade
mbora encontradas com características e modos
de apresentação distintos, as brincadeiras dos
Mascarados sempre acontecem com os mesmos
objetivos: incitar o medo, o susto, o riso e ‘espantar - Baixo Sul
os maus espíritos’, na definição dos seus praticantes. - Piemonte da Diamantina
Geralmente, as máscaras usadas possuem aspecto - Recôncavo
grosseiro, animalesco ou representam personagens - Região Metropolitana de Salvador
históricos conhecidos. Na Bahia, uma de suas mais antigas
expressões acontece em Cairu, há mais de cem anos.
Trata-se do grupo Os Caretas, que sai às ruas na festa de
Nossa Senhora do Rosário, organizado em filas indianas,
com os mestres e instrumentistas (cuíca, tambor e búzio)
ao centro. Os demais percutem em enxadas de ferro
produzindo uma batida ritmada. Os integrantes vestem
um macacão chamado dominó, que cobre todo o corpo,
máscara e capacete. O Sr. Paulo Crispiniano do Rosário,
de 85 anos, integra o folguedo desde jovem. Em Acupe,
distrito de Santo Amaro, o Sr. Salvador Santos de Jesus,
conhecido como Dodô das Caretas, está à frente dessa
manifestação desde 1988. Registrada como Associação
Comunitária Careta Tradicional de Acupe, a brincadeira
surgiu nos engenhos de cana-de-açúcar.
133
Contatos Nega Maluca – Luiz Carlos dos Santos
Mascarados
134
Foto Maanu Dias/ Acervo AGECOM
26.Nego Fugido
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
O Território de Identidade
folguedo Nego Fugido é mantido por pescadores
de Acupe, distrito de Santo Amaro, há, pelo
menos, um século. O auto recria, todo ano, a
tentativa de fuga de um escravo que acaba por ser caçado, - Recôncavo
amarrado e que, depois, consegue comprar sua alforria.
Os personagens correm, lutam e dançam lentamente ao
som de atabaques e agogôs, com expressão coreográfica
associada aos ritos do candomblé. Apresentada todos
os domingos de julho nas ruas do distrito, a encenação é
Contatos
formada por 60 integrantes (56 homens e 04 mulheres)
que pintam os corpos de preto e as línguas de vermelho. Nego Fugido e Grupo Quilombola de Acupe
Entre os personagens figuram, além do escravo, o senhor, Av. Edival Barreto, n° 24, Acupe
o capitão-do-mato e o rei. A indumentária consiste em Santo Amaro
jalecos e chapéus de couro, saias confeccionadas com Tel .: (75) 8151-5479
palha de bananeira e simulacros de armas de fogo. De mory_santo@yahoo.com.br
acordo com folcloristas, no Nego Fugido, os santo-
60 integrantes
amarenses expressam uma versão própria sobre a
liberdade negreira, ao mesmo tempo em que preservam
o vínculo de identidade com seus ancestrais escravos.
Sua importância residiria, portanto, no papel que
desempenha como tradição popular, conservadora da
memória e história brasileira. Cabe lembrar que Acupe
é área quilombola.
137
138
Foto cedida pelo Grupo Ternos das Almas de Igatú Andaraí
27.Penitência &
Terno das Almas
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
D Território de Identidade
e caráter religioso, a Penitência das Almas
acontece em cidades do interior da Bahia durante
a quaresma ou no Dia de Finados. A tradição
consiste em uma procissão noturna de homens que - Chapada Diamantina
praticam auto-flagelação, com chicotes feitos de madeira, - Itaparica (BA/PE)
couro e pedaços de chumbo pontiagudo. As intenções
dos devotos com o sacrifício são vivenciar o sofrimento
de Jesus Cristo e redimir-se dos pecados cometidos. Seus
integrantes chegam a derramar sangue e desfalecer,
sendo auxiliados por colegas idosos. Em geral, trata-se Contatos
de grupos fechados, exclusivamente masculinos, cujos
membros preferem não ser identificados. Os penitentes
Mestra Hildete Evangelista Santos - Grupo
caminham descalços e cantam rezas e benditos pelas
almas dos mortos em sete pontos distintos. A tradição das Almas de Andaraí (terno de almas)
é acompanhada de muitas superstições e lendas. As Centro
origens da cerimônia, difundida por quase todo o Andaraí
Nordeste, remontam à Idade Média, quando a Igreja Tel.: (75) 8186-5222
Católica adotou a flagelação como disciplina. 10 integrantes
139
140
Foto Carlos Alcântara/ Acervo Pelourinho Cultural
28.Quadrilha
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
N Territórios de Identidade
a Europa, a quadrilha celebrava os casamentos
da aristocracia francesa em salões requintados.
No Brasil, onde já era tradição desde o início
do século XIX, o bailado de pares ganha uma versão - Bacia do Paramirim
irreverente e passa a ser dançado ao ar livre nas festas - Baixo Sul
juninas. Os dançarinos obedecem aos passos ditados - Chapada Diamantina
por um organizador da festa. Por tradição, a dança tem - Itapetinga
a sanfona como acompanhante musical e o forró como
gênero maior. O baile comemora uma união caipira e o
- Litoral Sul
enredo é, quase sempre, o mesmo: a noiva está grávida - Oeste Baiano
e é obrigada pelos pais a se casar enquanto o noivo - Piemonte da Diamantina
a recusa, sendo necessária a intervenção da polícia. - Portal do Sertão
Também existem no país as quadrilhas estilizadas com - Semi-Árido Nordeste II
coreografias ensaiadas previamente. De acordo com
os estudiosos da cultura brasileira, a quadrilha teria
- Sertão Produtivo
influenciado o fandango, as danças de fileiras opostas e - Velho Chico
as contradanças.
141
Contatos Quadrilha Arrasta- Pé
Quadrilha
143
144
Foto Agência Caixa de Fósforo
29.Queima de Palhinha
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A
Queima da Palhinha, tradição centenária que
encerra o ciclo de festas natalino nas cidades do
Território de Identidade
interior do Nordeste, acontece após a festa de
reis e consiste na incineração das palhas dos presépios - Região Metropolitana de Salvador
onde esteve deitada a imagem do Menino Jesus.
Tradição híbrida e do catolicismo popular, a celebração
é praticada por razões religiosas e envolve bailados e
cantorias que louvam ao nascimento de Jesus. Durante a
queima, são entoadas loas e homens e mulheres dançam Contatos
ao redor da fogueira acesa desde o início do encontro.
A parte profana sucede a religiosa com samba de roda Grupo Cultural Queimada da Palhinha
que se prolonga pela madrugada, oferta de alimentos, Rodovia BA 093, Km 07, Fundação Terra Mirim e
doces e bebidas. Na Bahia, a tradição foi encontrada Comunidade Quilombola Palmares
em Santo Amaro, Maragogipe, São Sebastião do Passé
Simões Filho
e municípios da Região Metropolitana de Salvador. Em
Simões Filho, a festa foi resgatada na comunidade rural
Tel: (71) 3296-3452, (71) 9123-6402
de Palmares graças a um amplo trabalho da organização wayra@terramirim.org.br
não-governamental Fundação Terra Mirim, iniciado em 20 integrantes
2003. Organizada pela família do Sr. Manoel Lopes,
de 84 anos, em um barracão de fundo de quintal, a
Queima da Palhinha mobiliza a comunidade que ajuda
nos preparativos. O ritual acontece diante de uma
lapinha ricamente enfeitada com velas, frutas, flores,
brinquedos, pisca-pisca, ramos verdes e um presépio.
A Fundação Terra Mirim, além de conseguir recursos
públicos para revitalização da tradição, documentou
suas cantigas, versos e danças e ajuda a promovê-la a
cada ano.
145
30.Reis
(Festa, Folia, Rancho, Reisado & Terno)
Foto Manu Dias/ Acervo AGECOM
146
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Territórios de Identidade
festa de reis, folguedo do ciclo natalino realizado
na véspera do Dia de Reis (06 de janeiro), consiste
na representação do episódio bíblico em que os
três reis magos lançam-se em longa jornada para visitar - Bacia do Jacuípe
o Menino Jesus. Originária de Portugal e introduzida no - Bacia do Paramirim
país pelos jesuítas, a festa ocorre, especialmente, no - Baixo Sul
interior da Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco e - Chapada Diamantina
Paraíba. Os nomes dados à tradição variam conforme
a região - os mais comuns são festa de reis, folia de
- Irecê
reis, reisado e terno de reis. Seus integrantes saem - Itaparica (BA/PE)
em cortejo, visitando casas e presépios. Durante a - Itapetinga
caminhada, tocam, cantam e dançam em louvor ao - Litoral Sul
nascimento de Jesus. Em retribuição, recebem agrados, - Piemonte da Diamantina
alimentos e bebidas.
- Piemonte Norte do Itapicuru
Rica no aspecto estético, a festa inclui o uso de roupas - Portal do Sertão
coloridas, chapéus, coroas e adereços adornados com - Recôncavo
fitas. Criado em 1986, o terno Brilha Uma Estrela dos - Região Metropolitana de Salvador
Foliões dos Santos Reis, de Nova Canaã, sai às ruas - Semi-Árido Nordeste II
da véspera de Natal até o Dia de Reis e visita, além de
residências, clubes, associações e sindicatos. O grupo é
- Vale do Jiquiriçá
formado por dois porta-bandeiras, doze personagens, - Velho Chico
incluindo ciganos e treze músicos. Em Boninal, na
comunidade quilombola do Mulungu, o Reisado de São
Sebastião tornou-se tradição. A festa iniciou na década
de 1970 como cumprimento a uma promessa feita ao
santo para que ele livrasse a população de uma grave
epidemia de meningite. Com as graças alcançadas, o
reisado mantém-se até a atualidade.
147
Contatos Mestre Odílio Maciel Maia (reisado)
Reis
150
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Maracás Terno de Reis de Baixão Velho (reisado)
Número de integrantes não informado Povoado de Baixão Velho
Seabra
Terno de Reis Salvador Tel.: (75) 3331-2123
Rua Agripino Novaes, nº 589, Maracazinho 12 integrantes
Maracás
Tels.: (73) 3533-2500, (73) 8866-6221 Terno de Reis de Saubara (terno de reis)
filamornicamaracas@gmail.com R. do Jenipapeiro, n° 29, Centro
10 integrantes Saubara
Tel.: (75) 3696-1476, (75) 8191-0425
Terno de Reis da Santíssima Trindade trindadenilo@bol.com.br
(reisado) 46 integrantes
Povoado da Lagoa da Boa Vista, s/n
Seabra Terno de Reis São Sebastião (terno de reis e
Tel.: (75) 9943-8426 bumba meu boi)
12 integrantes R. Seis de Agosto, n° 14, Sobral Bentes
Macarani
Terno de Reis das Rosas (reisado e cantiga de Tel: (77) 8811-2776
roda) 24 integrantes
Povoado de Alagadiço, s/n
Seabra Vitória Ana de Oliveira Alcântara
Tel.: (75) 3331-3676, (75) 9960-3687 (reisado e griô)
13 a 18 integrantes Quilombo Araçá – Cariacá
R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo
Bom Jesus da Lapa
Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003
tokinhacruz@yahoo.com.br
151
152
Foto Acervo IRDEB
31.Repente
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
O Territórios de Identidade
repente, improviso musical e poético, é uma
tradição típica do Nordeste. Cantado sempre
em dupla, o repente ou cantoria é entoado
por violeiros que duelam na composição espontânea - Semi-Árido Nordeste II
das estrofes. Estas, por sua vez, obedecem a regras - Sertão Produtivo
rígidas de métrica, rima e coerência temática, ao passo - Sisal
que a melodia é comum a ambos os repentistas. A
intenção do repentista na disputa, conhecida como
desafio, é demonstrar superioridade poética sobre
o outro, enaltecer seus dotes e, não raro, afirmar
sua masculinidade. Os temas abordados englobam,
ainda, piadas, protestos políticos, pedidos, elogios,
Contatos
queixas ou notícias, e costumam provocar reações
animadas na plateia. Embora predomine no Ceará, Mestre Miguelzinho Violeiro - Miguel Firmo
Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, o repente de Oliveira
também está presente na Bahia. Um dos seus principais Quadra E, Rua B, nº 08, Urbis
representantes no estado é o cantor e compositor Serrinha
Antonio Ribeiro da Conceição, conhecido como Bule- Tel.: (75) 3261-6069
Bule. Outro nome importante do repente baiano é o
Mestre Miguelzinho Violeiro (Miguel Firmo de Oliveira),
de 74 anos, que começou a tocar em 1964 e foi vencedor José Carlos Teixeira (repente, cordel e griô)
de vários concursos regionais do gênero. Há 22 anos, o R. Getulio Vargas, n° 30, Centro
repentista promove um festival de viola em Serrinha, Caculé
onde reside. Miguelzinho preside, ainda, a Associação Tel.: (77) 3455-1412, (77) 8109-2765
dos Trovadores e Violeiros da Região do Sisal.
José Santana da Silva (repente)
Fazenda Alto Bonito, Casa 131, Poço da Carteira
Santa Brígida
Tel.: (75) 3698-2409, (75) 9982-0836
02 integrantes
153
32.Roda de
São Gonçalo
Foto Acervo IRDEB
154
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
A Territórios de Identidade
dança, de origem portuguesa, é uma das
manifestações populares mais antigas do país.
Tradição do catolicismo popular, a festa louva o
santo português São Gonçalo do Amarante e chegou ao - Irecê
Brasil com os jesuítas. A primeira homenagem ao santo - Itaparica (BA/PE)
teria ocorrido, conforme o folclorista Luís da Câmara - Portal do Sertão
Cascudo, em Salvador, em 1718. Normalmente, a festa - Região Metropolitana de Salvador
acontece como pagamento de promessa ou voto de
devoção. Em frente a um altar contendo a imagem do
- Semi-Árido Nordeste II
santo, homens e mulheres dançam e cantam organizados - Velho Chico
em filas encabeçadas por uma dupla de violeiros. No
final da louvação, podem formar uma roda em que o
promesseiro baila ao centro exibindo a imagem retirada
do altar.
155
Contatos Grupo São Gonçalo Alagoano
Roda de São Gonçalo
Km 42
Mestra Maria Bernadete - Dança de São Santa Brígida
52 integrantes
Gonçalo e Samba de Viola Raízes da Pitanga
(são gonçalo, bumba meu boi, samba de viola e
comunidade quilombola) Grupo São Gonçalo Baiano
R. Alicia Simões, nº 71, Pitanga dos Palmares R. Padre Cícero, s/n, Centro
Simões Filho Santa Brígida
Tel: (71) 8142-2451, (71) 9105-2633 Número de integrantes não informado
bernaquilombo@hotmail.com
32 integrantes Grupo São Gonçalo Pernambucano Povoado
Alvorada Velha, s/n, Centro
Mestre Joaquim Francisco do Nascimento Santa Brígida
Tel: (73) 3236-1806, (73) 3236-1863, (73) 9974-
(roda de são gonçalo)
0650
Povoado Morro do Lúcio Central
24 integrantes
Tels.: (74)3655-1415, (74)9964-5422
30 integrantes
Roda de São Gonçalo
Fazenda Camisa
Dança de São Gonçalo
Macureré
R. Porto Alegre , 50, São Francisco
Tel.: (75) 3284-2160
Carinhanha
24 integrantes
Tel.: (77) 9982-2812
26 integrantes
São Gonçalo de Matarandiba
R. da Mangueira, 203, Matarandiba
Grupo de São Gonçalo
Vera Cruz
R. Coronel João Sá, n° 149, Centro
Tel.: (71) 3684-1097, (71) 3395-1922, (71) 8726-
Chorrochó
4018
Tel.: (75) 9991-3749
ascomat.ba@gmail.com
janic_maria@hotmail.com
80 integrantes
30 integrantes
156
Foto cedida pelas Manifestações Culturais de Cariranha
158
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
R Territórios de Identidade
itmo nacional por excelência e símbolo da
identidade cultural brasileira, o samba originou-
se de danças africanas, como o lundu e a semba.
Ao se espalhar pelo país, notadamente no Rio de - Agreste de Alagoinhas / Litoral Norte
Janeiro, dividiu-se em uma vasta escala de gêneros, - Baixo Sul
subgêneros e gêneros de fusão, tornando-se um estilo - Irecê
musical bastante diversificado. De caráter lúdico, a - Oeste Baiano
atividade é caracterizada por compasso binário, ritmo - Piemonte Norte do Itapicuru
sincopado e acompanhamento feito por instrumentos
de percussão. A base harmônica é dada por um violão - Portal do Sertão
ou cavaquinho. Na Bahia, destaca-se o samba de roda - Recôncavo
do Recôncavo, fortemente ligado às tradições africanas, - Região Metropolitana de Salvador
como o candomblé. Em 2005, esta tradição conquistou - Sisal
o status de obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da - Velho Chico
Humanidade concedido pela Organização das Nações
Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco).
No ano anterior, o samba de roda já havia sido registrado
no Livro das Formas de Expressão do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN),
tornando-se patrimônio cultural brasileiro.
159
Contatos
Samba
160
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Saubara Mestre Zeca Afonso
Tel.: (75) 3696- 1424, (75) 9147-8507, (71) 9138- Samba Chula Filhos da Pitangueira (samba
7730 chula e viola machête)
rosariosamba@bol.com.br R. São Paulo, nº 64, Centro
15 integrantes São Francisco do Conde
Tel: (71) 3651-1756, (71) 3651-1928
Mestra Chica Do Pandeiro - Apolinária das 38 integrantes
Virgens Oliveira
Grupo Cultural Quixabeira da Matinha dos Amigos do Samba (samba de roda)
Pretos (samba de roda e reisado) R. da Caixa D’Água, s/n, Campinas
Matinha São Francisco do Conde
Feira de Santana Tel: (71) 8127-5009
quixabeira.ma@hotmail.com 16 integrantes
Tel: (75) 3483-9301, (75) 9900-4088
Número de integrantes não informado As Ganhadeiras de Itapuã (samba de roda e
cantiga)
Mestra Mãe Áurea - Valdelice Áurea R. da Boa Vista, 16, Itapuã
Medeiros Salvador
Samba de Roda Raízes de Angola Tel.: (71) 3375- 1350, (71) 3249-5508, (71) 8829-
R. Ruy Barbosa, n °60 , Centro 5575
São Francisco do Conde www.myspace.com/ganhadeirasdeitapua
Tel.: (71) 3651- 1148, (71) 9971-6424 salvesalvesalviano@hotmail.com
lindroamoraxe@hotmail.com 40 integrantes
22 integrantes
As Paparutas da Ilha do Paty (samba e dança
de roda)
Mestra Nicinha
R. Cais do Mano, nº 02, Ilha do Paty
Samba de Roda e Maculelê de Nicinha São Francisco do Conde
Raízes de Santo Amaro Tel: (71) 8839-6886, (71) 9949-8053
R. Professor Nestor de Oliveira, n° 67, Centro altamirando.amorim@hotmail.com
Santo Amaro 38 integrantes
Tel .: (75) 8129-7706
asseba@gmail.com
Associação Afro-Cultural Arte e Dança de
20 integrantes
Morpará (samba de roda)
R. Durval Carneiro, s/n, Centro
Mestre Manoel Moreira - Samba de Roda Morpará
Filhos do Mestre Tel.: (77) 9928- 6093
Fazenda Loja aadm_ba@hotmail.com
Irará 48 integrantes
Tel.: (75) 8133-0271
01 integrante
161
Associação Carinhanhense de Capoeira Arte Filhos de Dona Cadú (samba de roda)
Samba
162
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Tel.: (75) 3267-2053/ 2149, (75) 9107-1884 Grupo Samba de Roda
sergio_jss@yahoo.com.br R. Miguel Calmon, s/n, Costa de Pedra
14 integrantes Presidente Tancredo Neves
Telefone não informado
Grupo das Sambadeiras Mirim (samba de roda, Número integrantes não informado
canto cerimonial e reisado)
Av. São João, nº 45, Vila Nova Grupo Samba de Roda 17 (samba de roda, samba
Angical chula, samba corrido e samba amarrado)
Tel: (77) 9958-8186 Av. Ferreira Bandeira, nº 95
celio.ribeventos@yahoo.com.br Santo Amaro
20 integrantes Tel.: (75) 3241-3741, (75) 8137-8285
14 integrantes
Grupo de Dança Baú (samba de roda, umbigada,
reisado e congada) Henrique Luiz da Cruz Silva (batuque)
Comunidade Quilombola do Rio das Rãs R. da Mangueira, 122, Campinas
R. Garanhuns, n° 279, São Gotardo São Francisco do Conde
Bom Jesus da Lapa Tel.: (71) 8214- 9490
Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003
tokinhacruz @yahoo.com.br Honório Avelino dos Santos (samba de roda e
12 integrantes bumba meu boi)
Povoado de Santa Terezinha, Pataíba
Grupo de Samba de Roda e Reisado Água Fria
R. Heraldo Lopes, 127-A, Antonio Lopes dc_carneiro@hotmail.com
Valente Tel.: (75) 3293-1111
Tel.: (75) 3263-3911, (75) 8163-6418 Nº de integrantes não informado
14 participantes
Nossas Raízes (samba de roda e cantoria)
Grupo de Samba de Roda Filhos de Av. Manoel Novaes, n° 1358, Rodagem
Coqueiros (samba de roda) Serrinha
R. das Palmeiras, nº 87, Coqueiros Tel: (75) 3261-5556, (75) 9930-0433, (71) 8860-
Maragojipe 6069
Tel: (75) 3527-3024, (71) 9905-0369 16 integrantes
26 integrantes
Pavão Dourado (samba e cantiga de roda)
Grupo de Samba de Roda Geração do Iguape R. Trinta de Julho, n° 777, Abóboras
Santiago do Iguape Serrinha
Cachoeira Tel.: (75) 3261-1465, (75) 9951-4964
Tel.: (75) 3414-5073 pavao.dourado@yahoo.com.br
10 integrantes 13 integrantes
163
Poder do Samba (samba chula e samba corrido) Samba de Lata de Tijuaçú
Samba
Primeira Travessa do Coroado, nº 48, Coroado Tv. Senhor do Bonfim, s/n, Centro
São Francisco do Conde Senhor do Bonfim
Tel: (71) 3652-9156, (71) 8741-6672 Tel: (74) 3544-3087, (74) 9135-6629, (71) 9221-
19 integrantes 2575
valmirquilombola2@yahoo.com.br
Recordar Roda de Samba 19 integrantes
R. Dr. Plácido Rocha, n° 81, Palmeiras
Maragojipe Samba de São Gonçalo (samba chula e samba de
Tel.: (75) 3526-1278, (71) 9932-1879 roda)
21 integrantes Av. Santa Rita, nº 129, Centro
São Francisco do Conde
Samba Chula Alegria da Terra Tel: (71) 8638-8505
R. Paralela, n°99, Nova Candeias culturaedesenvolvimento@hotmail.com
Candeias 52 integrantes
Tel.: (71) 3601-5929, (71) 8155-8168
asseba@gmail.com Samba de Roda Filhos do Mestre
25 integrantes Fazenda Loja
Irará
Samba Chula Filhos da Pitangueira Tel.: (75) 8133-027
R. Cipriano Betâmio, n° 26, Centro 28 integrantes
Santo Amaro
Tel.: (71) 9944-5313 Samba de Roda Geração do Iguape e
sambachula@hotmail.com Comunidade Quilombola do Iguape (samba
25 integrantes corrido e samba chula)
R. Direta, s/n, Santiago do Iguape
Samba Chula União Teodorense (samba chula) Cachoeira
R. Doutor João Benevides de Azevedo, n° 167, Tel: 3414-5073, (71) 9938-7431
Rodagem 10 integrantes
Teodoro Sampaio
Tel: (75) 3237-2013 (recado), (75) 8839- 3794 Samba de Roda Nossa Senhora da Penha
(recado) R. do Toque, s/n, Gamboa do Morro
21 integrantes Cairu
Tel: (75) 8195-4282
Samba de Coco Meninas de Arembepe 37 integrantes
R. Guilherme Machado, nº 12, Arembepe
Camaçari Samba de Roda Olhos D’Água
Tel.: (71) 3624-3079 Fazenda Quebra Fogo
secultcamacari@gmail.com Irará
20 integrantes Tel: (75) 8105-9872
22 integrantes
164
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Samba de Roda Pisadinha do Pé Firme Samba de Roda Urbano
Fazenda Boca de Várzea R. Visconde do Rosário, n°04, Engenho Velho de
Irará Brotas
Tel.: (75) 8105-9543 Salvador
32 integrantes Tel.: (71) 8823-4710, (71) 3331-8070
sossambaderoda@hotmail.com
Samba de Roda Raízes de Acupe (samba chula) 08 integrantes
R. da Cruz, n° 33, Acupe
Santo Amaro Samba de Roda Voa Voa Maria
Tel.: (75) 3201-2435, (75) 9997- 5415 R. da Fruta Pão, nº 87, Matarandiba
fernandesjoanice@gmail.com Vera Cruz
20 integrantes Tel.: (71) 3684-1156, (71) 9929-0373
ascomat.ba@gmail.com
Samba de Roda Raízes de Angola 52 integrantes
Tel.: (71) 3651-1148
São Francisco do Conde Sambadores de Mutá (samba de roda, são
32 integrantes gonçalo e umbigada)
R. Theodomiro Batista, nº 150, Rio Vermelho
Samba de Roda Renascer do Quingoma Salvador
R. Direta do Quingoma de Fora, nº 04 Tel: (71) 3240-5315, (71) 9972-5315
Lauro de Freitas davidsonbarlavento@gmail.com
Tel.: (71) 8159-2912 15 integrantes
janerp21@hotmail.com
35 integrantes Samba do Rosário (samba de roda)
R. Justino Tibucio de Barros, n° 26, Centro
Samba de Roda Samba de Maragogó (samba Saubara
chula, samba corrido e samba versado) Tel.: (71) 9153-7967
R. Ponta do Souza, s/n, Centro nadodorosario@hotmail.com
Maragojipe 13 integrantes
Tel.: (75) 9900-3859
sambamaragogo@yahoo.com.br Samba Filhos de São Francisco (samba corrido)
17 integrantes R. dos Canários, nº 20, Baixa Fria
São Francisco do Conde
Samba de Roda Suspiro do Iguape e Grupo Tel: (71) 8194-0106
Quilombola do Iguape 22 integrantes
R. Monte Alegre, s/n, Santiago do Iguape
Cachoeira Samba no Pé (samba de roda)
Tel.: (71) 3235-6457, (71) 9923- 0116 Bairro SUDENE
ananiasviana@bol.com.br Carinhanha
18 integrantes Tel.: (77)9941-6159
09 integrantes
165
166
Samba
167
34.Teatro de Bonecos,
Bonecões & Mamulengos
Foto Agência Caixa de Fósforo
168
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
O
teatro de bonecos ou teatro de mamulengos
já existia no Oriente Antigo e difundiu- Territórios de Identidade
se pela Europa durante a Idade Média. No
Brasil, chegou com os colonizadores portugueses. - Baixo Sul
Fixada especialmente em Pernambuco, a tradição se - Médio Rio das Contas
propagou pelo país através de artistas mambembes. Na
- Piemonte do Paraguaçu
atualidade nota-se, nas encenações, certa tendência em
abordar questões educativas, sociais e temas relativos - Região Metropolitana de Salvador
à cidadania. Esse tipo de teatro popular se utiliza de
fantoches, marionetes, bonecões ou bonecos de vara
– produzidos artesanalmente – para representar quase
sempre personagens folclóricos. A tradição foi declarada Contatos
patrimônio cultural brasileiro pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 2009, o que
levou à criação de um plano de salvaguarda.
Cia. De Teatro de Bonecos de Mãos (teatro de
bonecos e confecção de bonecos)
Na Bahia, encontra-se atuante o Mamulengo da Bahia R. Rubens Ribeiro, 327, Centro
por iniciativa do ator e diretor Elias Bomfim, membro da Itaberaba
Associação Brasileira de Teatro de Bonecos. O grupo, de Tel.: (75) 3251-7096, (75) 9921-6913, (75) 9996-1532
Salvador, promove oficinas em comunidades carentes http://ciadeteatrodebonecosmaos.blogspot.com
onde são confeccionadas dezenas de bonecões levados fat.fatoioa@yahoo.com.br
às ruas no Carnaval, em um bloco organizado. Além 03 integrantes
disso, o Mamulengo da Bahia desenvolveu, nos últimos
anos, técnicas próprias de manipulação dos bonecões.
Dandoca (bonecões)
Em Itaberaba, os folcloristas Maria de Fátima Araújo e
Luís Cláudio Barbosa representam a Cia. de Teatro de
Praça da Bandeira, n°01, Cajazeiras
Bonecos Mãos. A dupla atua há 16 anos e confecciona os Cairu
fantoches com diferentes tipos de materiais. Tel: (75)3653-2283, (75) 9965-3129
20 integrantes
35.Teatro de Rua
& Teatro Popular
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
M Territórios de Identidade
odalidade de encenação direcionada a espaços
públicos, o teatro de rua ou teatro popular
reúne influências dos folguedos do Nordeste,
das máscaras típicas dos espetáculos medievais e da - Bacia do Jacuípe
commedia dell´arte (gênero teatral surgido na Itália, no - Baixo Sul
século XV). Esta tradição utiliza-se de códigos não-verbais, - Extremo Sul
como a mímica, técnicas circenses, interatividade e - Litoral Sul
críticas de teor político. No Brasil, os primeiros registros
de espetáculos de rua datam de 1961, quando foi criado o
- Itaparica (BA/PE)
Movimento de Cultura Popular (MPC), em Pernambuco, - Oeste Baiano
do qual participou o educador Paulo Freire. No mesmo - Piemonte da Diamantina
ano, o surgimento do Centro Popular de Cultura (CPC), - Sertão Produtivo
no Rio de Janeiro, capitaneado pelo ator Oduvaldo - Velho Chico
Vianna Filho e centrado na revolução social, representou
outro marco no histórico do teatro público brasileiro. O
surgimento da tradição está atrelado, ainda, ao período
da ditadura e teria ocorrido como resposta à repressão.
Naquela época, o teatro popular apresentou muitas
peças que exaltavam os heróis nordestinos líderes de
movimentos revolucionários, como Lampião, Antônio
Conselheiro, Padre Cícero e Zumbi dos Palmares. Em
Salvador, foi criado, em 2007, a Rede Brasileira de Teatro
de Rua, articulação formada por 1225 membros. Entre
seus filiados, estão os grupos baianos Gueto Poético e
Movimento de Teatro de Rua da Bahia.
171
Contatos Presidente Tancredo Neves
Tel.: (73) 8158-7279
Teatro de Rua e Teatro Popular
173
174
Foto cedida pelo Grupo Grãos de Luz e Griôs
& Griôs
36.Tradição Oral
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
M Contatos
eio de preservação de sabedorias, a tradição
oral envolve testemunhos transmitidos
verbalmente de uma geração para outra.
Mestre Seu Chico de Helena - Francisco
Origina-se nos primórdios da história, quando a escrita
não era dominada ou era atividade de menor importância Ferreira Magalhães (mestre griô, canto e
que a fala. A tradição oral é apontada, por pensadores composição popular)
da cultura na atualidade, como detentora da identidade Comunidade Quilombola do Rio das Rãs
cultural mais profunda de um povo, constituindo um R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo
patrimônio. Os cânticos indígenas, os versos das cantigas Bom Jesus da Lapa
de roda, as lendas, os ‘causos’, as orações e os provérbios Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003
populares são algumas das suas manifestações. Na tokinhacruz@yahoo.com.br
Bahia, agentes envolvidos com a cultura popular
atuam como griôs. Esse termo, de origem francesa,
Doudou Rose Thioune (griô, teatro, canto, músico e
designa os mestres andarilhos da África que viajam pelo
cultura senegalesa)
continente resgatando histórias entre os mais velhos
para transmiti-las aos mais novos. A organização não-
Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, São Gonçalo do Retiro
governamental Grãos de Luz e Griô, de Lençóis, tornou- Salvador
se conhecida internacionalmente pelo desenvolvimento Tel: (71) 9991-0620
da ‘pedagogia griô’, método pelo qual multiplicadores dare.rose@gmail.com
percorrem a Chapada Diamantina, visitando escolas
públicas e contando histórias como estratégia para Jorge de Souza Conceição (tradição oral e
fortalecer o aprendizado. Na comunidade quilombola de animador popular)
Rio das Rãs, em Bom Jesus da Lapa, Seu Chico da Helena R. Gregório de Mattos, n°13, Pelourinho
(Francisco Ferreira Magalhães) atua como mestre griô. Salvador
Não alfabetizado e com 81 anos de idade, Seu Chico, que
Tel.: (71) 9931-9409, (71) 8247-2319
também é cantor, declama, nas escolas, importantes
acontecimentos ocorridos na região. Ele também conta
boimulticor@gmail.com
episódios de destaque na história do quilombo e compõe
benditos, rezas e loas. Paulo Sérgio Pereira de Araújo (mestre griô,
canto e composição)
Comunidade Quilombola do Rio das Rãs
R. Doutor Dermeval Almeida, n° 178, São Gotardo
Bom Jesus da Lapa
Tel.: (71) 8859-7890, (77) 8821-9003
Territórios de Identidade tokinhacruz@yahoo.com.br
175
37.Destaque & Diversos
Foto Taiane Oliveira
176
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
N
esse capítulo estão relacionados grupos e
indivíduos que, stricto sensu, não se enquadram
de maneira bem definida no espectro da
cultura popular, mas que preencheram devidamente
o formulário, respondendo à chamada pública para o
cadastramento estadual realizado em 2010. A edição não
se sentiu no direito de excluí-los do presente trabalho.
Embora alguns deles pertençam a manifestações
culturais ou exerçam atividades que margeiam este
espectro, não se tratam, de fato, de representantes
das tradições populares. Ainda assim, todos podem ser
conhecidos pelo leitor e ficam aqui registrados.
177
Emília Biancardi
Destaque
178
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Contatos Carlos Liberato Silveira Santos
(artes plásticas e decoração)
Adalberto Barbosa Lemos (música) R. Sebastião Alves Santana, 128
R. Marechal Castelo Branco, 143 Urandi
Mascote Telefone não informado
Tel.: (73) 8114-5958
Claudemiro de Jesus Cerqueira (pintura)
Adenilton Conceição de Jesus (artes plásticas) R. Danzinho Dantas, 09
R. Eugenio Venceslau, n°157, Colina Verde Irará
Presidente Tancredo Neves Tel.: (75) 8109-1364
Tel.: (73) 8158-4495
Claudenis de Souza Caires (canto)
Aldo Conceição Costa (canto) R. dos Quartéis, n°90, Centro
Povoado de Curralinho, s/n Botuporã
Caturama Tel.: (77) 3678- 2104
Tel.: (77) 3650-1122
Cleiton Alexandre Souza Silva (desenho)
Antonio Carlos Santana (locução) R. da Entrada, s/n, Quixabá
R. Wellington Nunes, n° 27, Centro Glória
Presidente Tancredo Neves Tel.: (75) 3656-5088
Tel.: (73) 3540-1259, (73) 8138-2707
Clériston Teixeira Chaussê (canto)
Aristelma Reis de Jesus Araújo (canto) R. Dr. João Ribeiro Vargens, 416, Centro
R. Tiago de Sena, s/n Mascote
Água Fria Tel.: (71) 9268-9064
Tel.: (75) 3293-1016 kekeuchausse@hotmail.com
aristelmaemanuely@hotmail.com
Davi de Jesus Silva (decoração)
Associação Folclórica Humaitá R. Henrique Cruz, n°79, Centro
Barra Botuporã
Tel.: (74) 9964-2731 Tel.: (77) 3678- 2149
noeliton2008@hotmail.com
Dinamar Ferreira dos Santos (pintura)
Banda de Música Municipal Guerreiros R. do Lamarão, Barra
do Oeste Água Fria
R. Mato Grosso, Quadra 14, Lote 17 Tel.: (75) 8191-9279
Luís Eduardo Magalhães dinamarartes10@hotmail.com
Tel.: (77) 8125-3515
guerreirosdooeste@yahoo.com.br Dione Trindade Bomfim (pintura em tecido)
115 integrantes R. Rui Barbosa, s/n, Centro
179
Caturama Tel.: (73) 8844-2595
Diversos
181
José Carlos Bandeira (escultura) Juracy Santos Barbosa (música)
Diversos
Josias Silva Morais (composição e canto) Luciano Rodrigues dos Santos (desenho e
R. Ramiro Grande, n° 230, Divinéia pintura em tela)
São José do Jacuípe R. Dois de Julho, 154
Tel.: (74) 8107-3886 Urandi
Tel.: (77) 9121- 4201
Juliana Xavier Feitoza (desenho e pintura) lucianorodrigues44@yahoo.com.br
Brejo do Burgo, n° 52
Glória Lucila Assis Albuquerque dos Santos
Tel.: (75) 3686-1016 (artes plásticas)
R. Vinte e Oito de Setembro, n°16, Centro
Júlio Lus da Conceição (canto) Aratuípe
R. Valença, s/n, Colina Verde Tel .: (75) 3647- 2123, (75) 8838-8958
Presidente Tancredo Neves
Tel.: (73) 8144-9563
182
Catálogo Culturas Populares & Identitárias da Bahia 2010
Luiz Henrique de Jesus Carvalho (desenho) Barra
R. Juvenal Eugênio de Queiroz, n° 125 A, Baixa Tel.: (74) 3662-1096, (74) 8828-3119
Fria
São Francisco do Conde Quarteto Sinuhs (música gospel)
Tel.: (71) 3651-1624, (71) 8208- 2304 BR 101, 1ª Travessa, 285, São João do Paraíso
Mascote
Manuel Santos das Virgens (pintura) Tel.: (73) 8114-5958
R. Dois de Julho, n° 93, Ginásio acs.sinuhs@hotmail.com
Presidente Tancredo Neves 04 integrantes
Telefone não informado
Rafael Amaral Rodrigues (canto)
Mariza Souza Macedo (canto) Centro
R. Artur Antônio Costa, s/n, Centro Igaporã
Caturama Tel.: (77) 3460-1529
Tel.: (77) 3650-1272, (77) 9958-8842 rafael.bb2007@hotmail.com
Nayara Laurinda Almeida Oliveira (canto) Raimundo Rodrigues Silva – Projeto Domingão
R. Agenor Brandão, s/n, Centro do Estudante (projeto recreativo)
Caturama Av. Ipiranga, nº 241, Centauro
Tel.: (77) 9962-2964 Eunápolis
Tel: (73) 8126-3312
Nédson Augusto Santos Pereira (música) prof.raymundo@hotmail.com
R. Vinte e Oito de Setembro, n°16, Centro
Aratuípe Reinaldo de Albuquerque Teixeira (artes plásticas)
Tel.: (75) 3647-2110, (75) 8103-2198, Barra
(75) 8837-8688 Tel.: (74) 3662-3207, (74) 9994-0744, (74) 8818-2264
nedsonaugusto@hotmail.com reialbuquerque@hotmail.com
183
Rui Martins da Silva (música e composição)
Diversos
184
185
Apêndice
Websites Institucionais