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Sumário
1. Biografia....................................................................................................................1
2. Cronologia de vida e da obra de Freud..................................................................18
Bibliografia...................................................................................................................32
1
SIGMUND FREUD
1. Biografia
Merece ser lembrado um ponto que ele próprio menciona: o amor sem
desfalecimentos que sua mãe sempre lhe votou, ao qual atribui a confiança e a
segurança que demonstrou em todas as circunstâncias.
Por sua vez, Emanuel e Philipp emigraram para Manchester. Um ano depois,
não tendo conseguido modificar sua má situação econômica, Jacob decidiu
estabelecer-se em Leopoldstrasse, o bairro judeu de Viena.
Foi um aluno muito bom em seus estudos secundários, e foi sem uma vocação
especial que no outono de 1873, Freud começou seu estudo de medicina. Devem se
destacar duas coisas, uma ambição precocemente formulada e reconhecida e “o
desejo de contribuir com alguma coisa, durante sua vida, para o conhecimento da
humanidade” (“Psicologia dos Estudantes”,1914).
Freud entrou no Instituto de Fisiologia, dirigido por E. Brücke, após três anos de
estudos médicos, em 1876. Depois dessa experiência, Freud passou do instinto de
zoologia para o de fisiologia, tornando-se aluno de Ernst Wilhelm von Brucke,
eminente representante da escola antivitalista fundada por Helmholtz. Foi nesse
instituto, onde ficou seis anos, que fez amizade com Josef Breuer. Entre 1879 e
1880, forçado a uma licença para cumprir o serviço militar, enganava o tédio
traduzindo quatro ensaios de John Stuart Mill (1806-1873), sob a direção de Theodor
Gomperz (1832-1912), escritor e helenista austríaco, responsável pela publicação
alemã das obras completas desse filósofo inglês, teórico do liberalismo político.
Em 1882, depois de obter seu diploma, ficou noivo de Martha Bernays (Martha
Freud), que se tornaria sua mulher. Por razões financeiras, renunciou então à
carreira de pesquisador e decidiu tornar-se clínico. Nos três anos seguintes,
trabalhou no Hospital Geral de Viena, primeiro no serviço de Hermann Nothnagel,
depois no de Theodor Meynert. Ali, ficou conhecendo Nathan Weiss (1851-1883), e
quando esse novo amigo se suicidou por enforcamento, Freud ficou transtornado.
“Sua vida, escreveu a Martha, parece ter sido a de um personagem de romance, e
sua morte uma catástrofe inevitável.”
Em 1890, consegue convencer seu amigo Breuer a escrever com ele uma obra
sobre a histeria. Seu trabalho em comum dará lugar à publicação, em 1893, de
“Sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos: comunicação preliminar”,
que irá abrir caminho para “Estudos sobre a histeria”; já se encontra nele a idéia
freudiana de defesa, para proteger o sujeito de uma representação “insuportável” ou
“incompatível”. No mesmo ano, em um texto intitulado “Algumas Considerações para
um Estudo Comparativo das Paralisias Motoras Orgânicas e Histéricas”, publicado
em francês em “Archives neurologiques”, Freud afirma que “a histeria se comporta,
nessas paralisias e outras manifestações, como se a anatomia não existisse, ou
como se ela não tomasse disso nenhum conhecimento”.
Aquilo com que estamos lidando é um texto; sem dúvida, o sonho é constituído
principalmente de imagens, mas o acesso a elas só pode ser obtido pela narrativa
do sonhador, que constitui seu “conteúdo manifesto”, que é preciso decifrar, como
Champollion fez com os hieróglifos egípcios, para descobrir seu “conteúdo latente”.
O sonho é constituído como os “restos diurnos”, aos quais são transferidos os
investimentos afetados pelas representações de desejo. O sonho, ao mesmo tempo
em que protege o sono, assegura, de uma forma camuflada, uma certa “realização
de desejo”. A elaboração do sonho é feita por técnicas especiais, estranhas ao
pensamento consciente, a condensação (um mesmo elemento representava vários
pensamentos do sonho) e o deslocamento (um elemento do sonho é colocado no
lugar de um pensamento latente).
A obra reúne toda uma série de pequenos acidentes, aos quais quase não se
dá, via de regra, nenhuma atenção, como os esquecimentos de palavras, as
“lembranças encobridoras”, os lapsos da palavra ou escrita, os erros de leitura e
escrita, os equívocos, os atos falhos, etc.
1. não deve ultrapassar um certo limite fixado por nosso juízo, isto é, aquilo que
chamamos de “os limites do ato normal”;
3. não podem ser caracterizados assim a não ser que os motivos nos escapem
e que fiquemos reduzidos a invocar o “acaso” ou a “falta de atenção”.
O terceiro texto, “Os chistes e sua relação com o inconsciente” (Der Witz und
seine Beziehung zum Unbewuften), é publicado em 1905. Diante desse material logo
e difícil, alguns se perguntaram por que Freud tinha julgado necessário acumular
uma quantidade tão grande de exemplos, com uma classificação complicada. Sem
dúvida, porque suas teses eram difíceis de pôr em evidência. Eis as principais. “O
espírito reside apenas na expressão verbal”. Os mecanismos são os mesmos do
sonho, a condensação e o deslocamento. O prazer que o espírito engendra está
ligado à técnica e à tendência satisfeita, hostil ou obscena. Porém, um terceiro
ocupa sobretudo nele um papel principal, e é isso o que o distingue do cômico.
Em 1902, com Alfred Adler, Wilhelm Stekel, Max Kahane (1866-1923) e Rudolf
Reitler (1865-1917), fundou a Sociedade Psicológica das Quartas-Feiras, primeiro
círculo da história do freudismo. Durante os anos que se seguiram, muitas
personalidades do mundo vienense se juntaram ao grupo: Paul Federn, Otto Rank,
Fritz Wittels, Isidor Sadger. Foi durante essas reuniões que se elaborou a idéia de
uma possível aplicação da psicanálise a todas as áreas do saber: literatura,
antropologia, história, etc. O próprio Freud defendeu a noção de psicanálise
aplicada, publicando uma fantasia literária: “Delírios e sonhos na Gradiva de Jensen
(1907)”.
No dia 3 de março de 1907, Carl Gustav Jung, aluno e assistente de Bleuler, foi
a Viena para conhecer Freud. Depois de várias horas de conversa, ficou encantado
com esse novo mestre. Seria o primeiro discípulo não-judeu de Freud.
Entre 1909 e 1913, Freud publicou mais duas obras: “Leonardo da Vinci e uma
lembrança da sua infância” (1910) e “Totem e tabu” (1912-1913). A partir de 1910, a
expansão do movimento se traduziu por dissidências, tendo como motivo
simultaneamente quer elas pessoais e questões teóricas e técnicas. Às rivalidades
narcísicas se acrescentaram críticas sobre a duração dos tratamentos, a questão da
transferência e da contratransferência, o lugar da sexualidade e a definição da
noção de inconsciente.
Nos anos 1920, Freud publicou três obras fundamentais, através das quais
definiu sua segunda tópica e remanejou inteiramente sua teoria do inconsciente e do
dualismo pulsional: “Mais-além do princípio do prazer” (1920), “`Psicologia das
massas e análise do eu” (1921), “O eu e o isso” (1923). Esse movimento de
reformulação conceitual já começara em 1914, quando da publicação de um artigo
dedicado à questão do narcisismo. Confirmou-se, em 1915, com a elaboração de
uma metapsicologia e a publicação de um ensaio sobre a guerra e a morte, no qual
Freud sublinhava a necessidade para o sujeito de “organizar-se em vista da morte, a
fim de melhor suportar a vida”. Dessa reformulação, centrada na dialética da vida e
da morte e em uma acentuação da oposição entre o eu e o isso, nasceriam as
diferentes correntes do freudismo moderno: kleinismo, Ego Psychology, Self
Psychology, lacanismo, annafreudismo, Independentes.
Entre 1929 e 1939, manteve uma crônica de seus encontros (Kürzeste Chronik,
Crônica brevíssima), que seria publicada por Michael Molnar em Londres, em 1992.
Cada vez mais pessimista quanto ao futuro da humanidade, Freud não tinha
nenhuma ilusão sobre a maneira como o nazismo tratava os judeus e a psicanálise:
“Como homem verdadeiramente humano, escreveu Zweig, ele estava
profundamente abalado, mas o pensador não se surpreendia absolutamente com a
espantosa irrupção da bestialidade.” Entretanto, no dia seguinte ao incêndio do
Reichstag, decidiu com Eitingon manter a existência do BPI. Embora não aprovasse
a política de “salvamento” da psicanálise, preconizada por Jones, cometeu o erro de
privilegiar a luta contra os dissidentes (Reich e os adlerianos), ao invés de recusar
qualquer compromisso com Matthias Heinrich Göring, o que teria levado à
suspensão de todas as atividades psicanalíticas, logo que Hitler chegou ao poder.
A edição inglesa, realizada por James Strachey sob o título “Standard Edition of
the Complete Psychological Works of Sigmund Freud (SE)”, é a única edição crítica
da obra de Freud. É por isso que, mais ainda do que as “Gesammelte Werke”, é uma
obra de referência no mundo inteiro.
Observe-se que Freud publicou cinco grandes casos clínicos, que foram
comentados ou revistos por seus sucessores: Ida Bauer (Dora), Herbert Graf (O
Pequeno Hans), Ernst Lanzer (O Homem dos Ratos), Daniel Paul Schreber, Serguei
Constantinovitch Pankejeff (O Homem dos Lobos). Segundo o quadro das filiações
estabelecido por Ernst Falzeder em 1994, Freud formou na análise didática mais de
60 práticos, na maioria alemães, austríacos, ingleses, húngaros, neerlandeses,
americanos, suíços, aos quais se acrescentam os pacientes cuja identidade se
ignora.
Foi talvez Stefan Zweig, em 1942, quem redigiu um dos relatos mais realistas
de Freud: “Não se podia imaginar um indivíduo de espírito mais intrépido. Freud
ousava a cada instante expressar o que pensava, mesmo quando sabia que
inquietava e perturbava com suas declarações claras e inexoráveis; nunca
procurava tornar sua posição menos difícil através da menor concessão, mesmo de
pura forma. Estou convencido de que Freud poderia ter exposto, sem encontrar
resistência por parte da universidade, quatro quintos de suas teorias, se estivesse
disposto a vesti-las prudentemente, a dizer “erótico” em vez de “sexualidade”, “Eros”
em vez de “libido” e a não ir sempre até o fundo das coisas, mas limitar-se a sugeri-
las. Mas, desde que se tratasse de seu ensino e da verdade, ficava intransigente;
quanto mais firme era a resistência, tanto mais ele se afirmava em sua resolução.
Quando procuro um símbolo da coragem moral- o único heroísmo no mundo que
não exige vítimas – vejo sempre diante de mim o belo rosto de Freud, com sua
clareza viril, com seus olhos sombrios de olhar reto e viril”.
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1885
1886
- Em setembro, Freud se casa com Martha Bernays, com quem terá 6 filhos.
1887
- Conhece Fliess.
- Pratica hipnose.
1888
1889
1890
1891
- Instala seu consultório na Berggasse, em Viena. Freud ficaria ali por quase
cinqüenta anos, até sua partida para a Inglaterra.
1892
1893
1894
1895
- Freud faz a primeira interpretação de um sonho seu: "A injeção de Irma", que
parece ser a encenação de um romance familiar das origens e da história da
psicanálise.
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- Nasce em dezembro seu quinto filho, Anna Freud, a filha mais velha, que se
tornará psicanalista e fundará sua própria corrente. Se tornará uma célebre
psicanalista de crianças.
1896
- Entre 1896 e 1907, Freud viaja à Itália muitas vezes, para passar suas férias
de verão.
1897
1898
1899
1900
1901
1902
1903
- Freud analisa uma criança de 5 anos. É a primeira psicanálise feita em
crianças.
1904
1905
- Conhece Jung.
1906
1907
1908
- Sandor Ferenczi visita Freud pela primeira vez, depois de ler A Interpretação
dos Sonhos. A partir deste encontro, trocam cerca de 1.200 cartas durante 25 anos.
1909
27
1910
- Freud publica : “Um tipo especial de escolha de objeto feita pelos homens”,
“Psicanálise selvagem ou silvestre” , “As perspectivas futuras da terapia
psicanalítica”, “A significação antitética das palavras primitivas”, “Cinco lições de
psicanálise” e “Leonardo da Vinci e uma lembrança da sua infância” (inicio dos
estudos da neurose à psicose) .
1911
1912
1913
- Início do conflito entre Jung e Freud, após Jung tentar convencer Freud a
dessexualizar sua doutrina. O conflito resultará, na ruptura definitiva entre eles.
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1914
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1916
1917
- Freud publica : “Conferências introdutórias sobre psicanálise”, “Luto e
melancolia”, “As transformações da pulsão exemplificadas no erotismo anal” (As
transformações do instinto exemplificadas no erotismo anal), “Suplemento
metapsicológico à teoria dos sonhos”, “Uma dificuldade no caminho da psicanálise”,
e “Tabu da virgindade”.
1918
1919
1920
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- A filha mais velha de Freud, Sofia, veio a falecer e depois o seu neto, filho de
Sofia.
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1939
1951
Bibliografia
Internet:
http://www.ebp.org.Br
http://www.freud.rg3.net/
http://fundamentosfreud.vilabol.uol.com.br/biografia.html