Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. pesquisadores Ceplac/Cepec
Situação no sul da Bahia
A doença resinose está presente nos coqueirais do sul da Bahia há mais
de dez anos. Tem-se observado que coqueiros anões mostram-se mais
suscetíveis à enfermidade do que híbridos e gigantes. A resinose já foi
observada em coqueirais desde Caraíva até Una, principalmente em plantios
situados nos Tabuleiros Costeiros onde há predominância de solos de baixa
fertilidade. Todavia, em virtude do fungo estar quase sempre associado ao
ataque de Rhinostomus barbirostris (Coleoptera, Curculionidae), julgava-se que
o estado debilitado da planta era exclusivo do ataque deste inseto.
Ao contrário do estado de Sergipe, onde a disseminação da doença
aparenta ocorrer através do Rhynchophorus palmarum, no sul da Bahia
constata-se com maior freqüência o curculionídeo R. barbirostris associado a
casos de resinose. A freqüência de resinose versus ataque de R. barbirostris é
grande no sul da Bahia . A explicação mais admissível para este fato, talvez
seja devido à atratividade destes insetos pelos cairomônios (p.ex. álcoois) que
a planta libera quando debilitada pelo patógeno. Como são vetores também do
anel-vermelho (doença causada pelo nematóide Bursaphelenchus cocophilus)
podem disseminar esta enfermidade aos coqueirais agravando ainda mais o
problema.
Para facilitar a compreensão do leitor, a Ceplac/Cepec estabeleceu
quatro níveis de danos da doença:
Medidas de Controle
Não existem ainda estudos conduzidos pela Ceplac visando controlar a
doença. Todavia, a Embrapa/CPATC está desenvolvendo pesquisas na busca
de uma solução para este problema. As medidas de controle aqui preconizadas
têm apresentado bons resultados quando o coqueiro apresenta o nível de dano
2 e/ou 3. Porém, são empíricas, ou seja, carecem de experimentação
científica.
Controle preventivo de R. barbirostris.
i) Monitorar os plantios. Para as condições do sul da Bahia a doença e o
ataque do inseto ocorrem em reboleiras. Observar detalhadamente ao longo do
tronco do coqueiro a presença de ovos de R. barbirostris não eclodidos (sem
serragem). Uma vez detectados, retirá-los com auxílio de uma faca.
Controle cultural
ii) Coqueiros com nível de dano 1 e 4 devem ser imediatamente retirados do
plantio e queimados. Agindo assim evita que os insetos emergidos ataquem
outras plantas. Mesmo que não estejam com sinais de ataque do inseto, devem
ser retirados, pois por serem hospedeiros do fungo a doença pode disseminar-
se através de ferramentas.
Controle químico
iii) Coqueiros que apresentarem nível de dano 2 e 3, recomenda-se
pulverização com inseticidas nas axilas do coqueiro com intuito de atingir
adultos de R. barbirostris (Figura 8 ), que aí permanecem durante o dia
agregados. O inseticida não deve ser sistêmico e ter a propriedade de atuar por
contato e gaseificação. Salienta-se, entretanto, que o uso de inseticidas visa
apenas o controle de R. barbirostris, ou seja, não tem ação sobre o fungo.
anel-vermelho
Ferreira, J.M.S.; Lima,M.D.; Santana, D.L.Q.; Moura, J.I.L; Souza, L.A. Pragas
do coqueiro. In: Ferreira, J.M.S.; Warwick, D.R.N; Siqueira, L.A. ( Eds.). A
cultura do coqueiro no Brasil. 2 ed. , Brasília; Embrapa-SPI: Aracaju: Embrapa-
CPATC. P. 189-267, 1998.