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Muito bem, aí teremos que fazer uns cálculos. Continuarei no próximo texto.
Obs: As três estrelas com os nomes em negrito são as mais convenientes para
a determinação da posição pelo cruzamento das retas de alturas das mesmas.
Postado por Elson Fernandes às 19:05 Nenhum comentário:
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O QUE É O STAR FINDER?
O Star Finder é um localizador de estrelas. Comprei há algum tempo a versão
2102-D que foi uma das atualizações da versão original de 1921, segundo o
que consta no site do Museu Nacional da História Americana (link para o site).
O Star Finder é composto por uma placa base de plástico onde estão
representadas as 57 estrelas de uso na navegação astronômica, plotadas de
acordo com suas declinações e a AR (Ascensão Reta) de cada uma; e mais 9
diagramas de latitude com linhas que representam altura e azimute; e 01
diagrama para auxiliar na plotagem dos planetas na placa base, visto que os
planetas não possuem uma configuração "fixa" na esfera celeste assim como
as estrelas.
A utilização do Star Finder é para que possamos fazer o preparo do céu nos
crepúsculos civis matutinos ou vespertinos, ou seja, para sabermos de
antemão quais serão os astros visíveis nos crepúsculos e a que altura e
azimute estarão posicionados no céu, facilitando assim a identificação e a
observação do astro para efeitos dos cálculos da navegação astronômica. Para
que possamos utilizar tal recurso teremos que posicionar nosso zênite com a
orientação do nosso meridiano em relação ao ponto vernal, bastando calcular o
ângulo horário local do ponto vernal, que corresponde à nossa ascensão reta,
para o instante da observação. Todo esse passo a passo está bem explicado
no Capitulo 30 do livro do cmte Miguens, disponibilizado no site da Marinha.
Hoje em dia, temos vários aplicativos para identificação dos astros, inclusive
um com o nome de Star Finder. Temos o Stellarium, o Planets, e vários outros.
Pessoalmente, minha preferência é o Stellarium. No entanto, da mesma forma
que sou fascinado pelo uso do sextante, apesar de termos o GPS, gosto muito
da idéia de praticar o preparo do céu com o uso do velho Star Finder, para
mantermos viva mais essa tradição náutica, onde precisamos consultar o
Almanaque Náutico e fazer alguns cálculos.
Sugiro aos interessados que estudem o capítulo 30 do Navegação: A Ciência e
a Arte, do cmte Miguens.
CLIQUE AQUI - CAP. 30 (MIGUENS)
BOAS VISADAS!
ROTEIRO PARA CÁLCULOS DE POSIÇÃO NA
PASSAGEM MERIDIANA DO SOL
Durante o Curso de Navegação pelo Sol que ofereci
recentemente a bordo do Mucuripe, elaborei um roteiro
com base nas dúvidas apresentadas pelos alunos para
fazermos os exercícios de navegação astronômica das
provas para CapitãoAmador.
Saiba mais sobre o CURSO DE NAVEGAÇÃO PELO
SOL
Espero que possa contribuir com aqueles que estão
estudando o assunto:
Roteiro de cálculos na passagem meridiana do sol – pmd
- estimar a posição geográfica (navegação estimada);
- converter a longitude em tempo usando a tábua de conversão de arco em
tempo encontrada no almanaque náutico;
- abrir o almanaque na página do dia e obter a hml (hora média local) da pmd
-com a longitude em tempo e a hml calcular a hmg (hora média de greenwich)
da pmd. (hmg = hml + long oeste) ou (hmg = hml – long leste);
- com a hmg da pmd e o fuso calcular a hora legal da pmd.
(hora legal da pmd = hmg + fuso oeste) ou (hora legal da pmd = hmg –
fuso leste) ;
- iniciar as observações 5 minutos antes da hora calculada, até 5 minutos
depois. Escolher a maior altura e anotar a hora dessa observação como sendo
a hora efetiva da pmd;
- a partir da hora efetiva da pmd calcular a hmg efetiva e entrar novamente no
almanaque náutico, na página diária, para obter as coordenadas horárias do
sol para este horário:ahg (ângulo horário em greenwich) e dec (declinação).
Anotar se a dec é norte ou sul
- na página diária os valores de ahg e dec são para a hmg inteira. Deve-se
anotar esses valores para a hmg inteira e fazer a correção dos minutos usando
as páginas de acréscimos e correções;
- para corrigir o valor do ahg vai na página referente aos minutos da hora da
observação (hora efetiva da pmd) e obtém o valor em graus e minutos a ser
somado ao valor do ahg da hmg inteira. O valor total do ahg será igual a
longitude do observador, visto que na passagem meridiana o sol está sobre o
meridiano superior do observador;
- para corrigir o valor de dec anota-se o valor d encontrado no rodapé da
página diária; verifica se a declinação do sol está crescendo ou diminuindo em
relação à próxima hmg; vai na página de correções referente aos minutos e
obtém o valor de correção para o d; com esse valor soma ou diminui do valor
de dec conforme ela seja crescente ou decrescente;
- para calcular a latitude na passagem meridiana, temos que primeiro fazer as
correções da ai altura instrumental para encontrarmos a av altura verdadeira,
e a partir da altura verdadeira calcular a distância zenital (do astro ao zênite).
Com a distância zenital e a declinação calcularemos a latitude
meridiana. Distância zenital = 90° - av
- para encontrar a av altura verdadeira:
Primeiro temos que saber o erro instrumental ei
Com a ai (altura instrumental) e o ei calculamos a ao (altura observada)
Sabendo o valor da elevação do olho em metros obtemos na tábua a2 o valor
dadepressão a ser subtraído da ao para encontrarmos a aap (altura
aparente)
Com o valor da aap entramos na tábua a2 na coluna do sol referente ao limbo
inferior e ao período do ano para encontrar o valor de correção a
ser somado àaap para obtermos a av
- calcula-se então a distância zenital = 90° - av
- verifica-se se a declinação é norte ou sul, bem como a latitude estimada.
Associa a distância zenital com a declinação para encontrar a latitude
meridiana.
Lat mer = dist zen +- dec
1º caso – latitude e dec de nomes contrários =>
lat mer = dist zen – dec
2º caso – latitude e dec de nomes iguais e lat maior que dec =>
lat mer = dist zen + dec
3º caso – latitude e dec de nomes iguais e lat menor que dec =>
Lat mer = dec – dist zen
BONS VENTOS!
rça-feira, 7 de abril de 2015
Antes mesmo de empunhar o sextante para medir a altura de uma estrela, o navegante deve
planejar o momento das visadas fazendo o “Preparo do Céu”, que significa saber
antecipadamente quais serão as estrelas propícias para as observações e em que alturas e
azimutes aproximados estarão no momento da observação. Com essas informações o
navegante selecionará as estrelas para fazer suas visadas e calcular sua posição pelo
cruzamento das retas de alturas obtidas.
No exemplo apresentado no texto acima o navegante estimou sua posição em latitude S10°05’
e longitude W035°15’, no dia 02/09/2014, crepúsculo vespertino. A hora legal calculada do
crepúsculo foi de 17h40m. Ângulo horário local do ponto vernal (AHLY) = 256°.
Dentre as 07 estrelas sugeridas pela PUB249 VOL I o navegante escolheu Altair, Rigel Kent e
Arcturus.
Às 17:55 observou Altair , fez as correções para altura, obtendo altura verdadeira = 48°14
Para o cálculo das retas de altura de cada estrela teremos o seguinte roteiro:
- Para cada estrela calcularemos o AHGY (ângulo horário em Greenwich do ponto vernal) de
acordo com a HMG da observação, e depois calcularemos o AHLY. O Almanaque fornece o
AHGY para as HMG inteiras. Entra-se na página diária do almanaque na HMG inteira
correspondente e anota-se o valor do AHGY:
Vai nas páginas de acréscimos e correções do almanaque para encontrar o valor de acréscimo
para os minutos: 55m = > 13°47.3’ 57m = > 14°17.3’ 58m30s = > 14°39.9’
Então, teremos:
Para cada estrela teremos uma longitude aproximada para encontrarmos um AHLY com valor
inteiro. Então, teremos:
Após o traçado das retas e a correção pela tábua de precessão e nutação a posição
encontrada foi latitude = 10°10’S longitude = 35°06’W.
Data - 30/05/2015
Hora legal - 17:10:25 HMG - 20:10:25
lat. estimada - 15°50'S
long. estimada- 047°50'W
A altura obtida com o sextante (ai) foi de 19°50', de onde devemos somar ou subtrair o ei para
chegarmos à altura observada (ao).
ao = ai + 2'= 19°52'
O próximo passo é obter a altura aparente (aap). Para tanto, vamos usar a tábua de correção
da Lua encontrada no Almanaque Náutico. Lá encontraremos o valor da depressão (dep) em
função da elevação do olho, e subtrairemos esse valor da altura observada. A depressão é
nada mais do que o desnível do nosso horizonte aparente com o horizonte visual. A altura do
sextante tem como referência o horizonte visual que sofre uma pequena curvatura em função
da elevação do olho em relação à superfície. Essa curvatura é compensada um pouco pela
refração terrestre. Na correção aplicada na tábua esses elementos são considerados.
No almanaque náutico, para cada HMG inteira temos um valor atribuído à paralaxe horizontal
da lua (ph), da qual teremos um valor de correção a ser adicionado à altura da lua. No entanto,
a tábua de correções para a altura da Lua se divide em duas partes. Levando em conta que
escolhemos o limbo inferior para observar o astro, teremos um valor de correção adicional para
levando em conta a refração atmosférica e o semidiâmetro, e outro valor de correção em
função da paralaxe.
Na prática é muito simples. Primeiro entra-se na tábua com o valor inteiro da aap e anota-se o
valor de correção aplicado ao valor inteiro dos minutos mais próximos.
Em seguida, na mesma tábua, na coluna dos 19° desce-se para a parte referente à correção
em função do limbo observado e a ph.
Para obter a altura verdadeira (av) somamos os valores dessas correções adicionais à aap.
av = 20°53.4'