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DISCENTES:
CRATO/CE
2018
1)Determinada instituição financeira concedeu financiamento para execução de
empreendimento que consistia na construção de um parque aquático/balneário. Ocorre que
o referido empreendimento causou significativa degradação ambiental, provocando,
inclusive, a extinção de fontes naturais de água, que atendiam à população do entorno.
Ajuizada Ação Civil Pública, o órgão do Ministério Público, fez constar, como sujeito passivo,
além do poluidor direto, o Banco financiador. Está correta a atitude do MP?
Sim, uma vez que, a legitimidade passiva estende-se a todos os responsáveis pelas
situações ou fatos ensejadores da ação, sejam pessoas físicas ou jurídicas, inclusive estatais,
autarquias e paraestatais. As instituições financeiras podem enfrentar três tipos de situações,
a do risco direto, o qual os bancos respondem diretamente como poluidores, estando o risco
associados às próprias instalações, uso de papel, entre outros. O risco indireto, onde o risco
ambiental atinge a empresa com a qual o banco atua como intermediador financeiro. E o risco
de reputação, onde os bancos sofrem pressão da sociedade e de organismos não
governamentais para adotar uma política ambiental com relação a financiamentos.
2)O adquirente de imóvel pode ser responsabilizado por danos ambientais pré-existentes à
aquisição do imóvel?
Não há dúvidas por parte da jurisprudência que o novo adquirente fica obrigado a
reparar a área, caso a compre já danificada, vez que ele devia anteriormente a aquisição
verificar se a mesma estava em conformidade com os dispositivos legais e as determinações
do órgão ambiental responsável. Sendo assim, é solidariamente responsável em uma ação de
responsabilidade civil ambiental, contudo tem direito a regresso perante o verdadeiro agressor
da área, ou seja, o antigo proprietário.
De acordo com o artigo 14, §1°, Lei 6.938/1981, o agente poluidor, em razão do
princípio poluidor-pagador é obrigado a restitui o dano que cause ao meio ambiente e a
terceiros afetados, independentemente da existência de culpa. Sendo hoje a jurisprudência e a
doutrina pacificas a o adotarem a responsabilidade objetiva nos casos de danos ambientais.
Portanto, entende-se então que o estado como responsável solidário tem sua
execução subsidiaria o que quer dizer que o mesmo passa a ocupar lugar do devedor-reserva,
sendo que quando degradador principal não fizer adimplemento da dívida o estado é
convocado para assim fazê-lo, estando assegurado o seu direito de regresso contra o
degradador.
Sim, pois utiliza-se o procedimento previsto no art. 6°, VIII do Código de Defesa do
Consumidor.
Não, o STF entende que não se exige a formação de litisconsórcio, podendo a Ação
Civil Pública Ambiental ser ajuizada contra um ou alguns dos poluidores.
6) Um poluidor, por exemplo,a Petrobrás pode ser responsabilizada por danos morais e
materiais causados a pescadores profissionais , em decorrência de acidente ambiental?
Sim, para fins de reparação, o dano decorrente da atividade poluente tem como
pressuposto básico a própria gravidade do acidente, ocasionando prejuízo patrimonial ou não
patrimonial a outrem, independente de se tratar de risco permanente, ocasional ou relativo.
Nas ações contra a Petrobrás, por exemplo, o Ministério Público Federal tem sempre
requerido a indenização por danos morais coletivos latu sensu em matéria ambiental, além da
descontaminação e do monitoramento da área atingida.