Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
- EXECUÇÃO FISCAL;
- AÇÃO DECLARATÓRIA;
- MANDADO DE SEGURANÇA.
1. INTRODUÇÃO
O processo judicial tributário conta com ações de iniciativa do Fisco e com ações
de iniciativa do contribuinte.
Com efeito, a Lei n. 8.397/92 instituiu a medida cautelar fiscal, cujo objetivo é
igual o de qualquer outra cautelar, qual seja, assegurar a efetividade do processo,
seja ele de conhecimento ou executivo.
Veja que não é necessário que haja Execução Fiscal em curso. O Estado-Fisco
pode manejar a medida antes mesmo da propositura da Execução Fiscal,
consoante o art. 1º da Lei n. 8.397/92, in verbis:
Com efeito, os requisitos da Ação Cautelar Fiscal não diferem dos requisitos
ordinários das cautelares em geral, que são: o fumus boni iuris e o perigo da
demora.
Art. 3° (...)
No particular, o fumus boni iuris da Ação Cautelar Fiscal consiste na prova literal
constituição do crédito fiscal (art. 3º, inciso I). Todavia, nem sempre será
necessário que o crédito tributário esteja regularmente constituído.
Art. 2º.
(...)
O perigo da demora, por sua vez, consiste nos atos concretos de desfazimento do
patrimônio praticados pelo contribuinte (art. 3º, inciso II). Uma listagem de
possíveis atos concretos encontra-se no art. 2º da Lei, in verbis:
Observe que não se trata de um rol exaustivo. Isso porque o inciso IX do art. 2º
da Lei n. 8.397/92 preceitua genericamente que “outros atos que dificultem ou
impeçam a satisfação do crédito” podem ensejar a medida cautelar fiscal.
Como dito, a Ação Cautelar Fiscal pode ser ajuizada antes ou depois da
propositura da Ação de Execução Fiscal. De um modo ou de outro, ela deve ser
ajuizada perante o juízo competente para processar e julgar a Ação de Execução
Fiscal.
Como se trata de uma ação como outra qualquer, a petição inicial da Ação
Cautelar Fiscal deverá preencher os requisitos do art. 6º da referida Lei, os quais
se assemelham com os do art. 319 do NCPC, in verbis:
V - o valor da causa;
Nesse contexto, o art. 4º da Lei prevê casos em que a indisponibilidade dos bens
pode atingir os bens do sócio gerente. Veja:
Como se vê, a lei exige apenas que se trate de sócio gerente à época do fato
gerador, nos casos de lançamento de ofício, ou à época do inadimplemento da
obrigação fiscal nos demais casos. Observa-se que a Lei de Medida Cautelar
Fiscal não exige que o sócio gerente tenha agido com excesso de poderes ou
infração de lei, contrato social ou estatuto (art. 135, III, do CTN).
Além dessa discussão, o art. 4º traz outra controvérsia, qual seja: a medida
de indisponibilidade sempre recairá somente sobre os bens do ativo permanente
ou há exceção à regra?
Perceba que essa disposição legal foge à regra aplicada às ações cautelares,
prevista no art. 308 do NCPC:
IV - se o requerido promover
a quitação do débito que está sendo
executado.
O art. 17 regula a apelação, que será destituída de efeito suspensivo, o que foge
à regra do art. 1.012 do NCPC.
Hugo de Brito Machado Segundo2 ensina acerca da tutela a ser obtida por
meio da ação anulatória de débito fiscal:
Veja que a liminar não pode ficar condicionada ao depósito, tendo em vista
que são hipóteses distintas de suspensão do crédito tributário (art. 151, II, do
CTN). Com efeito, o art. 151, V, do CTN prevê autonomamente que a concessão
de liminares em ações suspende o crédito tributário.
Todavia, essa posição foi alterada mediante a previsão legal do art. 166 do CTN,
in verbis:
Veja que uma coisa é diferente da outra. Uma coisa é a restituição proporcional
dos juros e multas pagas conjuntamente com um valor recolhido a título de
tributo. Outra coisa é os juros e correção monetária que devem ser pagos pelo
Fisco, tendo em vista a utilização de capital alheio.
Eis a razão pela qual o contribuinte apenas se resguarda da mora do que foi
consignado. Se houver alguma diferença de valor em favor do Estado-Fisco, o
contribuinte terá que pagar todos os encargos referentes a tal
diferença. Os parágrafos do artigo acima transcrito preceituam:
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/
§ 1º A consignação só pode versar sobre o crédito
que o consignante se propõe pagar.
Ademais, para o êxito da consignação, ela deve ser feita em dinheiro e não
mediante o depósito do valor que o contribuinte acha devido, pois é vedado o
intento de fazer depósitos parceladamente. Veja os seguintes julgados:
3. De acordo com o Min. Luiz Fux, a referida ação não pode ser servil à
obtenção de parcelamento do débito tributário, sob pena de fazer da
legislação, que prevê o referido benefício, letra morta.
Vale asseverar que o art. 541 do NCPC não tem aplicação em âmbito
tributário. Veja o que dispõe o referido preceito legal:
(...)2. Por força dos artigos 113, § 1º, 140, 141 e 156, inciso VI, do Código
Tributário Nacional, o prazo de 5 dias previsto no art. 892 do CPC (541, NCPC)
não é aplicável aos depósitos judiciais referentes a créditos tributários, de tal
sorte que são exigíveis multa e juros de mora caso o depósito não seja realizado
dentro do prazo de vencimento do tributo. Mutatis mutandis, vide: REsp
1351073/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe
Preparação de qualidade para concursos? http://www.ebeji.com.br/
13/05/2015; AgRg no Ag 1239917/SP, Rel. Ministro Castro Meira,
Segunda Turma, DJe 17/05/2010; REsp 622.183/RS, Rel. Ministra
Denise Arruda, Primeira Turma, DJ 17/09/2007; REsp 624.156/RS, Rel.
Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ 20/03/2007.
Veja, por fim, após a citação válida na ação declaratória, restará interrompido o
prazo para ajuizamento da ação de repetição de indébito, cujo objetivo será o de
reaver o tributo indevidamente pago dada a inexistência declarada da relação
jurídica tributária, in verbis:
f) MANDADO DE SEGURANÇA
Assim sendo, caso o contribuinte queira reaver o dinheiro pago, ele deve
ajuizar a Ação de Repetição de Indébito. Caso ele apenas pretenda
compensar o valor indevidamente pago com o de algum tributo por ele devido,
ele pode ajuizar o MS com o fito de obter tutela declaratória do direito à
compensação, conforme resvala a S. 213 do STJ, in verbis:
SÚMULAS DO STF
SÚMULAS DO STJ