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Gustavo Gibertone Minatel

Advogado
OAB/SP 418.084

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA PRESIDENTE DA VARA


DO TRABALHO DE ADAMANTINA, ESTADO DE SÃO PAULO.

Reclamação Trabalhista
Processo: 0010140-46.2020.5.15.0068
Reclamante: JEFFERSON SANTANA
Reclamada: PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ADAMANTINA

O Reclamante, devidamente qualificada nos autos, através do(s) seu(s)


advogado(s) que esta subscreve(m), vem, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, apresentar RAZÕES FINAIS com fundamento no artigo 850 da CLT,
bem como no artigo 364, § 2º do Código de Processo Civil.
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I – DA SÍTESE DA DEMANDA

Trata-se de Reclamação Trabalhista com o objetivo de compelir o Poder Público


Municipal, ora Reclamado, a indenizar o Reclamante por violação extrapatrimonial a
que foi submetida após serem-lhe aplicadas sanções administrativas (duas advertências)
desprovidas de procedimento administrativo prévio e/ou qualquer evidência da
existência de prática de atos considerados ilícitos.

II – DOS FUNDAMENTOS

Inicialmente, cabe ressaltar que o Reclamante jamais menosprezou a situação de


emergência sanitária que o Município de Adamantina vivenciou durante a epidemia da
dengue de 2019, muito menos deixou de exercer exemplarmente – e dentro dos limites
legais de atribuição - sua função de Agente Comunitário de Saúde antes, durante e
depois a intensificação dos trabalhos de controle e sanitização do mosquito transmissor.

De toda forma, a fim de evitar demasiada tautologia, o Reclamante reitera todos


os termos e fundamentações contidas na inicial e réplica, passando a discutir, nesta
manifestação, quanto às questões incontroversas e provas orais obtidas após regular
audiência de instrução.

1. Da INCONTROVERSA Aplicação De Sanções Administrativas Sem Prévio


Procedimento Legal:

De proêmio, Excelência, ressaltar que restou diametralmente incontroverso


nos autos o fato de que o Reclamante recebeu não uma, mas DUAS ADVERTÊNCIAS
sem passar por prévio e regular Procedimento Administrativo Disciplinar ou mesmo
uma simples Sindicância, demonstrando, não somente o completo desprezo e
desconhecimento com “múnus público” de todos os setores administrativos da
Prefeitura do Município de Adamantina, como, também, a evidente perseguição que o
Reclamante vem sofrendo desde a ocorrência dos fatos em junho/2019.
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A alegação da Reclamada de que o Reclamante teria propositalmente cometido


ato de insubordinação é absurda e inverídica, CARECE DE QUALQUER PROVA
DOCUMENTAL OU ORAL. Tão absurda é referida alegação que, pelo seu prontuário
funcional, o Reclamante se trata de funcionário exemplar, uma vez que obteve nota
máxima em todas as suas avaliações de desempenho prévias ao ocorrido.

Ademais, a própria Reclamada CONFESSOU que aplicou as advertências


ao Reclamante sem o regular processo administrativo, justificando vagamente que
tal atitude se dera em razão do seu “poder discricionário”. Por ÓBVIO que não assiste
razão, pois, mesmo nas ocasiões em que o administrador público age com
discricionariedade, este estará limitado à legislação vigente, sob pena de nulidade do
ato. Isso porque, o ato praticado fora da lei configura abuso de poder, o que não se
admite em nosso ordenamento jurídico.

Cumpre mencionarmos, Excelência, que neste ponto já fica evidenciado a


existência de danos morais vivenciados pelo Reclamante, pois, se viu diante de situação
que lhe foi completamente tolhido de exercer contraditório e ampla defesa, sendo
exposto para os demais servidores da Prefeitura como um funcionário insubordinado, o
que nunca foi verdade.

2. Não é atribuição legal do Reclamante a aplicação de veneno/larvicida:

O cargo de Agente Comunitário de Saúde exercido pelo Reclamante tem suas


atribuições definidas exaustivamente (rol não exemplificativo) pela Lei Federal n°.
11.350 de outubro de 2006.

A Reclamada, embora tenha tentado, não conseguiu em nenhum momento


comprovar que seria atribuição legal do cargo de Agente Comunitário de Saúde (cargo
do Reclamante) a aplicação de veneno para combate ao mosquito vetor da Dengue.

A justificativa defensiva de que o Decreto nº 5.998/2019 que implantou o Estado


de Emergência na sede do Município de Adamantina/SP teria autorizado tal prática
(aplicação de veneno pelos ACS) é mentirosa e leviana, uma vez que, embora tenha
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previsto genericamente que o Poder Público poderia adotar medidas sanitárias e


requisitar pessoal de outros setores para intensificar o combate ao mosquito da Dengue,
NÃO PREVIU EXPRESSAMENTE QUE OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE
SAÚDE DEVERIAM UTILIZAR REGULARMENTE VENENO, muito menos
que a sua não utilização durante o trabalho habitual acarretaria na obrigação de
comparecer aos sábados para acompanhar o agente de vetor na aplicação.

Não obrigar os Agentes Comunitários de Saúde, por meio do referido Decreto


Municipal, a aplicarem regularmente de veneno foi medida maquiavelicamente
calculada pela Administração Pública local, justamente porque sabem que tal prática é
vedada – e penalizada pelo Poder Judiciário - para o cargo do Reclamante e, certamente,
seria alvo de questionamentos judiciais à época dos fatos.

Desta forma, referido condicionamento (aplicar veneno durante a semana ou


trabalhar aos sábados) foi ilegalmente imposto pelos Gestores Públicos em reunião –
por sinal, sem ata de registro – sob a vil justificativa de que um Decreto Municipal fosse
capaz, ainda que em estado de emergência, de modificar atribuições legais de um cargo
público.

Vê-se, portanto, que a Reclamada utilizou-se de legislação própria (Decreto


Municipal) para impor/coagir/induzir o Reclamante – e os demais Agentes
Comunitários de Saúde - a acreditar que estaria legalmente obrigado a manusear
produto químico fora de suas atribuições e, pior, sem receber adicional de insalubridade
no grau máximo (fato já combatido neste Município há anos).

O próprio Ato de Convocação para trabalhos aos sábados foi igualmente


calculado em sua redação, ocultando intencionalmente a palavra “utilização de veneno”
pelos Agentes Comunitários de Saúde e trocando por um termo genérico denominado de
“intensificação”.

Entretanto, a tentativa de ocultar a verdade caiu por terra pelas próprias


testemunhas da Reclamada, que afirmaram categoricamente que a ordem da
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Administração Pública era: “ou concordava em utilizar veneno durante a semana, ou


trabalhava aos sábados”.

3. Durante a semana a “micro área” do Reclamante já havia sido sanitizada e


o larvicida não precisa ser aplicado repetidamente (longa duração):

A testemunha Sra. Alessandra Pereira dos Santos, agente de controle de vetores


confirmou que trabalhou a “micro área” em conjunto com o Reclamante na semana
compreendida em 17/06/2019 a 21/06/2019, intensificando a utilização de veneno
contra o mosquito vetor da dengue: “que o reclamante acompanhou a depoente na
aplicação de larvicida durante a semana”.

Ademais, a testemunha Sr. Marlon de Souza Francisco, agente de controle de


vetores, confirmou que trabalhou com o Reclamante no sábado do dia 22/06/2019 “que
o depoente, após retornar de férias trabalhou em um sábado e acompanhou o
reclamante”; e ressaltou que haviam evidentes indícios de que praticamente todas as
residências daquela “micro área” já havia sido intensificada com uso de veneno durante
a semana anterior “que assim que voltou de férias, no sábado em que trabalhou quase
nem utilizou larvicida porque constatou a aplicação recente de larvicida e aquela
semana foi uma semana que não choveu”.

Tais circunstâncias, Excelência, demonstram que não havia justificativa alguma


para forçar o Reclamante a trabalhar aos sábados, já que o seu trabalho ordinário
durante a semana estava sendo feito com eficiência, bem como o larvicida (veneno)
havia sido recentemente aplicado e não havia necessidade de reposição, haja vista que o
produto tem seu efeito prolongado seguramente para mais de 30 (trinta) dias.

4. Da ILEGALIDADE/IMORALIDADE do condicionamento forçado para


utilização de veneno por parte dos Agentes Comunitários de Saúde:

O áudio do Sr. Secretário de Saúde juntado à exordial não foi refutado pela
Reclamada, tornando-se prova incontroversa nos autos e demonstrando,
inequivocamente a atuação ilegal e moral dos Gestores Públicos e superiores do
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Reclamante no trato da situação de emergência e combate à dengue durante o ano de


2019.

Referido áudio - prova incontroversa - foi proferido em reunião às portas


fechadas com a equipe do Reclamante (sendo este o autor da gravação lícita) que diz,
claramente, o seguinte: “eu vou deixar facultado a vocês uma escolha, tá, que é a
seguinte, é, quem tiver, por livre e espontânea vontade de tá fazendo o uso do larvicida
na rotina, dia-a-dia, a gente libera do sábado, porque o serviço que ele deveria fazer
no sábado ele tá fazendo durante a semana e, quem não falar não eu prefiro continuar
não utilizando o larvicida, aí vai ter que trabalhar no sábado, tá?” SIC.

Ora, Excelência, o Sr. Secretário de Saúde, na qualidade de chefe maior do setor


da saúde do Município de Adamantina, disse claramente que quem não quisesse utilizar
larvicida durante a semana teria que trabalhar aos sábados, utilizando, como forma de
intimidação a mentirosa justificativa de que quem faltasse seria penalizado com
advertência e que a mesma seria feita sem o processo administrativo disciplinar. A
imposição foi clara como cristal e realmente se revestiu de uma condicionante abusiva,
forçada, ilegal e imoral por parte do agente público.

Sobre o tema, a testemunha Sr Daniel Martins Angria, também agente


comunitário de saúde, confirmou a imposição e disse: “que o depoente apenas
acompanhou o agente de vetor para ele realizar o trabalho de entrar no domicílio,
vistoriar e aplicar o larvicida; que o depoente juntamente com sua equipe de
enfermeira, e outras 3 agentes de saúde participaram de uma reunião com o secretário
de saúde, Sr.. Gustavo Taniguchi; que nesta reunião foi dito que ou os agentes
comunitário de saúde utilizariam os larvicidas durante a semana ou teriam que
acompanhar os agentes de vetores durante o sábado”.

Ficou provado, ademais, que a utilização repetida do larvicida em todos os


sábados em nada ajudou no combate efetivo ao mosquito da Dengue, pois o referido
veneno tem efeito duradouro (para além de 30 dias de eficiência). Demonstrando que o
condicionamento de trabalhos aos sábados foi, na verdade, uma punição que os Agentes
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Comunitários de Saúde, cargo do Reclamante, sofreram por se recusarem a utilizar o


veneno durante o dia-a-dia.

5. Somente o Reclamante, dentre todos os convocados faltantes, sofreu


Punições Administrativas:

O Ato Público de Convocação - que sucedeu o Decreto nº 5.998/2019 - foi claro


ao incluir TODOS os integrantes das categorias de ENFERMEIROS, AGENTES
COMUNITÁRIOS DE SAÚDE e AGENTE DE CONTROLE DE VETORES para
trabalharem aos sábados 08/06/2019, 15/06/2019, 22/06/2019 e 29/06/2019 em
decorrência da intensificação no combate à dengue.
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Embora ciente do Decreto e também da Convocação para o trabalho aos


sábados, o Reclamante, em decorrência de ter vínculo empregatício aos sábados e
domingos, bem como certeza de que sua “micro área” já havia sido devidamente
sanitizada durante a semana, elaborou Requerimentos Administrativos (05/06/2019 e
12/06/2019) solicitando justificadamente sua dispensa do trabalho aos sábados, faltas
estas que ocorreram nos sábados 08/06/2019 e 15/06/2019. Mas, estando presente no
sábado 22/06/2019 e ausente no último sábado 29/06/2019 em decorrência de férias.

Restou claro, durante a instrução processual, que em decorrência das faltas


justificadas o Reclamante, mesmo assim, recebeu 02 (duas) penas de advertência sem
passar por prévio processo administrativo disciplinar e sem exercer seu direito ao
contraditório e ampla defesa.

Apenas esse fato - incontroverso, diga-se de passagem - já deixam evidentes as


ilegalidades e imoralidades cometidas pela Reclamada frente à situação.

No entanto, a absurda afronta aos princípios republicanos ocorreu


subsequentemente, pois, restou comprovado nos autos de que ao menos 03 (três) outros
servidores públicos não compareceram para trabalharem aos sábados e não
sofreram sanções administrativas, embora obrigados legalmente a comparecerem.

Após oitiva das testemunhas DANIEL MARTINS ANGRIA, ALESSANDRA


PEREIRA DOS SANTOS, MARLON DE SOUZA FRANCISCO, CLAYTON
GOMES CAVACO e FRANCINE DE BRITO ALVES tal circunstância ficou provada.

O Sr. Daniel Martins Angria (testemunha do Reclamante), agente comunitário


de saúde que compareceu a todos os sábados de intensificação, em seu depoimento,
asseverou que: “que conhece Eliana Macedo, que é agente de vetor, e o depoente sabe
que ela não trabalhou aos sábados; que conhece Franciele e Débora Patrícia, que são
agentes de vetores, mas estão em desvio de função, uma na parte de agendamento e a
outra na Secretaria, mas não sabe a função dela e ambas não trabalharam nos sábados
durante a epidemia de dengue; que a convocação era para todos os funcionários da
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saúde, e ao que o depoente saiba estas agentes de vetores não receberam nenhuma
advertência por não terem trabalhado no sábado”.

A Sra. Alessandra Pereira dos Santos (testemunha do Reclamante), agente de


controle de vetores que compareceu a todos os sábados de intensificação, em seu
depoimento, corroborou que: “que a depoente conhece Eliane, Franciele e Débora
Patrícia, que são agentes de vetores, mas a Débora e Franciele estão em desvio de
função, e não exercem a função de agente de controle de vetores; que se não se engana,
a Sra.. Eliane trabalhou no sábado durante a epidemia de dengue, mas as outras duas
não trabalharam”.

O Sr. Clayton Gomes Cavaco (testemunha da Reclamada), enfermeiro que não


compareceu a nenhum sábado de intensificação, justificou que: “apenas os enfermeiros
que estavam ligados as equipes de estratégias de família é que foram convocados para
trabalhar aos sábados e por isso o depoente não trabalhou”. Neste ponto, sabe-se que a
referida Testemunha incorre em erro gravíssimo quanto à ciência do Ato de
Convocação, pois, aquele documento é claro ao incluir todos os enfermeiros para o
trabalho aos sábados e não somente os que estavam ligados às equipes de estratégias de
família.

Ademais, conforme já informado na petição inicial, inúmeros servidores –


obrigados pelo Ato de Convocação – não estavam nas listas de presenças dos trabalhos
aos sábados. Senão, observe lista de presença em anexo, na qual não consta nenhum dos
seguintes nomes:

NOME FUNÇÃO
Clayton Gomes Cavaco Enfermeiro
Débora Patrícia de Oliveira Carvalho Agente de Controle de Vetores
Eliana dos Santos Macedo Agente de Controle de Vetores
Franciele Peron Guarino Agente de Controle de Vetores

Ora, tratava-se de um Decreto de Emergência, foi realizado uma convocação


para todos as categorias, pois bem, qual o motivo dos funcionários acima não estarem
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presentes? Será que foram penalizados da mesma forma que o Reclamante? A resposta
é categórica: NÃO FORAM PENALIZADOS.

A Reclamada, por sua vez, teve todas as oportunidades processuais para trazer à
baila provas documentais ou orais de que os empregados públicos que não
compareceram aos sábados também foram advertidos com o mesmo rigor do
Reclamante, no entanto, quedou-se inerte. Reitera-se, Excelência, que tais provas não
foram trazidas ao processo pelo simples fato de não existirem. Corroborando o fato
incontroverso de que somente o Reclamante foi advertido pela ausência do trabalho aos
sábados.

6. Da Existência de Danos Morais:

O dano ressarcível é aquele que decorrer da violação de um direito, seja ele qual
for, o dano imaterial é um prejuízo imposto a qualidade de vida da pessoa (ao seu bem
estar), decorrente das mais variadas causas, se inserindo neste conceito aberto toda e
qualquer lesão, desde a dignidade da pessoa à sua qualidade de vida propriamente dita.

Consoante já mencionado nas outras oportunidades processuais, evidente que


por se tratar de um exemplar servidor, a aplicação das penalidades de advertência, além
de não terem obedecido ao devido processo legal, mancharam demasiadamente a honra
do Reclamante, sua imagem e sua história mediante a administração pública e demais
colegas de trabalho.

O esperado sucesso na presente demanda Judicial apagará um pouco essa mácula


na história profissional do Reclamante, mas, jamais será capaz de curar o estresse,
sentimento de perseguição laborativa, pânico e insônia que o Reclamante passou a ter
após os lamentáveis episódios de ilegalidades praticadas contra ele.

Outrossim, os depoimentos de todas as testemunhas deixaram bem claro que


todos os servidores municipais ficaram sabendo, à época, que o Reclamante havia
sofrido duas sanções administrativas. Inclusive, muito servidores, por não conhecerem
bem o Reclamante, o taxaram de mau funcionário, por óbvio, em decorrência das
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advertências sofridas, o que não é comum frente a um Município pequeno do interior


paulista.

Não bastasse isso, importante lembrar que o Reclamante só descobriu que foi
instaurado PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR nos autos dessa
Reclamação Trabalhista, uma vez que, extrajudicialmente, não havia sido notificado,
cientificado ou intimado à época da juntada na peça contestatória da presente demanda.

Mais uma vez, se trata de um ato administrativo NULO DE PLENO DIREITO,


pois está recheado de irregularidades e ARBITRARIEDADES da administração pública
municipal, mas que, por se tratar de ato administrativo, será combatido legalmente por
seus meios próprios.

Portanto, nos termos dos arts. 223-B, art. 223-C e 223-E da CLT, aquele que por
ação ou omissão ofender a esfera moral do trabalhador deve indenizá-lo e, no presente
caso, verifica-se o dano a honra causado ao Reclamante.

7. Da Condenação por Litigância de Má-fé e do Falso Testemunho de Clayton


Gomes Cavaco:

A Reclamada deixou claro, por diversas oportunidades processuais, que litiga


em má-fé quando tenta, de maneira temerária, alterar a verdade sobre fatos
incontroversos e trazendo à baila testemunhas evidentemente suspeitas.

Dispõe o Código de Processo Civil: Art. 80. Considera-se litigante de má-fé


aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato
incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos;

Por diversos momentos em sua defesa e também na audiência de instrução, a


Reclamada tenta levar Vossa Excelência ao erro justificando que o Reclamante seria
servidor desidioso, insubordinado e que não cumpre com dever que se espera sua função
pública, quando, na verdade, todos os documentos e provas carreados até agora nos
autos dizem diametralmente o contrário, ou seja, que o Reclamante sempre foi um
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empregado público exemplar, sua avaliação de desempenho, prova documental, é o


atestado de sua honestidade e trabalho. Foi aprovado em concurso público e avaliação
de desempenho com notas máximas, é elogiado pelos cidadãos e pelos pacientes de sua
“micro área” e, ainda, tem emprego com carteira assinada em outro lugar na cidade,
trabalhando, muitas vezes, de domingo a domingo para tirar o pão de cada dia.

São frívolas e inverídicas essas alegações e o Reclamante crê verdadeiramente


que o fato de ter sofrido, em dezembro de 2019 (época em que foi juntada a Contestação
nestes autos), com a instauração Processo Administrativo Disciplinar em decorrência de
opiniões proferidas em redes sociais foi uma clara tentativa de utilizar da máquina
pública para “maquiar” uma situação prejudicial ao Reclamante neste Processo.

O Reclamante foi o único que apresentou Requerimento (ato administrativo


revestido de legalidade) pugnando pela sua dispensa e justificando os motivos de ser
impossível o seu comparecimento aos sábados e, mesmo assim, foi rigorosamente e
ilegalmente punido por isso.

Ora, Excelência, se o Reclamante fosse tão desidioso e insubordinado como quer


fazer crer a Reclamada, jamais teria se dado ao trabalho de formular e protocolar não
um, mas dois requerimentos pleiteando sua justa dispensa dos trabalhos aos sábados,
teria, na verdade, feito como os tantos outros servidores que sequer deram “as caras” no
sábado e não foram advertidos como ele foi.

IV – CONCLUSÃO:

Ante o exposto e reiterando os termos contidos nas demais manifestações


escritas, requer que a presente demanda seja julgada INTEIRAMENTE PROCEDENTE
para condenar a Reclamada ao pagamento de indenização por danos morais.

Nestes termos,
Pedem e esperam deferimento.

Adamantina, São Paulo, 17 de abril de 2021.


Gustavo Gibertone Minatel
Advogado
OAB/SP 418.084

Gustavo Gibertone Minatel Lucas Rafael da Silva Delvechio


OAB/SP nº. 418.084 OAB/SP nº. 409.223

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