Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Processo nº 0100317-87.2022.5.01.0064
PRELIMINARMENTE
Alega a autora ter sido contratada para exercer a função de cuidadora de idoso,
sem anotação na CTPS, trabalhando de segunda a sábado, sem intervalo para refeição e
descanso, tendo sito demitida pelo réu.
NO MÉRITO:
Da realidade fática.
Fica claro e evidente que no primeiro contato com a reclamante foi em busca de
alguém para cuidar apenas da casa, até porque sua mãe Dna Maura, vive com seu
esposo e tem uma pessoa capacitada para os seus cuidados, fatos esses demonstrados em
uma das conversas entre a reclamante e o reclamado.
Impugna ainda, o réu, o salário apontado na inicial, eis que totalmente inverídico
e sem qualquer comprovação.
Impugna os prints utilizados como provas, pois estão fora da ordem cronológica
e foram colocados de forma a distorcer a veracidade dos fatos.
A autora sempre esteve livre para trabalhar em outras casas nos dias em que
estava disponível, podia trocar o dia da semana em que vinha, se houvesse necessidade
e nunca teve nenhuma das características elencadas na CLT para comprovação do
vínculo. Por isto, descabido o pedido de anotação da CTPS e demais pedidos
decorrentes do suposto vínculo.
Como exposto, seu horário era flexível. Comparecia nos dias determinados,
cumpria o serviço e ia embora, sem obrigação de ficar à disposição da Reclamada até o
final de um expediente normal de doméstica.
Quanto à suposta demissão, não houve demissão, e sim o fim da prestação dos
serviços que se deu aliás por parte da própria autora, que informou ao réu, não poder
mais prestar os serviços para o mesmo.
O requisito, data vênia, deve ser encarado na sua amplitude, sendo também certo
que o componente quantitativo não revela o condão de mascarar o qualitativo. A mens
lege, neste sentido, visou afastar da regência da norma regulamentadora da profissão os
trabalhadores que, muito embora comparecessem alguns dias da semana, o fruto de seu
trabalho não fosse contínuo, isto é ininterrupto. E a razão reside exatamente no fato das
tarefas domésticas do empregado, na acepção legal, serem diárias.
Assim, e por ausente requisito essencial exigido pela norma aplicável, para
configuração do vínculo de emprego doméstico, dou provimento ao recurso de revista e
julgo improcedentes os pedidos formulados, com a natural inversão dos ônus da
sucumbência. Prejudicado o exame da matéria remanescente.” (destacamos)”
É bem verdade que o dano moral é presumível. Mas não é qualquer ato praticado
numa relação jurídica, qualquer que seja ela, que pode ser apontado como gerador de
indenização por danos morais.
Ainda mais que a mesma como supramencionado trabalhava como diarista não
procedendo assim o pedido de vínculo empregatício e consequentemente as verbas
rescisórias, desta forma resta improcedente o pedido de damos morais.
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
OAB/RJ 174.931