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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 1

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Ano 2017, Número 243 Divulgação: quinta-feira, 14 de dezembro de 2017


Publicação: sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Tribunal Superior Eleitoral

Ministro Gilmar Mendes


Presidente

Ministro Luiz Fux


Vice-Presidente

Ministro Napoleão Nunes Maia Filho


Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral

Maurício Caldas de Melo


Diretor-Geral

Secretaria Judiciária

Secretaria de Gestão da Informação

Coordenadoria de Editoração e Publicações

Fone/Fax: (61) 3030-9321


cedip@tse.jus.br

Sumário
PRESIDÊNCIA ................................................................................................................................................................................2
Assessoria de Plenário ...........................................................................................................................................................2
Pauta de Julgamento .....................................................................................................................................................2
SECRETARIA JUDICIÁRIA ..............................................................................................................................................................19
Coordenadoria de Registros Partidários, Autuação e Distribuição ..............................................................................................19
Decisão monocrática ....................................................................................................................................................19
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento I .................................................................................................20
Intimação ...................................................................................................................................................................20
Decisão monocrática ....................................................................................................................................................20
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento II ................................................................................................21
Intimação ...................................................................................................................................................................21
Decisão monocrática ....................................................................................................................................................21
Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento III ...............................................................................................47
Decisão monocrática ....................................................................................................................................................47
Coordenadoria de Acórdãos e Resoluções ..............................................................................................................................69
Acórdão .....................................................................................................................................................................69
Intimação ...................................................................................................................................................................70
Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE ..........................................................................................................................71
Intimação ...................................................................................................................................................................71
Intimação de pauta ....................................................................................................................................................102
CORREGEDORIA ELEITORAL ........................................................................................................................................................103
Atos do Corregedor ............................................................................................................................................................103
Despachos ................................................................................................................................................................103
Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE ........................................................................................................................105
Intimação de pauta ....................................................................................................................................................105
SECRETARIA DO TRIBUNAL .........................................................................................................................................................106

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 2

Atos do Diretor-Geral .........................................................................................................................................................106


Portaria ....................................................................................................................................................................106
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO ................................................................................................................................................107
SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA .......................................................................................................................107
SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ...........................................................................................................................107
SECRETARIA DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO ...................................................................................................................................107
COMISSÃO PERMANENTE DE ÉTICA E SINDICÂNCIA DO TSE ...........................................................................................................107

PRESIDÊNCIA

Assessoria de Plenário

Pauta de Julgamento

PAUTA DE JULGAMENTO Nº 161/2017

Elaborada nos termos do artigo 18 da Resolução-TSE nº 23.478/2016, para julgamento dos processos abaixo relacionados.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1-54.2016.6.26.0272 - CLASSE 6 - BERTIOGA-SP (272ª ZONA


ELEITORAL - SANTOS)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: JOSÉ APARECIDO DE LIRA
ADVOGADOS: ANDERSON POMINI - OAB: 299786/SP e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 2-35.2013.6.20.0038 - CLASSE 32 - SERRINHA DOS PINTOS-RN (38ª ZONA ELEITORAL -
MARTINS)

RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDOS: ROSÂNIA MARIA TEIXEIRA FERREIRA e Outro
ADVOGADOS: ERICK WILSON PEREIRA - OAB: 2723/RN e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 9-24.2016.6.26.0242 - CLASSE 6 - VÁRZEA PAULISTA-SP (242ª


ZONA ELEITORAL - VÁRZEA PAULISTA)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


(COM VISTA AO MINISTRO LUIZ FUX)
AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADOS: NILSON SOLLA e Outro
ADVOGADOS: CHRISTOPHER REZENDE GUERRA AGUIAR - OAB: 203028/SP e Outros

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AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Nº 10-85.2015.6.19.0000 - CLASSE 37 - RIO DE JANEIRO-RJ

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADO: EDUARDO LOPES MOURA
ADVOGADOS: CARLOS HENRIQUE PEREIRA REGO BRINCKMANN - OAB: 102264/RJ e Outro
AGRAVADO: FRANCISCO MANOEL DE CARVALHO
ADVOGADOS: EDUARDO DAMIAN DUARTE - OAB: 106783/RJ e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 17-37.2017.6.00.0000 - CLASSE 6 - SÃO PAULO-SP

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
AGRAVANTES: EDUARDO MATARAZZO SUPLICY e Outros
ADVOGADOS: OTHON DE SÁ FUNCHAL BARROS - OAB: 232427/SP e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 27-04.2015.6.13.0093 - CLASSE 6 - CONTAGEM-MG (93ª ZONA


ELEITORAL - CONTAGEM)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: VÂNIA CRISTINA NUNES DA SILVA OLIVEIRA
ADVOGADO: SILVÉRIO DE OLIVEIRA CÂNDIDO - OAB: 64583/MG
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 27-96.2016.6.21.0173 - CLASSE 6 -


GRAVATAÍ-RS (173ª ZONA ELEITORAL - GRAVATAÍ)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


EMBARGANTES: CLÁUDIO ROBERTO PEREIRA ÁVILA e Outro
ADVOGADOS: ANTÔNIO AUGUSTO MAYER DOS SANTOS - OAB: 38343/RS e Outro
EMBARGADO: PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRÁTICO BRASILEIRO (PMDB) - MUNICIPAL
ADVOGADA: PATRÍCIA BAZOTTI - OAB: 49015/RS

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 30-32.2016.6.26.0296 - CLASSE 6 - SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP


(296ª ZONA ELEITORAL - SÃO BERNARDO DO CAMPO)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - MUNICIPAL
ADVOGADOS: RUTH DOS SANTOS SOUSA - OAB: 368369/SP e Outros
AGRAVADOS: ORLANDO MORANDO JUNIOR e Outros

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ADVOGADOS: CARLOS EDUARDO GOMES CALLADO MORAES - OAB: 242953/SP e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 30-81.2016.6.12.0050 - CLASSE 6 -


CORUMBÁ-MS (50ª ZONA ELEITORAL - CORUMBÁ)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


EMBARGANTE: JORGE JOSÉ PINTO DE CASTRO
ADVOGADOS: MELKE E PRADO ADVOGADOS ASSOCIADOS - OAB: 331/2007/MS e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 32-03.2015.6.19.0079 - CLASSE 6 - DUQUE DE CAXIAS-RJ (79ª


ZONA ELEITORAL - DUQUE DE CAXIAS)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


AGRAVANTE: RAPHAEL LUIZ SILVA NASCIMENTO
ADVOGADO: BRUNO DE MOURA GUERRA - OAB: 174511/RJ
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 32-87.2016.6.05.0004 - CLASSE 6 -


SALVADOR-BA (4ª ZONA ELEITORAL - SALVADOR)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


EMBARGANTE: PARTIDO ECOLÓGICO NACIONAL (PEN) - ESTADUAL
ADVOGADOS: RAUL FREITAS PIRES DE SABOIA - OAB: 7136/DF e Outros
EMBARGADA: COLIGAÇÃO AMOR POR SALVADOR
ADVOGADOS: ADEMIR ISMERIM MEDINA - OAB: 7829/BA e Outros
EMBARGADA: COLIGAÇÃO SALVADOR NO CAMINHO CERTO
ADVOGADOS: SÁVIO MAHMED QASEM MENIN - OAB: 22274/BA e Outro

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 36-34.2016.6.05.0034 -


CLASSE 32 - BELMONTE-BA (34ª ZONA ELEITORAL - BELMONTE)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


EMBARGANTES: PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD) - MUNICIPAL e Outra
ADVOGADO: ADEMIR ISMERIM MEDINA - OAB: 7829/BA
EMBARGADA: COLIGAÇÃO JUNTOS POR UMA BELMONTE QUE QUEREMOS
ADVOGADOS: ISAN DO NASCIMENTO BOTELHO - OAB: 30665/BA e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 36-98.2015.6.26.0320 - CLASSE 6 - SÃO PAULO-SP (320ª ZONA

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ELEITORAL - SÃO PAULO)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: BIG BEN GRÁFICA LTDA. - ME
ADVOGADOS: ANDRÉ MELO AMARO - OAB: 359106/SP e Outro
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL Nº 41-40.2016.6.26.0400 - CLASSE 32 - MARÍLIA-SP (400ª ZONA ELEITORAL - MARÍLIA)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


EMBARGANTES: DANIEL ALONSO e Outra
ADVOGADOS: ALYSSON ALEX SOUZA E SILVA - OAB: 256087/SP e Outros
EMBARGADA: COLIGAÇÃO AVANÇA MARÍLIA
ADVOGADOS: SAMUEL HENRIQUE CASTANHEIRA - OAB: 264825/SP e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 41-85.2015.6.26.0170 - CLASSE 32 - MATÃO-SP (170ª ZONA
ELEITORAL - MATÃO)

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


AGRAVANTE: IMOPAR PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS LTDA
ADVOGADOS: AMÍLCAR LUIZ TOBIAS RIBEIRO - OAB: 248421/SP e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 43-46.2016.6.25.0009 - CLASSE 32 - ITABAIANA-SE (9ª ZONA
ELEITORAL - ITABAIANA)

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


(COM VISTA AO MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO)
AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADO: ROBERTO BISPO DE LIMA
ADVOGADOS: DANIEL HAACK RODRIGUES NASCIMENTO - OAB: 417-A/SE e Outro
AGRAVADO: LUCIANO BISPO DE LIMA
ADVOGADOS: DANIEL HAACK RODRIGUES NASCIMENTO - OAB: 417-A/SE e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 44-16.2016.6.26.0296 - CLASSE 6 - SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP


(296ª ZONA ELEITORAL - SÃO BERNARDO DO CAMPO)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - MUNICIPAL

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ADVOGADOS: RUTH DOS SANTOS SOUSA - OAB: 368369/SP e Outros


AGRAVADOS: ORLANDO MORANDO JÚNIOR e Outros
ADVOGADOS: CARLOS EDUARDO GOMES CALLADO MORAES - OAB: 242953/SP e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 55-96.2015.6.26.0258 - CLASSE 32 - SÃO PAULO-SP (258ª ZONA
ELEITORAL - SÃO PAULO)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADA: DELTA COMERCIALIZAÇÃO DE ENERGIA LTDA.
ADVOGADAS: FÁTIMA NIETO SOARES - OAB: 100067/SP e Outra

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 73-63.2016.6.13.0123 - CLASSE 32 - GUARANÉSIA-MG (123ª


ZONA ELEITORAL - GUARANÉSIA)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: COLIGAÇÃO GUARANÉSIA, HONESTIDADE E TRABALHO
ADVOGADOS: JULIO FIRMINO DA ROCHA FILHO - OAB: 96648/MG e Outros
AGRAVADO: WILSON BRAZ
ADVOGADOS: LUCAS MARTINS FILHO - OAB: 51937/MG e Outro

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 74-64.2016.6.06.0019 -


CLASSE 32 - TAUÁ-CE (19ª ZONA ELEITORAL - TAUÁ)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
EMBARGANTE: LUIZ OSÓRIO LOIOLA GONÇALVES
ADVOGADOS: THIAGO EMANUEL ALEXANDRINO DE OLIVEIRA - OAB: 17028/CE e Outros
EMBARGADA: COLIGAÇÃO JUNTOS CONSTRUÍMOS MAIS
ADVOGADOS: KARLA RENARA MILÉRIO BENEVIDES - OAB: 29010/CE e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 83-53.2016.6.09.0080 -


CLASSE 32 - SÃO LUÍS DE MONTES BELOS-GO (80ª ZONA ELEITORAL - SÃO LUÍS DE MONTES BELOS)

RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN


(COM VISTA AO MINISTRO LUIZ FUX)
EMBARGANTE: CRISTINA VIEIRA SILVA
ADVOGADOS: DYOGO CROSARA - OAB: 23523/GO e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 92-29.2016.6.17.0068 - CLASSE 32 - TUPARETAMA-PE


(68ª ZONA ELEITORAL - SÃO JOSÉ DO EGITO)

RELATOR: MINISTRO GILMAR MENDES


EMBARGANTE: COLIGAÇÃO FRENTE POPULAR DE TUPARETAMA
ADVOGADOS: OTHONIEL FURTADO GUEIROS NETO - OAB: 44284/DF e Outros
EMBARGADO: DOMINGOS SÁVIO DA COSTA
ADVOGADOS: MARILDA DE PAULA SILVEIRA - OAB: 33954/DF e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 92-29.2016.6.17.0068 - CLASSE 32 - TUPARETAMA-PE


(68ª ZONA ELEITORAL - SÃO JOSÉ DO EGITO)

RELATOR: MINISTRO GILMAR MENDES


EMBARGANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
EMBARGADO: DOMINGOS SÁVIO DA COSTA
ADVOGADOS: MARILDA DE PAULA SILVEIRA - OAB: 33954/DF e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 106-83.2016.6.04.0000 - CLASSE 32 - MANAUS-AM

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADO: PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB) - ESTADUAL
ADVOGADOS: YURI DANTAS BARROSO - OAB: 4237/AM e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 108-26.2016.6.26.0296 -


CLASSE 32 - SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP (296ª ZONA ELEITORAL - SÃO BERNARDO DO CAMPO)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


EMBARGANTE: EDGAR MONTEMOR FERNANDES
ADVOGADOS: RAFAEL CEZAR DOS SANTOS - OAB: 342475/SP e Outros
EMBARGADA: COLIGAÇÃO AVANÇA SÃO BERNARDO
ADVOGADOS: MARCELO SANTIAGO DE PADUA ANDRADE - OAB: 182596/SP e Outros

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 125-52.2016.6.20.0030 - CLASSE 32 - GUAMARÉ-RN (30ª ZONA ELEITORAL - MACAU)

RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
RECORRENTE: HELIO WILLAMY MIRANDA DA FONSECA
ADVOGADOS: KATIÚSCIA MIRANDA DA FONSECA MONTENEGRO - OAB: 14032/RN e Outros

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RECORRIDA: COLIGAÇÃO GUAMARE MERECE MAIS


ADVOGADOS: ADRIANO SILVA DANTAS - OAB: 6577/RN e Outros
RECORRIDA: COLIGAÇÃO VITÓRIA DO POVO
ADVOGADOS: MARCOS LANUCE LIMA XAVIER - OAB: 3292/RN e Outro

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 133-88.2013.6.20.0012 - CLASSE 32 - LAGOA D'ANTA-RN (12ª
ZONA ELEITORAL - NOVA CRUZ)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


(COM VISTA À MINISTRA ROSA WEBER)
AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADOS: JOÃO PAULO GUEDES LOPES e Outros
ADVOGADOS: CRISTIANO LUIZ BARROS FERNANDES DA COSTA - OAB: 5695/RN e Outros

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 135-27.2016.6.19.0062 - CLASSE 32 - SAQUAREMA-RJ (62ª ZONA ELEITORAL -


SAQUAREMA)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


RECORRENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDO: FRANCISCO JOSE AMORIM
ADVOGADOS: EDUARDO DAMIAN DUARTE - OAB: 106783/RJ e Outros

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 141-42.2016.6.06.0047 - CLASSE 32 - MORADA NOVA-CE (47ª ZONA ELEITORAL - MORADA
NOVA)

RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN


(COM VISTA AO MINISTRO LUIZ FUX)
RECORRENTE: TALVANE ROBSON MOTA DE MOURA
ADVOGADOS: MARIA CLAUDIA BUCCHIANERI PINHEIRO - OAB: 25341/DF e Outros
RECORRIDA: COLIGAÇÃO MORADA NOVA NAS MÃOS DE QUEM TRABALHA
ADVOGADOS: ÉDYPU DE OLIVEIRA LIMA - OAB: 26949/CE e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 143-06.2012.6.12.0008 - CLASSE 32 - CAMPO GRANDE-MS (8ª
ZONA ELEITORAL - CAMPO GRANDE)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADOS: EDSON GIROTO e Outros
ADVOGADOS: JOSÉ VALERIANO DE SOUZA FONTOURA - OAB: 6277/MS e Outras
AGRAVADO: ANDRÉ PUCCINELLI

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ADVOGADOS: LUÍS CLÁUDIO ALVES PEREIRA - OAB: 7682/MS e Outros


AGRAVADO: OTÁVIO AUGUSTO TRAD MARTINS
ADVOGADA: KATARINA DE CARVALHO FIGUEIREDO VIANA - OAB: 10509/MS
AGRAVADA: CARLA CHARBEL STEPHANINI
ADVOGADOS: BRUNO RAMOS ALBUQUERQUE - OAB: 13056/MS e Outros
AGRAVADO: CÍCERO ÁVILA DE LIMA
ADVOGADOS: RODRIGO NASCIMENTO DA SILVA - OAB: 9571/MS e Outros
AGRAVADO: EDIL AFONSO ALBUQUERQUE
ADVOGADOS: RODRIGO DALPIAZ DIAS - OAB: 9108/MS e Outros
AGRAVADO: LAMARTINE SANTOS RIBEIRO
ADVOGADOS: RODRIGO DALPIAZ DIAS - OAB: 9108/MS e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 143-40.2015.6.22.0002 - CLASSE 6 - PORTO VELHO-RO (2ª ZONA
ELEITORAL - PORTO VELHO)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: ARTUSO TRANSPORTE LTDA. ME
ADVOGADOS: COLEMAR JOSÉ DE MOURA FILHO - OAB: 18500/GO e Outra
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 144-92.2016.6.05.0089 - CLASSE 32 - LENÇÓIS-BA (89ª ZONA ELEITORAL - LENÇÓIS)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


(COM VISTA AO MINISTRO CARLOS BASTIDE HORBACH)
RECORRENTE: COLIGAÇÃO LENÇÓIS PODE MAIS
ADVOGADOS: CLÉCIO DA ROCHA REIS - OAB: 16387/BA e Outros
RECORRENTE: MARCOS AIRTON ALVES DE ARAÚJO
ADVOGADOS: GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR - OAB: 25157/DF e Outros
ASSISTENTE DO RECORRENTE: PATRICIO ALVES SÁ
ADVOGADO: JUTAHY MAGALHÃES NETO - OAB: 23066/DF
RECORRIDA: COLIGAÇÃO UNINDO LENÇÓIS
ADVOGADOS: TIAGO LEAL AYRES - OAB: 22219/BA e Outros
RECORRIDO: MINISTERIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDA: COLIGAÇÃO LENÇOIS NO CAMINHO CERTO
ADVOGADOS: CATHARINA AYRES COSTA DE FIGUEIREDO - OAB: 46363/BA e Outra

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 145-73.2012.6.12.0008 - CLASSE 32 - CAMPO GRANDE-MS (8ª
ZONA ELEITORAL - CAMPO GRANDE)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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AGRAVADO: ANDRÉ PUCCINELLI


ADVOGADOS: LUÍS CLÁUDIO ALVES PEREIRA - OAB: 7682/MS e Outros
AGRAVADOS: EDSON GIROTO e Outro
ADVOGADOS: JOSÉ VALERIANO DE SOUZA FONTOURA - OAB: 6277/MS e Outras

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Nº 148-26.2015.6.02.0000 - CLASSE 37 -


MACEIÓ-AL

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


EMBARGANTE: MARCELO GOUVEIA DE OLIVEIRA
ADVOGADOS: MARIA CLAUDIA BUCCHIANERI PINHEIRO - OAB: 25341/DF e Outros
EMBARGADO: GALBA NOVAES DE CASTRO JÚNIOR
ADVOGADOS: CARLOS GUIDO FERRÁRIO LÔBO NETO - OAB: 12922/AL e Outros
EMBARGADO: PARTIDO DEMOCRÁTICO TRABALHISTA (PDT) - ESTADUAL
ADVOGADO: PAULO MEDEIROS - OAB: 8970/AL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 148-38.2016.6.13.0112 -


CLASSE 32 - TOLEDO-MG (112ª ZONA ELEITORAL - EXTREMA)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


EMBARGANTE: COLIGAÇÃO TCH - TOLEDO COM COMPETÊNCIA E HONESTIDADE
ADVOGADOS: PAULO ROBERTO MAIRINQUES - OAB: 49578/MG e Outros
EMBARGADO: EDIO DONIZETI LEME
ADVOGADOS: TARSO DUARTE DE TASSIS - OAB: 84545/MG e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 168-38.2016.6.19.0055 - CLASSE 32 - MARICÁ-RJ (55ª ZONA
ELEITORAL - MARICÁ)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: LUCIANO RANGEL JUNIOR
ADVOGADOS: FILIPE ORLANDO DANAN SARAIVA - OAB: 159011/RJ e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 187-25.2016.6.10.0013 - CLASSE 32 - BACABAL-MA (13ª ZONA ELEITORAL - BACABAL)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


RECORRENTE: JOSÉ VIEIRA LINS
ADVOGADOS: ROBERTO CHARLES DE MENEZES DIAS - OAB: 7823/MA e Outros
RECORRENTE: COLIGAÇÃO BACABAL RUMO AO FUTURO
ADVOGADOS: RODRIGO DE SÁ QUEIROGA - OAB: 16625/DF e Outros

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 1 1

RECORRIDA: COLIGAÇÃO BACABAL RUMO AO FUTURO


ADVOGADOS: BRUNO ANDERSON LIMA COSTA - OAB: 14742/MA e Outros
ADVOGADOS: RODRIGO DE SÁ QUEIROGA - OAB: 16625/DF e Outros
RECORRIDO: JOSÉ VIEIRA LINS
ADVOGADOS: ROBERTO CHARLES DE MENEZES DIAS - OAB: 7823/MA e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 192-57.2016.6.02.0017 - CLASSE 32 - BARRA DE SANTO ANTÔNIO-AL (17ª ZONA ELEITORAL -
SÃO LUÍS DO QUITUNDE)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


RECORRENTES: COLIGAÇÃO CONSTRUINDO COM O POVO 1 e Outros
ADVOGADOS: FABRÍCIO JULIANO MENDES MEDEIROS - OAB: 27581/DF e Outros
RECORRIDA: EMANUELLA CORADO ACIOLI DE MOURA
ADVOGADOS: MILTON GONÇALVES FERREIRA NETTO - OAB: 9569/AL e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 195-76.2016.6.21.0051 -


CLASSE 32 - SÃO LEOPOLDO-RS (51ª ZONA ELEITORAL - SÃO LEOPOLDO)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
EMBARGANTE: COLIGAÇÃO TODOS POR SÃO LEOPOLDO
ADVOGADOS: ALINE DANTAS MULLER NETO - OAB: 65793/RS e Outros
EMBARGADO: ARY JOSE VANAZZI
ADVOGADOS: MARITÂNIA LÚCIA DALLAGNOL - OAB: 25419/RS e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 219-82.2016.6.09.0134 - CLASSE 6 - GOIÂNIA-GO (134ª ZONA


ELEITORAL - GOIÂNIA)

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


AGRAVANTE: PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL (PTN) - MUNICIPAL
ADVOGADOS: COLEMAR JOSÉ DE MOURA FILHO - OAB: 18500/GO e Outro
AGRAVADO: PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT) - MUNICIPAL
ADVOGADOS: GABRIELA MACHADO SILVEIRA BRAGA - OAB: 34549/GO e Outra

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 231-84.2016.6.09.0041 - CLASSE 32 - NIQUELÂNDIA-GO (41ª ZONA ELEITORAL -


NIQUELÂNDIA)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
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RECORRENTE: VALDETO FERREIRA RODRIGUES


ADVOGADOS: GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR - OAB: 25157/DF e Outros
ASSISTENTE DO RECORRENTE: JOSCELINO CORREA DAS NEVES
ADVOGADOS: CAROLINA LOUZADA PETRARCA - OAB: 16535/DF e Outros
RECORRIDA: COLIGAÇÃO NIQUELÂNDIA NAS MÃOS DO POVO
ADVOGADOS: LAUDO NATEL MATEUS - OAB: 20855/GO e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 238-80.2016.6.17.0000 -


CLASSE 32 - RECIFE-PE

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


EMBARGANTE: PARTIDO TRABALHISTA NACIONAL (PTN) - ESTADUAL
ADVOGADOS: MARCELO CAVALCANTI DE SOUSA TENÓRIO - OAB: 19418/PE e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 242-13.2016.6.05.0078 - CLASSE 32 - CAMAMU-BA (78ª ZONA
ELEITORAL - CAMAMU)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


AGRAVANTE: COLIGAÇÃO TRABALHO E COMPROMISSO
ADVOGADOS: LUIZ VIANA QUEIROZ - OAB: 8487/BA e Outros
AGRAVADA: IONÁ QUEIROZ NASCIMENTO
ADVOGADOS: TIAGO LEAL AYRES - OAB: 22219/BA e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 256-17.2012.6.10.0007 - CLASSE 32 - CODÓ-MA (7ª ZONA
ELEITORAL - CODÓ)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


(COM VISTA AO MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO)
AGRAVANTES: FRANCISCO NAGIB BUZAR OLIVEIRA e Outro
ADVOGADOS: JOSÉ LUIZ FERNANDES GAMA - OAB: 7340/MA e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 264-68.2012.6.26.0000 - CLASSE


6 - SÃO PAULO-SP

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


EMBARGANTE: PARTIDO PROGRESSISTA (PP) - ESTADUAL
ADVOGADOS: ANDRÉ MELO AMARO - OAB: 359106/SP e Outros

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 267-33.2016.6.17.0000 - CLASSE 6 - RECIFE-PE

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTE: PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB) - ESTADUAL
ADVOGADOS: MARCELO CAVALCANTI DE SOUSA TENÓRIO - OAB: 19418/PE e Outro
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 274-02.2016.6.26.0153 - CLASSE 32 - MIRANDÓPOLIS-SP (153ª ZONA ELEITORAL -


MIRANDÓPOLIS)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


RECORRENTE: JOSÉ ANTÔNIO RODRIGUES
ADVOGADOS: RICARDO VITA PORTO - OAB: 183224/SP e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 296-78.2016.6.10.0000 - CLASSE 32 - BACABAL-MA (13ª ZONA ELEITORAL - BACABAL)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


RECORRENTE: JOSÉ VIEIRA LINS
ADVOGADOS: ROBERTO CHARLES DE MENEZES DIAS - OAB: 7823/MA e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDA: COLIGAÇÃO BACABAL RUMO AO FUTURO
ADVOGADOS: RODRIGO DE SÁ QUEIROGA - OAB: 16625/DF e Outros

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 310-73.2016.6.24.0032 - CLASSE 32 - TIMBÓ-SC (32ª ZONA ELEITORAL - TIMBÓ)

RELATOR: MINISTRO ADMAR GONZAGA


RECORRENTE: FACEBOOK SERVIÇOS ONLINE DO BRASIL LTDA.
ADVOGADOS: EDUARDO ANTÔNIO LUCHO FERRÃO - OAB: 9378/DF e Outros
RECORRIDA: COLIGAÇÃO AS FAMÍLIAS AMAM TIMBÓ
ADVOGADO: CAROLINA HELOISA GUCHEL BERRI - OAB: 27580/SC

AGRAVO REGIMENTAL NA AÇÃO CAUTELAR Nº 342-17.2014.6.00.0000 - CLASSE 1 - BRASÍLIA-DF

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: PARTIDO TRABALHISTA BRASILEIRO (PTB) - NACIONAL
ADVOGADOS: FRANCISCO QUEIROZ CAPUTO NETO - OAB: 11707/DF e Outros

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL Nº 362-09.2016.6.19.0000 - CLASSE 32 - RESENDE-RJ (31ª ZONA ELEITORAL - RESENDE)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


EMBARGANTE: JEREMIAS CASEMIRO
ADVOGADOS: CIBELE CARVALHO BRAGA - OAB: 153969/RJ e Outro
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 376-58.2016.6.09.0036 - CLASSE 32 - CRISTALINA-GO (36ª ZONA
ELEITORAL - CRISTALINA)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADO: DANTE ANDRADE RIBEIRO
ADVOGADO: HENRIQUE MAMEDE PIRES ATAIDES - OAB: 131775/MG

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 414-18.2015.6.09.0000 -


CLASSE 32 - GOIÂNIA-GO

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


EMBARGANTE: PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PCdoB) - ESTADUAL
ADVOGADOS: BRUNO AURÉLIO RODRIGUES DA SILVA PENA - OAB: 33670/GO e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 461-43.2012.6.15.0060 - CLASSE 6 - CURRAL DE CIMA-PB


(60ª ZONA ELEITORAL - JACARAÚ)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
EMBARGANTE: ANTONIO RIBEIRO SOBRINHO
ADVOGADOS: FÁBIO RAMOS TRINDADE - OAB: 10017/PB e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 468-90.2016.6.26.0156 -


CLASSE 32 - SANTO ANDRÉ-SP (156ª ZONA ELEITORAL - SANTO ANDRÉ)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


(COM VISTA AO MINISTRO ADMAR GONZAGA)
EMBARGANTE: JOSÉ MONTORO FILHO
ADVOGADOS: JOSÉ EDUARDO RANGEL DE ALCKMIN - OAB: 2977/DF e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 492-21.2016.6.26.0156 -


CLASSE 32 - SANTO ANDRÉ-SP (156ª ZONA ELEITORAL - SANTO ANDRÉ)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


(COM VISTA AO MINISTRO ADMAR GONZAGA)

EMBARGANTE: JOSÉ FRANCISCO DE ARAÚJO


ADVOGADOS: JOSÉ EDUARDO RANGEL DE ALCKMIN - OAB: 2977/DF e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 537-31.2016.6.00.0000 - CLASSE 6 - ARAÇARIGUAMA-SP (131ª


ZONA ELEITORAL - SÃO ROQUE)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


AGRAVANTES: ROQUE NORMÉLIO HOFFMANN e Outro
ADVOGADOS: GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR - OAB: 25157/DF e Outros
AGRAVADO: CARLOS ROMERO FRANCISCO DE OLIVEIRA
ADVOGADOS: ANDERSON POMINI - OAB: 299786/SP e Outros
AGRAVADAS: COLIGAÇÃO PARA NOSSA GENTE SER FELIZ OUTRA VEZ e Outra
ADVOGADOS: ANDERSON POMINI - OAB: 299786/SP e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 541-62.2016.6.26.0156 -


CLASSE 32 - SANTO ANDRÉ-SP (156ª ZONA ELEITORAL - SANTO ANDRÉ)

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


(COM VISTA AO MINISTRO ADMAR GONZAGA)
EMBARGANTE: GERALDO APARECIDO JULIANO
ADVOGADOS: CHRISTIANE ARAÚJO DE OLIVEIRA - OAB: 43056/DF e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 569-88.2016.6.21.0020 - CLASSE 32 - ERECHIM-RS (20ª ZONA
ELEITORAL - ERECHIM)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADO: MARIO ROGERIO ROSSI
ADVOGADOS: MARITÂNIA LÚCIA DALLAGNOL - OAB: 25419/RS e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 576-80.2016.6.21.0020 - CLASSE 32 - ITATIBA DO SUL-RS (20ª

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
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ZONA ELEITORAL - ERECHIM)

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADOS: ADRIANA KATIA TOZZO e Outros
ADVOGADOS: GLÁUCIA ALVES CORREIA - OAB: 37149/DF e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 609-07.2016.6.13.0016 - CLASSE 6 - ARAGUARI-MG (16ª ZONA


ELEITORAL - ARAGUARI)

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


AGRAVANTES: RAUL JOSÉ DE BELÉM e Outros
ADVOGADOS: RODRIGO RIBEIRO PEREIRA - OAB: 25882/GO e Outros
AGRAVADOS: COLIGAÇÃO UNIDOS PELO BEM DE ARAGUARI e Outro
ADVOGADOS: PEDRO HENRIQUE OLIVEIRA ASCENÇÃO - OAB: 140252/MG e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 618-03.2016.6.13.0134 - CLASSE 32 - ITAJUBÁ-MG (134ª


ZONA ELEITORAL - ITAJUBÁ)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


EMBARGANTE: JOSÉ FRANCISCO MARQUES RIBEIRO
ADVOGADO: WLADIMIR DE CASTRO RODRIGUES DIAS - OAB: 167556/MG
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
EMBARGADA: COLIGAÇÃO ITAJUBÁ SEGUINDO EM FRENTE NO CAMINHO CERTO
ADVOGADOS: MARIA CLAUDIA BUCCHIANERI PINHEIRO - OAB: 25341/DF e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 618-49.2016.6.08.0002 - CLASSE 32 - CACHOEIRO DE


ITAPEMIRIM-ES (2ª ZONA ELEITORAL - CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM)

RELATOR: MINISTRO TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADA: EDITORA LEIA TUDO LTDA ME
ADVOGADO: JACKSON RANGEL VIEIRA - OAB: 21212/ES
AGRAVADA: JORNAL FOLHA DO ESPÍRITO SANTO (FOLHA ES)

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 822-03.2012.6.16.0070 - CLASSE 32 - JANDAIA DO SUL-PR (70ª ZONA ELEITORAL - JANDAIA
DO SUL)

RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN


(COM VISTA AO MINISTRO ADMAR GONZAGA)

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 1 7

RECORRENTES: DEJAIR VALÉRIO e Outro


ADVOGADOS: GUSTAVO BONINI GUEDES - OAB: 41756/PR e Outros
RECORRENTE: JOSÉ RODRIGUES BORBA
ADVOGADOS: GABRIELA GUIMARÃES PEIXOTO - OAB: 30789/DF e Outros
RECORRIDA: COLIGAÇÃO TRABALHO E TRANSPARÊNCIA
ADVOGADOS: RAFAEL MOREIRA MOTA - OAB: 17162/DF e Outros

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 1003-27.2012.6.26.0134 - CLASSE 32 - SERRA NEGRA-SP (134ª ZONA ELEITORAL - SERRA
NEGRA)

RELATOR: MINISTRO HERMAN BENJAMIN


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
RECORRENTE: DEMÉTRIUS ÍTALO FRANCHI
ADVOGADOS: ADIB KASSAOUF SAD - OAB: 127818/SP e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 1219-43.2014.6.04.0000 - CLASSE 32 - MANAUS-AM

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: PAUDERNEY TOMAZ AVELINO
ADVOGADOS: LUIS FELIPE AVELINO MEDINA - OAB: 6100/AM e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL Nº 1386-60.2014.6.04.0000 - CLASSE 32 - MANAUS-AM

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


EMBARGANTE: GUTEMBERG CASTRO DOS SANTOS
ADVOGADOS: MARCO AURÉLIO DE LIMA CHOY - OAB: 4271/AM e Outros
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL


ELEITORAL Nº 1386-60.2014.6.04.0000 - CLASSE 32 - MANAUS-AM

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


EMBARGANTE: GUTEMBERG CASTRO DOS SANTOS
ADVOGADOS: MARCO AURÉLIO DE LIMA CHOY - OAB: 4271/AM e Outros
EMBARGADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 1 8

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1450-96.2014.6.21.0000 - CLASSE 6 - PORTO ALEGRE-RS

RELATOR: MINISTRO LUIZ FUX


AGRAVANTE: SANDRO ROBERTO CUNHA DA SILVA
ADVOGADO: RODRIGO WALTRICK RIBAS - OAB: 66527/RS

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1543-59.2014.6.21.0000 - CLASSE 6 - PORTO ALEGRE-RS

RELATOR: MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


AGRAVANTE: CLAUDIO RENATO GUIMARÃES DA SILVA
ADVOGADOS: LUIS FERNANDO COIMBRA ALBINO - OAB: 52671/RS e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 1999-09.2014.6.21.0000 - CLASSE 32 - PORTO ALEGRE-RS

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


(COM VISTA AO MINISTRO GILMAR MENDES)
EMBARGANTE: RONALDO NOGUEIRA DE OLIVEIRA
ADVOGADOS: JOELSON COSTA DIAS - OAB: 10441/DF e Outros

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 5406-82.2014.6.26.0000 -


CLASSE 32 - SÃO PAULO-SP

RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER


EMBARGANTE: ANTÔNIO ASSUNÇÃO DE OLIM
ADVOGADOS: BRENNO MARCUS GUIZZO - OAB: 358675/SP e Outros

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Nº 8047-38.2014.6.19.0000 - CLASSE 37 - RIO DE JANEIRO-RJ

RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI


AGRAVANTE: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
AGRAVADO: WILLIAM BELO CAMPOS
ADVOGADOS: GENILDO JOSÉ DOS SANTOS - OAB: 151879/RJ e Outros
AGRAVADOS: MARCELO BEZERRA CRIVELLA e Outro
ADVOGADOS: GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR - OAB: 25157/DF e Outros

Brasília, 14 de dezembro de 2017.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 1 9

JEAN CARLOS SILVA DE ASSUNÇÃO


Assessor-Chefe

SECRETARIA JUDICIÁRIA

Coordenadoria de Registros Partidários, Autuação e Distribuição

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 227/2017 CPADI

PROPAGANDA PARTIDÁRIA Nº 530-39.2016.6.00.0000 BRASÍLIA-DF


REQUERENTE: PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA CRISTÃO (PSDC) NACIONAL
ADVOGADOS: CAIO SILVA MARTINS OAB Nº: 109864/SP E ALEXANDRE FIDALGO OAB Nº: 172.650/SP
MINISTRO ADMAR GONZAGA
PROTOCOLO: 13.606/2016

DECISÃO
O Partido Social Democrata Cristão (PSDC) - Nacional, peticiona, às fls. 371-372, requerendo nova data para veiculação de sua
propaganda partidária, uma vez que se equivocou ao gravar em formato incorreto a mídia eletrônica a ser entregue à Rádio e
Televisão Bandeirantes S/A.
Por decisão de fls. 294-296, determinei, de forma excepcional, que a propaganda partidária em bloco do Partido Social
Democrata Cristão (PSDC), fosse transmitida em 5.12.2017.
A Rádio e Televisão Bandeirantes S/A apresentou petição às fls. 336-337, na qual afirmou, na data da transmissão do programa,
que o PSDC não apresentou o material a ser veiculado na propaganda partidária, infringindo o art. 46, § 5º, da Lei 9.096/95.
É o relatório.
Decido.
Conforme determinado o § 5º, do art. 46, da Lei 9.096/95, "o material de áudio e vídeo com os programas em bloco ou as
inserções será entregue às emissoras com antecedência mínima de 12 (doze) horas da transmissão, podendo as inserções de
rádio ser enviadas por meio de correspondência eletrônica" .
Ademais, o art. 9º da Res.-TSE 20.034 determina que a alteração no horário da transmissão de rádio ou televisão deve ser
requerida a esta Corte Superior com antecedência mínima de cinco dias, o que não foi observado pelo PSDC.
Dessa forma, tendo a Rádio e Televisão Bandeirantes S/A informado a esta Corte Superior que o Partido não apresentou o
material a ser veiculado na propaganda partidária, inércia que foi confirmado a posteriori pela própria agremiação, descabe a
pretensão de nova data para veiculação da propaganda partidária.
Pelo exposto, indefiro o pedido formulado pelo Partido Social Democrata Cristão (PSDC) - Nacional.
Publique-se. Intime-se.

Brasília, 13 de dezembro de 2017.


Ministro Admar Gonzaga
Relator

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 2 0

Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento I

Intimação

PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO Nº 269/2017 SEPROC1

AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 29-56.2016.6.11.0040 - TSE MATO GROSSO -
PRIMAVERA DO LESTE - 40ª ZONA ELEITORAL (PRIMAVERA DO LESTE)
AGRAVANTE: GETÚLIO GONÇALVES VIANA
ADVOGADOS: EZIKELLY SILVA BARROS e Outros
AGRAVADA: COLIGAÇÃO UNIDOS POR PRIMAVERA
ADVOGADOS: RODOLFO SORIANO WOLFF e Outros
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
MINISTRA ROSA WEBER
Protocolo nº 11.559/2016

Fica intimada a Agravada, por seus advogados, para, querendo, apresentar contrarrazões ao Agravo em Recurso Extraordinário
no Recurso Especial Eleitoral Nº 29-56.2016.6.11.0040

DANIEL VASCONCELOS BORGES NETTO


Coordenador de Processamento

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO Nº 271/2017/SEPROC1

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 384-55.2016.6.05.0033 SIMÕES FILHO-BA 33ª Zona Eleitoral (SIMÕES FILHO)
AGRAVANTE: COLIGAÇÃO A FORÇA DO TRABALHO
ADVOGADOS: TIAGO LEAL AYRES - OAB: 22219/BA E OUTROS
AGRAVADOS: DIÓGENES TOLENTINO DE OLIVEIRA E OUTRO
ADVOGADA: DÉBORAH CARDOSO GUIRRA - OAB: 14622/BA
Ministro Luiz Fux
Protocolo: 8.561/2017

DESPACHO

Determino o desentranhamento dos documentos indicados pela Secretaria Judiciária a fls. 216, formando anexo, em
observância ao disposto no art. 7º da Resolução-TSE nº 23.326/2010¹.
Após, dê-se vista à Procuradoria-Geral Eleitoral.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 30 de novembro de 2017.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 2 1

MINISTRO LUIZ FUX


Relator
¹Resolução-TSE nº 23.326/2010. Art. 7º Os documentos sigilosos serão identificados pela expressão "SIGILOSO" , a ser afixada
na primeira folha do documento.
§ 1º Os documentos sigilosos que acompanham petição ou processo serão destacados e acondicionados em anexos lacrados,
lavrando-se certidão circunstanciada.
§ 2º A capa do respectivo processo receberá a identificação "CONTÉM ANEXOS SIGILOSOS" .

Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento II

Intimação

PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO Nº 465/2017 SEPROC2

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO Nº 1131-48.2014.6.06.0000 TSE CEARÁ FORTALEZA


AGRAVANTE: CID FERREIRA GOMES
ADVOGADOS: ANDRÉ GARCIA XEREZ SILVA OAB: 25545/CE e Outros
AGRAVADA: COLIGAÇÃO CEARÁ DE TODOS
ADVOGADOS: WALDIR XAVIER DE LIMA FILHO OAB: 10400/CE e Outros
MINISTRO NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Protocolo nº 4.341/2015

Fica intimada a Agravada, por seus advogados, para, querendo, apresentar contrarrazões ao Agravo Regimental no Recurso
Ordinário nº 1131-48.2014.6.06.0000.

DANIEL VASCONCELOS BORGES NETTO


Coordenador de Processamento

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO Nº 464/2017/SEPROC2/CPRO/SJD

RECURSO ORDINÁRIO Nº 1133-18.2014.6.06.0000 FORTALEZA-CE


RECORRENTE: COLIGAÇÃO CEARÁ DE TODOS
ADVOGADOS: WALDIR XAVIER DE LIMA FILHO - OAB: 10400/CE E OUTROS
RECORRIDOS: CAMILO SOBREIRA DE SANTANA E OUTROS
ADVOGADOS: THIAGO ARAUJO MONTEZUMA - OAB: 23667/CE E OUTROS
RECORRIDO: CID FERREIRA GOMES
ADVOGADOS: GLADSON WESLEY MOTA PEREIRA - OAB: 10587/CE E OUTRAS
RECORRIDO: ARIALDO DE MELLO PINHO
ADVOGADO: FRANCISCO JÓRIO BEZERRA MARTINS - OAB: 12423/CE

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 2 2

RECORRIDA: CHRISTIANNE SILVA SALES


ADVOGADO: MARCOS ANDRÉ SOUSA DA SILVA - OAB: 29346/CE
RECORRIDO: JOSÉ LINHARES PONTE
RECORRIDO: FRANCISCO HONÓRIO PINHEIRO ALVES
ADVOGADOS: ERLON ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA - OAB: 11750/CE E OUTROS
RECORRIDO: FERRÚCIO PETRI FEITOSA
ADVOGADO: MARCOS ANDRÉ SOUSA DA SILVA - OAB: 29346/CE
RECORRIDO: CIRO JOSE FARIAS CÂMARA
ADVOGADO: MARCOS ANDRÉ SOUSA DA SILVA - OAB: 29346/CE
RECORRIDO: ANA AIRTES MARTINS BEZERRA DE SOUSA BRASIL
ADVOGADO: MARCOS ANDRÉ SOUSA DA SILVA - OAB: 29346/CE
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 4.342/2015

Decisão
RECURSO ORDINÁRIO. ELEIÇÕES 2014. CONDUTA VEDADA A AGENTE PÚBLICO. ART. 73, § 4o. DA LEI 9.504/97. DECISÃO
MONOCRÁTICA QUE PROVEU PARCIALMENTE O RECURSO E RECONHECEU A LEGITIMIDADE PASSIVA DA PARTE, APLICANDO A
SANÇÃO DE MULTA. TRANSCURSO IN ALBIS DO PRAZO PARA RECURSO. CERTIFICAÇÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO.
CHAMAMENTO DO FEITO À ORDEM. INFORMAÇÃO DA SECRETARIA CONFIRMANDO O DECURSO DE PRAZO RECURSAL.
ARQUIVAMENTO DO FEITO.
1. O TRE do Ceará julgou parcialmente procedente o pedido da Representação proposta pela COLIGAÇÃO CEARÁ DE TODOS,
com base na prática de conduta vedada (art. 73, inciso VI, alínea "b" da Lei 9.504/97), na qual foi reconhecida na origem a
prática de publicidade institucional em período vedado, tendo sido condenado apenas o representado FERRÚCIO PETRI
FEITOSA, então Secretário Especial da Copa do Estado do Ceará, ao pagamento de multa no valor de 5 mil Ufirs.
2. Desse acórdão a COLIGAÇÃO CEARÁ DE TODOS interpôs Recurso Especial (fls. 484-502), com base no art. 276, I, "a" e "b" do
CE, tendo sido negado seu seguimento pela Presidência da Corte a quo
(fls. 504-505), decisão essa que foi agravada pela parte.
3. Por meio da decisão monocrática (fls. 584-605), a eminente Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA deu provimento ao
Agravo interposto pela COLIGAÇÃO CEARÁ DE TODOS para receber o Recurso Especial aviado como Recurso Ordinário. Ato
contínuo, proveu parcialmente o apelo para reconhecer a legitimidade passiva do representado CID FERREIRA GOMES e aplicar-
lhe multa no valor de 5 mil Ufirs, em virtude da prática de publicidade institucional em período vedado.
4. Essa decisão foi disponibilizada no DJe no dia 15.8.2016, considerando-se publicada, de acordo com a certidão de fls. 607, no
dia 16.8.2016. Ainda segundo tal certidão, decorreu o prazo legal para recurso dia 19.8.2016, sem que houvesse a manifestação
da parte.
5. Após ciência do MPE (fls. 608), o decisum transitou em julgado em 31.8.2016 (fls. 609).
6. Em 12.9.2016, CID FERREIRA GOMES protocolou petição de chamamento do feito à ordem, defendendo a interposição
tempestiva de Pedido de Reconsideração Convolável em Agravo Regimental. Aduz que o referido recurso teria sido protocolado
em 18.8.2016 às 14:53:31 através do sistema de peticionamento eletrônico disponibilizado no site deste egrégio tribunal (fls.
610). Anexa documentos, requerendo a invalidação do trânsito em julgado do processo e pugnando pelo normal
impulsionamento da lide.
7. Instada a se manifestar sobre os fatos noticiados pela parte, a Secretaria Judiciária deste Tribunal, em informação constante
das fls. 617-623, posicionou-se da seguinte maneira:
Diversamente do que afirmado pela parte, a petição protocolada sob o número 7.363/16 foi expressamente apresentada, na
data e na hora por ela declinados, como recurso à decisão monocrática exarada pela então relatoria, a Excelentíssima Senhora
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA nos autos de outro processo - o Recurso Ordinário 0001131-48.2014.6.06.0000 -, no
qual CID FERREIRA GOMES também é parte.
De se esclarecer que ambos os feitos - o Recurso Ordinário 0001133-18.2014.6.0000 e o Recurso Ordinário 0001131-48.2014.6.
06.0000 - tiveram decisões da Ministra MARIA THEREZA dando parcial provimento aos recursos interpostos, na origem, pela
COLIGAÇÃO CEARÁ DE TODOS.
para, reconhecendo a legitimidade passiva do representado CID FERREIRA GOMES, aplicar-lhe a sanção de multa no valor de
cinco mil UFIRs, com base no art. 73, § 4o., da Lei 9.504/97.

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Logo, foram duas decisões contrárias aos interesses da parte, em processos distintos, ao passo que, de modo incontroverso,
houve a interposição de apenas uma peça de natureza recursal, expressamente vinculada ao Recurso Ordinário 0001131-
48.2014.6.06.0000, fato facilmente aferível da folha de rosto da petição em análise.
Dessa forma, este Coordenador ratifica os procedimentos realizados pela Seção de Processamento II, especialmente quanto ao
acerto da juntada do protocolo 7.363/2016 ao Recurso Ordinário 0001131-48.2014.6.0000 e à certificação de decurso de prazo
para recurso no Recurso Ordinário 0001133-18.2014.6.0000 (fls. 617).
8. Verifica-se, assim, não proceder a irresignação da parte, tendo em vista a confirmação do trânsito em julgado da decisão
proferida monocraticamente nestes autos pela então Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA.
9. Após o decurso do prazo recursal, remetam-se os autos à origem.
10. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 11 de dezembro de 2017.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Ministro Relator

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 51-53.2014.6.21.0090 GUAÍBA-RS 90ª Zona Eleitoral (GUAÍBA)


RECORRENTE: GILVAN NAIBERT E SILVA
ADVOGADO: GILVAN NAIBERT E SILVA - OAB: 90977/RS
INTERESSADA: UNIÃO
ADVOGADA: ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 15.806/2016

Decisão
ELEIÇÕES 2012. RECURSO ESPECIAL. Ação Penal. AUSÊNCIA DE ESTRUTURA DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO NA
LOCALIDADE. nomeação de defensor dativo. verba honorária. ÔNUS DO Poder Executivo Federal. INCOMPETÊNCIA DO TSE
PARA definir PARÂMETROS PARA FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Reexame. Incidência do enunciado 24 da súmula
do tse. RECURSO ESPECIAL AO QUAL SE nega seguimento.
1. Trata-se de Recurso Especial interposto por GILVAN NAIBERT E SILVA, fundamentado nos arts. 121, § 4o., incisos I e II da CF e
276, inciso I, alíneas "a" e "b" do CE, do acórdão do TRE do Rio Grande do Sul que, dando parcial provimento ao Recurso
Eleitoral, majorou os honorários advocatícios arbitrados em virtude da atuação do ora recorrente em processo-crime na
condição de Advogado Dativo, totalizando o montante de R$ 2.684,15, equivalente a 5 vezes o valor máximo constante para
Ações Criminais na Res. 305/14 do Conselho da Justiça Federal, não tendo sido aplicado os valores constantes da tabela de
honorários da OAB/RS. O acórdão regional está assim ementado:
Recurso. Defensor Dativo. Honorários. Processo criminal eleitoral. Apelo que versa sobre os parâmetros para fixação dos
honorários de Defensor Dativo com atuação em feito criminal eleitoral. Pretensão de que o valor seja estabelecido de acordo
com a tabela da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Rio Grande do Sul.
Matéria já enfrentada por esta Corte. Entendimento no sentido de que a fixação do quantum remuneratório tem como base a
tabela disposta no Anexo Único da Res. 305/14 do Conselho da Justiça Federal. Valor ajustável conforme o grau de zelo do
profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza e importância da causa, o trabalho realizado e o tempo despendido
para o serviço. Critérios a serem observados casuisticamente, de modo a alcançar a justa remuneração.
Considerada a atuação do Advogado perante esta Corte, merece majoração a quantia estabelecida pelo Juízo a quo. Fixação da
verba honorária no equivalente a cinco vezes o teto para Ações Criminais, disposto na citada Res. 305/14.
Provimento parcial (fls. 263).
2. Os Aclaratórios opostos às fls. 273-283 foram rejeitados pelo acórdão de fls. 324-326.
3. Em suas razões de Apelo Nobre, o recorrente aduz, em suma, que a Corte Regional violou o § 1o. do art. 22 da Lei 8.906/94
(Estatuto da Advocacia), na medida em que adotou como base para fixar os honorários advocatícios a tabela disposta no Anexo
Único da Res. 305/14 do Conselho da Justiça Federal, quando deveria ter sido adotada a tabela da OAB da respectiva seccional,
haja vista ter sido nomeado como Defensor Dativo em virtude da impossibilidade de a Defensoria Pública atuar no feito.
4. Nesse norte, GILVAN NAIBERT E SILVA defende que, tendo em vista que a Res. 305/14 do CJF trata de ato administrativo, ela
não deveria se sobrepor ao mencionado § 1o. do art. 22 da Lei 8.906/94, que possui a seguinte redação:
Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados

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por arbitramento judicial e aos de sucumbência.


§ 1o. O Advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da
Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo Juiz, segundo tabela organizada
pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.
5. No ponto, a fim de demonstrar a ocorrência do dissídio jurisprudencial, o recorrente colacionou julgados desta Corte
Superior, dos Tribunais Regionais Eleitorais de Santa Catarina, do Paraná, de Sergipe, do Maranhão e do Rio Grande do Sul, bem
como do STJ.
6. Pugna GILVAN NAIBERT E SILVA pelo conhecimento e pelo provimento do Apelo Nobre, para que seja reformado o acórdão
recorrido, a fim de que sejam adotados, como parâmetro para fixar os honorários advocatícios, os valores constantes da tabela
da OAB/RS, cujo montante devido, na espécie, tendo em vista os atos processuais praticados, é de R$ 22.500,00, no qual deve,
inclusive, incidir juros e correção monetária.
7. O Recurso Especial foi admitido pela Presidência do TRE do Rio Grande do Sul, conforme a decisão de fls. 372-372v.
8. A douta PGE, em parecer da lavra do ilustre Vice-Procurador-Geral em substituição, FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA
SANSEVERINO, pronunciou-se pelo desprovimento do recurso (fls. 378-382).
9. Por meio do despacho de fls. 384-385, exarado em 31.10.2017, o Juiz Auxiliar, DIEGO CÂMARA, chamou o feito à ordem e
determinou a intimação da União para integrar a presente demanda, ofertando-lhe o prazo de 3 dias, para, querendo,
apresentar contrarrazões ao Apelo Nobre.
10. Em atendimento ao despacho, a União apresentou contrarrazões às fls. 390-397.
11. Era o que havia de relevante para relatar.
12. Verifica-se a tempestividade, o interesse e a legitimidade recursal, atuando o recorrente em causa própria.
13. Cuida-se de Recurso Especial interposto do acórdão do TRE do Rio Grande do Sul, que majorou os honorários advocatícios
arbitrados em virtude de o ora recorrente ter atuado em processo-crime na condição de Advogado Dativo, com base nos
parâmetros definidos na tabela disposta no Anexo Único da Res. 305/14 do Conselho da Justiça Federal, em detrimento da
utilização dos valores constantes da tabela da OAB/RS.
14. No acórdão recorrido, a Corte Regional concluiu que utilizar o valor total da tabela da OAB/RS - sem nenhum tipo de
ponderação e sem que se leve em conta fatores como o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza, a
complexidade e a importância da causa, os pormenores do trabalho realizado pelo Advogado e o tempo despendido na
execução do serviço - acabaria por transferir à União um encargo demasiadamente oneroso, motivo pelo qual os valores
estipulados na tabela da OAB servem para auxiliar os Juízes na fixação dos honorários e os Advogados em seus pedidos,
devendo-se considerar que a tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB tem natureza orientadora, não vinculando o
Julgador, que deve ser ajustável à realidade fática de cada caso.
15. Na ocasião, colacionaram-se julgados do próprio TRE do Rio Grande do Sul e do STJ que dão guarida ao referido
entendimento.
16. Nas razões do Recurso Especial, GILVAN NAIBERT E SILVA alega que o caso em tela requer a aplicação do § 1o. do art. 22 da
Lei 8.906/94, o que impõe o uso dos parâmetros mínimos definidos na tabela da OAB/RS, com a finalidade de fixar os
honorários advocatícios na hipótese de atuação como Defensor Dativo.
17. Pois bem. Esta Corte Superior, no julgamento do PA 202-36/SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 29.6.2012, concluiu que não
cabe ao TSE regulamentar o pagamento dos honorários advocatícios devidos aos Defensores Dativos nomeados pelo Juiz
Eleitoral, pois tal verba deve ser paga pelo Poder Executivo Federal, que mantém, administra e dirige a DPU, órgão incumbido
de prestar assistência jurídica aos necessitados perante esta Justiça Eleitoral, conforme determina a LC 80/94. Confira-se, para
tanto, o julgado a seguir:
JUSTIÇA ELEITORAL. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. ADVOGADO DATIVO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
REGULAMENTAÇÃO. CUSTEIO. PODER EXECUTIVO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ELEITORAL.
1. Não cabe ao TSE regulamentar o pagamento dos honorários advocatícios devidos aos Defensores Dativos nomeados pelo Juiz
Eleitoral. Precedentes.
2. Pedido não conhecido (PA 202-36/SP, Rel. Min. Fátima Nancy Andrighi, DJe 29.6.2012).
18. No ponto, frise-se que tanto o STF quanto o STJ adotam o entendimento supramencionado de que o ônus do pagamento
das verbas honorárias aos Defensores Dativos é da Fazenda Pública, o que reforça a incompetência desta Corte Superior para
definir parâmetros para fixar os valores devidos a título de honorários advocatícios. Vejam-se os seguintes precedentes:
EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Processo criminal. Réu pobre. Defensor Dativo. Nomeação.
Honorários de Advogado. Verba devida pela Fazenda Estadual. É devida pela Fazenda Estadual a verba honorária aos
Defensores Dativos nomeados em processos criminais para prestarem serviços de atribuição do Estado.
2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé.
Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2o., c.c. os arts. 14, II e III, e 17, VII do CPC. Quando abusiva a interposição de

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Agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado (STF RE
225.651/SP AgR, Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJ 4.3.2005).
???
EMBARGOS À EXECUÇÃO. DEFENSOR DATIVO. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ÔNUS DO ESTADO.
I - O Advogado nomeado Defensor Dativo, em processos em que figure como parte pessoa economicamente necessitada, faz
jus a honorários, cabendo à Fazenda o ônus pelo pagamento. Precedentes: REsp 493.003/RS, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, DJ de 14.8.2006; REsp 602.005/RS, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 26.4.2004; RMS 8.713/MS, Rel. Min. HAMILTON
CARVALHIDO, DJ de 19.5.2003 e AgRg no REsp 159.974/MG, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJ de 15.12.2003.
II - Agravo Regimental improvido (STJ AgRg no REsp 1.041.532/ES, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, DJe 25.6.2008).
19. Ademais, ainda que assim não fosse, cabe ressaltar que a remansosa jurisprudência do STJ somente admite a modificação
dos valores fixados a título de honorários advocatícios em âmbito extraordinário na hipótese em que o montante arbitrado é
irrisório ou exorbitante e, mesmo em tais casos excepcionais, exige-se que as instâncias ordinárias não tenham emitido
concreto juízo de valor sobre o tema. A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE COBRANÇA DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - VALORES FIXADOS
PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS - PARÂMETROS - TRABALHO E COMPLEXIDADE DO FEITO - QUANTUM IRRISÓRIO - SÚMULA 7
DO STJ - VINCULAÇÃO À TABELA DA OAB - INEXISTÊNCIA. IRRESIGNAÇÃO DA AUTORA DA AÇÃO.
1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça só permite modificar os valores fixados a título de honorários advocatícios se
estes se mostrarem irrisórios ou exorbitantes, exigindo-se, ainda, que as instâncias ordinárias não tenham emitido concreto
juízo de valor sobre o tema. Do contrário, o Recurso Especial queda obstado pelo texto cristalizado na Súmula 7/STJ.
2. Não há vinculação da fixação dos honorários advocatícios aos padrões estabelecidos pela tabela da Ordem dos Advogados do
Brasil, quando se tratar de ação de cobrança de verba honorária, pois a avaliação do grau de zelo e a exigência da causa
também se encontram contempladas no art. 22 da Lei 8.906/94, havendo menção, inclusive, de que o quantum remuneratório
será compatível com o trabalho e o valor econômico da questão. Precedentes.
3. Agravo Regimental desprovido (AgRg no REsp 1.087.548/SP, Rel. Min. MARCO BUZZI, DJe 31.5.2013).
20. Na espécie, constata-se que o acórdão proferido pela Corte Regional se imiscuiu em todos os fatores que incidem no
balizamento dos honorários advocatícios, tendo realizado verdadeiro juízo concreto de valor acerca do multicitado
arbitramento. Confira-se:
De qualquer forma, concluo que o recurso comporta parcial provimento. O valor de R$ 1.450,00 fixado pelo Juízo a quo merece
majoração. Há de se considerar a atuação do recorrente perante esta Corte, inclusive a realização de sustentação oral. Como
marco legal referencial, o art. 85 do CPC de 2015 indica que a fixação de honorários advocatícios, quando não possível mensurá-
los sobre o valor atualizado da causa, deve atender o grau de zelo do profissional, o lugar da prestação de serviço, a natureza e
a importância da causa, bem como o trabalho realizado e o tempo exigido para o serviço.
E, em resumo, GILVAN NAIBERT E SILVA foi nomeado pelo Juízo Eleitoral da 90a. Zona Eleitoral - Guaíba - para a defesa de
acusado do crime tipificado no art. 39, § 5o., inc. II da Lei 9.504/97, prática de boca de urna durante as eleições de 2012. A pena
para o delito é a de detenção, de seis meses a um ano, com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo
período, e multa no valor de cinco mil a quinze mil Ufirs.
No processo, que se iniciou em novembro de 2012, o Defensor ofereceu resposta à acusação, compareceu em audiência e
apresentou memoriais, tendo sido prolatada sentença de procedência da denúncia, com a condenação do réu e interposição de
Recurso Criminal. Nas razões recursais, entre outras teses, foi alegada e deferida a nulidade da sentença. Por ocasião do
julgamento no grau recursal, GILVAN realizou sustentação oral.
O Tribunal Regional Eleitoral acolheu a preliminar de nulidade da intimação, determinando o retorno dos autos à origem. Nova
sentença do Juízo a quo declarou a extinção da punibilidade do réu, com decisão transitada em julgado.
Nessa linha, e a título de desfecho, incorporo nas razões de decidir a fundamentação trazida pela Dra. GISELE ANNE VIEIRA DE
AZAMBUJA, durante o julgamento do multicitado RE 120-07:
É importante registrar, assim como já o fez o Relator, que na ausência de regulamentação sobre a fixação de honorários na
Justiça Eleitoral, o TSE acabou por concluir que compete ao Poder Executivo Federal - Poder que recolhe as custas judiciais,
mantém, dirige e administra a Defensoria Pública da União - o pagamento de honorários a Advogado Dativo, motivo pelo qual a
matéria não poderia ser regulamentada pela Justiça Eleitoral. Ou seja, em última análise, cabe à União o pagamento da referida
verba honorária. Consequentemente, utilizar o valor total da tabela da OAB-RS, tal como sugere o eminente Relator, sem que se
faça nenhum tipo de ponderação, sem que se leve em conta fatores como o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do
serviço, a natureza, complexidade e importância da causa, os pormenores do trabalho realizado pelo Advogado e o tempo
despendido na execução do serviço, acabaria por transferir à União um encargo demasiadamente oneroso. Não desconheço
que a Constituição Federal garante que o Estado dará assistência jurídica gratuita para as pessoas com insuficiência econômica,
o que deve ocorrer por meio da Defensoria Pública da União, nos feitos junto à Justiça Eleitoral, nos termos dos arts. 5o., inciso
LXXIV, e 134, bem como dos arts. 1o. e 14 da Lei Complementar 80/94. Também não ignoro a realidade vivenciada em diversas
localidades nas quais inexiste Defensoria Pública da União, tornando necessária a indicação de Advogados Dativos para atender

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à demanda por assistência judiciária gratuita, garantindo o direito constitucional da ampla defesa àqueles que se encontram
desprovidos de recursos. Todavia, aplicar a tabela da OAB sem que haja prévia e minuciosa análise do trabalho desenvolvido
pelo Causídico, acabaria, como já referi, por sobrecarregar financeiramente a União, responsável pelo pagamento dos referidos
honorários. Reconheço que a causa é controvertida, motivo pelo qual é louvável a saída posta pelo ilustre Relator. No entanto,
entendo que o caminho que vem sendo utilizado por esta Casa é o melhor a ser trilhado. Ou seja, vejo que a decisão de 1o. grau
acompanhou a jurisprudência deste Regional, arbitrando honorários no dobro do valor máximo atribuído pela Resolução
558/07, do Conselho da Justiça Federal, para a atuação em feitos criminais. Acredito e espero que em casos futuros, por meio
da análise dos fatores já elencados, como o grau de zelo profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza, complexidade
e importância da causa, os pormenores do trabalho realizado pelo Advogado e o tempo despendido na execução do serviço,
possamos vir inclusive a majorar tal valor (fls. 268-269).
21. Tal incursão no contexto fático-probatório dos autos se mostra vedada em âmbito de Recurso Especial, conforme o
enunciado sumular 24 do TSE.
22. Por pertinente, colaciona-se o seguinte precedente do STJ:
Processual Civil. Recurso Especial. Honorários advocatícios. Arbitramento. Tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.
Vinculação do Juiz. Inadmissibilidade. Valor. Reexame de fatos e provas.
O art. 22, § 2o. da Lei 8.906/94 não pode ser visto isoladamente, devendo ser interpretado de forma sistemática,
contextualizado com os regramentos do Código de Processo Civil para a espécie, com a praxe profissional e com as
circunstâncias fáticas específicas da questão em concreto.
A tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB tem, para fins de arbitramento de honorários advocatícios, natureza
orientadora, não vinculando o Julgador, que poderá dela se utilizar como parâmetro, ou, ainda, como mero indicativo inicial de
valores usualmente percebidos pelos Advogados, ajustáveis, no entanto, à realidade fática sob exame.
A existência de 19 ações em curso, em diversas fases, nas quais se buscava proveito econômico variável e a completa
indefinição quanto aos resultados que seriam alcançados, nem tampouco a complexidade e o esforço que demandariam do
Advogado, foram elementos apreciados pelo Juiz e pelo TJ/PE, no arbitramento dos honorários advocatícios.
É inadmissível o reexame de fatos e provas em Recurso Especial.
Recurso Especial ao qual se nega provimento (REsp 767.783/PE, Rel. Min.b NANCY ANDRIGHI, DJe 3.2.2010).
23. Ante o exposto, nos termos do § 6o. do art. 36 do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nega-se seguimento ao
Recurso Especial.
24. Publique-se. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 11 de dezembro de 2017.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Ministro Relator

RECURSO ORDINÁRIO Nº 4-52.2015.6.02.0000 MACEIÓ-AL


RECORRENTE: MARCOS JOSÉ DIAS VIANA FILHO
ADVOGADOS: MÁRCIO CÁSSIO MEDEIROS GÓES JÚNIOR - OAB: 8266/AL E OUTROS
RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
RECORRIDO: JUDSON CABRAL DE SANTANA
ADVOGADOS: DELSON LYRA DA FONSECA - OAB: 7390/AL E OUTROS
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 694/2017

Decisão
ELEIÇÕES 2014. RECURSO ORDINÁRIO. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO (AIME). DEPUTADO ESTADUAL.
CONDENAÇÃO PELO TRIBUNAL REGIONAL. PRELIMINARES REJEITADAS. MÉRITO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO COM
REPERCUSSÃO EM ABUSO DO PODER ECONÔMICO. CARÊNCIA DE SUFICIENTE DEMONSTRAÇÃO DA ALEGADA INFRAÇÃO
ELEITORAL, EM FACE DA INCONSISTÊNCIA DA PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. AUSÊNCIA DE GRAVIDADE DA
CONDUTA PARA DAR SUPORTE À CASSAÇÃO DO DIPLOMA. PROVIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO PARA JULGAR
IMPROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS NA AIME.
1. Há significativa e incontornável diferença entre a decisão que peca pela inexistência de alicerces jurídicos e aquela que traz
resultado desfavorável à pretensão do litigante. Inexistência de afronta aos arts. 1.022 e 489, § 1o., inciso IV

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do CPC.
2. De acordo com o atual entendimento deste Tribunal, não devem ser consideradas ilícitas as provas colhidas pelo MP no
âmbito de inquérito civil ou procedimento preparatório eleitoral. Precedentes: REspe 545-88/MG, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, DJe 4.11.2015; AgR-REspe 1314-83/PI, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 11.3.2016; AgR-RO 4981-09/AM, Rel. Min.
LUIZ FUX, DJe 27.10.2016.
3. A cassação de mandato eletivo não pode estar amparada unicamente em prova testemunhal que, de alguma forma, possa vir
a ser atribuída a trabalho de cooptação feito por adversários políticos do recorrente, devendo, ao revés, estar calcada em prova
robusta, cabal, que não deixe dúvidas acerca da prática do abuso de poder por meio da captação ilícita de sufrágio. Ademais, a
prova testemunhal não se isenta da mancha da incerteza, pois sujeita à interpretação subjetiva de seu prestador, também
alcançável a sua cognição por influência ambiental, social e psicológica adversa.
4. Hipótese em que, diversamente do que assentado pelo Tribunal a quo, a análise dos depoimentos testemunhais reduzidos a
termo ou constantes das mídias encartadas nos autos aponta que eles não são capazes de atestar, com o grau de certeza
necessário, o vínculo do recorrente com o aventado esquema de captação ilícita de sufrágio praticado com abuso do poder
econômico, que teria sido levado a efeito no Município de União dos Palmares/AL em prol de sua candidatura.
5. Deve-se anotar que a atuação de cabos eleitorais em campanhas políticas não constitui, por si só, atividade ilícita a desafiar a
imposição de reprimendas, pois se trata de prática consentida pela Legislação Eleitoral e mesmo essencial à divulgação dos
nomes, dos programas e das plataformas dos candidatos e dos Partidos Políticos. Não há como imaginar uma campanha
eleitoral sem a presença de cabos eleitorais, recrutados tanto nas hostes partidárias, como também fora delas.
6. Não bastasse isso, a procedência da AIME exige a demonstração de que os fatos foram potencialmente graves a ponto de
ensejar o desequilíbrio no pleito (RO 6213-34/MS, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, DJe 24.3.2014), o que não se observou na espécie.
7. Recurso Ordinário a que se dá provimento, a fim de se julgar improcedentes os pedidos formulados na AIME.
_1. Trata-se de Recurso Ordinário, com pedido de efeito suspensivo, interposto por MARCOS JOSÉ DIAS VIANA FILHO, com
fundamento nos arts. 121, § 4o., inciso IV da CF, 276, inciso II, alínea "a" e 257, § 2o. do CE, de acórdão do TRE de Alagoas que
julgou procedente pedido formulado em Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) ajuizada pelo MPE com base no art.
14, § 10 da CF. O acórdão recorrido está assim ementado:
AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO - AIME. ELEIÇÕES 2014. CARGO. DEPUTADO ESTADUAL. ABUSO DO PODER
ECONÔMICO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. EXISTÊNCIA DE GRAVIDADE. PEDIDO DE CASSAÇÃO DE MANDATO. PEDIDO
JULGADO PROCEDENTE.
1. Os testemunhos colhidos em Juízo, coesos e sem contradições, comprovam que se realizou um grande esquema de compra
de votos no Município de União dos Palmares, durante a campanha eleitoral de 2014, tendo como um dos beneficiados o
candidato impugnado, eleito ao cargo de Deputado Estadual.
2. Os fatos ficaram comprovados no caderno probatório e, em face de sua gravidade, são suficientemente aptos a configurar o
abuso do poderio econômico.
3. O vocábulo corrupção (art. 14, § 10 da CF/88) constitui gênero de abuso do poder político e deve ser entendido em seu
significado coloquial, albergando condutas que atentem contra a normalidade e o equilíbrio do pleito.
4. A partir do acréscimo do inciso XVI, na LC 64/90, pelo art. 2o. da LC 135/10, não cabe mais considerar a potencialidade de o
fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam.
5. Pedido julgado procedente para cassar o diploma do impugnado (fls. 753-754).
2. Os Embargos de Declaração opostos a esse aresto foram rejeitados (fls. 849-858).
3. Nas razões do Recurso Ordinário (fls. 862-881), o recorrente apresenta as seguintes alegações, em síntese:
a) não apreciação, pelo Tribunal a quo, das teses de defesa veiculadas nos Embargos Declaratórios, as quais teriam por fim
afastar a conclusão do Julgador - violação ao disposto nos arts. 1.022 e 489,
§ 1o., inciso IV do CPC;
b) impossibilidade de utilização, em matéria eleitoral, de prova colhida em procedimento inquisitorial - afronta ao art. 105-A da
Lei 9.504/97;
c) impossibilidade de produção pelo recorrente de prova negativa do seu vínculo com o terceiro apontado operador da suposta
compra de votos - violação do art. 373, § 3o., inciso II do CPC;
d) inexistência do ilícito em si: acórdão que se sustenta em mera suposição do envolvimento do recorrente na prática de
compra de votos, ou mesmo de que ele tivesse prévio conhecimento/anuência do alegado esquema de captação de votos;
e) inexistência de abuso do poder econômico entrelaçado com corrupção eleitoral, tendo em vista a ausência dos requisitos
exigidos pela jurisprudência, quais sejam, a prova da circulação de bens e seu emprego desproporcional.
4. Requer, ao final, o conhecimento e provimento do Recurso Ordinário, para que seja julgada improcedente a AIME.
5. Em contrarrazões, o MPE pugna pelo desprovimento do Recurso Ordinário, defendendo, em suma, o que se segue:

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(...) a prova testemunhal colhida em Juízo confirmou o relato inicial. As testemunhas confirmaram que receberam oferta de
dinheiro em troca de seus votos e da arregimentação de outros tantos eleitores para o comércio de votos, certificaram que o
comércio dos votos seria em prol do impugnado MARQUINHOS MADEIRA e deram detalhes do esquema comandado por
EDVALDO (IOMAR RODRIGUES DOS SANTOS).
Comprovou-se, assim, a prática de corrupção eleitoral entrelaçada com o abuso do poder econômico. E, nos termos do art. 14,
§ 10 da CF, a corrupção eleitoral já é, por si só, fundamento para a impugnação do mandato eletivo (fls. 892-893).
6. Por decisão deste Relator (fls. 904-905), o pedido de efeito suspensivo ao presente recurso foi deferido, tendo em vista o
disposto no
§ 2o. do art. 257 do CE, acrescido pela Lei 13.165/15.
7. A douta PGE, em parecer de lavra do ilustre Vice-Procurador-Geral Eleitoral Substituto, FRANCISCO DE ASSIS VIEIRA
SANSEVERINO, manifestou-se pelo desprovimento do Recurso Ordinário (fls. 911-928).
8. Era o que havia de relevante para relatar.
9. O Recurso Ordinário é tempestivo. O acórdão dos Embargos de Declaração foi publicado em 9.12.2016, sexta-feira (fls. 859),
e o presente recurso, interposto em 14.12.2016, quarta-feira (fls. 861), em petição subscrita por Advogado constituído nos
autos (fls. 105).
10. De acordo com o disposto nos arts. 121, § 4o., inciso IV da CF e 276, II, "a" do CE e em conformidade com o entendimento
deste Tribunal, afigura-se cabível a interposição de Recurso Ordinário em face de decisão proferida por Corte Regional Eleitoral
em ação cuja procedência acarrete a cassação de diploma ou mandato obtido em eleição estadual - no caso, nas eleições de
2014.
11. No caso, o TRE de Alagoas entendeu pela procedência do pedido formulado na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo
apresentada pelo MPE em desfavor de MARCOS JOSÉ DIAS VIANA FILHO, diplomado no cargo de Deputado Estadual, ao
fundamento de que a análise da situação posta na inicial, juntamente com as provas testemunhais carreadas aos autos, teria
sido suficiente para demonstrar não só a prática, como também a gravidade dos ilícitos que ensejaram a referida ação -
captação ilícita de sufrágio praticada com abuso do poder econômico.
12. Os Embargos de Declaração opostos foram rejeitados; donde o presente Recurso Ordinário, cujas razões ora se passa a
analisar.
PRELIMINAR 1
AFRONTA AOS ARTS. 1.022
E 489, § 1o., IV DO CPC
13. Nas razões de Recurso Ordinário, alegam os recorrentes, em preliminar, a violação ao disposto nos arts. 1.022 e 489, § 1o.,
inciso IV do CPC, tendo em vista a subsistência de omissões e contradições no julgado do Tribunal Regional quanto a pontos
fundamentais da lide sobre os quais não poderia ter deixado de se manifestar, quais sejam:
a) omissão no que se refere à comprovada e reconhecida animosidade política entre o recorrente e o candidato a Governador
BENEDITO DE LIRA, os quais, até mesmo em razão desse fato, não fizeram dobradinha para o pleito de 2014;
b) contradição no acórdão regional, pois, mesmo se tendo assentado nos autos que o operador da suposta compra de votos
não trabalhou para o recorrente e que os demais apontados beneficiários do ilícito eram seus adversários políticos, o Tribunal a
quo concluiu que o comércio de votos se deu em prol do impugnado MARQUINHOS MADEIRA;
c) contradição interna verificada na impossibilidade de condenação por abuso do poder econômico sem a comprovação de ter
sido despendida qualquer quantia em dinheiro; e
d) omissão quanto à suposta afronta ao art. 373, § 3o., inciso II do CPC ocorrida na espécie, em razão de não ser possível ao
recorrente produzir prova negativa do seu vínculo com o apontado operador da compra de votos.
14. Não assiste razão, entretanto, ao recorrente, porque não há omissões e contradições a serem sanadas no aresto prolatado
pelo
TRE de Alagoas, que se pronunciou de forma clara e suficiente sobre as questões submetidas à sua análise. Destacam-se do
acórdão dos Embargos Declaratórios os seguintes excertos:
O embargante alega existir uma suposta animosidade política com a família Lira, e, portanto, sustenta ser impossível a
formação de uma dobradinha com o candidato ao Governo BENEDITO DE LIRA, a indicar uma contradição no julgado. Contudo,
ainda que comprovada essa animosidade, o que não foi, tal situação não importaria, por si só, em alteração do julgado, na
medida em que não impediria, como de fato não impediu, a atuação do cabo eleitoral em prol de ambos os candidatos, já que,
tratando-se de cargos diversos não haveria a disputa do voto do eleitor. (...) a atuação de IOMAR RODRIGUES DOS SANTOS se
deu como mercador de votos, dissociada de qualquer afinidade política ou manifestação de apoio a este ou aquele candidato.
Desse modo, a existência ou não de aliança política entre os beneficiários da corrupção eleitoral não seria determinante para a
conclusão do julgado, à vista dos motivos invocados (fls. 853-854).
15. A propósito, o mero inconformismo quanto à interpretação dada pelo TRE à conduta praticada por IOMAR RODRIGUES DOS

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SANTOS (EDVALDO), em benefício da candidatura do recorrente, não enseja a oposição do recurso integrativo. É dizer: há
significativa distinção entre o decisum que peca pela inexistência de alicerces jurídicos e aquele que traz resultado desfavorável
à pretensão do litigante.
16. Nessas condições, não há falar em ofensa aos arts. 1.022 e 489, § 1o., inciso IV do CPC.
17. Ressalte-se, por oportuno, que as alegações - (a) de contradição decorrente da impossibilidade de condenação por abuso do
poder econômico sem que fosse comprovado o dispêndio de qualquer quantia em dinheiro; e (b) de omissão no tocante à
impossibilidade de o recorrente fazer prova negativa do seu vínculo com o terceiro apontado operador da conduta tida por
ilícita - constituem questões a serem analisadas na apreciação da matéria de fundo referente ao próprio mérito da demanda.
PRELIMINAR 2
PROVAS COLHIDAS EM INQUÉRITO CIVIL.
NÃO AFRONTAM O ART. 105-A DA LEI 9.504/97
18. O recorrente aduz serem ilícitas as provas que instruíram a inicial ajuizada pelo MPE, porque contrariam o art. 105-A da Lei
9.504/97, que veda a instauração de inquérito civil em âmbito eleitoral. Não se trata, porém dessa hipótese, pois as provas
trazidas aos autos não são oriundas de inquérito civil.
19. Essa tese, contudo, mesmo apreciada em abstrato, não merece prosperar. Inicialmente, não constam dos autos elementos
que permitam concluir que as provas que instruíram a AIME proposta pelo Parquet foram obtidas por meio de instauração de
inquérito civil.
20. A propósito, extrai-se do parecer ministerial o que se segue:
A presente Ação de Impugnação de Mandato Eletivo decorreu do recebimento de denúncia anônima pelo Ministério Público
Eleitoral acerca de esquema de compra de votos deflagrado no Município de União dos Palmares. Como forma de confirmar os
fatos narrados pelo denunciante, houve a instauração de procedimento administrativo denominado notícia de fato,
instrumento à disposição do órgão ministerial como forma de garantir a eficiência de suas atribuições institucionais, no qual o
Procurador Regional Eleitoral solicitou a oitiva do Promotor Eleitoral da 21a. Zona Eleitoral e de eleitores que deram
publicidade ao esquema em um programa de rádio da localidade.
Evidente, portanto, que o mero procedimento administrativo instaurado pela Procuradoria Regional Eleitoral com vistas a
colher elementos capazes de dar suporte à sua atuação, não se confunde com o inquérito civil público regido pela Lei 7.347/85
(fls. 915-916).
21. Ressalte-se que esta Corte Eleitoral, após extensas discussões acerca do tema, superou o entendimento de que seriam
ilícitas as provas obtidas por meio da instauração de procedimento preparatório eleitoral pelo MPE e concluiu que os elementos
probatórios contidos em inquéritos civis públicos podem ser aproveitados para a propositura de ações eleitorais.
22. Tal entendimento se deu com base na aplicação do
art. 105 da Lei 9.504/97, em interpretação conforme os arts. 127 e 129, inciso III da CF, que atribuem ao MP a prerrogativa da
defesa da ordem jurídica, do regime democrático e de interesses sociais e individuais indisponíveis, além da observância do que
dispõe o inciso I do art. 70 da Lei Orgânica do Ministério Público da União (Lei Complementar 75/93). Nesse sentido: AgR-REspe
22-29/PI, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, DJe 4.11.2016; AgR-RO 4981-09/AM, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 27.10.2016; REspe 545-
88/MG, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJe 4.11.2015.
23. Afasta-se, portanto, a suposta ilicitude das provas que instruíram a AIME proposta pelo órgão ministerial.
QUANTO AO MÉRITO
DO PRESENTE RECURSO
24. Quanto à matéria de fundo, cinge-se a controvérsia a saber se ficaram comprovados nos autos fatos que evidenciem a
captação ilícita de sufrágio entrelaçada com o abuso do poder econômico no Município de União dos Palmares/AL,
operacionalizada por IOMAR RODRIGUES DOS SANTOS, conhecido pela alcunha de VOTINHO DE OURO, mediante a utilização
de um esquema de grupos que consistia em ofertar a eleitores dinheiro em troca de seu voto durante o pleito de 2014, não só
em benefício do ora recorrente MARCOS JOSÉ DIAS VIANA FILHO (MARQUINHOS MADEIRA), então candidato a Deputado
Estadual, como também de BENEDITO DE LIRA e ADERBAL TENÓRIO, candidatos, respectivamente, a Governador e Deputado
Federal. Segundo consta, seria paga a quantia de R$ 170,00 para o eleitor, sendo R$ 20,00 para o lanche e R$ 150,00 pelos
votos nos três candidatos beneficiados.
25. Conforme já dito alhures, para o TRE, a análise da situação posta na inicial juntamente com as provas testemunhais
carreadas aos autos teriam sido suficientes para demonstrar não só a prática, como também a gravidade dos ilícitos que
ensejaram a referida ação. A propósito, o voto condutor do aresto regional foi assentado nos seguintes fundamentos precípuos:
O caderno processual demonstrou que o esquema comandado por EDVALDO consistiu na oferta a eleitores de dinheiro em
troca dos seus votos, assim como da arregimentação de outros tantos eleitores para o comércio de votos. As testemunhas
deram detalhes do esquema comandado por EDVALDO e confirmaram que o comércio dos votos se deu em prol do impugnado
MARQUINHOS MADEIRA. Esclareceram, com riqueza de detalhes, como funcionou a prática, a qual revelou potencialidade para
angariar, de forma ilícita, milhares de votos.

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(...).
Dos relatos é possível aferir a dimensão do esquema, o qual, segundo as testemunhas, chegou a envolver de 2.000 a 3.000
votos comprados, ficando claro o abuso do poder econômico perpetrado pelo impugnado.
De fato, se cada uma das pessoas envolvidas era responsável por formar um grupo de outros tantos eleitores e, estes, por sua
vez, outros grupos, é possível vislumbrar a grandeza do esquema arquitetado por IOMAR RODRIGUES DOS SANTOS (EDVALDO)
em prol da candidatura do impugnado.
Cumpre destacar que o impugnado teve votação muito expressiva no Município de União dos Palmares, o que, inclusive, causou
o espanto dos munícipes, como externado pelos locutores dos programas de rádio cujas gravações constam dos autos.
Conforme consta dos autos, o candidato não teria envidado esforços para obtê-los, uma vez que não realizou atos de campanha
no Município, situação que se depreende das declarações, uma vez que nem seus cabos eleitorais, cooptados a seu serviço o
conheciam, sendo de conhecimento geral que sua base política é o Município de Maragogi/AL.
(...).
Cumpre, destacar, por pertinente, que todas as testemunhas reconheceram a fotografia (fls. 51) de IOMAR RODRIGUES DOS
SANTOS, como sendo de EDVALDO.
Por sua vez, o impugnado MARCOS JOSÉ DIAS VIANA FILHO, em sua defesa, na tentativa de desqualificar as acusações do
impugnante, sustenta que teria se orquestrado um cenário teatral com o propósito de lhe retirar o mandato mediante um golpe
político. Para lastrear sua assertiva, afirma que IOMAR RODRIGUES DOS SANTOS seria casado com MARIA SALETE FAUSTINO
RODRIGUES, e que esta seria ex-Assessora Parlamentar e protegida política do candidato eleito RONALDO MEDEIROS, também
filiado ao PT.
Para comprovar essa alegação, acostou uma declaração expedida pela Assembleia Legislativa (fls. 118) e cópia do Diário Oficial
do Estado (fls. 119- 120) na tentativa de sugerir um suposto vínculo que deveria existir, portanto, entre IOMAR RODRIGUES DOS
SANTOS, marido da Assessora Parlamentar e o candidato eleito RONALDO MEDEIROS.
Com isso, tentou encerrar o seguinte argumento defensivo, como poderia o VOTINHO DE OURO - IOMAR RODRIGUES DOS
SANTOS ou EDVALDO, marido da Assessora Parlamentar e protegida política do candidato eleito RONALDO MEDEIROS,
trabalhar comprando voto para o adversário político do patrão de sua mulher?
Quiçá, até por isso, ao final do pleito, depois da divulgação do resultado da eleição, constatando-se a expressiva votação
recebida pelo impugnado MARCOS JOSÉ DIAS VIANA FILHO, no Município de União dos Palmares, em detrimento da pífia
votação recebida pelo candidato JOSÉ RONALDO MEDEIROS, ao ser revelada a traição, tal situação tenha ensejado a demissão
da senhora MARIA SALETE FAUSTINO RODRIGUES.
É plenamente possível imaginar-se, inclusive, nesse cenário idealizado pelo impugnado, a frustração vivida pelo candidato eleito
RONALDO MEDEIROS, o sentimento de ingratidão que lhe tomou, ao descobrir a traição, a ensejar a demissão da Assessora
Parlamentar MARIA SALETE FAUSTINO RODRIGUES esposa do IOMAR RODRIGUES DOS SANTOS.
Por fim, sustentou, ainda, o impugnado, quanto às declarações tomadas, que não houve participação alguma, ou sequer
alegação, por parte das testemunhas, de ter o impugnado conhecimento dos fatos, e ainda que não houve vínculo algum entre
as condutas praticadas por IOMAR RODRIGUES e o impugnado.
Contudo, a perda do mandato não está subordinada à responsabilidade pessoal do candidato; a comprovação dos fatos e a
prova de sua influência no pleito autorizam, por si sós, o decreto condenatório.
Por estar convencido acerca da existência de provas da compra de votos e da enorme gama de eleitores que foram
corrompidos, e forte no convencimento de que houve o entrelaçamento da conduta do VOTINHO DE OURO com o impugnado,
o que ficou efetivamente comprovado no caderno probatório, entendo que se mostrou caracterizado o abuso do poder
econômico apto a ensejar a cassação do diploma do impugnado, nos termos do art. 14, §10 da Constituição Federal.
Deixando essas elucubrações de lado, até porque não se mostram críveis ou plausíveis, o que é certo e não pairou dúvida
alguma, depois da instrução processual, conduzida sob o crivo do contraditório, é que houve a confirmação do relato inicial pela
prova testemunhal colhida. As testemunhas confirmaram que receberam oferta de dinheiro em troca de seus votos e da
arregimentação de outros tantos eleitores para o comércio de votos. Asseveraram, ainda, que o comércio dos votos ocorreu em
prol do impugnado MARQUINHOS MADEIRA e deram detalhes do esquema comandado por EDVALDO (IOMAR RODRIGUES DOS
SANTOS).
Os fatos também foram debatidos sob a ótica de abuso do poder econômico entrelaçado com a captação ilícita de sufrágio, nos
termos do art. 41-A da Lei 9.504/97, que se aperfeiçoa com a conjugação dos seguintes elementos: (i) a realização de quaisquer
das condutas típicas do art. 41-A (i.e., doar, oferecer, prometer ou entregar bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza a
eleitor, bem como praticar violência ou grave ameaça ao eleitor), (ii) o fito específico de agir, consubstanciado na obtenção de
voto do eleitor e, por fim, (iii) a ocorrência do fato durante o período eleitoral.
No caso, da análise do conteúdo fático-probatório carreado aos autos, concluo que houve a efetiva prática da captação ilícita
de sufrágio entrelaçada com o abuso do poder econômico, consubstanciados na prática de compra dos votos em União dos
Palmares, operacionalizada mediante a utilização de um esquema de grupos, que consistia em ofertar a eleitores dinheiro em
troca dos seus votos, bem como pela arregimentação de outros tantos eleitores para o comércio de votos (fls. 714-721).

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26. Pois bem. Diversamente do que assentado pelo Tribunal a quo, a análise dos depoimentos testemunhais reduzidos a termo
ou constantes das mídias encartadas nos autos aponta que eles não são capazes de atestar, com o grau de certeza necessário, o
vínculo do recorrente com o aventado esquema de captação ilícita de sufrágio praticado com abuso do poder econômico, que
teria sido levado a efeito no Município de União dos Palmares/AL em prol de sua candidatura.
27. Ao contrário, o que se extrai da referida prova testemunhal existente é que o nome do recorrente somente teria sido dado a
conhecer no dia da votação, segundo alegado pela testemunha do Juízo CRISTIANO CÉSAR DE ALMEIDA CORREIA, que também
afirmou não ter recebido nenhum valor, bem como ter o suposto corruptor IOMAR dito que um dia antes chegaria com o
dinheiro, mas não apareceu e o pessoal desistiu (mídia às fls. 616, vol. 3).
28. As testemunhas do Juízo JOSENILDO SOARES DA ROCHA e SANDRA MARIA CÂNDIDO FRANÇA, por sua vez (mídia às
fls. 616, vol. 3), afirmaram não ter recebido nenhuma proposta da parte de IOMAR, mas tão somente da testemunha da
acusação LÍLIAN BATISTA DOS SANTOS (LIU), a qual, em seu depoimento (fls. 496-498, vol. 3), apesar de ter reconhecido a
participação no ilícito eleitoral em questão, nada disse sobre o recorrente ter pedido ou participado de qualquer esquema de
compra de votos no Município de União dos Palmares/AL.
29. O próprio IOMAR (fls. 292-294, vol. 2), apontado como autor do ilícito na presente ação, defendeu em Juízo não tê-lo
praticado, bem como jamais ter trabalhado para o recorrente. Enfatizou que o nome dele estaria diretamente vinculado à
campanha do candidato RONALDO MEDEIROS, adversário do recorrente nas eleições para Deputado Estadual pelo PT, de quem
a esposa do depoente era Assessora Parlamentar e, inclusive, protegida política, conforme corroborado pela testemunha
ANDRÉ AVELINO DOS SANTOS em seu depoimento (fls. 290-291, vol. 2).
30. A propósito, se é bem verdade, conforme lançado no voto condutor do aresto regional, que a expressiva votação recebida
pelo ora recorrente no Município de União dos Palmares/AL, em detrimento da pífia votação recebida pelo candidato
RONALDO MEDEIROS, pode, de fato, ter denotado uma possível traição política da parte de IOMAR - o que teria, inclusive, sido
a causa da demissão de sua esposa do cargo de Assessora -, também é verdadeiro que a vantagem do recorrente nas pesquisas
eleitorais pode, em tese, ter despertado o interesse desse seu adversário político em ver prejudicada a candidatura daquele,
mediante o lançamento ardiloso do seu nome como beneficiário do indigitado esquema de compra de votos para, depois,
impugnar-lhe a eleição.
31. Ressalte-se ademais que, conforme bem ponderado no voto vencido proferido pelo Desembargador ALBERTO MAYA DE
OMENA CALHEIROS:
(...) ao longo de toda a instrução processual não houve a preocupação de colher o depoimento do impugnado (recorrente),
tomar-lhe o depoimento pessoal, questioná-lo acerca de suas ligações com o evento narrado na inicial, bem como com as
demais pessoas citadas ao longo do processo. Ressinto a ausência do depoimento pessoal do impugnado como uma séria
lacuna na instrução processual, que dificulta gravemente o pleno conhecimento dos fatos.
No mesmo sentido, há uma sensível lacuna decorrente da falta do depoimento do Sr. RONALDO MEDEIROS, pra que restasse
esclarecida sua relação com os eventos, notadamente no que concerne à contratação e demissão da esposa de IOMAR
RODRIGUES.
São pontos importantes da instrução, que não foram devidamente esclarecidos (fls. 726-727).
32. Some-se a isso, ainda, o fato de não ser nem um pouco crível a contratação, pelo recorrente, de um mesmo cabo eleitoral
que estivesse também a serviço de um reconhecido inimigo político seu na região, o candidato a Governador BIU DE LIRA.
33. Como se vê, diante dos relatos acima, entende-se que o acervo probatório não se mostra robusto e isento para configurar a
prática de abuso do poder econômico por meio da captação ilícita de sufrágio. A prova testemunhal produzida, a meu sentir,
demonstra fragilidade e inconsistência, não autorizando, portanto, a procedência do pedido condenatório formulado na inicial.
Ademais, a prova testemunhal não se isenta da mancha da incerteza, pois sujeita à interpretação subjetiva de seu prestador,
também alcançável a sua cognição por influência ambiental, social e psicológica adversa.
34. Com efeito, a cassação de mandato eletivo não pode estar amparada unicamente em prova testemunhal que, de alguma
forma, possa vir a ser atribuída a trabalho de cooptação feito por adversários políticos do recorrente, devendo, ao revés, estar
calcada em prova robusta, cabal, que não deixe dúvidas acerca da prática do abuso de poder por meio da captação ilícita de
sufrágio. É nesse exato sentido a orientação que emana da jurisprudência deste Tribunal Superior, como se vê a seguir:
RECURSO ESPECIAL. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVA ROBUSTA. AUSÊNCIA. PROVIMENTO.
1. Considerando a contradição da prova analisada pela Corte Regional, não há como se entender pela configuração da captação
ilícita de sufrágio, a qual demanda a presença de prova robusta e inconteste, o que não se verifica na hipótese dos autos.
2. RECURSO ESPECIAL provido (REspe 18-77/BA, Rel. designada Min. LUCIANA LÓSSIO, DJe 23.5.2014).
35. Além disso, mesmo que se pudesse considerar comprovada a prática da indigitada conduta irregular em prol do recorrente,
conforme mencionado no acórdão regional, a procedência da AIME exige a demonstração de que os fatos foram
potencialmente graves a ponto de ensejar o desequilíbrio no pleito, consoante preconiza a jurisprudência desta Corte (RO 6213-
34/MS, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, DJe 24.3.2014), o que não se observou na espécie. Confiram-se, nesse mesmo sentido:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ORDINÁRIO. CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO. PROVA ROBUSTA. AUSÊNCIA. ABUSO DE
PODER ECONÔMICO. NÃO CONFIGURAÇÃO. DESPROVIMENTO.

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1. Consoante jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral, a condenação por captação ilícita de sufrágio exige prova robusta e
não pode ser baseada em mera presunção. Precedentes.
2. Na espécie, a distribuição pontual de 50 camisetas a cabos eleitorais e à equipe de campanha não configura vantagem
oferecida a eleitor. Isso porque se trata de mecanismo de organização de campanha (RO 1507, Rel. Min. RICARDO
LEWANDOWSKI, DJe de 1o.10.2010).
3. Desse modo, também não se configura o suposto abuso do poder econômico, que exige comprovação da utilização excessiva,
antes ou durante a campanha eleitoral, de recursos materiais ou humanos que representem valor econômico, buscando
beneficiar candidato, Partido ou coligação, afetando a normalidade e a legitimidade das eleições (AgRg no RCED 580, Rel. Min.
ARNALDO VERSIANI, DJe 1o.11.2011).
4. Agravo Regimental não provido (RO 1675-89/RO, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJe 27.10.2015).
???
ELEIÇÕES 2010. RECURSO ORDINÁRIO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. (...) ABUSO DO PODER POLÍTICO,
ECONÔMICO (...).
1. Com base na compreensão da reserva legal proporcional, a cassação de diploma de detentor de mandato eletivo exige a
comprovação, mediante provas robustas admitidas em direito, de abuso de poder grave o suficiente a ensejar essa severa
sanção, sob pena de a Justiça Eleitoral substituir-se à vontade do eleitor. Compreensão jurídica que, com a edição da LC 135/10,
merece maior atenção e reflexão por todos os órgãos da Justiça Eleitoral, pois o reconhecimento do abuso de poder, além de
ensejar a grave sanção de cassação de diploma, afasta o político das disputas eleitorais pelo longo prazo de oito anos (art. 1o.,
inciso I, alínea "d" da LC 64/1990), o que pode representar sua exclusão das disputas eleitorais (...).
7. Recurso Ordinário desprovido (RO 1919-42/AC, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJe 8.10.2014).
36. A LC 135/10, ao promover profundas alterações na
LC 64/90, estabeleceu que, para a configuração do ato abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o
resultado do pleito, mas, tão somente, a gravidade das circunstâncias que o caracterizam.
37. Partindo dessa nova perspectiva contida na Lei de Inelegibilidade, a jurisprudência desta Corte Superior abandonou o
requisito da potencialidade de o ato lesar a normalidade ou a legitimidade do pleito para fins de configuração do ato abusivo,
passando a analisar se os fatos e as provas constantes dos autos demonstram ou não gravidade. Ilustrativamente:
ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. AIJE. ABUSO DO PODER ECONÔMICO. COMPRA DE APOIO
POLÍTICO. CONFIGURAÇÃO. DESPROVIMENTO.
(...).
2. A aferição da gravidade, para fins da caracterização do abuso de poder, deve levar em conta as circunstâncias do fato em si,
não se prendendo a eventuais implicações no pleito, muito embora tais implicações, quando existentes, reforcem a natureza
grave do ato.
Agravo Regimental desprovido (AgR-REspe 259-52/RS, Rel. Min. LUCIANA LÓSSIO, DJe 14.8.2015).
38. Ora, no caso, o recorrente logrou êxito em ser eleito Deputado Estadual com 26.797 votos (1,88% dos votos válidos). Desse
total, 2.712 votos foram oriundos do Município de União dos Palmares/AL, o que, de forma alguma, teria o condão de alterar o
resultado do pleito para o PT, na medida em que o 1o. Suplente eleito para o cargo de Deputado Estadual por essa agremiação,
JUDSON CABRAL DE SANTANA, obteve 16.960 votos (1,19% dos votos válidos).
39. Não bastasse isso, as testemunhas MARIA DO SOCORRO GOMES DA SILVA e MANOEL MESSIAS DA SILVA (mídia às fls. 616,
vol. 3) atestam terem atuado como cabos eleitorais e efetivamente praticado atos de campanha em prol do recorrente naquela
municipalidade alagoana durante o pleito de 2014, tudo a denotar a ausência de robustez do conjunto probatório para se dar
suporte à procedência da presente AIME e, por conseguinte, à cassação do diploma.
40. Deve-se anotar que a atuação de cabos eleitorais nas campanhas políticas não constitui, por si só, atividade ilícita a desafiar
a imposição de reprimendas, pois se trata de prática consentida pela Legislação Eleitoral e mesmo essencial à divulgação dos
nomes, dos programas e das plataformas dos candidatos e dos Partidos Políticos. Não há como imaginar uma campanha
eleitoral sem a presença de cabos eleitorais, recrutados tanto nas hostes partidárias como também fora delas.
41. Ante o exposto, com fundamento no § 7o. do art. 36 do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, dá-se provimento
ao Recurso Ordinário para julgar improcedentes os pedidos formulados na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo.
42. Publique-se. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 11 de dezembro de 2017.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Ministro Relator

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RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 670-57.2016.6.18.0005 COLÔNIA DO PIAUÍ-PI 5ª Zona Eleitoral (OEIRAS)


RECORRENTE: FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJO DA SILVA
ADVOGADOS: FRANCISCO FELIPE SOUSA SANTOS - OAB: 7946/PI E OUTRO
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 5.533/2017

Decisão
ELEIÇÕES 2016. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA. VEREADOR. CONTAS DESAPROVADAS PELAS
INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA PROPRIEDADE DE BEM MÓVEL CEDIDO À CAMPANHA.
ENTENDIMENTO DA CORTE DE ORIGEM DE QUE, NA ESPÉCIE, TAL AUSÊNCIA CONFIGURA FALHA GRAVE E INSANÁVEL, A QUAL
COMPROMETE O EFETIVO CONTROLE DAS CONTAS PELA JUSTIÇA ELEITORAL. IMPOSSIBILIDADE DE JUNTADA DE DOCUMENTOS
EM FASE RECURSAL QUANDO DEVIDAMENTE OPORTUNIZADA À PARTE A JUNTADA EM MOMENTO PROCESSUAL ADEQUADO.
ACÓRDÃO REGIONAL EM CONSONÂNCIA COM O ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL DESTE TRIBUNAL. INCIDÊNCIA DAS
SÚMULAS 30 DO TSE E 83 DO STJ. NEGATIVA DE SEGUIMENTO DO RECURSO ESPECIAL.
1. Trata-se de Recurso Especial interposto por FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJO DA SILVA do acórdão do TRE do Piauí que manteve
a sentença de desaprovação das contas de campanha do recorrente, relativas à candidatura ao cargo de Vereador pelo
Município de Colônia do Piauí/PI nas eleições de 2016, nos termos da seguinte ementa:
RECURSO ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. ELEIÇÕES 2016. CANDIDATO AO CARGO DE VEREADOR. PRELIMINAR.
DOCUMENTOS JUNTADOS EM SEDE RECURSAL. OPORTUNIDADE DE MANIFESTAÇÃO ANTERIOR AO CANDIDATO. PRECLUSÃO.
MÉRITO. GASTOS COM SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS, CONTÁBEIS E AQUISIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS COMPROVADOS. CESSÃO DE
VEÍCULO PARA O CANDIDATO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA PROPRIEDADE DO BEM PELO DOADOR. IRREGULARIDADE
INSANÁVEL. CONTAS REJEITADAS. DESPROVIMENTO DO RECURSO.
1. Preliminar: Os documentos juntados em fase recursal, sem comprovação de que são documentos novos nos termos do art.
435 do CPC não devem ser acolhidos, haja vista que foi dada oportunidade regular para o recorrente se manifestar sobre a
irregularidade a eles pertinente, ainda na primeira instância. Com efeito, com a edição da Lei 12.034/09, os processos de
Prestação de Contas passaram a ter caráter jurisdicional. Dessa forma, não praticado o ato no momento oportuno, opera-se a
preclusão, em respeito à segurança das relações jurídicas.
2. Mérito: Gastos com prestação de serviços advocatícios e contábeis e com a aquisição de combustíveis comprovados a tempo
e modo oportunos. Irregularidades afastadas.
3. Cessão de veículo sem a comprovação de propriedade do bem pelo doador. Infringência do art. 19 da Resolução-TSE
23.463/15. Irregularidade grave que enseja a desaprovação das contas. Entendimento adotado pelo TRE/PI.
4. Recurso desprovido.
5. Manutenção da sentença que rejeitou as contas do candidato (fls. 91-91v.).
2. Nas razões do Recurso Especial (fls. 98-111), o recorrente alega, essencialmente, que houve violação ao art. 28, § 6o. da Lei
9.504/97, sob o argumento de que, por se tratar de cessão de bem móvel limitada ao valor de R$ 4.000,00 (motocicleta
avaliada em aproximadamente R$ 3.500,00), não há necessidade de comprovação na Prestação de Contas.
3. Em seguida, FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJO DA SILVA suscita divergência jurisprudencial, no que diz respeito à possibilidade
de juntada de documentos em fase recursal. Alega que, ingenuamente, pensou não haver necessidade de juntar termo de
cessão de bem de sua propriedade (fls. 106), razão pela qual deixou de apresentar o documento tempestivamente.
4. Com o fim de consubstanciar a tese de divergência, a parte aponta como paradigmas julgados do TRE de Mato Grosso, nos
quais essa Corte Regional admite a juntada de documentos em fase recursal quando demonstrada a ausência de má-fé do
prestador de contas em não ter procedido à juntada em momento oportuno.
5. Pugna o recorrente pelo conhecimento e o provimento do recurso, a fim de que suas contas de campanha sejam aprovadas.
6. O recurso foi admitido pela Presidência do Tribunal Regional (fls. 113-115).
7. A PGE, em parecer de lavra do ilustre Vice-Procurador-Geral Eleitoral, HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS, pronunciou-se
pelo conhecimento parcial do recurso e, nessa extensão, pelo desprovimento (fls. 120-125).
8. Era o que havia de relevante para relatar.
9. Na origem, o TRE do Piauí manteve a decisão de desaprovação das contas de campanha de FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJO DA
SILVA, candidato ao cargo de Vereador pelo Município de Colônia do Piauí/PI nas Eleições 2016, por não ter ficado comprovada
a propriedade de bem móvel cedido pelo próprio candidato a sua campanha eleitoral.
10. No julgamento do recurso contra a sentença de desaprovação, o TRE do Piauí não apreciou o documento apresentado pela
parte com o recurso, consignando não ser possível juntar documentos em fase recursal quando devidamente oportunizada a
juntada em momento processual adequado.

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11. O recorrente, no entanto, assevera que não há necessidade de comprovar cessão de bens móveis com valor inferior a R$
4.000,00 na Prestação de Contas, por força do art. 28, § 6o. da Lei das Eleições, e que, de todo modo, juntou aos autos a
documentação comprobatória da propriedade do bem cedido, apesar de tê-lo feito extemporaneamente, o que ensejou a
desconsideração do documento pelo Tribunal Regional.
12. Inicialmente, no tocante à tese de violação ao art. 28, § 6o. da Lei 9.504/97, não merece acolhida a pretensão recursal.
13. De fato, a ressalva permissiva do art. 28, § 6o. da Lei 9.504/97, c.c. o art. 6o., § 3o. da Res.-TSE 23.436/15, torna
dispensável a apresentação de recibo eleitoral na hipótese de cessão de bens com valor inferior a R$ 4.000,00. Eis o teor dos
referidos dispositivos legais:
Art. 28. A Prestação de Contas será feita:
(...).
§ 6o. Ficam também dispensadas de comprovação na Prestação de Contas:
I - a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por pessoa cedente.
???
Art. 6o. Deverá ser emitido recibo eleitoral de toda e qualquer arrecadação de recursos para a campanha eleitoral, financeiros
ou estimáveis em dinheiro, inclusive os recursos próprios e aqueles arrecadados por meio da Internet.
(...).
§ 3o. Não se submetem à emissão do recibo eleitoral previsto no caput:
I - a cessão de bens móveis, limitada ao valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais) por cedente.
14. Contudo, no caso concreto, as contas de FRANCISCO DE ASSIS ARAÚJO DA SILVA não foram desaprovadas por ausência de
apresentação de recibo eleitoral da cessão do bem móvel (art. 3o., IV, c.c. o art. 48, I, "b" da Res.-TSE 23.436/15), mas, sim, por
não comprovação da propriedade do bem cedido (art. 19, caput, c.c. o art. 53, II da mesma resolução).
15. Conforme se extrai das fls. 94v. e 95 do acórdão, a Corte de origem afastou a irregularidade relativa à apresentação de
recibo eleitoral da cessão do bem exatamente por entender cabível a aplicação da ressalva do art. 28, § 6o. da Lei 9.504/97, c.c.
o art. 6o., § 3o. da Res.-TSE 23.436/15.
16. A Corte registrou, porém, que a irregularidade relativa à comprovação da propriedade do bem cedido não foi sanada pelo
prestador de contas e que essa falha, por si só, tem gravidade suficiente para ensejar a decisão de desaprovação. Confira-se:
No que tange à cessão de veículo, o candidato não apresentou recibo eleitoral, o que se admite, a teor do disposto no art. 6o. §
3o. da Res.-TSE 23.463/15, haja vista que se trata da cessão de uma motocicleta, cujo valor se enquadra no limite de R$
4.000,00 (quatro mil reais).
O recorrente também não apresentou o termo de cessão do bem, conforme é exigido no art. 48, I, "d" , 2 da citada resolução,
tampouco a prova da propriedade do bem pelo doador. É que trouxe apenas na fase recursal, às fls. 62, cópia de um certificado
do registro de uma motocicleta, cuja juntada não se admite nessa via estreita.
Com efeito, conforme dispõe o art.19 da Res.-TSE 23.463/15:
Os bens e/ou serviços estimáveis em dinheiro doados por pessoas físicas devem constituir produto de seu próprio serviço, de
suas atividades econômicas e, no caso dos bens, devem integrar o seu patrimônio.
A ausência da comprovação de propriedade do bem pelo doador (ausência do certificado de registro e licenciamento do
veículo) constitui irregularidade de natureza grave, pois macula a transparência das contas (fls. 94v.-95).
17. Ou seja, a ressalva permissiva que o recorrente ora invoca em suas razões foi devidamente observada pelo Tribunal de
origem no aresto impugnado, entretanto, serviu apenas para afastar a necessidade de apresentação de recibo eleitoral
correspondente à cessão do bem. A irregularidade relativa à comprovação da propriedade do bem cedido não foi afastada.
18. Nesse contexto, tendo em vista a subsistência de irregularidade grave nas contas prestadas, bem entendeu a Corte Regional
ao decidir pela impossibilidade de se proferir decisão de aprovação.
19. Com efeito, a transparência exigida na captação de recursos financeiros ou estimáveis em dinheiro para campanhas
pressupõe que se comprove serem lícitas as fontes de arrecadação, não sendo permitido o financiamento de campanha
eleitoral por fonte desconhecida.
20. É importante registrar, também, que o entendimento adotado pelo TRE do Piauí no caso concreto encontra-se em
harmonia com a jurisprudência desta Corte Superior, na linha de que a ausência de comprovação da propriedade de bens
cedidos a campanhas caracteriza falha grave que impede a identificação dos recursos arrecadados e inviabiliza, a toda
evidência, o efetivo controle e a fiscalização pela Justiça Eleitoral. Nessa linha, mutatis mutandis, observem-se os seguintes
julgados desta Corte: AgR-AI 949-56/CE, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 10.6.2016 e REspe 1566-33/AL, Rel. Min. HENRIQUE NEVES DA
SILVA, DJe 21.10.2016.
21. Quanto ao dissídio jurisprudencial suscitado, a respeito da possibilidade da juntada de documentos em fase recursal em

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processo de Prestação de Contas, melhor sorte não assiste ao recorrente.


22. O TSE já consolidou o entendimento de que, a partir da edição da Lei 12.034/09, o processo de Prestação de Contas passou
a ter caráter jurisdicional. Não praticado o ato no momento processual próprio, ocorre a preclusão (AgR-REspe 1884-32/BA, Rel.
Min. GILMAR MENDES, DJe 2.6.2016).
23. A propósito, colacione-se o seguinte julgado desta Casa:
ELEIÇÕES 2014. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. CANDIDATO AO CARGO DE DEPUTADO
FEDERAL. DESAPROVAÇÃO.
(...).
2. Conforme o entendimento firmado nesta Corte Superior e considerada a natureza jurisdicional do processo de Prestação de
Contas, a ausência de circunstância excepcional que tenha obstado a juntada de documentos em momento oportuno atrai a
ocorrência da preclusão, em respeito à segurança das relações jurídicas. Precedentes.
(...).
Agravo Regimental a que se nega provimento (AgR-REspe 1991-65/, Rel. Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA, DJe 14.4.2016).
24. E, no caso concreto, colhe-se das premissas fáticas estabelecidas no acórdão que foi dada ao prestador de contas a
oportunidade de apresentar, em momento processual adequado, documentos que comprovassem a propriedade da
motocicleta cedida à campanha, mas assim não o fez a parte, que apenas em âmbito de Recurso Eleitoral trouxe aos autos o
documento exigido. Confira-se:
Compulsando-se os autos, destaco que os documentos anexados pelo candidato em sede recursal, quais sejam, o certificado de
registro de veículo e relatório de despesas efetuadas - fls. 62 e 65, não devem ser acolhidos nesta instância, haja vista que foi
dada oportunidade regular para o recorrente se manifestar sobre a irregularidade a eles pertinente, ainda na primeira instância
(fls. 93).
25. Desse modo, nos termos da supracitada jurisprudência desta Corte Superior, não há como acolher o pedido do recorrente
de que seja afastada a preclusão quanto à apresentação dos documentos comprobatórios da propriedade do bem cedido.
26. De todo modo, ainda que fosse possível superar esse óbice da preclusão, não há como prosperar o pedido da parte de que
seja examinado o documento juntado perante o TRE, sob risco de julgamento extra petita.
27. É que, nas razões do presente recurso, não há pedido expresso de anulação do acórdão regional e retorno dos autos à
origem para novo julgamento da causa. Cumpria à parte, no Recurso Especial, momento em que deve expor suas razões e
pedido, requerer a anulação do aresto recorrido e o retorno dos autos ao TRE para novo julgamento, o que, repita-se, não foi
feito.
28. Desse modo, inarredável a incidência, na espécie, das Súmulas 30 do TSE e 83 do STJ, respectivamente:
Não se conhece de Recurso Especial Eleitoral por dissídio jurisprudencial, quando a decisão recorrida estiver em conformidade
com a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral.
Não se conhece do Recurso Especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão
recorrida.
29. Registre-se que o óbice insculpido nas Súmulas 30 do TSE e 83 do STJ não se restringem ao Recurso Especial interposto com
fundamento em dissídio jurisprudencial, sendo igualmente aplicáveis àqueles manejados por afronta a lei. Ilustrativamente, cita-
se o seguinte julgado:
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. ELEIÇÕES
2012. SÚMULA 182 DO STJ. REEXAME. SÚMULA 83 DO STJ. DESPROVIMENTO.
(...).
3. A Súmula 83 do STJ pode ser fundamento utilizado para afastar ambas as hipóteses de cabimento do Recurso Especial -
afronta a lei e dissídio pretoriano.
4. Agravo Regimental desprovido (AgR-AI 134-63/SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJe 3.9.2013).
30. Diante do exposto, nega-se seguimento ao Recurso Especial, nos termos do art. 36, § 6o. do Regimento Interno do Tribunal
Superior Eleitoral.
31. Publique-se.
32. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 12 de dezembro de 2017.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Ministro Relator

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 244-13.2016.6.17.0057 ARCOVERDE-PE 57ª Zona Eleitoral (ARCOVERDE)


AGRAVANTE: FUNDAÇÃO JOFECO DE COMUNICAÇÃO (RÁDIO ITAPUMA FM)
ADVOGADOS: PEDRO MELCHIOR DE MÉLO BARROS - OAB: 21802/PE E OUTROS
AGRAVADA: COLIGAÇÃO O NOVO TEMPO JÁ COMEÇOU
ADVOGADOS: CESAR RICARDO BEZERRA MACEDO - OAB: 20666/PE E OUTRO
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 6.565/2017

Decisão
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO. REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. NEGATIVA DE TRÂNSITO AO RECURSO
ESPECIAL EM RAZÃO DE SUA INTEMPESTIVIDADE. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE ENTRE OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
IMPUGNADA E AS RAZÕES DO AGRAVO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 26 E 27 DO TSE. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.
1. Trata-se de Agravo interposto pela FUNDAÇÃO JOFECO DE COMUNICAÇÃO (RÁDIO ITAPUMA FM) da inadmissão do Recurso
Especial manejado contra o acórdão do TRE de Pernambuco que manteve a sentença proferida pelo Juízo da 57a. Zona
Eleitoral, a qual julgou procedente a Representação por propaganda irregular e condenou a agravante ao pagamento de multa
no valor de R$ 30.000,00, nos termos do art. 37, § 1o. da Lei 9.504/97.
2. O acórdão regional está assim ementado:
ELEIÇÕES 2016. RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. VEICULAÇÃO EM RÁDIO. PROGRAMAÇÃO NORMAL, FORA DO
HORÁRIO GRATUITO ELEITORAL. CRÍTICAS À GESTÃO ATUAL. CANDIDATA À REELEIÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL NEGATIVA.
TRATAMENTO PRIVILEGIADO A CANDIDATO. CONSTATAÇÃO.
1. Não se admite que, durante a programação normal de emissora de rádio, seja apresentada matéria em nítido contexto de
propaganda eleitoral, em que é concedido a candidato a cargo eletivo tratamento privilegiado, em detrimento de outro, então
concorrente à reeleição, cuja gestão é apresentada aos ouvintes a partir de construções que revelam severas críticas, em
benefício notório à campanha do primeiro, hipótese que se observa nos autos.
2. A transgressão legal supracitada merece ser punida com reprimenda pertinente à espécie, em patamar acima do mínimo
legal, quando se tem a constatação de que a postura irregular é reiterada, situação constatada in casu.
3. Recurso não provido (fls. 121).
3. Opostos Embargos de Declaração, foram eles rejeitados (fls. 155-159).
4. Os segundos Embargos Declaratórios opostos não foram conhecidos em virtude de sua intempestividade (fls. 182-185).
5. O Recurso Especial (fls. 191-199) foi inadmitido por ter a Presidência do TRE de Pernambuco constatado a
extemporaneidade, também, na interposição do Apelo Nobre (fls. 201).
6. Sobreveio a interposição do Agravo (fls. 203-211), no qual a agravante afirma que a matéria não necessita do cotejo de
matéria fática, sendo a mesma manifestamente de direito e pronta a ser conhecida (fls. 205).
7. Reitera a agravante, no mais, as alegações constantes do Recurso Especial inadmitido, afirmando, em suma, que a realização
de entrevista com o Deputado Federal ZECA CAVALCANTI não teria desrespeitado o disposto no art. 45 da Lei das Eleições, uma
vez que teria se limitado a informar e levar ao conhecimento da população a voz de um representante político do cenário
nacional (fls. 205).
8. Requer a parte seja conhecido e provido o presente Agravo, para que se determine o processamento do Recurso Especial e,
consequentemente, seja reformado o acórdão regional e afastada a sanção pecuniária aplicada.
9. Decorreu sem manifestação o prazo para apresentar contrarrazões (fls. 222).
10. A PGE se manifestou pelo não conhecimento do Agravo em parecer de lavra do ilustre Vice-Procurador-Geral Eleitoral
HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS (fls. 225-227).
11. Era o que havia de relevante para relatar.
12. Verifica-se a tempestividade do Agravo, a subscrição por Advogado habilitado nos autos (fls. 62), o interesse e a
legitimidade.
13. No caso, o TRE de Pernambuco negou provimento ao recurso para manter a sentença que julgou procedente a
Representação por propaganda irregular, que teria ocorrido por meio de manifestação reiterada em programa de rádio,
resultando na aplicação de multa prevista no art. 37, § 1o. da Lei 9.504/97.
14. O Recurso Especial interposto foi, todavia, inadmitido pelo Presidente da Corte Regional em razão da sua intempestividade.
Na ocasião da negativa de seguimento do apelo, destacou-se o seguinte:

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 3 7

O acórdão vergastado foi publicado, conforme certidão às fls. 186, no Diário da Justiça eletrônico número137, em 22.6.2017,
uma quinta-feira, findando o prazo para interposição de Recurso Especial no dia 28.6.2017 (quarta-feira).
Contudo, o presente apelo só foi interposto no dia 6.7.2017 (fls. 191), ou seja, após o prazo previsto no art. 276, § 1o. do
Código Eleitoral, de 3 (três) dias, restando, assim, clara a sua extemporaneidade.
Diante do exposto, nego seguimento ao presente Recurso Especial, em razão de sua intempestividade (fls. 201).
15. Pois bem. Da análise das razões de Agravo, verifica-se que a agravante esqueceu-se por completo de impugnar o
fundamento da decisão agravada transcrita anteriormente, como de fato lhe competia.
16. Efetivamente, observa-se do cotejo entre a decisão agravada e as razões do Agravo que estas padecem de absoluta
ausência de dialeticidade recursal, pois a incidência da vedação ao reexame de fatos e provas nas instâncias superiores não
constituiu embasamento para a inadmissibilidade do Apelo Nobre, que está fundamentada exclusivamente na intempestividade
recursal.
17. Assim, não tendo explanado de forma escorreita nenhuma justificativa que pudesse ensejar a reforma da decisão agravada,
é de rigor a aplicação da Súmula 26 do TSE, segundo a qual é inadmissível o recurso que deixa de impugnar especificamente
fundamento da decisão recorrida que é, por si só, suficiente para a manutenção desta.
18. Confira-se, a propósito, o seguinte precedente desta Corte:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO. EXERCÍCIO FINANCEIRO
DE 2010. FALTA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 182
DO STJ. VÍCIOS INSANÁVEIS. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO PROBATÓRIO. DECISÃO MANTIDA POR SEUS
PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. DESPROVIMENTO.
1. O ônus de impugnar os fundamentos da decisão que obstaram o regular processamento do seu Agravo é do agravante, sob
pena de subsistirem as conclusões do decisum monocrático, nos termos do enunciado da Súmula 182/STJ, segundo a qual: é
inviável o Agravo do art. 545 do CPC que deixa de atacar especificamente os fundamentos da decisão agravada. Precedentes:
AgR-AI 220-39/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, DJe 26.8.2013 e AgR-AI 134-63/SP, Rel. Min. LAURITA VAZ, DJe 3.9.2013.
2. O princípio da dialeticidade recursal impõe ao recorrente o ônus de evidenciar os motivos de fato e de direito capazes de
infirmar todos os fundamentos do decisum que se pretende modificar, sob pena de vê-lo mantido por seus próprios
fundamentos.
(...).
5. Agravo Regimental desprovido (AgR-AI 231-75/MG, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 2.8.2016).
19. Dessarte, o confronto entre as razões do Agravo e a decisão combatida demonstra que a parte traz argumentação
dissociada do único fundamento que ensejou a negativa de seguimento do Recurso Especial, qual seja, a intempestividade do
Recurso Especial.
20. Nesse panorama, além da incidência da Súmula 26 do TSE, verifica-se também o óbice da Súmula 27, também desta Corte,
segundo a qual não deve ser conhecido o recurso cuja deficiência de fundamentação impossibilite a compreensão da
controvérsia, pois o agravante deixou de impugnar a questão referente à intempestividade do apelo.
21. Portanto, a decisão agravada deve ser mantida, tendo em vista que as razões do Agravo não tangenciam as conclusões da
Presidência da Corte Regional.
22. Ante o exposto, com fundamento no § 6o. do art. 36 do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nega-se
seguimento ao Agravo.
23. Publique-se.
24. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 12 de dezembro de 2017.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Ministro Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 99-40.2017.6.19.0000 RIO DE JANEIRO-RJ


AGRAVANTE: PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) - ESTADUAL
ADVOGADOS: EDUARDO DAMIAN DUARTE - OAB: 106783/RJ E OUTROS
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL/RJ
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 7.132/2017

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 3 8

Decisão
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO. REPRESENTAÇÃO POR DESVIRTUAMENTO DE PROPAGANDA PARTIDÁRIA JULGADA PROCEDENTE
PELO TRE. PROMOÇÃO PESSOAL DE FILIADO DO PARTIDO. VEDAÇÃO DO ART. 45, CAPUT E INCISOS. DEVIDAMENTE
INFIRMADOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. PROVIMENTO DO AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. PROCEDÊNCIA DA
TESE RECURSAL. INOCORRÊNCIA DE DESVIRTUAMENTO DE PROPAGANDA PARTIDÁRIA. A CONCLUSÃO DO ACÓRDÃO REGIONAL
DESTOA DA JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE SUPERIOR. AGRAVO E RECURSO ESPECIAL AOS QUAIS SE DÁ PROVIMENTO.
1. Trata-se de Agravo interposto pelo PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) - ESTADUAL contra a inadmissão do
Recurso Especial manejado contra o acórdão do TRE do Rio de Janeiro, o qual julgou procedente a Representação por
desvirtuamento de propaganda partidária proposta em desfavor do agravante, aplicando a pena de cassação do direito de
transmissão do Partido pelo tempo equivalente a 2min e 30s, nas emissoras de rádio e TV, no semestre seguinte ao trânsito em
julgado da decisão condenatória. O acórdão regional está assim ementado:
REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA PARTIDÁRIA. DESVIRTUAMENTO. Prova documental que demonstra efetiva promoção pessoal
do Deputado representado, com enaltecimento de suas realizações, como número 1 de Nova Iguaçu. Descrição de medidas
tomadas no exercício do cargo, ressaltando sua atuação no âmbito do Congresso Nacional, com o encaminhamento de milhões
para obras de saneamento e asfalto, inclusive mediante alusão a futura candidatura. Ausência de propósito de divulgação de
programa partidário, ou de acréscimo ao debate político. Enfoque voltado apenas ao Parlamentar. Violação ao disposto no art.
45, caput e incisos, da Lei 9.096/95. Procedência do pedido, para determinar a cassação do direito de transmissão do Partido
Político pelo tempo equivalente a 2 minutos e 30 segundos, nas emissoras de rádio e televisão, no semestre seguinte ao
trânsito em julgado deste acórdão, na forma do artigo 45, § 2o., inciso II da Lei 9.096/95 (fls. 91).
2. O Recurso Especial foi inadmitido pelo Presidente do TRE do Rio de Janeiro, ao fundamento de que não estavam presentes os
pressupostos específicos de admissibilidade do Recurso Especial e de que o acórdão regional traz entendimento consonante
com a jurisprudência do TSE, atraindo a incidência da Súmula 30 deste Tribunal Superior
(fls. 138-140).
3. Sobreveio a interposição de Agravo pelo Diretório Estadual do PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) (fls. 143-
168), no qual se alega, em suma, que na propaganda partidária questionada não há menção a futura candidatura ou pedido
expresso de votos e que, por essa razão, não houve afronta ao art. 45 da Lei 9.096/95 ou ao art. 36 da Lei 9.504/97.
4. O agravante sustenta que, na propaganda impugnada, as falas apenas divulgam obras e projetos implementados durante a
gestão do Deputado Federal, atual Presidente da agremiação, o que em nada se equipara à propaganda eleitoral extemporânea
(fls. 151). Suscita divergência jurisprudencial em relação ao tema e alega que seu Recurso Especial não esbarra no óbice da
Súmula 30 do TSE.
5. Requer o PROS o conhecimento e o provimento do Agravo para que seja apreciado e também provido o Recurso Especial
interposto.
6. O MPE apresentou contrarrazões ao Agravo (fls. 172-175) e ao Recurso Especial (fls. 125-136).
7. A PGE manifestou-se pelo desprovimento do Agravo, em parecer de lavra do ilustre Vice-Procurador-Geral Eleitoral,
HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS (fls. 179-181v.).
8. Era o que havia de relevante para relatar.
9. Verifica-se a tempestividade do Agravo, sua subscrição por Advogados habilitados nos autos, o interesse e a legitimidade.
10. No caso, as razões do Agravo infirmam os motivos que negaram curso ao Apelo Nobre, além de se confundirem com o
próprio mérito do próprio Recurso Especial, o que permite o seu destrancamento.
11. Dessa maneira, preenchidos os requisitos de admissibilidade, com fundamento no art. 36, § 4o. do Regimento Interno deste
Tribunal Superior, dá-se provimento ao Agravo e, de imediato, passa-se ao exame do Recurso Especial.
12. Trata-se de Recurso Especial manejado contra o aresto do TRE do Rio de Janeiro que julgou procedente a Representação
por desvirtuamento de propaganda partidária, aplicando a pena de cassação do direito de transmissão do PROS pelo tempo
equivalente a 2min e 30s, nas emissoras de rádio e TV, no semestre seguinte ao trânsito em julgado da decisão condenatória,
por entender que o conteúdo veiculado na publicidade questionada teve como único propósito a promoção pessoal do então
Deputado Federal e Presidente do PROS, FELIPE BORNIER.
13. O recorrente alega que na publicidade questionada não há nenhuma menção a futura candidatura ou pedido expresso de
votos e que as falas apenas divulgam obras e projetos implementados durante a gestão do Deputado Federal, atual Presidente
da agremiação (fls. 151). Sustenta que a jurisprudência do TSE permite a divulgação de conteúdo dessa natureza em horário
político.
14. Para melhor compreensão da controvérsia, extrai-se do acórdão recorrido o exato teor da propaganda, que foi veiculada na
Rede Globo de Televisão, em 22.3.2017, mediante 10 inserções de 30s:
O momento é difícil, mas quero chamar a atenção dos Prefeitos. Vamos arregaçar as mangas a trabalhar. Estamos fazendo a
nossa parte aqui no Congresso Nacional. Façam a de vocês. Encaminhamos quase 12 milhões em recursos federais. 5 milhões

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para o HOSPITAL DA POSSE e mais 6 milhões para obras de saneamento e asfalto. E a você, Iguaçuano, fui, sou e sempre serei o
Deputado que mais destinou recursos para a nossa cidade. E vou continuar fazendo. Conte sempre com o nosso trabalho (fls.
92v.).
15. Nesse contexto, de acordo com o que se extrai da moldura fática do acórdão regional, não houve desvirtuamento de
propaganda partidária, pois a publicidade acima transcrita se limitou a expor os feitos realizados pelo Presidente do PROS, no
exercício do mandato parlamentar, sem nenhuma menção à candidatura, pleito futuro ou pedido de voto.
16. Na linha da jurisprudência desta Corte, a alusão a gestões, com enaltecimento de obras, projetos e feitos realizados por
integrante do Partido, bem como referência a sujeitos políticos de destaque, no âmbito da propaganda partidária, sem qualquer
menção à candidatura, pleito futuro ou pedido de voto, constitui meio legítimo de a agremiação amealhar mais filiados, o que
não desborda das diretrizes da propaganda partidária (AgR-REspe 272-11/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 31.8.2017).
17. Com efeito, esta Corte Superior entende que a divulgação de atos parlamentares em propaganda partidária, desde que nela
não se faça pedido de voto nem menção ao pleito vindouro, não configura propaganda eleitoral extemporânea. Este Tribunal
entende, ainda, que se admite que liderança de expressão apresente as posições da agremiação responsável pela veiculação da
publicidade partidária sobre temas político-comunitários, como ações de Governo desenvolvidas em Administração sob a
condução de seu filiado (RP 607-19/DF, Rel. Min. JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, DJe 4.2.2015).
18. A propósito, confira-se a seguinte ementa de julgado recente deste Tribunal Superior, relativa a feito em que litigavam as
mesmas partes e cujas circunstâncias fáticas em muito se assemelham ao caso dos autos:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA PARTIDÁRIA. INSERÇÕES ESTADUAIS.
DESVIRTUAMENTO DE PROPAGANDA PARTIDÁRIA. EXCLUSIVA PROMOÇÃO PESSOAL. INOCORRÊNCIA. SANÇÃO AFASTADA.
REVALORAÇÃO DAS PREMISSAS FÁTICAS. POSSIBILIDADE. DESPROVIMENTO.
1. É viável em sede de Recurso Especial Eleitoral a revaloração das premissas fáticas quando devidamente anotadas no acórdão
recorrido.
2. Segundo o que se extrai da moldura fática do acórdão recorrido, a propaganda partidária se limitou a expor os feitos
realizados pelo Presidente da agremiação, no exercício do mandato parlamentar, sem qualquer menção à candidatura, pleito
futuro ou pedido de voto.
3. A alusão a gestões, com enaltecimento de obras, projetos e feitos realizados por integrante do Partido, bem como referência
a sujeitos políticos de destaque, no âmbito da propaganda partidária, sem qualquer menção à candidatura, pleito futuro ou
pedido de voto, constitui meio legítimo de a agremiação amealhar mais filiados, o que não desborda das diretrizes da
propaganda partidária (AgR-REspe 272-11/SP, Rel. Min. LUIZ FUX, DJe de 31.8.2017).
4. Agravo Regimental desprovido (REspe 157-77/DF, Rel. Min. TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO NETO, DJe 9.10.2017).
19. Desse modo, a revaloração jurídica da matéria fática devidamente delineada no acórdão recorrido impõe seja afastada, na
espécie, a condenação da parte, com base no art. 45, § 2o., II da Lei 9.096/95, uma vez que a conclusão assentada pelo Tribunal
de origem a respeito do desvirtuamento da propaganda partidária não se harmoniza com a jurisprudência deste Tribunal
Superior.
20. Diante do exposto, com fundamento no art. 36, § 7o. do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, dá-se provimento
ao Recurso Especial para afastar a condenação do PARTIDO REPUBLICANO DA ORDEM SOCIAL (PROS) - ESTADUAL com base no
art. 45, § 2o., II da Lei 9.096/95.
21. Publique-se.
22. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 12 de dezembro de 2017.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Ministro Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 538-79.2016.6.17.0020 CARPINA-PE 20ª Zona Eleitoral (CARPINA)


AGRAVANTE: JOSÉ ALBERTO PEREIRA DA SILVA
ADVOGADOS: ALDO JOSÉ ALBUQUERQUE MACHADO - OAB: 39106/PE E OUTRA
AGRAVADA: COLIGAÇÃO O TRABALHO ESTÁ DE VOLTA
ADVOGADOS: EDJANE MARIA DA COSTA E SILVA - OAB: 15028/PE E OUTROS
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 8.879/2017

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 4 0

Decisão
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. DIVULGAÇÃO DE PESQUISA ELEITORAL SEM O PRÉVIO REGISTRO. INVIABILIDADE DO
RECURSO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO. NÃO FOI DEMONSTRADO DE QUE FORMA O ACÓRDÃO RECORRIDO VIOLOU O
ART. 17 DA RES.-TSE 23.453/15. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO ART. 3o. DA LEI 9.504/97. DISSONÂNCIA DA NORMA COM O TEMA
DISCUTIDO NOS AUTOS. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.
1. Trata-se de Agravo interposto por JOSÉ ALBERTO PEREIRA DA SILVA da decisão que inadmitiu o Recurso Especial manejado
contra o acórdão do TRE de Pernambuco que manteve a sentença que, por sua vez, julgou procedente a Representação por
divulgação de pesquisa eleitoral não registrada. O acórdão foi assim ementado:
RECURSO ELEITORAL. ELEIÇÕES 2016. DIVULGAÇÃO DE PESQUISA NÃO REGISTRADA. IRREGULARIDADE. BLOG. ART. 17 DA RES.-
TSE 23.453/15. ART. 33, § 3o. DA LEI 9.504/97. PESQUISA ELEITORAL SÓ PODERIA SER PUBLICADA SE CUMPRIDOS OS
REQUISITOS LEGAIS NECESSÁRIOS.
PESQUISA CONSIDERADA IRREGULAR. INEXISTÊNCIA DE PROVA INEQUÍVOCA DO PRÉVIO CONHECIMENTO DO BENEFICIÁRIO.
RECURSO PROVIDO PARA AFASTAR A MULTA EM RELAÇÃO AO RECORRENTE JOAQUIM PINTO LAPA FILHO. NÃO PROVIMENTO
DO RECURSO EM RELAÇÃO AO RECORRENTE JOSÉ ALBERTO PEREIRA DA SILVA, MANTENDO A MULTA QUE LHE FORA APLICADA
POR SENTENÇA (fls. 77).
2. Os Embargos de Declaração opostos foram conhecidos e parcialmente providos (fls. 114-116).
3. Na peça denominada Recurso Eleitoral, o ora agravante sustentou que o acórdão combatido ofende o art. 17 da Res.-TSE
23.453/15 e o art. 3o. da Lei 9.504/97. Aduziu que a sentença e o acórdão prolatados nesses autos são nulos, uma vez que não
enfrentaram as teses apresentadas pela defesa, quais sejam: licitude da enquete divulgada em período eleitoral; ausência de
prova idônea; compartilhamento realizado por candidato da coligação representante; e ausência de potencialidade de
influência no pleito (fls. 128).
4. Ao final, PAULO ALBERTO PEREIRA DA SILVA requereu a anulação da sentença ou sua reforma (fls. 133).
5. O recurso foi inadmitido pelo Presidente do TRE Pernambucano na decisão de fls. 137. Nela, asseverou-se a impossibilidade
de receber o Recurso Eleitoral como se Recurso Especial fosse, uma vez que toda a fundamentação da peça impugnativa reside
na arguição de não enfrentamento das teses de defesa e, portanto, omitidas no acórdão recorrido, tratando-se de repetição do
primeiro Recurso Eleitoral, recebido como Embargos Aclaratórios pelo Relator e já decidido por este Tribunal (fls. 137).
6. Sobreveio, assim, a interposição do Agravo (fls. 140-150), no qual o agravante nega haver repetição da peça recursal, ao
argumento de que a última interposta traz discussão analítica da sentença e do acórdão, bem como pede a reforma do aresto
impugnado por ofensa aos art. 17 da Res.-TSE 23.453/15 e art. 3o. da Lei 9.504/97.
7. O agravante ainda alega que a repetição de argumentos é praxe forense, notadamente quando a decisão atacada está
divergindo do entendimento da instância superior.
8. Em seguida, passa a repisar os argumentos da peça recursal, pugnando, ao fim, pelo conhecimento e pelo provimento do
Agravo, a fim de que seja viabilizado e também provido o Recurso Especial interposto.
9. Não foram apresentadas contrarrazões (fls. 153).
10. A PGE, por meio do ilustre Vice-Procurador-Geral Eleitoral, HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS, manifestou-se pelo
desprovimento do Agravo (fls. 156-158).
11. Era o que havia de relevante para relatar.
12. O Agravo é tempestivo e subscrito por Advogado constituído nos autos (fls. 37 e 86).
13. No caso, embora o Agravo tenha atacado os fundamentos do decisum impugnado, a irresignação não merece prosperar,
ante a própria inviabilidade do Recurso Especial.
14. Isso porque, ainda que nas razões recursais tenha o ora agravante afirmado que o acórdão recorrido afrontou artigos de lei -
o que, em tese, viabilizaria seu conhecimento, nos termos do art. 276, I "a" do CE -, a parte não cuidou de demonstrar de que
forma o aresto ofendeu as indigitadas normas.
15. Observe-se que o ora agravante sustentou haver ofensa ao art. 17 da Res.-TSE 23.453/15, o qual preconiza que a divulgação
de pesquisa sem o prévio registro sujeita os responsáveis à multa. No entanto, como bem colocou o ilustre Vice-Procurador-
Geral Eleitoral, não desenvolveu qualquer raciocínio jurídico que permita inferir em que ponto reside a violação legal, limitando-
se a afirmar que o acórdão e a sentença merecem reforma, pois teriam sido omissos em relação às teses trazidas pela defesa
(fls. 157v.).
16. Alegou também o ora agravante, violação ao art. 3o. da Lei 9.504/97, que possui a seguinte redação:
Art. 3o. Será considerado eleito Prefeito o candidato que obtiver a maioria dos votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 1o. A eleição do Prefeito importará a do candidato a Vice-Prefeito com ele registrado.
§ 2o. Nos Municípios com mais de duzentos mil eleitores, aplicar-se-ão as regras estabelecidas nos §§ 1o. a 3o. do artigo
anterior.

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17. Como visto, a mencionada norma traz regras a respeito da eleição aos cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, enquanto a
questão discutida nesses autos cinge-se à divulgação de pesquisa eleitoral sem o necessário registro prévio.
18. Ou seja, o artigo de lei tido por afrontado normatiza matéria completamente alheia ao tema dos autos, e o ora agravante
tampouco aponta, tal como no outro dispositivo, como se deu a sua violação.
19. Assim, verifica-se claramente que o recurso que o ora agravante visa a dar êxito, demonstra deficiência na sua
fundamentação, o que inviabiliza o seu conhecimento, a teor do enunciado 27 da Súmula TSE:
É inadmissível recurso cuja deficiência de fundamentação impossibilite a compreensão da controvérsia.
20. Essa Corte, em situação similar, asseverou não bastar apontar, nas razões do recurso, o dispositivo contrariado, porquanto
cabe à parte demonstrar de forma inequívoca, dentro do contexto do acórdão recorrido, por que motivos entende que a
disposição indicada teria sido violada, fato este que não ocorreu no caso em comento (...) atraindo a incidência do disposto na
Súmula 284 do STF (AgR-AI 839-38/MG, Rel. Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA, DJe 10.11.2014).
21. Ante o exposto, com fundamento no § 6o. do art. 36 do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nega-se
seguimento ao Agravo.
22. Publique-se. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 12 de dezembro de 2017.
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO
Ministro Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 30-90.2016.6.05.0013 SALVADOR-BA 13ª Zona Eleitoral (SALVADOR)


AGRAVANTE: ANTERO TAVARES CORDEIRO NETO
ADVOGADOS: LÍLIAN MARIA SANTIAGO REIS - OAB: 17117/BA E OUTROS
Ministro Napoleão Nunes Maia Filho
Protocolo: 8.633/2017

Despacho
1. Trata-se de Agravo interposto por ANTERO TAVARES CORDEIRO NETO de decisão que inadmitiu o Recurso Especial manejado
contra o acórdão do TRE da Bahia que manteve a sentença proferida pelo Juízo da 13a. ZE pela qual se julgou improcedente a
Ação Declaratória de Nulidade - Querela Nullitatis formulada pelo agravante.
2. Verifica-se que a decisão de inadmissão do Apelo Nobre foi publicada no DJe de 11.10.2017, quarta-feira (fls. 297), e o
Agravo, interposto em 18.10.2017, quarta-feira (fls. 299).
3. De ordem, considerando-se que o termo final do prazo recursal seria 16.10.2017, segunda-feira, intime-se o agravante, nos
termos do art. 10 do CPC/15, para que, no prazo de 3 (três) dias, este se manifeste sobre eventual intempestividade do Agravo
interposto, trazendo aos autos elementos que demonstrem a tempestividade da irresignação.
4. Publique-se. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 13 de dezembro de 2017.
DIEGO CÂMARA
Juiz Auxiliar
(Gab. Min. Napoleão Maia)

Protocolo: 16.068/2016
REFERÊNCIA: RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 489-78.2016.6.26.0152 PONTALINDA-SP 152ª Zona Eleitoral (JALES)
RECORRENTES: ELVIS CARLOS DE SOUZA E OUTRO
ADVOGADOS: RAFAEL CEZAR DOS SANTOS - OAB: 342475/SP E OUTROS
RECORRIDO: MARCELO LIMA RODRIGUES
ADVOGADOS: ADEMAR APARECIDO DA COSTA FILHO - OAB: 256786/SP E OUTRO
Ministro Herman Benjamin

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PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 489-78.2016.6.26.0152 - CLASSE 32 - PONTALINDA -


SÃO PAULO
Relator: Ministro Herman Benjamin
Recorrentes: Elvis Carlos de Souza e outro
Advogados: Rafael Cezar dos Santos e outros
Recorrido: Marcelo Lima Rodrigues
Advogado: Benedito Tonholo
Eleições 2016. Tutela de Urgência Incidental. Registro de candidatura ao cargo de prefeito indeferido. Recurso Especial Eleitoral.
Pedido de medida liminar. Suposta incidência no art. 1º, inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990. Condenação por ato de
improbidade. 1. Nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, "a tutela de urgência será concedida quando houver
elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo" . Já o § 3º do
referido artigo estabelece que "a tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão" . 2. Fumus boni iuris. 2.1. A incidência da causa de inelegibilidade do art. 1º, inciso I,
alínea l, da LC nº 64/1990 pressupõe análise vinculada da condenação colegiada imposta em ação de improbidade
administrativa, sob pena de a Justiça Eleitoral, casuisticamente, reconhecer a incidência da causa de inelegibilidade do art. 1º,
inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990 em qualquer hipótese de condenação por improbidade administrativa, bastando, para tanto,
suposições, presunções, delírios ou criatividade variada acerca da conduta, o que, obviamente, não se coaduna com a melhor
hermenêutica das causas de inelegibilidade. 2.2. Em uma primeira análise do caso, verifico que o próprio acórdão regional
mencionou que o serviço foi efetivamente prestado, razão pela qual sequer houve devolução dos valores pagos. Some-se a
circunstância de que a condenação foi pelo art. 11 da Lei de Improbidade, o que não significa, necessariamente, a ocorrência de
enriquecimento ilícito ou dano ao erário, mormente quando não há menção a "ressarcimento integral do dano, se houver" , nos
termos do art. 12, inciso III, da Lei nº 8.429/1992. Aparentemente, o Regional incorreu em verdadeira presunção de requisitos
objetivos do art. 1º, inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990 - o dano ao Erário e o enriquecimento ilícito -, incompatível com a
dogmática constitucional acerca dos Direitos Políticos e com a própria jurisprudência específica do TSE (cf. o AgR-REspe nº
7130/SP, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25.10.2012). 3. Periculum in mora. Parece-me prudente aguardar, neste momento, a
decisão do Plenário do TSE sobre o caso concreto, pois, além de existir dúvida razoável quanto ao enquadramento da alínea l no
âmbito deste próprio Tribunal, as eleições suplementares somente serão realizadas quando o TSE confirmar o indeferimento de
registro de candidatura, fazendo da assunção sempre precária do presidente da câmara de vereadores verdadeira assunção
com contornos de definitividade, o que não se coaduna com o princípio democrático. 4. Pedido deferido.
DECISÃO
1. Na origem, Marcelo Lima Rodrigues impugnou o registro de candidatura de Elvis Carlos de Souza e Guedes Marques Cardoso
por suposta inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990, em decorrência de condenação por improbidade
administrativa, nos termos do art. 11 da Lei nº 8.429/92.
O Juiz Eleitoral deferiu o registro (fls. 195-197).
Recurso Eleitoral interposto pelo impugnante às fls. 201-212, provido pelo TRE/SP para indeferir o registro do recorrente,
conforme acórdão de fls. 237-245.
Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fls. 263-266).
O recurso especial interposto pelo candidato às fls. 269-280 foi provido pelo relator, Ministro Herman Benjamin, para deferir o
registro de candidatura, considerando que não houve enriquecimento ilícito (fls. 308-315).
O agravo regimental interposto pelo Ministério Público Eleitoral (fls. 325-335) e os embargos de declaração opostos pelo
recorrido (fls. 317-321) foram providos pelo relator para reconsiderar a decisão monocrática e submeter o recurso
extraordinário ao Plenário (fl. 358).
Nas razões da presente tutela de urgência, na qual se busca efeito suspensivo ao recurso especial interposto, alega o candidato
que a condenação por ato de improbidade administrativa do art. 11 da Lei nº 8.429/1992 não preenche os requisitos para a
incidência na alínea l.
Alega o requerente que é expressa a inexistência de dano ao erário e enriquecimento ilícito na sua condenação pela Justiça
Comum, uma vez que a pessoa nomeada irregularmente para cargo em comissão prestou os serviços, não havendo ilicitude na
percepção dos correspondentes salários.
Aduz, ainda, que, o provimento inicial do recurso pelo relator, em decisão monocrática posteriormente reconsiderada, revela a
clara probabilidade do direito, uma vez que havia reconhecido a ausência de enriquecimento ilícito.
Assevera que a demora no julgamento da causa pode prejudicar a sua diplomação e posse, em razão do início do recesso
forense.
Requer, por fim:
Em virtude do demonstrado, da jurisprudência firmada nesta Corte Superior, do perigo de dano concreto e da existência de
precedente em caso similar, pleiteia-se que seja concedida liminar para antecipar os efeitos da tutela recursal no Recurso

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Especial Eleitoral e permitir aos Requerentes a diplomação e a posse na Chefia do Executivo Municipal de Pontalinda, até
julgamento definitivo da presente demanda.
Decido.
2. Nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, "a tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo" . Já o § 3º do referido artigo
estabelece que "a tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão" .
No mérito, em juízo superficial, verifico a presença do fumus boni iuris. Conforme venho sustentando, lastreado na
compreensão do direito constitucional à elegibilidade, nem toda condenação por improbidade administrativa faz incidir a
inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990, mas somente a que preencher os requisitos cumulativamente
elencados: i) decisão transitada ou proferida por órgão colegiado do Poder Judiciário; ii) condenação em improbidade
administrativa na modalidade dolosa; iii) conduta ímproba que acarrete dano ao Erário e enriquecimento ilícito; iv) suspensão
dos direitos políticos; e v) prazo de inelegibilidade não exaurido.
Por outro lado, com base na compreensão da reserva legal proporcional, entendo que as causas de inelegibilidade devem ser
interpretadas restritivamente, evitando-se a criação de limitação de direitos políticos sob fundamentos frágeis e inseguros,
como a possibilidade de dispensar determinado requisito da causa de inelegibilidade, ofensiva à dogmática de proteção dos
direitos fundamentais (cf. o AgR-REspe nº 71-54/PB, rel. Min. Henrique Neves da Silva, julgado em 7.3.2013 e o REspe nº 102-
81/RN, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 17.12.2012).
Ademais, a análise sistemática da Lei de Improbidade revela que a condenação por ato de improbidade que atenta contra os
princípios da administração pública (art. 11) não autoriza a necessária conclusão de que houve dano ao Erário (art. 10) ou
enriquecimento ilícito (art. 9º). São condutas tipificadas em artigos distintos, podendo ocorrer isoladamente ou não, conforme
nos ensina, por exemplo, José Carvalho dos Santos Filho.
Portanto, a incidência da causa de inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990 pressupõe análise vinculada da
condenação colegiada imposta em ação de improbidade administrativa, não competindo à Justiça Eleitoral, em processo de
registro de candidatura, chegar a conclusão não reconhecida pela Justiça Comum competente.
De fato, dispensar a análise vinculada da decisão colegiada na ação de improbidade administrativa autorizaria à Justiça Eleitoral,
casuisticamente, reconhecer a incidência da causa de inelegibilidade do art. 1º, inciso I, alínea l, da LC nº 64/1990 em qualquer
condenação por improbidade administrativa, bastando, para tanto, suposições, presunções, delírios ou criatividade variada
acerca da conduta, o que, obviamente, não se coaduna com a melhor hermenêutica das causas de inelegibilidade.
Em uma primeira análise do caso, verifico que o próprio acórdão regional registra que o serviço foi efetivamente prestado,
razão pela qual sequer houve devolução dos valores pagos (fl. 242). Da mesma forma, menciona que o prejuízo ao erário se
demonstra da simples condenação por ato de improbidade administrativa, embora reconheça expressamente que a
condenação se deu apenas pelos atos previstos no art. 11 da Lei nº 8.429/1992.
Aparentemente, portanto, o Regional incorreu em verdadeira presunção de requisitos objetivos do art. 1º, inciso I, alínea l, da
LC nº 64/1990 - o dano ao Erário e o enriquecimento ilícito -, incompatível com a dogmática constitucional acerca dos Direitos
Políticos e com a própria jurisprudência específica do TSE, senão vejamos:
Ocorre que, consoante se pode observar do teor do aresto recorrido, a condenação pela justiça comum se deu com base no art.
10, VIII, da Lei n° 8.429192, que trata das condutas lesivas ao patrimônio público.
Não houve referência no julgado regional acerca da condenação por enriquecimento ilícito, o que afasta a incidência do art. 1º,
I, l, da LC n° 64/90, que, na linha do entendimento firmado por esta Corte, pressupõe condenação por improbidade
administrativa decorrente de ato lesivo ao patrimônio público e enriquecimento ilícito.
De todo modo, o teor do acórdão do Tribunal de Justiça juntado às fls. 166-181 dos autos, e citado pela Corte Regional,
corrobora as premissas fáticas fixadas no aresto hostilizado, no sentido de que a condenação deu-se com base no art. 10, VIII,
da Lei n° 8.429/92, sem haver menção ao art. 9º, que trata do enriquecimento ilícito.
[...]
No caso, o Tribunal Regional consignou expressamente no aresto recorrido que a condenação se dera pela violação ao art. 10
da Lei de Improbidade, não tendo sido feita referência, em nenhum momento, a provável condenação por enriquecimento
ilícito.
Não se trata, portanto, de reexame de provas ou da análise de matérias não prequestionadas, mas sim da adequação dos fatos
descritos no decisum recorrido à norma legal questionada. (AgR-REspe nº 7130/SP, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
25.10.2012)
Além disso, milita em favor do requerente o fato de ter o próprio relator reconhecido a inexistência de enriquecimento ilícito,
antes de reconsiderar a decisão monocrática para submeter o recurso ao Plenário.
Destaque, ainda, para a existência de diversas decisões desta Corte afastando a incidência da inelegibilidade quando a
condenação por improbidade administrativa se fundamentar exclusivamente no art. 11. Para as eleições de 2016, foi mantido
esse entendimento, conforme se extrai do AgR-REspe nº 213-54, rel. Min. Henrique Neves, julgado em 13.12.2016.

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Por outro lado, neste juízo provisório, parece-me prudente aguardar a decisão do Plenário do TSE sobre o caso concreto, pois,
além de existir dúvida razoável quanto ao enquadramento da alínea l, no âmbito deste próprio Tribunal, as eleições
suplementares somente serão realizadas quando o TSE confirmar o indeferimento de registro de candidatura, fazendo da
assunção sempre precária do presidente da câmara de vereadores verdadeira assunção com contornos de definitividade, o que
não se coaduna com o princípio democrático. Conforme advertia o Ministro Sepúlveda Pertence, "a subtração ao titular, ainda
que parcial, do conteúdo do exercício de um mandato político é, por si mesma, um dano irreparável" (ADI nº 644 MC/AP, rel.
Min. Sepúlveda Pertence, julgada em 4.12.1991).
Ademais, a presente decisão não tem conteúdo de irreversibilidade, nos termos do art. 300, § 3º, do Código de Processo Civil,
considerando que, caso o TSE mantenha o indeferimento do pedido de registro, os procedimentos para a realização de eleições
suplementares serão providenciados pelos órgãos da Justiça Eleitoral.
3. Ante o exposto, defiro o pedido de medida liminar para atribuir efeito suspensivo ativo ao REspe nº 489-78/SP, até o
julgamento pelo Plenário do TSE.
Comunique-se, com urgência.
Publique-se.
Brasília, 27 de dezembro de 2016.
Ministro GILMAR MENDES
Presidente
Art. 17 do RITSE

RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 184-15.2016.6.17.0130 CAPOEIRAS-PE 130ª Zona Eleitoral (CAPOEIRAS)


RECORRENTE: ANTÔNIO CARLOS VIEIRA DOS SANTOS
ADVOGADOS: RAPHAEL PARENTE OLIVEIRA - OAB: 26433/PE E OUTROS
Ministro Jorge Mussi
Protocolo: 8.280/2017

AGRAVO. RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2016. PREFEITO. CONTAS DE CAMPANHA. OMISSÃO DE DESPESA. DESAPROVAÇÃO.
SÚMULA 30/TSE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.
1. A omissão de despesas em sede de ajuste de contas constitui vício que impede efetivo controle pela Justiça Eleitoral,
ensejando sua desaprovação. Precedentes.
2. As decisões prolatadas em processo de ajuste contábil estão sujeitas à preclusão em decorrência da necessária estabilidade
das relações jurídicas. Precedentes.
3. Na espécie, o TRE/PE desaprovou as contas de campanha do recorrente pela seguinte falha: omissão de despesas alusivas ao
uso de site na internet e de trio elétrico em comício. Conforme se consignou no aresto regional, o candidato, embora instado
em várias oportunidades a prestar esclarecimentos no que tange às omissões em tela a fim de elidi-las, só o fez
extemporaneamente, em sede de embargos. Diante disso, no recurso em exame, não há como se analisarem as mesmas
elucidações firmadas em âmbito de aclaratórios, porquanto operada a preclusão.
4. O acórdão do TRE/PE não merece reparo, visto que alinhado com a jurisprudência deste Tribunal Superior. Aplicável, pois, a
Súmula 30/TSE.
5. Recurso especial a que se nega seguimento.
DECISÃO
Trata-se de agravo interposto por Antônio Carlos Vieira dos Santos, candidato não eleito ao cargo de prefeito do Município de
Capoeiras em 2016, contra decisão da Presidência do TRE/PE em que se inadmitiu recurso especial em detrimento de aresto
assim ementado (fl. 278):
RECURSO ELEITORAL. CANDIDATO. NÃO ELEITO. PRESTAÇÃO DE CONTAS. ELEIÇÕES 2016. DILIGÊNCIA. RETIFICADORA. VÍCIO
PERSISTIU. PARECER CONCLUSIVO. REJEIÇÃO. RECURSO.
1 - Apesar de devidamente intimada, a parte quedou-se inerte quanto a um dos vícios apontados. A despeito da jurisprudência
mais moderna ser pacífica no sentido de que os documentos apresentados a destempo não devem ser analisados. Houve nova
falha, sobre a qual não se oportunizou o pronunciamento. Entretanto, a parte, na primeira oportunidade, ou seja, no recurso,
não se manifesta e nada junta para saneá-la.
2 - O caso específico não merece tratamento diferenciado, as diligências não esclareceram os vícios apontados, cuja
constatação macula a confiabilidade das informações carreadas aos autos (omissão de receitas/gastos eleitorais), ensejando a

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rejeição das contas.


Na espécie, desaprovaram-se as contas do candidato, alusivas às Eleições 2016, em primeira instância, com respaldo no art. 68,
III, da Res.-TSE 23.463/2016 e art. 30, III, da Lei 9.504/97, pelas seguintes falhas consideradas graves: a) apresentação
extemporânea de ajuste contábil à Justiça Eleitoral, em afronta aos arts. 29, III, da Lei 9.504/97 e 45, caput e § 1º, da Res.-TSE
23.463/2015, com consequente inidoneidade de recibos eleitorais (art. 6º, § 2º e 27, caput e § 1º,
da Res.-TSE 23.463/2015); b) omissão de despesas por uso de página na internet e trio elétrico.
O TRE/PE, por unanimidade, manteve a desaprovação das contas, apesar de ter considerado a primeira falha meramente
formal.

Opostos embargos declaratórios, foram rejeitados (fls. 297-300).


Seguiu-se interposição de recurso especial, em que se alegou,
em suma, afronta ao art. 30, II e III, da Lei 9.504/97, ante a falta de falhas comprometedoras da regularidade contábil. No
ponto, ressaltou-se que já haviam sido prestados esclarecimentos no que tange à inexistência de despesas (supostamente
omitidas) com uso de página na internet e com trio elétrico, porquanto o primeiro procedia da rede social Facebook (de cunho
gratuito) e o segundo tratava-se de mera figura ilustrativa de veículo em convite.
Nesse sentido, requereu a aprovação das contas com ressalvas.
O recurso foi inadmitido pela Presidência do TRE/PE (fls. 314-314-v), o que ensejou agravo no qual se impugnaram os
respectivos fundamentos
(fls. 316-329).
A d. Procuradoria-Geral Eleitoral opinou pelo desprovimento do agravo (fls. 334-335).
É o relatório. Decido.
Verifico que o agravante infirmou os fundamentos da decisão agravada e que o recurso especial inadmitido preenche os
requisitos de admissibilidade. Desse modo, dou provimento ao agravo e passo ao exame do recurso, nos termos do art. 36, § 4º,
do RI-TSE.
Na espécie, as contas de campanha do recorrente foram desaprovadas pelo TRE/PE por omissão de despesas alusivas ao uso de
site na internet e de trio elétrico em comício.
Conforme se consignou no acórdão regional, o candidato, embora instado em várias oportunidades a prestar esclarecimentos
quanto às omissões em tela, a fim de elidi-las, só o fez extemporaneamente, em sede de embargos. Confira-se
(fls. 299 e 299-v):
O julgamento, ao revés do que afirma o embargante, analisa os documentos apontados nos embargos e discutiu as razões que
resultaram na desaprovação das contas.
Para tal constatação basta analisar o acórdão rechaçado, vide
fls. 278/282.
A própria ementa já revela que a Corte debateu o tema e entendeu que a parte silenciou quando lhe coube esclarecer vícios
apontados no parecer técnico conclusivo, vejamos: [...]
1 - Apesar de devidamente intimada, a parte quedou-se inerte quanto a um dos vícios apontados. A despeito da jurisprudência
mais moderna ser pacífica no sentido de que os documentos apresentados a destempo não devem ser analisados. Houve nova
falha, sobre a qual não se oportunizou o pronunciamento. Entretanto, a parte, a parte,
na primeira oportunidade, ou seja, no recurso, não se manifesta e nada junta para saneá-la.
2 - O caso específico não merece tratamento diferenciado, as diligências não esclarecem os vícios apontados, cuja constatação
macula a confiabilidade das informações carreadas aos autos (omissão de receitas/gastos eleitorais), ensejando a rejeição das
contas.
Com efeito, tem-se que o v. acórdão não restou equivocado, omisso ou obscuro, tratou minuciosamente da matéria pertinente
à lide posta, inclusive assentou que caberia, ao recorrente ter documentos relativos ao novo vício (omissão de uso de trio
elétrico) analisados, sendo uma consequência direta do entendimento da Corte a conclusão de que a parte, na primeira
oportunidade, qual seja, no recurso, não se manifestou acerca das omissões referentes ao trio elétrico, vindo a inovar a tese
recursal via embargos, o que não é cabível.
Somente nos embargos, a parte alega que o trio, que aparece no convite para "grande festa" , divulgado na internet, era
meramente ilustrativo, bem como que a página aludida é a do Facebook e como é de conhecimento popular, é gratuita, não se
fazendo, portanto, necessária sua declaração na prestação de contas.
Ora, o acórdão foi claro que, na primeira oportunidade, a parte nada esclareceu acerca desse novo vício que, junto aos demais,

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ensejou a rejeição de suas contas.


Quanto ao reconhecimento que a rede social, via Facebook, é gratuita, de fato seria relevante para esclarecer sua omissão na
prestação de contas, entretanto, sua alegação em sede de embargos é extemporânea, não sendo suficiente a mera alegação
genérica de sua inexistência, ainda em diligências, vide fls. 74.
Assim, afastada a possibilidade de erro, tem-se que a rediscussão de matéria já tratada pela Corte não é viável na via estreita
dos aclaratórios, restando, para todos os efeitos, prequestionada a matéria.
(sem destaques no original)
Diante disso, no presente recurso, não há como se examinarem as mesmas elucidações feitas em âmbito de aclaratórios,
porquanto operada a preclusão. A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PARTIDO POLÍTICO. EXERCÍCIO FINANCEIRO DE 2010.
[...] 2. No processo de prestação de contas, não se admite a análise dos documentos juntados com os embargos de declaração
quando o partido foi intimado, sucessivas vezes, para sanar a irregularidade e não o fez tempestivamente. Precedente: AgR-
REspe nº 255420-96, de minha relatoria, DJE de 20.3.2014. [...]
(RESPE 75-28/ES, Rel. Min. Henrique Neves, DJE de 18/9/2014)
[...] As decisões prolatadas em processo de prestação de contas estão sujeitas à preclusão em razão da necessidade de
estabilização das relações jurídicas. [...].
(PET 16-14/DF, Rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 24/3/2009)
Assim, persistindo a eiva em exame, tem-se que a jurisprudência deste Tribunal Superior é firme no sentido de que a omissão
de despesas é falha comprometedora da regularidade de contas, ensejando a sua desaprovação. Nesse sentido:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA. GASTOS DECLARADOS COM MATERIAL
PUBLICITÁRIO IMPRESSO. MONTANTE EXPRESSIVO. NÃO DECLARAÇÃO DE RECEITAS OU DESPESAS COM A DISTRIBUIÇÃO.
OMISSÃO QUE IMPEDE O EFETIVO CONTROLE DAS CONTAS PELA JUSTIÇA ELEITORAL. REJEIÇÃO. AGRAVO PROVIDO.
1. No caso dos autos, o TRE/SP declarou que, na prestação de contas, foram informados gastos com materiais publicitários
impressos sem a correspondente despesa ou receita proveniente de doações estimáveis em dinheiro.
2. A omissão na declaração de receitas e despesas deve ensejar a desaprovação das contas, já que, segundo a jurisprudência
desta Corte, se trata de falha que compromete a aferição da regularidade das contas. Precedentes.
3. Para que fosse revista a moldura fática do acórdão recorrido e concluído que a distribuição do material impresso teria sido
realizada por amigos, familiares e correligionários, como pretendia a agravada, seria necessário o reexame dos fatos e provas
dos autos, vedado pelas Súmulas nos 7/STJ e 279/STF.
(RESPE 9955-77/SP, Rel. Ministra Luciana Lóssio, DJE de 11/12/2013) (sem destaque no original)
ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA. PREFEITO. OMISSÃO DE
RECEITA/DESPESA. DESAPROVAÇÃO. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS
NO ACÓRDÃO. INVIABILIDADE. NÃO PROVIMENTO.
1. Com base na compreensão da reserva legal proporcional, nem toda irregularidade identificada no âmbito do processo de
prestação de contas autoriza a automática desaprovação de contas de candidato ou de partido político, competindo à Justiça
Eleitoral verificar se a irregularidade foi capaz de inviabilizar a fiscalização das contas.
2. Não se aplicam ao caso os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, pois o Tribunal Regional Eleitoral, analisando o
conjunto probatório dos autos, concluiu que a irregularidade maculou as contas a ensejar-lhes a desaprovação.
3. A jurisprudência do TSE é firme em que a omissão de receitas/despesas é irregularidade que compromete a confiabilidade
das contas.
4. É inviável a aplicação do princípio da insignificância, pois, em se tratando de receita/despesa omitida, inexiste parâmetro
quanto ao valor relativo aos serviços prestados e não declarados. Assim, não há como avaliar se se trata, ou não, de quantia
com pouca representatividade diante do contexto total das contas.
(AgR-REspe 336-77/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJE de 8/4/2015)
(sem destaque no original)
Desse modo, o acórdão do TRE/PE não merece reparo, porquanto alinhado com a jurisprudência deste Tribunal Superior.
Aplicável, pois, a Súmula 30/TSE.
Ante o exposto, nego seguimento ao recurso especial, nos termos do art. 36, § 6º, do RI-TSE.
Publique-se. Intimem-se. Reautue-se.
Brasília (DF), 6 de dezembro de 2017.
MINISTRO JORGE MUSSI

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Relator

Coordenadoria de Processamento - Seção de Processamento III

Decisão monocrática

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 240/2017 - SEPROC3.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 184-05.2016.6.14.0031 MARACANÃ-PA 31ª Zona Eleitoral (MARACANÃ)


AGRAVANTES: COLIGAÇÃO O PROGRESSO CONTINUA EM MARACANÃ E OUTRAS
ADVOGADOS: DANILO COUTO MARQUES - OAB: 23405/PA E OUTROS
AGRAVADA: COLIGAÇÃO AVANÇA MARACANÃ
ADVOGADO: MAURO GOMES DE BARROS - OAB: 9113/PA
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 7.020/2017

DECISÃO
A Coligação O Progresso Continua em Maracanã, Raimunda da Costa Araújo e Ana Alice Emim Costa interpuseram agravo (fls.
182-189) em face da decisão da Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (fls. 174-175) que denegou o recurso especial
manejado em face do acórdão proferido por aquela Corte (fls. 144-156) que, por unanimidade, deu parcial provimento ao
recurso eleitoral interposto pela Coligação Avança Maracanã, a fim de reformar a sentença proferida pelo Juízo da 31ª Zona
Eleitoral daquele Estado e julgar parcialmente procedente a representação, a fim de condenar as agravantes, individualmente, à
pena de multa no importe de 30.000 Ufirs, nos termos do art. 73, § 4º, da Lei das Eleições.
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 144):
RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. ELEIÇÕES MUNICIPAIS 2016. CONDUTA VEDADA. AOS AGENTES PÚBLICOS.
PUBLICIDADE PÚBLICA. ABUSO DE PODER AUTORIDADE. PARCIAL PROVIMENTO. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE.
APLICAÇÃO DE MULTA.
1. A publicidade institucional, como bens jurídicos incorpóreos são também atingidos pela norma eleitoral do art. 73, I, da Lei
9.504de 1997;
2. Os bens jurídicos incorpóreos, como a publicidade institucional ("slogan" ), são passíveis de apropriações, dessa forma, os
agentes públicos estão impedidos de utilizarem em proveito próprio;
3. O arcabouço probatório reunido no presente caderno processual resta caracterizado o uso da propaganda institucional,
como meio de comunicação social analógica e digital pelas recorridas em benefício próprio e possui identidade fonética e
semântica entre a publicidade municipal e a publicidade das recorridas;
4. A propaganda faz menção à publicidade institucional da Prefeitura Municipal de Maracanã, de forma direta, com o intento de
provocar no subconsciente do eleitor o entendimento da continuidade administrativa a ser praticada pela Prefeita;
5. Todavia, as provas carreadas aos autos não nos permitem vislumbrar a dimensão da potencialidade dos atos aptos a ensejar
a aplicação da sanção mais rígida, ou seja, a cassação do diploma em detrimento ao direito constitucional de suma importância
previsto no art. 14, qual seja, de ser votado;
6. Assim sendo, a sanção de multa prevista pode e deve ser aplicada pelo julgador de forma a impor um caráter pedagógico às
recorridas, haja vista a gravidade dos atos praticados em se apoderar da publicidade pública em benefício próprio.
7. Recurso conhecido e parcialmente provido, somente para aplicação de multa com fulcro no art. 73, § 4º, da Lei 9.504 de
1997.
As agravantes sustentam, em suma, que o seu recurso especial preencheu todos os requisitos necessários ao seu conhecimento,
bem como procedeu ao devido cotejamento analítico entre o acórdão recorrido e os arestos paradigmas apresentados,
demonstrando, assim, a ocorrência de dissídio jurisprudencial.
Acrescenta que, nos julgados paradigmas, houve a imputação de sanção pecuniária no quantum mínimo da respectiva lei e que
igualmente tratam de condutas vedadas previstas no art. 73 da Lei 9.504/97, razão pela qual seria devido o acolhimento do

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apelo em observância ao princípio da proporcionalidade.


Requerem o conhecimento e o provimento do agravo, a fim de dar seguimento ao recurso especial, para que, ao final, seja
provido.
A douta Procuradoria-Geral Eleitoral opinou às fls. 200-202v pelo não provimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
O agravo é tempestivo. A decisão que negou seguimento ao recurso especial foi disponibilizada no Diário da Justiça Eletrônico
em 7.8.2017, considerando-se publicada em 8.8.2017 (fl. 176), e o agravo foi interposto em 10.8.2017 (fl. 182) por advogados
habilitados nos autos (procurações às fls. 68-70 e substabelecimentos às fls. 142 e 171).
Ao negar seguimento ao recurso especial às fls. 174-175, a Presidente do Tribunal Regional Eleitoral paraense assentou que as
agravantes não realizaram o devido cotejamento analítico entre o aresto recorrido e os apresentados como paradigmas, a título
de comprovação do dissenso jurisprudencial.
As agravantes afirmam que o apelo preencheu todos os requisitos necessários ao seu conhecimento e que realizaram o devido
confronto analítico, apto ao preenchimento do pressuposto específico de admissibilidade do apelo.
Todavia, está correta a decisão agravada, porquanto, examinando o teor do recurso especial (fls. 161-170), realmente se
constata a mera menção de ementas de julgados, em desatendimento ao preconizado no verbete sumular 28 do TSE, que assim
dispõe: "A divergência jurisprudencial que fundamenta o recurso especial interposto com base na alínea b do inciso I do art. 276
do Código Eleitoral somente estará demonstrada mediante a realização de cotejo analítico e a existência de similitude fática
entre os acórdãos paradigma e o aresto recorrido".
Ainda que superado o referido óbice, o presente agravo não tem condições de êxito, haja vista a inviabilidade do recurso
especial.
Segundo o Tribunal Regional Eleitoral paraense, as agravantes utilizaram, durante as Eleições de 2016, quando concorreram à
reeleição nos cargos de prefeito e vice-prefeito, slogan usado pela prefeitura de Maracanã, o que teria configurado a conduta
vedada descrita no inciso I do art. 73 da Lei das Eleições, que proíbe aos agentes públicos, servidores ou não, "ceder ou usar, em
benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária" .
Para melhor esclarecimento dos fatos, reproduzo os seguintes excertos do aresto regional (fls. 149-153):
[...]
Para melhor cognição a despeito da gravidade dos fatos, listei as provas acostadas aos autos pela recorrente Coligação
Majoritária "AVANÇA MARACANÃ" , por meio de mídia DVD, à fl. 52, que passo a expor abaixo:
FACEBOOK
No primeiro espelho da página do Facebook da então candidata a reeleição, Raimunda da Costa Araújo, sob o nome de
Professora Dica, como é conhecida, datado em 11 de setembro de 2016, revela a imagem da escola daquele município,
precedida pelo convite ao comício que se realizou, ao lado do banner sobre agenda de campanha, sob o slogan eleitoral "QUEM
AMA... CONTINUA CUIDANDO" .
Relativo ao segundo espelho, datado em 10 de setembro de 2016, mostra o comício realizado na comunidade de São Raimundo
do Caripi, no qual a Prefeita ressalta a entrega do sistema de abastecimento de água executada pela prefeitura, cujo slogan
institucional "QUEM AMA CUIDA" junto à identificação da Prefeitura de Maracanã são exibidos claramente.
O terceiro espelho, datado em 5 de setembro de 2016, retrata da pavimentação de asfalto na rua Floriano Peixoto, com os
seguintes dizeres: "E continuamos na luta para que o asfalto, também, cheguem aos bairros que nunca receberam o tão
sonhado asfalto. QUEM AMA CUIDA".
No quarto espelho, datado em 4 de setembro de 2016, estampa fotos da obra na escola da Vila Fernando Guilhon, junto ao
slogan institucional de Prefeitura "QUEM AMA CUIDA" .
Tocante ao quinto espelho do Facebook, datado em 28 de agosto de 2016, destaca a entrega do novo sistema de
abastecimento de água do Bairro Novo realizado pela administração anterior, frisa-se, pela gestão da ora recorrida, ao lado do
banner da sua propaganda da agenda de campanha, ao convidar a todos para uma carreata, no qual exibe do slogan eleitoral da
candidata a reeleição: "QUEM AMA... CONTINUA CUIDANDO".
Alusivo ao sexto espelho, datado em 27 de agosto de 2016, expõe o banner da agenda de campanha da ora recorrida Raimunda
da Costa Araújo, cujo objetivo seria a convocação para participar de uma carreata em frente ao Conjunto Vovô Índio, sempre
finalizando com o slogan pessoal "QUEM AMA... CONTINUA CUIDANDO".
BANNERS
Cuida-se de banners tangentes a um comício realizado em 11 de setembro de 2016, realizado no Km 26, assim como no local
chamado Vila das 4 Bocas, em 17 de setembro de 2016, cujos finais apresentam em letras garrafais o slogan pessoal "QUEM

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AMA... CONTINUA CUIDANDO" .


FOTOS
Trata-se de foto de um comício realizado naquela municipalidade, cujo arquivo é datado em 11 de setembro de 2016, no qual
retrata a ora recorrida a discursar em frente a um sistema de abastecimento de água com os dizeres: Prefeitura de Maracanã,
"QUEM AMA CUIDA". Outrossim, o sistema de abastecimento, agora referente à Vila de 4 Bocas, também exibe a mesma
publicidade referida.
Noutro arquivo de foto, datado em 11 de setembro de 2016, toca acerca do sistema de abastecimento de água da Vila de São
Raimundo, com o mesmo slogan institucional da Prefeitura de Maracanã "QUEM AMA CUIDA" .
Também, foi juntado foto, com arquivo datado em 11 de setembro de 2016, na qual exibe o Posto de Saúde São Miguel do
Itaqueré, contendo um grande banner da Prefeitura com o slogan institucional "QUEM AMA CUIDA". Da mesma forma, outra
foto descreve a inauguração do sistema de abastecimento de água da Vila de Traquateua, estampando o mesmo slogan da
Prefeitura, cuja Prefeita, ora recorrida se fez presente.
Dentre tantas provas carreadas, descrevo a foto, com arquivo datado em 11 de setembro de 2016, revela a fachada do hospital
municipal, com a mesma publicidade.
ADESIVO
Por fim, encontra-se juntado aos autos, foto datada em 11 de setembro de 2016, na qual mostra um adesivo em um veículo,
em meio a propaganda eleitoral da Professora Dica, a presença do slogan eleitoral "QUEM AMA... CONTINUA CUIDANDO" .
Dito isso, em exame do arcabouço probatório reunido no presente caderno processual, sem dificuldades, entendo que resta
caracterizado o uso da propaganda institucional, como meio de comunicação social analógica e digital pelas recorridas em
benefício próprio. Explico.
Sem maiores digressões, chega-se a conclusão que o slogan institucional da Prefeitura "QUEM AMA CUIDA" e das recorridas
"QUEM AMA... CONTINUA CUIDANDO" tem identidade fonética e semântica entre si, como bem salientou o Douto Procurador
Regional Eleitoral. Em outros termos, não obstante o slogan das recorridas diferenciarem apenas no seu fim, tal propaganda faz
menção à publicidade institucional da Prefeitura Municipal de Maracanã, de forma direta, com o intento de provocar no
subconsciente do eleitor o entendimento da continuidade administrativa a ser praticada pela Prefeita Raimunda da Costa
Araújo, caso seja reeleita, como realmente foi, pois se encontra no cargo de Prefeito atualmente.
DO ABUSO DE PODER
Com efeito, em meu sentir, de acordo com as provas colacionadas, mostrou-se cabal a prática de abuso de autoridade praticada
pelas recorridas, com o escopo de utilizar a máquina pública, por meio de sua publicidade, para obter vantagens perante aos
demais candidatos a Prefeito.
Imperioso destacar o que disciplina o art. 40 da Lei n.º 9.504/1997, in verbis:
Art. 40. O uso, na propaganda eleitoral, de símbolos, frases ou imagens, associadas ou semelhantes às empregadas por órgão
de governo, empresa pública ou sociedade de economia mista constitui crime, punível com detenção, de seis meses a um ano,
com a alternativa de prestação de serviços à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de dez mil a vinte mil UFIR.
Observa-se que o objetivo da norma é frear o abuso de poder político ou de autoridade e o desequilíbrio do pleito, bem como
proteger o direito constitucional do exercício à soberania popular pelo voto direto e secreto dos eleitores.
Para robustecer o entendimento, o Professor José Jairo Gomes (2014) afirma que o poder político, consequentemente, refere-
se ao poder estatal. Dada sua natureza, o Estado fala, ouve, vê e age por intermédio de seus agentes ou representantes, que,
naturalmente, ocupam posições destacadas na comunidade, porquanto suas atividades terminam por beneficiá-la direta ou
indiretamente.
Destarte, é cediço que o bem jurídico salvaguardado pelas normas atinentes às condutas vedadas aos agentes públicos trata-se
da isonomia entre os candidatos ao cargo eleitoral, de modo a obstar os interesses pessoais em detrimento à natureza
informativa da publicidade institucional, o que resulta no enaltecimento do princípio constitucional basilar, qual seja o da
impessoalidade, ressalvada a obrigatoriedade apenas em informar os munícipes dos atos transparentes de gestão, a título
exemplificativo.
In casu, além da infringência dos arts. 73 e 40, ambos da Lei das Eleições, também foi transgredido o dispositivo constitucional
materializado no art. 37, § 1º. Vejamos:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm>
[...]
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção

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pessoal de autoridades ou servidores públicos.


Em sua campanha, as recorridas juntam no mesmo cartaz e na rede social (Facebook) suas imagens e seus nomes com o slogan
institucional da prefeitura, dando a nítida impressão de continuidade da administração, caso venha a ser reeleitas ao cargo de
prefeita e vice-prefeita do município de Maracanã, o que se concretizou.
Trago aresto do Tribunal Superior Eleitoral a despeito do caso em que se reconheceu a gravidade da infringência do art. 37, § 1º
da Constituição Federal de 1988, in verbis:
[...]
As recorrentes sustentam ser pacífico o entendimento jurisprudencial de diversas Cortes Eleitorais no sentido da possibilidade
de aplicação do princípio da proporcionalidade para aplicar a pena de multa em seu grau mínimo, em hipóteses análogas à
presente.
Porém, observo que o Tribunal de origem considerou o princípio da proporcionalidade na aplicação da multa, especificando de
maneira minuciosa os fatos que foram considerados para a fixação do valor, conforme os trechos a seguir transcritos (fls. 154-
156):
[...]
DA PROPORCIONALIDADE SANCIONATÓRIA
O princípio da proporcionalidade se tornou o maior condutor de hermenêutica constitucional, frente o possível choque de mais
de um princípio no mesmo caso concreto onde a celeuma foi instalada.
Diante do fato, o ilustre professor José Jairo Gomes (2014) afirma que o princípio da proporcionalidade constitui um mérito ou
critério desenvolvido com vistas a se alcançar uma decisão racional acerca de determinado problema jurídico, no qual se
vislumbre colisão de princípios ou direitos fundamentais. Portanto, não se trata propriamente de princípio jurídico.
Tal método é fixo em si mesmo, logo, sem haver alterações no que diz respeito a sua aplicação, contudo a modificação somente
acontece no campo do resultado da sua observação, tendo como objeto de aplicação a colisão de princípios.
Muito embora o princípio da proporcionalidade derive da razão jurídica e dos pilares do Estado Democrático de Direito, sua
aplicação depende da interpretação e aplicação jurídica.
Nessa vereda, o filósofo do direito, Robert Alexy (2008) declara que a realização do método da proporcionalidade impõe a
observâncias de três etapas ou sub-regras, a saber: a) adequação; b)necessidade; c) proporcionalidade no sentido estrito.
Adequado significa idôneo, viável, para que o resultado almejado possa ser alcançado, promovendo ou contribuindo para o
fomento ou a realização desse resultado. É necessário quando apresenta menos gravoso ou danoso para o atingimento do
objetivo visado. Proporcional em sentido estrito constitui uma exigência de ponderação ou sopesamento dos princípios
colidentes.
Esclarecido a conceituação e aplicação do princípio da proporcionalidade, cabe, agora, a análise do caso concreto de forma a
não ferir as máximas constitucionais destacadas ao norte.
Forçoso alertar o fato que a infringência à norma posta no art. 73, da Lei nº 9.504 de 1997 (conduta vedada aos agentes
públicos) pode implicar duas sanções, quais sejam a multa e/ou cassação do registro ou do diploma, adotado o princípio da
proporcionalidade para modular as penalidades em cada caso concreto.
Na esteira da jurisprudência da Corte Superior Eleitoral:
[...]
Na espécie em julgamento, o caso é de afronta aos princípios do direito eleitoral e constitucional, dentre os quais destaco o
princípio da democracia, da soberania popular, da legitimidade, da moralidade, da probidade, da impessoalidade, sobretudo da
igualdade ou isonomia entre os candidatos, logo, muito justificável a imposição do pagamento de multa, prevista no art. 73, §
4º, da Lei das Eleições.
Assim, as provas carreadas para os autos não nos permitem vislumbrar a dimensão da potencialidade dos atos aptos a ensejar a
aplicação da sanção mais rígida, ou seja, a cassação do diploma.
No caso em tela, constatei a adequação apta a modular a sanção prevista para esses casos. Em outros termos, se avaliarmos de
forma a aplicar uma moderação na intensidade da sanção, haverá certamente o atendimento ao princípio da
proporcionalidade, pois a ponderação ou sopesamento do princípio constitucional de ser votada por 7.098 eleitores do
município de Maracanã deve ser considerada pelo magistrado ante a ausência de comprovação cabal do desequilíbrio no pleito
por conta do apoderamento da publicidade pública em benefício próprio.
Colaciono decisão assentada por essa Corte no tocante à matéria, vejamos:
[...]
Assim sendo, a sanção de multa prevista pode e deve ser aplicada pelo julgador de forma a impor um caráter pedagógico às
recorridas, haja vista a gravidade dos atos praticados.
[...]

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Vê-se que a Corte de origem, examinando as peculiaridades do caso, concluiu que "a sanção de multa prevista pode e deve ser
aplicada pelo julgador de forma a impor um caráter pedagógico às recorridas, haja vista a gravidade dos atos praticados" (fl.
156).
Acrescentou que não seria cabível a imposição da cassação do diploma, uma vez que "as provas carreadas para os autos não
nos permitem vislumbrar a dimensão da potencialidade dos atos aptos a ensejar a aplicação da sanção mais rígida" (fl. 155).
Para a majoração apenas da reprimenda pecuniária, levou em conta também o fato de que o Município de Maracanã conta com
7.098 eleitores (fl. 155), bem como considerou o apoderamento da publicidade pública em proveito próprio, por meio de
comunicação social de naturezas digital e analógica e menção direta da propaganda eleitoral à publicidade institucional da
localidade.
Assim, ressalto que não há como alterar os fundamentos do acórdão regional sem reexaminar os fatos e as provas que levaram
aquela Corte a concluir que a multa aplicada seria proporcional, o que atrai a incidência do verbete sumular 24 do TSE.
Ademais, considerando o juízo fundamentado acerca da gravidade da conduta, realizado pelo Tribunal de origem com base nas
circunstâncias fáticas, não é possível reduzir a sanção pecuniária ao patamar mínimo legal, como almejado pelas recorrentes.
Nesse sentido: "Considerando-se o juízo acerca da gravidade da conduta, realizado pelo Tribunal de origem com base nas
circunstâncias fáticas, não é possível afastar a aplicação da sanção pecuniária nem reduzi-la ao patamar mínimo legal. `A multa
fixada dentro dos limites legais não ofende os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade" (AgR-AI nº 314-54, rel. Min.
Luciana Lóssio, DJE de 14.8.2014)" (AgR-REspe 1678-07, rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJE de 4.2.2016).
Anoto que "é incabível a redução da multa aplicada, quando fundamentada a decisão que fixa o seu valor (AgR-REspe n°
25.912/PB, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 10.3.2008)" (AgR-REspe 477-62, rel. Min. Luiz Fux, DJE de 12.9.2016).
Por essas razões e nos termos do art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao agravo
interposto pela Coligação O Progresso Continua em Maracanã, por Raimunda da Costa Araújo e Ana Alice Emim Costa.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 13 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 258-56.2016.6.12.0050 CORUMBÁ-MS 50ª Zona Eleitoral (CORUMBÁ)


AGRAVANTE: AUGUSTO DO AMARAL
ADVOGADOS: MILENA DE BARROS FONTOURA - OAB: 10847/MS E OUTROS
AGRAVADA: COLIGAÇÃO POR AMOR A CORUMBÁ
ADVOGADOS: RAFAEL MEDEIROS DUARTE - OAB: 13038/MS E OUTROS
Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Protocolo: 7.137/2017

DECISÃO
Trata-se de agravo interposto por Augusto do Amaral em face da decisão de inadmissão de processamento do seu recurso
especial manejado contra acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul (TRE/MS) pelo qual foi desprovido
recurso eleitoral e mantida a condenação do ora agravante à pena de multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) pela prática
de propaganda eleitoral irregular, nos termos do art. 15, § 1º, da Res.-TSE
nº 23.457/2015.
Eis a ementa do acórdão regional:
RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO POR PROPAGANDA ELEITORAL. VEÍCULO COM MATERIAL PUBLICITÁRIO - ADESIVOS E
BANDEIRAS - QUE ULTRAPASSA O LIMITE DE MEIO METRO QUADRADO. ART. 15, § 1º, DA RESOLUÇÃO TSE
Nº 23.457/2015. EFEITO VISUAL ÚNICO. NOTIFICAÇÃO. RETIRADA DA PUBLICIDADE. PENALIDADE DE MULTA NÃO ELIDIDA.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.
A teor da legislação de regência, a propaganda eleitoral em bens particulares através de adesivo ou papel deve observar o limite
de meio metro quadrado, sendo vedada a justaposição de material publicitário cuja dimensão extrapole este limite ante o
efeito visual único.

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Conforme entendimento jurisprudencial, a limitação imposta pela Justiça Eleitoral deve levar em conta não apenas a dimensão,
mas sim o impacto visual da propaganda, evitando assim a burla ao limite regulamentar e, via de consequência, à proibição do
outdoor. (TSE - Acórdão no AgR-AI nº 3753-10, de 22.02.2011).
Restando demonstrado que o veículo, contendo adesivos e bandeiras de propaganda eleitoral, ultrapassa o limite fixado pela
legislação e causa grande efeito visual único, caracterizada está a ilicitude, ensejando, assim, a penalidade de multa nos termos
do art. 15, § 1º, da Resolução TSE nº 23.457/2015.
Conforme iterativa jurisprudência, em se tratando de propaganda em bem particular, a sua retirada, mesmo após eventual
intimação, não tem o condão de afastar a imposição da multa, visto que a regra contida no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/1997
aplica-se tão somente para os casos em bens públicos e de uso comum, mesmo após as alterações introduzidas na Lei
nº 9.504/1997 pela Lei nº 12.034/2009.
Recurso desprovido. Sentença mantida. (Fl. 66)
No recurso especial, o ora agravante apontou divergência jurisprudencial entre o acórdão regional e julgados do TRE/MS e do
TRE/AM, no sentido de que a sanção pecuniária prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97 somente é aplicável na hipótese de
descumprimento da decisão judicial de retirada da propaganda irregular, situação diversa da dos autos.
Na decisão às fls. 87-89, a Presidente do TRE/MS inadmitiu o processamento do recurso especial eleitoral, sob o fundamento de
ausência de dissídio jurisprudencial apto a ensejar a subida do recurso e incidência da Súmula no 13/STJ.
Contra essa decisão, sobreveio o presente agravo, por meio do qual Augusto do Amaral alega que não incide na espécie a
Súmula no 7/STJ, bem como sustenta a devida demonstração de dissídio jurisprudencial entre o acórdão regional e os julgados
paradigmas, na medida em que "a similitude fática não necessita ser exata, já que cada caso possui suas peculiaridades,
necessitando tão somente, a correta aplicação da norma invocada ao fato subsumido" (fl. 96).
Sem contrarrazões, conforme certidão de fl. 103.
Em parecer de fls. 108-109v, a Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo conhecimento e desprovimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
O agravo não merece prosperar, ante a inviabilidade do recurso especial.
O TRE/MS concluiu pela ocorrência de propaganda eleitoral irregular em bem particular, consistente na afixação de adesivo no
vidro traseiro de uma caminhonete e duas bandeiras hasteadas lateralmente, o que gerou efeito visual semelhante ao de um
outdoor, razão pela qual entendeu que houve infringência à norma prevista no § 1º do art. 15 da Res.-TSE nº 23.457/2015.
O agravante suscita dissídio jurisprudencial, tendo por paradigmas o julgado nº 273-79, oriundo do TRE/MS e o nº 227-27, do
TRE/AM, ao argumento de que "não há que se falar em aplicação de multa [...] já que esta se aplica somente nos casos de
descumprimento da decisão judicial" (fl. 78).
Não merece reparos a decisão de admissibilidade, uma vez que os acórdãos colacionados para a demonstração do dissídio não
são hábeis ao prosseguimento do apelo.
Isso porque, como bem denotado na decisão agravada, a divergência entre julgados oriundos do mesmo tribunal (Recurso
Eleitoral nº 273-79/MS) não enseja o conhecimento do recurso pela alínea b do art. 276 do Código Eleitoral, na linha da
orientação sumulada desta Corte. Sobre o tópico, cito precedente:
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO INTERNO EM RECURSO ESPECIAL. INDEFERIMENTO DO REGISTRO DE CANDIDATURA AO CARGO DE
VEREADOR. AUSÊNCIA DE FILIAÇÃO PARTIDÁRIA. ALEGAÇÃO DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO VÁLIDA PARA
REGULARIZAÇÃO. IMPROCEDÊNCIA. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. INEXISTÊNCIA. NÃO
DEMONSTRAÇÃO DO DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA RELACIONADA À
NECESSIDADE DE PREVALÊNCIA DA VONTADE DO FILIADO NA ESCOLHA DO PARTIDO A QUE ESTÁ VINCULADO, NA HIPÓTESE DE
PLURALIDADE DE FILIAÇÕES. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 356 DO STF. INOVAÇÃO DE TESE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE, À LUZ DA
JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE SUPERIOR (AGR-RESPE 73-27/RS, REL. MIN. HENRIQUE NEVES DA SILVA, DJE 2.12.2016).
AGRAVO INTERNO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.
[...]
4. Ademais, o aresto apontado nas razões do Recurso Especial como de procedência do TRE de Goiás não serve para configurar
dissídio pretoriano, pois, conforme a Súmula 29 desta Corte, a divergência entre julgados do mesmo Tribunal não se presta para
configurar divergência jurisprudencial apta a fundamentar o Apelo Nobre.
[...]
(AgR-REspe nº 221-43/GO, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia, DJe de 16.5.2017)
Por outro lado, não se vislumbra a alegada divergência do acórdão regional com o Recurso Eleitoral nº 227-27 do TRE/AM, ante
a ausência de similitude fática entre os arestos.
No julgado do tribunal amazonense, cuida-se de propaganda irregular em bem de uso comum, situação fática diversa da dos

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presentes autos, que trata de propaganda irregular em bem particular. Aplicável, portanto, à espécie, a Súmula nº 28/TSE. A
propósito:
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL
EXTEMPORÂNEA. FACEBOOK. CONFIGURAÇÃO. SÚMULAS NOS 24 E 28/TSE. NÃO PROVIMENTO
[...]
2. Negado seguimento ao agravo de instrumento, monocraticamente, aos fundamentos de que (i) impossibilitada a reanálise do
conjunto fático-probatório, aplicável a Súmula n° 24/TSE; e ii) não demonstrada a similitude fática entre o acórdão recorrido e
os arestos paradigmas
[...]
6. Ausente similitude fática entre os casos confrontados, não se configura o dissídio jurisprudencial. Aplicação da Súmula n°
28/TSE.
Agravo regimental conhecido e não provido.
(AgR-AI nº 16-13/PE, Rel. Min. Rosa Weber, DJe 1º.12.2017 - grifei)
Ademais, ainda que superados tais óbices, no mérito, razão jurídica não assiste ao agravante.
Consoante a jurisprudência pacífica desta Corte Superior, a retirada de propaganda irregular veiculada em bens particulares não
afasta a incidência de multa. Nesse sentido:
ELEIÇÕES 2016. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. FAIXAS
JUSTAPOSTAS. EFEITO VISUAL ASSEMELHADO A OUTDOOR. BEM PARTICULAR. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO.
IMPOSSIBILIDADE. VIOLAÇÃO AO ART. 40-B DA LEI DAS ELEIÇÕES. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. RETIRADA DA
PROPAGANDA NÃO ELIDE A APLICAÇÃO DE MULTA. SÚMULA
Nº 48/TSE. REITERAÇÃO DE TESES. SÚMULA Nº 26/TSE. DESPROVIMENTO.
1. O Tribunal de origem, soberano na análise dos fatos e provas, constatou a irregularidade da propaganda eleitoral veiculada
em bem particular - faixas justapostas -, cuja dimensão gerou efeito visual assemelhado a outdoor. A reforma desse
entendimento demandaria o reexame fático-probatório, o que é inadmissível na presente via recursal (Súmula nº 24/TSE).
[...]
3. A retirada de propaganda irregular veiculada em bens particulares não afasta a incidência de multa. Súmula
nº 48/TSE.
4. A mera reiteração de teses recursais inviabiliza o êxito do agravo regimental (Súmula nº 26/TSE). Precedentes.
5. Agravo regimental desprovido.
(AgR-REspe nº 57-26/PE, de minha relatoria, DJe de 22.9.2017 - grifei)
ELEIÇÕES 2014. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. PINTURA EM
MURO (BEM PARTICULAR) SEM AUTORIZAÇÃO (NÃO ESPONTÂNEA). EXTRAPOLAÇÃO DO LIMITE DE 4M². MULTA. INCIDÊNCIA.
MERA REITERAÇÃO DOS ARGUMENTOS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N° 182/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. A realização de propaganda em muro particular sem a autorização do proprietário ou responsável do imóvel viola a norma
disposta no § 8° do art. 37 da Lei nº 9.504/97 (art. 12,
§ 2°, da Resolução-TSE n° 23.404/2013).
2. A extrapolação do limite legal de 4m2 enseja a incidência da multa eleitoral, ex vi do art. 37, § 2°, da Lei das Eleições.
3. A retirada da propaganda eleitoral irregular de bens particulares não tem o condão de elidir a multa (AgR-REspe nº 554-
20/CE, de minha relatoria, DJe de 23.2.2015, e AgR-AI nº 184-89/SP, Rel. Min. Henrique Neves, DJe de 23.9.2013).
4. In casu, o TRE/PR, ao examinar os fatos e provas constantes dos autos, concluiu que houve a veiculação de propaganda
eleitoral em bem particular sem a devida autorização e acima do permissivo legal de 4m2.
[...]
7. Agravo regimental desprovido.
(AgR-AI nº 3358-32/PR, Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7.3.2016 - grifei)
Incide, assim, o teor da Súmula nº 48/TSE, in verbis: "a retirada da propaganda irregular, quando realizada em bem particular,
não é capaz de elidir a multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97".
Ante o exposto, nego seguimento ao agravo, com base no
art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.

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Brasília, 13 de dezembro de 2017.


Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
Relator
(1)Res.-TSE nº 23.457/2015
Art. 15. Em bens particulares, independe de obtenção de licença municipal e de autorização da Justiça Eleitoral a veiculação de
propaganda eleitoral, desde que seja feita em adesivo ou em papel, não exceda a meio metro quadrado e não contrarie a
legislação eleitoral, sujeitando-se o infrator às penalidades previstas no § 1º do art. 14.
§ 1º A justaposição de adesivo ou de papel cuja dimensão exceda a meio metro quadrado caracteriza propaganda irregular, em
razão do efeito visual único, ainda que a publicidade, individualmente, tenha respeitado o limite previsto no caput.
(2)Lei n. 9.504/97
Art. 37. [...]
§ 1o A veiculação de propaganda em desacordo com o disposto no caput deste artigo sujeita o responsável, após a notificação
e comprovação, à restauração do bem e, caso não cumprida no prazo, a multa no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a R$
8.000,00 (oito mil reais)
(3)Súmula no 13/STJ: A divergência entre julgados do mesmo tribunal não enseja recurso especial.
(4)Súmula no 7/STJ: A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial.
(5)Súmula no 29/TSE: A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não se presta a configurar dissídio jurisprudencial apto a
fundamentar recurso especial eleitoral.
(6)Súmula nº 28/TSE: A divergência jurisprudencial que fundamenta o recurso especial interposto com base na alínea b do
inciso I do art. 276 do Código Eleitoral somente estará demonstrada mediante a realização de cotejo analítico e a existência de
similitude fática entre os acórdãos paradigma e o aresto recorrido.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 364-67.2016.6.21.0082 SÃO SEPÉ-RS 82ª Zona Eleitoral (SÃO SEPÉ)
AGRAVANTE: COLIGAÇÃO FRENTE SEPEENSE DE RENOVAÇÃO
ADVOGADO: SAMUEL SGANZERLA - OAB: 87744/RS
AGRAVADO: LEOCARLOS GIRARDELLO
ADVOGADOS: CLÁUDIO ADÃO AMARAL DE SOUZA - OAB: 57043/RS E OUTRO
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 7.231/2017

DECISÃO
A Coligação Frente Sepeense de Renovação interpôs agravo de fls. 413-417 em face da decisão denegatória (fls. 408-408v) do
recurso especial manejado com vistas à reforma do acórdão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul que, por
unanimidade, manteve sentença que extinguiu a ação de investigação judicial eleitoral, em virtude da falta de citação de
litisconsórcio passivo necessário (vice-prefeito) dentro do prazo para a propositura da demanda.
O acórdão regional tem a seguinte ementa (fl. 389):
RECURSO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. FALTA DE CITAÇÃO. VICE-
PREFEITO. EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO. EMENDA DA INICIAL. IMPOSSIBILIDADE. DECADÊNCIA.
DESPROVIMENTO. ELEIÇÕES 2016.
Ausência do vice-prefeito no polo passivo da ação. Indispensável a citação do vice em todas as ações cujas decisões possam
acarretar a perda de seu mandato, dada a indivisibilidade da chapa a qual integra.
Litisconsórcio passivo necessário entre os componentes da chapa majoritária, nos termos da Súmula TSE n. 38.
Inviável a intimação da parte autora para emendar a inicial, haja vista o decurso do prazo decadencial para retificação.
Composição incompleta da lide. Mantida a sentença de extinção do feito sem resolução do mérito.
Provimento negado.
A agravante alega, em suma, que:
a) o equívoco no cabeçalho do recurso especial é meramente formal, restando claro da fundamentação da petição que se trata

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de recursos especial;
b) o mérito do recurso especial, a que o presente agravo pretende dar trânsito, funda-se na necessidade de rediscussão do
verbete sumular 38 do Tribunal Superior Eleitoral, à luz dos arts. 113 e 114 do novo Código de Processo Civil;
c) a extinção do processo em virtude da ausência do candidato a vice-prefeito caracteriza negativa de jurisdição por parte da
Justiça Eleitoral;
d) a questão posta nos autos não demanda o reexame do conjunto fático-probatório.
Pugna pelo provimento do agravo, a fim de que seja admitido o recurso especial e, posteriormente, provido no mérito.
Leocarlos Girardello apresentou contrarrazões às fls. 424-431, postulando o não provimento do apelo.
A douta Procuradoria-Geral Eleitoral, no parecer às
fls. 435-437, opinou pelo desprovimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
O agravo é tempestivo. A decisão agravada foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico em 23.8.2017, quarta-feira (certidão à
fl. 410), e o apelo foi interposto no dia 28.8.2017, segunda-feira (fl. 413), por advogado habilitado nos autos (procuração à
fl.20).
Na decisão agravada, o Presidente da Corte de origem concluiu pela inviabilidade do recurso especial, diante da deficiência na
fundamentação do recurso (verbete sumular 27 do TSE) e da impossibilidade de reexame de provas em sede de recurso
especial.
De fato, o recurso especial a que o presente agravo pretende dar trânsito não reúne as condições necessárias para a sua
admissão.
A despeito de discutir a validade do verbete sumular 38 deste Tribunal ao caso concreto, não se apontou no recurso especial
violação a nenhum dispositivo de lei ou existência de divergência jurisprudencial entre o acórdão recorrido e decisões de Cortes
Eleitorais.
É aplicável à espécie o verbete sumular 27 deste Tribunal Superior.
Destaco, ainda que se considerem superáveis tais óbices e que se entenda que a ora agravante apontou indiretamente
violações aos
arts. 113 e 114 do CPC em seu recurso especial, que o apelo não prosperaria.
Isso porque o cerne da discussão não é a aplicação do verbete sumular 38/TSE ao caso dos autos, mas, sim, a sua validade.
Extraio dos autos que é incontroverso que o vice-prefeito não foi citado no prazo decadencial para a propositura da ação de
investigação judicial eleitoral que visava apurar supostos abusos do poder político e econômico praticados pelo então candidato
a reeleição no Município de São Sepé/RS.
Logo, tal qual afirmado pela sentença de primeiro grau e pelo TRE gaúcho, aplica-se com perfeição o verbete sumular 38 do
Tribunal Superior Eleitoral, que dispõe: "Nas ações que visem à cassação de registro, diploma ou mandato, há litisconsórcio
passivo necessário entre o titular e o respectivo vice da chapa majoritária".
O que a ora agravante pretende discutir é a validade do verbete sumular 38 desta Corte, em face do que dispõem os arts. 113 e
114 do novo Código de Processo Civil, que tratam do litisconsórcio simples e necessário.
Entretanto, a edição e a publicação do verbete sumular 38/TSE ocorreram mais de um ano após a entrada em vigor do novo
Código de Processo Civil e meses após o início de sua vigência.
Assim, é manifesta a improcedência da tese exposta no recurso especial.
Por essas razões e nos termos do art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao agravo
interposto pela Coligação Frente Sepeense de Renovação.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 13 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 800-03.2016.6.11.0018 MIRASSOL D'OESTE-MT 18ª Zona Eleitoral (MIRASSOL D'OESTE)

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AGRAVANTE: ELIAS LEAL MENDES FILHO


ADVOGADOS: ROBISON PAZETO JUNIOR - OAB: 19641/MT E OUTROS
AGRAVADA: COLIGAÇÃO AMOR, TRABALHO E FÉ
ADVOGADOS: GILSON CARLOS FERREIRA - OAB: 14391/MT E OUTROS
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 9.116/2017

DECISÃO
Elias Leal Mendes Filho, prefeito eleito do Município de Mirassol D"Oeste/MT no pleito de 2016, interpôs agravo (fls. 1.452-
1.474) em face de decisão denegatória (fls. 1.447-1.447v) de recurso especial
(fls. 1.423-1.445) manejado em desfavor do acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (fls. 1.283-1.301) que, por
unanimidade, manteve sentença do Juízo da 18ª Zona Eleitoral daquele Estado que julgara procedente a ação de investigação
judicial eleitoral, a fim de cassar o registro de candidatura da recorrida, bem como lhe aplicar multa no valor de 10.000 Ufirs e
declarar a sua inelegibilidade, sob o fundamento das práticas de abuso do poder político e econômico e conduta vedada do art.
73, § 10, da Lei 9.504/97.
O acórdão regional tem a seguinte ementa (fls. 1.283-1.284):
ELEIÇÕES 2016 - RECURSO ELEITORAL - AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL - PRELIMINAR: CONCESSÃO DE EFEITO
SUSPENSIVO AO RECURSO MANEJADO - QUESTÃO REJEITADA - MÉRITO: PRÁTICA DE CONDUTA VEDADA - DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA DE BENEFÍCIO EM ANO ELEITORAL - ENTRADA FRANCA EM EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA E FESTA DO PEÃO
REALIZADA EM CONJUNTO COM EVENTOS DA PREFEITURA - CONTRATAÇÃO DE SHOWS NACIONAIS COM RECURSOS PÚBLICOS -
USO IRREGULAR DO PODER ESTATAL ACOMPANHADO PELO EMPREGO ABUSIVO DE RECURSOS PATRIMONIAIS PÚBLICOS -
ABUSO DE PODER POLÍTICO E ECONÔMICO - GRAVIDADE SUFICIENTE PARA AFETAR A NORMALIDADE E LEGITIMIDADE DAS
ELEIÇÕES -SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO.
Preliminar
Considerando que o § 2º, do art. 257, do Código Eleitoral, estabelece como regra o efeito suspensivo aos recursos ordinários,
mostra-se desnecessária a postulação do pedido em sede de preliminar, eis que o efeito pretendido decorre automaticamente
da respectiva imposição legal.
Mérito
A celebração de termo de cooperação entre o Poder Público Municipal e o Sindicato Rural, com objetivo de proporcionar à
população acesso gratuito à exposição agropecuária, festa do peão e aos eventos públicos de responsabilidade da Prefeitura,
com atrações artísticas nacionais subsidiadas com recursos públicos, em ano de eleições, configura inequívoca prática de
conduta vedada prevista pelo § 10º, do art. 73, da Lei n. 9.504/1997, afetando, por conta disso, a igualdade de oportunidades
entre os candidatos.
A utilização de dinheiro público para subsidiar evento privado, que foi promovido com a nítida intenção eleitoreira e de adquirir
notoriedade perante a sociedade e o eleitorado local, configura a prática de abuso de poder político e econômico revestido de
gravidade suficiente para aplicação das sanções previstas no inciso XIV, do art. 22, da Lei Complementar n. 64/1990.
Recurso desprovido. Mantida intacta a sentença que cassou os registros de candidatura dos recorrentes e aplicou, ao primeiro
recorrente, multa no valor de 10.000 (dez mil) UFIRs, declarando-o inelegível pelo período de 8 anos.
Opostos embargos pelo recorrente (fls. 1.308-1.314), o Tribunal a quo, acolhendo a questão preliminar suscitada pela coligação
embargada alusiva à intempestividade, decidiu, por unanimidade, pelo não conhecimento dos aclaratórios, por inobservância
do tríduo previsto pelo art. 275, § 1º, do Código Eleitoral (fls. 1.366-1.370).
Eis a ementa da decisão regional (fl. 1.366):
ELEIÇÕES 2016 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - RECURSO ELEITORAL - AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL - PRÁTICA
DE CONDUTA VEDADA - ABUSO DE PODER POLÍTICO E ECONÔMICO - IRREGULARIDADE CONSTATADA - DESPROVIMENTO DO
RECURSO - QUESTÃO PRELIMINAR SUSCITADA PELA PARTE EMBARGADA - INTEMPESTIVIDADE - PRAZO DE TRÊS DIAS PARA
INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS -INAPLICABILIDADE DO ART. 219 DO CPC AOS FEITOS ELEITORAIS - PRECEDENTES DO TRIBUNAL
SUPERIOR ELEITORAL - EMBARGOS NÃO CONHECIDOS.
Nos termos do art. 275, § 1º, do Código Eleitoral, o prazo para interposição de embargos em face de acórdão prolatado por
Tribunal Eleitoral, em sede de ação de investigação judicial eleitoral, é de três dias.
Acolhe-se a preliminar de intempestividade do recurso eleitoral interposto, por inobservância do prazo previsto pelo art. 275, §
1º, do Código Eleitoral, que é de três dias.
A norma contida no art. 219 do Código de Processo Civil, relativa à contagem de prazos processuais, não se aplica ao processo
eleitoral. Precedentes do Tribunal Superior Eleitoral.

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 5 7

Não conhecimentos dos embargos.


Inconformado, o recorrente apresentou novos embargos de declaração (fls. 1.378-1.394), que foram desprovidos pelo Tribunal
matogrossense (fls. 1.406-1.411) em acórdão assim ementado:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - SUSCITADA OMISSÃO NO ACÓRDÃO - VÍCIO NÃO EVIDENCIADO - TESE NÃO DEDUZIDA EM
OPORTUNIDADE PRÓPRIA - NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO ART. 275 DO CÓDIGO ELEITORAL - ACLARATÓRIOS
DESPROVIDOS.
O acolhimento dos embargos declaratórios visando modificar os termos do acórdão é condicionado à comprovação acerca de
efetiva obscuridade, dúvida, contradição ou omissão na decisão coletiva, hipóteses que, no caso em apreciação, não ficaram
demonstradas.
Se a matéria consignada na peça recursal não foi deduzida em oportunidade própria, não é possível reabrir, em sede de novos
embargos declaratórios, a discussão com abordagem de nova questão, a pretexto de se prequestionar a temática.
Embargos declaratórios desprovidos.
Nas razões do apelo, o agravante sustenta, em suma, que:
a) a publicação do acórdão relativo ao julgamento dos segundos embargos ocorreu no dia 5.9.2017 (Acórdão 26.320) e a
interposição do recurso especial se deu no dia 8.9.2017, portanto, tempestivamente, conforme certificado nos autos;
b) assim, não merece prosperar a decisão do juízo de admissibilidade que conta o prazo recursal a partir do dia 14.6.2017;
c) em razão do feriado do dia 15.6.2017, o TRE/MT suspendeu o atendimento ao público externo nos dias 15 e também 16 de
junho de 2017, o que impossibilitou a oposição dos primeiros embargos de declaração no referido segundo dia;
d) ao final da portaria, aludiu-se que os servidores do Tribunal Regional Eleitoral iriam trabalhar normalmente, mas em tarefas
internas;
e) a Resolução 185/2013 do CNJ estabelece o significado de tarefas internas e usuários externos, conforme preceituado no art.
3º do citado ato regulamentar;
f) ao ter o TRE veiculado a expressão "suspensão do atendimento ao público externo" , englobou-se, então, o profissional da
advocacia;
g) o entendimento da Corte de origem no sentido de que a matéria em questão tratava somente do atendimento de eleitores
perante os juízos eleitorais de Cuiabá, não fazendo alusão ao 2º grau de jurisdição, não deve persistir, considerando que a
expressão público externo é ampla e abrange mais do que eleitores;
h) a notícia publicada no sítio oficial não mencionou se haveria possibilidade de advogados serem atendidos naquela Corte no
dia 16.6.2017, razão pela qual tal omissão não pode ocasionar prejuízo ao recorrente;
i) como se não bastasse, a Portaria 38/2017, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, estabeleceu, em seu calendário forense
para o exercício de 2017, ponto facultativo no dia 16.6.2017;
j) outros tribunais eleitorais consideraram o dia 16.6.2017 ponto facultativo, a exemplo daqueles de Roraima, do Maranhão e
do Tocantins;
k) todos os atos descritos são eventos alheios à vontade das partes, que impediram de praticar o ato de oposição dos primeiros
declaratórios, se amoldando a hipótese ao art. 223,
§ 1º, do Código de Processo Civil;
l) ainda que os dados disponibilizados na internet não substituam a publicação oficial, a divulgação no sítio do Tribunal a quo
sobre a suspensão do atendimento ao público externo não pode confundir as partes e induzir a erro, na linha da jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça, que considera o fato apto ao reconhecimento da justa causa para a extemporânea
apresentação do apelo.
Requer o conhecimento e o provimento do agravo, diante da tempestividade do recurso especial interposto, e postula que a
este seja dado seguimento no sentido de combater o Acórdão TRE/MT 26.320.
A Coligação Amor, Trabalho e Fé não apresentou contrarrazões, conforme certidão de fl. 1.477.
Em decisão de fls. 1.483-1.486, indeferi o pedido de efeito suspensivo ao apelo, por não vislumbrar o periculum in mora,
tampouco plausibilidade na argumentação acerca da tese da tempestividade recursal.
A douta Procuradoria-Geral Eleitoral emitiu parecer às
fls. 1.488-1.490 pelo desprovimento do agravo, diante da correção da decisão agravada e do fato de que a jurisprudência deste
Tribunal é no sentido da intempestividade reflexa do recurso especial na espécie.
É o relatório.
Decido.
De início, assinalo que o agravo é tempestivo. A decisão agravada foi publicada em 26.9.2017, conforme certidão de fl. 1.448, e

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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o apelo foi apresentado em 27.9.2017 (fl. 1.452), estando regular a representação processual (procuração à fl. 1.262).
Não obstante, está correta a decisão agravada, ao negar trânsito ao recurso especial, diante de sua intempestividade reflexa e
nos seguintes termos (fl. 1.447v):
[...]
Nos termos do art. 7º da Resolução TSE nº 23.478/2016, "o disposto no art. 219 do Novo Código de Processo Civil não se aplica
aos feitos eleitorais", de modo que "os prazos processuais, fora do período definido no calendário eleitoral, serão computados
na forma do art. 224 do Novo Código de Processo Civil".
Logo, considerando que a publicação do acórdão combatido ocorreu em 14 de junho de 2017, o prazo de 3 (três) dias para
oposição de embargos de declaração ou recurso especial eleitoral (arts. 275 e 276, inciso I, alíneas "a" e "b" e § 1º, do Código
Eleitoral) findou-se em 19 de junho de 2017, o que implica na intempestividade dos embargos de declaração aviados em 20 de
junho de 2017 e, por consequência, do recurso especial eleitoral interposto em 8 de setembro de 2017.
Assim, forçoso consignar que a acórdão atacado transitou em julgado.
Isso posto, nego seguimento ao recurso especial eleitoral em face da sua intempestividade.
[...]
Embora o agravante insista em que o recurso especial tenha sido apresentado tempestivamente, considerada a data de
publicação da decisão referente ao julgamento dos segundos aclaratórios, fato é que a questão alusiva à tempestividade em
tela diz respeito à apresentação, em tempo hábil (ou não), dos primeiros embargos opostos ao acórdão que apreciou o recurso
eleitoral.
Na espécie, o Tribunal Regional, por unanimidade, não conheceu dos primeiros embargos, pelas seguintes razões (fls. 1.369-
1.370):
[...]
A Coligação "Amor, Trabalho e Fé" suscita questão preliminar alusiva à ocorrência de intempestividade do recurso manejado
pelo embargante Elias Mendes Leal.
Com efeito, compulsando-se estes autos, verifica-se que a pretensão da embargada merece acolhimento, uma vez que a
sentença objurgada foi publicada no dia 14.6.2017 (fl. 1302) e o recurso somente foi interposto em 20.6.2017 (fl. 1308).
Como se sabe, o art. 275, § 1°, do Código Eleitoral estabelece o prazo de três dias, a contar da data da publicação da sentença,
para interposição de embargos.
Na espécie em debate, como a decisão de primeiro grau foi publicada numa quarta-feira (14.6.2017), tem-se como dies a quo
para a interposição do recurso: o primeiro dia útil seguinte, que foi sexta-feira (16.06.2017), [porque o dia anterior, quinta-feira,
foi feriado de corpus christi], findando, portanto, o prazo recursal, na segunda-feira (19.6.2017).
Ressalto que não tem qualquer consistência a forma de contagem de prazo demonstrada pelo embargante, que, em síntese,
propõe que sejam computados apenas os dias úteis.
Com efeito, o art. 7° da Resolução TSE n. 23.478/2016 assentou a inaplicabilidade do art. 219 do Código de Processo Civil aos
feitos eleitorais, ou seja, afastou o cálculo dos prazos em dias úteis.
Destaco também que o plenário do Tribunal Superior Eleitoral, ao apreciar o Recurso Especial Eleitoral n. 122.730, ratificou a
aplicação da norma estabelecida no art. 7° da resolução supracitada, rejeitando, por conseguinte a utilização do art. 219 do CPC
na Justiça Eleitoral.
A propósito, essa é a ementa do julgado a que se faz referência:
`ELEIÇÕES 2014. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. INTERPOSIÇÃO APÓS O
PRAZO LEGAL INTEMPESTIVIDADE. NÃO INCIDÊNCIA DA REGRA PREVISTA NO ART. 219 DO CNPC NO PROCESSO ELEITORAL
INCOMPATIBILIDADE SISTÊMICA. PRINCÍPIOS DA CELERIDADE E DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. NÃO CONHECIMENTO, l.
São intempestivos os embargos de declaração opostos após o decurso do prazo de três dias da publicação do acórdão
embargado no Diário da Justiça Eletrônico.
A norma contida no art. 219 do NCPC, relativa à contagem de prazos processuais, não se aplica ao processo eleitoral, dada a
flagrante incompatibilidade com os princípios informadores do Direito Processual Eleitoral, especialmente o da celeridade, do
qual é corolário a garantia constitucional da razoável duração do processo.
Embargos de declaração não conhecidos.
(Recurso Especial Eleitoral n° 122730, Acórdão, Relator (a) Min. Maria Thereza Rocha De Assis Moura, Publicação: DJE - Diário
de justiça eletrônico, Data 09/08/2016)."
Não se pode olvidar, dado sua importância, que os recursos submetem-se a uma série de princípios, dentre eles o da
tempestividade, porque `todo recurso há de ser interposto antes de findar o prazo previsto em lei, sob pena de preclusão.
Interposto o recurso além do prazo, ele é inadmissível, porque intempestivo." (Apud Araken de Assis. Manual dos Recursos - 2a
edição, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008, p. 183). Grifei.

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 5 9

Posto isso, ficando demonstrada a intempestividade recursal suscitada pela coligação embargada, acolho esta preliminar, e, por
consequência, não conheço destes embargos manejados por Elias Mendes Leal.
Considerando que se operou o trânsito em julgado do acórdão n. 26154, cumpra-se imediatamente a parte dispositiva contida
no teor da referida decisão colegiada, vazada nos seguintes termos: `Nos fermos do Art. 224, § 3°, do Código Eleitoral,
determino a realização de novas eleições para Prefeito Municipal na cidade de Mirassol D'Oeste/MT. Comunique-se
imediatamente ao Juízo de 1° grau acerca desta decisão." (fl. 1299).
[...]
Em segundos embargos, o recorrente suscitou omissão acerca de notícia de suspensão de atendimento ao público, no dia
seguinte ao feriado de Corpus Christi, em 16.6.2017, o que consubstanciaria justa causa para o descumprimento do prazo
recursal nos primeiros embargos, nos termos do art. 223, § 1º, do Código de Processo Civil.
Acrescentou que a própria notícia no sítio eletrônico da Corte matogrossense, ao fazer referência à suspensão do atendimento
do público externo, ensejou o erro comentido pelo advogado quanto ao exercício do ato de recorrer.
Todavia, o TRE/MT também rejeitou tal argumentação, tanto porque a parte inovou na alegação referente à tempestividade
dos primeiros declaratórios quanto porque a tese ventilada não procederia. Extraio o seguinte excerto do voto condutor (fls.
1.409-1.411):
[...]
Como foi dito anteriormente, o recorrente aduz que acórdão embargado é omisso, porquanto deixou de pronunciar acerca da
suposta notícia de suspensão do atendimento ao público, no dia seguinte ao feriado de Corpus Christi, ou seja, no dia
16.06.2016, que foi a justa causa determinante para que houvesse o descumprimento do prazo para interposição dos embargos
declaratórios precedentes.
No entanto, é imperioso reconhecer que o alegado vício não tem qualquer consistência, visto que a questão referente a suposta
omissão ventilada [falta de pronunciamento acerca da suposta notícia de suspensão do atendimento ao público no dia seguinte
ao feriado de Corpus Christi] não foi aduzida nos primeiros embargos declaratórios, de modo que este Plenário não foi
provocado a se manifestar sobre o determinado tema.
[...]
Assim, se a matéria consignada na peça recursal em apreciação não foi deduzida em oportunidade própria, não é possível
reabrir, em sede de novos embargos declaratórios, a discussão com abordagem de nova questão, a pretexto de se
prequestionar o tema.
Se isso não bastasse, a tese sustentada pelo recorrente nestes aclaratórios é completamente diversa daquela assinalada na
demonstração do cabimento dos embargos primeiros, uma vez que naquela oportunidade o embargante defendeu a
tempestividade da petição recursal com amparo na contagem de prazos estabelecida pelo Código de Processo Civil, tese, que,
diga-se passagem, foi prontamente rejeitada por este Sodalício quando do não conhecimento daqueles embargos, consoante se
extrai dos seguintes trechos do julgado:
[...]
Ressalto que não tem qualquer consistência a forma de contagem de prazo demonstrada pelo embargante, que, em síntese,
propõe que sejam computados apenas os dias úteis. Com efeito, o art. 7° da Resolução TSE n. 23.478/2016 assentou a
inaplicabilidade do art. 219 do Código de Processo Civil aos feitos eleitorais, ou seja, afastou o cálculo dos prazos em dias úteis.
Destaco também que o plenário do Tribunal Superior Eleitoral, ao apreciar o Recurso Especial Eleitoral n. 122.730, ratificou a
aplicação da norma estabelecida no art. 7° da resolução supracitada, rejeitando, por conseguinte a utilização do art. 219 do CPC
na Justiça Eleitoral. Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os dias
úteis.
(...)
Posto isso, ficando demonstrada a intempestividade recursal suscitada pela coligação embargada, acolho esta preliminar, e, por
conseqüência, não conheço destes embargos manejados por Elias Mendes Leal. (...)"
Por outro viés, ressalto, por oportuno, que eventual acolhimento destes embargos implicaria em devida prorrogação de prazo
processual em favor do embargante, importando em tratamento desigual das partes litigantes e aos demais demandantes nesta
jurisdição eleitoral, sobretudo porque, seguramente, não se verificou a suspensão dos serviços judiciários no âmbito deste
Tribunal Eleitoral, haja vista que não houve a edição de ato do Presidente desta Corte nesse sentido.
Ademais, a matéria mencionada pelo embargante fez referência tão somente ao atendimento de eleitores perante os juízos
eleitorais de Cuiabá, não fazendo, naquela oportunidade, qualquer alusão ao 2° grau de jurisdição, por onde tramitam estes
embargos declaratórios.
Nesse cenário, o embargante expressa, em verdade, seu inconformismo com a decisão que lhe foi desfavorável, o que não é
cabível em sede de embargos.
[...]

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Assim, além de o recorrente não atacar o fundamento de que teria trazido formulada a alegação de que não apresentou os
primeiros embargos no tríduo legal em razão da arguida suspensão de atendimento ao público externo, fato é que a Corte de
origem expressamente assentou que tal providência abrangeu apenas os eleitores e se referiu aos Juízos Eleitorais, sem alusão
ao Tribunal Regional Eleitoral.
De outra parte, ainda que fosse possível afastar o fundamento de que a revisão dessa questão esbarraria em reexame de fatos e
provas (a atrair o óbice do verbete sumular 24 do TSE), verifico, com os segundos embargos de declaração, que foi anexada
notícia, às fls. 1.395-1.396, com título realmente dirigido ao eleitor de Cuiabá sobre a suspensão de atendimento ao público
externo em quatro zonas eleitorais da capital, o que diz respeito aos serviços de revisão do eleitorado com biometria e
atendimento com agendamento, tal como registrou a Corte de origem.
Ressalto que o fato de ter sido decretado ponto facultativo em outros tribunais eleitorais ou órgãos da administração pública
(fls. 1.397-1.400) não desonera o recorrente de averiguar se o Tribunal Regional Eleitoral, no qual seria apresentado o
inconformismo recursal, manteria seu funcionamento, considerada a organização própria de cada órgão judicial.
Por essas razões, nego seguimento ao agravo interposto por Elias Leal Mendes Filho, com base no art. 36, § 6º, do Regimento
Interno do Tribunal Superior Eleitoral.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 13 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 241/2017 - SEPROC3.

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 78-98.2016.6.19.0000 RIO DE JANEIRO-RJ


AGRAVANTES: REDE SUSTENTABILIDADE (REDE) - ESTADUAL E OUTROS
ADVOGADOS: RAMON TEIXEIRA DE SOUSA - OAB: 168050/RJ E OUTRO
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 6.557/2017

DECISÃO
Rede Sustentabilidade (REDE) - Estadual, Samuel Braun e Paulo César da Silva interpuseram agravo de instrumento (fls. 255-
265) visando a reforma da decisão denegatória do recurso especial (fls. 252-253v), manejado em face do acórdão do Tribunal
Regional Eleitoral do Rio de Janeiro que, por unanimidade, negou provimento ao recurso eleitoral e manteve a sentença que
julgou não prestadas as suas contas referentes ao exercício financeiro de 2015, determinando a suspensão do recebimento de
novas quotas do Fundo Partidário, na forma do art. 37-A da Lei 9.096/95 c.c o art. 48, caput, da Res.-TSE 23.464.
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 153):
PRESTAÇÃO DE CONTAS. PARTIDO POLÍTICO. ÓRGÃO ESTADUAL. EXERCÍCIO FINANCEIRO DE 2015. CARACTERIZAÇÃO DE
IRREGULARIDADES. AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS. IMPOSSIBILIDADE DE EXERCER A FISCALIZAÇÃO E O CONTROLE SOBRE AS
RECEITAS E AS DESPESAS. SUSPENSÃO DE NOVAS COTAS DO FUNDO PARTIDÁRIO ENQUANTO PERDURAR A INADIMPLÊNCIA.
ART. 37-A DA LEI Nº 9.096/95 c/c ART. 48, CAPUT, DA RESOLUÇÃO TSE 23.464/2015. CONTAS JULGADAS COMO NÃO
PRESTADAS.
O agravante alega, em suma, que:
a) a jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de considerar não prestadas apenas as contas que não apresentarem
documentos essenciais que possibilitem a análise dos recursos, o que não é o caso dos autos;
b) "De acordo com a análise dos autos o Tribunal pode perceber que a documentação acostada atrai a incidência do art. 46,
§1º, da Resolução 23.464/2015 e afasta a aplicação do art. 48, caput da Resolução 23.464/2015" (fl. 258);
c) suas contas devem ser aprovadas com ressalva ou desaprovadas, mas não consideradas não prestadas, já que houve a
juntada de vários documentos comprovando a não utilização de recursos, não se podendo concluir que o Partido não
apresentou os elementos mínimos necessários para a análise das contas;
d) o recurso especial é cabível, com fundamento no
art. 52, § 3º, I, da Res.-TSE 23.464;
e) a matéria encontra-se devidamente prequestionada no TRE/RJ;

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f) a Coordenadoria de Controle Interno emitiu parecer no sentido do considerar as contas como não prestadas "sob o único
argumento de que, intimado para apresentar justificativas após a emissão do parecer preliminar, teria se quedado inerte" ;
contudo, foram apresentados documentos suficientes para formar o conjunto probatório necessário a comprovar os gastos
realizados e os recursos recebidos (fl. 261);
g) houve violação ao art. 46, II e § 1º, da Res.-TSE 23.464;
h) o Partido não recebeu recursos do Fundo Partidário em 2015, só tendo sido abertas as contas correntes em 2016, logo, como
não foram movimentados recursos, não havia possibilidade de apresentar extratos bancários; além disso, em 2015, inexistiram
bens ou atividades que envolvessem bens ou atividades financeiras da Agremiação;
i) a sede do Partido, obtida em 2015, foi emprestada por uma antiga dirigente da Agremiação; assim, como não há recursos a
serem lançados, não se pode exigir a apresentação de livros contábeis;
j) o correto seria que fosse dada oportunidade ao Partido para apresentar "documentos (que possuem utilidade meramente
formal neste caso)", a fim de ter suas contas aprovadas, e "nada impede que o órgão técnico veja que a movimentação do
partido foi NULA em 2015" (fls. 263-264).
Requer o conhecimento e o provimento do apelo, para que o recurso especial seja conhecido e provido, a fim de aprovar as
suas contas com ressalva, "até que o partido regularize as formalidades documentais, SEM a suspensão de seu repasse no fundo
partidário, na forma do art. 46, II da Resolução 23.464/2015" (fl. 265).
A douta Procuradoria-Geral Eleitoral, em parecer de
fls. 271-273, opinou pelo conhecimento e desprovimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
O agravo é tempestivo. A decisão agravada foi publicada no DJE em 2.8.2017, quarta-feira (fl. 254v), e o apelo foi interposto em
7.8.2017, segunda-feira (fl. 255), por advogado habilitado nos autos (procurações às
fls. 72, 79, 82 e 83).
A Presidente do Tribunal a quo negou seguimento ao recurso especial, sob o fundamento de que o entendimento adotado pelo
TRE/RJ é o mesmo consagrado por esta Corte Superior, o que atrai a incidência dos verbetes sumulares 30 do TSE e 83 do
Superior Tribunal de Justiça.
O diretório agravante apenas reitera a mesma argumentação aduzida em seu recurso especial, sem atacar, especificamente, as
razões da decisão agravada, o que atrai a incidência do verbete sumular 26 do TSE.
Ainda que assim não fosse, o recurso especial não merece prosperar.
O TRE/RJ julgou não prestadas as contas do agravante, nos seguintes termos (fls. 154v-155):
[...]
O Órgão Técnico deste Tribunal concluiu (fls. 143/144) que a não apresentação dos documentos solicitados no relatório
preliminar de fls. 123/124, notadamente os livros contábeis (Razão e Diário), impedem o prosseguimento da análise técnica,
tendo em vista a inexistência de elementos mínimos que possibilitem a análise da movimentação de recursos aplicados pelo
órgão partidário.
Dentre os diversos documentos não apresentados, cumpre destacar a ausência de:
"(...)
a) Demonstrativo do resultado do exercício em que conste o registro dos recursos estimáveis em dinheiro;
(...)
d) Livros Razão e Diário relativos ao exercício financeiro em exame, este último devidamente registrado no Registro Civil das
Pessoas Jurídicas, com as formalidades a que aludem as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC ITG 2000 - ESCRITURAÇÃO
CONTÁBIL);
(...)
e) Relação das contas bancárias abertas, em que constem as contas bancárias a que se refere o art. 6º da Resolução
TSE 23.432/2014, tendo em vista que o documento de fl. 100 não consta a referida conta;
(...)
g) Extratos bancários, fornecidos pela instituição financeira, das contas bancárias a que se refere o art. 6º da Resolução supra
mencionada;
(...)
k) Demonstrativo de Recursos Recebidos do Fundo Partidário;

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I) Demonstrativo de Recursos Distribuídos do Fundo Partidário, de acordo com o modelo disponível no site do TSE;
m) Demonstrativo de Doações Financeiras Recebidas, de acordo com o modelo disponível no site do TSE;
n) Demonstrativo de Doações Estimáveis Recebidas, de acordo com o modelo disponível no site do TSE;
(...)
p) Demonstrativo de Dívidas de Campanha;
q) Demonstrativo de Receitas e Gastos;
(...)
t) Demonstrativo de Sobras de Campanha financeira;
u) Demonstrativo de Sobras de Campanha de Bens Permanentes
v) Certidão de Regularidade do Conselho Regional de Contabilidade do profissional de contabilidade habilitado
(...)"
A Unidade Técnica também aponta que não foram apresentados, ainda, os seguintes documentos: a) Relação Anual de
Informações Sociais (RAIS), entregue ao Ministério do Trabalho, relativa ao exercício em análise, e b) Registro do Imóvel ou
contrato de locação do imóvel onde funciona a sede do Diretório Regional, ou, ainda, contrato de cessão de uso do imóvel, no
caso de se tratar de doação estimável em dinheiro.
Diante da enorme insuficiência de documentos apontados pelo Órgão Técnico, e principalmente dos extratos bancários e dos
livros contábeis legalmente exigíveis, resta inviável a esta Justiça Eleitoral exercer a fiscalização e o controle das contas
apresentadas pelo Partido requerente.
Diante do exposto, julgo como NÃO PRESTADAS as contas do PARTIDO REDE SUSTENTABILIDADE, referentes ao exercício
financeiro de 2015, nos termos do artigo 46, inciso IV, da Resolução TSE 23.464/2015, o que enseja a suspensão do
recebimento de novas cotas do Fundo Partidário, na forma do artigo 37-A da Lei
nº 9.096/95 c/c com o artigo 48, caput, da Resolução TSE 23.464/2015.
[...]
Verifica-se, portanto, que o Tribunal enumerou uma vasta documentação omitida pelo agravante: livros contábeis,
demonstrativo do resultado do exercício em que conste o registro dos recursos estimáveis em dinheiro, Livros Razão e Diários
relativos ao exercício financeiro em exame; relação das contas bancárias abertas e extratos bancários, demonstrativo de
recursos recebidos do Fundo Partidário e de recursos distribuídos do Fundo Partidário, demonstrativo de doações financeiras
recebidas e de doações estimáveis recebidas, demonstrativo de Dívidas de Campanha e de Receitas e Gastos, demonstrativo de
Sobras de Campanha financeira e de Sobras de Campanha de Bens Permanentes, e ainda certidão de Regularidade do Conselho
Regional de Contabilidade do profissional de contabilidade habilitado.
O agravante aponta violação ao art. 46, II e § 1º, da
Res.-TSE 23.464. Alega que não apresentou os documentos exigidos por não possuir conta corrente, não ter recebido recursos
do Fundo Partidário, nem qualquer outra doação no exercício financeiro de 2015, e por não ter movimentado recursos.
Sustenta que os documentos apresentados possuem o condão de comprovar a sua situação em 2015 e que a documentação
formal pedida pelo órgão técnico poderá ser juntada assim que reunida.
Quanto a esse ponto, a Corte Regional mencionou que "o partido requerente, quando intimado para sanar as falhas
mencionadas no relatório preliminar do órgão técnico, fls. 123/124, requereu, por duas vezes, prorrogação de prazo por 30
(trinta) dias, sob a alegação de que apresentaria todos os elementos requeridos. A despeito de deferido o prazo solicitado, não
foram sanadas as referidas falhas" (fl. 154v).
Logo, foi garantida a ele a oportunidade de apresentar os documentos exigidos, tendo transcorrido in albis o prazo concedido.
Ademais, "Segundo entendimento do TSE, as contas são julgadas não prestadas apenas quando faltam elementos mínimos que
permitam sua análise pela Justiça Eleitoral." (AgR-REspe 1766-50, rel. Min. Gilmar Mendes, DJE 19.8.2016).
Na espécie, diante da vasta documentação não apresentada, o Tribunal a quo concluiu que não havia elementos mínimos para
o efetivo controle da regularidade da movimentação financeira realizada pela agremiação, sendo inviável, assim, a aprovação
das contas com ressalvas, como requer o partido.
A revisão dessa conclusão, por implicar reexame de provas, bem como a análise dos documentos apresentados juntamente
com o recurso especial, são vedados nesta instância extraordinária, a teor do verbete sumular 24 desta Corte.
Pelo exposto e nos termos do art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao agravo
interposto pela Rede Sustentabilidade (REDE) - Estadual, e por Samuel Braun e Paulo César da Silva.
Publique-se.
Intime-se.

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Brasília, 12 de dezembro de 2017.


Ministro Admar Gonzaga
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 143-89.2016.6.12.0032 RIBAS DO RIO PARDO-MS 32ª Zona Eleitoral (RIBAS DO RIO PARDO)
AGRAVANTE: COLIGAÇÃO A FORÇA DO TRABALHO
ADVOGADOS: RÉGIS SANTIAGO DE CARVALHO - OAB: 11336-B/MS E OUTROS
AGRAVADOS: PAULO CESAR LIMA SILVEIRA E OUTROS
ADVOGADOS: RAFHAEL MENEZES DE JESUS - OAB: 18033/MS E OUTROS
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 7.135/2017

DECISÃO
A Coligação A Força do Trabalho interpôs agravo (fls. 160-166) da decisão da Presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato
Grosso do Sul (fls. 154-156) que negou seguimento a recurso especial (fls. 140-151), manejado para atacar acórdão (fls. 125-
137) que, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso para afastar a condenação em pagamento de honorário
advocatício e demais despesas e alterar a destinação do valor da multa aplicada por litigância de má-fé, mantendo nos demais
termos a sentença de improcedência dos pedidos formulados na representação.
Eis a ementa do acórdão regional (fls. 125-126):
RECURSO ELEITORAL. REPRESENTAÇÃO. PUBLICIDADE ELEITORAL. ALEGAÇÃO DE EXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADES E
DISTRIBUIÇÃO EM SUPERMERCADO. INOCORRÊNCIA DOS FATOS NARRADOS. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. PENALIDADE DE MULTA.
RECOLHIMENTO AO FUNDO PARTIDÁRIO. VERBAS DE SUCUMBÊNCIA. INEXISTÊNCIA NO ÂMBITO ELEITORAL. PROVIMENTO
PARCIAL.
Restando demonstrada, nos autos, a inexistência de qualquer irregularidade no material publicitário, bem como não ocorreu a
distribuição do material em bem de uso comum, cuja parte representante não se desincumbiu do ônus de provar o que alegou,
correta a sentença que julgou improcedente o pedido e, por conseguinte, condenou a parte em penalidade de multa por
litigância de má-fé, nos termos do art. 80, inciso II, e § 2º, do Código de Processo Civil, por ter movimentada a Justiça Eleitoral
de forma indevida em seu momento mais crítico (durante o processo eleitoral) e induzida a erro por fatos que se mostraram
comprovadamente inexistentes.
Na Justiça Eleitoral, por se tratar de jurisdição necessária ao exercício da cidadania, não há custas processuais e tampouco
condenação em honorários advocatícios em razão de sucumbência, ex vi art. 4.º da Resolução TSE nº 23.478/2016, segundo o
qual os feitos eleitorais são gratuitos, não incidindo custas, preparo ou honorários.
O valor da penalidade de multa aplicada por litigância de má-fé deve ser revertido em favor do Fundo Partidário, em razão do
interesse público que permeia todos os feitos que tramitam nesta especializada, cujo bem jurídico é, em última análise, a
democracia e a soberania popular, sob pena de a propositura de ações eleitorais se tornar, indevidamente, um meio transverso
de enriquecimento privado sob a égide de proteção da coletividade (arts. 367, inciso IV, do Código Eleitoral e 38, inciso I, da Lei
n.º 9.096/1995).
Recurso provido parcialmente apenas para afastar a condenação de pagamento de honorários advocatícios e demais despesas,
bem como alterar a destinação do valor da multa por litigância de má-fé para o Fundo Partidário.
A agravante alega, em suma, que:
a) o recurso especial preenche todos os requisitos de admissibilidade que lhe são próprios;
b) a transcrição de ementas, por si só, demonstra a existência de dissídio jurisprudencial; colaciona precedentes do TRE/MS;
c) não está caracterizada a litigância de má-fé porque o direito de petição é um direito constitucionalmente assegurado.
Requer o conhecimento e o provimento do agravo, a fim de que o recurso especial seja conhecido e provido.
Não foram apresentadas contrarrazões, nos termos da certidão de fl. 170.
A douta Procuradoria-Geral Eleitoral, no parecer de
fls. 174-176, manifestou-se pelo não conhecimento do agravo.
É o relatório.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 6 4

Decido.
O agravo é tempestivo. A decisão agravada foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico de 24.7.2017, conforme certidão à fl.
156, e o apelo foi interposto em 27.7.2017 (fl. 160), em petição subscrita por advogado habilitado nos autos (procuração à fl.
10).
A Presidente do Tribunal de origem negou seguimento ao recurso especial com base no entendimento de que a alegação de
afronta aos arts. 79 a 81 do CPC depende do reexame dos fatos e provas dos autos, o que é vedado em sede de recurso
especial, bem como que não restou comprovado o dissídio jurisprudencial.
A agravante afirma que o recurso especial preenche todos os requisitos de admissibilidade que lhe são próprios. Defende que o
acórdão recorrido afrontou os arts. 79 a 81 do CPC e sustenta que o apelo não demanda o revolvimento do acervo fático-
probatório da demanda, mas, sim, a revaloração jurídica dos fatos.
De início, constato que a agravante não impugnou especificamente os fundamentos que negaram seguimento ao recurso
especial, esbarrando no óbice do verbete sumular 26 do TSE.
Ainda assim, o agravo não prospera, em virtude da inviabilidade do recurso especial.
O Tribunal a quo proveu parcialmente o recurso para reformar a sentença de piso e afastar a condenação em pagamento de
honorários advocatícios, bem como alterar a destinação do valor da multa aplicada por litigância de má-fé para o Fundo
Partidário.
Segundo a Corte Regional Eleitoral, "o próprio TSE, ao estabelecer diretrizes gerias para a aplicação do CPC de 2015 nesta
Justiça Especializada editou a Resolução TSE nº 23.478/2016 [...]. Portanto, deve restar afastada a condenação feita ao
pagamento das despesas e dos honorários advocatícios em favor dos recorridos, vez que incabíveis na espécie. No mesmo
sentido, mostra-se incabível que o valor da multa aplicada por litigância de má-fé seja revertido em favor dos recorridos, a
despeito do teor do texto previsto no caput do art. 81 do CPC" (fl. 134).
Nas razões do recurso especial, a agravante aponta violação aos arts. 79 a 81 do CPC, sob o argumento de que há divergência
jurisprudencial que afasta a condenação por litigância de má-fé, haja vista a inexistência de valor da causa nos feitos eleitorais.
Defende que as circunstâncias do caso concreto concluem que não houve dolo processual, tampouco resistência injustificada
ou intenção de retardar o andamento do feito.
Quanto ao ponto, a Corte de origem decidiu "[...] independentemente da discussão se o material de campanha estava
grampeado ou não aos panfletos do supermercado - [...] - o próprio comportamento da coligação recorrente em narrar a ampla
distribuição de material de campanha dentro daquele estabelecimento, conseguindo provimento liminar para busca e
apreensão de possíveis materiais de campanha em local de uso comum e, posteriormente, pedindo a prisão dos recorridos às
vésperas do pleito municipal por descumprimento da decisão liminar em razão dos mesmos fatos - [...] - de forma hialina
caracteriza a hipótese de má-fé prevista no inciso II do art. 80 do CPC" (fl. 132).
Assim, uma vez que o Tribunal a quo fez a constatação do comportamento que caracteriza ato de má-fé, é inviável rever tal
entendimento em sede de recurso especial eleitoral, por implicar o reexame de matéria de prova, o que é vedado na instância
extraordinária, nos termos do verbete sumular 24 do Tribunal Superior Eleitoral.
Diante disso, a revaloração dos fatos não é possível na hipótese dos autos, porquanto, na linha da jurisprudência deste Tribunal
Superior, "a qualificação jurídica dos fatos é providência perfeitamente possível na instância especial, desde que a análise se
restrinja às premissas fáticas assentadas pela Corte de origem" (AgR-AI 1421-70, rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 1º.2.2011).
Com relação à suposta violação ao art. 121, § 4º, II, da Constituição Federal, a agravante sustenta que "a simples transcrição da
ementa por si só demonstra a existência de dissídio jurisprudencial, e exigir-se de modo diverso seria em demasiado formalista
e não alteraria a essência de tal demonstração" (fl. 162).
A jurisprudência do TSE exige que o dissídio jurisprudencial seja comprovado como o necessário cotejo analítico entre o
acórdão paradigma e o acórdão recorrido, nos seguintes termos: "A demonstração do dissídio jurisprudencial não se contenta
com meras transcrições de ementas, sendo absolutamente indispensável o cotejo analítico de sorte a demonstrar a devida
similitude fática entre os julgados" (AgR-AI 3760-02, rel. Min. Laurita Vaz, DJE de 11.2.2014).
Por essas razões e nos termos do art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao agravo
interposto pela Coligação A Força do Trabalho.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 12 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 616-85.2016.6.13.0343 INGAÍ-MG 343ª Zona Eleitoral (ITUMIRIM)


AGRAVANTES: JOÃO PAULO LEITE E OUTRO
ADVOGADOS: LUIS ANDRÉ DE ARAÚJO VASCONCELOS - OAB: 118484/MG E OUTROS
AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 8.067/2017

DECISÃO
João Paulo Leite e João Garcia dos Reis interpuseram agravo de instrumento (fls. 99-106) em face da decisão do Presidente do
Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (fls. 95-98) que negou seguimento ao recurso especial manejado em desfavor do
acórdão daquela Corte que, por maioria, deu parcial provimento ao recurso eleitoral apenas para reduzir o valor da multa
imposta para R$ 2.000,00, nos termos do art. 37, § 1º, da Lei 9.504/97, em virtude da realização de propaganda irregular
consistente no despejo de "santinhos" em via pública.
Reproduzo a ementa do acórdão regional (fl. 65):
Representação. Propaganda Eleitoral. Santinhos. Bem Público. Ação julgada procedente. Condenação em multa no valor
máximo de R$ 8.000,00 reais.
A prática da conduta tachada de ilícita é incontroversa nos autos, corroborada pelo contexto probatório, a considerar o Boletim
de Ocorrência, à fl. 11.
Resta comprovada a materialidade da ofensa à legislação eleitoral. O agravado, em momento algum, rebate as questões
relatadas no boletim e se atém apenas a questões procedimentais.
A exigência da prévia notificação, inserta no art. 37, § 1°, da Lei n° 9.504/97, pode ser mitigada, vez que a restauração do bem,
diante da particularidade da situação fática descrita nos autos, resta prejudicada, porque já realizada a eleição.
Agravo Interno a que se dá parcial provimento tão somente para reduzir o valor da multa para R$ 2.000,00 pela prática de
propaganda irregular.
Opostos embargos de declaração (fls. 76-77), foram eles rejeitados em acórdão assim ementado (fl. 80):
Embargos de Declaração. Agravo Interno. Recurso Eleitoral parcialmente provido. Propaganda Eleitoral. Folhetos/volantes/
"santinhos"/ impressos. Bem Público.
Ausência de obscuridade, dúvida ou omissão no acórdão embargado.
Pretensão de reexame de matéria já decidida. Objetivo inalcançável pela via dos declaratórios.
Embargos conhecidos e rejeitados.
Os agravantes alegam, em suma, que:
a) a matéria tratada no recurso especial foi objeto de prequestionamento, especialmente quanto à questão da ausência de
produção de prova pretendida;
b) o art. 1.025 do Código de Processo Civil dispõe que a simples oposição dos embargos de declaração é suficiente para o
prequestionamento da matéria;
c) não se pretende reexaminar a matéria fático-probatória, mas apenas discutir a força probatória conferida pela Corte de
origem a um único elemento de prova, que foi produzido unilateralmente e por policiais simpatizantes da oposição, ou seja, a
aplicação do art. 373, I, do CPC, uma vez que constitui prova viciada, produzida sem contraditório, que não tem o condão de
demonstrar os fatos alegados;
d) a decisão agravada exagerou ao inadmitir o recurso especial e ao vislumbrar de imediato sua improcedência.
Foram apresentadas contrarrazões às fls. 109-120.
A douta Procuradoria-Geral Eleitoral emitiu parecer às fls. 123-125, no qual opinou pelo não conhecimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
O agravo é tempestivo. A decisão agravada foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico de 22.9.2017, sexta-feira, conforme
certidão à fl. 98v, e o apelo foi interposto em 26.9.2017 (fl. 99), terça-feira, em petição subscrita por advogado habilitado nos
autos (procuração às fls. 27 e 28).
O Presidente do Tribunal de origem negou seguimento ao recurso especial em razão da falta de prequestionamento quanto à
alegação de suposta omissão na análise do pedido de dilação probatória, bem como pela incidência do verbete sumular 24/TSE.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 6 6

Nas razões do agravo, verifico que os agravantes infirmaram os fundamentos da decisão que negou seguimento ao recurso
especial.
Todavia, o agravo não prospera, em virtude da inviabilidade do recurso especial.
O Tribunal a quo manteve a procedência da representação em desfavor dos agravantes por realização de propaganda eleitoral
irregular consistente no derrame de "santinhos" no dia da eleição, reduzindo a multa aplicada pelo juízo de piso ao mínimo
legal equivalente a R$ 2.000,00.
No recurso especial, sustentam que houve ofensa aos arts. 1.022, II, do CPC e 275 do Código Eleitoral, porquanto a Corte de
origem não teria esclarecido as questões suscitadas nos embargos de declaração com relação à distribuição probatória dos
autos no que tange à utilização de boletim de ocorrência elaborado de forma unilateral, bem como à inviabilidade de realização
de prova negativa acerca da autoria do fato.
Sobre a questão, a Corte de origem assim se manifestou no acórdão alusivo aos embargos de declaração (fl. 82):
[...]
No tocante ao alegado pelos embargantes acerca do Boletim de Ocorrência elaborado de forma unilateral, tratando-se, in casu,
de Boletim de Ocorrência lavrado por autoridade policial, impende ressaltar, à luz do art. 405 do CPC, que, ainda que não seja
absoluta a presunção de veracidade do mencionado documento, na medida em que ilidível por prova em contrário, possui ele
relevante valor probante, mostrando-se hábil a estear um juízo de procedência da pretensão indenizatória formulada.
Quanto à alegação de que seria inviável a realização de prova negativa acerca do objeto de defesa, verifica-se, in casu, que em
nenhum momento, os recorrentes foram claros em negar suas responsabilidades pela propaganda, ativeram-se somente em
questões procedimentais.
[...]
Como se vê, não há vício no acórdão regional na medida em que a Corte de origem se manifestou sobre todos os pontos
suscitados pelos agravantes nos embargos de declaração, esclarecendo-os de maneira satisfatória, o que evidencia mero
inconformismo dos agravantes com o que foi decidido.
Vale lembrar, de acordo com a jurisprudência desta Corte, que "a omissão apta a ser suprida pelos declaratórios é aquela
advinda do próprio julgamento e prejudicial à compreensão da causa, não aquela deduzida com o fito de provocar o
rejulgamento da demanda ou modificar o entendimento manifestado pelo julgador" (ED-AgR-AI 10.804, rel. Min. Marcelo
Ribeiro, DJE de 1º.2.2011).
No que tange à matéria de fundo, o Tribunal de origem entendeu que as provas dos autos foram suficientes para a
comprovação do fato imputado aos agravantes e que o boletim de ocorrência é resultado da constatação feita pelo próprio
agente da Polícia Militar, o qual goza de presunção de veracidade.
Por oportuno, transcrevo o seguinte trecho do voto condutor do acórdão regional (fl. 69):
[...]
A prática da conduta tachada de ilícita é incontroversa nos autos, corroborada pelo contexto probatório, a considerar o Boletim
de Ocorrência, à fl. 11. De acordo com o histórico do Boletim, os próprios militares informaram: `que a rua para o portão de
acesso à zona eleitoral 343 de Ingaí bem como nas proximidades, amanheceu repleta de propaganda política partidária na
forma de `santinhos". Dente os panfletos constavam diversos candidatos." Foi recolhido um exemplar de cada santinho do
agravado, desta forma resta comprovada a materialidade da ofensa a legislação eleitoral. Ademais, o agravado, em momento
algum, rebate as questões relatadas no boletim e se atém apenas a questões procedimentais. Não se está diante de narrativa
repassada ao policial por terceiro, mas sim de constatação feita pelo próprio agente de segurança.
[...]
Assim, uma vez que o Tribunal a quo assentou que é incontroversa a prática da conduta ilícita, não há como rever tal
entendimento em sede de recurso especial eleitoral, por implicar o reexame de matéria de prova, vedado na instância
extraordinária, nos termos do verbete sumular 24 do Tribunal Superior Eleitoral.
Ademais, em relação ao valor probante dos atos expedidos por autoridade pública, aplica-se, mutatis mutandis, o
entendimento segundo o qual "a certidão de oficial de justiça tem fé pública e presunção relativa de veracidade, a qual só pode
ser refutada por prova robusta" (AgR-AI 9.038, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ de 11.9.2008).
Por outro lado, sustentam a ocorrência de cerceamento de defesa e a violação ao devido processo legal, sob o fundamento de
que não houve manifestação sobre o seu requerimento de produção de prova testemunhal, que, segundo alega, seria
imprescindível para desconstituir o fato que lhes foi imputado.
No ponto, observo que a matéria não foi objeto de debate pela Corte de origem, nem foi alegada nos embargos de declaração,
o que inviabiliza a manifestação desta Corte sobre o tema, devido à falta de prequestionamento, a atrair a incidência do verbete
sumular 72/TSE.
Por fim, os agravantes defendem que é equivocado o entendimento do Tribunal de origem no sentido de que é possível a
mitigação da exigência de prévia notificação, prevista no parágrafo 1º do art. 37 da Lei 9.504/97, em razão da peculiaridade da

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situação fática que impossibilita a restauração do bem.


Todavia, tal entendimento está em consonância com a jurisprudência do TSE, conforme os precedentes a seguir:
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. CHUVA ("DERRAMAMENTO")
DE SANTINHOS. VIAS PÚBLICAS. MADRUGADA DO PLEITO ELEITORAL. NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. INVIÁVEL. CASO EXCEPCIONAL.
INCIDÊNCIA DO ART. 37, § 1º, DA LEI N° 9.504/97. MULTA APLICADA. DECISÃO MANTIDA. DESPROVIMENTO.
1. A propaganda eleitoral irregular resta configurada quando houver o "derramamento de santinhos" nas vias públicas próximas
aos locais de votação na madrugada do dia da eleição (REspe n° 3798-23/GO, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe de 14.3.2016).
2. Na hipótese de propaganda por meio de derramamento de santinhos na madrugada do dia das eleições, a exigência da prévia
notificação inserta no art. 37, § 1°, da Lei n° 9.504/97 pode ser mitigada, para garantir a ratio essendi da referida norma, que é
coibir a realização de propaganda eleitoral em bens públicos, a fim de preservá-los, garantindo a isonomia entre os candidatos
na disputa eleitoral e evitando influências no voto do eleitor.
3. Agravo regimental desprovido.
(AgR-REspe 3795-68, rel. Min. Luiz Fux, DJE de 26.8.2016.)
ELEIÇÕES 2014. AGRAVOS REGIMENTAIS. AGRAVOS DE INSTRUMENTO. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL
IRREGULAR. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EXTEMPORÂNEOS. PRAZO DE 24 HORAS. RECURSO ESPECIAL. INTEMPESTIVIDADE
REFLEXA. REPRESENTAÇÃO. PROPAGANDA ELEITORAL IRREGULAR. PANFLETOS. TEMPLO RELIGIOSO. INFRAÇÃO INSTANTÂNEA.
NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. RESTAURAÇÃO DO BEM. INVIABILIDADE. DESPROVIMENTO DOS AGRAVOS.
1. O entendimento deste Tribunal Superior é no sentido de que o prazo de 24 horas previsto no art. 96, § 8º, da Lei nº
9.504/1997 se aplica tanto a recursos contra decisão de juiz auxiliar como também a embargos de declaração opostos a
acórdão de TRE.
2. A inobservância do prazo de 24 horas previsto no art. 96, § 8º, da Lei nº 9.504/1997 acarreta a intempestividade do recurso
especial. Precedentes.
3. Configura propaganda eleitoral irregular a distribuição de material de propaganda eleitoral no interior de templo religioso
(art. 37, § 4º, da Lei nº 9.504/1997).
4. Trata-se de hipótese de infração instantânea a revelar situação excepcional, pois, uma vez realizada a distribuição dos
panfletos, não é possível, no caso, promover a regularização da publicidade ou a restauração do bem. Segundo a jurisprudência
do TSE, é possível a dispensa da prévia notificação prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/1994 em razão de particularidades
do caso concreto.
5. Agravos regimentais desprovidos.
(AgR-AI 7819-63, rel. Min. Gilmar Ferreira Mendes, DJE de 3.2.2017.)
Por essas razões, nos termos do art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao agravo
interposto por João Paulo Leite e João Garcia dos Reis.
Publique-se. Intime-se.
Brasília, 12 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 204-58.2016.6.13.0278 UBERLÂNDIA-MG 278ª Zona Eleitoral (UBERLÂNDIA)


AGRAVANTE: ELAINE BARBOSA RIBEIRO
ADVOGADAS: RENATA SOARES SILVA - OAB: 141886/MG E OUTRAS
Ministro Admar Gonzaga
Protocolo: 8.436/2017

DECISÃO
Elaine Barbosa Ribeiro interpôs agravo (fls. 104-113) em face da decisão denegatória do recurso especial, manejado em face de
acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (fls. 51-56) que, por unanimidade, negou provimento a recurso e
manteve a sentença do Juízo da 278ª Zona Eleitoral daquele Estado que julgou não prestadas as suas contas alusivas às Eleições
de 2016, ocasião em que concorreu ao cargo de vereador do Município de Uberlândia/MG.
Eis a ementa do acórdão regional (fl. 51):

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Recurso Eleitoral. Eleições 2016. Prestação de Contas. Candidato. Vereador. NOTIFICAÇÃO. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA DAS
CONTAS. Contas julgadas não prestadas.
I - Candidato. Não apresentação das contas de campanha. Notificação para apresentação no prazo de 72 horas para correção
do vício. Persistência na omissão. Inaplicabilidade dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
II - NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO E MANTIDA A DECISÃO QUE INDEFERIU A TUTELA PROVISÓRIA.
Opostos embargos de declaração (fls. 59-66), foram eles rejeitados em acórdão assim ementado (fl. 69):
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECURSO ELEITORAL. CONTAS DE CAMPANHA NÃO PRESTADAS. ELEIÇÕES DE 2016.
I - A embargante não prestou contas de campanha de 2016. Ausência de quitação eleitoral.
II - A embargante pretende, em verdade, instaurar nova discussão sobre a aplicação dos princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, com reexame do mérito, o que é descabido em sede de embargos de declaração.
III - Desse modo, não há no acórdão embargado qualquer omissão que justifique o seu provimento, notadamente quando se
pretende, por meio da incidência dos efeitos infringentes, alterar a conclusão alcançada por esta e. Corte, quando do
julgamento do recurso.
VI - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS
A agravante sustenta, em suma, que:
a) a decisão do Presidente do TRE/MG deve limitar-se à análise dos requisitos gerais de admissibilidade, sem adentrar a análise
do mérito do recurso;
b) o recurso especial interposto preenche todos os requisitos de admissibilidade e não busca o revolvimento da matéria fático-
probatória dos autos, mas a sua revaloração jurídica;
c) não é aplicável o verbete sumular 30 do Tribunal Superior Eleitoral na espécie, pois demonstrou a existência de violação aos
arts. 30, IV, da Lei 9.504/97 e 68, IV, a, da Res.-TSE 23.346.
d) apesar de intempestivas, as contas foram devidamente prestadas, não tendo sido omitidos recursos financeiros recebidos ou
movimentações realizadas; desse modo, devem ser aplicados os §§ 2º e 2º-A do art. 30 da Lei 9.504/97.
Requer o conhecimento e o provimento do agravo, para o regular processamento e provimento do recurso especial, a fim de
que suas contas sejam aprovadas com ressalvas.
A Procuradoria-Geral Eleitoral, no parecer às fls. 130-132, opinou pelo não conhecimento do agravo.
É o relatório.
Decido.
O agravo é tempestivo. A decisão agravada foi publicada no DJE em 6.10.2017 (fl. 103v), e o apelo foi interposto em 9.10.2017
(fl. 104), em peça subscrita por advogado habilitado nos autos (procuração à fl. 08 e substabelecimento à fl. 47).
O Presidente do Tribunal a quo negou seguimento ao agravo, por entender que a candidata não comprovou o alegado dissídio
jurisprudencial, pois se limitou a transcrever ementas de julgados, e que incide na espécie no verbete sumular 30 do TSE.
A agravante argumenta que a decisão agravada adentrou o exame do mérito do recurso especial, em usurpação à competência
deste Tribunal.
Todavia, a jurisprudência do TSE é no sentido de que "é possível ao Tribunal a quo adentrar no mérito recursal sem que haja
usurpação de competência, uma vez que o TSE não está vinculado ao juízo de admissibilidade realizado na instância de origem
(AgR-AI 325-06/PR, Rel. Min. DIAS TOFFOLI, DJe 4.12.2013; AgR-AI 96-66/SP, Rel. Min. LUCIANA LÓSSIO, publicado na sessão de
27.2.2014)" (AgR-AI 118-98, rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, DJE de 11.9.2017).
Ademais, embora a agravante tenha infirmado os fundamentos da decisão agravada, o apelo não prospera, pois o recurso
especial é inviável.
A recorrente aponta violação ao art. 30, § 2º-A, da Lei 9.504/97 e 68, § 1º, da Res.-TSE 23.346/2015, argumentando que,
embora extemporaneamente, apresentou a prestação das contas de campanha antes do seu julgamento, de modo que as
contas não poderiam ter sido consideradas como não prestadas.
Ademais sustenta que meros erros formais e materiais são insuficientes para comprometer o resultado da prestação de contas,
cabendo, portanto, a aplicação dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.
Destaco o seguinte trecho do acórdão regional (fl. 54):
Do exame dos autos, veriifca-se que a candidata foi regularmente intimada, nos termos do art. 45, § 4º, IV, da Resolução TSE nº
23.463/2015, conforme mandado de intimação, à fl. 6, encaminhado por fax, em 17/11/2016 (terça-feira), às 14h05min.
Contudo, as contas finais de campanha foram apresentadas somente em 24/11/2016, terça-feira (fls. 7-11), ou seja, após
decorrido o lapso temporal de 72 horas.
A candidata, portanto, não apresentou as contas de campanha referentes às eleições de 2016 até o dia 1º.11.2016, prazo

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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previsto no art. 45, caput, da Lei 9.504/97, e, mesmo após intimada para fazê-lo no prazo de 72 horas, conforme dispõe o art.
45, § 4º, IV, da referida lei, permaneceu omissa. Desse modo, correta a decisão que julgou as contas não prestadas, nos termos
do art. 45, § 4º, VI, da Lei das Eleições.
Ademais, é pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que "a apresentação extemporânea das contas de campanha,
após os prazos de trinta dias depois das eleições e de 72 horas para a correção do vício, enseja o julgamento das contas como
não prestadas. Precedentes" (AgR-AI 434-35, rel. Min. Maria Thereza Rocha de Assis Moura, DJE de 6.4.2016).
Cito, ainda, o seguinte julgado desta Corte a respeito do tema:
ELEIÇÕES 2012. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL COM AGRAVO. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAMPANHA.
VEREADOR. APRESENTAÇÃO EXTEMPORÂNEA. PRAZOS LEGAIS NÃO OBSERVADOS. ART. 30, IV, DA LEI Nº 9.504/97 E ART. 38, §
4º, DA RESOLUÇÃO-TSE Nº 23.376/2012. CONTAS NÃO PRESTADAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 83/STJ. DECISÃO MANTIDA.
DESPROVIMENTO.
1. A apresentação extemporânea das contas de campanha, após os prazos de 30 (trinta) dias após as eleições e de 72 (setenta e
duas) horas para correção do vício, enseja julgamento de contas não prestadas. Precedente: AgR-RMS n° 21313/MS, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, DJe de 20.8.2014.
2. In casu, extrai-se da moldura fática delineada no acórdão regional que as contas do candidato não foram apresentadas até o
trigésimo dia após a realização do prélio eleitoral, tampouco no prazo legal de 72 (setenta e duas) horas após regular intimação.
Portanto, a extemporaneidade da apresentação das contas acarreta o seu julgamento como não prestadas.
[...]
4. Agravo regimental desprovido.
(AgR-REspe 623-75, rel. Min. Luiz Fux, DJE de 16.4.2015.)
Verifica-se, portanto, que a conclusão exarada pela Corte Regional quanto ao julgamento das contas como não prestadas está
em perfeita consonância com a jurisprudência consolidada por este Tribunal Superior, o que atrai a incidência do verbete
sumular 30 desta Corte.
Pelo exposto e nos termos do art. 36, § 6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento ao agravo
interposto por Elaine Barbosa Ribeiro.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 12 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

Coordenadoria de Acórdãos e Resoluções

Acórdão

PUBLICAÇÃO DE DECISÕES Nº 421/2017

ACÓRDÃO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 297-50.2016.6.13.0139 CLASSE


6 ITAPECERICA MINAS GERAIS
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Embargantes: Coligação Limpe: Princípios por um Novo Tempo de Progresso e Paz e outros
Advogados: Julio Firmino da Rocha Filho OAB: 96648/MG e outros
Embargada: Coligação PP/PSC

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 0

Advogado: Edson Araújo Rios OAB: 997-A/MG

Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
1. Não há falar em omissão no julgado, o qual assentou expressamente não ser cabível a interposição de recurso
especial em face de decisão monocrática proferida por membro de tribunal regional eleitoral, portanto, antes do esgotamento
das instâncias ordinárias, a teor do verbete sumular 25 do Tribunal Superior Eleitoral.
2. Os embargantes manifestam mero inconformismo com o decisum, o que não encontra amparo nas hipóteses de
cabimento da espécie recursal, descritas no art. 275 do Código Eleitoral.
Embargos de declaração rejeitados.

Acordam os ministros do Tribunal Superior Eleitoral, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do
voto do relator.
Brasília, 19 de outubro de 2017.
Presidência do Ministro Gilmar Mendes. Presentes a Ministra Rosa Weber, os Ministros Luiz Fux, Herman Benjamin, Napoleão
Nunes Maia Filho, Admar Gonzaga e Tarcisio Vieira de Carvalho Neto, e o Vice-Procurador-Geral Eleitoral, Humberto Jacques de
Medeiros.

Intimação

PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO Nº 265 / 2017

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 49-69.2016.6.26.0027 -


BRAGANÇA PAULISTA - SÃO PAULO
RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI
EMBARGANTE: GUSTAVO SARZI SARTORI
ADVOGADOS: EZIKELLY SILVA BARROS - OAB: 31903/DF e Outros
EMBARGADA: COLIGAÇÃO EXPERIÊNCIA E COMPETÊNCIA PARA RECONSTRUIR BRAGANÇA
ADVOGADOS: RAFAEL DE ALENCAR ARARIPE CARNEIRO - OAB: 25120/DF e Outros
EMBARGADO: JESUS ADIB ABI CHEDID
ADVOGADOS: JOSÉ EDUARDO RANGEL DE ALCKMIN - OAB: 2977/DF e Outros
PROTOCOLO: 9.376/2017

Ficam intimados os embargados, por seu(s) advogado(s) para, querendo, no prazo de 3 (três) dias, apresentar(em)
contrarrazões aos Embargos de Declaração opostos nos autos do(a) Recurso Especial Eleitoral nº 49-69.2016.6.26.0027.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 161-10.2016.6.06.0087 -


GRAÇA - CEARÁ
RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI
EMBARGANTE: PATRICIA RODRIGUES DE BRITO
ADVOGADOS: JOSÉ MARQUES JUNIOR - OAB: 17257/CE e Outros
EMBARGADA: COLIGAÇÃO UNIDOS PARA O GRAÇA CONTINUAR CRESCENDO
ADVOGADO: DANIEL TEÓFILO DE SOUZA - OAB: 16252/CE
PROTOCOLO: 9.193/2017

Fica intimada a embargada, por seu advogado para, querendo, no prazo de 3 (três) dias, apresentar contrarrazões aos

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 1

Embargos de Declaração opostos nos autos do(a) Recurso Especial Eleitoral nº 161-10.2016.6.06.0087.

PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO Nº 266 / 2017

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 89-54.2016.6.13.0046 -


IBITURUNA - MINAS GERAIS
RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI
EMBARGANTE: MARLI APARECIDA DE OLIVEIRA
ADVOGADOS: JOYCE JANINE FIGUEIREDO ORNELAS BRAZ - OAB: 106983/MG e Outro
EMBARGADA: COLIGAÇÃO A FORÇA DO POVO
ADVOGADOS: MAURO JORGE DE PAULA BOMFIM - OAB: 43712/MG e Outro
PROTOCOLO: 9.269/2017

Fica intimada a embargada, por seu(s) advogado(s) para, querendo, no prazo de 3 (três) dias, apresentar contrarrazões aos
Embargos de Declaração opostos nos autos do(a) Recurso Especial Eleitoral nº 89-54.2016.6.13.0046.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL ELEITORAL Nº 89-54.2016.6.13.0046 -


IBITURUNA - MINAS GERAIS
RELATOR: MINISTRO JORGE MUSSI
EMBARGANTE: PARTIDO PROGRESSISTA (PP) - ESTADUAL
ADVOGADO: FRANCISCO GALVÃO DE CARVALHO - OAB: 8809/MG
EMBARGADA: COLIGAÇÃO A FORÇA DO POVO
ADVOGADOS: MAURO JORGE DE PAULA BOMFIM - OAB: 43712/MG e Outro e Outro
PROTOCOLO: 9.297/2017

Fica intimada a embargada, por seu(s) advogado(s) para, querendo, no prazo de 3 (três) dias, apresentar contrarrazões aos
Embargos de Declaração opostos nos autos do(a) Recurso Especial Eleitoral nº 89-54.2016.6.13.0046.

Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE

Intimação

Processo 0604244-21.2017.6.00.0000

MANDADO DE SEGURANÇA (120) - 0604244-21.2017.6.00.0000 - ARMAÃO DOS BÚZIOS - RIO DE JANEIRO RELATOR(A):
Ministro(a) ROSA WEBER IMPETRANTE: CLAUDIA DA COSTA SILVEIRA Advogado do(a) IMPETRANTE: MARCIO JOSE TEIXEIRA DE

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 2

SA - RJ89397 AUTORIDADE COATORA: JUÍZO DA 172ª ZONA ELEITORAL DE ARAMAÇÃO DOS BÚZIOS Advogado do(a)
AUTORIDADE COATORA:
PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pela Ministra ROSA WEBER.
"MANDADO DE SEGURANÇA Nº 0604244-21.2017.6.00.0000 (PJe) –ARMAÇÃO DOS BÚZIOS –RIO DE JANEIRO

Relatora: Ministra Rosa Weber


Impetrante: Cláudia da Costa Silveira
Advogado: Marcio José Teixeira de Sá –RJ89397
Autoridade coatora: Juízo da 172ª Zona Eleitoral de Armação dos Búzios

Eleições 2016. Mandado de segurança. Prestação de contas. Candidata ao cargo de Vereador. Pedido de liminar. Writ voltado
contra decisão judicial passível de recurso. Ausência de teratologia ou flagrante ilegalidade. Negativa de seguimento.

DECISÃO

Vistos etc.
Trata-se de mandado de segurança com pedido de liminar impetrado por Cláudia da Costa Silveira contra decisão do Juízo da
172ª Zona Eleitoral de Armação dos Búzios - RJ, pela qual considerada irregular a sua prestação de contas.
No presente writ, a impetrante articula, em suma (ID-172454):
a) que “participou da última eleição apenas para preencher o percentual exigido pela lei, completando o percentual de
mulheres para o partido”, não possuindo conta bancária referente ao período das eleições, tampouco realizados gastos e, por
isso, não apresentados os extratos bancários solicitados pela autoridade coatora, que considerou irregular a sua contabilidade e
não aceitou as alegações e documentos juntados”; e
b) presentes a “relevância do fundamento” e o “perigo de ineficácia do provimento jurisdicional”, porquanto vulnerado
“direito líquido e certo àobtenção de certidão de quitação eleitoral, cujos requisitos legais foram devidamente preenchidos”.
Requer, liminarmente e inaudita altera parte, “seja ordenado àautoridade coatora que julgue regular as referidas contas de
campanha eleitoral”. No mérito, pugna pela confirmação da liminar pleiteada.
Éo relatório.
Decido.
Não se credencia o presente mandamus ao conhecimento.
Observo que a pretensão se volta contra decisão de caráter jurisdicional do Juízo da 172ª Zona Eleitoral de Armação dos Búzios -
RJ, pela qual considerada irregular a prestação de contas da impetrante, atinente às Eleições de 2016.
Consolidada a jurisprudência deste Tribunal Superior Eleitoral pelo não cabimento de mandado de segurança voltado contra
decisão judicial passível de recurso, salvo situações excepcionais , cristalizada na Súmula nº 22 do TSE[1]. Nesse sentido:
“AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. ELEIÇÕES 2010. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO
(AIME). DEPUTADO ESTADUAL. CASSAÇÃO DO MANDATO. AÇÃO CAUTELAR DEFERIDA PELO COLEGIADO DESTA CORTE. EFEITO
SUSPENSIVO CONCEDIDO A RECURSO ORDINÁRIO. CASSAÇÃO DO MANDATO SUSPENSA POR PROVIMENTO CAUTELAR.
COMUNICAÇÃO IMEDIATA DA DECISÃO PLENÁRIA. DESCUMPRIMENTO DA ORDEM JUDICIAL PELA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
ESTADUAL. DETERMINAÇÃO DO PRESIDENTE DESTA CORTE ELEITORAL PARA O CUMPRIMENTO IMEDIATO DA REFERIDA
DECISÃO. ATO IMPUTADO COMO ILEGAL E TERATOLÓGICO. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO POR SUPLENTE, ATUAL
OCUPANTE DO CARGO EM QUESTÃO. NÃO CABIMENTO. HIPÓTESE DE SUCEDÂNEO RECURSAL. INTELIGÊNCIA DO ENUNCIADO
Nº 267 DA SÚMULA DO SUPREMO. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. O mandado de segurança contra atos decisórios de índole jurisdicional, sejam eles proferidos monocraticamente ou por
órgãos colegiados, émedida excepcional, somente sendo admitida em bases excepcionais, atendidos os seguintes pressupostos:
(i) não cabimento de recurso, com vistas a integrar ao patrimônio do Impetrante o direito líquido e certo a que supostamente
aduz ter direito; (ii) inexistência de trânsito em julgado; e (iii) tratar-se de decisão teratológica.
2. In casu, não se demonstra situação excepcional ou decisão teratológica a justificar a impetração do presente mandamus.
3. A decisão proferida em processo visando àexecução de julgado deste Tribunal épassível de impugnação mediante agravo

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 3

regimental. Precedentes.
4. No caso sub examine, o mandado de segurança afigura-se incabível, incidindo, na espécie, o Enunciado da Súmula do
Supremo nº 267, in verbis: ‘não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição’.” (AgR-MS,
Rel. Min. Luiz Fux, DJe de 13.02.2015, destaquei).

Consabido que “os candidatos têm o dever de prestar contas àJustiça Eleitoral, ainda que hajam renunciado àcandidatura,
desistido ou obtido seu pedido de registro indeferido (MS nº 430947/SP, Rel., Min. Gilmar Mendes, DJe de 15.9.2016), não há
falar em teratologia ou ilegalidade da decisão que, fundamentadamente, assenta irregular a contabilidade das contas de
campanha. Eventual reforma do que decidido pela Corte de origem deve ser suscitada mediante a interposição do recurso
cabível nos autos da prestação de contas.
Ante o exposto, nego seguimento ao mandado de segurança, nos termos do art. 36, §6º, do RITSE, prejudicado, por corolário, o
pedido de liminar (art. 10 da Lei 12.016/09).
Publique-se. Intime-se.
Brasília, 06 de dezembro de 2017.

Ministra ROSA WEBER


Relatora
[1] Súmula nº 22/TSE: Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial recorrível, salvo situações de teratologia ou
manifestamente ilegais."

Brasília, 13 de dezembro de 2017.


Marcos Paulo da Mota Gonçalves Coordenadoria de Processamento
Processo 0604052-88.2017.6.00.0000

LISTA TRÍPLICE (11545) - 0604052-88.2017.6.00.0000 - PORTO VELHO - RONDÔNIA RELATORA: MINISTRA ROSA WEBER
INTERESSADO: TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDONIA
ADVOGADA INDICADO: RENATA FABRIS PINTO
ADVOGADO INDICADO: EDSON BERNARDO ANDRADE REIS NETO
ADVOGADO INDICADO: CLENIO AMORIM CORREA
PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pela Ministra ROSA WEBER.
"LISTA TRÍPLICE Nº 0604052-88.2017.6.00.0000 –CLASSE 20 –PORTO VELHO –RONDÔNIA

Relatora: Ministra Rosa Weber


Interessado: Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia
Advogada Indicada: Renata Fabris Pinto
Advogado Indicado: Clênio de Amorim Corrêa
Advogado Indicado: Edson Bernardo Andrade Reis Neto

DESPACHO
Trata-se de lista tríplice –composta pelos advogados Renata Fabris Pinto, Clênio de Amorim Corrêa e Edson Bernardo Andrade
Reis Neto indicados –para o preenchimento da vaga de Juiz Titular do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE/RO), classe
dos juristas, decorrente do término do segundo biênio do Dr. Juacy dos Santos Loura Júnior, em 04.01.2017.
Preenchidos os requisitos legais (Parecer ASSEC –ID nº 169488), publique-se o edital de que trata o art. 25, §3º, do Código
Eleitoral, com lista composta pelos seguintes nomes:

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 4

a) Renata Fabris Pinto;


b) Clênio de Amorim Corrêa; e
c) Edson Bernardo Andrade Reis Neto.

Brasília, 06 de dezembro de 2017.

Ministra Rosa Weber


Relatora"
Brasília, 13 de dezembro de 2017.
Marcos Paulo da Mota Gonçalves Coordenadoria de Processamento
Processo 0600001-34.2017.6.00.0000

NNMF 22/16
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

PROPAGANDA PARTIDÁRIA (11536) Nº 0600001-34.2017.6.00.0000 (PJe) - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR: MINISTRO
NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO INTERESSADO: PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD) - NACIONAL ADVOGADO: THIAGO
FERNANDES BOVERIO (DF 22.432)
Decisão

PROPAGANDA PARTIDÁRIA. PARTIDO SOCIAL DEMOCRÁTICO (PSD) –NACIONAL. ANO DE 2018. ADVENTO DA LEI 13.487/17.
EXTINÇÃO DA PROPAGANDA POLÍTICA PARTIDÁRIA A PARTIR DE 1o. DE JANEIRO DE 2018. AUSÊNCIA DE RESULTADO ÚTIL PELO
JULGAMENTO. PERDA DE OBJETO. PRECEDENTE: PP 0600014-33/DF, REL. MIN. ADMAR GONZAGA, ACÓRDÃO PENDENTE DE
PUBLICAÇÃO. INDEFERIMENTO.
1. Trata-se de requerimento de autorização apresentado pelo PSD –NACIONAL para veicular, no 1o. semestre de 2018,
propaganda partidária no rádio e na televisão, em bloco e inserções.
2. A Secretaria Judiciária desta Corte, por intermédio da Informação 153.153, sugeriu o deferimento do pleito.
3. Em 28.9.2017, proferiu-se decisão monocrática (155.900), desta Relatoria, na qual se deferiu ao PSD o pedido de veiculação,
no 1o. semestre de 2018, de propaganda partidária em programa nacional e em bloco por meio de inserções nacionais, nos
termos do cronograma elaborado pela unidade técnica.
4. No entanto, a Seção de Gerenciamento de Dados Partidários (SEDAP), por meio da Informação 164.172, noticiou que, em
6.10.2017, entrou em vigor a Lei 13.487/17, a qual, nos termos de seu art. 5o., extingue a propaganda partidária no rádio e na
televisão a partir de 1o. de janeiro de 2018. No ponto, a SEDAP requereu a manifestação deste Relator acerca da matéria.
5. Por meio do Despacho 164.793, determinou-se a intimação do Partido para que se manifestasse acerca da Informação
164.172 da SEDAP, na qual se questiona sobre a execução do pedido de veiculação da propaganda partidária do PSD, deferido
em 28.9.2017, pendente de publicação, tendo em vista a entrada em vigor da Lei 13.487/17.
6. Em resposta, a grei, por meio da Petição 166.092, sustenta que, no caso dos autos, o deferimento da propaganda partidária
pleiteada ocorreu antes da publicação da lei revogadora, a qual só deverá ser aplicada a partir das eleições subsequentes
àreferida publicação.
7. No ponto, defende a existência de ato jurídico perfeito, portanto, segundo ela, deve incidir, na hipótese, o princípio do
tempus regit actum, previsto no art. 6o. da LINDB (antiga Lei de Introdução ao Código Civil).
8. Ainda, o requerente alega o que se segue:
Aliás, a própria norma revogadora (Lei 13.487/17) indica a vigência da nova regra de extinção das propagandas partidárias a
partir do ano seguinte, ou seja, somente a partir de 2018. A rigor, portanto, as propagandas pleiteadas antes desse marco
temporal devem ser regularmente transmitidas.
9. Por fim, a agremiação requer a regular tramitação do presente feito e o consequente deferimento do pedido de acesso
àtransmissão da propaganda partidária tal como requerido no pedido inicial.
10. A douta PGE, em parecer (174.875) de lavra do ilustre Vice-Procurador-Geral Eleitoral, HUMBERTO JACQUES DE MEDEIROS,

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 5

manifestou-se pela perda da expectativa de direito àveiculação de propaganda partidária pelo PSD.
11. Era o que havia de relevante para relatar.
12. Cuida-se de requerimento de autorização apresentado pelo PSD –NACIONAL para veicular, no 1o. semestre de 2018,
propaganda partidária no rádio e na televisão, em bloco e por meio de inserções.
13. Inicialmente, observa-se que, em 28.9.2017, considerando-se a legislação em vigor àépoca, foi deferido o pleito, nos termos
do cronograma elaborado pela unidade técnica.
14. No entanto, consoante ressaltou a SEDAP por meio da Informação 164.172, em 6.10.2017, entrou em vigor a Lei 13.487/17,
a qual altera as Leis 9.504/97 e 9.096/95, bem como institui o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
15. A Lei 13.487/17, em seu art. 5o., extingue a propaganda partidária no rádio e na televisão a partir de 1o. de janeiro de 2018,
ao revogar os arts. 45, 46, 47, 48 e 49 e o parág. único do art. 52 da Lei dos Partidos Políticos, que, atualmente, regulamentam o
assunto.
16. A propósito, na sessão de 28.11.2017, esta Corte Superior, ao julgar a PP 0600014-33/DF, de relatoria do ilustre Ministro
ADMAR GONZAGA (acórdão pendente de publicação), com o objetivo de uniformizar o entendimento a respeito da incidência
da referida alteração legislativa a processos de propaganda partidária já apreciados, assentou que, por opção política do Poder
Legislativo, foi revogada a propaganda partidária a partir de 1o. 1.2018, o que, por si só, revela a inexistência de viabilidade
prática do pleito ora em análise.
17. No particular, em tal julgado, o TSE acrescentou o seguinte:
(...) a pretensão da agremiação esbarra em óbice de ordem prática intransponível, qual seja: a partir de 1o.1.2018, não haverá
mais propaganda partidária no rádio e na televisão e as emissoras não serão compensadas por eventuais veiculações.
No mais, não se trata propriamente de aplicação retroativa, visto que a decisão proferida no ano anterior ao da veiculação,
além de atender a comandos normativos desta Corte, visa tão somente àorganização da grade de veiculação, de acordo com a
ordem de apresentação dos pedidos. Ou seja, não éa decisão em procedimento de propaganda partidária que assegura o
acesso ao rádio e àtelevisão pelos Partidos, mas, sim, a lei, lei esta que foi modificada e extinguiu a expectativa de veiculação.
Por fim, vale lembrar que o eventual deferimento do pedido em análise acarretaria indesejável quebra de isonomia entre as
agremiações partidárias cujos pedidos já foram deferidos, as quais teriam suposto direito adquirido em relação àveiculação, e
aquelas cujos pedidos ainda estejam em processamento.
18. Nessa linha, destaca-se o seguinte trecho do parecer ministerial acerca da matéria, o qual afirma o que se segue:
A partir do deferimento de seu pedido de veiculação de propaganda partidária em 2018, o requerente passou a ter apenas uma
expectativa de direito, a qual foi elidida com a edição da Lei 13.487/17. Somente se poderia falar em direito adquirido no curso
do semestre no qual se daria a veiculação, pois nesse momento o direito do requerente seria exigível.
No que se refere àsupressão do direito de veiculação de propaganda partidária pela Lei 13.487/17, épreciso pontuar que, em
que pese a proteção constitucional do direito adquirido (ou mesmo ato jurídico perfeito) às relações decorrentes de
determinado instituto jurídico, essas não podem representar impedimentos àmodificação ou àsupressão do próprio instituto
por legislação (obviamente, desde que a Constituição não seja descumprida).
Essa Corte Superior, aliás debruçando-se sobre caso similar, envolvendo alteração de regras da Lei 9.096/95 pela Lei 13.165/15,
justamente no tocante ao direito de antena, assentou a inexistência de direito adquirido àveiculação de propaganda partidária,
mesmo após o deferimento do respectivo pedido de veiculação, pois ele somente se incorporaria ao patrimônio jurídico do
Partido no semestre em que pudesse ser exercitado.
19. Assim, inexistindo qualquer resultado útil a ser obtido pelo julgamento do presente feito, deve ser reconhecida a perda
superveniente do objeto ocorrida na espécie.
20. Ante o exposto, reconsidera-se a Decisão 155.900 para indeferir o pedido de veiculação, no 1o. semestre de 2018, da
propaganda partidária do PSD –NACIONAL, no rádio e na televisão, em bloco e por meio de inserções, considerando-se a
alteração legislativa que extingue a propaganda partidária nos referidos meios de comunicação a partir de 1o. de janeiro de
2018.
21. Publique-se. Intimações necessárias.
Brasília (DF), 13 de dezembro de 2017.

NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


Ministro Relator
Processo 0603988-78.2017.6.00.0000

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 6

index: PROPAGANDA PARTIDÁRIA (11536)-0603988-78.2017.6.00.0000-[Veiculação de Propaganda Partidária - Em Bloco,


Veiculação de Propaganda Partidária - Em Inserções]-DISTRITO FEDERAL-BRASÍLIA
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

PROPAGANDA PARTIDÁRIA Nº 0603988-78.2017.6.00.0000 –CLASSE 11536 –BRASÍLIA –DISTRITO FEDERAL (Processo eletrônico)
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Requerente: Partido da Mobilização Nacional (PMN) –Nacional
Advogado: Lucas Albano Ribeiro dos Santos –OAB: 91538/SP

DECISÃO

O Partido da Mobilização Nacional (PMN) –Nacional apresentou petição (documento 153.511) na qual solicitou autorização
para a veiculação da sua propaganda partidária no primeiro semestre de 2018, em bloco de inserções.
A Seção de Gerenciamento de Dados Partidários (Sedap) apresentou informação, na qual menciona que “em 6 de outubro de
2017 entrou em vigor a Lei nº 13.487, que extingue a propaganda partidária no rádio e na televisão a partir de 1º de janeiro de
2018, nos termos de seu artigo 5º”, tendo sido revogados os arts. 45 a 49 e o parágrafo único do art. 52 da Lei 9.096/95 (p. 1 do
documento 164.111).
Diante disso, por meio de despacho (documento 164.180), facultei ao requerente que se manifestasse sobre o prosseguimento
feito.
Em petição (documento 167.558) o requerente postulou a extinção e arquivamento do presente feito, argumentando que, em
razão das alterações introduzidas pela Lei 13.487/2017 nas Leis 9.504/97 e 9.096/95, seu pedido perdeu o objeto.
Éo relatório.
Decido.
Com efeito, conforme consta da Informação da Sedap, o art. 5º da Lei 13.487 revogou os arts. 45 a 49 e o parágrafo único do
art. 52 da Lei 9.096/95, que estabeleciam a veiculação da propaganda partidária no rádio e na televisão, a partir de 1º de
janeiro de 2018.
Ademais, ressalto que esta Corte apreciou, na sessão de 28.11.2017, a PP 0600014-33, feito relativo ao pedido de veiculação da
propaganda partidária do Partido Ecológico Nacional (PEN), assim decidindo:
PROPAGANDA PARTIDÁRIA. PEDIDO DE VEICULAÇÃO NO ANO DE 2018. SUPERVENIÊNCIA DA LEI 13.487/2017. PERDA DO
OBJETO.
1. A decisão em procedimento de propaganda partidária, cujo escopo éa mera organização da grade de veiculação de acordo
com a ordem de apresentação dos pedidos, não faz coisa julgada e pode ser revista quando constatados fatos supervenientes
que afetem ou impeçam a sua execução.
2. Com a edição da Lei 13.487/2017, foi extinta a propaganda partidária a partir de 1º.1.2018, ficando os respectivos recursos
destinados àcomposição do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
3. Além do descompasso com a lei e a inviabilidade prática do pedido do partido, a eventual veiculação de propaganda
partidária na espécie poderia ensejar indesejável quebra da isonomia entre as agremiações cujos pedidos já foram deferidos e
aquelas cujos pedidos ainda estejam em processamento.
Pedido julgado prejudicado.
Pelo exposto, declaro a perda de objeto do pedido.
Comunique-se àAssociação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 29 de novembro de 2017.

Ministro Admar Gonzaga


Relator
Processo 0600005-71.2017.6.00.0000

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 7 7

index: PROPAGANDA PARTIDÁRIA (11536)-0600005-71.2017.6.00.0000-[Veiculação de Propaganda Partidária - Em Bloco,


Veiculação de Propaganda Partidária - Em Inserções]-DISTRITO FEDERAL-BRASÍLIA
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

PROPAGANDA PARTIDÁRIA Nº 0600005-71.2017.6.00.0000 –CLASSE 11536 –BRASÍLIA –DISTRITO FEDERAL (Processo eletrônico)
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Requerente: Partido Republicano Brasileiro (PRB) –Nacional
Advogados: Gustavo Luiz Simões –OAB: 33658/DF e outros

DECISÃO

O Partido Republicano Brasileiro (PRB) –Nacional apresentou petição (documento 62.912) na qual requer autorização para a
veiculação da sua propaganda partidária no primeiro semestre de 2018, em bloco e em inserções.
Por meio de decisão (documento 155.572), deferi o pedido formulado pela agremiação.
A Seção de Gerenciamento de Dados Partidários (Sedap) apresentou nova informação, na qual menciona que “em 6 de outubro
de 2017 entrou em vigor a Lei nº 13.487, que extingue a propaganda partidária no rádio e na televisão a partir de 1º de janeiro
de 2018, nos termos de seu artigo 5º”, tendo sido revogados os arts. 45 a 49 e o parágrafo único do art. 52 da Lei 9.096/95 (p. 1
do documento 163.849).
Assinalou, ainda, que está pendente a publicação da decisão por mim proferida.
Éo relatório.

Decido.

De fato, consoante consta da Informação da Sedap, o art. 5º da Lei 13.487 revogou os arts. 45 a 49 e o parágrafo único do art.
52 da Lei 9.096/95, que estabeleciam a veiculação da propaganda partidária no rádio e na televisão, a partir de 1º de janeiro de
2018.
Nesse sentido, ressalto que esta Corte apreciou, na sessão de 28.11.2017, a PP 0600014-33, feito relativo ao pedido de
veiculação da propaganda partidária do Partido Ecológico Nacional (PEN), assim decidindo:
PROPAGANDA PARTIDÁRIA. PEDIDO DE VEICULAÇÃO NO ANO DE 2018. SUPERVENIÊNCIA DA LEI 13.487/2017. PERDA DO
OBJETO.
1. A decisão em procedimento de propaganda partidária, cujo escopo éa mera organização da grade de veiculação de acordo
com a ordem de apresentação dos pedidos, não faz coisa julgada e pode ser revista quando constatados fatos supervenientes
que afetem ou impeçam a sua execução.
2. Com a edição da Lei 13.487/2017, foi extinta a propaganda partidária a partir de 1º.1.2018, ficando os respectivos recursos
destinados àcomposição do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC).
3. Além do descompasso com a lei e a inviabilidade prática do pedido do partido, a eventual veiculação de propaganda
partidária na espécie poderia ensejar indesejável quebra da isonomia entre as agremiações cujos pedidos já foram deferidos e
aquelas cujos pedidos ainda estejam em processamento.
Pedido julgado prejudicado.
Pelo exposto, reconsidero a decisão anteriormente proferida de deferimento do programa partidário do PRB no ano de 2018
(documento 155.572) e declaro a perda de objeto do pedido.
Comunique-se àAssociação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
Publique-se.
Brasília, 29 de novembro de 2017.

Ministro Admar Gonzaga


Relator

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Processo 0604286-70.2017.6.00.0000

AÇÃO CAUTELAR Nº 0604286-70.2017.6.00.0000 –CLASSE 12061 –SANTA LUZIA –MINAS GERAIS (Processo eletrônico)
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Autor: Fernando César de Almeida Nunes Resende
Advogados: Bruno Calfat –OAB: 36459/DF e outros
Réu: Christiano Augusto Xavier Ferreira
DECISÃO
Fernando César de Almeida Nunes Resende Vieira, vice-prefeito eleito do Município de Santa Luzia/MG, propõe ação cautelar,
com pedido de liminar e inaudita altera parte, com fundamento no art. 1.029, §5º, do Código de Processo Civil, a fim de que
seja atribuído efeito suspensivo ativo ao recurso especial interposto nos autos do Recurso Eleitoral 718-10.2016.6.13.0246, no
qual o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, por unanimidade, deu provimento parcial ao apelo apenas para, mantida a
cassação do diploma do autor e da sua colega de chapa, excluir a declaração de inelegibilidade.
O autor alega, em síntese, que:
conforme decidido pelo Tribunal Superior Eleitoral em outras oportunidades, épossível a concessão de efeito suspensivo a
recurso especial meramente interposto, notadamente quando a tutela de urgência visa a evitar a alternância da chefia do Poder
Executivo;
no recurso especial ao qual se busca atribuir efeito suspensivo, aponta-se ofensa ao art. 275 do Código Eleitoral combinado com
o art. 1.022, II, do Código de Processo Civil, assim como dissídio jurisprudencial, porquanto não foi apreciada questão de ordem
pública suscitada nos embargos de declaração, atinente ànão inclusão tempestiva de litisconsorte passivo necessário, ao
fundamento de que se tratava de matéria não arguida anteriormente;
está evidenciada a ofensa aos arts. 92, §2º, e 105-A, ambos da Lei 9.504/97, bem como ao art. 337, §§1º, 2º e 4º, do Código de
Processo Civil e ao art. 16 da Lei 7.347/85, visto que a procedência da ação de impugnação de mandato eletivo se limitou ao
uso indevido dos meios de comunicação, com base nos mesmos fatos já discutidos nas Ações de Investigação Judicial Eleitoral
478-21 e 477-36, de sorte que deveria ter sido acolhida a preliminar de litispendência;
nas razões do recurso especial, ficou demonstrada a violação ao art. 14, §10, da Constituição Federal, bem como a divergência
jurisprudencial, tendo em vista que éentendimento consolidado do Tribunal Superior Eleitoral que, ante a tipicidade das ações
eleitorais, não se admite alegação de uso abusivo de meios de comunicação em sede de ação de impugnação de mandato
eletivo, salvo quando a mesma conduta também caracterizar abuso do poder econômico;
não houve o suposto abuso do poder econômico, visto que não foram comprovados nos autos os elementos caracterizadores
desse ilícito, como se percebe pelas seguintes circunstâncias:
a tiragem dos jornais Muro de Pedra e Folha de Minas Gerais édiluída pela sua distribuição descentralizada na região
metropolitana de Belo Horizonte;
no acórdão regional, consta que o ilícito teria ocorrido por meio da distribuição de apenas uma única edição;
na espécie, não consta das manifestações do Tribunal a quo nenhuma referência a notícia falsa ou agressão a candidatos
adversários;
as manifestações da imprensa escrita, ainda que elogiosas a certa candidata, são formas legítimas da liberdade de expressão,
conforme jurisprudência consolidada do TSE;
a mera promoção das qualidades da candidata àreeleição, no Jornal Muro de Pedra ou em qualquer outro, não qualifica
jamais abuso dos meios de comunicação social e, por extensão, não permite a cassação do mandato dos impugnados (p. 31 do
documento 175.445);
o acórdão regional diverge do entendimento firmado pelo Tribunal Superior Eleitoral, no REspe 60.061, de relatoria do Ministro
Gilmar Mendes, segundo o qual o abuso da liberdade de imprensa pressupõe conduta verdadeiramente grave, marcada pela
numerosa reiteração do ilícito, da capacidade de convencimento do veículo, entre outros requisitos que não estão presentes no
caso;
a Corte Regional divergiu do entendimento adotado no REspe 31.666, haja vista ter desconsiderado o fato de tratar-se de única
edição, bem como o número de exemplares para a região metropolitana de Belo Horizonte, além de não ter analisado a
gravidade exigida pelo art. 22, inciso XIV, da LC 64/90;
o periculum in mora fica evidente diante da possibilidade de afastamento do autor do cargo para o qual foi eleito, bem como
pelos eventuais custos de novas eleições no município.
Requer a concessão de liminar, a fim de conferir efeito suspensivo ao recurso especial, sustando os efeitos dos acórdãos
proferidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais até o julgamento definitivo do recurso neste Tribunal Superior com a

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manutenção do requerente no cargo de vice-prefeito de Santa Luzia/MG.


Éo relatório.

Decido.
A petição inicial está subscrita por advogado habilitado nos autos (pp. 2 e 3 do documento 175.447).
Conforme relatado, os autores pretendem a concessão de efeito suspensivo a recurso especial interposto em 23.11.2017 (p. 4
do documento 175.462), cuja submissão ao crivo da admissibilidade perante o Presidente do Tribunal a quo não se tem notícia.
Nessa hipótese, o art. 1.029, §5º, do Código de Processo Civil, dispositivo invocado pelos autores na exordial, dispõe
expressamente o seguinte:
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante
o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
[...]
§5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por
requerimento dirigido:
I –ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
(Vigência)
II –ao relator, se já distribuído o recurso;
III –ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a
publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência).
Desse modo, na linha do dispositivo acima, nos casos em que o recurso especial foi meramente interposto –e, portanto, não
submetido ainda ao exame de admissibilidade –, a competência para a apreciação de eventuais medidas de urgência édo
Presidente do Tribunal recorrido, ao qual também cabe o juízo prévio dos requisitos recursais.
Trata-se da positivação dos verbetes sumulares 634 e 635 do Supremo Tribunal Federal, cuja superação já era admitida por esta
Corte em hipóteses excepcionais (AgR-AC 33-45, rel. Min. Arnaldo Versiani, DJE de 5.2.2010).
Tal orientação tem sido mantida mesmo na vigência do novo CPC, conforme entendimento já manifestado pelo Ministro Luiz
Fux na Ação Cautelar 0602235-86, de 23.5.2017, referente a candidato a prefeito eleito no pleito de 2016, na qual foi concedida
a tutela de urgência, mesmo estando pendente juízo de admissibilidade do recurso especial.
Por pertinente, destaco o seguinte trecho do mencionado decisum:
In casu , não se verifica a instauração da competência cautelar desta Corte Superior Eleitoral, ante a ausência de juízo de
admissibilidade do recurso especial eleitoral na instância judicial a quo . Nada obstante isso, penso que as singularidades do
caso sub examine impõem a mitigação da incidência dos verbetes das supracitadas Súmulas de nossa Suprema Corte. Explica-
se.
A jurisprudência deste Tribunal Superior Eleitoral sedimentou entendimento no sentido de repudiar sucessivas alternâncias na
chefia do Poder Executivo local, na medida em que acarretam insegurança jurídica, incertezas na população local e
descontinuidade na gestão administrativa (Precedente: AgR-AC nº 130275, Rel. Min. Fátima Nancy Andrighi, DJe de
22/9/2011). Ao determinar o cumprimento imediato da decisão que cassou o Autor e seu Vice de seus respectivos mandatos, o
aresto proferido pela Corte Regional Eleitoral cria exatamente o cenário que a jurisprudência deste Tribunal visa a interditar: o
cumprimento da decisão a fortiori implicará o afastamento do exercício da chefia do Executivo local. Tal circunstância justifica,
a meu juízo, o abrandamento dos Enunciados das Súmulas nº 634 e nº 635 do Supremo Tribunal, de maneira a autorizar a
análise da verossimilhança das alegações veiculadas pelo Autor.
Na mesma linha, o Supremo Tribunal Federal também já admitiu a concessão de tutela de urgência ainda que o recurso
extraordinário não tenha sido admitido pelo Tribunal de origem (AC 26-68-MC-AgR, rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma,
DJE de 8.10.2010).
Desse modo, embora se trate de preceito legal, épossível a sua superação em hipóteses muito graves, em que ficar evidente a
probabilidade de provimento do recurso, tendo em conta os preceitos constitucionais da tutela jurisdicional efetiva e da
segurança jurídica.
Isso porque a execução imediata do julgado, já indicada pelo colegiado da Corte de origem (p. 53 do documento 175.461),
poderia causar danos irreversíveis àadministração municipal e ao exercício do mandato, bem como acarretar custos
eventualmente desnecessários ao erário, considerando-se o disposto no art. 224, §3º, do Código Eleitoral.
Nessa linha, já se decidiu que “o posicionamento desta Corte éno sentido de se evitar a alternância na chefia do Poder Executivo
Municipal (AgR-AC 32-48, rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 1º.6.2009). Igualmente: “A regra éevitar-se a alternância na chefia

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 8 0

do Poder Executivo municipal, cabendo providência em tal sentido para aguardar-se o desfecho de recurso (AgR-AC 4197-43,
red. para o acórdão Min. Marco Aurélio, DJE de 25.3.2011).
Conforme tenho me manifestado, embora o recurso especial eleitoral, em regra, não tenha efeito suspensivo, em face do teor
do art. 257 do Código Eleitoral, entendo que a segurança jurídica recomenda que a execução de julgados condenatórios de
Tribunais Regionais Eleitorais deve ponderar situações que evitem não apenas a indesejada alternância nas cadeiras do
Executivo Municipal, mas, também, que viabilizem às partes requerer a devida prestação jurisdicional ao Poder Judiciário,
inclusive quanto àpostulação de tutela de urgência.
Assim, ante o risco de mácula às cláusulas constitucionais da tutela judicial efetiva (CF, art. 5º, XXXV), da segurança jurídica e da
soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único), passo ao exame das alegações com vistas a aferir se está presente a situação de
excepcionalidade que autoriza a superação da aludida regra de competência.
Nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, a concessão de tutela de urgência pressupõe a existência de razões que
indiquem a probabilidade do direito, consubstanciado na probabilidade do provimento do recurso, e o risco de dano.
No caso, o periculum in mora está devidamente comprovado, pois a Corte de origem comunicou ao juízo originário a publicação
dos embargos de declaração e a manutenção da sentença de procedência da ação de impugnação de mandato eletivo (p. 53 do
documento 175.461).
Ademais, consta dos autos que os recursos especiais interpostos nas Ações de Investigação Judicial Eleitoral 478-21 e 477-36,
processos nos quais foram discutidos os mesmos fatos alegados na ação de impugnação de mandato eletivo subjacente ao
pleito cautelar, foram admitidos, o que revela, em princípio, a grande probabilidade de o presente apelo também sê-lo.
Antes do exame do fumus boni juris, cumpre ressaltar que o presente feito trata da ação de impugnação de mandato eletivo
cujo único ilícito reconhecido e mantido pelas instâncias ordinárias éo suposto abuso do poder econômico decorrente do uso
abusivo dos meios de comunicação, em razão das mesmas matérias jornalísticas discutidas nas já citadas AIJEs.
Para ilustrar tal ponto, cito os seguintes trechos do acórdão regional (p. 42 do documento 175.460 e p. 6 do documento
175.461):
[...]
A divulgação da candidatura da recorrente Roseli Ferreira Pimentel Matos no jornal Muro de Pedra e no periódico Folha de
Minas Gerais, trazida a exame na presente AIME, já foi objeto de apreciação por este Tribunal, por ocasião do julgamento dos
Recursos Eleitorais nos 477-36.2016.6.13.0246 e 478-21.2016.6.13.0246, dos quais fui Relator, ocorrido na sessão de 2/5/2017,
em que se reconheceu, em ambos os recursos, a ocorrência do abuso de poder associado ao uso indevido dos meios de
comunicação, resultando na cassação dos diplomas dos recorrentes e na aplicação da sanção de inelegibilidade àprimeira
recorrente, Essas decisões foram mantidas após o julgamento dos embargos de declaração na sessão de julgamento de
1°/6/2017,
No julgamento do Recurso Eleitoral n°477-36.2016.6.13.0246 foi examinada a divulgação massiva da candidatura da primeira
recorrente no periódico Folha de Minas Gerais, edição n° 258, cujo exemplar encontra-se acostado àfl. 49 dos presentes autos.
O voto condutor do aresto se assentou na seguinte fundamentação:
(...)
Pois bem. Sobre o uso indevido dos meios de comunicação já se manifestou o e. TSE, nos seguintes termos:
ELEIÇÕES 2014. RECURSO ORDINÁRIO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ENTIDADE SINDICAL. GOVERNADOR. VICE-
GOVERNADOR. ABUSO DE PODER ECONÔMICO E USO INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO.
(...)
3. Nos termos da jurisprudência deste Tribunal, "o abuso de poder econômico ocorre quando determinada candidatura
éimpulsionada pelos meios econômicos de forma a comprometer a igualdade da disputa eleitoral e a própria legitimidade do
pleito. Já o uso indevido dos meios de comunicação se dá no momento em que há um desequilíbrio de forças decorrente da
exposição massiva de um candidato nos meios de comunicação em detrimento de outros" (REspe nº 4709-68/RN, rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 10.5.2012).
(...)
(Recurso Ordinário n° 457327, Acórdão de 08/09/2016, Relator(a) Min. GILMAR FERREIRA MENDES, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Volume -, Tomo 185, Data 26/09/2016, Página 138/139) (Grifei)
No caso dos autos, não há dúvida de que a recorrente, candidata àreeleição para o cargo de Prefeita do Município de Santa
Luzia/MG, por meio da edição n° 258, de 23 a 29/09/2016, do Jornal Folha de Minas Gerais, fez uso indevido dos meios de
comunicação, dada a exposição massiva da sua candidatura e da sua imagem, em detrimento do equilíbrio da disputa eleitoral,
afetando, assim, a normalidade e a legitimidade do pleito municipal ocorrido em 02/10/2016, Àfls. 19 dos autos, foi acostado
exemplar do referido periódico. Da sua análise, ressalta-se, desde já, que a edição n° 258 circulou na semana anterior ao pleito
ocorrido em 02/10/2016, qual seja, de 23 a 29/09/2016, tendo sido realizada tiragem de 30.000 exemplares, conforme
expediente de fls. 06 do periódico, com circulação gratuita em Belo Horizonte e toda a sua região metropolitana.
O jornal, que, como bem salientado pelo d. Procurador Regional Eleitoral, possui apenas 08 folhas, dedicou a quase totalidade

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 8 1

do seu exemplar a discorrer, veementemente acerca da recorrente Roseli Ferreira Pimentel, com exceção de espaços de
propaganda comercial (fls. 06 e 08) e um ou outro comentário acerca do cenário político nacional (fls. 07). Do conteúdo das
diversas matérias publicadas, depreende-se, sem qualquer esforço interpretativo, pois a promoção da candidatura se deu de
modo clarividente, a tentativa de destacar a figura da candidatura como a opção surgida após o falecimento do líder político
local e Ex- Prefeito Carlos Calixto, mais viável para impulsionar as melhorias que a comunidade local anseia.
Para tanto, há, na matéria intitulada "Santa Luzia. Quem éRoseli um esforço para humanizar a figura da candidatura –“uma
mulher que combina sensibilidade e competência" –e, assim, inseri-la, no contexto político, como a esperança para o município
–"... O início de uma história que ainda vai trazer muitos frutos,"
Após traçar um histórico da atuação da candidata, ilustrado com diversas fotografias, dando relevo ao fato de a recorrente ter
assumido a prefeitura após o falecimento de Carlos Calixto, quando "mostra sua força e inicia uma trajetória nova e vitoriosa"
o jornal passa, acintosamente, a prestar esclarecimento sobre questões que, de alguma forma, representavam uma barreira
àsua reeleição, mormente no que se refere àsuposta declaração feita pela candidata, no sentido de que "nem Deus tiraria
minha vitória", momento em que são publicados posicionamentos de líderes religiosos ilustrados com fotos destes juntamente
com a candidata.
Em seguida, aparecem inúmeras fotos da candidata ao lado de pessoas influentes na sociedade local, como autoridade,
políticos e profissionais de renome, acompanhadas de depoimentos a estes atribuídos,restando estampada, ao fim, a expressão
"a verdade sempre prevalece".
Por fim, para fechar o intento promocional, háum texto de autoria da candidata,no qual, após se colocar como administradora
austera, dedicada e transparente, e tentar diminuir o impacto do posicionamento da oposição a seu respeito, conclui
conclamando os eleitores a que "avaliem porque voto não tem preço, tem conseqüência".
Dessa forma, embora haja por parte dos recorrentes a tentativa de demonstrar que a matéria veiculada está protegida pela
liberdade constitucional de expressão inerente às atividades exercidas pelos veículos de comunicação social, bem assim que a
legislação eleitoral permite que a imprensa escrita se manifeste favoravelmente a determinado candidato ou partido político,
nos termos do art. 30, §4°, da Res. TSE n° 23.457/2015, que encontra amparo na jurisprudência do e. TSE, o fato éque resta
amplamente evidenciado o uso indevido, por parte da candidatura da recorrente, do veículo de comunicação intitulado Jornal
Folha de Minas Gerais, em detrimento da igualdade de oportunidade entre os candidatos.
Veja-se que, quanto ao exercício do direito àliberdade de expressão, o e. TSE já se manifestou, no sentido de que, ainda que
reconhecido constitucionalmente, não éabsoluto. Portanto, para ser regular, a possibilidade dos meios de comunicação,
inclusive a imprensa escrita, posicionar-se acerca dos candidatos deve guardar consonância com os princípios e regras
inerentes ao processo eleitoral democrático, cabendo áJustiça Eleitoral coibir os abusos. Cito:
ELEIÇÕES 2012. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE). CARGO DE PREFEITO. MOLDURA
FÁTICA INCONTROVERSA NOS VOTOS COLHIDOS. PREQUESTIONAMENTO DE TODA A MATÉRIA. ABUSO DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL. CONFIGURAÇÃO. PRINCIPAL JORNAL DA CIDADE. NÚMERO ELEVADO DE EDIÇÕES. PROPAGANDA
NEGATIVA DE UM DOS CANDIDATOS. DESGASTE DA IMAGEM. GRAVIDADE. RECONHECIMENTO. ABUSO DE PODER ECONÔMICO.
AUSÊNCIA DE DISPÊNDIO DE RECURSOS PELOS RECORRIDOS. NÃO CARACTERIZAÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL.
(...)
3. A liberdade de imprensa, embora reconhecida como um dos pilares da democracia, não pode contra esta se voltar, por não
ser direito absoluto.
4. Compete àJustiça Eleitoral velar pela moralidade no processo eleitoral (Respe nº 25.745/SP, rel.Min. Carlos Ayres Britto, DJ de
8.8.2007).
(...)
(Recurso Especial Eleitoral nº 93389, Acórdão de 03/02/2015, Relator(a) Min. Luciana Christina Guimarães Lóssio, Publicação:
DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 39, Data 27/02/2015, Página 74/75) (Grifei)
Há, no recurso, ainda, a alegação de que a parte adversa não se desincumbiu do ônus de demonstrar a autoria ou prévio
conhecimento da candidata recorrente acerca da publicação realizada pelo jornal, pelo que deveria ser afastada a
responsabilidade.
A circunstância, comprovada nos autos, de uma parte da publicação ser da autoria da recorrente, conforme acima destacado,
retira-a da posição de mera beneficiária da conduta abusiva, tornando-a um de seus autores, pois, certamente, se há escritos
de sua autoria, éporque, além de ser do seu conhecimento prévio que a publicação seria realizada, tem-se que foi efetiva a sua
participação na conformação do abuso perpetrada por meio do veículo de comunicação.
Ademais, em sede de ação de investigação judicial por abuso dos meios de comunicação, não há que se cogitar a autoria ou o
prévio conhecimento, como ocorre no caso de apuração da responsabilidade por propaganda eleitoral irregular. Assim, em
caso como o dos autos, basta a demonstração de que os recorrentes foram beneficiados pela publicação, em detrimento da
normalidade e legitimidade do Pleito. Esse éo entendimento do e. TSE, conforme se extrai do seguinte julgado:
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ABUSO DE PODER. USO INDEVIDO DE MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL.
OMISSÃO.

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 8 2

1. A Corte de origem, expressamente, se pronunciou acerca da potencialidade de a prática abusiva influenciar no resultado das
eleições, assentando a reiterada divulgação de propaganda em rádio e televisão em período vedado, com aptidão de
comprometer a lisura e a normalidade do pleito, bem como sobre a perícia na gravação e transcrição da mídia apresentada
pela parte autora.
2. Não se afigura, portanto, violação aos arts. 275 do Código Eleitoral, 535 do Código de Processo Civil e 5º, XXXV, da
Constituição Federal.
3. Na apuração de abuso de poder, não se indaga se houve responsabilidade, participação ou anuência do candidato, mas sim
se o fato o beneficiou, o que teria ocorrido na espécie, segundo o Tribunal a quo.
Agravo regimental não provido.
(Recurso Especial Eleitoral nº 3888128, Acórdão de 17/02/2001, Relator(a) Min. Arnaldo Versiani Leite Soares, Publicação: DJE -
Diário de justiça eletrônico, Data 07/04/2011, Página 45) (Grifei)
Quanto àgravidade da conduta, vê-se que, nos termos do inciso XVI do art. 22 da LC n° 64/90, “para a configuração do ato
abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das
circunstâncias que o caracterizam”.
Ressalto, nesse aspecto, que, ao contrário do enfaticamente sustentado pelos recorrentes nas suas razões recursais, a
potencialidade para influir no resultado do pleito não éelemento caracterizador do ilícito eleitoral. A legislação vigente exige,
como acima citado, apenas a gravidade das circunstâncias que caracterizam o ato abusivo, conforme inteligência do transcrito
inciso XVI do art. 22 da LC n° 64/90.
No caso dos autos, considerando tais circunstâncias, que abaixo discrimino, tenho que o fato analisado égravíssimo, sob o
ponto de vista da quebra da isonomia entre os candidatos, estando configurado o ato abusivo que violou a normalidade e a
legitimidade do pleito.
Éinconteste, nesse aspecto, que houve a impressão de 30.000 exemplares da edição do jornal, que possui ampla inserção em
toda a região metropolitana de Belo Horizonte, inclusive na Cidade de Santa Luzia. Também éinconteste, pela leitura do
folhetim, que, na edição ora analisada, foram produzidas, inclusive com ostensiva participação da candidata, diversas matérias,
ilustradas com fotografias e acompanhadas de depoimentos de diversas pessoas, com objetivo de alavancar a sua candidatura
na semana anterior ao pleito. Nesse sentido trago àtona acórdão desta e. Corte Eleitoral:
Ação de investigação judicial eleitoral. Eleições de 2014. Candidato a Deputado Estadual. Art. 22, caput, da Lei Complementar
n° 64/1990. Utilização indevida de meio de comunicação (jornal) em benefício de candidato.
(...)
Alegação de favorecimento da candidatura do primeiro investigado em razão de publicações de matérias jornalísticas em
periódico local, cuja diretora-presidente éa esposa do candidato.
Para a caracterização do uso indevido de meios de comunicação social, com fundamento no art. 22 da Lei das Inelegibilidades,
énecessário verificar se a conduta possui gravidade suficiente para prejudicar a lisura das eleições e o equilíbrio da disputa
eleitoral. A gravidade se revela quando demonstrado que as dimensões das práticas abusivas são suficientes àquebra do
princípio da isonomia. Precedentes do TSE e TRE-MG.
(...)
(AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL n° 536056, Acórdão de 05/03/2015, Relator(a) PAULO CÉZAR DIAS, Publicação:
DJEMG - Diário de Justiça Eletrônico-TREMG, Data 13/03/2015) (Grifei)
Destacam os recorrentes que o fato de ter havido uma única edição do jornal, bem como das matérias não terem sido feitos
comentários desfavoráveis ao candidato oponente, afastaria o abuso, aliado ao fato de que não há na sentença guerreada
informações precisas sobre a circulação do periódico no Município de Santa Luzia/MG, em termos de números, nem do quanto
que se gastou com a mídia impressa.
Em que pese a tentativa de desconfigurar a conduta como ilícita, estando evidenciado o benefício eleitoral, pois, de fato, a
edição foi dedicada àexploração massiva da imagem da candidata, não importa se não houve reiteração em edições diversas,
seja anterior ou posterior a que ora se analisa, ou se as matérias não pautaram de modo negativo a figura do candidato
oponente.
Quanto àausência de informação sobre o gasto com o material impresso, tal questão não éindispensável àconfiguração do
abuso, podendo a veiculação dar-se por liberalidade dos veículos de comunicação, desde que revestida da gravidade para
atingir os bens juridicamente protegidos pela norma.
Ademais, não éplausível que se perquira acerca da quantidade exata de exemplares que chegaram às mãos dos eleitores de
Santa Luzia/MG, para que se demonstre a gravidade da conduta, pois, se assim o fosse, inviabilizada estaria a prova, e,
consequentemente, o controle judicial sobre o abuso perpetrado por meio de veículos de comunicação, eis que impossível o
controle exato da distribuição, bastando, a meu ver, o fato de que foram impressos 30.000 exemplares, para distribuição
gratuita, em toda a região metropolitana, incluído Santa Luzia.
Por fim, quanto à pretensão de aplicação do princípio da proporcionalidade, a fim de que seja aplicada, em substituição

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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às consignadas na sentença, pena pecuniária ou exclusão dos recursos do fundo partidário para o partido/coligação, não há
autorização legal para tanto, já que o art. 22, XIV, da LC n° 64/90, prevê, em caso de configuração do abuso, apenas a
inelegibilidade e a cassação do registro ou do diploma do candidato, não podendo o julgador, a despeito de valorar a conduta
ilícita, aplicar, em substituição, sanção não descrita no preceito normativo.
Háque se ressaltar, nesse ponto, que os autos não cuidam de conduta vedada a agentes públicos em campanha, como querem
crer os recorrentes, nem tem no art. 73 da Lei n° 9.504/1997 o fundamento do seu decreto condenatório, a ponto de justificar
apenas a imputação de multa. O fundamento das sanções aplicadas está exclusivamente assentado sobre o uso abusivo de
veículo de comunicação, a teor do quanto determinado pelo já repisado art. 22, XIV, da LC n° 64/90, que sequer sanciona com
multa a conduta abusiva. (...) (Destaques nossos.)
Por sua vez, no julgamento do Recurso Eleitoral n°478-21.2016.6.13.0246 foi examinada a divulgação massiva da candidatura
da Primeira recorrente no Jornal Muro de Pedra, edição n° 607, cujo exemplar encontra-se acostado àfl. 48 dos presentes
autos. O voto condutor do aresto se assentou na seguinte fundamentação:
Pois bem. Sobre o uso indevido dos meios de comunicação já se manifestou o e. TSE, nos seguintes termos:
ELEIÇÕES 2014. RECURSO ORDINÁRIO. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ENTIDADE SINDICAL. GOVERNADOR. VICE-
GOVERNADOR. ABUSO DE PODER ECONÔMICO E USO INDEVIDO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. NÃO COMPROVAÇÃO.
(...)
3. Nos termos da jurisprudência deste Tribunal, "o abuso de poder econômico ocorre quando determinada candidatura
éimpulsionada pelos meios econômicos de forma a comprometer a igualdade da disputa eleitoral e a própria legitimidade do
pleito. Já o uso indevido dos meios de comunicação se dá no momento em que há um desequilíbrio de forças decorrente da
exposição massiva de um candidato nos meios de comunicação em detrimento de outros" (REspe nº 4709-68/RN, rel. Min.
Nancy Andrighi, julgado em 10.5.2012).
(...)
(Recurso Ordinário n° 457327, Acórdão de 08/09/2016, Relator(a) Min. GILMAR FERREIRA MENDES, Publicação: DJE - Diário de
justiça eletrônico, Volume -, Tomo 185, Data 26/09/2016, Página 138/139) (Grifei)
No caso dos autos, não há dúvida de que a recorrente, candidata àreeleição para o cargo de Prefeita do Município de Santa
Luzia/MG, por meio da edição n° 607, de 27/09/2016, do Jornal Muro de Pedra, fez uso indevido dos meios de comunicação,
dada a exposição massiva da sua candidatura e da sua imagem, em detrimento do equilíbrio da disputa eleitoral, afetando,
assim, e normalidade e a legitimidade do pleito municipal ocorrido em 02/10/2016.
Àfls. 18 dos autos, foi acostado exemplar do referido periódico. Da sua análise, ressalta-se, desde já, que a edição n° 607
circulou na semana anterior ao pleito ocorrido em 02/10/2016, ou seja, em 27/09/2016, tendo sido realizada tiragem de 6.000
exemplares, conforme expediente de fls. 02 do periódico e fls. 17, conforme tiragem indicada no próprio jornal, com circulação
em Santa Luzia, Belo Horizonte e toda a região metropolitana.
O Jornal, que, como bem salientado pelo d. Procurador Regional Eleitoral, possui apenas 08 folhas, dedicou a quase totalidade
do seu exemplar a discorrer, veementemente, acerca da recorrente Roseli Ferreira Pimentel.
Do conteúdo das diversas matérias publicadas, depreende-se, sem qualquer esforço interpretativo, pois a promoção da
candidatura se deu de modo clarividente, a tentativa de destacar a figura da candidatura como a melhor candidata para
ocupar o cargo de Prefeita do Município de Santa Luzia.
Na capa do periódico, na manchete “Reta Final, 200 dias de governo Roseli Pimentel”, com destaque para fotografia da
candidata, o jornal inaugura o seu intento promocional destacando, desde a capa, que “há aproximadamente 200 dias,
Luzienses respiram aliviados declarando-se esperançosos”, em razão da “atuação de sucesso da primeira prefeita da cidade, a
Professora Roseli Pimentel”.
Em seguida, destacando a figura da recorrente com a expressão "E surge a esperam..." a candidata éapresentada como
sucessora do líder político e ex-prefeito Carlos Calixto, após o qual, em virtude do seu falecimento, ascendeu ao cargo de
Prefeita, quando "mostrou-se firme, sensata e com muita garra, personalizou seu mandato de 200 dias".
Imediatamente apôs, foram destacadas inúmeras obras e melhorias realizadas ao lonqo desses 200 dias de mandato, com
destaques para as áreas da saúde, obras, cultura, esporte e lazer, segurança pública, desenvolvimento social, desenvolvimento
econômico e urbano e educação, ou seja, em quase todas as áreas de atuação da administração publica municipal,
Nesse ponto, entre a apresentação das obras e melhorias, foi utilizado espaço do Jornal para veicular propaganda eleitoral da
candidatura dos recorrentes.
Por fim, para fechar o intento promocional, háum texto de autoria da recorrente nos seguintes termos: "Muitas Coisas foram
feitas em pouco tempo, mas com a ajuda do povo e com a sabedoria dada por Deus, chegaremos ao ponto que a cidade
precisa” Roseli Pimentel.
O proprietário do Jornal Muro de Pedra, João Anastácio Santana, foi ouvido, como testemunha compromissada, àfls. 89 dos
autos. Do seu depoimento, épossível extrair que: o jornal écredor do montante de R$100.000,00, em razão da inadimplência
das gestões municipais anteriores com o pagamento pelo serviço de publicidade prestado pelo jornal àAdministração; que, por

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ocasião de palestra realizada na Associação Empresarial de Santa Luzia, a recorrente, então já Prefeita, assinalou a
possibilidade de dialogar com o depoente sobre a dívida do município, depois do dia 31/12/2016, ou seja, se caso fosse reeleita;
que, após referida data, também seria acertado se o jornal do depoente participaria do “bolo publicitário": que, tendo
verificado diferença na administração de então com as anteriores, sob o ponto de vista da qualidade da gestão, o depoente
resolveu publicar a edição do jornal, focando nas ações da prefeitura, sem conhecimento da recorrente.
Não resta dúvida, do exame das declarações, que havia evidente interesse por parte do jornal de que a recorrente vencesse o
pleito de 2016, pois, além de poder receber o crédito que possui com o município, ainda havia a possibilidade de voltar a lucrar
com a publicidade institucional do novo governo.
Por sua vez, a afirmação do depoente de que a publicação era desconhecida por parte da recorrente não encontra ressonância
nas provas dos autos. Primeiro, porque há declaração no jornal cuja autoria lhe éimputada. Depois, porque não houve da sua_
parte qualquer pedido de intervenção judicial para cessação da distribuição da edição que ora se analisa.
Dessa forma, embora haja por parte dos recorrentes a tentativa de demonstrar que a matéria veiculada está protegida pela
liberdade constitucional de expressão inerente às atividades exercidas pelos veículos de comunicação social, bem assim que a
legislação eleitoral permite que a imprensa escrita se manifeste favoravelmente a determinado candidato ou partido político,
nos termos do art. 30, §4°, da Res. TSE n° 23.457/2015, que encontra amparo na jurisprudência do e. TSE, o fato éque resta
amplamente evidenciado o uso indevido, por parte da candidatura da recorrente, do veículo de comunicação intitulado Jornal
Muro de Pedra, em detrimento da igualdade de oportunidade entre os candidatos.
Veja-se que, quanto ao exercício do direito àliberdade de expressão, o e. TSE já se manifestou, no sentido de que, ainda que
reconhecido constitucionalmente, não éabsoluto. Portanto, para ser regular, a possibilidade dos meios de comunicação,
inclusive a imprensa escrita, posicionar-se acerca dos candidatos deve guardar consonância com os princípios e regras
inerentes ao processo eleitoral democrático,cabendo áJustiça Eleitoral coibir os abusos. Cito:
ELEIÇÕES 2012. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE). CARGO DE PREFEITO. MOLDURA
FÁTICA INCONTROVERSA NOS VOTOS COLHIDOS. PREQUESTIONAMENTO DE TODA A MATÉRIA. ABUSO DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO SOCIAL. CONFIGURAÇÃO. PRINCIPAL JORNAL DA CIDADE. NÚMERO ELEVADO DE EDIÇÕES. PROPAGANDA
NEGATIVA DE UM DOS CANDIDATOS. DESGASTE DA IMAGEM. GRAVIDADE. RECONHECIMENTO. ABUSO DE PODER ECONÔMICO.
AUSÊNCIA DE DISPÊNDIO DE RECURSOS PELOS RECORRIDOS. NÃO CARACTERIZAÇÃO. PROVIMENTO PARCIAL.
(...)
3. A liberdade de imprensa, embora reconhecida como um dos pilares da democracia, não pode contra esta se voltar, por não
ser direito absoluto.
4. Compete àJustiça Eleitoral velar pela moralidade no processo eleitoral (Respe nº 25.745/SP, rel.Min. Carlos Ayres Britto, DJ de
8.8.2007).
(...)
(Recurso Especial Eleitoral nº 93389, Acórdão de 03/02/2015, Relator(a) Min. Luciana Christina Guimarães Lóssio, Publicação:
DJE - Diário de justiça eletrônico, Tomo 39, Data 27/02/2015, Página 74/75) (Grifei)
Há, no recurso, ainda, a alegação de que a parte adversa não se desincumbiu do ônus de demonstrar a autoria ou prévio
conhecimento da candidata recorrente acerca da publicação realizada pelo jornal, pelo que deveria ser afastada a
responsabilidade.
A circunstância, comprovada nos autos, de uma parte da publicação ser da autoria da recorrente, conforme acima destacado,
retira-a da posição de mera beneficiária da conduta abusiva, tornando-a um de seus autores, pois, certamente, se há escritos
de sua autoria, éporque, além de ser do seu conhecimento prévio que a publicação seria realizada, tem-se que foi efetiva a sua
participação na conformação do abuso perpetrada por meio do veículo de comunicação.
Ademais, em sede de ação de investigação judicial por abuso dos meios de comunicação, não há que se cogitar a autoria ou o
prévio conhecimento, como ocorre no caso de apuração da responsabilidade por propaganda eleitoral irregular. Assim, em
caso como o dos autos, basta a demonstração de que os recorrentes foram beneficiados pela publicação, em detrimento da
normalidade e legitimidade do Pleito. Esse éo entendimento do e. TSE, conforme se extrai do seguinte julgado:
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. ABUSO DE PODER. USO INDEVIDO DE MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL.
OMISSÃO.
1. A Corte de origem, expressamente, se pronunciou acerca da potencialidade de a prática abusiva influenciar no resultado das
eleições, assentando a reiterada divulgação de propaganda em rádio e televisão em período vedado, com aptidão de
comprometer a lisura e a normalidade do pleito, bem como sobre a perícia na gravação e transcrição da mídia apresentada
pela parte autora.
2. Não se afigura, portanto, violação aos arts. 275 do Código Eleitoral, 535 do Código de Processo Civil e 5º, XXXV, da
Constituição Federal.
3. Na apuração de abuso de poder, não se indaga se houve responsabilidade, participação ou anuência do candidato, mas sim
se o fato o beneficiou, o que teria ocorrido na espécie, segundo o Tribunal a quo.
Agravo regimental não provido.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 8 5

(Recurso Especial Eleitoral nº 3888128, Acórdão de 17/02/2001, Relator(a) Min. Arnaldo Versiani Leite Soares, Publicação: DJE -
Diário de justiça eletrônico, Data 07/04/2011, Página 45) (Grifei)
Quanto àgravidade da conduta, vê-se que, nos termos do inciso XVI do art. 22 da LC n° 64/90, “para a configuração do ato
abusivo, não será considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade das
circunstâncias que o caracterizam”.
Ressalto, nesse aspecto, que, ao contrário do enfaticamente sustentado pelos recorrentes nas suas razões recursais, a
potencialidade para influir no resultado do pleito não éelemento caracterizador do ilícito eleitoral. A legislação vigente exige,
como acima citado, apenas a gravidade das circunstâncias que caracterizam o ato abusivo, conforme inteligência do transcrito
inciso XVI do art. 22 da LC n° 64/90.
No caso dos autos, considerando tais circunstâncias, que abaixo discrimino, tenho que o fato analisado égravíssimo, sob o
ponto de vista da quebra da isonomia entre os candidatos, estando configurado o ato abusivo que violou a normalidade e a
legitimidade do pleito.
Éinconteste, nesse aspecto, que houve a impressão de 6.000 exemplares da edição do jornal, que possui ampla inserção em
toda a região metropolitana de Belo Horizonte, inclusive na Cidade de Santa Luzia, para distribuição gratuita. Também
éinconteste, pela leitura do folhetim, que, na edição ora analisada, foram produzidas, inclusive extensiva participação da
candidata, diversas matérias, ilustradas com fotografias, com objetivo de alavancar a sua candidatura, na semana
anterior ao pleito.
Ademais, há, às 57-85, prova de que, objetivando a efetiva distribuição dos exemplares da edição do jornal no município de
Santa Luzia/MG, a sua campanha mobilizou grupo de servidores da prefeitura municipal, garantindo, assim, que o material
chegasse, de fato, às mãos dos eleitores, Nesse sentido trago àtona acórdão desta e. Corte Eleitoral:
Ação de investigação judicial eleitoral. Eleições de 2014. Candidato a Deputado Estadual. Art. 22, caput, da Lei Complementar
n° 64/1990. Utilização indevida de meio de comunicação (jornal) em benefício de candidato.
(...)
Alegação de favorecimento da candidatura do primeiro investigado em razão de publicações de matérias jornalísticas em
periódico local, cuja diretora-presidente éa esposa do candidato.
Para a caracterização do uso indevido de meios de comunicação social, com fundamento no art. 22 da Lei das Inelegibilidades,
énecessário verificar se a conduta possui gravidade suficiente para prejudicar a lisura das eleições e o equilíbrio da disputa
eleitoral. A gravidade se revela quando demonstrado que as dimensões das práticas abusivas são suficientes àquebra do
princípio da isonomia. Precedentes do TSE e TRE-MG.
(...)
(AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL n° 536056, Acórdão de 05/03/2015, Relator(a) PAULO CÉZAR DIAS, Publicação:
DJEMG - Diário de Justiça Eletrônico-TREMG, Data 13/03/2015) (Grifei)
Destacam os recorrentes que o fato de ter havido uma única edição do jornal, bem como das matérias não terem sido feitos
comentários desfavoráveis ao candidato oponente, afastaria o abuso, aliado ao fato de que não há na sentença guerreada
informações precisas sobre a circulação do periódico no Município de Santa Luzia/MG, em termos de números, nem do quanto
que se gastou com a mídia impressa.
Em que pese a tentativa de desconfigurar a conduta como ilícita, estando evidenciado o benefício eleitoral, pois, de fato, a
edição foi dedicada àexploração massiva da imagem da candidata, não importa se não houve reiteração em edições diversas,
seja anterior ou posterior a que ora se analisa, ou se as matérias não pautaram de modo negativo a figura do candidato
oponente.
Quanto àausência de informação sobre o gasto com o material impresso, tal questão não éindispensável àconfiguração do
abuso, podendo a veiculação dar-se por liberalidade dos veículos de comunicação, desde que revestida da gravidade para
atingir os bens juridicamente protegidos pela norma.
Ademais, não éplausível que se perquira acerca da quantidade exata de exemplares que chegaram às mãos dos eleitores de
Santa Luzia/MG, para que se demonstre a gravidade da conduta, pois, se assim o fosse, inviabilizada estaria a prova, e,
consequentemente, o controle judicial sobre o abuso perpetrado por meio de veículos de comunicação, eis que impossível o
controle exato da distribuição, bastando, a meu ver, o fato de que foram impressos 6.000 exemplares, para distribuição
gratuita, em toda a região metropolitana, incluído Santa Luzia.
Por fim, quanto à pretensão de aplicação do princípio da proporcionalidade, a fim de que seja aplicada, em substituição
às consignadas na sentença, pena pecuniária ou exclusão dos recursos do fundo partidário para o partido/coligação, não há
autorização legal para tanto, já que o art. 22, XIV, da LC n° 64/90, prevê, em caso de configuração do abuso, apenas a
inelegibilidade e a cassação do registro ou do diploma do candidato, não podendo o julgador, a despeito de valorar a conduta
ilícita, aplicar, em substituição, sanção não descrita no preceito normativo.
Háque se ressaltar, nesse ponto, que os autos não cuidam de conduta vedada a agentes públicos em campanha, como querem
crer os recorrentes, nem tem no art. 73 da Lei n° 9.504/1997 o fundamento do seu decreto condenatório, a ponto de justificar
apenas a imputação de multa. O fundamento das sanções aplicadas está exclusivamente assentado sobre o uso abusivo de

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil, podendo ser acessado no endereço eletrônico http://www.tse.jus.br
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veículo de comunicação, a teor do quanto determinado pelo já repisado art. 22, XIV, da LC n° 64/90, que sequer sanciona com
multa a conduta abusiva. (...) (Destaques nossos.)
Ao reexaminar os mesmos fatos na presente ação de impugnação de mandato eletivo, concluo que não há nada de novo que
possa alterar o juízo de convencimento acerca dos fatos narrados, razão pela qual adoto como razões de decidir a
fundamentação esposada nos votos condutores dos mencionados recursos eleitorais, dos quais fui Relator, para reconhecer a
prática de abuso de poder econômico associada ao uso indevido dos meios de comunicação em benefício das candidaturas dos
recorrentes Roseli Ferreira Pimentel Matos e Fernando César de Almeida Nunes Resende Vieira.
[...]
A par das relevantes questões tratadas na inicial e no acórdão a respeito da relação entre a liberdade da imprensa escrita e a
caracterização do uso abusivo de meios de comunicação, écerto que os fatos que deram ensejo ao reconhecimento do abuso
do poder econômico no caso são idênticos aos versados nos Recursos Especiais Eleitorais 478-21 e 477-36, aos quais atribuí
efeito suspensivo ativo nas Ações Cautelares 0602705-20.2017.6.00.0000 e 0602706-05.2017.6.00.0000, com base nos
seguintes fundamentos:
Pelo que se depreende do trecho acima, o Tribunal de origem considerou suficiente, para a cassação dos registros, a veiculação
de uma única edição de jornal, ainda que em tiragem de 30.000 exemplares em região metropolitana às vésperas do pleito
(29.9.2016), na qual constavam referências elogiosas àgestão da primeira recorrente.
Ademais, considerou desnecessária a demonstração da distribuição efetiva dos exemplares aos eleitores de Santa Luzia/MG.
Nesse exame preliminar, entendo que a posição do TRE/MG contraria, em análise superficial, a orientação firmada por esta
Corte, que estabeleceu critérios para a análise do requisito da gravidade da conduta. Cito, por exemplo, os julgados abaixo:
ELEIÇÕES 2012. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. RECURSOS ESPECIAIS ELEITORAIS. PREFEITO, VICE-PREFEITO E
VEREADOR. SUPOSTO ABUSO NA UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. IMPRENSA ESCRITA. RECURSOS
PROVIDOS.
1. Com base na compreensão da reserva legal proporcional, a cassação de diploma de detentor de mandato eletivo exige a
comprovação, mediante provas robustas admitidas em Direito, de abuso grave o suficiente a ensejar essa severa sanção, sob
pena de a Justiça Eleitoral substituir-se àvontade do eleitor. Compreensão jurídica que, com a edição da LC nº 135/2010,
merece maior atenção e reflexão por todos os órgãos da Justiça Eleitoral, pois o reconhecimento do abuso de poder, além de
ensejar a grave sanção de cassação de diploma, afasta o político das disputas eleitorais pelo longo prazo de oito anos (art. 1º,
inciso I, alínea d, da LC nº 64/1990).
2. Na lição do Ministro Sepúlveda Pertence, a imprensa escrita tem "quase total liberdade" (MC nº 1.241/DF, julgada em
25.10.2002), sendo que o transbordamento, com repercussão eleitoral, exige conduta absolutamente grave, marcada pela
numerosa reiteração do ilícito, da capacidade de convencimento do veículo, entre outros requisitos, o que não se imagina
quando o alegado ilícito fora veiculado em duas ou, quando muito, cinco edições de um jornal, sendo certo que alguns trechos
das matérias veiculadas, transcritas na moldura fática do acórdão regional, sequer revelam uma conduta tendenciosa, mas
apenas uma constatação de um acontecimento político ocorrido no município.
3. Conforme ressaltado no julgamento do RO nº 725/GO, redator para o acórdão Min. Caputo Bastos, em 12.4.2005, a imprensa
escrita atinge um contingente muito menor de eleitores do que outros meios de comunicação, como a televisão e o rádio.
Especialmente em se tratando de certos jornais de que a sociedade em geral édestinatária, distribuídos e lançados durante a
madrugada nas residências, sabe-se da atenção devotada a essas publicações, razão pela qual imaginar que eles atingiram e
influenciaram um número considerável de eleitores revela um otimismo bastante grande, mormente quando veiculados em
poucas edições e para um eleitorado bastante expressivo para eleições municipais –aproximadamente 160 mil eleitores.
4. Recursos providos.
(REspe 600-61, rel. Min. Luciana Lóssio, red. para o acórdão, Min. Gilmar Mendes, DJE de 21.3.2016, grifo nosso.)
RECURSOS ESPECIAIS ELEITORAIS. ELEIÇÕES 2012. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. USO INDEVIDO DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO. ABUSO DO PODER POLÍTICO COM VIÉS ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. CASSAÇÃO DOS DIPLOMAS.
INELEGIBILIDADE. ART. 22, XIV, DA LC 64/90. DESPROVIMENTO.
[...]
8. A gravidade das circunstâncias, exigida no inciso XVI do art. 22 da LC 64/90 para configuração do ato abusivo, ficou
demonstrada pelos seguintes fatos descritos no acórdão: a) a quantidade de veículos de comunicação (seis) simultaneamente
utilizados em benefício da candidatura dos recorrentes em contraposição ao pequeno eleitorado do município (cerca de 11.000
eleitores); b) o longo período em que as matérias foram divulgadas (de agosto de 2011 a agosto de 2012); c) a quantidade de
matérias divulgadas e de exemplares distribuídos (cerca de 2.000 exemplares e alguns jornais 5.000 exemplares); d) o valor
expressivo de recursos públicos gastos (R$ 195.011,91); e) a reiteração das condutas; f) a pequena diferença de votos entre os
candidatos (255 votos); g) o desvirtuamento da propaganda institucional em flagrante desrespeito ao art. 37, §1º, da CF/88.
9. Incidência da Súmula 7/STJ para modificar o entendimento do TRE/RJ de que os veículos divulgaram matérias promovendo a
candidatura dos recorrentes com dinheiro público.
10. Recursos especiais desprovidos.

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(REspe 630-70, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJE de 11.2.2015, grifo nosso.)
Portanto, afigura-se plausível a alegação de que o requisito da gravidade, a princípio, não aparenta estar presente, em face,
segundo sustentam os autores, da reiteração da conduta e da análise da capacidade de convencimento do veículo, de modo
que se mostra procedente a alegação de ofensa ao art. 22, XIV, da Lei Complementar e de existência de dissídio jurisprudencial.
(Trecho da decisão proferida na AC 0602705-20, de 22.6.2017.)
Pelo que se depreende do trecho acima, o Tribunal de origem considerou suficiente, para a cassação dos registros, a veiculação
de uma única edição de jornal, ainda que em tiragem de 6.000 exemplares em região metropolitana às vésperas do pleito
(26.9.2016), na qual constavam referências elogiosas àgestão da primeira recorrente.
Ademais, considerou desnecessária a demonstração da distribuição efetiva dos exemplares aos eleitores de Santa Luzia/MG.
Nesse exame preliminar, entendo que a posição do TRE/MG contraria, em análise superficial, a orientação firmada por esta
Corte, que firmou critérios para a análise do requisito da gravidade da conduta. Cito, por exemplo, os julgados abaixo:
ELEIÇÕES 2012. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. RECURSOS ESPECIAIS ELEITORAIS. PREFEITO, VICE-PREFEITO E
VEREADOR. SUPOSTO ABUSO NA UTILIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. IMPRENSA ESCRITA. RECURSOS
PROVIDOS.
1. Com base na compreensão da reserva legal proporcional, a cassação de diploma de detentor de mandato eletivo exige a
comprovação, mediante provas robustas admitidas em Direito, de abuso grave o suficiente a ensejar essa severa sanção, sob
pena de a Justiça Eleitoral substituir-se àvontade do eleitor. Compreensão jurídica que, com a edição da LC nº 135/2010,
merece maior atenção e reflexão por todos os órgãos da Justiça Eleitoral, pois o reconhecimento do abuso de poder, além de
ensejar a grave sanção de cassação de diploma, afasta o político das disputas eleitorais pelo longo prazo de oito anos (art. 1º,
inciso I, alínea d, da LC nº 64/1990).
2. Na lição do Ministro Sepúlveda Pertence, a imprensa escrita tem "quase total liberdade" (MC nº 1.241/DF, julgada em
25.10.2002), sendo que o transbordamento, com repercussão eleitoral, exige conduta absolutamente grave, marcada pela
numerosa reiteração do ilícito, da capacidade de convencimento do veículo, entre outros requisitos, o que não se imagina
quando o alegado ilícito fora veiculado em duas ou, quando muito, cinco edições de um jornal, sendo certo que alguns trechos
das matérias veiculadas, transcritas na moldura fática do acórdão regional, sequer revelam uma conduta tendenciosa, mas
apenas uma constatação de um acontecimento político ocorrido no município.
3. Conforme ressaltado no julgamento do RO nº 725/GO, redator para o acórdão Min. Caputo Bastos, em 12.4.2005, a imprensa
escrita atinge um contingente muito menor de eleitores do que outros meios de comunicação, como a televisão e o rádio.
Especialmente em se tratando de certos jornais de que a sociedade em geral édestinatária, distribuídos e lançados durante a
madrugada nas residências, sabe-se da atenção devotada a essas publicações, razão pela qual imaginar que eles atingiram e
influenciaram um número considerável de eleitores revela um otimismo bastante grande, mormente quando veiculados em
poucas edições e para um eleitorado bastante expressivo para eleições municipais –aproximadamente 160 mil eleitores.
4. Recursos providos.
(REspe 600-61, rel. Min. Luciana Lóssio, red. para o acórdão, Min. Gilmar Mendes, DJE de 21.3.2016, grifo nosso.)
RECURSOS ESPECIAIS ELEITORAIS. ELEIÇÕES 2012. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL. USO INDEVIDO DOS MEIOS DE
COMUNICAÇÃO. ABUSO DO PODER POLÍTICO COM VIÉS ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. CASSAÇÃO DOS DIPLOMAS.
INELEGIBILIDADE. ART. 22, XIV, DA LC 64/90. DESPROVIMENTO.
[...]
8. A gravidade das circunstâncias, exigida no inciso XVI do art. 22 da LC 64/90 para configuração do ato abusivo, ficou
demonstrada pelos seguintes fatos descritos no acórdão: a) a quantidade de veículos de comunicação (seis) simultaneamente
utilizados em benefício da candidatura dos recorrentes em contraposição ao pequeno eleitorado do município (cerca de 11.000
eleitores); b) o longo período em que as matérias foram divulgadas (de agosto de 2011 a agosto de 2012); c) a quantidade de
matérias divulgadas e de exemplares distribuídos (cerca de 2.000 exemplares e alguns jornais 5.000 exemplares); d) o valor
expressivo de recursos públicos gastos (R$ 195.011,91); e) a reiteração das condutas; f) a pequena diferença de votos entre os
candidatos (255 votos); g) o desvirtuamento da propaganda institucional em flagrante desrespeito ao art. 37, §1º, da CF/88.
9. Incidência da Súmula 7/STJ para modificar o entendimento do TRE/RJ de que os veículos divulgaram matérias promovendo a
candidatura dos recorrentes com dinheiro público.
10. Recursos especiais desprovidos.
(REspe 630-70, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJE de 11.2.2015, grifo nosso.)
Portanto, afigura-se relevante a alegação de que o requisito da gravidade não aparenta estar presente, em face, segundo
sustentam os autores, da reiteração da conduta e da capacidade de convencimento do veículo, de modo que se mostra
relevante a alegação de ofensa ao art. 22, XIV, da Lei Complementar e de existência de dissídio jurisprudencial.
(Trecho da decisão proferida na AC 0602706-05, de 22.6.2017.)
Diante dessa identidade de bases fáticas, agora reunidas na ação de impugnação de mandato eletivo, entendo que deve ser

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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adotada solução uniforme àadotada nas ações de investigação judicial eleitoral, ou seja, a suspensão da eficácia dos acórdãos
condenatórios.
Por essas razões, em caráter excepcional, defiro o pedido de liminar pleiteado por Fernando César de Almeida Nunes Resende
Vieira, a fim de atribuir efeito suspensivo ao recurso especial interposto nos autos do Recurso Eleitoral 718-10 e determinar a
sustação da execução dos acórdãos proferidos nos referidos autos até a apreciação do recurso especial no âmbito deste
Tribunal Superior, a fim de que permaneça no cargo de prefeito e, acaso tenha sido afastado, seja reconduzido.
Comunique-se, imediatamente.
Intimem-se os autores para que, no prazo de cinco dias, apresentem o endereço para a citação do réu, sob pena de revogação
da liminar.
Cumprida a diligência, cite-se o réu, para que, no prazo de cinco dias, conteste o pedido e indique as provas que pretende
produzir (art. 306 do Código de Processo Civil).
Dê-se ciência desta decisão ao Ministério Público Eleitoral, solicitando-lhe, ainda, ainda, a eventual preferência para emissão de
parecer no REspe 718-10, objetivando a célere apreciação do apelo pelo Tribunal.
Publique-se. Intime-se.
Brasília, 7 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

Processo 0604115-16.2017.6.00.0000

index: AÇÃO CAUTELAR (12061)-0604115-16.2017.6.00.0000-[Cargo - Prefeito, Cargo - Vice-Prefeito, Abuso - De Poder


Econômico, Captação Ilícita de Sufrágio, Ação de Investigação Judicial Eleitoral]-SÃO PAULO-MERIDIANO
TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

AÇÃO CAUTELAR Nº 0604115-16.2017.6.00.0000 –CLASSE 12061 –MERIDIANO –SÃO PAULO (Processo eletrônico)

Relator: Ministro Admar Gonzaga


Autores: Orivaldo Rizzato e outra
Advogados: Gustavo Bonini Guedes –OAB: 41756/PR e outros
Réus: Helena Maria Lucon de Farias e outra

DESPACHO

Orivaldo Rizzato e Marcia Cristina Adriano de Lima, respectivamente, prefeito e vice-prefeita eleitos nas Eleições 2016 no
Município de Meridiano/SP, requereram tutela provisória de urgência de natureza cautelar, com pedido de liminar, para que
fosse atribuído efeito suspensivo ao Agravo em Recurso Especial 721-28.2016.6.26.0302, manejado contra decisão do Tribunal
Regional Eleitoral que, em sede de ação de investigação judicial eleitoral, reconheceu a prática de captação ilícita de sufrágio.
Por meio da decisão de 24.10.2017 (documento 163.551), deferi, excepcionalmente, o pedido de liminar para atribuir efeito
suspensivo ao citado apelo, sustando a execução dos acórdãos proferidos nos referidos autos até a apreciação do recurso
especial por este Tribunal.
O Ministério Público Eleitoral tomou ciência da decisão em 26.10.2017 (documento 164.188).
Os réus foram regularmente citados (documentos 165.586 e 165.587), porém decorreu o prazo em 11.12.2017 sem qualquer
manifestação.
Pelo exposto, aguarde-se em Secretaria o recebimento nesta Corte do Agravo em Recurso Especial 721-28.2016.6.26.0302 e a
regular coleta do parecer da douta Procuradoria-Geral Eleitoral no referido apelo, após o que ambos os processos deverão ser
enviados conclusos.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 12 de dezembro de 2017.

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ministro Admar Gonzaga


Relator
Processo 0604285-85.2017.6.00.0000

index: AÇÃO CAUTELAR (12061)-0604285-85.2017.6.00.0000-[Conduta Vedada a Agente Público, Cargo - Vice-Prefeito, Abuso -
De Poder Econômico, Ação de Investigação Judicial Eleitoral]-MINAS GERAIS-SANTA LUZIA
AÇÃO CAUTELAR Nº 0604285-85.2017.6.00.0000 –CLASSE 12061 –SANTA LUZIA –MINAS GERAIS (Processo eletrônico)
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Autor: Fernando Cesar de Almeida Nunes Resende Vieira
Advogados: Jose Sad Junior –OAB: 65791/MG e outros
Réus: David Martins Rodrigues e Lacy Carlos Dias

DECISÃO
Fernando Cesar de Almeida Nunes Resende Vieira, vice-prefeito do Município de Santa Luzia/MG, no exercício do cargo de
prefeito, em razão do afastamento da titular, ajuizou ação cautelar, com pedido de liminar (documento 175.427), postulando
que seja atribuído efeito suspensivo ao recurso especial interposto em face do acórdão proferido pelo Tribunal Regional
Eleitoral de Minas Gerais que negou provimento ao Recurso Eleitoral 709-48.2016.6.13.0246, mantendo a sentença que cassou
seu diploma, bem como o de Roseli Ferreira Pimentel, prefeita eleita pela mesma chapa, com fundamento no art. 73, VII e §5º,
da Lei 9.504/97.
O autor alega, em síntese, que:
em 7.9.2017, foi conduzido àchefia do Poder Executivo Municipal, em razão do afastamento da prefeita Roseli Ferreira
Pimentel, sua companheira de chapa, por decisão proferida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais no Processo 0274922-
98.2017.8.13.0000;
indeferi o pedido de revogação da liminar concedida em seu favor nos autos da AC 0602705-20.2017.6.00.0000, ressaltando
que o afastamento de Roseli Ferreira Pimentel, decretado pela Justiça Estadual, não tem relação com o objeto do recurso
especial e que, além disso, afeta tão somente a prefeita eleita, e não o seu vice;
a não concessão do efeito suspensivo ora pretendido implicaria a sua substituição pelo Presidente do Poder Legislativo
Municipal, em detrimento do voto popular e em prejuízo das políticas públicas já em execução;
esta Corte vem decidindo, de forma reiterada, que deve ser evitada a alternância de cargos majoritários decorrente de decisões
judiciais ainda impugnáveis;
a jurisprudência desta Corte éno sentido de que há litisconsórcio necessário unitário entre o chefe do Poder Executivo e o seu
vice nas ações que podem acarretar a cassação do registro ou do diploma dos integrantes de chapa majoritária;
a interposição de recurso por um dos integrantes da chapa majoritária atrai a incidência do art. 1.005 do CPC/2015;
“a elementar constatação de que ‘o interesse dos Recorrentes écomum, qual seja, ilidir a condenação’ (TSE, EDcl-RESPE
956771627/CE, Min. Gilmar Mendes, DJE 05.03.2015) autoriza a suspensão, pela presente via, dos efeitos dos acórdãos
regionais em relação ao litisconsorte Fernando César de Almeida Nunes Vieira” (p. 9 do documento 175.427);
o fumus boni iuris está demonstrado pela relevância da fundamentação do recurso especial, no qual se apontou violação aos
arts. 16 e 275 do Código Eleitoral; 337, §§1º, 2º e 4º, e 1.022, II, do Código de Processo Civil; 73, VII, §§5º, 8º e 10º, 96-B, §3º, e
105-A da Lei 9.504/97; 5º, XXXVI, da Constituição Federal, bem como dissídio jurisprudencial;
a Corte de origem não apreciou questão de ordem pública consiste no fato de que a mesma imputação de abuso do poder
político e de conduta vedada formulada na AIJE 709-48 foi alegada nos autos da AIME 718-10 e rejeitada em capítulo transitado
em julgado da sentença;
há divergência jurisprudencial entre o acórdão regional e precedentes desta Corte, devendo prevalecer o entendimento de que
as matérias de ordem pública podem ser suscitadas a qualquer tempo nas instâncias ordinárias;
o processo deve ser extinto sem julgamento de mérito, pois estão presentes os requisitos previstos no art. 96-B, §3º, da Lei
9.504/97, uma vez que os acórdãos regionais consignaram que a imputação formulada na AIJE 709-48 foi apreciada na sentença
de improcedência da RP 474-81, transitada em julgado, e que a documentação oficial da prefeitura de Santa Luzia, que motivou
a cassação, já constava dos autos do referido processo;
os fundamentos dos acórdãos regionais no sentido de que devem ser aplicadas as disposições subsidiárias do Código de
Processo Civil estão superados pela evolução legislativa e jurisprudencial acerca da litispendência e da coisa julgada nas ações

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eleitorais;
o entendimento deste Tribunal, adotado no julgamento do REspe 348, rel. Min. Henrique Neves da Silva, éo de que “a
litispendência entre feitos eleitorais pode ser reconhecida quando há identidade da relação jurídica-base das demandas, não
sendo possível afirmar aprioristicamente e de forma generalizada a impossibilidade de sua ocorrência” (p. 15 do documento
175.427);
os agentes que praticaram o núcleo do art. 73, VII, da Lei 9.504/97 não foram incluídos na lide, em inobservância
àjurisprudência desta Corte. Desse modo, a AIJE 709-48 deve ser extinta, tendo em vista a existência de litisconsórcio passivo
necessário e o escoamento do prazo decadencial para a propositura da representação;
as instâncias ordinárias se limitaram a cassar o seu registro e o de sua companheira de chapa, aplicando-lhes apenas a sanção
do art. 73, §5º, da Lei 9.504/97, deixando de impor a multa prevista no §4º do mesmo dispositivo legal aos agentes públicos
responsáveis pela conduta vedada;
o acórdão regional violou o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, tendo em vista a incidência retroativa do art. 73, VII, da Lei
9.504/97, com a redação que lhe foi conferida pela Lei 13.165/2015;
a cassação do seu diploma foi desarrazoada e excessiva, sendo necessário o afastamento de tal sanção, o que épossível na via
do recurso especial, por não se tratar de revolvimento de acervo probatório;
“ao descartarem como parâmetro de aferição da proporcionalidade da cassação o percentual obtido após a contraposição
entre (1) o suposto excesso e (2) a média semestral do art. 73, VII, Lei nº 9504/1997, os acórdãos regionais estão em
divergência com a citada decisão desse C.TSE no AgRg-RESPE 47686/SC, Min. Dias Toffoli, DJE 30.04.2014, precedente
específico em que ‘o valor gasto a mais foi de 11,61% do limite semestral’, com conclusão de que ‘a cassação dos registros não
seria proporcional àprática da suposta conduta vedada’” (p. 35 do documento 175.427);
o periculum in mora consiste no fato de que foi afastado de seu mandato, o que constitui dano irreparável, e éagravado pela
inconveniência das sucessivas alterações na chefia do Poder Executivo;
a execução imediata dos acórdãos regionais causaria elevados custos decorrentes da realização de campanhas eleitorais e do
próprio pleito.
Requer, assim, a concessão de liminar, para o fim de sustar os efeitos dos acórdãos regionais proferidos nos autos do Recurso
Eleitoral 709-48, até o final do julgamento do recurso especial por esta Corte, com sua imediata recondução ao cargo de vice-
prefeito.
Ao final, postula a procedência do pedido, tornando-se definitiva a liminar.
Éo relatório.

Decido.
A petição inicial está subscrita por advogado habilitado nos autos (procuração e substabelecimento no documento 175.429).
Conforme relatado, os autores pretendem a concessão de efeito suspensivo a recurso especial interposto em 1º.11.2017 (p. 43
do documento 175.437), de cuja submissão ao crivo da admissibilidade perante o Presidente do Tribunal a quo não se tem
notícia.
Nessa hipótese, o art. 1.029, §5º, do Código de Processo Civil, dispositivo invocado pelos autores na exordial, dispõe
expressamente o seguinte:
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante
o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
[...]
§5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por
requerimento dirigido:
I –ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
(Vigência)
II –ao relator, se já distribuído o recurso;
III –ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a
publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência).
Desse modo, na linha do dispositivo acima, nos casos em que o recurso especial foi meramente interposto –e, portanto, não
submetido ainda ao exame de admissibilidade –, a competência para a apreciação de eventuais medidas de urgência édo
Presidente do Tribunal recorrido, ao qual também cabe o juízo prévio dos requisitos recursais.

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Trata-se da positivação dos verbetes sumulares 634 e 635 do Supremo Tribunal Federal, cuja superação já era admitida por esta
Corte em hipóteses excepcionais (AgR-AC 33-45, rel. Min. Arnaldo Versiani, DJE de 5.2.2010).
Tal orientação tem sido mantida mesmo na vigência do novo CPC, conforme entendimento já manifestado pelo Ministro Luiz
Fux na Ação Cautelar 0602235-86, de 23.5.2017, referente a candidato a prefeito eleito no pleito de 2016, na qual foi concedida
a tutela de urgência, mesmo estando pendente juízo de admissibilidade do recurso especial.
Por pertinente, destaco o seguinte trecho do mencionado decisum:
In casu , não se verifica a instauração da competência cautelar desta Corte Superior Eleitoral, ante a ausência de juízo de
admissibilidade do recurso especial eleitoral na instância judicial a quo . Nada obstante isso, penso que as singularidades do
caso sub examine impõem a mitigação da incidência dos verbetes das supracitadas Súmulas de nossa Suprema Corte. Explica-
se.
A jurisprudência deste Tribunal Superior Eleitoral sedimentou entendimento no sentido de repudiar sucessivas alternâncias na
chefia do Poder Executivo local, na medida em que acarretam insegurança jurídica, incertezas na população local e
descontinuidade na gestão administrativa (Precedente: AgR-AC nº 130275, Rel. Min. Fátima Nancy Andrighi, DJe de
22/9/2011). Ao determinar o cumprimento imediato da decisão que cassou o Autor e seu Vice de seus respectivos mandatos, o
aresto proferido pela Corte Regional Eleitoral cria exatamente o cenário que a jurisprudência deste Tribunal visa a interditar: o
cumprimento da decisão a fortiori implicará o afastamento do exercício da chefia do Executivo local. Tal circunstância justifica,
a meu juízo, o abrandamento dos Enunciados das Súmulas nº 634 e nº 635 do Supremo Tribunal, de maneira a autorizar a
análise da verossimilhança das alegações veiculadas pelo Autor.
Na mesma linha, o Supremo Tribunal Federal também já admitiu a concessão de tutela de urgência ainda que o recurso
extraordinário não tenha sido admitido pelo Tribunal de origem (AC 26-68-MC-AgR, rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma,
DJE de 8.10.2010).
Desse modo, embora se trate de preceito legal, épossível a sua superação em hipóteses muito graves, em que ficar evidente a
probabilidade de provimento do recurso, tendo em conta os preceitos constitucionais da tutela jurisdicional efetiva e da
segurança jurídica.
Isso porque a execução imediata do julgado, já indicada pelo colegiado da Corte de origem, poderia causar danos irreversíveis
àadministração municipal e ao exercício do mandato, bem como acarretar custos eventualmente desnecessários ao erário,
considerando-se o disposto no art. 224, §3º, do Código Eleitoral.
Nessa linha, já se decidiu que “o posicionamento desta Corte éno sentido de se evitar a alternância na chefia do Poder Executivo
Municipal (AgR-AC 32-48, rel. Min. Marcelo Ribeiro, DJE de 1º.6.2009). Igualmente: “A regra éevitar-se a alternância na chefia
do Poder Executivo municipal, cabendo providência em tal sentido para aguardar-se o desfecho de recurso (AgR-AC 4197-43,
red. para o acórdão Min. Marco Aurélio, DJE de 25.3.2011).
Conforme tenho me manifestado, embora o recurso especial eleitoral, em regra, não tenha efeito suspensivo, em face do teor
do art. 257 do Código Eleitoral, entendo que a segurança jurídica recomenda que a execução de julgados condenatórios de
Tribunais Regionais Eleitorais deve ponderar situações que evitem não apenas a indesejada alternância nas cadeiras do
Executivo Municipal, mas, também, que viabilizem às partes requerer a devida prestação jurisdicional ao Poder Judiciário,
inclusive quanto àpostulação de tutela de urgência.
Assim, ante o risco de mácula às cláusulas constitucionais da tutela judicial efetiva (CF, art. 5º, XXXV), da segurança jurídica e da
soberania popular (CF, art. 1º, parágrafo único), passo ao exame das alegações com vistas a aferir se está presente a situação de
excepcionalidade que autoriza a superação da aludida regra de competência.
Feitas essas considerações, passo ao exame dos requisitos da tutela de urgência.
Nos termos do art. 300 do Código de Processo Civil, a concessão de tutela de urgência pressupõe a demonstração de razões que
denotem a existência de perigo de dano e a probabilidade do direito.
Com relação ao periculum in mora, considero que ele está devidamente demonstrado, tendo em vista que o Tribunal de origem
comunicou ao juízo de origem acerca da publicação do acórdão alusivo ao julgamento dos embargos de declaração (p. 35 do
documento 175.437).
No que tange àplausibilidade recursal, o autor aponta violação ao art. 275 do Código Eleitoral, ao argumento de que o Tribunal
de origem, não obstante tenha sido provocado mediante embargos de declaração, deixou de se manifestar acerca de matéria
de ordem pública –alegação de trânsito em julgado da matéria –, sob a alegação de que o tema estaria precluso por não ter sido
suscitado anteriormente.
De fato, o Tribunal de origem entendeu não ser o caso de apreciar a matéria, por considerar que a pretensão do embargante,
ora autor, seria a de “alargar o objeto do recursal, em sede de embargos de declaração, a fim de que esta Corte analise questão
até então não deduzida nos autos, qual seja, a ocorrência de litispendência ou coisa julgada entre os presentes autos e a AIME
nº 718-10.2016.13.0246” (p. 25 do documento 175.437).
Ademais, a Corte Regional Eleitoral asseverou que houve arguição, em sede de embargos de declaração, de “matéria que,
embora do conhecimento prévio das partes, outrora não foi ventilada em nenhum momento processual (p. 26 do documento
175.437).

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Em primeiro exame, próprio das medidas de urgência, entendo que tal entendimento está de acordo com os mais recentes
pronunciamentos desta Corte, a qual, mesmo estando em sede ordinária (RCED), entendeu que “évedada a inovação de tese
recursal em sede de agravo nos próprios autos, ainda que a alegação seja atinente a suposta matéria de ordem pública (AgR-
RCED 8015-38, rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE de 13.5.2016).
Além disso, pelo que se depreende do acórdão regional, a matéria não havia sido ventilada em nenhum momento pelas partes
–conquanto o tenham feito em relação a outro processo, a AIJE 474-81, a partir da qual supostamente estaria caracterizada a
coisa julgada –, nem mesmo na defesa ou no recurso eleitoral, o que revela, em princípio, quebra do dever processual de
cooperação e da boa-fé (arts. 5º e 6º do Código de Processo Civil).
Assim, não aparenta haver relevância nessa alegação recursal.
O autor aponta, ainda, contrariedade aos arts. 96-B, §3º, e 105-A da Lei 9.504/1997; 337, §1º, §2º, e §4º, do CPC e 16 da Lei
7.347/85, ao argumento de que houve o trânsito em julgado da RP 474-81, na qual teriam sido tratados os mesmos fatos da
ação subjacente ao pleito cautelar.
Sustenta que a jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral éno sentido de que a litispendência nas ações eleitorais pode ser
verificada a partir da identidade da relação jurídica base e que, no caso dos autos, não houve a apresentação de novas provas
para o afastamento da coisa julgada na espécie.
A Corte de origem, ao afastar a preliminar de coisa julgada, não foi explícita acerca da completa identidade dos fatos tratados
na AIJE 709-48 e na RP 474-81, ou mesmo da inexistência de novas provas; considerou suficiente, para o afastamento da
litispendência, a diversidade das partes no polo ativo da demanda.
Apesar de o entendimento do Tribunal Regional estar superado pela jurisprudência mais recente desta Corte[1], não há dados
suficientes no acórdão regional que permitam verificar a completa identidade da relação jurídica base discutida em ambos os
feitos, muito menos a inexistência de outras provas.
Não épossível, por exemplo, verificar se a prova apresentada pelos investigantes, Lacy Carlos Dias e David Martins Rodrigues,
referenciada no acórdão regional (vide p. 73 do documento 175.436), era rigorosamente idêntica àquela constante da
representação transitada em julgado.
Demais disso, éincerta a alegação de que as provas juntadas nas defesas são iguais em ambos os processos, de sorte que se
revela prudente, nesse juízo preliminar, o não reconhecimento da coisa julgada.
Vale lembrar que a formação dos precedentes do Tribunal Superior Eleitoral supracitados foi orientada pela necessidade de
racionalização das ações impugnativas, com vistas àextinção das ações estritamente iguais, cópias umas das outras, com apenas
variação quanto ao sujeito ativo, circunstâncias que, em princípio, não se revelam presentes no caso.
Aponta-se, no mais, ofensa ao art. 73, VII e §8º, da Lei 9.504/97, sob o argumento de que não foi formado o litisconsórcio
passivo necessário entre os agentes públicos tidos por beneficiários e os autores dos fatos ilícitos, especificamente os
secretários municipais.
Aduz-se, consoante entendimento firmado no REspe 679-94, de relatoria do Ministro Henrique Neves, que o núcleo da conduta
vedada seria o ato de realizar o gasto com publicidade institucional, ou seja, o momento da liquidação, isto é, do
reconhecimento oficial de que o serviço foi prestado.
O Tribunal a quo, no entanto, assentou que, “enquanto ocupante do cargo de Prefeita do Município de Santa Luzia/MG, a
recorrente atuava, do ponto de vista hierárquico, como a gestora máxima dos recursos públicos, sendo de sua inteira
responsabilidade os gastos realizados com propaganda institucional ao longo do exercício do seu mandato (p. 62 do
documento 175.436).
Concluiu no seguinte sentido: “A recorrente éautora da conduta vedada, ao passo que não épossível vislumbrar, na ordenação,
liquidação e autorização do pagamento da despesa, como alegado, independência funcional do responsável pela pasta, na
medida apontada nas razões recursais. Este, na qualidade de secretário municipal, agia na condição de mandatário da
recorrente, executando a sua política de governo em estrita obediência hierárquica (p. 63 do documento 175.436).
Em face de tal conclusão de índole fática, não cabe encampar, ao menos nessa análise efêmera, a tese de que os secretários
municipais agiam “com independência funcional” e àrevelia da gestora municipal e companheira de chapa do autor, visto que,
ordinariamente, os secretários atuam como meros auxiliares do chefe do Poder Executivo.
Em princípio, a conclusão da Corte de origem se afigura acorde com o entendimento deste Tribunal Superior no sentido de que,
sendo o gestor municipal candidato àreeleição beneficiário e autor da conduta ilícita, não prevalece a tese acerca da
necessidade de litisconsórcio passivo necessário com os demais agentes públicos envolvidos na conduta vedada (AgR-REspe
477-62, rel. Min. Luiz Fux, DJE de 12.9.2016).
O autor aduz, ademais, que há plausibilidade na alegada violação ao art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, tendo em vista a
incidência retroativa do art. 73, VII, da Lei 9.504/97, com a redação que lhe foi conferida pela Lei 13.165/2015.
Afirma, de acordo com a jurisprudência e a doutrina, que a alteração dos efeitos futuros de fatos passados viola a segurança
jurídica e a proteção da confiança.
Sobre o tema, a Corte de origem consignou (pp. 66-69 do documento do documento 175.436):

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 9 3

[...]
Sustenta a recorrente que, para o julgamento do presente caso, éinconstitucional a aplicação das alterações promovidas no art.
73, VII, da Lei n° 9.504/1997, pela reforma promovida pela Lei n° 13.165/2015, pois, em síntese, alcança, quando da verificação
da prática da conduta vedada, fatos ocorridos nos anos de 2013 a 2015, o que representa, no seu sentir, incidência retroativa
da norma, em ofensa ao art. 5°, XXXVI, da CRFB/1988.
Isso porque, com o fim de limitar os gastos com publicidade no ano das eleições, evitando, assim, a prática de abuso de poder,
a reforma eleitoral modificou a base de cálculo, passando a considerar ‘a média dos gastos no primeiro semestre dos três
últimos anos que antecedem o pleito’, e não mais ‘a média dos gastos nos três últimos anos que antecedem o pleito ou no
último ano imediatamente anterior àeleição’.
Sem razão a recorrente, conforme passo a expor.
Inicialmente, destaco que a Lei n°13.165/2016, que, dentre outras medidas, alterou a Lei n°9.504/1997, entrou em vigor em
29/9/2015, ou seja, na data da sua publicação, nos termos do seu art. 14.
Quanto ao específico art. 73, VII, da Lei n° 9.504/1997, a conduta vedada passou a vigorar nos seguintes termos:
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de
oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, estaduais ou
municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos no primeiro semestre dos
três últimos anos que antecedem o pleito; (Redação dada pela Lei n° 13.165. de 2015).
Ao contrário do entendimento apresentado pelos recorrentes, no sentido de que houve ‘inadmissível modificação dos efeitos
futuros de fatos pretéritos’ , tenho que éplenamente aplicada às eleições que ocorreram em 2016 a nova fórmula de calcular o
teto estabelecido pela reforma eleitoral para as despesas com publicidade institucional.
Veja-se que, uma vez tendo o novo texto legal entrado em vigor em 29 de setembro de 2015, os seus efeitos não se projetaram
retroativamente quanto ao inciso VII, do art. 73, da Lei n° 9.504/1997, inclusive no que se refere ao pleito de 2016. O que se
limitou, ao contrário do que quer crer a recorrente, não foram às despesas com propaganda institucional realizadas nos anos
anteriores, como se fosse imposto aos agentes públicos em campanha um novo arranjo das ordenações financeiras dessa
natureza, mas, sim, as que se realizariam, a partir de então, no primeiro semestre do ano da eleição,
No caso dos autos, embora, de fato, a média, para fins de apuração do abuso de poder, alcance, como base de cálculo, as
despesas realizadas nos anos de 2013, 2014 e 2015, os efeitos da nova lei se projetam, desde 29 de setembro de 2015, sobre a
publicidade institucional que, in casu , o Município de Santa Luzia/MG realizaria a partir do primeiro semestre de 2016, e não
sobre as despesas já realizadas.
Não há retroatividade da lei, portanto. Há, sim, a incidência de uma norma legal posta em vigor com a anterioridade devida,
como nova imposição legal de limitação na realização de despesa de cunho promocional, para cujo cumprimento os agentes
públicos em campanha eleitoral gozaram de tempo suficiente para adequarem as despesas a serem realizadas,
O ilustre Procurador Regional Eleitoral faz os seguintes esclarecimentos, fl. 1004, v.:
Por fim, deve-se pontuar que a alteração legislativa no art. 73, VII atendeu a um imperativo lógico e próprio de todas as
condutas vedadas, que éevitar o uso de recursos públicos em promoção de candidaturas. Antes da alteração feita pela
minirreforma eleitoral, o agente público estava autorizado a realizar, no ano eleitoral, o mesmo valor da média dos três anos
anteriores. Entretanto, considerando a vedação da realização de propaganda institucional nos três meses que antecedem as
eleições (julho, agosto e setembro - art. 73, IV, b), a norma acabava por autorizar o gestor público a aplicar valor equivalente
àmédia dos três anos anteriores apenas no primeiro semestre do ano eleitoral. Dessa forma, o gasto com publicidade no
primeiro semestre não deveria necessariamente ser proporcional ao primeiro semestral dos anos anteriores.
A alteração do art. 73, VII corrigiu essa incongruência e, por isso, épossível dizer que ela somente materializou o que os deveres
de probidade sempre exigiram e exigem do agente público: se a publicidade institucional éregida pelo interesse público, não há
motivos para alteração do padrão de gastos no ano eleitoral. Tai princípio não pode ser considerado uma surpresa para a
investigada.
Por fim, destaco que a tese apresentada pelos recorrentes de que a antiga redação do art. 73, VII, da Lei n° 9.504/1997 éo
‘marco legal que orientou os ordenadores de despesas na alocação dos gastos ao longo dos mencionados exercícios financeiros’
não merece acolhida.
Não éfinalidade da norma em comento determinar, sob o aspecto dos valores despendidos, o tanto de propaganda
institucional que pode realizar os órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da
administração indireta, ao longo dos exercícios financeiros. O que se pretende com a norma eleitoral élimitar, com base nas
despesas realizadas, agora, no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito, as despesas com publicidade
no primeiro semestre do ano da eleição, como forma de garantir a igualdade de oportunidade entre os candidatos no pleito.
Entender diferentemente seria aceitar, ao arrepio da legislação, que toda e qualquer propaganda Institucional levada a efeito
pela Administração teria como fim último a disputa eleitoral, quando, em verdade, tal prática édanosa àimpessoalidade e
àmoralidade administrativa.

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[...]
Sem prejuízo de reexame dessa matéria por ocasião do julgamento do recurso especial, também não vislumbro plausibilidade
em relação a esse ponto, visto que os fatos ensejadores da conduta vedada (gastos com publicidade institucional) foram
praticados já sob a égide da lei nova.
Não se trata, em princípio, de alteração de efeitos futuros de fatos pretéritos, porquanto os fatos que interessam para a
caracterização da conduta vedada são aqueles praticados no ano de 2016 e que levaram àextrapolação do limite legal previsto
desde setembro de 2015.
Tais circunstâncias afastariam em tese a alegada quebra da confiança e a suposta ofensa ao princípio da segurança jurídica, pois
a alteração do parâmetro legal ocorrera antes mesmo do início do exercício no qual se verificou a conduta vedada. Ou seja, a
então prefeita poderia ter se adequado aos novos parâmetros, mas não o fez.
Por fim, o autor afirma que a plausibilidade recursal estaria comprovada ante a ofensa ao art. 73, VII, §§5º e 10, da Lei
9.504/97, alegando-se a desproporcionalidade da cassação do registro.
Defende que o excesso de apenas 10,89%, ou R$ 119.573,79, seria irrelevante em face do total de recursos despendidos (R$
1.097.088,96), contexto semelhante ao verificado no AgR-REspe 476-86, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, no qual o Tribunal
Superior Eleitoral entendeu desproporcional a cassação dos registros diante de excesso de gastos da ordem de 11,61%.
Eis os fundamentos do acórdão regional (pp. 30-32 do documento 175.437):
[...]
Compulsando os autos, verifico que, às fls. 966-968 das suas razões recursais, a embargante pleiteou a aplicação da
proporcionalidade e razoabilidade, com o fito de afastar a cassação dos diplomas, pois entende que não há gravidade
suficiente na conduta. Por outro, o acórdão, ao negar provimento ao recurso, não se manifestou expressamente sobre a
questão. Por essa razão, entendo que, nesse ponto, há omissão no julgado.
Pois bem. Consta àfls. 1126 do voto condutor que:
Conforme demonstrado, mesmo se aplicando a correção monetária, para fins de apuração da média dos gastos com
publicidade dos primeiros semestres dos três anos anteriores ao pleito, ainda assim o total de gastos com publicidade no
primeiro semestre do ano de 2016 (R$ 1.216.662,75) se mantém superior àmedia de gastos (atualizada) de R$ 1.097.088,96,
representando uma diferença de R$ 119.573.79 em gastos a mais com publicidade no 1° semestre do ano eleitoral, o que
evidencia a infração ao disposto no inciso VII do art. 73 da Lei n° 9.SW/97 (Grifei.)
Desse modo, sob o ponto de vista objetivo, não resta duvida de que a embargante enquanto Prefeita Municipal, não obedeceu
ao limite com propaganda institucional previsto no Inciso VII, do art. 73, da Lei nº9.504/1997. Por sua vez, pela ótica da
gravidade, éinconteste a capacidade que essa violação teve de afetar os bens jurídicos tutelados, quais sejam, a igualdade de
chances na disputa e a moralidade administrativa, além da legitimidade e normalidade das eleições.
A questão não pode ser definida, simplesmente, por uma questão aritmética, como se o poder de macular o pleito estivesse
relacionado, em grau de dependência exclusiva, ao percentual do excesso em relação àbase de cálculo definida pela Lei das
Eleições. O que dos autos transparece é, a par dos números, que são apenas reveladores do abuso de poder, a usurpação da
finalidade inerente àpropaganda institucional, no ano da eleição, quando lhe évedado exceder os limites previamente
estabelecidos, como forma de proteger a esfera da moralidade administrativa e a da igualdade da disputa, seja em relação ao
interesse coletivo, seja no que diz respeito ao candidato oponente prejudicado pelo mau uso dos recursos públicos e da
estrutura administrativa.
Irrelevante ao deslinde da questão a alegação de que, quando assumiu a titularidade do cargo de Prefeita, em janeiro de 2016,
já havia sido "consolidada a média e definidas as estratégias de comunicação social para o exercício de 2017 (...)" (fls. 1150), já
que no épossível afastar, por esse aspecto, a responsabilidade da embargante na realização das estratégias da propaganda
institucional da sua gestão, passível, a meu sentir, de rearranjo na esfera administrativa a qualquer tempo, ainda mais em se
tratando de ilicitude facilmente verificável.
Da mesma forma, sendo a responsável direta pela propaganda institucional, como já consignado no acórdão embargado, em
relação àresponsabilidade pela conduta ilícita, há que se notar que esta decorre naturalmente da autoria imputada
àembargante, sendo as circunstâncias descritas ao longo do voto condutor do acórdão mais do que suficientes àdemonstração
do desequilíbrio na disputa, e, consequentemente, do favorecimento da embargada.
A conduta, portanto, sob a perspectiva de ofensa aos bens jurídicos, égrave o suficiente para, a partir de um juízo de
proporcionalidade e razoabilidade, atrair a aplicação da cassação do diploma, eis que, como já dito restou maculado o
processo eleitoral que sagrou a embargante reeleita ao cargo de Prefeita do Município de Santa Luzia, nas eleições de 2016,
pela inequívoca ocorrência de abuso de poder.
[...]
Ao contrário do que se alega, o montante de R$ 119.573,79 não pode ser considerado irrelevante, principalmente quando se
tem em conta o eleitorado do município de Santa Luzia/MG (154.477) e o número de votos válidos nas Eleições de 2016
(104.181). Além disso, a diferença entre a primeira colocada, companheira de chapa do autor, e o segundo colocado foi de
apenas 5.000 votos.

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Não se pode, sem o reexame das provas dos autos, assentar que as circunstâncias fáticas do caso se assemelhariam
necessariamente ao contexto discutido no AgR-REspe 476-86, que tratou da eleição em município diverso (Joinville/SC), com
eleitorado substancialmente maior.
De igual forma, éinviável assentar que o julgado acima estabeleceu regra ou parâmetro aritmético a partir do qual seriam
toleráveis, em quaisquer cenários, os gastos excessivos com publicidade institucional.
Na verdade, se as instâncias ordinárias, mais próximas dos fatos, assentaram a gravidade concreta da conduta vedada e a
quebra de igualdade de chances entre os candidatos, a revisão desse entendimento esbarraria, em princípio, no enunciado
sumular 24 do Tribunal Superior Eleitoral.
Afinal, o excesso de gastos com publicidade institucional, em municípios com pequeno eleitorado e no qual as eleições foram
decididas por apertada margem de votos, égrave e relevante o suficiente para, em tese, ensejar a quebra de paridade entre os
concorrentes e o uso da máquina pública em benefício de certa candidatura.
Desse modo, nesse juízo prévio, ínsito às tutelas de urgência, não vislumbro a excepcionalidade que justifique a atribuição de
efeito suspensivo ao recurso especial, o qual, por expressa disposição legal e por sua própria natureza, não tem aptidão para
impedir a execução imediata do acórdão confirmatório da condenação eleitoral.
Por óbvio, essa compreensão pode ser eventualmente revista, a partir de exame mais detido e aprofundado do tema, por
ocasião do julgamento do mérito do recurso especial.
Por essas razões, nos termos do art. 36, §6º, do Regimento Interno do Tribunal Superior Eleitoral, nego seguimento àação
cautelar proposta por Fernando Cesar de Almeida Nunes Resende Vieira.
Comunique-se ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.
Dê-se ciência desta decisão ao Ministério Público Eleitoral, solicitando-lhe, ainda, a eventual preferência para emissão de
parecer no REspe 709-48, objetivando a célere apreciação do apelo pelo TSE.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 11 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

[1] REspe 3-48, rel. Min. Henrique Neves da Silva, DJE de 10.12.2015; REspe 5-44, rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJE
de 25.4.2016; e REspe 1528-45, rel. Min. Luiz Fux, DJE de 2.6.2017.
Processo 0604319-60.2017.6.00.0000

HABEAS CORPUS (307) - 0604319-60.2017.6.00.0000 - BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL RELATOR: Ministro TARCISIO VIEIRA DE
CARVALHO NETO IMPETRANTE: ANTONIO CARLOS TEODORO
PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pelo Ministro TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO
NETO.

Brasília, 13 de dezembro de 2017.

Moisés Lima Mascarenhas Coordenadoria de Processamento

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

HABEAS CORPUS No 0604319-60.2017.6.00.0000

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Relator: Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto


Impetrante: Antônio Carlos Teodoro
Advogado: não consta
Autoridade coatora / órgão coator: não indicado
DECISÃO

Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado, em petição de próprio punho, por Antônio Carlos
Teodoro.

O impetrante afirma ter sido candidato ao cargo de deputado federal no pleito de 2014 pelo Partido Democrático Trabalhista
–PDT, sendo que a agremiação não teria fornecido o apoio técnico necessário àconfecção de sua prestação de contas de
campanha, o que resultou em inelegibilidade.

Requer a concessão de liminar e, posteriormente, da ordem em definitivo, para que seja sanada a prestação de contas de
campanha.

Éo sucinto relatório.

Decido.

O presente habeas corpus émanifestamente incabível.

O artigo 5º, LXVIII, da Constituição da República, ao assegurar o remédio heroico, épreciso ao estabelecer que será concedido
“habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção,
por ilegalidade ou abuso de poder”.

In casu, como se vê da própria narrativa do impetrante/paciente, a questão posta está relacionada com uma suposta ausência
de apoio partidário na elaboração de sua prestação de contas de campanha das eleições de 2014, quando concorreu ao cargo
de deputado federal, matéria, portanto, totalmente estranha ao bem jurídico passível de tutela na via do habeas corpus: a
liberdade.

Ante o exposto, não conheço do presente habeas corpus, prejudicado o exame do pedido de liminar, nos termos do art. 36,
§6º, do RITSE.

Publique-se. Arquive-se.

Brasília, 13 de dezembro de 2017.

Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto


Relator

Processo 0604287-55.2017.6.00.0000

index: AÇÃO CAUTELAR (12061)-0604287-55.2017.6.00.0000-[Cargo - Vice-Prefeito, Captação ou Gasto Ilícito de Recursos


Financeiros de Campanha Eleitoral, Ação de Investigação Judicial Eleitoral]-MINAS GERAIS-SANTA LUZIA

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TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

AÇÃO CAUTELAR Nº 0604287-55.2017.6.00.0000 –CLASSE 12061 –SANTA LUZIA –MINAS GERAIS (Processo eletrônico)
Relator: Ministro Admar Gonzaga
Autor: Fernando César de Almeida Nunes Resende Vieira
Advogados: Bruno Calfat –OAB: 105528/RJ e outros
Réu: Ministério Público Eleitoral
DECISÃO
Fernando César de Almeida Nunes Resende Vieira, vice-prefeito eleito do Município de Santa Luzia/MG, propõe ação cautelar,
com pedido de liminar, com fundamento no art. 1.029, §5º, do Código de Processo Civil, a fim de que seja atribuído efeito
suspensivo ao recurso especial admitido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais nos autos do Recurso Eleitoral 6-
83.2016.6.13.0246, no qual foi mantida a decisão que julgou procedente a representação por captação e gasto ilícito de
recursos financeiros de campanha eleitoral, nos termos do art. 30-A da Lei 9.504/97, e determinou a cassação do seu diploma.
O autor alega, em síntese, que:
tem legitimidade ativa, uma vez que évice-prefeito eleito no Município de Santa Luzia e foi conduzido àchefia do Poder
Executivo Municipal em 7.9.2017, em decorrência do afastamento da titular Roseli Ferreira Pimentel, por determinação do
TJMG nos autos do Processo 0274922-98.2017.8.13.0000;
na mesma linha de entendimento deste relator, ao indeferir a revogação da liminar concedida em seu favor na AC 0602705-20,
a não concessão de efeito suspensivo ao recurso especial admitido implica a sua substituição pelo presidente do Poder
Legislativo Municipal, em detrimento do voto popular e em prejuízo das políticas públicas;
esta Corte vem decidindo reiteradamente no sentido de evitar a alternância de cargos majoritários decorrente de decisões
judiciais recorríveis e, considerada a inconstitucionalidade do §3º do art. 224 do Código Eleitoral, não éaconselhável a
realização de novas eleições nessa hipótese;
o TSE já firmou entendimento de que, em relação a toda ação que acarretar cassação de registro/diploma dos componentes da
chapa majoritária, a hipótese éde formação de litisconsórcio necessário unitário;
considerando a indivisibilidade inserida no art. 91 do Código Eleitoral, éevidente que a interposição tempestiva de recurso por
parte de um dos integrantes da chapa atrai a incidência do art. 1005 do CPC;
éautorizada a suspensão dos efeitos dos acórdãos regionais em relação ao litisconsorte, ora autor, por ser vice-prefeito, ao lado
da prefeita Roseli Ferreira Pimentel, no polo passivo da representação, bem como por dispor do mesmo interesse no
provimento do recurso especial de fls. 834-865, que lhe aproveita em razão da indivisibilidade da chapa majoritária;
o recurso especial admitido da litisconsorte Roseli Ferreira Pimentel aproveita ao seu companheiro de chapa e viabiliza o pedido
de efeito suspensivo dos acórdãos regionais, até mesmo pelo fato de que a autora do recurso especial está afastada pela Justiça
Comum e, nessa condição, não tem interesse em requerer tal providência;
o fumus boni juris está demonstrado a partir da relevância dos fundamentos do recurso especial, o qual tem maior
probabilidade de ser provido;
houve violação aos arts. 275 do Código Eleitoral e 1022, II, do CPC, bem como dissídio jurisprudencial, uma vez que não foi
analisada a questão de ordem pública suscitada em relação àdecadência consubstanciada na não comprovação da data da
diplomação dos representados e, por extensão, da tempestividade do ingresso em juízo;
a Corte de origem também foi omissa em relação aos fatos e aos documentos de excepcional importância para o desfecho da
causa, cujos acórdãos regionais apresentaram várias deficiências na base fática, especialmente com relação ao exame
individualizado, sob o ângulo da capacidade financeira, da regularidade dos recibos eleitorais e da situação dos doadores
relacionados às fls. 723/724;
os acórdãos regionais estão divergindo do entendimento desta Corte no REspe 181/MG, no sentido de que, no âmbito da
representação fundada no art. 30-A da Lei 9.504/97, competia ao autor da representação comprovar que os recursos
decorreram de fontes vedadas pela legislação eleitoral e não ao representado a comprovação da origem lícita dos recursos
doados;
o periculum in mora resta evidente diante do afastamento do autor de seu mandato eletivo, já que “a perda, ainda que
temporária, do exercício do mandato eletivo édano essencialmente irreparável (STF, Primeira Turma, RE nº 273.345/PB, Min.
Sepúlveda Pertence, DJU 17.08.2000)” (p. 29 do documento 175.387).
Requer a concessão de liminar, a fim de conferir efeito suspensivo ao recurso especial, sustando os efeitos dos acórdãos
proferidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais até o julgamento definitivo do recurso neste Tribunal Superior com a
imediata recondução do requerente ao cargo de vice-prefeito de Santa Luzia/MG.

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Éo relatório.

Decido.
A petição inicial está subscrita por advogado habilitado nos autos (procuração e substabelecimento –documento 175.389).
Conforme relatado, o autor pretende a concessão de efeito suspensivo a recurso especial admitido pelo Tribunal Regional
Eleitoral de Minas Gerais interposto nos autos do Recurso Eleitoral 6-83.2016.6.13.0246, a fim de sobrestar os efeitos da
decisão regional que manteve a condenação do autor, vice-prefeito, e da prefeita eleita de Santa Luzia no pleito de 2016, com
fundamento no art. 30-A da Lei das Eleições.
O art. 1.029, §5º, I, do Código de Processo Civil, dispositivo invocado pelos autores na exordial, dispõe expressamente que:
Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante
o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:
[...]
§5º O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por
requerimento dirigido:
I –ao tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
II –ao relator, se já distribuído o recurso;
III –ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compreendido entre a interposição do recurso e a
publicação da decisão de admissão do recurso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037.
(Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016). Grifo nosso.
Na linha do dispositivo acima, observo que o recurso especial foi admitido pela Presidência do Tribunal Regional mineiro (pp. 38-
44 do documento 175.397), razão pela qual passo ao exame do pedido de eficácia suspensiva ao apelo.
No caso, o periculum in mora está devidamente comprovado, pois constou ordem de execução do julgado e convocação de
eleições majoritárias (p. 54 do documento 175.394), após a publicação do acórdão relativo aos embargos de declaração,
ocorrida em 27.10.2017 (p. 28 do documento 175.396). Houve, ainda, encaminhamento das cópias dos acórdãos ao Juízo
Eleitoral (pp. 29-30 do documento 175.396).
No que diz respeito ao fumus boni juris, o autor alega que a decisão regional, quanto àmatéria de fundo, ofende o art. 30-A ,
caput e §2º, da Lei 9.504/97, em conjunto com os arts. 23, §4º, inciso II, do mesmo diploma e 18, §1º e 27, caput e §1º, da Res.-
TSE 23.463.
Além de outros pontos recursais suscitados pela prefeita em seu apelo, o autor reitera que, na peça recursal (p. 11 do
documento 175.397), foi suscitado dissídio com o Recurso Especial 1-81, rel. Min. Gilmar Mendes, sob o argumento de que o
Tribunal a quo estabeleceu como consequência automática da reconhecida inobservância de normas relativas àarrecadação de
recursos e receitas não identificadas na prestação de contas o sancionamento de que trata o art. 30-A, §2º, da Lei das Eleições,
com inversão do ônus de prova sobre a origem de tais recursos.
Consta da decisão regional: “A utilização de montante significativo de RONI pelos recorrentes, aliada ao fato de que, em relação
àgrande parte dos recursos que financiaram os gastos de campanha, não épossível aferir a idoneidade da fonte, já que, além
de não haver prova da capacidade financeira do doador, não foi respeitado, reiteradamente, o comando do §1º. do art. 18, da
Res. TSE nº 23.463/2015, que determina que doações financeiras de valor igual ou superior a R$ 1.064,10 só poderão ser
realizadas mediante transferência eletrônica entre as contas bancárias do doador e do beneficiário da doação, fere de morte a
higidez da campanha eleitoral” (pp. 26-27 do documento 175.394),
A esse respeito, o Presidente do TRE asseverou, ao admitir o recurso especial, que “o Tribunal entendeu configurada a conduta
do art. 30-A da Lei das Eleições, em razão da ‘vasta arrecadação de recursos em desacordo com os procedimentos previstos em
na lei eleitoral, o que torna incerta a origem dos recursos, conjugada ao fato desses recursos de origem não identificada terem
sido efetivamente utilizados para o pagamento de despesas de campanha eleitoral’ (fl. 824)” (p. 43 do documento 175.397).
Por sua vez, acrescentou que o julgado invocado a título de dissenso jurisprudencial éno sentido de que a não aceitação da
origem dos recursos no processo de prestação de contas não enseja a conclusão de que se trata de receitas de origem não
identificadas, razão pela qual caberia ao autor da ação de investigação judicial eleitoral provar tal fato (p. 43 do documento 173-
397).
Vê-se, portanto, que o Tribunal de origem, a princípio, concluiu pela configuração do ilícito diante da arrecadação e da
utilização expressiva de recursos financeiros de origem desconhecida, cujo mecanismo de ingresso na conta corrente de
campanha, vedado pela legislação eleitoral de 2016, impediria a verificação exata da origem lícita de grande parte dos recursos
que, efetivamente, financiaram os gastos da campanha eleitoral dos recorrentes.
No entanto, no paradigma em tela, esta Corte Superior assentou que “a representação fundada nesse dispositivo legal exige
não apenas ilegalidade na forma de doação, devidamente identificada no âmbito da prestação de contas, mas a ilegalidade

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 9 9

qualificada, marcada pela má-fé do candidato, suficiente para macular a lisura do pleito, o que não ficou demonstrado pelo
representante nem pelo Tribunal Regional”.
Diante desse contexto, afigura-se relevante a alegação sobre a efetiva configuração da infração ao art. 30-A da Lei das Eleições.
Ademais, observo que, no apelo, ao previamente indicar a ofensa aos arts. 275 do Código Eleitoral e 1.022, II, do CPC, nele
igualmente se assevera que não teriam sido enfrentadas, de forma fundamentada, questões fáticas e jurídicas essenciais ao
deslinde da causa, sobretudo no exame de provas produzidas na representação que ilidiriam circunstâncias para o
reconhecimento do ilícito no que tange àforma e àorigem das doações, o que igualmente justificará análise mais detida por
ocasião do recurso.
Por essas razões, em caráter excepcional, defiro o pedido de liminar pleiteado por Fernando César de Almeida Nunes Resende
Vieira, a fim de atribuir efeito suspensivo ao recurso interposto nos autos do Recurso Eleitoral 6-83 e determinar a sustação da
execução dos acórdãos proferidos nos referidos autos, até a apreciação do apelo no âmbito deste Tribunal Superior, e, em
consequência, para que o autor permaneça no exercício do mandato de prefeito de Santa Luzia/MG ou, caso já tenha sido
afastado, seja reconduzido.
Comunique-se imediatamente.
Cite-se o Ministério Público Eleitoral, para que, no prazo de 5 dias, conteste o pedido e indique as provas que pretende produzir
(art. 306 do Código de Processo Civil), solicitando-lhe, ainda, a eventual preferência para emissão de parecer no REspe 6-83,
objetivando a célere apreciação do apelo pelo TSE.
Publique-se.
Intime-se.
Brasília, 11 de dezembro de 2017.
Ministro Admar Gonzaga
Relator

Processo 0604312-68.2017.6.00.0000

AÇÃO RESCISÓRIA (1318) - 0604312-68.2017.6.00.0000 - MAIRINQUE - SÃO PAULO RELATOR: Ministro TARCISIO VIEIRA DE
CARVALHO NETO AUTOR: ANTONIO ALEXANDRE GEMENTE Advogados do(a) AUTOR: OTAVIO HUEB FESTA - SP399399, KARINA
PRIMAZZI SOUZA - SP251953, PATRICIA MACHADO - SP189880, EDSON GOMES DE ASSIS - SP121037, FRANCISCO ROQUE FESTA -
SP106774, LEONARDO HUEB FESTA - SP324037 RÉU: COLIGAÇÃO FAZENDO MAIS POR VOCÊ Advogado do RÉU:
PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pelo Ministro TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO
NETO.
Brasília, 13 de dezembro de 2017.
Fernando Maurício Pessoa Ramalho Vianna Coordenadoria de Processamento

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

AÇÃO RESCISÓRIA No 0604312-68.2017.6.00.0000 –SÃO PAULO (Mairinque)

Relator: Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto


Autor: Antônio Alexandre Gemente

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Advogados: Patrícia Machado e outro


DESPACHO

Intime-se o autor para, no prazo de 3 (três) dias, proceder ànova apresentação dos documentos que instruem a petição inicial,
com rigorosa observância do art. 1º da Portaria n. 1.216/2016[1] e da Res.-TSE n. 23.417/2014, nominando e individualizando
corretamente os arquivos, a fim de que possibilite a imediata identificação de cada uma das peças essenciais ao exame do caso.

Intime-se, ainda, para, em idêntico prazo, emendar a petição inicial, haja vista que, embora requerida a citação dos requeridos,
não cuidou de identificar o polo passivo nem os eventuais litisconsortes passivos necessários.

Publique-se.

Brasília, 13 de dezembro de 2017.

Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto


Relator
[1] Art. 1º Para efeito de utilização do Processo Judicial Eletrônico PJe, no Tribunal Superior Eleitoral e objetivando facilitar o
exame dos processos eletrônicos pelo magistrado e pelas partes, o advogado deverá:
I - juntar as peças processuais e demais documentos com o texto na orientação retrato;
II - observar a sequência do processo original;
III - nominar corretamente os arquivos inseridos no sistema, desde a petição inicial, de modo a haver fidelidade entre o nome e
o conteúdo do documento.
Parágrafo único. Os arquivos deverão ser digitalizados no formato Optical Character Recognition (OCR), reconhecimento óptico
de caracteres, tecnologia que torna os dados pesquisáveis e editáveis, de maneira a possibilitar a leitura dos documentos por
pessoas deficiência.

Processo 0604318-75.2017.6.00.0000

PETIÇÃO (1338) - 0604318-75.2017.6.00.0000 - SALVADOR - BAHIA RELATOR(A): Ministro(a) TARCISIO VIEIRA DE CARVALHO
NETO REQUERENTE: VALDEMAR JACINTO COSTA Advogados do(a) REQUERENTE: LUCAS ALBIANI ALVES COSTA - BA35322, LUIS
AMERICO BARRETO ALBIANI ALVES - BA13718
PUBLICAÇÃO DE INTIMAÇÃO

Ficam as partes intimadas do teor do ato judicial exarado, no processo acima, pelo(a) Ministro(a) TARCISIO VIEIRA DE
CARVALHO NETO.
Brasília, 13 de dezembro de 2017.
Moisés Lima Mascarenhas Coordenadoria de Processamento

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

PETIÇÃO No 0604318-75.2017.6.00.0000 –BAHIA

Relator: Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto


Requerente: Valdemar Jacinto Costa
Advogados: Luis Américo Barreto Albiani e outro

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 101

DECISÃO

Trata-se de ação anulatória, com pedido de tutela de urgência, ajuizada por Valdemar Jacinto Costa, na qual postula, em
síntese, a desconstituição do decisum pelo qual foram julgadas não prestadas as suas contas de campanha relativas ao pleito de
2014, ocasião em que concorreu ao cargo de deputado estadual pelo Estado da Bahia. Cuida-se da Prestação de Contas n. 1899-
98.2014.6.05.0000, originária do TRE/BA.

In casu, a Corte Regional julgou não prestadas as referidas contas de campanha, na sessão de 16.6.2015, em acórdão assim
ementado:

Prestação de contas. Eleição de 2014. Candidato a deputado estadual. Obrigatoriedade de prestar contas. Notificação para
reapresentar as contas. Descumprimento. Art. 54, inciso IV, da Resolução TSE n. 23.406/2014. Contas julgadas não prestadas.
Julgam-se não prestadas as contas de campanha de candidato quando, apesar de devidamente notificado, não reapresentar
contas de campanha –com os devidos ajustes –dentro do prazo legal, conforme art. 54, IV, alíneas a , b e c da Resolução TSE n.
23.406/2014.

Posteriormente, o TRE acolheu os embargos de declaração opostos pelo candidato, com efeitos modificativos, para considerar
a documentação complementar apresentada, desaprovando as contas. Veja-se:

Embargos de declaração. Prestação de contas. Eleições 2014. Contas declaradas não prestadas. Alegação de omissão. Nova
documentação apresentada. Suprimento parcial de irregularidades. Acolhimento parcial, com efeitos infringentes.
Desaprovação.
Acolhem-se parcialmente os aclaratórios, apenas para sanar omissão no julgado combatido, procedendo-se àanálise específica
das causas da declaração de não prestação de contas, emprestando-lhes efeitos modificativos, para desaprovar as contas.

Interposto recurso especial pelo Ministério Público Eleitoral, foi ele provido, monocraticamente, pelo Ministro Gilmar Mendes,
em 29.4.2016.

Sua Excelência aplicou a jurisprudência consolidada desta Corte, no sentido de que fica preclusa a oportunidade de juntada de
nova documentação se, devidamente notificado, permanece inerte o candidato.

Assim, restabeleceu o primeiro acórdão do Tribunal a quo, por meio do qual as contas de campanha do ora autor foram
julgadas não prestadas.

Na presente ação, o requerente sustenta, em suma, ofensa ao princípio da reserva legal, haja vista que a Resolução TSE n.
23.406/2014, com base na qual as suas contas foram consideradas não prestadas, não poderia se sobrepor ànorma do artigo 30
da Lei n. 9.504/97, que não prevê essa solução.

Afirma, em arremate, que mencionada situação qualifica-se como vício insanável, a ensejar, portanto, a procedência da
presente ação anulatória.

Requer o deferimento da tutela de urgência, argumentando, além da plausibilidade do direito invocado, na linha do que ora
relatado, a presença do risco de dano de difícil ou improvável reparação, por estar impedido de obter quitação eleitoral durante
o prazo do mandato para o qual concorreu.

Éo relatório.

Decido.

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Na espécie, falece competência ao Tribunal Superior Eleitoral para, originariamente, conhecer da presente ação anulatória, haja
vista que a hipótese dos autos não está contemplada no rol taxativo do artigo 22 do Código Eleitoral.

De igual forma, não há está abarcada pelo art. 8º do RITSE.

Ademais, a decisão monocrática proferida neste Tribunal implicou apenas no restabelecimento do acórdão primeiro proferido
pelo TRE/BA, por meio do qual as contas foram efetivamente julgadas não prestadas.

Assim, caberá ao Tribunal Regional Eleitoral o exame da questão, devendo o requerente, se assim desejar, renovar o pleito
perante aquele Juízo.

Ante o exposto, não conheço da presente ação anulatória, prejudicado o pedido de tutela de urgência, com base no art. 36, §6º,
do RITSE.

Publique-se. Arquive-se.

Brasília, 13 de dezembro de 2017.

Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto


Relator

Intimação de pauta

Intimação de Pauta

Para julgamento do processo abaixo relacionado, a partir da próxima sessão, respeitado o prazo de 24 horas, contado desta
publicação.
MANDADO DE SEGURANÇA (120) N° 0604251-13.2017.6.00.0000
ORIGEM: GOIÂNIA - GO
RELATOR: Ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto
PARTES DO PROCESSO

IMPETRANTE: ASSOCIACAO DOS MAGISTRADOS DO ESTADO DE GOIAS


Advogados do(a) IMPETRANTE: FELIPE CARDOSO ARAUJO NEIVA - GO45740, DYOGO CROSARA - GO23523, LAURA FERREIRA
ALVES DE CARVALHO - GO34601
IMPETRADO: PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE GOIÁS

AÇÃO CAUTELAR (12061) N° 0603004-94.2017.6.00.0000


ORIGEM: LENÇÓIS - BA
RELATOR: Ministro Admar Gonzaga
PARTES DO PROCESSO

AUTOR: MARCOS AIRTON ALVES DE ARAUJO


Advogados do(a) AUTOR: FLAVIA STELLA CARDOSO - MG83704, PEDRO LUDOVICO TEIXEIRA BAHIA RABELO - DF55476, PEDRO

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IVO GONCALVES ROLLEMBERG - DF54535, JANAINA ROLEMBERG FRAGA - DF52708, RAFAEL SASSE LOBATO - DF34897,
GABRIELA ROLLEMBERG DE ALENCAR - DF25157, RODRIGO DA SILVA PEDREIRA - DF29627
RÉU: MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, COLIGAÇÃO UNINDO LENÇÓIS

AÇÃO CAUTELAR (12061) N° 0602892-62.2016.6.00.0000


ORIGEM: BACABAL - MA
RELATOR: Ministro Luiz Fux
PARTES DO PROCESSO

AUTOR: JOSE VIEIRA LINS


Advogados do(a) AUTOR: EDUARDO BORGES ARAUJO - DF41595, JANAINA LUSIER CAMELO DINIZ - DF49264, MARCUS VINICIUS
FURTADO COELHO - PI2525
RÉU: COLIGAÇÃO BACABAL RUMO AO FUTURO, MINISTERIO PUBLICO ELEITORAL
Advogados do(a) RÉU: RODRIGO TERRA CYRINEU - MT16169/O, EZIKELLY SILVA BARROS - DF31903

Jean Carlos Silva de Assunção

Assessor de Plenário

CORREGEDORIA ELEITORAL

Atos do Corregedor

Despachos

PUBLICAÇÃO DE DECISÃO Nº 62/2017-CGE

RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR Nº 26/2017-CGE


Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral
Procedência: Brasília/DF
Reclamante: SIGILOSO
Advogado: MAURO JORGE DE PAULA BOMFIM
Reclamado: SIGILOSO

Protocolo nº 4.814/2017-TSE

DECISÃO

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 104

1. Trata-se da Reclamação Disciplinar 0004529-96.2017.2.00.0000-CNJ, formulada no Conselho Nacional de Justiça em desfavor


do então juiz da 2a. ZE/MG (Abre Campo), encaminhada a esta Corregedoria-Geral por força da competência correcional
concorrente.
2. O reclamante afirmou ter ido ao Fórum Eleitoral de Abre Campo/MG, a fim de esclarecer situação relativa a boletim de
ocorrência lavrado pelo comandante do policiamento em Matipó/MG sobre a apreensão de veículo utilizado em sua
propaganda eleitoral.
3. Assinalou que, na referida ocasião, teria sido tratado com desrespeito e sem qualquer urbanidade por parte do magistrado,
que agiu de forma desrespeitosa e acintosa, conduta que teria configurado a prática de atos incompatíveis com a dignidade do
cargo, além de violar os deveres instituídos na Lei Orgânica da Magistratura Nacional e requereu, ao final, a instauração de
processo administrativo disciplinar e a aplicação das penas de censura ou de advertência ao reclamado.
4. Em 2.8.17, foi determinado o envio de cópia integral dos autos para providências da Corregedoria Regional Eleitoral de Minas
Gerais (CRE/MG), tendo em vista a competência originária da unidade para o exame do processo (fls. 39-40).
5. A CRE/MG, por intermédio do Ofício 341/17 - GAB/CRE (fls. 48-59), encaminhou cópia das declarações prestadas pelo
magistrado reclamado e da decisão de arquivamento do Processo-CRE 114/17, pelos seguintes fundamentos:
(...).
A meu ver, está claro nos autos o inconformismo do reclamante, mormente, no que tange à conduta do Magistrado que se
eximiu de manifestar-se prematuramente sobre a apreensão do veículo que veiculava propaganda eleitoral supostamente em
desconformidade com a legislação eleitoral vigente.
No entanto, agindo assim, o Magistrado agiu em estrito cumprimento do dever legal, fazendo prevalecer o princípio da
imparcialidade do Juízo e o direito constitucional da igualdade que vincula diretamente todos os envolvidos no processo
eleitoral.
Por tais considerações, forçoso reconhecer a ausência de qualquer prática de infração disciplinar por parte do então Juiz
Eleitoral, nos moldes pretendidos pelo reclamante.
(...).
Por todo o exposto e por não vislumbrar providências administrativas a serem ultimadas no âmbito desta Corregedoria,
determino o arquivamento da presente reclamação.
(...).
6. Era o que havia de relevante para relatar.
7. Considerada a manifestação do órgão judiciário eleitoral competente e fundamentada a respectiva decisão na ausência
elementos fáticos que justifiquem a instauração de processo disciplinar contra o reclamado, à míngua de providências a cargo
desta Corregedoria-Geral, determino o arquivamento da reclamação.
8. Comunique-se à Corregedoria Nacional de Justiça.
Brasília, 11 de dezembro de 2017.

Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO


Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral

RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR Nº 27/2017-CGE


Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral
Procedência: Brasília/DF
Reclamante: SIGILOSO
Advogado: JOSEPH RODRIGUES DOS SANTOS
Reclamado: SIGILOSO

Protocolo nº 8.776/2017-TSE

DESPACHO

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[...]
8. Assim, de ordem, oficie-se à CRE/SP, com cópia do requerimento inicial desta Reclamação Disciplinar, para que forneça
informações sobre os fatos narrados, sobretudo acerca do apontado pedido de investigação formulado naquela unidade contra
a magistrada reclamada e sobre o Processo Administrativo Disciplinar 1/2015, no prazo de 5 (cinco) dias. Recebidos, conclusos.
Brasília, 13 de dezembro de 2017.

DIEGO CÂMARA ALVES


Juiz Auxiliar

RECLAMAÇÃO DISCIPLINAR Nº 28/2017-CGE


Relator: Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral
Procedência: Brasília/DF
Reclamante: SIGILOSO
Advogados: RICARDO MARTINS JÚNIOR e FABRÍCIO JULIANO MENDES MEDEIROS
Reclamado: SIGILOSO

Protocolo nº 7.641/2017-TSE

DESPACHO

1. Em atendimento ao despacho proferido em 6.10.17 (fls. 105-106) pelo Dr. BRUNO CÉSAR LORENCINI, então Juiz Auxiliar
desta Corregedoria-Geral, a CRE/BA, por intermédio do Ofício 472/SECAU/COAJUC/CRE (fls. 115), informou que a Reclamação
4.706/CRE, deflagrada em desfavor do juiz da 132ª ZE/BA (Conceição do Coité), encontra-se com vistas ao MPE, para fins de
manifestação.
2. Assim, considerando os esclarecimentos prestados pela CRE/BA, de ordem, aguardem os autos em Secretaria por 30 dias,
após o que sejam solicitadas informações atualizadas daquela unidade correcional sobre o referido processo. Recebidas,
conclusos.
Brasília, 13 de dezembro de 2017.

DIEGO CÂMARA ALVES


Juiz Auxiliar

Documentos Eletrônicos Publicados pelo PJE

Intimação de pauta

Intimação de Pauta

Para julgamento do processo abaixo relacionado, a partir da próxima sessão, respeitado o prazo de 24 horas, contado desta
publicação.
RECLAMAÇÃO (1342) N° 0603461-29.2017.6.00.0000
ORIGEM: BRASÍLIA - DF

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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 106

RELATOR: Corregedor Geral Eleitoral Ministro Napoleão Nunes Maia Filho


PARTES DO PROCESSO

RECLAMANTE: SOLIDARIEDADE (SD) - NACIONAL


Advogados do(a) RECLAMANTE: CAROLINE MARIA VIEIRA LACERDA - DF42238, RODRIGO MOLINA RESENDE SILVA - DF28438,
TIAGO CEDRAZ LEITE OLIVEIRA - DF23167
RECLAMADO: REDE GLOBO DE TELEVISÃO
Advogados do(a) RECLAMADO: VITOR PERDIZ DE JESUS BORBA - DF31770, RODRIGO NEIVA PINHEIRO - DF18251, JOSE PERDIZ
DE JESUS - DF10011, EDUARDO GARGIULO ORNELAS SANTIAGO - RJ114810, BRUNA MANHAES PALMIERI - RJ158041, MARIANA
COIMBRA GASPAR - RJ118119, JULIANA CARVALHO ITURRIAGA - RJ99711, ANA PAULA PUTINI HALLA - RJ101695, MARIANA
LEONE DE CARVALHO PALERMO - RJ134827, TATI FERREIRA NETTO - RJ089525, ISABELLA GIRAO BUTRUCE - RJ83041, SANDRA
REGINA ROGENFISCH - RJ67221, GABRIELA SALOMAO VAZ MOREIRA - RJ085265, JOSE CARLOS BENJO - RJ64048, JOSE AMERICO
PEREIRA DOS SANTOS BUENTES - RJ35786

Jean Carlos Silva de Assunção

Assessor de Plenário

SECRETARIA DO TRIBUNAL

Atos do Diretor-Geral

Portaria

Portaria TSE nº 982, de 13 de dezembro de 2017.

O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, com base no inciso XV do art. 116 do Regulamento
Interno e no caput do art. 38 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
R E S O L V E:
designar WELLINGTON ROBERTO RODRIGUES SIQUEIRA, Técnico Judiciário, Área Administrativa, para substituir a Chefe de
Seção de Planejamento de Contratações e Elaborações de Termos de Referência, Nível FC-6, da Coordenadoria de Tecnologia
Eleitoral, da Secretaria de Tecnologia da Informação, no período de 14.12.2017 a 5.1.2018.
MAURICIO CALDAS DE MELO
DIRETOR-GERAL
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Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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Ano 2017, Número 243 Brasília, sexta-feira, 15 de dezembro de 2017 Página 107

SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

SECRETARIA DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

COMISSÃO PERMANENTE DE ÉTICA E SINDICÂNCIA DO TSE

(NÃO HÁ PUBLICAÇÕES NESTA DATA)

Diário da Justiça Eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral. Documento assinado digitalmente conforme MP n. 2.200-2/2001, de 24.8.2001, que institui a Infra
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