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COSMÉTICOS NATURAIS E
ORGÂNICOS
JANEIRO 2003
Inspeção e Certificação
ECOCERT S.A.S. Capital 1 226 200 Euros – B.P. 47 – 32600 L’ISLE-JOURDAIN
Intra-Community VAT n° FR 614 339 68 187 / 00016
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A N E X O S ............................................................................................................................ 24
ANEXO I ................................................................................................................................................................................................................... 25
OBJETIVOS PRINCIPAIS:
- Estabelecer um nível de qualidade mais elevado do que o definido pelas
legislações francesa e européia sobre os produtos cosméticos e que garanta a
valorização das substâncias naturais, a prática do respeito ao meio ambiente ao
longo da cadeia de produção, e um verdadeiro respeito pelo consumidor.
- Estabelecer um vínculo entre alguns produtos cosméticos e a agricultura
orgânica ao favorecer o uso de produtos vegetais procedentes da agricultura
orgânica
- Estabelecer um vínculo entre certos produtos cosméticos e o respeito ao meio
ambiente.
LÓGICA DO REFERENCIAL
Os primeiros capítulos dizem respeito ao consumidor, descrevendo os aspectos
visivelmente perceptíveis por este. São os capítulos 1 e 2:
1. CAMPO DE APLICAÇÃO
2. ROTULAGEM e COMUNICAÇÃO
Os capítulos seguintes referem-se ao fabricante.
Nos capítulos 3 e 4, são definidos os requisitos aplicados ao ciclo de produção:
3. REGRAS PARA INGREDIENTES E COMPOSIÇÃO DO PRODUTO FINAL
4. REGRAS DE PRODUÇÃO
5. SISTEMA DE CONTROLE
Logo, no capítulo 6, são definidos os requisites gerais de gestão da unidade de
produção.
6. MEDIDAS DE PROTEÇÃO AO AMBIENTE PRÓXIMO
1.2. Produtos destinados a portar indicações referentes à sua origem natural e ao modo
de produção orgânica
Estas indicações aplicam-se aos produtos definidos no referencial, desde que uma quantidade mínima
dos seus ingredientes possuam ou possam ter indicações referentes a sua origem natural e ao modo
de produção orgânica.
1.3. Referenciais que podem ser aplicados sem prejuízo às disposições da CEE
O presente referencial se aplica sem prejuízo das disposições legais da Comunidade Econômica
Européia que regem a fabricação, o controle, o acondicionamento, a colocação no mercado, a
rotulagem, a importação e a distribuição dos produtos.
1.4. Definições
Para efeito deste referencial, entende-se por:
1.4.a « Contaminantes »:
Substâncias não naturalmente presentes nas matérias-primas ou em proporções maiores às
naturalmente presentes, e que geram poluição (reminiscências/resíduo), e possivelmente riscos de
toxicidade (metais pesados, hidrocarbonetos, pesticidas, dioxinas, radioatividade, OGM, micotoxinas,
resíduos de medicamentos, nitratos, nitrosaminas) (Cf. Anexo III).
1.4.j. « Lote »:
Quantidade definida de um produto semi-acabado ou acabado, fabricado durante a mesma série
completa de operações de produção, a partir dos mesmos ingredientes, estocados no mesmo momento,
nas mesmas condições.
1.4.k. « Produção »:
Conjunto das operações efetuadas na fábrica ou no laboratório, visando à obtenção, o acondicionamento
e a rotulagem dos produtos abrangidos por estas normas.
NATURAL Mínimo 5%
Mínimo 95 % Máximo 5%
de ingredientes naturais ou de ingredients sintéticos
de origem natural sobre o total dos
ingredientes*
sobre o total de ingredientes*
N.B. (1) :
Para garantir que todos os produtos contenham
ingredientes orgânicos as exigências sobre as
formulações são completadas pela seguinte
porcentagem:
Mínimo 10 % Mínimo 5 %
de ingredientes certificados orgânicos de ingredientes certificados
orgânicos
sobre o total dos ingredientes*
sobre o total dos ingredientes *
* N.B. (2):
Total dos ingredientes, incluindo a água adicionada por ocasião da fabricação do produto final.
3.4.A.c. Certas matérias-primas produzidas naturalmente pelos animais, mas não constitutivas destes:
São autorizadas e submetidas a restrições, conforme a lista positiva (Anexo II) do presente referencial e
conforme as listas nacionais e internacionais de espécies protegidas ou perigosas.
Assim, alguns produtos animais que não provenham de espécies em risco (espécies bovinas, porcinas
ou ovinas), cuja obtenção não tenha nenhum efeito nefasto sobre o equilíbrio ecológico, podem ser
utilizados conforme a lista positiva (cf. Anexo II) desde que os mesmos não tenham nenhuma alternativa
natural idêntica no mundo vegetal. Esta lista é passível de revisão segundo os avanços técnicos.
3.4.B.e. Água:
Os processos de fabricação podem utilizar todo tipo de água: de fonte, potável, obtida por osmose, água
destilada; sob reserva de análises ou de atestados que provem sua potabilidade. Assim, por derrogação
do artigo 4.3.b, admite-se a presença de cloro, como elemento constitutivo de uma estrutura natural da
água potável, de acordo com a Ordem n°89-3 de 3 de janeiro de 1989.
4.4. Embalagem
4.4.a. Embalagem primária
O acondicionamento será feito dentro do mais estrito respeito ao meio ambiente e, portanto, sob formas
e volumes recicláveis e de baixo consumo de energia. Assim, não são autorizadas as embalagens
primárias que contenham:
- PVC
- Poliestireno expandido
5.1. Rastreabilidade
5.1.a. Rastreabilidade interna e externa
A rastreabilidade dos ingredientes até o produto final (interna) e dos produtos finais aos consumidores
(externa) deve ser rigorosamente implementada de acordo com os termos e condições estabelecidos no
Artigo 5.2.b.
- uma contabilidade escritural e/ou documental, que permita à certificadora rastrear a origem, a natureza
e as quantidades de todos os ingredientes, assim como a utilização dos mesmos (rastreabilidade
interna).
- uma contabilidade escritural e/ou documental, que permita à certificadora rastrear as quantidades e os
destinatários de todos os produtos finais vendidos (rastreabilidade externa). Tratando-se de vendas
diretas ao consumidor final, as quantidades são totalizadas por dia.
5.2.d. Certificação
Se os produtos forem considerados em conformidade com este referencial, ao final do processo de
controle, a menção “certificado pela ECOCERT” abaixo do texto previsto pelo Artigo 2.1.b pode ser
incluída no rótulo.
Tipos de
Processos Autorizados
processos
1/ Processos Físicos
ABSORÇÃO (sobre um suporte inerte e conforme ao referencial
DESCOLORAÇÃO - DESODORIZAÇÃO (sobre um suporte inerte e conforme ao referencial
MOAGEM
CENTRIFUGAÇÃO (separação sólido/líquido (spin-drying)
DECANTAÇÃO
DESSECAÇÃO - SECAGEM (Progressiva ou não, por evaporação / natural ao sol)
DETERPENAÇÃO (se destilação fracionada por vapor de agua)
DESTILAÇÃO ou EXTRAÇÃO (vapor de água)
EXPRESSÃO
EXTRAÇÕES (pela água, sob todas suas formas ou por um outro solvente: álcool etílico, glicerina vegetal, óleos vegetais, CO2)
FILTRAGEM e PURIFICAÇÃO (ultra filtragem, diálise, eletrólise)
LIOFILIZAÇÃO
MISTURA
PERCOLAÇÃO
PRESSÃO A FRIO
PRESSÃO A QUENTE (segundo fluidez dos ácidos graxos a extrair)
ESTERILIZAÇÃO POR TRATAMENTOS TÉRMICOS (segundo temperaturas que respeitem os ativos)
PENEIRAÇÃO
2/ Processos Químicos
ALQUILAÇÃO
AMIDIFICAÇÃO
CALCINAÇÃO de residuos vegetais
CARBONIZAÇÃO (resinas, óleos vegetais graxos)
CONDENSAÇÃO / ADIÇÃO
ESTERIFICAÇÃO
ETERIFICAÇÃO
FERMENTAÇÃO (natural / biotecnológica)
HIDRATAÇÃO
HIDROGENAÇÃO
HIDRÓLISE
NEUTRALIZAÇÃO (para obter sais de Na, Ca, Mg, K)
OXIDAÇÃO / REDUÇÃO
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DOS ANFÓTEROS (amidificação e quaternização)
SAPONIFICAÇÃO
SULFATAÇÃO
TORREFAÇÃO
N.B. : Não é possível mencionar aqui todas as diferentes modalidades (catalisadores, solventes, …) necessárias para a realização
de certos processos. Lembramos que estes devem, entretanto, estar conformes com os critérios acima mencionados.
A Síntese pura
- Conservantes usados nos produtos finais e ingredientes, listados na Tabela I, página 28.
- Conservantes usados os ingredientes, listados na Tabela I bis, página 28.
- Outros tipos de agentes considerados indispensáveis, listados na Tabela II, página 28. (Cf.
Artigo 3.1.c.)
C Ingredientes de origem natural (em conformidade com os processos químicos do Anexo I,2/)
- vegetal : não listado pois são implicitamente autorizados na medida que já atendem os princípios
básicos (Cf. Artigo 3.4.B.a.)
- animal : não listado pois são implicitamente autorizados na medida que já atendem os princípios
básicos (Cf. Artigo 3.4.B.b.)
- mineral : listados na Tabela IV, página 29, pois os processos químicos envolvidos são mais
complexos do que os listados no Anexo I e geralmente mais poluentes (Cf. Artigo 3.4.B.c.)
- marinha : listados na Tabela V, página 29, por princípio de precaução (Cf. Artigo 3.4.B.d.)
- oriundos da biotecnologia : não listados para não limitar a pesquisa de novos ingredientes
beneficiados desta tecnologia (Cf. Artigo 3.4.B.e.)
LEGENDA
COLUNA FUNÇÃO
Estritamente de acordo com a nomenclatura comum de ingredientes usada em produtos cosméticos,
Diário Oficial da CE, L 132, 39º ano (1º de junho de 1996).
EM COR CINZA
Ingredientes autorizados, que poderiam ser alvo de exigências específicas relacionadas aos seus
processos de obtenção e/ou às suas matérias primas em dois anos após o registro do esquema de
condições.
Ingrediente Função
1 Ácido benzóico, seus sais e ésteres Conservante
2 Álcool benzílico Conservante
3 Ácido fórmico e seu sal de sódio Conservante
4 Ácido propiônico e seus sais Conservante
5 Ácido salicílico e seus sais Conservante
6 Ácido sórbico e seus sais Conservante
B – INGREDIENTES NATURAIS
(III) INGREDIENTES ANIMAIS
19 Cera de abelhas Additive
20 Butyris Lac(substância natural da manteiga seca) Aditivo
21 Caprae lac (substancia natural do leite de cabra) Aditivo biológico
22 Lac (substancia natural do leite de vaca) Aditivo biológico
23 Lactis proteinum (proteína do soro de leite) Aditivo biológico
24 Lactoferrina Aditivo biológico
25 Lactoperoxidase Aditivo
26 Lactose Aditivo biológico
27 Lanolina Umectante
28 Mel Agente antiestático/emoliente/solvente
29 Ovum ( substância natural da gema do ovo) Aditivo biológico
30 Própolis Aditivo biológico
31 Geléia real Aditivo biológico
32 Shellac (resina secretada pelo Laccifer laca) Aditivo biológico
Princípios básicos
As matérias primas devem ser autênticas e não poluídas por contaminantes.
Os ingredientes derivados das matérias primas não devem ser poluídos por contaminantes.
Lista de contaminantes :
- Metais pesados (elementos, traços metálicos): cádmio, mercúrio, chumbo, cromo, cobre, níquel, zinco,
molibdênio, arsênico e selênio
- Hidrocarburetos cancerígenos (benzeno, tolueno, xileno) e hidrocarburetos aromáticos policíclicos (H.A.P.)
- Pesticidas (inseticidas, fungicidas, herbicidas, produtos de desinfecção dos solos pela sua toxicidade,
reminiscência e resíduos)
- P.C.B. e P.C.D.D./F. (dioxinas)
- Radioatividade
- OGM, para derivados de matérias-primas consideradas passíveis de serem produzidas a partir de
manipulação genética.
- Micotoxinas
- Resíduos medicamentosos (anticoccidiostáticos, antibióticos de síntese, anabolizantes, etc.) para os produtos
animais (cera, leite...)
- Nitratos para os produtos vegetais
- Nitrosaminas
Plano de Controle:
Será verificado se o sistema de controle interno da empresa satisfaz esse princípio pela aplicação eficaz de
procedimentos que, em regra geral, sejam confirmados pelos resultados arquivados e facilmente controláveis.
- Um dossiê por produto, reagrupando todas as garantias dos fornecedores (análises e atestados sobre a
origem dos ingredientes, processos de fabricação).
- Um programa de análises de riscos, com o objetivo de completar e verificar as garantias dos fornecedores.
- Garantias de que a obtenção de tal ou tal ingrediente não causa danos ao meio ambiente.
- Procedimentos de conformidade dos produtos finais.
2) A certificadora deve efetuar, ao menos uma vez por ano, um controle físico da unidade e uma visita não
anunciada. Coletas, visando a busca de produtos não autorizados pelo presente referencial podem ser
realizadas. Um relatório de inspeção, contra-assinado pelo responsável pela unidade controlada deve ser
feito após cada visita.
4) Os produtos abrangidos por este referencial só podem ser transportados para outras unidades, inclusive
atacadistas e varejistas, em embalagens ou frascos fechados, como forma de impedir a a substituição de seu
conteúdo, com rótulo contendo, sem prejuízo de outras indicações previstas pelas disposições
regulamentares:
- o nome e o endereço do responsável de produção do produto
- o nome do produto e a referência ao controle da ECOCERT
A – ETAPAS DO CONTROLE
ECOCERT realiza o controle de todos os produtos cosméticos abrangidos pelo referencial, desde que
os meios necessários à sua realização sejam colocados à disposição.
O processo de controle de um operador, junto à ECOCERT, é uma escolha voluntária. Assim, mais do
que um simples controle, a ECOCERT estabelece uma parceria com seus operadores, oferecendo um
verdadeiro acompanhamento.
Os únicos casos para os quais não se pode estabelecer o controle são:
- não conformidade com a regulamentação geral em vigor (falta de autorização para o funcionamento
do estabelecimento)
- higiene insuficiente
- risco identificado para a saúde do consumidor,
- modo de produção desrespeitoso à pessoa humana,
- situação geográfica que apresente impossibilidade técnica ou riscos para os inspetores.
- ETAPA 1 : SOLICITAÇÃO PARA UMA PRIMEIRA AVALIAÇÃO
- ETAPA 2 : COMPROMISSO DE RESPEITO AO REFERENCIAL
- ETAPA 3 : ORDEM DE MISSÃO PARA A INSPEÇÃO OU AUDITORIA DE AVALIAÇÃO
Quando do recebimento do termo de compromisso a ECOCERT designa um inspetor ou auditor que
entra em contato para uma primeira visita a fim de avaliar a conformidade da produção com o
referencial.
Uma ou mais visitas sem aviso prévio podem ser realizadas além desta primeira avaliação.
Quando das visitas de inspeção aprofundada ou sem aviso prévio podem ser realizadas coletas de
amostras que serão em seguida codificadas (para assegurar anonimato) e enviadas aos laboratórios
para análise.
B – O COMITÊ DE CERTIFICAÇÃO:
Não há referências específicas no regulamento geral, relativamente aos produtos de limpeza que podem ser
utilizados durante a fabricação dos produtos cosméticos.
Portanto, cada produto utilizado pela empresa será objeto de uma ficha técnica, incluindo um atestado do
fornecedor quanto à composição, as condições de utilização e as condições de segurança, e em especial
garantindo que o produto está autorizado para uso na indústria de alimentos.
A titulo indicativo e de maneira não completa, os produtos e ingredientes seguintes podem ser
utilizados se homologados para tanto:
Ácido cítrico, ácido peracético, ácido lático, ácido acético
Álcool
Carbonato de sódio
Água quente e vapor
Essências naturais de plantas
Leite de cal
Peróxido de hidrogênio
Potassa cáustica
Sabão vegetal
Soda cáustica
OBS. 1: Estes produtos podem ser utilizados com tensoativos se mencionados na lista positiva de ingredientes
autorizados e/ou se respondem aos seguintes critérios de seleção: fontes renováveis, toxicidade aquática
baixa (EC50 : por exemplo > 10 mg/l de tolerância no teste daphnia), biodegradabilidade primária rápida e
completa (teste de triagem da OCDE, por exemplo > 90% em 28 dias), degradação final rápida e completa
(OCDE 301 F, por exemplo > 70% em 28 dias), degradação aeróbica e anaeróbica bem como com os
aditivos que respondem aos critérios precedentes.
OBS. 2: A escolha dos produtos e dos ingredientes deverá privilegiar aqueles que não apresentem efeitos
inaceitáveis para o meio ambiente e não contribuam para a contaminação do ambiente.
OBS. 3: Os produtos e ingredientes citados acima devem ser utilizados nas doses regulamentares ou, na sua
ausência, nas doses preconizadas pelo fabricante
COSMÉTICOS NATURAIS
NOTA INFORMATIVA AOS CONSUMIDORES
I. INTRODUÇÃO
A questão dos « cosméticos naturais » é complexa e emocional. A crítica do consumismo, atitudes mentais
como a interação entre o corpo ea alma (esoterismo), as propriedades de cura natural, bem como as
estratégias de marketing: todos esses fatores desempenham um papel importante.
No mercado europeu encontra-se uma série de cosméticos que se qualificam como cosméticos
naturais, embora, por vezes, incluam muitos ingredientes que não são naturais. O uso desta expressão
"cosméticos naturais" difere de um país para outro; o mesmo ocorre para as diretrizes aplicáveis à
fabricação, à comercialização e à rotulagem. É necessário criar uma definição uniforme e estabelecer
os princípios orientadores para cosméticos naturais na Europa.
A existência dessas diretrizes nos permitirá garantir uma segurança máxima no uso destes produtos, a fim de
evitar a indução ao erro a respeito dos efeitos reivindicados.
II. DESCRIÇÃO
1. Por “cosmético natural” entende-se todo produto que, em função dos parágrafos 6 e 7 seja composto de
substâncias naturais, tal como definido nos parágrafos 2 e 5 e que são produzidos (obtidos e
processados) sob as condições definidas no parágrafo 4.
2. Nesses parágrafos, as “substâncias naturais” incluem toda substância de origem vegetal, animal ou
mineral, assim como as misturas dessas substâncias.
3. Na escolha dos componentes de base de origem vegetal, animal ou mineral dos produtos cosméticos
abrangidos nesses parágrafos, cuida-se particularmente para não incluir qualquer contaminante que
possa ser prejudicial à saúde humana. Os fabricantes de produtos cosméticos naturais devem levar em
consideração, na avaliação da inocuidade para a saúde humana, os possíveis efeitos alérgicos das
substâncias naturais
4. Os ingredientes naturais devem ser obtidos e tratados exclusivamente por métodos físicos (por exemplo:
extrusão, centrifugação, filtração, destilação, extração, percolação, adsorção, congelamento,
dissecação), métodos microbiológicos ou métodos enzimáticos. Os micro-organismos e as enzimas
devem ser utilizados exclusivamente nos métodos microbiológicos e enzimáticos. Para proceder à
extração, pode-se utilizar água, álcool etílico e outros solventes derivados naturais apropriados.
5. Só podem ser utilizados, nos produtos cosméticos naturais, os perfumes naturais cujos nomes e
definição satisfaçam à norma ISO 9235 assim como toda substância que, nessa classificação, tenha sido
isolada por métodos físicos. Os óleos essenciais de síntese, os perfumes que reproduzem (imitam) os
aromas naturais e as matérias primas modificadas quimicamente não podem ser utilizados nas
composições perfumadas que são rotulados como naturais.
6. Os conservantes abaixo (substância pseudo-naturais), podem ser utilizadas, desde que seja respeitado o
respectivo modo de utilização indicado:
– acido benzóico e seus sais;
– ácido propiônico e seus sais;
– ácido salicílico e seus sais;
– ácido 4 hidroxibenzóico, seus sais e seus ésteres;
– ácido fórmico;
– 2 fenoxietanol;
– álcool benzílico;
– ácido sórbico.
Propriedade da ECOCERT – 16/01/03- página 37/38
Qualquer reprodução integral ou parcial do presente documento sem o consentimento da ECOCERT é ilegal
Os produtos cosméticos naturais que contenham um ou outro desses conservantes devem apresentar de
forma visível a inscrição “conservante: (nome do conservante)” próximo da indicação “cosmético natural”.
7. Os emulsificantes obtidos por hidrólise, esterificação ou re-esterificação a partir das substâncias naturais
seguintes, podem ser utilizadas para a produção de produtos cosméticos naturais:
– gorduras e óleos;
– ceras;
– lecitinas;
– lanolina;
– mono, oligo e polissacarídeos;
– proteínas;
- lipoproteínas.
III. NOMENCLATURA
8. Os cosméticos que cumprirem as condições enunciadas nestas diretrizes podem imprimir a informação
complementar “cosmético natural” em caracteres visíveis e legíveis.
As disposições legais em vigor relativas a cosméticos atualmente em vigência nos estados membros
do acordo parcial na área de saúde pública se aplicam a cosméticos naturais.
De forma particular, "eles não devem prejudicar a saúde humana quando aplicados nas condições
normais ou razoavelmente previstas de utilização".
A avaliação da segurança dos produtos cosméticos naturais deve considerar os dados de toxicidade
mais pertinentes disponíveis para todos os ingredientes presentes na formulação, inclusive dos
ingredientes naturais, dando atenção particular aos seguintes pontos:
- os ingredientes naturais são misturas complexas que necessitam de uma definição suficientemente
precisa para identificar um determinado ingrediente quanto a sua composição e seus efeitos.
- é necessário dar uma justificação científica, especialmente no caso em que falte uma parte da
informação toxicológica referente aos ingredientes naturais.
CONSELHO DA EUROPA
COMITÊ DE SAÚDE PÚBLICA
COMITÊ DE ESPECIALISTAS EM COSMETICOS