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Digestão
Possuem cavidade digestiva dotada de apenas uma abertura – a boca, que serve tanto
para a entrada de alimento como para a eliminação de materiais não digeridos. Trata-
se de um sistema digestivo incompleto.
Reprodução
Entre os platelmintos, encontram-se padrões de reprodução assexuada e sexuada.
Além dos platelmintos, estes tipos de vermes, estão distribuídos ainda entre
os anelídeos e os nematelmintos.
VEJA TAMBÉM: Características Gerais dos Platelmintos
Esquistossomos
O macho possui um canal - o canal ginecóforo, onde a fêmea, mais longa e delgada,
permanece alojada. O hospedeiro intermediário é o caramujo, um molusco do
gênero Biomphalaria. Os caramujos vivem em águas de lagoas e de córregos com
pouca correnteza.
O contato das pessoas com águas contaminadas torna a infecção quase obrigatória. O
local da penetração é na pele, podendo apresentar vermelhidão e prurido.
A fase aguda da doença pode evoluir de forma grave, com mau funcionamento do
fígado, estado de coma e morte.
Tênia
Parasita do tubo digestivo, conhecida por solitária, uma vez que cada pessoa é
parasitada por apenas um exemplar da tênia. Pode chegar a 15 m de comprimento.
A respiração através de toda a superfície do corpo torna estes animais vulneráveis à perda de
fluidos o que os restringe a ambientes onde a desidratação seja improvável, nomeadamente o mar,
as massas de água doce e os habitats terrestres húmidos (tais como sob a manta morta ou entre os
grãos de solo) e como parasitas dentro de outros animais.[5]
O espaço entre a pele e a parede do intestino é preenchido com mesênquima, um tecido
conjuntivo constituído por células reforçadas por fibras de colagénio que actuam como um tipo
de esqueleto, proporcionando pontos de fixação para os músculos. O mesênquima contém todos os
órgãos internos e permite a passagem de oxigénio, nutrientes e produtos excretórios. O tecido é
composto por dois tipos principais de células: (1) células fixas, algumas das quais
com vacúolos cheios de líquido; e (2) células estaminais, que se podem transformar em qualquer
outro tipo de célula, utilizados na regeneração de tecidos após lesão ou para reprodução
assexuada.[5]
A maioria dos platelmintas não têm ânus e regurgitam o material não digerido pela boca. No
entanto, algumas espécies de corpo alongado têm um ânus e algumas espécies com intestino
complexo ramificado podem ter mais de um ânus, uma vez que a excreção apenas através da boca
seria difícil.[8] O intestino é revestido com uma camada única de células derivadas
da endoderme que absorvem e digerem os alimentos. Algumas espécies iniciam o processo
digestivo pela quebra e suavização do alimento através da secreção de enzimas para o intestino ou
da faringe.[5]
Todos os animais necessitam para manter a concentração de substâncias dissolvidas nos fluidos
corporais a um nível relativamente constante. Os parasitas internos e os animais marinhos de vida
livre vivem em ambientes com altas concentrações de materiais dissolvidos e geralmente deixam
seus tecidos manter um nível de concentração semelhante ao do ambiente, enquanto os animais de
água doce precisam de impedir que seus fluidos corporais se tornem demasiado diluídos. Apesar
desta diferença, resultado das especificidades ambientais, a maioria dos platelmintas usa o mesmo
sistema para controlar a concentração dos seus fluidos corporais: células especializadas,
designadas por células-chama (ou células-flama), assim chamadas porque quando visto ao
microscópio o batimento dos seus flagelos se parece com a chama bruxuleante de uma vela,
extraem do mesênquima a água que contém resíduos e algum material reutilizável, conduzindo o
fluido retirado através de redes de células tubulares revestidas por flagelos e microvilosidades. Os
flagelos das células do tubo conduzem a água para saídas chamados nefridióporos, enquanto
as microvilosidades reabsorvem materiais reutilizáveis e água, tanta quanto necessário para manter
os fluidos do corpo na concentração correcta. Estes agrupamentos de células-chama e células
tubulares são chamados protonefrídeos.[5][10]
Em todos os platelmintas, o sistema nervoso está concentrada na extremidade da cabeça. Estas
concentração é menos marcada nos Acoelomorpha, que apresentam redes nervosas semelhantes
às dos cnidários e ctenóforos, embora mais densas em torno da cabeça. Outros platelmintas têm
anéis de gânglios na cabeça e troncos nervosos principais que funcionam ao longo dos seus
corpos.[5][8]
Sistema digestivo[editar | editar código-fonte]
Possui apenas uma abertura em todo o sistema, portanto é incompleto. Constitui-se
por boca, faringe e intestino ramificado que termina em fundo cego. Os cestóides (endoparasitas,
como a ténia) não possuem sistema digestivo. A digestão é extra e intracelular.[9]
Sistema nervoso[editar | editar código-fonte]
Apresentam sistema nervoso central formado por um anel nervoso ligado a cordões longitudinais ou
por um par de gânglios cerebroides dos quais partem filetes nervosos laterais que percorrem todo o
corpo, emitindo ramificações. Isso permite uma melhor coordenação do sistema muscular, bem
desenvolvido, o que disciplina os movimentos do animal e lhe dá mais orientação.[9]
Sistema excretor[editar | editar código-fonte]
A excreção é feita através dos protonefrídeos que
incluem células terminais multiciliadas denominadas de células-flama (ou solenócitos). Estruturas
típicas dos platelmintes, as células-flama eliminam os excreta para dentro de ductos
anastomosados, e por vezes ciliados, que se abrem para o exterior por um ou mais poros.[9]
São amoniotélicos, pois excretam amónia e não ureia como os mamíferos.[9]
Sistemas respiratório e circulatório[editar | editar código-fonte]
Os platelmintos não possuem sistemas ou órgãos especializados em trocas gasosas ou respiração
nem destinados à distribuição de nutrientes pelo corpo. O oxigénio e o dióxido de carbono são
transferidos através da pele e dos tecidos por difusão molecular.[9] Os nutrientes são absorvidos
directamente pelos tecidos a partir do tracto digestivo ou da pele (no caso dos endoparasitas).
Sistema reprodutor[editar | editar código-fonte]
Geralmente são hermafroditas, podendo ou não praticar a autofecundação, sendo que alguns se
reproduzem por partenogénese.[9]
Nos turbelários e trematódeos monogenéticos o desenvolvimento é direto. Já nos digenéticos e
cestoides é indireto. Os platelmintes de menor porte podem-se dividir por fissão(também chamada
de bipartição). As planárias reproduzem-se por reprodução assexuada através de um processo de
fissão longitudinal em que cada metade regenera e forma uma nova planária.
Os platelmintos também podem realizar reprodução sexuada, sendo disso exemplo as planárias,
que se unem e trocam sémen, reproduzindo-se por fecundação cruzada.[9]
Turbellaria (turbelários) — platelmintas de vida livre, com epitélio ciliado, ocelos e aurículas
(estruturas quimiorreceptoras utilizadas para localizar alimentos e detectar predadores).
Exemplo: planária (Digesia tigrina);
Trematoda (tremátodes ou trematódios) — vermes parasitas com epiderme não-ciliada e uma
ou mais ventosas. Exemplo: Schistosoma mansoni;
Cestoda (céstodes) — formas parasitas com corpo dividido em anéis ou proglotes.
Exemplo: Taenia solium;
Monogenea (monogéneos) — ectoparasitas de vertebrados aquáticos, especialmente peixes.
Esta classificação foi há muito reconhecida como artificial[12] e em 1985 foi proposto um novo
sistema de classificação, filogenicamente mais correcto, no qual o grupo Turbellaria, que era em
larga escala polifilético, foi dividido numa dúzia de ordens e os grupos Trematoda, Monogenea e
Cestoda foram agrupados na nova ordem Neodermata.
Apesar disso, e sem prejuízo da nova classificação (apresentada abaixo) ter obtido amplo consenso
entre os taxonomistas e geneticistas, a classificação tradicional continua a ser rotineiramente
utilizada em alguns campos do saber, especialmente nas ciências biomédicas e na parasitologia,
excepto em artigos científicos.[5]
Os fósseis mais antigos de vermes-planos parasíticos que até agora foram identificados com
confiança são ovos de um céstode encontrados num coprólito de um tubarão datado do Pérmico,
mas ganchos de helmintas encontrados presos a acantódios e placodermes datados
do Devoniano podem provir de platelmintas parasíticos com ciclos de
vida simples.[13] O espécime mais antigo de platelminta de vida livre que se conhece é um fóssil
preservado em âmbar báltico datado do Eoceno e colocado no género
monotípico Micropalaeosoma como Micropalaeosoma balticus.[14] Os mais antigos espécimes de
subfóssil conhecidos são ovos de Schistosoma encontrados em antigas múmias egípcias.[4]
Os Platyhelminthes apresentam um número diminuto de sinapomorfias, no caso entendidas como
as características morfológicas partilhadas por todos os membros do agrupamento e que nenhum
outro animal, que não seja membro dos Platyhelminthes, tenha. Esta pobreza de características
distintivas torna difícil determinar tanto as relações filogenéticas com os outros grupos de animais
como as relações entre os diferentes grupos que são considerados, na actual circunscrição
taxonómica, membros dos Platyhelminthes.[15]
A visão taxonómica "tradicional", dominante antes da década de 1990, considerava os
Platyhelminthes como o grupo irmão de todos os restantes animais com simetria bilateral, grupo
que inclui, por exemplo, artrópodes, moluscos, anelídeos e cordados. Desde então, os progressos
conseguidos no campo da filogenia molecular, campo de estudo que visa determinar as "árvores
genealógicas" evolucionárias pela comparação das características bioquímicas de diferentes
organismos, recorrendo a compostos como o DNA, o RNA e as proteínas, mudaram radicalmente
essa visão e permitiram conhecer toda uma nova teia de relações evolucionárias entre espécies
animais.[16]
Análises morfológicas detalhadas das características anatómicas realizadas na década de 1980 e
as análises de filogenia molecular realizadas a partir do ano 2000 usando diferentes áreas
do genoma (segmentos de DNA) convergem no sentido de considerar os Acoelomorpha,
agrupamento que integra os Acoela (tradicionalmente considerados como turbelários muito
simples[8]) e os Nemertodermatida (outro pequeno grupo anteriormente classificado entre os
Turbellaria[17]) são o clado irmão de todos os outros animais com simetria bilateral, incluindo os
restantes Platyhelminthes.[16][18] Contudo, um estudo publicado em 2007 concluiu que Acoela e
Nemertodermatida são dois grupos distintos de Bilateria, apesar de concordar que ambos estão
filogeneticamente mais próximos dos cnidários (medusas, etc.) do que os outros bilaterianos.[19]
Xenoturbella, um género de animais com simetria bilateral cujo único órgão bem definido é
um estatocisto, foi originariamente classificado como um "turbelário primitivo",[20] mas foi
recentemente reclassificado como um animal deuterostómico.[21][22]
Na sua actual circunscrição taxonómica, os Platyhelminthes (excluindo os Acoelomorpha) contêm
dois grupos principais, Catenulida e Rhabditophora, ambos geralmente considerados
como monofiléticos (cada um contém todos e apenas os descendentes de um ancestral que é
membro do mesmo grupo).[18][23] As análises iniciais de filogenia molecular realizadas nos Catenulida
e Rhabditophora deixaram incertezas sobre a possibilidade de combinar ambos os grupos num
único grupo monofilético, mas um estudo realizado em 2008 concluiu por essa possibilidade,
podendo por isso o agrupamento Platyhelminthes ser redefinido como os Catenulida mais os
Rhabditophora, excluindo os Acoelomorpha.[18]
Os resultados de outras análises de filogenia molecular reforçam a visão de que o agrupamento
Platyhelminthes redefinido, isto é sem os Acoelomorpha, está filogeneticamente mais estreitamente
aparentado com os Gastrotricha e que ambos são parte do agrupamento conhecido por Platyzoa.
Por sua vez, os Platyzoa são geralmente reconhecidos como estando, pelo menos, estreitamente
relacionados com os Lophotrochozoa, um superfilo que inclui os moluscos e os vermes anelídeos. A
visão maioritária aceita que os Platyzoa são parte dos Lophotrochozoa, mas um minoria significativa
dos especialistas considera os Platyzoa como um clado irmão do grupo Lophotrochozoa.[16][24]
Desde 1985 que se estabeleceu como consensual que um dos grupos totalmente parasíticos de
Platyhelminthes (Cestoda, Monogenea e Trematoda) é monofilético e que conjuntamente estes
agrupamentos formam um grupo monofilético alargado, denominado Neodermata, no qual os
adultos de todos os membros apresentam neoderme, um tipo especial de derme
sincícial.[25] Contudo, não existe consenso sobre a possibilidade de combinar os Cestoda e
os Monogenea num grupo monofilético intermédio, os Cercomeromorpha, dentro dos
Neodermata.[25][26] Também é geralmente considerado consensual que os Neodermata são um
subgrupo, situado alguns níveis abaixo na "árvore genealógica", dos Rhabditophora.[18] Em
consequência, o tradicional sub-filo "Turbellaria" é parafilético, pois não inclui os Neodermata
paesar destes serem descendentes de um subgrupo de "turbelários".[27]
Com base nas relações acima expostas é possível estabelecer o seguinte cladograma explicitando
a relação dos grupos tradicionalmente considerados como constituindo os Platyhelminthes com os
restantes membros dos Bilateria:
Bilateria
Acoelomorpha (Acoela e Nemertodermatida)
Annelida
Sipuncula
Mollusca
Phoronida e Brachiopoda
Nemertea
Myzostomida
Platyzoa
Outros Platyzoa
Gastrotricha
Platyhelminthes
Relacionamento dos Platyhelminthes com os outros Bilateria[16] (a negrito estão os membros tradicionais dos
"Platyhelminthes").
Com base nas considerações de natureza filogenética, com destaque para os resultados de
análises de filogenia molecular, é possível estabelecer as seguintes relações entre os
agrupamentos taxonómicos que constituem os Platyhelminthes (na sua moderna circunscrição
taxonómica, isto é, sem os Acoelomorpha):
Platyhelminthes
Catenulida
Rhabditophora
Macrostomorpha
Trepaxonemata
Lecithoepitheliata
Polycladida
Rhabdocoela
Proseriata
Adiaphanida
Prolecithophora
Fecampiida
Tricladida
(planárias)
Bothrioplanida
Neodermata
Trematoda
Monogenea
Cestoda
Relações filogenéticas entre os grupos de Platyhelminthes (excluindo os Acoelomorpha).[23][28][29]
Dois turbelários a acasalar por esgrima peniana (penis fencing). Cada um dos animais tem dois pénis, os
esporões brancos na parte inferior das cabeças.
O grupo dos Turbellaria agrupa cerca de 4 500 espécies,[8] na sua maioria organismos de vida livre,
com comprimentos máximos que variam de 1 mm a 600 mm. São
maioritariamente predadores ou necrófagos, sendo as espécies terrestres principalmente animais
nocturnos que vivem em locais húmidos sombreados, tais como a manta morta de florestas ou
madeira húmida em apodrecimento. No entanto, alguns são simbiontes de outros animais,
especialmente de crustáceos, e alguns são parasitas. Os turbelários de vida livre são
principalmente de coloração negra, castanha ou acinzentada, mas algumas das espécies de
maiores dimensões são brilhantemente coloridas.[5]
Os grupos taxonómicos Acoela e Nemertodermatida eram tradicionalmente considerados como
turbelários,[8][17] mas são actualmente considerados como membros de um filo distinto, o
dos Acoelomorpha,[16][18] ou em alternativa considerados como dois filos distintos.[19] Também
o género Xenoturbella, um grupo de animais de anatomia muito simples,[20] foi reclassificado como
fazendo parte de um filo separado.[21] Esta circunscrição taxonómica é consensual e remoção destes
agrupamentos veio reduzir a polifilia do grupo Platyhelminthes.
Alguns turbelários apresentam uma faringe simples revestida por cílios. Muitas espécies
apresentam também cílios na epiderme, os quais são usados para locomoção e alimentação. Neste
último caso, os cílios epidérmicos são utilizados para encaminhar as partículas de alimento e as
pequenas presas para a boca, a qual está geralmente situada na região central da face inferior do
corpo, e daí para o interior do sistema digestivo. A maioria dos restantes turbelários apresentam
uma faringe que é eversível (pode ser alongada ao ser voltada de dentro para fora). A boca das
diferentes espécies pode estar situada em qualquer posição na face inferior do animal.[5]
A espécie de água doce Microstomum caudatum pode abrir a boca de forma quase tão alargada
como o comprimento do corpo, o que lhe permite engolir presas quase tão grandes como o próprio
animal.[8]
A maioria dos turbelários apresenta ocelos (pequenos olhos) com pigmentos fotorreceptores, um
par na maioria das espécies, mas dois ou mesmo três pares em algumas outras espécies. Algumas
espécies de maiores dimensões apresentam múltiplos olhos agrupados em cachos sobre o cérebro,
instalados sobre tentáculos, ou espaçados uniformemente em torno do bordo do corpo. Os ocelos
apenas podem distinguir a direcção de onde a luz incide, permitindo orientação para que os animais
a possam evitar.
Alguns grupos têm estatocistos, câmaras cheias de líquido contendo uma pequena partícula sólida
ou, em alguns grupos, duas dessas partículas. Estes estatocistos funcionam como sensores de
equilíbrio e de aceleração, função que também se sabe desempenharem nos cnidários e
nas medusas e ctenóforos. No entanto, os estatocistos dos turbelários não têm cílios sensoriais,
desconhecendo-se como detectam os movimentos e posições das partículas sólidas.
Por outro lado, a maioria dos turbelários apresenta células ciliadas sensíveis ao toque espalhadas
sobre o corpo, especialmente nos tentáculos e em torno dos bordos laterais. Apresentam ainda
células especializadas localizadas em depressões ou sulcos na cabeça, as quais são
provavelmente sensores olfactivos.[8]
As planárias, um subgrupo dos turbelários, são famosas pela sua capacidade de regeneração
quando o seu corpo é dividido transversalmente. Experiências mostram que em fragmentos que não
incluem a cabeça, uma nova cabeça cresce mais rapidamente nos fragmentos que resultam de
partes corporais mais próximas da cabeça original. Este resultado sugere que o crescimento de
uma nova cabeça é controlada por um produto químico cuja concentração diminui da cabeça à
cauda. Muitos turbelários autoclonam-se por divisão transversal ou longitudinal e outros,
especialmente os Acelomorpha (já considerados consensualmente como filo autónomo),
reproduzem-se por brotamento.[8]
A vasta maioria dos turbelários é hermafrodita, produzindo células reprodutivas femininas e
masculinas, e fertiliza os ovos internamente por copulação.[8] Algumas das espécies aquáticas de
maiores dimensões acasalam por esgrima peniana, um duelo em que cada um dos animais tenta
fecundar o outro, cabendo ao perdedor adoptar o papel de fêmea e desenvolver os ovos.[30] Na
maioria das espécies, quando os ovos eclodem emergem "adultos miniatura", mas algumas
espécies de maiores dimensões produzem larvas do tipo planctónico.[8]
Trematoda[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Trematoda
Ciclo de vida do género Metagonimus (Digenea).
Conhecem-se cerca de 1 100 espécies de Monogenea, a maioria das quais são parasitas externos
que necessitam de espécies hospedeiras particulares, principalmente peixes, mas em alguns casos
anfíbios ou répteis aquáticos. No entanto, alguns são parasitas internos.
Os adultos apresentam grandes órgãos de fixação na parte posterior do corpo, designados
por haptores (do grego ἅπτειν, haptein, "agarrar") ou opistatores, que têm ventosas, grampos e
ganchos. Apresentam frequentemente corpo achatado. Em algumas espécies, a faringe segrega
enzimas para digerir a pele do hospedeiro, permitindo que o parasita se alimente do sangue e dos
restos celulares do hospedeiro. Outros alimentam-se externamente ingerindo muco e flocos de pele
do hospedeiro. Estes parasitas apresentarem apenas uma geração não larval, daí o nome
«Monogenea».[8]
Cestoda[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Cestoda
Ciclo de vida de um eucéstode do género Taenia. A inserção 5 mostra o escolex (Taenia solium apresenta quatro
escolex, distribuídos por posições diametralmente opostas da cabeça) com um disco de ganchos na extremidade. A inserção 6
apresenta o corpo inteiro de uma ténia, em que o escolex é a minúscula ponta redonda mostrada no canto superior esquerdo, com
Escolex de Taenia.
Este grupo inclui as espécies frequentemente designadas por solitárias ou vermes-fita por causa de
seus corpos lisos e finos, mas muito longos. O nome "cestode" é derivado do
vocábulo latino cestus, que significa "cinto".
Os adultos de todas as cerca de 3 400 espécies conhecidas são parasitas internos (endoparasitas).
Com uma anatomia adaptada em extremo a este modo de vida, os cestodes não têm boca ou
sistema digestivo, alimentando-se através da membrana sincicial que lhes serve de pele, a qual
absorve nutrientes (principalmente carboidratos e aminoácidoss) dos fluidos corporais do anfitrião,
ao memso tempo que o esconde quimicamente o parasita para evitar ataques do sistema
imunitário do hospedeiro.[8]
A falta de carboidratos na dieta do hospedeiro impede o crescimento dos parasitas e mata alguns.
O metabolismo destes parasitas geralmente utiliza processos químicos simples, mas ineficientes,
que compensam consumindo grandes quantidades de alimentos em relação ao seu tamanho.[5]
Na maioria das espécies, agrupadas no subgrupo conhecido por eucéstodes ("verdadeiros
céstodes"), a parte posterior do corpo produz uma cadeia de segmentos, designados
por proglotes ou proglotídeos, por um processo conhecido por estrobilação. Em consequência, os
proglotes mais maduros são os mais afastados do escólex, sendo libertados progressivamente à
medida que novos vão sendo formados na parte anterior da «fita».
Os adultos da espécie Taenia saginata, que infesta humanos, podem formar proglotes em cadeias
que atingem mais de 20 m de comprimento, apesar de cerca de 4 m ser o comprimento mais
comum.
Cada proglote apresenta simultaneamente órgãos reprodutivos masculinos e femininos. Se o
intestino do hospedeiro contiver mais do que um céstode adulto da mesma espécie, em geral
fertilizam-se mutuamente, mas proglotes do mesmo espécime podem fertilizar-se entre si ou
mesmo autofertilizar-se. Quando os ovos estão completamente desenvolvidos, os proglotes
destacam-se do corpo do progenitor e são excretados pelo hospedeiro.
O ciclo de vida dos eucéstodes é menos complexo do que o dos Digenea, mas varia em função da
espécie ou do género a que esta pertence. Por exemplo:
Callioplana marginata
Prostheceraeus vittatus
Prostheceraeus giesbrechtii
Thysanozoon nigropapillosum
Pseudoceros bifurcus
Pseudoceros susanae
Pserudobiceros gloriosus
Pseudobiceros sp.
Pseudobiceros sp.
Eurylepta sp.
Bipalium sp.
Dugesia subtentaculata