Você está na página 1de 2

RESUMO DO PROCESSO 10580.

100191/2020-31
Trata-se de um contrato de prestação de serviços de engenharia e
realização de obras de reforma de instalações e adequações nas dependências
da SRA/BA, bem como instalação e ou reparo dos sistemas de proteção contra
descargas atmosféricas (SPDA), firmado entre a SRA/ME/BA e RMA
ATIVIDADES CONSTRUTIVAS EIRELI, perfazendo o valor de R$ 295.320,59
(duzentos e noventa e cinco mil; trezentos e vinte reais e cinquenta e nove
centavos).
O contrato foi publicado no Diário Oficial da União no dia 30 de novembro
de 2020, tendo retornado à PFN, no dia 09 de julho de 2021, para análise e
parecer da Minuta do Termo Aditivo nº 01/2021 (doc. SEI nº 16900353), o qual
tinha, por sua vez, a finalidade de promover alterações no contrato, a fim de
conformá-lo ao Projeto de Prevenção e Segurança Contra Incêndio e Pânico
(PPSCIP) aprovado pelo Corpo de Bombeiros da Bahia.
Posto isto, ao analisar o Requerimento de Aditivo e Equilíbrio Econômico
do Contrato (doc. SEI nº 15352618), realizado pela empresa contratada,
verificou-se a solicitação de um aditivo contratual no valor de R$ 35.842,60 (trinta
e cinco mil, oitocentos e quarenta e dois reais e sessenta centavos), bem como
um reajuste contratual, no valor de R$ 47.983,35 (quarenta e sete mil,
novecentos e oitenta reais e trinta e cinco centavos), em face da elevação do
custo dos materiais e da mão de obra, conforme demonstrado nas planilhas
anexadas (doc. SEI nº 16297105, 16869135).
Por outro lado, ao perscrutar a planilha apresentada pela empresa
contratada, constatou-se a supressão de alguns serviços, o que resultou na
redução de R$ 133.094,81 (cento e trinta e três mil, noventa e quatro reais e
oitenta e um centavos) no valor do contrato, assim como um acréscimo no valor
do contrato de R$ 160.763,71 (cento e sessenta mil reais, setecentos e sessenta
e três reais e setenta e um centavos).
Diante destas informações, a PFN suspeitou que teria ocorrido uma
compensação entre o valor da supressão e o valor do acréscimo, por meio do
qual foi possível chegar ao novo valor contratual de R$ 312.163,29 (trezentos e
doze mil, cento e sessenta e três reais e vinte e nove centavos), informado pela
empresa.
Por conseguinte, a PFN solicitou esclarecimentos ao órgão contratante,
que, após consultar o seu setor de engenharia, apresentou, por e-mail, os
seguintes esclarecimentos:

Em justificativa à planilha de serviço da RMA, foram


suprimidos ou itens que já eram existentes no prédio ou
itens que poderiam ser executados pela empresa de
manutenção e acrescido os itens, apresentados pela RMA,
do sistema de detecção, que foi ampliado. Suprimiu R$
133.094,811. ( itens em vermelho na planilha contratual)
O aumento significante foi no sistema de detecção de
fumaça, proporcional ao número de compartimentações
realizadas no prédio, após a aprovação do projeto de
incêndio. Como o orçamento inicial (contrato) foi baseado
nesse projeto de incêndio, essa quantidade a mais foi
apresentada pela empresa RMA como aditivo, no valor
de R$ 160.763,71. Os itens relativos a esse aditivo são em
quase sua totalidade ao sistema de detecção, com aumento
da quantidade de detectores, central, fiação, conduletes e
toda a infraestrutura necessária para sua realização.
Somado a esses, teve um item também considerado aditivo,
que foi o prolongamento do sistema de recalque , com
aumento da tubulação. (itens em amarelo da planilha
contratual)
Sendo assim, os valores ficaram em :
Valor contratual: + R$ 295.320,59;
Valor supressão: - R$ 133.094,81;
Valor aditivo: + R$ 160.763,71

Assim sendo, verificou-se que as informações prestadas pelo setor de


engenharia do órgão contratante confirmaram a suspeita da PFN, qual seja, de
que a empresa contratada teria realizado compensação entre os valores das
supressões e acréscimos, o que é vedado pelo ordenamento jurídico nacional,
tendo o TCU já se manifestado a respeito de modo reiterado.
Como se pode denotar da leitura do e-mail, a supressão realizada
ultrapassou, significativamente, o limite de 25% (vinte e cinco por cento),
autorizado pelo § 1º do art.65, da Lei nº 8.666/93, perfazendo um valor de pouco
mais de 45% (quarenta e cinco por cento) do valor original do contrato.
Quanto ao acréscimo efetuado, observou-se que este também extrapolou,
sensivelmente, o limite de até 50 %, previsto pelo supramencionado dispositivo,
no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, chegando ao
percentual de quase 54,5% (cinquenta e quatro vírgula cinco por cento) do valor
contratual originário.
Diante disso tudo, a PFN concluiu que o referido termo aditivo de
acréscimo 01/2021 (doc. SEI nº 16900353), além de contrariar os limites
impostos pelo art.65, § 1º, da Lei nº 8.666/93, bem como pelas disposições do
Anexo X, da Instrução Normativa nº 05 de 2017, também foi de encontro ao
entendimento consolidado do Tribunal de Contas da União, que veda a
compensação de valores das supressões e acréscimos, ocorridos no contrato.

Você também pode gostar